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11º Ano
Os Espaços Organizados pela População:
Espaços Rurais:
Conceitos:
Agricultura: Atividade económica incluída no setor primário, através da qual se exploram os
recursos do solo com vista à produção de bens de origem vegetal (lenhosa ou não lenhosa) ou
animal. Estes bens podem ser utilizados como matérias-primas de diversas indústrias ou
canalizados diretamente para a alimentação humana, sem qualquer transformação.
Valor Acrescentado Bruto (VAB): Riqueza gerada na produção depois de deduzido o custo das
matérias-primas e de outros consumos inerentes ao processo produtivo.
Superfície Agrícola Utilizada (SAU): Superfície constituída pelas terras aráveis (limpa e
sobcoberto de matas e florestas), culturas permanentes, pastagens permanentes e hortas
familiares.
Campos Abertos e Fechados: Os campos são abertos quando não apresentam qualquer tipo
de vedação a delimitar a propriedade. São campos fechados todos os que se encontram
cercados por muros, sebes, árvores, arame ou outros elementos, protegendo a propriedade,
por exemplo, da ação do vento e do pisoteio do gado.
Monocultura: Ocupação de uma parcela agrícola com uma só espécie vegetal ou com uma
espécie dominante.
Sequeiro: Refere-se ao cultivo de espécies vegetais com pouca necessidade de água (como o
trigo e o centeio) e, por isso, sem recurso a sistemas de rega artificiais.
Afolhamento: Divisão das explorações agrícolas em várias parcelas ou folhas, para alternar as
culturas e, assim, preservar a fertilidade do solo agrícola. O afolhamento é contínuo quando se
pratica a rotação de culturas sem descanso das parcelas. É descontínuo quando, no intervalo
de tempo de um ano ou mais, uma das parcelas fica em pousio.
Pousio: Técnica agrícola que consiste em deixar uma determinada parcela de terra em
repouso, sem fornecer colheita durante o ano agrícola, visando a reconstituição natural da
fertilidade do solo.
Culturas Temporárias: Culturas cujo ciclo vegetativo não excede um ano ou que, não sendo
anuais, são ressemeadas com intervalos que não excedem os 5 anos.
Culturas Permanentes: Culturas que ocupam o solo por vários anos, fornecendo repetidas
colheitas.
Hortas Familiares: Superfície agrícola ocupada com produtos agrícolas ou frutos e flores,
destinados ao autoconsumo do agregado doméstico do produtor.
Terras Aráveis: Terras que se destinam a culturas temporárias de sementeira anual. Associadas
ao sistema de rotação das culturas e ao pousio.
Pluriatividade: Exercício de mais do que uma atividade económica remunerada, por exemplo,
o caso dos agricultores que também trabalham na indústria.
Arrendamento Rural: Locação, total ou parcial, de prédios rústicos para fins agrícolas,
florestais ou outras atividades de produção de bens ou serviços associadas à agricultura, à
pecuária ou à floresta.
Reserva Agrícola Nacional (RAN): Delimita o conjunto das áreas que em termos
agroclimáticos, geomorfológicos e pedológicos apresentam maior aptidão para a atividade
agrícola. As áreas de RAN são abrangidas por um regime territorial específico que estabelece
um conjunto de condicionamentos à utilização não agrícola do solo.
Principais Fatores
Condicionantes das Paisagens
Agrárias Portuguesa
Fatores Físicos ou
Fatores Humanos
Naturais
Objetivo de
Clima Relevo Passado Histórico
Produção
Desenvolvimento
Fertilidade dos
Recursos Hídricos Científico e Políticas Agrícolas
Solos
Tecnológico
Relevo:
Os terrenos acidentados dificultam a mecanização e a modernização das explorações;
Quanto maior o declive, maior o deslizamento do solo por ação dos agentes erosivos,
empobrecendo-o;
A altitude influencia as condições de temperatura e humidade;
As vertentes umbrias não favorecem a prática agrícola, devido à menor incidência da
radiação solar.
Estes quatro fatores influenciam a fertilidade dos solos, as espécies a cultivar e o uso
de tecnologia;
Mais favoráveis no litoral de Entre Douro e Minho, Beira Litoral e Ribatejo e Oeste
(norte do rio Tejo), com áreas planas de baixa altitude, onde os rios finalisam o seu
curso e Alentejo e Algarve (peneplanícies), com os vales das serras de baixa altitude e
na planície do litoral;
Menos favoráveis em Trás-os-Montes e Beira Interior (interior norte e centro) com
planaltos e montanhas acima dos 800 metros e na ilha da Madeira, com vertentes
íngremes e vales estreitos.
Na Madeira, a diversidade das culturas está diretamente relacionada com a altitude:
o Até aos 200 m na vertente soalheira, encontram-se as espécies tropicais,
enquanto na vertente umbria se cultiva a vinha e produtos hortícolas;
o Acima dos 200 m são cultivados os cereais, os produtos hortícolas e algumas
árvores de fruto da região mediterrânica;
o Nos vales encontram-se as árvores de fruto das regiões temperadas;
o Nas altitudes mais elevadas encontram-se os pastos, os pinhais e os bosques,
destacando-se a floresta Laurissilva;
o A construção de socalcos é essencial à prática agrícola;
o Os solos de origem vulcânica são férteis;
o Abundância de água, mesmo nas regiões mais secas, graças ao complexo
sistema de levadas.
