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DECLARAÇÕES

DA IGREJA

TRADUÇÃO
Francisco Alves de Pontes, Fernanda Carolíne de Andrade
e Marcelo Dias

Casa Publicadora Brasileira


Tatuí, SP
Título original em inglês:
STATEMENTS, GUIDELINBS & OTHER DOCUMENTS

Copyright © da edição em inglês: Cicneral Conference of the Seventh-day


Advcntist Church, Silver Spring, EUA.
Direitos internacionais reservados.

Direitos de tradução e publicação


mi língua portuguesa reservados à
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www.cpb.corn.br

y edição: 2 mil exemplares


Tiragem acumulada: 8 milheiros
2012

Coordenação Editorial: Marcos De Benedicto


Editoração: Marcos De Benedicto, Paulo Pinheiro, Guilherme Silva e Neila D. Oliveira
Projtto Gráfico e Capa: Enio Scheffel
Imagem da Capa: Fotolia

IMPRESSO NO BRASIL / Printedin Brazil


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Declarações da Igreja: aborto, assédio sexual,


homossexualismo, clonagern, ecumenismo e outros
ternas atuais / Igreja Adventista do Sétimo Dia;
tradução Francisco Alves de Pontes, Fernanda
Caroline de Andrade e Marcelo Dias. - 3- ed. —
Tatuí, SP: Casa Public adora Btasileira, 2012.

Título original: Staternents, guidelines & othcrs


documents.

l. Igreja Adventistado Sétimo Dia — Doutrinas -


Miscelânea 1. Igreja Adventista do Sétimo Dia.

12-05888 CDD-286.732
índices para catálogo sistemático;
l. Igreja Adventista do Sétimo Dia: Doutrinas:
Cristianismo: Religião 286.732

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial,


por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do aucor e da Editora.
SUMARIO

Introdução 8
Declaração de Missão 10
Declaração de Valores ll
Missão Global 12
Mapa para a Missão 19
O Cuidado com a Criação 26
Cosmovísão Bíblica da Criação 28
Uma Afirmação a Respeito da Criação 29
Resposta à Afirmação a Respeito da Criação 38
Escrituras Sagradas 40
A Bíblia Sagrada 41
Métodos de Estudo da Bíblia 42
Confiança no Espírito de Profecia 52
Resolução Sobre o Espírito de Profecia 54
Meio Ambiente 55
Proteção do Meio Ambiente 56
Mudanças Climáticas 57
Família 58
Lar e Família 60
Matrimónio 61
Abuso e Violência na Eamília 63
Violência Domestica 64
Uso, Abuso e Dependência de Substâncias Químicas 67
Uso de Drogas 69
Cigarro e Ética 70
O Tabaco e o l lábito de Fumar 71
Jogos de A/ar 72
Atividades Competitivas 74
As Instituições de Saúde 82
Compromisso com a Saúde e a Cura 85
O Cuidado dos Pacientes Terminais 86
Aids 90
Aids: Uma Resposta Adventista 91
Epidemia de Aids 97
Desamparo e Pobreza 100
Pobreza Global 102
l lomossexualidade 104
União Homossexual c Casamento Cristão 105
Relações Humanas 107
Direitos Humanos 108
Relação Entre Patrões c Empregados l 10
As Mudanças Sociais e a Missão l 14
Pa/ 118
Mensagem de Pa/, às Pessoas de Boa Vontade 120
Apelo em Favor da Pa/ 121
A Crise de Kosovo 126
A Guerra no Iraque 128
A Guerra no Congo 129
Porte de Armas 130
Alfabetização 132
Liberdade Religiosa (I) 133
Liberdade Religiosa ( I I ) l 34
Minorias Religiosas e Liberdade Religiosa 135
Liberdade Religiosa, Evangelismo e Proselitismo 137
Catolicismo Romano 139
Movimento Ecuménico 141
Relações com Outras Igrejas Cristãs 152
A Relação Entre Igreja e Estado 154
Liberdade de Expressão e Difamação da Religião 161
Liberdade e Responsabilidade Teológica e Académica 163
Tolerância 173
Racismo 174
Bem-estar e Valor da Criança 176
Cuidado e Proteção de Crianças 178
Abuso Sexual de Menores 181
Comportamento Sexual 184
Doenças Sexualmente Transmissíveis 186
Pornografia 192
Assédio Sexual 194
Assédio 196
Clonagem Humana 199
Princípios Cristãos Para Intervenções Genéticas 205
Terapia Genética Humana 2Í4
Temas Sobre a Mulher 218
Aborto 219
Controle de Natalidade 223
Violência Contra Mulheres e Meninas 227
Mutilação Genital Feminina 228
Ano 2000 232
Marcas Registradas 233
Estratégias de Comunicação 235
Websites Aclven t istas 251
Assuntos Estratégicos 254
Princípios Éticos Para a Associação Geral 256
Conservação de Novos Membros 260
Uso do Dí/.imo 264
Reavivamento Espiritual e Mudanças Sociais 269
Princípios de Temperança e Aceitação de Doações 271
Filosofia Advcntista com Relação à Música 272
Observância do Sábado 276
Compromisso Total com Deus 293

Por motivo de espado, o nome "íidventista(s) do sétimo dia" foi reduzido para "advcnlista(s)",
excclOem alguns casos. Porém, as referências são sempre à Igreja Adventislã do Sétimo l)i.«m
«t srns membros. De igual modo. os títulos piTuis originais l ora m reduzidos, para que a busca
de urn documento se tornasse mais lâcil.
INTRODUÇÃO

As pessoas frequentemente perguntam: "O que a igreja diz so-


bre...?" Esse tipo de indagação vem de membros, pastores, do público
em geral ou da mídia.
Uma análise do desenvolvimento du Igreja Adventista do Sétimo Dia
desde a década de 1980 revela um interesse ativo em muitos círculos
da igreja em desenvolver e divulgar as declarações contendo a posição
denominacional sobre temas ou assuntos específicos. Algumas foram
adotadas como reação a uma agenda notória de assuntos públicos, en-
quanto outras foram desenvolvidas como um comentário ou um guia
para um tema específico que cause impacto nu missão da igreja.
Espera-se que a igreja, como uma força moral da sociedade, es-
clareça ou expresse sua postura, ou mesmo apresente uma reação
específica diante de um tema atual. Os adventistas, como membros
da sociedade, frequentemente refletem os desafios e as necessidades
daqueles que os rodeiam. Alguns problemas não s5o novos, mas hoje
parecem mais prementes.
A história du denominação remonta à década de 1860, quando a
igreja foi formalmente organizada. Desde o início e ao longo de sua
história, os adventistus do sétimo dia têm se tornado conhecidos em
muitas partes do mundo como um grupo de cristãos conscienciosos,
que opinam sobre diversos problemas e tomam uma posição pública
a favor de várias causas. A lista desses problemas e causas é bem con-
siderável - direitos civis e postura antiescravatura, liberdade religiosa,
temperança e reforma da saúde, liderança na prevenção do alcoolismo
e da dependência de drogas, luta antitabagísta, educação, assistência
social e desenvolvimento, e assim por diante.
A herança adventista oferece dois panoramas. Fala dos adventistas
como voltados à reforma, mas também mostra a direção da igreja como
relutante às vezes em tomar uma posição pública ou oficial em relação
a alguns temas. As exceções incluem áreas como liberdade religiosa e
temperança. Era característica dos adventistas enfatizar que as mudan-
ças na sociedade são mais bem efetuadas através da transformação na
vida pessoal dos indivíduos. Resoluções e pronunciamentos públicos não
costumavam ser a abordagem preferida para influenciar a agenda social.
Assim, embora os adventistas usassem com sucesso o púlpito e a
sala de aula para talar contra os males sociais ou promover os valores
cristãos, eles não tinham, até recentemente, formalizado sua posição
oficial através de declarações públicas. No princípio, mesmo na área
das doutrinas, havia uma abordagem não confessional, sendo que
as "crenças fundamentais" foram formuladas em uma "declaração
doutrinária" somente na década de 1930.
Este volume apresenta uma coleção de três décadas de decla-
rações e orientações discutidas, aprovadas e votadas pela liderança
da igreja de 1980 a 2010, Cada uma foi escrita para um público
diferente, algumas refletem um interesse interno específico da igre-
ja. A compilação inclui documentos discutidos pela Assembleia da
Associação Geral, pela Comissão Administrativa da Associação Ge-
ral, pela Comissão Administrativa da Associação Geral ou por uma
comissão especial da Associação Geral.
A medida que a igreja cresce e aumenta sua influência, seu pa-
pel na sociedade exige que seus conceitos e o que ela assume como
verdade se tornem conhecidos. Essa continuará sendo a demanda
da sociedade, e é preciso definir a relevância cio adventismo. A igreja
vive de acordo com sua missão quando antecipa desafios, ouve e está
pronta a responder.
Os documentos apresentados aqui não constituem um fim em si
mesmos, mas expressam a reflexão de um movimento cristão sensí-
vel à sua vocação e às pessoas que sabem "como responder a cada
um" (Cl 4:6, NVI).
A importância destes documentos pode ser assim resumida: os
atos falam mais do que as palavras.

Ray Dabrowski
bx-diretor do l Apartamento de Comwiicciçao da Associação Gera!
DECLARAÇÃO DE MISSÃO

Nossa Missão
A missão da Igreja Adventista é proclamar a todos os povos o
evangelho eterno, no contexto das três mensagens angélicas de
Apocalipse 14:6-12, levando-os a aceitar a Jesus como Salvador
pessoal e a unir-se à Sua igreja, c ajudando-os a se prepararem para
o Seu breve retorno.

Nosso Método
Desempenhamos esta missão sob a orientação do Espírito Santo
por meio de:
/. Pregação. Aceitando a ordem de Cristo (Mt 28:18-20), pro-
clamamos a todo o mundo a mensagem de um Deus amoroso, mais
plenamente revelado no ministério reconcilíador e na morte expia-
tória de Seu filho. Reconhecendo a Bíblia como infalível revelação
da vontade de Deus, apresentamos toda a sua mensagem, inclusive
o segundo advento de Cristo e a contínua autoridade da lei dos Dez
Mandamentos com o seu memorial cio sábado do sétimo dia.
2. Ensino. Reconhecendo que o desenvolvimento da mente e do
caráter é essencial para o plano redentor de Deus, promovemos o
desenvolvimento de uma compreensão e de um relacionamento ma-
duros com Deus, Sua Palavra e o Universo criado.
3. Cura. Ratificando a ênfase bíblica no bem-estar completo do
indivíduo, consideramos a preservação da saúde e a cura dos en-
fermos uma prioridade; e, por intermédio do nosso ministério aos
pobres e oprimidos, cooperamos com o Criador em Sua compassiva
obra cie restauração.

Nossa Visão
Hm harmonia com as grandes profecias das Escrituras, vemos
como o clímax do plano de Deus a restauração de toda a Sua criação
à plena harmonia com Sua perfeita vontade e justiça.

Esta declaraçSo foi aprovada c votada |>da Comissão Administrativa da Associação Clcral
no Concílio tia Primavera iv.ilí/.idn cru Silu-r S|>rmj;. Maryliind, em abril d t- 1993.
DECLARAÇÃO DE VALORES

Nossos Valores
Os valores adventistas se fundamentam na revelação de Deus
proporcionada por meio da Bíblia c da vida de Jesus Cristo. Nosso
senso de identidade e chamado surge de uma compreensão das pro-
fecias bíblicas, especialmente as que se referem ao tempo que an-
tecede imediatamente o retorno de Jesus. Consequentemente, toda
a vida torna-se uma experiência do crescimento e demonstração de
envolvimento com Deus e Seu reino.
Nosso sentido de missão é impulsionado pela compreensão de que
cada pessoa, independentemente das circunstâncias, tem valor infi-
nito para Deus. Portanto, é merecedora de respeito c dignidade. Por
meio da graça de Deus, cada pessoa é dotada com dons e revela-se
necessária nas diversas atividades da família eclesiástica.
Nosso respeito pela diversidade, individualidade c liberdade c
equilibrado pelo interesse pela comunidade. Somos todos um — uma
família mundial de f c, que busca representar o reino de Deus ao
mundo por meio de conduta ética, interesse mútuo e serviço em
amor. Nossa fidelidade a Deus inclui compromisso e apoio ao Seu
corpo, a Igreja.

l sij declaração loi aprovada c votada pela Comissão Administrativa da Associarão C!tirai
no Concílio Anual realizado cm Silvc-r Sprint!, Maryland, Fitados Unidos. t'm 10 de outubro
de 21)04.
MISSÃO GLOBAL

1. Uso da Bíblia em Reluçao ;i Outros "Escritos Sagrados"


Na construção de pontes que levem aos não cristãos, o uso do que
eles consideram seus "escritos sagrados" pode ser muito útil no eontato
inicial, a fim de mostrar sensibilidade e para condu/ir as pessoas em ca-
minbos que lhes são familiares. Llles podem conter elementos da verda-
de que encontram seu sentido mais amplo e mais rico no modo de vida
pautado pela Bíblia. Esses escritos devem ser usados numa tentativa
deliberada de apresentara Bíblia como a inspirada Palavra de Deus a es-
sas pessoas e para ajudá-las a transferir sua lealdade aos escritos bíblicos
como fonte de fé e prática. No entanto, certos riscos estão envolvidos no
uso desses escritos. As seguintes diretrizes ajudarão a evitá-Io.s:
a. A Bíblia deve ser reconhecida como instrumento de ensino e
fonte de autoridade a ser usada para condu/ir alguém a Cristo e a uma
vida de fé numa sociedade em que outra religião é predominante.
b. A igreja não deve usar linguagem que possa dar a impressão de
que reconhece a autoridade dos "escritos sagrados" aceitos pelos se-
guidores das religiões não cristãs.
c. Aqueles que utilizarem "escritos sagrados', como delineado aci-
ma, devem adotar um plano que indique claramente como ocorrerá a
transferência de lealdade para a Bíblia.
d. A nutrição e o crescimento espiritual dos novos crentes em so-
ciedades não cristãs devem estar fundamentados na Bíblia e em sua
exclusiva autoridade.

2. Estruturas Organi/acionais de Transição


De acordo com Mateus 28:18-20, a missão da Igreja tem três
componentes inseparáveis: f l ) A missão deve conduzir pessoas a
Jesus como seu Salvador e Senhor, através da conversão e batis-
mo; (2) A missão tem como finalidade incorporar uma comunidade
de crentes, a igreja, em um ambiente onde possam crescer em fé,
conhecimento e na alegria da comunhão universal de fiéis; e (3)
A missão tem o objetivo de nutrir e preparar os membros como dis-
cípulos ativos que reconheçam e utilizem seus dons espirituais para
auxílio à pregação do evangelho. A Igreja Adventista foi estabelecida
Missão Global B

e organizada pelo Senhor para cumprir essa comissão evangélica.


A natureza universal da igreja requer a existência de uma estrutura
básica e comum, ao redor do mundo, que facilite o cumprimento cie
sua missão.
As condições políticas e religiosas cm alguns países tornam di-
tícil ou até mesmo impossível para a igreja luncionar dentro de sua
estrutura organi/.acional tradicional. Uma estrutura organizacional
de transição pode ser necessária. Em tais casos, as seguintes dire-
trizes devem ser empregadas para lidar com a situação:
a. A estrutura organizacional de transição será justificável sob
uma das seguintes condições:
1) Quando novas iniciativas precisam ser testadas na missão de
alcançar povos resistentes ou não alcançados previamente;
2) Quando o trabalho e organização regular da igreja não são per-
mitidos devido às circunstâncias religiosas e políticas locais.
b. Os líderes da igreja no Campo local/União/Divisão onde as
estruturas organizacionais de transição estão sendo estabelecidas
devem determinar a natureza cia organização de transição e se
é apropriado escolher uma liderança local. Eles também devem
definir a gestão dos dízimos e ofertas dentro da organização de
transição.
c. Os obreiros que estão liderando a organização de transição
devem estar pessoalmente comprometidos com a unidade de dou-
trina e missão da Igreja Adventista e sua organização eclesiástica
mundial.
d. Os novos conversos devem, tão logo seja possível, ser cons-
cientizados do fato de que pertencem a uma comunidade eclesiás-
tica mundial - a Igreja Adventista — a qual tem uma mensagem e
missão endereçada ao mundo.
e. Tão logo seja possível, a estrutura organizacional de transição
deve ser substituída pelo sistema organizacional regular da igreja.

3. Crenças Fundamentais c Preparação para o Batísmo


Crenças Fundamentais e Não Cristãos
A Declaração de Crenças Fundamentais é uma expressão da
mensagem da igreja em uma linguagem significativa para comuni-
dades cristãs. O desafio é determinar como fazer essa declaração
Declarações tia Igreja 14
tf •

ter sentido para sociedades onde cristãos são uma minoria ou ine-
xistentes. A missão aos não cristãos levantará novas questões que
não estão abordadas nas Crenças Fundamentais, e respostas bíblicas
relevantes devem ser providenciadas. As seguintes sugestões podem
ajudar a abordar essa questão em particular.
a. A maneira pela qual as Crenças Fundamentais são apresen-
tadas e a linguagem usada devem ser cuidadosamente estudadas e
selecionadas a fim de facilitar a compreensão da mensagem da igreja
pelos não cristãos. Deve-se incentivar o desenvolvimento de estudos
bíblicos e instrumentos de ensino preparados de acordo com as ne-
cessidades locais.
b. A tarefa descrita acima deve ser realizada nos centros de estu-
do religioso, com a assistência de obreiros da linha de frente e em
consulta com a comunidade, teólogos, missiólogos e administradores
da igreja.
c. Os diretorcs dos centros de estudos religiosos devem encaminhar,
para estudo no escritório de Missão Global da Associação Geral, ques-
tões e preocupações locais, não abordadas nas crenças fundamentais.

Diretrizes Batismais
Na preparação de novos conversos para o batismo e para eles se
tornarem membros da Igreja Adventista, estas diretrizes devem ser
seguidas:
a. O candidato deve dar evidência clara de uma experiência pes-
soal de salvação pela té em Cristo e de uma compreensão clara da
mensagem advcntista.
I). O candidato deve ser guiado pela comunidade local de crentes
até que esta tenha condições de testificar que o candidato alcançou
um adequado conhecimento e experiência da fé adventista.
c. O voto hatismal, como contido no Manual da Igreja, deve ser
considerado como resumo das crenças c experiências mínimas re-
queridas para o batismo.

4. Formas de Adoração
A medida que a Igreja Adventista continua a entrar em contato
com muitas culturas diferentes em países não cristãos, o assunto
relacionado às práticas apropriadas de adoração se torna muito relevante.
Missão Global 15

Nesse contexto, decidir o que é ou não é aceitável em um culto de ado-


ração adventista é importante. Conclamar pessoas para adorar o único
Deus verdadeiro tem um papel significativo na mensagem e missão da
igreja. De fato, na escatologia adventista os elementos centrais na contro-
vérsia final são o assunto da adoração e o verdadeiro objeto de adoração.
Devemos ser cuidadosos e prudentes ao buscar rneios de contextualizar
a adoração adventista ao redor do mundo. Nessa tarefa, devemos sempre
manter em mente os seguintes aspectos da adoração adventista:
a. Deus está no centro da adoração como seu objeto supremo.
Quando nos aproximamos de Deus cm adoração, entramos em con-
tato com a própria fonte de vida, nosso Criador, e também Aquele
que num ato de graça nos redimiu através da morte sacrificai de Seu
Filho amado. Nenhum ser humano deve usurpar esse direito divino.
b. Adoração coletiva acontece quando o povo de Deus se co-
loca em Sua presença como o corpo de Cristo, em reverência e
humildade, para honrá-Lo e prestar-Lhe deferência por meio de
adoração, confissão, oração, gratidão e louvor. Os crentes se unem
para ouvir a Palavra, para estabelecer comunhão, para a celebração
da Ceia do Senhor, para servir a todos e para serem preparados
para a proclamação do evangelho. Nossa fé convida a uma adora-
ção altamente participativa, em que há entrega total e na qual a
Palavra de Deus é central, a oração c fervorosa, a música é tocan-
te e a comunhão em fé é palpável. Esses elementos de adoração
demonstram-se indispensáveis nos cultos adventistas ao redor do
mundo e devem ser parte de qualquer tentativa de contextualizar
a adoração adventista.
c. Somos criaturas complexas, em que a raxão e a emoção têm pa-
peis importantes. A verdadeira adoração se expressa através do cor-
po, da mente, do espírito e das emoções. A Igreja Adventista exorta
seus membros a buscar um equilíbrio apropriado desses aspectos de
nossa personalidade na adoração. É importante ter cm mente que
qualquer elemento do culto de adoração que venha a colocar seres
humanos no centro tem que ser rejeitado. A extensão da participação
do corpo na adoração irá variar de cultura para cultura, mas tudo o
que for feito deve ser realizado sob disciplina e autocontrole, sem
perder de vista que o aspecto central da adoração é a proclamação da
Palavra c seu chamado para servir a Deus e aos outros.
Declarações da Igreja 16

d. A adoração adventísta deve se basear no tesouro encontrado


na teologia adventista para proclamar com exuberância c alegria a
comunhão e a unidade dos crentes em Cristo e o grande tema do in-
finito amor de Deus, visto na criação, no plano da redenção, na vida
de Cristo, em Sua obra sumo-sacerdotal no santuário celestial e em
Seu breve retorno em glória.
e. A música deve ser usada para louvar a Deus e não simples-
mente como um meio de superestimular emoções que simplesmente
farão as pessoas se sentirem bem. Através dela, os adoradores devem
expressar seus sentimentos mais profundos de gratidão c alegria ao
Senhor num espírito de santidade e reverência, O culto adventista
deve celebrar o poder criador e redentor de Deus.
Se houver necessidade de contextualizar a forma de adoração
numa certa cultura, as diretrizes providas no documento intitulado
"Contextualizacão e Sincretismo" devem ser seguidas.

5. Contextuaii/ação e Sincretismo
A contextualizacão é definida neste documento como a tentativa clara
e intencional de comunicar a mensagem do evangelho de maneira cul-
turalmente significativa. A contextualizacão adventista é motivada pela
séria responsabilidade de cumprir a comissão evangélica em um mundo
caracterizado pela diversidade. Essa contextualizacão está baseada na
autoridade das Escrituras e na orientação do Espírito. Almeja a comuni-
cação da verdade bíblica de uma forma culturalmente relevante. Nessa
tarefa, a contcxtualização deve ser fiel às Hscrituras e .significativa à nova
cultura, considerando que todas as culturas são julgadas pelo evangelho.
A contextualizacão intencional do modo como comunicamos nos-
sa fé e prática é bíblica, legítima c necessária. Sem ela, a igreja se
depara com os perigos da má comunicação e incomprccnsõcs, perda
de identidade e Sincretismo. Historicamente, a adaptação tem acon-
tecido ao redor do mundo como parte crucial da propagação das três
mensagens angélicas a todo grupo étnico, nação, tribo e povo. Isso
continuará acontecendo.
À medida que a igreja alcança mais áreas não cristãs, a questão
do Sincretismo — a mistura de verdade religiosa e erro — torna-se um
desafio e ameaça constante. Isso ocorre em todas as partes do mundo
e deve ser levado a sério na prática da contextualizacão. Esse assunto
Missão Global 17

ganha destaque diante da compreensão adventista sobre o grande


conflito entre o bem e o mal, que explica o modo de operação de
Satanás — distorcer e comprometer a verdade, não a negando, mas
misturando-a ao erro. Assim, o verdadeiro impacto e poder do evan-
gelho é roubado. Nesse contexto de perigo e potencial distorção, a
contextualização crítica é indispensável.
Já que os efeitos do pecado são comuns a toda a humanidade tan-
to quanto a necessidade de salvação, há verdades eternas que todas
as culturas precisam saber. Em alguns casos, elas podem ser comu-
nicadas e vivenciadas de maneiras diferentes, porém equivalentes.
A contextualiziição visa a sustentar todas as Crenças Fundamentais
e torná-las compreensíveis em sua totalidade.
Na busca pela melhor maneira de contextualizar a mensagem, e
ao mesmo tempo rejeitar o sincretismo, certas diretrizes devem ser
seguidas;
a. Já que a contextualizaçào acrílica é tão perigosa quanto a não
contextualização, ela não deve ser feita à distância, mas dentro de
uma situação cultural específica.
b. A contextuali/ação é um processo que deve envolver os líderes
da igreja mundial, teólogos, missiólogos, membros e pastores. Essas
pessoas devem ter uma compreensão clara dos elementos centrais
da cosmovisão bíblica para serem capazes de distinguir entre verda-
de e erro.
c. O exame de um elemento cultural específico precisa de uma
análise especialmente cuidadosa sobre o signihcado do elemento
cultural em questão, por pessoas daquela cultura.
cl. O exame de tudo o que as Escrituras dizem sobre o assunto ou
questões relacionadas é indispensável. As implicações dos ensina-
mentos e princípios bíblicos devem ser cuidadosamente analisadas e
levadas cm consideração nas estratégias propostas.
e. No contexto de reflexão e oração, as lições das Escrituras são
normativas e devem ser aplicadas ao elemento cultural específico em
questão. A análise pode conduzir aos seguintes resultados:
1) O elemento cultural particular é aceito porque é compatível
com os princípios bíblicos;
2) O elemento cultural particular é modificado pura tornar-se
compatível com os princípios cristãos;
Declarações tia Igreja 18

3) O elemento cultural particular é rejeitado porque contradiz os


princípios das Escrituras.
í. O elemento cultural particular que foi aceito e modificado deve
ser cuidadosamente implementado.
g. Após um período de experiência, pode ser necessário avaliar a
decisão feita c determinar se ela deve ser descontinuada, modificada
ou mantida.
Finalmente, toda contextualização verdadeira tem que estar su-
jeita à verdade bíblica e produzir resultados para o reino de Deus.
A unidade da igreja global requer exposição regular de uns aos outros,
às culturas diversificadas e aos diversos pensamentos pura "compre-
ender, com todos os santos, qual c a largura, e o comprimento, e a al-
tura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo" (Ef 3:18, 19).

listas direiri/es foram desenvolvidas pela Comissão de Assuntos da Missão Glofial


(ADCOM-S) t1 editadas pelo Instituto Je Pesquisa Bíblica. Klas constituem as prímcir.i^ de
uma série de diretri/cs enviadas, para a Comissão Administrativa da Associado (lcri.il IKITLI
aprovação cm junho e julho de 2003. Estas direlrizes devem ser usadas por educadores e
administradores da igreja, entre outros, ao piml.imar o i'\,iiifielho em ambientes predorni-
nanlcmenle não cristãos. A medida que novas dirclri/rs forem aprovadas, sriào adicionadas
a esta seç.lo.
MAPA PARA A MISSÃO

Novo Regulamento A 20
A 20 05 Razões. A missão de Deus para este mundo motiva e orien-
ta nossa missão. Por essa ra/.ão, a missão é o sangue (a vida) da Igreja
Advenlista. A missão está entrelaçada com nossa identidade, define
quem somos e por que existimos. No início de nosso movimento, toma-
mos a Grande Comissão (Mt 28:18-20) como nosso mandato divino,
motivados pela visão do evangelho eterno alcançando todas as nações,
tribos, línguas e povos (Ap 14:6-12). A busca genuína por Deus nas re-
ligiões mundiais provê um caminho paru a proclamação do evangelho.
Com a bênção de Deus, nossa igreja tem crescido, alcançando os
limitei; mais distantes da Terra. Quando começamos, nossa missão
nos colocou entre os povos que tinham tradições cristãs. Hoje, no
entanto, a missão nos leva a populações que estão enraizadas em
outras religiões mundiais. Alem disso, cm algumas áreas do mundo,
a conversão ao cristianismo não é bem aceita ou até mesmo truz risco
de morte para a pessoa. A história cio cristianismo indica que isso
praticamente jamais deixou de acontecer.
Ao mesmo tempo, o espírito do momento estimula a aceitação
de todas as religiões mundiais como expressões válidas do espírito
humano e desencoraja esforços para persuadir as pessoas a muda-
rem de uma religião para outra. Alguns teólogos cristãos até mesmo
defendem que a tarefa das missões é confirmar as pessoas em sua
própria religião — tornar hindus melhores hindus, muçulmanos me-
lhores muçulmanos, budistas melhores budistas, e assim por diante.
Entre adventistas, pode-se notar uma variedade de iniciativas e
metodologias em relação a pessoas de religiões e culturas diferentes.
Ao mesmo tempo cm que o interesse cm missão é louvável, a proli-
feração de abordagens torna ainda mais imperativa a exposição arti-
culada, simples e clara, pela igreja organi/ada, da natureza de nossa
missão — o que é e como a cumprimos — firmemente fundamentada
na autoridade das Escrituras.
Precisamos encontrar nosso mapa para a missão nas instruções es-
pecíficas e nos atos de Jesus e dos apóstolos, de acordo com o relato das
Escrituras. Em Sua soberania, o Senhor toma iniciativas para Se revelar
Declarações da Igreja 20

aos homens e mulheres através de uma variedade de meios. Por exem-


plo, no Antigo Testamento, lemos de pessoas de fora do círculo do povo
escolhido que eram seguidoras de Deus - Melquisedeque (Gn 14:18-
20), Jetro (Êx 18:1-27), Naamã (2Rs 5:1). Da mesma forma, o Novo
Testamento nos apresenta os magos (Mt 2:1-12), os gentios que eram
"tementes a Deus" (At 13:43, 50; 16:14; 17:4, 17} e outros que obede-
ciam à lei de Deus, seguindo a consciência {Rm 2:14-16). Tais exemplos,
no entanto, não fornecem um padrão para a missão adventista. Eles são
simplesmente demonstrações louváveis da atuação de Deus.

A 20 IO A missão. A missão adventista está centrali/ada na dádi-


va amorosa de Deus, concedendo Seu Filho para ser o Salvador do
mundo. Devemos compartilhar essas boas-novas com todas as pes-
soas, contando-lhes que "não há salvação em nenhum outro; porque
abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens,
pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4:12) e que "Deus amou
ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigénito, para que
todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16).
A base da missão é testemunhar através das palavras e da vida,
no poder do Espírito Santo. Como o Senhor ordenou a Israel: "Sois
as Minhas testemunhas, diz o Senhor, o Meu servo a quem escolhi;
para que o saibais, e Me creiais, e entendais que sou Eu mesmo, e
que antes de Mim deus nenhum se formou, e depois de Mim ne-
nhum haverá" (Is 43:10), assim o Senhor ressurreto nos ordena: "Re-
cebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e
até aos confins da Terra" (At l ;8),
A missão adventista é abrangente em sua extensão. Ela envolve
a proclamação das boas-novas ao mundo todo (Mt 24:14), de modo
que façamos discípulos cie todas as nações, indo, batizando e ensi-
nando-os (Mt 28:18-20), e os convidando para aecclesia- a comuni-
dade de crentes em Jesus, do tempo do fim, que adora a Deus como
Criador c Redentor (Ap 12:17; 14:6-7).
Essa comunidade, a igreja, é o corpo de Cristo (lCo 12, Ef 1:21,22;
4:4-6). Nessa comunhão, pela qual Jesus é reconhecido como Salvador
e Senhor, e as Escrituras fornecem o fundamento para a instrução, os
membros passam a participar do poder transformador da nova vida em
Mapa para a Missão 21

Cristo. Eles amam uns aos outros (Jo 13:31, 32); são unidos, apesar das
diferenças de etnia, cultura, sexo ou condição social (Ef 2:12-14; Gl
3:28); e crescem cm graça (2Pc 3:18). Eles, por outro lado, saem para
lazer discípulos entre outros povos e levam o ministério de compaixão,
ajuda c cura de Jesus ao mundo (Mt 10:7, 8).
Apesar de outros cristãos também pregarem o evangelho, os ad-
ventistas entendem que seu chamado c especial para proclamar as
boas-novas de salvação e obediência aos mandamentos de Deus.
Essa proclamação acontece durante o tempo do julgamento de
Deus e na expectativa do breve retorno de Jesus, que finaliza o con-
flito cósmico (Ap 14:6, 7; 20:9, 10).
A missão adventista, portanto, envolve um processo de proclama-
ção, o qual forma uma comunidade de crentes que reúne "a perse-
verança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus c a lê
em Jesus" (Ap 14:12). Eles se distinguem por uma vida de serviço ao
próximo c aguardam ansiosamente a segunda vinda cio Senhor,

A 20 IS Cumprindo a Missão. Nossa missão permanece inaltera-


da onde quer que estejamos no mundo. A maneira como a executa-
mos, no entanto, assume uma variedade de formas, dependendo das
diferenças relativas à cultura c às condições da sociedade. Cumprir a
missão onde religiões não cristãs prevalecem, frequentemente envol-
ve modificações significativas na abordagem da tareia. Encontramos
diferenças culturais, outros escritos que são tidos como sagrados e,
algumas vezes, restrições à liberdade religiosa.
1. C) líxeniplo íín.s Apóstolos. As condições enfrentadas pelos ad-
ventistas na propagação da mensagem de Jesus às pessoas de outras
religiões são semelhantes àquelas que os apóstolos encontraram.
A maneira como eles cumpriram a missão é instrutiva para nós boje.
Os primeiros cristãos enfrentaram um mundo politeísta, lambem
era um mundo perigoso, ã medida que os imperadores romanos co-
bravam não somente respeito, porém, cada vê/, mais, exigiam adora-
ção como se tossem divinos. Mesmo assim, eles arriscaram tudo o
que tinham, até a própria existência. Muitos perderam a vida pelo
compromisso indissolúvel com o Salvador.
Nesse ambiente, os apóstolos sempre exaltaram Jesus Cristo como úni-
ca esperança da humanidade. Eles não se acanharam de proclamar quem
Declarações da Igreja 22

Ele era e o que tinha feito. Anunciaram perdão e vida nova somente através
dEle, c convidaram as pessoas ao arrependimento, em todas as partes, em
vista cio julgamento iminente e do retorno de Jesus (At 2:38; 8:4; l Co 2:2).
Eles proclamaram que somente uma pessoa poderia ser corrctamente ado-
rada como Senhor - Jesus Cristo: "Porque, ainda que há também alguns
que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a Terra, como há muitos
deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem
são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo,
pelo qual são todas as coisas, e nós também, por Ele" (iCo 8:5, 6).
Apesar de terem modificado a abordagem de acordo com os ouvintes,
eles nunca se desviaram de proclamar a singularidade de Jesus como a
esperança do mundo. Jamais sugeriram que haviam ido ajudar os ouvintes
a ter uma experiência espiritual mais profunda dentro da própria religião.
Pelo contrário, eles desafiaram as pessoas a se voltarem para a salvação
oferecida cm Cristo. Apesar de o apóstolo Paulo, cm Atenas, começar seu
discurso no Areópago se referindo a deuses que as pessoas estavam adoran-
do, ele os levou à mensagem de Jesus e à Sua ressurreição (At 17:22-31).
2. Escritunis de Oulnis Religiões. Paulo fez referência a escritos não
bíblicos em seu discurso em Atenas e em suas cartas (At 17:38; iCo
15:33;Tt 1:12), mas deu prioridade às Escrituras (o Antigo Testamento)
em sua proclamação e instrução às novas comunidades cristãs (At 13:13-
47;2Tm3:16, 17; 4:2).
No testemunho adventista, as escrituras de outras religiões podem
ser úteis na construção cie pontes, apontando elementos de verdade que
encontram seu significado mais amplo e mais rico na lííblia. Esses escri-
tos devem ser usados numa tentativa deliberada de apresentar a Bíblia
às pessoas como a inspirada Palavra de Deus e para ajudá-las a transferir
sua lealdade para as Escrituras como fonte de fé e prática. No entanto,
a nutrição e crescimento espiritual dos novos crentes tem que acontecer
com base na Bíblia e cm sua autoridade exclusiva (veja a declaração
sobre "Missão Global").
3. Contextualização. Jesus, como nosso modelo, foi o exemplo perfei-
to de amor em Seus relacionamentos com outros. Ao imitá-Lo em nos-
sa missão, devemos abrir o coração em comunhão honesta e amorosa.
O apóstolo Paulo descreveu como ele adaptou sua abordagem aos ouvin-
tes; "Porque, sendo livre de todos, fi/-me escravo de todos, a fim de ganhar
o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a lim
Mapa para a Missão 23

de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu


mesmo assim vivesse, para ganhar os que- vivem debaixo da lei, embora
não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não
estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar
os que vivem fora do regime da lei. H/-mt: traço para com os fracos, com
o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por
todos os modos, salvar alguns" ( l C ' o <•>: 19-22). Os apóstolos não dificul-
taram o processo para as pessoas aceitarem o evangelho e se unirem à
comunhão da comunidade cristã, mas eles não se eximiram de declarar o
propósito total de Deus para eles (At l S: IS); 20:20-24).
Do exemplo de Paulo, surge a contextualizacão - a tentativa inten-
cional c cuidadosa de comunicar o evangelho de modo culturalmente
significativo. Para a missão adventista, a contextualização tem que ser liei
às Escrituras, guiada pelo Espírito e relevante para a cultural local, sem
desconsiderar o lato de que todas as culturas são julgadas pelo evangelho.
Enquanto a igreja busca adaptar-se a sua abordagem da missão em
um mundo diverso, o perigo do sincretismo - a mistura de verdade e
erro religioso — é um desafio constante. A contextualização deve ser
feita dentro de uma locação cultural específica, próximo de onde as
pessoas moram; é um processo que deve envolver líderes da igreja, teó-
logos, missiólogos, pessoas em geral c pastores.
4. Abertura e identidade. Paulo buscou permanecer aberto e ser
honesto em sua apresentação do evangelho: "Pelo contrário, rejeita-
mos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com as-
túcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos
à consciência de lodo homem, na presença cie Deus, pela manifesta-
ção da verdade" (2Co 4:2). Da mesma forma, devemos cumprir nossa
missão e identificar-nos como adventistas, de maneira que isso evite
criar barreiras enormes. Buscando encontrar conexão com pessoas
de outras religiões, o tema do conllito cósmico, que é encontrado em
várias delas, pode ser usado como ponto de partida. Outras áreas que
podem ajudar são: prolecia, modéstia e simplicidade, e viver saudável.
5. Grupos de Transição. Em algumas situações, a missão adventista
pode incluir a formação de grupos de transição (normalmente chama-
dos de Grupos de Afinidade Especial), que levam as pessoas de uma
religião não cristã para dentro cia Igreja Adventista. Na formação de tais
grupos, deve ser seguido um plano claro que enfatize o resultado final.
Declarações da Igreja 24

Esses grupos devem ser estabelecidos e nutridos unicamente com o


endosso e colaboração da administração da igreja. Apesar de que algu-
mas situações possam requerer um período estendido de tempo para a
completa transição, os líderes desses grupos devem fazer todo o esfor-
ço para conduzir as pessoas de tal forma que se tornem membros da
igreja adventista dentro de um plano de tempo razoável.
Qualquer ministério ou grupo que seja formado com a intenção
de representar a Igreja Adventista em qualquer parte do mundo se
empenhará em promover a unidade teológica e organizacional da igre-
ja. Apesar de a dimensão teológica possivelmente receber â ênfase
principal nos estágios iniciais do grupo, o líder deve intencionalmente
conduzir seus membros rumo a um senso de identidade adventista c
em direção ao reconhecimento da organização da igreja, com partici-
pação crescente no estilo de vida, práticas e missão da igreja.
6. O Butisnw e a Condição de Membro cia Igreja. Os candidatos ao
batismo devem professar Jesus Cristo como Salvador c Senhor (Rm
10:9), aceitar a mensagem e missão da Igreja Advenlista como resumi-
da nas Crenças Fundamentais c entender que estão se unindo à comu-
nhão mundial, que é leal a Deus e aguarda a segunda vinda de Jesus.
7. Oportunidades e Necessidades. I loje, devido à imigração e a ou-
tros fatores, seguidores das religiões mundiais são encontrados por
todo o inundo. Nesse novo contexto, líderes em todas as Divisões
mundiais devem desenvolver planos específicos para levar a mensa-
gem adventista a essas pessoas.
Para o cumprimento da missão a todo o mundo, a igreja preci-
sa ajudar as pessoas a desenvolver conhecimento a respeito das es-
crituras de outras religiões, juntamente com literatura e programas
para preparar os pastores e os membros leigos a fim de alcançar os
seguidores dessas religiões. Os Centros de Estudo de Missão Global
devem exercer o papel principal, mas não exclusivo, nesses esforços.
Ao redor do mundo, nossos pastores e membros precisam ser edu-
cados a aceitar novos membros originários das religiões mundiais.
Isso irá requerer o desenvolvimento de certa habilidade entre líderes,
anciãos locais, pastores, missionários e obreiros da linha de frente.
Na alocação de recursos humanos c financeiros, as necessidades
da missão às pessoas de outras religiões mundiais devem ser incluí-
das como parte do planejamento estratégico.
Mapa para a Missão 25

8, Onde a Liberdade é Restrita. Nossa missão nos leva, às vezes, a


sociedades cm que a liberdade religiosa é severamente restrita. Essas
áreas do mundo não devem ser abandonadas; em vez disso, novos méto-
dos de cumprimento da missão devem ser experimentados. Entre eles,
está o método dos "construtores de tendas", no qual a pessoa usa sua
profissão para se sustentar financeiramente, normalmente em uma área
desafiadora para a missão, com o propósito de alcançar outras pessoas.
Outra abordagem consiste simplesmente na ação de encorajar as
pessoas de tais países, as quais se tornaram adventistas em outra so-
ciedade, a retornarem a seu país de origem como embaixadoras do
Cristo. E mesmo onde a presença humana não é possível, o testemu-
nho através do rádio, televisão ou internet pode, como os altares cons-
truídos por Abraão em sua jornada (Cn 12:7), ser usado pelo Espírito
para levar homens e mulheres a aceitar a mensagem advcntista.

A 20 20 Conclusão. A missão cie alcançar seguidores de religiões


mundiais apresenta desafios evidentes. No entanto, a missão em si
permanece inalterada porque é a missão de Deus. Qualquer que seja
a abordagem seguida, o resultado final deve ser conduzir homens
e mulheres a se tornarem membros ao lado daqueles que confes-
sam Jesus Cristo como Salvador c Senhor, que abraçam as Crenças
Fundamentais da Igreja Adventista, demonstrando o poder transfor-
mador do Espírito Santo e aguardando a breve volta de Cristo. Eles
devem se identificar com a Igreja Adventista mundial em termos de
doutrina, valores de vida, esperança c missão.
Deus, o Senhor cia missão, é livre e soberano. Ele pode intervir e
certamente o faz para Se revelar de várias maneiras, atraindo pessoas
a Si mesmo e as despertando para Sua majestade e soberania. Mas,
à Sua igreja, Ele confiou Sua missão (2Co 5:18-21). E uma missão
abrangente, mas é uma missão única. Ele não estabeleceu caminhos
paralelos ou múltiplos para que os seguíssemos, o que significa que
todos nós devemos estar comprometidos com as mesmas crenças e
estar organizados, trabalhando em harmonia com a igreja mundial.

tstc Regulamento Kclcsiástico-Adminisirativo foi votado pela Comissão Administrativa


da Assoe Sacão Ci-ral durante o Concílio Anual reali/ado em SiKtr S|>rinn, Mtirylaml, Estados
Unidos, L'in l í dt- oiiUihro df 2004.
O CUIDADO COM A CRIAÇÃO

O mundo no qual vivemos é uma dádiva de amor do Deus Cria-


dor, "que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas" (Ap
14:7; 11:17, 18). Nessa criação, Deus colocou os seres humanos,
criados intencionalmente para se relacionarem com Ele, as outras
pessoas e o mundo ao redor. Assim, os adventistas crêem que a
preservação e a manutenção da criação estão intimamente relacio-
nadas ao culto a Deus.
Deus separou o sábado como um memorial e uma lembrança
perpétua de Seu ato criativo e do estabelecimento do mundo.
Ao repousar nesse dia, os adventistas reforçam o senso especial
de relacionamento com o Criador e com Sua criação. A guarda
do sábado acentua a importância de nossa integração ao meio
ambiente.
A decisão humana de desobedecer a Deus interrompeu a or-
dem original cia criação, resultando em uma desarmonia alheia aos
propósitos divinos. Dessa forma, a atmosfera e a água estão poluí-
das; as florestas e a vida selvagem, saqueadas; os recursos naturais,
esgotados. Sendo que nós consideramos os seres humanos como
parte da criação de Deus, nossa preocupação com o meio ambiente-
se estende à saúde e ao estilo de vida pessoal. Nós advogamos uma
forma de vida saudável e rejeitamos o uso de substâncias como o
fumo, o álcool c outras drogas prejudiciais ao corpo e aos recursos
da terra; e promovemos uma dieta vegetariana simples.
Os adventistas valorizam o relacionamento respeitoso e cooperativo
entre as pessoas, reconhecendo nossa origem comum e compreendendo
a dignidade humana como uma dádiva do Criador. Uma vez que a mi-
séria humana e a degradação do meio ambiente estão intcr-rclacionadas,
empenhamo-nos por melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas.
Nosso objetivo é o desenvolvimento sustentável dos recursos, atendendo
concomitantemente às necessidades humanas.
O verdadeiro progresso quanto a cuidar de nosso ambiente na-
tural recai sobre o esforço individual e cooperativo. Nós aceitamos
o desafio de trabalhar em prol da restauração do desígnio global de
Deus. Movidos pela fé em Deus, comprometemo-nos a promover
O Cuidado com a Criação 27

o bem-estar, nos níveis pessoal e ambiental, que vem de pessoas


integradas e dedicadas a servir a Deus c à humanidade.
Com esse compromisso, eonlirmamos ser mordomos da criação
de Deus c reafirmamos a crença de que a restauração total se con-
crcti/ará apenas quando Deus fizer novas todas as coisas.

lista declaração foi aprovada c voiada pela Comissão Administrativa da Associaçõo Gcr<il
cm 12 de outubro de l SI92, durante o Concílio Anu;il realizado cm Silvcr Spring, Maryland,
COSMOVISÃO BÍBLICA
DA CRIAÇÃO

A Igreja Adventista afirma sua crença no relato bíblico da criação,


em contraste com uma explicação evolutiva para a origem dos seres
vivos e a relação dos seres humanos com outras formas de vida. Os
adventistas observam com grande interesse o crescente debate em
torno do design inteligente na natureza e as evidências que dão su-
porte a esse ponto de vista. A luz do considerável interesse público
sobre esse assunto, a igreja aproveita esta oportunidade para expres-
sar sua confiança no registro bíblico.
Os adventistas crêem que Deus é o Criador de toda a vida e que a
Bíblia revela um registro confiável de Sua atividadc criadora. Alem dis-
so, acreditamos que os eventos bíblicos registrados em Génesis 1-11,
incluindo a criação especial dos seres humanos, são históricos e recen-
tes, que os sete dias da criação foram dias literais de 24 horas, forman-
do uma semana literal, e que o dilúvio foi de natureza global.
A crença na criação c fundamental para a compreensão advcntista
em relação a muitas outras questões além das origens. Os propósitos e
a missão de Deus, descritos na Bíblia; a responsabilidade humana na
gestão do ambiente, a instituição do casamento e a característica sagra-
da do sábado - todos encontram seu significado na doutrina da criação.
Os adventistas reconhecem que o registro bíblico da criação não
responde a todas as perguntas que podem ser feitas sobre as origens.
Nossa compreensão de tais mistérios é limitada. Prevemos que o
estudo continuado, tanto da Bíblia quanto da natureza, aprofundará
nossa compreensão a respeito do poder de Deus e fortalecerá nossa
fé em Sua Palavra c no relato da criação nela contido.

Esla declaração eslá apoiada cm numerosas passagem l u M i i . i s . incluindo; SI 19:1; Cl


1:16, !7;C;n 1 - 1 I; SI 139:14; Ex 20:8-11; Mc 2:27; lim 8:20, 21.

Esta declaração foi votada <-' aprovada lida Comissão Administrativa da Associação Geral,
cm 2.-Í «U1 junho ilc 2010. e apresentada à Assembleia da Associação Cienil, realizada de 24 de
junho a .-! de julho de 2010.
UMA AFIRMAÇÃO A RESPEITO
DA CRIAÇÃO

Introdução
As primeiras palavras da Bíblia estabelecem o Fundamento para
tudo o que vem a seguir. "No princípio, criou Deus os céus e a terra"
(Gn 1:1). Por todas as Escrituras, a Criação é celebrada como vindo
das màos de Deus, que é louvado c adorado como Criador e Mante-
nedor de tudo o que existe. "Os céus proclamam a glória de Deus, e
o firmamento anuncia as obras das Suas mãos" (Si 19:1).
A partir dessa visão de mundo, flui uma série de doutrinas in-
terconectadas, encontradas no centro da mensagem adventísta: um
mundo perfeito sem pecado e morte, criado há não tanto tempo; o
sábado; a queda de nossos primeiros pais; a disseminação do pecado,
decadência e morte, atingindo toda a criação; a vinda de Jesus Cristo,
Deus encarnado, para viver entre nós e resgatar-nos do pecado pela
Sua morte e ressurreição; a segunda vinda de Jesus, nosso Criador e
Redentor; e a restauração final de tudo o que loi perdido pela queda.
Como cristãos que levam a ISíblia a sério e buscam viver pelos
seus preceitos, os adventistus têm uma visão nobre da natureza.
Acreditamos que, mesmo no presente estado decaído, a natureza re-
vela o poder eterno de Deus (Km l :20). Cremos que '"Deus é amor'
está escrito em cada botão cie flor que se abre e em cada folha que
cresce no campo" (Ellcn G. White, Caminho a Cristo, p. 10).
Para nós, as Escrituras são inspiradas em sua totalidade e servem
de teste para todos os outros caminhos, incluindo a nature/.a, através
da qual Deus Sc revela, Temos grande respeito pelo conhecimento
científico e aplaudimos a importância dos departamentos de ciên-
cias cm nossas instituições de ensino superior e de saúde. Também
valori/amos o trabalho dos cientistas e pesquisadores adventistas do
sétimo dia não empregados pela igreja. Educamos estudantes em
nossos colégios e universidade a respeito de como empregar o méto-
do científico com todo o rigor. Ao mesmo tempo, recusamo-nos a res-
tringir nossa busca pela verdade às limitações impostas unicamente
pelo método científico.
Declarações da Igreja ?()
— . •»— —

A Questão das Origens


Por séculos, pelo menos no mundo cristão, o relato bíblico da cria-
ção foi a explicação padrão para as questões sobre as origens. Durante
os séculos 18 c 19, as metodologias da ciência resultaram em uma
crescente compreensão a respeito de como as coisas aconteceram.
Hoje ninguém pode negar que a ciência tem impactado singularmen-
te nossa vida, através de avanços em áreas como agricultura, comu-
nicação, ecologia, engenharia, genética, saúde e exploração espacial.
Em muitas áreas da vida, o conhecimento derivado da natureza e
provindo da revelação divina através das Escrituras parece estar em
harmonia. Os avanços no conhecimento científico frequentemente
confirmam e validam as compreensões da íé. Contudo, em relação à
origem do Universo, da Terra, e da vida e sua história, encontramos
cosmovisões contraditórias. Afirmações baseadas no estudo das Es-
crituras frequentemente aparecem em total contraste com aquelas
que resultam das pressuposições e metodologias científicas usadas
no estudo da natureza. Essa tensão tem um impacto direto na vida
cia igreja, sua mensagem e testemunho.
Celebramos a vida de fé. Advogamos uma vida de aprendizado.
Tanto no estudo das Escrituras como nos processos ordenados da
natureza, vemos indicadores da mente maravilhosa do Criador. Des-
de seus primeiros dias, a Igreja Aclvcntista tem encorajado o desen-
volvimento da mente e do entendimento através das disciplinas de
adoração, educação e observação.
Há algumas décadas, a discussão das teorias sobre as origens ocorria
principalmente no contexto académico. No entanto, o naturalismo filo-
sófico (processos totalmente naturais, aleatórios e sem direeionamento
através do tempo) tem ganhado ampla aceitação na educação e forma
a pressuposição básica para muito do que é estudado nas ciências na-
turais e sociais. Membros e estudantes adventistas do sétimo dia en-
contram essa visão e suas implicações em muitas áreas da vida diária.
Na sua declaração de crenças fundamentais, a Igreja Advcntista
afirma uma criação divina como descrita na narrativa bíblica de Géne-
sis 1. "Deus é o Criador de todas as coisas, e revelou nas Escrituras o
relato autêntico de Sua atividade criadora. 'Em seis dias, fez o Senhor
os Céus e a Terra'e tudo que tem vida sobre a Terra, e descansou no sé-
timo dia dessa primeira semana. Assim Ele estabeleceu o sábado como
l Jma Afirmação a Respeito da Criação 31

perpétuo monumento comemorativo de Sua esmerada obra criadora.


O primeiro homem e a primeira mulher foram formados à imagem
de Deus como obra-prima da criação, foi-lhes dado domínio sobre o
mundo e atribuiu-se-lhes a responsabilidade de cuidar dele. Quando
o mundo foi concluído, ele era 'muito bom', proclamando a glória de
Deus"(Gn l , 2; Êx 20:8-11; SI 19:1-6; 33:6, 9; 104; Hb 11:3).

Ra/Ões para as Conferêneias de Fé e Ciência


Devido à influência difundida e crescente da teoria da evolução,
a Comissão Administrativa da Associação Geral (Concílio Anual de
2001) autorizou uma série de três anos de conferências sobre Fé e
Ciência. Essas conferências não foram convocadas para modificar a
posição tradicional da igreja sobre a criação, mas para rever as con-
tribuições e limitações que ambas, fé e ciência, trazem para a com-
preensão das origens.
As principais razões que levaram à convocação dessas conferên-
cias envolveram:
/. Questões filosóficas: Um desafio sempre presente é o correto re-
lacionamento entre teologia c ciência, entre fé e razão. Estão essas
duas correntes de conhecimento em parceria ou em conflito? Elas
devem ser vistas como interativas ou independentes, como esferas
sem sobreposição de conhecimento? A cosmovisão dominante na
maioria das sociedades modernas interpreta a vida, a realidade física
e o comportamento de maneira marcaclamentc diferente da cosmovi-
são cristã. Como um cristão deveria se relacionar com essa realidade?
2. Questões teológicas: Como a Bíblia deve ser interpretada? O que
a leitura simples do texto requer de um erenter Até que ponto o co-
nhecimento da ciência deveria influenciar e moldar nossa compreen-
são das Escrituras e vice-versa?
3. Questões científicas: Os mesmos dados da natureza estão dispo-
níveis a todos os observadores. O que esses dados dizem ou signifi-
cam? Como devemos chegar às interpretações c conclusões correias?
A ciência c uma ferramenta ou uma filosofia? Como fazemos a distin-
ção entre ciência boa e ruim?
4. A questão do desenvolvimento espiritual e a educação dos membros:
Como um membro da igreja deve lidar com a variedade de interpre-
tações do relato de Génesis? O que a igreja tem a dizer àqueles que
Declarações da Igreja 32

encontram no currículo educacional ideias que confluam com sua fé?


Man ler silêncio a respeito dessas questões envia sinais confusos. Cria
incertezas e provê solo fértil para visões sem fundamento e dogmáticas.
5. Desenvolvimento de uma fé viva: Clarificar c reafirmar uma teologia
das origens baseada na Bíblia serve para fornecer aos membros uma es-
trutura para lidar com os desafios desse assunto. As conferências sobre
Fé e Ciência não foram convocadas simplesmente para estímulo intelec-
tual dos participantes, mas como oportunidade para prover orientação
prática para os membros da igreja. A igreja não pode fingir que guarda
suas crenças num cofre, protegidas de todo desafio. Ao lazer isso, elas
logo se tornam relíquias. Os ensinamentos da igreja precisam se relacio-
nar e estar conectados com as questões atuais para que promovam uma
fé viva. De outra maneira, não se tornarão mais do que dogma morto.

As Conferências de Ké e Ciência
Duas Conferências Internacionais de Fé e Ciência foram realiza-
das, nos Estados Unidos - cm Ogden, Utah, em 2002, e em Den-
ver, Colorado, cm 2004 - com ampla representação internacional
de teólogos, cientistas e administradores da igreja. Além disso, sete1
das 13 divisões da igreja realizaram conferências para todo o seu ter-
ritório ou regionalmente, lidando com a interação entre fé e ciência
nas explicações sobre as origens. A comissão organizadora expressou
seu agradecimento aos participantes dessas conferências pelas suas
contribuições para este relatório.
A agenda da conferência de Ogden foi planejada para informar os
participantes sobre a variedade de maneiras em que ambas, teologia
e ciência, oferecem explicações para a origem da Terra e da vida.
As agendas das conferências nas divisões foram determinadas pelos
vários organizadores, apesar de que a maioria incluiu muitos dos te-
mas tratados cm Ogden. A última conferência em Dcnver concluiu a
série de três anos de estudos. Sua agenda começou com resumos das
questões na teologia e na ciência, em seguida passou para os temas
de fé e ciência na vida da igreja. Essas questões incluem:
v O contínuo lugar do conhecimento académico na igreja. Como
a igreja mantém a nature/a confessional de seus ensinos e ao
mesmo tempo permanece aberta ao desenvolvimento em sua
compreensão da verdade?
Uma Afirmação a Respeito cLi Criação 33

* Modelos educacionais para lidar com assuntos controversos e


questões éticas envolvidas para professores e líderes eclesiás-
ticos. Como ensinar matérias de ciência em nossas escolas de
maneira que fortaleça a fé, em vez de enfraquecê-la?
* Quais considerações éticas ficam cm evidência quando a con-
vicção particular difere do ensino denominacional? Como a li-
berdade pessoal interage com o papel públieo de um líder da
igreja? Em outras palavras, quais são os princípios de responsa-
bilidade pessoal e ética de divergência?
^ Quais são as rcsponsabilidades e processos administrativos ao lidar
com variações ou reinterpretaçõcs de visões sobre doutrina?
Pesquisas académicas de teólogos, cientistas e educadores foram
apresentadas e discutidas cm todas as conferências. (O Geoscience
Research imtituie mantém um arquivo com todas as pesquisas apre-
sentadas nas conferências.) As conferências cie Ogden e Denver
envolveram pelo menos algumas representações de cada divisão do
campo mundial. Bem mais de 200 pessoas participaram nas confe-
rências durante o período de três anos. Mais de 130 participaram do
encontro em Denver, sendo que a maioria tinha participado em pelo
menos alguma outra conferência de Fé c Ciência.

Observações Gerais
1. Aplaudimos a seriedade c dignidade que caracteri/aram as
conferências.
2. Notamos o forte sentido de dedicação e lealdade à igreja que
prevaleceu nas conlerências.
3. Experimentamos, mesmo quando houve tensões, que relações
cordiais foram mantidas entre os participantes, sendo que a boa von-
tade transcendeu as diferenças de opinião.
4. Testemunhamos nessas conferências um alto nível de conver-
gência nas compreensões básicas, especialmente o papel normativo
das Escrituras, o apoio dos escritos de Ellen Cl. White e u crença de
todos em Deus como o Criador beneficente.
5. Não encontramos apoio ou defesa ao naturalismo filosófico,
ideia de que o Universo veio à existência sem a açao de um Criador.
6. Reconhecemos que o conflito entre as cosmovisões bíblica e
contemporânea impacta tanto os cientistas quanto os teólogos.
Declarações da Igreja 34

7. Reconhecemos que a tensão entre fé e razão é um elemento da


vida com o qual o crente precisa aprender a conviver.
8. Observamos que rejeitar as interpretações científicas contem-
porâneas das origens em conflito com o relato bíblico não implica a
depreciação da ciência ou do cientista.
9. Enquanto tenhamos encontrado ampla afirmação da compre-
ensão da igreja sobre a vida na Terra, reconhecemos que alguns den-
tre nós interpretam o relato bíblico de maneira que os leva a conclu-
sões radicalmente diferentes.
10. Aceitamos que tanto a teologia quanto a ciência contribuem
para nossa compreensão da realidade.

Descobertas
1. O grau das tensões quanto à compreensão das origens varia ao
redor do mundo. Nas áreas em que a ciência tem feito maior progres-
so na sociedade, as questões entre os membros são mais amplas. Com
o avanço da ciência entre todas as sociedades e sistemas educacio-
nais, haverá um aumento correspondente de membros preocupados
em conciliar o ensinamento da igreja com as teorias naturais sobre as
origens. Um grande número de estudantes adventistas do sétimo dia
frequenta escolas públicas em que a evolução é ensinada e promovida
cm sala de aula sem que seja dado acesso a materiais e argumentos
correspondentes em favor do relato bíblico das origens.
2. A reafirmação da crença fundamental da igreja em relação à cria-
ção é fortemente apoiada. A crença adventista do sétimo dia na criação
literal e histórica em seis dias é teologicamente coerente com o ensino
de toda a Bíblia.
3. A criação é um pilar fundamenta! no sistema de doutrinas dos ad-
ventistas do sétimo dia - ela se relaciona diretamente com muitas se não
todas outras crenças fundamentais. Qualquer interpretação alternativa
da história da criação precisa ser examinada à luz de seu impacto em
todas as demais crenças. Várias conferências de Fé e Ciência revisaram
interpretações alternativas de Génesis l, incluindo a ideia de evolução
teísta. Essas outras interpretações carecem de coerência teológica com
o todo das Escrituras e revelam áreas de incoerência com o restante da
doutrina adventista do sétimo dia. Elas são, portanto, substitutos inacei-
táveis para a doutrina bíblica da criação abraçada pela igreja.
Uma Afirmação a Respeito da Criação 35

4. Preocupação foi expressa em relação ao que alguns vêem como


ambiguidade na frase "em seis dias", encontrada na declaração de
crcnçji da igreja sobre a criação. Considera-se que o significado pre-
tendido (que a criação em seis dias descrita em Génesis foi com-
pletada em uma semana literal e histórica) não é mencionado. Essa
situação permite a incerteza sobre o que a igreja acredita de fato.
Alem disso, ela oferece espaço para outras explicações da criação
serem acomodadas no texto. Há o desejo de que a voz da igreja seja
ouvida para tra/er clare/a adicional ao que realmente se quer dizer
na Crença Fundamental n° 6.
5. Apesar de alguns dados da ciência poderem ser interpretados
de maneira coerente com o conceito bíblico da criação, também exa-
minamos dados interpretados de modo desafiador à crença da igreja
em uma criação recente. A força dessas interpretações não pode ser
descartada sem análise cuidadosa. Respeitamos as reivindicações da
ciência, as estudamos e esperamos uma resolução. Isso não excluiu
um novo exame das Escrituras para nos assegurarmos de que ela
está sendo devidamente compreendida. No entanto, quando uma
interpretação bíblica harmoniosa com as descobertas da ciência não
é possível, não concedemos à ciência uma posição privilegiada para
que ela automaticamente determine o resultado. Pelo contrário, re-
conhecemos que não c justificável manter ensinamentos claros das
Escrituras reféns das atuais interpretações científicas de dados.
6. Reconhecemos que há interpretações teológicas diferentes en-
tre nós, em relação a Génesis 1 - 1 1 . Tendo em vista as várias interpre-
tações, manifestamos um alto grau de interesse em que as pessoas
envolvidas no ensino ministerial entre os adventistas do sétimo dia
conduzam seu trabalho com ética e integridade - com base nas nor-
mas de sua profissão, nos ensinamentos das Escrituras e na compreen-
são básica defendida pelo corpo de crentes. Sendo que os adventistas
do sétimo dia reconhecem sua compreensão da verdade como uma
experiência crescente, há uma necessidade contínua de estudo das
Escrituras, cia teologia e das ciências para que as verdades que cremos
constituam uma fé viva, capaz de abordar as teorias e filosofias atuais.
7. Apreciamos e endossamos o valor significativo do contínuo
diálogo internacional c intcrdisciplinar entre teólogos, cientistas,
educadores e administradores adventistas do sétimo dia.
Declarações chi Igreja 36

Afirmações
Como resultado das duas conferências internacionais c das sete confe-
rencias nas divisões, a comissão organizadora relata as seguintes afirmações:

1. Afirmamos a primazia das Escrituras na compreensão adventis-


ta do sétimo dia cm relação às origens.
2. Afirmamos a histórica compreensão adventista do sétimo dia
de Génesis l de que a vida na Terra foi criada em seis dias literais,
tendo origem recente.
3. Afirmamos o relato bíblico da Queda, resultante em morte e mal.
4. Afirmamos o relato bíblico de um dilúvio catastrófico, um ato
do julgamento de Deus que afetou todo o mundo, como uma chave
importante para a compreensão da história da Terra.
5. Afirmamos que nossa compreensão limitada sobre as origens
pede humildade e que estudos adicionais dessas questões nos levam
para mais perto de mistérios profundos e maravilhosos.
6. Afirmamos a natureza interdependente da doutrina da criação
com outras doutrinas advcntistas do sétimo dia.
7. Afirmamos que, apesar da influência do pecado, a natureza é
uma testemunha do Criador.
8. Apoiamos os cientistas adventistas do sétimo dia em seus em-
preendimentos para compreender a obra do Criador através das me-
todologias de suas disciplinas.
9. Apoiamos os teólogos adventistas do sétimo dia em seus esfor-
ços para compreender e expor o conteúdo da revelação.
10. Apoiamos os educadores adventistas do sétimo dia em seu
ministério essencial para com as crianças e jovens da igreja.
11. Afirmamos que a missão da igreja Adventista do Sétimo Dia,
identificada cm Apocalipse 14:6, 7, inclui um apelo à adoração a
Deus como o Criador de tudo.

Recomendações
A Comissão Organizadora das Conferências Internacionais de Fé
e Ciência recomenda que:
1. Em vista de ser alegado por alguns que há falta de clareza na
Crença Fundamental n° 6, seja a compreensão histórica adventista
do sétimo dia da narrativa de Génesis afirmada mais explicitamente.
Uma Afirmação a Respeito da Criação 37

2. Líderes da igreja em todos os níveis sejam encorajados a avaliar


e monitorar a efetividade com a qual os sistemas e programas deno-
minacionais preparam os jovens, incluindo aqueles que frequentam
escolas não adventistas, com uma compreensão bíblica das origens
e uma eonscicntização dos desafios com os quais eles se deparam.
3. Mais oportunidades sejam providas para o diálogo e a pesquisa
intcrdisciplinar, em um ambiente seguro, entre académicos adven-
tistas do sétimo dia, em nível mundial.

Conclusão
A Bíblia tem início com a história da criação. É concluída com a
história da re-criação. Tudo o que foi perdido pela queda de nossos
primeiros pais é restaurado. Aquele que no princípio fez todas as
coisas pela Palavra de Sua boca leva a longa batalha com o pecado,
o mal e a morte a uma conclusão triunfante e gloriosa. Ele é Aquele
que habita entre nós e morreu cm nosso lugar no Calvário. Assim
como os seres celestiais cantaram de alegria na primeira criação, os
redimidos da Terra proclamam: "Tu és digno, Senhor e Deus nosso,
de reeeber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas Tu
criaste, sim, por causa da Tua vontade vieram a existir c foram cria-
das proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto
de receber o poder, e rique/a, e sabedoria, e força, e honra, e glória,
e louvor "(Ap 4:11; 5:12).

1. Divisão Centro-Leste Africana, Divisão Euro-Africana, Divisão do Sul do Pacífico, Divi-


são Sul-Africana-Oceano Indico, Divisão Sul-Asiática, Divisão Centro-Ocstc Africana.
Este documento, preparado pela Comissão Organizadora das Conferências Internacionais
de Fé c Ciência (2002-2004), foi votado pela Comissão Administrativa da Associarão Geral
no Concílio Anual cm Silvcr Spring, Maryland, bistados Unidos, em 11 de outubro de 2004.
RESPOSTA À AFIRMAÇÃO
A RESPEITO DA CRIAÇÃO

Considerando que a crença em uma criação literal em seis dias


está indissoluvelmente ligada com a autoridade das Escrituras;
Considerando que tal crença se relaciona com outras doutrinas
das Escrituras, incluindo o sábado c a expiação;
Considerando que a compreensão adventistas do sétimo dia a res-
peito da missão da igreja, como descrita em Apocalipse 14:6, 7, deve
incluir um apelo ao mundo para adorar a Deus como Criador;
Nós, os membros da Comissão Administrativa da Associação Ge-
ral, no Concílio Anual de 2004, declaramos o seguinte como res-
posta ao documento "Uma Afirmação da Criação", submetido pelas
Conferências Internacionais de Fé e Ciência:
1. Endossamos fortemente a afirmação do documento quanto à
nossa posição bíblica e histórica da crença em uma criação literal,
recente e realizada em seis dias.
2. Recomendamos que o documento, acompanhado por esta res-
posta, seja divulgado amplamente pela Igreja Advcntista ao redor do
mundo, usando todos os canais de comunicação disponíveis, e nas
principais línguas utilizadas pelos membros de nossa igreja mundial.
3. Reafirmamos a compreensão adventista a respeito da historici-
dade de Génesis 1-11: que os sete dias do relato da criação foram dias
literais de 24 horas, formando uma semana idêntica em tempo à que
temos agora; e que o dilúvio foi de natureza global.
4. Apelamos a todas as comissões e educadores das instituições
adventistas em todos os níveis a continuarem defendendo e advogan-
do a posição da igreja a respeito das origens. Nós, juntamente com os
pais adventistas, esperamos que os estudantes recebam uma exposição
completa, equilibrada e cientificamente rigorosa e uma afirmação de
nossa crença histórica em uma criação literal e recente em seis dias,
mesmo ao serem educados para entender e avaliar filosofias rivais das
origens que dominam a discussão científica no mundo contemporâneo.
5. Recomendamos aos líderes da igreja ao redor do mundo que
busquem meios de educar os membros, especialmente os jovens
Resposta à Afirmação a Respeito da Criação 39

que frequentam escolas não adventistas, nas questões envolvidas na


doutrina da criação.
6. Apelamos a todos os membros da família adventista a procla-
marem e ensinarem a compreensão da igreja sobre a doutrina bíblica
da Criação, vivendo sua luz, rego/.ijanclo-se cm sua condição como
filhos e filhas de Deus c louvando o nosso Senhor Jesus Cristo - nos-
so Criador e Redentor.

Como resposta ao relatório "Uma AHrmaç3o a Hespeito da Cria-lo", fsk- documento foi
aceito e votado pela Comissão Administrativa âa Associação Geral no Concílio Anual realizado
cm Silvcr Spring. MaryLmd. listados Unidos, cm 13 d r outubro de 2004.
ESCRITURAS SAGRADAS

As Santas Escrituras constituem o fundamento da compreensão


do propósito, da mensagem e da missão dos advcntistas. Respeita-
mos a Bíblia como a mensagem cie Deus transmitida por intermédio
de escritores humanos. Embora o formato das Escrituras se mani-
feste na linguagem humana, no contexto e no cenário histórico hu-
mano, seu conteúdo consiste de mensagens divinas transmitidas à
humanidade como um todo c principalmente aos crentes em Deus.
Acima da diversidade refletida na linguagem humana, está a verdade
unificadora que une o conjunto que forma a Palavra de Deus.
As Escrituras apresentam relatos autênticos c confiáveis do Deus
Criador e de Suas atividades ao trazer à existência o mundo e seus
habitantes. Elas provêem o conhecimento das origens, dão significa-
do à vida e revelam o destino final cia humanidade.
Acima de tudo, as Escrituras testificam de Jesus Cristo, que é a
revelação suprema. Deus entre nós. Tanto o Antigo quanto o Novo
Testamento dão testemunho dEle. Por esses motivos, as Sagradas
Escrituras são a revelação infalível da vontade de Deus, a norma para
os valores cristãos, a medida de todas as coisas dentro da experiência
humana e o único guia confiávcl para a salvação em Cristo.

Ksla declaração foi votada pela Comissão Administrativa da Associação (ienil e divulgada
pelo ubinete do então presidente Robeit LS. FWkenbenj durante a assembleia da Associação
(itT.il ri'iiliziida cm Ulrechl, l lokmda. de 2 ) de junlio a H de julho de 1995.
A BÍBLIA SAGRADA

Como delegados presentes à assembleia da Associação Geral realiza-


da em 2010, em Atlanta, Geórgia, reafirmamos a confiança na revelação
divina c inspiração da Bíblia, sua autoridade na vida da igreja e de cada
crente, e seu papel fundamental para a fé, doutrina e conduta. A Bíblia
nos transmite urna mensagem de salvação no contexto de um conflito
cósmico, revelando o caráter amoroso, misericordioso e justo de Deus.
A Bíblia apresenta Cristo como a mais sublime revelação do arnor
divino, como Deus encarnado, Aquele que Se ofereceu cm sacrifício ex-
piatório, carregando nossos pecados para nos reconciliar com Deus. Ele
é apresentado a nós como o único Mediador perante o Pai no santuário
celestial. A Bíblia apresenta Jesus como a única fonte confiável de espe-
rança para os seres humanos; uma esperança fundada no modelo de Sua
vida, na obra redentora de Seu ministério, em Sua morte na cruz, em
Sua ressurreição cia sepultura e em Sua breve volta em glória.
A esperança e a mensagem encontradas na Bíblia transcendem os
tempos e as culturas. Elas satisfazem as mais profundas necessidades do
coração humano. Nessa mensagem e esperança, a igreja, o povo de Deus
do fim dos tempos, encontra as boas-novas que devem ser proclamadas a
todas as pessoas e culturas no cumprimento da missão de Deus. A men-
sagem da Bíblia veio até nós através da obra do Espírito Santo, cuja orien-
tação e iluminação são necessárias para compreendê-la apropriadamente.
Sendo que, através do poder e pessoa do Espírito Santo, a Bíblia pode
nos transformar e desenvolver em nós um caráter como o de Cristo, nós, os
delegados na assembleia da Associação Geral, apelamos aos adventistas do
sétimo dia c demais cristãos em todo lugar para que cada um faça da Bíblia
a sua fonte diária de estudo pessoal. Acompanhemos o estudo da
Bíblia com oração e louvor. Vamos torná-la um livro aberto em nossos lares,
ao qual ouçamos diariamente, e também um livro aberto em nossos locais
de adoração, onde buscamos a Palavra de Deus colet i vãmente. Permita
cada um que o poder da Bíblia molde sua vida |iessoal e seus relaciona-
mentos, e o capacite para dar um testemunho que dirija a visão do mundo
inteiro para o retorno glorioso de nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo.
Esta declaraçfio foi aprovada c votada [ida assembleia da Associação Clural n-ali/ada em
Atlania, Gcórgia, Estados Unidos, de 24 de junho a í de julho de 21) l O.
MÉTODOS DE ESTUDO DA BÍBLIA
Rstiido Bíblico: Pressuposições, Princípios e Métodos

Preâmbulo
Esta declaração é dirigida a todos os membros da Igreja Adventis-
la, tanto eruditos bíblicos quanto não especialistas, com o propósito
de prover orientação sobre como estudá-la.
Os adventistas reconhecem e apreciam as contribuições dos eru-
ditos da Bíblia que, ao longo dos anos, desenvolveram métodos pro-
veitosos e fidedignos de estudos das Sagradas Escrituras, coerentes
com os seus ensinos e reivindicações. Os adventistas estão prontos a
aceitar e seguir as verdades bíblicas, valendo-se de todos os métodos
de interpretação que se coadunem com o que as Escrituras di/.em de
si mesmas. Esses métodos encontram-se esboçados nas pressuposi-
ções detalhadas a seguir.
Nas últimas décadas, o método mais destacado no estudo da Bí-
blia é conhecido como o "método crítico-histórico". Os eruditos que
usam esse método, como formulado classicamente, trabalham com
base em pressuposições que, sem estudar primeiramente o texto bí-
blico, rejeitam os relatos dos milagres e outros eventos sobrenaturais
narrados na Bíblia. Mesmo um uso modificado desse método, o qual
retenha o princípio crítico, subordinando a Bíblia à razão humana, é
inaceitável para os adventistas.
O método crítico-histórico minimiza a necessidade de fé em Deus
e a obediência aos Seus mandamentos. Além disso, uma vez que esse
tipo de método oblitera o elemento divino da Bíblia como um livro
inspirado (incluindo sua resultante unidade) e deprecia ou discorda
da profecia apocalíptica e das porções escatológicas das Escrituras,
instamos com os estudiosos adventistas da Bíblia a evitarem o uso de
pressuposições c deduções associadas ao método crítico-histórico.
Em contraste com o método crítico-histórico e suas pressupo-
sições, cremos representar valiosa ajuda declarar os princípios de
estudo da Bíblia que sejam coerentes com os ensinos das próprias
Escrituras, que preservem sua unidade e se fundamentem na pre-
missa de que ela é a Palavra de Deus. Tal abordagem nos levará a
uma experiência satisfatória e compensadora com Deus.
Métodos cie Kstudo da Bíblia 43
•t —

Pressuposições Originadas de Afirmações das Escrituras


1. Origem
a. A Bíblia é a Palavra de Deus e o meio primário e autoritativo
pelo qual tile Se revela aos seres humanos.
b. O Espírito Santo inspirou os escritores bíblicos com pensamen-
tos, ideias e informações objetívas; por sua vez, eles os expressa-
ram em suas próprias palavras. Portanto, as Escrituras são uma
indivisível união de elementos divinos e humanos, nenhum
dos quais devendo ser salientado em detrimento do outro (2Pe
1:21; O Grande Conflito, p. 5, ò).
c. Toda Escritura é inspirada por Deus e surgiu através da obra
do Espírito Santo. Entretanto, isso não aconteceu numa cadeia
contínua de revelações ininterruptas. À medida que o Espírito
Santo comunicava a verdade ao escritor bíblico, cada um escre-
via segundo era movido pelo Espírito, enfatizando o aspecto da
verdade que era levado a realçar. Por essa razão, o estudioso
da Bíblia obterá uma compreensão adequada de qualquer tema
através do reconhecimento de que ela é seu melhor intérprete
e, quando estudada num todo, retraia uma verdade coerente e
harmoniosa (2Tm 3:16; Hb 1:1, 2; Mensagens Escolhidas, v. l,
p. 19, 20; O Grande Conflito, p. S, 6).
d. Embora tivesse sido dada àqueles que viviam no contexto do
antigo Oriente Médio c do Mediterrâneo, a Bíblia transcende a
cultura da época para servir como a Palavra de Deus para todos
os contextos culturais, raciais e situacionais de todos os tempos.
2. Autoridade
a. Os 66 livros do Antigo e do Novo Testamento são a revelação
clara e infalível da vontade de Deus e de Sua salvação. A Bíblia
é a Palavra de Deus e o único padrão pelo qual todos os ensinos
e experiências devem ser provados (2Tm 3:15, 17; SI 119:105;
Pv30:5,6;Is8:20;Jo 17:17; 2Ts 3:14; H b 4 : 1 2 ) .
b. As Escrituras são um registro autentico e confiável da História
e dos atos de Deus na mesma. Elas provêem a interpretação
teológica normativa desses atos. Os atos sobrenaturais revela-
dos nas Escrituras são historicamente verdadeiros. Por exem-
plo, os capítulos l a I l de Génesis são um relato autêntico de
eventos históricos.
Declarações da Igreja 44

c. A Bíblia não é um livro como os outros. Ela é uma combina-


ção indivisível do divino e do humano. Seu registro de vários
detalhes da história secular é essencial ao seu propósito geral
de comunicar a história da salvação. Embora, por vezes, possa
haver procedimentos paralelos empregados pelos estudiosos da
Bíblia para determinar fatos históricos, as técnicas comuns de
investigação histórica baseadas em pressuposições humanas e
focalizadas no elemento humano são inadequadas para inter-
pretar as Escrituras, que são uma combinação do divino com
o humano. Somente um método que reconheça plenamente a
natureza indivisível das Escrituras pode evitar a distorção de
sua mensagem.
d. O intelecto humano está sujeito à Bíblia. Não é igual a ela, nem
está acima dela. As pressuposições relacionadas às Escrituras de-
vem estar em harmonia com seus reclamos e sujeitas à sua corre-
ção (lCo 2:1-6). O propósito de Deus é que a razão humana seja
usada em toda a sua extensão, porém dentro do contexto e sob a
autoridade de Sua Palavra e não independentemente dela.
e. A revelação de Deus em toda a natureza, quando devidamente
entendida, está em harmonia com a Palavra escrita e deve ser
interpretada à luz das Escrituras.

