Você está na página 1de 109

Anabolizantes: Para quem?

Mitos e Verdades

Guilherme Fonseca, PhD


Doutor em Ciências - Cardiologia
Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício
Comissão Científica - Instituto do Coração (InCor, HCFMUSP)

prof_fonseca guilhermefonseca@alumni.usp.br
Conteúdo programático

Uso terapêutico: Uso exacerbado:


 Fisiologia hormonal  Função e estrutura cardíaca
 Tipos de anabolizantes  Sistema cardiovascular
 Uso na cardiopatia  Sistema autonômico
 Efeito no coração  Alteração hemodinâmica
 Efeito no músculo  Colesterol
esquelético
Eixo Hipotálamo - Hipófise - Testículo

Hipotálamo

Hipófise anterior
Eixo Hipotálamo - Hipófise - Testículo

Hipotálamo

GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofinas

Hipófise

LH – Hormônio Luteinizante
LH FSH

FSH – Hormônio Folículo Estimulante

Testículo
Testosterona total:
Células Células de H: 300 a 1000 ng/dL (171 a 640 pmol/L)
de Leydig Sertoli
M: 9 a 63 ng/dL (2.4 a 37.0 pmol/L)

Testosterona Espermatogênese
Aires MM. Gônadas in Fisiologia. 3 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. p. 1051-76
Eixo Hipotálamo - Hipófise - Testículo

Hipotálamo

GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofinas

Hipófise

LH – Hormônio Luteinizante
LH FSH

FSH – Hormônio Folículo Estimulante

Testículo
Testosterona total:
Células Células H: 300 a 1000 ng/dL (171 a 640 pmol/L)
Leydig Sartori
M: 9 a 63 ng/dL (2.4 a 37.0 pmol/L)

Testosterona Espermatogênese
Aires MM. Gônadas in Fisiologia. 3 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. p. 1051-76
Eixo Hipotálamo - Hipófise - Testículo

Hipotálamo

GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofinas

Hipófise

LH – Hormônio Luteinizante
LH FSH

FSH – Hormônio Folículo Estimulante

Testículo
Testosterona total:
Células Células H: 300 a 1000 ng/dL (171 a 640 pmol/L)
Leydig Sartori
M: 9 a 63 ng/dL (2.4 a 37.0 pmol/L)

Testosterona Espermatogênese
Aires MM. Gônadas in Fisiologia. 3 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. p. 1051-76
Deposição de tecido ósseo
Estradiol
RE
Fusão epifisária

Aromatase

Testosterona
Função androgênica
RA
5 alfa redutase
Função anabólica

Dihidrotestosterona Kicman AT. Pharmacology of anabolic steroids. Br J Pharmacol.


2008;154:502-21
Ação da testosterona

Testosterona

Degradação Proteica

Síntese Proteica

Balanço Proteico

Kadi F. Cellular and molecular mechanisms responsible for the action of


testosterone on human skeletal muscle. Br J Pharmacol. 2008;154:522-8
Ação da testosterona

Testosterona Reposição Hormonal

Degradação Proteica

Síntese Proteica

Desbalanço Proteico
(Perda da massa muscular)
Kadi F. Cellular and molecular mechanisms responsible for the action of
testosterone on human skeletal muscle. Br J Pharmacol. 2008;154:522-8
Esteroides androgênicos anabólicos
(EAA) “Anabolizantes”

Hormônio sintético

17 beta-esterificados
C D
via parental (IM)
A B
17 alfa-alquilados
Testosterona Via oral (comprimido)

Modificações estruturais

Função anabólica
Kicman AT. Br J Pharmacol. 2008;154:502-21
Esteroides androgênicos anabólicos
(EAA) “Anabolizantes”

Anabolizantes

Degradação Proteica

Síntese Proteica

Massa muscular
Kadi F. Cellular and molecular mechanisms responsible for the action of
testosterone on human skeletal muscle. Br J Pharmacol. 2008;154:522-8
alta dosagem

baixa dosagem

massa magra

clean
Finalidades do uso de
Anabolizantes


Não
Terapêutico Terapêutico

Reposição Estética e
Hormonal Performance

Existem Não existem


recomendações!
recomendações!
Finalidades do uso de Anabolizantes:
Reposição Hormonal
 Reposição hormonal como tratamento de algumas doenças como: hipogonadismo e
perda de massa muscular.