Solos:
Os solos nacionais apresentam uma baixa aptidão agrícola, devido à:
o Forte suscetibilidade à erosão, já que, devido ao clima temperado
mediterrânico, existe reduzida precipitação e um período seco estival;
o Fraca capacidade de drenagem;
o Constituição geológica desfavorável;
o Baixo teor de matéria orgânica.
A erosão é desencadeada, sobretudo, pela precipitação irregular, que origina uma
baixa taxa de formação do solo, o que resulta em solos pouco profundos, e o aumento
das perdas de nutrientes essenciais;
Nos invernos muito chuvosos, os solos ficam saturados e as raízes das plantas acabam
por apodrecer;
Predominam os solos xistosos, muito pobres, e os graníticos que, apesar de férteis, se
encontram, sobretudo, em altitudes;
As más práticas agrícolas e as características climáticas do país contribuem para o
baixo teor de matéria orgânica no solo;
Os solos mais férteis, ou seja, os solos profundos e espessos, localizam-se nas áreas
planas de baixa altitude, planícies de rios (solos de aluvião), solos vulcânicos e
graníticos, ao passo que os solos com menor fertilidade se encontram nas áreas de
maior altitude e vertentes íngremes, uma vez que favorece a erosão, os solos xistosos
e os calcários e argilosos;
Os solos férteis estão a escassear em Portugal, visto que se utiliza incorretamente o
solo agrícola, bem como, se escolhe mal as espécies que se cultivam e as técnicas
agrícolas utilizadas.
Recursos Hídricos:
Os fatores que fazem variar a quantidade de água presente no nosso país são:
o O clima, pela maior ou menor abundância de precipitação;
o A presença de aquíferos subterrâneos;
o A densidade da rede hidrográfica, que disponibiliza água doce para rega;
o A construção de reservas hídricas;
Com o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA), houve a possibilidade
de cultivar espécies de regadio na região do Alentejo.
Fatores Humanos:
Passado Histórico:
O passado histórico influenciou a ocupação do solo e a estrutura fundiária, com
diferenças no norte e sul de Portugal:
No norte as explorações são pequenas e fragmentadas, devido a fatores como:
o Maior densidade populacional;
o Processo de Reconquista pouco organizado e forte parcelamento das terras
pelo clero e nobreza;
o Sistema de partilhas de heranças fundiárias por todos os filhos;
o Terreno mais acidentado, maior pluviosidade e solos mais férteis;
No sul as explorações apresentam maior dimensão e são espacialmente contínuas
devido a fatores como:
o Baixa densidade populacional;
o Processo de Reconquista mais organizado, com uma repartição de terras pelo
clero e pela nobreza mais estruturada;
o Relevo mais aplanado, verões muito longos e secos e menor fertilidade dos
solos.
Objetivo da Produção:
Mercado:
o Elevado rendimento e produtividade, o que resulta em maior competitividade;
o Produção apoiada por um elevado nível tecnológico;
o Explorações agrícolas de média e grande dimensão, geralmente abertas, de
forma regular;
o Elevado grau de especialização das culturas agrícolas;
Autoconsumo:
o Predomínio da policultura;
o Baixo rendimento e produtividade;
o Explorações agrícolas de pequena dimensão, quase sempre fechadas e de
forma irregular;
o Técnicas artesanais de cultivo, reduzida mecanização.
Políticas Agrícolas:
Determinam as quantidades e as espécies a cultivar;
Influenciam os preços no produtor e no consumidor;
Regulamentam as práticas agrícolas, como o uso de agroquímicos, e tecnologias de
produção adotadas;
Apoiam o rendimento dos agricultores através de subsídios ligados ou desligados da
produção;
Criam incentivos financeiros, promovendo a inovação e a modernização do setor, bem
como a formação da mão de obra.
Povoamento
Trás-os-Montes:
Beira Litoral:
Tipos de Solo: Solos calcários, xistosos, arenosos e argilosos, pouco espessos e pobres
em nutrientes;
Características Climáticas: Precipitação abundante e temperaturas amenas quer no
verão como no inverno;
Morfologia Agrária: Minifúndios, de contornos irregulares e quase sempre vedados.
Povoamento: Misto;
Sistema de Cultura: Intensivo, com predomínio da policultura;
Principais Culturas Agrícolas:
o Temporárias: milho, arroz, batata, produtos hortícolas, floricultura, prados
temporários e culturas forrageiras;
o Permanentes: Vinha e olival;
Pecuária: Gado ovino, bovino, suíno e avicultura (pecuária intensiva).
Beira Interior:
Ribatejo e Oeste:
Tipo de Solos: Solos arenosos, argilo-calcários e de aluvião (são dos mais férteis do
país, com destaque para a planície aluvial do Tejo);
Características Climáticas: Precipitação fraca e irregular, verões quentes, longos e
secos, e invernos curtos e amenos;
Morfologia Agrária: Campos de média e grande dimensão, abertos e regulares;
Povoamento: Misto;
Sistemas de Cultura: Diverso, devido às diferentes realidades edafoclimática.
Predomina o intensivo, orientado para o mercado;
Principais Culturas Agrícolas:
o Temporárias: Milho e arroz, prados temporários e culturas forrageiras,
horticultura e floricultura;
o Permanentes: Vinha, olival e frutos frescos;
Pecuária: Gado suíno, bovino, ovino e avicultura (pecuária intensiva)
Alentejo:
Algarve:
Madeira: