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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA

MANUELA DE OLIVEIRA GONÇALVES

O USO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO (TICs) NO


ENSINO DE MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL

TUBARÃO –SC
2023
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA

MANUELA DE OLIVEIRA GONÇALVES

O USO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO (TICs) NO


ENSINO DE MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL

Artigo Científico apresentado à


Faculdade Única de Ipatinga -
FUNIP, como requisito parcial para
a obtenção do título especialista em
Ensino de Matemática.

TUBARÃO –SC
2023
O USO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E
INFORMAÇÃO (TICs) NO ENSINO DE MATEMÁTICA DO ENSINO
FUNDAMENTAL

I
Manuela De Oliveira Gonçalves

Resumo: Novas tendências educacionais avançaram nas últimas décadas


influenciadas pela Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), bem
como pelo aperfeiçoamento de outras já conhecidas, ficando evidente seu
impacto na educação e especificamente na disciplina de Matemática. Este
trabalho tem por objetivo analisar os desafios e possibilidades de utilização das
TIC por professores nas aulas de Matemática, como objetivos específicos
elencou-se: definir tecnologias de informação e comunicação; identificar as
contribuições das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no ensino
da Matemática e os fatores que dificultam seu uso, tendo como a questão da
pesquisa, como aproveitar as potencialidades do uso das tecnológicas no
ensino de Matemática? A pesquisa se justifica devido ao contexto em que as
tecnologias estão inseridas na sociedade atualmente e entende-se que os
alunos consequentemente são parte deste todo, sendo que, eles são
considerados nativos digitais. A metodologia utilizada neste artigo é a revisão
bibliográfica. Conclui-se que o contexto de um mundo globalizado que se vive
hoje, a tecnologia cada dia mais presente nas escolas e no cotidiano de
professores e alunos. A grade curricular da educação básica deve considerar
não só uma formação para o ensino superior, mas também a formação para a
vida.

Palavras-chave: TICs. Matemática. Aprendizagem.

Introdução
Novas tendências educacionais avançaram nas últimas décadas
influenciadas pela Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), bem
como pelo aperfeiçoamento de outras já conhecidas, ficando evidente seu
impacto na educação e especificamente na disciplina de Matemática.
Neste contexto, se torna fundamental explorar seus recursos no contexto
educacional, pois sua utilização pode contribuir no processo de ensino e
aprendizagem. Porém, efetivamente ainda nos deparamos com práticas de
ensino onde predominam abordagens tradicionais baseadas em técnicas e
regras de memorização, com pouca participação e envolvimento dos
estudantes.
Segundo D’Ambrosio (1996), a matemática que se ensina hoje nas
escolas é morta, vista pelo ponto de motivação contextualizada. Pouco da
I
manu-brian@hotmail.com
matemática do passado serve para os dias atuais. A matemática de hoje deve
estar relacionada ao cotidiano, visando ao interesse dos alunos, para que os
mesmos, possam utilizá-las em seu cotidiano.
Autores como Perrenoud, et al. (2002), defendem que a escola não pode
ignorar o que se passa no mundo. As novas TICs transformam imensamente
não só nossas maneiras de comunicar, mas também de trabalhar, de decidir e
de pensar.
Nesta perspectiva, Ponte (2002) destaca que as TIC são essenciais no
mundo atualmente, tanto como uma linguagem de comunicação como um
instrumento de trabalho, de modo que se faz necessário tanto conhecê-las
como dominá-las.
De acordo com Kim (2019), a tecnologia se popularizou e tem
contribuído para a integração dos recursos tecnológicos tanto na escola como
na sociedade de modo geral, porém, para muitos professores a utilização das
TICs se apresentam como um desafio. E, norteando-se nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN's) de 1998, a disciplina matemática, na educação
fundamental, deve ser vista como um conhecimento no qual desencadeia o
raciocínio, a sensibilidade expressiva, a sensibilidade estética e a imaginação,
logo, nesta etapa, uma aprendizagem significativa contribui para o
desenvolvimento humano.
Nota-se que há muitas dificuldades enfrentadas pelos alunos na
construção dos conhecimentos matemáticos na educação básica, revelando a
necessidade de se buscar maneiras mais significativas de ensino, que
transformem a realidade dos alunos e os motivem a buscar nos estudos uma
forma de superar os desafios impostos pelas demandas sociais.
Diante deste contexto, este trabalho tem por objetivo analisar os
desafios e possibilidades de utilização das TIC por professores nas aulas de
Matemática, como objetivos específicos elencou-se: definir tecnologias de
informação e comunicação; identificar as contribuições das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC) no ensino da Matemática e os fatores que
dificultam seu uso.
Nesse sentido, levanta-se a seguinte questão da pesquisa, como
aproveitar as potencialidades do uso das tecnológicas no ensino de
Matemática?
A pesquisa se justifica devido ao contexto em que as tecnologias estão
inseridas na sociedade atualmente e entende-se que os alunos
consequentemente são parte deste todo, sendo que, eles são considerados
nativos digitais. Portanto o desafio está em o professor acompanhar essa
evolução da Educação em um cenário em que as formas de ensinar e aprender
se modificaram, visto que o professor não deve mais ser considerado apenas
como um transmissor de informações, mas sim atuar como um mediador e
facilitador da aprendizagem dos alunos, a quem cabe assumir um papel ativo

no processo de construção de novos conhecimentos .


A metodologia utilizada neste artigo é a revisão bibliográfica, foi usado o
método qualitativo e pesquisa exploratória, com levantamento em livros,
revistas, publicações em periódicos, artigos científicos, que tratam da temática
apresentada.

Desenvolvimento
De acordo com Perez (2009), para iniciar, pode-se destacar que as
TICs surgiram com a Revolução Industrial iniciada pelos os Estados Unidos já
no fim da Segunda Guerra Mundial, dando início à criação de novas indústrias
que movimentaram a economia do país depois da guerra, modelo esse
conhecido como tecno-econômico, pois movimentou a economia com a
indústria de computadores eletrônicos, programas e componentes.
Ainda segundo Perez (2009), as evoluções permitiram que as máquinas
(computadores) viessem a se tornar mais rápidas e com economia de
eletricidade, evitando o calor extremo (tudo isso graças aos transistores que
substituíram as válvulas outrora usadas nos computadores). Essas máquinas
passaram a ter uma proporção menor, pois os primeiros protótipos eram
grandes e pesados. Além disso, tinham constantes problemas com o
aquecimento, devido à corrente elétrica o calor queimava as válvulas,
causando muitos problemas. As válvulas marcaram a 1° geração de
computadores. A 2° geração foi marcada pelo uso de transistores e sua
fabricação em massa. A 3° geração de computadores é marcada pelo uso de
microprocessadores, que são circuitos integrados, ou seja, integrando o circuito
lógico de unidade central de processamento em um pequeno chip. A 4°
geração (atual) se iniciou em 1970 com o aperfeiçoamento da tecnologia
existente, graças, em grande parte, à Apple, empresa que alcançou sucesso na
venda de computadores em 1982.
Silva e Medeiros (2020), afirmam que outra grande evolução foi a
criação de sistemas operacionais, graças à empresa Microsoft, fundada em
1976 (produzia softwares para PCs). Esses sistemas permitem um ambiente de
desenvolvimento de programas, servidores, correios eletrônicos, jogos e o
navegador Internet Explorer, entre outros.
Com o desenvolvimento das telecomunicações, por meio de um
sistema chamado “tecnologia de nós”, composta por computadores
eletrônicos, novas conexões e roteadores, propiciou-se a
comunicação entre computadores em diferentes locais, isto é, a
internet, que pode ser traduzida como uma rede global que interliga
computadores e outros equipamentos, ou seja, transmissão e
recepção de informação, permitindo comunicação
independentemente da distância. (SILVA E MEDEIROS, 2020 p.520).

Para Laudon e Laudon (2004), as TIC também podem ser


compreendidas como um conjunto constituído por hardware e software que
coletam, processam, armazenam e expandem informações. Derntl e
Motschning-Pitrik (2005) discutem que essas novas TIC têm totais condições
de desempenharem um papel significativo e efetivo, aprofundando o processo
de aprendizagem. De acordo com os autores, a tecnologia contribui no
sentido de promover espaço de estudo individual, interação nas aulas e
experiências de aprendizagens.
Conforme afirma Pinto (2004), as TIC podem servir de instrumento
mediador no processo educacional. A escolha da tecnologia a ser usada deve
estar associada a uma situação específica de ensino e aprendizagem e de um
assunto pedagógico, de igual modo, adequado.Com o passar dos tempos,
os recursos tecnológicos têm evoluído cada vez mais e, atualmente,
possuem outro suporte, a internet, possibilitando meios de comunicação
que podem ser divididos entre assíncronos e síncronos. Trazendo essa
ideia para o sentido da aprendizagem, podemos ver em Ramos (2005) que,
nesses tempos, os recursos tecnológicos que dão suporte a cursos online
permitem o acesso às informações, explorando esses meios de comunicação
assíncronos e síncronos.
Ainda, segundo Ramos (2005), a sincronia permite a comunicação entre
pessoas de distintas localizações em tempo real por meio da internet,
utilizando, por exemplos, ferramentas como os chats(bate-papo), MSN, Skypee
WhatsApp, dentre outros. Já na assíncrona, pode haver comunicação entre as
pessoas de diferentes localidades, independentemente do tempo,
beneficiando-se de ferramentas tais como o e-mail e os fóruns virtuais.
Silva e Medeiros (2020) revelam que, em suma, pode-se observar que
as diferenças entre as comunicações síncronas ( comunicação realizada
com transmissão\recepção de informações) e assíncronas (acontece quando
uma informação é transmitida em um determinado momento, mas a sua
recepção pode acontecer a um tempo posterior), se dão a partir do meio
pelo qual a informação é transmitida/recebida, ou seja, se a informação for
transmitida/recebida em tempo real, via aplicativos de transmissão instantânea,
como por exemplo o Google Meet, Zoom Meetings e Microsoft Teams, diz-se
que a comunicação é síncrona, está sincronizada em tempo real. Por exemplo,
a aplicação e-mail, pois o usuário transmite uma mensagem por esse recurso,
porém, não sabe precisar em qual momento o outro usuário irá acessar aquela
mensagem ou, até mesmo, se de fato irá acessá-la. Hoje, essa caracterização
de síncronas e assíncronas está muito presente em algumas instituições de
ensino, tanto no âmbito particular quanto no público, por meio da possiblidade
de aulas a distância.
Assim, além de influenciarem os espaços educacionais, ocupam
múltiplas dimensões sociais, substituindo, inclusive, a força de trabalho
humana.
“[...] um componente da cultura, quando alçada ao debate sobre o
trabalho, assume função importante nos aspectos relacionados à
melhoria das condições de vida, em especial na sobrevivência das
famílias e o aumento do tempo de lazer e descanso”. (ARGOLO E
ESPINOZA 2020, p. 142).