Princípios Para Abordar a Interpretação das Escrituras


1. E o Espírito que capacita o crente a aceitar, compreender e
aplicar a Bíblia à sua própria vida, ao buscar o poder divino para obe-
decer a todos os requisitos das Escrituras e apropriar-se pessoalmen-
te de todas as suas promessas. Somente aqueles que seguem a luz
que receberam podem esperar receber futura iluminação do Espírito
(Jo 16:13, 14; ICo 2:10-14).
2. As Escrituras não podem ser corretamente interpretadas sem a
ajuda do Espírito Santo, pois é Ele quem capacita o crente a enten-
der e aplicar os ensinamentos escriturísticos. Portanto, todo o estudo
da Palavra deve ser iniciado com um pedido de orientação e ilumi-
nação cio Espírito.
3. Todos quantos se aproximam da Bíblia devem fazê-lo com fé,
com o espírito humilde do principiante que busca ouvir o que ela diz.
Devem estar dispostos a submeter todas as pressuposições, opiniões
Métodos de Kstwlo da Bíblia 45

e conclusões do intelecto ao juí/o e correção da própria Palavra. Com


tal atitude, o estudioso da Bíblia pode ir diretamente à Palavra, e
com cuidadoso estudo chegar a uma compreensão dos componentes
essenciais da salvação, independentemente de qualquer explicação
humana, por mais útil que seja. A mensagem bíblica torna-se então
significativa para essa pessoa.
4. A investigação das Escrituras deve ser caracterizada por um
sincero desejo de descobrir a vontade e a Palavra de Deus e obede-
cer-lhes. Tal investigação não deve ser empreendida para se buscar
endosso ou evidência para ideias preconcebidas.

Métodos de Kstudo da Bíblia


1. Selecione uma versão bíblica que seja fiel ao significado con-
tido nos idiomas em que a Bíblia rói originalmente escrita, dando
preferência a traduções feitas por um amplo grupo de eruditos e pu-
blicada por uma editora geral, e não traduções patrocinadas por uma
denominação particular ou um grupo com enfoque limitado.
Cuide para nào basear um ponto doutrinário importante numa
versão ou tradução da Bíblia. Os mais eruditos usarão os textos gre-
gos e hebraicos, que os habilitam a examinar também as variantes
dos antigos manuscritos bíblicos.
2. Escolha um plano definido de estudo, evitando abordagens
casuais e destituídas de propósitos. Sugerimos planos que possam
abranger:
^ Análise da mensagem de um livro.
• Método de estudo verso por verso.
• Estudo buscando solução bíblica para um problema existencial
específico, satisfação bíblica para uma necessidade específica
ou resposta bíblica para uma questão específica.
*• Estudo de temas (lê, amor, segunda vinda e outros).
«/ Estudo de palavras.
</ Estudo biográfico.
3. Procure compreender o significado simples e mais óbvio da
passagem bíblica estudada.
4. Busque descobrir os grandes temas fundamentais das Escritu-
ras, tal como se encontram em textos individuais, passagens c livros.
Dois temas básicos afins estão presentes ao longo das Escrituras:
Declarações da Igreja 46

(1) a pessoa e a obra de Jesus Cristo; e (2) a perspectiva do grande


conflito envolvendo a autoridade da Palavra de Deus, a queda da hu-
manidade, o primeiro e o segundo adventos de Cristo, a vindicarão
de Deus e Sua lei, e a restauração do plano divino para o Universo.
Esses temas devem ser extraídos da totalidade das Escrituras e não
impostos sobre cia.
5. Reconheça que a Bíblia é sua própria intérprete e que o significado
das palavras, textos c passagens é mais bem determinado pela compa-
ração diligente de uma parte da Escritura com outra parte da Escritura.
6. Estude o contexto da passagem sob consideração, relacionando-o
com as sentenças e parágrafos que a precedem c os que a seguem.
Busque relacionar as ideias das passagens com a linha de pensamento
do livro bíblico em sua totalidade.
7. Verifique, tanto quanto possível, as circunstâncias históricas de
quando a passagem foi escrita pelos autores bíblicos sob orientação
do Espírito Santo.
8. Determine o tipo de literatura que o autor está usando. Alguns
materiais bíblicos são formados de parábolas, provérbios, alegorias,
salmos e profecias apocalípticas. Sendo que muitos escritores bíbli-
cos apresentaram muito de seu material na forma de poesia, será
proveitoso o uso de uma versão bíblica que apresente esse material
em estilo poético, pois passagens que usam figuras de linguagem não
devem ser interpretadas da mesma forma que a prosa.
9. Reconheça que um texto bíblieo pode não se harmonizar em cada
detalhe às categorias literárias atuais, Tenha cuidado para não (orçar
essas categorias de interpretação do significado do texto bíblico. É uma
tendência humana encontrar o que está buscando, mesmo que a inten-
ção do autor tenha sido outra.
10. Observe a gramática e a construção da sentença u fim de des-
cobrir o propósito do autor. Estude as palavras-chaves da passagem,
comparando sua utilização cm outras partes da Bíblia, valendo-se de
uma concordância e da ajuda de léxicos e dicionários bíblicos.
11. Em conexão com o estudo do texto bíblieo, explore os fatores
históricos c culturais. A arqueologia, a antropologia e a história po-
dem contribuir para a compreensão do significado do texto.
12. Consulte os escritos inspirados modernos. Os adventistas
acreditam que Deus inspirou Ellen White. Portanto, suas exposições
Métodos de Kstudo da Bíblia 47

sobre qualquer passagem bíblica oferecem um guia inspirado para a


compreensão dos textos, sem esgotar seu significado ou tornar des-
necessária a tarefa da exegese (ver Evangelismo, p. 256; O Grande
Conflito, p. 93, 595; Testemunhos Seletos, v. 2, p. 280, 292, 312, 313;
O Outro Poder, p. 33-35).
13. Depois de fazer o estudo como delineado acima, busque vá-
rios comentários e ajudas secundárias, como obras eruditas, para ver
como outros lidaram com a passagem. Avalie então, cuidadosamente,
os diferentes pontos de vista expressos da perspectiva das Escrituras
como um todo.
14. Ao interpretar as profecias, tenha em mente que:
• A Bíblia reclama o poder de Deus para predizer o futuro
(Is 46:10).
•/ As profecias têm um propósito moral. Não foram escritas me-
ramente para satisfazer a curiosidade acerca do futuro. Dois dos
propósitos das profecias são: fortalecer a fé (Jo 14:29) e promover
santidade de vida e preparo para o advento de Cristo (Mt 24:44;
Ap 22:7, 10, I I ) .
* O foco de muitas profecias é Cristo (tanto o primeiro como o
segundo advento), a igreja e o tempo do fim.
^ As normas para a interpretação de profecias eneontram-se na
própria Bíblia: A Bíblia marca as profecias de tempo e seu cumpri-
mento histórico. O Novo Testamento cita cumprimentos específicos
de profecias do Antigo Testamento acerca do Messias; e o próprio
Antigo Testamento apresenta indivíduos e acontecimentos como ti-
pos do Messias.
^ A aplicação no Novo Testamento de alguns nomes literais do
Antigo Testamento torna-se espiritual (por exemplo, Israel represen-
ta a igreja; Babilónia simboliza a religião apostatada).
•/ Existem dois tipos gerais de literatura profética: as profecias
não apocalípticas (ou clássicas), como encontradas em Isaías e Je-
remias, e as profecias apocalípticas, como encontradas em Daniel e
no Apocalipse. Esses diferentes tipos têm características distintas:
(1) Profecias não apocalípticas dizem respeito ao povo de Deus;
profecias apocalípticas são mais universais em escopo.
(2) Profecias não apocalípticas são, muitas vezes, de nature-
za condicional, estabelecendo para o povo de Deus as alternativas
Declarações da Igreja 48

de bênçãos para a obediência e de castigo para a desobediência; as


apocalípticas enfatizam a soberania de Deus e Seu controle sobre a
História.
(3) Profecias não apocalípticas frequentemente saltam de uma
crise local para o dia final do Senhor; profecias apocalípticas apresen-
tam o curso da História desde o tempo do profeta até o fim do mundo.
(4) Nas profecias não apocalípticas, as profecias de tempo são
geralmente longas, como, por exemplo, os 400 anos de escravidão
de Israel (Gn l 5:13) e os 70 anos de cativeiro babilónico (Jr 25:12).
As profecias de tempo, no contexto apocalíptico, são geralmente
enunciadas em termos curtos, como dez dias (Ap 2:10) ou 42 meses
(Ap 13:5). Os períodos de tempo apocalípticos simbolizam períodos
mais longos de tempo real.
* As profecias apocalípticas são altamente simbólicas e devem
ser interpretadas em conformidade com isso. Na interpretação dos
símbolos, os seguintes métodos podem ser usados:
(1) Procure interpretações (explícitas ou implícitas) dentro da
própria passagem (por exemplo, Dn 8:20, 21; Ap 1:20).
(2) Procure interpretações em outras partes do livro ou em outros
escritos do mesmo autor.
(3) Valendo-se de uma concordância, estude o uso dos símbolos
em outras partes das Escrituras.
(4) Um estudo dos documentos do antigo Oriente Médio pode
aclarar o significado dos símbolos, embora o uso escriturístico possa
alterar tal significado.
15. A estrutura literária de um livro contribui, muitas vezes, para
a sua interpretação. A natureza paralela das profecias de Daniel é um
exemplo disso. Relatos paralelos nas Escrituras podem apresentar
diferenças em detalhes c ênfase (comparar Mt 21:33, 34; Mc 12:1-
l l ; Lc 20:9-18; ou 2Rs 18-20; 2Cr 32). Ao estudar tais passagens,
primeiro examine-as cuidadosamente para estar seguro de que os
relatos paralelos realmente se referem ao mesmo evento histórico.
Muitas das parábolas de Jesus podem ter sido ditas em diferentes
ocasiões, a diferentes auditórios e com palavras diferentes.
Nos casos em que parece haver diferenças entre relatos parale-
los, deve-se reconhecer que a mensagem total da Bíblia é a síntese
do todo de suas partes. Cada livro ou autor comunica aquilo que o
Métodos de Fstudo da Bíblia 49

Espírito lhe indicou que escrevesse. Cada um fa/ sua própria contri-
buição especial para o enriquecimento, a diversidade c a variedade
das Escrituras (O Grande Conflito, p. 5, 6). O leitor deve permitir
que cada escritor bíblico surja e seja ouvido, ao passo que simultane-
amente reconhece a unidade básica da autorrevelação.
Quando passagens paralelas parecem indicar discrepância ou
contradição, pru< n i r a harmonia f u n d a m e n t a l . I r n l i . i mi i n m i c < ] i i r
as diferenças podem ter suas origens em pequenos erros dos copistas
(Mensagens Escolhidas, v. l , p. 16) ou podem ser o resultado de dife-
rentes ênfases e escolhas de material de variados autores que escre-
veram sob a inspiração e orientação do Espírito Santo para diferentes
audiências, sob diferentes circunstâncias (Mensagens Escolhidas, v. l,
p. 21, 22; O Grande Conflito, p. 6).
E possível não conseguir conciliar pequenas diferenças em de-
talhes irrelevantes à mensagem principal e clara da passagem. Em
alguns casos, o escrutínio terá que ser interrompido até que mais
informações e melhores evidências estejam disponíveis para resolver
uma aparente discrepância.
16. As Escrituras foram escritas com o propósito prático de re-
velar a vontade de Deus à família humana. Entretanto, a fim de não
interpretar mal certas declarações, é importante considerar que elas
foram dirigidas às pessoas de cultura oriental e expressas em sua
forma de pensamento.
Expressões como "o Senhor endureceu o coração de Faraó" (Ex
9:12) ou "um espírito maligno, enviado de Deus" (lSm 16:15), os Sal-
mos imprecatórios, ou os "três dias c três noites" de Jonas, compara-
dos com a morte de Cristo (Mt 12:40), comumcntc são mal compre-
endidos por serem interpretados hoje cie um ponto de vista diferente.
Um conhecimento prévio da cultura do Oriente Médio é indispen-
sável para compreender tais expressões. Por exemplo, a cultura hebraica
atribui a um indivíduo a responsabilidade por atos que ele não cometeu,
mas permitiu que ocorressem. Por essa razão, os escritores da Bíblia co-
mumente apresentam a Deus como tendo executado ativamente o que
em nosso pensamento ocidental diríamos que Ele permitiu ou não evi-
tou que acontecesse. É o caso do endurecimento do coração do Faraó.
Outro aspecto das Escrituras que confunde a mente moderna é a
ordem divina a Israel para empenhar-se em guerra e destruir nações
Declarações da Igreja 50

inteiras. Israel era originalmente organi/ado como uma teocracia, um


governo civil através do qual Deus governava diretamente (Gn 18:25).
Tal governo teocrático era peculiar. Já não mais existe e não pode ser
considerado um modelo direto para a prática cristã.
As Escrituras registram experiências e declarações de pessoas que
Deus aceitou, mas que não estavam em harmonia com os princípios
espirituais da Bíblia como um todo. Entram nessa categoria inciden-
tes relacionados uo uso de álcool, poligamia, divórcio e escravidão.
Embora a condenação de tais costumes sociais arraigados não esteja
explícita, Deus não endossou ou aprovou necessariamente tudo que
Ele permitiu e suportou na vida dos patriarcas e em Israel. Jesus
tornou isso claro em Sua declaração sobre o divórcio {Mt 19:4-6, 8).
O espírito das Escrituras é de restauração. Deus opera paciente-
mente para erguer a humanidade caída das profunde/as do pecado
para o ideal divino. Consequentementc, não precisamos aceitar como
padrão os atos de pessoas pecadoras como registrados na Bíblia.
As Escrituras representam o desenrolar da revelação de Deus ao
ser humano. O sermão de Jesus na montanha, por exemplo, amplia e
expande certos conceitos do Antigo Testamento. O próprio Cristo é a
revelação suprema do caráterde Deus para a humanidade (l Ib 1:1-3).
Embora haja uma abarcante unidade na Bíblia, desde o Génesis até
o Apocalipse, e toda a Escritura seja igualmente inspirada, Deus esco-
lheu revelar-Se à humanidade através de pessoas e encontrá-las onde
estavam em termos de dons espirituais e intelectuais. Deus não muda.
Porem, Ele progressivamente desdobra Sua revelação aos seres huma-
nos à medida que estejam capacitados a compreendê-la (Jo 16:12; The
SDA Bible Commentar)1, v. 7, p. 945; Mensagens Escolhidas, v. l, p. 21).
'Ioda experiência ou declaração das Escrituras é um registro divinamen-
te inspirado, mas nem toda declaração ou experiência é necessariamente
normativa para o comportamento cristão de hoje. Tanto o espírito como
a letra da Escritura devem ser compreendidos ( l Co 10:6-13; O Desejado
de Todas as Nações, p. 150; Testemunhos Seletos, v. l, p. 436-438).
17, Como objetivo final, faça a aplicação do texto. Formule per-
guntas como: "Qual é a mensagem e o propósito que Deus pretende
transmitir através das Escrituras?" "Que significado tem este texto
para mim?" "Como isto se aplica à minha situação e às circunstâncias
hoje?" Ao fa/,ê-lo, reconheça que, embora muitas passagens bíblicas
Métodos de Estudo da Bíblia 51

tenham significado local, cias contêm princípios universais aplicáveis


a todas as eras e culturas.

Conclusão
Na introdução de O Grande Conflito (p. 7), Ellen Wh i te declara:
"A Escritura Sagrada, com suas divinas verdades, expressas em lin-
guagem de homens, apresenta uma união do divino com o humano.
União semelhante existiu na natureza de Cristo, que era o Filho de
Deus e Filho do homem. Assim, é verdade com relação à Escritura,
como o foi em relação a Cristo, que 'o Verbo Se fez carne c habitou
entre nós' (Jo 1:14)."
Da mesma maneira como é impossível aos que não aceitam a
divindade de Cristo compreender o propósito de Sua encarnação,
é também impossível para aqueles que vêem a Bíblia meramente
como um livro humano compreender sua mensagem, apesar de seus
métodos cuidadosos e rigorosos.
Mesmo eruditos cristãos que aceitam a natureza divino-humana
da Escritura, mas cuja abordagem metodológica os leva a demorar-se
grandemente nos aspectos humanos da Escritura, correm o risco de
esvaziar a mensagem bíblica de seu poder, relegando-a a um segundo
plano, enquanto se concentram no meio de transmissão da mensa-
gem. Eles se esquecem de que o meio e a mensagem são insepará-
veis, e de que o meio sem a mensagem é como uma concha vazia que
não pode atender às necessidades espirituais da humanidade.
Um cristão consagrado usará apenas os métodos capazes de l;i/er
total justiça à nature/a dupla e inseparável das Escrituras, aumen-
tando sua capacidade de entender c aplicar a sua mensagem e de
fortalecer sua fé.

Estii declaração foi aprovada f votada pela Comissão Administrai i vá da Associação Geral,
em 12 tle outubro de 19Sh, durante o Concílio Anual realizado no Riu de Janeiro.
CONFIANÇA NO ESPIRITO
DE PROFECIA

Nós, os delegados reunidos em Utrecht para a 56Ll Assembleia da


Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, expressamos
louvor e gratidão a Deus por Seu dom gracioso do Espírito de Profecia.
Em Apocalipse 12, João, o revelador, identifica a igreja nos últimos
dias como os "remanescentes" que "guardam os mandamentos de
Deus e têm o testemunho de Jesus" (v. 17). Cremos que, nesse breve
retraio profético, o revelador está descrevendo a Igreja Adventista,
que não apenas guarda "os mandamentos de Deus", mas que têm
"o testemunho de Jesus", ou seja, "o Espírito de Profecia" (Ap 19:10).
Na vida e no ministério de Ellen G. White (1827-1915), vemos o
cumprimento da promessa de Deus de prover à igreja remanescente
o "Espírito de Profecia". Ellen G. White não reivindicou para si o título
de "profetisa", mas cremos que ela reali/,ou a obra de um profeta e ainda
mais. Ela disse: "Minha comissão abrange a obra de um profeta, mas
não finda aí" (Menwgens Escolhidas, v. l, p. 36). "Se outros me chamam
assim [profetisa], não discuto com eles" (ibid., p. 34). "Minha obra in-
clui muito mais do que esse nome significa. Considero-me uma mensa-
geira a quem o Senhor confiou mensagens para Seu povo" (ibid., p. 36).
O encargo principal de Ellen G. White foi dirigir a atenção para as
Santas Escrituras. Ela escreveu: "Pouca atenção é dada à Bíblia, e o
Senhor deu uma lu/, menor para guiar homens e mulheres à lu/. maior"
(O Colportor-Evangelista, p. 125). Ela cria que, embora seus escritos
lossem a "lu/ menor", eles eram lu?,, e que a fonte dessa luz é Deus.
Como adventistas, cremos na Bíblia. Elk'n White escreveu: "Em
Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário
à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada
e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o
revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa"
(O Grande Conflito, p. 7). Consideramos o cânon bíblico encerrado.
Contudo, cremos também, como o fi/.eram os contemporâneos de
Ellen G. White, que seus escritos têm a divina autoridade tanto para
o viver piedoso quanto para a doutrina. Assim, recomendamos:
Confiança no Espírito de Profecia 53

1. Que, como igreja, busquemos o poder do lispírito Santo para


aplicar mais plenamente à nossa vida o conselho inspirado contido
nos escritos de Ellen G. White.
2. Que nos empenhemos mais para publicar e fazer circular esses
escritos tio redor do mundo.

IXta declaração fui aprovada c votada pfla assemMeia da Associação Geral realizada em
Utrccht, na Holanda, cm 30 de junho de 1995.
RESOLUÇÃO SOBRE O ESPÍRITO
DE PROFECIA

Nós, os delegados da assembleia de 2010 da Associação Geral, em


Atlanta, Geórgia, listados Unidos, reconhecemos com gratidão a conti-
nuada contribuição à Igreja Advcntista dos escritos e ministério de Ellen
G. White. Somos testemunhas de como a igreja tem sido abençoada e
guiada por Deus através do conselho inspirado de Sua mensageira. Suas
mensagens exaltam a Bíblia como a Palavra de Deus, e engrandecem a Je-
sus como o Criador e Redentor do mundo, além de prover encorajamento
para uma vida de serviço e sacrifício. Seu ministério tem auxiliado direta-
mente na preservação da unidade da igreja e seu expansivo alcance global.
O propósito do dom de profecia, como o dos demais dons, é trazer
unidade, equiparo povo de Deus para a obra do ministério, desenvolver o
eorpo de Cristo, protegê-lo do engano da falsa doutrina, e motivar o cres-
cimento espiritual individual c eoletivo {Eí 4:1 1-1 S). Reconhecemos em
Ellen G. White a presença do dom de profecia. Afirmamos que, enquan-
to esse dom for valorizado, e sua instrução, atendida, a igreja prosperará.
Consequcntemente, expressamos nossa gratidão a Deus pelo Seu dom
gracioso no ministério profético de Ellen G. White. Convocamos os adven-
tistas em todos os lugares a estudarem suas mensagens, com oração, c a se
beneficiarem da inspiração e instrução nelas encontradas. Encorajamos os
professores e administradores tle nossas instituições educacionais, como
também os líderes de nossas instituições de saúde e casas publicacloras,
a analisar novamente seus conselhos tendo em vista sua área de atuação.
Insistimos com os pastores a fazerem uso desses escritos na preparação de
seus sermões e no planejamento da missão de suas igrejas, com os mem-
bros. Apelamos aos administradores da igreja em todos os níveis para que
exerçam sua influência em afirmar a importância desses escritos perante a
igreja e empenhem-se para tornar esses escritos disponíveis aos membros
a custo acessível. Anrmamos, ainda, nosso compromisso em crer "nos Seus
profetas" (2Cr 20:20} para que possamos prosperar no cumprimento de
nossa missão ao mundo e, desse modo, apressar a volta de Jesus.
l ,s(.i declaração foi votada pela assembleia tia Associação Geral da Igreja Advenlista, rt/a-
ii em Atlanta, Cíeórgia, de 2-4 de junho a 3 de julho tli- 2010.
MEIO AMBIENTE

Os adventistas crêem que a espécie humana foi criada à imagem


divina, representando assim a Deus como Seus mordomos, para do-
minar o ambiente natural de maneira fiel c produtiva.
Infelizmente, a corrupção c a exploração podem ser atribuídas
à responsabilidade humana. Homens e mulheres têm se envolvido
cada vez mais em uma destruição megalomaníaca dos recursos na-
turais, resultando em grande sofrimento, descontrole ambiental e
ameaça da mudança climática, Embora a pesquisa científica precise
continuar, as evidências mostram que a crescente emissão de gases
nocivos, a diminuição da camada protetora de ozônio, a destruição
maciça das florestas e o chamado "efeito estufa" estão ameaçando o
ecossistema terrestre.
Esses problemas se devem, em grande parte, ao egoísmo e à ga-
nância do ser humano, que sempre busca obter mais e mais por meio
do aumento da produtividade, do consumo ilimitado e do esgota-
mento de recursos não renováveis. A causa da crise ecológica está na
ganância humana e na opção de não praticar a boa e fiel mordomia
dentro dos limites divinos da criação.
Os adventistas defendem um estilo de vida simples e saudável,
em que as pessoas não participam da rotina do consumismo desen-
freado, do acúmulo de bens e da produção exagerada de lixo. É ne-
cessário que haja respeito pela criação, restrição no uso dos recursos
naturais, reavaliação das necessidades e reiteração da dignidade da
vida criada.

Esta declaração foi aprovada f votada pela Comissão Administrativa da Associação Gemi
c divulgada pelo gabinete do então presidente Rnbert S. Folkenberg, durante a assembleia da
Associação Geral realizada em Utrecht, Holanda, de 29 de junho a 8 de julho de
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

A Igreja Adventista crê que a humanidade foi criada à imagem


divina e deve, portanto, representar a Deus no controle do planeta,
administrando o ambiente natural de maneira fiel e produtiva. A na-
ture/,a é um dom de Deus.
Infelizmente, homens e mulheres têm estado cada vê/, mais en-
volvidos em uma irresponsável destruição dos recursos naturais, re-
sultando em grande sofrimento, degradação ambiental e ameaça de
mudança climática. Embora a pesquisa científica precise continuar,
as evidências confirmam que a crescente emissão de gases destruti-
vos, a destruição em massa das florestas tropicais e a diminuição da
camada protetora de ozônio (o chamado "efeito estufa") estão amea-
çando o ccossistema terrestre. Existem terríveis predições de aque-
cimento global, elevação do nível do mar, aumento de tempestades
e destruidoras inundações, e devastadoras estiagens e desertificação.
Esses problemas se devem, em grande parte, ao egoísmo e à ga-
nância do ser humano, que sempre busca obter mais e mais por meio
do aumento da produtividade, do consumo ilimitado e do esgota-
mento de recursos não renováveis. A causa da crise ecológica está na
ganância humana e na opção de não praticar a boa c fiel mordomia
dentro dos limites divinos da criação.
O governo e o povo de Costa Rica devem ser louvados por seu
apoio a uma política de vasto alcance de desenvolvimento sustentá-
vel em harmonia com a nature/a.
Os adventistas defendem um estilo de vida simples e saudável,
em que as pessoas não participam do consumismo desenfreado, do
acúmulo de bens c do desperdício. É necessário que haja uma refor-
ma no estilo de vida, baseada no respeito pela natureza, na restrição
do uso dos recursos da Terra, na reavaliação das necessidades do
nutro e na reafirmação da dignidade da vida criada.

Kstn declaração loi aprovada c votada pela Comissão Administrativa da Associarão Gera)
para (íhiilgaçãn pelo gabinete d" entào prcsidrnU- llobc-rt S. HulkfTirxT^, durante o Conalio
Aiiuiil realizado cm Sã(j JHSÍ-. Costa Mica, do l" a H) de outubro de 1996.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Os cientistas advertem que o gradual aquecimento da atmosfe-


ra como resultado da atividade humana trará sérias consequências
ambientais. O clima irá se alterar, resultando cm mais tempestades,
mais inundações e mais secas,
A fim de manter a alteração climática dentro de limites suportá-
veis, as emissões de gases do efeito estufa, principalmente dióxido de
carbono (CO,), precisam ser reduzidas significativamente. Os países
industrializados são a principal f o n t e dessas emissões, ao passo que
as primeiras vítimas são os pequenos estados insulares e os países
litorâneos não muito acima do nível do mar.
A despeito dos riscos evidentes, os governos parecem lentos em agir.
Os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia em todo o mun-
do solicitam que os governos envolvidos tomem medidas necessárias
para evitar o perigo. Os governos devem;
1. Cumprir o acordo assinado no Rio de Janeiro (Convenção de
149.2 sobre Mudanças Climáticas), a fim de estabilizar as emissões
de dióxido de carbono por volta do ano 2000 a níveis de 1990.
2. Estabelecer planos para maiores reduções das emissões de
dióxido de carbono após o ano 2000.
3. Iniciar debates públicos mais eficazes sobre os riscos das mu-
danças climáticas.
Assinando esta declaração, os advcntistas afirmam sua defesa de
um estilo de vidu simples c saudável, em que as pessoas não entram
na rotina do consumismo desenfreado e da produção de desperdí-
cios. Eles pedem respeito à natureza, moderação no uso dos recursos
mundiais e reavaliação de nossas necessidades como indivíduos.

Hsta declaraçflo foi aprovada c vnlíitlii jx-lii Comissão Atlministr;itiv;i dii Associarão Geral,
cm 19 de dezembro de I99S,
FAMÍLIA

O laço familiar é o mais íntimo, o mais terno e o mais sagrado de


todas as relações humanas na Terra. Deus instituiu a família como
o provedor primário de relacionamentos calorosos e amorosos para
suprir as necessidades do coração humano.
No círculo familiar, as profundas e duradouras necessidades de
pertencer, amar e ter intimidade são satisfeitas de maneira significati-
va. Deus abençoa a família e quer que seus membros se ajudem mu-
tuamente a alcançar completa maturidade e integridade. Na família
cristã, o valor pessoal e a dignidade de cada membro são conduzidos e
salvaguardados em um ambiente de respeito, igualdade, franqueza
e amor. Nesse círculo íntimo, as primeiras e mais duradouras atitu-
des do indivíduo para com os relacionamentos são desenvolvidas, e
valores são transmitidos de geração em geração.
Deus também deseja que a relação familiar traga uma revelação
de Si mesmo e de Seus caminhos. O matrimónio, feito de amor mú-
tuo, honra, intimidade e compromisso vitalício, reflete o amor, a san-
tidade, a intimidade e a permanência do vínculo entre Cristo e Sua
igreja. O ensino e a correção dos filhos por seus pais e a amorosa res-
posta dos filhos à afeição a eles demonstrada refletem a experiência
dos crentes como filhos de Deus. Pela graça divina, a família pode ser
um meio poderoso para conduzir seus membros a Cristo.
O pecado perverteu os ideais de Deus para o casamento e a fa-
mília. Além disso, a crescente complexidade da sociedade e as enor-
mes pressões nos relacionamentos levam as crises para dentro de
muitas famílias hoje em dia. Os resultados se evidenciam em vidas e
relacionamentos arruinados, disfuncionais e caracterizados pela des-
confiança, o conflito, a hostilidade c alienação. Muitos membros da
família, inclusive pais e avós, mas principalmente esposas e crianças,
sofrem a violência familiar. O abuso, tanto físico quanto emocional,
tem alcançado proporções epidêmicas. O crescente número de di-
vórcios assinala um alto índice de discórdia e infelicidade conjugal.
As famílias precisam experimentar uma mudança e uma reforma
em seus relacionamentos. Isso ajudará a mudar as atitudes e práti-
cas destruidoras que prevalecem hoje em muitos lares. Pelo poder
Família 59

do evangelho, os membros da família são habilitados a reconhecer


sua pecaminosidade individual, a aceitar as imperleicões uns dos
outros c a receber na vida c nos relacionamentos a cura redentora
de Cristo. Embora algumas relações lamiliares possam não corres-
ponder ao ideal, e apesar de a restaurarão das experiências danosas
não ser plenamente realizada em alguns casos, onde reina o amor
de Cristo, Seu Espírito promoverá unidade e harmonia. Assim, os
lares poderão se tornar canais de alegria c poder v í l a l í / a n l e s na
igreja e na comunidade.

Esta declaração fni divulgada pelo eniào presidente da Associação Geral, Neal C. Wilson,
após consulta com os 16 vice-presidentes mundiais da Igreja Advenlista, em S de julho de
1990, durante a assembleia da Associação CJenil reiili/.ada cm Indianápolis, Indiana.
LAR E FAMÍLIA

A saúde e a prosperidade da sociedade estão diretamente relacio-


nadas ao bem-estar de suas partes constituintes: a unidade familiar.
Hoje, provavelmente como nunca antes, a família acha-se em difi-
culdades. Os comentaristas sociais denunciam a desintegração da
vida familiar moderna. O conceito cristão tradicional de casamento
entre um homem e uma mulher está sendo atacado. Nesta época de
crise familiar, a Igreja Adventisla incentiva cada membro da família a
fortalecer sua dimensão espiritual c sua relação familiar por meio de
amor mútuo, honra, respeito e responsabilidade.
A Crença Fundamental n° 23 da igreja, baseada na Bíblia, declara
que a relação conjugal "deve refletiroamor, a santidade, a intimidade
e a constância da relação entre Cristo e Sua igreja. [...] Conquanto
algumas relações de família liquem aquém do ideal, os consortes que
se dedicam inteiramente um ao outro, em Cristo, podem alcançar
amorosa unidade por meio da orientação do Espírito e da instrução
da igreja. Deus abençoa a família e quer que seus membros ajudem
uns aos outros a alcançar plena maturidade. Os pais devem ensinar
os filhos a amar o Senhor e a obedecer-Lhe. Por seu exemplo e suas
palavras, devem ensinar-lhes que Cristo é um disciplinador amoroso,
sempre terno e solícito, desejando que eles se tornem membros do
Seu corpo, a família de Deus".
Ellen G. Whitc, uma das Fundadoras da Igreja Adventista, declarou:
"A obra dos pais é a base de toda outra obra. A sociedade compõe-se de
famílias, e é o que a façam os chefes de família. Do coração 'procedem
as saídas da vida' (Pv 4:23, ARC); e o coração da comunidade, da
igreja e da nação é o lar. A felicidade da sociedade, o êxito da igreja
e a prosperidade da nação dependem das influências domésticas"
(A Ciência ao Bom Viver, p. 349).

Esta declaração foi divulgada pelo entik} presidente da Associação Geral. Neal C. Wilson,
após consulta com 16 \"ke presidentes mundiais díi Igreja Adventista, cm 27 de junho de
. durante a assembleia da Associação Cer.il n\ili/ada em Nova Orlcans, Louisiana,
MATRIMONIO

Os problemas relacionados ao matrimónio só podem ser vistos em


sua verdadeira luz quando vislumbrados contra o plano de fundo do
ideal divino para o casamento. O matrimónio foi divinamente insti-
tuído no Éden e confirmado por Jesus Cristo para ser monogâmico e
heterossexual, uma união vitalícia de amoroso companheirismo entre
um homem e uma mulher. Na culminação de Sua atividade criadora.
Deus formou a espécie humana eomo macho e fêmea à Sua própria
imagem; e instituiu o matrimónio, uma união baseada no concerto
de dois géneros, integrados física, emocional e espiritualmente. Essa
união é mencionada nas Escrituras como "uma só carne".
Surgindo da diversidade de dois géneros humanos, a unicidade do
matrimónio reflele de maneira singular a unidade que existe dentro
da diversidade da Divindade. Através das Eserituras, a união hete-
rossexual no matrimónio c exaltada como um símbolo da união entre
a Divindade e a humanidade. É um testemunho humano do amor
altruísta de Deus e do concerto com Seu povo. A harmoniosa asso-
ciação de um homem e uma mulher no matrimónio é um microcos-
mo da unidade social que tem sido valorizada como um ingrediente
central de sociedades estáveis. Ademais, o Criador pretendia que a
sexualidade no casamento não servisse apenas como um propósito
unitivo, mas fosse uma providência para a propagação e a perpetua-
ção da lamília humana. No propósito divino, a procriação está entre-
laçada com o processo pelo qual marido e esposa podem encontrar
alegria, prazer e inteireza física. E a um marido e esposa, cujo amor
os têm habilitado a conhecer-se mutuamente em um profundo vín-
culo sexual, que uma criança pode ser confiada. O filho é uma perso-
nificação viva de sua união. A criança cm desenvolvimento floresce
na atmosfera de amor e unidade na qual foi concebida e desfruta do
privilégio de um relacionamento com cada um dos pais naturais.
A união monogâmica no casamento de um homem e uma mulher é
confirmada como o fundamento divinamente ordenado da família e da
vida social. E a única esfera moralmente apropriada para a expressão se-
xual genital e as intimidades a ela associadas. Todavia, a condição do ma-
trimónio não é o único plano de Deus para a satisfação das necessidades
Declarações da Igreja 62
•» »

humanas de relacionamento ou para conhecer a experiência de família.


O celibato c a amizade dos solteiros estão também dentro do desígnio
divino. O companheirismo e o apoio de amigos aparecem com destaque
em ambos os testamentos bíblicos. A comunhão da igreja, a família de
Deus, está à disposição de todos, independentemente de seu estado civil.
As Escrituras, porém, colocam uma sólida demarcação social e sexual
entre tais relações de amizade e o casamento.
A Igreja Adventista adere sem reservas a este ponto de vista bí-
blico sobre o casamento. Ela crê que qualquer rebaixamento desse
elevado desígnio é um rebaixamento do ideal celestial. Por ter o ca-
samento sido corrompido pelo pecado, a pureza e a beleza do matri-
mónio conforme designado por Deus precisam ser restauradas. Por
meio de uma apreciação da obra redentora de Cristo e da obra de
Seu Espírito no coração humano, o propósito original do matrimónio
pode ser recuperado e sua deleitosa e saudável experiência percebida
por um homem e uma mulher que unem suas vidas em um concerto
matrimonial.

Esta declaração l'(>i aprovada f votada pelu Comissão Administrativa da ASSDUÍII,.MI ( .C


em 21 de abril ik- 1996.
ABUSO E VIOLÊNCIA NA FAMÍLIA

Os adventistas defendem a dignidade e o valor de cada ser huma-


no c condenam todas as formas de abuso físico, sexual e emocional
e de violência doméstica.
Reconhecemos a extensão global desse problema e os sérios efei-
tos de vasto alcance na vida de todos os envolvidos. Cremos que os
cristãos devem reagir contra o abuso c a violência tanto na igreja
quanto na comunidade. Levamos a sério as notícias de abuso e vio-
lência, c temos locali/ado esses problemas nesta assembleia interna-
cional. Cremos que permanecer indiferentes c insensíveis significa
tolerar, perpetuar e aumentar potencialmente tal comportamento.
Aceitamos nossa responsabilidade de cooperar com outros servi-
ços profissionais em atender e cuidar daqueles que sotrern de abuso e
violência no âmbito doméstico, em chamar a atenção para as injusti-
ças e em falar em defesa das vítimas. Ajudaremos as pessoas necessi-
tadas a encontrar e a ter acesso aos serviços profissionais disponíveis.
Quando mudanças de atitudes e comportamento abrirem possi-
bilidades para o perdão e novos começos, proveremos um ministério
de reconciliação. Atenderemos às famílias em aflição por causa de
relacionamentos que não podem ser restaurados. Abordaremos as
questões espirituais com que se defrontam as pessoas maltratadas,
procurando compreender as origens do abuso e da violência na famí-
lia e desenvolvendo melhores meios de prevenir o ciclo repetitivo.

l .M. i i li'i L i i . n ^ i n 11 ii .i|irn\ , u l , i c \ o l . n l . i pele l ' ( M i n-,-..K i X i J r n m i M l .ii i\ ,1 d.t V.M I ( i.i^.V i ( .1 i . i l
e hlx.-r.nLi para publicação pelo gabinete do então presidente líoberl S. Polkcnbcri;, na assom-
b l f i a da Associação Geral realizada em Ulreclit. Holanda, de 29 de j u n h o a 8 de julho de- 1995.
VIOLÊNCIA DOMESTICA

A violência doméstica inclui qualquer tipo de agressão - verbal,


física, emocional, sexual ou negligência ativa ou passiva - cometi-
da por uma pessoa ou pessoas contra outra, dentro de uma família,
quer sejam casadas, aparentadas, vivendo juntas, separadas ou di-
vorciadas. Estudos internacionais recentes indicam que a violência
doméstica é um problema global. Ocorre entre indivíduos de todas
as idades e nacionalidades, em todos os níveis socioeconômícos e
em famílias de todos os tipos de formação, religiosas e não religiosas.
Descobriu-se que o índice global de incidência é semelhante em
comunidades metropolitanas, suburbanas e rurais.
A violência domestica se manifesta de várias maneiras. Por exem-
plo, pode ser um ataque físico ao cônjuge. Agressões emocionais tais
como ameaças verbais, ataques de furor, depreciação do caráter e
exigências irreais de perfeição também são abuso. Pode assumir a
forma de coerção e violência física dentro da relação sexual conjugal,
ou a ameaça de violência por meio de intimidação. Inclui comporta-
mentos como incesto c maus-tratos ou negligência de crianças pelo
pai ou guardião que resulte em insulto ou dano. A violência contra
o idoso pode ser vista no abuso ou negligência física, psicológica,
sexual, verbal, material e medicinal.
A Bíblia indica com clareza que a marca distintiva cio cristão é
a qualidade de suas relações humanas na igreja e na família. Está
no espírito de Cristo amar e aceitar, procurar incentivar e edificar
os outros, em vez de maltratar ou derrubar. Não há lugar entre os
seguidores de Cristo para o controle tirânico c o abuso do poder c
da autoridade. Motivados pelo amor a Cristo, Seus discípulos são
chamados a mostrar respeito e consideração pelo bem-estar dos ou-
tros, aceitar homens e mulheres como iguais e reconhecer que cada
pessoa tem direito ao respeito e à dignidade. A falha em relacionar-se
com os outros dessa maneira viola sua personalidade e desvaloriza os
seres humanos criados e redimidos por Deus.
C) apóstolo Paulo se refere à igreja corno a "família da fé" (Gl
6:10), que funciona como uma família ampliada, oferecendo acei-
tação, compreensão e conforto, principalmente a todos aqueles que
Violência Domestica 65

estào sofrendo ou em desvantagem. As Escrituras retraiam a igreja


como uma família em que o crescimento pessoal e espiritual ocorre
à medida que os sentimentos de traição, rejeição e pesar dào lugar a
sentimentos de perdão, confiança e integridade. A Bíblia fala também
da responsabilidade pessoal do cristão de proteger-se da profanação
de seu corpo, que é um templo, o lugar da habitação de Deus.
Lamentavelmente, a violência doméstica ocorre em muitos lares
cristãos. Ela jamais pode ser justificada. Afeta severamente, a longo
pra/o, a vida de todos os envolvidos e frequentemente resulta em
percepções distorcidas de Deus, de si mesmo c dos outros.
Cremos que a igreja tem a responsabilidade de:
1. Interessar-se peios envolvidos em violência doméstica e mos-
trar-se sensível às suas necessidades. Para isso, a igreja deve:
a. Ouvir e aceitar aqueles que sofrem de abuso, amando-os e
amparando-os como pessoas cie valor e dignidade.
b. Realçar as injustiças dos maus-tratos c falar em defesa das ví-
timas tanto dentro da comunidade de lê quanto na sociedade.
c. Oferecer um ministério que apoie as famílias afligidas por
violência e maus-tratos. A igreja deve prover acesso para as
vítimas e os agressores ao aconselhamento profissional ad-
ventista onde for disponível ou a profissionais da sociedade.
d. Incentivar o treinamento e o oferecimento de serviços pro-
fissionais adventistas autorizados tanto para os membros da
igreja quanto para a comunidade.
e. Oferecer um ministério de reconciliação quando o arrependi-
mento do agressor abrir a possibilidade cie perdão e a restau-
ração dos relacionamentos. O arrependimento sempre inclui
aceitação de plena responsabilidade pelos danos cometidos,
disposição de restituição de todas as maneiras possíveis e
mudança no comportamento a fim tle eliminar o abuso.
f. Focalizar a luz do evangelho sobre a natureza dos relaciona-
mentos marido-esposa, pai-filho e outros relacionamentos ín-
timos, e habilitar os indivíduos e famílias a crescer juntos nos
ideais de Deus para sua vida.
g. Evitar o ostracismo das vítimas e dos agressores dentro da
família ou da comunidade, embora responsabilizando firme-
mente os agressores por suas ações.
Declarações da Igreja 66

2. Fortalecer a vida familiar. Isso se consegue através de:


a. Orientação sobre a vida familiar, cnfati/ando a generosidade,
abrangendo uma compreensão bíblica da mutualidade, igual-
dade e respeito indispensáveis aos relacionamentos cristãos.
b. Compreensão dos ratares que contribuem para a violência
na família.
e. Desenvolvimento de maneiras de prevenir o abuso e a violên-
cia, e de quebrar o cielo repetitivo observado frequentemente
dentro das famílias por várias gerações.
d. Correção de crenças religiosas e culturais usadas frequente-
mente para justificar ou encobrir a violência na família. Por
exemplo, embora os pais sejam instruídos por Deus a corrigir
seus filhos e salvá-los, essa responsabilidade não dá direito ao
uso de medidas disciplinares ásperas e punitivas.
3. Aceitar a responsabilidade moral de estarmos alertas e de re-
agirmos ao abuso nas famílias de nossas congregações e comunida-
des, declarando que tal comportamento abusivo é uma violação das
normas advcntistas de vida. Nenhuma indicação ou informação de
abuso deve ser minimizada, e sim considerada seriamente. Se os
membros da igreja permanecerem incliíerentes ou passivos, estarão
justificando, perpetuando e possivelmente aumentando a violência
doméstica.
Se devemos viver como filhos cia luz, devemos iluminar as trevas
onde a violência familiar ocorre em nosso meio. Devemos cuidar uns
dos outros, mesmo quando seria mais fácil não nos envolvermos.

A declaração acima é baseada cm princípios expressos nas seguintes passagens bíblicas:


Êx 20:12; Mt 7:12; 20:25-28; Mc 9:33-45; Jo 13:34; Hm 12:10, 13; ICo 6:19; G13:28; Ef 5:2,
.í, 21 -27; fi: 1-4; Cl 3: l 2-14; I T s S : | ) ; ITm 5:5-8.

Esta declaração foi votada pula Comissau Administrativa tia Associação Geral cm 27 de
agosto de 1996 c enviada para consideração pelo Concílio Anual rcali/ado cm São José", Coii.t
H i c H . d e t " , i l ( ) d e outubro de 1996.
USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA DE
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS

A Igreja Advcntista do Sétimo Dia, organizada oficialmente em


1863, tratou no início de sua história do uso de fumo e bebidas al-
coólicas. A igreja condenou o LISO de ambos como destrutivos à vida,
à família e à espiritualidade. Adotou, na prática, uma definição de
temperança que enfatizava "total abstinência do que é prejudicial, c
uso cuidadoso e judicioso daquilo que é bom".
A posição da igreja com respeito ao uso do álcool c do fumo
não mudou. Em décadas recentes, ela tem promovido ativamente
a educação antiálcool e antidrogas dentro da igreja, c, em união
com outras agências, tem educado u comunidade mais ampla na
prevenção do alcoolismo e dependência de drogas. A igreja criou
um "Programa para Deixar de Fumar", no início da década de 1960,
que teve um alcance mundial e tem ajudado dezenas de milhares de
fumantes a se libertarem do vício. Originalmente conhecido como o
"Plano para Deixar de Fumar em Cinco Dias", pode ser considerado
o mais bem-sucedido de todos os programas antitabágicos.
A criação em laboratórios de centenas de novas drogas e a re-
descoberta e popularização de antigas substâncias químicas naturais
como a maconha e a cocaína agravou um problema outrora simples
e apresenta um crescente desafio à igreja e à sociedade. Em uma so-
ciedade que tolera e mesmo promove o uso de drogas, o vício é uma
crescente ameaça.
Redobrando seus esforços no campo da prevenção da dependên-
cia, a igreja está desenvolvendo novos currículos para suas escolas e
programas de apoio para ajudar os jovens a permanecer abstêmios.
A igreja está também procurando ser uma voz influente em cha-
mar a atenção da mídia, das autoridades públicas e dos legisladores
para o dano que a sociedade está sofrendo com a contínua promoção
e distribuição do álcool e do fumo.
A igreja continua crendo que a instrução de Paulo em l Coríntios
6:19 é aplicável ainda hoje: "O vosso corpo é santuário do Espírito
Santo"; devemos glorificar a Deus em nosso corpo. Pertencemos a
Declarações da Igreja 68

Deus e somos testemunhas de Sua graça. Devemos esforçar-nos para


estar na melhor forma, física e mental, a fim de que possamos des-
frutar Sua comunhão e glorificar Seu nome.

Esta declaração to i divulgada pelo então presidente da Associação Geral, Ncal C. Wilson,
após consulta com os 16 vice-presidentes mundiais da Igreja Advenlista, em julho de 1990,
durante a assembleia da Associação Geral realizada em Indianápolis, Indiana.
USO DE DROGAS

A Igreja Advcntista incentiva cada indivíduo c cada nação a co-


operar na eliminação da epidemia mundial das drogas que solapa a
estrutura social das nações c, cm nível individual, Frequentemente
mata suas vítimas ou leva-as a uma vida de crime.
Os adventistas crêem no ensino bíblico de que cada corpo huma-
no é um "templo do Deus vivente", que deve ser cuidado inteligente-
mente (2Co 6:15-17, ARC).
A Crença Fundamental n" 22 da igreja, baseada na Bíblia, declara:
"Junto com adequado exercício e repouso, devemos adotar a alimen-
tação mais saudável possível. [...] Visto que as bebidas alcoólicas, o
fumo c o uso irresponsável de medicamentos e narcóticos são pre-
judiciais ao nosso corpo, também devemos abster-nos dessas coisas.
Em vez disso, devemos empenhar-nos em tudo que submeta nossos
pensamentos c nosso corpo à disciplina de Cristo, o qual deseja nossa
integridade, alegria e bem-estar."
Para um viver saudável, os adventistas insistem que todos sigam
um estilo de vida que evite os produtos do íumo, as bebidas alcoóli-
cas e o uso impróprio de drogas.

Esta declaríii,-ã(j foi divulgada pelo então presidente da Associação Geral. Neal C. Wilson.
.ir>ós ironsulta com os 16 vice-prcsidenles mundiais da Igreja Adventista, em junho cie
durante a assembleia da Associai,-â o (ieral realizada em Nova Orleans, Louisiana.
CIGARRO E ÉTICA

O cigarro é a maior causa evitável de morte no mundo. É um


conceito ético universal de que a prevenção é melhor do que a cura.
No que se refere ao fumo, muitos países se delrontam com um para-
doxo ético: embora muitas décadas de pesquisa tenham apresentado
incontestável evidência dos danos causados à saúde pelo cigarro, a
indústria do fumo ainda floresce, frequentemente com apoio tácito
ou aberto do governo. A ética de fumar torna-se ainda mais séria
diante das alarmantes revelações acerca das mortes por câncer e ou-
tros riscos à saúde causados pelo fumar ativo ou passivo.
Uma questão séria de ética internacional é a exportação de ci-
garros para os países em desenvolvimento, principalmente cigarros
com mais elevados teores de elementos letais do que o admissível
em qualquer outro lugar.
Por mais de um século, a Igreja Adventista tem advertido seus
jovens e o público em geral quanto à natureza vicíante c destruidora
da saúde que é própria do cigarro. Os cigarros constituem um risco
mundial à saúde por causa da combinação do hábito associado à
ganância económica da indústria do fumo e de outros segmentos
do mercado. Os advcntistas crêem que a ética da prevenção requer
planos públicos de ação que reduzam o fumo, tais como:
1. Proibição uniforme de toda propaganda de cigarro.
2. Leis protegendo as crianças e os jovens que estão sendo alvo
da indústria do fumo.
3. Leis mais estritas proibindo fumar em lugares públicos.
4. Uso mais agressivo e sistemático da mídia a fim de educar os
jovens quanto aos riscos do cigarro.
5. Impostos substancialmente mais altos sobre cigarros.
6. Regulamentos exigindo que a indústria do fumo pague pelos
custos do cuidado da saúde associados ao uso de seus produtos.
I n i c i a t i v a s como essas salvariam milhões de vidas por ano.

Esta decbraciio foi iiprovada c votada pela Comissão Administrativa da Associarão (.lor.il
pnra ser divulgada pelo gabinete do então presidente Hol>eii S. l 'nlkcnliiTg, duraiile o Concílio
Anual cm São José, Costa Mica, de l" a 10 de outubro de 1996.
O 'IABACO E O HABITO DE FUMAR

Por mais de um século, a Igreja Adventista tem advertido os jovens


e o público em geral de que fumar cigarros vicia e destrói a saúde.
O cigarro é a maior causa evitável de morte no mundo. É um
conceito ético universal de que a prevenção é melhor do que a cura.
No que se refere ao fumo, muitos países se defrontam com um para-
doxo ético: embora muitas décadas de pesquisa tenham apresentado
incontestável evidência dos danos causados à saúde pelo cigarro, a
indústria do fumo ainda floresce, frequentemente com apoio tácito
ou aberto do governo. A ética de fumar torna-se ainda mais séria
diante das alarmantes revelações acerca das mortes por câncer e ou-
tros riscos à saúde causados pelo fumar ativo ou passivo.
Cremos que a ética da prevenção requer uma proibição uniforme
da propaganda do fumo em todos os países, leis mais severas proi-
bindo fumar em lugares públicos, educação pública mais agressiva e
sistemática, c impostos substancialmente mais altos sobre cigarros.
Essas medidas salvariam milhões de vidas por ano.

Esta declaração Foi votada pcLi comissão administrativa da Associação Geral e divulgada
|ifli) gabinete do então presidente Robert Folkenberg, durante a assembleia t Li Associação
< .ri.il rc-.ili/iida em Utrccht. Holanda, de 29 dt- junho a 8 de julh o de 1495.
JOGOS DE AZAR

O jogo de azar afeta cada vez mais e mais pessoas ao redor do


mundo. A ideia de ganhar à custa dos outros tem se tornado uma
maldição moderna. A sociedade paga o preço pelos crimes associa-
dos a ele, pelo amparo à vítima e pelo colapso familiar, o que diminui
a qualidade de vida. Os adventistus se opõem grandemente a esse
tipo de jogo, uma vez que é incompatível com os princípios cristãos.
Não é uma forma apropriada de lazer ou um meio legítimo de levan-
tamento de fundos.
O jogo de azar viola os princípios cristãos de mordomia. Deus
identifica o trabalho como o meio apropriado para adquirir benefí-
cios materiais; não o jogo de azar, que nos faz sonhar com o ganho
à custa da perda de nutrem. O jogo de azar tem um grande impacto
sobre a sociedade. Os custos financeiros resultam em crimes come-
tidos para saldar uma dívida de jogo, aumento do policiamento e
despesas legais, bem como crimes envolvendo drogas e prostituição.
O jogo de azar não gera renda; antes, toma daqueles que não têm
condições e dá a uma minoria, sendo o maior ganhador, obviamente,
o operador. A ideia de que o jogo pode ter um benefício económico
positivo é ilusão. Alem disso, jogar viola o senso de responsabilidade
cristã cm relação à família, aos vizinhos, aos pobres e à igreja.1
Jogar cria falsas esperanças. O sonho de ganhar muito dinheiro
substitui a verdadeira esperança por um sonho falso de uma chance
estatisticamente improvável de vencer. Os cristãos não devem colo-
car suas esperanças em riquezas. A esperança cristã de um futuro
glorioso prometido por Deus é certa — diferente do sonho do jogador
e oposta a ele. C) grande lucro que a Bíblia nos aponta é "piedade
com o contentamento" (lTm 6:6).2
O jogo é um vício. Isso é claramente incompatível com o modo de
vida cristão. A igreja procura ajudar, não culpar, aqueles que sotrem
do vício do jogo ou de outros vícios. Os cristãos reconhecem que são
responsáveis perante Deus pelos seus recursos e estilo de vida/
A organização da Igreja Adventista não aceita rifas ou lotcrias para
arrecadar fundos e insta os membros a não participarem em tais ativi-
dacles, mesmo que bem-intencionadas. Tampouco vê com bons olhos
Jogos de A/ar 73

os jogos de azar patrocinados pelo Estado. A Igreja Adventista convida


todas as autoridades a prevenir a crescente disponibilidade dos jogos
com seus efeitos prejudiciais para os indivíduos e a sociedade.
A Igreja Adventista rejeita os jogos de a/ar e não solicitará nem
aceitará fundos que sejam claramente provenientes deles.

1. ! T s 4 : l l ; Gn 3;19; Mt 19:21; At 9:36; 2Co 9:«, 9.


2. l T m 6 ; l 7 ; Hh l 1 : 1 .
3. l Co 6:19. 20.

Esta declaração foi votada pela Comissão Administrativa da Associação Geral para divul-
gação durante a assembleia da Associação Geral realizada em Toronto. Canadá, de 29 de junho
a 9 de julho de 2000.
ATMDADES COMPETITIVAS

Introdução
A Igreja Adventista c suas várias organizações, em sua preocupa-
ção com a competição e a rivalidade, desejam esclarecer sua posição
e recomendar certas diretrizes para atividades que possam envolver
competição. Estas proposições visam dar instrução e orientação a
membros, igrejas, associações e instituições da igreja, em conformi-
dade com a perspectiva da Bíblia e do Espírito de Profecia.

O Plano Divino
1. Um caminho melhor. O ideal é a cooperação e a unidade na igre-
ja de Deus, conforme ilustrado em l Coríntios 12:12-31, em que as
partes da igreja, simbolizadas pelas partes do corpo, trabalham juntas
para o bem do todo. Há solidária cooperação; não há rivalidade.
2. O plano de Deus para Sua obra. "A formação do caráter é a obra
mais importante que já foi confiada a seres humanos; e nunca antes foi
seu diligente estudo tão importante como hoje [...J; nunca antes jovens
foram defrontados por perigos tão grandes como hoje. [...] O plano de
vida estabelecido por Deus tem um lugar para cada ser humano. Cada
um deve aperfeiçoar os seus talentos até o máximo ponto; e a fideli-
dade no fazer isto coníere honra à pessoa, sejam muitos ou poucos
os seus dons. No plano divino não há lugar para a rivalidade egoísta"
(Educação, p. 225, 226).

Urna Abordagem Equilibrada da Vida


Os adventistas crêem que o homem é um ser integrado, cujas ne-
cessidades físicas, mentais, espirituais e sociais são inter-reiaciona-
das e interdependentes. Estão preocupados com o desenvolvimento
total de cada indivíduo, reconhecendo que cada pessoa necessita de
exercícios físicos planejados c adequados. A fim de satisfazer essa
necessidade na virada do século, as instituições adventistas, geral-
mente localizadas em áreas rurais, oferecem amplas oportunidades
para o exercício físico.
Hoje em dia, as instituições funcionam em ambientes cada vez
mais populosos, com escassas oporlunidades para o trabalho útil
Atividades Competitivas 75

como meio de recreação. Além dessa mudança de uma sociedade


rural para uma sociedade urbana, as ocupações que demandam ati-
vidades físicas têm decrescido, as tensões têm se multiplicado, e
o tempo de lazer é cada vez mais dominado por entretenimentos
secundários como rádio, televisão e cinema. Para compensar essas
mudanças, uma abordagem cuidadosa e equilibrada das atividades
físicas deve ser incentivada nas escolas, igrejas e outras instituições.
Em qualquer situação, na igreja ou na escola, que envolva atividu-
des físicas organizadas, os resultados podem ser benéficos se preva-
lecerem os seguintes ideais: cooperação, prestimosidadc, altruísmo,
espírito cordial c diversão em vez de simplesmente competição, e
observação das regras em espírito e não meramente na letra.
"A recreação, na verdadeira acepção do termo — recriação - tende
a fortalecer e construir" (Educação, p. 207). Não promoverá o egoís-
mo, a rivalidade, a hostilidade, a contenda, amor ao domínio, amor
ao prazer ou excítamento doentio.
A liderança eficiente assumirá a responsabilidade pela realização
desses objetivos.

Propósitos e Objetivos Para as Atividades da Igreja


Todos os programas e atividades da igreja devem contribuir para o
desenvolvimento de um caráter cristão e de um testemunho eficien-
te. Devem promover o seguinte:
1. O pleno desenvolvimento do amor cristão e de altruísta consi-
deração pelos outros (ICo 13).
2. Respeito mútuo e fraternidade entre os crentes, conforme ilus-
trado na imagem do corpo da igreja como uma unidade (ICo 12).
3. Eliminação da rivalidade egoísta, e o desenvolvimento da expe-
riência mais elevada do esforço cooperativo.
4. O desenvolvimento saudável do corpo, da mente e do espírito.
5. Promoção e implementação de relações sociais saudáveis.
6. Inspiração e orientação visando a uma adoração aceitável a Deus.
7. O encorajamento de indivíduos para trabalhar a fim de atingir
o mais elevado e o melhor padrão de que são capazes em todas as
ocupações dignas.
8. Ativação dos enormes recursos humanos da igreja para a salva-
ção das pessoas.
Declarações da Igreja 76

Quaisquer atividades que frustrem esses objetivos básicos devem


ser rejeitadas.

Situações Específicas
Em conformidade com as declarações de propósito enunciadas,
as seguintes diretrizes são recomendadas para minimizar o uso de
competições caracterizadas pela rivalidade como ferramenta motiva-
dora dentro da igreja:
1. Não se deve estimular a exibição de atividades comerciais e
altamente competitivas.
2. Procurar atividades alternativas satisfatórias que evitem o pre-
judicial envolvimento competitivo.
3. No desenvolvimento de incentivos para a ação e participação
individuais, e o aperfeiçoamento pessoal no trabalho da igreja, estru-
turar o programa de tal forma que os indivíduos se relacionem com
um padrão de desempenho que não envolva rivalidade entre pessoas,
igrejas e instituições.
4. H importante que o ato de reconhecer os esforços ou realiza-
ções de indivíduos ou grupos seja de tal maneira que a glória pelo
sucesso do esforço seja dada a Deus, em vez de fomentar a glorifica-
ção de indivíduos.
5. Deve-se planejar uma atividade ou um programa que propor-
cione certo nível de sucesso para cada participante, ajudando a pre-
servar a individualidade, a identidade, a personalidade e a constante
dependência de Deus. Cada pessoa receberá algum grau de reco-
nhecimento. Mas tal reconhecimento deve evitar extravagâncias ou
diferenças extremas.
6. Ao reconhecer as realizações, deve-se procurar melhorar a efi-
ciência da pessoa no trabalho do Senhor.
7. Os relatórios estatísticos envolvendo crescimento em número
de membros e em questões financeiras devem ser usados para incen-
tivar as boas obras, e não como ferramentas que expressem atitudes
de rivalidade, criadas para facilitar a eficiência de organizações.
8. Os sistemas de avaliação com notas nas instituições educa-
cionais devem refletir o crescimento e o desenvolvimento pessoal
do estudante, bem como o seu domínio das exigências essenciais da
matéria, cm vez de refletir sua posição relativa entre os colegas.
Atividades Competitivas

9. Qualquer atividadc que restrinja o potencial para o sucesso a


apenas uns poucos deve ser:
a. Suspensa.
b. Limitada a combinações temporárias em ambientes de re-
creação.
c. Usada como recurso necessário para ajudar a identificar habi-
lidades básicas indispensáveis para o ingresso numa profissão
específica (por exemplo, os testes de aptidão ou requisitos
para a admissão numa escola profissionali/ante).
10. A construção e a ampliação de templos ou prédios de insti-
tuições devem atender aos requisitos da necessidade e praticidade,
com a devida consideração às exigências cie bom gosto, estética e
simplicidade de beleza arquitetônica. Quaisquer tentativas de erigir
edifícios que rivalizem com prédios de instituições e associações ir-
mãs ou que os superem devem ser consideradas incompatíveis com
os ideais adventistas.
"Jamais devemos confiar na reputação e reconhecimento m u n -
dano. Nunca, ao fundar instituições, devemos tentar competir com
as instituições mundanas em tamanho e esplendor. Alcançaremos a
vitória, não construindo edifícios enormes, nem rivalizando com os
nossos oponentes, mas cultivando um espírito cristão - espírito de
mansidão e humildade" (Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 100).
11. Sendo que a rivalidade e muitas atitudes egoístas podem
originar-se no lar, é imperativo que os pais cultivem em seus filhos
atitudes que evitem um padrão de rivalidade egoísta na vida adulta.

Atividades Patrocinadas Pela Igreja com Elementos de Competição


As avaliações de desempenho e as pressões delas resultantes não
devem ser confundidas com rivalidade competitiva. É talo reconhe-
cido que em todas as áreas de atividade da igreja pode haver padrões
de desempenho estabelecidos pelas organizações e comissões dire-
tivas. As diretrizes acima devem ser aplicadas a todas as atividadcs e
a todos os programas da igreja, das associações e instituições, como
por exemplo:
• Campanhas.
• Concursos escolares, bíblicos, de desbravadores, de orató-
ria, debates.
DedaiaçOes da Igreja 78

*x Recreação, inclusive programações de atletismo.


* Sistemas de atribuição de notas. 1
• Bolsas de estudos e distinções académicas.
• Luta por um cargo ou (unção.
* Projeto, estilo e dimensões de prédios.
<s Alvos da igreja.

Controle de Programas de Motivação


Visto que uma liderança esclarecida é essencial para a execução e o
controle de programas motivadores, cabem aqui as seguintes observações:
/. Liderança. Na scleção de líderes para os programas da igreja,
deve-se dar ênlase às seguintes qualificações:
a. Espiritualidade, dedicação, experiência e capacidade de or-
gani/ação.
b. Capacidade de conquistar o respeito dos estudantes e dos
outros líderes e manter a devida autoridade e disciplina.
c. Comprometimento com o propósito e os objetivos citados
nesta declaração.
d. Capacidade de desafiar e inspirar os participantes a tomar parle
entusiasticamente na realização dos objetivos aqui propostos.
e. Conhecimento sobre as atividades nas quais estão envolvidos
e sobre suas implicações físicas, mentais, espirituais e sociais.
2. Salvaguardas e controles. A experiência tem demonstrado a ne-
cessidade de estabelecer salvaguardas e controles adequados na ati-
vidade da igreja.
Sua implementação inclui o seguinte:
a. Obter e usar equipamento e instalações aceitáveis com todas
as precauções de segurança apropriadas.
b. Planejar o transporte de grupos da igreja sob a guia e direção
de adultos responsáveis.
c. Respeitar o sábado, evitando viagens relacionadas com ativi-
dades seculares c, tanto quanto possível, religiosas.
d. Carantir suficiente cobertura de seguro para os participantes
e o equipamento, inclusive o transporte.
e. Salvaguardar a saúde e a segurança de grupos em viagem,
evitando, tanto quanto possível, viagens no período noturno,
refeições irregulares e alojamento precário.
Atividades Competitivas 79

Objetivos das atividadcs físicas:


a. Melhorar o desenvolvimento Físico e as funções orgânicas
do participante.
b. Desenvolver o controle neuromuscular nos movimentos
fundamentais, a mecânica geral do corpo e as habilidades
básicas em atividades que se harmonizem com os princípios
delineados neste documento.
c. Eliminar defeitos que possam ser corrigidos e melhorar a
condição física geral da pessoa quando esta pode ser in-
fluenciada por um programa devidamente planejado de
exercícios.
d. Atingir desenvolvimento mental e intelectual pelo uso de
estratégias, decisão sob pressão e organização de pensa-
mento — necessários para um desempenho bem-sucedido.
e. Desenvolver o caráter para incluir autodisciplina, autocon-
fiança, controle emocional, respeito pelos direitos dos ou-
tros e conduta moral e ética baseada nos ideais cristãos.
f. Proporcionar experiências físicas adequadas e um devido
reconhecimento das consecuções, o que contribuirá para a
autodescobcrta, a estabilidade emocional e relacionamen-
tos sociais de cooperação.
g. Desenvolver as qualidades espirituais e características so-
ciais que formam um bom cidadão, com moral e ética cristã
norteando os relacionamentos humanos.
h. Desenvolver habilidades recreacionais que exerçam funções
benéficas em atividades de lazer ao longo de toda a vida.
i. Desenvolver habilidades na área de segurança, as quais au-
mentem a capacidade do indivíduo de proteger-se e ajudar
os outros em atividades diárias e nas emergências. Deve ser
evitado o treinamento nas artes marciais e em atividades
físicas que enfati/em a agressividade e a competição.
j. Desenvolver a consciência dos valores estéticos inerentes às
atividades físicas e recreativas.
k. Promover o amor à natureza e à vida ao ar livre, bem como
a percepção de como podem contribuir para tornar a vida
mais íeli/ c abundante.
Declarações da Igreja 80

1. Ajudar o desenvolvimento de uma filosofia devida que inclua


as devidas atitudes e prátieas relacionadas com o cuidado
do próprio corpo. Essa abordagem equilibrada tio desenvol-
vimento físico, mental, espiritual e social tem sido c pode
continuar sendo promovida através de:
* Atividades ao ar livre e em meio à natureza: natação, ciclismo,
equitação, esqui, canoagem, ginástica, jardinagem, caminha-
da, acampamento, coleção de pedras, mergulho, exploração
de cavernas e outras recreações.
* Passatempos como cerâmicas, lapidação, mecânica de auto-
móveis, agricultura, trabalho em madeira ou couro, escultura
e fotografia.
v Programas "intramuros" formalmente organi/ados e adequa-
damente dirigidos, envolvendo a participação rotativa dos
membros da equipe.

Atividades Recreativas e "Intramuros"


As atividades "intramuros", ou em área restrita, limitam-se a pes-
soas de cada igreja, escola ou instituição específica. Quando devida-
mente dirigidas, desenvolverão o caráter, a aptidão física e a saudável
interação em grupo. A fim de assegurar os salutares benefícios que
podem resultar de um programa organizado de atividades recreativas
intramuros, são recomendados os seguintes objetivos:
1. Deve-se criar uma comissão de líderes representativos e parti-
cipantes a fim de planejar e controlar atividades recreativas organi/,a-
das em igrejas, escolas ou instituições.
2. Os cliretores de atividades físicas devem estar cientes da ne-
cessidade que os participantes têm de um programa equilibrado que
inclua outros tipos de recreação alem de esportes organizados.
3. A classificação apropriada dos participantes deve ser estabe-
lecida com base cm fatores como tamanho, idade e aptidão física,
devendo ser incluídos todos os que desejarem participar.
4. Deve-se ter o cuidado de colocar à disposição equipamentos c
instalações adequados, com vistas à saúde e à segurança.
5. Um requisito para a implantação de atividades físicas organiza-
das deve ser a orientação dos participantes e espectadores quanto à
filosofia e aos objetivos expostos neste documento.
Atividades Competitivas 81

6. Devem ser evitados excessos na reação dos times e dos torce-


dores, e oficiais qualificados se encarregarão de garantir um saudável
espírito de participação.
7. Os participantes do time devem revezar-se periodicamente
para desestimular ii rivalidade.

Esportes Intcrescolares
Os adventistas se opõem a um programa organizado de campeo-
natos esportivos entre escolas envolvendo seu sistema educacional.
As duas razões básicas para isso são as seguintes:
1. Os riscos inerentes às rivalidades competitivas têm o potencial
de aumentar em eventos interorgani/acionais.
2. O tempo, o pessoal e os recursos financeiros são geralmente
desproporcionais ao número de pessoas em condições de participar.

