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Principais Conflitos Empresariais e suas consequências

Consideram-se como tipos de conflitos empresariais toda controvérsia, desavença, polémica, choque
de interesses ou disputa que ocorre em uma empresa. Infelizmente, nem sempre se sabe lidar
adequadamente com essas situações, o que acaba por gerar uma série de prejuízos financeiros e
relacionais, mas que podem envolver também todo um departamento jurídico, o poder judiciário,
ações judiciais, mal estar, perda de colaboradores, a necessidade de se buscar mediação, conciliação,
etc.
Os conflitos fazem parte da nossa realidade. Ninguém pensa ou age de uma maneira idêntica, o que
significa que, em alguns momentos, haverá discordâncias e desencontros. As opiniões divergentes
são saudáveis em equipes maduras com pluralidade de pensamento, e desafio por buscar melhores
soluções e resoluções melhor pensadas deve ser até valorizado. Mas, por mais que um grupo conviva
bem entre si ou esteja bem-alinhado com a empresa, existirão os momentos de divergências mais
tensas para as organizações ou pessoas envolvidas. A maior questão é saber como gerenciar as
controvérsias, evitando excessos e também agravamentos e impactos negativos sobre a
produtividade, segurança psicológica dos envolvido, até o risco da perda de resultados práticos.
O objetivo do gerenciamento não deve ser eliminar completamente os eventos, como afirmamos são
por vezes muito saudáveis, mas sim evitar os conflitos que geram os desgastes, assim como suas
consequências negativas.
Sem a gestão adequada, técnicas e métodos, os conflitos institucionais podem, como se vê inúmeras
vezes, gerar sérios impactos para o clima organizacional e até prejudicar a execução das metas de
uma equipe. Neste conteúdo vamos mostrar quais são os principais tipos de conflitos empresariais,
quais são os malefícios dos de difícil solução e o que podem causar em termos de custo. Também
procuraremos oferecer um método para a solução de conflitos para você saber melhor como lidar
com eles, entre outros aspectos.
Quais são os principais tipos de conflitos empresariais?
De modo geral, os conflitos podem se dar de diferentes formas:
 Eles podem ser intrapessoais, ocorrendo em um único indivíduo com ele mesmo. É o que acontece
quando entramos em choque com nossos valores, por exemplo.
 Podem ser interpessoais, ocorrendo entre duas ou mais pessoas;
 Podem se dar dentro de um mesmo grupo, setor ou equipe (intragrupais);
 Ou ocorrer entre equipes e departamentos (intergrupais).
Aqui, vamos focar nas três últimas modalidades, mas vale lembrar que os conflitos intrapessoais
também devem ser abordados com cuidado e empatia, pois envolvem questões emocionais e
momentos difíceis para a pessoa. A seguir listamos alguns dos principais tipos de conflitos entre
pessoas ou grupos.
1. Conflito latente
Tratam-se de conflitos não declarados. São aqueles não mencionados, que não ficam evidentes e nem
os próprios envolvidos o percebem com clareza. Eles podem sentir incómodos, mas ainda não
perceberam o conflito racionalmente. Geralmente, esse tipo de conflito não é trabalhado pelos
gestores, o que pode ser um erro, já que isso pode ser um gatilho para problemas maiores. Não
significa, no entanto, se apegar exageradamente, tentando identificar e se aprofundar em cada
pequeno incômodo no seu time.
2. Conflito percebido
O conflito percebido é aquele em que os envolvidos já têm consciência e uma maior clareza de sua
existência. Apesar de o perceberem racionalmente, ainda não se manifestaram abertamente em
relação ao problema. Também pode acontecer de o conflito ser percebido por apenas uma das partes
ou por terceiros. Esse tipo também pode ser o início de um atrito maior, caso não se procure a sua
resolução.
3. Conflito sentido
Esse conflito pode ou não ser percebido por terceiros, mas gera tensão e impactos emocionais em ao
menos uma das partes. É o conflito que afeta principalmente o psicológico dos envolvidos, podendo
levar a sérias consequências, tanto para os indivíduos quanto para a sua atuação na empresa.
É muito importante ter cuidado, pois mesmo com esses efeitos, esse conflito pode ainda não ter se
manifestado. Assim, alterações no comportamento de uma pessoa, como raiva, irritação, maior
sensibilidade, inibição ou abalos emocionais devem ser investigadas com cautela, respeito e empatia.
A pessoa não deve ser punida ou julgada como culpada. Além disso, o sigilo ao conversar com o
afetado, a confiabilidade e a discrição são aspectos necessários nesse sentido.
4. Conflito manifesto
Consiste na etapa em que o conflito já é evidente em ambas as partes e também é percebido com
bastante clareza por terceiros. É quando ao menos uma das partes o manifesta, havendo ações de
interferência passiva ou ativa. Esse conflito é capaz de interferir profundamente na dinâmica e no
relacionamento da organização.

