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TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

Unidade 2 - TIC e o processo ensino e


aprendizagem

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UNIDADE 2

Todos os direitos reservados.

Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal, sendo

vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, venda,

compartilhamento e distribuição.

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Ampliar a
percepção sobre o
papel das TICs na
educação;
> Identificar nas
novas tecnologias
o conceito de
gamificação;
> Compreender sobre
a necessidade do uso
das TICs na Educação
Básica.

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2 TIC E O PROCESSO ENSINO E


APRENDIZAGEM

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Na unidade anterior você analisou e refletiu sobre a produção tecnológica,
identificando que as tecnologias do nosso espaço tempo são frutos do pro-
cesso histórico e cultural, inerente à humanidade.
Em TIC e o processo ensino e aprendizagem você compreenderá o que são as
tecnologias de informação e comunicação (TICs) e fará um aprofundamento
sobre o uso das TICs na educação e o uso das TICs na educação básica.
Também investigará sobre o que é gamificação e como a gamificação aliada
às TICs pode potencializar os processos educacionais.
Esse aprofundamento auxiliará em seu processo de tomadas de decisões em
sua vida profissional, uma vez que compreenderá os benefícios das TICs na
educação básica. Sua atuação profissional estará embasada por um arca-
bouço teórico reflexivo e crítico e será mais aderente às necessidades de
formação.
Bons estudos!

2.1 O QUE SÃO TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO


E COMUNICAÇÃO (TICS)?
Na unidade Novas tecnologias e novas formas de aprender você teve a opor-
tunidade de realizar um aprofundamento teórico que lhe proporcionou uma
visão mais crítica sobre a tecnologia.
Essa reflexão irá embasá-lo na investigação sobre as Tecnologias de Informação
e Comunicação (TICs), que têm como objetivo realizar a interface comunica-
cional nos ambientes sociais.
A discussão a respeito das TICs surgiu em meados da Terceira Revolução
Industrial e se intensificou na década de 1970.
Compreende-se que as TICs abarcam todo o tipo de tecnologia que perpassa
pelos processos informativos e comunicacionais da sociedade.

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As TICs não foram desenvolvidas especificamente para fins educacionais, mas


são utilizadas na educação há décadas. Jornais, revistas, rádio e televisão são
apenas alguns dos exemplos dessa utilização.
Elas podem ser entendidas como ferramentas utilizadas com o objetivo de
aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem.
De uma maneira geral, as TICs têm migrado para o formato digital e predo-
minando frente os formatos analógicos/impressos. No entanto, a digitaliza-
ção das TICs não é uma regra: os livros no formato impresso são um exemplo
prático de tecnologia analógica que permanece.

FIGURA 1: TIC FORMATO ANALÓGICO E FORMATO DIGITAL

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Quando o computador se tornou popular no Brasil, ao final da década de


1990, e encontrou espaço nas salas de aula, uma ampla gama de estratégias
foi admitida nas escolas.
Os computadores e a internet trouxeram para a humanidade um leque de
possibilidades de ensino e aprendizagem, até então inéditas. O conhecimento
foi universalizado de tal forma que é possível aprender a qualquer momento
e em qualquer local - em processos de educação formal ou informal, em
ambientes físicos ou virtuais e com uma diversidade de formas de interação.

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De acordo com Moran, Masetto e Behrens,

[…] na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo a conhecer, a


comunicar-nos; a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico;
a integrar o individual, o grupal e o social. (2006, p. 61)

E é nessa sociedade - da Informação e/ou do Conhecimento – em que há um


grande desenvolvimento científico e tecnológico, em especial, o da indús-
tria eletroeletrônica, que também se encontra a escola e as relações a ela
interligadas.
É no contexto em que as TICs passam a ser oferecidas no formato digital
que a nomenclatura TDIC começa a figurar nas discussões de informação e
comunicação.
As Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) também não
foram criadas com exclusividade para fins educacionais, mas são bastante
utilizadas nas escolas, nos processos de ensino e aprendizagem.

FIGURA 2: A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Alguns autores brasileiros, bem como a Associação Brasileira de Tecnologia


Educacional (ABT), referem-se às Tecnologias Educacionais (TE) como o

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conjunto de meios e recursos - audiovisuais ou tecnológicos - desenvolvidos


especialmente para facilitar os processos de ensino e aprendizagem, sendo
no formato digital ou analógico. O termo Novas Tecnologias da Informação
e da Comunicação (NTICs) também pode ser encontrado, na literatura, para
indicar tecnologias aplicadas à educação.

NTICs:

Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação. Tecnologias


digitais que podem ser utilizados no processo de ensino e
aprendizagem.

