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AVC – AVALIAÇÃO CONTÍNUA

FOLHA DE RESPOSTA

Disciplina: Ética, Diversidade e Direitos Humanos


Disci

CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES

A Avaliação Contínua (AVC) é uma atividade que compreende a elaboração de uma produção discursiva, podendo ser uma resenha,
estudo de caso ou resposta de uma pergunta. Esta avaliação vale até 3,00 pontos.

Atenção1: Serão consideradas para avaliação somente as atividades com status “enviado”. As atividades com status na forma de
“rascunho” não serão corrigidas. Lembre-se de clicar no botão “enviar”.

Atenção2: A atividade deve ser postada somente neste modelo de Folha de Respostas. Obrigatoriamente na versão Pdf.

Importante:
Sempre desenvolva textos com sua própria argumentação. Lembre-se de indicar quais foram as fontes de referência de
pesquisa. Nunca copie e cole informações da internet, de outro colega ou qualquer outra fonte como sendo sua produção, já
que essas situações caracterizam plágio e invalidam sua atividade.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES - DISCURSIVA

 Forma: 1,00 ponto


Linguagem e clareza: o texto deve estar correto quanto à ortografia, ao vocabulário e às terminologias, e as ideias devem ser
apresentadas de forma clara, com introdução, desenvolvimento e conclusão, sem incoerências. (1,00)

 Conteúdo: 2,00 pontos


Raciocínio: o trabalho deve seguir uma linha de raciocínio que se relacione com o material didático. (0,50)
Coerência: o trabalho deve responder às questões propostas pela atividade. (1,00)
Embasamento: a argumentação deve ser sustentada por ideias presentes no conteúdo da disciplina. (0,50)

Pontuação total da Avaliação Contínua (AVC) – 3,00 pontos

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES - CÁLCULO

 Raciocínio: 1,50 Ponto


O trabalho deve seguir uma linha de raciocínio e coerência do início ao fim. O aluno deve colocar todo o desenvolvimento da
atividade até chegar ao resultado final.

 Resultado Final: 1,50 Ponto


A resolução do exercício deve levar ao resultado final correto.

Pontuação total da Avaliação Contínua (AVC) – 3,00 pontos

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Resolução / Resposta
Para muitas pessoas a pergunta que dá título a este artigo não faz o menor sentido. Para elas é
evidente que temos de ser a favor dos Direitos Humanos. No entanto, é necessário admitir que
cada vez mais pessoas têm dúvidas ou se declaram abertamente contra eles. Os Direitos
Humanos hoje, não apenas suscitam hesitação, mas se encontram sob ataque aberto e
sistemático. As redes sociais veiculam notícias (geralmente mal contadas, mal documentadas,
parciais e particulares) que são conectadas a julgamentos negativos a respeito dos Diretos
Humanos. Esses julgamentos, que ganham instantaneamente estatuto de justiça, são a partir daí
reproduzidas dezenas, centenas, milhares, por vezes, milhões de vezes, em pouquíssimo tempo.
Caberia nesses momentos – tanto ao homem dotado de consciência como ao pensador criterioso
– ao menos perguntar-se: “que tipo de juiz sou”? Tendo em vista que o cerne dos Direitos
Humanos consiste na afirmação de que todos os homens são iguais e de que por isso são
detentores dos mesmos direitos, a que ideias sua desmoralização beneficia? Afinal, vale à pena
defender os Direitos Humanos?

A abordagem dessas questões não é difícil, mas demanda tempo e vontade. Há poucos dias ouvi
uma pessoa se referir aos Direitos Humanos como “direitos bandidos”. Trata-se evidentemente de
uma avaliação ressentida em que os Direitos Humanos são percebidos como privação. O que faz
essa pessoa sentir que os Direitos Humanos lhe retiram algo próprio que seria transferido a um
outro indigno, o “bandido”? Nesse curioso raciocínio aritmético os Direitos Humanos são como um
cobertor curto: alguém tem de passar frio! Decreta-se então que seja o outro. É evidente que se
trata de um raciocínio equivocado. Então porque cada vez mais pessoas são convencidas de sua
legitimidade? Em que consistem precisamente os Direitos Humanos? Uma vez que os Direitos
Humanos dizem respeito fundamentalmente ao direito de todo ser humano ter reconhecida sua
humanidade, chama a atenção que possa existir um raciocínio que comporte a possibilidade de o
humano não ser humano. Nesse procedimento banal reside enorme perigo.

Historiadores, normalmente, preferem não julgar e costumam responder a perguntas com fatos.
Vamos a alguns deles. Embora pese sobre as periodizações da história algo de arbitrário, essa
arbitrariedade é fundada na percepção da mudança. Aquilo de impreciso que reside na
periodização diz respeito a pequenas variações decorrentes do grupo de critérios por meio dos
quais a observação do passado é feita. Portanto a própria periodização resulta dos fatos, não
sendo tão arbitrária quanto por vezes se protesta. Dito isso, a história da humanidade pode ser
dividida em duas grandes fases: a história pré-moderna e a história moderna. Todos nós
consideramos modernos embora raramente nos perguntemos o que isso significa. De modo geral,
pensamos que moderno é aquele ou aquilo que superou o passado, que é melhor do que o que lhe
é ancestral.

