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Instrumentação Industrial
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
?
Informática: Tecnologias Aplicadas à Educação. / William
Antonio Zacariotto - São Paulo: Editora Sol.
il.
681.3
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quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Janandréa do Espírito Santo
Sumário
Automação e Instrumentação Industrial
Unidade I
1 HISTÓRICO........................................................................................................................................................... 13
1.1 Automação e mão de obra................................................................................................................ 14
1.2 Automação e controle......................................................................................................................... 14
1.3 Automação e eletrônica..................................................................................................................... 15
1.4 Graus de automação............................................................................................................................ 16
1.5 Ferramentas manuais.......................................................................................................................... 16
1.6 Ferramentas acionadas....................................................................................................................... 16
1.7 Quantificação da energia................................................................................................................... 16
1.8 Controle programado.......................................................................................................................... 16
1.8.1 Controle com realimentação negativa............................................................................................ 17
1.8.2 Controle da máquina com cálculo................................................................................................... 17
1.8.3 Controle lógico da máquina................................................................................................................ 17
1.8.4 Controle adaptativo................................................................................................................................ 17
1.8.5 Controle indutivo..................................................................................................................................... 18
1.9 Máquina criativa.................................................................................................................................... 18
1.10 Aprendendo pela máquina.............................................................................................................. 18
1.11 Sistemas de automação.................................................................................................................... 18
1.12 Máquina com controle numérico................................................................................................ 19
1.13 Controlador lógico programável.................................................................................................. 19
1.14 Sistema de armazenagem e recuperação de dados............................................................. 20
1.15 Robótica................................................................................................................................................. 20
1.16 Sistema de manufatura flexível.................................................................................................... 20
1.17 Introdução à teoria de controle e de medição....................................................................... 20
1.17.1 Vantagens do controle........................................................................................................................ 21
1.17.2 Qualidade do produto......................................................................................................................... 22
1.17.3 Quantidade do produto...................................................................................................................... 22
1.17.4 Economia do processo........................................................................................................................ 23
1.17.5 Ecologia..................................................................................................................................................... 23
1.17.6 Segurança da planta............................................................................................................................ 23
1.17.7 Proteção do processo.......................................................................................................................... 23
1.17.8 Tipos de controle................................................................................................................................... 24
1.17.9 Controle manual.................................................................................................................................... 24
1.17.10 Controle com feedback................................................................................................................ 25
1.17.11 Controle com servomecanismo..................................................................................................... 27
1.18 Sistemas de controle......................................................................................................................... 30
1.18.1 Introdução................................................................................................................................................ 30
1.18.2 Controle de temperatura................................................................................................................... 31
1.19 Terminologia......................................................................................................................................... 33
1.20 Exemplos de sistemas controlados.............................................................................................. 34
1.20.1 Aquecimento central de água.......................................................................................................... 34
1.20.2 Célula de manufatura......................................................................................................................... 34
1.20.3 Portão eletrônico................................................................................................................................... 35
1.20.4 Umedecer fios......................................................................................................................................... 36
1.20.5 Umidificador de ambiente................................................................................................................. 37
1.20.6 Lubrificação de chapas metálicas................................................................................................... 38
1.20.7 Controle da caixa d’água em prédios........................................................................................... 39
1.20.8 Enchedora................................................................................................................................................ 40
1.20.9 Processo de soldagem mig/mag..................................................................................................... 41
1.20.10 Sistema de ignição eletrônica em um veículo automotor................................................ 41
1.20.11 Operação contínua para um forno industrial.......................................................................... 43
1.20.12 Bombeamento de água.................................................................................................................... 44
1.20.13 Transportador e selador de caixas............................................................................................... 44
1.20.14 Distribuição de sacaria para paletização.................................................................................. 45
2 MALHAS DE CONTROLE................................................................................................................................. 46
2.1 Malha de controle................................................................................................................................. 46
2.1.1 Instrumentos da malha......................................................................................................................... 46
2.1.2 Elemento sensor....................................................................................................................................... 47
2.1.3 Transmissor................................................................................................................................................. 47
2.1.4 Transdutor i/p............................................................................................................................................ 48
2.1.5 Controlador................................................................................................................................................ 48
2.1.6 Válvula de controle................................................................................................................................. 49
2.2 Malha aberta........................................................................................................................................... 50
2.2.1 Indicação e registro................................................................................................................................. 50
2.2.2 Controle manual...................................................................................................................................... 51
2.2.3 Controle programado............................................................................................................................. 51
2.3 Malha fechada........................................................................................................................................ 52
2.3.1 Realimentação.......................................................................................................................................... 52
2.3.2 Realimentação positiva......................................................................................................................... 52
2.3.3 Realimentação negativa....................................................................................................................... 53
2.4 Estabilidade da malha......................................................................................................................... 55
2.4.1 Curva de reação ao degrau.................................................................................................................. 56
2.4.2 Critérios de estabilidade........................................................................................................................ 57
2.4.3 Função de transferência....................................................................................................................... 57
2.4.4 Ganho........................................................................................................................................................... 58
2.4.5 Banda proporcional................................................................................................................................ 60
2.4.6 Ângulo de fase.......................................................................................................................................... 62
2.4.7 Oscilação..................................................................................................................................................... 63
2.4.8 Saturação.................................................................................................................................................... 63
2.4.9 Amortecimento......................................................................................................................................... 64
2.4.10 Condições de estabilidade................................................................................................................. 65
3 ALGORITMOS DE CONTROLE AVANÇADO............................................................................................... 67
3.1 O que é controle?.................................................................................................................................. 67
3.2 LÓGICA FUZZY........................................................................................................................................ 83
3.3 Modelagem e controle com redes neurais artificiais (RNAs)............................................... 91
3.4 CONTROLE PREDITIVO........................................................................................................................101
4 GRAFCET............................................................................................................................................................106
4.1 Parte operativa – parte comando.................................................................................................108
4.2 Introdução ao caderno de encargos da parte comando.....................................................110
4.2.1 Nível 1 – Especificações funcionais............................................................................................... 110
4.2.2 Nível 2 – Especificações tecnológicas........................................................................................... 110
4.3 Necessidade de um instrumento de representação..............................................................111
4.4 Exemplo introdutório: prensa de compressão de matéria pulverulenta......................112
4.4.1 Separação: parte operativa – parte comando........................................................................... 112
4.4.2 Funcionamento geral do sistema.................................................................................................... 112
4.4.3 Estudo da parte de comando............................................................................................................113
4.4.4 Passagem ao nível 2.............................................................................................................................115
4.5 Os elementos do GRAFCET..............................................................................................................117
4.5.1 Etapas.........................................................................................................................................................118
4.5.2 Transições..................................................................................................................................................119
4.5.3 Ligações orientadas............................................................................................................................. 120
4.6 Regras de evolução.............................................................................................................................121
4.7 Representação de sequências múltiplas....................................................................................123
4.7.1 As agulhagens: escolha condicional entre várias sequências............................................ 123
4.7.2 Sequências simultâneas..................................................................................................................... 127
Unidade II
5 CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS....................................................................................128
5.1 Programação ladder digital.............................................................................................................131
5.2 Temporizadores....................................................................................................................................132
5.3 Contadores instruções de arquivos..............................................................................................138
6 REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS DE CONTROLE.................................................................................141
7 INTEGRAÇÃO DE CÉLULAS DE MANUFATURA....................................................................................175
7.1 SISTEMAS AUTOMATIZADOS – CONCEITOS E DEFINIÇÕES.................................................177
8 INTRODUÇÃO A SISTEMAS SUPERVISÓRIOS.......................................................................................180
8.1 Componentes físicos de um sistema de supervisão..............................................................181
8.2 Componentes lógicos de um sistema scada............................................................................182
8.3 Modos de comunicação....................................................................................................................184
8.4 Sistemas de Controle Supervisório – SPC (Set Point Control)..........................................185
8.5 Sistemas de Controle Digital Direto - DDC (Direct Digital Control)...............................187
8.6 Sistemas Digitais de Controle Distribuído - SDCD................................................................187
8.7 Comparação entre Sistemas Convencionais e SDCD............................................................190
8
I - OBJETIVO
O objetivo desta unidade é apresentar o conteúdo referente aos conhecimentos teóricos e práticos de
sistemas de controle aplicados a processos físicos (mecânicos, elétricos, químicos). Fornecer subsídios da
tecnologia de controle de processos utilizada no meio industrial, conhecer a aplicação das ferramentas
da teoria de controle clássico para ajustar e otimizar parâmetros de controladores analógicos e digitais
e conhecer a configuração de sistemas supervisórios de controle de processos.
II - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bibliografia básica
Rosário, J. M. Princípios de mecatrônica. São Paulo: Editora Pearson Brasil, 2005, 368p.
Bibliografia complementar
OGATA, K. Engenharia de controle moderno. 5. ed. São Paulo: Editora Pearson Brasil, 2011, 824p.
GROOVER, M. P. Automação industrial e sistemas de manufatura. 3. ed. São Paulo: Editora Pearson
Brasil, 2011, 581p.
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Automação e Instrumentação Industrial
Unidade I
1 HISTÓRICO
O conceito de automação varia com o ambiente e a experiência da pessoa envolvida. São exemplos
de automação:
3. para uma pessoa comum, pode ser a capacidade de tirar dinheiro do caixa eletrônico.
O conceito de automação inclui a ideia de usar a potência elétrica ou mecânica para acionar algum
tipo de máquina. Deve acrescentar à máquina algum tipo de inteligência para que ela execute sua tarefa
de modo mais eficiente e com vantagens econômicas e de segurança.
1. nunca reclama;
2. deve ser programada ou ajustada para controlar sua operação nas condições especificadas;
11
Unidade I
4. requer manutenção eventual para assegurar que sua precisão nominal não se degrade.
Atualmente, pode-se direcionar o computador pessoal (PC) para fazer tarefas simples e complicadas
de modo econômico.
A automação pode reduzir a mão de obra empregada, porém, ela também ainda requer operadores.
Em vez de fazer a tarefa diretamente, o operador controla a máquina que faz a tarefa. Assim, quem faz
a tarefa doméstica deve aprender a carregar a máquina de lavar roupa ou louça e deve conhecer suas
limitações. Operar a máquina de lavar roupa pode inicialmente parecer mais difícil que lavar a roupa
diretamente. Do mesmo modo, o operador de uma furadeira automática na indústria automobilística
deve ser treinado para usar a máquina com controle numérico que faz o furo realmente. A linha de
montagem com robôs requer operadores para monitorar o desempenho desses robôs. Quem tira o
dinheiro do caixa eletrônico deve possuir um cartão apropriado, decorar uma determinada senha e
executar uma série de comandos no teclado ou na tela de toque.
Muitas pessoas pensam e temem que a automação signifique perda de empregos, quando pode
ocorrer o contrário. De fato, falta de automação coloca muita gente para trabalhar. Porém, empresas
sem automação não podem competir economicamente com outras por causa de sua baixa produtividade
devida à falta de automação, por isso elas são forçadas a demitir ou mesmo a encerrar suas atividades.
Assim, automação pode significar ganho e estabilidade no emprego por causa do aumento da
produtividade, eficiência e economia.
Muitas aplicações de automação não envolvem a substituição de pessoas porque a função ainda não
existia antes ou é impossível de ser feita manualmente. Pode-se economizar muito dinheiro anualmente,
monitorando e controlando a concentração de oxigênio dos gases queimados em caldeiras e garantindo um
consumo mais eficiente de combustível. Pode-se colocar um sistema automático para recuperar alguma
substância de gases jogados para atmosfera, diminuindo os custos e evitando a poluição do ar ambiente.
Historicamente, o primeiro termo usado foi o de controle automático de processo. Foram usados
instrumentos com as funções de medir, transmitir, comparar e atuar no processo para se conseguir um
produto desejado, com pequena ou nenhuma ajuda humana. Isto é, controle automático.
12
Automação e Instrumentação Industrial
Com o aumento da complexidade dos processos, tamanho das plantas, exigências de produtividade,
segurança e proteção do meio ambiente, além do controle automático do processo, apareceu a
necessidade de monitorar o controle automático.
A partir deste novo nível de instrumentos, com funções de monitoração, alarme e intertravamento é
que apareceu o termo automação. As funções predominantes neste nível são as de detecção, comparação,
alarme e atuação lógica.
Por isso, para o autor, principalmente para a preparação de seus cursos e divisão de assuntos, tem-
se o controle automático aplicado a processo contínuo, com predominância de medição, controle PID
(Proporcional, Integral e Derivativo). O sistema de controle aplicado é o Sistema Digital de Controle
Distribuído (SDCD), dedicado a grandes plantas ou o controlador single loop, para aplicações simples e
com poucas malhas.
Tem-se a automação associada ao controle automático, para fazer sua monitoração, incluindo
as tarefas de alarme e intertravamento. A automação é também aplicada a processos discretos e de
batelada, em que há muita operação lógica de ligar e desligar e o controle sequencial. O sistema de
controle aplicado é o Controlador Lógico Programável (CLP).
Assim: controle automático e automação podem ter o mesmo significado ou podem ser diferentes,
o controle regulatório se aplica a processos contínuos e a automação se aplica a operações lógicas,
sequenciais de alarme e intertravamento.
13
Unidade I
O primeiro progresso do homem da caverna foi usar uma ferramenta manual para substituir suas
mãos. Esta ferramenta não substituiu o esforço humano, mas tornou este esforço mais conveniente.
Exemplos de ferramentas: pá, serra, martelo, machado, enxada.