TDICs:

Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação. Tecnologias


digitais que podem ou não ser específicas ao processo de ensino e
aprendizagem. Mesmos recursos de NTIC.

TEs:

Tecnologias Educacionais. Tecnologias digitais e analógicas


exclusivamente utilizadas no processo de ensino e aprendizagem.

TICs:

Tecnologias da Informação e Comunicação. Podem ser digitais ou


analógicas. Específicas ou não ao processo de ensino e aprendizagem.

No início desta disciplina, você ampliou seus conceitos sobre tecnologia. Agora,
vamos tratar as tecnologias utilizadas em sala de aula como Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs), tendo como ênfase as tecnologias digitais.
Ainda que a utilização das TICs não seja uma novidade, é importante discutir
sobre as tecnologias digitais, pois se configuram como realidade — ou necessi-
dade — no cotidiano educacional, em todas as modalidades e níveis de ensino.

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2.2 O USO DAS TICS NA EDUCAÇÃO


As TICs se desenvolvem devido às necessidades de comunicação e os modos
de vida da sociedade, em seu espaço-tempo.
Constantemente surgem novas ferramentas e objetos de aprendizagem,
assim como outros deixam de ser utilizados por não mais atenderem às neces-
sidades educacionais. De acordo com Cengage (2016), a tecnologia é uma
realidade que tende a evoluir e não deixará de fazer parte do nosso cotidiano.
O advento da internet trouxe incontáveis formas de se relacionar em socie-
dade. Compras, hospedagem e deslocamentos, por exemplo, já não são reali-
zados da mesma maneira, ainda que coexistam formas diferentes de realizar
as mesmas ações.
Na escola, essas relações também não são diferentes. O analógico e o digital
oferecem cenários diferentes, que podem impactar positivamente o processo
de aprendizagem.

FIGURA 3: ANALÓGICO E DIGITAL

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

O impacto positivo estará diretamente relacionado à proposta da TIC de


acordo com o contexto aplicado.
Pense no seguinte cenário: em uma aula sobre o ciclo da água, um professor
utiliza uma lousa digital. Ele registra as informações, que deverão ser anotadas

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pelos alunos, utilizando as diferentes cores que a caneta digital lhe propor-
ciona. Os alunos ficam encantados com a infinidade de cores.
Estaria o docente extraindo dessa ferramenta todas as possibilidades de inte-
ração? Essa TIC estaria sendo utilizada para promover maior interação ou esta-
ria substituindo uma outra TIC com menos recursos – como o quadro e o giz?
Esse é o principal questionamento que deve ser realizado quanto ao uso de
TIC na educação: o quão relevante será a sua utilização e qual a TIC mais ade-
quada para o objetivo a ser alcançado.

Se o objetivo de se utilizar uma TIC for a


substituição de tecnologia analógica por
tecnologia digital, sem que novas possi-
bilidades sejam agregadas, é necessário
questionar a validade dessa ação.
No processo de ensino e aprendizagem,
as TICs oferecem uma oportunidade de
https://www.somospar.com. criar um ambiente de investigação que
br/papel-da-escola-no- permita imersão nos contextos, agre-
mundo-das-redes-sociais-e-
gando sentido e propósito aos conheci-
do-google/
mentos desenvolvidos.

M-learning: Possibilita a alunos e


professores a criação de novos ambientes
de aprendizagem a distância, utilizando
dispositivos móveis com acesso à internet.

Blended-learning: Consiste em combinar o


trabalho presencial em aula ou laboratório
com o ensino a distância, o que permite
minimizar as limitações de tempo e espaço
presentes no ensino convencional.

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E-learning: Uso de tecnologias baseadas


na internet para proporcionar um amplo
leque de soluções que incluam aquisição
de conhecimentos e habilidades ou
capacidades.

O e-learning ou ensino eletrônico utiliza as TICs


como suporte das metodologias de ensino. Nele,
são utilizados métodos de comunicação síncrona,
na qual o aluno e o professor interagem ao
mesmo tempo, por meio de ferramentas como
chats, fóruns e webconferências, entre outras.
Ainda, é possível estabelecer nesse tipo de ensino
momentos de comunicação assíncrona, na qual a
interação entre aluno e professor não acontece ao
mesmo tempo.

