Você está na página 1de 3

1

A CARTA DE PERO-VAZ CAMINHA E O CORPO INDÍGENA

José Victor Fechio Ventramelli1

Jheferson JoaquimBraga da Silva2

Resumo

A carta de Pero-Vaz Caminha evidencia a primeira impressão dos portugueses a


respeito dos índios, em relação aos costumes da Europa no século XV, no sentido
de nos apresentar a interação de dois povos completamente diferentes.

Palavras-chave: Carta; Cultura, índio; Europa.

Na análise desta proposição, a evidencia de forma a descrição sobre o


choque cultural, tendo em destaque as distintas visões de mundo em sua natureza
voltada a cultural corporal do índio.

Com foco uma análise simples descritiva sobre esta visão cultural,
desprezando as partes técnicas da viagem e facilitando a leitura sobre o
descobrimento cultural que envolve o corpo indígena.

1
N°: 22 - serie: 3°A/B da E.E BUENO DE AZEVEDO FILHO; Trabalho para disciplina de Itinerário
informativo, dentro da proposição “O corpo que fala: expressão e (pré) conceito”.

2
N°: 20 - serie: 3°A/B da E.E BUENO DE AZEVEDO FILHO; Trabalho para disciplina de Itinerário
informativo, dentro da proposição “O corpo que fala: expressão e (pré) conceito”.
2

Uma descrição que evidencia que [4]


“A feição deles é serem pardos, maneira
de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem
nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso
têm tanta inocência como em mostrar o rosto.”.

Diante disto já é possível nota a discriminação envolva no espanto cultural


sobre a tonalidade da pele quando se a eles como “pardos”, além exaltarem os
rostos, narizes como sendo perfeitos.

A proposição nos remete a pensar que os portugueses (Europeus),


possivelmente em suas características fisiológicas eram deformes, se assim
podemos nos referir.

Outra questão cultural que verificamos pode estar no desnudo indígena, o que
na Europa não era comum.

Acreditamos que devido ao inverno excessivo ou a relação de vestimenta


ajustada ao padrão de beleza, no sentido esconder as imperfeições corporais.

Diante disto ainda não podemos deixar de evidenciar na escrita representativa


da carta escrita, quanto os portugueses enfatizavam a relação de inocência dos
indígenas devido a exposição corporal dos índios em relação a eles.

“Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem
gentis, com cabelos muito pretos, compridos pelas espáduas, e suas
vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que,
de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha. ” “E
uma daquelas moças era toda tingida, de baixo acima daquela
tintura; e certo era tão bem-feita e tão redonda, e sua vergonha (que
ela não tinha) tão graciosa, que a muitas mulheres da nossa terra,
vendo-lhe tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como
ela”. 3

Neste fragmento, podemos verificar a nitidez de exposição descritiva em


relação a proposição corporal indígena ou podemos dizer distinção? Na os Europeus
comparam a cultura da inocência o da pureza, que se evidencia desde o cabelo

3
"A Carta de Pero Vaz de Caminha (parte 3)" em  Só História. Virtuous Tecnologia da Informação,
2009-2023. Consultado em 10/05/2023 às 09:38. Disponível na Internet
em http://www.sohistoria.com.br/curiosidades/carta/p2.php
3

como “objeto¨” de admiração até as “vergonhas”, vista como sinal de erotismo,


devido a cultura europeia.

A cultura que diferenciava o padrão europeu das convenções culturais dos


indígenas que evidenciavam na exposição de seus corpos, a pintura, a natureza e a
beleza da cultura em sua real forma.

Com isto podemos inferir que mensagem que Pero-Vaz transcreve na carta é
um contraponto direto entre os corpos e cultura desde aquela época como
descoberta.

Referencias

BRASIL. Ministério da Cultura. A carta de Pero Vaz de Caminha.

Marchant, Alexander. "Do escambo à escravidão: as relações econômicas de


portugueses e índios na colonização do Brasil, 1500-1580." Brasiliana (1943).

Pereira, Sílvio Batista. "ACarta DE PERO VAZ DE CAMINHA."___. Os três únicos


testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Nova
Aguilar (1999): 31-59.

Silva, Maria Beatriz Nizza da. "A carta-relatório de Pero Vaz de Caminha." Ide 33.50
(2010): 26-35.

Você também pode gostar