Fisiológico (dentro da normalidade)

Hipogonadismo (baixa produção hormonal)


Mayo Clin Proc. 2016 May;91(5):575-86.
Reposição Hormonal isolada e
associada com exercício físico

+5,45% -12,28% +12,73%

Mayo Clin Proc. 2016 May;91(5):575-86.


Finalidade do uso de Anabolizantes

Terapêutico

Reposição
Hormonal

Existem
recomendações!
Finalidade do uso de Anabolizantes


Não
Terapêutico

Estética e
Performance

Não existem
recomendações!
Finalidade do uso de Anabolizantes:

Estética e Performance

 Usado como estratégia para aumentar a massa muscular

Yesalis CE, Bahrke MS. Doping among adolescent athletes.


Baillieres Best Pract Res Clin Endocrinol Metab. 2000;14:25-35
Casos conhecidos pelo uso de
Anabolizantes (Doping)
Ciclista americano
Lance Armstrong
vencedor de 7 Tour
da França
(1999 – 2005),
Eritropoetina (EPO)
Corredor Canadense e testosterona.
Ben Johnson,
medalha de ouro nos
100m nas Olimpíadas
de Seul, 1988,
presença de
estanozolol.
Teste do Doping urinário
Cromatografia gasosa
associado a espectrometria de massa 1

Não usuário de C D
anabolizantes

A – androsterona, B – etiocolanolona, C – epitestosterona, D – testosterona.

Usuário de C
D
anabolizantes

C – epitestosterona, D – testosterona.

Figura adapada: Campos, DR et al. Brazilian Journal of Pharm Sci, 2005


Por que as pessoas usam os
anabolizantes?

Competitivo

Estético
89 bodybuilders
41 não usuários de EAA
48 usuários de EAA

1. Você se preocupa de estar pequeno demais e precisa crescer mais? 100%

2. Você já se recusou tirar a camiseta em público? 70%


3. Você já deixou de fazer alguma coisa que gosta com medo de parecer pequeno? 30%

± 30% são dependentes


Tipos de Anabolizantes

 Via oral:
Estanozolol, oxandrolona...

 Via injetável:
Cipionato de testosterona (Deposteron),
propionato (Durateston), enantato...
Ciclo de Esteróides Anabolizantes

4 a 12 semanas de uso

Pirâmide Decrescente

Intervalo de 4 a 18 semanas
É seguro o uso de
anabolizantes para fins
estéticos e competitivos?
Uso abusivo de anabolizantes
e
alterações no sistema cardiovascular

Laboratório de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício


Instituto do Coração (InCor, HCFMUSP)
Efeitos Colaterais
Eixo Hipotálamo - Hipófise - Testículo

Hipotálamo

GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofinas

Hipófise

LH – Hormônio Luteinizante
LH FSH

FSH – Hormônio Folículo Estimulante

Testículo

Células Células
Leydig Sartori

Testosterona Espermatogênese
Anabolizantes

Anabolizantes

RA Função anabólica
5 alfa redutase

Diidrotestosterona Kicman AT. Pharmacology of anabolic steroids. Br J Pharmacol.


2008;154:502-21
Ginecomastia

Estradiol
RE

Aromatase
Tamoxifeno (Novaldex)

Anabolizantes

RA Função anabólica
5 alfa redutase

Diidrotestosterona Kicman AT. Pharmacology of anabolic steroids. Br J Pharmacol.


2008;154:502-21
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed

O uso de anabolizantes e morte súbita

(Infarto associado ao uso de anabolizantes, 22 anos, 1988)

(Morte súbita associado ao uso de anabolizantes, 21 anos, 1990)


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed

O uso de anabolizantes e morte súbita

(Morte súbita associada ao uso de anabolizantes, 20 anos, 1995)


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed

O uso de anabolizantes e morte súbita

(2 casos de Morte súbita associada ao uso de anabolizantes, 2007)

Caso 1: 29 anos (testosterone, nandrolone, stanozolol) Caso 2: 30 anos (nandrolone)