2.3 O USO DAS TICS NA EDUCAÇÃO BÁSICA


Indiferente do nível e modalidade educacional, é inegável o papel das TICs no
processo de aprendizagem, no espaço-tempo em que vivemos.
Mas é na educação básica que essa discussão se faz ainda mais importante.
Não por ser um nível educacional diferente, mas pelo perfil que esse nível
educacional atende.
Na Unidade 1, Novas tecnologias e novas formas de aprender, você realizou um
importante estudo sobre as gerações e teve a oportunidade de discutir com
seus colegas, no Estudo Orientado, sobre as necessidades da geração Alpha.
E é esse o perfil Alpha que compõe grande parte da educação básica. Sabendo
das suas necessidades e interesses, é necessário oferecer no ambiente esco-
lar interações que atinjam positivamente esse aluno, proporcionando maior
aderência ao seu processo de aprendizagem.

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FIGURA 4: TIC NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Junto ao processo natural de evolução das demais tecnologias, as TICs utiliza-


das na educação têm passado por um processo de digitalização.

Os materiais pedagógicos estão passando por uma reformulação, saindo


da tradicional apresentação estática dos livros e apostilas para tomar a
forma de arquivos eletrônicos com a inserção de vídeos, músicas, narrações
e exercícios interativos, fazendo assim com que o aluno deixe de ser um
elemento passivo no processo de ensino-aprendizagem. (ANDERSEN, 2013)

Um processo de ensino-aprendizagem que priorize o uso de TIC denota um


movimento de dinamização de práticas educacionais que objetivem agregar
mais sentido à coleção de conhecimentos do aluno.
Na educação básica essa priorização se faz fundamental, uma vez que o aluno
já nasceu em contexto totalmente digital.
Portanto, é necessário um olhar profissional - e você o está adquirindo - para
essa formação, a fim de que os momentos de aprendizagem sejam significa-
tivos, gerem engajamento, fomentem a coletividade, solicitem a resolução de
problemas e proporcionem autonomia.

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FIGURA 5: GERAÇÃO ALPHA E EDUCAÇÃO BÁSICA

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Outros pontos de destaque que merecem atenção especial, em relação às


TICs e a educação básica, são o desenvolvimento da cultura de aprendizagem
do aluno e seu posicionamento frente ao mundo que o cerca.
É na educação básica que se inicia o desenvolvimento de uma cultura edu-
cacional do aluno, a forma como se relaciona com a escola e como se desen-
volve a sua aprendizagem. Essas relações que começam nessa fase escolar
impactará o aluno em outras fases de sua vida.
No que refere ao seu posicionamento frente ao mundo que o cerca, a escola
deve ser um espaço de diálogo, diante de tantas opções de informação que
as TICs proporcionam, suscitando discussões sobre as diferentes formas de
comunicação, de manifestação da língua, o contínuo movimento da educa-
ção continuada e o posicionamento ativo e a postura protagonista, frente à
aquisição de novos conhecimentos.
Em Mídias e Tecnologias na Educação Presencial e a Distância (2016), orga-
nizado por Andrea Ramal e Edméa Santos, as autoras Ilana Eleá e Rosália
Duarte falam da importância de se discutir uma educação com, para e por
meio da mídia, proporcionando um processo reflexivo ao aluno e fomentando
sua atuação como protagonista no contexto social.

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Se, não podemos escapar à onipresença da mídia


nas nossas vidas — esta se configura como uma
atmosfera e integra a textura da experiência
cotidiana (SILVERSTONE, 2002) —, o que tem a
Educação a dizer e a fazer quanto a isso? É possível
pensar na educação dos mais jovens sem levar
em consideração a integração com tecnologias?
É possível uma escola na qual a análise do que
se lê, escreve, assiste, fotografa, escuta, joga e
navega esteja ausente? É possível ensinar sem
dar oportunidade aos que aprendem de se
expressarem em diferentes linguagens e não
exclusivamente em linguagem oral ou escrita?
(ELEÁ; DUARTE, 2016)

É necessário que a escola empreenda um esforço para que os alunos, já na


educação básica, percebam a diferença entre a informação e a formação. E
essas elaborações possibilitarão que você se torne um profissional efetivo, na
promoção dessa educação transformadora, que proporcione engajamento
dos alunos e aderência ao seu processo de aprendizagem.

2.4 GAMIFICAÇÃO
Jogar é uma atividade que relaciona vários aspectos e faz parte do gosto
popular.
Não estamos aqui falando de jogos de azar, em que a pessoa precisa contar
com a sorte para obter resultados satisfatórios, mas sobre jogos que solicitem
estratégias e articulações para o alcance de objetivos.
Possivelmente você já participou de um momento, ou soube de algum relato,
em que um grupo de pessoas “perdeu a hora” em um jogo de mímicas e adi-
vinhações, ou mesmo de estratégias.
Isso acontece porque um jogo é elaborado observando vários elementos que,
conjugados, acabam por promover uma interação a tal ponto que nem se
perceber o tempo passar.

