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UNIVERSIDADE DO MINHO – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

Programa Doutoral em Estudos da Criança


Infância, Cultura e Sociedade
Nome: Viviane Martins de Souza – ID 8497
UOEI: Instituto de Educação – 2019-2020

Bonomo, Mariana, Souza, Lídio de, Epifanio, Paola Zanotti, & Trindade, Zeidi Araujo. (2017). Social
Representations and Rural Sociability Among Farmers of a Rural Community. Psico-USF, Vol. 22(2), 235-
248. Consultado em Outubro, 21, 2019, em https://dx.doi.org/10.1590/1413-82712017220204

Palavras-chave: rural identity; social representation; rurality; sociability

Principais ideias do texto:


1. O modo de vida rural, a despeito das previsões de sua extinção que as ciências sociais preveem, devido
ao avanço da urbanização e do modo de vida urbano (além das migrações), parece resistir em
identidades e experiências sociais que podem configurar-se como rurais.
2. O rural, neste trabalho, foi analisado como fenômeno psicossocial e, como tal, foi investigado como,
por meio das relações sociais, estas identidades são criadas e transmitidas. Estas relações trazem a
ideia da oposição, que configura o rural pela perspectiva cultural do que não o é. Desse modo, acredita-
se que a identidade se constrói por meio de agentes internos aos indivíduos e também externos a ele.
3. Justificativa do trabalho: necessidade de compreender como as comunidades rurais lidam com a
hegemonia da cultura urbana, que muitas vezes os classifica com características pejorativas ("ignorante
e atrasado", p.236), a partir das representações deles sobre eles mesmos, quanto ao que é ser "uma
pessoa rural".
4. A autoimagem positiva, de acordo com o estudo, relaciona-se à sentimentos de pertencimento social
a um grupo, e, nisso, as representações sociais exercem função identitária, pois protege a especificidade
deles.

Objetivos de estudo
Ao considerar o rural como fenômeno psicossocial, o objetivo do estudo foi investigar as representações
sociais dos indivíduos de uma comunidade rural no Espírito Santo (Brasil) num contexto comunitário, o
que significou, neste estudo, práticas de atividades integrativas, senso de pertencimento e existência de
laços sociais entre os membros (p. 236). A partir da perspectiva de que o pensamento hegemônico tem
uma representação negativa do que é ser rural, os investigadores buscaram compreender como uma
comunidade desenvolve suas próprias representações sociais, o que é para seus membros ser “uma
pessoa rural".

Metodologia
A pesquisa foi conduzida numa comunidade de agricultores familiares específica, como estratégia para
investigar as representações sociais num contexto comunitário e intergeracional, o que favorece a análise
dos processos de identificação representacional e social, segundo os autores. Eles salientam que
"comunidade", no trabalho realizado, implica atividades de integração, vínculos e pertencimento.
A Teoria das Representações Sociais, de Moscovici, é o suporte teórico e metodológico chave do estudo,
por compreender, entre outras coisas, que o modo como se define a realidade e se interpreta o mundo,
produz e reproduz representações. Das três grandes abordagens geradas por esta teoria – cultural,
estrutural e social – a última (da Escola de Genebra) foi o referencial principal da investigação, com
enfoques sociológicos nas análises, pois coloca a integração social (indivíduo conectado ao coletivo e
como nele opera) como origem das variações nas representações sociais. O modelo escolhido pelos
autores inspira-se em Doise, 2002; Clémence, Doise e Lorenzi-Cioldi, 1994, com 3 hipóteses para cada
etapa da análise: 1) crenças compartilhadas; 2) diferenças de posicionamento quanto a um objeto; 3)
representações pelas ancoragens de posicionamento (psicológica, social e psicossocial)1.
As hipóteses levantadas para esta pesquisa em questão foram: "(a) um campo representacional
compartilhado que inclui os dois elementos presentes nas representações sociais hegemônicas da
ruralidade e os significados que sustentam a identidade rural para guiar o processo de identificação nas
diferentes gerações da comunidade; (b) organização de princípios baseados no universo temático da
sociabilidade rural, guiados pela relação com a natureza, modo de produção agrícola, valores
comunitários e elementos de comparação campo-cidade; (c) processos de ancoragem de pertences de
gênero e geração influenciando a modulação de diferentes representações" (p.237).
Os sujeitos da pesquisa foram 200 indivíduos entre 7 e 81 anos (34,84% da população da comunidade,
que possui 167 famílias da produção agrícola familiar), divididos em 4 gerações com 50 indivíduos cada
(25 o sexo feminino, 25 do sexo masculino). As escolas funcionam sob a pedagogia da alternância, onde
os estudantes permanecem por 1 semana na escola e por 1 semana com a família em casa, no dia a
dia da lavoura. Esta integração também favorece o estudo de representações sociais, segundo os autores.
As quatro gerações investigadas assim se distribuíram: 4ª geração, com crianças de 7 a 12 anos (média
de 9,88 anos e DP = 1,62); 3ª geração, com indivíduos jovens e solteiros, de 15 a 25 anos (M = 17,72;

