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ENGENHARIA DE AQUICULTURA - IFPR

Biologia de Organismos Aquáticos


1° período – 2023.1
Profa. Danielly Veloso Blanck

Nome:

ATIVIDADE 8 – ESTUDO DIRIGIDO – SISTEMA DIGESTÓRIO DOS PEIXES

Responda às questões a seguir. No caso de questões objetivas, justifique sua escolha.

1. Quais são os órgãos que compõem o sistema digestório dos peixes? Existe diferença
entre o aparelho digestório dos peixes ósseos e dos cartilaginosos?
R: A boca, a faringe, os dentes, os arcos branquiais, a língua e o esôfago, somados aos órgãos
sensoriais, estão relacionados aos processos de busca, seleção, apreensão, orientação e
preparação pré-digestiva do alimento, ou seja, a quebra do alimento em partículas menores e
sua embebição, o que facilita a ação das enzimas digestivas.
Nos peixes ósseos o sistema digestório acaba em anus, nos peixes cartilaginosos finaliza em
cloaca.

2. Descreva a(s) função(ões) de cada órgão do sistema digestório dos peixes.


R: Boca: a boca possui diversos formatos e estes estão relacionados diretamente à dieta
alimentar e, mais precisamente, à forma de apreensão do alimento. Em geral, a boca é terminal
e sua abertura pode ser à frente ou um pouco acima ou abaixo da linha mediana. Peixes que se
alimentam próximo à superfície possuem a boca voltada para cima e os que se alimentam nas
profundezas, já pertencem à boca voltada para baixo.
Dentes: Geralmente, os dentes dos peixes são cônicos, podendo ter apenas uma cúspide ou
várias. Algumas espécies possuem placas ásperas que são formadas por inúmeros dentes
filiformes (estes dentes formam uma espécie de “lixa” dos bagres e mandis). Também são
comuns, espécies desprovidas de dentes maxilares e/ou de dentes mandibulares.
Rastros: São estruturas ósseas, presentes nas laterais da faringe, que se prolongam do arco
branquial. São responsáveis por sustentar os filamentos branquiais, que são a parte
avermelhada da brânquia e possuem função respiratória.
Esôfago e estômago: o esôfago é curto e se comunica com o estômago, que por sua vez pode
ter diversos formatos ou mesmo estar ausente. Nos peixes carnívoros, o estômago é
particularmente grande, enquanto que nos onívoros e nos herbívoros é menos evidente.
Intestino e glândulas anexas: O fígado dos peixes é aparentemente grande e sua função está
relacionada à produção de bile e aos ciclos de ácidos graxos. Adjacente e associado ao fígado
está uma pequena vesícula biliar que se liga ao intestino pelo ducto biliar, por onde passa a bile.
O pâncreas é um órgão difuso, mas apresenta as mesmas funções do pâncreas humano, que é a
secreção de enzimas e de hormônios. O intestino grosso não é muito característico nos peixes,
assim as funções de recuperação dos sais biliares são feitas em diversos locais do intestino
delgado.

3. Qual é a classificação dos peixes de acordo com os seus hábitos alimentares? Cite uma
espécie de peixe para cada classe citada.
R: Apesar da grande diversidade das estruturas de alimentação e de digestão dos peixes,
algumas generalizações são possíveis. Os peixes podem ser divididos, basicamente, em três
grandes categorias, de acordo com o tipo de alimento consumido:
· Os herbívoros ingerem itens de origem vegetal - a maioria se alimenta de poucas espécies de
plantas e, freqüentemente, possuem estruturas de mastigação especializadas, obtendo o
máximo valor nutricional através da completa trituração do alimento (p. ex.: piava, piau, piauçu,
pacu-peva; os nomes científicos dos peixes mencionados no texto estão listados no Anexo A);
· Os onívoros se alimentam de itens de origem animal e vegetal - possuem uma dieta mista e
estruturas pouco especializadas. Freqüentemente consomem pequenos invertebrados, plantas
e frutos (p. ex.: lambari, piraputanga, pacu, tambaqui, tambacu, tilápia, tuvira);
· Os carnívoros ingerem sobretudo itens de origem animal - se alimentam de invertebrados de
maior tamanho e outros peixes, podendo se especializar em algum tipo em particular. Essas
preferências podem mudar com a disponibilidade sazonal dos alimentos (p. ex.: tucunaré,
dourado, pintado, salmão, cachorra, piranha, traíra).
Os peixes que se alimentam de plâncton, lama ou detritos (uma mistura de sedimento, matéria
orgânica em decomposição e bactérias) não podem ser facilmente classificados como
herbívoros ou carnívoros, devido a diversidade da origem dos organismos, sendo classificados
como planctófagos (p. ex.: tamboatá), iliófagos ou detritívoros (p. ex.: curimbatá, acari).

4. Cite as principais adaptações morfológicas do aparelho digestório que diferenciam as


espécies carnívoras das herbívoras.
R: Herbívoros, onívoros e carnívoros podem ser encontrados na mesma família. Logo, parece
que as estruturas do aparelho digestivo são altamente adaptáveis e facilmente modificáveis,
pelo menos em termos evolutivos. Outro aspecto geral é que o comprimento do intestino está
correlacionado com a dieta. Os herbívoros possuem um maior comprimento relativo do
intestino (CRI), que leva em consideração o comprimento do intestino médio e do reto, que os
carnívoros. De modo geral nos carnívoros o CRI varia de 0,2 a 2,5, e nos herbívoros de 0,8 a
15,0.

5. O conhecimento da anatomia e fisiologia do aparelho digestório dos peixes e fundamental


para a realização do manejo alimentar. Por exemplo, o tempo de esvaziamento do trato
digestivo nos peixes é quem determina quando o peixe irá se alimentar novamente. De que
fatores depende o tempo de esvaziamento do trato digestório dos peixes?
R: Um dos estimadores mais comuns da taxa de processamento do alimento pelo trato digestivo
é o tempo necessário para o estômago se tornar vazio após uma refeição. Algumas
generalizações são amplamente aceitas quando se deseja medir este tempo, que são: a taxa de
esvaziamento e digestão do estômago é exponencial em relação à quantidade de alimento
ingerido; grandes refeições são digeridas mais rapidamente, em proporção ao seu tamanho, do
que pequenas refeições (uma refeição três vezes maior irá demorar o dobro de tempo para
digerir); a temperatura controla fortemente a taxa de esvaziamento gástrico. Dietas que
contenham grandes quantidades de gordura também aumentam o tempo de retenção do
alimento no estômago.

6. A limitada digestão de carboidratos em peixes parece prejudicar a viabilidade econômica


do cultivo de espécies carnívoras de peixes, haja vista que os gastos com alimentação chegam
a ultrapassar 80% do custo de produção dessas espécies. Pesquise quais fatores influenciam a
digestibilidade dos carboidratos em peixes carnívoros.

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