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Imagine poder realizar atividades rotineiras que fossem tão prazerosas quanto
uma brincadeira: não seria fantástico? Esse é o caminho proposto pela gami-
ficação, uma abordagem que suscita elementos de jogos em situações que
não são jogos.
Essa estratégia é antiga. Nas escolas, desde a década de 1980, era comum ofe-
recer reconhecimento para alunos que obtivessem um determinado resul-
tado – adesivos de estrelas, carimbos, certificados. O tradicional “pague dois e
leve três” também não é novo.
Apesar de já figurar nos ambientes sociais, o termo gamificação – ou gamifi-
cation, em inglês – foi criado em 2003 pelo programador britânico Nick Pelling,
que desenvolveu uma empresa focada em redesenhar processos administra-
tivos, baseando-se em elementos de jogo.
Nessa mesma época, o empresário chinês Yu-kai Chou começou a investigar
a gamificação e em 2015 divulgou o framework Octalysis, em que estabele-
ceu oito elementos que perpassam a mecânica de jogos.

FIGURA 6: ELEMENTOS DA GAMIFICAÇÃO

Significado Épico
& Chamado
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Rejeição

Fonte: Adaptada de Chou (2019).

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Para Yu-kai Chou, esses elementos se dividem em quatro pontos que inten-
sificam sensações mais positivas e quatro pontos que agem como intensi-
ficadores de situações desconfortáveis, as quais as pessoas tentam evitar a
qualquer custo.

Significado Épico e Chamado:

Necessidade de participar de movimentos que possam auxiliar outras


pessoas, contribuição para os demais. Exemplo: Vaquinha Virtual.

Desenvolvimento & Realização:

Sensação de progresso, necessidade de vencer desafios. Exemplo:


Cliente 5 estrelas.

Empoderamento & Feedback:

Possibilidade de criar o que se deseja. Resultados mensurados


imediatamente. Exemplo: Personalização de objetos.

Propriedade & Possessão:

Desejo de adquirir algo, sensação de ganho. Exemplo: leve 5 e pague 3.

Influência social & Pertencimento:

Ser aceito em um determinado grupo, comparações. Exemplo: Redes


sociais.

Escassez & Paciência:

Desejo de ter algo exclusivo, restrição. Exemplo: Cliente VIP.

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Imprevisibilidade & Curiosidade:

Ser surpreendido, positivamente ou negativamente. Exemplo: Brindes-


surpresa.

Perda & Rejeição:

Metas não alcançadas, baixo desempenho, eliminação. Exemplo:


Avaliação de aplicativos.

Em nosso cotidiano estamos mais expostos à gamificação do que podemos


imaginar. Essa abordagem está da promoção da loja ao álbum de figurinhas,
uma vez que não sabemos o que estará dentro do pacotinho.
O fato é que a gamificação, ao combinar estratégias, promove um alto nível
de engajamento e proporciona maior adesão às propostas.

2.5 GAMIFICAÇÃO ALIADA ÀS TICS


O engajamento proposto pela gamificação pode ser detectado em nossas
relações sociais a partir de um olhar mais atento.
Na educação, o uso da gamificação pode promover um maior engajamento
dos alunos, principalmente ao aliá-la às TICs.
Bons exemplos da utilização das TICs aliadas à gamificação são algumas pla-
taformas populares, em que você identificará os elementos da Octalysis de
Yu-kai Chou.
A Wikipédia é uma enciclopédia colaborativa, que permite a inserção de infor-
mações e verbetes. O usuário deve se comprometer com a veracidade dos
fatos, e os verbetes podem ser completados por outros colaboradores.
Em Hora do Código, é possível programar sem nunca ter realizado uma aula
de programação. A plataforma com feedback imediato oferece centenas de
projetos que podem ser realizados, de acordo com o nível de conhecimento
de cada usuário.
A Khan Academy já auxiliou milhares de pessoas pelo mundo, a partir da sua
plataforma de ensino-aprendizagem. São disponibilizadas trilhas de aprendi-
zagem de acordo com o diagnóstico, inicialmente realizado, de cada usuário.

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FIGURA 7: TELA DE DIAGNÓSTICO DA KHAN ACADEMY

Fonte: Khan Academy (2019).

O Duolingo é uma plataforma de ensino de idiomas, na qual o usuário tem a


oportunidade de aprender seis línguas diferentes. Ao realizar as atividades e
receber resultados, medalhas são conquistadas e o usuário desbloqueia um
próximo nível.

FIGURA 8: TELA INICIAL DO APLICATIVO DUOLINGO

Fonte: Duolingo (2019).

