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Humor no Trabalho

Maria Luís Martins Pereira up201804586


Marta Carvalho Matos Pereira up202202801
Raquel de Castro Morais up201805598

Comportamento Organizacional
Mestrado em Economia e Gestão de Recursos Humanos

Professor:
Eduardo André da Silva Oliveira

2022/2023
Resumo
O humor tem acompanhado os indivíduos ao longo das gerações, pelo que o
próprio conceito de humor tem mudado ao longo do tempo. Importa perceber que
embora o humor possa ser usado no contexto positivo, pode ser também usado de uma
maneira negativa, quer seja por parte dos indivíduos face a um recetor, ou o recetor ser
o próprio emissor, em prol de divertir os outros em volta.

Deste modo, irão ser estabelecidas três hipóteses que relacionam um estilo de
humor com uma variável que pode afetar o mesmo. Concretamente, o humor afiliativo,
agressivo e auto valorativo com a coesão grupal, segurança psicológica e diversão no
trabalho, respetivamente. Através do software spss, conclui-se que os resultados
analisados são estatisticamente significativos, pelo que se segue uma discussão de
resultados para aferir os motivos destes resultados, assim como evidenciar limites que
complementam as justificações. No final, são expostas as referências bibliográficas
utilizadas para suportar o estudo realizado.

Palavras-chave: humor, humor afiliativo, humor auto valorativo, humor


autodepreciativo, humor agressivo, segurança psicológica, coesão grupal, thriving at
work, diversão no trabalho
Índice
Introdução....................................................................................................................................4
Revisão de Literatura...................................................................................................................5
Formulação das hipóteses............................................................................................................7
Metodologia.................................................................................................................................8
Objetivo....................................................................................................................................8
Amostra....................................................................................................................................8
Procedimento...........................................................................................................................9
Resultados....................................................................................................................................9
Caracterização da amostra.......................................................................................................9
Análise fatorial.......................................................................................................................10
Estatísticas descritivas............................................................................................................11
Testes de hipóteses e discussão.............................................................................................12
Limitações ao estudo..............................................................................................................14
Conclusão...................................................................................................................................15
Referências Bibliográficas..........................................................................................................16
Introdução
No âmbito da unidade curricular de Comportamento Organizacional,  que faz
parte do programa de mestrado de Economia e Gestão de Recursos Humanos da
Faculdade de Economia do Porto, irá ser feito um estudo relativamente ao humor no
trabalho.

Deste modo, importa estudar a literatura existente acerca do humor, assim como
os seus estilos (afiliativo, auto valorativo, autodepreciativo, agressivo) e as variáveis
(segurança psicológica, coesão grupal, thriving at work, diversão no trabalho) que
afetam o humor dos elementos das equipas organizacionais. De seguida, formular
hipóteses de acordo com a literatura revista e testar através de uma base de dados de 197
inquiridos. Importa referir que estes inquiridos são conhecidos/familiares dos alunos do
mestrado em questão, tendo sido enviado o mesmo inquérito a todos os participantes,
elaborado pelo professor Eduardo Oliveira. Não menos importante, analisar os
resultados obtidos, assim como limitações relevantes na realização do trabalho.
Revisão de Literatura
           Nesta seção do trabalho, será feita uma análise da literatura existente, que será
pertinente na realização do estudo. O humor é um conceito universal, sendo que tem
vindo a acompanhar as culturas ao longo dos anos, bem como as suas mudanças em
contexto sociocultural. Dito isto, o humor pode ter várias definições (Billig, 2005).
Embora haja uma tamanha complexidade associada à definição de humor, existe um
consenso comum em atribuí-lo a uma mudança positiva, através da manifestação de riso
a estímulos verbais como anedotas ou comentários (Bakar, 2018).

