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VE E-AMARELA:
nacionalismo e regionalismo
paulista
Mônica Pimenta Velloso
Nota: Este texto roi C$Crilo em 1084 c pubJicodo pela primeiro vez em 1987 no série "Textos CPOOC".
A versão origi nnl sor reu flq ui (l1�UllS cortes c leve pn8J�ngen8 sintelizndas.
território, não tem ainda o que se pode da mobilização militar. A defesa da na
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chamar de nação. cionalidade brasileira, segundo ele, só
Esta é a palavra de ordem da época: pode ser feita através do Exército, úni
criar a nação. Daí o tom de urgência ca instituição capaz de restaurar a or
assumido pelo debate intelectual então dem no país. Seus discursos assinalam
instaurado com vistas à descoberta de a união entre intelectuais de inclina
um veredito seguro, capaz de encami ção militarista e oficiais propriamente
nhar o processo da organização nacio ditos. O patriotismo é interpretado co
nal. O problema da identidade nacio mo um dever cívico, cabendo aos inte
nal assume lugar de relevo. Encontrar lectuais - elementos da vanguarda so
um tipo étnico específico capaz de re cial - assumi-lo integralmente.
presentar a nacionalidade torna-se o Ao desembarcar da sua viagem à
grande desafio enfrentado pela elite Europa, em 1916, Bilac pronuncia um
5
intelectual. discurso alertando para a urgência da
A Revista do Brasil, lançada em mobilização intelectual em torno do
1916, reflete esse debate, propondo-se ideal nacionalista. Duas questões ad
efetuar um reexame da identidade na quirem relevo em seu pronunciamento:
cional. Seu editorial de lançamento es de um lado, a necessidade de se refor
clarece que o objetivo da publicação é mular a função da literatura na socie
criar um núcleo de propaganda nacio dade; de outro, o novo papel a ser assu
nalista. Gilberto Amado, em discurso mido pelo intelectual. Assim, a literatu
parlamentar pronunciado no mesmo ra brasileira deve deixar de ser apenas
ano, conclama o brasileiro a assumir a um ''templo da arte" para se transfor
sua verdadeira identidade: "Sejamos mar em uescola de civismo". Para levar
.f
cafuzos ou curibocas resignados rocu a efeito tal princípio, o artista precisa
rando honrar o nosso sangue...' abandonar sua '�rre de marfinl" e pôr
1bmados deste sentimento de orgu 05 pés na terra, que é onde se decidem
lista. Alceu Amoroso Lima observa que capaz, portanro,de difundir o moderno
o impacro do pc5s-guena no nosso meio pensamenro brasileiro. Mais do que
intelectual teria incentivado a "volta às qualquer outra região,o estado paulista
nossas raízes,que mais tarde n06 iriam vive diretamente os impactos da imi
12
..
que a figura do herói, presente em qlJDse rica (mesmo que limitada), crítica e
toda narrativa Hterária, se configura universal, a de Cassiano Ricardo refor
como elemento estra tégico para decifrar ça a visão geográfica de cunho estrita
um texto. Rastrear o percurso e a tipo- mente localista.