Conclusões
1. Os cristãos devem atuar com os mais elevados motivos em sua
busca de excelência atlélica.
2. Os jogos amistosos ocasionais envolvendo instituições em reu-
niões sociais conjuntas não são classificados como atletismo inter-
mural ou interescolar.
3. Todos têm talentos - uns mais, outros menos. Deus espera
fidelidade no serviço sem considerar os talentos ou a remuneração
(Mt 20:1-16). Embora os talentos sejam distribuídos diferentemen-
te, Deus espera que as pessoas desenvolvam ao máximo a sua capa-
cidade; e lhes será dada responsabilidade segundo a sua fidelidade.
O lembrete das Escrituras c: "Tudo quanto fi/erdes, l'a/,ci-o de todo
o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que
recebereis do Senhor a recompensa da herança" (Cl 3:23, 24).
l . l', reconhecido que em i n u i l o s sistemas educacionais d promoção de um nível escolai
para outro se baseia na obtençflode ali.is nolascm e.\;imes competitivos. A admissão às escolas
profissionais e de pós-graduaçlo, necessárias no preparo para determinadas vocações, c nmcc
didn àqueles que se destacarem acima de seus colegas em certos exame-, ou pela conquista de
alias notas cm classe. Também o sucesso em profissões muito disputadas só pude ser alcança-
do pelo desempenho em um nível mais elevado i|ue os outros. Sendo que alguns aspectos da
competição são inerentes i) vida moderna, o verdadeiro cristã» os minimi/ará o máximo possí-
vel. Espera-se que as diivli i/es aqui apresentadas sejam proveitosas na erradicação da rivali-
dade egoísta ou competição doentia, que ê prejudicial ao desenvolvimento do carálcr criM.lo
Esta declaração Io i aprovada pela Comissão Administrativa da Associação Geral, em 7 de
outubro cie 19HH, durante sessão do Concílio Anual realizado em Nairobi, Quénia,
AS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE

Princípios
1. Cristo ministrou à pessoa como um todo. Seguindo Seu exem-
plo, a missão da Igreja Adventista inclui um ministério de cura ao ser
humano como um todo - corpo, mente e espírito. O ministério da
cura inclui cuidado e compaixão pelos enfermos e sofredores, lam-
bem inclui a preservação da saúde. O ensino dos benefícios do cum-
primento das leis de saúde, o inter-relacionamento das leis naturais
e espirituais, a responsabilidade do ser humano perante essas leis e
a graça de Cristo (que assegura o viver vitorioso) estão integrados no
ministério da cura.
2. As instituições de saúde (hospitais, clínicas médico-dentárias.
sanatórios e asilos, centros de reabilitação, etc.) funcionam como
parte integral do ministério total da igreja e seguem as normas da
mesma. Isso incluí a manutenção da santidade do sábado, promo-
vendo uma atmosfera sabática para os funcionários e pacientes, evi-
tando atividades de rotina, diagnósticos facultativos e terapias op-
cionais no sábado. Essas normas também incluem o incentivo de
uma dieta ovolactovegetariana isenta de estimulantes e álcool e um
ambiente livre da fumaça do cigarro. C) controle do apetite será pro-
movido, o uso de drogas com potencial para o abuso será controlado
c não serão permitidas técnicas que envolvam o controle de uma
mente por outra. As instituições são dirigidas como parte da igreja,
com atividades e práticas claramente definidas como o testemunho
cristão típico dos adventistas.
3. As instituições adventistas de saúde conferem alta prioridade à
dignidade pessoal e às relações humanas. Isso acontece por estarmos
em harmonia com a reafirmação da dignidatlc humana por Cristo e
Sua demonstração de amor, que perdoa e ajuda sem levar em cnnt;i
o passado e mantém o direito de escolha individual no futuro. Isso
inclui diagnósticos e tratamentos apropriados por pessoas compe-
tentes; um ambiente seguro e solícito que contribua para a eura da
mente, corpo e espírito; e educação nos hábitos saudáveis de vida.
Também envolve cuidado de acordo com a vontade do paciente ter-
minal e a sua família.
As Instituições de Saúde 83

4. Os planos de ação e a maneira de proceder do médico devem


sempre refletir uma alta consideração e preocupação pelo valor da
vida humana c da dignidade individual .
5. As instituições advcntistas de saúde operam como uma parte
da comunidade e do país em que funcionam. Representando o amor
de Cristo a essas comunidades, a preocupação de cada instituição é
a saúde da comunidade e da nação. As leis tio país devem ser respei-
tadas e os regulamentos para o funcionamento das instituições e a
licença dos funcionários devem ser seguidos.
6. As instituições devem receber atenciosamente os clérigos de
todas as confissões religiosas que visitam seus paroquianos.
7. A missão cias instituições em representar Cristo à comunida-
de, e principalmente àqueles que utilizam seus serviços, c cumpri-
da com a participação de um quadro de funcionários compassivos e
competentes, que defendem as normas e práticas da Igreja Adventis-
ta. A lim de prover desenvolvimento a seu quadro de funcionários, as
instituições devem programar regularmente aulas que os ajudem a se
manter atualix.aclos profissionalmente c crescendo no conhecimento
e no amor de Deus. O planejamento a longo pra/o apoia a educa-
ção formal dos funcionários em perspectiva, inclusive a utili/.ação de
uma instituição para a prática clínica dos estudantes.
8. As instituições devem funcionar de maneira financeiramen-
te responsável e em harmonia com os Regulamentos Eclesiástico-
Administrativos da Igreja Adventista cio Sétimo Dia.
9. A prevenção básica e a educação sanitária serão uma parte
integrante da ênfase das instituições de saúde.
10. A administração c o funcionamento das instituições indivi-
duais cie saúde serão dirigidos em consulta com o departamento de
Saúde e Temperança de maneira regular e contínua. A comunicação
incluirá os departamentos de Saúde e Temperança da Missão/Asso-
ciação, União, Divisão e Associação Geral, à medida que as circuns-
tâncias e oportunidades surjam.

Estabelecimento e fechamento de Instituições de Saúde


l . Ao considerar-se a abertura de uma nova instituição, a cons-
trução de um grande anexo ou a continuidade do funcionamento de
uma instituição existente, deve-se observar:
Declarações da Igreja 84

a. Os planos de longo alcance da igreja naquela área e se a ins-


tituição auxilia na missão da igreja.
b. As necessidades de assistência à saúde na região.
c. Os recursos disponíveis, principalmente em finanças, pessoal
e equipamento, para fazer funcionar a instituição.
d. Os regulamentos do governo para o funcionamento da insti-
tuição.
e. Os regulamentos do governo para o fechamento de uma ins-
tituição.
f. O impacto que a abertura ou o fechamento da instituição exer-
cerá sobre a igreja na região e sobre a comunidade em geral.
g. As necessidades educacionais cia igreja.

lístii declaração foi divulgada pela Comissão Administrativa da Associação Geral durante
o Concílio Anu;il n\ili/.ido um Nairòbi, Quénia, em outubro de 1988.
COMPROMISSO COM A
SAÚDE E A CURA

A Igreja Adventista reafirma o compromisso e os objetivos de seu


Ministério de Saúde, visando a alcançar o bem-cstar de seus mem-
bros e das comunidades a que ela serve, e aprimorando a saúde global.
A Associação Geral reitera seu compromisso com os princípios
de dignidade e equidade, justiça social, liberdade, autodetermina-
ção, acesso à alimentação adequada c água, e acesso universal não
discriminatório aos cuidados disponíveis de saúde. Através de seu
ministério de pregação, ensino, cura c discipulado, a igreja busca
representar a missão de Jesus Cristo de tal maneira que seja:
1. Considerada globalmente pelo ensino de um modelo integral
de viver saudável baseado em evidências no cuidado com a saúde
em geral.
2. Vista todo o tempo como uma aliada confiável c transparente
de organizações com objetivos e visão compatíveis, para aliviar o so-
frimento, promovendo a saúde básica e o bem-estar.
3. Reconhecida pela abrangência incondicional e inclusão de to-
das as pessoas na busca dessa saúde e bem-estar básicos.
4. Envolvida não só administrativa, mas também funcionalmente
em cada nível, incluindo cada congregação e membro nesse ministé-
rio de saúde e cura.
Esta declaração segue as deliberações e recomendações da Con-
ferência Clobal sobre Saúde e Estilo de Vida realizada em Genebra,
em julho de 2009, cm colaboração com a Organização Mundial de
Saúde, e apela para a cooperação com organismos confiáveis simila-
res que tenham o objctivo de melhorar a saúde global.

l^ste documento foi votado pela Comissão Administrativa <ta Associação í lurai na assem-
bleia do Concílio A n u a l rrali/ado c-m Silvvr Spring. Marylaiul. KsUidos Unidos, cm 14 de
outubro de 2009.
O CUIDADO DOS PACIENTES
TERMINAIS

Para as pessoas guiadas pela Bíblia, u realidade da morte é reco-


nhecida como parte da atual condição humana, afetada pelo pecado
(Gn 2:17; Rm 5; Hb 9:27). "Há tempo de nascer e tempo de morrer"
(Ec 3:2). Embora a vida eterna seja um dom concedido a todos os que
aceitam a salvação por meio de Jesus Cristo, os fiéis cristãos aguardam
a segunda vinda de Jesus para que a promessa da imortalidade se reali-
?.e (Jo 3:36; Rm 6:23; l Co 15:51-54). Enquanto esperam pela volta de
Jesus, os cristãos podem ser chamados a cuidar dos pacientes terminais
ou mesmo a enfrentar sua própria morte.
A dor e o sofrimento afligem a vida de cada ser humano. Os traumas
físicos, mentais e emocionais são universais. Contudo, o sofrimento hu-
mano não tem qualquer valor meritório ou expiatório. A Bíblia ensina que
nenhuma quantidade ou intensidade de sofrimento humano pode expiar
o pecado. Apenas o sofrimento de Jesus Cristo é suficiente. As Escrituras
exortam os cristãos a não se desesperarem nas aflições, instando com
eles a que aprendam a obediência (Hb 5:7, 8), a paciência (Tg 1:2-4) e
a perseverança nas tribulações {Rm 5:3). A Bíblia também testifica do
poder triunfante de Jesus Cristo (Jo 16:33) e ensina que o ministério ao
sofrimento humano é um importante dever cristão (Mt 25:34-40). Esse
foi o exemplo e o ensino de Jesus (Mt 9:35; Lc 10:34-36), e essa é a Sua
vontade para nós (Lc 10:37). O cristão olha com expectativa para um
novo dia em que Deus porá fim ao sofrimento para sempre (Ap 21:4).
O progresso da medicina moderna tem contribuído para a complexi-
dade de decisões acerca do cuidado de pacientes terminais. No passado,
pouco podia ser feito pura prolongar a vida humana. Mas a capacidade
da medicina atual para prevenir a morte tem gerado dificuldades morais
e questões éticas. Que restrições coloca a fé cristã sobre o uso de tal
capacidade? Quando deve o objetivo de protelar o momento da morte
ciar lugar ao objetivo de aliviar a dor no fim da vida? Quem pode apropria-
damente tomar essas decisões? Que limites, se há algum, deve o amor
cristão colocar sobre procedimentos destinados a pôr fim ao sofrimento
humano?
O Cuidado dos Pacientes Terminais 87

Tornou-se comum discutir a eutanásia. Muita confusão existe


a respeito dessa palavra. O significado original e literal do termo
era "boa morte". Agora, o termo é usado de duas maneiras signifi-
cativamente diferentes. Corn frequência, fala-se da "eutanásia ati-
va" ou "morte misericordiosa", o tirar intencionalmente a vida de
um paciente a fim de evitar a morte dolorosa ou aliviar os encargos
para a família ou a sociedade. Contudo, usa-se também a expressão
"eutanásia passiva" (impropriamente, na visão dos adventistas) para
se referir à recusa ou retirada de intervenções médicas que artifi-
cialmente prolongam a vida humana, permitindo desse modo que
a pessoa morra naturalmente. Os adventistas crêem que permitir
que um paciente morra, privando-o de intervenções médicas que
apenas prolongam o sofrimento e adiam o momento da morte, é
moralmente diferente de medidas que têm como intenção primária
tirar diretamente a vida.
Os adventistas procuram tratar os problemas éticos do fim da vida
de maneira que demonstrem sua fé em Deus como o Criador e Re-
dentor da vida e que revelem como a graça de Deus os têm habilitado
para atos de amor ao próximo. Enfatizam a criação da vida humana
por Deus, um maravilhoso dom digno de ser protegido e mantido
(Gn l, 2). Também enfatizam o maravilhoso dom da redenção ofe-
recido por Deus e que provê vida eterna para aqueles que crêem
(Jo 3:15; 17:3). Portanto, eles apoiam o uso da medicina moderna
para prolongar a vida humana. Todavia, essa habilidade deve ser
utilizada de maneira compassiva que revele a graça divina, mini-
mizando o sofrimento. Sendo que temos a promessa de Deus de
vida eterna na Terra renovada, os cristãos não precisam apegar-se
ansiosamente aos últimos vestígios cie vida neste mundo. Nem é
necessário aceitar ou oferecer todos os tratamentos médicos pos-
síveis, que meramente prolongam o processo de morrer.
Os adventistas têm o compromisso de cuidar da pessoa como
um todo. Eles estão preocupados com o cuidado físico, emocional e
espiritual dos pacientes terminais. Para isso, oferecem os seguintes
princípios baseados na Bíblia:
I. Uma pessoa que se aproxima do fim da vida e é capaz de com-
preender esse fato merece saber a verdade acerca de sua condição, as
opções de tratamento e os possíveis resultados. A verdade não deve
Declarações da Igreja

ser negada, mas partilhada com amor cristão e sensibilidade adequa-


da às circunstâncias pessoais e culturais do paciente (Ef 4:15).
2. Deus concedeu aos seres humanos a liberdade de escolha c
pede-lhes que a usem responsavelmente. Os adventistas crêem que a
liberdade se estende às decisões quanto ao tratamento médico. Depois
de buscar a orientação divina, considerar os interesses daqueles que
são afetados pela decisão (Rm 14:7) e pesar o conselho médico, a pes-
soa que é capa?, de decidir deve determinar se aceita ou rejeita as inter-
venções médicas que prolongam a vida. Essas pessoas não devem ser
forçadas a submeter-se a tratamento médico que acham inaceitáveis.
3. O plano divino é que as pessoas vivam dentro de uma comuni-
dade familiar e de fé. As decisões sobre a vida humana são mais bem
tomadas dentro do contexto de saudáveis relações familiares depois
de considerar o conselho medico (Gn 2:18; Mc 10:6-9; Ex 20:12;
Ef 5, 6). Quando um paciente terminal é incapaz de dar consenti-
mento ou expressar preferencias concernentes à intervenção médica,
tais decisões devem ser tomadas por alguém escolhido pelo próprio
paciente. Se ninguém foi escolhido, alguém próximo a ele deve tomar
a decisão. Exceto em circunstâncias extraordinárias, os profissionais
médicos ou legais devem acatar decisões sobre intervenções medicas
para um paciente terminal feitas por aqueles que são os mais próxi-
mos ao indivíduo. Os desejos ou decisões do indivíduo deveriam ser
escritos c estar de acordo com as normas legais vigentes.
4. O amor cristão é prático e responsável (Rrn 13:8-10; l Co 13;
Tg 1:27; 2:14-17). O amor não nega a fé nem nos obriga a oferecer
ou aceitar intervenções médicas cujos agravantes superem os pro-
váveis benefícios. Por exemplo, quando o tratamento médico me-
ramente preserva as funções físicas, sem esperança de retorno do
paciente à consciência mental, é fútil c pode, em sã consciência, ser
recusado ou removido. Semelhantemente, os tratamentos médicos
que visam a prolongar a vida podem ser omitidos ou descontinuados
se apenas contribuem para o sofrimento do paciente ou prolongam
desnecessariamente o processo da morte. Qualquer atitude tomada
deve estar em harmonia com as injunções legais.
5. Conquanto o amor cristão possa levar à recusa ou retirada de
intervenções médicas que apenas aumentem o sofrimento ou prolon-
guem a condição de moribundo, os adventistas não praticam a "morte
O Cuidado dos Pacientes Terminais 89

misericordiosa", nem auxiliam no suicídio (Gn 9:5, 6; Ex 20:13; 23:7).


Eles se opõem à eutanásia ativa, o tirar intencionalmente a vida de
uma pessoa sofredora ou moribunda.
6. A compaixão cristã demanda o alívio do sofrimento (Mt 25:34-
40; Lc 10:29-37). No cuidado dos moribundos, é responsabilidade
do cristão aliviar a dor e o sofrimento ao máximo possível, sem uti-
lizar a eutanásia ativa. Quando está claro que a intervenção médica
não vai curar o paciente, o objetivo primário da assistência deve ser
substituído pelo alívio do sofrimento.
7. O princípio bíblico de justiça prescreve que deve ser dada assis-
tência adicional às necessidades daqueles que estão indefesos e de-
pendentes (SI 82:3, 4; Pv 24:11. 12; Is 1:1-18; Mq 6:8; Lc 1:52-54).
Por causa de sua condição vulnerável, deve-se tomar cuidado especial
para assegurar que os moribundos sejam tratados com respeito por sua
dignidade e sem injusta discriminação. O cuidado pelos moribundos
deve basear-se em suas necessidades médicas e espirituais e suas es-
colhas expressas, e não em percepções de seu valor social (Tg 2: l -9).
À medida que os adventistas procuram aplicar esses princípios,
eles obtêm esperança e coragem pelo fato de saberem que Deus res-
ponde às orações de Seus filhos e é capaz de operar miraculosamente
por seu bem-estar (SI 103:1-5; Tg 5:13-16). Seguindo o exemplo de
Jesus, também oram para aceitar a vontade de Deus em todas as
coisas (Mt 26:39). Confiam que podem invocar o poder de Deus
para ajudá-los a cuidar das necessidades físicas e espirituais dos so-
fredores e moribundos. Sabem que a graça divina é suficiente para
habilitá-los a suportar a adversidade (SI 50:14, l 5). Crêem que a vida
eterna para todos os que têm fé em Jesus está assegurada no triunfo
do amor de Deus.

Esta declaração de consenso foi aprovada c votada pela Comissão Administrativa da Asso-
ciação Geral, em 9 de outubro de 1992, durante sessão do Concílio Anual realizado em Silver
Spring, Maryland.
AIDS

A Sfndrome da Imunodeficiêneia Adquirida (Aids) e as condições a


ela relacionadas estão se espalhando rapidamente ao redor do mundo.
Com base em estudos estatísticos, estima-se que no futuro próximo,
em muitos países do mundo, cada congregação da igreja com cem
membros ou mais terá pelo menos um amigo ou parente com Aids.
A Aids é transmitida principalmente através de dois rneios bási-
cos: intimidade sexual com uma pessoa contaminada e introdução
de sangue contaminado com H1V (iniciais, em inglês, de vírus da
imunodcficiência humana) no corpo, seja por meio de injeções com
agulhas e seringas não esterilizadas, seja por meio de produtos deri-
vados de sangue contaminado. A Aids pode ser prevenida evitando-se
o contato sexual antes do casamento e pela manutenção de um re-
lacionamento monogâmico fiel no matrimónio com uma pessoa não
contaminada, e evitando-se o uso de agulhas não esterilizadas em
injeções, de modo a garantir maior segurança.
Os adventistas estão comprometidos com a educação para a preven-
ção da Aids. Durante muitos anos, os adventistas têm lutado e continu-
am lutando contra a circulação, a venda e o uso de drogas. Eles apoiam
a educação sexual que inclui o conceito de que a sexualidade humana
é um dom de Deus à humanidade. A sexualidade bíblica limita clara-
mente as relações sexuais a um cônjuge e exclui os relacionamentos
promíscuos e todos os outros tipos de relações e o consequente aumen-
to de exposição ao HIV.
A reação cristã à Aids deve ser pessoal - compassiva, prestimosa
e redentora. Assim como Jesus cuidava daqueles que tinham lepra, a
temida eníermidade transmissível dos Seus dias, Seus seguidores hoje
cuidarão daqueles que têm Aids. Tiago admoesta: "Se vocês não lhes
dão o que eles precisam para viver, não adianta nada dizer: 'Que Deus
os abençoe! Vistam agasalhos c comam bem'" (Tg 2:16, NTLH).

Esta declaração foi apresentada pelo então presidente da Associação Geral, Neal C. Wil-
son, depois de consulta com os 16 vice-presidentes mundiais da Igreja Adventista, em 5 de
julho de 1990. durante a assembleia da Associação Geral realizada cm Indiíinápolis, Indiana.
AIDS: UMA RESPOSTA ADVENTISTA

Introdução
A Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) se agiganta a
cada semana. Tememos por nós mesmos e por nossas famílias. Preo-
cupamo-nos ao ver que não há nenhuma vacina ou cura à vista para
os próximos anos. Acima de tudo, querendo ser fortes, nos sentimos
desajustados em face de algo que está se tornando a epidemia do
nosso tempo.
Como reagirão os adventistas à crise global? Como reagirão a ad-
ministração de nossa igreja, seu sistema educacional, seu sistema de
saúde e as igrejas locais? Como reagirão as pessoas? Por sua reação à
epidemia da Aids, os adventistas demonstram sua missão e seu pro-
pósito. Devemos indagar: "Nossa missão e nosso propósito revelam
fielmente o caráter de Deus conforme refletido na vida e nas ações
de Jesus Cristo?" Desejando revelar o amor redentor de Cristo, pre-
cisamos separar a doença do problema da moralidade, demonstrando
uma atitude positiva e compassiva para com as pessoas com Aids,
oferecendo aceitação e amor, e suprindo suas necessidades físicas
e espirituais. Devemos sentir-nos envergonhados quando vemos a
rejeição social de pessoas com Aids.
Devemos estar bem informados sobre os perigos e meios de pro-
pagação da Aids. Devemos u t i l i / a r a informação para proteger-nos e
partilhar com outros a prevenção.

O que é a Aids?
A Aids é uma doença contagiosa causada por um vírus denomi-
nado vírus da imunodeficiência humana (HIV). O vírus penetra no
sangue e invalida uma parte vital do sistema imunológico do corpo
humano. Isso deixa o corpo incapa/, de se defender contra uma am-
pla variedade de infecções e certos tipos de câncer.
A ciência medica está trabalhando intensamente para combater
a Aids. Alguns medicamentos retardam o início da Aids e outros de-
monstram-se eficazes contra algumas das infecções adquiridas pelas
pessoas com Aids, mas atualmente não há nenhuma vacina ou cura
para a Aids e provavelmente não haverá no luturo próximo.
Declarações da Igreja 92

Sintomas da Aids
Logo depois de adquirir o vírus, os seres humanos podem transmitir
a enfermidade, embora se sintam bem e não tenham nenhum sintoma.
O exame de sangue comumente usado para o vírus permanece negativo
por dois a seis meses depois do contato inicial e, em casos raros, mais de
do/e meses. Depois que o exame de sangue para o vírus se torna positi-
vo, as pessoas geralmente continuam livres de sintomas por vários anos.
Durante esse período de incubação, elas podem continuar propagando o
vírus a outros. A Aids geralmente se desenvolve dentro de cinco a quinze
anos, a partir da infecção. Neste momento (1990), parece que quase to-
dos os infectados por H1V desenvolverão finalmente os sintomas e mor-
rerão dessa enfermidade.
Um estágio intermediário da infecção, chamado Complexo Relacionado
com a Aids ou CRA (em inglês, Aids-Helated Complex ou ARC), mostra-se
em uma variedade de sintomas, inclusive perda do apetite, perda drásti-
ca de peso, febre, erupções na pele, gânglios linfáticos intumescidos, diar-
reia, suores noturnos, fadiga e fraqueza. As pessoas atacadas [iodem morrer
de CRA sem desenvolver as infecções específicas associadas com a Aids.
As pessoas com Aids comumente sofrem repetidos acessos de enfermida-
de, muitos deles por causa das infecções, Estes podem ser assinalados por
pneumonia, graves infecções da boca, garganta ou intestinos, diarreia, perda
de peso, febre prolongada e cânceres incomuns. O vírus pode também ata-
car o sislema nervoso e prejudicar o cérebro, causando perda de memória e
de coordenação, fraqueza profunda e mudança de personalidade.

Impacto Global da Aids


A Aids tem sido verificada em quase todos os países do mundo.
Durante a década de 1980, a Aids se tornou uma pandemia interna-
cional, dobrando o número de pessoas com os sintomas a cada 18 a 24
meses. Algumas pessoas estão chamando a Aids de a "praga" do século
20. Estima-se que não menos de sete milhões de pessoas são portadoras
do vírus da Aids em 1990. Atualmente, porém, doenças bem conhecidas
como malária, esquistossomose e sarampo afligem e matam muito mais
pessoas no mundo do que a Aids. Todavia, a Aids permanece como uma
ameaça à saúde pública em muitas regiões do mundo.
A Organização Mundial da Saúde crê que no início do século 21 mais
de cem milhões de pessoas ao redor do mundo estarão infectadas pelo
Aicls: Diná Resposta Advcntista 93

vírus. Um especialista em epidemias, Dr. B. Frank Polk, da Universida-


de Jolins l lopkins, nos Estados Unidos, afirma c]ue alguns países po-
dem perder 25% de sua população devido à Aids em meados da década
de 1990.

Pode a Aids Serr[ratada?


Drogas como o /idovudine (AZ"D reduzem eficazmente a propa-
gação da Aids, Muitas drogas adicionais eslão em vários estágios de
testes e podem ser liberadas em futuro próximo. Enquanto aguardam
melhores drogas contra o HI V, os pacientes são tratados para as in-
fecções ou cânceres específicos à medida que os desenvolvem.
Nos Estados Unidos, o tratamento médico de uma pessoa com
Aids custa uma média de 40 a 60 mil dólares por ano. O predomí-
nio da Aids está esgotando a capacidade das instalações médicas em
muitas regiões do mundo. A despesa com o tratamento da Aids ame-
aça esmagar o sistema de saúde até mesmo nos países mais ricos.

Como as Pessoas Contraem ou Não Contraem Aids


A Aids se propaga com muita frequência através do contato sexual.
[ lomens ou mulheres infectados a transmitem aos parceiros de ambos
os sexos. Pelo fato de o vírus da Aids ser transportado no sangue, ele
pode ser transmitido quando usuários de droga intravenosa partilham
agulhas e seringas, por transfusão de sangue ou produtos sanguíneos
contaminados c por agulhas hipodérmicas impropriamente esteriliza-
das. Instrumentos usados para tatuagem, perfuração da orelha, corte
de cicatrizes tribais ou perfuração da pele para qualquer finalidade po-
dem também transmitir o vírus. As mães podem transmiti-lo aos filhos
através da gravidez e/ou parto e, raramente, por meio do aleitamento.
A Aids não se propaga casualmente. Não é transmitida por apertos
de mãos, toques, abraços ou aproximação de pessoas com a doen-
ça, desde que não haja contato sexual ou contato com sangue. Não
é contraída pelo toque cm maçanetas de portas, uso de telefones,
alimentação em restaurantes, natação em piscinas públicas, uso de
toaletes públicos ou por intermédio da ordenança do lava-pés ou do
batismo. Embora o vírus da Aids seja encontrado em muito baixas
concentrações em lágrimas, secreções nasais e saliva, não é facilmen-
te transmitido por espirro, tosse ou contato casual. Não é transmitido
Declarações da Igreja 94
. . •» —

por picadas de mosquitos ou de insetos ou pelo contato com animais.


Não é contraído ao doar sangue.

A Aids e a Obra Mundial dos Adventistas


A Igreja Adventista, por causa do seu ministério de longo alcance em
quase 200 países, irá se deparar com os desafios apresentados pela Aids.
Os dirigentes aclventistas de todas as instituições e das congregações lo-
cais devem educar ativamcnte as pessoas para a prevenção da contami-
nação do 11IV.
A Igreja Adventista está comprometida a enfrentar o desafio da Aids
de forma ampla c compassiva. Em 1987, a Associação Geral formou uma
Comissão da Aids. É composta de especialistas em medicina, saúde pú-
blica, enfermagem, administração de igreja, interesses das minorias, éti-
ca, teologia e educação. Suas recomendações devem influir em reuniões
e comissões administrativas da igreja para que esta tenha uma aborda-
gem à Aids que seja equilibrada, ampla e oportuna.

A Aids e o Ministério Pastoral


A Aids desafia o ministério dos pastores c capelães adventistas.
Lies já têm pessoas infectadas pelo HIV em suas congregações, co-
munidades e hospitais. Os números aumentarão. Não devem temer o
contato físico ocasional, inclusive aperto de mãos e batismo. Os pasto-
res devem continuar visitando os doentes em seus lares ou no hospital.
A contaminação do HIV não deve alterar os planos de visita nem de
alguma forma limitar o ministério.
A crise da Aids dá aos pastores e capelães a oportunidade de falar
publicamente sobre Aids, sexualidade, a santidade e a beleza do casa-
mento, as relações interpessoais e hábitos salutares que provêem uma
barreira contra o contágio da Aids. Ao delender e ensinar comporta-
mentos que previnem a transmissão do HIV, os pastores e capelães de-
monstram o amor e a compaixão de Deus em seu ministério adventista.

A Aids e o Cuidado Pastoral


O temor da Aids não deve comprometer nossa compaixão ou nosso
testemunho. Aqueles cujo exame de HIV deu resultado positivo e que
podem eslar doentes devem encontrar aceitação e comunhão na con-
gregação local. Devem sentir-se à vontade em nossos serviços religiosos
Aids: Uma Resposta Adventista 95

e ser aceitos para participar de todas as atividades da igreja: batismo, la-


va-pcs e a ceia da comunhão. A igreja local pode encontrar muitas ma-
neiras de ministrar àqueles que têm Aids. Os membros podem unir-se
ou formar um grupo de apoio e envolver-se individualmente em uma
atuação apoiadora para satisfazer as necessidades das pessoas c famílias
atingidas pela Aids.

A Aids e as Escolas Adventistas


A criança infectada pelo H I V deve ser bem-vinda em escolas ad-
ventistas, assim como Deus nos dá as boas-vindas para um relacio-
namento com Ele. A Aids predispõe a outras doenças infecciosas,
como a tuberculose. Se estas estão presentes, as devidas precauções
podem ser necessárias, e a confidencial idade de alunos com resulta-
dos positivos de HIV deve ser protegida. Os pais e professores devem
ser orientados sobre a natureza da Aids e os passos requeridos para
prevenir sua propagação. As diretrizes para as instituições de ensino
e um currículo recomendado para a educação sobre a Aids estão dis-
poníveis no Departamento de Educação da Associação Geral.

A Aids e as Instituições Adventistas de Saúde


Os hospitais e clínicas advenlislas devem prover um ambiente
em que os pacientes com Aids recebam assistência compassiva e
qualificada. Ao mesmo tempo, precisam ser implementados proce-
dimentos e praxes para a segurança dos empregados, a fim de mi-
nimi/,ar qualquer exposição descuidada ao vírus da Aids. Todas as
agulhas, seringas e e q u i p a m e n t os cirúrgicos devem ser adequada-
mente esterilizados. O sangue e seus produtos devem ser examina-
dos e tratados de maneira totalmente segura. As orientações para
a prevenção da Aids nas instituições de saúde estão disponíveis no
Departamento de Saúde e Temperança da Associação Geral.

A Aids e «s Obreiros Internacionais


Os obreiros designados pelos campos para trabalhar fora de sua
pátria estão recebendo treinamento especial sobre os problemas de
saúde dos países em que estarão servindo. Esses obreiros estão re-
cebendo educação especial sobre Aids. A igreja defende o procedi-
mento de que aqueles que viajam evitem injeções quando existem
Declarações da Igreja 96
, — — •» —

substitutos orais. Aconselha os obreiros a levar agulhas e seringas es-


terilizadas para seu próprio uso, quando forem neeessárias injeções.
Alem disso, aeonselha que evitem transfusões de sangue ou de seus
produtos que não estejam examinados.

l Jma Palavra Final Sobre a Aids


Os membros e os empregados da Igreja Adventista têm o dever
cristão de se mostrar sensíveis e tratar bem as pessoas que sofrem de
Aicls. Devemos tratá-las como Jesus, nosso Salvador, tratava os enfer-
mos e os proscritos. Tragicamente, o mundo reage aos sofredores de
Aids como outrora lez com os leprosos — tratando-os como pecami-
nosos portadores da morte que deviam ser evitados e isolados. Mas
Deus, em Jesus, nos deu Sua resposta. Ele saía do Seu caminho, fre-
quentemente caminhando por vários dias, apenas para tocar c curar
uma pessoa afligida pela lepra. Sempre oferecia amor, aceitação e
perdão àqueles que eram aíligidos pelo orgulho religioso e outros pe-
cados da época. Por meio do Seu amor redentor, Jesus oferecia vida e
libertação do fardo do pecado. A Igreja Adventista procura engajar-se
no ministério de Cristo. Deve reagir com amor e aceitação ao lidar
com todas as pessoas, inclusive com os doentes de Aids.

Como Evitar a Aids


1. Limitar a atividade sexual a uma relação conjugal monogâmica com
uma pessoa que se sabe não estar infectada pelo HI V. Quando alguém
está infectado e as atividades sexuais prosseguem, recomenda-se o uso de
preservativos.
2. Ao aplicar injeções, usar somente agulhas ou seringas esterilizadas.
3. Examinar o sangue antes das transfusões.
4. Lsterili/iir os instrumentos afiados usados para incisões, tatuagens
e circuncisão.
5. Consultar o médico nos primeiros estágios de gravide?,.
6. Instruir outras pessoas sobre a prevenção da Aicls.
7. Evitar comportamentos de alto risco, corno promiscuidade sexual e
o uso de agulhas não esterilizadas.

Este documento do estudo foi publicado pda (.'omissão sobre Aids díi Associação Geral
r divulgado |>i'lu Departamento de Saúde c lemperança durante a assembleia da Associação
Ccral realizada em Indlanápolis, Indiana, em
EPIDEMIA DE AIDS

Análise
A epidemia global de Aids exerce um profundo impacto sobre a
missão evangélica mundial da Igreja Adventista. Os dirigentes da igreja
são chamados a reagir por meio de iniciativas em educação, preven-
ção e serviço à comunidade, e através de atos pessoais de bondade
para com as pessoas e famílias envolvidas na crise. A Aids não respeita
fronteiras nacionais, a condição de membro da igreja, género, estado
civil, educação, renda ou posição social. Em muitos países, ela está
dizimando a população, tirando a vida de muitas pessoas, inclusive de
membros da Igreja Adventista. Todos, principalmente os jovens, que
estão crescendo em uma era de frouxidão moral, precisam ser ensina-
dos nos princípios bíblicos da sexualidade. Devem conhecer o desígnio
divino de que a intimidade sexual seja experimentada dentro da pro-
teção do pacto matrimonial. A liderança deve fornecer aos membros
informação digna de crédito, apresentada em sua própria linguagem
e sensível à sua própria cultura. A igreja é chamada a ser ao mesmo
tempo uma voz profética e compassiva, o porta-voz e as mãos de Deus
ao estender o ministério cie Cristo à comunidade.
A missão global da igreja, ao alcançar todos os povos, atrai para a
sua comunhão muitos que estavam contaminados pelo vírus da Aids
antes de se unirem a ela ou que estão contaminados por terem mem-
bros da família com a doença. A epidemia é de tal magnitude que
nenhuma família permanecerá finalmente intocada. Muitos são in-
fectados sem nenhuma ação da sua parte. A atitude de julgamento é
sempre inadequada, principalmente porque a tonte da contaminação
não pode ser determinada com certe/a. Muitos têm experimentado
vergonha, temor e agonia devido ao fato de membros da família terem
sofrido e morrido de Aids. Frequentemente, eles se sentem compeli-
dos a manter em sigilo sua dolorosa situação. Do mesmo modo como
Cristo veio para oferecer cura a um mundo sofredor, assim os adventis-
tas são comissionados a cuidar compassivamente daqueles que sofrem
e estão contaminados pelo vírus da Aids. Os membros podem servir
com segurança como auxiliadores, no lar e nas instituições de saúde,
se forem educados de maneira correia para agir assim.
Declarações cia Igreja 98

Recomendações
A Igreja Advcntista reconhece sua responsabilidade cristã de rea-
gir à crise global da Aids e seus efeitos devastadores sobre a humani-
dade. Ela deseja atuar de múltiplas maneiras, que incluem:
1. Estender o ministério de ensino e restauração de Cristo, que
sem preconceito cuidava de todos os necessitados. Devemos nos em-
penhar em esforços para reduzir o risco de as pessoas contraírem
Aids e, compassivamente e sem atitude de julgamento, cuidar de
todos aqueles que são afetados quando um indivíduo sofre de Aids.
2. Designar uma pessoa em cada Divisão para que, juntamente
com o pessoal e os recursos financeiros conseguidos, possa respon-
der aos desafios da Aids através de iniciativas apropriadas e esforços
cooperativos com outras entidades da comunidade ou do país.
3. Desenvolver e administrar programas de educação sobre a Aids,
utilizando o recurso do HIV/AIDS Cuide (Guia Sobre HIV/AIDS)
quando aplicável. 1 Os programas devem estar contextualizados de
acordo com as peculiaridades linguísticas e culturais, e dirigidos a:
a. Pastores. Os cursos de educação contínua e as reuniões minis-
teriais devem preparar os pastores para lidar com membros
atingidos pela crise da Aids. Os pastores precisam de infor-
mação sobre como promover a prevenção, desenvolver um
ministério compassivo e desempenhar funções eclesiásticas
como a realização de um serviço fúnebre para uma pessoa
contaminada pela Aids.
b. Professores. Aos docentes devem ser oferecidos educação per-
manente e treinamento local, com ênfase na transmissão dos
valores espirituais e no desenvolvimento de habilidades entre
os jovens para enfrentar as pressões sexuais.
c. Pais, Os pais devem ser conscienti/ados quanto à necessida-
de de ter um estilo de vida que preserve os valores cristãos,
reconhecendo que as relações conjugais e qualquer uso de
álcool ou de outras substâncias ofensivas têm um efeito nega-
tivo direto sobre os valores c as práticas sexuais de seus filhos.
d. Membros da igreja. Os membros podem ser ensinados por
meio de sermões, lições da Lscola Sabatina, aconselhamento
pré-maríta! e atividades que fortaleçam o casamento, semi-
nários sobre a Aids e currículos educacionais que apresentem
Epidemia de Aids 99

informações relacionadas à sexualidade em geral e à Aids em


particular.
e, Comunidades, A igreja precisa reconhecera oportunidade para
o testemunho e o ministério cristão na comunidade como um
todo, desenvolvendo um programa missionário adequado paru
a comunidade e participando de esforços cooperativos.
4. Proteger e fortalecer o matrimónio. Isso pode ser leito das se-
guintes maneiras:
a. Apoiando o ideal de abstinência sexual pré-marital.
b. Prescrevendo o exame de I MV pré-conjugal para ambos os
parceiros em potencial como parte da preparação para o ma-
trimónio oferecida pela igreja.
c. Elevando o ideal divino de fidelidade conjugal.
d. Recomendando medidas de proteçuo contra doenças sexual-
mente transmissíveis, inclusive o HI V.
5. Transmitir intencionalmente os valores eristãos à próxima ge-
ração, reconhecendo que os valores sexuais individuais são estabe-
lecidos na juventude. Devc-se priorizar a transmissão de informação
preeisa, organi/ar um lórum para discussão franca e enfati/ar a di-
mensão moral da tomada de decisão no que tange à sexualidade.

l. Preparado pelo Departamento de Saúde e Tomperança da Associação Geral, em coope-


ração com os membros da Comissão de Estudo da Aids da Associação Geral.
Estas orientações foram votadas pela Comissão Administrativa da Associação Geral du-
rante o Concílio Anual cm São José, Costa Mica, ile l" u 10 de outubro de 1996.
DESAMPARO E POBREZ\

Em um mundo devastado pelo pecado, os frutos amargos da


ganância, guerra e ignorância estão se multiplicando. Mesmo nas
chamadas "sociedades abastadas" os pobres e desamparados são po-
pulações em crescimento. Mais de 10 mil pessoas morrem de fome
por dia. Mais dois bilhões são desnutridos e outros milhares são anu-
almente atingidos pela cegueira por causa da deficiência alimentar.
Aproximadamente dois terços da população do mundo permanecem
aprisionados em um ciclo de fome-enfermidade-morte.
Alguns são responsáveis por sua condição, mas a maioria desses in-
divíduos e famílias se encontra destituída em função de eventos políti-
cos, económicos, culturais ou sociais grandemente fora de seu controle.
Historicamente, aqueles que vivem em tais circunstâncias têm
encontrado socorro e defesa no coração cios seguidores de Jesus
Cristo. As instituições assistenciais são em muitos casos iniciadas
pela igreja c posteriormente assumidas por agências governamentais
ou vice-versa. Essas agências, além de seu altruísmo ideológico, in-
du/em a sociedade a reconhecer que é de seu próprio interesse lidar
compassivamente com os menos afortunados.
Os cientistas sociais nos afirmam que várias doenças encontram
terreno fértil em situações de pobreza. Sentimentos de desespero,
alienação, inveja e ressentimento frequentemente levam a compor-
tamentos e atitudes anlissociais. A sociedade é então deixada a pagar
pelos efeitos de tais calamidades por meio de seus tribunais, prisões
e sistemas assistenciais. A pobreza e o infortúnio em si não provocam
o crime e não servem de desculpa para o mesmo. Porém, quando os
pedidos de compaixão são desatendidos, provavelmente seguem-se o
desânimo e o ressentimento.
A demanda da compaixão cristã é bem fundamentada. Não vem
de qualquer teoria de contrato legal ou mesmo social, mas do ensina-
mento claro das Escrituras: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom
e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames
a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq 6:8).
O capítulo 58 de Isaías é precioso para os advcntistas do séti-
mo dia. Vemos neste capítulo nossa responsabilidade como um povo
Desamparo e Pobreza 101

suscitado para ser "reparador de brechas c restaurador de veredas


para que o país se torne habitável" (v. 12).
O chamado é para restaurar e soltar "as ligaduras da impiedade",
repartir o "pão com o faminto", recolher "em casa os pobres desabri-
gados" e cobrir "o nu" (v. 6, 7). E, assim, como reparadores de bre-
chas, devemos reintegrar os pobres c cuidar deles. Se cumprirmos os
princípios da Lei de Deus por meio de atos de misericórdia e amor,
representaremos o caráter de Deus ao mundo.
Ao levar hoje a efeito o ministério de Cristo, devemos agir como
Ele agiu. Devemos não somente pregar o evangelho aos pobres, mas
curar os enfermos, alimentar os famintos e animar os abatidos (ver
Lc 4:18, 19; Mt 14:14). O verso 16 de Mateus 14 explica que nós
temos de agir assim para que as pessoas não precisem "retirar-se". O
exemplo de Cristo c determinante para Seus seguidores.
A resposta de Cristo à fingida preocupação de judas pelos pobres
("Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a Mim nem
sempre Me tendes" [Mt 26:1 l ]) lembra-nos que Hle é o "Pão Vivo"
(Jo 6:51} de que as pessoas precisam mais urgentemente. Todavia,
também reconhecemos a ligação inseparável entre o iísico e o espiri-
tual. Ao apoiar políticas e iniciativas públicas e da igreja que aliviam
o sofrimento, unindo esforços na compaixão, aumentamos a própria
iniciativa espiritual.

Esta declaração foi divulgada por Neal C. Wilson, então presidente da Associação Curai,
após consulta com os 16 vice-presidentes mundiais da Igreja Adventista. em S de julho de
1990. dur;inle a assembleia da Associação Geral realizada em Indianápolis. Indiana.
POBREZA GLOBAL

A pobreza está presente em todas as sociedades. Ela nega aos


seres humanos seus direitos mais básicos. Mantém as pessoas fa-
mintas, priva-as de cuidados médicos, água limpa, educação, opor-
tunidades para trabalhar e frequentemente resulta em um senso de
impotência, desesperança e desigualdade. A cada dia, mais de 24
mil crianças morrem em condições evitáveis, causadas pela pobreza.
Os adventistas crêem que ações para reduzir a pobre/a e suas
consequentes injustiças são parte importante da responsabilidade
social cristã. A Bíblia claramente revela o interesse especial de Deus
pelos pobres e Suas expectativas em relação à forma como Seus se-
guidores agem diante dos incapazes de cuidar de si mesmos. Todos
os seres humanos refletem a imagem de Deus e são como um vaso
que recebe a bênção divina (Lc 6:20). No trabalho com os pobres,
seguimos o exemplo e o ensinamento de Jesus (Mt 25:35, 36). Como
comunidade espiritual, os adventistas defendem a justiça para o po-
bre, conforme está escrito: "Erga a voz em favor dos que não podem
defender-se" (Pv 31:8, NVI) e contra aqueles que privam "os pobres
dos seus direitos" (Is 10:2, NVI). Nós procuramos agir na mesma dire-
ção de Deus, que "fará justiça aos pobres" (SI 140:12, NVI).
Atuar para reduzir a pobreza e a fome é mais do que demonstrar
simpatia pelos pobres. Significa defender políticas públicas que ofe-
reçam justiça e equidade aos pobres, promovendo sua capacitação e
seus direitos humanos. Implica participar de programas que tratem
das causas da pobreza e da fome e também patrocinar esses projetos,
ajudando as pessoas a construir vidas sustentáveis.
Esse compromisso para com a justiça é um ato de amor (Mq 6:8).
Os adventistas crêem que esse chamamento também inclui viver
com simplicidade e modéstia, de modo a testemunhar contra o ma-
terialismo e a cultura do excesso.
Os adventistas se unem à comunidade global em apoio aos Objeti-
vos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas para redu/,ir
a pobreza em, pelo menos, 50% até 2015. Com base nesse objetivo,
os adventistas se dispõem a fazer parcerias com a sociedade civil e
governos, entre outros, para atuar de forma integrada nas esferas local
Pobrc/a Global 103

e global, tendo em vista participar na obra de Deus para estabelecer


a justiça duradoura no mundo arruinado.
Como seguidores de Cristo, empenhamo-nos nessa tarefa com
esperança resoluta e impulsionados pela promessa visionária divina
de um Novo Céu e uma Nova Terra onde não haverá pobreza ou
injustiça. Os adventistas são chamados para viver imaginativa e fiel-
mente dentro dessa visão do Reino de Deus ao agir para erradicar a
pobreza agora,

l .sl;i declarac&O foi aprovada e votada pela Comissão Administratívu da Associarão Geral,
em 2 í de junho de 2010, e divulgada na assembleia da Associação Geral, reali/.nl.i em \tlanta,
Geórgia, Listados Unidos, de 24 de junho a -í de julho de 2010.
HOMOSSEXUALIDADE

A Igreja Advcntista reconhece que cada ser humano é precioso


à vista de Deus. Por isso, buscamos ministrar a todos os homens e
mulheres no espírito de Jesus. Cremos também que, pela graça de
Deus e com o apoio da comunidade da fé, uma pessoa pode viver em
harmonia com os princípios da Palavra de Deus.
Os adventistas crêem que a intimidade sexual é apropriada uni-
camente no relacionamento conjugal entre homem e mulher. Esse
foi o desígnio estabelecido por Deus na criação. As Escrituras de-
claram: "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne" (Gn 2:24). Esse padrão heteros-
sexual é confirmado cm todas as Escrituras. A Bíblia não faz ajustes
para incluir atividades ou relacionamentos homossexuais. Os atos
sexuais praticados fora do círculo do casamento heterossexual estão
proibidos (Lv 20:7-21; Rm 1:24-27; l Co 6:9-1 1). Jesus Cristo rea-
firmou o propósito da criação divina quando disse: "Não tendes lido
que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse:
Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne? [...] Portanto, o que Deus ajuntou
não o separe o homem" (Mt 19:4-6). Por esse motivo, os adventistas
opõem-se às práticas e relacionamentos homossexuais.
Os adventistas empenham-se por seguir a instrução e o exem-
plo de Jesus. Ele afirmou a dignidade de todos os seres humanos
e estendeu a mão compassivamente a todas as pessoas e famílias
que sofriam a consequência do pecado, Desenvolveu um ministério
solícito e proferiu palavras de conforto as pessoas que enfrentavam
dificuldades. Mas fé/ distinção entre Seu amor pelos pecadores e
Seus claros ensinos sobre as práticas pecaminosas.

Ksta declaração foi votada em 3 de outubro de 1999. tlunintc o Concílio Anua! da Comis-
são Administra li vá dii Associação Cloral roali/udo cm Silvcr Sprinft, Marylaiul.
UNIÃO HOMOSSEXUAL E
CASAMENTO CRISTÃO

Em décadas recentes, a Igreja Adventista tem sentido a necessi-


dade de declarar claramente, de várias maneiras, sua posição sobre o
casamento, a família e a sexualidade humana. Esses assuntos estão
no centro de muitas questões urgentes que se apresentam à socie-
dade. Aquilo que durante séculos vem sendo considerado o funda-
mento da moralidade cristã no contexto do casamento agora tem sido
cada vez mais questionado, não apenas na sociedade secular, mas
dentro das igrejas cristãs.
As instituições da família c do casamento estão sob ataque, en-
frentando crescentes forças desagregadoras que as estão destruindo.
Um número crescente de países está debatendo agora a questão da
"união entre pessoas do mesmo sexo", o que transforma esse tema
numa questão mundial. A discussão pública tem gerado fortes emo-
ções. Em virtude dessa movimentação, a Igreja Adventista está clara-
mente reafirmando sua posição:
Reafirmamos, sem hesitação, que nossa posição se mantém inal-
terada. Conforme as Crenças Fundamentais da igreja, "o casamento
íoi divinamente estabelecido no Éden e confirmado por Jesus como
união vitalícia entre um homem e uma mulher, em amoroso compa-
nheirismo." 1 Apesar de "o pecado ter pervertido o ideal divino para
o casamento e a família", "o laço familiar é o relacionamento huma-
no mais achegado, terno e sagrado", portanto "as famílias precisam
experimentar renovação e reforma em seus relacionamentos" (Uma
Afirmação da Família, 1990).- Deus instituiu o "casamento, união
firmada na aliança de dois géneros de natureza física, emocional e
espiritual, retratada nas Escrituras como 'uma só carne'". "A união
monogâmica no casamento de um homem e uma mulher é [...J o úni-
co lócus moralmente apropriado para a expressão da intimidade se-
xual." "Qualquer rebaixamento deste elevado conceito é também um
rebaixamento do ideal celestial" (Uma Afirmação da Família, 1996).'
A homossexualidade é uma manifestação da desordem e ruptu-
ra nas inclinações e relações humanas, cuja causa é o pecado que
Declarações cia Igreja 106

permeia o mundo. Embora todos estejam sujeitos à natureza humana


caída, "cremos também que, pela graça de Deus e com o apoio da
comunidade tia fé, uma pessoa pode viver em harmonia com os prin-
cípios da Palavra de Deus" (Declaração da Posição Advcntista sobre
Homossexualidade, 1999).4
Acreditamos que todas as pessoas, independentemente de sua
orientação sexual, são filhas de Deus. Não toleramos que qualquer
grupo sofra escárnio ou ridículo, muito menos abuso. No entanto,
é muito claro que a Palavra de Deus não aprova um estilo de vida
homossexual; como a Igreja Cristã também não o aprovou, nos seus
dois mil anos de história. Os advcntistas do sétimo dia crêem que
o ensinamento bíblico ainda é válido hoje porque está ancorado na
própria natureza da humanidade e do plano de Deus para o casamen-
to na criação.

1 . iVMn í Yriiim. Doutrina 22 sobre "O Casamento e u Família".


2. Declaração "Uma Afirmação da l:amília", apresentada em 5 de julho do 1990, na assem-
bleia da Associarão Geral, em Indianápolii, Indiana.
.í. Declaração votada pela Comissão Administrativa da Associação Clt-ral. em 23 de abril
de 1996.
4. Declaração votada pelo Coneílio Anual da Comissão Administrativa da Associação Ge-
ral, cm 3 di- outubro de 1999.

l .sit- documento foi aprovado e veiado pela Comissão Administrativa da Associação Geral,
cm 9 de março de 200-4.
RELAÇÕES HUMANAS

Os adventístas deploram c procuram combater todas as formas de


discriminação baseadas em raça, tribo, nacionalidade, cor ou género.
Cremos que todas as pessoas foram criadas à imagem de Deus, que
de um só fez toda a raça humana (At l 7:26). Tentamos levar avante
o ministério reconciliador de Jesus Cristo, que morreu por todos, de
sorte que nEle "não pode haver judeu nem grego" (Gl 3:28). Qual-
quer forma de racismo destrói o âmago do evangelho cristão.
Um dos mais perturbadores aspectos dos nossos tempos é a ma-
nifestação de racismo e tribalismo em muitas sociedades, às vezes
com violência, sempre com a difamação de homens e mulheres.
Como um organismo mundial em mais de 200 países, os adventístas
procuram manifestar aceitação, amor e respeito para com todos, e
propagar essa mensagem restauradora através da sociedade.
A igualdade de todas as pessoas é uma das doutrinas de nossa
igreja. Nossa Crença Fundamental n° 14 diz: "Em Cristo somos uma
nova criação. Distintos de raça, cultura e nacionalidade, e diferenças
entre altos e baixos, ricos e pobres, homens e mulheres não devem ser
motivo de dissensões entre nós. Iodos somos iguais em Cristo, o qual
por um só Espírito nos uniu numa comunhão com Ele e uns com os
outros. Devemos servir e ser servidos sem parcialidade ou restrição."

Esta declaração Itii aprovada c votada pela Comissão Administrativa da Associação Cícral
c divulgada pelo gabinete do então presidente líolxTl S. Folkenberg, durante a assembleia d.)
Associacãu Geral realizada em Utrechl, Holanda, de 29 de junho a 8 de julho de 1995.
DIREITOS HUMANOS
(Declaração Feita a Propósito do 50" Aniversário
da Declaração Universal dos Direitos l Iiinianos)

Desde sua formação, na metade do século 19, a Igreja Adven-


tista do Sétimo Dia tem apoiado os direitos humanos. Inspirados
por valores bíblicos, os primeiros adventistas estavam envolvidos
na luta contra a escravidão e a injustiça. Eles reivindicaram o
direito de cada pessoa escolher sua crença de acordo com sua
consciência e praticar c ensinar sua religião em total liberdade,
sem discriminação, sempre respeitando os direitos de outros. Os
adventistas estão convencidos de que o exercício da força na re-
ligião é contrário aos princípios de Deus.
Promovendo a liberdade religiosa, a vida familiar, a educação,
a saúde e a ajuda mútua e atendendo às necessidades humanas,
os adventistas afirmam a dignidade da pessoa humana criada à
imagem de Deus.
Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi
escrita e adotada por indivíduos que escaparam de uma destrui-
ção, desorientação e sofrimento sem precedentes durante a Se-
gunda Guerra Mundial. Essa experiência angustiante deu-lhes
a visão e o anseio de um mundo futuro de paz e liberdade. A
Declaração, vinda da melhor e mais elevada parte do coração
humano, é um documento fundamental que apoia firmemente
a dignidade humana, a liberdade, a igualdade e a não discrimi-
nação de minorias. O artigo 18, que sustenta liberdade religiosa
incondicional de crença e prática, é de suma importância, pois
liberdade de religião é o direito básico que permeia e sustenta
todos os direitos humanos.
Atualmente, essa Declaração Universal é frequentemente viola-
da, inclusive o artigo 18. A intolerância tem levantado sua cabeça
horrível, a despeito do progresso dos direitos humanos em várias
nações. A Igreja Adventista insiste em que as Nações Unidas, auto-
ridades governamentais, líderes e crentes religiosos c organizações
não governamentais trabalhem incansavelmente para a implanta-
ção dessa Declaração. Políticos, líderes de sindicato, professores.
Direitos Humanos 109

empregadores, representantes da mídia e todos os formadores de


opinião deveriam apoiar fortemente os direitos humanos. Isso aju-
daria a reduzir o crescente e violento extremismo religioso, a in-
tolerância, a discriminação e os crimes baseados no secularismo
antirreligioso ou religioso. Dessa maneira, a Declaração Universal
crescerá em importância prática e não correrá o risco de se tornar
um documento irrelevante.

Ksla declaração foi votada pela Comissão Administrativa da Associarão Geral, em l 7 dt:
novembro de 199}}, e divulgada pelo Departamento de Relações Públicas da Associação Geral.
RELAÇÃO ENTRE PATRÕES
E EMPREGADOS

Introdução
Membros, entidades e instituições da Igreja Advcntista fazem
parle de quase todos os sistemas políticos e legais do mundo. De
tempos em tempos, membros e administradores da igreja buscam
orientação sobre como os cristãos devem responder às solicitações
ou exigências feitas por patrões, organizações de trabalho e governos.
Tendo em vista a grande variedade de situações políticas, legais e
culturais, c impossível oferecer recomendações específicas que se
apliquem igualmente a todos os lugares. Os princípios bíblicos e va-
lores espirituais, no entanto, provêem um fundamento comum.
A história das relações entre patrões e empregados é testemunha
das falhas e dos excessos aos quais as instituições humanas e orga-
nizações estão propensas. A industrialização cia sociedade introduziu
mudanças consideráveis na maneira como o trabalho era organiza-
do, administrado e realizado. Grupos ou associações de pessoas do
mesmo ramo de trabalho levaram à formação dos sindicatos, que se
tornaram agentes de negociações coletivas em favor dos empregados.
A relação entre os sindicatos e os empregadores tem variado de ad-
versários para colaboradores.
Atuulmente, são diversas as influências que atuam sobre o ambien-
te de trabalho; sistemas políticos, legislação e políticas de comércio,
economia, tecnologia, sindicatos e organizações profissionais. Essas
entidades preenchem funções desde a regulação da indústria, licen-
ciamento de profissionais, definição de trabalho, advocacia e represen-
tação de empregados, codificação de melhores práticas e a formulação
de condutas éticas. A multiplicidade de organizações e funções desafia
a generalização, Portanto, é importante identificar e reiterar princípios
e valores gerais que provêem uma base cristã para lidar com questões
particulares no ambiente de trabalho.
A visão advcntista da relação entre patrões e empregados é baseada
nos ensinamentos e narrativas da Bíblia, especialmente aqueles que
lidam com criação, pecado e seus efeitos sobre pessoas e comunidades,
Relação Kntrc Patrões e Empregados III

salvação providenciada através de Jesus Cristo e a restauração comple-


ta da harmonia e ordem perfeita no Universo. As Escrituras afirmam e
harmonizam o valor das pessoas com a importância e o bem da socie-
dade como um todo.
Os conselhos de Ellen G. White sobre as relações entre patrões
e empregados estào fundamentados cm situações históricas de seu
tempo c em um discernimento profético sobre condições sociais e
económicas no futuro. Ela deu advertências duras sobre as práticas
sindicais de seus dias. Ela rejeitou veementemente a interferência na
consciência das pessoas ou o estabelecimento de barreiras para a mis-
são da igreja. Alguns podem afirmar que a situação é considcravelmcn-
te diferente hoje. Para definir até que ponto as coisas são diferentes é
necessário discernimento cuidadoso em identificar e aplicar princípios
sobre os quais o seu conselho se apoia.

Princípios e valores
1. Os seres humanos, apesar de corrompidos peio pecado, ainda
apresentam semelhança com Deus ((in 1:26, 27). Portanto, todos de-
vem ser tratados com respeito e justiça. A liberdade para exercer julga-
mento moral e ético é um ingrediente essencial na dignidade humana.
2. Para um cristão, o senhorio de Jesus Cristo permeia toda
a vida; suas atitudes, ações c relacionamentos (Is 8:13; M t 6:24;
At 5:29; Cl 3:23, 24). Outras fontes de autoridade devem estar su-
bordinadas à autoridade de Cristo e, a não ser como complemento,
não são nem seguras, nem confiáveis.
"O mundo não deve ser critério para nós. Deixai que o Senhor
atuc. Ouça-se a vo/, do Senhor" (Ellen G. White, Testemunhos Para
Ministros, p. 463).
'"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a
tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento,
e ao teu próximo como a ti mesmo' {Lc 10:27). Essas palavras resu-
mem todo o dever do homem. Significam a consagração de todo o
ser, corpo, alma e espirito, ao serviço de Deus. Como [iodem os ho-
mens obedecer a essas palavras e ao mesmo tempo comprometer-se
a apoiar aquilo que priva seus vizinhos da liberdade do ação? E como
podem os homens obedecer a essas palavras e formar combinações
que roubam às classes mais pobres as vantagens que justamente lhes
Declarações da Igreja 112

pertencem, privando-as de comprar ou vender, exceto sob certas


condições?" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 143).
3. O ambiente de trabalho deve ser caracterizado por uma atmos-
fera de serviço e respeito mútuos. A oposição entre patrão e empre-
gado, resultante de suspeitas, interesses próprios ou rivalidade nega
às pessoas a dignidade c ignora os grandes interesses e necessidades
da sociedade (Tg 5:1-6).
4. O ambiente de trabalho não deve clesumanizar as pessoas. Os
empregados devem ter acesso a um processo de consulta e genuíno
debate sobre questões que afeiam seu trabalho e a gestão do comér-
cio ou indústria que emprega seus talentos e habilidades ( I R s 12:6,
7; Mc 10:42-45; FI 2:3-8).
5. Os cristãos devem se abster de violência, coerção ou qualquer
métodí) incompatível com ideais cristãos como instrumentos para obter
objetivos sociais e económicos. Nem devem os cristãos apoiar organiza-
ções ou empregadores que recorram a tais ações (2Cr6:14-I8; 10:3).
6. Os empregadores adventistas devem apoiar seus funcionários
e proporcionar liberdade de consciência, salários e condições de tra-
balho justos, igualdade de oportunidades, justiça e equidade para
todos (Lc 10:27).
7. A autonomia espiritual e a integridade para entidades da igre-
ja incluem liberdade para sustentar e manter princípios e práticas
religiosas básicas, tais como observância do sábado, liberdade para
estabelecer políticas de operação em harmonia com os objetivos da
igreja, e liberdade para empregar somente aqueles que apoiem os
ensinamentos e objetivos da igreja.
8. A fim de cumprir sua missão divina, a Igreja Adventista se abs-
tém de alinhar-se com ou endossar organizações políticas. Os mem-
bros da igreja são estimulados a preservar e proteger sua liberdade e
independência de alianças que possam comprometer os valores e o
testemunho cristão.
"Devemos empregar agora toda a capacidade que nos foi confiada,
no sentido de transmitir para o mundo a grande mensagem de adver-
tência. Nessa obra, cumpre-nos preservar a individualidade. Não nos
devemos associar a sociedades secretas nem a sindicatos trabalhis-
tas. Devemos permanecer livres perante Deus, à espera constante de
instruções de Cristo. Todos os nossos atos deverão ser exercidos com
Relação Entre Patrões e Empregados 113

a convicção da importância da obra a ser feita para Deus" (Ellen G.


White, Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 84).
9. Os advcntistas reconhecem a necessidade de governos e se
propõem a ser cidadãos que apoiam a lei e a ordem. As situações
legais e sociais variam grandemente nas diferentes partes do mundo.
As liberdades civis e religiosas não ocorrem em igual medida pelo
mundo. Por essas razões, as Divisões da Associação Geral podem
aprovar políticas de trabalho mais específicas, rcfletindo os princí-
pios espirituais aqui apresentados, ã lu/ das realidades legais, políti-
cas ou culturais existentes em seu território. Todos são encorajados
a buscar mais fontes de orientação com o fim de manter decisões
baseadas em princípios que preservem a integridade do testemunho
e missão da igreja. (Exemplos atuais de declarações aprovadas por
Divisões incluem a Política de Trahaliio da Divisão Norte-Americana
e a declaração da Comissão Administrativa da Divisão do Sul do Pa-
cífico sobre os "Adventistas do Sétimo Dia e os Sindicatos", de 22 de
maio de 2003).

Esm di-claração foi votada durank- o Concílio Anual da Associação Geral, irn l -l de outu-
bro 111 2003, em Silvcr Spríng. Marybnd. listados Unidos.
AS MUDANÇAS SOCIAIS
E A MISSÃO

Os advcntistas estão envolvidos na missão de comunicar a todas


as pessoas o evangelho eterno tio amor de Deus, levando-as a acei-
tar Jesus eomo Salvador pessoal e Senhor, de modo a uni-las à Sua
igreja remanescente e prepará-las para Sua breve volta. Essa missão
avança por meio de muitos e variados métodos de pregação, ensino
e cura. Uma infraestrutura mundia l conecta as igrejas locais como
parte da comunidade de fé global. A igreja também estabeleceu
inúmeras instituições educacionais, de publicação e de saúde que
desempenham um papel vital na demonstração e comunicação do
foco da igreja na missão e testemunho do evangelho por meio
do serviço a outros.
As igrejas e instituições adventistas operam em ambientes so-
ciais, políticos e religiosos diversos. O desenvolvimento da legisla-
ção local e nacional, em muitas partes do mundo, tem sido influen-
ciado pela moral e cosmovisão cristãs ou é compatível com elas.
Mais recentemente, o interesse em políticas sociais tem se tornado
um lator dominante na criação de leis. Isso resulta em ambientes
novos e, às vezes, desafiadores para a prática e defesa de crenças
e valores cristãos históricos em relação à moralidade. As situações
reais variam muito ao redor do mundo, tornando difícil esboçar
uma única resposta global.
A legislação a respeito de práticas trabalhistas representa uma
área em que os valores e as crenças adventistas podem ser desafia-
dos. Por exemplo: a sociedade pode estabelecer leis provendo novas
definições para o casamento e protegendo uma série de expressões
e comportamentos associados à identidade sexual. Os advcntistas
crêem que o casamento é uma união vitalícia entre um homem e
uma m u l h e r em companheirismo amoroso 1 e que a Bíblia não faz
acomodação para a atividade ou o estilo de vida homossexual. 2 A
igreja não aceita a ideia de casamentos entre pessoas do mesmo
sexo nem promove a prática ou a defesa do homossexualismo. A
aplicação e prática dessas crenças em culturas que adotam outras
As M i ul;i i u.;; is Sociais c a Missão 115

normas para tais relacionamentos tem o potencial de se tornar um


ponto de controvérsia.
Em muitos países, a igreja desfruta de liberdade de expressão
religiosa e de oportunidade de exercer a prática do emprego prefe-
rencial. No entanto, inúmeros escritórios e instituições estão loca-
lizados em áreas nas quais, exceto para papéis puramente eclesi-
ásticos, a prática de emprego preferencial não é permitida. Muita
sabedoria e julgamento cuidadoso se tornam necessários para que
o testemunho da igreja não seja comprometido por suas ações nem
a oportunidade de testemunhar fique abalada pelo despertar desne-
cessário de oposição. Os seguintes princípios toram determinados
para auxiliar os líderes da igreja a abordar algumas situações ao
mesmo tempo em que continuam a sustentar as crenças denomi-
nacionais em relação a questões da igreja e de emprego.
É recomendado aprovar os seguintes princípios como guia
para as entidades e instituições denominacionais que, de tempos
em tempos, precisam rever e proteger sua Inabilidade de praticar
a missão em meio a circunstâncias sociais em mudança. Estes
princípios devem ser levados em consideração coletivamente ao
se determinar um curso de ação apropriado nessas situações em
que a igreja ou suas instituições encontram tensão nas obrigações
impostas pelo Estado.
1. A habilidade de manter a missão e o testemunho. A missão, a
proclamação e o testemunho cristão se realizam em um mundo ca-
ído, em circunstâncias que não são sempre favoráveis ou neutras.
Em tais situações, a resposta cristã não deve ser de retração ou
abandono da missão, mas de encontrar meios de testemunhar, ape-
sar das circunstâncias. A habilidade de testemunhar e levar avante
a missão deve ser uma consideração importante ao se determinar
como responder em situações difíceis.
2. Demonstrar boa cidadania. Os cristãos vivem ao mesmo tempo
em duas comunidades, o estado secular e o reino de Deus. Eles têm
obrigações com as duas comunidades e devem lealdade a ambas.
3. A compreensão de que limites existem e não podem ser violados,
considerando que a missão deve ser mantida. Os membros e organi-
zações da igreja estão no mundo, mas não são "do mundo". Essa
realidade explica por que a igreja não pode acomodar-se sempre aos
Declarações da Igreja 116

costumes prevalecentes na sociedade. A fidelidade à sua compre-


ensão do ensinamento bíblico requererá a determinação de limites,
além dos quais a igreja não pode c não irá avançar. Fazê-lo tornaria
seus esforços missionários contraditórios e insignificantes. O curso
particular da experiência pela qual uma organização é conduzida
até esse ponto varia de lugar para lugar. Cada situação precisa ser
avaliada à luz das circunstâncias.
4. Práticas ajustadas para cumprir a legislação não redefinem as
posições denom i nacionais. Há possibilidade de que os tipos de res-
posta por parte das várias entidades sejam um tanto diferentes an-
tes de chegar ao limite - o ponto que, se for ultrapassado, fará a
igreja negar suas convicções c abandonar sua missão e testemunho.
A preocupação central nessas situações não é questionar ou rede-
finir a posição da igreja, mas encontrar um meio de traduzir aquela
posição em práticas que não comprometam a missão.
5. Políticas de emprego devem ser revistas periodicamente à luz do
contexto local. Espera-se que todas as organizações empregadoras
estabeleçam e revisem periodicamente as políticas de emprego e
de benefícios aos empregados bem como padrões de procedimento
que se aplicam ao ambiente de trabalho.
6. A resposta institucional deve ser determinada pela comissão admi-
nistrativa ou diretiva. A igreja exercerá o direito de liberdade religiosa
c práticas empregadoras preferenciais dentro dos limites permitidos
em lei. Quando, no julgamento da comissão, a aplicação das leis ou
a remoção da liberdade religiosa interferir na habilidade da organi-
zação de continuar a cumprir sua missão, essa organização poderá
escolher buscar proteção legal (tanto iniciando uma ação judicial
quanto se defendendo de ações de outros). Se isso não for possível, a
organização deverá reorganizar ou descontinuar as operações.
7. Consulta em vez de acão unilateral. Uma organização ou insti-
tuição adventista não agirá unilateralmente diante de tais questões.
Sua comissão administrativa buscará conselho da administração
das organizações supervisoras (Associação, União, Divisão) ou da
administração da Associação Geral, no caso das instituições ligadas
diretamente a ela. Isso deve ser feito antes de se decidir a natureza
da resposta à legislação que obriga a organização a se valer de prá-
ticas em conflito com suas crenças e valores.
As Mudanças Sociais c a Missão 117

8. Buscar conselho antes de entrar em litígio. Em situações nas


quais o litígio é contemplado pela entidade denominacional, ou
quando uma entidade precisa se defender em uma ação judicial
a respeito da expressão ou orientação sexual de um empregado, a
administração da entidade também deverá buscar orientação do
conselho geral da Associação Geral, antes de iniciar o litígio ou
dar-lhe resposta.

1. Ver declaração intitulada "Matrimónio" aprovada pela Comissão Administrativa da As-


sociação Geral, cm 2_í abril de 1996, O Icxto completo está disponível neste livro.
2. Ver declaração intitulada "Homossexualidade", aprovada pela Comissão Administra-
tiva, em 3 de outubro de i 999, e a declaração intitulada "União Homossexual e Casamento
Cristão", votada pela Comissão Administrativa da Associação Gera], cm y de março de 2004.
Ambas constam neste livro.
Este documento foi votado durante o Concílio Anual da Associação Geral, cm l 5 de ou-
tubro de 2007, cm Siiver Spring, Maryland, Estados Unidos.
PAZ

Um dos grandes problemas políticos e éticos de nossos dias c a


questão da guerra e da paz. Paira o desespero ao redor de corações e
mentes, pois milhões aguardam um holocausto nuclear sem a espe-
rança básica de vida futura ou vida eterna.
I loje, há uma nova situação, algo sem paralelo na História. Os
seres humanos desenvolveram os meios da própria destruição da hu-
manidade, meios que estão se tornando mais e mais "eficientes" e
"aperfeiçoados" - embora dificilmente sejam essas as palavras certas.
Desde a Segunda Guerra Mundial, os civis não são mais ocasional-
mente ou incidcntaímente prejudicados; eles se tornaram o alvo.
Os cristãos crêem que a guerra é o resultado do pecado. Desde
a queda do ser humano, a guerra tem sido um fato perene da exis-
tência humana. "Satanás deleita-se na guerra. [...] É seu objetivo
incitar as nações à guerra umas contra as outras" (O Grande Conflito,
p. 589). É uma tática de distração para interferir na tarefa do evan-
gelho. Embora o conflito mundial tenha sido impedido durante os
últimos quarenta anos, talvez tenha havido 150 guerras entre nações
c dentro de nações, perecendo milhões nesses conflitos.
Hoje, virtualmente todos os governos afirmam estar trabalhan-
do pelo desarmamento e paz. Com frequência, os fatos conhecidos
parecem apontar em uma direção diferente. Nações gastam uma
enorme parte de seus recursos financeiros em estocagem de armas
nucleares e outros materiais bélicos, suficientes para destruir a ci-
vilização como a conhecemos. Os noticiários focalizam os milhões
de homens, mulheres e crianças que sofrem e morrem em guerras
e agitações civis e têm de viver na pobreza e na miséria. A corrida
armamentista, com seu colossal desperdício de fundos e recursos
humanos, é uma das mais evidentes aberrações dos nossos dias.
H, portanto, correio e apropriado que os cristãos promovam a paz.
A Igreja Adventista insiste que cada nação converta "suas espadas
em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras" (Is 2:4). A Cren-
ça Fundamental n" 7 da igreja, que se baseia na Bíblia, declara que
os homens e mulheres foram "criados para a glória de Deus" e fo-
ram "chamados para amá-Lo c uns aos outros, c para cuidar de seu
119

ambiente", não para destruir ou se ferirem uns aos outros. O próprio


Cristo disse: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão cha-
mados filhos de Deus" (Mt 5:9).
Embora a pá/ não possa ser obtida com pronunciamentos oficiais,
a igreja cristã verdadeira deve trabalhar pela paz entre o primeiro e o
segundo adventos de Cristo. Contudo, a esperança na segunda vinda
não deve existir em um vácuo social. A esperança adventista deve
manifestar-se e traduzir-se em profunda preocupação pelo bem-estar
de cada membro da família humana. Ao mesmo tempo, a atuação
cristã de hoje e de amanhã por si mesma não introduzirá o futuro
reino da paz. Somente Deus t rã/ esse reino por meio do regresso de
Seu Filho.
Em um mundo cheio de ódio e contenda, um mundo de guer-
ra ideológica e de conflitos militares, os adventislas desejam ser re-
conhecidos como pacificadores e por trabalhar pela justiça e a paz
mundial, tendo a Cristo como cabeça de uma nova humanidade.

Esta declaração foi liberada por Neal C. Wilsun, então presidente da Associação Geral,
após consulta com l d vice-presldentes mundiais da Igreja Adventista, em 27 de junho de
1985, durante a assembleia da Associação Geral realizada em Nova Ork-.ms, Louisiana.
MENSAGEM DE PAZ ÀS PESSOAS
DE BOA VONTADE

Nosso mundo tem tensão internacional, exploração habitua!,


caos económico, terrorismo frequente e repetidos apelos às armas,
lassas hostilidades e incertezas põem em perigo a paz e a civilização
cio planeta. Criam obstáculos para o testemunho cristão ao longo das
fronteiras e tendem a inibir o evangeíismo. Podem fazer com que
sejam colocadas restrições à liberdade religiosa.
Quando confrontada com este mundo tempestuoso e confuso, a
consciência adventista é despertada. Os delegados à 53a Assembleia
da Associação Geral convidam o povo de Deus de todos os países a
orar fervorosamente pela paz mundial e pela retenção dos ventos da
contenda e da guerra. Os advcntistas devem, por preceito e exemplo,
manifestar-se pela paz e a boa vontade entre as pessoas e trabalhar
por elas, sendo assim conhecidos como pacificadores c construtores
de pontes.
Apelamos a todos os adventistas e a outras pessoas de boa von-
tade que, naquilo que estiver ao seu alcance, ajudem a criar uma
atmosfera de cooperação e fraternidade que leve a mudanças entre
diferentes culturas e sistemas ideológicos e a uma melhor compreen-
são entre as pessoas de todas as raças, credos e convicções políticas.
Tendo em vista a brevidade do tempo e as incontáveis oportuni-
dades abertas ao povo de Deus para testemunho e avanço do evan-
gelho, enquanto ainda prevalece uma situação pré-apocalíptica, pe-
dimos urgentemente a todos os filhos de Deus que participem no
programa evangelístico lançado cm todos os continentes e permitam
ser guiados "por Seu Espírilo".

Hstii declaração Ini BOOtade pela assembleia da Associação Geral reuli/ada em Dálias.
Tr\,is. cm abril de 1980.
APELO EM FAVOR DA PAZ

Vivemos em um mundo cada vez mais perigoso e instável. Acon-


tecimentos recentes têm intensificado uma sensação de vulnerabi-
lidade, além de medo pessoal e coletivo de violência. Ao redor do
mundo, milhões de pessoas são assombradas pela guerra e as apre-
ensões dela decorrentes. Kstão oprimidas pelo ódio e intimidação.

Guerra Total
A humanidade tem, desde o meio cio século passado, vivido em uma
era de guerra total. Essa guerra total implica a possibilidade teórica de,
exceto pela providência de Deus, os habitantes da Terra poderem ex-
terminar complcramente a civilização. Armas nucleares e bioquímicas
de destruição em massa estão apontadas para diversos centros popu-
lacionais, Nações e sociedades inteiras estão mobilizadas para a guerra
ou são alvo dela. Quando explodem os conflitos, são conduzidos com a
maior violência e destruição. As justificativas para a guerra têm se torna-
do mais complexas, apesar de os avanços tecnológicos tornarem possível
maior precisão na destruição de alvos, com um mínimo de efeitos civis.