Sintomas: Assintomático Sintomas: Assintomático


Necropsia: fibrose focal no coração Necropsia: fibrose focal no coração, atrofia testicular,
gorduras na artéria.
Uso ilícito de anabolizantes
e
alterações no sistema cardiovascular
Análises laboratoriais (Sistema Nervoso Central)
Qual o efeito na Pressão Arterial
Controle Autonômico
Anabolizantes e pressão arterial

Medidas e Procedimentos
 Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial de 24 horas (MAPA 24h)
Aumento da Pressão Arterial de 24h (MAPA)

PAS Usuários de anabol


PAS Não usuário de anabol

PAM Usuários de anabol


PAM Não usuário de anabol

PAD Usuários de anabol


PAD Não usuário de anabol

FC Usuários de anabol
FC não usuário de anabol

* = p<0.05
Qual o efeito no sistema autonômico?
Medidas e Procedimentos

 Atividade Nervosa Simpática Muscular:

Microneurografia

* * * * * * * * *
* * * * *
* * *
*

20”
Atividade Nervosa Simpática Muscular
(ANSM disparos/min)

Não usuários de Usuários de


anabolizantes anabolizantes
* = p<0.05
Medidas e Procedimentos

 Fluxo Sanguíneo do Antebraço:

Pletismografia de oclusão venosa


Medida Basal Neural e Vascular

Atividade Nervosa Simpática Muscular Fluxo sanguíneo do antebraço


(ANSM disparos/min)

Alves, MJ. et al. Med. Sci. Sports Exerc., 2010 *=p<0.05


Controle da pressão arterial
Sistema Barorreflexo
Medidas e Procedimentos

Finometer Eletrocardiograma
Pressão Arterial Frequência Cardíaca

Instrumentação Repouso Coleta Basal

5 - 10 min. 10 min.
Sensibilidade barorreflexa Distensão da Carótida

10

%
6 *
*
4

2
Usuários de NUEAA
Não usuários UEAA de
Usuários
Não usuários de 0
EAA EAA de EAA EAA
* = p<0.05
Stroop Color Word Test Comportamento da ANSM durante um estresse
Frequência Cardíaca (FC) de recuperação
após teste de esforço

* = p<0.05
Qual o efeito no coração?
Qual o efeito no coração?
Capacidade Funcional
Consumo máximo de oxigênio
(VO2máx)

Dos Santos , MR. et al. Int J Sports Med. 2013


Qual o efeito no coração?

Hipertrofia
cardíaca

Am J Cardiol 2006;97: 912–915


Qual o efeito no coração?

Fração de Ejeção do VE
(%)
Qual o efeito no coração?
Qual o efeito no coração?

Exercício físico

Exercício físico + anabolizantes

Rocha FL. et al. 2007.


Qual o efeito no coração?

Angiotensina II?

Losartana (AT1)

Rocha FL. et al. 2007.


Qual o efeito no coração?

Exercício físico + anabolizantes Exercício físico + anabolizantes + losartana

Rocha FL. et al. 2007.


Óbitos associados ao uso de anabolizantes

Não usuários de anabolizantes: 6,02%

Usuários de anabolizantes: 20,43%

 Infarto Agudo do Miocárdio

 Arritmias cardíacas

 Morte Súbita

Morbidity and mortality in patients testing positively for the presence


of anabolic androgenic steroids in connection with receiving medical
care. A controlled retrospective cohort study. Drug Alcohol Depend.
2006 Feb 28;81(3):215-20
14 homens fisiculturistas com idade de 28 a 55 (média de 39)

7 de 14 indivíduos (50%) tiveram


escore de cálcio na artéria Fator independente
coronariana de evento cardiovascular
O número esperado era de 3 (21%)

Santora LJ, Marin J, Vangrow J, Minegar C, Robinson M, Mora J, et al. Coronary calcification in body
builders using anabolic steroids. Prev Cardiol. 2006 Fall;9(4):198-201
84 homens fisiculturistas com idade de 39 a 47 (mediana 42)

Baggish AL, et al. Cardiovascular Toxicity of illicit Anabolic- Androgenic Steroid Use. Circulation 2017.
Quais os mecanismos que podem estar associados
com o desenvolvimento da doença arterial
coronariana (DAC) em usuários de anabolizantes?
Alterações do perfil lipídico
e doença cardiovascular

LDL
HDL

Aterosclerose (Doença Arterial Coronariana - DAC)

Infarto agudo do miocárdio (IAM)