Martin, Puhlik-Doris, Larsen, Gray, e Weir (2003) desenvolveram um estudo em


que conseguiram diferenciar quatro estilos de humor (afiliativo, auto valorativo,
agressivo e autodepreciativo), em que os dois primeiros são potencialmente benéficos
para o bem-estar, e os outros dois são prejudiciais para o mesmo. Em primeiro lugar, o
humor afiliativo refere-se à tendência para dizer coisas engraçadas, para contar piadas,
divertindo os outros, tendo efeitos como facilitar as relações e reduzir as tensões
interpessoais. Trata-se de um humor essencialmente não hostil e tolerante e que,
possivelmente, aumenta a coesão interpessoal. Em segundo lugar, o humor auto
valorativo refere-se à tendência para manter uma visão humorística da vida, mesmo que
não seja para divertir os outros, ao contrário do humor referido anteriormente, e para
suavizar as incongruências da vida. Visa manter uma perspetiva humorística mesmo
perante o stress ou a adversidade, usando o humor como uma estratégia de
sobrevivência. Em terceiro lugar, o humor agressivo é a tendência para usar o humor
com o objetivo de criticar ou manipular os outros, através de sarcasmo, provocação,
bem como o uso de formas de humor potencialmente ofensivas (por exemplo, sexistas
ou racistas). Este tipo de humor é visto como um meio de pôr o indivíduo que produz
este tipo de humor em um nível “superior” face ao indivíduo que é alvo deste discurso.
Finalmente, o humor autodepreciativo envolve tentativas de divertir os outros fazendo
ou dizendo coisas engraçadas à sua própria custa, e rir juntamente com os outros quando
se é ridicularizado ou menosprezado. Também envolve o uso do humor como uma
forma de negação defensiva, para esconder os sentimentos negativos subjacentes ou
evitar lidar construtivamente com os problemas. Este estilo de humor é visto como uma
tentativa de obter a aprovação dos outros.
Importa agora estudar as variáveis que podem ter impactos nas equipas
organizacionais, face à utilização de diferentes tipos de humor: segurança psicológica,
coesão grupal, thriving at work e diversão no trabalho. Relativamente à segurança
psicológica, esta é definida como uma crença comum sobre as consequências da tomada
de riscos interpessoais, sendo a confiança um fator chave para a existência da segurança
psicológica. Consegue-se perceber a utilidade da segurança psicológica para a maior
compreensão dos processos de aprendizagem pelos membros da equipa. (Edmondson,
1999). Quanto à coesão grupal, o humor pode contribuir para um sentimento de bem-
estar no grupo de colaboradores, contribuindo para a existência de relações
interpessoais. (Gockel & Kerr, 2015). Esta coesão grupal aumenta a confiança,
identidade e eficácia em atingir os resultados enquanto empresa, assim como o aumento
do potencial em dar resposta face a novos desafios (Martineau, 1972). O thriving at
work contribui para uma experiência de vitalidade, mais energia, e aprendizagem, em
que estão a ficar cada vez melhores nas suas tarefas. (Spreitzer, Sutcliffe, Dutton,
Sonenshein, & Grant, 2005). Esta sensação é importante porque melhora a saúde e o
desenvolvimento pessoal dos trabalhadores (Spreitzer, 2005), assim como evita o
breakdown (Maslach, 2003). Desse modo, prosperar não só tem o potencial de melhorar
uma variedade de resultados cruciais para os indivíduos, tais como iniciativa de
desenvolvimento de carreira e saúde em geral, mas também pode beneficiar a
organização através do aumento do desempenho e da redução dos custos dos cuidados
de saúde. Finalmente, a diversão no trabalho pode ser descrita como o envolvimento de
qualquer atividades sociais, interpessoais ou de tarefas no trabalho, de natureza lúdica
ou humorística que proporcionam a um indivíduo diversão, gozo ou prazer (Fluegge,
2008). Para além disso, a diversão e o humor podem ajudar os trabalhadores a sentirem-
se bem, aliviando o stress e melhorarando o estado de saúde (Bryant, 2011).  Diversão,
criatividade e humor podem ter um efeito positivo que pode reduzir o absentismo, reter
pessoas de alta qualidade, e reduzir a rotatividade dos empregados (Rockman, 2003).
Empregados com alto nível de moral podem facilitar a realização dos objetivos da
organização, o aumento da produtividade e das vendas.  (McFadzean e McFadzean,
2005).
Formulação das hipóteses
O humor afiliativo ajuda na construção de relações, melhorando as interações
sociais (Martin et al, 2003). Por facilitar as relações interpessoais e promover um
ambiente positivo nas organizações, o humor afiliativo é frequentemente utilizado com
o intuito de unir as pessoas e equipas. Nesse sentido, a primeira hipótese formulada foi a
seguinte:

H1: O humor afiliativo está positivamente relacionado com a coesão grupal.