Uma Nova Dimensão


Enquanto as Nações Unidas e vários grupos religiosos têm procla-
mado a primeira década do século 21 como uma década para a promo-
ção da paz e segurança, em lugar da violência, em suas várias formas,
uma nova e insidiosa dimensão de violência emergiu: o terrorismo in-
ternacional organizado. C) terrorismo em si não é novo, mas a novidade
está nas redes mundiais de terrorismo. Outro fator novo é o apelo dos
assim chamados "mandatos divinos" como razão para a atividade ter-
rorista sob a forma de guerra cultural ou até mesmo guerra "religiosa".
O surgimento do terrorismo internacional torna claro que não é
somente uma nação ou um estado que entra em guerra, mas seres
humanos em várias situações. Como uma proeminente fundado-
ra da Igreja Adventista indicou, um século atrás: 'A desumanidade
do homem para com o homem, cis nosso maior pecado" {Ellen G.
White, A Ciência do Bom Viver, p. 163). De fato, a natureza humana
está propensa à violência. Da perspectiva cristã, toda essa falta de
Declarações da Igreja 122
. •* —

humanidade se constitui realmente parte de uma guerra cósmica, a


grande controvérsia entre o bem e o mal.

O Terrorismo se Aproveita do Conceito de Deus


Os terroristas, em particular aqueles que têm motivações basea-
das na religião, alegam que sua causa é absoluta e que tirar vidas de
modo indiscriminado é totalmente justificável. Enquanto alegam re-
presentar a justiça de Deus, falham completamente em exemplificar
o grande amor divino.
Alérn disso, o terrorismo internacional é totalmente contrário ao con-
ceito de liberdade religiosa. Ele tem como base o extremismo político
c/ou religioso c o fanatismo fundamentalista que se arroga o direito de
impor certa convicção religiosa ou cosmovisão e destruir aqueles que se
opõem às suas convicções. O ato de tentar impor uma visão religiosa ex-
clusiva sobre outras pessoas, por meio de inquisição e terror, envolve um
esforço no sentido de explorar c manipular a Deus, transformando-O em
um ícone do mal e da violência. O resultado é um acentuado desinteres-
se pela dignidade dos seres humanos criados à imagem de Deus.
Ao mesmo tempo em que é inevitável que nações e pessoas tentem se
defender respondendo militarmente à violência e ao terror, com um suces-
so apenas relativo, a solução definitiva para os profundos problemas que
dividem a sociedade não pode ser alcançada com o uso de meios violentos.

Os Pilares da Paz
Tanto da perspectiva cristã como da prática, qualquer paz duradoura
envolve pelo menos quatro ingredientes: diálogo, justiça, perdão e re-
conciliação.
Diálogo. Precisa haver diálogo e conversação, em vez de provocações
c gritos de guerra. A paz duradoura não provém de meios violentos, mas
é alcançada por meio de negociação, diálogo e, inevitavelmente, compro-
misso político. A longo pra/o, o discurso racional tem autoridade superior
à força militar. Os cristãos, em particular, devem sempre estar prontos a
"arrazoar", conforme diz a liíblia.
Justiça, Infelizmente, o mundo está mergulhado na injustiça, e uma con-
sequência disso é a discórdia. Justiça e paz andam juntas, da mesma forma
que a injustiça está unida à guerra. A pobreza e a exploração humana criam
descontentamento c falta de esperança, que levam ao desespero e à violência.
Apelo em Favor da Paz 123

Por outro lacto, "a Palavra de Deus não sanciona nenhum plano que
enriqueça uma classe pela opressão c o sofrimento de outra" (Ellen G.
White, A Ciência do Bom Viver, p. 187).
A justiça requer respeito aos direitos humanos, em especial à liberdade
religiosa, que lida com as mais profundas aspirações e dá sustentação a
todos os direitos humanos. A justiça requer a não discriminação, respeito
pela dignidade e igualdade humanas e uma distribuição mais igualitária
do que é necessário para viver. As políticas sociais e económicas podem
produzir a paz ou o descontentamento. O interesse advcntista pela justiça
social fica evidente através do apoio e da promoção da liberdade religiosa, e
por meio das organizações c departamentos da igreja que atuam para aliviar
a pobreza e as condições de marginalização. Tais esforços da parte da igreja
podem, no decorrer do tempo, reduzir os ressentimentos e o terrorismo.
Perdão. O perdão é normalmente considerado necessário para res-
taurar relacionamentos desfeitos. Ele é destacado na oração que Jesus
pediu que Seus seguidores fizessem {Mt 6:12). No entanto, não devemos
negligenciar suas dimensões coletivas, sociais e até mesmo internacio-
nais. Para haver paz é vital remover as cargas do passado, ir além dos
desgastados campos de batalha e atuar na direção da reconciliação. No
mínimo, isso requer sanar injustiças c violência do passado; e, nas me-
lhores condições, isso envolve o perdão, que absorve a dor sem retaliação.
Devido à natureza humana pecaminosa e à violência resultante dela,
alguma forma de perdão é necessária para quebrar o ciclo de ressenti-
mento, ódio e revanche em todos os níveis. O perdão vai contra a essên-
cia da natureza humana. É natural para seres humanos agir com revan-
chismo c pagar o mal com o mal.
Há, no entanto, em primeiro lugar, a necessidade de promover uma
cultura de perdão na igreja. Como cristãos c líderes eclesiásticos, é nosso
dever ajudar as pessoas e nações a se libertarem das correntes da violên-
cia do passado e recusarem a repetição continuada, geração após gera-
ção, da condição de violência e ódio.
Reconciliação. O perdão provê uma base para a reconciliação e a
restauração dos relacionamentos que se tornaram alienados e hostis.
A reconciliação é o único caminho para o sucesso quando o objctivo
é a cooperação, a harmonia e a paz.
Apelamos às igrejas e aos líderes cristãos para que exercitem um minis-
tério de reconciliação e ajam como embaixadores da boa vontade, abertura
Declarações da Igreja 124

e perdão (ver 2Co 5:17-19). Essa sempre será uma tarefa difícil e sensível.
Tentando evitar as muitas ciladas políticas do caminho, devemos, no en-
tanto, proclamar a liberdade — liberdade da perseguição, da discriminação,
da pobre/a extrema e de outras formas cie injustiça. É uma responsabilida-
de cristã empenhar- se para providenciar protcção àqueles que estão em
perigo de serem violados, explorados e aterrorizados.

Apoio à Qualidade de Vida


Esforços silenciosos cie organismos religiosos e indivíduos são
inestimáveis. Mas isso não é o suficiente: "Não somos apenas criatu-
ras do um reino espiritual; temos que estar ativamente interessados
em tudo que afeta o ambiente no qual vivemos e precisamos nos
preocupar com o bem-estar de nosso planeta" (Declaração do pastor
Jan Paulsen, então presidente da Associação Geral dos Adventistas).
As igrejas não devem somente ser conhecidas pelas contribuições
espirituais — apesar de serem fundamentais — mas também pelo apoio
à qualidade de vida e, nesse aspecto, a pacificação é essencial. Preci-
samos nos arrepender de expressões ou atos de violência nos quais os
cristãos ou igrejas, ao longo da história c também recentemente, têm
se envolvido ativamente, ou ainda têm tolerado ou tentado justificar.
Apelamos aos cristãos e pessoas de boa vontade por todo o mundo a
desempenhar um papel ativo para pacificar e sustentar a paz, sendo,
portanto, parte da solução em vez de parte do problema.

Pacificadores
A Igreja Adventista deseja se posicionar a favor da harmonia não coer-
civa do reino vindouro de Cristo. Isso requer o estabelecimento de pon-
tes para promover a reconciliação entre os vários lados de um conflito.
Nas palavras do profeta Isaías, "serás chamado reparador de brechas e
restaurador de veredas para que o país se torne habitável" (Is 58:12).
Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, quer que Seus seguidores sejam pacifi-
cadores na sociedade, e por isso os chama de bem-aventurados (Mt 5:9).

Cultura de Paz Através da Ktlucação


A Igreja Adventista opera o que pode ser considerado o segundo
maior sistema escolar paroquial do mundo. De cada uma das mais de
seis mil escolas, colégios e universidades tem se requerido que seja
Apelo cm Favor da Pa/. 125

separada uma semana a cada ano escolar para enfatizar e destacar,


através de vários programas, o respeito, a consciência cultural, a não
violência, a pacificação, a resolução de conflitos e a reconciliação
como uma contribuição especificamente "adventista" para a cultura
da harmonia social e da paz. Com isso em mente, o departamento de
Educação da igreja está preparando um currículo e outros materiais
para ajudar a implementar esse programa da pá/.
A educação dos membros da igreja para a não violência, a paz e a
reconciliação precisa ser um processo contínuo. Aos pastores está sen-
do solicitado que usem seus púlpitos para proclamar o evangelho da
paz, o perdão e a reconciliação que dissolve barreiras criadas pela raça,
afiliação étnica, nacionalidade, sexo c religião, c que sejam promovidas
as relações humanas pacíficas entre indivíduos, grupos e nações.

A Esperança Cristã
Mesmo que a pacificação possa parecer uma tarefa muito dilícil,
há a promessa e a possibilidade de transformação através da reno-
vação. Toda violência e terrorismo são na verdade um aspecto do
conflito contínuo, em termos teológicos, entre Cristo e Satanás. O
cristão tem esperança por causa da segurança de que o mal - o mis-
tério da iniquidade - vai continuar até ser derrotado pelo Príncipe da
Paz, e o mundo será renovado. Essa é nossa esperança.
O Antigo Testamento, apesar do relato de guerras e violências,
aponta para uma nova criação e promete, da mesma forma que o
Novo Testamento, o fim do ciclo vicioso da guerra e do terror, quan-
do armas serão destruídas e, em lugar delas, serão providenciadas
ferramentas para a agricultura, e a paz e o conhecimento de Deus e
Seu amor cobrirão todo o mundo como as águas cobrem os oceanos
(ver Is 2:4, 11:9).
Enquanto isso, precisamos, em todos os relacionamentos, seguir
a regra áurea, que requer que façamos aos outros o que desejaríamos
que fosse feito a nós {ver Mt 7:12). Isso significa não somente amar
a Deus, mas amar como Deus ama (ver IJo 3:14, l 5; 4: l l , 20, 21).

I.M.i declarai,-.!" foi votada iluranlc o concilio il;i Cnin. n 1-1,1 il.i fmniss.in \ d m i m s i i , i t i v . i
tia Aasoclaçflo Geral, t-m 18 cie abril de 2002, realizado em Silvor Spring. Murybnd. Estados
Unidos.
A CRISE DE KOSOVO

A Igreja Adventista expressa sua séria preocupação quanto à


situação na Jugoslávia, especialmente na província de Kosovo.
Preocupada com o bcm-estar de seus membros c com o trabalho
de sua organização nessa parte do mundo, a igreja também se
preocupa com a situação precária das pessoas em Kosovo e seus
arredores, com centenas de milhares de pessoas desabrigadas.
A Igreja Adventista é uma comunidade religiosa m u n d i a l e,
por uma questão de princípios, se esforça para não se envolver
em assuntos políticos. A igreja tem insistentemente se recusa-
do a fazer isso e pretende manter essa posição na atual crise
de Kosovo. No entanto, rejeita o uso da violência como método
para a resolução de conflitos, seja ele de limpeza étnica ou de
bombardeio.
Com sua longa tradição de trabalhar ativa e silenciosamente
pelos direitos humanos, particularmente pela liberdade religiosa
e pelos direitos das minorias, a Igreja Adventista está preparada
para fazer a sua parte. Ela se esforçará através de sua estrutura
organizacional mundial, cm cooperação com seus líderes e mem-
bros na região dos Balcãs, para favorecer um entendimento mais
profundo e maior respeito pelos direitos humanos e a não discri-
minação, para ir ao encontro das necessidades h u m a n a s e para
trabalhar pela reconciliação entre comunidades étnicas, religio-
sas e nacionais.
Na crise atual, a Igreja Adventista se compromete a fazer o
possível, através da Adra (a agência humanitária estabelecida pela
igreja), para levar alívio aos milhares de refugiados que fugiram cia
província cie Kosovo para os Estados vizinhos, independentemen-
te de sua religião, etnia ou status social. Compromete-se também
a inspecionar de perto a situação e as necessidades da popula-
ção civil da lugoslávia, dentro e fora de Kosovo. A igreja usará
sua infracstrutura na região em sua busca de aliviar o sofrimento
da população.
A Igreja Adventista incentiva a comunidade internacional e
as autoridades governamentais envolvidas a pôr um fim à crise
A Crise de Kosovo 127

com base nos princípios éticos e cristãos dos direitos humanos c


negociações cie boa-fé que sejam justas para todos os envolvidos
e levem a melhores relacionamentos.
Além disso, a igreja solicita a todos os seus membros e à co-
munidade cristã cm geral que orem por ajuda divina para a res-
tauração da paz e da boa vontade nessa região que sofre.

Esta declaração foi voiada pela Comissão Administrativa da Associação Geral, cm 6 de


abril de- l WJ, e divulgada pelo Departamento d f Relações Públicas da Associação Geral.
A GUERRA NO IRAQUE

Com o início das hostilidades no Iraque, o departamento de Comu-


nicação da sede mundial da Igreja Adventista, representando o escritório
do presidente, emite a seguinte declaração:
A erupção da guerra no Iraque é mais uma oportunidade para pessoas
de fé se posicionarem ao lado da esperança em face ao desespero. Os
cristãos adventistas são pessoas de paz, que se unem aos demais cidadãos
do mundo, em oração por um fim rápido para as hostilidades atuais.
Como uma comunidade de fé, ativa em todas as nações da Terra,
não podemos ver qualquer país como uma nação de vilões. Considera-
mos a todos pessoas pelas quais o Filho de Deus, Jesus Cristo, morreu.
Lemhramo-nos das centenas de memhros da Igreja Adventisla no Iraque,
q LIO adoram em três congregações, incluindo Bagdá e a cidade antiga de
Nínive. Oramos fervorosamente por eles e por todos os que estão envol-
vidos nesse conflito.
Renovamos nosso compromisso com o ministério da esperança em
meio à ausência de esperança. Desejamos oferecer cura e atenção àque-
les cuja vida toi atingida, onde quer que estejam. Essa é uma parte fun-
damental de nosso chamado.
As igrejas não devem ser conhecidas somente pelas contribuições
espirituais - apesar de fundamentais - mas também pela atuação para
manter a qualidade de vida e, nesse aspecto, a pacificação é essencial.
Apelamos aos cristãos e demais pessoas de boa vontade ao redor do mun-
do que tenham um papel ativo em promover e sustentar a paz, sendo,
portanto, parte da solução em vez de parte do problema. 1
Ao orarmos c trabalharmos para que a pá/ prevaleça, também re-
conhecemos - e declaramos - que a única verdadeira paz virá quan-
do a esperança bendita do retorno de Cristo à Terra se tornar uma
realidade. Que esse dia possa vir logo, e que essa esperança possa
brilhar de maneira dominante, mesmo nesta hora escura.

1. "U in Apelo Adventista do SÓ t imo Dia cm Kavor da Pa/", Comissão Adminisirativ;i da


Associação Geral, !8 de abril de 2002.
Declaração apresentada <-m 20 de março de 2003, pelo Departamento de Comunicação
da sedo mundial da Igreja Adventista, represem ando o escritório do presidente, em Silver
Spring. Maryland. Estados Unidos.
A GUERRA NO CONGO

A Igreja Adventista expressa séria preocupação a respeito da vio-


lência contínua no nordeste do Congo, que prossegue causando per-
da de vidas, miséria e sofrimento a homens, mulheres e crianças ino-
centes. A igreja está preocupada com o bem-estar de seus membros
e o adequado tuncionamento de suas organizações na região. Está
igualmente preocupada com a decadência da situação humanitária
no Congo e em outros lugares na região. Centenas de milhares de
pessoas inocentes vivem com medo, estão desalojadas e sem-teto.
Os adventistas se unem ao apelo a todos os envolvidos no conflito
no Congo a cessar as atividades militares e buscar métodos pacíficos
de resolver quaisquer questões que possam estar causando as hos-
tilidades. O diálogo e as negociações são preferíveis à violência e ao
grito tlc guerra.
A igreja também apeía à comunidade internacional para inten-
sificar os esforços para encerrar a crise. Os princípios cristãos, mo-
rais e éticos de direitos humanos e o desejo de que negociações de
boa-fé sejam justas para com todos os envolvidos é que motivaram
este apelo.
Além de seu compromisso de participar da resposta humanitária,
a igreja também convoca a todos os que estão envolvidos na situação
de guerra no Congo a responder com simpatia tendo em vista aliviar
o sofrimento e a miséria na região.
Algumas matérias divulgadas pelos meios de comunicação têm
apontado que o general Laurent Nkunda, líder do Conselho Nacio-
nal para a Defesa do Povo, é afiliado à igreja. Ele jamais serviu à
Igreja Adventista como pastor. Mesmo que às vezes ele tenha es-
colhido frequentar a igreja, não é um membro ativo. Sua conduta e
o envolvimento relatado no conflito não representam os valores e o
estilo de vida adventista.

Esta declaração oficial cm n o nu1 da Igirju Adventisla foi divulgada oní J dr ilc/rmimi tlt-
20US |)do Departamento de Comunicação da Associação Geral, cm Silver Sprinj;, Maryland,
Ksludos Unidos.
PORTE DE ARMAS

As armas automáticas ou semiautomáticas de estilo militar es-


tão se tornando cada vez mais disponíveis aos civis. Em algumas
regiões cio mundo é relativamente fácil a aquisição de tais armas.
Elas aparecem não apenas nas ruas, mas também nas mãos de
jovens nas escolas. Muitos crimes são cometidos por meio do uso
dessas armas. São feitas para matar e não têm nenhum a utilidade
recreativa legítima.
Os ensinos e o exemplo de Cristo constituem a norma e o guia
para o cristão de hoje. Cristo veio ao mundo para salvar vidas,
não para destruí-las (Lc 9:56). Quando Pedro sacou sua arma,
Jesus lhe disse: "Embainha a tua espada; pois todos os que lan-
çam mão da espada, à espada perecerão" (Mt 26:52). Jesus não
Se envolvia em violência.
Alguns argumentam que a interdição das armas de fogo limita
os direitos das pessoas e que as armas não cometem crimes, mas
sim as pessoas. Embora seja verdade que a violência e as incli-
nações criminosas conduzem às armas, também é verdade que a
disponibilidade das armas leva à violência. A oportunidade de civis
comprarem ou adquirirem de outro modo as armas automáticas ou
semiautomáticas apenas aumenta o número de mortes resultan-
tes dos crimes humanos. A posse de armas de fogo por civis nos
Estados Unidos aumentou a uma estimativa de 300% nos últimos
quatro anos. Durante o mesmo período, houve um assombroso au-
mento de ataques armados c, conscqucntemente, mortes.
Na maior parte do mundo, as armas não podem ser adquiritlas
por n e n h u m meio legal. A igreja vê com alarme a relativa facilida-
de com que elas podem ser adquiridas cm algumas regiões. Sua
acessibilidade só pode abrir a possibilidade de mais tragédias.
A busca da paz e a preservação da vida devem ser objetivos do
cristão. O mal não pode ser combatido eficazmente com o mal, mas
deve ser vencido com o bem. Os adventistas, como outras pessoas
de boa vontade, desejam cooperar na utilização de todos os meios
legítimos para redu/ir e eliminar, onde possível, as causas fundamen-
tais do crime. Além disso, tendo-se em mente a segurança pública
Porte cie Armas ]S l

e o valor da vida humana, a venda de armas de fogo automáticas ou


semiautomáticas deveria ser estritamente controlada. Isso reduziria
o uso de armas por pessoas mentalmente perturbadas e por crimi-
nosos, principalmente aqueles envolvidos com drogas e atividades
de quadrilhas.

Bsta declaração foi liberada pelo cnlão presidente da Associação Geral, Neal C. Wilson,
após consulta com os 16 vice-presidcntcs d;i Igreja Adventísta, em S de julho de 1990, durante
a assembleia da Associação Cieral realizada em Indianápolis. Indiana.
ALFABETIZAÇÃO

A Igreja Adventista valoriza o papel singular que a mulher desem-


penha no cumprimento da missão da igreja de propagar o evangelho.
Parte dessa missão envolve a satisfação das necessidades físicas, in-
telectuais e soeiais daqueles que nos rodeiam, eomo fez Jesus quan-
do viveu na Terra.
Pesquisas indicam que os seis principais desafios da vida de todos
os seres humanos, principalmente das mulheres, são: alfabetização,
pobre/a, abuso, saúde, horas e condições de trabalho e oportunida-
des de aprender c liderar. Para melhor satisfa/.er essas necessidades, o
departamento do Ministério da Mulher da Igreja Adventista planejou
uma importante ênfase sobre treinamento em alfabetização para 1995.
A incapacidade de ler exerce impacto sobre todos os aspectos da
vida da pessoa, como salário, oportunidade de profissão, acesso à in-
formação sobre assistência à saúde e mesmo a capacidade de educar
um filho devidamente. Sem a capacidade de ler, poucas portas de
oportunidade poderão ser abertas.
O ensino da leitura cria possibilidades infindáveis para que as
pessoas sejam informadas sobre assuntos como profissão, saúde, pa-
ternidade e casamento, e oferece ao professor oportunidades inexce-
díveis de atingir vidas através do ministério.
Os advcntistas reconhecem um motivo ainda mais vital para par-
tilhar o dom da leitura. Cremos que a capacidade de ler a Palavra
de Deus - as boas-novas da salvação - não deveria ser reservada a
alguns privilegiados. Toda pessoa deve ter acesso às verdades e ao
cnobreeedor poder da Bíblia.

l si,i declaração Foi aprovada pela Comissão Administrativa da Associação Gemi e divulga-
da pelo gabinete do então presidente Robcrt S. Folkenberg, ilunmU' ;i assembleia d;i Associa-
ção Gerul realizada em Utrecht, Holanda, de 2l> de junho a S de julho de 1995,
LIBERDADE RELIGIOSA (I)

Por mais de um século, os adventistas têm sido ativos promoto-


res da liberdade religiosa. Reconhecemos que precisamos deíender a
liberdade de consciência e de religião como um direito humano fun-
damental, em harmonia com os instrumentos das Nações Unidas.
A Igreja Adventista está presente cm 209 países. Com algumas
exceções, os adventistas constituem uma minoria religiosa, e às vezes
têm estado sujeitos a restrições e discriminação. Consequentemen-
te, eles têm sentido a necessidade de defender os direitos humanos.
Como cidadãos leais, os adventistas crêem que têm o direito à
liberdade de religião, sujeitos aos direitos iguais dos outros. Isso im-
plica liberdade de reunir-se para instrução e adoração (adoração no
sétimo dia da semana, o sábado) e para disseminar opiniões religio-
sas pela pregação pública ou através da mídia, l^ssa liberdade inclui
ainda o direito de mudar de religião e de respeitosamente convidar
outros a fa/er o mesmo. Toda pessoa tem o direito de exigir consi-
deração sempre que a consciência não permita o desempenho de
certos deveres públicos, como a exigência do porte de armas. Sempre
que for concedido às igrejas o acesso à mídia pública, com toda a
justiça os adventistas devem estar incluídos.
Continuaremos a cooperar c comunicar com outros para defen-
der a liberdade religiosa de todas as pessoas, inclusive daqueles de
quem possamos discordar.

Esta declaração fui u provada c votad.i pela Comissão Administrativa da Associação Geral
c divulgada pelo gabinete do então presidente Robert S. Rolkenberg, durante a assembleia da
Associava» Geral reali/adu t1 m Utrechi. Holanda, de 29 de junho a B de julho de
LIBERDADE RELIGIOSA (II)

Por mais de um século, a Igreja Adventista tem defendido e pro-


movido a liberdade religiosa. Agora que a humanidade se defronta
com o terceiro milénio d.C., a igreja, mais do que nunca, reconhece
a necessidade de defender a liberdade de consciência e de prática da
religião como um direito humano fundamental, em harmonia com
os instrumentos internacionais das Nações Unidas e da Organi/ação
dos Estados Americanos.
A Igreja Adventista existe na Costa Rica desde a virada do século
20, e c grata pelo clima de liberdade religiosa, tolerância e pá/ que pre-
valece na Costa Rica. Não é este o caso em muitas partes do mundo.
Os adventistas apoiaram a iniciativa das Nações Unidas de pro-
clamar 1995 como o Ano da 'Iblerância. À semelhança do racismo, a
discriminação ou intolerância baseada em crença religiosa ou filiação
à igreja é intrinsecamente má e deve ser eliminada. Há regiões do
mundo em que as minorias religiosas estão sendo discriminadas e
perseguidas, a ponto de perder bens e empregos e até mesmo serem
submetidas a ofensas corporais. O extremismo religioso fanático e
intolerante, de qualquer tipo, deve ser deplorado e restringido. Toda
pessoa tem o direito de expressar com convicção suas ideias religio-
sas, mas sempre com respeito pelos direitos dos outros.
A liberdade religiosa implica liberdade cie disseminar opiniões re-
ligiosas pela pregação pública ou através da mídia. Inclui também o
direito de mudar de religião. Todas as igrejas c organi/açòes religiosas
têm o direito a razoável acesso à mídia pública, sem discriminação.
Como no passado, a Igreja Adventista continuará a cooperar
conscienciosamente com os governos, envolvendo-se com organi/a
coes que apoiam a liberdade de religião e trabalhando cm conjunto
com outras igrejas para difundir e defender a liberdade religiosa de
todas as pessoas.

Esta declaração foi aprovada c votada pela Comissão Administrativa da Associarão Geral
para ser divulgada pelo gabinete do então presidente Hoherl S, holki-nborg, durante <> Concílio
Anu.il re.ili/.ulo cm São J o st1, C'mia Itica. de l" a 10 de outubro de 1996.
MINORIAS RELIGIOSAS E
LIBERDADE RELIGIOSA

Ao longo da história, as minorias religiosas têm sido frequente-


mente sujeitas a discriminação c grande perseguição. Hoje, a into-
lerância c o preconceito religioso estão novamente tomando lugar.
A despeito da afirmação de que todos têm liberdade para manter e
disseminar opiniões religiosas e mudar de religião - uma afirmação
sustentada nos instrumentos e documentos das Nações Unidas for-
mando uma "Carta Internacional de Direitos" — muitos países negam
esse direito a seus cidadãos.
Os instrumentos internacionais condenam a discriminação con-
tra as minorias, mas, tragicamente, algumas nações têm publicado
listas de grupos religiosos descritos como "seitas" potencialmente
perigosas. Comissões antisseitas têm sido formadas, investigadores
treinados e leis restritivas aprovadas. Centenas de milhares de cren-
tes inocentes estão agora sob suspeita oficial c são tratados como
cidadãos de segunda classe. Tudo isso viola a liberdade religiosa, a
qual é o mais básico c essencial dos direitos f u n d a m e n t a i s da huma-
nidade. Os adventistas crêem na obediência às leis do país, desde
que não estejam em conflito com as leis de Deus. No entanto, faze-
mos oposição a qualquer lei, programa ou atividade que discrimine
as minorias religiosas.
A Igreja Adventista detende a liberdade religiosa a todos, bem
como a separação entre Igreja e Estado. As Escrituras ensinam que
o Deus que deu a vida também deu a liberdade de escolha. Deus só
aceita a adoração feita de li\ rc c espontânea vontade. Além disso, os
adventistas acreditam que a lei deve ser aplicada imparcialmente.
Sustentamos que nenhum grupo religioso deve ser julgado pelo
fato de alguns fiéis parecerem extremistas. A liberdade religiosa é
limitada quando comportamentos agressivos violam os direitos hu-
manos de outros.
Em apoio ao artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos
Humanos das Nações Unidas e outros órgãos internacionais, e em
harmonia com suas crenças e sua história, a Igreja Adventista está
Declarações da Igreja 136

totalmente comprometida em promover e proteger a liberdade reli-


giosa para todos, em todos os lugares, Para este fim, continuaremos a
cooperar com a Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas
e com outras agências internacionais e organizações religiosas, enco-
rajando cada nação a implementar o direito fundamenta] de liberda-
de religiosa. Além disso, continuaremos a promover o diálogo e um
melhor entendimento entre as autoridades governamentais e o povo
que pertence às minorias religiosas.

l M.i il.'i Idr.iv-" 1 l"i \ot.uLi cm 29 de setembro ilt- 1999, dunintf o Concílio Anual il.i Co-
missão Administrativa da Assni-i.i^fto (;i>™l rc.iliAido cm Silvcr Spring, Maryland.
LIBERDADE RELIGIOSA,
EVANGELISMO E PROSELITISMO

Os adventistas crêem que a liberdade religiosa é um direito hu-


mano básico. Como cristãos, estão convencidos de que a dissemina-
ção da religião não é só um direito, mas uma alegre responsabilidade
baseada num mandamento divino para testemunhar.
Deus chamou os cristãos para o cvangclismo - a proclamação das
boas-novas de salvação em Cristo (Mt 28:19, 20). Isso é um ponto
central para a vida e o testemunho cristãos. Assim, o cristianismo é
essencialmente missionário.
Afirmando a missão global e a evangelização, os adventistas são
motivados pelo anseio de obedecer ao mandamento de Cristo e pelo
sincero desejo de que eada ser humano seja salvo c herde a vida eter-
na. São motivados também pelo senso cie urgência na expectativa da
iminência da volta de Cristo. No esforço de cumprir o mandamento
de Deus, os adventistas estão hoje testemunhando, pregando e ser-
vindo cm mais de 200 países.
No contexto da disseminação da religião, a questão do "proselitis-
mo" tem sido levantada, devido ao fato de essa palavra ser definida de
várias maneiras e ter cada vez mais uma conotação pejorativa, associa-
da a métodos de persuasão antiéticos, incluindo a força. Os adventis-
tas condenam o uso de tais métodos. Eles crêem que a fé e a religião
são mais bem disseminadas quando as convicções são manifestadas
e ensinadas com humildade e respeito, e quando o testemunho de
vida está em harmonia com a mensagem anunciada, produzindo uma
aceitação livre e alegre por aqueles que estão sendo evangcli/ados.
A atividade evangelística e missionária precisa respeitar a digni-
dade de todos os seres humanos. As pessoas precisam ser verdadei-
ras e transparentes ao lidar com outros grupos religiosos. Deve-se
evitar a terminologia que possa ofender as outras comunidades reli-
giosas. Declarações falsas ou que ridiculari/em outras religiões não
deveriam ser feitas.
A conversão é uma experiência do Espírito. Portanto, não deveria es-
tar ligada cie modo algum a ofertas ou recepção cie incentivos materiais.
Declarações da Igreja 138

O direito de se envolver em atívidades humanitárias deve ser reconhe-


cido; no entanto, tal ação nunca deve estar ligada ao evangelismo de
uma maneira que explore as pessoas vulneráveis, oferecendo incentivos
financeiros e materiais para induzi-las a mudar de religião.
Os adventistas estão comprometidos a servir seu próximo pregan-
do o evangelho eterno a cada nação c tribo e língua e povo (Ap 14:6).

l M,i declaração loi votlda pela Comissão Administrativa da Associação ticr.il p.ir.i ser
i l m i l i L . n l . i durante .1 assembleia da Associação Geral realizada cm Toronto, Canadá, de 21) de
junho j S do |ulho de 2000.
CATOLICISMO ROMANO

Os adventistas consideram todos os homens c mulheres iguais


aos olhos do Senhor. Rejeitamos a intolerância contra qualquer pes-
soa, independentemente de etnia, nacionalidade ou credo. Além dis-
so, admitimos com alegria que cristãos sinceros podem ser encon-
trados em outras denominações, incluindo o catolicismo romano, e
trabalhamos em conjunto com todas as agências e organismos que
procuram abrandar o sofrimento humano e enaltecer a Cristo diante
do mundo.
Os adventistas procuram manter um relacionamento positivo
com outras religiões. Nossa tarefa primordial é pregar o evangelho
de Jesus Cristo no contexto de Sua breve volta, não apontando as
falhas de outras denominações.
As crenças dos adventistas estão baseadas nos ensinamentos bí-
blicos apostólicos e, portanto, têm muitos princípios essenciais do
cristianismo cm comum com os seguidores de outras igrejas cris-
tãs. No entanto, temos uma identidade específica como movimento.
Nossa mensagem para os cristãos e não cristãos é comunicar espe-
rança, focalizando a qualidade de vida que é completa em Cristo.
A medida que os adventistas se relacionam com os católicos ro-
manos em particular, passado e futuro vêm à nossa mente. Não po-
demos apagar ou ignorar o registro histórico da séria intolerância e
até perseguição da parte da Igreja Católica Romana. O sistema de
governo da Igreja Católica, baseado em ensinos extrabíblicos, como
a supremacia papal, resultou em abusos graves tia liberdade religiosa
enquanto a igreja esteve aliada ao estado.
Os adventistas estão convencidos da validade de nossos conceitos
proféticos, segundo os quais a humanidade vive agora perto do fim.
Os adventistas, baseados em predições bíblicas, crêem que, próximo
à segunda vinda de Cristo, a Terra passará por um período de tribu-
lação sem precedentes, tendo o sábado como ponto central. Nesse
contexto, acreditamos que o mundo religioso, incluindo os principais
organismos cristãos como peças-chaves, irá se aliar com as forças de
oposição a Deus e ao sábado. Mais uma vez, a união da igreja com o
estado resultará em grande opressão religiosa.
Declarações da Igreja 140

Culpar uma denominação específica por violações passadas de


princípios cristãos não é uma representação acurada nem da His-
tória nem da profecia híblica. Reconhecemos que às vezes os pro-
testantes, incluindo adventistas, têm manifestado preconceito e até
fanatismo. Se, ao expor o que a Bíblia di/, os adventistas falham em
expressar amor às pessoas, não exibimos o cristianismo autênlico.
Os adventistas procuram ser corteses ao lidar com os outros. As-
sim, enquanto permanecemos cientes do registro histórico e continu-
amos a olhar para os acontecimentos futuros, reconhecemos algumas
mudanças positivas no catolicismo recente, e enfati/amos a convic-
ção de que muitos católicos romanos são irmãos e irmãs em Cristo.

Esta declaração foi registrada em H tU- abril tli- 1497 pda Comissão Administrativa da
Associação Gerai e divulgada pelo gabinelc do então presidente línbcrt S. Holkenbcrg.
MOVIMENTO ECUMÉNICO

A Comissão Administrativa da Associação Geral jamais votou uma


declaração oficial tratando da relação entre os adventistas e o movimento
ecuménico. Foi escrito um livro lidando detalhadamente com o assunto
(B. B. Beach, Ecumenism ~ Boon or Kane? [Review and Herald, 1974])
e vários artigos têm aparecido ao longo dos anos em publicações adven-
tistas, inclusive na Adventist Hevicu'. Desse modo, embora não haja exa-
tamente uma posição oficial, há uma abundância de claras indicações
sobre o ponto de vista adventista.
Pode-se afirmar em geral que, embora a Igreja Adventista não conde-
ne completamentc o movimento ecuménico e sua principal manifestação
organizacional, o Concílio Mundial de Igrejas, ela tem criticado vários as-
pectos c atividades do movimento. Poucos negariam que o ecumenismo
tem tido objetivos louváveis e algumas influências positivas. Seu grande
objetivo é a unidade visível dos cristãos. Nenhum adventista pode se opor
à unidade pela qual o próprio Cristo orou. O movimento ecuménico tem
promovido relações mais amáveis entre as igrejas, com mais diálogo e
menos crítica, e tem ajudado a remover preconceitos infundados.
Por meio de suas várias organizações e atividades, o movimento
ecuménico tem provido informação mais exata e atualizada sobre igrejas,
tem falado a favor da liberdade religiosa e dos direitos humanos, tem
combatido os males do racismo e chamado a atenção para as implicações
socioeconômicas do evangelho. Hm tudo isso, as intenções têm sido boas
e alguns dos seus írutos são aceitáveis. Contudo, no quadro total, os pro-
blemas tendem a exceder as bênçãos. Examinemos alguns deles.

Adventismo: l Jm Movimento Profético


Os adventistas crêem firmemente que a Igreja Adventista surgiu no
cenário da História em resposta ao chamado de Deus. Eles crêem, e se
espera que seja sem orgulho ou arrogância, que o movimento do adven-
to representa o instrumento divinamente designado para a proclamação
organizada do "evangelho eterno", a última mensagem de Deus, discer-
nida a partir da posição profética vantajosa cie Apocalipse 14 e 18. A lu/.
focali/ada de sua compreensão profética, a Igreja Adventista vé-se a si
mesma como o movimento "ecuménico" escatologicamente orientado
Declarações da Igreja 142

de Apocalipse. Inicia com o "chamado" dos filhos de Deus dos corpos


eclesiais "caídos" que progressivamente formarão oposição religiosa orga-
nizada contra os propósitos de Deus. Juntamente com a "saída", há um
"chamado" positivo para unirem-se a um movimento mundial (isto é,
um movimento "ecuménico") caracterizado pela "lê em Jesus" e a guar-
da dos "mandamentos de Deus" (Ap 14:12). No Concílio Mundial de
Igrejas, a ênfase é primeiramente sobre "entrar" para uma comunhão de
igrejas e então, esperançosa e gradualmente, "sair" da desunião corpora-
tiva. No movimento do advento, a ênfase é primeiramente sobre "sair" da
desunião e confusão babilónica e então imediatamente "entrar para uma
comunhão de unidade, verdade e amor dentro da família adventista que
circunda o globo.
Para compreender a atitude adventista com respeito ao ecumenismo
e outras importantes igrejas, é útil lemhrarmo-nos de que o movimen-
to adventista primitivo (caracterizado pelos mileritas) tinha aspectos
ecuménicos: surgiu em muitas igrejas. Desse modo, os adventistas vie-
ram de muitas denominações. Contudo, as igrejas em geral rejeitaram a
mensagem do advento. Com frequência, os adventistas foram expulsos
de suas igrejas. As vezes, eles levavam consigo parcelas de suas con-
gregações. As relações tornaram-se amargas. Falsos boatos foram pos-
tos em circulação, alguns dos quais infelizmente persistem ainda hoje.
Os pioneiros tinham opiniões firmes, e seus opositores não eram menos
dogmáticos. Tendiam a olhar mais para o que os separava do que para
o que os unia. Isso era compreensível. Hoje, é claro, o clima entre as
igrejas tende a ser mais benigno e conciliador.
Quais são alguns dos problemas que os adventistas têm com o
ecumenismo? Antes de tentarmos dar uma resposta sumária a essa inda-
gação, c preciso salientar que o movimento ecuménico não é monolítico
em seu pensamento. Podemos encontrar todos os tipos de opiniões em
suas fileiras (o que em si mesmo, é claro, constitui um problema). Tenta-
remos fazer referência ao que pode ser considerado o pensamento geral
dentro do Concílio Mundial de Igrejas, uma organização que atualmente
representa mais de trezentas diferentes igrejas e denominações.

A Compreensão Ecuménica de Unidade


O Novo Testamento apresenta uma unidade eclesiástica qualifica-
da baseada na verdade e caracterizada por santidade, alegria, fidelidade e
Movimento Eeumênico 143

obediência (veja Jo 17:6, 13, 17, 19, 23, 26). Os "ecumentusiastas" (para
criar uma palavra) parecem tomar como certas a unidade orgânica final e
a comunhão da grande maioria das igrejas. Enfatizam o "escândalo da di-
visão" como se esse fosse realmente- o pecado imperdoável. A apostasia e
a heresia são grandemente ignoradas. Contudo, o Novo Testamento mos-
tra a ameaça da inserção anticristã dentro do "santuário de Deus" (2Ts
2:3, 4). O quadro escalológico da igreja de Deus antes cia segunda vinda
não é o de uma mcgaigreja reunindo toda a humanidade, mas o de um
"remanescente" da cristandade, aqueles que "guardam os mandamentos
de Deus c têm o testemunho de Jesus" (veja Ap 12:17).
Há claramente um ponto no qual a heterodoxia e um estilo de vida
não cristão justificam a separação. C) Concílio Mundial de Igrejas não
enxerga este ponto. A separação e a divisão a fim de proteger e preservar
a pureza e a integridade da igreja e sua mensagem são mais desejáveis do
que a unidade em mundanismo e erro.
Além disso, os adventistas sentem-se desconfortáveis com o fato de
que os líderes do Concílio Mundial de Igrejas parecem dar pouca ênfase
à santificação c ao reavivamento pessoal. Há indicações de que alguns
vêem tal ênfase como um antiquado resíduo pictista, não um ingredien-
te vital de uma vida crista dinâmica. Preferem abafar a piedade pessoal
em favor da moralidade social. Contudo, na compreensão adventista, a
santidade pessoal é o material do qual é feita a moralidade social. Sem
cristãos genuinamente convertidos, qualquer unidade organizacional for-
mal c artificial e de pouca relevância.

A Compreensão Ecuménica de Crença


Em muitos círculos eclesiais, a tolerância c vista como uma virtu-
de ecuménica. O ideal ecuménico, sugere-se, não é dogmático em suas
crenças e é um tanto fluido em suas opiniões doutrinárias. Respeita gran-
demente as crenças dos outros, mas é menos do que rígido sobre sua
própria crença. Parece humilde c não dogmático acerca de crenças dou-
trinárias — exceto aquelas concernentes à unidade ecuménica. Está con-
vencido de que seu conhecimento é parcial. Mostrar arrogância religiosa
doutrinária é, ecumenicamente falando, especialmente pecaminoso.
Tudo isso tem um lado louvável. Humildade e mansidão são virtudes
cristãs. De fato, Pedro nos aconselha a estarmos prontos para responder
e dar a razão cia nossa fé, mas isso deve ser feito com humildade, respeito
Declarações du Igreja 144

e uma boa consciência (lPé 3:15, 16). Contudo, há nas fileiras ecuméni-
cas um perigo quase implícito de amenidade e relativização das crenças.
Todo o conceito de heresia é questionado. Ultimamente, questiona-se
até mesmo a ideia de "paganismo".
A ideia de que todas as formulações denominacionais de verdade
são relativas e estão condicionadas ao tempo, sendo portanto parciais
e inadequadas, f a/ parte de alguns pressupostos ecuménicos. Alguns
ccumenislas iriam ainda mais longe, a ponto de defender a necessidade
de síntese doutrinária, juntando várias crenças cristãs em uma espécie de
abordagem de eoquetel. Afirma-se que todas as igrejas estão desequili-
bradas c que é a tarefa do ecumenismo restaurar o equilíbrio c a harmo-
nia. Dentro da diversidade conciliadora do movimento ecuménico, pre-
sumivelmente todos, nas palavras de Frederico o Grande, "serão salvos à
sua própria maneira".
Os adventistas crêem que, sem sólidas convicções, uma igreja tem
pouco poder espiritual, l ia o perigo de que a areia movediça ecuménica
de amcnização doutrinária absorva as igrejas em morte denominacional. E
claro que é exatamente por isso que esperam os entusiastas ecuménicos.
Contudo, os adventistas acham que se deve resistir vigorosamente a lais
irresoluções doutrinárias; de outro modo, o autodesarmamento espiritual
será o resultado e uma era verdadeiramente pós-cristã viria sobre nós.

A Compreensão Ecuménica das Escrituras


Os adventistas vêem as Escrituras como a infalível revelação da von-
tade de Deus, a fonte autorizada da verdade doutrinária e o registro fide-
digno dos poderosos atos de Deus na história da salvação (veja Crenças
Fundamentais n" 1: "As Escrituras Sagradas"). Os adventistas vêem a
Bíblia como uma unidade. Para muitos líderes do Concílio Mundial de
Igrejas, a Bíblia não c normativa e dotada de autoridade em si mesma. A
ênfase é sobre a diversidade bíblica, às vexes incluindo a demitologixação
dos evangelhos. Para um grande número de ecumenistas, como é o caso
para o cristianismo liberal em geral, a inspiração não está no texto bíblico,
mas na experiência do leitor. A revelação proposicional está fora de moda;
a experiência está em voga.
As profecias apocalípticas, para eles, não têm praticamente nenhuma
runção no tempo do fim. São feitas referências pró-forma à parousia (vol-
ta de Cristo), mas não têm nenhuma implicação de urgência e exercem
Movimento Ecuménico 145

pouco impacto mensurável sobre o conceito ecuménico de missão evan-


gelística. Aqui existe o perigo de cegueira escatológica.
Os adventistas vêem o quadro bíblico de pecado e redenção dentro
da estrutura do "grande conflito" entre o bem e o mal, entre Cristo e
Satanás, entre a Palavra de Deus e as mentiras do impostor, entre o re-
manescente liei e Babilónia, entre o "selo cie Deus" e a "marca da besta".
Os adventistas são, primeiramente, o povo da Palavra. Embora cren-
do na autoridade incondicional das Escrituras, eles reconhecem que "a
Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar c
exprimir-se de Deus. Esta é a da humanidade. Deus, como escritor, não
Sc acha representado. [...] Os escritores da Bíblia foram os instrumen-
tos de Deus, não Sua pena" (Mensagens Escolhkttis, v. l, p. 21). Muitos
ecumenistas diriam que o texto bíblico não é a Palavra de Deus, mas
contém a Palavra, à medida que os homens respondem e a aceitam. Em
contraste, os adventistas diriam que as declarações dos escritores da Bí-
blia "são a Palavra de Deus ' (íbid.). Deus não Se pôs à prova, nem a Sua
Palavra, apesar da crítica das formas. E o ser humano em face da Bíblia
quem está em julgamento.

A Compreensão Kcumênica de Missão e l'",vangelismo


A compreensão tradicional de missão enfatiza o evangclismo, isto é, a
proclamação verbal do evangelho. A abordagem ecuménica vê a missão
como envolvendo o estabelecimento de shalom, uma espécie de paz e
harmonia social. Os adventistas têm problemas com qualquer tendência
que menospre/e a importância fundamental de anunciar as boas-novas
da redenção do cativeiro do pecado. De fato, o conceito tradicional de
salvação, que inclui o pensamento advcntista, tem sido sempre o de sal-
var o indivíduo do pecado c para a eternidade. O evangelismo ecumé-
nico compreende a salvação primariamente como salvar a sociedade cie
regimes opressores, dos estragos da fome, da maldição do racismo e da
exploração da injustiça.
A compreensão adventista de conversão significa que a pessoa expe-
rimenta mudanças radicais através do renascimento espiritual. A ênfase
da maioria nos círculos do Concílio Mundial de Igrejas parece ser sobre
a mudança (conversão) das estruturas injustas da sociedade.
Como vemos, na área de evangcli/ação c obra missionária estrangeira,
os frutos (ou talve/. deveríamos dizer a (alta de frutos) do ecumenismo têm
Declarações da Igreja 146

sido frequentemente menos evangelismo (conlorme o entendemos, de


Paulo a Billy Graham), menos crescimento e mais declínio no número
de membros, o envio de menos missionários c a entrada de proporcio-
nalmente menos apoio financeiro. Realmente, o esforço missionário se
deslocou das principais igrejas "ecuménicas" para os evangélicos conser-
vadores. E lamentável para o movimento missionário ver a perda de tão
grande potencial evangelístico, principalmente num tempo de estorço
islâmico cada vez mais ativo e militante e o despertamento de religiões
nativas c orientais.
A recente e bem-succdida campanha adventista chamada "Mil Dias
de Colheita foi o oposto tia abordagem ecuménica díi "missão conjun-
ta" de pouca intensidade. A última pode parecer boa em um trabalho
ecuménico de pesquisa, mas os resultados no ganho de pessoas não estão
realmente ali. A paráfrase de um antigo ditado tem aqui alguma relevân-
cia: "A prova do pudim ecuménico está na comida cvangelística."

A Compreensão Ecuménica da Responsabilidade Soeiopolítica


Reconhecidamente, todo o assunto da responsabilidade social e polí-
tica cristã é complicado. C) Concílio Mundial de Igrejas e outros concí-
lios cie igrejas (como o Concílio Nacional de Igrejas dos Listados Unidos)
estão pesadamente envolvidos no que é visto costumeiramente como
questões políticas. A Igreja Adventista c muito mais circunspecta nesta
área (em comparação com o evangelismo, onde as posições se invertem).
Muito do pensamento ecuménico na área da responsabilidade política
inclui ou envolve: (1) a seculari/ação da salvação; (2) um ponto de vista
pós-mileniat defendendo o aprimoramcnto político gradual e a melhoria
social da humanidade c o estabelecimento por meio do estorço humano,
como agentes divinos, do Reino de l )cus na Terra; (3) a adaptação do cris-
tianismo ao mundo moderno; (4) uma lê utópica evolucionaste cm pro-
gresso; e (5) o coletivismo socialista, favorecendo algumas formas de igua-
litarismo e o bem-estar dos cidadãos, mas não o materialismo comunista.
Presumivelmente, os ativistas ecuménicos consideram o adventismo
uma visão apocalíptica utópica, mas isso é errado. Defrontando-se com
os muitos problemas da sociedade, os adventistas não podem ser apáticos
ou indiferentes, e geralmente não são. Evidências: amplas instituições
de saúde, hospitais e clínicas, servindo milhões de pessoas por ano; um
vasto sistema educacional que circunda o globo com quase cinco mil
Movimento Kcnmênico 147

escolas; a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assisten-


ciais (Adra), um serviço da igreja rapidamente se expandindo pelo mundo
em áreas ti c necessidade crónica e aguda. Várias outras atividades assis-
tenciais poderiam ser mencionadas.
A Igreja Adventista crê que é necessário distinguir entre atividade
sociopolítica de cristãos individuais como cidadãos c envolvimento cm
nível de igreja como uma coqxtração. H tareia cia igreja lidar com princí-
pios morais e apontar a direção bfblicu. não delender diretrizes políticas.
O Concílio Mundial de Igrejas às ve/es tem se envolvido com atividades
do poder político. Embora o adventismo semeie sementes que inevitavel-
mente influenciarão a sociedade e a política, não deseja ser enredado em
controvérsias políticas. O Senhor da igreja declarou: "O Meu reino não
é deste mundo" (Jo 18:36). À semelhança de seu Senhor, a igreja quer
andar "fazendo o bem" (At 10:38). Ela não deseja dirigir o governo, direta
ou indiretamcnte.

A Compreensão lícuniênica de Liberdade Religiosa


Nos primeiros anos do Concílio Mundial de Igrejas, iniciando com sua
primeira assembleia em Amstertlã, em 1948, a liberdade religiosa foi colo-
cada na agenda ecuménica. A liberdade religiosa foi vista como um pré-re-
quisito vital para a unidade ecuménica. Em 1968, um secretariado de li-
berdade religiosa foi estabelecido na sede do Concílio Mundial de Igrejas.
Todavia, em anos mais recentes, a postura do Concílio Mundial de Igre-
jas quanto à liberdade religiosa tem sido um tanto ambígua. Em 1978, o
secretariado foi encerrado, principalmente pelo que era visto como uma
falia de fundos. Naturalmente, isso fala por si mesmo sobre a prioridade
dada à liberdade religiosa no movimento ecuménico organizado.
Hoje, a tendência ecuménica é ver a liberdade como simplesmente
um dos direitos humanos em vez do direito fundamental que envolve
todos os outros direitos humanos. Esta, c elaro, é a abordagem usada
pela mentalidade secular. Os secularistas ou humanistas se recusam a
reconhecer a crença religiosa como algo à parte ou acima cias outras ati-
vidades humanas. Existe o perigo de que a liberdade religiosa perca seu
caráter singular que faz dela a guardiã de todas as verdadeiras liberdades.
Não se deve esquecer que, historicamente, o equilíbrio de poderes e o
denominacionalismo é que têm neutralizado a intolerância c trabalhado
em prol da liberdade religiosa. A unidade religiosa lormal leni existido
Declarações da Igreja 148

apenas pela torça. Há na sociedade, portanto, uma tensão inata entre


unidade e liberdade religiosa. De fato, o quadro escatológico dos eventos
finais é um quadro vivo dramático de perseguição religiosa, quando as
poderosas forças da Babilónia apocalíptica tentam forçar a igreja rema-
nescente a se conformar a um molcle de apostasia unificada.
Finalmente, a perspectiva de liberdade religiosa torna-se cada vez
mais sombria quando se percebe que certos ativistas ecuménicos aceitam
muito facilmente restrições à liberdade religiosa que afetam os crentes de
uma expressão religiosa e política diferente, que exerce o que se percebe
ser uma postura social negativa. Alem disso, alguns líderes ecuménicos
estão muito dispostos, em situações revolucionárias, a ver a liberdade
religiosa sofrendo interferência e sendo temporariamente cancelada, a
fim de promover a unidade, a construção do país e o "bem" da sociedade
como um todo.

A Influência da Compreensão Profética


O que temos escrito até aqui realça algumas das reservas que os ad-
ventistas têm com respeito ao envolvimento no movimento ecuménico
organizado. A atitude geral da Igreja Atlventista para com outras igrejas
e o movimento ecuménico é decisivamente influenciada pelas conside-
rações já citadas e determinada pela compreensão profética. Olhando
para trás, os adventistas vêem séculos de perseguição e manifestações
anticristãs do poder papal. Vêem discriminação e muita intolerância
pelo Estado ou por igrejas estabelecidas. Olhando adiante, divisam o
perigo de que o catolicismo e o protestantismo se cleem as mãos e exer-
çam poder religioso e político de uma maneira tirânica e potencialmen-
te perseguidora. Vêem a fiel igreja de Deus não como uma igreja colos-
sal, mas como um remanescente. Vêem a si mesmos como o núcleo
dc-su- ivm.iiK-scente c não estando dispostos a se unir com a crescente
apostasia cristã dos últimos dias.
Olhando para o presente, os adventistas divisam sua tarefa como a
de pregar o evangelho eterno a todas as pessoas, convidando-as para
a adoração do Criador e obediente aderência à fé de Jesus e proclaman-
do que é chegada a hora do juízo. Alguns aspectos dessa mensagem não
são populares. Como podem os adventistas ser mais bem-sucedidos
no cumprimento da ordem profética? Nossa opinião é que a Igreja Ad-
ventista pode realizar melhor a missão divina conservando sua própria
Movimento Ecuménico 149

identidade, sua própria motivação, seu próprio senso de urgência, seus


próprios métodos de trabalho.

Cooperação Kcumênica?
Devem os adventistas cooperar ecumenicamente? Os adventistas
devem cooperar à medida que o evangelho autêntico é proclamado e
as gritantes necessidades humanas estão sendo satisfeitas. A Igreja Ad-
ventista não quer nenhum envolvimento quanto a tornar-se membro do
movimento e recusa quaisquer relações comprometedoras que tendam
a enfraquecer o seu testemunho inconfundível. Contudo, os adventis-
tas desejam ser "cooperadores conscientes". O movimento ecuménico,
como uma agência de cooperação, tem aspectos aceitáveis; como agên-
cia para a unidade orgânica das igrejas, é muito mais suspeito.

Relações com Outros Organismos Religiosos


Em 1926, muito antes cie estar em voga o ecumenismo, a Co-
missão Administrativa da Associação Geral adotou uma importante
declaração que agora é parte do General Conference WorJàng Policy
(Livro de Regulamentos da Associação Geral; O 75). Essa declaração
tem significativas implicações ecuménicas. A declaração tinha em
vista o campo missionário e as relações com outras "sociedades mis-
sionárias". Contudo, a declaração foi agora ampliada, a fim de tratar
de outras "organizações religiosas" em geral. Ela afirma que os ad-
ventistas "reconhecem todas as agências que exaltam a Cristo diante
dos homens como uma parte do plano divino para a evangelização do
mundo, e [...] têm em alta estima os homens e mulheres cristãos de
outras denominações que estão empenhados em conduzir pessoas
a Cristo". No trato da igreja com outras igrejas, "a cortesia cristã, a
amizade e a justiça devem prevalecer". Algumas sugestões práticas
são dadas a fim de evitar desavenças e ocasiões para atrito. A declara-
ção deixa claro, porém, que o "povo advcntista" recebeu a "responsa-
bilidade' especial de enfati/.ar a segunda vinda como um evento que
está "mesmo às portas", preparando "o caminho do Senhor conforme
revelado nas Sagradas Escrituras". Portanto, essa "comissão" divina
torna impossível que os adventistas restrinjam seu testemunho a "al-
guma área limitada" e os impele a chamar a "atenção de todas as
pessoas em toda parte" para o evangelho.
Declarações da Igreja 150

Km 1980, a Associação Geral estabeleceu um Conselho sobre Rela-


ções entre as Igrejas, a fim de oferecer supervisão e orientação geral sobre
as relações com outros organismos religiosos. Esse conselho tem, de vez
em quando, autorizado conversações com outras organizações religiosas
quando sente que isso pode ser proveitoso.
Os líderes advcntistas devem ser conhecidos como construtores de
pontes. Isso não é uma tarefa fácil. E muito mais simples explodir as
pontes eclesiásticas c atuar como "comandos cristãos irresponsáveis.
Disse Ellen White: "Muita sabedoria é necessária para atingir pastores
e homens de influência" (Ewngelisma, p. 562). Os adventistas não fo-
ram chamados para viver em um gueto murado, conversando somente
consigo mesmos, publicando principalmente para si mesmos, mostran-
do um espírito sectário de isolamento. Lí claro que é mais confortável e
seguro viver em uma fortaleza advcntista, com todas as pontes giratórias
da comunicação removidas. Nesse ambiente alguém se aventura de vez
em quando a ir à vizinhança para uma rápida campanha evangelística,
capturando o maior número possível de "prisioneiros" e então desapare-
cendo com eles de volta para a fortaleza. Hllen While não acredita\,i I K I
mentalidade isolacionista: "Nossos pastores devem tentar se aproximar
dos pastores de outras denominações. Devem orar por esses homens e
com eles, por quem Cristo está fazendo intercessão. Pesa sobre eles sole-
ne responsabilidade" ('lesteinunhos Pura a igreja, v. 6, p. 78).

A Utilidade da Posição de Observador


A experiência tem ensinado que o melhor relacionamento com os
vários concílios de igreja (regional, nacional, mundial) é a condição
de observador-consultor. Isso ajuda a igreja a manter-se informada e a
compreender as tendências e a marcha dos acontecimentos. Ajuda
a conhecer os pensadores e líderes cristãos. Provê aos adventistas a
oportunidade de marcar presença c tornar conhecido o ponto de vista
da igreja. A condição de membro não é aconselhável. As organizações
ecuménicas costumeiramente não são "neutras". Com frequência,
têm objetívos e planos de ação muito específicos e desempenham
papéis de defesa sociopolítica. Haveria pouco proveito em ser um
membro indiferente (na melhor das hipóteses) ou um membro no-
minal (como são muitas igrcjas-mcmbros) ou estar em frequente
oposição {como inevitavelmente seria o caso).
Movimento Ecuménico 151

Em níveis locais, lidando com problemas mais práticos e menos


teológicos, alguém poderia imaginar situações em que os adventistas
poderiam pertencer a alguma dessas organi/ações, porém com cau-
tela. Estamos pensando em associações ministeriais/fraternais, orga-
ni/ações da igreja local, grupos de estudo da Bíblia, grupos ou redes
específicas para examinar as necessidades da comunidade e ajudar a
resolver os problemas locais. Os adventistas não devem ser percebidos
como simplesmente eximindo-se de qualquer responsabilidade cristã
pela comunidade local.
Em anos recentes, líderes e teólogos adventistas têm tido oportuni-
dades para diálogo com representantes de outras igrejas. Essas expe-
riências têm sido benéficas. Tem sido engendrado o respeito mútuo.
Estereótipos gastos e percepções doutrinárias inexatas e falsas têm
sido removidos. Preconceitos têm sido sepultados sem cerimónia. As
ferramentas e compreensòes teológicas têm sido afiadas. Novas di-
mensões têm sido reconhecidas c novas perspectivas de esforço mis-
sionário têm sido reveladas. Acima de tudo, porem, a fé na mensa-
gem do advento tem sido realçada. Não há nenhum motivo para que
os adventistas tenham complexo de inferioridade. É um maravilhoso
privilégio ser um adventista do sétimo dia e saber que o fundamento
teológico e organizacional da igreja está firme e seguro.

Arautos do Verdadeiro Oikomnene


Os adventistas são arautos do único oikoumene verdadeiro e du-
radouro. Em Hebreus 2:5, é feita referência ao "mundo |em grego,
oikoumeiie] futuro", o vindouro reino universal de Deus. Em última
análise, é esse o "ecumenismo" pelo qual os adventistas estão traba-
lhando. Todos os outros movimentos ecuménicos são efémeros. En-
quanto isso, é dever cristão concentrar-se na completa consagração a
Cristo, em um só coração.

Este documento de estudo apareceu pvi.i primeir.i vê/ em Panem For 1'rogre^. lhe !!'>!<'
aiitl FunctiotiufC.hurch Orguniztition (Heviewand Hi-rald, 1985), de Walier líaymond Beachc
líi-rt líevcrly lieacli; foi preparado por Hert B. Beachc divulgado em i.mie\ão mm ;i assembleia
da Assoeiação (ieral reali/ada t-m i\m;i Orleans. Louisiana. em j u n ho de 1985.
RELAÇÕES COM OUTRAS
IGREJAS CRISTÃS

A fim de evitar mal-entendidos ou atritos em nossas relações com


outras igrejas e organi/ações religiosas cristãs, apresentamos as seguin-
tes diretrizes:
1. Reconhecemos aquelas agências que exaltam a Cristo diante das
pessoas como parte do plano divino para a evangelização do mundo e
temos em alta estima os homens e mulheres cristãos de outras deno-
minações que estão empenhados cm conduzir pessoas u Cristo.
2. Quando a obra fora de nossa divisão nos põe em contato com
outras sociedades e organismos religiosos cristãos, o espírito de corte-
sia cristã, franqueza c justiça devem prevalecer em todas as ocasiões.
3. Reconhecemos que a verdadeira religião baseia-se na consci-
ência e na convicção. Portanto, deve ser nosso constante propósito
que nenhum interesse egoísta ou vantagem temporal atraia qualquer
pessoa para nossa comunhão e que nenhum vínculo retenha qualquer
membro a não ser a convicção de que, desse modo, é encontrada a
verdadeira comunhão com Cristo. Se a mudança de convicção levar
um membro de nossa igreja a não se sentir mais em harmonia com a fé
e a prática adventistas, reconhecemos não somente o seu direito, mas
também a sua responsabilidade de mudar, sem opróbrio, sua filiação
religiosa, conforme suas crenças. Esperamos que outros organismos
religiosos atuem no mesmo espírito de liberdade religiosa.
4. Antes de admitir membros de outras organizações religiosas
como membros de nossa igreja, deve ser exercido cuidado para veri-
ficar se os candidatos são movidos a mudar sua filiação religiosa por
convicção religiosa em consideração à sua relação pessoal com Deus.
5. Uma pessoa sob censura de outra organização religiosa por trans-
gressão claramente confirmada dos princípios morais ou do caráter
cristão não será considerada candidata aceitável para ser membro da
Igreja Adventista até que haja evidência de arrependimento e reforma.
6. A Igreja Advenlista não pode limitar sua missão a áreas geográ-
ficas restritas, devido à sua compreensão do mandato da comissão
evangélica. Na providencia de Deus e no desenvolvimento de Sua
Relações com Outms Igrejas Cristãs ] 53

obra em pró! da humanidade, organismos dcnominacionais e mo-


vimentos religiosos têm surgido de vê/ em quando para dar ênfase
espeeial a diferentes fases da verdade do evangelho. Na origem c
surgimento do povo adventista, rói posta sobre nós a responsabili-
dade de enfatizar o evangelho da segunda vinda de Cristo eomo um
acontecimento iminente. Isso requer a proclamação das verdades
bíblicas no contexto da mensagem especial de preparação conforme
descrita na profecia bíblica, principalmente em Apocalipse 14:6-14.
Esta mensagem comissiona a pregação do "evangelho eterno [...] a
cada nação, e tribo, e língua, c povo" (Ap 14:6), chamando para ela
a atenção de todas as pessoas, em toda parte. Qualquer restrição que
limite o testemunho a áreas geográficas específicas se torna, portan-
to, uma redução da comissão evangélica. A Igreja Adventista também
reconhece o direito cie outras crenças religiosas operarem sem restri-
ções geográficas.

Kste é o texto do regulamento n" O 75 du Livro de Regulamentos d;t Associação Cerni.


A RELAÇÃO ENIUE IGREJA
E ESTADO

Introdução
Deus é amor. Seu governo universal é baseado na obediência voluntária
por parte de Sua criação. Essa obediência é despertada por Sua benevolên-
cia magnífica1. Somente uma fé que repousa no coração humamr c apenas
ações motivadas por amor* são aceitáveis a Deus. O amor, no entanto, não
está sujeito à regulamentação civil. Não pode ser despertado por decreto
nem sustentado por estatuto. Portanto, todos os esforços para legislar sobre
a fé estão, pela própria natureza, em oposição aos princípios da verdadeira
religião e, consequentemente, em oposição à vontade divina, 4
Deus colocou nossos primeiros pais na Terra com habilidade para
escolher entre o bem e o mal.5 As gerações subsequentes, nascidas no
mundo, têm recebido uma opção similar. Essa liberdade para escolher,
concedida por Deus, não deve ser infringida pelo ser humano.
A relação apropriada entre religião e estado foi mais bem exempli-
ficada na vida de nosso Salvador e exemplo, Jesus Cristo. Como parte
da divindade, Jesus exerceu autoridade inigualável na Terra. Ele tinha
insight divino,'' poder divino 7 e um caráter santo." Se alguém na história
do mundo teve o direito de forçar outros a adorar como Ele ditasse, esse
alguém era Jesus Cristo. Mas Jesus jamais usou a força para fa/er avançar
0 evangelho.'' Os seguidores de Cristo devem imitar Seu exemplo.
A Igreja Adventista tem procurado, desde seu início, seguir o exemplo
de Cristo ao advogar a liberdade de consciência como parte integral de
sua missão evangélica. À medida que o papel tia igreja na sociedade se
expande, é apropriado declarar os princípios que guiam nossa igreja em
sua extensão mundial nos contatos com os governos das regiões nas quais
operamos.

1 jbcrdade de Consciência
No centro da mensagem adventista, está nossa crença permanente
de que a liberdade de consciência precisa ser garantida a todos. A liber-
dade de consciência inclui liberdade para crer e praticar livremente a fé
religiosa escolhida, liberdade para não crer ou praticar uma fé religiosa,
A Relação Entre Igreja e Estado 155

liberdade para trocar de fé e liberdade para estabelecer e operar institui-


ções religiosas de acordo com crenças religiosas. Estamos determinados
a trabalhar pelo progresso da proteção legal e política da liberdade reli-
giosa e em favor do apoio à interpretação geral dos acordos nacionais e
internacionais que garantem a proteção dessa liberdade."1
Como cristãos, os adventistas reconhecem o papel legítimo dos go-
vernos organizados na sociedade.11 Apoiamos o direito do estado de le-
gislar nas questões seculares e apoiamos o consentimento com tais leis.12
Quando nos deparamos com uma situação em que a lei terrena condita
com os ordenamentos bíblicos, no entanto, concordamos com a deter-
minação bíblica de que temos que obedecer a Deus em vê?, de prestar
obediência ao ser humano. 11
A dedicação dos adventistas ã liberdade de consciência fa/ a igreja
reconhecer que há limites para essa liberdade. A liberdade religiosa só
pode existir no contexto da proteção dos direitos legítimos e equivalentes
de outros na sociedade. Quando a sociedade tiver um interesse urgente,
tal como a proteção de seus cidadãos de um mal iminente, ela poderá
limitar legitimamente práticas religiosas. Porem, tais limitações devem
restringir o menos possível a prática religiosa e ainda buscar a defesa
daqueles que estejam em perigo por causa dela. Por outro lado, a limi-
tação da liberdade de consciência para proteger a sociedade de ofensas
ou danos intangíveis, de perigos hipotéticos ou para impor conformidade
religiosa e social por meio de medidas como leis dominicais, entre outras
observâncias religiosas tornadas obrigatórias pelo Estado, não são limita-
ções legítimas da liberdade.
Os adventistas são conclamados a defender o princípio da liberdade
de consciência para todos. Em conexão com o amor ao próximo,14 deve-
mos estar prontos para trabalhar em favor de grupos cuja liberdade de
consciência é inapropriadamente infringida pelo Estado. Tal obra pode
resultar em perda pessoal ou coletiva. Esse preço é o que devemos estar
dispostos a pagar para seguir nosso Salvador, que Se expressava regular-
mente em benefício dos desfavorecidos.1"1

Participação no Governo
A Igreja Adventista é consciente da longa história de envolvimento do
povo de Deus nas questões civis. José exerceu o poder civil no Egito."' Si-
milarmente, Daniel alcançou o topo do poder civil em Babilónia, e aquela
Declarações da Igreja 156

nação foi beneficiada por isso.17 Na história de nossa igreja, os adventistas


têm se unido a outras organi/ações religiosas e seculares com o objeti-
vo de exercer influência sobre autoridades civis para a defesa de causas
como a abolição da escravatura e a aprovação de avanços na liberdade
religiosa. No entanto, a influência religiosa nem sempre tem resultado
em desenvolvimento social. Perseguição religiosa, guerras religiosas e os
exemplos numerosos de supressão de direitos sociais e políticos sob in-
fluência de pessoas religiosas confirmam os perigos que existem quando
os recursos do Estado são usados para promover os objetivos religiosos.
O crescimento da Igreja Adventista tem resultado em um crescimen-
to correspondente em sua habilidade de exercer influência política em
algumas áreas do mundo. Essa influência política não c em si mesma
problemática. De fato, adventislas podem apropriadamente desejar servir
à sociedade em posições de liderança civil. 18 Entretanto, devemos per-
manecer sempre alentos aos perigos associados à influência religiosa em
assuntos civis c evitar terminantemente tais perigos.
Quando os adventistas se tornam líderes ou exercem influência na so-
ciedade ern geral, isso deve ser feito de maneara coerente com a regra áu-
rea. l>( Devemos, portanto, trabalhar para estabelecer uma liberdade reli-
giosa robusta para todos. Não devemos usar nossa influência com líderes
políticos c civis para promover nossa te ou inibir outras manifestações de
fc. Os adventistas devem assumir responsabilidades civis com seriedade.
Devemos participar nos processos eleitorais quando for possível ta/ê-lo
com a consciência traquila jl) e devemos participar na responsabilidade de
construir nossas comunidades. Os adventistas não devem, no entanto,
preocupar- se com a política, ou utili/ar o púlpito ou as publicações de-
nominacionais para promover teorias políticas.'1
Os adventistas que são líderes cívicos devem se empenhar para apoiar
e promover os padrões mais elevados de comportamento cristão. À seme-
lhança do que fez com Daniel, no passado, Deus hoje os conduzirá, e sua
fidelidade a Ele será uma inspiração para sua comunidade.

Representação Perante Governos e Entidades Internacionais


Através da história do povo de Deus, o Senhor achou apropriado de-
legiir pessoas para representar Sua mensagem diante dos governantes
do momento. Abraão," Josér' e Moisés2"1 — todos lidaram clirctamente
com o Faraó de seu tempo. A presença de Ester na corte do rei Assuero
A Relação Entre Igreja e l .si,ido 157

resultou no fato de o povo de Deus ter sido salvo da destruição.2S Daniel


exerceu seu papel primeiramente no império babilónico2'1 e, mais tarde,
diante de Ciro, o persa; e Dario, o medo,3 Paulo levou o evangelho à clas-
se governante do Império Romano.JH Similarmente, muitos dos grandes
reformadores se apresentaram perante os governantes de seu tempo para
advogar sua posição. Portanto, em nossos dias, seremos negligentes se não
nos empenharmos em representar Cristo diante dos líderes deste mundo.
Desse modo, os adventistas são chamados para ser uma voz cm defesa
da liberdade de consciência no mundo.24 Parte dessa missão tem a ver
com o estabelecimento de relações com os governos civis.Í0 Para que isso
aconteça, a Igreja Adventista escolhe representantes para atuar junto aos
governos e entidades internacionais que têm influência na protecão da
liberdade religiosa. Essa atividade deve ser vista como essencial para nossa
missão evangélica e deve receber os recursos necessários para garantir que
nossa representação seja exercida no mais elevado nível.

Expectativas em Relação aos Governos


Os governos são estabelecidos para atender às necessidades dos go-
vernados. Dessa maneira, devem assegurar a protecão dos direitos huma-
nos fundamentais da população, incluindo a liberdade de consciência.
O Estado também deve se empenhar cm garantir a ordem pública, a
saúde pública, um ambiente limpo e uma atmosfera que não iniba in-
devidamente a habilidade de seus cidadãos de criar Uimtlias e explorar
livremente as qualidades inerentes à sua condição humana. Ha/ parte da
responsabilidade do Estado empenhar-se para eliminar a discriminação
baseada cm raça, etnia, classe social, religião, orientação política e sexo,
bem como garantir a seus residentes acesso em iguais condições a um
judiciário imparcial. Os Estados têm a responsabilidade de não somente
proteger todos aqueles que moram dentro de suas fronteiras, mas tam-
bém atuar na protecão dos direitos humanos na comunidade internacio-
nal e prover um abrigo àqueles que fogem de perseguição.

Recebimento de Fundos do Governo


Os adventistas têm debatido por um longo tempo sobre a possibilida-
de de a igreja c suas instituições aceitarem fundos governamentais. Por
um lado, a igreja tem ensinado que o Senhor toca o coração daqueles
que estão no poder civil e que a igreja não deveria estabelecer barreiras
Declarações da Igreja 158

que eliminem a assistência para o avanço de Sua causa.*1 Por outro lado,
a igreja tem advertido contra a união entre igreja e estado/2
Portiinto, quando as leis de uma nação sancionam a assistência gover-
namental às igrejas c às suas instituições, nossos princípios nos permitem
receber os fundos, desde que não impliquem em condições que inibam
nossa habilidade de praticar e promover livremente nossa fé, contratar
somente advcntístas, manler liderança formada somente por adventislas
e observar os princípios expressos na Bíblia e nos escritos de Ellen G.
VVhite, de modo a não comprometê-los. Além disso, para evitar uma união
entre igreja e estado, os fundos do governo não devem ser aceitos para
pagar atividades religiosas tais como cultos, cvangelismo c publicação de
textos religiosos, ou para os salários daqueles que atuam na administração
da igreja ou no ministério evangélico, exceto para a provisão de serviços
espirituais àqueles cuja vida seja totalmente' regulada pelo Estado, já que
oferecer tal assistência é impraticável sem o envolvimento do Estado."
Em instâncias em que aceitar fundos do governo não viola os prin-
cípios existentes, o recebimento de tais fundos deve ser objeto de uma
cuidadosa consideração. O contínuo recebimento de lundos do governo,
em vez de contribuições financeiras isoladas, apresenta um perigo par-
ticular. É virtualmente impossível para as instituições não se tornarem,
pelo menos parcialmente, dependentes dos fluxos contínuos de fundos
governamentais. Taís fundos do governo geralmente são acompanhados
de regulamentações governamentais. Ainda que esses regulamentos pos-
sam não violar princípios cristãos, quando o dinheiro é recebido inicial-
mente, eles estão sujeitos à mudança. Caso um regulamento que rege o
recebimento de íundos do governo mude e passe a requerer o abandono
dos princípios de nossas instituições conforme descritos na Bíblia e nos
escritos de Ellen G. White, tais fundos sistemáticos do governo devem
ser recusados, mesmo que, como resultado, a instituição tenha que ser
fechada, vendida ou reestruturada significativamente.
Ao receberem fundos do governo, os adventislas devem lidar com eles
com a mais apurada integridade. Isso inclui conformidade estrita aos re-
gulamentos que se aplicam aos fundos c LISO cie padrões de contabilidade
rigorosos. Se não existirem procedimentos para assegurar tal conformida-
de, os lundos devem ser recusados.
Em algumas circunstâncias excepcionais, advcntistas só podem es-
tabelecer presença em um país se operarem programas controlados pelo
A Relação Entre Igreja c Estado 159

governo, com a proibição cie um testemunho aberto. Muita oração e re-


flexão devem ser exercidas em favor de quem partieipa de tais programas.
Devemos eonsidcrar se a participação ajuda o governo a manter suas po-
líticas restritivas, se ela associa o nome da igreja ao governo coercivo e se
proverá oportunidade, tanto a curto como a longo prazo, de promover o
evangelho, incluindo as três mensagens angélicas'4 no país em questão.
Devemos sistematicamente evitar associar o nome de Cristo a regimes
que oprimem e brutalizam sua população.