Como não há máquina envolvida, considera-se que este nível não possui nenhuma automação.
Na indústria, este nível significa alimentar manualmente um reator, moendo sólidos, despejando
líquidos de containers, misturando com espátula, aquecendo com a abertura manual de válvula de vapor.
O próximo passo histórico foi energizar as ferramentas manuais. A energia foi suprida através de
vapor d’água, eletricidade e ar comprimido. Este degrau foi chamado de Revolução Industrial. A serra se
tornou elétrica, o martelo ficou hidráulico.
Na indústria, usa-se um motor elétrico para acionar o agitador, a alimentação é feita por uma
bomba, o aquecimento é feito por vapor ou por eletricidade.
Com a energia fornecida para acionar as ferramentas, o passo seguinte foi quantificar esta energia.
Um micrômetro associado à serra indica quanto deve ser cortado. A medição torna-se parte do processo,
embora ainda seja fornecido para o operador tomar a decisão.
Na indústria, este nível significa colocar um medidor de quantidade na bomba para indicar quanto
foi adicionado ao reator. Significa também colocar um cronômetro para medir o tempo de agitação, um
termômetro para indicar o fim da reação. As variáveis indicadas ao operador ajudavam-no a determinar
o status do processo.
A máquina foi programada para fazer uma série de operações, resultando em uma peça acabada. As
operações são automáticas e expandidas para incluir outras funções. A máquina segue um programa
predeterminado em realimentação da informação. O operador deve observar a máquina para ver se tudo
funciona bem.
14
Automação e Instrumentação Industrial
Na planta química, uma chave foi adicionada no medidor de vazão para gerar um sinal para desligar
a bomba quando uma determinada quantidade for adicionada. Um alarme foi colocado no cronômetro
para avisar que o tempo da batelada foi atingido.
O próximo passo desenvolve um sistema que usa a medição para corrigir a máquina. A definição de
automação de Ford se refere a este nível.
Em vez de realimentar uma medição simples, este grau de automação utiliza um cálculo da medição
para fornecer um sinal de controle.
Na planta química, os cálculos se baseiam no algoritmo PID, em que o sinal de saída do controlador é
uma função combinada de ações proporcional, integral e derivativa. Este é o primeiro nível de automação
disponível pelo computador digital.
O sistema de telefone com dial é um exemplo de máquina lógica: Quando se tecla o telefone, geram-
se pulsos que lançam chaves que fazem a ligação desejada. Caminhos alternativos são selecionados por
uma série programada de passos lógicos.
A máquina indutiva rastreia a resposta de sua ação e revisa sua estratégia, baseando-se nesta
resposta. Para fazer isso, o controlador indutivo usa programa heurístico. Na planta química, o sistema
usa um método e o avalia, muda uma variável de acordo com um programa e o avalia de novo. Se
este índice de desempenho tem melhorado, ele continua no mesmo sentido; se a qualidade piorou, ele
inverte o sentido. A quantidade de ajuste varia com seu desvio do ponto ideal. Depois que uma variável
é ajustada, o sistema vai para a próxima. O sistema continua a induzir as melhores condições na planta.
Uma aplicação típica deste sistema é no controle de fornalha de etileno.
A máquina criativa projeta circuitos ou produtos nunca antes projetados. Exemplo é um programa
de composição de música. A máquina criativa procura soluções que seu programado não pode prever.
Neste nível, a máquina ensina o homem. O conhecimento passa na forma de informação. A máquina
pode ensinar matemática ou experiência em um laboratório imaginário, com o estudante seguindo as
instruções fornecidas pela máquina. Se os estudantes cometem muitos erros porque não estudaram a
lição, a máquina os faz voltar e estudar mais antes de ir para a próxima lição.
Assim, todos os graus de automação são disponíveis hoje, para ajudar na transferência de tarefas
difíceis para a máquina e no alívio de fazer tarefas repetitivas e enfadonhas. Fazendo isso, a máquina
aumenta a produtividade, melhora a qualidade do produto, torna a operação segura e reduz o impacto
ambiental.
A aplicação de automação eletrônica nos processos industriais resultou em vários tipos de sistemas,
que podem ser geralmente classificados como:
4. robótica;
Uma máquina ferramenta é uma ferramenta ou conjunto de ferramentas acionadas por potência
para remover material por furo, acabamento, modelagem ou para inserir peças em um conjunto.
Uma máquina ferramenta pode ser controlada por algum dos seguintes modos:
2. controle ponto a ponto da trajetória da ferramenta, onde o trabalho é feito somente em pontos
discretos do conjunto.
Em qualquer caso, as três coordenadas (x, y, z ou comprimento, largura e profundidade) devem ser
especificadas para posicionar a ferramenta no local correto. Programas de computador existem para
calcular a coordenada e produzir furos em papel ou fita magnética que contém os dados numéricos
realmente usados para controlar a máquina.
A produtividade com controle numérico pode triplicar. No controle numérico, exige-se pouca
habilidade do operador e um único operador pode supervisionar mais de uma máquina.
Se em vez de usar uma fita para controlar a máquina é usado um computador dedicado, então o
sistema é tecnicamente chamado de máquina Controlada Numericamente com Computador (CNC). Um
centro com CNC pode selecionar de uma até vinte ferramentas e fazer várias operações diferentes, como
furar, tapar, fresar, encaixar. Se o computador é usado para controlar mais de uma máquina, o sistema
é chamado de máquina Controlada Numericamente e Diretamente.
A vantagem deste enfoque é a habilidade de integrar a produção de várias máquinas em um controle global
de uma linha de montagem. A desvantagem é a dependência de várias máquinas sob um único computador.
1.15 Robótica
As tarefas que os robôs fazem podem ser tarefas de usinagem, como furar, soldar, pegar e colocar,
montar, inspecionar e pintar. Os primeiros robôs eram grandes, hoje eles podem ser pequeníssimos.
Quando uma tarefa é relativamente simples, repetitiva ou perigosa para um humano, então o robô
pode ser uma escolha apropriada. Os robôs estão aumentando em inteligência com a adição dos sentidos
de visão e audição e isto permite tarefas mais complexas a serem executadas por eles.
Controlar um processo industrial é manter a variável controlada em uma das três seguintes condições:
18
Automação e Instrumentação Industrial
O que determina a condição são as ações de controle envolvidas. Controle automático é quando
não há intervenção do operador (ou há a mínima intervenção do operador). O controle pode ser
opcionalmente manual quando o operador atua manualmente no processo.
Todo controle envolve uma medição. O controle é sempre tão bom quanto a medição. Monitorar um
processo é acompanhar os valores das variáveis, porém, sem condição de atuar em linha, para fazer as
devidas correções.
