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EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA NA PERSPECTIVA
HISTÓRICO-SOCIAL BRASILEIRA
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(continuação do Quadro 1)
Traz como um dos seus objetivos fundamentais, “promover o bem de todos,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação” (Art.3º, inciso IV). Define no Art. 205, a educação como um
Constituição direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da
Federal de cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu Art. 206, inciso I, estabelece
1988 a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” , como um dos
princípios para o ensino e, garante, como dever do Estado, a oferta do
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de
ensino (Art. 208).
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu Art. 55, reforça os dispositivos
legais supracitados, ao determinar que "os pais ou responsáveis têm a
Lei n. obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”.
8.069/1990 Também, nessa década, documentos como a Declaração Mundial de
Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), passam a
influenciar a formulação das políticas públicas da educação inclusiva.
Publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de
‘integração instrucional’ que condiciona o acesso às classes comuns do ensino
regular àqueles que "[...] possuem condições de acompanhar e desenvolver as
atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os
alunos ditos normais”. Ao reafirmar os pressupostos construídos por meio de
1994
padrões homogêneos de participação e aprendizagem, a Política não provoca
uma reformulação das práticas educacionais de maneira que sejam valorizados
os diferentes potenciais de aprendizagem no ensino comum, mantendo a
responsabilidade da educação desses alunos exclusivamente no âmbito da
educação especial.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n. 9.394/96, no
Art. 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos
currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas
Lei n.
necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram
9.394/1996
o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências e; a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do
programa escolar.
O Decreto n. 3.298 que regulamenta a Lei n. 7.853/89, ao dispor sobre a
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define
1999 a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e
modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação
especial ao ensino regular.
O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei n. 10.172/2001, destaca que “o
Lei n.
grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção
10.172/2001
de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”.
Promulgada no Brasil pelo Decreto n. 3.956/2001, afirma que as pessoas com
Convenção
deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as
da
demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência, toda
Guatemala
diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos
(1999)
humanos e de suas liberdades fundamentais.
Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP n.1/2002, que
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Resolução
Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino superior
CNE/CP
devem prever em sua organização curricular formação docente voltada para a
n.1/2002
atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as
especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais.
(continua)
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(continuação do Quadro 1)
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atendimento, com o intuito de orientar alunos e professores quanto à sua
utilização, em turmas de ensino regular.
A educação especial perpassa todos os níveis, modalidades e etapas do
processo de ensino aprendizagem. Assim, o Atendimento Educacional
Especializado:
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especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos com base
nas diferenças socioculturais desses grupos” (Brasil, 2008, p. 17)
Com relação a educação superior, a educação especial se dá por meio de
ações que ofereçam e promovam o acesso, bem como a permanência e a
participação de todos os alunos envolvendo a promoção de acessibilidade nos
âmbitos arquitetônicos, nos serviços de comunicações e informações, nos
serviços pedagógicos e na elaboração dos materiais didáticos, que devem ser
disponibilizados desde o processo seletivo até o desenvolvimento integral de
todas as atividades que envolvem ensino, pesquisa e extensão.
A educação bilíngue (Língua Portuguesa/ Libras) é necessária para
inclusão dos alunos surdos, pois desenvolve o ensino escolar tanto na língua
Portuguesa quanto na língua de Sinais. Esse atendimento é necessário tanto na
modalidade oral e escrita bem como na língua de sinais.
É importante lembrar que o atendimento educacional especializado deve
ser realizado com a atuação de profissionais com conhecimentos específicos:
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seu talento, deficiência, origem socioeconômicas ou origem cultural – em escolas
e salas de aula provedoras, onde todas as necessidades dos alunos são
satisfeitas”
Nessa perspectiva, a inclusão escolar proporciona ao aluno a oportunidade
de ter experiências em contextos reais, preparando-o melhor para a vida na
comunidade. A sociedade passa a desenvolver seus valores sociais, respeitando
a igualdade bem como a diversidade dos direitos. Nota-se que houve mudanças
no que diz respeito aos movimentos de integração e inclusão escolar, conforme
apresentado do quadro a seguir:
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ensino, pois é um processo que exige atenção e revisão das práticas, bem como
posturas dos profissionais envolvidos e da sociedade.
Igualdade:
Qualidade daquilo que é igual ou que não apresenta diferenças;
identidade;
Conformidade de uma coisa com outra em natureza, forma, proporção,
valor, qualidade ou quantidade;
Nivelamento ou uniformidade de uma superfície;
Expressão da relação entre duas quantidades iguais; equação;
Identidade de condições entre os membros da mesma sociedade;
Qualidade que consiste em estar em conformidade com o que é justo e
correto; equidade, justiça.
Equidade:
Consideração em relação ao direito de cada um independentemente da
lei positiva, levando em conta o que se considera justo;
Integridade quanto ao proceder, opinar, julgar; equanimidade, igualdade,
imparcialidade, justiça, retidão;
Disposição para reconhecer imparcialmente o direito de cada um.
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Ambos conceitos estão diretamente ligados ao princípio de justiça,
constituindo os alicerces de uma sociedade que pratica a justiça e democracia.
Para que haja equidade é necessário pensar e considerar as diferenças
como elemento essencial para uma igualdade eficaz. A equidade passa então a
ser considerada a justiça aplicada, de forma particular e individualizada.
Pensar em equidade vai além de influências no âmbito e reflexões jurídicas,
pois tornou-se um dos pontos principais que fundamentam a justiça social e a luta
para uma vida melhor.
O princípio de equidade, que vai além do princípio de igualdade, é um ato
que tem como consequência o respeito ao cidadão, suas diferenças e o contexto
que ele está inserido, pois não basta existir justiça social sem equidade de
oportunidades. Esse respeito deve ser pensado em todos os âmbitos,
independente de classe social e econômica, gênero, cor, religião, condição física
e de qualquer julgamento preconceituoso.
A Figura 1 retrata a diferença entre igualdade e equidade:
Pôs fim aos governos militares num momento em que o povo ansiava
pela democracia, pelo direito de eleger seu presidente e pela busca de
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direitos individuais e coletivos. Promulgada pela Assembleia Nacional
Constituinte, estabeleceu leis avançadas para a época, em um texto
moderno, com inovações relevantes para a democratização do Brasil.
(Supremo Tribunal Federal, 2008)
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REFERÊNCIAS
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STF – Supremo Tribunal Federal. As constituições do Brasil. Brasília, 4 de out.
de 2008. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?
idConteudo=97174>. Acesso em: 9 set. 2019.
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