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Febre amarela é uma doença infecciosa, de gravidade variável, causada por um arbovírus

(vírus transmitidos por mosquitos) do gênero Flavivirus febricis da família Flaviviridae, cujo
reservatório natural são os primatas não humanos que habitam florestas e matas tropicais.
Estudos genéticos demonstraram que esse vírus surgiu na África, há cerca de três mil anos e
chegou no Brasil nos navios que traziam escravos para trabalhar nas minas e na lavoura, numa
época em que as cidades não dispunham de saneamento básico e estavam infestadas de
mosquitos. O resultado desse encontro do vírus da febre amarela com os mosquitos urbanos
trouxe trágicas consequências para a saúde da população.

A febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países da África e é
transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua manifestação é idêntica em
ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença
está apenas nos transmissores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela
é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do
mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que
nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas
florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar
fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus
também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela
silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar
mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.

A doença é caracterizada por febre, dores no corpo, dor de cabeça, comprometimento do


fígado e dos olhos e pele amarelada. Em casos mais graves, causa insuficiência hepática e
renal, levando à morte. A única forma de transmissão do vírus para os seres humanos é a
picada de mosquitos.

A febre amarela pode ser prevenida por uma vacina extremamente eficaz, segura e acessível,
que produz imunidade em 99% das pessoas vacinadas. Segundo as diretrizes da OMS, uma
dose única da vacina é suficiente para conferir imunidade sustentada e proteção ao longo da
vida. No Brasil, no entanto, o Ministério da Saúde recomenda duas doses, mas as
especificações podem variar.

Em áreas de alto risco onde há pouca cobertura vacinal, o reconhecimento imediato e o


controle de possíveis surtos por meio de imunizações em massa são essenciais para prevenir
uma epidemia.

Na transmissão urbana da febre amarela, a prevenção deve ser feita evitando a disseminação
do Aedes aegypti. Os mosquitos se reproduzem em água limpa e se proliferam dentro dos
domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente com água limpa e parada, como caixas
d’água, latas e pneus, são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito deposite seus ovos.
Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados.

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