logia do herói corresp:mderia a uma Para os verde-amarelos, São Paulo se
forma de captar as "pegadas do sistema apresenta como o cerne da nacionalida
social nosistema das obras", No caso dos de brasileira, justamente pela sua con
dois autores, a figura do herói - seja ele figuração geográfica. Aoriginalidade da
inspirado no épico (Cass iano J.'ticardo) geografia paulista investiu a região de
ou no pícaro (Mário de Andrade) - tra um destino especial: ser o guia da nacio
duz a própria imagenl do Brasil. 'fumos, nalidade brasileira. O argumento se de
então, o confronto de duas visões sobre senvolve da seguinte forma: diferente
a nacionalidade: a de Mário, que é em mente das demais regiões do país, em
aberto, irônica e inten'Ogativa porque São Pa ulo os rios col'tem em direção ao
voltada para a dificil busca da identida interior. Este fato teria obrigado os pau
de nacional. Busca esta que pode acabar listas a caminharem em direção ao ser
em um log io, em um verdadeiro beco tão, abandonando o litoral. Por uma
sem saída. O personagem Macunaíma questão de fatalidade do meio ambiente,
náo corporifica apenas qualidades con eles se tornaram, então, bandeirantes e
sideradas positivas, mas inclui todas as desbravadores. Ao se internarem nos
fraquezas e vacilos do ser nacional que, sertões, os bandeirantes teriam abdica
dilacerado entre duas culturas, busca a do dos falsos valores do litoral-alieníge
sua estratégia de sobrevivência. Este na para encontrar os mões do Brasil-au
herói, ou este anti-herói, é o próprio
,4
ill
téntico, ue é o rural. Em ''Canção geo
Brasil: ambíguo, conflitante, em cons gráfica' transparece claramente a
tante procura de identidade. A diversi oposição litoral-sertão, e a associação
dade de raças, culturas e dominações geografÍ<vbra3ilidatk-Sãa Paulo. Diz o
tece a "roupa arlequinal" do brasileiro, bandeirante:
na qual se misturam o "tango. a bran-
. �,, 45 p ' h "
cura e pIa . 01' 1550, o . el'Ol senl ne- A estar chorando de saudade
nhum caráter, o desenraizado, o descon
portuguesa
tínuo...
prertrO varar o sertão
Já o herói ricardiano é aquele que
que é o meu destino singular
realiza a "epopéia dos trópicos", Ele é
pleno de atributos por sua capacidade
E mais adiante:
de enfrentar dificuldades, seu espírito
aguerrido, seu altruísmo ímpar. O en
grandecimento e a dignidade desse he minha esposa é terra firme
�
rói são sem ", reforçados pela dimen as sereias estão no mar.
são trágica. G Como decorrência desta
visão, temos um outro retrato do Bra Na formação da cultura brasileira, o
sil: acabado (no sentido de não afeito a litoral representaria a parte falsa e en
dúvidas), grandiloqüente e laudatório. ganadora do Brasil por reproduzir os
Contrapondo-se à "heterogeneidade valores estrangeiros. Não é à toa que
Dlacunaínlica do nacional", vemos ins Cassiano Ricardo se refere à saudade
talar-se a homogeneidade. como uma herança portuguesa. Sauda
Em resumo: enquanto a obra de Má de esta que se deve ao "instinto de na
rio aponta para uma perspectiva histó- vegação", ao desejo permanente de des-
A BRASII.IDADE VERDE·AMAREt.o\ 101
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Esta transmutação do objeto impli espírito cívioo e patriótico. Daí a ênfa
ca a sua imediata sentimentalização: se que os verde-amarelos conferem à
defesa de nossas fronteiras, cujo concei
... Ergo-me para olhar o mapa, com to extrapola uma representação pura
amor. O sentÍlnento da pátria é uma mente jurídica para exprimir a própria
eucaristia. Cada ponto da carta � idéia de nação: sua economia, política,
gráfica me evoca uma lembrança. 53 cultura e espiritualidade. O intelectual
deve se transfoJ'umr em um cidadão-sol
São as lembranças que geram o sen dado sempre alerta, guardando as fron
timento da pátria, o senso profundo de teiras do país contra as invasões aliení-
57 . - , '" .
sua unidade, a par das diversidades. A genas. S ua rn15sao e resgatar a 11510-
"totalidade da nação" é um mistério, nomia interior da pátria, que está na
58
comunhão profunda que não pode ser terra, na língua e no Brasil-território.