As pessoas que utilizam o humor agressivo procuram frequentemente alcançar


um estatuto de superioridade, fazendo-o através da vitimização, depreciação,
manipulação e desrespeito pelos demais (Zillman, 1983). Esta abordagem associada à
inferiorização dos colegas, pode desenvolver nos recetores comportamentos neuróticos
(Martin et al. 2003). Assim sendo, a segunda hipótese foi:

H2: O humor agressivo está negativamente relacionado com a segurança


psicológica.

Quem pratica humor auto valorativo, apresenta geralmente uma visão


humorística e uma atitude positiva perante as adversidades (Kuiper, Martin, & Olinger,
1993). Apesar deste estilo de humor ser mais centrado no próprio indivíduo (Martin et
al., 2003) e ser uma espécie de mecanismo de defesa, o adotar de uma perspetiva
humorística permite manter relações saudáveis no ambiente de trabalho. Desse modo, a
terceira hipótese foi:

H3: O humor auto valorativo está positivamente relacionado com a diversão no


trabalho.
Metodologia
Objetivo

O principal objetivo desta investigação é averiguar o impacto do humor nas


equipas de trabalho das organizações, em particular, avaliar a relação entre o humor
afiliativo e a coesão grupal, como o humor agressivo se reflete na segurança psicológica
e como o humor auto valorativo se associa com a diversão no trabalho.

Amostra

As pessoas que constituem a amostra foram selecionadas por fazerem parte de


grupos de trabalho com 5 indivíduos ou mais e com um líder formal associado, sendo
necessário para a viabilidade do questionário que pelo menos 5 elementos da equipa e o
seu líder preenchessem tanto o primeiro questionário, como o segundo, aplicado 15 dias
depois.

Procedimento

           Além da revisão de literatura, para a concretização da investigação procedeu-se


a uma recolha de dados através da aplicação de inquéritos distintos para líderes e
liderados, em dois momentos no tempo.

No primeiro inquérito começou por se reunir dados sociodemográficos dos


participantes, para posterior caracterização da amostra, e foi definido pelos inquiridos
um código individual que permitiu associar cada indivíduo à segunda fase do inquérito.
Nas perguntas realizadas procurou-se obter informação dos estilos de humor (afiliativo,
auto valorativo, agressivo autodepreciativo), acerca de variáveis moderadoras
(apreciação, produção e perceção do humor do líder, competência e consideração do
líder, suporte ao ambiente social da equipa) e ainda uma marker variable.

Concluída a primeira fase, 15 dias depois procedeu-se ao envio dos links para o
preenchimento do segundo inquérito, onde se pretendeu obter dados sobre os possíveis
outcomes do humor (diversão no trabalho, coesão grupal, segurança psicológica,
thriving at work), variáveis moderadoras (eficácia percebida do líder, confiança do líder,
carisma percebido do líder) e, de novo, uma marker variable.
Finalizado o processo de recolha de dados, organizou-se a informação no
Microsoft Excel e procedeu-se a realizar a análise de dados e testes de hipóteses no
software IBM SPSS Statistics.

Resultados
Caracterização da amostra

A amostra desta investigação abrangeu 46 equipas, com uma dimensão média de


11 elementos, sendo, em média, 8 do sexo feminino. Relativamente às áreas de trabalho
das equipas, 20 trabalhavam na Área de Prestação de Serviços (43.48%), 10 na
categoria Outro (21.74%), 7 equipas na Área da Indústria (15.22%), 3 na Área da
Formação, Ensino e Educação, 2 na Área de IT e Telecomunicações e 2 na Área dos
Transportes e Logística. Na Área da Restauração, Hotelaria e Turismo e na Área dos
Serviços Sociais existia apenas 1 equipa em cada.

O estudo conta com 197 inquiridos, sendo 46 líderes (23.4%) e 151 liderados
(76.7%). Do total dos respondentes, 132 eram do género feminino (67%), 64 do género
masculino (32.5%) e 1 não-binário (0.5%). As pessoas apresentavam idades
compreendidas entre os 20 e os 66 anos, situando-se a média nos 38 anos. Quanto à
nacionalidade, contabilizou-se 181 indivíduos portugueses (91.9%), 15 de nacionalidade
brasileira (7.6%) e apenas 1 de nacionalidade alemã (0.5%). Relativamente às
habilitações, quase metade (45.7%) dos respondentes possuíam
Bacharelato/Licenciatura, 31.5% tinham Pós-Gradução/Mestrado, 19.3% detinham o
ensino secundário, 3.1% indivíduos tinham o ensino básico e apenas 1 pessoa
apresentava doutoramento (0.5%). Por último, no que respeita à antiguidade, os
inquiridos estão, em média, na organização há 8 anos e a desempenhar a sua função, em
média, há 7 anos.

