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TJCE- DISCURSIVA- DIR.

ADMINISTRATIVO
| – Profa. Lidiane Coutinho

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
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TJCE- DISCURSIVA- DIR. ADMINISTRATIVO
| – Profa. Lidiane Coutinho

CONCURSO: TJCE- DISCURSIVA

MATÉRIA: DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO
QUESTÃO 1- ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Banca: Cebraspe (Cespe)


Órgao: MJSP - Ministério da Justiça e Segurança Pública

A União decidiu descentralizar o serviço público de defesa da ordem econômica nacional, criando uma autarquia
federal especializada para prevenir e combater as infrações contra a ordem econômica. Após a criação da
autarquia, o Ministério da Justiça avocou algumas competências anteriormente a ela atribuídas.

Com base na situação hipotética apresentada acima, redija um texto dissertativo acerca da organização do
Estado. Ao elaborar seu texto, atenda, necessariamente, ao que se pede a seguir.
1) Conceitue a descentralização de serviço público.
2) Apresente os requisitos para criação de autarquia federal.
3) Estabeleça a relação hierárquica entre o Ministério da Justiça e a autarquia federal em questão.

DIRECIONAMENTO DE RESPOSTA

O candidato deverá discorrer organização do Estado, com atenção especial aos seguintes pontos:
 Dispositivo legal a ser usado:
CF: ART. 37, XIX
DECRETO-LEI Nº 200/67: ARTS. 4º E 5º

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
sua atuação;

DECRETO-LEI Nº 200/67

Art. 4° A Administração Federal compreende:


I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da
República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade
jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;

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c) Sociedades de Economia Mista.


d) fundações públicas.
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área
de competência estiver enquadrada sua principal atividade.

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:


I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.

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PADRÃO DE RESPOSTA

1) Descentralização administrativa é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou


jurídica. Nela pressupõe-se a existência de pelo menos duas pessoas, entre as quais as competências são
divididas. Tal descentralização, para a doutrina majoritária, classifica-se em técnica (funcional ou de serviços),
por colaboração (ou delegação) e territorial (ou geográfica).
A descentralização por serviços (técnica ou funcional) ocorre quando o Poder Público cria ou autoriza a criação
de uma pessoa jurídica e atribui a titularidade e a execução de serviço público, como exemplos clássicos há a
criação de entes da Administração Indireta, isto é, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e
empresas públicas.
2) Conforme determina a Constitucional Federal, em seu art. 37, XIX, somente por lei específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
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3) Não há relação de hierarquia entre o Ministério da Justiça e a autarquia federal. O parágrafo único, do art. 4º
do Decreto-Lei nº 200/67, dertemina que as entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se
ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade.

QUESTÃO 2- TERCEIRO SETOR

Banca: Cebraspe (Cespe)


Órgao: PCMA- Polícia Civil do Maranhão

Discorra sobre as entidades denominadas serviços sociais autônomos, abordando os seguintes tópicos:

1 natureza jurídica de referidas entidades e seus objetivos institucionais;


2 origem dos recursos financeiros dessas entidades;
3 sujeição de tais entidades a controle por parte do tribunal de contas.

DIRECIONAMENTO DE RESPOSTA

O candidato deverá discorrer sobre a as entidades denominadas serviços sociais autônomos, com atenção
especial aos seguintes pontos:
 Dispositivos constitucionais e legais a serem usados:
CF: art. 71, II e art. 240

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União, ao qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo
ao erário público;

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores
sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional
vinculadas ao sistema sindical.

JURISPRUDÊNCIA

STF- RE 789874 Repercussão Geral – Mérito (Tema 569)


Órgão julgador: Tribunal Pleno Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI
Julgamento: 17/09/2014 Publicação: 19/11/2014

Ementa
Ementa: ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS VINCULADOS A ENTIDADES
SINDICAIS. SISTEMA “S”. AUTONOMIA ADMINISTRATIVA. RECRUTAMENTO DE PESSOAL. REGIME JURÍDICO

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DEFINIDO NA LEGISLAÇÃO INSTITUIDORA. SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE. NÃO SUBMISSÃO AO PRINCÍPIO


DO CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II, DA CF). 1. Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado
Sistema “S”, vinculados a entidades patronais de grau superior e patrocinados basicamente por recursos
recolhidos do próprio setor produtivo beneficiado, ostentam natureza de pessoa jurídica de direito privado e
não integram a Administração Pública, embora colaborem com ela na execução de atividades de relevante
significado social. Tanto a Constituição Federal de 1988, como a correspondente legislação de regência (como
a Lei 8.706/93, que criou o Serviço Social do Trabalho – SEST) asseguram autonomia administrativa a essas
entidades, sujeitas, formalmente, apenas ao controle finalístico, pelo Tribunal de Contas, da aplicação dos
recursos recebidos. Presentes essas características, não estão submetidas à exigência de concurso público
para a contratação de pessoal, nos moldes do art. 37, II, da Constituição Federal. Precedente: ADI 1864, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, DJe de 2/5/2008. 2. Recurso extraordinário a que se nega provimento.