Quais fatores causam conflitos empresariais?


Agora que você conhece os tipos de conflitos laborais, é importante também entender os seus
possíveis motivos. Listamos alguns deles a seguir!
1. Falhas na comunicação interna
Sem uma comunicação interna bem-estruturada, o que se nota é um efeito parecido com o da
brincadeira "telefone sem fio". Há a presença de informações descentralizadas e decisões que podem
gerar conflitos de interesses entre os departamentos.
Uma empresa precisa de um planejamento adequado, inclusive para aspectos bem práticos. Cada
departamento tem as suas próprias funções, mas é preciso construir uma boa interação entre elas. É
importante observar o negócio como um todo e organizá-lo de forma que um setor contribua para o
outro.
Para que isso funcione no dia a dia, a comunicação interna precisa ser clara, concisa e sempre
alinhada com os objetivos da organização. Do contrário, aumenta-se o risco de discórdia e disputa
entre as áreas. Aliás, outro fator relevante é mostrar que toda equipe, gestor e funcionário é
importante e valorizado pela empresa.
2. Ausência de processos adequados
Da mesma maneira que a comunicação interna faz grande diferença na resolução de conflitos
empresariais, uma boa gestão de processos contribui diretamente com a maneira como os problemas
são resolvidos à medida que surgem. Infelizmente, muitas empresas não definem nem padronizam
seus processos adequadamente e isso gera grande margem para novos conflitos empresariais.
3. Clima organizacional ruim
Sem dúvida, esse é um dos tipos de problemas empresariais mais comuns e costuma ocorrer pela falta
de investimento em estratégias e ações que contribuam para garantir uma relação saudável entre os
funcionários.
A tendência é que discussões, desavenças e conflitos se tornem presentes no cotidiano. Dado o
contexto, é necessário promover ações que ajudem a desenvolver um clima organizacional amigável,
pois isso pode reduzir as possibilidades de conflitos no ambiente de trabalho.
Além disso, o bem-estar e a qualidade de vida também fazem toda a diferença para o clima. Se a
empresa não oferece boas condições e não valoriza a saúde física e mental dos funcionários, é
evidente que haverá um alto nível de estresse e, portanto, maiores chances de conflito.
Da mesma forma, se os gestores tratam os colaboradores de forma inadequada, com intimidação ou
desrespeito, a insatisfação, a tensão e os atritos serão bem mais recorrentes.
4. Escassez de recursos
A escassez de recursos também pode elevar o estresse, a tensão e a competitividade negativa. Se há
falta de pessoal, por exemplo, os funcionários podem ser sobrecarregados. Se faltam equipamentos,
eles podem competir e conflitar entre si para utilizar os disponíveis.
Mesmo que pareçam coisas pequenas, a frequência desses atritos e desconfortos acaba intoxicando o
clima empresarial. As pessoas começam a construir rivalidades e desavenças. Assim, é importante
ficar atento, procurar disponibilizar um procedimento adequado, treinar as pessoas para
desempenharem uma boa postura técnica e construir melhores relações.
5. Mudanças na organização
Mudanças e transições também fazem parte das empresas, em determinados momentos. É
compreensível, porém, que isso gere tensão e preocupe os colaboradores. Existe o medo de ser
demitido, de não saber como lidar com as novidades ou de reduções no salário, por exemplo. Isso
pode gerar rivalidade, desconfiança ou mesmo um clima mais denso, levando a atritos.
Assim, é importante ter muito cuidado ao fazer uma transformação. Seja implementando um novo
processo, alterando algo na estrutura, nos recursos ou no funcionamento, é fundamental dar o devido
suporte aos funcionários. Estar aberto a tirar dúvidas, ter transparência, fazer as mudanças com
paciência e de maneira gradativa são algumas medidas de extrema relevância.
6. Conflitos por alta competitividade
A empresa deve tomar muito cuidado com seu modo de lidar com a competitividade, seja entre os
funcionários ou as equipes. O mercado atual já estimula o comportamento competitivo, mas o próprio
negócio pode tornar isso ainda mais negativo. Privilegiar certas pessoas ou áreas, por exemplo, pode
incentivar a raiva, o atrito e prejudicar o senso de trabalho em equipe.
Assim, é fundamental tomar cuidado com as ações implantadas, inclusive no que diz respeito a
recompensas. Ninguém deve se sentir inferiorizado. No entanto, a competitividade também pode
surgir de outras motivações, como desejo por status, ganância ou excesso de ambição e disputa por
poder.
7. Conflitos de perspectivas
Conflitos podem surgir por diferentes opiniões, visões de mundo e preferências. Isso pode se dar em
uma tomada de decisão ou em qualquer momento. Como explicamos, é natural que aconteçam
divergências de pensamentos, mas é preciso ter cuidado para que esses conflitos não gerem maiores
problemas.
É preciso incentivar o respeito e a escuta, mesmo que não haja total concordância. A diversidade é
algo muito positivo para as empresas. Ela aumenta a criatividade, torna os processos mais
humanizados e amplia as perspectivas do negócio, devendo ser estimulada. No entanto, as
divergências vão ocorrer mesmo entre aqueles indivíduos extremamente semelhantes.
Para além desses fatores, os conflitos podem ser causados por outras situações, inclusive por
desrespeito aos direitos dos funcionários ou por uma busca inadequada por autonomia. Agora vamos
apresentar algumas das suas consequências.