Análise fatorial

         Na análise de dados, começou por se realizar uma análise fatorial confirmatória,
de modo a reduzir as variáveis necessárias (Pestana & Gageiro, 2014) e efetuou-se
testes de KaiserMeyer-Olkin (KMO) e Bartlett para verificar a homogeneidade das
variáveis da análise fatorial, estando os valores adequados entre 0.5 e 1 (Malhotra et al.,
2017). Considerou-se ainda na análise fatorial confirmatória as comunalidades, os pesos
fatoriais e a percentagem de variância explicada.

         No que respeita aos resultados dos testes de KMO e Barlett, as variáveis do
humor afiliativo, humor auto valorativo, coesão grupal e humor agressivo apresentaram
valores bons, entre 0.8 e 0.9. A segurança psicológica possuía valores medíocres,
situados entre 0.6 e 0.7. A diversão no trabalho apresentou o valor mais baixo, situado
no limite inferior, em 0.5.

Quanto às comunalidades, deve-se remover os itens com níveis inferiores a 0.3


(Bearden et al.,1999) pois podem não estar relacionados com os restantes. Na análise
realizada, apenas AUR6 e GR3 apresentaram valores de comunalidades inferiores a 0.3,
tendo sido por isso retirados.

No que concerne aos pesos fatoriais (loadings), não são admissíveis os que são
inferiores a 0.5. Desse modo, foram retirados da análise de componente principal todos
os que não cumpriam esse requisito.

Relativamente às variâncias, o fator da diversão no trabalho foi o que apresentou


a maior percentagem de variância explicada, nomeadamente 88%. O segundo fator a
destacar-se foi o da segurança psicológica, que explicou 72.32% da variância. Por sua
vez, o fator da coesão grupal teve uma percentagem de variância explicada de 66.19%.
O fator do humor auto valorativo explicou 59.30% da variância e o do humor afiliativo
54.30%. Em último lugar, tem-se o fator do humor agressivo que explicou 48.88% da
variância.

Após a análise descrita acima, calculou-se o Alfa de Cronbach, que varia entre 0
e 1 (mas não deve ser inferior a 0.7), para avaliar a consistência interna dos fatores. Nas
variáveis humor afiliativo, coesão grupal, segurança psicológica, humor auto valorativo
e diversão no trabalho, verificou-se uma consistência boa, com o Alpha de Cronbach a
assumir valores superiores a 0.8. Por sua vez, para o humor agressivo, o valor foi
ligeiramente inferior, 0.78, apresentando assim uma consistência razoável.
Estatísticas descritivas

Tabela 1 - Estatísticas descritivas das variáveis da Hipótese 1

Tabela 2 - Estatísticas Descritivas das variáveis da Hipótese 2

Tabela 3 - Estatísticas Descritivas das variáveis da Hipótese 3

Para as variáveis utilizadas em cada hipótese realizamos estatísticas descritivas


contendo o mínimo, máximo, média e desvio padrão. Porém, como se tratam de
variáveis estandardizadas, a média em todas elas apresenta valor 0 e um desvio-padrão
igual a 1.
Testes de hipóteses e discussão

Depois de realizada a apresentação das hipóteses de estudo e da amostra,


procedeu-se à análise de regressão linear, de forma a permitir modelar as relações entre
as variáveis em questão. Assim, sendo, ir-se-á apresentar os resultados das análises de
regressão linear face às variáveis dependentes e independentes, de maneira que isso
permita prever os valores de uma determinada variável dependente em função dos
valores das variáveis independentes.