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PADRÃO DE RESPOSTA

1 Espera-se que o candidato, ao responder a questão, conceitue os serviços sociais autônomos (ou pessoas de
cooperação governamental) como entidades de natureza jurídica de direito privado que, embora não integrem
o sistema da administração pública indireta, colaboram com o poder público (pertencendo ao grupo de
entidades paraestatais ou de colaboração, ou para outros do “terceiro setor”), ao qual são vinculadas, por
intermédio da execução de serviço de utilidade pública, em geral, exercendo alguma atividade que produza
benefício para determinados grupos sociais ou categorias profissionais.

2 Em relação à origem de recursos financeiros das entidades de serviços sociais autônomos, espera-se que o
candidato se refira às contribuições parafiscais a elas destinadas, que, estabelecidas por diversas leis, são
recolhidas compulsoriamente pelos contribuintes, ou seja, são patrocinadas por recursos recolhidos do setor
produtivo beneficiado (STF, RE 789874/DF). Assim, elas são fontes de custeio das atividades relacionadas aos

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objetivos institucionais — é o caso, por exemplo, da contribuição prevista no art. 240 da CF/1988 (“Art. 240.
Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha
de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema
sindical”).

Observação: a indicação de outras fontes de recursos eventualmente existentes do Sistema “S”, além da
contribuição parafiscal, como doações ou repasses mediante convênios ou outros instrumentos por parte de
órgãos públicos, será levada em consideração apenas para demonstração de domínio de conteúdo do
candidato.

3 Espera-se, ainda, que o candidato afirme que, por arrecadarem contribuições parafiscais de recolhimento
obrigatório, caracterizadas como dinheiro público, as entidades denominadas serviços sociais autônomos se
submetem a controle por parte do tribunal de contas, em obediência aos termos do próprio art. 71, II, da
CF/1988 (Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete: (...) II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; (...)”. Nesse sentido, consulte-se José dos Santos
Carvalho Filho. Manual de direito administrativo. 29.ª ed. São Paulo: Atlas, 2015, p. 556-9 e 1.046-7. Assim, a CF
assegura a autonomia administrativa a essas entidades, sujeitas, formalmente, apenas ao controle finalístico,
pelo Tribunal de Contas, da aplicação dos recursos recebidos (STF, RE 789874/DF).

QUESTÃO 3- RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Maria propôs ação contra determinado estado da Federação visando receber indenização por danos morais
causados pela morte de seu marido — servidor público do referido estado —, que foi baleado por policiais
militares. Alegou a autora que a conduta dos policiais, embora tenha ocorrido em razão dos disparos proferidos
pela vítima, extrapolou o necessário para repelir a resistência da vítima. Na defesa, o ente federado sustentou
que Maria, por ser dependente do segurado que faleceu, já percebe pensão por morte previdenciária em razão
do fato ocorrido, sendo, portanto, indevida a cumulação de benefício previdenciário com indenização
decorrente de responsabilização civil do estado por danos oriundos do mesmo fato. Alegou, ainda, a defesa
que a imposição de indenização no juízo cível não é possível, uma vez que, no âmbito penal, houve
pronunciamento de excludente da legítima defesa dos policiais. Portanto, ao defender que a excludente de
ilicitude no campo penal deve repercutir no âmbito da justiça cível, o ente público requereu a declaração da
exclusão da responsabilidade civil estatal.

Tendo como referência a situação hipotética apresentada, redija um texto dissertativo, atendendo ao que se pede
a seguir.
1 Discorra sobre a teoria do risco aplicada como regra no Brasil para a responsabilidade civil do estado.
2 Apresente o fundamento principiológico da teoria do risco para a responsabilidade civil do estado quando este
pratica ato lícito danoso.
3 Analise a correção do argumento do ente público acerca da exclusão da responsabilidade civil, considerando o
entendimento do STJ.

DIRECIONAMENTO DE RESPOSTA

O candidato deverá discorrer sobre a a responsabilidade civil do Estado, com atenção especial aos seguintes
pontos:
 Dispositivo constitucional e legais a serem usados:
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- CF art. 37, §6º.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 37 § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

JURISPRUDENCIA

STJ- RECURSO ESPECIAL Nº 1.266.517 – PR,


DJe 04.12.2021 – SEGUNDA TURMA - REL. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES.

EMENTA. CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO ORDINÁRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
DISPAROS DE ARMA DE FOGO PROVOCADOS POR POLICIAIS MILITARES. LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA RECONHECIDA NA
ESFERA PENAL. FALECIMENTO DA VÍTIMA . DANOS MORAIS SUPORTADOS PELO CÔNJUGE SUPÉRSTITE.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO PELOS DANOS CIVIS.
1. Segundo orientação jurisprudencial do STJ, a Administração Pública pode ser condenada ao pagamento de
indenização pelos danos civis causados por uma ação de seus agentes, mesmo que consequentes de causa excludente de
ilicitude penal: REsp. 884.198/RO, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ 23.4.2007; REsp. 111.843/PR, 1ª Turma, Rel.
Min. José Delgado, DJ 9.6.1997.
2. Logo, apesar da não responsabilização penal dos agentes públicos envolvidos no evento danoso, deve-se concluir
pela manutenção do acórdão de origem, já que eventual causa de justificação (legítima defesa) reconhecida em âmbito
penal não é capaz de excluir responsabilidade civil do Estado pelos danos provocados indevidamente a ora recorrida”.

