Você está na página 1de 3

Estamos no dia 1 setembro de 1939. A Alemanha ataca a Polónia.

Anna sabe,
por fontes fidedignas, que tal ataque iria acontecer algumas horas antes deste
de suceder. Ela volta para casa apressada, e diz de repente para o Adolf:
- Wir müssen hier raus! (“Temos que sair daqui!”).
O Adolf pergunta-lhe qual a razão para tal afirmação, e ela diz que uma das suas
clientes lhe havia confidenciado que a Alemanha faria um ataque à Polónia e
que se tornaria uma guerra muito maior que a guerra de 1914-1918. Porque
será que ela não lhe diz simplesmente a verdade e arranja sempre uma
desculpa?
Anna pensa: Почему я не упаковала сумку после Лаоса? (“Porque é que não
arrumei a mochila depois de Laos?”)
Adolf pega à pressa numa mala e põe
algumas roupas, alguns pensos higiénicos
para a Anna e produtos de higiene. Ele
sabia que ia precisar de comprar coisas,
por isso pediu à sua mulher o dinheiro
que ela tinha, 13 reichsmark, e juntou ao
que ele já tinha, totalizando 30
reichsmarks. Com isso foi rapidamente à
mercearia do senhor Zigmund e comprou 5
garrafas de 0,5 litros de água, um total de
quase um quilograma de comida enlatada, entre estas salsichas, atum, cavala e
pêssego, 1 kit de primeiros socorros, 3 rolos de papel higiénico e depois foi à
senhora Adalhaid e comprou alguns medicamentos. A despesa foi de 22 ℛℳ.
Quando já estavam a sair de casa, o vizinho perguntou-lhes o que iam fazer, ao
qual eles responderam:
- Lass uns ein bisschen skaten. (“Vamos patinar um pouco.”)
- Also ich wünsche dir viel Spaß. (“Então espero que se divirtam.”)
Logo que conseguiram, foram de Bremen
às docas do rio Weser, pegaram no barco
de Anna e vão pelo rio acima, prosseguindo
pelos rios Hunte, Westfalandamm e Ems,
chegando ao Mar Frísio.
Quando estavam a meio do Mar Frísio,
Anna começa a ficar doente, e Adolf
percebe e pede-lhe para descansar um
pouco, porque estava a ficar cansado,
embora solicitasse tal pedido para ela descansar. Anna também percebe e
identifica pelos sintomas que está com escorbuto e que não tem possibilidade
de sobreviver até chegarem à costa alemã. Com isso em conta, numa noite de
céu estrelado, chama Adolf à cabine de comandos e diz-lhe:
- Mit dir komme ich nicht weiter, Adolf. (“Não posso ir mais contigo, Adolf”)
- Sag mir das nicht, Anna. (“Não me digas isso, Anna.”)
- Ich habe Skorbut und werde nicht überleben können, bis wir die Küste
erreichen. (“Eu tenho escorbuto e não consigo sobreviver até chegarmos à
costa.”)
- Aber ich muss dir ein paar Dinge sagen, bevor ich sterbe. (“Mas preciso de te
dizer algumas coisas antes de morrer.”)
- Ich bin kein Deutscher, ich bin Russe. (“Eu não sou alemã, sou russa.”)
- Ich bin auch kein Zahnarzt, ich bin ein KGB-Spion. (“Também não sou dentista,
sou espia do KGB.”)
- Ah!?!
- Da ich einige Geheimnisse für mich behalten muss, musst du mich mit dem
Dolch töten, den ich an meinem Schuh befestigt habe. (“Como preciso de
guardar alguns segredos comigo, preciso que me mates com a adaga que tenho
presa ao sapato.”)
- Anna Schwarz, ich kann das nicht. (“Anna Schwartz, eu não posso fazer isso.)
- Adolf Schneider, du musst. Du musst das tun, damit du sicher bist. (“Adolf
Schneider, tu tens que o fazer. Eu preciso que faças isso para poderes ficar em
segurança.”)
Depois de muita discussão, ele finalmente a abraça com a lâmina da adaga
virada para Anna, levando-a ao país dos eternamente adormecidos.
Com as lágrimas a
caírem pelas
janelas da alma,
pega no leme e
dirige-se para
Markmeer,
concluindo a sua
viagem em Huizen,
nos Países Baixos.
Ele chega aos Países Baixos, país com neutralidade em relação à guerra, mas a
que custo? Perder a sua esposa Anna?...

Migrante – Quem se muda do lugar onde vive para outra qualquer residência.
Refugiado – Quem se muda para outro país devido a perseguições devido à
raça, religião, opinião política, orientação sexual, violação dos direitos humanos,
etc.

Você também pode gostar