As tecnologias da informação e comunicação estão difundidas em todos


os setores da sociedade, em praticamente todos os lugares, como, por
exemplo, em celulares, nos livros, nos computadores, tablets etc
De acordo com Kim (2019), o modelo de Matemática hoje aceito,
originou-se com a civilização grega, no período que vai aproximadamente de
700 a.C. a 300 d.C., desenvolvendo-se por caminhos diferentes nas diversas
culturas (PCN, 1998). No Brasil, o contexto escolar surgiu por volta do século
XIX, com a chegada da família real ao Brasil. Para anteder as necessidades de
sua estadia, D. João VI abriu academias militares, escolas de direito e
medicina, biblioteca real e outras instituições voltadas ao desenvolvimento do
ensino.
Kim (2019), afirma ainda que em 1929 aconteceram significativas
mudanças na maneira de entender e ensinar matemática. Euclides Roxo,
diretor à época do Colégio Pedro II, iniciou a implementação de uma reforma
no ensino da matemática, influenciado por ideias de Felix Kleim que acreditava
no ensino contextualizado e sequencial da matemática. Apesar do surgimento
de diversos críticos adeptos do ensino tradicional,
Como relata Silva e Medeiros (2018), ao longo da história da educação
matemática no Brasil, ocorreram diversos avanços nas metodologias de ensino
da referida matéria surgindo várias áreas de pesquisas como a modelagem
matemática, a etnomatemática, as problematizações, a gamificação, a
utilização das TICS e outras. Todos esses temas tem trazido à tona a
necessidade de tornar o ensino da matemática mais próxima da realidade do
aluno. A linguagem matemática utilizada e estudada no ensino escolar,
sobretudo nas séries introdutórias, possibilita ao aluno um conhecimento prévio
acerca das ciências exatas, na qual busca principalmente estimular o aluno no
que tange ao raciocino lógico.
Assim, vemos que o impacto da sociedade de informação, do
desenvolvimento científico e tecnológico e da globalização da economia tem
influenciado, de forma decisiva, a questão da formação dos cidadãos.
Constata-se que o contexto está exigindo alterações das práticas pedagógicas
e, consecutivamente, das funções e atribuições dos professores, que terão de
assimilar as profundas transformações produzidas no ensino, na sala de aula e
na conjuntura social que os rodeia.
Martines et al (2018), afirma que o grande desafio das propostas
pedagógicas atuais, é entender que a didática tem diferentes estruturantes e
que se torna essencial articular métodos diversos para torná-la mais eficiente.
Certamente, o conteúdo, a estrutura e a organização interna de cada área do
conhecimento e sua lógica específica, fazem parte do processo de
aprendizagem, mas não são os únicos, deve ser levado em conta o sujeito da
aprendizagem, que tem sua configuração própria e evolutiva, uma criança, um
adolescente, um adulto, as diferenças individuais e estilos cognitivos, conjuram
como elementos básicos do processo de ensino aprendizagem. Assim, é
importante ter evidente que já existem nos sistemas educativos experiências
“insurgentes” que apontam para outros paradigmas escolares:
Outras formas de organizar os currículos, os espaços e tempos, o
trabalho docente, as relações com as famílias e comunidades, de conceber a
gestão de modo participativo, enfatizando as práticas coletivas, a partir de um
conceito amplo e plural de sala de aula, etc. (CANDAU, 2016, p.80)
Kenski (2006), pontua que o professor necessita ter tempo e
oportunidades de familiarização com as novas tecnologias educativas, suas
possibilidades e seus limites, de modo que na sua prática pedagógica possa
fazer escolhas conscientes sobre a utilização das formas mais adequadas ao
ensino de um determinado conhecimento.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacional - PCN (1998a; 1998b), o
professor teria de estar preparado a aprender constantemente, substituindo o
papel de transmissor de informações pelo de problematizador de conteúdos e
atividades sugeridas. Porém, pelo que entendemos, isso não quer dizer que ele
tenha de se tornar um especialista sobre as possibilidades dos recursos
tecnológicos, enquanto instrumentos computacionais. Deve, sim, informar-se e
aprender a utilizar as potencialidades dos instrumentos a ser usados na aula,
aprimorando a sua prática.
Martines et al (2018), assegura que, as TIC são instrumentos que podem
auxiliar no ensino e na aprendizagem da Matemática, desde que utilizadas com
compreensão pelo professor quanto ao que pretende alcançar através delas.
Assim, existe necessidade da formação contínua do professor, pois as TIC
permitem novas formas de abordar os conteúdos, o que requer um maior
domínio da matéria, assim como o conhecimento técnico.
Como revela Ponte (2000), tal como o aluno, o professor acaba por ter
de estar sempre a aprender. Desse modo, aproxima-se dos seus alunos. Deixa
de ser a autoridade incontestada do saber para passar a ser, muitas vezes,
aquele que menos sabe (o que está longe de constituir uma modificação menor
do seu papel profissional.
Conforme Martines et al (2018), a formação do professor é essencial
para um avanço na qualidade de suas práticas de sala de aula, necessitando
que o formador perceba as mudanças que estão se sucedendo no mundo e,
consequentemente, as escolas teriam de participar desse processo. É de sua
responsabilidade procurar desenvolver atividades motivadoras e desafiadoras,
pois, se o planejamento da atividade não for envolvente, o alunado logo perde
o interesse. Cabe, portanto, ao professor a decisão de como e quando utilizar
as TIC em suas aulas, conforme destacam os Parâmetros Curriculares
Nacional.
É sempre o professor quem define quando, por que e como utilizar o
recurso tecnológico a serviço do processo de ensino e aprendizagem. O
professor é sempre responsável pelos processos que desencadeia para
promover a construção de conhecimentos, e nesse sentido é insubstituível
(BRASIL, 1998, p. 155).
Segundo Martines et al (2018), para que o professor de Matemática
consiga exercer algum papel de agente de transformação social, é importante
que ele tenha conhecimento de toda essa complexidade de fatores que
influenciam sua prática pedagógica. Esse conjunto de conhecimentos é a teoria
da prática e pode ser compreendido como a antecipação ideal de uma
expectativa real. As ações desse professor consciente serão imbuídas por uma
intencionalidade, e o cotidiano em suas aulas serão rompidos para pausas de
reflexão que determinarão seu fazer pedagógico.
No entanto, implantar as TIC no ensino de matemática, bem como nas
diferentes áreas dos saberes disciplinares existentes no âmbito escolar da
educação básica, ainda é um desafio em pleno século XXI.
Sem dúvida, a habilidade ou inabilidade de as sociedades
dominarem a tecnologia e, em especial, aquelas tecnologias que são
estrategicamente decisivas em cada período histórico, traça seu
destino a ponto de podermos dizer que, embora não determine a
evolução histórica e a transformação social, a tecnologia (ou sua
falta) incorpora a capacidade de transformação das sociedades,
bem como os usos que as sociedades, sempre em um processo
conflituoso, decidirem dar ao seu potencial tecnológico. (CASTELLS
1999, p, 45)