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1 Como regra, a responsabilidade civil do estado é imputada com base na teoria do risco administrativo,
porque parte da ideia de que a atuação estatal envolve um risco de dano, que lhe é inerente. Tal teoria admite
alegação das excludentes de responsabilidade estatal.

2 Fundamenta-se no princípio da isonomia porquanto reside na busca de uma repartição isonômica do ônus
proveniente de atos oriundos das atividades estatais.

3 Segundo a orientação jurisprudencial do STJ, está equivocada a atuação do ente público, porque a
administração pública pode ser condenada ao pagamento de indenização pelos danos cíveis causados por uma
ação de seus agentes, mesmo que consequentes de causa excludente de ilicitude penal. Apesar de a legítima
defesa ser a causa que excluiu a responsabilidade penal dos policiais, ela não é capaz de afastar o dever do
Estado de indenizar os danos provocados pela conduta desses agentes, porque o exame do elemento subjetivo
dos policiais, embora fundamental para o reconhecimento da excludente de ilicitude, é desnecessário para a
análise de eventual responsabilidade civil estatal objetiva.

FONTE DOUTRINÁRIA
Celso Antônio Bandeira de Mello. Curso de direito administrativo. São Paulo: Malheiros, 2019, p. 1.066.
Alexandre Mazza. Manual de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 451.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 818-20.
Rafael Carvalho Rezende Oliveira. Curso de direito administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 795-6.
Reinaldo Couto. Curso de direito administrativo. São Paulo: Saraiva Educação, 2019, p. 848.
Fernanda Marinela. Direito administrativo. São Paulo: Saraiva Educação: 2019, p. 928.
Carolina Bellini Arantes de Paula. As excludentes de responsabilidade civil objetiva. São Paulo: Atlas, 2007, p.
88-90.

FONTE JURISPRUDENCIAL Responsabilidade civil do Estado objetiva pelas lesões sofridas por vítima baleada em
razão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes é objetiva: STJ, REsp 1266517/PR, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, Julgado em 4/12/2012, DJE 10/12/2012; REsp 1236412/ES, Rel.
Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, Julgado em 2/2/2012, DJE 17/2/2012; e REsp 1140025/MG, Rel.
Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, Julgado em 2/9/2010, DJE 22/9/2010.

QUESTÃO 4- CONCURSO PÚBLICO (DEVER DE CASA)

Banca: Cebraspe (Cespe)

João, professor de nível superior da Universidade Federal da Bahia e de nível médio do Governo da Bahia, foi
aprovado no concurso de técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. No ato da posse,
João declarou que já possuía dois cargos públicos de professor, mas que, de acordo com a Constituição Federal de
1988, poderia acumular com o cargo técnico para o qual foi aprovado.

Considerando a situação hipotética apresentada e as disposições constitucionais acerca do tema, redija um texto
dissertativo que aborde, necessariamente:
1) O direito de João à acumulação pleiteada;
2) Os requisitos para acumulação de cargos públicos;
3) Caso tenha direito à acumulação, o somatório das remunerações estará submetido ao teto constitucional?

DIRECIONAMENTO DE RESPOSTA

O candidato deverá discorrer sobre o acumulação de cargos públicos, com atenção especial aos seguintes
pontos:

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 Dispositivos constitucionais a serem usados:


CF: art. 37, XI, XVI e XII

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta,
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou
outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo poder público;

JURISPRUDÊNCIA

Há remansosa jurisprudência desta Corte nesse sentido, afirmando a impossibilidade da acumulação tríplice de
cargos públicos, ainda que os provimentos nestes tenham ocorrido antes da vigência da EC 20/1998. (...) o art.
11 da EC 20/1998 possibilita a acumulação, apenas, de um provento de aposentadoria com a remuneração de
um cargo na ativa, no qual se tenha ingressado por concurso público antes da edição da referida emenda, ainda
que inacumuláveis os cargos. Em qualquer hipótese, é vedada a acumulação tríplice de remunerações, sejam
proventos, sejam vencimentos. [ARE 848.993 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 6-10-2016, P, DJE de 23-3-
2017, Tema 921.]

Nas situações jurídicas em que a CF autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório é considerado em
relação à remuneração de cada um deles, e não ao somatório do que recebido. [RE 612.975 e RE 602.043, rel.
min. Marco Aurélio, j. 27-4-2017, P, DJE de 8-9-2017, Tema 377 e Tema 384.]

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PADRÃO DE RESPOSTA

SERÁ DISPONIBILIZADO APÓS A CORREÇÃO DA QUESTÃO.

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