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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS XV - VALENÇA 


CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA GERAL 
PROFESSOR: SERGIO AUGUSTO HERRERA ATAHUICHI
DISCENTE: LARISSA FRANCO DE JESUS

RESENHA CRÍTICA

TEXTO 02: A Modernidade Técnica, autor Franz Josef Brüsek:

O autor Franz Josef Brüsek, introduz o texto abordando somente a


modernidade como período histórico, entretanto, ressalta a sua gênese juntamente
com a ciência e a técnica moderna. Salientando também que apesar da emerssão
da modernidade técnica a cultura política e social da modernidade não tornaram-se
inatingíveis.

Há um análise bastante pertinente sobre a necessidade de pontuar o que é


moderno através do que vem de fora, por meio de padrões europeus, o que segundo
o autor faz com que se perca o sentido de modernidade universal, pois, analisando
assim se tem apenas um modelo de modernidade que deve ser seguido, o que é um
erro, visto que a modernidade engloba outros continentes, então, frisar em ter a
modernidade europeia como espelho é ignorar a realidade existente fora da Europa.

Abordar a tríade modernizante é um meio de exemplificar como cada modelo


se apresentou e como um venceu a competição. Essa tríade composta pelo modelo
russo, alemão e americano, mostrava características e projetos políticos distintos. O
famigerado modelo alemão, com o projeto nacional-socialista, foi bastante
supressor, visto que atendia somente aos próprios alemães, como já se conhece
sobre o nazismo, desse modo, o autor Franz Brüseke cita a deficiência na auto
legitimação política do modelo alemão.

Com o fim do nazismo em 1945, a derrota do projeto nacional-socialista


converteu a tríade modernizante a uma constelação bipolar (o modelo ocidental x
modelo comunista). O modelo russo, com o projeto comunista, não era supressor,
muito pelo contrário, foi um modelo inclusivo que visava assegurar a economia,
entretanto, utilizava elementos escravistas, esse modelo teve a sua queda em 1980.
Perdurando então, o modelo democrático ocidental, possuía um forte estado
de direito e era militarmente moderno, tinha o discurso político universalizante,
abrangendo o cidadão profissional e o consumidor, desse modo, esse foi o projeto
político vencedor da disputa, uma vez que o modelo alemão possuía apenas
modernidade técnica no setor militar e econômico e o modelo russo não apresentou
modernidade política.

O autor também destaca a modernidade com a razão fundamentada no


sujeito, isso porque no século XVIII o progresso era observado pelas virtudes, esse
modo de “modernidade” pode ser interpretado pelo pensamento iluminista
predominante também nesse mesmo século, o Iluminismo elegia a razão como o
principal instrumento para o homem, entretanto, somente um século depois foi
possível constatar a materialização dessa concepção. 

Ressalta-se, que o sociólogo Max Weber descreveu que os primeiros


capitalistas não tinham noção do que realmente era o capitalismo, porém, para
terem garantias faziam com competência, por meio dessa análise, trata-se
igualmente a análise levantada por Karl Marx acerca do trabalho profissional
ininterrupto das forças produtivas do capitalismo, essa produção ele considerava
como uma técnica que evoluiu ao longo da história, deve-se frisar que tratando
desse assunto Marx não quis provocar uma crítica, mas destacar o papel das forças
produtivas no processo histórico, deixando claro que a base do capitalismo é a
técnica.

A utilização da técnica para chegar a determinados fins é tratado pelo autor


como algo óbvio, pois, a técnica por si só já possui o caráter finalístico, entretanto,
existe uma transição ao longo da história que figura a modificação da técnica para a
técnica moderna que perde o caráter finalístico.

Franz Brüseke, ao abordar a “contingência da técnica moderna”, transmite ao


leitor no ponto: “Falar de contingência da técnica, no entanto não pode significar que
o mundo está à disposição plena do homem”, que a técnica pode ser analisada por
outro ponto de vista na sua eventualidade, mas não pode ser controlada pelo
homem, pois existe toda uma evolução, através do que Martin Heidgger chamou o
segredo do Ser pode-se entender o que é a contingência técnica, por meio desse
ponto e além do texto presente para resenha, cabe relembrar que Heidgger pensava
que é o próprio ser que se apresenta na época moderna e o mundo humano
transformou-se em um universo técnico.

Como tratado no parágrafo anterior, a técnica foi um meio que ajudou o ser
humano a evoluir, fazendo com que o ser pense tecnicamente e observe o mundo
com um olhar técnico, ou seja, além do que é dito e imposto.

Novamente o autor faz uma crítica ao “projeto de modernidade” da Alemanha,


através do nacional-socialismo, chamando essa ação que desencadeou tudo que a
história relata hoje, de surtos irracionalizantes, havendo técnica a modernidade
abriria possibilidades racionais, sem “surtos” que prejudique o progresso.

O atentado terrorista do dia 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center,


levanta uma crítica a própria modernidade técnica, pois, através disso apresentou
um problema de controle, e o controle técnico necessita de um “input”, que não é
técnico, com isso o autor inicia a chamada “quebra de consenso da sociedade de
risco” que remete exatamente ao atentado falado anteriormente , ao tratar dos
dissidentes da modernidade técnica, existe também uma ênfase voltada ao
problema do consenso e do controle, para conseguir bases de prováveis consensos
é necessário o fundamento para o valor que foi conceito chave desse período.

Portanto, o autor Franz Brüseke finaliza o texto mencionando que a


modernidade técnica está distante do fundamento e para obter essa resposta tão
questionável, é preciso indagar perguntas essenciais e ampliar a técnica para
encontrar a saída. O texto fez um apanhado de como a modernidade técnica está
presente no ser humano até quando ele não tem noção da sua ação e dimensão no
mundo.
Referências Bibliográficas:

BRÜSEKE. Franz Josef. A Modernidade Técnica. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol. 17, n°
49.

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