decodificada pelo intelecto. Esse tipo de Para expressar esse nacionalismo
pensamento que desqualifica o uso do inerente ao espaço Brasil o grupo reto
intelecto vendo-<l como prova de pouca ma o pensamento romântico que identi
brasilidade nos vem desde o romantis fica brasilidade e natureza, vinculando
mo, conforme o mostra Luís Costa Li as à questáo da identidade nacional. A
54
ma. Nos trópicos, é a natureza que se uma natureza 8uigeneris deve necessa
encarrega de provocar o avanço do pen riamente corresponder uma civilização
samento nacional. E como isto ocolTe? 8ui generis avessa a outros modelos ci
Como a natureza dá conta deste papel? vilizatórios. A natureza se transforma
Para os verde-amarelos, a questão se assim em elemento abaliz.ador e cons
resolve na geografIa. Através do conhe trutor da nacionalidade. Observá-la pa
cimento dos acidentes geográficos de ra apreender nossa originalidade oons
seu país a criança tem o primeiro in titui um dos postulados românticos
sg"t
i de brasilidade. mais absorvidos pelos verde-amarelos.
Mas esta observação, segundo Luís Cos
... fazendo rios com tinta azul e mon ta Lima, é pura e tão somente impulsio
tanhas com lápis maJ'lum, traçando nada pelo sentimento, sendo destituída
59
fronteiras com tinta vermelha e pin de qualquer esforço auto-rel1exivo. No
tando coqueiI'05 primitivos. E for contato com a natureza vivencia-se o
mando uma idéia gráfICa do pCÚ$ e êxtase, dá-se a comunhão total oom as
amando nessa figura aquela coisa forças cósmicas do meio ambiente. O
vaga e incompreensível (...) O nosso homem deve, então, fundir-se com a
grande
fi
rma é ainda o mapa do natureza: '\7er-se nela como no espelho
60
Brasil. dos nossos rios". Plinio Salgado é ain
da mais categórico quando afIrma que
O mapa do Brasil se transforma em ao pintar um coqueiro, o homem deve
objeto de culto cívico e poético, porque transfol'lJlar-se no próprio coqueiro.
através dele se consegue criar o senti Não há dúvidas. A fusão hcmem-natu
mento nacional. Tal formulação eviden reza.brasilidade deve ser completa.
cia claramente a associação entre pa Coerentes oom tal perspectiva, os
triotismo e representação gráfIca do verde-amarelos vão criticar as demais
país. Este ussber geogláficon que encer visões nacionalistas, notadamente a de
ra a noção do círculo da fronteira é típico Mário de Andrade. O espírito de obser
da escola de Jules Ferry, que confiaria à vação e a análise são descartados como
história-geograím a tarefa de inculcar o impróprios porque reCOI'J'em às media-
A BRASIUDADE VERDE·AMARELA 103
Para conhecer a sua terra, o intelectual ção São Paulo-brasilidade, São Paulo
deverá aprender geogra(w., único sa Estado nacional. Todas as conferências
ber capaz de colocá-lo em contato direto do Centro Paulista vão girar em torno
com a realidade e com os fenômenos desse eixo. A história de São Paulo
naturais. Tal idéia é defendida por Plí sintetiza a própria história do Brasil,
65
nio Salgado que, na sua Geografia sen desde a colônia até os dias atuais. E
timental, narra suas viagens pelo Bra é a geograflB privilegiada da região que
sil. Detalhe importante: leva apenas explica o seu papel de vanguarda...
um livro na bagagem: O problema ncv Rememorando o que já foi dito: o
cioruzl., de Alberto 'lbrres. E Plínio vai grupo Verde-Amarelo atribui à origi
confirmar a tese do seu mentor: o Bra nalidade da rede hidrográfica paulista
sil verdadeiro é rural... o papel-diretor da região no seio da
1bda essa retórica converge para um nacionalidade. Os rios explicam o fenô
ponto: a urgência de integração interior· meno bandeirante, que por sua vez
litoral, espaço-tempo, enfim, a busca da propiciou a integração territorial. Da
homogeneidade. Se o litoral é designado mesma forma, foi o clima que tornou
como a parte falsa do Brasil, nem por possível a adaptação dos mais diversos
isso ele deve ser esquecido. Urge nacio tipos humanos à região.
nalizá-lo. E o sertão deve comandar esse O grupo Verde-Amarelo revive a
processo, ou seja. deve dar sua alma à epopéia das Bandeiras, mostrando
cidade para em seguida receber os be que, desde o século XVI, São Paulo já
neficios oriundos da civilização. G3 E a estaria imbuído de uma missão: a da
alma brasileira se exprime através do integraçáo territorial e étnica.
folclore, dos cantos nativos e das lendas,
que são os elelllentos responsáveis pela
integração do rural com o urbano.