Conclusão
Deus colocou cada pessoa na Terra com a capacidade de distinguir
entre o certo e o errado, sob a orientação do Espírito Santo e de acor-
do com Sua Palavra. Esta declaração, portanto, não pretende tomar o
lugar do conselho divino, nem foi desenvolvida para ser uma interpre-
tação autoritária dele. Em vez disso, a declaração serve para expressar
a compreensão da Igreja Advcntista neste momento.
A maneira pela qual os adventistas conduzem as relações entre
igreja e estado tem um impacto significativo em sua atuação mundial.
Devemos, portanto, abordar esse tema com muita reflexão e oração.
Aluando sob a influência do Espírito Santo, os adventistas continua-
rão a defender o princípio bíblico da liberdade de consciência.
1. "Deus deseja de Iodas as Suas criaturas o serviço de amor. serviço que brolc de uma aprecia-
ção de Seu caráter Kle não tem pra/er na obediência forcada; e a Iodos concede \oniadc livre, para
que Lhe possam prestar serviço voluntário" (Etien C. VVhite.ftrfríoTCasc 1'njft-itis, p. 34).
2. Ezt-quiel 36:26.
3. l Corínlios l í.
4. O exemplo do anlijyi Israel, sob o governo teocrátieo, às ve/es é usado para justificar estói-
cos .tiu.iis [i.ini se legislar sobre questões religiosas, i.iis justificativas aplicam o precedente bíblico
de maneira errada. Por um período relativamente curió da história da Terra, Deus usou métodos
particulares para preservar Sua mensagem no mundo. Ksses métodos eram baseados numa aliança
mutuamente estabelecida entre Deus e uma lamilia que cresceu para tornar-se uma nação ickiii-
\.mii'nli- peijLiciu. Durante esse período. Deus governou dirctamcntc de uma maneira que Ele não
escolheu mais la/ê-lo. A experiência de governo diretn de l Vi is, tom base em uma ali.inça iirmada
mutuamente, apesar de ser de inestimável imnori.iiiaa para nossa compreensão sobre o Senhor, não
r diirLimeiile aplicável a como as nações modernas devem ser governadas. Pelo contrário, o exemplo
mais aplicável de relacionamento entre torcia <• esiadoé o provido por Jesus Cristo.
5. (iênesis i.
6. Ver, por exemplo. João 4:17-19.
7. Ver, por exemplo. João 11.
8. l João 2: l.
9. Rem pelo contrário, Jesus explicitamente declarou qm- o Seu reino não c desle mundo e.
portanto. Seus servos não foram comissionados a exercer o poder através da torça (João I8;36).
10. \cr, por eu-mplo. a Declaração Universal de Direitos Humanos das Nações Unidas, artigo
l S; a Convenção Americana de Direitos Humanos, artigo 12; a Carta Africana de Direitos l Itimanos
e dos Povos, artigo 8; a Convenção Europeia para a Protceão dos Direitos do l tomem e Liberdades
Fundamentais, artigo 9-, a Constituição da República da Ai rica do Sul, artigo I S ; a Constituição da
Declarações da Igreja 160
•> »
República Federativa do Brasil, artigo 5; a Constituição ila República da Coreia do Sul, artigo _?(),
a ( '(instituição da Comunidade da Austrália, artigo ! 16; a Constituição da índia, artigos 25-28; a
Constituição dos Estados Unidos da América. Primeira limenda.
U. l Pedro 2:1.í-17.
12. Romanos 13.
13. Atos 5:29; "O povo de Deus deve reconhecer o governo humano como unia instituição
divina, de modo que ensinará obediência às autoridades como sendo um sagrado dever, cm sua legí-
tima cslera. f nlrclanlo, quando as suas pretensões entram cm conflito com os reclamos de Deus. a
palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda e qualquer legislação humana.
C) 'assim di/ o Senhor' não pode ser |x>slo de Lido, ou trocado por um 'assim di/ a igreja ou o t-stado'.
A corou de Cristo deve ser erguida acima dos diademas de potestades terrestres" 11 .Ilen C. White,
Testemunhas I'urn n Igreja, v. 6, p. 402),
14. Mateus 22:39.
15. Ver, por exemplo, Lucas 4; 18; Mateus 5:1-12; Lucas 10:30-37.
16. Génesis 41:40-57.
17. Daniel 6:3.
18. "fendes pensamentos i|Uc não ousais exprimir, de poderdes um dia alcançar as alturas da
grande/a intelectual; de poderdes assentar-vos em conselhos deliberativos e legislativos, coopcrandi i
na elaboração de leis para a nação: \ada há de errado nessas aspirações. 1'odeis, cada um de vós,
estabelecer um alvo. Não vos deveis contentar com reali/aeões mesquinhas. Aspirai à altura, e não
vos poupeis trabalhos para alcançá-la " (lillen C. White, Fundamentos da EducaçOoí YiM<i. p, H2).
19. "llido quanto, pois. quereis que os homens vos laçam, assim fa/.ei-o vós tam!>ém a eles"
(Mateus 7:12).
20. Os adventistas devem votar, mas de\em ta/é-lo em oração. Ver lillen C. White, MenSBfffns
/ M <-//iKÍ<i5, v. 2. p. 337 (admoestando advcnlistas a volar), EDenG. White, Fundamentos da Educa-
ção Cristã, p, 475 (não é seguro votar em partidos políticos); c Ellen G, While, /ÍICH/ÍJS F/wois, p. 127
(os advciilisias se lornam participantes dos pecados dos políticos se eles ajudam a eleger candidatos
que não apoiam a liberdade religiosa),
21. lillcn G. While, Ftatdamgntasda Educação Cristã, p. 475.
22. Génesis 12:15-20.
23. Génesis 41.
24. Êxodo 4-12.
25. Ester 8,
26. Daniel 3-5.
27. Daniel 1:21.5:31-6:28.
28. Atos 23-26.
29. "Não estamos cumprindo a \ontade di1 Deus se nos deixarmos ficar em quietude, naila ta/en-
do para preservar, i liliordade de consciência" ( l - Ilen (!. White. li"tíí>ninnliti\ l'/mu Igreja ,vn\. 5, p. 714).
30. "Reis, governadores e parlamentos devem chegar ao conheci mento da verdade através do
seu testemunho, lissa é a única fornia de o testemunho da lu/ e da verdade alcançar as autoridades"
(lillen Ci, While. nViw-ir «,ul l icrald, l 5 de abril de ItWOl.
3 L "Enquanto estivermos neste mundo, e o Kspíritode Deus Se estiver esforçando com o mun-
do, lanto devemos receber como prestar lavores. Devemos darão mundo a lu/da verdade segundo
ê apresentada nas Escrituras Sa^r-aLis. e do mundo devemos receber aquilo que Deus os move ,i
t.i/er ,i taviir de Sua tau-.,i. < l Senhor ainda toca no coração dos reis e governadores em lavor de Seu
povo, e compele aos que esl.io tão profundamente interessados na questão da liberdade religiosa não
dispensai quaisquer favores ou e^imir-se do auxílio que Deus tem movido os homens a dar para o
ax.in^u de Sua causa" (l.llen G. White, li^tciiiiiiiliii'. l\nn VliimlrrA. p, 197-203).
32. "A união da igreja com o estado, não importa quão fraca possa ser, conquanto pareç.i levar i>
mundo m, as perlo da igreja, não leva, em realidade, senão a igreja para mais perlo do mundo" 11,Ilen
G. While, O Craiu/í' Conflito, \>. 297).
33. Essa categoria inclui capelães retidos jwlo estado para prover serviços espirituais àqueles
que servem ao exército, aos que estão encarcerados, aos que estão em hospitais públicos e cuja vida
cM.i também restrita às instituições públicas ou reguladas pelo estado,
34. Apocalipse 14:6-12.

! SK documento foi adotado pelo Council of Interchurch/lnterfaitli líclations da Associação


Geral dos Advelitistas, em março de 2002, O documento está sendo usado pelo Depariamnilii de
líelaç(~)cs Públicas e l .iberdade lieligiosa da Igreja,
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
E DIFAMAÇÃO DA RELIGIÃO

Um aspecto distintivo do ser humano é a habilidade dada por


Deus de comunicar-Se por meio da laia, dos símbolos c da palavra
escrita. Em nenhum outro aspecto essa capacidade c expressa de
forma mais singular do que no âmbito da fé. A comunicação relacio-
nada com as crenças religiosas é fundamental para nossa habilidade
de distinguir o significado c propósito da vida, discutir os valores e
guiar nossas ações, e compartilhar experiências enquanto buscamos
conhecimento mais profundo sobre Deus.
A Igreja Adventista apoia firmemente a liberdade de expressão, no
geral, e a liberdade de expressão religiosa, em particular. Apesar de a
liberdade de expressão ser garantida pelo Artigo 19 da Declaração Uni-
versal dos Direitos Humanos, persistem os esforços para limitar a ex-
pressão, tanto em nível nacional como nas Nações Unidas. Em ambos
os contextos, o objctivo tem sido limitar a expressão que ofenda as cren-
ças religiosas do ouvinte. Os adventistas reafirmam sua sensibilidade e
respeito em relação a toda forma de comunicação. Portanto, nos preo-
cupa qualquer expressão designada a ofender sensibilidades religiosas.
No entanto, acreditamos que ceder o direito ao Estado para controlar a
expressão religiosa cria uma ameaça muito maior para a autonomia das
pessoas de fé do que aquela apresentada pela expressão ofensiva. Re-
almente há exemplos numerosos hoje de Estados que evocam o desejo
de proteger sentimentos religiosos para justificar ações que acabam re-
sultando no silenciamento de expressões religiosas pacíficas.
Nossa oposição à restrição da expressão não é sem exceçÕes. A
igreja reconhece que, em circunstâncias limitadas, a expressão pode
resultar em dano significativo e real ao direito à segurança tísica, ao
desfrute de propriedade pessoal e a outros direitos semelhantemen-
te assegurados. Em tais instâncias muito limitadas, reconhecemos
a responsabilidade do Estado de agir para proteger sua população.
Quando tais limites são necessários, a igreja espera que os governos
dirccionem especificamente as restrições para enfrentar apenas a
ameaça em questão.
Declarações da Igreja 162

A igreja identifica uma responsabilidade especial daqueles que


estão no poder para comunicar uma mensagem de apoio aos direi-
tos humanos fundamentais, incluindo todas as facetas da liberdade
religiosa. Essa responsabilidade é particularmente pertinente aos
governos, já que normalmente estão em uma posição singular para
proteger o pleno respeito aos direitos de seu povo, particularmente,
as minorias.
Ao reconhecer o direito de expressar crenças religiosas livremen-
te, os adventistas aceitam a responsabilidade de autorregular sua ex-
pressão para assegurar que seja coerente com os ensinamentos bíbli-
cos. Isso inclui a obrigação de serem tanto honestos quanto amáveis.
Isso é especialmente importante ao examinar outra fé, uma vez que
as paixões religiosas podem induzir a uma visão unidimensional dos
outros. Flonestidade não significa meramente declarar latos corre-
tamente, mas também colocar informações no contexto exato. Os
adventistas serão constrangidos pela lei de amor de Cristo em tudo
que disserem e fizerem. Quando a habilidade de se expressar, dada
por Deus, é usada para comunicar com amor, abençoaremos não so-
mente os semelhantes; honraremos a Deus que nos criou a todos
com o dom da comunicação.

Esta declaração foi aprovada e volada pela Comissão Administrativa da Associação, em


23 de j LI n lio de 2010. e divulgada na assem Mc- ia da Associação Geral, reali/ada cm All.ml.i.
iii. lislados Unidos, de 24 de junho ;i 4 de j u l h o de 2010.
LIBERDADE E RESPONSABILIDADE
TEOLÓGICA E ACADÉMICA
Documento l: Declaração Sobre Uberdade
e Responsabilidade 'lèológica e Académica

A Igreja e Suas Instituições


A liberdade para o pastor ou obreiro adventista (de agora em dian-
te, referido como obreiro) baseia-se na premissa teológica de que
Deus valori/a a liberdade, e que tora dela não pode haver amor, ver-
dade ou justiça. O amor exige afeição e compromisso dados sem
constrangimento; a aceitação da verdade requer o exame voluntário
e a recepção de evidências e argumentos; a justiça demanda respeito
aos direitos e liberdade pessoais. A presença desses elementos den-
tro da igreja alimenta o espírito de unidade pelo qual nosso Senhor
orou(Jo 17:21-23; SI 133).
Os adventistas têm derivado seu conceito distintivo do mundo
do Antigo e do Novo Testamentos. Crêem que a verdade bíblica e a
liberdade de consciência são questões vitais no grande conflito entre
o bem e o mal. Por sua própria nature/,a, o mal depende do engano,
da falsidade e às ve/,es da força para se manter. A verdade floresce
melhor cm um clima de liberdade, persuasão e de sincero desejo de
faz.cr a vontade de Deus (Jo 7:17; Si 1 1 1 : 1 0 ) .
Consequentemente, é compatível com a prática administrativa
adventista reconhecer o privilégio do obreiro de estudar por si mes-
mo a Bíblia, a fim de pôr à prova todas as coisas (iTs 5:21). Para
a igreja, seria incompatível pregar que a verdade e a liberdade não
podem existir sem depender uma da outra e então negar aos seus
obreiros o direito de investigar livremente tudo o que pretende ser a
verdade. Isso significa, portanto, que a igreja não obstruirá a busca
da verdade, mas incentivará seus obreiros e membros a se empenhar
em sério estudo das Escrituras e a apreciar a lu/ espiritual que des-
cobrirem (SI 119:130).
Embora o obreiro seja livre para seguir seus estudos, ele não
deve presumir que sua perspectiva pessoal limitada não necessita
das ideias e da influência corretiva da igreja a que serve. O que ele
Declarações da Igreja 164

imagina ser a verdade pode ser considerado erro pela comunidade


niais ampla de crentes. E os obreiros e membros são exortados a es-
tar de acordo em pontos essenciais para "que não haja [...] divisões"
no corpo de Cristo ( l Co 1:10).
A liberdade do cristão individual é proveniente do fato de per-
tencer à comunidade de Cristo. Ninguém que esteja fora de rela-
cionamento com Deus ou com os outros é livre no sentido bíblico.
A verdade teológica, portanto, é afirmada pelo estudo e a confirma-
ção da comunidade. Alguém pode estimular a comunidade a estu-
dar um assunto, mas somente o povo de Deus e a igreja como um
todo podem decidir o que é ou não a verdade à luz das liscrituras.
Nenhum membro ou obreiro pode servir como um intérprete infalí-
vel para quem quer que seja.
Visto que ensinos enganadores e prejudiciais ao bem eterno
das pessoas podem surgir de dentro da própria igreja (At 20:29-31;
2Pe 2:1), sua única segurança é não receber nem promover nenhu-
ma nova doutrina ou interpretação sem primeiro submetê-la ao j u l-
gamento de irmãos experientes, pois "na multidão de conselheiros há
segurança" (Pv 11:14).
Mesmo um vislumbre genuíno da verdade descoberto por um
obreiro pode não ser aceito pelo conjunto de crentes em sua primeira
exposição. Se tal ensinamento é divisivo, não deve ser ensinado ou
pregado até que seja avaliado da maneira já descrita. Os próprios após-
tolos fornecem um exemplo de tal abordagem (At 15:2, 6; Gl 2:2).
O obreiro estaria fazendo um uso irresponsável de sua liberdade se
insistisse em um ponto de vista que pusesse em perigo a unidade do
corpo da igreja, que c tanto uma parte da própria verdade como o são
as declarações doutrinárias formuladas (veja Fp 1:27; Rm 15:5, 6).
Além disso, os obreiros devem distinguir entre as doutrinas que
não podem ser comprometidas sem destruir o evangelho na estrutura
da tríplice mensagem angélica e outras crenças que não são apoiadas
pela igreja. Um exemplo dessa distinção pode ser visto na decisão
do Concílio de Jerusalém (At 15). A preocupação do apóstolo Paulo
era estabelecer a verdade da liberdade cristã no evangelho aos gen-
tios. Uma vez que esse princípio fosse aceito pela igreja, ele estaria
disposto a fa/er concessões em assuntos de menor importância (Km
14:5-13) por amor à unidade. Dar tempo para que um princípio ou
Liberdade c Responsabilidade lèológica e Aeadêmiea 165

uma nova verdade traduza-SC na vida diária da igreja mostra respeito


pela integridade do corpo de Cristo.
Mas onde deve ser traçada a linha entre liberdade c responsa-
bilidade? Espera-se que uma pessoa a serviço da igreja assuma o
privilégio de representar a causa de Deus de um modo responsável e
honroso. Espera-se que exponha a Palavra de Deus de maneira cons-
ciente e com a preocupação cristã pelo bem-estar eterno das pessoas
sob seus cuidados. Tal privilégio exclui a promoção de opiniões teo-
lógicas contrárias à posição aceita pela igreja.
Caso um obreiro viole essa confiança, a igreja deve tomar medi-
das para manter sua própria característica {At 20:28-31), visto que
a comunidade da fé está sujeita a ser dividida pela promulgação de
opiniões doutrinárias divergentes. Consequentemcntc, os privilégios
do obreiro estão em risco. Isso ocorre principalmente porque o obrei-
ro, estando a serviço da igreja, é responsável pela preservação de sua
ordem e unidade (Mc 3:24, 25; K f 4 : l - 3 ; IPe 5:1-5).
Interessada no progresso genuíno da compreensão espiritual
(2Pe 3:18), a igreja fará arranjos para que as opiniões divergentes
de um obreiro, se ele as considera como sendo uma nova luz, sejam
examinadas por uma comissão competente. Prestar atenção a alter-
nativas sempre promoverá o avanço da verdade. Ou a alternativa se
ampliará e fortalecerá diante da verdade, ou estará exposta como
talsa, confirmando desse modo as posições atuais.
Portanto, a fim de assegurar imparcialidade e uma apreciação ma-
dura, os administradores devem considerar as seguintes diretri/,es
ao lidarem com um obreiro que presumivelmente mantém opiniões
dou trinarias conflitantes.

Diretri/es Para a Avaliação de Opiniões Divergentes e Para a Disciplina de


Dissidentes: Igrejas, Associações, Instituições de Ensino Fundamental e
Médio, c Instituições Não Académicas
A igreja reserva o direito de empregar somente aqueles indivíduos
que crêem em seus princípios doutrinais, descritos no documento
"Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia" (1980),
e que estejam comprometidos em apoiá-los. A tais indivíduos são
fornecidas credenciais especiais, identificando-os como obreiros
da igreja.
Declarações da Igreja 166

Como membros da igreja, os empregados continuam sujeitos às con-


dições de membros conforme apresentadas no Manual da Igreja. Este
documento também se relaciona com o emprego de obreiros assalariados.
Entende-se que a disciplina aplicada a um empregado da igreja que
persiste em propagar opiniões doutrinárias que diferem daquelas man-
tidas pela igreja c vista não como uma violação da sua liberdade, mas
antes como uma proteçào necessária da integridade e identidade da
igreja. Existem direitos corporativos da igreja e liberdades individuais.
Os privilégios do obreiro não incluem a licença para expressar opiniões
que possam prejudicar ou destruirá própria comunidade que o sustenta.
Apesar de um cuidadoso processo de pcneiramento e seleção,
ainda pode haver ocasiões em que as opiniões teológicas de um
obreiro sejam levadas a uma análise crítica. Se for necessária uma
audiência, recomenda-se o seguinte procedimento:
l. Conversa privada entre o diretor/presidente c o obreiro. A con-
versa deve ser em um espírito de conciliação, garantindo ao obreiro
a oportunidade de expressar livremente suas convicções de maneira
franca e honesta. Se essa conversa preliminar indicar que o indivíduo
acha-se em defesa de opiniões doutrinárias que divergem da teolo-
gia adventista aceita e está indisposto a abster-se de sua divulgação,
o diretor/presidcnte encaminhará o assunto à comissão diretiva da
instituição ou associação, que então fará arranjos para que uma co-
missão escolhida reveja a situação com o obreiro.
Por ocasião da conversa entre o diretor/presidente e o obreiro, a
percepção do diretor/presidente do ponto em questão determinará as
opções administrativas que serão seguidas.
a. Se o obreiro voluntariamente iniciar a consulta e comunicar
ao diretor/presidente suas incertezas teológicas, e se mos-
tra atitude aberta para aconselhar-se sem compulsão para
divulgar suas dúvidas e opiniões, recomenda-se o seguinte
procedimento:
* O obreiro continuará suas funções em seu cargo e apresentará
um relatório escrito de seu ponto de vista antes do fim de seis meses.
*/ Se nesse período o assunto for satisfatoriamente resolvido, não
será necessário nenhum outro procedimento.
• Se o assunto não for resolvido, a comissão diretiva da institui-
ção ou da associação em que o obreiro está empregado Iara arranjos
Uberdade e Responsabilidade'lèológica e Académica 167

para uma audiência diante de uma comissão examinadora ou reviso-


ra (veja abaixo sua composição c função).
b. Se o obreiro promove ativumcntc suas opiniões doutrinárias
divergentes e o dirctor/presidenie c obrigado a iniciara con-
sulta, recomenda-se o seguinte procedimento:
^ O obreiro, a critério da comissão díretíva da associação ou institui-
ção, permanecerá em sua posição ou em seu emprego com instruções
expressas de abster-se da apresentação pública ou particular de suas opi-
niões, ou será colocado sob licença administrativa durante o período da
investigação.
• A comissão dirctiva da associação ou instituição cm que o obreiro
está empregado fará arranjos para uma audiência diante de uma comis-
são examinadora (veja abaixo sua composição e runção).

2. A composição e função da comissão cxumitiadorít.


a. A comissão examinadora, inclusive os examinadores escolhi-
dos pela comissão diretiva da associação ou instituição com
a concordância da organização superior que vem logo em se-
guida, concederá audiência e julgará o assunto doutrinário.
b. As opiniões doutrinárias do obreiro serão submetidas por escrito
(por ele) à comissão examinadora antes da reunião. Por ocasião
da análise, ele estará disponível para discussão com a comissão.
c. A comissão examinadora conduzirá o seu caso com propósito
serio, completa honestidade e escrupulosa imparcialidade.
Depois de um cuidadoso julgamento dos pontos em debate,
será dado um relatório por escrito e detalhado da discussão,
com suas recomendações à comissão diretiva da associação
ou instituição. Se não se chegar a um acordo dentro da co-
missão, será também incluído um relatório da minoria.
d. Se a comissão examinadora achar que as opiniões do obreiro
são compatíveis com as Crenças Fundamentais da igreja,
nenhum outro procedimento será necessário. Se, porém,
a posição teológica do obreiro estiver cm desacordo com a
doutrina aclventista, a comissão examinadora discutirá suas
conclusões com o obreiro e o aconselhará a:
1) Tornar a estudar sua posição teológica, na esperança de
que isso elimine sua divergência teológica.
Declarações da Igreja 168

2) Abster-se da disseminação de suas opiniões doutrinárias


divergentes.
e. Se o obreiro é incapa/. de reconciliar suas opiniões teoló-
gicas com os pontos de vista denominacionais e também
se sente constrangido por sua consciência a defender suas
opiniões tanto em particular quanto em público, a comissão
examinadora recomendará à comissão dirctiva de sua asso-
ciação ou instituição que suas credenciais sejam retiradas.
f. Se o obreiro descobriu um novo ponto de vista que é aceito
como válido pela comissão examinadora, sua opinião será
investigada pelos líderes da União (no caso de uma insti-
tuição da Divisão ou da Associação Geral, os oficiais da Di-
visão ou da Associação Geral) e, com recomendações apro-
priadas, será encaminhada ao Instituto de Pesquisa Bíblica
da Associação Geral para decisão final.

3. Provisão para apelação.


a. O obreiro dissidente pode fazer um apelo e comparecer
perante uma comissão de apelação, constituída de sete
membros, indicada pela comissão diretiva da União (ou
pela comissão diretiva da Divisão no caso de instituição
da Divisão/Associação Geral). Essa comissão será dirigi-
da pelo presidente da União ou seu designado e inclui-
rá o secretário ministerial da União, dois representantes
nomeados pela comissão diretiva da Divisão/Associação
Geral, o diretor/presidentc da Associação ou instituição
e dois colegas do obreiro escolhidos dentre cinco nomes
submetidos por ele.
b. Qualquer recomendação da comissão de apelação da União
(ou da Divisão, se for cm uma instituição ligada a ela) será
encaminhada à comissão diretiva da União (ou Divisão). Os
oficiais da União (ou Divisão), por intermédio do seu presi-
dente, notificarão o obreiro sobre sua decisão coletiva.
c. Qualquer recomendação da comissão diretiva da União (ou
Divisão) será encaminhada de volta à comissão dirctiva da
Associação ou instituição para decisão final quanto ao em-
prego do obreiro.
Liberdade e Responsabilidade Teológica e Aeadêmica 169

d. Uma apelação final pode ser feita pelo obreiro à comissão


diretiva da Divisão em que reside. Sua decisão será definiti-
va e será comunicada à comissão diretiva da Associação ou
instituição a que pertence o empregado.
e. Durante o período de audiência, revisão e apelação, o obrei-
ro se absterá de discussão pública dos assuntos envolvidos.

Documento 2: Liberdade Académica nas Instituições


Adventístas do Sétimo Dia de Educação Superior

Todo o aprendizado e ensino ocorrem dentro da estrutura de uma


cosmovisão da natureza da realidade, do ser humano, do conheci-
mento e dos valores. As raízes da universidade cristã se encontram
em um princípio que há muito tem envolvido o desenvolvimento de
toda educação superior: a crença de que a melhor educação é atingi-
da quando o crescimento intelectual ocorre dentro de um ambiente
em que os conceitos alicerçados na Bíblia são fundamentais para os
objetivos da educação. Esse é o alvo da educação adventista.
Em uma universidade adventista, como em qualquer instituição de
educação superior, o princípio da liberdade académica tem sido básico
no estabelecimento de tais alvos. Esse princípio reflete a crença na
liberdade como um direito essencial em uma sociedade democráti-
ca, mas com um enfoque especial em uma comunidade académica.
É a garantia de que professores e alunos serão capazes de levar adian-
te as funções de aprendizado, pesquisa e ensino com um mínimo de
restrições. Ela se aplica aos temas que estão dentro da especialidade
profissional do professor, dentro dos quais há uma necessidade espe-
cial de liberdade para buscar a verdade. Também se aplica à atmosfera
de franca inquirição ou investigação necessária em uma comunidade
académica para que o aprendizado seja honesto e completo.
Para o colégio ou universidade da igreja, a liberdade académica
tem um significado adicional. E mais importante do que em uma
instituição secular, não menos, pois é essencial ao bem-estar da
própria igreja. Isso coloca sobre o professor a responsabilidade de
ser um erudito autodisciplinado, responsável e maduro, para inves-
tigar, ensinar e publicar, dentro da área de sua competência acadé-
mica, sem restrição externa, mas com a devida consideração pelo
Declarações da Igreja 170

caráter e objetivos da instituição que lhe fornece as credenciais, e


com uma preocupação pelas necessidades espirituais e intelectuais
de seus alunos.
Portanto, os colégios e universidades adventistas aderem aos prin-
cípios de liberdade académica geralmente considerados importantes
em educação superior. Esses princípios tornam possível a busca dis-
ciplinada e criativa da verdade. Também reconhecem que a liberdade
jamais é absoluta e que implica em igual responsabilidade. Os se-
guintes princípios de liberdade académica são declarados dentro do
contexto de responsabilidade, com atenção especial às limitações ne-
cessárias por causa dos objetivos religiosos de uma instituição cristã.

Liberdades
1. Liberdade de expressão. Embora o direito à opinião particular
seja uma parte da herança humana como criaturas de Deus, ao acei-
tar um emprego cm um colégio ou universidade adventista o profes-
sor reconhece certos limites à expressão de opiniões pessoais.
Como membro de uma profissão erudita, ele deve reconhecer
que o público julgará sua profissão por suas declarações. Portanto,
ele será exato, respeitador da opinião dos outros e exercerá ade-
quada restrição. Deixará claro quando não falar em nome da insti-
tuição. Ao expressar opiniões particulares, terá em mente o efeito
sobre a reputação e os objetivos da instituição.
2. Liberdade de pesquisa. O erudito cristão empreenderá a pes-
quisa dentro do contexto de sua fé e da perspectiva da ética cristã.
Ele é livre para fazer pesquisa responsável com o devido respeito
pela segurança e decência públicas.
3. Liberdade de docência. O professor conduzirá suas ativida-
des profissionais e apresentará sua matéria de estudo dentro da
cosmovisào descrita no parágrafo introdutório deste documento.
Como especialista nos limites de uma determinada disciplina,
ele tem direito à liberdade na sala de aula para discutir honesta-
mente sua matéria. Todavia, não introduzirá em seu ensino as-
s u n t o controverso não relacionado com sua matéria de estudo.
Liberdade académica é liberdade para buscar o conhecimento
e a verdade na área da especialização i n d i v i d u a l . Não dá licença
para expressar opiniões controversas sobre assuntos que estão
I jbcrchide e Responsabilidade 'léológica e Académica 171

fora dessa especialização, nem protege o indivíduo de ser consi-


derado responsável por seu ensino.

Responsabilidade Compartilhada
Precisamente como a necessidade de liberdade académica tem
um significado especial em uma instituição da igreja, assim as limi-
tações colocadas sobre ela refietem as preocupações especiais de
tal instituição. A primeira responsabilidade do professor e dos di-
rigentes da instituição e da igreja é buscar e disseminar a verdade.
A segunda responsabilidade é a obrigação dos professores e dos
dirigentes da instituição e da igreja de se aconselharem quando
as descobertas académicas tiverem relação com a mensagem e a
missão da igreja.
O verdadeiro erudito, humilde cm sua busca da verdade, não
recusará dar ouvidos às conclusões e ao conselho de outros. Ele re-
conhece que os outros também descobriram e estão descobrindo a
verdade. Aprenderá deles e buscará ativamente o seu conselho no
que concerne à expressão de opiniões incoerentes com aquelas ge-
ralmente ensinadas por sua igreja, pois sua preocupação é com a
harmonia da comunidade da igreja.
Por outro lado, espera-se que os dirigentes da igreja promovam uma
atmosfera de cordialidade cristã dentro da qual o erudito não se sinta
ameaçado caso suas conclusões difiram dos pontos de vista tradicional-
mente aceitos. Sendo que o crescimento dinâmico da igreja depende
do estudo constante de dedicados eruditos, o presidente, o corpo de
dirctores e os dirigentes cia igreja protegerão o erudito, não apenas por
sua causa, mas também por causa da verdade e do bem-estar da igreja.
A posição doutrinária histórica da igreja foi definida em assem-
bleia pela Associação Geral e está publicada no Sercnth-day Ad-
ventist Yeurbook (Anuário Adventista do Sétimo Dia) sob o título de
"Crenças Fundamentais". Espera-se que o professor de uma insti-
tuição educacional da igreja não ensine como verdade o que é con-
trário a essas verdades fundamentais. Ele deve se lembrar de que a
verdade não é o único produto do cadinho de controvérsias; surge
também a ruptura. O erudito consagrado exercerá discernimento na
apresentação de conceitos que possam ameaçar a unidade da igreja
e a eficiência da atuação da igreja.
Declarações da Igreja 172

À parte das crenças fundamentais, há descobertas e interpreta-


ções em que ocorrem diferenças de opiniões dentro da igreja, mas
que não afetam o relacionamento de alguém com ela ou com sua
mensagem. Ao expressar tais diferenças, o professor será justo cm sua
apresentação e deixará claro sua lealdade à igreja. Tentará diferenciar
entre hipóteses e fatos, e entre assuntos centrais e periféricos.
Quando surgirem questões relacionadas a assuntos de liberda-
de académica, cada universidade ou colégio deve ter claramente ex-
pressos os procedimentos a seguir ao lidar com tais queixas. Esses
procedimentos devem incluir a revisão dos colegas, um processo de
apelação e um exame ou revisão pelo conselho de diretores. Deve-se
tomar todo o cuidado possível para assegurar que as decisões sejam
justas e imparciais e protejam tanto os direitos do professor quanto
a integridade cia instituição. A proteção de ambos não é apenas uma
questão de criar e proteger a colcgialidade. h também uma proteção
contra os demolidores, os servis e os fraudulentos.

Implementação
Recomenda-se que este documento sobre liberdade académica
seja apresentado ao corpo docente e ao conselho de cada universi-
dade ou colégio por sua administração, a fim de que seja utilizado
como base para o preparo cia declaração de liberdade académica da
própria instituição.

Este documento foi aprovado e votado pela Comissão Administrativa d;i Assoei;n,'ão Gera
em J I de outubro de 1987, durante o Concílio Anual realizado em Washington, D.C.
TOLERÂNCIA

Os adventistas apoiam a decisão das Nações Unidas de instituir


1995 como o Ano da Tolerância. Esta proclamação surge em um
momento oportuno, quando a intolerância floresce em todos os con-
tinentes — extremismo religioso fanático, racismo, tribalismo, lim-
peza étnica, inimizade linguística e outras formas de terrorismo e
violência. Os cristãos têm a sua parcela de culpa pelo preconceito e
desumanidade para com os seres humanos.
Tolerância, a capacidade de suportar circunstâncias desfavoráveis,
é apenas o começo. Os cristãos e todas as pessoas de boa vontade de-
vem ir além desse conceito negativo c desenvolver simpatia por cren-
ças ou práticas das quais não apenas diferem, mas que estão mesmo
em conflito com as suas próprias. Certamente, o diálogo é muito
melhor do que a critica ácida. Os seres humanos devem aprender a
concordar ou discordar sem violência; devem ser capazes de discutir
pontos de vista divergentes sem ódio ou rancor. Isso não significa do-
cilidade ou abjeta submissão, mas parceria e respeito pelos direitos
iguais dos outros. Toda pessoa tem o direito e a responsabilidade de
expressar suas ideias e seus ideais com entusiasmo e vigor, mas sem
chegar ao ponto de palavras ou açòcs violentas.
Finalmente, a tolerância, em seu melhor sentido, significa não
somente a aceitação da outra pessoa e suas opiniões, mas mover-se
em benevolência, sensibilidade e compreensão para com os outros -
todos os outros seres humanos.

l .sia dedaraçfio foi aprovada e votada pela Comissão Administrativa da Assolação Geral
c diMilg.ida pelo gabinete do então presidente Robert S. roBcenberg. durante a assembleia da
Associação Geral realizada em Utrecht, Holanda, de 29 de-junho a H di-julho de [995,
RACISMO

Um dos males mais odiosos de nossos dias é o racismo, a crença


ou prática que vê ou trata certos grupos étnicos como inferiores e,
portanto, objeto de dominação, discriminação e segregação.
Embora o pecado do racismo seja um fenómeno antiquíssimo
baseado na ignorância, no medo, na alienação e no falso orgulho,
algumas de suas mais hediondas manifestações têm ocorrido em
nosso tempo. O racismo e os preconceitos irracionais operam
em um círculo vicioso. O racismo está entre os piores dos arraigados
preconceitos que caracterizam seres humanos pecaminosos. Suas
consequências são geralmente devastadoras, porque o racismo fa-
cilmente torna-se permanentemente institucionalizado e legalizado.
Em suas manifestações extremas, ele pode levar à perseguição sis-
temática e até mesmo ao genocídio.
A Igreja Adventista condena todas as formas de racismo, inclusive
a atuação política do apartheid, com sua segregação forçada e discri-
minação legali/ada.
Os adventistas querem ser fiéis ao ministério reconeiliador de-
signado à igreja cristã. Como uma comunidade mundial de fé, a
Igreja Adventista deseja testemunhar e exibir em suas próprias fi-
leiras a unidade e o amor que transcendem as diferenças raciais e
sobrepujam a alienação do passado entre os povos.
As Escrituras ensinam claramente que todas as pessoas foram
criadas à imagem de Deus, que "de um só fez toda a raça humana
para habitar sobre toda a face da Terra" (At 17:26). A discrimina-
ção racial é uma ofensa contra seres humanos iguais, criados à
imagem de Deus. Em Cristo, "não há jude u nem grego" (Gl 3:28).
Portanto, o racismo é realmente uma heresia e em essência uma
forma de idolatria, pois limita a paternidade de Deus, negando a
irmandade de toda a espécie humana e exaltando a superioridade
racial de alguém.
A norma para os adventistas está reconhecida na Crença Fun-
damental n° 14 da igreja, "Unidade no Corpo de Cristo", baseada
na Bíblia. Ali é salientado: "Em Cristo somos uma nova criação.
Distinções de raça, cultura e nacionalidade, e diferenças entre
Racismo 175

altos c baixos, ricos e pobres, homens e mulheres, não devem ser


motivo de dissensões entre nós. Todos somos iguais em Cristo, o
qual por um só Espírito nos u n i u n u m a comunhão com Ele e uns
com os outros. Devemos servir e ser servidos sem parcialidade
ou restrição."
Qualquer outra abordagem destrói o âmago do evangelho
cristão.

Esta declaração foi apresentada por Neal C. Wilson, então presidente tia Associação Ge-
ral, após consulto com os 16 vicc-presidcnles mundiais da Igreja Advcnlista, em 27 de j u n h o
de I98S, durante a assembleia da Associação Cloral realizada em Nova Orleans, Lmiisiana.
BEM-ESTAR E VALOR DA CRIANÇA

Os adventistas defendem o direito de cada criança a um lar es-


tável e feliz, bem como a liberdade c o apoio para crescer e se tor-
nar a pessoa que Deus idealizou. Em 1989, a Assembleia Geral cias
Nações Unidas reconheceu a importância fundamenta] da criança,
adotando a "Convenção dos Direitos da Criança". Hm harmonia com
muitos desses elevados princípios, e considerando o valor que Jesus
conferiu às crianças quando disse: "Deixai os pequeninos, não os
embaraceis de vir a Mim, porque dos tais é o reino dos Céus" (Mt
19:14), buscamos ajudar as crianças que sofrem das seguintes influ-
ências destrutivas:
Pobreza. A pobreza impede o bom desenvolvimento da criança,
privando-a dos alimentos, roupas c abrigo necessários, e conscquen-
temente afetando sua saúde e educação.
Analfabetismo. O analfabetismo torna difícil aos pais terem um
bom emprego e boa renda a fim de sustentar sua família e possibilitar
que a criança alcance seu potencial.
Assistência deficiente à saúde. Milhões de crianças não tem acesso
à saúde, devido à falta de um plano de saúde próprio ou pelo fato de
viverem onde não há cuidados médicos disponíveis.
Exploração e vulnerabilidade. As crianças são corrompidas c ex-
ploradas quando usadas para trabalho escravo, conflitos armados,
satisfação do prazer sexual pervertido de adultos, e quando expostas
a materiais de sexo explícito na mídia e na internet.
Violência. A cada ano, muitas crianças sofrem mortes violentas.
A grande maioria dos que sofrem cm conflitos armados são mulheres
e crianças. As crianças carregam marcas físicas c psicológicas pro-
fundas, mesmo após o conflito ter acabado.
Em resposta às questões e necessidades acima, os adventistas de-
fendem os seguintes direitos das crianças:
1. O direito a um lar amorável e estável, onde estejam seguras c
livres de abusos.
2. O direito a alimento, roupa e abrigo adequados.
3. O direito à saúde e a cuidados médicos.
4. O direito a uma educação que as prepare para um papel positivo
Bem-estar e Valor da Criança 177

na sociedade, desenvolvendo seu potencial pessoal e dando-lhes capa-


cidade de sustentar-se financeiramente.
5. O direito à educação moral e religiosa no lar e na igreja.
6. C) direito de estarem livres de discriminação c exploração.
7. O direito à individualidade, ao respeito e ao desenvolvimento
da autocstima positiva.

Bsta declaração foi votada pela Comissão Administrativa da Associação Cicr.il par.i st-r
divulgada durante a iissumMcia da Assodação C a-ral rt-ali/atla em Toronto, Canadá, de 2SI de
Junho a 9 de julho do 2006.
CUIDADO E PROTECÃO
DECRIANÇAS

Os adventistas do sétimo dia dão alto valor às crianças. À luz da


Bíblia, elas são vistas como preciosos dons de Deus, confiados ao cui-
dado de seus pais, díi família, da comunidade de fé e da sociedade em
geral. As crianças apresentam enorme potencial para fazer positivas
contribuições para a igreja e a sociedade. É extremamente importante
atentar para o cuidado, proteção e desenvolvimento das crianças.
A Igreja Adventista reafirma e amplia os esforços que vem desen-
volvendo para cuidar das crianças e jovens c protegê-los de pessoas -
conhecidas e desconhecidas - cujas ações correspondam a qualquer
forma de abuso ou violência contra elas e/ou as explore sexualmen-
te. Jesus exemplificou o tipo de respeito, cuidado e proteção que as
crianças devem poder esperar dos adultos que têm a responsabilidade
de cuidar delas. Algumas de Suas palavras mais duras de reprovação
foram direcionadas àqueles que maltratavam as crianças. Por causa
de sua natureza confiante e da dependência em relação aos adultos,
as crianças requerem proteção vigilante, pois quando essa confiança
é quebrada as consequências negativas afetam toda a vida.

Correçào Redentiva
A Igreja Adventista estabelece como prioridade a educação de
pais baseada na igreja com a finalidade de ajudá-los a desenvolver
habilidades necessárias para uma abordagem redcntiva da correção.
Muitas crianças recebem punições severas em nome de um conceito
bíblico de disciplina. A correção caracterizada pelo controle severo,
punitivo e ditatorial frequentemente leva ao ressentimento e à rebe-
lião. Ta! disciplina está também associada com o alto risco de danos
físicos e psicológicos nas crianças bem como maior possibilidade de
os jovens recorrerem à coerção e violência para resolver suas dife-
renças com os outros. Em contraste, exemplos das Escrituras, assim
como uma grande quantidade cie pesquisas, confirmam a clctivida-
de das formas mais gentis de disciplina, as quais permitem que as
crianças aprendam a respeito das consequências de suas escolhas
Cuidado e Proteção de Crianças 179

por meio da observação e da experiência. Essas medidas mais bran-


das têm demonstrado um aumento na probabilidade de as crianças
fazerem escolhas positivas c apoiarem valores familiares ao amadu-
recerem.

Tomando a Igreja uni Lugar Seguro para Crianças


A igreja também leva a sério sua responsabilidade de minimizar o
risco de abuso sexual infantil e violência contra as crianças no con-
texto congregacional. Aeima de tudo, os líderes da igreja e membros
devem seguir um código de ética estrito que previna até mesmo a
aparência do mal cm termos de exploração de menores para a sa-
tisfação de desejos adultos. Outras medidas práticas para tornar a
igreja um lugar seguro para as crianças incluem a atenção à seguran-
ça das dependências da igreja e arredores, bem como a supervisão e
monitoramento cuidadosos cias crianças durante todas as atividacles
relacionadas com a igreja. Educação sobre o que constitui uma inte-
ração apropriada ou inapropriada entre adultos c crianças, os sinais
de alerta de abuso e violência, c os passos específicos a serem segui-
dos se um comportamento inapropriado for relatado ou suspeito são
vitalmente importantes. Pastores c líderes da igreja, que são visíveis
e acessíveis, têm um papel importante na prevenção desses proble-
mas, bem como em atender às necessidades das crianças euja segu-
rança possa estar em perigo. Lembretes regulares são necessários
quanto à responsabilidade moral e legal de relatar alguma tentativa
de abuso infantil às autoridades civis apropriadas. A designação de
funcionários devidamente preparados e protocolos específicos nos
níveis mais amplos da organização da igreja ajudarão a assegurar uma
ação adequada e acompanhamento quando um abuso for relatado
dentro do contexto da igreja.
Devido à natureza complexa de um problema de abuso sexual
infantil e violência contra crianças, a intervenção e tratamento dos
envolvidos requerem recursos que vão além do alcance do ministério
da igreja local. No entanto, a presença de um infrator conhecido em
uma congregação requer os mais altos níveis de vigilância. Ao mesmo
tempo em que os infratores devem ser considerados totalmente res-
ponsáveis pelo seu comportamento, a supervisão de pessoas com um
histórico de comportamentos inapropriados é necessária para garantir
Declarações da Igreja 180

que tais pessoas mantenham distância adequada e rcstrinjam-se de


todo contato com crianças durante as atividades relacionadas com
a igreja. A provisão de oportunidades alternativas para os infratores
crescerem espiritualmente em contextos onde as crianças não este-
jam presentes acentua grandemente a proteção infantil.

Promovendo Cura Emocional e Espiritual


Crianças pessoalmente vitimi/adas ou que tenham testemunha-
do eventos importunos precisam do cuidado de adultos que as tra-
tem com sensibilidade e compreensão. Apoio prático, que ajude as
crianças e famílias a manterem a estabilidade em meio ao distúrbio,
reabilita vítimas c suas famílias, promovendo a cura. O compromis-
so da igreja em quebrar o silêncio frequentemente associado com
o abuso e a violência sexual infantil, seus esforços pela defesa das
vítimas e em favor da justiça para todas elas, e a ação deliberada para
proteger as crianças de todas as formas de abuso e violência contri-
buirão em muito para a restauração emocional e espiritual de todos
os envolvidos. A igreja considera o cuidado e a protecão das crianças
como uma responsabilidade sagrada.

l u, i di'i I . M . i t ."n 1 1 DI l >,r.i M i l . i i M i-, j i n n L i p i D t . invMjnir-. nas seguintes passagens bíblicas l \


18:6; 2Sm 13:1-11; l Rs 17:17-23; SI 9:9. 12, 16-18; l l :5-7; 22:24: 34:18; 127:3-; 128:3-4;
l'v 31:8-9; Is l : 16-17; Jr 22:3; Ml 1H: 1-6; 21:9, 15-16, Mc 9:37; 10:13-16; Ef 6:4; Cl 3:21;
l Tm 5:8; Hb 13:3.

Ksl.i dcc l u ração foi aprovada c votada peia Comissão Administrativa da Associarão Geral,
cm 23 de junho de 2010, c divulgada na assem 1)1 c ia d.i Associação Geral rcali/ada cm Ail.mi.i,
Gcórgiíi, l-istiitlos Unidos, de 24 de junho a 3 dejulho de 2010.
ABUSO SEXUAL DE MENORES

O abuso sexual infantil ocorre quando uma pessoa maior ou mais


forte do que uma criança usa seu poder, autoridade ou posição de
confiança para envolvê-la em atividadc ou comportamento sexual.
C) incesto, uma forma específica de abuso sexual iníantil, é definido
como qualquer atividade sexual entre uma criança e um pai, irmão,
membro da família ou padrasto.
Os abusadores sexuais podem ser homens ou mulheres de qual-
quer idade, nacionalidade ou posição soeioeconômica. Geralmente
são homens casados e com filhos, têm empregos respeitáveis e po-
dem ser frequentadores regulares de igreja. E comum o infrator ne-
gar seu comportamento abusivo, recusar a ver suas ações como um
problema, racionalizar seu comportamento ou pôr a culpa em alguém
ou em algo. É verdade que muitos abusadores têm raízes profundas
de insegurança e baixa autoestima; no entanto, esses problemas nun-
ca deveriam ser aceitos como desculpa para abusar sexualmente de
uma criança. A maioria das autoridades no assunto concorda com o
fato de que o verdadeiro motivo do abuso sexual infantil está mais
relacionado ao desejo de poder e controle do que ao sexo.
Quando Deus criou a família humana, Lie começou com a união
entre um homem e uma mulher. Esse relacionamento, baseado no
amor e confiança mútuos, ainda é designado para prover o funda-
mento para uma família estável e Feliz, na qual a dignidade, o valor
e a integridade de cada membro estejam protegidos e assegurados.
Cada criança, menino ou menina, é um presente de Deus. Os pais
têm o privilégio e a responsabilidade de prover educação, proteção
e cuidado iísico para a criança confiada a eles por Deus. As crianças
devem poder honrar, respeitar e confiar em seus pais e em outros
membros da ramília, sem o risco de abuso.
A Bíblia condena o abuso sexual infantil com os termos mais for-
tes. Ela considera um ato de traição e uma violação total da perso-
nalidade qualquer tentativa de confundir, manchar ou denegrir os
limites pessoais, generativos ou sexuais pelo comportamento sexual
abusivo. Condena o abuso de poder, autoridade e responsabilidade,
porque isso tem um impacto nos sentimentos mais profundos da
Declarações da Igreja 182

vítima sobre si própria, os outros c Deus, e porque enfraquece sua


capacidade de amar e confiar. Jesus usou uma linguagem forte para
condenar as ações de pessoas que, por palavras ou atos, levassem
uma criança a tropeçar.
A comunidade cristã adventista não está imune ao abuso sexual
i n f a n t i l . Cremos que os princípios da fé adventista requerem que
estejamos ativamente envolvidos cm sua prevenção. Estamos tam-
bém comprometidos em ajudar espiritualmente as pessoas que so-
freram ou cometeram abuso sexual e suas famílias no processo de
cura e recuperação. E estamos comprometidos em assegurar que
os obreiros ou líderes voluntários sejam responsáveis por manter
um comportamento apropriado a pessoas em posição de liderança e
confiança espiritual.
Cremos que, como igreja, temos a responsabilidade de:
1. Manter os princípios de Cristo para as relações familiares, nas
quais o respeito próprio, a dignidade c a puré/a da criança são reco-
nhecidos como direitos conferidos por Deus.
2. Prover uma atmosfera onde crianças que sofreram abuso se-
xual possam sentir-se seguras ao falarem sobre o abuso e sentir que
alguém as ouvirá.
3. Estar informados sobre o abuso sexual e seu impacto sobre nos-
sa própria comunidade.
4. Ajudar ministros e líderes leigos a reconhecer os sinais de aviso
de abuso sexual infantil e saber como reagir de maneira apropriada
quando suspeitarem de abuso ou quando uma criança contar que
está sofrendo abuso sexual.
5. Estabelecer pontes com conselheiros profissionais c entidades
protetoras contra a agressão sexual que possam, com suas habilida-
des profissionais, ajudar as vítimas do abuso e seus familiares.
6. Criar diretrizes nos níveis apropriados para ajudar líderes de igre-
ja a: ( l ) esforçar-se para tratar com justiça pessoas acusadas de abusar
sexualmente de crianças; e (2) responsabili/ar tts agressores por suas
ações e administrar a disciplina apropriada.
7. Apoiar a educação c o enriquecimento das famílias e de seus
membros, isso pode ser feito por meio dos seguintes passos:
a. Modificando as crenças religiosas e culturais que possam ser
usadas para justificar ou encobrir o abuso sexual infantil.
Abuso Sexual de Menores 183

h. Construindo um senso saudável de valor pessoal em cada


criança que a capacite a respeitar a si mesma e a outros.
c. Incentivando relacionamentos cristãos entre homens e mu-
lheres no lar e na igreja.
8. Desenvolver um ministério redentor de apoio dentro da comu-
nidade da igreja para as vítimas de abuso e os agressores, ajudando-os
a acessar a rede disponível de recursos profissionais na comunidade.
9. Encorajar o treinamento de mais profissionais na área familiar
para facilitar a cura e o processo de recuperação das vítimas de abuso
e dos agressores.

iisle documento está baseado cm princípios expressos nas seguintes pá svagens bíblicas
Gn 1:26-28; 2:18-25; Lv 18:20; 2Sm 13:1-22; Mt 18:6-9; ICo 5:1-5; Ef 6:1-4; Cl 3:18-21;
ITm 5:5-8.
Esta declaração foi votada cm 1" de abril de 1997. durante o Concílio da Primavera da
Comissão Administrativa da Associação Geral realizado em Loma Linda, Califórnia.
COMPORTAMENTO SEXUAL

Em Seu infinito amor e sabedoria, Deus criou a espécie humana,


homem c mulher. Assim fazendo, lançou as bases da sociedade humana
sobre o firme fundamento de lares c famílias onde reinasse o amor.
É o propósito de Satanás, porém, perverter todas as boas coisas, e a
perversão do que há de melhor inevitavelmente leva ao pior. Sob a influ-
ência da paixão não refreada por princípio moral e religioso, a associação
dos sexos tem, a uma extensão profundamente inquictante, se dege-
nerado em licenciosidade e abuso que resultam em escravidão. Com a
ajuda de muitos filmes, televisão, vídeo, programas de rádio e materiais
impressos, o mundo está sendo conduzido u novas profundezas de ver-
gonha e depravação. Não somente a estrutura básica da sociedade está
sendo grandemente prejudicada, mas também o colapso da família favo-
rece outros males grosseiros. Os resultados, em termos de vidas defor-
madas de crianças e jovens, são lastimáveis e despertam nossa piedade.
E os efeitos não são apenas desastrosos, mas também cumulativos.
Esses males têm se tornado mais visíveis e constituem uma séria
e crescente ameaça aos ideais e propósitos do lar cristão. As práticas
sexuais contrárias à vontade expressa de Deus são o adultério, o sexo
pré-conjugal e o comportamento sexual obsessivo. Abuso sexual de
cônjuges, abuso sexual de crianças, incesto, práticas homossexuais
(masculinas ou femininas) e bestialidade estão entre as perversões ób-
vias eontrárias ao plano original de Deus. Como é negado o intento de
passagens claras das Escrituras (veja Ex 20:14; Lv 18:22, 23, 29; 20:13;
Mt 5:27, 28; ICo 6:9; l Tm 1:10; Rm 1:20-32) e como suas advertên-
cias são rejeitadas em troca de opiniões humanas, prevalecem muita
incerteza e confusão. Isso é o que Satanás deseja. Ele sempre tem pro-
curado levar as pessoas a se esquecerem de que, quando o Criador fez
Adão, fez também Eva para ser a companhia feminina de Adão ("ma-
cho e fêmea os criou" [Gn 1:24, NEB]). A despeito dos claros padrões
morais estabelecidos na Palavra de Deus para as relações entre homem
e mulher, hoje o mundo está testemunhando um ressurgimento das
perversões e depravações que assinalaram antigas civilizações.
Os degradantes resultados da obsessão desta era por sexo e a
busca de prazeres sensuais estão claramente descritos na Palavra de
Comportamento Sexual 185

Deus. Mas Cristo veio para destruir as obras do diabo e restabele-


cer o correio relacionamento dos seres humanos uns com os outros
e com Seu Criador. Portanto, embora caídos e cativos do pecado,
aqueles que se voltam para Cristo em arrependimento recebem ple-
no perdão e escolhem o caminho melhor, o caminho para a complela
restauração. Por intermédio da cru/, o poder do Espírito Santo no
"homem interior" e o ministério educador da igreja, todos podem ser
libertados das garras das perversões e práticas pecaminosas.
A aceitação da livre graça de Deus inevilavelmente condu/ o
crente ao tipo de vida e conduta que será o ornamento "da doulrina
de Deus, nosso Salvador" (Tl 2:10). lambem levará a igreja como um
corpo à firme e amorosa disciplina do membro cuja conduta repre-
sente mal o Salvador e distorça c rebaixe as verdadeiras normas de
vida e comportamento cristãos.
A igreja reconhece a penetrante verdade e as poderosas motiva-
ções das palavras de Paulo a Tilo: "Porquanto a graça de Deus se ma-
nifestou salvadora a Iodos os homens, educando-nos para que, rene-
gadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente sé-
culo, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança
e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo
Jesus, o qual a Si mesmo Se deu por nós, a fim de remir-nos de toda
iniquidade e purificar, para Si mesmo, um povo exclusivamente Seu,
/eloso de boas ohms" ('i't 2: l 1 - 1 4 ; ver também 2Pe 3:1 1-14).

lístíi declaração foi aprovada L- vohida pela Comissflo Adminisirativ;i du AsMiciação Ccral
em 12 de outubro d ir 1987. durante u Concílio Anual realizado em Washington, D.C.
DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS

O munclo contemporâneo é confrontado por graves problemas éticos,


médicos e sociais resultantes da crescente permissividade sexual e da pro-
miscuidade. Devido ao falo de os cristãos serem uma parte da comunida-
de social mais ampla, essas atitudes e comportamentos têm se infiltrado
também na Igreja Adventista. Isso torna necessário lidarmos com eles.
Os desafios apresentados pelas doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs) são tão sérios que as Nações Unidas, em conjunto com a maioria
dos governos mundiais, a comunidade médica, líderes religiosos, políti-
cos e económicos, instituíram uma série de pesquisas c programas de
educação de saúde que focalizam a prevenção e o tratamento. O objctivo
é prevenir, curar c minimi/ar os efeitos ou ao menos diminuir a propaga-
ção dessas doenças.
Jovens que estão entrando na puberdade cada vez, mais cedo correm
grande risco, visto que são especialmente vulneráveis às pressões e a uma
sucessão de imagens e mensagens que tratam o sexo fora do matrimónio
como aceitável e normal. Muitos jovens se tornam sexualmente ativos
precocemente, adquirindo padrões definidos de atividade sexual.
Juntamente com a crescente atividade sexual, há um aumento dra-
mático das DSTs, com seus sérios problemas físicos e emocionais.
Avanços têm sido feitos em várias linhas:
•/ Pesquisas tem provido informações mais precisas.
^ Benefícios do uso de preservativos para reduzir a gravide/, indese-
jada e a propagação das DSTs têm sido documentados.
^ Os perigos da promiscuidade têm sido reconhecidos.
^ Tratamentos mais eficazes têm reduzido a propagação de mui-
tas DSTs.
* Os riscos de problemas emocionais a longo prazo, resultantes do
sexo casual, têm sido reconhecidos.
s/ Tem crescido o apoio à afirmação de que a abstinência do sexo
prc-marital preserva a saúde emocional e sexual.
Ksses avanços, a despeito de suas limitações, têm provado ser bené-
ficos e devem ser encorajados por seus efeitos positivos. Os adventistas
Doenças Sexualmente 'Iransmissíveis 187

envolvidos na promoção do bem-estar devem ser encorajados a partici-


par na promoção de tais esforços e merecem o apoio da igreja e de seus
membros. A tentativa pragmática de lidar eom esses sérios problemas e
o uso de intervenções apropriadas não deveriam ser interpretados como
um endosso ou eneorajamento de atividade sexual lora do easamento ou
infidelidade matrimonial. Em vez disso, esses esforços devem ser vistos
como tentativas humanitárias para prevenir ou reduzir as consequências
negativas de comportamentos sexuais nocivos.
Por vezes, membros da família, pastores, professores, conselheiros,
médicos e outros profissionais da área de aconselhamento podem ver-
se trabalhando com indivíduos que, a despeito de fortes conselhos, se
recusam a deixar sua vida de decadência sexual e a viver o alto padrão
de moralidade de Deus. Em tais casos, aqueles comprometidos com o
ministério podem, como último recurso, aconselhar esses indivíduos
a usar contraceptivos c métodos profiláticos como a camisinha, numa
tentativa de prevenir a gravide/ e redu/ir o risco de propagação das DSTs
di/.imadoras. Ao se fazer tal intervenção, deveria ser tomado o cuidado de
deixar claro aos indivíduos e membros tia comunidade envolvidos que
essa medida extrema não deve, de maneira alguma, ser entendida como
uma sanção bíblica da relação sexual tora do casamento. Tal atitude
por parte dos profissionais deve ser considerada provisória e utilizada
somente em casos particulares. Embora tais intervenções possam prover
um tempo para a graça fazer seu trabalho nos corações humanos, não
dão uma solução viável a longo pra/o. A igreja deve continuar empenhada
em aproveitar ao máximo cada oportunidade para consolidar a sabedoria
do desígnio de Deus para a sexualidade humana e chamar homens e
mulheres ao mais alto padrão de conduta moral.

Princípios Bíblicos
Embora esses esforços sejam benéficos, de muitas maneiras, eles são
apenas uma resposta a situações existenciais criadas pelo impacto do
pecado. Nas Escrituras, Deus traçou um plano superior para guiar-nos
quanto ao uso do dom da sexualidade. Com base em uma série de princí-
pios norteadorcs, esse plano apresenta em termos práticos o ideal de Deus
para Seu povo, o qual deve viver em LI m mundo acometido pelo pecado.
1. A relação sexual é reservada para o matrimónio. A sexualidade é
urn presente de amor para a humanidade (Gn 1:26, 27). A Palavra cie
Declarações tia Igreja 188

Deus pede aos crentes que desfrutem a sexualidade em harmonia com os


propósitos divinos (lCo 3:16, 17; 6:13-20; Hf 5:1-8, Fp 1:27; ITs 4:3-7).
No plano cie Deus, a relação sexual é reservada para uni homem c uma
mulher dentro dos limites do pacto nupcial (Gn 2:24, 25; Ex20:14; Pv 5;
Ct 4:12; 8:3, 4, 8-10; 2:6, 7; 3:5; Os 3:3; Hh 13:4). A fidelidade sexual
dentro do matrimónio é crucial para transmitir um completo entendi-
mento da metáfora de Deus que compara o casamento à Sua relação
com Seu povo (Is 54:5; Os 2:14-23; 2Co l l :2; Ap 19:6-9; 21:9).
2. A relação sexual fora do matrimónio é imoral e prejudicial. Tal
relação tem efeitos nocivos para os indivíduos (Lv 18:6-30; Rm 1:24-27;
ICo 6:18) e o relacionamento matrimonial (Pv 5:1-23). É identificada
pelas Escrituras como parte de uma vida de pecado (Gl 5:19; Cl 3:5).
3. Deus reconhece a fragilidade humana. Seu desejo para com o ser
humano e Sua intenção para com a criação demonstram-se imutáveis
(Ml 3:6; Mt 5:17-20; At 20:27). Seu amor absoluto pelos seres humanos
e Seu intento redentor são igualmente imutáveis (Jo 3:16; Rm 5:8; 8:35-
39; Ef 1:1-14; 3:14-19; l Jo 4:7-10). A mensagem do evangelho, cujo cen-
tro é Jesus Cristo, reúne essas verdades (Si 85: K); IJo 2:1, 2).
A graça de Deus é a única esperança para a humanidade caída (Rm 3:23,
24; 5:1, 2, 20; Ef 2:1-5). Ele é paciente e longânimo para com a fraqueza
humana (Nm 14:18, 19; SI 86:15; 103:13. 14; Os 11:8, 9; Jn 4:10. I I ;
Mt 23:37; iTm 1:15, 16). Apesar de a graça de Deus não dar lugar ao peca-
do (Rm 6: l, 2), é através dessa graça que Deus realiza Seu intento redentor
nas circunstâncias resultantes do pecado (Rm 5:12-21). Os procedimentos
usados por Deus em casos de divórcio (Dt 24:1-5; Ed 10:10, 11; Mt 19:7,
8), poligamia (Êx 21:10; Dt 17:17; 21:15-17; Mt 19:4. 5), introdução dos
alimentos cárneos (Gn 1:11, 12, 29, 30; 9:3; Lv3:17; 11:47) e a concessão
de um rei terreno para Israel (lSm 8:7; 10:19; Os 13:11) são exemplos de
intervenções distintas do ideal de Deus. Através desses casos, vemos Sua
graça e misericórdia operando num mundo deformado pelo pecado.
4. A igreja desempenha sua missão em um mundo caído. As condições
existentes contrastam fortemente com o ideal de Deus. Crentes e não
crentes estão vulneráveis à imoralidade sexual como um dos trágicos
resultados do pecado (Jo 17:15; IJo 2:15). A igreja é chamada para ministrar
tanto a crentes como a não crentes, alcançando e recuperando pecadores
(Mt 28:19; Mc2:17;2Go 5:20, 21); sustentando o crescimento dos crentes
(Ef 2:19-22; 4:11-13, 15; ITs 5:14; 2Pe 3:18); exaltandoo infinito valor de
Doenças Sexualmente Iransmissíveis 189

cada indivíduo (Ts 43:3, 4, 7; Mt 12:12; Lc 12:7; 15:1-32, IPe 1:18, 19);
protegendo o traço e vulnerável (Rm 15:1; !Ts5:14;Hb 13:3); promovendo
e preservando a vida e a saúde (Jo 10:10; l Co 6:19; 3Jo 2); e chaman-
do homens e mulheres para tomarem sua posição elevada como povo
escolhido c santo de Deus (Ef 4:1; 5:8; IPe 1:15, 16; 2:5, 9). Os ministros
da igreja devem encontrar as pessoas onde elas estão (lCo 3:l, 2; 7:1-28) c
chamá-las para um nível mais elevado (Lc 19:5-10; Jo 8:3-11; At 17:18-34).
O processo de desenvolvimento espiritual é antecipado na vida cristã.
A mudança para o cristão envolve conversão (Jo 3:3, 7; At 3:19; Rm 12:2;
2Co 5:17) e crescimento (Pv 4:18; Lc 2:52; Ef 3:17-19; 4:11-15; 2Pe
3:18). Na conversão, os crentes aceitam a vida perfeita de Cristo como sua
própria pela fé e experimentam uma transformação de valores por meio do
Espírito Santo (Jo 3:5; Gl 2:20). Forças internas e externas podem provocar
ralhas no pensamento ou na conduta (Cl 5:16-18; IJo 3:20), mas o com-
promisso com o progresso na vida cristã induzido pela graça (ICo 15:10;
Fp 3:12-14; Cl 1:28, 29) c a confiança nas fontes divinas (Rm 8:5-7; Gl
5:24, 25) produzirão crescimento na direção de Cristo {Gl 5:22-25; Ef 5:1).
As Escrituras requerem que os seres humanos progridam moral e espi-
ritualmente no decorrer de sua vida (Lc 2:52; l Co 13:11; 14:20). Planejar
e facilitar tal crescimento é essencial para o cumprimento da missão do
evangelho (Mt 28:20; Ef 4:14-24). E tarefa da educação religiosa atender
o desenvolvimento individual e apresentar a verdade de um modo que to-
dos possam entender (Mt 11:15), levando-os a ampliar sua compreensão
sem fazê-los tropeçar (Rm 14:1-21; l Co 8:9-13). Embora seja necessário
fazer alguma concessão aos que têm menos conhecimento ou maturidade
(Mt 13:34; Jo 16:20;At 17:30; l Co 3:1, 2), os indivíduos devem progredir
rumo a um entendimento mais completo da vontade de Deus {Jo 16:13)
e a uma total expressão de amor para com Deus e o próximo (Mt 22:37-
39; Jo 13:35; 8:9; 13:11; IJo 3:14; 4:11, 12). Soba bênção de Deus, a
apresentação clara de Sua Palavra c a atenção cuidadosa ao processo do
desenvolvimento do discípulo produzirão fruto espiritual, mesmo entre
aqueles que se envolverem em pecado sexual (l Co 6:9-11).

Implicações
l. A igreja afirma a visão bíblica de sexualidade como um atributo sau-
dável da natureza humana criada por Deus, algo para ser desfrutado e usa-
do de modo responsável no casamento, como parte cio discipulado cristão.
Declarações da Igreja 190

2. A igreja está comprometida em compartilhar a perspectiva bíblica da


sexualidade humana de maneira intencional c culturalmente adequada. A
ênfase é colocada na valorização e no entendimento do corpo humano e
suas funções, na preservação da fidelidade dentro das relações conjugais
e no desenvolvimento de habilidades para tomar decisões e para a comu-
nicação sobre o comportamento sexual. A igreja está comprometida em
transmitir a verdade de que o uso impróprio da sexualidade de uma pessoa
e o abuso de poder no relacionamento são contrários aos ideais de Deus.
3. A igreja chama as pessoas a se consagrarem, diante de Deus, a
uma vida de abstinência sexual fora do pacto matrimonial e à fidelidade
sexual ao cônjuge. Além da saudável expressão de intimidade sexual no
casamento, abstinência é o único caminho seguro e moral para o cristão.
Em qualquer outro contexto, a atividade sexual é prejudicial e imoral.
Esse alto padrão representa a intenção de Deus para com o uso do dom
dado por Ele, e os crentes são chamados para defender esse ideal, inde-
pendentemente dos padrões predominantes na cultura ao redor.
4. A igreja reconhece a pecaminosidade da humanidade. Os seres
humanos cometem erros, fazem mau julgamento e podem escolher
delibcradamente se envolver em práticas sexuais contrárias ao ideal de
Deus. Outros podem não saber onde procurar ajuda para viver uma
vida sexualmente pura. Nada, no entanto, pode livrar tais indivíduos
das consequências de se afastarem do plano divino. Feridas emocionais
e espirituais deixadas pela atividade sexual que viola o plano de Deus
inevitavelmente deixam cicatrizes. Mas a igreja dá continuidade ao mi-
nistério de misericórdia e graça de Cristo, oicrecendo o perdão, a cura
e o poder restaurador de Deus. Deve procurar prover o apoio pessoal,
espiritual e emocional que capacitará o ferido a tirar proveito das rique-
zas do evangelho. A igreja deve também auxiliar as pessoas e as famílias
a identificar e acessar a rede de recursos profissionais disponíveis.
5. A igreja reconhece como moralmente aceitável o uso de métodos
contraceptivos, incluindo camisinha, para pessoas casadas que procuram
controlar a concepção. As camisinhas podem ser indicadas em algumas
circunstâncias — por exemplo, quando um parceiro foi exposto a alguma
doença sexualmente transmissível, colocando o cônjuge num alto risco
de infecção.
Por outro lado, o uso de camisinha antes do casamento ou íora dele
— mesmo que numa tentativa de diminuir o risco de gravidez indcsejada
Doenças Sexualmente Transmissíveis 191
•>

ou prevenir a transmissão de doença sexualmente transmissível - levan-


ta questões morais. Estas questões devem ser consideradas no contexto
do plano divino para a sexualidade humana, a relação entre o propósito
criador de Deus e Sua consideração pela fraqueza humana, o processo
de ercscimento espiritual e desenvolvimento moral do indivíduo, e a na-
tureza da missão da igreja.
Apesar de as camisinhas terem provado ser de alguma forma eficazes
em prevenir a gravide/ c a disseminação da doença,1 isso não faz do sexo
tora tio casamento algo moralmente aceito. Tampouco previne o prejuízo
emocional resultante de tal comportamento. O apelo da igreja a jovens e
adultos, crentes e não crentes, é viver vidas merecedoras da graça a nós
concedida em Cristo, valendo-se tanto quanto possível dos recursos divinos
c humanos para viver de acordo com o ideal de Deus para a sexualidade.
A igreja reconhece que, em casos em que uma pessoa casada possa estar
correndo o risco de transmitir ou contrair uma doença sexualmente trans-
missível, como o vírus da imunodcficiência humana (l IIV), o uso da cami-
sinha não é apenas moralmente aceitável, mas também recomendável, se o
marido ou a esposa decidir continuar tendo relações sexuais. Os que usam
camisinha devem estar alerta quanto à importância de seu uso apropriado
e quanto aos limites de sua eficiência em prevenir a transmissão do Hl V.

Apelo
Estamos enfrentand o uma crise que põe em perigo a vida e o
bem-estar de muitas pessoas, incluindo os membros da igreja. Jovens
e adultos estão em perigo. A igreja deve desenvolver, sem demora,
uma estratégia de educação e prevenção. Os profissionais das áreas
de saúde, serviço social, educação e ministério, entre outras, devem
ser mobilizados. Essa crise demanda atenção prioritária ao uso de
cada recurso ou método disponível na igreja para alcançar o lar, a es-
cola, os membros e a comunidade. O destino de uma geração inteira
está em jogo e estamos na corrida contra o tempo.

l . IVsquisas indicam que a camisinha, quando corrctamenle usada. Icm OITI-a de 97% de
eficácia n;i prevenção il.i gravidez e ceiv.i di' H S d 90'í de eficácia nu prevenção da Iransmissão
de vírus, L-onlornie us.id.i pela população CU] ^cral. fínlre os grupos que a usam t-onstantemen-
te c do maneira correia, a eficácia chega a aproximadamente 9796,
Eslí) declaração loi votada f m 27 de setembro de 1998, durante o Concilio Anual da Co-
missão Administrativa dii Associação Ceral rca!i/ado em ("o/ do Iguaçu.
PORNOGRAFIA

Diferentes fóruns e culturas podem discutir as definições e as con-


sequências da pornografia (a literatura do desvio sexual), mas, à base
dos princípios eternos, os adventistas de qualquer cultura consideram
a pornografia destrutiva, aviltante, insensihilizante c exploradora.
É destrutiva para com as relações conjugais, subvertendo o desíg-
nio divino de que marido e mulher se unissem tão intimamente um ao
outro que se tornassem, simbolicamente, "uma só carne" (Gn 2:24).
I: aviltante por definir a mulher (e cm alguns casos o homem) não
como um todo físico-mental-espiritual, mas como um objeto sexual
disponível e de uma só dimensão. Isso priva a pessoa da dignidade
e do respeito que lhe sào devidos e de direito como filha cie Deus.
É insensibilizante ao leitor/espectador, embotando a consciência
e "pervertendo a percepção", produ/indo assim uma "pessoa depra-
vada" (Rm 1:22, 28, NEB).
É exploradora ao favorecer a lascívia, e basicamente abusiva ao
contrariar a regra áurea, que insiste que devemos tratar os outros
como desejamos ser tratados (Mt 7:12). Especialmente ofensiva é a
pornografia infantil. Disse Jesus: "Qualquer, porém, que fizer trope-
çar a um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor lhe fora que
se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse
afogado na profundeza do mar" (Mt 18:6).
Embora Norman Cousins não o tenha dito em linguagem bíblica,
ele escreveu com grande percepção: "O problema com essa pornogra-
fia tão difundida [...] não é que ela corrompe, mas que insensibiliza;
não que desencadeia as paixões, mas que mutila as emoções; não que
encoraja uma atitude madura, mas que reverte às obsessões infantis;
não que afaste a venda, mas que distorce a visão. A proeza é procla-
mada, mas o amor é negado. O que temos não é liberação, mas desu-
manização" (Saturday ReviewofLiterature, 20 de setembro de 1975).
Uma sociedade infestada por normas de decência irresponsáveis,
crescente prostituição infantil, gravide/ de adolescentes, assédio se-
xual contra mulheres e crianças, mentalidade danificada pelas drogas
e o crime organizado não pode permitir a contribuição da pornografia
para esses males.
Pornografia 193

Sábio, portanto, é o conselho do primeiro grande teólogo do cris-


tianismo: "Se vocês crêem na bondade e se valorizam a aprovação
de Deus, fixem a mente nas coisas que são santas e justas c puras
e belas e boas" (Fp 4:8, 9, Phillips). Esse é o conselho que todos os
cristãos bem fariam em ouvir.

l ua declaração foi liberada por Ncal C, Wilson, cnlã" presidente da Associação Geral,
<i|>ús consulta com os 16 vice-presidentcs mundiais d;i Igreja Adventista, em S do julho de
1990, <luninle ^ assembleia tia Associação (lt-r.il ir.ili/ada em Indianápolis, Indiana.
ASSEDIO SEXUAL

1. Conduta pessoal Os empregados das organizações denominacio-


mis devem exemplificar uma vida semelhante à de Cristo e evitar toda a
aparência do mal. Não devem nem por um momento condescender eom
o comportamento sexual que seja prejudicial a si mesmos ou aos outros
e que lance uma sombra sobre sua dedicação a um estilo de vida cristão.
2. Respeito mútuo. Os empregados devem se respeitar e se enaltecer
mutuamente. Jamais devem colocar outro empregado em uma situação
de embaraço ou desrespeito devido a insinuações sexuais. Fazer isso
seria uma violação da Lei de Deus e da lei do país.
3. Definição. O assedio sexual inclui, mas não está limitado, ao
seguinte:
a. Propostas sexuais indesejáveis, solicitações de favores sexu-
ais, e outras condutas verbais ou físicas de natureza sexua!
que afetcm a condição de emprego da pessoa. Tais propostas
constituem assédio sexual quando:
• A submissão a tal conduta torna-se, explícita ou implicitamen-
te, uma condição de emprego de uma pessoa.
w A submissão ou a rejeição a tal conduta por alguém é usada
como base para decidir se a pessoa será empregada.
^ Tal conduta tem o propósito ou efeito de interterir irrazoavcl-
mcnte no desempenho do trabalho de uma pessoa ou de criar um
ambiente de trabalho intimidativo, hostil ou ofensivo.
*/ São feitas ameaças ou sugestões de que o emprego da pessoa,
luturas promoções e salários, entre outras coisas, dependem de sua
submissão às exigências sexuais ou da tolerância ao assédio.
b. Comentários indesejáveis orientados para o sexo (brincadei-
ras, importunações, piadas, ele.).
c. Pressão sutil ou solicitações para atividadcs sexuais.
d. loques desnecessários {beliscar, dar lapinhas, abraçar, esfre-
gar-se contra o corpo da outra pessoa, ctc.).
e. Exigência de favores sexuais.
4. Ambiente de trabalho. As organizações denominacionais devem
informar seus empregados de que o assédio sexual no local de trabalho
não será tolerado, fclspera-se que todos os empregados evitem qualquer
Assédio Sexual 195

comportamento que possa ser interpretado como assedio sexual. Cada


organização designará uma pessoa do sexo masculino e outra do sexo
feminino a quem as queixas possam ser Icitas.
5. Relato dos incidentes. Se um empregado se deparar com assé-
dio sexual de supervisores, clientes, colegas ou não empregados, as
seguintes medidas devem ser tomadas imediatamente:
a. Deve-se deixar claro que tal comportamento é ofensivo.
b. Os incidentes serão relatados à pessoa apropriada.
A discussão será conduzida de maneira ohjetiva e completa, e a
pessoa que fez a queixa deve ser aconselhada a não discutir o assunto
em outro lugar por causa du delicadeza da situação. A pessoa a quem
é feita a queixa deve manter a informação recebida cm estrita confi-
dencialidade, exceto quando ror necessário investigar ou retíficar o
problema.
6. Relatos a terceiros. Todos os empregados que têm informação
de incidentes de evidente assédio sexual no local de trabalho são
responsáveis pelo relato de tais incidentes à pessoa apropriada para
que haja investigação.
7. Investigação, As queixas de assédio sexual serão investigadas
prontamente. A determinação sobre se um ato específico constitui
ou não assédio sexual será feita com base nos fatos, caso por caso. Ao
determinar se a conduta alegada constitui assédio sexual, o supervi-
sor ou responsável considerará o relato como um todo e a totalidade
das circunstâncias, como a natureza das propostas sexuais e o con-
texto em que ocorreu o incidente alegado.
8. Ação. Se for descoberto que realmente existiu o assédio sexual,
os dirigentes devem tomar prontamente uma medida corretiva. De-
pendendo da seriedade do ato, a disciplina pode variar de uma adver-
tência por escrito, tendo uma cópia colocada no fichário pessoal do
infrator. até a demissão imediata.