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Esses foram alguns exemplos que selecionamos para que você possa ampliar
o conceito de gamificação e compreender os elementos de jogos em situa-
ções de não jogo – nesse caso, intencionalmente pedagógicas.

De acordo com Zichermann e Cunningham (2011), os mecanismos


encontrados em jogos funcionam como um motor motivacional do indivíduo,
contribuindo para o engajamento deste nos mais variados aspectos e
ambientes. Para os autores, o engajamento é definido pelo período de tempo
em que o indivíduo tem grande quantidade de conexões com outra pessoa
ou ambiente. (BUSARELLO; ULBRICHT, 2014, p. 13)

Conheça algumas das plataformas supracitadas


nos links que seguem: https://www.duolingo.com/,
https://www.khanacademy.org/, http://programae.
org.br/horadocodigo/

Vale destacar que todos os exemplos selecionados de TICs aliados à gamifica-


ção utilizam elementos de jogos, sem com isso incitar a competição entre os
membros.
A ideia é promover engajamento, aproveitando das oportunidades que as
TICs podem oferecer, como o feedback imediato, a escrita colaborativa e o
aprendizado continuado.

2.6 BENEFÍCIOS DAS TICS NA EDUCAÇÃO


BÁSICA
Com o advento da sociedade da informação e da comunicação, e com a com-
plexidade em todos os âmbitos da sociedade, a velocidade dos processos, o
salto evolutivo tecnológico, a globalização, a necessidade de inovação e as
demais mudanças em todas as áreas, incluindo a educacional, o processo
educacional tradicional tornou-se desmotivador, tanto para o professor – que
consegue pouco engajamento da turma – quanto para os alunos – que se
sentem em um ambiente avesso à sua vida cotidiana. Conforme afirmam
Moran, Masetto e Behrens:

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Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, desmotivamo-nos


continuamente. Tanto professores como alunos temos a clara sensação de
que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. Mas para onde mudar?
Como ensinar e aprender em uma sociedade mais interconectada? (MORAN;
MASETTO; BEHRENS, 2006, p. 11)

Como mudar o fato de que no cotidiano fazemos parte de comunidades e


nas instituições educacionais fazemos atividades, trabalhos e avaliações
individualmente? Que compartilhamos informações nas redes sociais digitais
e na escola obtemos informações somente para nós mesmos? Que enquanto
utilizamos mecanismos de busca na internet a qualquer hora e em qualquer
lugar, na escola precisamos aprender seguindo um programa de ensino-
-aprendizagem preestabelecido?
A essa constante dicotomia, Moran, Masetto e Behrens indicam que “[…]
as escolas precisam rever seus processos pedagógicos que, ainda neste
momento histórico, instigam o trabalho individual, competitivo e mecani-
cista.” (2006, p. 82)
E é nesse contexto educacional que as TICs se configuram como oportuni-
dades de minimizar as dicotomias do processo educacional, uma vez que as
tecnologias de informação e comunicação promovem um ambiente mais
desafiador ao aluno.

FIGURA 9: BENEFÍCIOS DAS TICS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

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Inúmeros são os benefícios das TICs para a educação básica, mas podemos
destacar a maior possibilidade de colaboração entre os membros,
desenvolvimento da autonomia, a ampliação das possibilidades de
aprendizagem e maiores oportunidades de personalização – para atendimento
mais adequado dos diversos tipos de alunos e suas necessidades.
Também podemos destacar que as TICs promovem a articulação de vários
saberes e habilidades socioemocionais, proporcionando uma educação mais
integrada. Entretanto, devem ser selecionadas adequadamente, de acordo
com o contexto e explorando as potencialidades.

CONCLUSÃO
Nesta unidade você foi convidado a investigar sobre as Tecnologias da
Informação e Comunicação, tanto no âmbito educacional, quanto especifica-
mente para a educação básica.
Também teve a oportunidade de conhecer mais sobre a gamificação e os
elementos que podem ser utilizados como fator de engajamento na sala de
aula, minimizando as constantes dicotomias com as quais nos deparamos no
ambiente escolar.
Ao longo desta unidade você pôde identificar os benefícios das TICs à educa-
ção básica e o quanto a sua utilização pode ter um papel transformador na
vida dos alunos, ao promover uma postura mais investigativa e possibilitar
um processo educacional mais colaborativo.
Na próxima unidade — TIC e BNCC — você continuará a investigar sobre as
Tecnologias da Informação e Comunicação na educação básica, identificando
as diretrizes da Base Comum Curricular Nacional em relação às TICs.
É muito gratificante contribuir com sua formação profissional. Juntos
criaremos novas perspectivas para o futuro, por meio de uma educação
transformadora!

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