Para os verde-amarelos foi São Pau o imigrante se incorpora à
lo que deu início ao processo nacionali "alma coletiva"
zador. Através da epopéia das Bandei
ras, em pleno século XVI, o estado par No interior da ideologia modernista,
tiu para a conquista do território. Cabe o tema da imigração ganha um lugar
a São Paulo, portanto, coordenar todas especial, marcando sua presença nas
as vozes regionais, assegurando a co obras mais expressivas do movimento:
munhão brasileira. Este é o objetivo do basta lembrar a figura do gigante Pie
Centro Paulista, sediado no Rio de Ja tro-Pietra em Macunaima (1928) e a
neiro. Em 1926 a entidade promove preceptora alemã em Amai; verbo in
uma série de conferências sobre o pa transitivo (1927), além dos vários con
pel pioneiro de São Paulo na fonnação tos de Alcântara Machado sobre os imi
do Estado nacional. Os verde-amarelos grantes italianos em São Paulo.
aplaudem a iniciativa argumentando A questão deve ser necessariamente
que a providência histórica havia ou enfrentada, pois o que está em pauta é
torgado ao estado este destino, pois a constituição de um projeto de cultura
�
fora ele que elineara o "nosso gigan� nacional. Qual seria, então, o papel do
tesco mapa". imigrante no novo contexto? Constitui
A associação nacionalismo-territó� ria uma ameaça à nacionalidade ou um
rio�heroísmo constitui Ullla das bases
•
elemento passível de ser integrado?
do ideá rio verde-amarelo. E através A maioria dos intelectuais paulistas
dela que sempre se estabelece a rela- tende a assumir a segunda posição, não
A BRASll.JDADE VERDE-AMARELA 105
uma idéia: a positividade de nosso meio, lução estética aó poderia ocon"r, por
tanto, em São Paulo porque lá estaria se
sempre flexível à absorção de novos ele-
formando a nossa verdadeira identida
•
uma nova raça. No entanto, toda essa 6ua origem em São Paulo! E porque São
constelação de fatores positivos só se Paulo? Argumento primeiro e únioo: de
Bustenta em função da positividade do vido à herança bandeirante que possibi
meio. Trocando em miúdos: se os imi litou o fenômeno da absorção étnica. Se
glantes trouxeram o progresso é por as expedições bandeirantes integraram
que 6e incorporaram ao espírito paulis o branco, o negro e o indio, São Paulo da
ta. Esta versão heróica do nacionalis década de 1920 dá continuidade ao ideal
mo vai distinguir 08 verde-amarelos integl"ador, absorvendo 88 mais varia
dos demais grupos modernistas. das nacionalidades. Tal absorção, con
fOJ'lllejá foi visto, resultaria em riqueza
tanto em termos biogenéticos quanto
culturais. O homem paulista passa a
o herói nacional é paulista! representar, portanto, a "raça dos for
tes", Daí a acalorada polêmica que o
Como todo movimento literário, o grupo trava contra o caboclismo corpo
modernismo também cria a figura do rificado na figura do Jeca Tatu.
seu herói, inspirada, segundo Wilson Transparecem no debate duas gran
Martins, no tipo renascentista: atlético, des linhas ideológicas: a primeira, que
, ��,
74 na' ,
IOn - sad·la e VIgoroso. identifica o brasileiro como um tipo
.