Podemos apontar diferenças fundamentais entre a pré-modernidade e a modernidade, na maneira


como aquilo a que chamamos de “ciência” e “justiça” se constituem. Observamos que ciência e
justiça experimentam o mesmo ritmo histórico de modernização. Isso acontece porque
correspondem ao amadurecimento e a paulatina hegemonia de um mesmo grupo de ideias. No
mundo pré-moderno, a especulação geral a respeito da realidade foi desenvolvida por meio de
procedimentos que podemos chamar de filosóficos ou teológicos. A modernidade científica por
outro lado, estabeleceu a hegemonia do conhecimento baseado na análise sistemática de dados e
experiências relativas ao mundo físico, perceptível pelos sentidos. A justiça, como é fácil perceber,
acompanhou esse processo de objetivação da realidade por meio do procedimento por inquérito e
prova. Da observação dos fatos e dados da vida objetiva resultou a ideia de que todos os homens
sendo iguais deveriam desfrutar dos mesmos direitos. Ressalve-se que nenhum pré-moderno
havia duvidado de que todos os seres humanos fossem detentores de idêntica humanidade,
embora a abordagem metafísica do ser não tenha permitido que essa visão inspirasse o direito,
então, em boa medida destinado a codificar a desigualdade. A ideia de estender igualdade jurídica
à igualdade natural inaugura a modernidade com a qual nos identificamos. Essa concepção se
consolida no contexto revolucionário francês, como sabemos, com a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão (1789). Desde então, a ciência não deixou de ampliar os dados que
comprovam a unidade de nossa espécie da mesma forma que o direito fortaleceu ideias e

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procedimentos que sustentam a igualdade jurídica.

Mas nossa modernidade não é pacífica e repousa sobre uma enorme fenda que já nos primeiros
momentos da Revolução Francesa apontava tanto no sentido do direito comum, da liberdade e da
democracia quanto no sentido da tirania. Essa fenda é a força imperceptível que ainda matiza a
nossa percepção política e, como um processo, demanda a interação de nossa consciência e
decisão. Sua tensão se mostra perceptível quando na França de 1793 se impôs o Terror, quando
na Europa da primeira metade do século XX totalitarismos se estabeleceram. Tudo indica que
nesse momento o mundo entra em uma nova fase de turbulência contrária às convicções
democráticas. Isso não quer dizer que a mudança não ocorra, mas que nem sempre ela tem a face
benfazeja que esperamos. A novidade nesse terreno instável é que o terror dos nossos tempos
acontece depois que a potência do mal contida na supressão da humanidade de alguns foi
disseminada. Então nossa modernidade tem dois caminhos diante de si. A partir disso, caberia a
cada um, quando pensa em Direitos Humanos, perguntar-se que tipo de “moderno” é, ou seja, que
potências da modernidade gostaria de ver fundamentar o mundo do presente e o do futuro. Como
mostrou Hannah Arendt a partir da consideração dos fatos que cercaram o julgamento de Adolf
Eichmann, a negação da humanidade do povo judeu pelo burocrata nazista, só foi possível porque
primeiramente ele abriu mão da própria humanidade ao abdicar de sua capacidade de julgamento
dos fatos, ao desistir de preservar sua capacidade de decidir, ou seja, de ser livre. Eichmann em
suas próprias palavras “apenas seguia ordens”. Ou seja, ele apenas dava prosseguimento à
cadeia de memorandos da qual ele era “apenas” um ele transmissor. O poder aniquilatório de
certas ideias e situações nem sempre é evidente. Por isso precisamos estar atentos.

Os Direitos Humanos dizem respeito à nossa condição humana e à condição universal de sua
inalienabilidade, diz respeito também à nossa liberdade e contribuição na concretização de
democracias plenas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 70 anos,
resultou – no mundo dilacerado de 1948 – da consciência de que a destruição provocada pela
segunda Grande Guerra foi motivada por uma forma silenciosa de violência que consiste
fundamentalmente na negação do outro, ou seja, na negação do reconhecimento de sua condição
humana e de seu direito à vida, à liberdade e à identidade. Assim, é importante que se diga que os
Direitos Humanos têm de ser abordados em sua relevância abrangente e universal. É comum
pessoas fazerem julgamentos negativos sobre seu valor, motivadas pelo medo e ressentimento
ligados a eventos pontuais. É preciso, portanto, por meio de informações, que fique claro que os
Direitos Humanos não podem ser avaliados desse ponto de vista uma vez que eles se aplicam ao
próprio direito de reconhecimento de nossa humanidade. Colocá-los em questão, ameaça tornar
esse reconhecimento irrelevante para qualquer um. Cabe à Universidade mostrar os dados que
tornam evidentes que os Direitos Humanos interessam, que eles ainda são um ideal a ser atingido
e que os mecanismos que podem garantir sua realização são justos. Os Direitos Humanos
correspondem primeiramente ao nosso senso de justiça e à verdade auto evidente de que todos os
seres humanos são iguais.

Aluno: Natanael Vieira de Oliveira


RA: 4185145

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