Young CE, Karas RH, Kuvin JT. High-density lipoprotein cholesterol


and coronary heart disease.Cardiol Rev. 2004;12:107-19
Função protetora da HDL

 Efluxo do colesterol mediado pela HDL

fígado
Fígado HDL

Função antiaterogênica

Doença arterial coronariana

Macrófago arterial rico em colesterol


Young CE, Karas RH, Kuvin JT. High-density lipoprotein cholesterol
and coronary heart disease.Cardiol Rev. 2004;12:107-19
Anabolizantes e
alterações no perfil lipídico

Alves MJ, Dos Santos MR, et al. Abnormal neurovascular control in anabolic
androgenic steroids users. Med Sci Sports Exerc. 2010;42:865-71
Morikawa AT, Maranhao RC, Alves MJ, et al. Effects of anabolic androgenic
steroids on chylomicron metabolism. Steroids. 2012;77:1321-6
Raciocínio do estudo

Uso ilícito de anabolizantes

HDL  Doença arterial coronariana

Funcionalidade

 Efluxo do colesterol
Padrão do fluxo na artéria
braquial (Shear rate)

Arterioscler Thromb Vasc Biol. 1998;18:677-685


Distúrbio no padrão do fluxo na
artéria braquial (Shear rate)

Arterioscler Thromb Vasc Biol. 1998;18:677-685


Distúrbio no padrão do fluxo na
artéria braquial (Shear rate)

Repouso
Jovem Idosos

Biodisponibilidade de NO

Atividade Nervosa Simpática Muscular

Arterioscler Thromb Vasc Biol. 1998;18:677-685


Raciocínio do estudo
Fatores pró-aterogênicos
Aumento do perfil inflamatório
Disfunção endotelial

Retrógrado
Doença arterial coronariana

Atividade Nervosa Simpática


Muscular (ANSM)

Anabolizantes
Objetivos

 Avaliar o padrão de fluxo (Shear rate) na artéria braquial;

 Avaliar os níveis plasmáticos de HDL e a sua funcionalidade (efluxo do


colesterol);

 Avaliar a presença de DAC obstrutiva precoce;

Todas essas alterações podem estar associadas com o risco


precoce de doença arterial coronariana em jovens usuários de
anabolizantes.
População estudada

 Grupo usuários de esteroides androgênicos anabolizantes (UEAA)

Praticantes de musculação e usuários de anabolizantes há pelo menos 2 anos.

 Grupo não usuários de esteroides androgênicos anabolizantes (NUEAA)

Praticantes de musculação mas nunca terem usado qualquer tipo de substância.

 Grupo controle sedentário (CS)


Sem histórico de doença cardiovascular.
Métodos
 Exame de sangue (lipídico)
Métodos
 Ultrassom da artéria braquial (padrão do fluxo sanguíneo)
Métodos
 Absociometria de raio X de dupla energia (DXA) para a avaliação da
composição corporal
Métodos
 Angiotomografia de coronárias (escore de cálcio e placas)

• 3h de jejum • Injeção do contraste


• Punção da veia para o contraste • Avaliação das coronarias
Resultados
68 indivíduos
Pré-selecionados

18 indivíduos Não atingiram os critérios de inclusão


excluídos Falta de tempo para participar

50 indivíduos
estudados

20 Usuários 20 Não Usuários 10 indivíduos


de anabolizantes de anabolizantes Sedentários 1º artigo
(UEAA) (NUEAA) (CS) Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.

10 Usuários 10 Não Usuários


de anabolizantes de anabolizantes 2º artigo
(UEAA) (NUEAA) Souza, FR, et al. Scand J Med Sci Sports. 2019;29:422–429.
Anabolizantes e Shear Rate

Dados apresentados em Denver, EUA, 2017 Souza, FR, et al. Scand J Med Sci Sports. 2019;29:422–429.
Alteração do padrão de fluxo (Shear rate) na
artéria braquial em jovens usuários de EAA

Usuários de anabolizantes Não usuários de anabolizantes


(média de 27 anos) (média de 29 anos)

Anterógrado

Retrógrado

Dados apresentados no “American College os Sports Medicine (ACSM)”, Denver, EUA, 2017 Souza, FR, et al. Scand J Med Sci Sports. 2019;29:422–429.
Anabolizantes - Função da HDL - DAC