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Ancoragem psicológica: representações individuais; ancoragem social: reunião de representações sociais semelhantes
pelas experiências partilhadas; ancoragem social: elo simbólico entre o indivíduo e a sociedade em suas crenças e valores.
O senso de pertencimento é investigado a partir destas perspectivas (Bonomo et al, 2017).
DP = 2,54). Todos nascimdos na comunidade. A 2ª geração foi representada por adultos ou chefes de
família entre 35 e 45 anos (M = 39,06; DP = 2,73), casados e trabalhadores rurais. A 4ª geração
compreendeu sujeitos de 60 anos ou mais (M = 67,56; DP = 5,63). Dados de escolaridade foram
coletados, com apenas 6% cursando ensino superior (membros da 3ª geração apenas).
O uso das variáveis de gênero e geração são úteis ao modelo trifásico adotado para elaboração das
hipóteses, visto que auxilia a compreender o campo representacional de acordo com o pertencimento a
um gênero e/ou a uma geração (Bonomo et al, 2017).
O instrumento de coleta de dados foi a entrevista individual, em locais, datas e horários escolhidos pelos
entrevistados. Foram tomadas as providências quanto a ética do trabalho, por meio de termos de
consentimento para a participação em pesquisas, com assinatura dos pais nos termos das crianças. O
trabalho de campo durou 12 meses, e ocorreu em escolas, casa e plantações.
A entrevista deu-se por meio de 3 seções: a) questionamento sobre os valores do ambiente rural que o
entrevistado considera os mais importantes para a sua vida - o que permitiu identificar valores sociais
rurais; b) ideade, sexo, estado civil, educação, local de nascimento e profissão - para caracterizar as
amostras; c) evocações gratuitas (Abric, 2003; De Rosa, 2003; Doise et al, 1995), com os termos
indutores "pessoa rural" ou "rural", para identificação do campo semântico.
Para o processamento dos dados: uso da análise de conteúdo de Bardin (2002, 2003), com critério
semântico de agrupamento/distinção para limpar os dados relacionados ao objeto da pesquisa. Em
seguida, os elementos analisados foram levados ao SPAD-T que selecionou os termos na primeira
posição e suprimiu nas demais. Pela análise de correspondência fatorial e formação de agrupamentos,
identificaram os valores associados ao "rural" e "pessoas do meio rural/pessoas rurais". Foram definidas
variáveis para análise das ancoragens das representações. A descrição e a análise dos resultados se
referiu ao posicionamento dos sujeitos no campo representacional a partir do seu sentimento de pertença
nos grupos.

Apresentação dos resultados


Três seções demonstram os resultados: 1) caracterização do campo representacional compartilhado para
"povo rural", 2) análise dos princípios organizadores das representações sociais das "pessoas da zona
rural" e 3) análise dos processos de ancoragem, com a marcação de variáveis relacionadas a cada uma
delas (representações sociais de "rural" e valores associados a rural), a partir do processamento no
SPAD-T.
Por meio da análise de conteúdo de Bardin (2002, 2003) foram levantadas 6 categorias: interação social
(como se dá entre os pares), valores sociais, desvantagens (dificuldades da vida no campo), caminho
rural (elementos associados à ruralidade que reforça aspectos positivos), natureza (interação com ela) e
trabalho (aspectos do trabalho no campo).
Para a análise de cada tipo de ancoragem (Doise et al., 1995), foram escolhidas as seguintes variáveis,
de acordo com cada modalidade deste processo: (i) ancoragem psicológica, evidenciada pela formação
de agrupamentos, composta por sujeitos reunidos de acordo com os elementos mais típicos das
representações da 'população rural'; (ii) ancoragem social, investigada através da projeção, no plano
fatorial, das variáveis adicionais gênero e geração; e, finalmente, (iii) a ancoragem psicossocial foi
analisada por meio das representações sociais vinculadas à 'rural' e dos valores associados à ruralidade,
a partir da projeção dos aglomerados relacionados a essas dimensões no plano fatorial das
representações sociais das 'pessoas da zona rural'. A geração apareceu como variável importante entre
os jovens e demonstrou que os objetivos de vida se associam às representações. O quanto desses
objetivos são ditados por um modo de vida urbano, inserido na cultura rural?, pergunto.
As crianças (4ª geração), sujeitos mais importantes para esta ficha, encontram-se na avaliação dos
recursos da vida no campo e na valorização da pessoa rural, enquanto os jovens já avaliam modos de
vida (3ª geração). Por outro lado, há reconhecimento por eles da imagem negativa a seu respeito, de
ambas as gerações, que se reflete no êxodo rural dos jovens.
“A dinâmica evidenciada pela análise combinada entre valores rurais e as representações de 'pessoas
rurais' contribui para a importância da sociabilidade rural entre os sujeitos da representação” (p.244).