Alarmar um processo é colocar dispositivos para chamar a atenção do operador quando a variável
controlada igualar ou ultrapassar determinados valores pré-determinados. O alarme pode incluir o
intertravamento quando, além de chamar a atenção do operador, atua no processo, desligando ou
ligando algum equipamento para manter o processo sempre seguro.
Porém, o instrumento:
2. opera adequadamente somente quando estiver nas condições previstas pelo fabricante;
3. requer calibrações periódicas para se manter exato e as incertezas dos padrões de calibração
podem afetar suas medições;
4. requer manutenção preventiva ou corretiva para que sua precisão se mantenha dentro dos limites
estabelecidos pelo fabricante e se essa manutenção não for correta, ele se degrada ao longo do
tempo;
5. é provável que algum dia ele falhe e pela lei de Murphy, esta falha geralmente acontece na pior
hora possível e pode acarretar grandes complicações.
A maioria dos produtos industriais é fabricada para satisfazer determinadas propriedades físicas
e químicas. Quanto melhor a qualidade do produto, menores devem ser as tolerâncias de suas
propriedades. Quanto menor a tolerância, maior a necessidade dos instrumentos para a medição e o
controle automático. O controle automático garante a pequena variabilidade do processo.
Os fabricantes executam testes físicos e químicos em todos os produtos feitos ou pelo menos
em amostras representativas tomadas aleatoriamente das linhas de produção para verificar se as
especificações estabelecidas foram atingidas pela produção. Para isso, são usados instrumentos tais como
densitômetros, viscosímetros, espectrômetros de massa, analisadores de infravermelho, cromatógrafos
e outros. Os instrumentos possibilitam a verificação, a garantia e a repetitividade da qualidade dos
produtos.
Atualmente, o conjunto de normas ISO 9000 exige que os instrumentos que impactam a qualidade
do produto tenham um sistema de monitoração, em que estão incluídas a manutenção e calibração
documentada deles.
As quantidades das matérias-primas, dos produtos finais e das utilidades devem ser medidas e
controladas para fins de balanço do custo e do rendimento do processo. Também é frequente a medição
de produtos para venda e compra entre plantas diferentes.
20
Automação e Instrumentação Industrial
1.17.5 Ecologia
Na maioria dos processos, os produtos que não são aproveitáveis e devem ser jogados fora são
prejudiciais às vidas animal e vegetal. A fim de evitar este resultado nocivo, devem ser adicionados
agentes corretivos para neutralizar estes efeitos. Pela medição do pH dos efluentes, pode-se economizar
a quantidade do agente corretivo a ser usado e pode-se assegurar que o efluente esteja não agressivo.
Os instrumentos garantem efluentes limpos e inofensivos.
Muitas plantas possuem uma ou várias áreas em que podem estar vários perigos, tais como o fogo,
a explosão, a liberação de produtos tóxicos. Haverá problema, a não ser que sejam tomados cuidados
especiais na observação e no controle destes fenômenos.
Hoje são disponíveis instrumentos que podem detectar a presença de concentrações perigosas de
gases e vapores e o aparecimento de chama em unidades de combustão. Os instrumentos protegem
equipamentos e vidas humanas.
O processo deve ter alarme e proteção associados ao sistema de medição e controle. O alarme é
realizado através das mudanças de contatos elétricos, monitoradas pelos valores máximos e mínimos das
variáveis do processo. Os contatos dos alarmes podem atuar (ligar ou desligar) equipamentos elétricos,
dispositivos sonoros e luminosos.
Os alarmes podem ser do valor absoluto do sinal, do desvio entre um sinal e uma referência fixa e da
diferença entre dois sinais variáveis. É útil o uso do sistema de desligamento automático ou de trip do
processo. Deve-se proteger o processo através de um sistema lógico e sequencial que sinta as variáveis
do processo e mantenha os seus valores dentro dos limites de segurança, ligando ou desligando os
21
Unidade I
O controle pode ser classificado, em função da intervenção do operador, como automático ou manual.
Também o controle pode ser classificado, quanto ao tipo do processo controlado, como regulatório ou
a servomecanismo.
Controle manual é aquele que ocorre com nenhuma ou com a mínima intervenção do operador.
Controle manual pode ser considerado a forma mais simples de controle.
Quando as condições do processo são estáveis, o controle de malha aberta funciona adequadamente.
No caso do nível, quando a vazão de entrada é constante (raramente é alterada), basta colocar uma
válvula com ajuste manual na saída para se obter o controle desejado, pois também raramente o
operador deve alterar manualmente a válvula de saída.
22
Automação e Instrumentação Industrial
Porém, há problemas quando ocorre distúrbio na vazão de entrada do tanque. O nível do produto é
afetado diretamente pelas variações da vazão de entrada. Um aumento na vazão através da válvula de
entrada provoca um aumento no nível do tanque.
Qualquer variação da vazão de entrada afeta o nível do líquido. Obviamente, se houver qualquer
variação ou distúrbio na válvula de entrada, o sistema de controle de malha aberta não manterá
automaticamente o parâmetro de saída (no exemplo, o nível) no valor desejado. Todo distúrbio requer a
intervenção manual do operador.
O controle manual de malha aberta não pode garantir a saída desejada de um processo sujeito a
variações de carga. A técnica usada para se obter o controle de um processo com variações frequentes
de carga é a malha fechada com realimentação negativa (feedback). Este controle é chamado de
proporcional, regulatório ou contínuo.
1. medição;
2. comparação;
3. atuação.
23
Unidade I
A saída real que se pretende controlar é medida por um sensor, condicionada e transmitida para o
controlador. O controlador pode ser um computador, um circuito eletrônico, uma chave, um conjunto
de bico-palheta pneumático ou uma simples alavanca. A segunda entrada do controlador é o ponto de
ajuste (set point), que indica o valor de saída desejado. O controlador toma a diferença entre estas duas
entradas para determinar o valor do erro. O controlador altera sua saída de modo calculado para igualar
ou aproximar a saída real do valor desejado.
A figura a seguir mostra o controle de malha fechada do tanque. Inicialmente, o nível do líquido no
tanque deve ser medido. A medição pode ser feita, por exemplo, através de um transmissor de pressão
diferencial (d/p cell). O transmissor de nível mede a pressão exercida pela coluna líquida, que é o nível,
amplifica e converte esta pressão diferencial em um sinal padrão de corrente de 4 a 20 mA CC. Quando
calibrado corretamente, o transmissor tem saída de 4 mA CC quando o nível estiver em 0% e a saída será
de 20 mA CC quando o nível estiver em 100% da faixa calibrada.
Esta corrente analógica é transmitida através de um cabo trançado, eventualmente blindado, para
o controlador. O controlador geralmente está na sala de controle centralizada, distante centenas de
metros do processo. O controlador compara a variável do processo medida (nível, no exemplo) com o
valor do ponto de ajuste.
24
Automação e Instrumentação Industrial
Uma nova saída é calculada e transmitida para o atuador ainda na faixa padrão de 4 a 20 mA CC.