Nesse sentido, transformar uma prática de ensino atrelada a zona de


conforto de uma técnica exige com que a sociedade permita-se conhecer
outros meios e por conseguinte o seu potencial e contributos para os afazeres,
e assim, existir uma quebra de paradigma no meio existencial. Referente a
dimensão educacional, essa realidade não é tão diferente.
Como afirmam Santos e Vasconcelos (2018), exemplo, o quadro negro,
uma tecnologia que revolucionou o sistema educacional no final do século XIX.
Esse recurso didático disseminou em todas as escolas durante o século XX,
tornando-se uma tecnologia da informação e comunicação (TIC) indispensável
para o ensino e aprendizagem, de modo especial para o ensino de Matemática
facilitando a exposição dos conceitos, desenhos geométricos e os exercícios
de fixação.
Os autores acima alegam ainda que, nem sempre essa foi a
autenticidade. Para o quadro-negro propalar-se e ser reconhecido como é
atualmente, passou por diversas críticas até chegar ao consenso e
reconhecimento do seu potencial para o ensino. O meio impulsiona mudanças
incríveis.
Como afirma Martines et al (2018), no cenário contemporâneo e
globalizado, em que uma característica marcante do século XXI é a mudança
na maneira das pessoas se comunicarem. A velocidade que a informação se
movimenta de um local para outro do globo é surpreendente. O modo de se
portar diante do mundo na sociedade contemporânea ganha outras
especificidades. Parece que o mundo está dividido em dois: o mundo concreto
em que as pessoas vivem com as tecnologias e o mundo da internet em que as
pessoas vivem na tecnologia.
O trânsito entre esses mundos é rápido e às vezes parece que um
mundo está dentro do outro, imbricado, interligado, em comunhão, dois em um,
um dividido em dois. (OLIVEIRA, 2017, p. 27)
Castells (1999), afirma que, esse momento é conhecido como uma
‘Nova Estrutura Social’. Sua característica está no surgimento e
desenvolvimento de uma nova fonte de produtividade, as tecnologias digitais,
promovendo, uma sociedade informacional ou a geração de conhecimento, de
processamento da informação e de comunicação.
Santos e Vasconcelos (2018), asseguram que as tecnologias evoluíram
quando a sociedade percebeu a necessidade de novos meios facilitadores dos
processos, da organização das empresas e dos setores econômicos, assim
como dos meios comunicativos para agilizar e facilitar na troca de informações.
Desse modo, compreende-se que a sociedade não evolui solitariamente, mas
acompanhada pelos obstáculos do cotidiano, fazendo com que invente, inove e
anseie outros instrumentos que facilitem ou obstruam esses obstáculos, e,
entre esses instrumentos, há as tecnologias, resultando, enfim, em uma nova
estrutura social.
No que diz respeito à educação, nos últimos anos há uma
preocupação quanto à incorporação desses meios tecnológicos nas
escolas e em especial nas salas de aula, com o intuito de despertar o
interesse, aproximar esses espaços ao contexto social dos alunos e
aos desafios que o mundo moderno propõe com as diversas
tecnologias que movem não só mercado de trabalho, mas toda a
sociedade. (SANTOS; VASCONCELOS, 2018, p. 79)

Ao mesmo tempo, há muito vem-se falando da inserção e integração das


TIC na educação. Adaptar-se ou apropriar-se dessa dimensão cultural não é
tão simples, mas também não é um fator impossível.
Martines et al (2018), declara que o processo formativo contínuo
contribui significativamente para a adaptabilidade e usabilidade das TIC no
cotidiano e no ensinar. Ademais, outro fator relevante é o planejar. O
planejamento exerce um papel fundamental em qualquer instância profissional
e pessoal, assim como na formação continuada.
O especialista/formador deve se apoderar do planejar, criar hipóteses
e, a partir delas, desenvolver o processo formativo inicial, pois
também é necessário apropriar-se dos anseios dos professores e
usar a escola como espaço primordial para o seu desenvolvimento
em todos os aspectos, permitindo aos professores e aos demais
segmentos repensar suas práticas e atitudes e criar estratégias e
ambientes favoráveis para a aprendizagem. (SANTOS;
VASCONCELOS, 2019, p. 363)