Ua.se
I a eI
" - •
nos esportes e no escotismo, que se li não-homogêneo: não é nem o Jeca nem
gam diretamente aos problemas de hi o índio. É o "Brasil·menino" dos curo·
giene pública e de defesa nacional, ta. mins, dos moleques de senzala, dos
IDAS tão caros 80s verde-amarelos. Por italianinhos, verdadeiro "xadrez-etno
outro lado, o culto do esporte e da vida lógico" no qual se entrecruzam diver
sadia representariam, segundo o autor, sas nacionalidades. Logo, a idéia do
uma reação contra a "nevr06e" do sim caboclo como protótipo da brasilidade
bolismo. Assim, ao invés da boemia ur é falsa. Ao defender tal perspectiva, o
bana com os seus vicios contraprodu grupo não está destituindo o homem do
centes, a vida ao ar livre, as viagens pelo interior do seu papel de verdadeiro
interior, a fuga dos centros turbulentos. representante da nacionalidade. O pa
Essa temática aparece constantemente râmetro da autenticidade continua
nas crônicas de Hélios, publicadas pelo eendo o homem rural, só que em novas
C01Teio Paulistano.75 roupageM. Substitui-se a versão re
Trata-se de construir o universo do alista pela ufanista: o Jeca Tatu de
homem novo, do herói que irá dominar Monteiro Lobato cede lugar ao Mané
o mundo moderno. A heroização do ser Xique-Xique de Idelfonso Albano. É es
nacional já se manifesta em JucaMu te caboclo o verdadeiro herói nacional, .
lalo, que representa o nosso Hércules: que passa a corporificar a brasilidade
"gil como um poldro e forte como um devido à sua bravura para enfrentar 85
touro." E em Martim Cererê o Brasil adversidades do meio e ao seu espírito
aparece como o resultado de uma epo de aventura e de conquista. Ele realiza
péia realizada por gigante6. a "epopéia nos trópicos", moldando o
A visão ufanista do grupo encontra território nacional e garantindo a pre
76
sua versão mais bem elaborada na ideo servação do espírito da brasilidade.
logia do caráter nacional, que viria 6in Alguma dúvida 60bre a semelhança
tetizar toda uma tradição ufanista do de perfil entre o Mané e o bandeirante?
pensamento polítioo brasileiro. Só que Na doutrina dos verde-amarelos a fIgUra
com um detalhe: o hSlói nacional tem do Mané Xique-Xique vem atualizar, re-
108 E�·ruDOS IIIS1'ÓRlCOS 191)3/11
-
ria nos condena, a geografia nos redi 13. "Nós", Papel e TI"ta. Sáo Paulo, 31
me... de maio de 1920, n9 1 . Citado por Mário da
Silva Brito, l-Jistól'ia do moder"úmo brasi·
leiro, São Paulo, Saraiva, 1958, vol . 1 , p.127.
14. Richard Morse, Fon".aç.üo hüstórica
de São Peu.lo, São Paulo, Difel, 1970,
Notas
p.343.
10. Cândido Motta Filho, op.cit. 24. Nicolau Sevcenko, op.cit., p.188 e
203-205.
1 1 . Víctor Viana, "Poetas", Jornal do
Comércio 7 jul.de 1919, p.3.
, 25. Mário Vilalva, Como se faz uma
12. Alceu Amoroso Lima, Mem,órias im in.stituiçÕIJ; notícia histórica sobre o Cen·
tm Paulista (1907-37), Rio de Janeiro, Re
provisadas, Petrópolis, Vozes, 1973. Gitado
vista dos Tribunais , 1937.
por Lúcia Lippi Oliveira, liAs raízes da ar·
dem: os intelectuais, a cultura e o Estado", 26. Lúcia Lippi Oliveira,O nacionalis·
em Revolução de 30, Brasfiia, UnB, 1983. mo no pensmnenlo político brasileiro da 1 11
A BRASIUDADE VERDE·AMARELA 111
29. Mário da Silva Brito, op.cit., p.123. São Paulo, Duas Cidades, 1979, p.38-39.
30. Menotti dei Picchia, "Uma carta", 44 Flávio Koethe, "O percurso do he
COI1't!io FaulistaJw, IV de julho de 1922, p.4. rói", Tempo Brasileiro (passagem da mo
demidade), n' 69, abr/jun. 1982, p.96-120.