Este sinal é aplicado e usado para acionar uma válvula com atuador pneumático.
Deve haver uma interface entre o controlador eletrônico e o atuador pneumático da válvula, para
converter o sinal eletrônico de 4 a 20 mA CC no sinal pneumático de 20 a 100 kPa. Esta interface é o
transdutor i/p.
O atuador pneumático, por sua vez, varia a posição da válvula, ajustando a vazão de líquido na saída
do tanque. Quando ocorrer aumento na vazão de entrada do tanque, o nível do produto no tanque
aumenta. O transmissor de nível, então, vai aumentar sua saída e o ponteiro de medição do controlador
também irá subir. O controlador irá alterar sua saída como resposta. A saída do controlador irá aumentar
um pouco a saída da válvula, aumentando a vazão do líquido deixando o tanque. O nível do tanque irá
voltar ao ponto de ajuste desejado.
1. servomecanismo;
Um sistema de controle de posição é mostrado na Figura 1.3. O atuador é um motor CC com magneto
permanente. Através de um conjunto de polias, correias ou engrenagens, o motor aciona a roda dentada.
Quando a rotação for diminuída, move-se um terminal de um potenciômetro. Uma ligação apropriada
25
Unidade I
garante que o movimento da roda dentada da extremidade esquerda para a direita gire precisamente
o potenciômetro através de um arco de 300 graus, de parada a parada. O potenciômetro é o sensor
do sistema de controle automático. A tensão de um terminal é a indicação da posição. A posição é
realimentada para o amplificador diferencial. A tensão correspondente à posição é subtraída da tensão
do ponto de ajuste e a diferença (erro) é amplificada. O amplificador diferencial é o controlador. A
potência de saída do controlador é amplificada e aciona o motor.
Se quiser mover o acionador para a direita, a tensão do ponto de ajuste deve ser aumentada.
Isto produz um erro positivo na saída do amplificador diferencial e, como consequência, na saída do
amplificador de potência para o motor. O motor começa a girar no sentido horário, acionando a roda
dentada no sentido horário e movendo o sistema para a direita. Quando a roda dentada se move para a
direita, o potenciômetro também o faz. Este alimenta o sinal de volta para o amplificador diferencial. O
erro se torna menor, uma tensão menor é aplicada ao amplificador de potência e para o motor. O motor
gira com menor rotação.
Mecanicamente acoplado ao rolo acionador está o terminal móvel (wiper) do potenciômetro. Juntos,
o rolo acionador e o potenciômetro formam um sensor de tensão, gerando na saída uma tensão CC
proporcional à tensão do filme.
26
Automação e Instrumentação Industrial
Quando a tensão for correta, a tensão do potenciômetro do rolo acionador se iguala à tensão do
ponto de ajuste. A saída do amplificador diferencial é zero volt. Isto efetivamente aterra o divisor de
tensão na entrada do amplificador de potência. A tensão do divisor aciona o amplificador de potência,
fazendo o motor girar na velocidade nominal.
Quando o filme do rolo puxador se forma, a tensão tende a aumentar. Isto faz o rolo acionador subir.
O terminal móvel do potenciômetro se eleva, fazendo a entrada inversora do amplificador diferencial
ficar maior do que a entrada não inversora do ponto de ajuste. A saída do amplificador diferencial
fica negativa. Puxando o fundo do divisor de tensão abaixo do terra, diminui a tensão de entrada do
amplificador de potência. O amplificador de potência diminui a potência de acionamento entregue ao
motor e o motor gira mais lentamente. Diminuindo a velocidade do motor, diminui-se a tensão do fio.
Uma das aplicações mais usadas do controle de servomecanismo é o robô. O braço robótico
revolucionou a indústria de manufatura. Sua velocidade, exatidão, precisão, durabilidade, flexibilidade
diminuíram drasticamente os custos de produção, aumentando a qualidade do produto.
O robô industrial tipicamente possui três ou mais pontos de junção (joint). Cada juntura possui três
graus de liberdade ou modos de movimento: x, y e z ou rolar, bater e dobrar.
Para fornecer um movimento rápido, suave e bem coordenado da ferramenta sendo manipulada,
a posição, velocidade e aceleração de cada grau de liberdade de cada juntura deve ser controlada
simultaneamente.
27
Unidade I
Neste circuito, a posição é convertida para um formato digital adequado ao computador. Conhecendo-
se as posições atuais e anteriores da peça, o computador determina a velocidade e aceleração. As equações
de controle dentro do programa do computador usam estas informações e os dados da posição desejada
para calcular a saída apropriada. Esta saída (número digital) é convertida por uma segunda interface
para uma tensão necessária ou um pulso para acionar o atuador do determinado grau de liberdade. Os
atuadores podem ser motores de passo, motores de corrente contínua, motores hidráulicos ou cilindros.
Estas séries de leituras, cálculos, conversões e correções ocorrem em milhares de vezes por segundo
para todos os graus de liberdade do robô.
1.18.1 Introdução
O objetivo principal de um sistema de controle de processo é regular uma ou mais destas variáveis,
mantendo-as em valores constantes (pontos de ajuste). Esta regulação deve ser compensada para as
variações na carga do sistema e outros distúrbios introduzidos. Se o ponto de ajuste for alterado, a
variável controlada deve segui-lo. Porém, diferentemente do controle servomecanismo, em que as
variações do ponto de ajuste são rápidas e grandes, as variações, no ponto de ajuste do controle de
processo, são raras e pequenas (usualmente menores que 10% do fundo de escala). A análise e o projeto
dos sistemas de controle de processos são feitos do ponto de vista de como a saída responde à variação
de carga para um determinado ponto de ajuste.
28
Automação e Instrumentação Industrial
As respostas são lentas, de ordem de minutos ou horas. Estas constantes de tempo são maiores que
as do servomecanismo. Os sistemas de controle de processo podem ser classificados como contínuo e
batelada.
O controle batelada envolve uma sequência temporizada e lógica de operações feitas sobre o material
sendo processado. São exemplos de operações executadas no processo batelada:
No fim da sequência dos eventos temporizados, o material passa para outra etapa, para um
processamento adicional e a sequência começa de novo com outros materiais.
Em um processo industrial há centenas e até milhares de malhas sendo controladas. Geralmente, estas
malhas são independentes entre si. É uma questão complexa para o projetista do sistema de controle
determinar quantas e quais as variáveis devem ser controladas sem haver interação ou interferência de
uma malha em outra.
Embora um processo tenha numerosas malhas de controle, cada malha de controle é projetada e
operada individualmente. Algumas poucas malhas são combinadas em malhas de controle multivariáveis.