Diante disso, destaca-se a relevância da formação dos professores a


partir de dentro da escola. Ação desse tipo tem maior possibilidade de propor
atividades e softwares de acordo com as condições físicas e tecnológicas da
escola. Ademais, o professor poderá expressar sem dificuldades suas
angústias, desejos e impasses para desenvolver ações pedagógicas no ensinar
matemática a partir das TIC.
Melo (2016), assevera que, o professor formador, esse tem a
oportunidade de criar e reformular os processos formativos próximo a
realidade em que o professor está inserido institucionalmente, assim como,
propiciar um ambiente enriquecedor com uma diversidade de recurso
tecnológicos de fácil aplicabilidade e usabilidade (QR Code, quizzes, games,
minecraft, tangram digital, GeoGebra, etc.) que poderão ser inseridos e
integrados com facilidade no ensino de matemática.
O professor do século XXI deve ser um estimulador, motivador no
desenvolvimento de habilidades e competências, mas para isso, ele
deve quebrar os velhos paradigmas da escola tradicional, deixando
de ser apenas um transmissor de informações. Tais concepções de
inovação no âmbito educacional propõem uma compreensão
alargada do conceito, desse modo, para além da ideia de inovação
atrelada às novidades tecnológicas, contemporaneamente, ser
educador exige muito mais do que ter somente conhecimento sobre
sua área específica. É preciso ser um estimulador do prazer em
construir o conhecimento (MELO, 2016, p. 83)

Nessa perspectiva, ensinar requer do professor mais do que saberes


disciplinares. É preciso ser engenhoso, criativo e inovador. É necessário buscar
metodologias ou recursos que promovam o diferencial no ensinar e,
consequentemente, colaborem para a aprendizagem. É neste contexto que se
inserem as TICs, uma das alternativas para o ensinar no século XX.
Entre os recursos tecnológicos que têm beneficiado a aprendizagem dos
estudantes, o GeoGebra, Software de Geometria Dinâmica (SGD), de acesso
livre e de código aberto, que combina, em tempo real, as representações
gráficas e expressões simbólicas de diversos objetos matemáticos.
Segundo informações do Instituto GeoGebra do Rio de Janeiro (2021),
o GeoGebra é um software gratuito voltado para o ensino e a aprendizagem de
Matemática e Estatística em todos os níveis escolares: do Ensino Fundamental
I à Universidade. Criado por Markus Hohenwarter, o GeoGebra é um software
gratuito de matemática dinâmica desenvolvido para o ensino e aprendizagem
da matemática nos vários níveis de ensino (do básico ao universitário).

Conclusão

Conclui-se que o contexto de um mundo globalizado que se vive hoje, a


tecnologia cada dia mais presente nas escolas e no cotidiano de professores e
alunos. A grade curricular da educação básica deve considerar não só uma
formação para o ensino superior, mas também a formação para a vida. Algum
tempo atrás o educador se limitava apenas alguns métodos e recursos para
ensinar, hoje precisa sempre estar se aperfeiçoando e inovando seu material
de aula, elaborando atividades diferentes, organizando espaços que
proporcionem um desenvolvimento escolar satisfatório.
Considera-se que diante disso dessa constatação, é necessário a busca
por formas didáticas inovadoras, porque o campo educacional torna-se cada
vez mais complexo, exigindo do educador um aperfeiçoamento constante, que
irá aperfeiçoar efetivamente o ensino dentro da sala de aula.
Conclui-se que, nesse contexto as tecnologias como, por exemplo, o
computador usado como complemento na aprendizagem é um meio que
incentiva o aluno a querer aprender, promovendo uma satisfação tanto para o
educador quanto para o educando. Esse recurso traz uma série de novidades,
pois com o uso dessa ferramenta tudo se torna mais rápido e fácil, contribuindo
para um melhor desempenho escolar e servindo como recurso pedagógico de
apoio para educador e educando.
Finalmente conclui-se que, é fundamental hoje uma grade curricular com
várias possibilidades de arranjos, otimizando o tempo das atividades em sala
de aula, favorecendo assim a troca de experiências, ampliando a conexão
entre o educador e o educando para alcançar uma educação com qualidade.
Portanto, conclui-se que o uso das tecnologias de comunicação e informação
no ensino representa um grande desafio para os educadores, pois, exige
capacitação e uma metodologia e planejamento de ensino adequado.

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