Você está na página 1de 2

Universidade Federal da Paraíba

Centro de Ciências Exatas e da Natureza


Departamento de Sistemática e Ecologia
Bacharelado em Ciências Biológicas

FISIOLOGIA VEGETAL - 2022.2


Prof. Leandro Giacomin
Aluno: Matheus Santana

Estudo Dirigido 2

1) Defina polinização. Polinização e fecundação podem ser consideradas sinônimos?

R- Polinização é o processo pelo qual o pólen é transferido dos órgãos reprodutivos


masculinos de uma flor (estames) para os órgãos reprodutivos femininos de outra flor
(pistilo) ou para outra parte do mesmo pistilo, permitindo a fertilização e,
consequentemente, a produção de sementes.

A fecundação é o processo em que o núcleo do espermatozoide se une ao núcleo do


óvulo, resultando na formação de um zigoto que se desenvolve em um embrião e,
posteriormente, em uma nova planta.

Por mais que sejam relacionados, polinização e fecundação não são sinônimos. A
polinização é apenas uma etapa do processo de reprodução das plantas com flores,
que inclui a polinização e a fecundação. Enquanto a polinização envolve a
transferência de pólen para o estigma do pistilo, a fecundação ocorre quando o núcleo
do espermatozoide presente no grão de pólen se funde com o núcleo do óvulo
presente no ovário da flor, resultando na formação de um zigoto que se desenvolve
em uma nova planta.

2) O que é uma síndrome? Como síndromes podem ser utilizadas no estudo da


reprodução em plantas?

R- Uma síndrome é um conjunto de características morfológicas, anatômicas,


fisiológicas e ecológicas que ocorrem juntas em diferentes espécies de plantas. Essas
características geralmente evoluíram em resposta a pressões seletivas semelhantes,
como polinizadores específicos ou ambientes semelhantes. Assim, as síndromes de
polinização são um conjunto de características florais que atraem e favorecem a
visitação de um determinado grupo de polinizadores, como insetos, pássaros,
morcegos, entre outros.

As síndromes de polinização são importantes no estudo da reprodução em plantas


porque ajudam a entender como as plantas interagem com seus polinizadores e como
evoluíram para maximizar suas chances de reprodução. Através da observação das
características florais de diferentes espécies de plantas, é possível identificar a
síndrome de polinização associada a elas e prever quais polinizadores são mais
prováveis de visitá-las. Além disso, o estudo das síndromes de polinização pode ajudar
a compreender como a polinização pode ser afetada por mudanças no ambiente ou na
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Exatas e da Natureza
Departamento de Sistemática e Ecologia
Bacharelado em Ciências Biológicas

comunidade de polinizadores, o que pode ter implicações para a conservação de


espécies de plantas ameaçadas de extinção.

3) Liste os principais grupos de síndromes de polinização observadas para flores de


angiospermas, e as principais características morfológicas em cada caso.

R- Existem diferentes sistemas de classificação das síndromes de polinização, mas um


dos mais utilizados é o sistema de Faegri e van der Pijl, que descreve seis grupos
principais de síndromes de polinização com base nas características florais e nos
polinizadores associados a cada grupo:

1. Síndrome de polinização por abelhas - flores geralmente azuis, violetas ou


amarelas, com padrões de cor que guiam os insetos até o néctar e o pólen,
além de anteras que geralmente são visíveis e de fácil acesso aos polinizadores.

2. Síndrome de polinização por borboletas - flores geralmente grandes, vistosas e


com cores brilhantes como rosa, vermelho ou roxo. Possuem néctar profundo,
que é acessado pelas borboletas através de uma probóscide longa. As anteras
ficam expostas e possuem grãos de pólen aderentes.

3. Síndrome de polinização por mariposas - semelhante à síndrome de borboletas,


mas com flores geralmente brancas ou pálidas, que emitem forte perfume
noturno para atrair as mariposas.

4. Síndrome de polinização por pássaros - flores geralmente vermelhas, laranjas


ou amarelas, com forma tubular e sem cheiro. O néctar é produzido em grande
quantidade, e a flor é acessada pelos beija-flores através de seus bicos longos.

5. Síndrome de polinização por morcegos - flores geralmente grandes, noturnas e


com forte odor, de cor branca, creme ou verde pálido. Possuem um formato de
taça, com néctar abundante no fundo, que é acessado pelos morcegos através
de suas línguas compridas.

6. Síndrome de polinização por moscas - flores geralmente pequenas, de cor


esverdeada, marrom ou avermelhada, com aroma de carne podre. Possuem
formato de taça, com néctar e pólen produzidos em grande quantidade,
atraindo moscas que depositam ovos sobre a flor enquanto se alimentam.

Cabe ressaltar que essas síndromes de polinização não são exclusivas, e muitas plantas
podem atrair diferentes grupos de polinizadores, ou mesmo ter estratégias de
polinização mistas, envolvendo diferentes síndromes. Além disso, há outras síndromes
de polinização, como a síndrome de polinização por formigas, que é observada em
plantas epífitas que possuem estruturas de suporte e armazenamento de nutrientes,
atraindo formigas que realizam a polinização incidental.

Você também pode gostar