Um sensor converte a variável de processo em um sinal eletrônico ou mecânico de baixo nível. Este
sinal é enviado para um transmissor, que condiciona e o converte em 4 a 20 mA CC (0% a 100%). Este
sinal padrão é enviado para um controlador, registrador ou indicador, se este instrumento receptor
possuir um circuito (buffer) de filtro na entrada com uma alta relação de rejeição de modo comum,
os fios de transmissão podem ser comuns, trancados e não blindados. Se os instrumentos receptores
não tiverem este circuito filtro na entrada, os fios de transmissão devem ser blindados para evitar a
influência de ruídos. Esta blindagem deve ser aterrada, geralmente em um único ponto.
O instrumento receptor pode estar distante do processo, na sala de controle central. O sinal de
correção do controlador é enviado para outro atuador eletrônico. A saída do controlador é também de
4 mA CC. Geralmente, o atuador é válvula ou motor de bomba, motor ou aquecedor.
A malha de controle de temperatura simplificada é mostrada na figura abaixo. Neste diagrama são
mostrados apenas os equipamentos básicos funcionais, como:
TE - Elemento sensor
TT - Transmissor
TC - Controlador
TV - Válvula de controle
TI - Indicador
30
Automação e Instrumentação Industrial
1.19 Terminologia
Há uma falta de consistência na terminologia usada para descrever os vários atributos e características
destes novos transmissores, portanto, no contexto a seguir são usadas as seguintes interpretações:
Sensor: dispositivo que converte um parâmetro físico (por exemplo, pressão) em outro parâmetro
(por exemplo, resistência elétrica).
Sensor primário: é o sensor que responde principalmente ao parâmetro físico a ser medido.
Sensor secundário: é o sensor montado adjacente ao primário para medir o parâmetro físico
que afeta de modo indesejável a característica básica do sensor primário (por exemplo, os efeitos da
temperatura na medição de pressão).
Transmissor: instrumento, geralmente montado no campo, usado para sentir a variável do processo
(e.g., temperatura) em um ponto onde ele está montado e para fornecer um sinal padrão (por exemplo,
4 a 20 mA CC) que é uma função, geralmente linear, desta variável.
2. armazenar a informação referente ao transmissor em si, seus dados de aplicação e sua localização;
3. gerenciar um sistema de comunicação que possibilite uma comunicação de duas vias (do
transmissor para receptor e do receptor para o transmissor), superposta sobre o mesmo circuito
que transporta o sinal de medição, a comunicação sendo entre o transmissor e qualquer unidade
de interface ligada em qualquer ponto de acesso na malha de medição ou na sala de controle.
31
Unidade I
Objetivo: muito utilizado em hotéis, apartamentos e indústrias. Consiste de uma caldeira cheia de
água que sempre está aquecida. Sendo que nos lugares que se necessita de água, terá duas torneiras,
uma de água fria e outra de água quente.
Funcionamento: a caldeira tem um sensor do tipo termopar, que mede a temperatura da água
dentro da caldeira e envia esse sinal para o sistema de controle. O sistema de controle recebe o sinal
proveniente do sensor, analisa e abre ou fecha a válvula elétrica conforme a temperatura desejada. Já a
válvula elétrica recebe o sinal do sistema de controle para abrir ou fechar. Com a abertura, o gás passa
e acende o queimador.
Se a temperatura da caldeira atingir um valor abaixo do desejado, o gás passa para o queimador que
aquece a água. Logo que a temperatura atingir o valor desejado, a válvula fecha e volta a ter somente
a chama piloto.
Objetivo: produzir variados produtos sem o auxílio humano. Nesse caso, o ser humano trabalha
colocando a matéria-prima e retirando o produto acabado. Além disso, é ele que faz o programa para
controle da célula.
Funcionamento: para começar, vamos descrever cada um dos elementos que se encontra na célula
a seguir. Essa célula e composta de três máquinas dedicadas, dois robôs e um rack para depósito e outra
para retirada de produtos.
Com relação às máquinas, elas estão com cores distintas. Há um torno de cor azul clara, uma câmera
de inspeção de cor amarela e uma fresadora de cor verde. Os robôs são de cor vermelha e um rack de
cor azul escuro.
Um pallet (dispositivo que serve para fixar a matéria-prima) ativa um sensor quando chega no rack
de entrada. Quando esse sensor é ativado, o pallet com peça é colocada automaticamente na esteira de
transporte, que irá levar o pallet até o torno (azul claro).
32
Automação e Instrumentação Industrial
Ao atingir o final da esteira, o pallet aciona outro sensor. Esse sensor ativa o robô, que pega o pallet
na esteira e move-o até o torno. No torno, a peça é fixada e torneada. Ao final do trabalho do torno,
o robô pega o pallet e o transporta até a outra esteira. Agora o pallet será transportado até a segunda
máquina (amarela).
Ao passar pela câmera de inspeção, a esteira para novamente, nesse caso, a câmera funciona como
um sensor. Ao parar através de software, a peça é inspecionada e logo após liberada para prosseguir o
movimento até a próxima máquina de cor verde.
No final da esteira será ativado novamente um sensor que avisa ao sistema que o pallet está
posicionado. O outro robô pega o pallet e deposita na fresadora (verde), na qual será feita alguma
operação de usinagem. Ao final desse processo, o robô pega novamente o pallet e deposita-o no rack de
saída do qual este será retirado mediante outro sistema de transporte.
O usuário tem em sua mão outro tipo de díodo transmissor de luz que, quando ativado, ativa o
sensor do portão, o sensor infravermelho que, sendo ativado, liga um motor, este sendo o atuador do
sistema para abrir ou fechar o portão, automatizando o sistema.
O sistema de controle do portão encontra-se nas extremidades de sua barra de deslizamento, pois
nelas existe uma chapa que quando estiver na posição específica de totalmente aberto ou totalmente
fechado corta a alimentação do motor.
33
Unidade I
Objetivo: usado na malharia com objetivo de tornar úmido o fio para melhor desempenho nos
teares, com temperatura adequada para que possam ser feitas malhas de boa qualidade, este processo
é feito em uma máquina.
O primeiro passo é o sensor termopar mandar sinal para o sistema de controle, que automaticamente
liga a bomba de vácuo para que a pressão possa chegar próxima a -1bar. O sensor contínuo verifica se o
nível de água está correto, se não estiver, ele liga a válvula da água para chegar ao nível.
Depois o sensor termopar manda sinal para que possa abrir a válvula de vapor e espera chegar a
60°C, após 5 minutos, liga a bomba de vácuo para estabelecer o vácuo de -1bar aquecendo a 70°C,
permanecendo por 25 minutos nesta temperatura.
34
Automação e Instrumentação Industrial
Finalizando com a liberação do ar de dentro para que a pressão seja igual à externa e com isso o
sensor mande sinal para o sistema de controle, para que a tampa seja aberta.
O higrômetro, assim que registra a umidade ideal (no nosso caso 80% U.R.), envia um sinal para o
sistema de controle o qual se encarrega de cortar o sinal elétrico para a válvula direcional, desta forma
interrompendo a passagem de ar comprimido. Nesta etapa também é interrompida a névoa de água.