Dados apresentados em Munique, Alemanha, 2018 Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.
Características físicas

Variáveis UEAA (20) NUEAA (20) CS (10) p

Idade (anos) 29 ± 5 29 ± 5 29 ± 3 0,861

Peso (kg) 97,4 (90,1-104,9) *† 82,0 (74,0-88,0) 74,8 (70,0-87,5) 0,003

Altura (m) 1,78 ± 0,04 1,80 ± 0,09 1,76 ± 0,08 0,841

IMC (kg/m2) 31,11 ± 3,45 *† 25,45 ± 1,92 25,70 ± 3,38 <0,001

Massa magra (kg) 82,05 ± 9,18 *† 62,81 ± 7,15 * 53,94 ± 7,38 <0,001

Gordura (kg) 12,0 (9,9-15,1) *† 15,5 (11,7-18,1) * 19,5 (15,2-26,8) 0,033

Gordura (%) 13,18 ± 5,62 *† 19,27 ± 4,33 * 27,59 ± 7,49 0,005

* = p<0,05 vs. CS
† = p<0,05 vs. NUEAA
Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.
Perfil lipídico e inflamatório

Variáveis UEAA (20) NUEAA (20) CS (10) p

CT (mg/dL) 186 (143-208) 155 (134-188) 189 (175-200) 0,075

HDL (mg/dL) 19 (13-25) *† 44 (41-54) 50 (40-55) <0,001

LDL (mg/dL) 144 (105-179) *† 96 (81-125) 122 (105-132) 0,001

TG (mg/dL) 74 ± 23 75 ± 35 98 ± 45 0,151

PCR (mg/L) 1,69 (0,68-2,51) † 0,36 (0,17-0,74) 1,00 (0,26-3,6) <0,001

* = p<0,05 vs. CS
† = p<0,05 vs. NUEAA

Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.


Efluxo do colesterol mediado pela HDL

*= p<0,05 vs. CS

† = p<0,05 vs. NUEAA

UEAA= Usuários de esteroides androgênicos anabólicos

NUEAA= não usuários de esteroides androgênicos anabólicos

CS= controle sedentário.


Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.
Forma ilustrativa:
Efluxo do colesterol mediado pela HDL

 Grupo UEAA  Grupo NUEAA e CS

Fígado Fígado
HDL HDL HDL

Macrófago com colesterol Macrófago com colesterol


Angiotomografia de coronárias

UEAA (20) NUEAA (20) CS (10) p

Indivíduos com placas nas


5 (25%) * † 0 0 0,019
artérias coronárias (n)

Histórico familiar para DAC (n) 1 (5%) 1 (5%) 1 (10%) 0,814

* = p<0,05 vs. CS
† = p<0,05 vs. NUEAA

Dados apresentados no “European Society of Cardiology Congress (ESC)”, Munique, Alemanha, 2018 Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.
Descrição da angiotomografia de coronárias
do grupo UEAA

5 indivíduos com lesões de coronárias

Número de lesões nas artérias 2,4 ± 1,5

Número de artérias lesionadas 2±1

Indivíduos com Score de Cálcio (n) 3 (15%)

Volume da placa (mm3) 274.4 ± 101,1

Grau de estenose (obstrução da arteria) 2±1

Grau de estenose: 0= 0% estenose, 1= <30%, 2= 30-50%, 3= 51-70%, 4= 71-99% e 5= 100%

Dados apresentados no “European Society of Cardiology Congress (ESC)”, Munique, Alemanha, 2018 Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.
Imagem da angiotomografia
de um usuário de anabolizantes de 27 anos

A imagem mostra a artéria


descendente anterior (DA)
com diminuta placa
calcificada.

Dados apresentados no “European Society of Cardiology Congress (ESC)”, Munique, Alemanha, 2018 Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.
Tipos de anabolizantes

