O poema valoriza viver no presente. Analisa-se como a primeira estrofe critica viver no passado ou futuro, a segunda questiona por que não viver no presente, e a terceira reconhece a efemeridade da vida e sugere desfrutar cada dia. Defende uma filosofia estoica de aceitar a ordem natural e destino, e aproveitar moderadamente cada momento.
O poema valoriza viver no presente. Analisa-se como a primeira estrofe critica viver no passado ou futuro, a segunda questiona por que não viver no presente, e a terceira reconhece a efemeridade da vida e sugere desfrutar cada dia. Defende uma filosofia estoica de aceitar a ordem natural e destino, e aproveitar moderadamente cada momento.
O poema valoriza viver no presente. Analisa-se como a primeira estrofe critica viver no passado ou futuro, a segunda questiona por que não viver no presente, e a terceira reconhece a efemeridade da vida e sugere desfrutar cada dia. Defende uma filosofia estoica de aceitar a ordem natural e destino, e aproveitar moderadamente cada momento.
Poema “Uns, com os olhos postos no passado”, de Ricardo Reis
GRUPO
1. O poema pode dividir-se em três partes lógicas,
correspondendo cada uma delas a uma estrofe. Assim, na primeira parte (1. estrofe), o poeta faz uma espécie de critica a todos quantos cons- troem a sua existência a partir de um passado morto ou de um futuro incerto, deixando já ante- ver à sua preferência pelo presente. Na segunda parte (2.º estrofe), este interroga-se sobre o por- quê da atitude dos que não vivem o presente e propõe que, apesar da brevidade do momento«« actual ("dia”, “hora”, "momento”), se viva nele, porque nós também somos efémeros e é nossa condição viver o presente, Na 3.º estrofe (última parte). mostra já uma consciência mais aguda do caráter precário do ser humano e a sua preo- cupação com a morte, e, numa atitude mora- lista, sugere que se frua o dia. Aqui, consciente da efemeridade da vida e da inevitabilidade da morte (“No mesmo hausto/Em que vivemos, morreremos, Colhe/O dia...”), postula a filosofia estoico-epicurista e, sob influência do corpe diem horaciano, aponta como conduta o fruir o dia a dia.
2. Neste poema é nítida a valorização do presente,
principalmente porque demonstra a não fiabili- dade da visão orientada para o passado ou para o futuro, ao afirmar que aqueles que têm “os olhos postos no passado /Vêemo que não vêem”, e os que os têm “fitos... no futuro, véem/O que não pode ver-se”.
Assim, defende o presente como tempo de rea-
lização do homem, perguntando “Porque tão longe ir pôr o que está perto./A segurança nossa? Este é o dia”.
A valorização conferida ao momento presente é
ainda visível na predominância dos verbos no presente do indicativo (vêem, “pode”, “está”, “é”, “somos”, “flui”, “confessa”, “vivemos”, "és", nas referências temporais gradativamente mais restritas (“dia”, “hora”, “momento”, na insis- tente utilização do demonstrativo e a sublinhar a importância de viver o instante presente ("Este é o diaJesta é a hora, este momento) e na simi- litude entre o tempo presente e o homem (“este o momento, isto/é que somos, e é tudo... Colhe/0 dia porque és ele).
3. O poeta faz a apologia do presente e reconhece
O primado da vida exterior. Propõe uma conceção simples da vida e um gozo moderado do mo- mento presente (corpe diem de Horácio), confor- mando-se com a ordem natural das coisas e com o destino, bem ao gosto dos estoicos. Valoriza o espirito racional e despreza as emoções por po- derem ser enganadoras e por não permitirem esquecer o passado e pairarem sobre o futuro. Mostra-se um ser austero, que recusa cons- truir a sua existência no passado ou num futuro incerto, Acredita e defende que é em cada ins- tante vivido que o homem se realiza e conquista a felicidade possível (A segurança nossa”). É desta forma que procura superar a angústia causada pela consciência da transitoriedade e nulidade do ser, constantemente ameaçado pela efemeridade do tempo ('Perene flui a terminável hora/Que nos confessa nulos”). Tendo consciência da efemeridade da vida e da
inência da morte, faz a a apologia de uma fi-
losofia de vida estoico-epicurista que, sob in- fluência de Horácio, postula como regra da conduta humana o viver cada dia, cada ins- tante, de uma forma serena e calma.
4.2. Q verso 5 apresenta uma estrutura frásica
alatinada que dificulta a sua compreen- são, utilizando-se o hipérbato para desta- car o movimento interrogativo.
O verso devia ordenar-se do seguinte modo:
“Porque ir pôr tão longe o que está perto” Para além deste recurso estilistico, está também presente a antitese (“longe”/ “perto” que evidencia a relação existente entre uma temporalidade distante, enga-