Quando o higrômetro registra a mínima umidade especificada (no nosso caso 60% U.R.), o sistema
de controle envia um sinal elétrico para a válvula direcional, permitindo então a passagem de ar
comprimido, o qual, no sistema borrifador, envia a névoa de água. Isto acontece até que se alcance a
máxima umidade, começando novamente o ciclo.
35
Unidade I
Quando o sensor de proximidade registra a presença da chapa a lubrificar, envia um sinal para
o controlador, que trata esse sinal e aciona a válvula direcional, permitindo então a passagem de ar
comprimido, o qual, no sistema borrifador, envia a névoa de lubrificante. Isto acontece até que se
alcance o fim da chapa.
O sensor de proximidade, assim que registra a ausência da chapa metálica, envia um sinal para o
sistema de controle, o qual se encarrega de cortar o sinal elétrico para a válvula direcional, interrompendo,
desta forma, a passagem de ar comprimido. Nesta etapa também é interrompida a névoa de lubrificante.
36
Automação e Instrumentação Industrial
Funcionamento: normalmente os prédios têm duas caixas d’água, uma embaixo, subterrânea, e
outra em cima, no topo. A de baixo é cheia com água da rua e a de cima é cheia através do bombeamento
da água da caixa subterrânea. Com uso de sensores podemos fazer o controle dos níveis da seguinte
forma:
Nos sensores 1, 3 e 4 foram usadas ampolas de mercúrio, por ser mais fácil de instalar e por sofrerem
menos oxidação. Os sensores 2 e 5 são opcionais. Foram usados para sinalização de alarme no caso de
algum eventual problema na bomba ou nos sensores 1, 3 e 4.
O sensor 2 (reed relay) só é ativado quando a bomba está ligada e enviando água para a caixa
principal. Se houver um problema com o sensor 1, a bomba não liga e o sensor 2 não será ativado,
identificando um problema.
37
Unidade I
Para o sensor 5 (chave micro switch), verifica-se se a caixa principal está transbordando, quando
ativado, sinaliza no sensor 3 dizendo que a caixa principal está cheia. Como sistema de controle foi
usado o basi-stamp, que é a parte principal do circuito.
1.20.8 Enchedora
1. O sistema ilustrado possui um dispositivo de comando para ligar e desligar o M-01 (motor da
esteira).
Quando o sensor S-01 reconhecer a presença da garrafa, o sistema para a esteira (M-01) e abre a
válvula (V-01) até que o S-02 reconheça o nível alto.
Quando S-02 estiver com nível alto (garrafa cheia), a válvula (V-01) é fechada e então a esteira é
ligada (M-01) e o sistema estará pronto para um novo ciclo.
38
Automação e Instrumentação Industrial
Objetivo: a união rígida de duas ou mais partes metálicas, com ou sem adição de material de
enchimento. Através de fornecimento de energia, a região adjacente à zona que está sendo unida.
Possui também como objetivo proporcionar corrente controlável a uma determinada tensão, utilizando
uma fonte cujos controles de corrente estão inseridas na própria máquina e cuja tensão é variável.
O fluxo elétrico produz uma quantidade de calor que funde o arame, fornecido continuamente por
meio do motor de avanço e a chapa base, formando uma poça de fusão que, ao se solidificar, dá origem
a um cordão de solda que une as partes da peça. Para complementação do processo, emprega-se dióxido
de carbono (CO2) para assegurar a ausência, na área de soldagem, de oxigênio, nitrogênio e hidrogênio,
elementos prejudiciais à qualidade da soldagem.
A operação de solda consiste simplesmente em acionar o gatilho da pistola e percorrer com ela a
junta a ser soldada, liberando o soldador de movimentar a mão, a fim de manter a alimentação do metal
de adição constante, como no caso do processo eletrodo revestido.
Objetivo: sistema de ignição que objetiva trazer uma maior eficiência no desempenho do motor.
39
Unidade I
De acordo com informações enviadas por sensores, o sistema vai controlar os avanços do motor,
adiantando ou retardando o momento da faísca e, consequentemente, da combustão.
1. Bobina: é um transformador de tensão. Recebe e armazena a energia que a bateria envia, com
tensão de 12 volts. Quando o comando eletrônico libera para a vela a energia acumulada, a tensão
está acima de 30000 volts.
2. Velas: as velas transformam a energia enviada pela bobina em faíscas, responsáveis pela queima
da mistura ar-combustível.
3. Sensor de rotação do motor: informa para o comando eletrônico a velocidade de rotação do motor.
6. Sensor de fase: vai identificar quais cilindros estão na fase de admissão e quais estão na fase de
escape.
40
Automação e Instrumentação Industrial
7. Sensor de detonação: é o ouvidor do sistema, que sabe o que acontece dentro da câmara de
combustão. Ele é capaz de escutar as “batidas de pino”. Quando acontecem duas explosões, uma
provocada pela faísca e outra indevida, causada pela alta temperatura do motor, é produzido um
som metálico que é detectado.
8. Sonda lambda: é o “fiscal” do sistema, pois fareja a quantidade de oxigênio presente nos gases
após a queima da mistura na câmara de combustão.
Cada vez que uma peça sai pronta da prensa, comanda o sensor S1, o qual aciona o contator C1 e
coloca a solenoide da válvula direcional V1, esta por sua vez comanda o cilindro K1, quando o cilindro
K1 avanço leva uma peça para dentro do forno e ao mesmo tempo coloca uma das peças que já estão
quentes para fora, ou seja, como o forno já está carregado, cada vez que o pistão avança coloca-se a
peça que está na entrada e retira-se a que está na saída.
Quando esta peça for processada pela prensa, passará novamente pelo sensor S1, reiniciando todo
o processo.
O sensor S3 é comandado pelo cilindro quando avança e tem a função de desligar o sistema através
do contator C2 para permitir que a operação seja reiniciada.
41
Unidade I
Objetivo: acionar bombas hidráulicas para retornar água da bacia de decantação para o
reaproveitamento na indústria.
Funcionamento: a indústria utiliza água limpa em seu processo, jogando a água utilizada em um
conjunto de bacias de decantação. Na última bacia instalamos um sensor de nível do tipo contínuo que,
ao atingir 75% de sua capacidade, aciona a bomba para retornar a água para o processo industrial e ao
atingir 15 % desliga a bomba.
Objetivo: detectar metais no produto final, antes das caixas serem seladas e da impressão,
possibilitando a utilização das caixas recusadas para produtos dentro da conformidade. Equipamento
utilizado geralmente em indústria alimentícia.
Funcionamento: as caixas passam pelo detector de metais (1), quando é identificado algum metal,
o detector envia um sinal para o dispositivo de desvio (2), onde faz o desvio do trilho para os produtos
não conforme.