31. Menotti dei Picchia, "11ma carta",
Correio PaJ1UstwJ.,O, 18 de outubro de 45. Mário de Andrade, Iflmproviso do
1921, p.5. mal da América", 1928. Citado por Flora
32. Sobre o combate ao romantismo Sussekind, Tal Brasil, qual romance ?, Rio
pelos verde-amarelos ver as seguintes crô de Janeiro, Achiamé, 1984, p.9S.
nicas publicadas no Correio Paulistw,o: 46. A distinção entre o perfil do herói
"O último romântico", 27 de agosto de épico e do herói pícaro é feita por Flávio
1921, p.5; ''Pelo Brasil!", 19 de setembro Koethe, op.cit., p.120.
de 1923, p.3j 'Patriotismo prático", 4 de 47. Cassiano Ricardo, Martim Cerel'ê,
outubro de 1923j e "São Paulo de hoje", 7 p.221-23.
de setembro de 1922, p.38.
48. A psicologia do habitante do litoral
33. Eduardo Jardim, A constituição da e do sertão é traçada por Alceu Amoroso
idéia de mode,.uidcuJe no modernismo bJ'(Ü Lima, op.cit., p.267-75.
sileiro, Rio de Janeiro, UFRJ, 1983 (tese
49. Alceu Amoroso Lima, op.cit., p.174-
de doutorado).
75.
34. Menotti dei Picchia, "Regionalis
50. Plínio Salgado, "Geografia senti
mo", Correio Paulistano, 3 de outubro de
mental", Co,.,.eio P(Ullistano, 10 de novem
1926, e "Carta ao Dany", Correio Paulis
bro de 1927, p.3. Esta idéia da geografia e
ta"o, 30 de setembro de 1926, p.7.
da espacialização do Brasil como refer
35. Hélioe, "Nacionalismo", Correio enciais para exprimir a brasilidade começa
Paulistall,o, 13 de abril de 1923, p.5 ser desenvolvida na década de 1920, atra
36. Estas idéias são expostas por Me vés dos artigos que o autor escrevia para o
notti deI Picchia no artigo ''Regionalismo'' Cm"l"eio PeUllistw�o. Em 1937 Plínio os reu
(ver nota 34) e por Cassiano Ricardo em niria em uma obra intitulado Geografia
"O espírito do momento e da pátria na 8entimental.
poesia brasileira", Correio Pa.u.listw,o, 24 51. Français Furet, L'aJ.elie de I'histoire,
de setembro de 1925, p.3. Paris, Flamarion. Citado por Maria Helena
37. Eduardo Jardim de Moraes, op.cit., Rouanet, "Uma literatura sentimental pa
p.62-63. ra neutralizar a subjetivirlade", 'Thmpo
38. 'Terra Roxa, no I, p.6. Citado por Brasikiro, jan-mar da 1984, p.5-6.
Eduardo Jardim de Moraes, op.cit., p.103. 52. Cassiano Ricardo, Martim Cererê,
39. Ibidem. p.191.
40. Sobre o projeto cultural dos verde 53. Plínio Salgado, Geografia. senti
amarelos consultaro trabalho da autora: O mental, em Obraa completos , São Paulo,
mito da originaJ.i dcule brasileira; a tf'ojellr Ed. das Américas, 1954, v.N.
ria intelectual de CasSiO/lO Ricardo (doa 54. Luís Costa Lima, O controle do ima,
WlOS 20 ao Estado Novo), Rio de Janeiro, gin.ário; razão e imaginação IlO ocidente,
PUC, 1963 (tese de mestrado), p.24-65. São Paulo, Brasiliense, 1984, p.14S.
•
55. Plínio Salgado, Geografia. sen ti 67. Candido Motta Filho, "Literatura
m(!lttal, em Oúras com pletas , São Paulo, nacional", JOJ'lLCll (w Commercio, São Pau-
Ed. das Américas, 1954, v. IV, p.21·22. 10, 3 de outubro de 1921. Citado por Mário
56. Entrevista de Hérodete à 'Michel da Silva Brito, op.cit., p.176.77.
Foucault, "Sobre a geografia", em Micl ofi.'