Discussão dos resultados


Segundo os autores, os princípios que organizam as representações sociais da "população rural"
possuem três universos temáticos: a sustentabilidade do contexto rural, a comparação entre os ambientes
rural e urbano e a sociabilidade rural. A sustentabilidade do campo associada ao modo de vida destacou
os recursos do país, reconhecida tanto pelo grupo chamado de "agricultores" quanto pelos chamados
"depreciados" (ancoragem psicológica, os primeiros destacaram recursos do rural brasileiro e os
segundos, a pobreza e ao status social). As crianças veem o rural como sustentável (ancoragem social).
O terceiro grupo, após agricultores e depreciados, os "comunitários" corroboram com essa imagem de
sustentabilidade. A comparação entre campo e cidade deu-se pela depreciação oriunda do meio urbano,
não da sociabilidade rural. Há uma criticidade das pessoas rurais quanto à forma que são vistas pela
cidade. Foi identificada também uma estratégia das gerações mais velhas em reafirmar o modo de vida
no campo perante as próximas gerações, mediante a função identitária das representações. A
sociabilidade, portanto, é voltada ao trabalho, à comunidade e tem aspecto positivo, mesmo em face das
precariedades com as quais os moradores do campo lidam e por elas se queixam quanto a carência de
políticas públicas.

Resultados e estudos referidos pertinentes para o tema do vosso projeto


 Porque selecionei este artigo para fichar: o estudo, a princípio, chamou-me a atenção por três
perspectivas: a primeira, por discutir ruralidade, a segunda, por abranger crianças na pesquisa
e a terceira, por ter sido realizado no Brasil, especificamente num Estado de meu conhecimento.
 Ideia do contraste urbano x rural para identificação do rural (pode auxiliar na metodologia): “as
ruralidades só podem existir e ser pensadas a partir de suas relações com algo que a cultura
significa como não rural” (Moreira, 2005, p. 19, citado por Bonomo et al, 2017, p. 236).
 Ao conceberem a ruralidade como fenômeno psicossocial, Bonomo et al (2017) trazem que o
imaginário social está a construir e desconstruir as noções sobre os ambientes rurais e urbanos,
pois tratam-se de processos relacionais que estabelecem o que é rural e o que não é. Penso na
proposta do jogo de imagens para verificar com as crianças o que elas atribuem ao rural e ao
urbano. “A maneira como definimos a realidade, nomeamos e interpretamos tudo ao nosso
redor, estabelece uma estreita relação com as representações sociais, pois são produtoras e
produtos do substrato do universo psicossocial (Moscovici, 1978, citado por Bonomo et al, 2017,
p.236)
 Pode ser interessante para a justificativa e a motivação da tese: “A crescente pressão da hege-
monia urbana reafirma a necessidade de investigar como os camponeses rurais - uma minoria
social no contexto relacional estabelecido - viveram esse processo, uma vez que os indivíduos
rurais foram historicamente associados a estereótipos negativos, que os qualificam, por exemplo,
como ignorante e atrasado (Bonomo, 2010; Del Priore & Venâncio, 2006) ” (p.236). Nesse
contexto de serem minorias, de carecerem de políticas públicas específicas, de sofrerem com a
pobreza, estão as crianças inseridas.
 O texto aponta para uma constante redução da população que vive no campo, graças a urbani-
zação e seus desdobramentos. Como isto se dá em Portugal (Melgaço)? Devo buscar estatísticas
de migração campo-cidade recentes.
 Uma das hipóteses do trabalho pode ser levantada em minha própria pesquisa, pois ela trata de
uma junção entre os pensamentos hegemônicos sobre o rural e as próprias significações, gera-
das pelas relações sociais. Assim, penso: o quanto as crianças das pequenas cidades são influ-
enciadas pelo modo de vida urbano e o quanto elas conservam do rural? Penso que têm muita
influência do urbano principalmente por causa das tecnologias de informação que levam o modo
de vida urbano muito rapidamente ao cotidiano das pessoas – nessa perspectiva, a quanti-
dade/qualidade de acesso a essas tecnologias pode proporcional maior ou menor grau da pre-
sença do urbano no imaginário social das crianças de pequenas cidades? Mais: o quanto do
rural permanece nelas? Penso que as relações intergeracionais e o contato com a natureza
(ainda que transformada pela agricultura) possam ser os responsáveis pela resistência da rura-
lidade no imaginário delas.
 Para meu traballho, citação: "Considerando a escassez de pesquisas científicas sobre a popula-
ção rural no campo da Psicologia e a intensificação do fenômeno da mobilidade rural-urbana,
principalmente no segmento juvenil rural, responsável pela reprodução do tecido social local
(Froehlich, Rauber, Carpes & Toebe, 2011), o estudo dos processos de identidade e representa-
ção configurados na interface entre realidades e as categorias sociais dialógicas urbanidade-
ruralidade pode contribuir para a contextualização da realidade social dos grupos rurais, acesso
ao imaginário de seus membros em diferentes objetos sociais significativos para o posiciona-
mento em seu contexto particular e na análise dos processos psicossociais que contribuem para
a construção de sua identidade social (p.237).
 Reflexão útil: "Quanto à comparação campo-cidade, existem significados que revelam a precari-
edade das áreas rurais em relação ao contexto urbano e o consequente sentimento de depreci-
ação das pessoas do meio rural (ancoragem psicológica: cluster 2 depreciado), dada a falta de
investimento em recursos e políticas públicas para a área rural (Bonomo, 2010). Esse campo
representacional, vinculado à imagem negativa de ser rural (fator 2), está relacionado aos mem-
bros da primeira e terceira gerações (ancoragem social) e àqueles que representam a área rural
como território desfavorecido (ancoragem psicossocial - cluster 2). Nesta dimensão, destacamos
o paradoxo identitário vivenciado pela juventude rural que se configurou como uma questão
social no contexto do êxodo seletivo, comprometendo a manutenção da agricultura familiar (Mo-
reira, 2005) e a reprodução do tecido social local em muitas áreas rurais do país (Froehlich et
al., 2011). Em relação aos dados do presente estudo, enfatizamos, no entanto, que a polaridade
negativa não é colocada na sociabilidade rural, mas na condição de depreciação em relação ao
grupo urbano, detentor de recursos e poder, o que pode mostrar um posicionamento também
crítico e dialógico em relação ao pertencimento às categorias ruralidade-urbanidade (Deschamps
& Moliner, 2009), p.244.