Variáveis UEAA (21) NUEAA (20) CS (10) p

Musculação (anos) 12 ± 5 10 ± 4 - 0,435

Tempo de uso dos EAA (anos) 8±6 - - -

Tipos de EAA

Propionato de Testosterona (mg) 575 ± 220 - - -

Nandrolona (mg) 630 ± 125 - - -

Boldenona (mg) 500 ± 100 - - -

Trembolona (mg) 480 ± 200 - - -

Estanozolol (mg) 350 ± 180 - - -

Dados apresentados no “European Society of Cardiology Congress (ESC)”, Munique, Alemanha, 2018 Souza, FR, et al. Atherosclerosis 283 (2019) 100–105.
Os efeitos do uso exacerbado de EAA são
reversíveis?
Baggish AL, et al. 2017, Circulation.
https://www.menshealth.com/health/steroids- https://www.escardio.org/The-ESC/Press-Office/Press-
and-heart-attack-risk releases/anabolic-androgenic-steroids-may-be-
associated-with-early-coronary-artery-disease
Continua...
Avaliação da função cardíaca
“Feature Tracking” – Strain

Basal

Medial

Apical
Avaliação cardíaca - RM
Mapa T1 e Strain cardíaco em usuários de EAA
Avaliação cardíaca - RM
Mapa T1 e Strain cardíaco em usuários de EAA

Dados apresentados em Paris, França, 2019


Avaliação cardíaca
Variables AASU (n=18) AASNU (n=19) SC (n=7) p

Native T1 values (ms) 888 ± 162 † 1020 ± 179 994 ± 73 0.047

Hematocrit (%) 51 ± 2 *† 46 ± 2 45 ± 2 <0.001

Mid ECV (%) 28 ± 10 28 ± 7 29 ± 7 0.931

LV mass index (g/m2) 85 ± 14* † 64 ± 8 58 ± 5 <0.001

Left ventricular systolic function

LV mid radial strain (%) 30 ± 8† 38 ± 6* 30 ± 3 0.003

LV mid circumferential strain (%) -17 ± 3† -20 ± 2 -18 ± 1 0.003

LV global longitudinal strain (%) -17 ± 3† -20 ± 3 -18 ± 1 0.006

LV ejection fraction (%) 60 ± 8 65 ± 8 61 ± 3 0.096

* = p<0,05 vs. CS
† = p<0,05 vs. NUEAA
Fibrose focal no coração
2 indivíduos (11%) do grupo EAA

Participant: AFM, 27 yr
(12 years of duration of AAS abuse)

Participant: GPA, 29 yr
(6 years of duration of AAS abuse)
Reposição Hormonal Anabolizantes e riscos para a saúde

Tratamento de doenças (qualidade de vida) Alterações no sistema nervoso central;


Aumenta PA e FC;
Prejudica a função da HDL;
Aumenta o colesterol ruim (LDL);
Uso abusivo de anabolizantes
Doença aterosclerótica (DAC);
Aumenta massa magra e força muscular;
Disfunção cardíaca;
Melhorar desempenho físico;
 Atletas
DO YOU WANT
TO TRY
YOUR LUCKY?
AGRADECIMENTOS
 Lab. Reab Cardiovascular e Fisiologia do  Laboratório de Lípides (LIM 10) –HCFMUSP
Exercício (InCor, HCFMUSP) Marisa Passarelli, PhD
Maria Janieire N. Alves, MD, PhD
Marcelo Santos, PhD  Laboratório de Metabolismo Ósseo - HCFMUSP
Carlos Eduardo Negrão, PhD Rosa Maria R. Pereira, MD, PhD
Rafael Armani Porello, Ms
Kelly Correia, PhD
 Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da
Guilherme Wesley P. Fonseca, PhD
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
Mauricio Yonamine, PhD
 Diagnóstico por Imagem (InCor, HCFMUSP)
Tiago Franco de Oliveira, PhD
Carlos Eduardo Rochitte, MD, PhD
Lenira Cipriano
MUITO OBRIGADO!

guilhermefonseca@alumni.usp.br prof_fonseca
História

Dirix AT, K. . Olympic Book of Sports Medicine in Doping Control in Sports. 1998
História dos anabolizantes

 1950: Campeonato de levantamento de Peso em Viena, Áustria

 1960: Investimento da Republica Alemã nos esportes

 1972: Alemanha no topo de ranking de medalhas com os EUA e União


Soviética

Os anabolizantes foram disseminados em todos os esportes


de alta performance e academias.

Dirix AT, K. . Olympic Book of Sports Medicine in Doping Control in Sports. 1998;3. ed.
Yesalis CE, Bahrke MS. Doping among adolescent athletes. Baillieres Best Pract Res Clin Endocrinol
Metab. 2000;14:25-35

Você também pode gostar