68. Ribeiro Couto, O eRpírito de Seio
sica do poder, Rio de Janeiro, Graal, 1982, Pa.ulo. Rio de Janeiro, Schmidt, 1932.
p.161.
69. Hélios, '�acionalismo integraliza
57. Sobre a relação dos verde-amarelos dorll, Correio PcuLlislemo, 19 de agosto de
com o militarismo ver Calazans de Cam 1923, p.3.
pos, "O verde-amarelismo nas casernas",
Correio Paulislcmo, 1 4 de outubro de 70. Hélios, ''Nacionalismo perigoso",
1927, p.4. Correio PoulistWlO, 4 de maio de 1920, p.6.
58. Casslano Ricardo, "Nossa terra e 7 1 . Estas idéias sáo expostas no Cor
nossa língua", Correio PrULlisloILo, 8 de reio Paulistano por Plínio Salgado em
dezembro de 1925, p.5. seus artigos '�acionalismo", publicado a
2 de agosto de 1923, e lISuave convívio", de
59. Luís Costa Lima, op.cit., p.l04.
29 de maio de 1923, p.3.
60. Cassiano Ricardo, "O estrangeiro",
Correio Paulistano, 25 de maio de 1926, p.3. 72. ru idéias que associam o fenômeno
étnico paulista ao modernismo são expos
61. Hélios, "Uma carta anti-cáqui", Cor
tas por Menotti deI PiccJúa em "O proble
reio PCULlistllll.O, 5 de fevereiro de 1926, p.2.
ma estético em face do fenômeno étnico
62. Adauto Castelo Branco, "Brasilida
paulista", Correio Puulistcut.O , 7 de setem
de", Correio Pau listano, 11 de agosto de
bro de 1922, p.2, e "Poesia Brasil", Correio
1928, p.5.
Pcuilistmw, 18 de maio de 1925.
63. Estas idéias que consagram as raí
73. Menotti deI Picchia, liA questão ra
zes ruralistas de nossa formação e aler
cial", Correio Paulistano , 10 de maio de
tam para o perigo citadino sáo expostas
1921, p.1.
por Plínio Salgado em "Aspectos brasilei
rosu, Correio Pou.lis tw,o, 30 de julho de 74. Wilson Martins, O moder"ismo,
1927, p.3; Candido Motta Filho, "Para a São Paulo, Cuítrix, p.151.
conquista da terra", Correio Pau.listano , 4
75. Arespeito do assunto consultar Hé
de julho de 1927, p.5; e PUnia Salgado,
lias, "Escoteiros", Correio PaulislcuIO, 10
USão Paulo no Brasil; crônicas verde-ama
de maio de 1922, p.4.
relas", Correio Pau.listano, 21 de julho de
1927, p.3. 76. Cassiano Ricardo, "Meus heróis",
Correio PaulislGJIO, 29 de dezembro de
64. Cassiano Ricardo, "As conferencias
1927, p.3.
do Centro Paulistano", Correio Pau.lista-
110, 20 de novembro de 1926, p.3. 77. A descrição desse personagem é fei
65. As palestras do Centro Paulista ta JXlr Herman Lima, em lliswl'ia_ da C�
realizadas por Marcondes Filho, Menotti l'icaJ.ura 1).0 Brasil , Rio de Janeiro, José
deI Picchia, Alfredo Ellis, Roberto Moreira Olympio, 1963, vA, p.1.368.
e outros encontram-se publicadas na obra
S{w Paulo e sua. evoluçcio, Rio de Janeiro, (Recebido para publicação emjan.eiro de 1993)
Gazeta da Bolsa, 1927.
66. Oswald de Andrade, "Reforma lite
rária", Jornal do ComnwI'cio, 19 de maio
de 1921. Ci tado por Luís 1bledo Machado, Mônica Pimenta Velloso é pesquisado
op.cit., p.16. ra do CPDOC/FGV.