Conclusões
De um modo geral a vida no campo não é vista como algo ruim pelos sujeitos, apesar de não esconderem
aspectos quanto a precariedade e a pobreza. A questão em torno da relação com a cidade ainda se dá
por meio da visão pejorativa ainda propagada a respeito do morador do campo. A sociabilidade, os valores
e crenças partilhadas e as práticas são valorizadas e contribuem com a resistência da ruralidade em
tempos de urbanização acelerada e difusão global de valores hegemônicos e urbanos.

Bibliografia a consultar (quando se aplica)

Abric, J. C. (2003). L‘analyse structurale des representations socials. In S. Moscovici, & F. Buschini (Orgs.),
Les méthodes des sciences humaines (pp. 375-392). França: Puf Fondamental.
Bardin, L. (2002). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bardin, L. (2003). L’analyse de contenu et de la forme des communications. In S. Moscovici, & F. Buschini
(Orgs.), Les méthodes des sciences humaines (pp. 243-270). Paris: Puf Fondamental.
Bonomo, M. (2010). Identidade social e representações sociais de rural e cidade em um contexto rural
comunitário: campo de antinomias. Tese de Doutorado, Centro de Ciências Humanas e Naturais,
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória.
Bonomo, M., & Souza, L. (2010). Do território à cultura comunitária: representações sociais de
comunidade. Revista Electrónica de Psicología Política, 23, 1-50. Bonomo, M., Souza, L., Melotti, G., &
Palmonari, A. (2013). Princípios organizadores das representações de rural e cidade. Sociedade e Estado,
28 (1), 91-118. doi: 10.1590/S0102-69922013000100006.
Clémence, A., Doise, W., & Lorenzi-Cioldi, F. (1994). Prises de position et príncipes organisateurs de
représentations sociales. In C. Guimelli (Org.), Texte de base em sciences sociales. Structures et
transformations des représentations sociales (pp. 73 – 84). Paris: Delachaux et Niestlé.
De Rosa, A. S. (2003). Le “réseau d’associations” - une technique pour détecter la structure, les contenus,
les indices de polarité, de neutralité et de stéréotypie du champ sémantique liés aux representations socials.
In J. C. Abric (Org.), Méthodes d’étude des représentations sociales (pp. 81-117). Ramonville Saint-Agne:
érès.
Del Priore, M., & Venâncio, R. (2006). Uma história da vida rural no Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro.
Howarth, C. (2006). A social representation is not a quiet thing: Exploring the critical potential of social
representations theory. British Journal of Social psychology, 45, 65-85.
Jodelet, D. (2001). As representações sociais. Rio de Janeiro: EdUERJ.
Stropasolas, V. L. (2006). O mundo rural no horizonte dos jovens. Florianópolis: Ed. UFSC.

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