Quais as consequências que os conflitos trazem para a organização?


Já conhecendo os principais tipos de conflitos empresariais e os motivos que causam esses problemas
entre colaboradores, podemos afirmar também quais os impactos que eles podem gerar para a
empresa. Por exemplo:
 instigam comportamentos irresponsáveis;
 aprofundam as diferenças entre os funcionários;
 estimulam a polarização entre indivíduos e grupos;
 dificultam a comunicação, interação e cooperação;
 geram desgaste emocional;
 afetam os resultados da empresa;
 desencadeiam ações judiciais;
 podem romper relacionamentos;
 criam suspeitas e desconfianças;
 podem levar os líderes a adotarem um perfil autoritário.
Entretanto, quando bem administrados, os conflitos empresariais podem ser grandes oportunidades de
melhorias, mudanças e desenvolvimento.

Como lidar com os conflitos?


A forma de gerir conflitos com a finalidade de chegar a soluções depende principalmente do estágio
em que os problemas se encontram, além da sensibilidade do mediador em notar suas existências, já
que existem inclusive formas de conflitos não declaradas, como já mencionamos.
Sendo assim, o primeiro passo — e o melhor caminho para solucionar qualquer desavença — é
estabelecer um diálogo aberto, partindo da premissa de que todas as partes envolvidas precisam se
desarmar e apresentar claramente as divergências identificadas, sempre buscando um clima amistoso,
ético e profissional. O impacto dessa primeira abordagem é dar chance para que os fatos sejam
esclarecidos sem ativar sistemas de defesa imediatamente ao tratar dos temas delicados.
Após desenvolver um clima propício para negociações saudáveis, é preciso discutir os pontos de vista
de ambos os lados. Ambos devem ser escutados com respeito e empatia.
Caso uma das partes ainda se mostre relutante, um intermediador deverá assimilar a posição,
conduzindo a negociação para o caminho sustentável. Ou seja, a busca deve ser por preservar os
interesses de todos os lados, sem que isso perca o alinhamento com os objetivos da empresa.
Também é preciso agir com cautela caso sejam necessárias concessões.
É muito importante mostrar que é comum ocorrerem divergências de opiniões dentro de uma
empresa. Ainda mais importante é garantir um ambiente corporativo sério e profissional, que sempre
terá os objetivos da empresa como uma prioridade, e o trabalho em equipe como uma ferramenta
imprescindível para o desenvolvimento de todos. O respeito deve fazer parte da cultura da empresa.
Como você pôde, conhecer os tipos de conflitos empresariais e suas causas é fundamental para saber
como lidar com eles. Além disso, agora você sabe que as divergências entre colaboradores não
devem ser encaradas somente como um aspecto negativo.
A sua resolução pode ser encarada como uma oportunidade de crescimento entre os colegas de
trabalho e da organização como um todo. Vale lembrar ainda que o cuidado com conflitos é
importante mesmo na atualidade, com grande parte das pessoas trabalhando de casa.

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