Estas orientações foram .idotachis pela Comissão Administrativa da Associação Gera] em 6


de outubro de I98H, durante o Concílio Anual realizado cm Nairóbi. Quénia.
ASSEDIO

/ . Ambiente de trabalho. A Associação Geral reconhece a res-


ponsabilidade de todos os seus empregados manterem um am-
biente de trabalho livre de assédio. Esforça-se para alcançar esse
ambiente conscientizando seus empregados de que o assedio vio-
la a lei e não será tolerado pela Associação Geral. A Associação
Geral também procura prevenir o assédio publicando este docu-
mento, desenvolvendo sanções apropriadas para a má conduta e
informando a todos os empregados seus direitos de apresentarem
queixas de assédio,
Para manter um ambiente de trabalho livre de assédio e ajudar
na prevenção de conduta imprópria, a Associação Gerai deve empe-
nhar-se em tomar as seguintes atitudes:
a. Cada empregado deve receber uma cópia desta declaração
sobre assédio, bem como o procedimento para queixas.
b. Cada empregado notificará o recebimento desta declaração
e do procedimento de queixa, o que será mantido em seu
arquivo pessoal.
c. A Associação Geral designou o diretor de Recursos Hu-
manos e seus diretores associados como os responsáveis a
quem as queixas de assédio devem ser dirigidas, além do
diretor do departamento em que o empregado trabalha.
2. Conduta pessoal. Os empregados da Associação Geral devem
dar exemplo de boa conduta cristã, evitando a aparência de maldade.
Não devem se envolver em comportamentos prejudiciais a si ou a ou-
tros, ou que lancem uma sombra em sua dedicação ao estilo de vida
cristão. Os empregados devem respeitar e enaltecer uns aos outros.
Nunca devem ser colocados em posição de embaraço, desrespeito
ou assédio por causa de seu sexo, raça, cor, nacionalidade, idade ou
incapacidade. Fazer tal coisa seria uma violação da lei divina e das
leis civis que protegem os direitos humanos e governam a conduta
no local de trabalho.
3. Assédio sexual. O assédio sexual é uma forma de assédio e en-
volve insinuações indesejáveis, propostas para favores sexuais ou ou-
tras condutas verbais, escritas ou físicas de natureza sexual quando:
Assedio 197

a. A submissão a tal conduta é, explícita ou implicitamente,


tida como condição para o emprego.
b. A submissão ou rejeição a tal conduta por alguém é usada
como base para a decisão de contratação, afetando a pessoa.
c. Tal conduta tem o propósito ou efeito de interferir sem mo-
tivo no desempenho do trabalho de uma pessoa ou criar um
ambiente de trabalho intimidativo, hostil ou ofensivo.
4. Conduta imprópria. A concluía imprópria do empregado, de co-
legas de trabalho c, em alguns casos, de não empregados inclui, mas
não se limita a:
a. Qualquer pressão ou pedido de favores ou atividades sexu-
ais, incluindo a sugestão de que um candidato a uma vaga
ou um empregado que rejeite propostas sexuais terá impli-
cações quanto à sua contratação ou ao seu emprego.
b. Flertes ou propostas sexuais indesejáveis.
c. Toques impróprios ou desnecessários de natureza sexual ou
abusiva (beliscar, dar tapinhas, abraçar, roçar ou esfregar-se
repetidamente contra o corpo de outra pessoa, etc.).
d. Exibição de gravuras, desenhos ou objetos sexuais.
e. Ameaças ou exigências de favores sexuais.
f. Declarações impróprias relacionadas a sexo, raça, cor, nacio-
nalidade, idade ou incapacidade.
g. Comentários degradantes ou depreciativos sobre a aparên-
cia de uma pessoa.
h. Recusa cm dar a um empregado a oportunidade de partici-
par de treinamentos em razão de sexo, raça, cor, nacionali-
dade, idade ou incapacidade.
i. Limitação de oportunidades de promoção, transferência ou
progresso em razão de sexo, raça, cor, nacionalidade, idade
ou incapacidade.
j. Solicitação para que um empregado desenvolva tarefas mais
difíceis ou trabalhos menos desejáveis para íorçá-lo a se
aposentar ou a se demitir do emprego.
5. Notificação de incidentes. Os empregados que crêem ter sido
assediados devem, imediatamente, seguir os seguintes passos:
a. Deixar claro que tal conduta é ofensiva e deve cessar ime-
diatamente.
Declarações da Igreja 198

b. Relatar o incidente ao diretor de departamento ou ao di-


rctor ou diretores associados para assuntos de assédio.
O relato inicial deve ser seguido por uma declaração escrita
descrevendo o incidente e identificando testemunhas em
potencial.
6. Notificação a terceiros. Empregados cientes de incidentes de as-
sédio no local de trabalho devem relatar tais incidentes ao diretor de
departamento ou ao dirctor ou diretores associados para assuntos
de assédio para investigação.
7. investigação. Queixas de assédio devem ser relatadas imediata-
mente e mantidas em segredo o máximo possível.
8. Disciplina. A violação desta declaração pode resultar em disci-
plina, incluindo a demissão do empregado.
9. Proibição de retaliação. A Associação Geral proíbe a retaliação
contra empregados que se queixam de assédio.

liste documento lui adotado \w\o Departamento de Recursos Humanos da Ass<«.-ia<,-ão


Geral cm 20 de março de 2000. e reflete a prática da Divisão Norle-Americana.
CLONAGEM HUMANA

Durante décadas, a probabilidade de que novos membros da família


humana pudessem ser produ/idos por clonagem parecia irreal. Entretan-
to, recentes avanços na genética e na biologia reprodutiva indicam que
técnicas para clonagem de humanos podem brevemente ser desenvolvi-
das. Com essa possibilidade, vem a responsabilidade cristã de discutir
profundos temas éticos associados à clonagem humana. Como cristãos,
com firme crença no poder criador e redentor de Deus, os adventistas
aceitam a responsabilidade de enunciar princípios éticos que emergem
de suas crenças.
A cionagem inclui todos aqueles processos pelos quais plantas ou
animais são reproduzidos por meios assexuados - métodos que não en-
volvem a fusão de óvulo com espermato/oide. Muitos processos naturais
são formas de clonagem. Por exemplo, micro-organismos, como levedo
comum, reprodu/em-se dividindo duas células filhas que são clones da
reli i Ia mãe c clones entre si. Ao cortar um broto cie uma roseira ou de uma
videira e transformá-lo numa planta, cria-se também um clone cia planta
original. Semelhantemente, muitos animais simples, como a estrela-do-
mar, podem regenerar organismos completos de pequenas partes de um
antecessor. Como vemos, o princípio biológico da clonagcm não é novo.
A nova técnica é conhecida como transferência nuclear de células
somáticas. A essência desse método consiste cm pegar uma célula de um
indivíduo c manipulá-la até que fique como uma célula embrionária. Pro-
porcionando condições favoráveis, a célula embrionária pode proliíerar-se
e gerar um indivíduo completo. Atualmente, essa reprogramação celular
é realizada colocando-se uma célula adulta dentro de um óvulo maior,
cujo núcleo rói removido. O óvulo que é usado nesse processo funciona
como incubador, proporcionando um ambiente essencial para rcativar
os genes da célula adulta. C) óvulo contribui para produzir somente a
pequena quantidade de material genético associado ao citoplasma, não
seu material genético nuclear, como ocorre na reprodução sexual. O ovo
alterado deve então ser implantado numa fêmea adulta para a gestação.
Os biólogos desenvolveram essa técnica como uma ferramenta
para a criação cie animais. Dessa maneira, esperam criar um rebanho
de animais bem qualificados, geneticamente idênticos ao exemplai
Declarações da Igreja 2()()

selecionado. Os benefícios potenciais dessa tecnologia, incluindo a ex-


pectativa de produtos para o tratamento de doenças humanas, são de
grande interesse para pesquisadores c para a indústria biotecnológica.
No entanto, a mesma capacidade tecnológica pode ser usada para a
reprodução humana, e é então que surgem sérias preocupações éticas.
A primeira dessas preocupações é a segurança médica. Se a técnica
atual de transferência nuclear de células somáticas for usada em huma-
nos, os óvulos terão que ser obtidos de doadores. A maior parte desses
óvulos pereceria devido a manipulações celulares durante o crescimento
embrionário em laboratório, enquanto outros se perderiam após a im-
plantação, abortados espontaneamente nos vários estágios de desenvol-
vimento fetal. Nesse sentido, a sensibilidade ao valor da vida do embrião
c do feto seria similar à demonstrada em relação ao desenvolvimento de
outros métodos de reprodução assistida, como fertilização in wtro. Have-
ria também um risco crescente de defeitos congénitos em crianças que
viessem a nascer. Preocupações quanto a danos tísicos para o desenvolvi-
mento de vidas humanas é suficiente para excluir o uso dessa tecnologia.
No entanto, mesmo que o êxito da clonagem tivesse um efeito bené-
fico e os riscos médicos fossem reduzidos, ainda permaneceriam sérias
preocupações. Por exemplo, não seria intrinsecamente problemático
criar um indivíduo que não é produzido através da fertilização de um
óvulo por um espermato/oidcr Estudos adicionais são necessários para
solucionar questões concernentes à nature/.a essencial da procriação no
desígnio de Deus.
Outra preocupação frequentemente expressa é que a dignidade e a in-
dividualidade de uma pessoa clonada poderiam ser comprometidas. Hsse
risco inclui o dano psicológico que pode ser experimentado por um indi-
víduo que seria o que alguns têm chamado de "gcmco idêntico tardio" do
indivíduo que forneceu a célula original. As pessoas têm o direito de exer-
cer tal nível de controle sobre o destino genético de um novo indivíduo?
Há também a preocupação de que a clonagem humana possa pre-
judicar as relações familiares. A prática para as funções unitiva e de
procriação das relações sexuais humanas podem ser reduzidas. Por
exemplo, a prática questionável de usar uma mãe de aluguel pode, às
vezes, ser considerada. O uso de uma célula doadora de um indiví-
duo que não seja o cônjuge pode gerar problemas de relacionamento
e de responsabilidade.
Clonagem l lumana 201

Outro grande risco é que a elonagem possa levar ao uso vantajoso


daqueles que são clonados, determinando seus valores primariamente
com base na sua utilidade. Por exemplo, poderia haver a tentação de
usar Indivíduos clonados como fontes de órgãos para transplante. Outros
têm se preocupado com a criação deliberada de indivíduos subservien-
tes, cuja autonomia seria violada. Indivíduos egocêntricos ou narcisistas
podem ser inclinados a usar a tecnologia para "duplicar" a si mesmos.
Finalmente, os custos financeiros da elonagem seriam considerá-
veis, mesmo após avanços tecnológicos significativos. Se a elonagem
humana fosse comercializada, conflitos de interesses poderiam ser
somados ao risco de abuso.
Essa é somente uma lista parcial dos riscos e abusos em potencial
da elonagem humana. Mas ela deveria ser suficiente para levar os
cristãos que desejam aplicar os princípios morais de sua fé a refletir
sobre o assunto. Entretanto, é importante que preocupações sobre o
abuso da tecnologia não nos ceguem para as possibilidades de usar
essa tecnologia para a satisfação de necessidades humanas genuí-
nas. 1 A possibilidade da elonagem humana, mesmo que remota, mo-
tiva esta declaração de relevantes princípios cristãos.
Os seguintes princípios éticos foram estabelecidos para o caso de
algum dia a transferência nuclear de célula somática ser aplicada a se-
res humanos. O passo rápíclo do progresso nesse campo requererá re-
visões periódicas desses princípios à lu/ de novos desenvolvimentos.
1. Proteção da fragilidade humana. A Escritura é clara ao falar so-
bre a proteção da vida humana, especialmente as vicias mais vulnerá-
veis (Dt 10:17-19; Is 1:16, 17; Mt 25:3 1-46). A tecnologia biológica
da elonagem é eticamente inaceitável quando ameaça e põe em risco
a vida humana.
2. Proteção da dignidade humana. Os seres humanos foram cria-
dos à imagem de Deus {Gn 1:26, 27) e então dotados de dignidade
pessoal que requer respeito c proteção (Gn 9:6). A elonagem pode
ameaçar a dignidade humana de várias maneiras e deve, assim, ser
abordada com resoluta vigilância moral. Qualquer uso dessa tecno-
logia que prejudique ou rebaixe a dignidade pessoal ou a autonomia
dos seres humanos deve ser rejeitado. Essa proibição moral aplica-se
a todos os tipos de elonagem humana que considerem a vida prima-
riamente por sua função utilitária ou valor comercial.
Declarações da Igreja 2112

3. Alivio do sofrimento humano. E responsabilidade do cristão pre-


venir o sofrimento e preservar a qualidade da vida humana (At 10:38;
Lc 9:2). Se a transferência nuclear de células somáticas possibilitar
,i prevenção de doenças genéticas transmissíveis, o uso dessa tecno-
logia deve estar em conformidade com o objetivo de prevenir soíri-
m f M l n s i|iic possam ser evitados.
4. Apoio à família. O plano de Deus para as crianças é que elas
se desenvolvam num lar de amor com a presença, a participação e o
apoio do pai e da mãe (Pv 22:6; SI 128:1-3; Ef 6:4; l Tm 5:8). Qual-
quer uso da transferência nuclear de células somáticas como um
meio de auxiliar a reprodução humana deve, portanto, estar dentro
do contexto da fidelidade conjugal e apoiar a estabilidade familiar.
Assim como em outras formas de reprodução assistida, o envolvi-
mento de terceiros, como "barriga de aluguel", provoca problemas de
caráter moral, os quais devem ser evitados.
5. Mordomia. Os princípios da mordomia cristã (Lc 14:28; Pv 3:9)
são importantes para todos os tipos de reprodução bumana assistida,
inclusive para a transferência nuclear de células somáticas, a qual
provavelmente será dispendiosa. Casais, ao procurarem tal assistên-
cia, deverão considerar os custos envolvidos com base no exercício
fiel de sua mordomia.
6. Honestidade. Comunicação honesta c um dos mandamentos das
Escrituras (Pv 12:22; Ef 4:15, 25). Qualquer uso da clonagem deve
estar fundamentado cm informações precisas, incluindo a nature/a do
procedimento, seus riscos potenciais e seu custo.
7. Compreensão da criação de Deus. Deus deseja que os seres
humanos cresçam no entendimento e na apreciação de Sua cria-
ção, o que inclui conhecimento sobre o corpo humano (Mt 6:26-
29; SI 8:3-9; 139:1-6, 13-16). Por isso, deve-se incentivar o estudo
e a compreensão das estruturas biológicas vitais através de pesqui-
sas éticas.
Dado nosso presente estado de conhecimento e o aluai aprimo-
ramento do método de transferência nuclear de célula somática, o
uso dessa técnica para a clonagem humana é considerado inaceitável
pela Igreja Adventista. Dada nossa responsabilidade para aliviar do-
enças e aumentar a qualidade da vida humana, contínuas pesquisas
apropriadas com animais são consideradas aceitáveis.
Clonageni Humana 203

Glossário
/Melo: Uma das formas alternativas de urn gene particular.
Cada gene de um organismo pode existir em diferentes formas.
l£ssas pequenas diferenças são responsáveis por algumas das va-
riações que observamos em diferentes indivíduos dentro de po-
pulações naturais. Por exemplo, diferentes alelos para genes que
produzem a proteína do sangue, a hemoglobina, determinarão
qufio bem as células do sangue carregarão o oxigénio.
Célula germinal: Célula reprodutora. Em animais mamífe-
ros e seres humanos, as células germinais são o espermato/oide
e o óvulo.
C V/ii/í/ somática: Qualquer célula do corpo de um animal
mamífero ou de um ser humano, exceto as células germinais.
(Citoplasma: Todo o conteúdo de uma célula, exceto seu nú-
cleo, O citoplasma é o lugar onde muitos processos importantes
ocorrem, incluindo o agrupamento de proteínas e enzimas e a
produção de elementos celulares. () citoplasma também con-
tém o mitocôndrias, pequenos corpos que são responsáveis pela
quebra de alimento para produ/Jr a energia necessária para as
atividades da célula.
Clones: Dois ou mais indivíduos com material genético
idêntico. Clones humanos ocorrem naturalmente na forma de
"gémeos idênticos". Embora os gémeos comecem a vida com o
mesmo material genético, desenvolvem diferenças físicas dis-
tintas (impressão digital, por exemplo). Além cio mais, eles se
tornam completamente únicos, indivíduos com personalidades
distintas como resultado de suas experiências diferentes e esco-
lhas independentes. Um indivíduo concebido por transferência
nuclear de células somáticas seria, no mínimo, tão dilerente de
seu progenitor (ou de sua progenitora) quanto gémeos naturais.
Embrião: O estágio inicial cie desenvolvimento de um óvu-
lo fecundado. i\n transferência nuclear de células somáticas,
refere-se ao desenvolvimento do estágio inicial de um óvulo
dentro do núcleo, após ter sido fundido com a célula somática.
Espernntio-oiilí". Célula reprodutora masculina.
Declarações da Igreja 204

Gestação: O período cie tempo que leva para um embrião se


desenvolver nu ú l e r» a partir de um óvulo fecundado até seu es-
tado de recém-nascido. A gestação começa com a implantação
de um embrião no útero e termina com o nascimento.
Núcleo: A estrutura dentro de uma célula que contém o ma-
Icrial genético (genes). O núcleo é rodeado por uma membrana
que o separa do restante da célula.
ÓVH/O: Célula reprodutora feminina.
( ) i nlo enucleado: Um óvulo que teve seu núcleo removido.
[sso geralmente é realizado penetrando a célula com uma agu-
lha fina de vidro para retirar o núcleo, observando o processo
através de um microscópio.
Transferênciii nuclear de célula somática: O nome técnico
para o método usado para produ/.ir o primeiro animal clonado,
uma ovelha chamada "Dolly". Apesar de o nome sugerir que o
núcleo de uma célula somática foi usado, na verdade, a célula
somática completa foi fundida com um óvulo sem núcleo.

1. Pode haver situações futuras nas quais u clonajçem humana seja considera-
il.i l i c n c l i i .1 r i M O I . i l m r l i l r ,u r i l . i l |HISM\I-|. j -\riiiiilii. iin.i<'in.ii CÍTCUnSíânCÍaS n r .
quais a clonagem possa ser contemplada dentro tio contexto do ai sã mento como o úni-
co meio disponível de reprodução para um casal incapaz para a procriação normal.
Cm outros casos, pais em potencial podem ser portadores de alflos geneticamente
defeituosos v, ;issim. desejar evilar o risco de ler filhos com uma doença genética,
C) uso de transferência nuclear de células somáticas poderia ajudá-los a icr uma criança livre
de uma desordem genética. Muitas das preocupações sobre identidade e dignidade pessoal
ainda permaneceriam, nu-snio no contexto da lidelid.ule tarnilur. Assim como nas oulra-. for-
mas de reprodução humana assistida, benefícios potenciais no método da transferência nuclear
de células somáticas devem ser pesados contra os riscos.
l st a declaração loi votada no dia 27 de setembro de I99S, durante o Concílio Anu;.il da
Associação Geral, realizado em 1W do Iguaçu, lírasil.
PRINCÍPIOS CRISTÃOS PARA
INTERVENÇÕES GENÉTICAS

Introdução
Muitos dos novos progressos cia genética são resultado de crescen-
te conhecimento da estrutura fundamental dos genes, não apenas nos
seres humanos, mas em todos os domínios da vida sobre a Terra. Entre
esses progressos, estão o mapeamento genético (as palavras cm itálico são
definidas em um glossário no final deste documento, novos meios para
testes genéticos, novas possibilidades pura a engenharia genética c uma
variedade de estratégias eugênicas que teriam sido inconcebíveis apenas
alguns anos atrás. Resumindo, o novo conhecimento genético tem pro-
du/.iclo poder sem precedentes. Com esse poder tem vindo o potencial
para imenso bem ou mal. H com tão grande poder vem também grande
responsabilidade. Do ponto de vista da lê cristã, somos responsáveis pelo
uso desse poder não somente paru com a humanidade, mas também para
com todos os reinos da vida criada que Deus confiou à nossa mordomia.
Finalmente, somos responsáveis diante cio Criador do Universo, que nos
responsabiliza pelo cuidado uns dos outros na Terra.
Quando o conjunto dos seres criados saiu das mãos do Criador, era
"muito bom" (Gn 1:31). A dotação genética que Adão e Eva receberam
de seu Criador era sem defeitos. As doenças genéticas que os seres hu-
manos agora sofrem não são apenas o resultado de variação normal. Elas
se desenvolveram através de mutação nociva. Ao restaurar ogenoma hu-
mano a uma condição mais saudável, a ciência moderna da saúde pode
tentar recuperar um pouco da condição original da criação. Até onde es-
sas úteis intervenções genéticas sejam conduzidas em harmonia com os
princípios cristãos, elas são bem-vindas como cooperação com a intenção
divina de aliviar os dolorosos resultados do pecado. Qualquer tentativa
de declarar princípios abrangentes de ética para intervenções genéticas
se defronta com a complexidade de um campo da ciência rapidamente
em mudança. Desde a descoberta da estrutura molecular do DNA, o co-
nhecimento da genética através de uma extensão cada vez mais ampla de
fornias de vida floresceu. Muitos dos progressos em informação e capaci-
dade tecnológica tem sido acompanhados de significativas preocupações
Declarações da Igreja 206

éticas. Podemos apenas começar a imaginar as futuras indagações que


surgirão à medida que progride a ciência genética. A complexidade dos
problemas c o ritmo da mudança tornam provável que as declarações
de relevantes princípios cristãos exijam ampliação c modificação com o
passar cio tempo.
Um exemplo de uma área de rápida mudança é o mapeumento genético.
Um esforço científico internacional conhecido como Projcto do (lenoma
Humano está tentando construir um diagrama ou "mapa" detalhado de to-
dos os cromossomos humanos. O objctivo é prover uma descrição ampla
da sequência dos milhões de parc^ de htises de DNA que os cromossomos
humanos contêm. Os pesquisadores planejam usar essa informação para
facilitara identificação e o isolamento cie genes humanos, proporcionando
uma ajuda útil para a compreensão do desenvolvimento humano e para
o tratamento de doenças humanas. Novos detalhes sobre a identidade, o
papel e a função dos genes humanos estão surgindo continuamente.
O crescente conhecimento sobre a identidade dos genes humanos
tem originado uma variedade de novas possibilidades para testes ou exa-
mes genéticos. No passado, a informação genética acerca de um indiví-
duo era em grande parte inferida da história de sua família ou de ohser-
vações clínicas dofenótipo da pessoa ou de expressões físicas dos seus
genes. Hoje, um crescente número de sofisticadas análises genéticas
torna possível a identificação de doenças genéticas, como fibrose cística,
coreia de lluntington ("dança de São Vito") e alguns tipos de câncer.
Muitos desses exames podem agora ser reali/xidos antes do nascimento.
Há a possibilidade de identificar centenas de características genéticas,
inclusive um amplo espectro de distúrbios genéticos.
Outro resultado do conhecimento básico da genética é a capacida-
de de alterar intencionalmente os genes, ou seja, a engenharia genética.
Através do uso de enzimas capazes de extirpar segmentos específicos de
genes, é possível alterar deliberadamente a composição genética das cé-
lulas, inserindo, removendo ou mudando genes específicos. A engenha-
ria genética apresenta novas e extraordinárias possibilidades, inclusive a
transferência de genes através de fronteiras biológicas, como de animais
para plantas. O potencial para a melhoria de formas de vida parece infin-
dável. Plantas geneticamente manipuladas podem, por exemplo, tornar-
se mais produtivas, mais resistentes a doenças ou menos suscetíveis aos
processos internos de decadência.
Princípios Cristãos Para Intervenções Genéticas 207
•» —

A engenharia genética tem beneficiado diretamente a medicina


humana. Tornou possível, por exemplo, a produção da insulina hu-
mana e o fator do crescimento humano, nenhum dos quais podia
ser obtido anteriormente em quantidade suficiente. A engenharia
genética também torna possível o tratamento de doenças através da
alteração genética. Com esse tipo de tratamento, o paciente cujas
células possuam genes defeituosos ou ausentes recebe o necessário
material genético. Ninguém sabe quantas enfermidades genéticas po-
derão finalmente ser tratadas desse modo, mas o sucesso inicial com
doenças como íibrose cística dá a esperança de que outros distúrbios
genéticos poderão ser tratados.
O crescente conhecimento genético também produz novas pos-
sibilidades para a eugenia, ou eslorços para melhorar o reservatório
genético de várias espécies, inclusive o ser humano. Em termos ge-
rais, essas tentativas caem em duas categorias. A eugenia negativa usa
estratégias cujo objetivo é prevenir a herança cie genes prejudiciais. A
eugenia positiva usa estratégias cujo objetivo é promover a transmis-
são de genes desejáveis. Um exemplo de eugenia negativa, comum no
passado, é a esterilização de indivíduos considerados portadores de
genes defeituosos capazes de ser herdados. Um exemplo de eugenia
positiva é a inseminação artificial por doadores escolhidos por terem
características consideradas desejáveis, como elevada inteligência.

Preocupações Éticas
Para ter um vislumbre correio da questão, é bom considerar uma
amostra das atuais preocupações éticas para as quais procuramos de-
clarar princípios cristãos, lassas preocupações podem ser colocadas
em quatro categorias básicas: a santidade da vida humana, a prote-
ção da dignidade humana, a aceitação das responsabilidades sociais
e a preservação da criação de Deus.

A Santidade da Vida Humana


Se o determinismo genético reduzir o significado da existência
humana à operação mecanicista da biologia molecular, há sério
potencial para a desvalorização da vida humana. Por exemplo, a nova
capacidade para o exame genético pré-natal, inclusive o exame de pré-
embriões humanos antes da implantação, gera indagações quanto ao
Declarações da Igreja 208

valor da vidíi humana geneticamente defeituosa. Quão sério deve ser


um defeito genético, diagnosticado no estágio pré-nalal, para que haja
uma razão eticamente legítima para se descartar um pré-embrião ou
para provocar um aborto? Algumas condições, como a trissomia 18,
são geralmente consideradas incompatíveis com a vida. Mas a relativa
seriedade de muitos defeitos genéticos é uma questão de opinião.

Proteçãoda Dignidade Humana


A proteção da privacidade pessoal e da confidcncialidade é uma das
grandes preocupações associadas às novas possibilidades de exame ge-
nético. O conhecimento do perfil genético de uma pessoa poderia ser
de valor significativo para empregadores em potencial, companhias de
seguros e os que estão relacionados com a pessoa. Se o exame genético
deve ser Voluntário OU obrigatório, quando e por quem o mesmo deve ser
feito, quanto da informação resultante e com quem deve ser partilhada
- todos esses são aspectos de significativa preocupação ética. Decisões
difíceis devem ser tomadas sobre se há exceçoes à expectativa habitual
de confidencialidade e privacidade quando outras pessoas podem sofrer
considerável dano por causa da falta de informação. Está em jogo a pro-
teção das pessoas do estigma e de discriminação injusta com base em
sua constituição genética.
Outro conjunto de preocupações relacionadas com a dignidade huma-
na surge da possibilidade de se alterar intencionalmenle o reservatório de
genes humanos. Intervenções médicas cm doenças genéticas podem visar
ao tratamento de células corporais defeituosas ou à alteração de células re-
produtoras. As mudanças nas células reprodutoras humanas poderiam se
tornar uma parte permanente do reservatório genético humano. As inter-
venções podem também estender-se alem do tratamento da enfermidade
e incluir tentativas de realçar as características humanas até aqui conside-
radas normais. Quais são as implicações para o significado de pertencer ao
género humano, por exemplo, quando estiverem disponíveis intervenções
que objetivem realçar a inteligência ou o físico do ser humano?

Aceitação de Responsabi l idades Sociais


O poder que resulta do novo conhecimento genético também
gera preocupações sobre a ética das políticas sociais e os limites en-
tre a liberdade pessoal e a responsabilidade social. Por exemplo, deve
Princípios Cristãos Para Intervenções Genéticas 209

a sociedade desenvolver políticas destinadas a encorajar tanto a eu-


genia positiva quanto a negativa? Deveria ser dada plena liberdade
procriativa a indivíduos com sérios distúrbios genéticos?
Outra área de preocupação social tem a ver com o uso dos re-
cursos da sociedade. Podem surgir indagações sobre a quantidade
de recursos sociais que devem ser gastos em intervenções genéti-
cas quando não há disponibilidade de assistência básica à saúde.
Há também interrogações quanto à distribuição dos benefícios c
das responsabilidades das intervenções genéticas. Como elas se-
rão partilhadas pelos ricos e pelos pobres dentro da sociedade?

Mordomia da Criação de Deus


À medida que os potenciais da engenharia genética se desenvol-
vem, poderiam ocorrer muitas alterações nas várias espécies que habi-
tam a Terra. Essas alterações têm o potencial de se tornar permanentes
e, até certo ponto, imprevisíveis. Que limites à mutação genética, se
há algum, devem ser aceitos? Há fronteiras que não deveriam ser cru-
zadas na transferência de uma forma de vida para outra? Podemos
esperar que as variações genéticas visem à melhoria da vida em nosso
planeta. Mas há motivos para preocupação. Por exemplo, já se tem
considerado as alterações genéticas com a finalidade de desenvolver
novas armas biológicas. A exploração de outras formas de vida para
propósitos de segurança militar ou ganho económico deve despertar
cuidadoso escrutínio moral.
É com essas preocupações éticas em mente que declaramos os se-
guintes princípios cristãos para intervenções genéticas.

Princípios
/ . Confiàencialidaâe. O amor cristão requer que a confiança seja
mantida nas relações humanas. A proteção da confidencialidade é
essencial a tal confiança. A firn de salvaguardar a privacidade pes-
soal e proteger contra discriminação injusta, a informação sobre a
constituição genética de uma pessoa deve ser mantida em segredo,
a menos que a pessoa queira partilhar o conhecimento com outros.
No caso em que outros possam sofrer dano sério e evitável sem a
informação genética acerca de outra pessoa, há a obrigação moral de
partilhara informação necessária (Mt 7:12; Fp 2:4).
Declarações da Igreja 210

2. Veracidade. A obrigação cristã quanto à veracidade requer que


os resultados de exames genéticos sejam honestamente relatados à
pessoa examinada; ou aos membros responsáveis da família, se a pes-
soa for incapaz de compreender a informação (Ef 4:25).
3. Honrando a imagem de Deus. Em toda a criação, somente os seres
humanos foram criados à imagem de Deus (Gn 1:26, 27). O reconheci-
mento cristão da sabedoria e do poder de Deus na criação deve levar à
precaução nas tentativas de alterar permanentemente o reservatório de
genes humanos (Gn 1:31). Em face do conhecimento atua], as inter-
venções genéticas em seres humanos deveriam limitar-se au tratamen-
to de indivíduos portadores de distúrbios genéticos {terapias das células
somáticas] e não deveriam incluir tentativas para alterar as células re-
produtoras humanas (alterações da célula germinativa), o que poderia
aletar a imagem de Deus em futuras gerações. Todas as intervenções
em seres humanos por razões genéticas deveriam ser feitas com grande
precaução moral e com adequada proteção da vida humana em todos
os estágios do seu desenvolvimento (com referência ao aborto provoca-
do, veja os princípios apresentados no documento "Aborto").
4. Prevenção do sofrimento. E responsabilidade cristã prevenir ou
aliviar o sofrimento sempre que isso for possível (At 10:38; Lc 9:2).
Por esse motivo, a finalidade primária da intervenção genética em se-
res humanos deveria ser o tratamento ou a prevenção da enfermidade
e o alívio da dor e do sofrimento. Devido às tendências cia natureza
humana pecaminosa, a possibilidade de abuso e riscos biológicos
desconhecidos, tentativas de modificar com intervenções genéticas
as características físicas ou mentais de pessoas sadias, isentas de
distúrbios genéticos, deveriam ser abordadas com grande cautela.
5. Liberdade de escolha. Deus valoriza a liberdade humana e re-
jeita os meios de coerção. As pessoas capazes de tomar suas próprias
decisões devem ser livres para decidir se querem ou não ser testadas
geneticamente. Devem também estar livres para decidir como agir a
respeito da informação que resulte do exame, exceto quando outros
possam sofrer dano sério e evitável. A decisão de evitar riscos conhe-
cidos de graves defeitos congénitos, abstendo-se da procriação, pode
ser moralmente responsável. Embora as decisões sobre procriação e
exame genético sejam profundamente pessoais, elas deveriam ser to-
madas pelo indivíduo com a devida consideração pelo bem comum.
Princípios Cristãos Para Intervenções Genéticas 211

6. Mordomia da criação. Salvaguardar a criação de Deus inclui


estima pela diversidade e o equilíbrio ecológico do mundo natural,
com suas incontáveis espécies de criaturas viventes (Gn l). As inter-
venções genéticas cm plantas e animais elevem mostrar respeito pela
rica variedade de formas de vida. Explorações e manipulações que
destruiriam n equilíbrio natural ou degradariam o mundo criado por
Deus deveriam ser proibidas.
7. Não violência. O uso de manipulação genética para desenvol-
ver meios de guerra constitui uma afronta direta aos valores cristãos
de pá/, e vida. É moralmente inaceitável abusar da criação de Deus
transformando as formas de vida em armas de destruição (Ap 11:18).
8. Justiça. Deus ama todos os seres humanos, independentemente
de sua distinta condição social (At 10:34). Os benefícios da pesquisa
genética deveriam ser acessíveis as pessoas sem injusta discriminação.
9. Dignidade humana. Criados à imagem de Deus, os seres hu-
manos são mais do que a soma de seus genes (Gn 1:27; At 17:28).
A dignidade humana não deve ser reduzida a mecanismos genéti-
cos. As pessoas devem ser tratadas com dignidade e respeito por
suas qualidades individuais, e não ser estereotipadas com base em
sua herança genética.
W. Salubridade. Os cristãos têm a responsabilidade de manter a
saúde do seu corpo, inclusive sua saúde genética (ICo 10:31). Isso
significa que os cristãos devem evitar o que é geneticamente des-
trutivo a si mesmos ou a seus filhos, como o abuso de drogas e a
radiação excessiva.

Glossário
Célula germimitivcr. Célula reprodutora.
Célula somática: Qualquer célula cie um corpo além das cé-
lulas reprodutoras.
Cromossomo: O bastonete condensado constituído de um li-
l.imento linear de DMA entretecido com proteína que é a estru-
tura portadora dos genes das células vivas. O ser humano tem
vinte- c três pares de cromossomos.
Declarações da Igreja 212

DNA ou ADN (ácido desoxirnbonucletco): A dupla hélice


molecular que codifica a informação genética e é a molécula
hereditária primária em muitas espécies.
DNA recombinante: Uma sequência nova de DNA que c
ai l ificialmente produzida pela junção de segmentos de DNA.
Engenharia genética: O processo de alterar a constituição
" , ( I K l ira de células ou organismos individuais dcliberadamente,
inserindo, removendo ou alterando genes específicos.
Enzima: Uma proteína que facilita uma rcação química es-
pecífica sem alterar sua direção ou natureza.
I'',iig('tiitr. Hsiratégias para tentar melhorar o reservatório ge-
nético de uniu rspr< ir, quer detendo a transmissão de caracte-
rísticas indescjadas, quer aumentando a transmissão de carac-
terísticas desejadas.
Eugeuiu negativa: Lstralégias para prevenir a transmissão de
características genéticas consideradas indesejáveis.
Eugenia positiva: Estratégia para promover a transmissão de
características genéticas que são consideradas desejáveis.
l'i>tiótij>o: As características observáveis que resultam de um
gcnótipo com influência de fatores ambientais.
(.'.em1: A unidade básica da hereditariedade; uma secção de
DNA que contem informação para a produção de moléculas
específicas de proteína.
C.ciHin/ii: Todo o material genético dos cromossomos de in-
divíduo ou organismo específico.
Genótipo: :\ constituição genética de um indivíduo.
Implantação: A inserção de um embrião na parede do útero.
Mapcaniento genético: O processo de verificar a sequência
genética de uma espécie.
Mutação: Uma alteração permanente de DNA, a qual pode
ser herdada.
Pares de huw. Pares de bases complementares que formam
a estrulura do DNA; as unidades usadas para medir a extensão
do DNA. Klns consistem de adenina ( A ) , que deve sempre em-
p a r e l h a r com a timina (T) e a guanina (G), que deve sempre
formar par com a citosina (C).
Princípios Cristãos Para Intervenções Genéticas 213

Pré-embrião: Um óvulo fertilizado antes de sua implantação


e o início da gravidez.
Projeto do Genoma Humano: Um esforço científico interna-
cional para construir um mapa detalhado dos genes humanos,
identificando sua estrutura e função.
Terapia genética: A reposição módica ou o reparo de genes
defeituosos nas células vivas.
Teste ou exame genético: O exame da estrutura genética de
um indivíduo com a finalidade de identificar possíveis caracte-
rísticas hereditárias, inclusive defeitos ou anormalidades.

Este documento foi adotado pela Comissão da Visão Cristã da Vida Humana cm março de
1991! e votado pela Comissão Administrativa da Associação Geral, em l 3 de junho de 1995.
TERAPIA GENÉTICA HUMANA

Introdução
Recentes avanços na medicina e na tecnologia genética possi-
bilitam tratar doenças humanas alterando os genes nas células do
doente. Embora os métodos do campo emergente da medicina ge-
nética estejam ainda cm desenvolvimento, o ritmo cias experiências
científicas e os avanços recentes sugerem que a terapia genética será
uma opção médica versátil e comum. Essa perspectiva torna neces-
sário que os cristãos identifiquem os princípios morais de sua fé que
se aplicam à prática da terapia genética humana.

Descrição Geral
A terapia genética faz uso do DNA ou RNA, substâncias que ca-
racterizam os genes, para curar ou amenizar defeitos congénitos ou
doenças adquiridas. O material genético terapêutico pode ser designa-
do para substituir genes defeituosos nas células dos pacientes ou para
prover informação genética suplementar para regulari/ar a função dos
genes normais. O DNA pode vir de quase qualquer fonte {animais,
plantas, micróbios, vírus) ou pode ser sintético (sem correspondente na
natureza). O efeito do material introdu/ido pode ser intencionalmente
temporário ou permanente. Frequentemente, os resultados alcançados
pela terapia genética não podem ser obtidos por nenhum outro meio.
As doenças que foram tratadas primeiramente pela terapia genética
eram relativamente raras. Mais tarde, o foco mudou para tratamentos
genéticos de enfermidades comuns: câncer, doenças do coração, hiper-
tensão, diabetes, etc.
Descobrir métodos eficientes de introduzir genes em um grande nú-
mero de células que se beneficiariam deles tem sido o desafio técnico
limitando a utilidade da terapia genética. Na maioria dos testes clínicos,
os vírus são usados como "vetores" ou "veículos" para carregar o novo
DNA, pois são incrivelmente eficientes em infectar células com seus
próprios genes. Um vírus vetor é tipicamente construído removendo os
genes que o vírus usaria para duplicar ou prejudicar sua célula hospedeira
e substituindo-os com genes terapêuticos. Adenovírus (vírus do resfriado
comum), rctrovírus (parentes do HIV), vírus adenoassociados (pequenos
'lèrapia Ceitética I lumana 215

vírus que não causam doença), vírus da herpes e muitos outros têm sido
usados em vários casos. Todos os vírus vctores tem características que li-
mitam sua utilidade, e frequentemente há um risco médico envolvido no
seu uso. Outros meios para inserir genes nas células que não envolvem
vfrus podem também ser desenvolvidos; no entanto, métodos não virais
são geralmente menos eficazes.

Terapia Genétic;i Somática


As categorias da terapia genética são definidas pela possibilidade
de herdar as mudanças que a terapia causa. A terapia genética somáti-
ca altera os genes em células que podem ser localizadas em qualquer
parte do corpo, exceto nas células reprodutivas. Vários órgãos têm sido
indicados como alvos: medula, fígado, músculo, pele1, pulmões, vasos
sanguíneos, coração e cérebro. No entanto, a terapia somática cons-
cientemente evita fa/,er mudança genética que possa ser transmitida
aos descendentes do paciente. Consequentemente, essa forma de tera-
pia genética tem o mesmo objctivo que a medicina convencional: salvar
a vida ou aliviar o sofrimento do paciente.
A terapia genética somática está dividida em duas classes, depen-
dendo de quantos novos genes são introduzidos. Em muitas situações,
as células são primeiramente removidas do paciente e então tratadas no
laboratório, um procedimento geralmente chamado de terapia de gene
exvivo. Após a mudança genética ter sido realizada, as células são intro-
duzidas novamente no paciente, na esperança de que fixem residência
no tccido-alvo cm número suficiente para alcançar o efeito desejado.
O fato de que o protocolo da ex vivo deva ser individualmente desen-
volvido para cada pessoa torna o processo trabalhoso e dispendioso. O
objetivo é realizar a mudança genética in vivo, introdu/indo os genes
terapêuticos diretamente no paciente. No momento, nenhum dos veí-
culos disponíveis pode encontrar a célula-alvo eficazmente e injetar sua
carga de genes com suficiente eficácia para alcançar o efeito desejado.
Embora tenham tido vários experimentos clínicos de terapia somá-
tica, poucos foram bem-sucedidos. As técnicas para introdu/ir genes
terapêuticos em células do corpo ainda são primitivas, ineficientes e
potencialmente perigosas. A morte de um paciente jovem numa expe-
riência clínica no final de 1999 demonstrou que um nível adequado de
segurança não foi alcançado.
Declarações da Igreja 216

'lèrapia Genética Germinal


Em contraste com a terapia genética somática, a terapia gené-
tica germinal faz mudanças genéticas que se estendem às células
reprodutivas. Como resultado, a mudança pode ser herdada pelo
descendente do paciente original. Assim, a terapia germinal delibcra-
damente procura melhorar não apenas a condição do paciente, mas
também seus descendentes das gerações futuras. Nesse aspecto, ela
representa um novo objctivo fundamental para a intervenção médi-
ca. Oferece a grande vantagem de eliminar a causa de uma condição
debilitante, visto que se opõe ao tratamento separado de indivíduos
em cada geração sucessora.
As técnicas envolvem a precisa introdução manual de DNA em
ovos fertilizados individuais ou em células de embriões em estágio
inicial de desenvolvimento. No momento, as modificações germinais
têm sido realizadas somente em animais. Além dos danos que causa
à saúde, provocados pelas tecnologias avançadas de reprodução, a
terapia germinal está associada a um alto risco de morte embrionária
e fetal, parto de natimorto e morte infantil, anormalidades físicas e
defeitos genéticos. Fora o aspecto fundamental de segurança, a te-
rapia germinal levanta sérias preocupações éticas. Estas incluem o
problema do consentimento de indivíduos ainda não nascidos, a ava-
liação das consequências de alterações genéticas a longo prazo, a
possível redução da diversidade humana por eliminação sistemática
de características específicas, o determinismo genético imposto pe-
las escolhas de pacientes originais e as terapias genéticas, a perspec-
tiva de que a terapia germinal possa ser usada em programas de euge-
nia e a questão problemática de usá-la para o avanço da engenharia
genética. Devido aos aspectos da falta de segurança e implicações
éticas, a terapia germinal é amplamente desencorajada ou proibida.

Princípios Bíblicos
Tendo em vista que a terapia genética ainda está no seu início, é
nossa responsabilidade como cristãos pensantes estar a par de seu
potencial para satisfa/er as necessidades humanas, entender os ris-
cos biológicos e genéticos que esta acarreta e evitar seu uso impró-
prio. Decisões nessa área complexa e em expansão devem estar em
harmonia com os seguintes princípios bíblicos:
'lérapia Genética I lumana 217

1. Aliviara sofrimento c1 presen>urn vida. A Bíblia indica que Deus


está sempre preocupado com a saúde, o bem-estar e a restauração de
Suas criaturas (Pv 3:1-8; SI 103:2, 3; Mi 10:29-31; 11:4, 5; At 10:38;
Jo 10:10). Ele nos ordena a continuar Seu ministério de cura (Mt 10: l ;
Lc 9:2). Visto que a terapia genética pode prevenir doenças genéticas
e restaurar a saúde, deveria ser bem-vinda como um meio de cooperar
com a iniciativa divina de aliviar o sof rimento que pode ser evitado.
2. Proteger de danos. As Escrituras nos incumbem de defender as
pessoas vulneráveis (Dt 10:17-19; Si 9:9; Is l : 16, l 7; Mt 25:31 -46; Lc
4:18, ! 9). Quando a doença ou desordem genética não é uma ameaça
à vicia, a intervenção genétiea pode ser considerada somente se houver
sido alcançado um alto nível de segurança e a vida estiver protegida em
todos os seus estágios de desenvolvimento. Mesmo em situações
em que a vida está em jogo, os riscos envolvidos em intervenções ge-
néticas devem ser ponderados tendo em vista a probabilidade de cura.
3. Honrar a imagem de Deus. Os seres humanos, criados à imagem
de Deus (Gn 1:26, 27), são diferentes em classe e grau de todas as
outras criaturas terrenas, tendo habilidades racionais ciadas por Deus,
apreço aos valores espirituais c a capacidade de tomar decisões mo-
rais (l Rs 3:9; Dn 2:20-23; Fp 4:8, 9; SI 8:3-8; Ec 3:10, 11). Devem
ser tomadas precauções em relação a qualquer ação que possa mudar
permanentemente o genoma humano e afetar sua capacidade.
4. Protegera autonomia humana. Deus confere um grande valora
liberdade humana (Dt 30:15-20; Gn 4:7). Alterações genéticas que
possam limitar as habilidades do indivíduo, restringir sua participa-
cão na sociedade, reduzir sua autonomia ou prejudicar sua liberdade
pessoal devem ser rejeitadas.
5. Entender a criação de Deus. Visto que Deus dotou os seres
humanos de inteligência e criatividade, Ele pretende que eles sejam
responsáveis pela criação (Gn 1:28) e cresçam na compreensão dos
princípios de vida, incluindo a função de seus corpos (Mt 6:26-29;
ICo 14:20; SI 8:3-9; 139:1-6, 13-16). O estudo e a pesquisa ética só
podem aumentar nosso apreço pela sabedoria e a bondade divinas.

|-sic documento Iní adotado pela Comissão da Visão Cristã du Vida Humana dd Asso-
ciação Cifrai cm aliril de 2000 c airecfonada aos departamentos e inslituiçôos da igreja que
considerarem útil seu conleiído.
TCMAS SOBRE A MULHER

Os adventistas crêem que tod;is as pessoas são criadas iguais, feitas


à imagem de um Deus amoroso. Cremos que tanto os homens quanto
as mulheres são chamados para desempenhar um papel importante
no cumprimento da missão primária da Igreja Adventista: trabalhar
juntos para o benefício da humanidade. Contudo, estamos dolorosa-
mente conscientes de que em todo o mundo, em nações desenvolvidas
e em desenvolvimento, condições sociais adversas frequentemente
inibem a mulher de alcançar o potencial dado por Deus.
A Igreja Adventista tem identificado vários c grandes problemas,
bem documentados pela pesquisa, que com frequência impedem a
mulher de dar valiosas contribuições à sociedade. O estresse, o am-
biente e as crescentes demandas têm colocado a mulher em maior
risco quanto aos problemas de saúde. A pobreza e os pesados encar-
gos de trabalho não somente privam a mulher de sua capacidade de
apreciar a vida, mas também prejudicam seu bem-estar físico e espi-
ritual. A violência familiar cobra um pesado tributo de suas vítimas.
A mulher tem direito aos privilégios e oportunidades dados por
Deus e destinados a cada ser humano: o direito à alfabetização, à
educação, à assistência médica adequada, à tomada de decisões c
à vida livre de abuso físico, mental c sexual. Também salientamos
que a mulher deve desempenhar um crescente papel na liderança e
na tomada de decisões tanto na igreja quanto na sociedade,
Finalmente, cremos que a igreja cumprirá sua missão somente
quando a mulher for habilitada para que possa atingir todo o seu
potencial.

lista declaração foi aprovada c votada pda Comissão Administrativa da Associação Geral
c divulgada \n-\o gabinete d<» cmão presidente líohcrt S. Folkenberg, durante a assembleia da
Associação t leral realizada cm Utrecht, f lolenda, de 24 de Junho u S de julho de 1995.
ABORTO

Orientações
Os adventistas desejam lidar com a questão do aborto 1 de manei-
ra que revelem fé em Deus como Criador e Mantenedor de toda a
vida e de modo que reflitam a responsabilidade c a liberdade cristãs.
Embora haja diferença de pensamento sobre o aborto entre os ad-
ventistas, o texto abaixo representa uma tentativa de prover orienta-
ções quanto a uma série de princípios e temas. As orientações estão
lundamentadas nos amplos princípios bíblicos, apresentados para
estudo no fim deste documento. :
1. O ideal de Deus para os seres humanos atesta a santidade da
vida humana, eriada à imagem de Deus, e exige o respeito pela vida
pré-natal. Contudo, as decisões sobre a vida devem ser feitas no
contexto de um mundo caído. O aborto nunca é um ato de peque-
nas consequências morais. Assim, a vida pré-natal nunca deve ser
irreíletidamentc destruída. O aborto somente deveria ser praticado
por motivos muito sérios.
2. O aborto é um dos trágicos dilemas da degradação humana.
As atitudes condenatórias são impróprias para os que aceitaram o
evangelho. Os cristãos são comissionados a se tornar uma comuni-
dade de fé amorosa e carinhosa, auxiliando as pessoas em crise ao
considerarem as alternativas.
3. De forma prática e tangível, a igreja, como uma comunidade
de apoio, deve expressar seu compromisso de valorizar a vida huma-
na. Isso deve incluir:
a. O fortalecimento do relacionamento familiar.
b. Instrução de ambos os sexos quanto aos princípios cristãos da
sexualidade humana.
c. ênfase na responsabilidade do homem e da mulher no planeja-
mento familiar.
cl. Apelo a ambos para que sejam responsáveis pelas consequên-
cias dos comportamentos incoerentes com os princípios cris-
tãos.
e. Criação de um clima seguro para o desenvolvimento de discus-
sões sobre as questões morais associadas ao aborto.
Declarações da Igreja 220

f. Apoio e assistência a mulheres que decidiram prosseguir com


uma gravide/, problemática.
g. Incentivo e ajuda para que o pai participe com responsabilidade
na tarefa de cuidar de seus filhos.
A igreja deve também se comprometer a mitigar os lamentáveis
fatores sociais, económicos e psicológicos que possam levar ao abor-
to e a cuidar de forma redentiva dos que sofrem as consequências
de decisões individuais nessa área.
4. A igreja não deve servir como consciência para os indivíduos;
contudo, ela deve oferecer orientação moral. O aborto por motivo de
controle natalício, escolha do sexo ou conveniência não é aprovado
pela igreja. Contudo, as mulheres, às vezes, podem se deparar com
circunstâncias excepcionais que apresentam graves dilemas morais
ou médicos, como: ameaça significativa à vida da mulher gestante,
sérios riscos à sua saúde, defeitos congénitos graves cuidadosamen-
te diagnosticados no reto e gravide/ resultante de estupro ou in-
cesto. A decisão final quanto a interromper ou não a gravidez deve
ser feita pela mulher grávida após o devido aconselhamento. Ela
deve ser auxiliada em sua decisão por meio de informação precisa,
princípios bíblicos e a orientação do Espírito Santo. Por outro lado,
essa decisão é mais bem tomada dentro de um contexto saudável de
relacionamento familiar.
5. Os cristãos reconhecem que sua primeira c principal respon-
sabilidade é para com Deus. Buscam o equilíbrio entre o exercício
da liberdade individual e sua responsabilidade para com a comuni-
dade da fé, a sociedade como um todo e suas leis. Eles fazem sua
escolha em conformidade com as Escrituras e as leis de Deus em
vez de com as normas da sociedade. Assim, qualquer tentativa de
obrigar as mulheres, quer a manter ou a interromper a gravidez,
deve ser rejeitada como violação à liberdade pessoal.
6. As instituições da igreja devem receber orientações para de-
senvolver suas próprias normas institucionais em harmonia com este
documento. Pessoas que tenham objeções éticas ou religiosas ao abor-
to não deveriam ser solicitadas a participar na realização do mesmo.
7. Os membros da igreja devem ser incentivados a participar no
desenvolvimento das considerações de suas responsabilidades mo-
rais com respeito ao aborto à luz do ensino das Escrituras.
Aborto 221

Princípios Para uma Visão Cristã da Vida

Introdução
"I: ,1 vicia eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus ver-
dadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 1 7:3). Em Cristo há a
promessa da vida eterna, mas, uma vex que a vida humana é mortal,
os seres humanos são confrontados com temas difíceis com relação à
vida e à morte. ( >s seguintes princípios referem-se à pessoa como um
todo (corpo, alma c espírito), um todo indivisível (Gn 1:7; iTs 5:23).

/: Nassa Dádiva Valiosa iie Deus


l , Deus é a Fonte, o Doador e o Mantenedor de toda a vida
{At 17:25, 28; Jó 33:4; Gn 1:30; 2:7; SI 36:9; Jo 1:3,4).
2, A vida humana tem valor único, pois os seres humanos,
embora caídos, são criados à imagem de Deus (Gn 1:27; Hm
3:23; I j o 2 : 2 ; 3:2; Jo 1:29; l Pé l : l S, 19).
3. Deus valori/a a vicia humana não por causa das realizações
ou contribuições humanas, mas porque somos criaturas de Deus
e objetOS de Seu amor redentor (Hm 5:6, 8; Ef 2:2-6; ITm 1:15;
Tt 3:4, 5; Mt 5:43-48; Ef 2:4-9; Jo 1:3; 10:10).

Viâa; Nossa Resposta ao Dom de Deus


4. Valiosa como é, a vida humana não é a única e última preocupa-
ção. O sacrifício próprio em devoção a Deus e aos Seus princípios pode
tomara precedência sobre a vida (Ap 12:1 1; l Co 13).
5. Deus nos chama para a protcção da vida humana, e res-
ponsabiliza a humanidade por sua destruição (Ex20:13; Ap 21:8;
Êx 23:7; Dt 24:16; Pv 6: 16, 17; Jr 7:3-34; Mq 6:7; Gn 9:5, 6).
6, Deus está especialmente preocupado com a proteção cio Ira-
co, indefeso e oprimido (Si 82:3, 4; Tg 1:27; Mq 6:8; At 20:35,
Pv24:11. 12; Lc 1:52-54).
7, O amor cristão (ágape) é a valiosa dedicação de nossas vidas
para elevar a vida de outros. O amor também respeita a dignida-
de pessoal c não tolera a opressão de uma pessoa para apoiar o
comportamento abusivo cie outra (M t 16:2 l ; Fp 2:1-1 1; IJo 3:16;
4:8-1 1; Mt 22:39; Jo 18:22, 23; 13:34).
Declarações da Igreja

8. A comunidade crente é chamada a demonstrar o amor


cristão de maneira tangível, prática e substancial. Deus nos
chama a restaurar gentilmente os quebrantados (Gl 6:1, 2; IJo
3:17, 18; Mt 1:23; Fp 2:1-11; Jo 8:2-11; Rm 8:1-14; M t 7 : l , 2 ;
12:20; Is 40:42; 62:2-4).

Vida: Nosso Direito e Responsabilidade de Decidir


9. Deus dá à humanidade a liberdade de escolha, mesmo
í]ue isso conduza ao abuso e a consequências trágicas. Sua relu-
l â n c i a em Forcar a obediência humana requercu o sacrifício de
Seu Filho. Ele nos manda usar Seus dons de acordo com Sua
vontade e finalmente lul^ará seu mau uso (Dt 30:19, 20; (In 3;
MV 2:24: Hm 3:5, 6; 6:1, 2; Cil 5:13).
10. Deus convida cada um de nós individualmente a tomar deci-
sões morais e a buscar nas Escrituras os princípios bíblicos que fun-
damentam tais escolhas (Jo =5:39; At 17:11; l Pé 2:9; Rm 7:13-25).
l 1. Decisões sobre a vida humana, do início ao Hm, devem
ser tomadas no contexto de relacionamentos familiares saudá-
veis, com o apoio da comunidade de fé (Ex 20:12; Ef 5:6, 12).
As decisões humanas devem ser sempre centralizadas na busca
da vontade de Deus (Rm 12:2; Ef 6:6; Lc 22:42).

l AbottO, ciinformo compreendido neste documento, é definido como qualquer aeão que
vise pôr Hm a uma gravide? já estabelecida, £ diferente do controle d r natalidade, tjiie é a
i n iene."i o ile Impedir LI <;r.i\ idez,
2, A persjieclK.i fundamenta] dessas onruUcucs foi extraída de um extenso estudo da
liscrítura, conforme demonstrado no documento "Princípios Para uma Visão Cristã da Vida".
l.sMs oiifnUicões foram aprovadas e votadas |>ela Comissão Administrativa d.t \s-m M
ão Geral em 12 de outubro de 1992, durante o Concílio Anual rcali/ado cm Silvcr Spring.
CONTROLE DE NATALIDADE

As tecnologias científicas de hoje permitem um maior controle da


fertilidade e da reprodução humana do que no passado. Essas tecno-
logias tornam possível a relação sexual com uma expectativa muito
reduzida de gravidez e de nascimentos. O casal cristão tem o potencial
de controlar a fertilidade, o que tem levado a muitos questionamentos
com uma ampla gama de implicações religiosas, médicas, sociais e
políticas. As novas técnicas oferecem oportunidades e benefícios, mas
também apresentam desafios e desvantagens. Várias questões morais
devem ser consideradas. Os cristãos, que têm a palavra final em sua
escolha pessoal quanto a essas questões, devem ser instruídos a fim de
que possam tomar decisões sólidas baseadas em princípios bíblicos.
Entre as questões a serem consideradas, está o debate quanto a
se é ou não apropriada a intervenção humana no processo biológico
natural de reprodução humana, Se qualquer intervenção for apro-
priada, então devem ser tratadas as questões adicionais quanto ao
que, quando e como. Outras preocupações relacionadas incluem:
* A probabilidade do aumento da imoralidade sexual com a dis-
ponibilidade e o uso que os métodos contraceptivos podem promover.
<* O domínio de um dos sexos quanto aos privilégios e prerroga-
tivas sexuais tanto do homem quanto cia mulher.
•/ O debate sobre o direito de uma sociedade limitar a liberdade
pessoal no interesse da coletividade, e a discussão sobre o apoio eco-
nómico e educacional para os que estão em desvantagens.
•/ Aspectos relacionados com o crescimento populacional e o uso
dos recursos naturais.
Entendemos que uma declaração com considerações morais só-
Bre o controle da natalidade deve ser vista dentro de um contexto
mais amplo dos ensinamentos bíblicos sobre a sexualidade, o casa-
mento, a paternidade e o valor cios filhos, e que deve haver uma com-
preensão da inter-relação dessas questões. Cientes da diversidade de
opiniões na igreja, os seguintes princípios bíblicos são estabelecidos
para instruir e pautar a tomada de decisões.
l. Mordomia responsável. Deus criou os seres humanos à Sua pró-
pria imagem, homem e mulher, com a faculdade de pensar e de tomar
Declarações da Igreja 224

decisões (Is 1:18; Js 24:15; Dt 30:15-20). Deus concedeu aos seres


humanos o domínio sobre a Terra (Gn l :26, 28). Esse domínio requer
a supervisão e o cuidado da natureza. A mordomia cristã também re-
quer que se assuma a responsabilidade pela procriação humana. A
sexualidade, como um dos aspectos da natureza humana sobre o qual
o indivíduo exerce mordomia, deve ser expressa em harmonia com
a vontade de Deus (Êx 20:14; Gn 39:9; Lv 20:10-21; l Co 6:12-20).
2. Propósito da reprodução. A perpetuação da família humana é
um dos propósitos de Deus para a sexualidade humana (Gn 1:28).
Embora, de forma geral, possamos inferir que o casamento destina-
se a produ/.ir descendentes, a Escritura nunca apresenta a procriação
como uma obrigação do casal a fim de agradar a Deus. Contudo,
a Revelação divina confere um elevado valor aos filhos e expressa a
alegria encontrada na paternidade (Ml 19:14; SI 127:3). Ter e educar
filhos ajuda os pais a entenderem a Deus e a desenvolverem compaixão,
solicitude, humildade e abnegação (SI 103:13; Lc 11:13).
3. Propósito unificador. A sexualidade tem um propósito unificador
no casamento, ordenado por Deus, e diferente do propósito repro-
dutivo {Gn 2:24). A sexualidade no casamento destina-se a incluir
alegria, prazer e deleite (Ec 9:9; Pv 5:18, 19; Ct 4:16-5:1). É propó-
sito de Deus que os casais mantenham comunhão sexual além da
procriação (lCo 7:3-5), uma comunhão que estabeleça laços fortes e
que proteja os cônjuges de um relacionamento impróprio com outra
pessoa (Pv 5:15-20; Ct 8:6, 7). No propósito de Deus, a intimidade
sexual não se destina apenas à concepção. A Escritura não proíbe o
casal de desfrutar das delícias da relação conjugal enquanto tomam
medidas contraceptivas.
4. Liberdade de escolha. Na criação - e novamente pela redenção
provida por Cristo — Deus ofereceu ao ser humano a liberdade de
escolha, e pede que este a empregue com responsabilidade (Gl 5:1,
13). No plano divino, marido e mulher constituem uma unidade fa-
miliar única, tendo ambos a liberdade e a responsabilidade de toma-
rem decisões sobre sua família (Gn 2:24). Os cônjuges devem levar
um ao outro em conta ao tomarem decisões sobre o controle da na-
talidade, estando dispostos a considerar as necessidades do outro e
também as suas próprias (Fp 2:4). Para o casal que decide ter filhos,
a escolha da procriação deve ter limites. Vários fatores devem nortear
Controle cie Natalidade 225

sua escolha, incluindo a capacidade de atender as necessidades dos


filhos (ITm 5:8); a saúde física, emocional e espiritual da mãe (3Jo 2;
ICo 6:19; Fp 2:4; Ef 5:25); as circunstâncias sociais e políticas nas
quais os filhos nascerão (Mt 24:19); ca qualidade de vida e os recursos
globais disponíveis. Somos mordomos da criação de Deus e, portanto,
devemos ir alem de nossa própria felicidade e desejos e considerar as
necessidades dos outros (Fp 2:4).
5. Métodos contraceptivos apropriados. A decisão mora! sobre a es-
colha do uso dos diferentes métodos contraceptivos deve provir da
compreensão de seus prováveis efeitos sobre a saúde física e emocio-
nal, a forma pela qual atuam e os gastos financeiros envolvidos. ! !á
uma diversidade de métodos para o controle cia natalidade - incluin-
do métodos de barreira, espermicidas e esterilização - que impedem
a concepção c que são moralmente aceitáveis. Outros métodos con-
traceptivos 1 podem impedir a união do óvulo com o cspermatozoide
(fertilização) ou podem impedir a fixação do óvulo já fertilizado (im-
plantação). Devido à incerte/.a sobre como eles funcionarão em uma
determinada situação, podem ser moralmente questionáveis para
aqueles que crêem que a proteção da vicia humana inicia na fecunda-
ção. Contudo, considerando que a maioria dos óvulos fecundados não
chega a se implantar ou se perde após a implantação, mesmo quando
os métodos contraceptivos não são usados, os métodos hormonais de
controle de natalidade e os DIUs, que representam um processo si-
milar, podem ser vistos como moralmente aceitos. O aborto, isto é, a
interrupção proposital de uma gravide? estabelecida não é moralmen-
te aceito no que cli/. respeito ao controle de natalidade.
6. Mau uso do controle de natalidade. Embora a crescente capa-
cidade de lidar com fertilidade e de se proteger de doenças sexual-
mente transmissíveis possa ser útil a muitos casais, o controle de
natalidade pode ser mal-empregado. Por exemplo, aqueles que se
engajam em relações sexuais pré-nupciais ou extraconjugais podem
mais prontamente ser indulgentes com tais comportamentos devido
à disponibilidade dos métodos contraceptivos. O uso desses métodos
para proteger a relação sexual tora do casamento [iode reduzir o risco
de doenças sexualmente transmissíveis e/ou gravidez. No entanto,
o sexo fora do casamento é prejudicial e imoral, quer ou não esses
riscos tenham sido diminuídos.
Declarações da Igreja 226

7. Uma abordagem redentora. A disponibilidade dos métodos de


controle da natalidade torna a educação sobre a sexualidade e a
moralidade ainda mais imperativa. Menos esforço deve ser gasto na
condenação e mais na educação e nas abordagens redentoras que
buscam permitir a cada indivíduo ser persuadido pelos apelos pro-
fundos do Espírito Santo.

1. Alguns exemplos ai uai-, desses métodos incluem aparelhos intrauterinos ( D I U ) . pílulas


de honnónio (incluindo a pílula tio "dia seguinte"), injcçòes ou implantes. As perguntas sobre
esses métodos devem ser encaminhadas .1 um médico.
lista declaração loi votada cm 29 de setembro de 1999, durante o Concílio Anual da Co-
missão Administrativa da Associação Geral realizado em Silvcr Spring, Maryland.
VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES E
MENINAS

Nós, os membros da Igreja Adventista, falamos com clareza e também


nos unimos a outros com oobjetivo de erradicara violência contra mulhe-
res e crianças. As estatísticas globais indicam que, em todas as sociedades,
mulheres e crianças são mais frequentemente vítimas de violência. Ações
ou ameaças com probabilidade de resultar em dano ou sofrimento físico,
sexual ou psicológico são incompatíveis com a ética bíblica e a moralidade
cristã. Tais açõcs incluem, entre outras coisas, violência familiar, estupro,
mutilação genital feminina, assassinato para defesa da bonra ou acerto de
dotes. Manipulação, recusa de liberdade pessoal e coerção também são
atos de abuso e violência. Diante de tais comportamentos, a Igreja Adven-
tista di/: "Vamos acabar com isso imediahunente!"
Os adventistas reconhecem que a criação do ser humano à imagem
de Deus confere dignidade e valor a eada pessoa. A medida desse valor é
vista na morte sacrificai de Jesus Cristo para prover vida eterna a todos. O
amor e a compaixão que caracterizaram a vicia de Jesus na Terra estabele-
cem um exemplo para todos os Seus seguidores em seu relacionamento
com outros. O comportamento conforme o de Cristo não deixa espaço
para a violência contra membros da família ou quaisquer outras pessoas.
A Bíblia aconselha os cristãos a verem o corpo como o templo de Deus.
Causar dano intencional a outra pessoa profana aquilo que Deus honra.
Portanto, é um comportamento pecaminoso. Os adventistas se comprome-
tem a ser líderes na quebra do ciclo da violência cometida contra mulheres
c crianças. Apelaremos em defesa das vítimas e sobreviventes por meio do
ensino, da pregação, do estudo da Bíblia c de programas de proteção.
A Igreja Adventista busca e da as boas-vindas às parcerias c colabo-
rações com outros para abordar esse problema global. A voz coletiva de
muitos pode salvar dezenas de milhares de mulheres e meninas dos ma-
les e sofrimentos que resultam do abuso e violência.
(Esta declaração c apoiada nas seguintes referências bíblicas: Jo 3:16;
Gn I:26;Is61:l-3;Ef5:2-3; Ijo3:10, 15-18,4:11; 3Jo 1:2; l Co 3:16-17,
6:19; Rm 12:1-2.)
Lsta declaração foi aprovada e votada pela Comissão Administrativa da Associação Geral,
MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA

Introdução
Como parte de sua missão mundial, os advcntistas tem o firme com-
promisso de prover cuidados de saúde que preservem e restaurem o ser
humano cm sua totalidade. Por "totalidade" queremos di/er o desenvol-
vimento das dimensões físicas, intelectuais, sociais e espirituais da vida
de uma pessoa, unificadas através de um relacionamento amoroso com
Deus e expressas através de serviço aos outros. Os adventistas crêem que
cada ser humano c criado à imagem de Deus como uma pessoa única, e
não uma dualidade de corpo e alma. Por isso, cremos num ministério de
graça que afete todos os aspectos da vida humana, incluindo o hcm-cstar
físico c emocional.
O ministério ao ser humano em sua totalidade leva os adventistas a
se preocuparem com a difusão da prática de mutilação feminina. 1 Geral-
mente chamada de "circuncisão feminina" ou, mais recentemente, "corte
genital feminino", essa prática atualmente aleta milhões de mulheres e
meninas a cada ano. A estatística não inclui meninas que morrem como
resultado das formas mais radicais de mutilação genital. Essas práticas
vão desde a extirpação do prepúcio c litoral à completa remoção da vul-
va, com estreitamento da abertura vaginal. Nossa preocupação central,
expressa nesta declaração, dix. respeito a todas as formas de danos que
levem à disfunção física ou trauma emocional. Além disso, tais proce-
dimentos são frequentemente realizados com instrumentos sujos, sem
anestesia, em jovens meninas entre doze e catorze anos de idade. Hemor-
ragia, choque, infecção, incontinência, dano aos órgãos próximos e cica-
trizes são resultados frequentes. Em adição ao dano físico, a mutilação
genital é também emocionalmente traumática.
Mulheres que íoram sujeitas à mutilação genital também são fre-
quentemente afligidas com uma variedade de problemas de saúde de
caráter ginecológico, incluindo fístulas, infecções crónicas e problemas
com a menstruação. No casamento, a relação sexual é geralmente dolo-
rosa, traumática, tornando necessária uma reabertura da cavidade vagi-
nal. O nascimento de um bebé pode também ser impedido em função
cm 23 de junho de 2010. c divulgada na assembleia da Associação Geral realizada em Allanla.
licórgia, listados Unidos, de 24 de j u n h o ;i í de julho de 2010.
Mutilação Genital Feminina 229

das cicatrizes da cavidade vaginal. Por vezes, resulta na morte da mãe e


da criança.
Nas culturas onde a mutilação genital feminina é prevalecente, a
prática c considerada justificável por uma variedade de razões. Crê-se, por
exemplo, que a mutilação preserva a virgindade das mulheres solteiras,
ajuda a controlar seus impulsos sexuais, fortalece a fidelidade sexual das
mulheres casadas e aumenta o prazer sexual de seus maridos. Também
acredita-se que a remoção de toda a genitália ou de parte dela promove o
asseio da mulher e torna o nascimento mais seguro para a criança. Devido a
essas crenças, as mulheres que não passam por tais procedimentos podem
ser consideradas inadequadas para o matrimónio. A despeito das evidências
contra tais razões e a despeito de esforços de inúmeras organizações de
direitos humanos, a prática da mutilação genital feminina continua em
várias culturas, com prevalência que excede 90% em certos países.
Em algumas culturas, a mutilação genital feminina é defendida
como uma forma de prática religiosa. Como os adventistas defendem a
protcção da liberdade religiosa, acreditam que o direito à prática da re-
ligião não justifica ferir outra pessoa. Assim, apelos à Uberdade religiosa
não justificam a mutilação genital feminina.

Princípios Bíblicos
A oposição da Igreja Adventista à mutilação genital feminina é base-
ada nos seguintes princípios bíblicos:
1. Preservação dii vida e da mude. A Bíblia apresenta a excelência da
criação de Deus, incluindo a criação dos seres humanos (Gn 1:31; SI
139:13, 14). Deus é a Fonte e o Mantenedor da vida humana (Jó 33:4;
Si 36:9; Jo 1:3, 4; At 17:25,28). Deus nos chama à preservação da vida
humana e responsabiliza a humanidade por sua destruição (Gn 9:5, 6;
Êx20:13; Dt 24:16; Jr 7:3-34). O corpo humano é "o templo do Espírito
Santo" e os seguidores de Deus são motivados a cuidar de seu corpo e
preservá-lo, o que inclui o dom da sexualidade dada por Deus, como
uma responsabilidade espiritual (l Co 6:15-19, ARC). A mutilação geni-
tal feminina é danosa à saúde, ameaçadora à vida e prejudicial à função
sexual. Por isso, é incompatível com a vontade de Deus.
2. Bênção da Intimidade marital. As Escrituras celebram o presente
divino da intimidade sexual dentro do matrimónio (Ec 9:9; Pv 5:18, 19;
Ct 4:16-5:1; Hb 13:4). A prática da mutilação genital feminina deveria
Declarações da Igreja 230

ser abandonada, pois ameaça o desígnio do Criador para a experiência


praxerosa da sexualidade por pessoas casadas.
3. Procriação saudável. Para pessoas casadas, o presente da união
sexual pode ser abençoado mais tarde pelo nascimento de uma criança
(SI l 13:9; 127:3-5; 128:3; Pv 31:28). O fato de que um nascimento
bem-sucedido é ameaçado pela mutilação genital feminina é mais uma
razão para oposição a essa prática.
4. Proteção de pessoas mineráveis. As Escrituras prescrevem que es-
forços especiais sejam feitos para cuidar daqueles que são mais vulne-
ráveis (Dt 10:17-19; SI 82:3, 4; Is 1:16, 17; Lc 1:52-54). Jesus ensi-
nou que as crianças deveriam ser amadas e protegidas (Mc 10:13-16;
Mt 18:4-6). A mutilação genital de meninas jovens viola o mandato bí-
blico de salvaguardar as crianças e protegê-las de danos e abusos.
5. Cuidado compassivo. O amor pelo próximo leva os cristãos a prover
cuidado compassivo àqueles que sofreram danos (Lc 10:25-37; Is 61:1).
Os cristãos são chamados a tratar com compaixão aqueles que sofreram
trauma físico e emocional causado pela mutilação genital feminina.
6. Compartilhamento da verdade. Os cristãos são chamados a ven-
cer o erro, expressando a verdade de uma maneira amorosa (SI 15:2,
3; Ef 4:25). A verdade fundamental do evangelho tem em vista livrar
as pessoas de todo tipo de escravidão pelo pecado (Jo 8:31-36). Assim,
os cristãos devem compartilhar informações acuradas sobre o dano da
mutilação genital feminina e as crenças que fundamentam essa prática.
7. Respeito pela cultura. Os cristãos devem perceber e respeitar as di-
ferenças culturais (lCo 9:19-23; Rm 12:1, 2). Ao mesmo tempo, cremos
que os princípios divinos transcendem as tradições culturais (Dn 1:8, 9;
3:17, 18;IVlt 15:3; At 5:27-29). Os princípios fundamentais das Escrituras
provêem uma base para a transformação de práticas culturais. Embora
estejamos cientes de que a mutilação genital feminina é firmemente arrai-
gada cm muitas culturas, concluímos que essa prática é incompatível com
os princípios divinos revelados.