Tabela 4 - Regressão linear da Hipótese 1

Através dos dados obtidos na tabela 4, observa-se que é estabelecida uma


relação estatisticamente significativa (β=0.402, p-value<0.001) entre a variável
dependente (coesão grupal) e a variável independente (humor afiliativo), que indica uma
relação positiva entre as variáveis. Desta maneira, é possível suportar a hipótese relativa
à relação entre humor afiliativo e coesão grupal. Nesta regressão obteve-se um R
quadrado ajustado de 15.6%, o que significa que 15.6% da coesão grupal é explicada
pelo uso humor afiliativo. Interligando isto face à revisão da literatura, podemos dizer
que o humor afiliativo, caracterizando-se como algo positivo, vai influenciar
positivamente na coesão do grupo, de maneira a que estes se sintam mais integrados, e
desta forma, verificou-se efetivamente que existe uma relação positiva face a estas duas
variáveis, no sentido em que quando uma mexe, a outra também vai ser afetada. 
Tabela 5 - Regressão linear da Hipótese 2

No caso das informações apresentadas na tabela 5, pode-se observar que a


relação entre a segurança psicológica (variável dependente) e humor agressivo (variável
independente) é negativa e significativa (β=-0.312, p-value<0.001). Aqui o R quadrado
ajustado foi de 9.1%, ou seja, apenas 9.1% da segurança psicológica é explicada pelo
humor agressivo. A segurança psicológica é algo cada vez mais importante para os
indivíduos, pelo que esta irá ser afetada caso a pessoa se sinta em ameaça, e muitas
vezes, e humor agressivo pode transmitir-se dessa forma, o que se vai traduzir em
situações desconfortáveis e de mau estar seja a nível individual quer a nível grupal. 

Tabela 6 - Regressão Linear da Hipótese 3

Por último, no que se refere à relação entre a variável diversão no trabalho


(dependente) e humor auto valorativo (independente), pode-se dizer que existe uma
relação positiva e significativa (β=0.570, p-value<0.001) face à variável humor auto
valorativo. Nesta regressão obteve-se um R quadrado ajustado de 32%, o mais elevado
face às regressões anteriores. Isto significa que 32% da diversão no trabalho é explicada
pelo humor auto valorativo. 
Limitações ao estudo 

A partir da interpretação dos dados estatísticos face ao estudo apresentado,


foram sentidas algumas limitações, uma delas em relação à própria amostra, no sentido
em que é bastante diversificada, em termos de áreas, pelo que é uma amostra por
conveniência, pois cada grupo de trabalho escolheu a quem aplicar o questionário, pelo
que não seja uma amostra representativa da população e desta forma, não se consiga
generalizar as próprias conclusões obtidas. 
Outra limitação prende-se com o facto de pelo questionário ser aplicado em dois
momentos distintos, nem todos os grupos conseguissem ter o mesmo número de
respostas face a cada um dos momentos. 
Pode-se também apontar o facto de não terem sido analisadas todas as variáveis
disponíveis no estudo, e também por essa razão, as mesmas poderiam influenciar as
relações estabelecidas, conseguindo condicionar de forma diferente os resultados. Por
fim, os questionários foram aplicados a equipas entre 5 a 6 elementos, e neste sentido,
no caso de terem sido apresentados a elementos diferentes, isso poderia também
provocar resultados e perspetivas diferenciadas. 
Conclusão 

Através da realização deste trabalho pôde-se abordar o tema do humor no


trabalho, algo que de modo universal leva a pensar em mudanças positivas, contudo
também pode ter o seu lado negativo. 
A partir da formulação de três hipóteses distintas, tentou-se perceber as relações
que isso poderia implicar face à forma como determinados estilos de humor podem
afetar os indivíduos, e desta forma, de uma maneira geral, conseguiu-se verificar que
estilos de humor positivos, acabam por apresentar coeficientes de regressão positivos
(Hipótese 1 e 3) e estilos de humor negativos coeficientes negativos Hipótese 2).
Depois de analisada a revisão da literatura face à temática em tudo, e após a
formulação das nossas hipóteses iniciais, concluiu-se também, que diferentes estilos de
humor, positivos ou negativos, vão influenciar da mesma forma determinadas variáveis.
Contudo, também se identificaram algumas limitações que acabaram por dificultar a
análise estatística e correlacional do estudo empírico. 
Assim sendo, acreditamos que esta é uma temática de grande importância para
estudos futuros, no sentido em que quanto mais representativa a amostra mais resultados
concretos conseguimos ter, pelo facto de que diferentes elementos das equipas poderiam
ter influenciado de outra forma o próprio estudo. Como uma pista futura para outros
estudos, apontamos o facto de devido à pandemia, muitos indivíduos passaram a ter um
modo de trabalho remoto ou híbrido, e seria, por isso, interessante tentar perceber de
que forma é que estas novas formas de trabalho podem influenciar esta questão do
humor, devido essencialmente à maior distância física no espaço de trabalho e como é
que o humor pode ou não influenciar positivamente ou negativamente. 
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