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Realização da Semana de Arte Moderna

Na semana de arte moderna que aconteceu em São Paulo no ano de


1922, não havia apenas exposição literária, mas também exposição de arte no
modo geral, como literatura em prosa e verso, pintura, escultura arquitetura e
música que estavam presentes durante todo o evento. Na livraria e editora “O
Livro” acontecia encontros e conferências que posteriormente passou a ser no
teatro municipal.
Graça Aranha e Menoti del Picchia foram responsáveis por fazer uma
das conferências e como pradinho desse movimento tiveram Cândido Mota
Filho que era diplomata e membro da academia brasileira de letras. A semana
de arte moderna aconteceu de 11 a 18 de fevereiro de 1922 e teve a seguinte
programação, nas artes plásticas: Anita Malfatti, Ferrignac, Almeida Prado,
John Graz, Martins Ribeiro, Vicente do Rego Monteiro e Zina Aita; na escultura:
Victor Brecheret e W. Haerbeg; na arquitetura: Antônio Moya e George
Przirembel; na música: Vila Lobos e Guiomar Novais; e na dança: Yvonne
Daumerie.
O evento foi organizado em 3 espetáculos que aconteceu nos dias 13,
15 e 17 de fevereiro. No dia 13, aconteceu a conferência de Graça Aranha,
intitulada “A emoção estética na arte moderna”; a poesia de Guilherme de
Almeida e Ronald de Carvalho; o concerto de Vila Lobos: “Três Danças
Africanas”; 3 solos de piano, de Ernani Braga, e a conferência de Ronald de
Carvalho: “A pintura e a escultura moderna no Brasil”.
Já no dia 15 aconteceu a conferência de Menotti del Picchia: “Arte
Moderna”; declamações de Mário de Andrade e Ronald de Carvalho; a leitura
de trechos de “Os condenados”, de Oswald de Andrade; a leitura de “Os
pássaros de aço”, por Agenor Barbosa; a dança ficou por conta de Yvonne
Daumerie; o concerto musical a cargo de Guiomar Novais. E no dia 17, que foi
considerado o dia mais tranquilo, apresentaram-se Villa Lobos e vários
músicos. O público vaiou intensamente nos outros dias, já no dia 17, além de
reduzido, comportava-se de forma mais respeitosa, só foi Villa Lobos ter
entrado de fraque, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com
chinelo, que essa vestimenta é interpretada como uma atitude futurista e
desrespeitosa; o artista foi impiedosamente vaiado. Mais tarde, o maestro
explicaria que não se tratava de modismo e sim, de um calo inflamado.
A reação dos jornais da época deu um tom de conservadorismo, mas a
despeito dessas reações, o evento renovou a mentalidade nacional, pois
reivindicava a autonomia artística e literária brasileira. O movimento foi um
divisor de águas na história da nossa literatura brasileira.

Os Manifestos Brasileiros
Os poetas modernistas produziram alguns manifestos, como feito em
expoentes da vanguarda europeia. Oswald de Andrade produziu dois
manifestos, são eles o “Manifesto Pau-brasil”, de 1924 e o “Manifesto
antropofágico”, de 1928.
Antropofagia significa devoração humana, que é a palavra-chave do
manifesto antropofágico.

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