Conclusão
A mutilação genital feminina ameaça a saúde física e emocio-
nal. Por isso, os adventistas se opõem a essa prática. A igreja con-
clama seus profissionais de saúde, instituições médicas e educa-
cionais c todos os membros, junto com as pessoas de boa vontade.
Mutilação Genital Feminina 231

a cooperar nos esforços para eliminar a prática da mutilação geni-


tal Feminina. Através da educação e da apresentação amorosa do
evangelho, é nossa esperança e nossa intenção que as mulheres
ameaçadas ou sujeitas a tais práticas encontrem proteção, conforto
c cuidado compassivo.

l . "Atualmente, os diferentes tipos de mutilação genital feminina realizados são classifi-


cados como:
Tipo l - Kxcisào do prepúcio, corn ou sem cxcisão ile parle de tmlo o clitóris.
Tipo !l - Excisão do clitóris com evcisão parcial ou total dos pequenos lábios.
Tipo III - Exclsãode parte ou de toda a genitália externa e estreitamento da abertura vaginal,
Tipo IV - Nãoão classificado:
classifica i n c l u i perfuração, incisão do clilóris e/ou lábios:
pela queima do elitóris c dos tecidos une o cercam; raspagem dos tecidos que circundam o
orifício vaginal ou coric tl.i vagina; inlrodueào de substâncias corrosivas ou ervas na vagina para
causar sangramenlo ou com o propósiin de estreitá-la e qualquer outro procedimento t]iie se
enquadre na definição de mutilação genital feminina dada acima."

Lssa classificação foi extraída cie t-enuiU1 <>i-iuhií Mtililiitiuir. ,-\ fniiit \\'ll(), LW/( 'í:'í;,
í M l'\ SiíKfKicn/ Itienebra; Organização Mundial de Saúde, 1997).

Este documento foi adotado pela C'.ornissào da Visão Cristã da Vida Humana da Asso-
< I.K,."!!! ( .ri, 1 1 <-m . i l n i l Jt . ' [ u m p J H , , n ii K 11 In aos deparlami utos ..... .lilu çõi - ' l • gn M que
considerarem ú i i l seu conteúdo.
ANO 2000

Nós, os aclventistas do sétimo dia, fundamentamos nossa esperan-


ça na vida, morte e ressurreição de Cristo, e eom alegria esperamos
a consumação dessa esperança com o breve retorno de Jesus. Fun-
damentamos nossa fé nos ensinamentos das Escrituras e cremos que
o transcorrer do lempo é significativo, visto que ele nos aproxima do
evento mais maravilhoso presenciado por olhos humanos. Mas, em-
bora esperemos ansiosamente pelo retorno visível de Cristo, não fa-
zemos especulações quanto ao momento histórico exato quando isso
ocorrerá, pois Jesus nos disse: "Não vos compete conhecer tempos
ou épocas que o Pai reservou para Sua exclusiva autoridade" (At l :7).
Por conseguinte, como adventistas, não atribuímos qualquer sig-
nificado religioso ao término de um milénio, nem ao início de um
novo. O ano 2000 não tem significado profético específico; não é
mencionado na Bíblia, e deve ser rejeitada qualquer especulação
relacionada com seu significado religioso. Contudo, sabemos que a
cada ano que passa, estamos mais perto do retorno de nosso Senhor.
Compreendemos que o transcurso de um milénio para outro exer-
ce um impacto emocional significativo nos seres humanos. Ninguém
que está vivo experimentou um evento tal. Muitos estão cheios de
preocupações, expectativas e mesmo temor, à medida que nos apro-
ximamos do ano 2000. Embora muitas pessoas estejam apreensivas
diante da desordem na natureza e na sociedade, nosso Senhor disse:
"Não se turbe o vosso coração" (Jo 14:1). Assim, como adventistas,
compartilhamos da esperança de um futuro glorioso que se tornará
realidade no momento designado por Deus.

Esta declarBÇ&O foi votada cm 29 de setembro de 1999, durante o Concílio Anual da Co-
missão Administrativa da Associação Geral realizado em Silvcr Spring, Muryland,
MARCAS REGISTRADAS

Diretri/es
As marcas registradas da igreja, tais como "Adventista do Sétimo Dia",
"Adventista" e "Ministério", só podem ser usadas em conexão com os mi-
nistérios denominacionais e atividades não comerciais de grupos leigos c
profissionais aprovados. O uso dessas marcas registradas será controlado
pela Associarão Geral por intermédio da sua Gomissào de Marcas Regis-
tradas. As marcas da igreja não devem ser usadas de nenhuma maneira
que comprometa a condição de isenção de impostos da igreja.

Procedimentos
/. Entidades existentes. As entidades da igreja que têm status deno-
minacional e. estão incluídas no Sei>enth-day Adventist Yearljook (Anuário
Adventista do Sétimo Dia} por ocasião da adoção desta praxe e procedi-
mento, podem usar as marcas registradas em seus nomes c ministérios.
2. Nowis entidades administrativas denominacionais. Novas entidades
administrativas, como Missões, Associações, Uniões e Divisões, aprova-
das pela Comissão da Associação Geral podem usar as marcas registradas
em seus nornes e ministérios.
3. Novas instituições denominacionais. Quando novas instituições so-
licitarem status denominacional (veja NAD C 47), a Comissão do Plano
de Aposentadoria encaminhará todas as solicitações das instituições que
usam uma das marcas registradas à Comissão de Marcas Registradas da
Associação Geral para liberação antes de a solicitação ser aprovada pela
Comissão do Plano de Aposentadoria.
4. igrejas locais. As igrejas e grupos locais podem usar us marcas regis-
tradas em seus ministérios uma vê/, que seu SÍÍÍÍMS tenha sido aprovado
pela associação ou missão local.
5. Grupos leigos. Os grupos leigos e profissionais podem solicitar per-
missão por escrito ao secretário da Comissão de Marcas Registradas da
Associação Geral. Os artigos e estatutos de tais grupos devem indicar
que eles são independentes da igreja e não são seus agentes. Depois de
receber o aviso por escrito da aprovação da Associação Geral, tais grupos
podem usar as marcas registradas somente para fins não comerciais.
6. Revogação âa permissão. Por justa causa, a Comissão da Associação
Declarações da Igreja 234

Geral pode revogar a permissão de qualquer entidade denominacíonal ou


grupo leigo de usar suas marcas registradas. "Por justa causa" inclui, mas
não se limita a, conflito com os objt-tivos ou doutrinas da igreja conforme
determinados pela Associação Geral e uso comercial por grupos não per-
tencentes ã igreja.

Regimento Interno tia Comissão de Marcas Registradas


1. Solicitações para o uso de unia marca registrada da igreja:
a. A Comissão de Marcas Registradas considera a solicitação.
b. Se a Comissão de Marcas Registradas a aprova, envia a so-
licitação aos oficiais para apreciação.
c. Se os oficiais aprovam, a Comissão de Marcas Registradas
notifica a Corporação da Associação Geral.
d. A Comissão de Marcas Registradas envia ao requerente um
aviso por escrito de aprovação.
2. Avaliação de uso não autorizado de uma marca registrada da igreja:
a. A Comissão de Marcas Registradas avalia o problema, junto
com o Conselho Geral e o Conselho de Marcas Registradas.
b. A Comissão de Marcas Registradas relata aos administradores.
c. Se os oficiais autorizarem, o Conselho Geral envia carta con-
ciliatória expondo o problema e oferecendo-se para discutir
possíveis soluções.
d. Se a resposta é negativa, a Comissão de Marcas Registradas
e depois os administradores julgam outra vê/ o problema.
Se os oficiais assim autorizarem, o Conselho de Marcas Re-
gistradas envia polida carta pedindo para que cessem o uso.
e. Se o Conselho cie Marcas Registradas recebe resposta nega-
tiva, a Comissão de Marcas Registradas e os administradores
reconsideram a situação para possível litígio ou outro processo.
3. A revogação da permissão para o uso de uma marca registrada da igreja
seguirá o mesmo procedimento básico conforme esboçado no subpará-
graro b deste regimento interno, sendo que o processo final de revogação
é votado pela Comissão da Associação Geral.
Outras Divisões, além da Divisão Norte-Americana, são solicitadas a
seguir procedimentos adequados em harmonia com estes regulamentos.
Lstcs rffiuIaiiKTiins luram adotadoa pela Comissão Administrativa d,i VMUI.n,-."to Geral
i insíTyjo no Livrn d t- Regulamentos dti Associação Geral em I I de outubro de
m i c o Concílio Anual realizado em Washington, D.C,
ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
Votado:
1. Aceitar o relatório da Comissão de Estratégias de Comunica-
ção como um documento de estudo.
2. Requisitar que as Divisões revisem o documento e o encami-
nhem à Associação Geral com recomendações, antes do Concílio da
Primavera de 1995.
3. Enviar o relatório da Comissão de Estratégias de Comunicação
para o Concílio da Primavera de 1995, para ações futuras, conforme
segue:
O relatório da Comissão de Estratégias de Comunicação provê
estratégias relacionadas a vários assuntos significativos, os quais afe-
tam a igreja, tanto em sua comunicação interna quanto externa.

Contexto
No Concílio Anual de 1992, foi tomada uma resolução, determi-
nando que questões de interesse da igreja mundial sejam comuni-
cadas, sob a direção do presidente da Associação Geral, para todos
os níveis da igreja por meio da mídia impressa já estabelecida. Essa
resolução também propõe o uso mais amplo da mídia eletrônica e
exorta as administrações a dar prioridade ao seu uso.
Os objetivos dessa abordagem de comunicação mundial incluem
manter a unidade de crença e missão, nutrindo a vida espiritual dos
membros, provendo informação sobre as posições da igreja em ques-
tões públicas e faz.cndo oposição aos elementos divisionistas,
Não foi o propósito da Comissão de Estratégias de Comunicação
de 1993-1994 repetir o trabalho da comissão anterior; em vez disso,
ela procurou reforçar, suplementar e fortalecer suas propostas.
No Concilio Anual de 1993, uma resolução foi tomada identifican-
do a comunicação como uma das seis questões em toco que precisam
ser abordadas pela igreja. A Comissão de Estratégias de Comunicação,
em parte, foi uma resposta dircta à resolução de 1993, O relatório da
comissão aborda a necessidade de "preparar uma estratégia que forne-
ça direção para a comunicação dentro e fora da igreja" (Concílio Anual
250-93G, "Worlcl Survcy Commision Report and Recommendations
for Strategic Planning", 1993; Annual Council Booklet, p. 28).
Declarações dn Igreja 236

O relatório a seguir tem duas partes principais: uma estratégia


proposta e outras ações que incluem vários tipos de implementação
que devem aprimorar a ativação e efetividade da estratégia.

Declaração Estratégica e Fundamentação


Recomendado:
l. Adotar o seguinte como declaração de estratégia geral para ge-
rir a comunicação, dentro c fora da igreja:

Os adventistas do sétimo dia irão comunicar a esperança com


foco na qualidade de vida que é completa em Cristo.
O resumo de toda a comunicação de Deus sobre Si mesmo é "Deus
é amor" (IJo 4:16). Esse amor inunda o coração humano e cria espe-
rança (Rm 5:2). Deus, que é o fundamento da esperança, comunica
alegria e pá/ para a igreja e seus membros, de forma que a esperança
transborde para o mundo (Rm 15:13). E somente em Cristo que so-
mos completos (Cl 2:10).
A Igreja Adventista contempla o futuro eom a "bendita esperança"
sempre em vista. A igreja acredita que Deus provê para a humani-
dade uma mensagem de esperança, a qual aprimora a qualidade de
vida espiritual, mental, física e social. Portanto, os adventistas co-
municarão com crescente urgência e insistência essa mensagem de
esperança para mudar a vida, aqui e agora, e oferecer a plenitude
de vida que vem somente através da fé cm Jesus Cristo.
Ellen G. White recomenda repetidamente que a igreja desenvolva
sua mensagem e missão de maneira que englobem as necessidades
do corpo, da mente e do espírito. Em um mundo marcado por de-
terioração, doença e dúvida, devemos comunicar o plano original
de Deus para a humanidade, o qual atende às necessidades da pes-
soa como um todo.
A igreja já possui uma vantagem considerável na forma como é
vista pelas pessoas em geral. Muitos, em todos os países, notam a
igreja como uni espaço privilegiado para garantir uma melhor qua-
lidade de vida. A medida que a igreja assume essa percepção, e a
amplia através de uma estratégia coesa e intencional, os adventistas
também serão percebidos como os mordomos de uma esperança que
vai muito além das expectativas terrestres.
Estratégias de Comunicação 237

O teste mais eficiente de toda a comunicação é; "Ela demonstra


amor c produz esperança?" O propósito da igreja é criar uma visão
para a comunicação com objetivo de cumprir o grande mandamento:
"Amar a Deus de todo o coração, de todo o entendimento e de toda
a força, e amar ao próximo como a si mesmo". Em tal comunicação
pode ser oferecida uma qualidade de vida que traz esperança tanto
para o presente quanto para o futuro.

2. Requerer de cada entidade da igreja que desenvolva sua comu-


nicação, tanto interna como externa, dentro dessa estratégia.
A efetiva escolha das palavras nas iniciativas de comunicação
deve corresponder ao direcionamenlo, se é interno ou externo, ao
ambiente social e cultural no qual a igreja possa estar operando e à
entidade que está tomando a iniciativa.
Dentro dessa estratégia, as entidades da igreja podem discutir po-
sitivamente sobre como melhor comunicar-se usando palavras, slogans
e padrões de pensamento que são atraentes dentro de sua cultura.
Para que essa estratégia tenha um impacto global precisa haver
prioridades determinadas tanto para o conceito quanto para o plane-
jamento. Portanto, fica proposto que a Associação Geral alue junto
às Divisões na formulação de planos que implementarão a estratégia.

3. Incorporar os seguintes princípios fundamentais:


a. A congregação local: tornar a igreja local o foco primário da
comunicação interna.
Em geral, os membros da Igreja Adventista estão organizados em
igrejas locais. Essas comunidades de igrejas locais servem como base
para todas as tarefas essenciais associadas com o desenvolvimento
da fé e das ações nela baseadas. O propósito da comunicação é criar
comunidades de fé.
A igreja local é organizada, no plano de Deus, para pregar o evan-
gelho e para o fortalecimento espiritual dos conversos. Essas duas
tarefas unem membros individuais em comunidades e criam a ne-
cessidade da comunicação.
O crescimento rápido e diversificado da igreja cria desafios e
oportunidades especiais para a comunicação, os quais a igreja preci-
sa abordar no nível da congregação local.
Declarações da Igreja 238

A esperança e o desenvolvimento da pessoa como um todo são


partes essenciais da comunicação interna, dentro da comunidade da
igreja local.

1) A igreja é responsável por:


a) Examinar e, quando necessário, ajustar seus sistemas de co-
municação interna para que o fluxo de informação seja dire-
cionado para a congregação local.
b) Disponibili/ar informações essenciais para as congregações
locais para que todos os membros estejam informados.
c} Incluir a provisão dos materiais mínimos para o desenvolvimento
espiritual na língua apropriada como um dos critérios para regis-
trar um país, área ou grupo como tendo sido alcançado.
d) Comunicar esperança aos membros através da ênfase na qua-
lidade de vida que pode ser obtida com a plenitude cm Cristo.
e) Comunicar aos seus membros em amor para que a esperança
transborde num testemunho eficaz.

2) Implementação
a) Cada Divisão/União deve rever seus sistemas de comunica-
ção interna e preparar recomendações à comissão administra-
tiva da Divisão sobre sistemas apropriados e exequíveis, que
atendam a suas necessidades. Relatórios sobre as resoluções
tomadas e o modo como sistemas funcionam hoje devem ser
relatados ao vice-presidcntc da Associação Geral responsável
pela comunicação.
b) E necessário haver pelo menos uma comunicação mensal
da Associação/Missão com a congregação local, de modo a
prover Fortalecimento na fé, conexão com a missão e mensa-
gem da igreja, e informações sobre progressos alcançados e
desafios.
c) Devem ser incluídos nos materiais mínimos de fortalecimen-
to na fé, disponíveis a cada adventista, os seguintes pontos:
1 I ) Como aceitar a Cristo.
(2) A maneira de viver como um cristão adventista.
(3) Como fazer parte da vida da congregação e da sociedade.
(4) As crenças fundamentais da igreja.
Estratégias de Comunicação 239

A preparação desses materiais é de responsabilidade da associa-


ção ministerial em conjunto com as editoras denominacionais.
Nota: Em congregações com membros iletrados, os materiais mí-
nimos serão disponíveis em formatos compreensíveis ao público, por
meio do líder espiritual escolhido para a congregação.

3) Benefícios projetados
a) Sistemas capazes de estabelecer comunicação de forma efi-
ca/. e rápida dentro da igreja.
b) Cada membro poderá se fortalecer na fé, além de ter conexão
com a mensagem e missão da igreja e receber informação
sobre progresso e desafios denominacionais.
c) Um testemunho adventista consciente, através do qual a
igreja possa ampliar e expandir sua missão.
d) Membros que revelem amor e esperança por meio da demons-
tração da qualidade de vida criada pela plenitude em Cristo.

b. Comunicadores eficazes: habilitar as congregações e membros a


serem comunicadores eficazes no contexto de sua comunidade.
1) A igreja c responsável por:
a) Incluir os quatro elementos seguintes de comunicação inter-
na, todos num ambiente eonlextuali/.ado:
1 l ) Equipar: treinar e capacitar discípulos.
(2) Informar: o conteúdo essencial sobre a igreja.
(3) Educar: o sistema básico de crenças.
(4) Inspirar: pelos exemplos de outros.
b) Prover toda a comunicação interna de um modo sensível às várias
necessidades, de acordo com sexo, idade, língua, etnia e cultura.
c) Estabelecer iniciativas administrativas para distribuição de in-
formações às congregações de lorma completa e atual.
d) Compartilhar informações de forma responsável, honesta e
transparente.

2) Implementação
a) Um programa de treinamento para equipar, informar, educar
e inspirar desenvolvido pelo departamento de comunicação
em consulta com a administração.
Declarações da Igreja 240

b) Métodos de comunicação podem incluir um ou mais dos se-


guintes itens: multimídia, apresentação pessoal, dramatiza-
ção, musicais, encenações e publicações.
c) Forte busca pela tecnologia de comunicação com o objeti-
vo de desenvolver sistemas de comunicação que possam ser
mantidos. Esses sistemas devem ser identificados e avaliados
pelo departamento de comunicação.

3) Benefícios projctados
a) Congregações e membros capazes de se comunicar eficien-
temente uns com os outros, com outras entidades da igreja e
com sua comunidade.
b) Comunicação que pode ser recebida positivamente por todos
os tipos de membros.
c) Distribuição efetiva de comunicação.
d) Confiança na liderança e melhor compreensão de questões e
desafios que afetam a igreja e sua missão.

c. Qualidade de vida: a Igreja Adventista deve se tornar a fonte


preferida para o desenvolvimento integral das pessoas.
1) A igreja é responsável por:
a) Relacionar as verdades bíblicas com as necessidades presentes
de maneira teu logicamente correia e vivencialmcnte satisfatória.
b) Comunicar a certe/a da qualidade de vida encontrada por meio
da compreensão da providência divina para o desenvolvimento
integral do ser humano (físico, mental, social e espiritual).
c) Aprimorar a eficiência da comunicação, tornando-a sensí\d
às necessidades da comunidade a que se dirige e permitindo
que pessoas aceitem a comunicação de modo adequado à sua
situação c contexto.
d) Desenvolver iniciativas e ministérios de baixo custo com a
capacidade de se tornar autossuficicnte.

2) Implementação
a) Todas as atividadcs missionárias devem ser sensíveis aos três
fundamentos básicos do evangelismo: (1) relevância para o
ouvinte; (2) boa vontade do ouvinte para com a verdade; e
Estratégias de Comunicação 241

(3) permissão do ouvinte para que o evangelho cristão seja


compartilhado com ele.
b) Peça aos ministérios e instituições que desenvolvam instrumen-
tos para avaliar a si mesmos no que diz respeito u sua eficiência
em comunicar uma qualidade de vida que encontra plenitude
na esperança que Deus oferece por meio de Jesus Cristo.
c) Peça aos ministérios que ouçam formalmente, pelo menos
uma vê/ por ano, as preocupações dos que não são membros
da igreja sobre as questões de qualidade de vida.
d) Use os resultados do itern anterior para criar iniciativas evan-
gelísticas. Essas iniciativas devem encorajar a congregação a
sediar eventos missionários, com o objetivo de levar os convi-
dados a escolher a qualidade de vida adventista.
e) Sirva ao ser humano como um todo - espiritualmente, com
oportunidades evangelísticas e de adoração atrativas; mental-
mente, com educação de alta qualidade; fisicamente, com in-
formação e programas; e socialmente, através da comunhão
da igreja e eventos comunitários.
f) Desenvolva recursos que habilitem ministérios e instituições
a usar informações sobre usuários individuais ou coletivos
para estruturar materiais especificamente aplicáveis a essas
pessoas ou grupos.
g) Paralelamente com a inlormação que é tradicionalmente colctada,
desenvolva instrumentos para relatar e avaliar, de modo que seja
possível mensurar se a Igreja Adventista é ou não a íonte preferida
para qualidade de vida e para o desenvolvimento integral.

3) Benefícios projetados
a) Ministérios que comunicam o evangelho de forma que res-
ponda às necessidades sentidas e crie esperança em Cristo.
b) Instituições que provam desenvolvimento integral e comuni-
quem esperança.
c) Conscientização pública a respeito da Igreja Adventista como
a fonte preferida de desenvolvimento integral.
d) Materiais ministeriais para as congregações usarem, os quais
estabeleçam relação entre as necessidades das pessoas ou
grupos e os recursos da igreja.
Declarações da Igreja 242

e) Ministérios e recursos que as pessoas usem e que tenham a


capacidade torná-los autossustentáveis.

d. Percepção de imagem: aprimorar a percepção pública sobre a


Igreja Adventista e seus membros.
1) A igreja é responsável por:
a) Criar e manter iniciativas que revelem com credibilidade a
contribuição adventista para a qualidade de vida das pessoas
e comunidades.
b) Envolver Iodas as entidades, das congregações locais à Associa-
ção Geral, e todas as instituições, de escolas e clínicas locais até
grandes instituições educacionais, de saúde, publicadoras e ou-
tras, no aprimoramento da percepção pública da igreja, de acor-
do com os princípios esboçados na estratégia de comunicação.
c) Tornar a comunicação da esperança que se concentra na
qualidade de vida, que é completa em Cristo, um conceito-
cbave nas iniciativas de comunicação pública.

2) Implementação
a) Desenvolvimento em todos os níveis, sob a dircção do depar-
tamento de comunicação, de um plano ativo c intencional na
comunidade, com a participação e o reconhecimento tanto
das entidades da igreja como de seus membros.
b) A criação de uma rede internacional udventista de notícias,
sob a direção do departamento de comunicação, para prover
informação para as principais agências de notícias do mundo
e agências de imprensa não adventistas. As notícias devem
descrever as atividades internacionais da igreja, incluindo
aquelas que melhoram a qualidade de vida.
c) O desenvolvimento e adoçào de um pacote de identidade co-
letíva, incluindo logotipo e símbolos, sob a direção do depar-
tamento de comunicação, para uso por toda a igreja mundial.
d) O estabelecimento de um programa cie certificação atrelado ao
departamento de comunicação para ser usado na avaliação da
imagem que as congregações loaiis projetam em sua comunida-
de. As qualidades lundamentais incluem: a aparência da igreja, a
hospitalidade da congregação e a interação com a comunidade.
Estratégias de Comunicação 243

e) O estabelecimento, em todos os níveis da igreja, de um pro-


grama de assessoria de imprensa e gerenciamento de crise
para suprir a necessidade de informação dos meios de comu-
nicação de massa, com foco na maneira pela qual os advcntis-
tas contribuem para a qualidade de vida em sua comunidade.
f) A inclusão de um treinamento sobre relações públicas bási-
cas e comunicação de massa em todos os cursos teológicos
e pastorais formais, e nos programas de educação contínua
para pastores.
g) Comunicadores de igrejas locais e pastores receberão treina-
mento similar sobre como avaliar e aproveitar as oportunida-
des de comunicação local. Tais programas devem ser desen-
volvidos a partir da estratégia de comunicação da igreja.
h) O desenvolvimento e implementação, em cada Divisão, de
programas de avaliação da imagem, de 5 e 10 anos de dura-
ção, abordando necessidades específicas dessa Divisão.
i) A provisão de oportunidades para que, através de uma varie-
dade de estilos de comunhão e adoração, seja possível suprir
as necessidades de comunidades diversas, ao reconhecermos
o valor da linguagem e diversidade étnica dentro da igreja.

3) Benefícios projetados
a) A percepção pública da igreja cada vez mais focalizada no
cumprimento da Comissão Evangélica de maneira que apri-
more a vida das pessoas c da comunidade.
b) Toda n igreja trabalhando em conjunto para conquistar me-
lhor aceitação por parte do público enquanto cumpre sua
missão.
c) Coesão e consistência na percepção da imagem.

4. Divisões e Uniões
Considerando o amplo leque de tecnologias necessárias para es-
tabelecer comunicação com as congregações locais, a diversificada
percepção pública da igreja em países dentro das Divisões, e a neces-
sidade de usar plataformas e abordagens de comunicação adaptadas a
contextos diferentes nos quais a igreja íunciona, um maior desenvolvi-
mento da estratégia tem que continuar nos níveis de Divisão e União.
Declarações da Igreja 244

Recomendado:
a. Requisitar que cada Divisão utili/e o processo participativo
desenvolvido para identificar as "seis questões em foco', tendo
em vista implementar e desenvolver a estratégia de comuni-
cação e prover relatórios sobre as iniciativas estratégicas para
serem revistas pelo Concílio de Estratégia de Comunicação.
b. Requisitar que as comissões das Divisões/Uniões implemen-
tem a estratégia de comunicação dentro do território da Divi-
são e que estabeleçam alvos mensuráveis para a avaliação das
iniciativas de comunicação.

5. Instituições que reali/,am atividades missionárias cm meios de


comunicação de massa (incluindo centros de mídia e editoras)
Recomendado requisitar às instituições que realizam atividades
missionárias cm meios de comunicação de massa (incluindo centros
de mídia e editoras}:
a. Implementar a estratégia mundial de comunicação, desen-
volvendo programas coerentes com a Declaração Estratégica.
b. Aceitar um papel-cbave na comunicação dirigida a um públi-
co não cristão e secular.

6. Ciclo de Planejamento 1994-1997


a. Recomendado adotar o seguinte ciclo de planejamento para
1994-1997:
1) Ações Administrativas
a) Concílio Anual, em 1994: distribuição da estratégia como um
documento para estudo pela liderança da igreja.
b) Reunião de Fim de Ano da Divisão, em 1994: explicação e apre-
sentação preliminar do documento de estudo nessas reuniões.
c) Reunião da Primavera, em 1995: discussão e resolução re-
comendando a estratégia à assembleia da Associação Geral e
Concílio Anual de 1995.
d) Encontros de Fim de Ano da Divisão, em 1995: apresentação
da estratégia para essas reuniões.
e) Assembleia da Associação Geral: discussão e adoção da estra-
tégia principal na assembleia cia Associação Geral.
O Concílio Anual, em 1995: ação final c plano detalhado.
Estratégias de Comunicação 245

g) Encontros de Fim de Ano da Divisão, em 1995: adoção e


implementação da estratégia nessas reuniões.

b. Planos para implementação


A implementação da estratégia requer:
1) A distribuição da estratégia.
2) Treinar para entender e usar a estratégia.
3) Pesquisa de base para estabelecer padrões para avaliação.
4) Uso experimental da estratégia.
5) Contextualização da estratégia para regiões e atividades es-
pecíficas.
6) Adoção da estratégia como padrão para a comunicação.
Enquanto que isso pode levar uni período de vários anos, resul-
tados mensuráveis nessas áreas podem ser alcançados no prin-
cípio do ciclo de implementação.

c. Recomendado:
1) Requisitar que o recém-estabclecido Conselho de Comuni-
cação faça do desenvolvimento de um plano de implementa-
ção de três, cinco e dez anos a sua maior prioridade.
2) Adotar o seguinte plano cie implementação de três anos
como plano provisório até que o plano formal esteja pronto.
Esse plano provisório deve ser coordenado com os calendá-
rios da igreja como um todo. (O trabalho de coordenação
deve ser responsabilidade do vice-presidente que aconselha
o departamento de comunicação e do diretor de comunica-
ção com assessoramento do assistente do presidente.)
a) 1995
(1) Terceiro trimestre: desenvolvimento de um currículo
de treinamento para compreensão e uso da estratégia;
provisões orçamentarias feitas no orçamento de 1996
para a implementação da estratégia.
(2) Quarto trimestre: Pesquisa de base feita em 100 mer-
cados-alvo, com pelo menos 40% deles localizados em
áreas onde a igreja tem pouca ou nenhuma atividade.
A estrutura da pesquisa deve ter 10 perguntas básicas
comuns para todas as divisões.
Declarações da Igreja 246

b)1996
( l } Primeiro trimestre: Dar início a uma revisão estratégica
de um ano pelas instituições, departamentos e divisões
mundiais sobre como contextualízar e adotar o plano
para situações locais; o desenvolvimento de planos de
açòes para a implementação, começando no primeiro
trimestre de 1997.
(2) Segundo trimestre: relatórios iniciais recebidos de todas
as divisões mundiais sobre um plano de gerenciamento
de crise, incluindo quatro componentes básicos:
(a) Protocolos escritos sobre gerenciamento de crise.
(b) Porta-voz nomeado.
(c) Organograma n ser seguido numa crise.
(d) Estratégias para antecipar respostas para crises.
(3) Terceiro trimestre: relatórios iniciais recebidos tle todas as
divisões do mundo sobre resultados da estratégia na área
de evangelismo, incluindo três componentes básicos:
(a) Pesquisa de base antes da iniciativa evangelística.
(b) Resumo de como a estratégia foi utili/ada na ini-
ciativa evangelística.
(c) Pesquisa após a iniciativa evangelística para medir
e avaliares resultados.
(4) Quarto trimestre: relatórios iniciais recebidos de todas as
divisões do mundo sobre atividade de identidade públi-
ca, incluindo três componentes básicos:
(a) Pesquisa de base em mercados determinados.
(b) Três por cento de melhoramento da imagem pública
em mercados com presença adventista estabelecida.
(c) Cinco por cento de melhoramento da imagem pú-
blica em mercados sem presença adventista.
(5) Relatório para o Concílio Anual de 1996 de três iniciati-
vas experimentais:
(a) Gerenciamento de crises.
(b) Evangelismo.
(c) Identidade pública.
(6) Registro dos planos para implementação regional
para 1997.
Kstratégias de Comunicação 247

c) 1997
(1) Primeiro trimestre: lançamento da implementação re-
gional contextuatizada para continuar por todo o ano de
1997.
(2) Segundo trimestre: relatório para o Concílio de Prima-
vera de 1997 pelas divisões mundiais e instituições da
igreja sobre o lançamento da implementação.
(3) Terceiro trimestre: pesquisa sobre iniciativas estratégicas
pelo Conselho de Comunicação.
(4) Quarto trimestre: relatório para o Concílio Anual de 1997
sobre o progresso das iniciativas regionais.
d)1998
Primeiro trimestre: revisão c avaliação das iniciativas regionais.

7. Conselho de Estratégia de Comunicação


a. Recomendado indicar um Conselho de Estratégia de Comuni-
cação para a Associação Ceral.
1) Membros:
Presidente (vice-presidente designado para Comunicação)
Secretario (diretor do Departamento de Comunicação)
Alem do presidente e do secretário, l S pessoas, representando
várias funções e habilidades de comunicação, incluindo as se-
guintes:
v Uma pessoa de cada Divisão
v A liderança do Departamento de Comunicação
•/ Editores
w Diretor de Liberdade Religiosa e Relações Públicas
* Representante dos Ministérios de Rádio e Televisão
•/ Representante da área de Relações Públicas Institucionais
•/ Leigos especialistas em comunicação

2) Termos de referência
a) Implementar o tema da comunicação: "Esperança com foco
numa qualidade de vida que é completa em Cristo."
b) Recomendar planos de ação aos departamentos, Divisões e/
ou instituições para auxiliá-los a criar comunicação que seja
coerente com a estratégia.
Declarações da Igreja 248

c) Relatar para as Divisões ou outras entidades as ideias es-


pecíficas que a Divisão c outras entidades podem usar para
resolver problemas que as Divisões tenham apresentado ao
conselho, durante seu encontro anual.
d) Identificar e disseminar iniciativas criativas de comunicação
das Divisões e instituições.
e) Acessar pessoas que possam ajudar o conselho a desenvolver
planos e ideias para recomendação.
f) (Estabelecer prioridades no desenvolvimento de iniciativas de
comunicação estratégica.
g) Estabelecer os custos para projetos e iniciativas recomenda-
das para implementação.
h) Receber e revisar os relatórios das Divisões sobre o desenvol-
vimento da estratégia cie comunicação.

3) Base administrativa
a) Formada a partir da Comissão Administrativa da Associação
Geral, deve se reportar a ela.
b) Reportar-se à Comissão de Orçamento e Planejamento Es-
tratégico da Associação Geral através da Comissão Adminis-
trativa.
c) Reuniões serão alternadas anualmente entre Maryland, Estados
Unidos, e locais nas Divisões mundiais, sendo que a Associação
Geral será responsável pelas despesas de viagem.

Outras recomendações da comissão:


l . Estrutura de comunicação para a Associação Geral
a. Recomendado:
1) Organizar a comunicação na Associação Geral para que este-
ja dentro das responsabilidades do presidente, sob a dircção
do vice-presidente da Associação Geral designado para co-
municação.
2) Definir o papel do vicc-presidentc geral com a designação da
comunicação como a seguir:
a) Responsável perante o presidente da Associação Geral pela
totalidade do programa de comunicação da Associação Geral,
tanto na comunicação interna quanto externa.
Estratégias de Comunicaçfto 249

li) Presidente da comissão do Centro de Mídia Adventista e da


Rádio Mundial Adventista.
c) Conselheiro presidencial para o Departamento de Comuni-
cação.
d) Conselheiro presidencial paru o Escritório de Conscientiza-
ção da Missão.
3) Designar autoridade para l alar ao público geral e à mídia em
nome da Associação Geral, como a seguir:
a) O(s) porta-voz(es) da igreja deve(m) ser cuidadosamente
escolhido(s) pela administração e deve(m} desempenhar
funções designadas pela administração, usando os seguintes
critérios para seleção e função:
(1) O porta-voz normalmente não deve ser um membro da
administração.
(2) O porta-voz deve ter acesso à administração.
(3) O porta-voz deve estar totalmente familiari/ado com a
questão abordada.
(4) O porta-voz deve trabalhar cm estrita parceria com
a força-tarefa de coordenação.
b) Grupos de apoio devem ser implementados para estabelecer
bases de ciados úteis para a igreja no desenvolvimento de re-
Icuws para a mídia q u o lidem com áreas de interesse para a
igreja c seu público.
4) Estabelecer um sistema de comunicação para a Associação
Geral que habilite o presidente da Associação Geral, o
vice-presiclente designado para comunicação c o cliretor
de comunicação a ser parte do processo de consulta para
determinar o conteúdo, tempo c maneira de disponihili/ar
informação determinada por eles para que seja de relevância
local e internacional, dentro ou fora da igreja.

2. Funções do departamento
Recomendado:
a. Requisitar à Associação Geral que estude mais a fundo como
podem ser coordenadas as funções do Departamento de Li-
berdade Religiosa e Relações Públicas, visto que se relacionam
de perto com as funções do Departamento de Comunicação.
Declarações da Igreja 250

b. Requisitar à Associação Geral que estabeleça uma estrutura


para que as publicações da igreja possam também ser coorde-
nadas dentro da estratégia de comunicação.

3. Escolas Bíblicas por Correspondência e Cursos


Recomendado designar a responsabilidade para as escolas bíbli-
cas de correspondência e cursos para o departamento de Ministério
Pessoal.

4. Recursos de estratégia
Recomendado:
a. Desenvolver uma lista de profissionais adventistas com pre-
paro e conhecimento particular na área de facilitaçao de
mudança corporativa. Garantir os serviços de uma ou mais
dessas pessoas para trabalhar com o Conselho de Estratégia
de Comunicação para avaliar a estratégia e criar a estrutura
necessária para garantir o envolvimento coletivo desejado e a
mudança necessária para alcançar os objetivos estratégicos.
b. Estabelecer grupos de apoio que desenvolvam bases de dados
úteis para a igreja ao formular relectses para a mídia que lidem
com áreas de interesse da igreja e do seu público.

Este relatório tm preparado pela Comissão de Estratégias tk- Comunicação Geral e aceito
|ii'!.i asscmbk-ia da igreja mundial rcali/ada em Um-chl, l lolamla, em 194S.
WEBSITES ADVENTISTAS

A presença de igrejas, sedes administrativas e instituições adventistas


ao redor do mundo trouxe reconheeimento global para a igreja, A percep-
ção pública da família mundial advcntista é influenciada pela vida dos
membros, pelas ações de cada organi/ação, pelos serviços e programas
identificados denominacionalmentc c pela manutenção do apelo estético
de todas as propriedades físicas. A igreja adotou e registrou como marca
seu nome oficial e logotipo. Todas as organizações dcnominacionais lis-
tadas no Yearbook adventista atual estão autorizadas a usar, para fins não
comerciais, as marcas registradas ("Adventistas do sétimo dia", "Adven-
tista", "ASD", ou qualquer derivado delas; ver GC BA 40 40) e o logoti-
po da igreja. O direito de usar o nome e o logotipo oficial da igreja está
acompanhado da obrigação de protegê-los contra o abuso e a distorção.
Avanços tecnológicos tornaram possível para uma entidade local da
igreja exibir uma presença global através de um website. E do interesse
da igreja mundial providenciar orientação sobre como a igreja deve
ser apresentada por meio de um website. De todas as entidades deno-
minacionais que escolherem estabelecer presença on-line, espera-se
que desenvolvam seu website dentro do âmbito das recomendações
a seguir. Comissões administrativas das divisões poderão adotar dire-
trizes adicionais sobre o conteúdo e operação dos websites dentro do
território da divisão.
1. Somente igrejas, organizações e entidades oficiais administradas
pelas organizações listadas no Yearbook adventista estão habilitadas a
usar os símbolos (logotipo gráfico e texto) de identidade corporativa da
Igreja Adventista como descritos no manual de padrões de identidade
corporativa da igreja.
2. Os nomes de domínio usados pelas entidades da igreja devem
ser de propriedade cia entidade ou registrados em nome dela, ou ainda
em nome de outra entidade denominacional, como uma associação,
união ou divisão que tenha autorizado o uso do domínio. Um plano
deve ser estabelecido para preservar o nome de domínio para o uso
futuro pela entidade.
3. Todo website denominacional deve apresentar informações
apropriadas sobre a marca, o copyright e os símbolos,
Declarações da Igreja 252

4. O conteúdo publicado em todos os websites denominacio-


nais deve estar de acordo com as crenças e ensinamentos da Igreja
Advcntista. Todo material promocional e informações contidas no
website devem ser coerentes com as crenças e valores éticos da
Igreja Adventista.
5. O livre acesso a um website requer que toda comunicação e
informação disponibilizada obedeça às regras de cortesia e respeito
público. A mensagem da igreja deve ser comunicada de uma maneira
que reconheça a diversidade de pontos de vista, evitando quaisquer
observações hostis ou ofensivas e ridicularização de outras pessoas,
grupos e organizações.
6. Os websites adventistas devem respeitar os direitos de proprie-
dade intelectual quando divulgarem áudio, vídeo, fotos, texto e qual-
quer outro conteúdo.
7. Todos os websites devem ter aparência profissional, incluin-
do àeúgn, escolha de cores, gráficos e diagramação. E recomendado
que os websites sejam testados antes de serem disponibilizados ao
público. As Divisões podem utilizar servidores e/ou plataformas de
hospedagem preferidos para facilitar a concctividade entre as entida-
des denominacionais e para manter a qualidade técnica dos websites
dcnominacionais.
8. Linguagem interna, jargões, siglas e abreviaturas adventistas
devem ser empregados com cuidado nos websites denominacionais,
visto que estes estão disponíveis a todos os usuários da internet. Mui-
tos deles terão pouca compreensão sobre tais termos. O conteúdo do
website deve passar por uma verificação de ortografia e gramática.
9. O conselho ou a comissão administrativa da entidade com
presença na internet é responsável em última instância pela manu-
tenção, conteúdo e operação do site. Portanto, espera-se que cada
entidade estabeleça um sistema de monitoramento e supervisão, in-
cluindo a designação de responsáveis que tenham a responsabilidade
de gerir o website e seu conteúdo. Cuidado deve ser exercido em se-
lecionar os tipos de informação disponibilix.ados para acesso global.
10. No contexto da cultura da internet, páginas que incluam
informações passíveis de atualização devem ser atualizadas regular-
mente. E recomendado que um sistema de monitoramento seja esta-
belecido para aferir o número de visitas e acessos.
Wehsites Advcntistas 253

11. Muito cuidado deve ser tomado na seleção de links para ou-
tros websites. As informações apresentadas em websites com linfó
no site de uma entidade dcnominacional devem promover a missão,
mensagem c valores da igreja, Orientações legais devem ser obtidas
quanto às possíveis implicações de algum tipo de comercialização
no website, levando em consideração a condição religiosa e sem fins
lucrativos da organização.
12. Entidades denominacionais que patrocinam websites são res-
ponsáveis por certificar-se de que a administração e o conteúdo do
site estão em conformidade com as leis, incluindo requisitos para
proteção de privacidade de crianças que possam accssar o website ou
ter a foto publicada nele.
13. E recomendado que os usuários tenham opção para o envio
de perguntas e comentários.

Estas dlretrizes foram votadas pela Comissão Administralivii da Associação Geral durante
o Concílio Anual realizado i'm Sifvtr Spring, Maryland, Estados Unidos, cm H) tk- outubro
de 2006.
ASSUNTOS ESTRATÉGICOS

"A missão da Igreja Adventista é proclamar a todos os povos o


evangelho eterno, no contexto das três mensagens angélicas de Apo-
calipse 14:6-12, levando-os a aceitar Jesus como Salvador pessoal e a
unir-se à Sua igreja, e ajudando-os a se prepararem para o Seu breve
retorno" (GC Working Policy A 05).

A declaração de missão é o fundamento sobre o qual é estabele-


cido o seguinte:

() ideal de Cristo para Sua igreja era que ela reíletisse Sua obra,
pois foi Ele quem disse: "Estabelecerei a Minha igreja." Cristo tam-
bém afirmou que pretendia apresentá-la ao Seu Pai como uma igreja
perfeita, sem mancha ou defeito. Esse ideal será alcançado à medida
que os membros respondam ao amor de Cristo na cruz, humildemente
se submetam ao senhorio de Cristo como apresentado nas Escrituras e
dependam completamente do poder e da orientação do Espírito Santo.
A Associação Geral, cm resposta à missão de Cristo, está enfati-
/ando três questões estratégicas: qualidade de vida, unidade e cres-
cimento. E nosso profundo desejo que na lormação de uma comu-
nidade cie fé, cada um experimente compromisso incondicional com
Cristo. Esse compromisso resulta numa experiência pessoal de amor
e alegria, em participação na vida da igreja e em serviço de compai-
xão à comunidade maior no mundo.
Os líderes da Associação Geral desenvolverão e cumprirão com
seus serviços no campo mundial de tal maneira que o senhorio de
Jesus Cristo encontre expressão na Igreja Adventista através de:

1. Qualidade de vida para a pessoa e para a igreja demonstrada por


a. Membros cuja vida ilustra a alegria da salvação, restauração e
expectativa pelo mundo porvir.
b. Grupos de estudo bíblico semanal, para todas as idades, com
currículo apropriado.
c. Culto semanal coletivo aos sábados.
d. Desenvolvimento de uma vida de oração pessoal, familiar e em grupo.
Assuntos Kstratégícos 255

e. Treinamento regular para discipulado, testemunho e envolvi-


mento nas atividades da igreja local.
f. Conhecimento e participação no trabalho da igreja mundial.
g. Nutrição espiritual dos membros de todas as idades, de acordo
com suas necessidades diversas, de modo que sejam conduzidos a
descobrir seus dons espirituais.
h. Advcntistas que sejam percebidos como exemplo de cidadania
na comunidade e cujos valores de vida mental, física e espiritual se-
jam acompanhados de compaixão e serviço.

2. l Inidade da igreja demonstrada por:


a. Coesão na doutrina: resultante da aprovação da igreja mundial,
guiada pelo Espírito, de crenças fundamentais cristocêntricas e bíblicas.
b. União de crentes: experimentada pela criação e preservação da
comunidade que abraça a diversidade cultural e étnica.
c. Coesão da organização: vista na identidade distinta da igre-
ja local e global resultante dos sistemas de estrutura e organização
aprovados pela igreja mundial.

3. Crescimento da igreja demonstrado por


a. Membros que têm uma rica experiência espiritual, os quais
descobriram seus dons espirituais e têm compromisso com o teste-
munho ativo.
b. Taxas crescentes de adesão e retenção nas igrejas locais.
c. Um impacto positivo da presença adventista na comunidade.
d. Um número de igrejas estabelecidas cm áreas não alcançadas.
e. A transmissão do legado e missão da igreja à geração seguinte.

Documento votado pela Comissão Administrativa da Associação Geral da Igreja Adventis-


ta. n<> Encontro tia Primavera, em abril <k' 2002.
PRINCÍPIOS ÉPICOS PARA A
ASSOCIAÇÃO GERAL

Nossa Missão
A missão da Igreja Advcntista é proclamar a todas as pessoas o
evangelho eterno, no contexto das três mensagens angélicas de Apo-
calipse 14:6-12, levando-as a aceitar a Jesus como seu Salvador. No
escopo dessa missão, a Associação Geral existe para guiar a igreja a
dar um testemunho mundial do reino de Deus c fazer discípulos para
Jesus Cristo.

Nossa Responsabilidade
Os empregados da Associação Gera] crêem que:
* Somos responsáveis primeiro para com Deus, nosso Criador.
Ações individuais e coletivas devem refletir Seu caráter e exihir Seu
amor.
v Somos responsáveis para com as comunidades nas quais tra-
balhamos c vivemos e também para com a comunidade m u n d i a l .
Aceitamos o desafio de sermos indivíduos exemplares e cidadãos
dedicados. Defendemos as boas ações e a caridade. Encorajamos o
desenvolvimento cívico, a melhora na qualidade de vida, segurança,
saúde e educação para todos.
•/ Somos responsáveis para com nossos amigos da igreja. Acei-
tamos a responsabilidade por sólidas decisões de liderança e uma
mordomia apropriada.
* Somos mutuamente responsáveis dentro do ambiente de tra-
balho. Cada pessoa merece ser tratada com respeito e dignidade; ter
sua função e contribuição reconhecida e afirmada; trabalhar num
ambiente seguro; experimentar uma atmosfera de desafios, comuni-
cação aberta e contentamento.

Nossos Valores
* Valorizamos a Bíblia como a referência primária para o direcio-
namento e a qualidade de vida.
«/ Valorizamos a excelência cm tudo que fazemos.
Princípios Éticos Para a Associação Geral 257

•/ Valori/amos a conduta ética c moral sempre e em todas as


relações.
* Valori/amos a criatividade c a inovação no cumprimento de
nossa missão.
</ Valori/amos a honestidade, a integridade e a coragem como os
fundamentos de todas as nossas açõcs.
^ Valori/amos a confiança que nos é depositada por colegas
e membros da igreja mundial.
•/ Valori/amos as pessoas como filhos e filhas de Deus e irmãos e
irmãs de uma só família.

Responsabilidades Éticas Como Kmpregador


Buscando cumprir sua missão, mantendo suas rcsponsabilidades
e aderindo aos seus valores, a Associação Geral trabalha sob as se-
guintes dirctri/es éticas:
• Oportunidade igual de emprego. A Associação Geral seguirá
procedimentos para assegurar igual oportunidade de emprego, re-
muneração c promoção com base nas qualificações de trabalho c
desempenho, sempre dentro do âmbito legal que permite que a con-
dição de membro da igreja seja uma condição para o emprego, e
respeitando as normas denominacionais sobre posições que exigem
ordenação ministerial.
•/ IguaUhide, justiça c imparcialidade. A Associação Geral tratará
todos os indivíduos e grupos com justiça. Não será parcial em relação
a raça, nacionalidade, sexo, idade, estado civil, status de veterano ou a
alguma deficiência que não impeça o desempenho das funções prin-
cipais do trabalho.
* Cumprimento das leis humanas. A Associação Geral desenvol-
verá suas atividades em cumprimento às leis do país, desde que não
sejam contrárias à vontade de Deus.
v Lealdade e cumprimento de deveres contratuais. A Associação
Geral cumprirá os seus compromissos através de canais autori/ados.
Onde houver mal-entendidos com relação a tais compromissos, a As-
sociação Geral deve participar, com as partes envolvidas, na solução
dos conflitos dentro da organização antes de buscar ajuda externa.
• Atmosfera de satisfação efehcidade. A Associação Geral está com-
prometida em prover um ambiente de trabalho que ofereça segurança
Declarações da Igreja 258 _

física e tranquilidade. Também se empenha em promover a felicidade


genuína por meio da eonscientização de que cada empregado tem seu
valor e todo serviço, por mais simples que seja, é um serviço para Deus.
A Associação Geral continuará unindo louvor, trabalho e celebração de
uma maneira que reconheça a integridade, inteire/a e totalidade na
vida e nos relacionamentos.
* Respeito pclu dignidade e a individualidade humanas. A Associa-
ção Geral afirma e respeita a individualidade de cada pessoa. Reco-
nhece que o valor de uma pessoa ultrapassa o valor de sua contribui-
ção para a organização. Acredita que a harmonia e objetivos corpo-
rativos sào reforçados e não comprometidos pelo amplo mosaico de
personalidades, talentos, habilidades e pontos de vista dedicados a
honrar Jesus Gristo. A Associação Geral deve empenhar-se para que
,i comunicação seja conveniente, verdadeira, aberta, clara e cordial.

Responsabilidades Éticas Como Empregados


Reconhecemos que empregar-se na Igreja Adventista implica com-
promisso com a missão da organização c conformidade com suas respon-
sabílidades e valores. Afirmamos que a relação em prcgador-e m pregado
cresce com a reciprocidade e o respeito mútuo. Nossa função como
empregados inclui as seguintes responsabílidades éticas:
* Vida coerente com a mensagem e a missão da igreja. Enquan-
to empregados pela Associação Geral, viveremos de uma maneira
coerente com as crenças e valores da igreja. Apoiaremos, cm pala-
vras e em conduta, os ensinos c princípios mantidos e divulgados
pela Igreja Adventista.
^ Respeito pelos bens pertencentes à igreja. Respeitaremos a pro-
priedade de nossa organi/ação, incluindo qualquer propriedade inte-
lectual desenvolvida no curso de nossa ocupação. Usaremos a pro-
priedade, as instalações e os recursos unicamente para o benefício
de nossa organização, a menos que seja permitido ou quando uma
compensação financeira para o uso for previamente acertada.
^ Respeito pelos colegas. Respeitaremos e enalteceremos nossos
colegas de trabalho. Evitaremos colocar intencionalmente o outro
em posição de embaraço, desrespeito ou incómodo. Evitaremos todo
comportamento que possa ser considerado sexualmente impróprio.
Primaremos pela privacidade c guardaremos a segurança de outros.
Princípios Éticos Para a Associação Geral 259

* Eficiência e atenção no trabalho. As horas de trabalho devem


ser devotadas às tarefas confiadas ;i nós. Não usaremos esse tempo
para negócios pessoais ou o progresso de interesses pessoais não re-
lacionados com o trabalho designado pelos nossos supervisores. Não
comprometeremos nosso trabalho nos envolvendo em outro emprego
ou ativ idade que prejudique nosso desempenho enquanto estivermos
trabalhando para a Associação Geral. Aspiraremos a uma melhor efi-
ciência e procuraremos não desperdiçar tempo, esforço e recursos.
• Integridade pessoal em assuntosfinanceiros.Não nos envolvere-
mos em furtos ou desfalques de nenhuma espécie, incluindo o abuso
de abonos, falsificação de relatórios ou mau uso dos recursos pelos
quais somos responsáveis.
^ Abstenção de influências impróprias. Estamos cientes de que
dar ou receber presentes de negócios pode facilmente resultar em
compensações alheias a nosso trabalho e relações de emprego. As-
sim, o uso de presentes, pagamentos ou honorários como incentivo
ou recompensa por determinada ação é inaceitável. Não oferece-
remos presentes, favores, pagamentos ou outras formas de recom-
pensa, direta ou indiretamente, em troca de algum ganho ou ação
específica.
^ Cultivo da ética no local de trabalho. Aceitamos a obrigação de
manter padrões éticos na vida pessoal e no local de trabalho. Cremos
que é nossa responsabilidade relatar, através de canais confidenciais
estabelecidos, qualquer comportamento impróprio ou que prejudi-
que o ambiente ético na área de trabalho. Responsabilizamo-nos em
manter a conduta profissional e representar os valores morais e éti-
cos da Igreja Adventista.

Este documento foi votado pela Comissão Administrativa da Associação Geral em 29 de


setembro tle 1999, durante o Concílio Anual reali/ado em Silvcr Sprine, Maryland. Recomen-
da-se que as Divisões o adaptem para uso nos territórios sob sua jurisdição.
CONSERVAÇÃO DE NOVOS
MEMBROS

Recomendado aprovar o seguinte apelo à igreja mundial em relação à


conservação de membros o ao resgate de ex-memhros; além disso, encorajar
a circulação ampla deste apelo aos líderes da igreja e congregações locais.

Um Apelo à Conservação dos Novos Membros


Os adventistas ao redor do mundo se alegram com o rápido cres-
cimento em número de membros, em anos recentes. A igreja vê isso
como evidência de movimentos guiados pelo Espírito Santo e cumpri-
mento da profecia bíblica (Mt 24:14, Ap 14:6, 7). Apesar de a Igreja
Adventista ter batizado mais de cinco milhões de pessoas entre 2000
e 2005, as perdas de membros no mesmo período se aproximaram
de 1,4 milhão. Indicadores atuais apontam que as perdas anuais, por
outras razões que não sejam por morte, são de aproximadamente 28%
dos ganhos. Algumas perdas ocorrem entre rccém-conversos. No en-
tanto, esse resultado trágico não está limitado a novos membros.
Os membros deixam a comunhão adventista por uma variedade
de razões. B irreal esperar que a igreja alcance um estágio no qual a
retenção de membros seja de 100%. Isso, no entanto, não deve des-
culpar a igreja de conscicntemente criar e manter um ambiente de nu-
trição para todos os membros. Pesquisas sobre as razões pelas quais os
membros deixam a Igreja Adventista sugerem que os fatores sociais e
relacionais são muito mais significativos do que a discórdia com os en-
sinamentos da igreja. Na verdade, muitos que deixam a denominação
permanecem apoiadores das crenças adventistas e até mesmo mantêm
práticas da igreja, por algum tempo após a saída.
As razões citadas com maior frequência pelas pessoas que deixam
a comunhão da igreja local se encontram no universo dos relaciona-
mentos, a ausência do sentido de pertencer e a falta de participação
significativa na congregação local e sua missão. Portanto, a perda de
membros por essas razões pode ser evitada.
Os adventistas entendem que os eventos dos últimos dias vão in-
cluir muitos milhares de pessoas voltando-se para Deus, buscando
Conservação de Novos Membros 261

fundamentos espirituais para a vida c identificando-se com uma co-


munidade de crentes que guarda o ensinamento bíblico. Os membros
e líderes da igreja ao redor do mundo continuam a enfatizar o evange-
lismo e o crescimento da igreja, acreditando que maior e mais rápido
crescimento ainda está por vir.
Com os objetivos de preparar a igreja para esse grande fluxo de
novos membros, para resgatar os que deixaram e para prevenir as
atuais perdas, a comissão administrativa da Associação Geral faz um
apelo aos membros e líderes de todas as partes a darem uma nova
ênfase na questão da retenção e resgate de membros. Isso envolve
entender as razões da perda de membros em cada igreja local e foca-
lizar em como desenvolver a capacidade da igreja para atrair, resgatar,
reter e engajar seus membros na missão da igreja.
Embora a resposta específica para esse apelo seja diferente de
um lugar para outro e deva reflctir a diversidade cultural que é tão
evidente na família da igreja global, certas características específicas
são universais. Por exemplo, a vida espiritual de uma pessoa precisa
ser alimentada através do estudo da Bíblia c da oração. Sabemos
também que para não perder os novos membros, os fatores a seguir
são essenciais. Se um deles está faltando, o membro fica fraco, mas
pode sobreviver. Sc dois deles estão ausentes, é quase certo que essa
pessoa deixará a comunhão da igreja.
1. Os membros precisam conseguir identificar suas crenças.
2. Precisam ter amigos na congregação.
3. Precisam participarem um ministério significativo.
Cada membro, recém-batizado ou não, deve ser capaz de expe-
rimentar uma atmosfera que favoreça o seu crescimento espiritual,
vivenciar um senso de pertencimcnto e identificação e usar seus dons
espirituais no avanço da missão. Criar tal ambiente requer mais do que
um programa. Requer a criação de uma atmosfera amorosa em
que cada membro manifeste interesse pessoal pelos outros.
As pessoas que se unem à Igreja Adventista vêm de uma ampla
variedade de contextos e experiências. Os membros não estão no
mesmo nível de desenvolvimento espiritual. Mas todos devem bus-
car dentro da comunhão da igreja uma oportunidade para continuar
seu crescimento. Pedro exorta: "Sobretudo, amem-se sinceramente
uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados. Sejam
Declarações da Igreja 262

mutuamente hospitaleiros, sem reclamação. Cada um exerça o dom


que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça
de Deus em suas múltiplas formas" (IPe 4:8-10, NVI).
As ações a seguir ajudarão a desenvolver essa realidade:
1. Além do planejamento anual e definição de orçamento para
evangeíismo, as mesas administrativas e as comissões da igreja lo-
cal devem avaliar a capacidade de conservação de membros em seu
território. Isso vai requerer uma revisão cuidadosa das medidas para
cuidado dos membros juntamente a tendências de ganho e perda. A
análise da situação deve ser seguida por passos deliberados para abor-
dar as circunstâncias que permeiam a habilidade da igreja de mudar.
2. Repetidas instruções do ensinamento básico da Bíblia devem
ser providenciadas para todos os membros recém-batizados em um
plano intencionalmente desenvolvido por um período de meses apus
seu batismo.
3. A igreja deve assegurar-.se de que os métodos de alcance mis-
sioiKÍrio levem em consideração a forma pela qual os novos mem-
bros serão integrados à vida da igreja c avançarão pelo caminho do
discipulado. Tal planejamento deve incluir a formação de amizades,
inclusão em pequenos grupos, participação ativa em testemunhar e
atuação em papéis específicos, exercendo responsabilidadcs como
membro da congregação local.
4. Criar um ministério que favoreça o desenvolvimento de crian-
ças, jovens e adultos e atenda as suas necessidades espirituais, con-
firmando o valor deles para a igreja, treinando-os e confiando-lhes
responsabilidades.
5. Garantir a provisão de locais adequados para adoração é uma
parte integral da iniciativa evangelística que tra/. pessoas para a igre-
ja. Não deveria ser permitido realizar nenhum programa que não
honre esse requisito essencial.
6. Preparar os membros quanto ao modo de se reconectar com
aqueles que deixaram a comunhão da igreja. Em muitos casos, o
retorno de ex-membros é mais desafiador para a congregação do que
a aceitação de novos conversos. Atenção cuidadosa é necessária para
facilitar a cura dos relacionamentos e a conscientização, entre as
pessoas, da reconciliação que flui do perdão e aceitação recebidos
através de Jesus Cristo.
Conservação de Novos Membros 26?
•» •

A Comissão Administrativa da Associação Geral louva a Deus


pelo rápido crescimento que está acontecendo em muitos lugares.
O evangclismo define a missão da igreja. Líderes c membros são
reconhecidos por incluir essa prioridade no planejamento e no orça-
mento. Precisamos continuar com essa prática e, ao mesmo tempo,
demonstrar o interesse amoroso do Bom Pastor por Suas ovelhas que
possam ter se desviado.

Este a|H'lo loi aprovado [K-Ut Ccimissãn Administrativa d,i Assni Lição (loral na reunião da
primavera, realizada cm Silvcr Spring. Maryland, Estados Unidos, cm 10 Jc abril de 2007,
USO DO DIZIMO

Introdução
O plano de Deus para o sustento de Sua obra na Terra é realizado por
meio do dí/imo e das ofertas voluntárias de Seu povo. O dí/.imo é a fonte
prineipal de fundos para a proclamação total do evangelho a todo o mundo
pela Igreja Adventista. Isso inclui um esforço evangelístico equilibrado e
amplo voltado ao público e à nutrição espiritual dos membros da igreja.
Sendo que o dízimo é reservado para um propósito especial, as ofertas vo-
luntárias devem prover íundos para muitas funções da obra do evangelho.

Princípios Para a Utili/acão do Dí/imo


1. Somente as Associações estão autorizadas a fazer a distribuição cios
íundos do dí/imo. O dízimo é do Senhor e deve ser devolvido à casa do
tesouro, a tesouraria da Associação, por intermédio da igreja local a que
pertence o membro. 'Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para
que haja mantimento na Minha casa; c provai-Me nisto, diz o Senhor dos
lixércitos, se Eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós
bênção sem medida" (Ml 3:10).
"O dízimo é sagrado, reservado por Deus para Si mesmo. Tem de ser
trazido ao Seu tesouro, para ser empregado em manter os obreiros evan-
gélicos em seu trabalho" (Obreiros Evangélicos, p. 226).
2. As Associações e Uniões devem repartir o dízimo com a igreja
mundial.
"Mais e mais devemos chegar à percepção de que os meios que en-
tram na associação em dízimos e ofertas do nosso povo devem ser usa-
dos para o sustento da Obra, não somente nas cidades americanas, mas
também nos Campos estrangeiros. Que os meios tão zelosamente arre-
cadados sejam distribuídos altmisticamcnte. Aqueles que compreendem
as necessidades dos Campos missionários não serão tentados a usar o
dízimo para aquilo que não é necessário" (Manuscrito 11, \ 908).
3. A naturc/a do trabalho do obreiro é que determinará se cie será man-
tido pelo dízimo. Desse modo, outros fatores, inclusive a credencial no mo-
mento, nào são critérios definitivos para determinar o sustento pelo dízimo.
"O dízimo deve ser para os que trabalham nu palavra e na doutri-
na, sejam eles homens ou mulheres" (Evangelismo, p. 492).
UsodoDí/imo 265

4. O dízimo deve ser usado somente para o sustento daqueles que


estão empenhados cm ministérios de evangelismo e nutrição espiritual.
"O dí/.imo deve ser usado para um único propósito: sustentar os mi-
nistros a quem o Senhor designou para fu/er a Sua obra. Deve ser usado
para o sustento daqueles que falam ao povo as palavras da vida e levam
as responsahilidades do rebanho de Deus" (Manuscrito 82, 1904).
5. O funcionamento da igreja local é importante, mas não deve
ser sustentado pelo dí/,imo.
"O dí/imo deve ser usado para um único propósito: sustentar os mi-
nistros a quem o Senhor designou para fa/er a Sua obra. Deve ser usado
para o sustento daqueles que falam ao povo as palavras da vida e levam
as responsabilidades do rebanho de Deus" (Manuscrito 82, 1904).
a. "O dízimo não deve ser consumido em despesas eventuais. Isso
faz parte do trabalho dos membros da igreja. Eles devem man-
ter sua igreja com suas doações e ofertas" (Carta 81, 1897).

Regulamentos Para o Uso do Oí/imo: Atividades nas Quais o Dtdrno Pode


Ser Usado
1. O sustento dos evangelistas, pastores e instrutores bíblicos.
2. O sustento do pessoal que provê liderança e serviços administrati-
vos para os esforços evangelísticos c o sustento dos ministérios da igreja.
Estes incluem oficiais da Associação, diretores departamentais, contado-
res, funcionários e secretárias de escritório.
3. As despesas necessárias para manter o programa evangelístico total
e o sustento dos ministérios da igreja, como:
a. Despesas com evangelismo.
b. Despesas operacionais do escritório da Associação.
c. Equipamento evangelístico e do escritório da Associação.
d. Despesas operacionais dos locais de acampamento e reuniões
campais.
4. O sustento das funções consideradas essenciais aos programas evan-
gelísticos e o sustento dos ministérios da igreja.
a. Escolas primárias: distribuição de até 30% dos salários e despe-
sas totais dos diretores e professores primários em reconheci-
mento de sua função como líderes espirituais.
b. Escolas secundárias: o equivalente ao sustento total dos professores
de Bíblia de escolas secundárias, diretores e preceptores de internatos.
Declarações da Igreja 266

c. Colégios/universidades: uma soma igual ao custo total dos de-


partamentos de Bíblia dos colégios e universidades, diretores,
reitores e preceptores.
d. Colportores evangelistas: a parte que corresponde à Associação
dos lucros ou benefícios aos colportores evangelistas.
e. Centros/acampamentos da Associação: as despesas operacio-
nais dos centros/acampamentos da juventude pertencentes à
Associação.
1. Programas da mídia: a produção de impressos, rádio e televisão,
g. Aposentados: os benefícios da aposentadoria dos empregados de-
nominacionais (exceto aqueles que são mantidos de outra forma,
como, por exemplo, os empregados das instituições de saúde).

Regulamentos Para o Uso do Dí/imo: Atividadcs nas Quais o Dízimo Não


Será Usado
/. Manutenção da igreja local e outras despesas operacionais. Estas de-
vem ser custeadas pelas ofertas dos membros.
2. Manutenção de escolas primárias e outras despesas operacionais. Estas
devem ser custeadas pelas taxas escolares e/ou subsídios da igreja.
3. Manutenção e despesas operacionais de escolas secundárius e de ensino
superior. Estas devem ser custeadas pelas taxas escolares e outras rendas
institucionais.
4. Projetos de construção da igreja, da Associação ou de instituições. Estes
devem ser custeados pelos membros e/ou outras fontes alheias ao dí/.imo.

Declaração de Posição Quanto à Administração do l )íxímo


í. O papel da janiiTui da igreja na administração ílos fundos do dízi-
mo. A igreja mundial é a família de Deus na Terra. Cada membro, como
parte dessa lamília, desfruta dos privilégios e leva as responsabilidades
quanto às normas determinadas para a arrecadação e a distribuição dos
f undos do dí/.imo. A família, agindo colei i vá m e n te através da assembleia
da Associação Geral e do Concílio Anual da Comissão Administrativa da
Associação Geral, determina os regulamentos, em harmonia com os prin-
cípios das Escrituras e do Espírito de Profecia, para o recolhimento, o
desembolso e a administração dos fundos cio dízimo. Esta declaração é
produto de muita consulta a uma variedade de pessoas dentro da igre-
ja - membros leigos, pastores, administradores de Associações e líderes
Uso do Dízimo 267

mundiais. Como membros da família, cada indivíduo, instituição ou or-


ganização respeitará a honra da família, aluando de acordo com estas di-
retri/es, a fim de prover um sistema de apoio financeiro regular, fidedigno
e sempre crescente para a proclamação do evangelho a todo o mundo.
2. A "casa do tesouro" ou "tesouraria" da Igreja Adventisía. Segundo as
Escrituras, o dí/imo é do Senhor e deve ser levado à Sua casa como ato
de adoração. A Igreja Adventisla real i/a isso enviando o dízimo à tesou-
raria da Associação por intermédio da igreja a que o membro pertence.
Em circunstâncias incomuns, os membros da igreja devem consultar os
oficiais de sua Associação ou Missão local. A adoção de qualquer outro
plano causa contusão c competição e debilita a estrutura financeira da
igreja, enfraquecendo assim sua capacidade de cumprir sua missão mun-
dial. A fim de possibilitar um forte e equilibrado programa da igreja ao
redor do mundo, os membros não devem direcionar o dízimo do Senhor
para projetos de sua própria escolha.
3. Caminhos alternativos para a "casa do tesouro".
a. O Senhor promete bênçãos sem medida àqueles que restituem
um dízimo liei ã casa do tesouro. A família da Igreja Adventista
determinou que o caminho normal para a casa do tesouro é
através da Associação/Missão local.
b. Se membros, por razão de confiança, preferirem enviar uma
parte do dízimo para a Associação Geral ou para a sua União.
os dirigentes podem aceitar tal dí/imo, mas o enviarão sem o
nome da pessoa à Associação a que ela pertence para distribui-
ção à igreja mundial. Essas pessoas devem ser incentivadas a
encaminhar o dízimo através dos canais regulares.
4. Partilha do dízimo.
a. O plano de partilha do dízimo c uma maneira equilibrada de
distribuir equitativamente os recursos financeiros com a igreja
mundial. Este plano é básico e essencial ao sistema de apoio
financeiro à obra mundial da Igreja Adventista.
b. As igrejas. Associações, Uniões, Divisões e a Associação Geral
não aceitarão dí/imos de membros que seguem uso contrário
às porcentagens habituais partilhadas com os vários níveis da
organização da igreja.
c. A igreja local está autorizada somente a aceitar e encaminhar os
fundos totais do dízimo à tesouraria de sua Associação/Missão local.
Declarações da Igreja 268

5. Solicitação do dízimo. Os pastores e administradores da Associação


ou Missão não solicitarão fundos do dí/imo de membros de outras Asso-
ciações ou Divisões. A igreja Fez provisão para o nivelamento dos recursos
financeiros.
6. Dízimo para instituições. Organizações e instituições denominacio-
nais como a Christian Record Braílle Foundation, a Voz da Profecia, Fé
para Hoje, Está Escrito e Rio da Vida não devem aceitar fundos que sabem
ser o dí/.imo de adventistas. Quando membros enviam o dí/imo a uma or-
ganização denominacional, têm a responsabilidade de indicar que é dízimo.
7. Dízimo de membros que se transferem. Os membros que se mudam
para uma nova localidade sào estimulados a transferir sua condição de
membro dentro de seis meses e começar a apoiar sua nova igreja e Associa-
ção onde estão recebendo assistência pastoral.
8. Empréstimo de dízimo. Igrejas, escolas (dízimo de alunos), Associa-
ções e indivíduos não devem pedir "emprestado o dinheiro do dízimo para
cuidar de necessidades pessoais, da igreja ou da Associação. Os fundos do
dí/.imo serão retidos somente até a data de sua remessa regular.
9. Não aceitação do dízimo. Se, de acordo com estes regulamentos, sur-
gir uma situação em que não seja pcrmissível uma organização aceitar fun-
dos do dí/imo, serão feitos esforços para se obter autorização do membro
para encaminhar o dí/imo para os canais regulares. Se tal autori/ação não
tor obtida, o dí/imo será devolvido com uma explicação apropriada e um
apelo à pessoa para que participe do plano da igreja de partilhar o dí/imo
do Senhor com a igreja mundial.
/(). Não devolução do dízimo. O dí/imo que foi aceito e pelo qual se pas-
sou recibo não será devolvido às pessoas que, por motivos variados, possam
solicitá-lo.
11. Responsabilidade da liderança. A direção da igreja, em todos os ní-
veis, exerce um encargo sagrado. A falha ou recusa em aceitar os regu-
lamentos elaborados pela família da igreja concernentes à administração
do dí/imo corrói a capacidade da igreja de cumprir sua missão mundial.
As pessoas que desconsideram estes regulamentos desqualificam-se para
a liderança da igreja.

Nota: Os re^ulamcnlos acima não se upliaim às ofertas. Os membros loniiim u decisão


ijiianlo ;io destino de su;is ofertas.

listes regulamentos (oram ^dotados e votados pela ComlssSoAdminisinitívíi da Associação


Gera] em I-í de outubro de I9H5, durante u Concílio . \nu.il rf.di/.idn cm Washington, D.C.
REAVIVAMENTO ESPIRITUAL
E MUDANÇAS SOCIAIS

A presença real do mal no mundo e a pccaminosidade dos seres


humanos, combinadas com as rápidas mudanças na educação, in-
dústria, tecnologia e economia, continuam envolvendo nosso planeta
em profunda mudança social. Os indivíduos e as famílias frequente-
mente se sentem impotentes c vitimados por sistemas e circunstân-
cias sobre os quais percebem que não têm nenhum controle.
A Igreja Adventista vê como parte de sua missão a extensão do mi-
nistério de Cristo no mundo de sofrimento. Seu ministério era um
ministério de conforto, poder, libertação e reconciliação. Ao lado de
outros cristãos, somos uma força restauradora e estabilizadora em tem-
pos de mudança. Quando tudo é turbulento ao nosso redor, a igreja
proporciona a certeza de que existe Alguém acima do turbilhão deste
mundo que é imutável e cujo propósito finalmente prevalecerá. A igre-
ja serve como uma sentinela na sociedade e como uma comunidade
dotada de poder, insistindo com indivíduos e famílias para que avaliem
as condições existentes ao seu redor, preservando aquilo que é bom e
transcendente e alterando o que é prejudicial.
Foi dito dos primeiros cristãos: "Estes que têm transtornado o
mundo chegaram também aqui" (At 17:6). O evangelho de Cristo é
em si um agente de transformação. No evangelho existe compaixão
pela fragilidade humana. Ao mesmo tempo, há encorajamento para
formar relacionamentos perfeitos com Deus e uns com os outros,
como era o divino plano do Criador. Cremos que através do poder do
Espírito Santo nos tornamos novas criaturas (Ef 4:22-24), saímos das
trevas para a luz ( l Pé 2:9) e experimentamos agora o poder transfor-
mador do mundo vindouro (Hb 6:5). Essa transformação permeia a
sociedade assim como o sal dá sabor e como a lu/. ilumina as trevas.
A presença de pessoas espiritualmente renovadas na comunida-
de pode fazer um trabalho que as iniciativas políticas e sociais so-
zinhas não podem realizar. Os cristãos que experimentam o poder
transformador de Cristo são colunas estabilizadoras e fortalececloras
da sociedade. Eles preservam os valores que afirmam a vida. Agem
Declarações da Igreja 270

como agentes de transformação em face da decadência moral. Sua


presença ativa na comunidade t rã x esperança, enquanto as pessoas
e as famílias são enobrecidas por princípios cristãos. Sua vida e seus
relacionamentos exercem um impacto sobre os que os rodeiam.

Lata declaração foi aprovada pela Comissão Administrativa da Associação Geral para ser
divulgada pelo gabinete do então presidente Roberl S. l-olkenberg, durante u Concílio Anual
) cm São José, Costa Rica, de 1° a 10 de outubro de 1996.
PRINCÍPIOS DE TEMPERANÇA
E ACEITAÇÃO DE DOAÇÕES

Desde o seu início, a igrejaAdventista tem focalizado a temperan-


ça e desempenhado um importante papel na luta contra as bebidas
alcoólicas, o fumo e outras drogas. Embora algumas denominações
cristãs tenham diminuído sua ênfase sobre temperança, os adventis-
tas continuam a se opor vigorosamente ao uso do álcool, do fumo e
das drogas impróprias. A posição da igreja nu defesa da abstinência
de substâncias prejudiciais esta bem estabelecida em suas crenças
fundamentais.
Existem evidências indicando que em algumas regiões tem havi-
do um relaxamento na promoção dos princípios da verdadeira tem-
perança dentro da igreja, isso, juntamente com as implacáveis cam-
panhas das indústrias de álcool e fumo, permitiu que alguns adven-
tistas tossem alcançados por essas influências negativas e insidiosas.
Um problema que surge de vez em quando c a oferta de fundos
a organizações religiosas pelas indústrias do álcool ou do fumo. E a
posição da Igreja Adventista que tais ofertas não devem ser aceitas
pela igreja ou por qualquer uma de suas instituições. Esse dinheiro
está manchado pela miséria humana. A ordem do evangelho é repro-
var o mal, e não louvar ou encorajar aqueles que fabricam "venenos
que produzem miséria e ruína" e cujo "comercio quer dizer roubo" (A
Ciência do Bom Viver, p. 337).
A Igreja Adventista reafirma sua posição histórica quanto aos
princípios de temperança, e exorta cada membro a firmar e revelar
um compromisso com a abstinência de qualquer forma de álcool e
de íumo e do uso irresponsável de drogas. O Concílio Anual de 1992
insiste com indivíduos e organizações da igreja a recusar doações e
favores de indústrias identificáveis do álcool ou do fumo.

l-.slíi declaração foi aprovada o votada pela Comissão Administrativa da Associaçõo Gemi
cm l l de ouilibro de 1992, durante o Concílio Anual reali/ado em Silvcr Spring. Maryland.
FILOSOFIAADVENTISTA COM
RELAÇÃO À MÚSICA

Deus compôs a música cxatamontc na estrutura de Sua Cria-


ção. Lemos que, quando Ele criou todas as coisas, "as estrelas da
alva, juntas, alegremente cant;ivam, c rejubilavam todos os filhos de
Deus" (Jó 38:7). O livro do Apocalipse retraia o Céu como um lugar
de louvor incessante, com hinos de adoração a Deus e ao Cordei-
ro ressoando por toda parte (Ap 4:9-11; 5:9-13; 7:10-12; 12:10-12;
14:1-3; 15:2-4; 19:1-8).
Visto que Deus criou os seres humanos à Sua imagem, partilhamos
do amor e apreciação pela música com todos os seres criados. Na ver-
dade, a música pode nos atingir e tocar com um poder que vai além
das pala\ras ou de qualquer outro tipo de comunicação. 1 Em sua ma-
nifestação mais pura e refinada, a música eleva nosso ser à presença de
Deus, onde anjos c seres não caídos O adoram com cânticos.
O pecado, porém, lançou sua praga sobre a Criação, A imagem
divina íoi desfigurada e quase apagada. Em todos os aspectos, este
mundo e as dádivas de Deus vêm a nós com uma mistura de bem
e mal. A música não é moral nem espiritualmente neutra. Pode nos
levar a alcançar a mais exaltada experiência humana, ou pode ser
usada pelo príncipe do mal para degenerar c degradar, para suscitar
luxúria, paixão, desesperança, ira e ódio.
A mensageira do Senhor, Ellen C. White, nos aconselha continua-
mente a elevar nosso conceito a respeito da música. Ela nos di/: "A músi-
ca, quando bem utilizada, é uma grande bênção, mas quando mal-usada,
uma terrível maldição."2 "Corretamente empregada, porém, [a música] é
um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas
altas e nobres, a inspirar e elevar a alma."1
Quanto ao poder da música, ela escreve: "É um dos meios mais
eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais.
Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a deses-
perar, vêm à memória algumas das palavras de Deus - as de um
estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância - e as ten-
tações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo
propósito, e o ânimo c a alegria se comunicam a outras pessoas! [...]
Filosofia Adventistii com Relação à Música 273

Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a ora-


ção. Efctivamente, muitos hinos são orações. [...] Ao guiar-nos nosso
Redentor ao limiar do Infinito, resplandecente com a glória de Deus,
podemos aprender o assunto dos louvores e ações de graças do coro
celestial em redor du trono; e despertando-se o eco do cântico dos
anjos em nossos lares terrestres, os corações serão levados para mais
perto dos cantores celestiais. A comunhão do Céu começa na Terra.
Aqui aprendemos a nota tónica de seu louvor."4
Como adventistas do sétimo dia, cremos e pregamos que Jesus virá
novamente, cm breve. Em nossa proclamação mundial da tríplice men-
sagem angélica, de Apocalipse 14:6-12, conclamamos todas as pessoas
a aceitarem o evangelho eterno para louvar a Deus o Criador, e a se
prepararem para se encontrar com o Senhor. Desafiamos todos os que
escolhem o bem e não o mal a renunciar "à impiedade e às paixões
mundanas" de modo a viver "no presente século, sensata, e justa, c pie-
dosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória
do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo" (Tt 2:12, 13).
Cremos que o evangelho exerce impacto em todas as áreas da vida.
Portanto, sustentamos que, por causa do vasto potencial da música
para o bem ou para o mal, não podemos ser indiferentes a ela. Embora
reconhecendo que o gosto, na questão da música, varia grandemente
de indivíduo para indivíduo, cremos que a Bíblia e os escritos de Ellen
G. White sugerem princípios que podem formar nossas escolhas.
A expressão "música sacra" é usada neste documento normalmen-
te com referência à música religiosa. Designa a música que se centra-
liza em Deus, em temas bíblicos e cristãos. Na maioria dos casos, é
música composta para ser utilizada nos cultos, nas reuniões de evan-
gelismo ou na devoção pessoal, e pode ser música vocal e instrumen-
tal. No entanto, nem toda música considerada sacra ou religiosa pode
ser aceitável para um adventista do sétimo dia. A música sacra não
deve evocar associações seculares nem sugerir a conformação com
normas de pensamento ou comportamento da sociedade em geral.
"Música secular" é música composta para ambientes alheios ao
serviço de culto ou de devoção pessoal e apela aos assuntos comuns
da vida e das emoções básicas do ser humano. Tem sua origem no
homem e é uma reação do espírito humano à vida, ao amor e ao mun-
do em que Deus nos colocou. Pode elevar ou degradar moralmente
Declarações da Igreja 274

o ser humano. Embora não seja destinada a louvar a Deus, pode ter
um lugar autêntico na vida do cristão. Em sua escolha, devem ser
seguidos «s princípios apresentados neste documento.

Princípios que Orientam o Cristão


A música com a qual o cristão se deleita deve ser regida pelos
seguintes princípios:
1. Toda música que se ouve, toca ou compõe, quer seja sacra ou secular,
d r \ r ulnrilir.ir ,i l Vns. "Porl.inlo. <|IIÍ.T mm;iis quer brkns, ou I , K , I Í S m i l u
coisa qualquer, ta/ei tudo para a glória de Deus" (iCo 10:31). Esse é o prin-
cípio bíblico fundamental. Tudo o que não atender a esse elevado padrão,
enfraquecerá nossa experiência eom Ele.
2. Toda música que o cristão ouve, toca ou compõe, quer seja sacra
ou secular, deve ser a mais nobre c melhor. "Finalmente, irmãos, tudo o
que é verdadeiro, tudo o que respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude
há, e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento"
(Fp 4:8). Como seguidores de Jesus Cristo, que aguardam e esperam
unir-se ao coro celestial, vemos a vida na Terra como um preparo para a
vida no Céu e uma antecipação dela.
Desses dois fundamentos - glorificar a Deus cm todas as coisas e
escolher o mais nobre c o melhor - dependem os demais princípios
relacionados abaixo, para a escolha musical.
3. A música se caracteriza pela qualidade, equilíbrio, adequação e
autenticidade; favorece nossa sensibilidade espiritual, psicológica
e social, como também nosso crescimento intelectual.
4. A música apela tanto ao intelecto quanto às emoções, afctando
o corpo de forma positiva.
5. A música revela criatividade e obtém melodia de qualidade. Se
for harmonizada, s deve ser usada de forma interessante e artística,
com um ritmo que a complemente.
6. A música vocal emprega versos que estimulam positivamente a
capacidade intelectual como também nossas emoções e nosso poder
da vontade. Os bons versos são criativos, ricos no conteúdo e bem
compostos. Focalizam o positivo e rcflctem os valores morais; instruem
c enaltecem; e estão em harmonia com a sólida teologia bíblica.
Filosofia Adventista com Relação ;i M tísica 275

7. Os elementos musicais e literários operam juntos, em harmo-


nia, para influenciar o pensamento t- o comportamento em concor-
dância com os valores bíblicos.
8. A música mantém judicioso equilíbrio dos elementos espiritu-
al, intelectual e emocional.
9. Na adoração a Deus, devemos reconhecer e aceitar a contri-
buição de culturas diferentes. As formas c instrumentos musicais va-
riam grandemente entre a família mundial advcntista do sétimo dia,
e a música proveniente de uma cultura pode soar e parecer estranha
a outra cultura.
Fa/er música adventista do sétimo dia requer a escolha do melhor.
Nessa tarefa, acima de tudo, aproximamo-nos de nosso Criador e Se-
nhor, e O glorificamos. Cumpre-nos aceitar o desafio de ter uma visão
musical diferenciada e viável, como parte de nossa mensagem profé-
tica, dando assim uma contribuição musical adventista importante e
mostrando ao mundo um povo que aguarda a breve volta cie Cristo.

1 "[A música] é um dos meios mais eficazes par;i impressionar o coração com as verdades
espirituais" (Educação, p. 168).
2 O Lar Adventista, p. 408. Kla também afirma que no futuro, "imediatamente antes da
H-riiiinação da graça", "haverá grilos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres
racionais ficarão tão confundidos que não st1 pode conliar neles quanto a decisões retas. E islo
será chamado operação do Espírito Sanlo. í) Ksnírito Sutilo n u n c a S t- revela por tais métodos,
cm tal confusão e ruído. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos méto-
dos para anular o eleito da pura, sincera, elevadora, enoorecedora e santíficante verdade para
este tempo" (Mensagens Escolhidas, v. 2. p. 36).
3 Educação, p. 167.
4 Educação, p. 168.
5 Reconhecemos que em algumas culturas u harmonia não ó tão imporlanle quanto em
outras culturas.
Estas orientações foram aprovadas c votadas durante o Concílio Anual da Associação Ge-
rui. em l _í de outubro de 2004.
OBSERVÂNCIA DO SÁBADO

Propósito e Perspectiva
O principal objetivo deste documento sobre a observância do sá-
bado é oferecer conselhos ou orientações aos membros da igreja que
desejam urna experiência mais rica e significativa na observância do
sábado. Espera-se que crie uma motivação para uma genuína refor-
ma quanto à guarda do sábado em âmbito mundial.
Sabendo que a comunidade mundial de adoradores encontra nu-
merosos problemas quanto à observância do sábado, originários de
determinados contextos culturais e ideológicos, procuramos levar es-
sas dificuldades em consideração. O documento não pretende abran-
ger todas as questões relativas à guarda do sábado, mas apresentar
princípios bíblicos e cliretrizes do Espírito de Profecia que ajudem os
membros da igreja em seu esforço para seguir a orientação do Senhor.
Lspera-sc que os conselhos dados neste documento sejam úteis. Em
última análise, entretanto, as decisões tomadas sob circunstâncias críticas
devem ser motivadas pela fé e ii confiança pessoal no Senhor Jesus Cristo.

Salvaguarda de Nosso Relacionamento com Deus


O sábado engloba nossa relação total com Deus. E uma indica-
ção dos atos de Deus em nosso favor no passado, no presente e no
futuro. O sábado protege a amizade do ser humano com Deus e pro-
porciona o tempo essencial para o desenvolvimento dessa relação.
O sábado esclarece a relação entre Deus e a família humana, pois
aponta a Deus como Criador numa época em que os seres humanos
gostariam de usurpar a posição de Deus no Universo.
Nesta era de materialismo, o sábado conduz homens e mulheres
àquilo que c espiritual e pessoal. As consequências de esquecer o dia
do sábado para o santificar são sérias. Tal esquecimento distorcerá e,
finalmente, destruirá o relacionamento da pessoa com Deus.
Quando o sábado é guardado, ele se torna um testemunho do
repouso que advém de confiar apenas em Deus como sustentador,
como base de nossa salvação e como o fundamento de nossa espe-
rança no futuro. Como tal, o sábado é um deleite, porque entramos
no descanso de Deus e aceitamos o convite para comungar com Ele.
Observância do Sábado 277
. •» —

Quando Deus pede que nos lembremos do dia do sábado, Ele o


Ia/ porque deseja que nos lembremos dEle.

Princípios e Teologia da Observância do Sábado


1. Natureza e propósito do sábado. A origem do sábado encontra-se na
criação, quando Deus descansou de Sua obra no sétimo dia (Gn l -3). O sá-
bado tem importância como sinal perpétuo do concerto eterno entre Deus
e Seu povo. Ele mostra quem nos criou (lix 31:17), nos santifica (Ex 31:13;
Ez 20:12) e leva-nos a reconhecer Deus como o Senhor (!£z 20:20).
2. O caráter singular do sábado. () sábado é uma ocasião especial
para a adoração de Deus como Criador. Redentor e Senhor da vida, com
quem toda a família humana se reunirá por ocasião do segundo advento.
O mandamento do sábado forma o centro da lei moral, como o selo da
autoridade de Deus. Constitui um símbolo do relacionamento de amor
de Deus com Seus filhos terrestres. Por isso, os seres humanos são obri-
gados a respeitar este dom, no sentido de que farão o possível para pro-
mover e envolver-se em ativicladcs que ajudem a estabelecer e reforçar
um relacionamento duradouro com Deus. Assim, o povo de Deus se en-
volverá apenas em atividades voltadas para Deus e os semelhantes, e não
naquelas que levem à gratificação cio próprio eu e dos próprios interesses.
3. A universaliduik do sábado. A universalidade tem sua raiz na cria-
ção. Dessa maneira, seus privilégios e obrigações são vigentes para todas
as nações, classes ou setores (Ex 20:11; 23:12; Dt 5:13; Is 56:1-8). A ob-
servância do sábado diz respeito a todos os membros da casa, incluindo
as crianças, c estende-se até mesmo ao "forasteiro das tuas portas para
dentro" (Êx 20:10).
4. Os limites th íempo do sábudo. Dados bíblicos: o sábado começa no fim
do sexto dia da semana c dura um dia, de entardecer a entardecer (Gn l;
Mc l :32). Esse tempo coincide com o ocaso do sol. Nos lugares onde for
difícil determinar exatamentc a hora do pôr do sol, o guardador do sábado
começará o sábado no fim do dia, marcado pela diminuição da lu/.
5. Princípios i\ue orientam a obserwmcui do sttbado. Embora a Bíblia não
trate diretamente de muitas questões específicas que possamos ter atual-
mente quanto à observância do sábado, ela nos apresenta princípios gerais
aplicáveis hoje (ver Êx 16:29; 20:8-11; 34:21; Is 58:13; Ne 13:15-22).
"A lei proíbe trabalho secular no dia de repouso do Senhor; o labor que
constitui o ganha-pão eleve cessar; nenhum trabalho que vise prazer ou
Declarações da lyrcja 278

proveito mundanos c lícito nesse dia; mas como Deus cessou Seu labor
de criar e repousou ao sábado, e o abençoou, assim deve o homem deixar
as ocupações da vida diária, e devotar essas sagradas horas a um saudável
repouso, ao culto e a boas obras" (O Desejado de 'Iodas a Nações, p. 207).
Esse conceito, entretanto, não apoia a inatividade total. O Antigo e
o Novo '(estamentos nos convidam a cuidar das necessidades c aliviar o
sofrimento dos outros, pois o sábado é um bom dia para todos, particular-
mente para os humildes e oprimidos (Êx 23:12; Mt 12:10-13; Mc 2:27;
Lc 13:1 1-17; Jo 9:1-21).
Contudo, nem mesmo as boas obras devem obscurecer a principal
característica da observância do sábado, a saber, o repouso (Gn 2:1-3).
Isso inclui tanto o repouso físico (Êx 23:12) como o espiritual em Deus
(Mt 11:28). O repouso espiritual leva o observador do sábado a procurar
a presença de Deus c a manter comunhão com Ele no culto (Is 48:13),
tanto na meditação silenciosa (Mt 12:1-8) como na adoração pública
Qr 23:32; 2Rs 4:23; 11:4-12; ICr 23:30; Is 56:1-8). Seu objetivo c reco-
nhecera Deus como Criador e Redentor (Cn 2:1-3; Dt 5:12-15), e é com-
partilhado pela família isoladamente e pela comunidade maior (Is 56: l -8).
6. O sáhailo e a autoridade da Palavra de Deus. Ellen White assinala
que o mandamento do sábado é único, pois contém o "selo da lei de
Deus". Unicamente ele "apresenta não só o nome, mas o título do Le-
gislador. Declara ser Ele o Criador dos céus e da Terra, e mostra, assim,
o Seu direito à reverência c culto, acima de todos. Fora deste preceito,
nada há no Decálogo que mostre por autoridade de quem foi dada a lei"
(O Grande Conflito, p. 452).
O sábado, como o sinal do Criador, aponta para Sua autoridade e Seu
direito de propriedade. Uma significativa observância do sábado, portan-
to, indica a aceitação de Deus como Criador e Possuidor, e reconhece
Sua autoridade sobre toda a criação, inclusive o próprio ser. A observân-
cia do sábado baseia-se na autoridade da Palavra de Deus. Não há para
ela outra razão lógica. Os seres humanos têm a liberdade de entrar em
relacionamento com o Criador do Universo como um Amigo pessoal.
Os guardadores do sábado podem ter que enfrentar resistências de-
vido ao seu compromisso com Deus de santificar o sábado. Para aqueles
que não reconhecem a Deus como seu Criador, parece arbitrário ou inex-
plicável que alguém deixe seu trabalho no dia de sábado meramente por
motivos religiosos. A observância significativa do sábado testifica o talo
Observância do Sábado 279

de que escolhemos obedecer ao mandamento de Deus. Assim, reconhe-


cemos que nossa vida é agora vivida em obediência à Palavra de Deus.
O sábado constituirá uma prova especial no tempo do fim. O crente terá
que fazer a escolha entre submeter-se à Palavra de Deus c obedecer à
autoridade humana (Ap 14:7, 12).

O Lar e a Família em Conexão com o Sábado


1. Introdução. A vida doméstica é a pedra angular da observância
apropriada do sábado. Somente quando as pessoas observam o sábado
eonscienciosamente no lar e assumem suas responsabilidades corres-
pondentes como membros da família, a igreja como um todo revelará ao
mundo as alegrias e privilégios do santo dia de Deus.
2. Diferentes tipos de lares. No século 21, há vários tipos de lares; por
exemplo, o lar cm que há marido, esposa e filhos; o lar em que há marido
e esposa sem filhos; o lar em que há apenas o pai ou a mãe com os filhos
(onde, devido ao falecimento ou ao divórcio, o pai ou a mãe precisa atuar
como pai e mãe ao mesmo tempo); o lar ern que uma pessoa tenha se ca-
sado ou em que a morte ou o divórcio tenha deixado alguém sozinho, sem
filhos; ou o lar em que apenas o pai ou a mãe seja membro da igreja. Ao
levar em conta as necessidades c os problemas dessas categorias, deve-se
entender que alguns dos princípios e sugestões enunciados se aplicarão a
todos os grupos, e alguns serão mais especializados.
3. O lar e o sábado: duas instituições sagradas. "No princípio", Deus
colocou um homem e uma mulher no Jardim do Éden, seu lar. Também
"no princípio" Deus deu o sábado aos seres humanos. Essas duas institui-
ções, o lar e o sábado, anelam juntas. Ambas são dons de Deus. Portanto,
ambas são sagradas, sendo que a última fortalece e enriquece de maneira
única os laços da primeira.
O companheirismo íntimo é um elemento importante do lar. O com-
panheirismo íntimo com outros seres humanos é um elemento impor-
tante do sábado. Ele aproxima as famílias a Deus e os indivíduos uns aos
outros. Vista a partir dessa perspectiva, a importância do sábado para o lar
não pode ser subestimada.
4. Responsabilidade^ dos adultos como mestres. Ao escolher Abraão
como pai do povo escolhido, Deus disse: "Eu o escolhi para que ordene
a seus filhos e a sua casa depois dele" (Cn 18:19). Parece claro, então,
que foi dada aos adultos uma enorme responsabilidade no lar, visando ao
Declarações da Igreja 280

bem-estar espiritual dos filhos. Tanto por preceito, como por exemplo,
devem proporcionar o tipo de estrutura c atmosfera que torne o sábado
um deleite e uma parte tão vital da vida cristã que, mesmo muito tempo
depois de deixar o lar, os filhos continuem os costumes que lhes foram
ensinados na infância.
Em harmonia com a ordem para "inculcar" as palavras e os manda-
mentos de Deus aos filhos (Dt 6:4-9), os membros adultos da família
devem ensinar os filhos a amar a Deus e a guardar Seus mandamentos.
Devem ensiná-los a ser leais a Deus c a seguir Sua direção.
Desde a mais tenra infância, as crianças devem ser ensinadas a partici-
par do culto familiar, a fim de que o culto na casa de Deus se torne uma ex-
tensão do costume da família. Também desde a infância, as crianças devem
ser ensinadas sobre a importância da frequência à igreja, aprendendo que a
verdadeira observância do sábado envolve ir à casa de Deus para o culto e
o estudo da Bíblia. Os adultos da família elevem dar o exemplo, assistindo
aos cultos de sábado, formando um padrão que será visto como importante
quando os filhos tomarem decisão sobre aquilo que tem valor na vida. Atra-
vés de discussões, enquanto as crianças crescem e se tomam mais maduras,
e por meio cio estudo da Bíblia, deve-se-lhes ensinar o significado do sábado,
sua relação com o viver cristão e sua natureza permanente.
5. Preparo para o sábado. Se o sábado eleve ser observado devidamen-
te, a semana inteira deve ser programada de tal maneira que todos os
membros estejam prontos para receber o santo dia quando ele chegar.
Isso significa que os membros adultos da família farão planos para que
as tarefas domésticas (a compra e o preparo de alimentos, o preparo das
roupas c todas as outras necessidades da vicia diária) sejam completadas
antes do pôr do sol de sexta-feira. O dia de repouso deve tornar-se o eixo
em torno do qual gira a roda da semana inteira. Quando se aproximar o
pôr do sol e o anoitecer de sexta-feira, adultos e crianças poderão saudar
o sábado com tranquilidade de consciência, tendo concluído todos os
preparativos e com a casa pronta para passar as seguintes 24 horas com
Deus c uns com os outros. As crianças podem ajudar nesse sentido, as-
sumindo responsabilidades de preparo para o sábado de acordo com seu
grau de maturidade. A maneira como a família se aproxima do início do
sábado, ao pôr do sol de sexta-feira, e passa a noite de sexta-feira constitui
o cenário para o recebimento das bênçãos que o Senhor tem em reserva
para todo o dia que se segue.
Observância do Sábado 281

6. Vestuário apropriado para o sábado. Onde há crianças no lar, ao ves-


tir-se a família no sábado de manhã para ir à igreja, os adultos podem por
preceito e exemplo ensinar os filhos que uma forma de honrar a Deus é
ir à Sua casa com roupas limpas, que representem apropriadamente u
cultura em que vivem.
7. A importância da hora do estudo da Bíblia. Nos lugares em que as
crianças não têm a vantagem de (requentar escolas advcntistas, a Escola
Sabatina torna-se o mais importante meio dt1 instrução religiosa fora do
lar. Não se pode subestimar o valor dessa hora de estudo da Bíblia. Os
pais, portanto, devem assistir aos cultos do sábado de manha e fa/er todo
o possível para levar os filhos consigo.
8. Atividades da família no sábado. Na maioria das culturas, a reunião
de sábado ao meio-dia, quando a família se junta em torno da mesa para
o almoço no lar, é um ponto alto da semana. O espírito de sagrada alegria
e companheirismo, iniciado na hora de levantar e continuado durante
a programação da manhã na igreja, intensifica-se. Sem as distrações de
uma atmosfera secular, a família pode conversar sobre temas de interesse
mútuo e manter a disposição espiritual do dia.
Quando é compreendida a nature/a sagrada do sábado e existe um
relacionamento de amor entre pais e filhos, todos procurarão evitar a in-
tromissão, nas horas sagradas, de música secular, rádio, jornais, livros,
revistas e programa de televisão e vídeo.
As tardes de sábado, tanto quanto possível, serão empregadas em ati-
vidades de família: explorar a natureza, fazer visitas missionárias a doen-
tes ou pessoas de resguardo ou a outras que necessitem de encorajamen
to, e assistir às reuniões da igreja. A medida que as crianças crescem, as
atividades se ampliarão para atingir outros membros de sua faixa etária
na igreja. E importante sempre ter em mente a seguinte pergunta: "Esta
atívidade me leva a compreender melhor a verdadeira e sagrada nature/a
do sábado?" Assim, a devida observância do sábado no lar exercerá uma
influência duradoura para o tempo e a eternidade.

A Observância do Sábado e as Atividades Recreativas


/, hitroíhição. A observância do sábado inclui o culto e a comunhão.
O convite para desfrutar ambos é amplo e generoso. O culto sabático
dirigido a Deus geralmente ocorre numa comunidade de crentes. A mes-
ma comunidade provê comunhão. O culto e a comunhão oferecem um
Declarações da Igreja 282

potencial ilimitado de louvor a Deus c enriquecimento da vida dos cris-


tãos. Quando se distorce o culto sabático ou a comunhão, o louvor a
Deus e u enriquecimento pessoal ficam ameaçados. Como o dom de Si
mesmo que Deus nos ta/,, o sábado tra/ genuíno go/o no Senhor. É uma
oportunidade para que os crentes reconheçam c atinjam o potencial que
receberam de Deus. Assim, o sábado é um deleite para o crente.
2. Ratares alheios à observância do sábado. O sábado pode ser facil-
mente invadido por elementos estranhos ao seu espírito. Na experiência
do culto e da comunhão, o crente deve estar sempre alerta em relação a
fatores que prejudiquem a sua percepção da natureza sagrada do sábado.
O senso da santidade do sábado é ameaçado particularmente por tipos
errados de comunhão e atividades. Em contraste, a santidade do sábado
é exaltada quando o Criador permanece como o centro desse dia santo.
3. Fenómenos culturalmente condicionados na obscnwncia do sábado.
É importante compreender que os cristãos prestam obediência a Deus
e, dessa maneira, observam o sábado no lugar histórico e cultural onde
vivem. É possível que tanto a história quanto a cultura nos condicionem
de maneira falsa e produ/am a distorção de nossos valores. Ao apelar
para a cultura, podemos permitir a licença de condescender com espor-
tes e atividades recreativas incompatíveis com a santidade do sábado.
Por exemplo, o exercício físico intenso c várias tormas de turismo não se
harmonizam com a verdadeira observância do sábado.
Qualquer tentativa de regulamentar a observância do sábado alem
cios princípios bíblicos, preparando listas de proibições para o dia do
sábado, será contraprodutiva para uma experiência espiritual sólida. O
cristão submeterá a sua experiência sabática ao teste do princípio. Ele
sabe que o principal objetivo do sábado é fortalecer o elo de união entre
si mesmo e Deus. Dessa lorma, são aceitáveis as atividades guiadas por
princípios bíblicos e as que contribuem para esse fortalecimento.
Visto que ninguém pode avaliar correia mente os motivos pessoais dos
outros, o cristão deve ser muito cuidadoso para não criticar seus irmãos
que vivem em contextos culturais diferentes.
Em viagem, os turistas adventistas devem fazer todo esforço no
sentido de observar o sábado juntamente com seus irmãos daquela
região. Por respeito à santidade do sétimo dia, recomenda-sc que os
adventistas evitem usá-lo como dia livre para passeios turísticos e
atividades seculares.
( )bservância do Sábado 283

A Igreja e suas Instituições


Ao estabelecer d i ré trizes e regulamentos específicos para a igreja
como um todo e para as instituições da igreja, a organização está
apresentando um exemplo da guarda do sábado para os membros em
geral. Os membros têm a responsabilidade de aplicar os princípios
da verdadeira observância do sábado à sua própria vida. A igreja pode
ajudar, apresentando princípios sobre a guarda do sábado encontra-
dos na Bíblia e no Espírito de Profecia, mas não pode ser consciência
para os membros.
1. O papel da igreja e da família nas atividades de sábado à tarde. O
pastor e os líderes da igreja local têm a responsabilidade de oferecer
atividades sabáticas cuidadosamente planejadas para crianças, jo-
vens, adultos e idosos, bem como para famílias e pessoas que vivem
sozinhas, enfatizando a importância de tornar o sábado um dia de
alegria, adoração e repouso. As atividades da igreja devem comple-
mentar e não substituir as atividades da família e do lar.
2. Música de sábado. A música produz um impacto poderoso so-
bre a disposição de espírito c as emoções da pessoa. Os líderes da
igreja se-lecionarão a música e os músicos que realçarão a atmosfera
reverente do repouso sabático e o relacionamento do adorador com
Deus. Os ensaios do coral no sábado devem ser evitados durante os
horários de reuniões sabáticas regularmente programadas.
3. Atividades na comunidade nu scíhudo. Embora os cristãos pôs-
sam participar de certos tipos de obra social em favor dos estudan-
tes, jovens e pobres nos subúrbios e favelas, devem tomar o cuidado
de exercer uma influência exemplar de guarda coerente do sábado.
Quando envolvidos num curso de extensão ou em cursos especiais
para crianças e jovens, devem escolher assuntos e aulas que sejam
dilcrentes das matérias seculares normais ou aulas da semana, e in-
cluir atividades que contribuam para a cultura espiritual. Passeios
pela vizinhança ou junto à natureza podem substituir os recreios;
caminhadas ou excursões junto à natureza que exijam apenas esforço
mínimo podem substituir matérias ou aulas seculares.
4. Recolta no sábado. O procedimento geral da Igreja Adventista é
realizar a recolta em dia que não seja o sábado. Nos lugares onde tor
costume recoltar no sábado, a atividade deve ser executada de modo
a trazer benefícios espirituais a todos os participantes.
Declarações da Igreja 284

5. Arrecadação de fundos no Siíhado. A doutrina da mordomia cristã


eneontra-se em todas as Escrituras. O ato de dar tem lugar definido nos
cultos de adoração. Quando se fazem apelos para ofertas, devem ser
fVilos de tal maneira que preservem a santidade do culto e do sábado.
6. Casamentos aos sábados. A cerimónia matrimonial é sagrada e,
cm si mesma, não estaria em desacordo com a guarda do sábado.
Contudo, a maioria dos casamentos envolve um considerável traba-
lho e quase inevitavelmente se cria uma atmosfera secular durante
os preparativos e a recepção. A fim de que não se perca o espírito
do sábado, desaconselha-se a realização de casamentos aos sábados.
7. Funerais aos sábados. Em geral, os adventistas devem tentar evi-
tar os funerais aos sábados. Em alguns climas e sob certas condições,
entretanto, pode ser necessário reali/,ar os funerais sem demora, ape-
sar do dia de sábado. Nesses casos, devem ser feitos arranjos anteci-
pados com agentes funerários e funcionários do cemitério, para que
realizem suas tarefas de rotina antes do dia de sábado, redu/Jndo as-
sim o trabalho. Em alguns casos, a cerimónia fúnebre pode ser reali-
zada, deixando-se o sepultamento propriamente dito para mais tarde.
8. Instituições medicas adventisius. As instituições médicas adven-
tistas constituem o único contato que muitas pessoas têm com a
Igreja Adventista. Os hospitais adventistas devem ser mais do que
meramente sistemas de atendimento médico. Eles têm a oportuni-
dade única de dar um testemunho cristão 24 horas por dia junto às
comunidades que servem. Além disso, têm o privilegio de apresentar
a mensagem do sábado pelo exemplo, cada semana. Na cura dos
enfermos e na libertação dos portadores tle debilidadcs físicas, mes-
mo no sábado, Cristo deixou um exemplo que consideramos a base
para o estabelecimento e o funcionamento das instituições médicas
adventistas. Portanto, uma instituição que ofereça atendimento mé-
dico ao público deve estar preparada para ministrar às necessidades
dos enfermos e sofredores independentemente de horas ou dias.
Esse fato coloca uma grande responsabilidade sobre as institui-
ções, no sentido de elaborarem e executarem regulamentos que re-
flitam o exemplo de Cristo e apliquem os princípios da observância
do sábado encontrados nas escrituras e ensinados pela Igreja Adven-
tista. Os administradores têm a responsabilidade especial de cuidar
para que todos os departamentos mantenham o verdadeiro espírito
Observância do Sábado 285

da guarda do sábado, instituindo procedimentos apropriados e evi-


tando a frouxidão na observância do sétimo dia.
Recomcnda-se a aplicação dos seguintes princípios de observân-
cia do sábado:
•/ Oferecer atendimento médico de emergência sempre que ne-
cessário, com boa disposição, ânimo c alto nível de profissionalismo.
Entretanto, nem as instituições nem os médicos e dentistas adven-
tistas devem oferecer os mesmos serviços cie clínica ou consultório
que oferecem nos outros dias da semana.
* Suspender todas as atividades rotineiras que podem ser adia-
das. Geralmente, isso significa fechar completamcnte os departa-
mentos c instalações que não tenham relação direta com o atendi-
mento aos pacientes c- manter um número mínimo de pessoas quali-
ficadas em outros departamentos para tratar das emergências.
</ Adiar serviços eletivos de diagnósticos e terapia. O médico de
plantão deve decidir o que é apenas necessário ou um caso realmen-
te de emergência. Se ele abusar desse direito, os casos devem ser
tratados pela administração cio hospital. Os funcionários da institui-
ção que não trabalham na administração não devem envolver-se nas
decisões, nem ser obrigados a enfrentar o(s) mcdico(s) de plantão.
Podem-se evitar mal-entendidos deixando claro em estatutos para a
equipe médica que somente serão reali/.ados procedimentos cirúr-
gicos, terapêuticos ou de diagnóstico que não possam ser adiados
devido à condição do paciente. Um entendimento claro com todos os
que são designados para a equipe, no momento da admissão, ajudará
a evitar mal-entendidos e abusos.
* Desencorajar ou limitar cirurgias simples e opcionais às sextas-
feiras. Procedimentos assim planejados permitem que o paciente fique
no hospital durante o fim de semana e perca menos dias de trabalho.
Entretanto, isso coloca o primeiro dia pós-operatório, normalmente o
que necessita cuidado hospitalar mais intenso, no sábado.
* Fechar os escritórios administrativos para atendimento de ro-
tina. Embora possa ser necessário admitir ou dar alta a pacientes no
sábado, recomenda-se que seja evitada a apresentação de contas e o
recebimento de dinheiro. Jamais deve a guarda do sábado ser motivo
de irritação para aqueles que procuram servir e salvar, mas sim cons-
tituir o sinete dos "filhos da luz" (Ef 5:8; Atos dos Apóstolos, p. 260).
Declarações da Igreja 286

•/ Fazer do sábado um dia deleitoso para os pacientes, uma lem-


brança do testemunho cristão que jamais será esquecida. A guarda
significativa do sábado será conseguida muito mais facilmente em
uma instituição que empregue uma equipe prcdominantcmentc ad-
ventista. A apresentação do sábado sob um prisma favorável pode ser
conseguida pelos obreiros encarregados do atendimento aos pacien-
tes c pode constituir uma influência convincente na vida dos que não
pertencem à nossa fé.
* Respeitar a consciência individual. O atendimento aos enfer-
mos é uma atividade dos sete dias da semana. A doença não conhe-
ce calendário. Entretanto, ao escalar os funcionários, as instituições
medicas devem tomar em consideração as crenças, observância» e
práticas sinceras dos empregados ou futuros empregados. A insti-
tuição deve dar margem razoável a essas crenças religiosas, a menos
que se demonstre que essa acomodação dificultará o funcionamento
da instituição. Também se reconhece que a consciência das pessoas
varia em relação com a conveniência do trabalho aos sábados. A igre-
ja e suas instituições não podem aluar como consciência para seus
empregados, li m vê/ disso, deve-se dar uma margem razoável para a
consciência i n d i v i d u a l .
* Resistir às pressões para afrouxar as normas adventistas. Al-
gumas instituições têm sido pressionadas por comunidades, equipes
médicas e/ou empregados (quando a maioria se compõe de não adven-
tistas) no sentido de abandonar ou enfraquecer os princípios quanto à
guarda do sábado e suas práticas, de modo que o sábado seja tratado
como qualquer outro dia. Hm alguns casos, tem-se feito pressão para
manter os serviços no sábado, redu/,indo-os então no domingo. Essa
atitude deve ser vigorosamente combatida. A aquiescência levaria a
um sério recxame do relacionamento dessa instituição com a igreja.
v Instruir os empregados que não são adventistas quanto aos
princípios de guarda do sábado praticados pela instituição. Todos
os não adventistas, no momento da admissão em uma instituição
médica adventism, devem tomar conhecimento dos princípios ad-
ventistas, especialmente praxes institucionais relativas à observância
do sábado. Embora os não adventistas possam não crer como nós,
eles devem saber desde o início como se espera que se encaixem no
programa da instituição para ajudá-la a atingir seus objetivos.
Observância do Sábado 287

* Estimular uma atitude de contínuo testemunho cristão entre


os empregados adventistas. O único conluio que muitos funcioná-
rios não adventistaa poderão ter com os adventistas será na institui-
ção que os emprega. Todos os relacionamentos devem ser cordiais,
bondosos e representativos do amor exemplificado na vida e obra do
Cirande Medico. A compaixão para com os enfermos, a abnegada
consideração para com os semelhantes, a solícita disposição para ser-
vir e uma irrestrita lealdade a Deus e à igreja podem bem constituir
um cheiro de vida para a vida. A guarda do sábado c um privilégio,
Lima honra e um dever. Jamais deve tornar-se pesada ou tediosa para
os que a observam ou para os que nos rodeiam.
9. Trabalho aos sábados em hospitais não adventistas. Embora seja
essencial nas instituições médicas que se realize constantemente um
mínimo de trabalho para manter o bem-estar e o conforto dos pacien-
tes, os empregados adventistas em instituições nào adventistas, onde
as horas do sábado não trazem diminuição dos deveres rotineiros,
encontram-se sob a obrigação de recordar os princípios que regem
as atividades sabáticas. Para evitar situações em que os membros da
igreja enfrentem problemas com a guarda do sábado em instituições
não adventistas, recomenda-se o seguinte:
* Quando os adventistas aceitam emprego num hospital não
adventista, devem tornar conhecidos seus princípios de guarda do
sábado c solicitar um horário de trabalho que os isente dos deveres
do dia de sábado.
</ Nos lugares onde os horários de trabalho ou outros fatores não
permitam esse arranjo, os adveniistas devem identificar claramente
as tarefas, se houver alguma, que poderão rcali/ar conscienciosa-
menle no sábado, bem como sua frequência.
* Nos casos em que não for possível acomodar-se aos arranjos
acima, os membros devem tornar supremas as exigências de lealdade
a Deus c abstcr-se de tarefas rotineiras.
10. instituições educacionais adrentistas. As escolas adventistas de
ensino médio com internato desempenham um papel importante na
formação de hábitos de observância do sábado das futuras gerações
de membros da igreja, e os colégios e universidades adventistas fa-
zem muito para moldar o pensamento do ministério e da classe pro-
fissional na igreja. É importante, portanto, que a teoria e a prática
Declomções da Igreja 288

sobre como maximizar as deleitosas bênçãos do sábado se aproxi-


mem o máximo do ideal nessas instituições.
A aplicação desse princípio deve incluir:
a. Preparo adequado para o sábado.
b. Demarcação do início e do fim das horas sabáticas.
c. Atividades apropriadas para o lar e a escola, como culto, gru-
pos de oração c trabalho missionário,
d. Deveres necessários reduzidos ao mínimo. De preferência,
devem ser confiados a pessoas que os realizam como serviço
voluntário e não às que recebem pagamento pelo mesmo tra-
balho durante a semana.
e. Cultos inspiradores, que sirvam como modelo daquilo que se
espera caracterizar os cultos nas igrejas das escolas.
í'. Atividades variadas e apropriadas para as tardes de sábado.
g. Estruturação do programa semanal de modo que o sábado
represente uma alegria que permaneça além do clímax da
semana, em vez de ser um prelúdio para alividacles contras-
tantes no sábado à noite.
( / ) Vendas no refeitório. Os refeitórios são destinados a servir aos es-
tudantes e aos pais que os visitam, bem como aos hóspedes autorizados;
não devem ser abertos ao público aos sábados. Para evitar transações
desnecessárias durante as horas sagradas, a instituição deve tomar pro-
vidências para que os pagamentos sejam feitos fora das horas do sábado.
(2} Participação do corpo docente em reuniões de profissionais. Em
alguns países, os advcntistas têm o privilégio de assistir a encontros
de profissionais, a fim de manter-se a par do progresso em sua área de
especialização. Pode ser tentador justificar a frequência a essas reu-
niões no sábado. Recomenda-se, entretanto, que o pessoal académi-
co participe do culto j u n t o com os outros membros da igreja em vez
de unir-se aos colegas profissionais "a trabalho".
(3) Estações de rádio. As estações de rádio dos colégios podem ser
uma bênção para a comunidade. Para maximizar essas bênçãos, a pro-
gramação durante as horas do sábado devem refletira filosofia da igreja.
Se durante os sábados forem feitos apelos quanto à arrecadação de fun-
dos, cies devem ser feitos de tal maneira que exaltem a santidade do dia.
(4) Viagens protnocionais. A fim de manter a natureza de reverên-
cia do dia sagrado, as viagens promocionais devem ser planejadas de
Observância do Sábado 289

forma que reduzam ao mínimo as viagens aos sábados, proporcio-


nando o máximo de tempo para o culto com os irmãos. As horas do
sábado não devem ser usadas em viagem com o objetivo de que haja
tempo livre para um programa no sábado à noite.
(5) A observância do sábado na educação para o ministério. Os pas-
tores têm a grande responsabilidade de moldar a vida espiritual da
igreja com seu exemplo pessoal. Portanto, as instituições que prepa-
ram os pastores e as esposas de pastores precisam ensinar seus alu-
nos a formar uma nova filosofia de observância do sábado. A devida
orientação recebida na escola pode ser um instrumento na experi-
ência de um genuíno reavivamento das alegrias do sábado em sua
própria vida, bem como na vida de sua igreja.
(6) Exames no sábado. Os adventistas que têm exames aos sábados
em escolas não adventistas ou que prestam exames para receber auto-
rização por parte dos conselhos profissionais para o exercício da profis-
são encontram problemas especiais. Ao lidarem com essas situações,
recomenda-se que façam arranjos com a administração para prestar os
exames em horas que não sejam do sábado. A igreja deve incentivar
os membros à cuidadosa observância do sábado e, sempre que possí-
vel, interceder junto às autoridades competentes para que possibilitem
a reverência para com o dia de Deus e o acesso aos exames.

'Irabalho Secular Relacionado com o Sábado


L Declaração de princípio. A visão bíblica do sábado inclui uma di-
mensão divina e humana (Mt 12:7). A partir da perspectiva divina, o sá-
bado convida o crente a renovar seu compromisso com Deus, cessando
o trabalho diário para adorar a Deus mais plena e livremente (Ex 20:8-
11;31:15, 16; Is 58:13, 14). Na perspectiva humana, o sábado convoca
o crente a comemorar o amor criador c redentor de Deus, revelando
misericórdia e solicitude para com o próximo (Dt 5:12-15; Mt 12:12;
Lc 13:12; Jo 5:17). O sábado, assim, abrange a cessação do trabalho se-
cular com o propósito de amar a Deus e realizar atos de amor e bondade
para com os semelhantes.
2. Trabalho essencial e de emergência. A fim de exaltar a santida-
de do sábado, os adventistas devem fazer escolhas sábias na questão
do emprego, guiados por uma consciência iluminada pelo Espírito
Santo. A experiência tem demonstrado que há riscos na escolha de
Declarações da Igreja 290

vocações que não permitam a adoração do Criador no sábado, livre de


envolvimento com o trabalho secular. Isso significa que evitarão em-
pregos que, embora essenciais pura o funcionamento de uma socie-
dade tecnologicamente avançada, possam oferecer problemas quanto
à observância do sábado.
As Escrituras e o Espírito de Profecia são explícitos quanto aos nos-
sos deveres como cristãos para com os semelhantes, mesmo no dia de
sábado. No contexto moderno, muitos empregados em ocupações rela-
cionadas com a salvação de vidas e propriedade são chamados a tratar de
emergências. Arranjar trabalho regular de fim de semana que requeira
o uso das horas do sábado num emprego lucrativo de atendimento de
emergência ou aceitar trabalho nos fins de semana cm ocupações
de emergência para aumentar a renda tamiliar não se harmonia com os
princípios de observância do sábado apresentados por Cristo. Atender
a situações de emergência que envolvam risco de vida e segurança é
diferente de ganhar o sustento por envolver-se rotineiramente nessas
ocupações durante o sábado, já que frequentemente são acompanhadas
por atividades comercias, seculares ou rotineiras. {Ver os comentários
de Cristo sobre o resgate de bois ou ovelhas caídos em valetas e sobre a
ajuda de pessoa cm necessidade em Mt 12:11; Lc 13:16.) Ausentar-se
da casa de Deus nos sábados, negando-se à comunhão com os outros
membros, pode exercer um efeito desanimador sobre a vida espiritual.
Muitos empregadores das chamadas áreas de serviços essen-
ciais estão dispostos a fazer concessões aos guardadores do sábado.
Quando essas não forem feitas, os membros devem rever cuidado-
samente os princípios bíblicos sobre a guarda do sábado e, sob essa
luz, examinar o tipo de atividades, ambiente, exigências de traba-
lho e motivos pessoais antes de envolver-se no trabalho aos sábados.
Devem perguntar ao Senhor como o fc/. Paulo na estrada de Damas-
co: "Senhor, que queres que eu taça?" Quando prevalece essa atitude
de fé, somos persuadidos de que o Senhor levará o crente a discernir
Sua vontade e dará a força e a sabedoria para segui-la.
3. Decisões morais relativas à observância do sábado. Os privilégios sa-
báticos são algumas vezes negados ou restringidos por organizações mili-
tares, educacionais e políticas, entre outras. Para evitar e/ou reduzir essas
situações lamentáveis, devem-se considerar as seguintes sugestões:
Um administrador competente da igreja, de preferência o díretor
Observância do Sábado 291

do departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa, deve


ser designado para manter-se informado sobre as circunstâncias
que poderiam minar a liberdade de culto aos sábados. Quando ne-
cessário, no caso da possibilidade de alguma legislação ou medida
prejudicial aos adventistas, esse líder procurará interceder junto às
autoridades responsáveis. Isso pode evitar a promulgação de leis
que restrinjam ou neguem os privilégios sabáticos.
Os membros adventistas devem ser encorajados a defender pela (c
o princípio da guarda do sábado, independentemente das circunstân-
cias, descansando na certeza de que Deus honrará a lealdade a Ele.
Os membros da igreja devem oferecer ajuda espiritual, moral e,
se necessário, material para outros que estejam passando por proble-
mas por causa do sábado. Esse apoio servirá para fortalecer a dedica-
ção ao Senhor não só da pessoa que está enfrentando os problemas
relativos ao sábado, mas da igreja como um todo.
4. Compra de bens e serviços no sábado. O sábado foi designado para
prover liberdade e gozo espiritual para todas as pessoas (Ex 20:8-11).
Como cristãos, devemos apoiar esse direito humano básico que o Cria-
dor concedeu a todos. Como regra geral, comprar produtos, comer em
restaurantes e pagar por serviços a serem prestados por terceiros são
coisas que devem ser evitadas por estarem em desarmonia com o prin-
cípio e a prática da guarda do sábado.
Além disso, as atividadcs comerciais mencionadas acima desvia-
rão a mente da santidade do sábado (ver Ne 10:31; 13:15). Com o
devido planejamento, podem-se tomar com antecedência medidas
apropriadas referentes às necessidades previsíveis do sábado.
5. Viagens cios sábados. Embora possa ser necessária uma viagem no
sábado em conexão com as alividacles sabáticas, não se deve permitir
que as viagens aos sábados se tornem um evento secular; portanto,
os preparativos devem ser leitos com antecedência: o combustível
do veículo e outros elementos necessários devem ser providenciados
antes do início do sábado. Devem ser evitadas viagens em transportes
comerciais para atender assuntos particulares ou de trabalho.
6. Como tratar um problema específico de trabalho. Quando um
membro da igreja acha necessário renunciar a um trabalho ou perde
seu emprego por causa cie problemas de guarda do sábado, é admitido
pela denominação numa atividadc semelhante e o n m o trabalho, por
Declarações da Igreja 292

sua natureza, requer que o membro trabalhe no sábado, recomen-


dam-se as seguintes sugestões:
* Dar ao membro uma cuidadosa explicação sobre a natureza
essencial do trabalho.
*/ Fa/,er todos os esforços no sentido de certificar-sc de que somen-
te os aspectos essenciais do novo trabalho sejam executados no sába-
do. Os administradores também devem explicar ao novo empregado os
propósitos religiosos c os objetivos básicos da organizarão empregadora.
•/ Adotar um programa de rodízio para que o membro que cons-
cienciosamente aceita esse trabalho aos sábados possa com frequência
participar de uma celebração mais completa do dia de sábado.
</ Trabalho em turno. Quando um adventista trabalha onde existe
um sistema de turnos, o empregador poderá solicitar-lhe que traba-
lhe no sábado ou em parte do sábado. Nessas circunstâncias, enco-
raja-se o membro envolvido a considerar o seguinte:
* O membro deve esforçar-se por ser o melhor funcionário que
puder, um empregado de valor a quem o empregador não se dê ao
luxo de perder.
v Se surgir um problema, o membro deve procurar resolvê-lo
através de um entendimento direto com o empregador, solicitando-
lhe um arranjo baseado em boa vontade e justiça.
v O membro deve ajudar o empregador, sugerindo-lhe arranjos
como trabalhar com horário flexível, aceitar um turno indesejável,
trocar de turno com outro empregado e trabalhar nos feriados.
^ Se o empregador resistir à ideia de um arranjo, o membro deve
imediatamente procurar a ajuda do pastor e do departamento de De-
veres Cívicos e Liberdade Religiosa.

Este documento foi votado pela Comissão Administrativa cia Associação Geral, t-m 9 de
julho de 1990, durante ;i assembleia d<t Associação Cícral realizada em IndianápollB, Indiana.
COMPROMISSO TOTAL COM DEUS
l Ima Declaração de Responsabilidade Kspirítual da Família da 1'e
A história da Igreja Advcntista está cheia de exemplos de indivíduos
e instituições que foram ou são vibrantes testemunhos de sua fé.
Devido à sua total entrega ao Senhor e à apreciação de Seu amor
ilimitado, todos eles têm o mesmo objetivo: partilhar com outros as
boas-novas. Um texto bíblico fundamental os têm motivado. É um
texto que inflama a alma cios adventistas em toda a parte. É chamado de
comissão evangélica, a ordem do próprio Senhor, conforme registrada
em Mateus 28:19 e 20: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as eoisas que vos tenho ordenado."
Essa ordem, dada pelo próprio Senhor, é simples, bela c obrigató-
ria. É para cada seguidor, seja ele membro, pastor ou administrador:
Ide... ensinai... bati/ai... fazei discípulos. Este princípio incendeia
a missão da igreja e fixa a norma para qualquer avaliação de sucesso.
Atinge a todos, não importa a sua responsabilidade, sejam leigos ou
empregados da igreja. Abrange todos os elementos da vida da igreja,
desde a igreja local até a Associação Geral, nas escolas e colégios, ca-
sas publieadoras, instituições de saúde e organizações de alimentos
saudáveis. A promessa está encapsulada nos votos batismais, nas de-
clarações missionárias, nos alvos e objetívos, nas praxes e nas consti-
tuições e estatutos "para testemunhar de Sua amorosa salvação", "fa-
cilitar a proclamação do evangelho eterno", "suprir as multidões com
o pão da vida" e "educá-los no preparo para o Seu breve retorno". A
ordem quádrupla do ide... ensinai... batizai... fazei discípulos soa
onde quer que os adventistas trabalhem ou se reunam.
À medida que a igreja cresce em tamanho e complexidade, mais e
mais membros, pastores e administradores têm feito sérias indagações
acerca de como a igreja se relaciona com a comissão evangélica. As
rodas e engrenagens da igreja produ/.em apenas produtos e serviços
que, embora acima da média, não podem ser rapidamente distinguidos
de seus correlativos seculares? Ou a igreja faz com que seus produtos
e serviços básicos revelem ao mundo o caminho da vida eterna? Nada
deve ser excluído dessas interrogações, sejam os cultos de adoração na
igreja, sejam os programas e produtos organizacionais ou institucionais.
Declarações d;i Igreja 294

Chegou o tempo de a igreja como um todo fa/.er e responder per-


guntas difíceis sobre eomo está se relacionando com o princípio guia-
dor da comissão evangélica. Como pode o princípio orientador ser
posto em prática na vida de membros, pastores e congregações? Como
podem eles medir o seu progresso no cumprimento da comissão do
evangelho? Como podem as universidades, colégios c escolas secun-
dárias, indústrias alimentícias, instituições de saúde de alta tecnologia,
clínicas, casas puhlicadoras e centros de mídia pertencentes à igreja
desenvolver responsabilidade baseada na comissão evangélica?
Esse desafio demanda uma abordagem franca e analítica para de-
terminar onde a igreja está cm relação à ordem do Senhor. Não é sufi-
ciente medir o sucesso por padrões seculares, não é suficiente dar prio-
ridade a esses padrões. A entrega total a Deus envolve, primeiramente,
total aceitação dos princípios do cristianismo esboçados na Bíblia e
apoiados pelo Espírito de Profecia. Congregações, instituições, empre-
gados e membros da igreja podem facilmente encontrar satisfação em
alvos alcançados, fundos arrecadados, edifícios concluídos, orçamentos
equilibrados, autorizações ou aprovações conseguidas ou renovadas, e
contudo deixar de ser responsáveis diante de Deus no tocante à comis-
são do evangelho. Para a igreja, a primeira e contínua prioridade deve
ser esta diretriz do Senhor: Ide... ensinai... balizai... fazei discípulos.
Embora a comissão evangélica não mude, seu cumprimento é de-
monstrado de diferentes maneiras. Um pastor trabalha dentro de um
contexto diferente daquele em que trabalha um professor, um mé-
dico ou um administrador de instituição. Qualquer que seja a fun-
ção pessoal ou institucional, cada um é responsável ante a ordem cie
Deus. Entre os grandes benefícios resultantes de uma avaliação
de sua eficiência, está a crescente confiança que se desenvolve à me-
dida que cada membro, pastor, administrador ou instituição da igreja
leva em conta essa prioridade e lhe dá a devida atenção.
A família de Deus reconhece que cada pessoa é individualmente
responsável diante de Deus. Ao mesmo tempo, os crentes são admo-
estados a examinar a si mesmos (veja 2Co 13:5). Um processo de
avaliação espiritual tem o seu lugar tanto na vida pessoal eomo na
vida organizacional.
A avaliação espiritual, embora apropriada, é também um assunto
muito delicado, porque a humanidade vê apenas em parte. A estrutura
Compromisso Total com Deus 295

conceituai terrestre está sempre limitada ao que é visível e a um breve


espaço de tempo que circunda o presente. Contudo, há muito mais
a ser ganho de uma cuidadosa e refle tida avaliação da vida pessoal e
organizacional.
É possível identificar vários princípios que podem guiar tal avalia-
ção. Embora qualquer tentativa seja incompleta, as seguintes áreas de
avaliação específica elevarão a consciência da missão e a responsabi-
lidade diante de Deus em relação a esta missão, o que é uma purte
integral do relacionamento do cristão e de sua entrega a Ele. A lista não
inclui todos os tópicos necessários, mas os princípios aqui esboçados
são aplicáveis também a outros indivíduos, organizações e instituições.

O que Knvolvc o "Compromisso Total com Deus" para Cada Membro


da Igreja
A cada adventista, seja leigo ou obreiro, c prometido o dom do
Espírito Santo. Esse dom possibilitará o crescimento espiritual na
graça do Senhor e o desenvolvimento c o uso dos dons espirituais no
testemunho e no serviço. A presença do Espírito Santo na vida do
crente é demonstrada pelos seguintes aspectos:
* Manutenção de um lar cristão onde as normas c princípios de
Cristo são ensinados c exemplificados.
^ Experimentação de uma vida que se rego/,ija na certeza da sal-
vação, que é movida pelo Espírito Santo a um testemunho pessoal
eficiente em favor dos outros e que experimenta em Cristo um gra-
cioso caráter compatível com a vontade de Deus conforme revelada
em Sua Palavra.
^ Utilização dos dons espirituais que Deus prometeu a cada um.
>/ Dedicação de tempo, dons espirituais e recursos, com oração
e de maneira sistemática, na proclamação do evangelho. Isso deve
ser leito individualmente e corporativamente, tornando-se o sal e a
luz do Senhor por meio da partilha do Seu amor na vida familiar e no
serviço à comunidade, sempre motivado pelo senso do breve regresso
do Senhor e de Sua ordem de pregar o evangelho a todas as pessoas.
* Participação em um plano sistemático de crescimento espiri-
tual e avaliação do caminhar pessoal com Deus, formando parcerias
espirituais responsáveis, cujo objetivo primário seja a ajuda mútua
através da oração.
Declarações da Igreja 296

O cjiie Envolve o "Compromisso lotai com Deus" Para um Pastor de Igreja


Um pastor adventista, chamado e habilitado pelo Espírito Santo,
impelido pelo amor às pessoas, encaminha os pecadores a Cristo,
como Criador e Redentor, e os ensina a partilhar sua fé e a se tornar
discípulos eficientes. Busca seguir regularmente uma dieta espiritual
equilibrada e renovada pela comunhão com Deus e Sua Palavra. O
pastor mostra a graça salvadora e o poder transformador do evange-
lho através dos seguintes aspectos:
«/ Empenho para tornar sua família um modelo do que o Senhor
espera do casamento e das famílias.
v Pregação com base bíblica, sermões cristocêntricos que ali-
mentem os membros e apoiem a igreja mundial, e ensino das crenças
fundamentais com um senso de urgência baseado na compreensão
adventista da profecia.
* Apelo a todos para que se submetam ao poder transformador
do Espírito Santo, a fim de que o evangelho possa ser confirmado na
vida compassiva do crente dirigido pela fé.
•/ Liderança da congregação local em um decidido esforço evan-
gelístico que aumente o número de membros e crie novas congrega-
ções, enquanto continua dando um forte apoio à obra local e mun-
dial da igreja.
• Testemunho de um ministério eficaz, evidenciado pelo cres-
cimento numérico da família de Deus e uma crescente experiência
espiritual, apressando assim a volta do Senhor.
v Confirmação da prioridade do crescimento espiritual pessoal
e da eficiência da missão pela participação regular em um processo
de avaliação espiritual que dê resultado. A Divisão facilitará o de-
senvolvimento de um modelo de avaliação, a ser implementado pelas
Uniões ou Associações locais, que inclua um módulo de autoavaliação
c elementos que tratam da responsabilidade do pastor para com uma
ou mais congregações e para com a organização mundial da igreja.

O que Envolve o "Compromisso Total com Deus" Para uma Congregação


Uma congregação adventista funciona de forma criativa e autocrí-
tica como uma comunidade testemunhadora c nutridora, facilitando a
proclamação do evangelho no âmbito local, regional e global. Vive no
mundo como o "corpo de Cristo", mostrando a mesma preocupação
Compromisso lotai com Deus 297

e atitude positiva de Cristo, em Seu ministério terrestre, para com


aqueles com quem entra em contato. Para isso, a igreja local deve:
*• Demonstrar confiança constante na graça salvadora de Cristo
e um compromisso com os ensinamentos distintivos da Palavra.
* Compreender e aceitar sua função como parte de um movi-
mento do fim dos tempos com uma responsabilidade local, regional
e global pela propagação do evangelho.
v Desenvolver planos estratégicos para partilhar as boas-novas em
sua comunidade, com o objetivo de assegurar que todas as pessoas
compreendam como Jesus pode transformar-lhes a vida, prepará-las
para Sua breve vinda e ajudar a f u n d a r novas congregações.
* Nutrir a vida dos membros c de suas famílias para que possam
crescer espiritualmente e c o n t i n u a r confiantcmcntc na missão e nas
verdades reveladas através da igreja de Deus no tempo do fim.
* Reconhecer o privilégio de ser uma congregação adventista e a
responsabilidade correspondente para com a família mundial das igrejas
adventistas, conforme esboçada no Manual da Igreja, aceitando e imple-
mentando planos mais amplos que habilitem a propagação do evangelho
em contextos mais amplos c participando no sistema organizacional, fi-
nanceiro e representativo destinado a facilitar um esforço global.
* Participar de um plano de avaliação que leve a congregação a ter
consciência de suas forças e fraquezas e do progresso que tern feito em
sua missão de ensinar, bati/ar e fazer discípulos. O plano de avaliação
será normalmente um programa de autoavaliação feito anualmente por
toda a congregação reunida como um grupo. Mas, periodicamente, deve
incluir uma avaliação da participação da congregação na organi/ação
mais ampla e sua responsabilidade para com a mesma. Cada Divisão fa-
cilitará o desenvolvimento do processo de avaliação a ser utilizado em seu
território, cm parceria com as Uniões e Associações ou Missões locais.

O que Knvolvc o "Compromisso Total com Deus" Para as Escolas de Ensino


Fundamenta] e Médio
Uma escola primária ou secundária adventista cria um clima
que educa o aluno espiritual, mental, física e socialmente, e instila
confiança na relevância, função, mensagem c missão da Igreja Ad-
ventista. As escolas provêem excelência em educação adventista ao
praticar os seguintes pontos:
Declarações da Igreja 298

v Desenvolver para a instituição um amplo plano-mestre espiri-


tual e currículos para toclas as disciplinas que, além de promover a
excelência académica, apoiem a visão mundial adventista c integrem
fé e ensino.
^ Empregar professores advcntistas totalmente consagrados e
profissionalmente competentes, que estejam ativamente envolvidos
em sua igreja local c que integrem fé c ensino enquanto educam os
alunos para serem bons membros da igreja e cidadãos na sociedade.
* Trabalhar com os pais e as congregações locais para assegurar
que cada aluno conheça as reivindicações de Cristo e tenha a opor-
tunidade de se decidir por Ele e ser batizado.
•/ Transmitir aos alunos a compreensão da função bíblica do
povo de Deus nos últimos dias e mostrar como eles podem participar
no cumprimento da missão da igreja.
^ Envolver o corpo docente e os alunos em iniciativas missioná-
rias apropriadas à idade estudantil e planejar oportunidades para o
testemunho na comunidade.
s/ Participar sistematicamente de um processo de avaliação es-
piritual desenvolvido pela Divisão e implementado pela União e a
Associação que forneça relatórios anuais à diretoria da escola e aos
delegados à assembleia do Campo local.

() que Envolve o "Compromisso'lotai com Deus" Para os Colégios e Univer-


sidades
Um colégio ou universidade adventista deve oferecer uma educa-
ção superior sólida aos adventistas e aos estudantes das comunida-
des vizinhas que acolhem com prazer a oportunidade de estudar em
um ambiente adventista. Isso é possível ao:
^ Desenvolver um plano-mestre espiritual abrangente, proposto
pelo corpo docente e aprovado pelo conselho, que identifique as ver-
dades e os valores espirituais, cognitivos e relacionais que a instituição
está comprometida a partilhar com os alunos. É necessário identificar
plenamente as oportunidades por meio das quais esses valores serão co-
municados durante determinado período de tempo na vida do campus.
* Manter na sala de aula e no campus um ambiente que assegure
oportunidades para instrução académica e para contatos com o evan-
gelho que produ/am graduados reconhecidos na igreja e na sociedade
Compromisso 'lotai com Deus 299

por sua excelência nos aspectos espirituais e académicos; homens e


mulheres bem equilibrados espiritual, mental, física e socialmente;
homens e mulheres que amem o Senhor, exaltem Suas normas na
vida diária, ajudem a fundar sólidas e florescentes congregações lo-
cais e sejam sal e luz para suas comunidades.
* Confirmar claramente na sala de aula e na vida do campus as
crenças, as práticas e a visão mundial da Igreja Aclventista, partilhan-
do a alegria do evangelho, demonstrando confiança na função divina-
mente estabelecida do movimento do advento e em seu permanente
significado no plano de Deus para o tempo do fim, facilitando as
atividades para que o corpo docente, os funcionários e os alunos se
engajem no testemunho do evangelho e no serviço cristão, e incenti-
vando o corpo docente e os funcionários a um estilo de vida coerente
que seja manifestado na educação c nas relações compassivas do
corpo docente e dos funcionários com os alunos.
** Empregar professores aclvcntistas totalmente consagrados e
profissionalmente competentes, que estejam ativamente envolvidos
em sua igreja local e que integrem fé" c ensino no contexto da educa-
ção de seus alunos para serem membros produtivos na sociedade e
na igreja; e que interajam com os pais e outras pessoas interessadas na
educação, a Hm de compreender e satisfazer suas elevadas expec-
tativas académicas e espirituais para os programas educacionais a
serviço da juventude.
• Avaliar o cumprimento dos objetivos esboçados no plano-
mestre espiritual mediante um extenso programa de avaliação
desenvolvido pelo corpo docente c aprovado pelo conselho, projctado
de forma suficientemente específica para permitir avaliar cada
elemento cia vida do campus, para guiar a administração do colégio/
universidade na tomada de medidas afirmativas ou corretivas; e para
servir como a base para os relatórios anuais da saúde espiritual da
instituição para a mesa administrativa e delegados à assembleia do
Campo local.
•/ Submeter o plano-mestre espiritual proposto e o programa
de avaliação a um quadro internacional de educadores altamente
qualificados e indicados pela Associação Geral, o qual fornecerá
ao conselho do colégio/universidade uma avaliação por escrito do
plano-mestre espiritual e do programa de avaliação.
DedoaçOes da Igreja 300

O que Envolve o "Compromisso lotai com Deus" Para os Hospitais e Insti-


tuições de Saúde
Um hospital ou instituição advcntistíi de saúde provê assistência mé-
diea integral da mais alta qualidade à comunidade à qual serve pelo de-
senvolvimento de um plano abrangente de avaliação espiritual. Isso inclui:
* Criar uma atmosfera positiva e bem planejada que focalize a
presença restauradora do Senhor.
•/ Desenvolver um quadro de funcionários profissionalmente
competentes, que sejam compassivos, voltados para a missão c que
ministrem sensivelmente aos pacientes, partindo do contexto de sua
fé cristã e das crenças distintivas dos adventistas.
* Fazer com que todos aqueles que estão dentro da esfera de
influência da instituição estejam cientes de que as instalações para a
assistência à saúde estão filiadas à Igreja Adventista, desenvolvendo
programas de orientação aos funcionários e de testemunho à comu-
n i d a d e que ré t rã t em positivamente o hospital e a igreja diante daque-
les a quem a instituição serve.
«/ Estimular, com sensibilidade e de maneira sistemática, a bus-
ca e a resposta espiritual dos pacientes.
«/ Aplicar os recursos financeiros c humanos de tal modo que
possibilitem a missão local, regional e global da igreja nos aspectos
educacionais, missionários e de assistência à saúde.
•/ Demonstrar responsabilidade pelo cumprimento da missão através
da participação, ao menos uma vez a cada três anos, em um extenso pro-
cesso de avaliação desenvolvido, planejado e supervisionado pela comis-
são administrativa da respectiva Divisão, a fim de avaliar o progresso cm
relação à conquista de resultados missionários específicos e mensuráveis.

O que Envolveu "Compromisso'lotai com Deus" Para as Instituições de Co-


municação de Massa: Casas Publicadoras, Centros de Mídia, Seis e Emisso-
ras de Rádio
As instituições adventistas de comunicação de massa provêem
produtos de qualidade que destacam a missão da igreja e o compro-
misso de seus membros com a missão. Isso inclui:
* Encorajar iniciativas e a distribuição somente daquilo que con-
tribua para a proclamação do evangelho e a educação dos membros
da igreja, no contexto da mensagem do tempo do fim.
Compromisso Total com Deus 301

^ Planejar ou apoiar atividades evangelísticas que possam levar ao


contato pessoal e envolver, sempre que possível, a congregação local.
*/ Usar a tecnologia e a mídia de maneira proporcional aos fun-
dos disponíveis, de modo que os recursos sejam maximizados para o
cumprimento da missão da igreja.
•/ Coordenar iniciativas com outras entidades da igreja para as-
segurar a interação entre elas e o apoio aos programas e projetos em
eomum.
v Prover luncionários que possam dar assistência aos pastores c
às congregações no acompanhamento dos interessados e que possam
operar um sistema de retorno para que haja desenvolvimento ou mo-
dificação na estratégia.
* Estabelecer, sob a direção de administradores, sistemas para
a revisão periódica dos materiais e programas voltados para os mem-
bros e o público em geral, provendo assim uma administração que
analise a eficiência do cumprimento dos objetivos da missão, garan-
tindo conformidade com as crenças e práticas adventislas e prepa-
rando relatórios para serem apresentados a cada reunião regular dos
membros, c anualmente à comissão diretiva.

O que Envolve o "Compromisso lotai com Deus" Para as Indústrias de Ali-


mentos
Uma indústria advcntista de alimentos desenvolve produtos que
contribuam positivamente para a saúde e proporcionem meios para
ajudar na proclamação do evangelho nestes últimos dias. Exemplos:
w* Fabricar e vender somente produtos condizentes com os prin-
cípios divinos de dieta e saúde.
* Treinar funcionários para informar ao público sobre os hábitos
saudáveis de saúde e ajudar a igreja a melhorar gradualmente a saúde
dos membros.
s/ Prover alimento vegetariano a baixo custo para os países em
desenvolvimento.
v Implementar programas sob os quais os influenciados pela men-
sagem de saúde possam receber mais informação acerca da igreja.
«/ Incluir no orçamento uma assistência financeira para a missão
da igreja em uma base estabelecida pela comissão administrativa da
Divisão.
Declarações da Igreja 302

v1 Avaliar periodicamente o desempenho em termos de eficiên-


cia, retorno em investimento e contribuição para a missão da igreja,
com base em um sistema administrado pelo conselho e estabelecido
pela mesa da Divisão, em consulta com a Associação Internacional
de Saúde e Alimentos.

O que Envolve o "Compromisso'lotai com Deus" Para unia União, Associa-


ção ou Missão
Uma União ou Associação/Missão adventista, cujos líderes te-
nham um relacionamento pessoal com Jesus e estejam sob a direção
do Espírito Santo, motiva os membros, pastores, professores e todos
os outros obreiros denominacionais a apresentar aos seus vizinhos e
comunidade a verdade salvadora como é nestes últimos dias. Além
disso, ela supervisiona e priori/,a seus planos, iniciativas e finanças
para dar o primeiro lugar a um ministério ganhador e mantenedor de
almas. Isso se consegue através dos seguintes pontos:
^ Identificar e promover os objetivos espirituais, tanto evange-
lísticos quanto educacionais, da União ou Associação/Missão e, por
meio de um planejamento estratégico e financeiro, envolver a parti-
cipação coletiva de seus membros e organi/ações.
v Demonstrar, através do exemplo de liderança pessoal, que a
igreja continua sem vacilar cm sua função divinamente indicada de
testemunhar para este mundo enfermo e necessitado.
^ Educar e apoiar pastores, membros e congregações para que
possam crescer como discípulos c desenvolver meios de cumprir a
missão do evangelho.
v Exercer liderança administrativa nas instituições e entidades
sob sua direção, a Hm de assegurar que a missão da igreja seja man-
tida claramente em foco e desenvolver e implantar iniciativas para
fundar novas congregações cm comunidades e áreas em que sejam
necessárias.
• Assegurar que o orçamento para os empreendimentos evan-
gelísticos locais, nacionais e mundiais esteja cuidadosamente equi-
librado em relação aos recursos destinados ao fortalecimento dos
membros e que demonstrem ser da mais alta prioridade.
* Cooperar com a Divisão no desenvolvimento c na implemen-
tação de processos de avaliação, com supervisão de uma comissão
Compromisso' Total com l )eus 303

designada pela Associação Gemi, pelos quais os membros, pastores,


congregações, instituições e a Associação/Missão ou a própria União
possam verificar seu compromisso e sua eficácia em cumprir a co-
missão evangélica c relatar suas conclusões aos respectivos delega-
dos ou membros.

O que Envolve o "Compromisso lotai com Deus" Para a Associação Cera! e


as Divisões
A Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia e suas Divi-
sões, com um corpo de líderes que têm um relacionamento pessoal
com Jesus e se submetem à orientação do Espírito Santo, provêem
orientação geral e global para a vida espiritual e a missão da igreja.
Além disso, criam regulamentos e planos estratégicos, desenvolvem
iniciativas e programas, e distribuem recursos humanos e financei-
ros de maneira que demonstrem urgência em concluir a missão da
igreja e sua subordinação à ordem do Ide... ensinai... bati/ai... fazei
discípulos. Para alcançar esses objetivos, os seguintes pontos devem
ser considerados:
• Dar prioridade, nos concílios anuais c da primavera da Asso-
ciação Geral e nas comissões administrativas da Divisão, ao fortale-
cimento da vida espiritual da igreja em crescimento com a específica
missão de levar o evangelho eterno a lodo o mundo no tempo do fim
de acordo com as três mensagens angélicas.
</ Designar pequenas comissões com representação internacio-
nal, quando necessário, paru avaliar e fazer recomendações a mesas
administrativas ou comissões administrativas correspondentes sobre
programas de avaliação que estão sendo desenvolvidos.
^ Certificar-se de que administradores, mesas das instituições e
agências sob sua direção estabeleçam programas de ordem espiritual
que dêem evidência do seu compromisso com a missão da igreja no
tempo do fim e demonstrem sua eficiência em cumpri-la.
•/ Determinar que as iniciativas e atividades de enfoque limitado,
embora tendo algum mérito próprio, sejam subordinadas aos objelivos
gerais da missão da igreja, e administrar a distribuição dos orçamen-
tos a fim de promover a proclamação do evangelho a todo o mundo.
* Assegurar que a missão da igreja seja claramente compreendida
e implementada através de avaliações do progresso no cumprimento
Declarações da Igreja 304

dos objetivos da missão, envolvendo a educação dos membros e o


esforço missionário.
• Desenvolver um plano-mestre espiritual e um programa de
avaliação, monitorados por uma comissão nomeada em cada nível
pela Comissão Administrativa da Associação Geral ou da Divisão.
Essa comissão tem a finalidade de avaliar a eficácia da Divisão ou da
Associação Geral quanto à missão da igreja e ajudar todos os níveis
da organização da igreja e todas as instituições a avaliar a eficácia de
seus planos-mestres espirituais e programas de avaliação.
Realmente, a ordem espiritual é simples: Ide,., ensinai... batizai...
(azei discípulos. Os membros e obreiros da Igreja Adventista devem
se lembrar de que cada um será considerado responsável diante de
Deus por esse princípio. Um dia, no grande tribunal do juízo, o Se-
nhor perguntará: "O que fizeste, confiando em Minha graça, com os
dons, talentos c oportunidades que te dei?"
Gomo fez há 2.000 anos, o Senhor ordena hoje à igreja; "Portanto
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho
e do Espírito Santo." Ide... ensinai... batizai... fazei discípulos. A en-
trega total a Deus exige o cumprimento dessa comissão, que ainda é
a úniea e verdadeira medida do sucesso.

r.sif documento !<>i discutido c votado pula Comissão Administrativa iki Associação Geral
durante o Concilio Anua] n-uli/iido cm São José, Cosia Rica. de l" a 10 de outubro de 199(1.

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