Quando a caixa que está na esteira não conforme passa pela foto célula (3) no final da esteira, é
enviado um sinal e o elemento de desvio retorna à posição inicial.
Quando as caixas estão com produtos conformes, passa normalmente em direção à seladora (4) e à
impressora (5), com destino ao cliente.
1. Detector de metais
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Automação e Instrumentação Industrial
3. Foto célula
4. Seladora de caixa
5. Impressora
Funcionamento: o transporte da ensacadeira leva o saco até a base dos atuadores, onde o atuador
01 empurra o saco para a esteira do pallet 01, o sensor óptico 01 (localizado no final do transporte)
manda um sinal ao controlador, indicando a presença de um saco onde o controlador aciona o atuador
02 para empurrar o próximo saco para o pallet 02.
43
Unidade I
2 MALHAS DE CONTROLE
Por mais complexo que seja o processo, seu controle automático é realizado pela malha de controle.
O sistema de controle com muitas variáveis independentes pode ser dividido sucessivamente até se
chegar ao módulo unitário mais simples, que é a malha de controle de uma única variável.
A malha é uma série de instrumentos interligados entre si, que produz um resultado útil e desejado,
com pequena ou nenhuma supervisão humana. A principal característica de uma planta de processo
bem projetada, sob o ponto de vista de controle, é a grande produção com poucos operadores de
processo.
A malha de controle mais simples possível é constituída de um único controlador, ligado diretamente
à válvula de controle que atua no processo. Na prática, por questão das grandes distâncias envolvidas,
dos demorados tempos de resposta, da necessidade do condicionamento de sinais mal comportados, da
vantagem da linearização de sinais quadráticos, da exigência de compatibilidade de sinais com naturezas
distintas, a malha de controle possui outros instrumentos para executar estas funções auxiliares e opcionais.
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Automação e Instrumentação Industrial
É importante identificar e conhecer todos os componentes da malha, pois este é o ponto de partida
para se ter um controle estável. Cada componente da malha apresenta um atraso ou é um componente
dinâmico da malha.
Para se fazer o controle de uma variável, é necessário, antes de tudo, medir o seu valor. O componente
básico da medição é o elemento sensor. Ele não é um instrumento completo, mas parte integrante do
transmissor ou do controlador. O tipo do elemento sensor depende basicamente da variável medida.
O sensor pode ser de natureza mecânica ou eletrônica. O sensor mecânico sente a variável do
processo e gera na saída uma força ou um movimento mecânico. O sensor eletrônico ativo sente a
variável e gera na saída uma tensão elétrica e não necessita de alimentação; o sensor eletrônico passivo
requer uma tensão de alimentação e varia uma grandeza elétrica passiva, como resistência, capacitância
ou indutância.
2.1.3 Transmissor
Os sinais padrão são: pneumático, de 3 a 15 psig e eletrônico, de 4 a 20 mA CC. São pouco usados: 0
a 20 mA CC (não é faixa detectora de erro), 10 a 50 mA CC (nível elevado e perigoso), 1 a 5 V CC (tensão
não é conveniente para a transmissão).
45
Unidade I
2.1.5 Controlador
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Automação e Instrumentação Industrial
A válvula deve possuir uma mola, que leva a posição para uma situação extrema, totalmente aberta
ou fechada quando não há sinal de atuação. A força de atuação deve vencer as forças exercidas pela
mola e pelo processo.
A válvula é o equipamento projetado para produzir uma dissipação de energia de modo a controlar
a vazão ou também para produzir uma queda de pressão ajustável. A válvula de controle possui vários
parâmetros: conexões, número de sedes, formato do obturador, tipos de operação, características
inerentes entre a vazão e a abertura, materiais.
Mesmo com a instrumentação eletrônica, o elemento final mais usado é a válvula com atuador
pneumático. O atuador pneumático é o mecanismo mais simples, seguro, rápido e econômico que existe
em uma malha de controle.
Há outros acessórios opcionais da malha de controle, que servem para fornecer segurança ou
comodidade ao sistema.
47
Unidade I
Acessórios clássicos:
O sucesso ou o fracasso de qualquer sistema de controle se baseia no uso inteligente das informações
disponíveis do processo. Sob o ponto de vista de configuração, há dois tipos básicos de malhas de
controle: a aberta e a fechada.
A malha aberta possui um princípio e um fim diferentes entre si. A malha fechada pode ser percorrida
continuamente, saindo-se e chegando ao mesmo ponto. A malha é fechada pelo processo.
48
Automação e Instrumentação Industrial
Figura 14 - Malhas abertas ativas: controle manual (HIC) e controle lógico programável (CLP).
Outro exemplo de malha aberta é o registro da temperatura na sala de controle. A malha aberta
é constituída do transmissor e do registrador. O transmissor, ligado ao processo, envia o sinal para o
registrador de painel.
O controle manual pode ser considerado como uma malha aberta ativa, no sentido de que há a
geração de um sinal para atuar no processo.
No controle manual, através de uma estação manual de controle (HIC) isolada ou acoplada ao
controlador automático, o operador de processo gera manualmente o sinal que atua diretamente na
válvula de controle. Normalmente, o operador atua e observa a medição da variável, porém, não há uma
realimentação física entre sua atuação e a medição.
É possível se ter controle automático do processo com a malha aberta. O controle de malha aberta
se baseia em prognóstico, em um programa preestabelecido. Durante a operação não se faz medição
nem comparação e nem correção.
Exemplo de um controle com malha aberta é a máquina automática de lavar roupa. Nesse sistema de
controle, deseja-se obter como resultado a roupa limpa na saída. Antes de se iniciar o processo ajustam-
se todos os parâmetros da máquina: o tempo e a velocidade do ciclo, a temperatura, a quantidade
49
Unidade I
de sabão, a vazão d’água. A máquina é ligada, inicia-se o ciclo e o operador espera passivamente o
resultado da lavagem. Se os ajustes foram bem programados e feitos, tem-se a roupa idealmente limpa.
Isso mostra que é possível se obter resultados desejados e conseguir um controle perfeito com a malha
aberta de controle.
2.3.1 Realimentação
Diz-se que um sistema possui uma realimentação quando se faz a medição de uma variável em
sua saída e se faz uma correção na sua entrada, baseada nessa medição. Aqui deve ser feita uma
consideração especial acerca dos conceitos de saída e entrada do processo. Quando se diz que se mede
na saída e atua na entrada, significa que se realiza uma realimentação. Fisicamente, a medição pode ser
na entrada do processo e a atuação na saída do processo. Por exemplo, no controle de vazão, o elemento
sensor é colocado depois da válvula de controle para não provocar distúrbio na medição.
50
Automação e Instrumentação Industrial
Didaticamente, podem-se distinguir cinco partes essenciais em um sistema de controle com malha
de realimentação negativa:
1. o meio de medição, que pode ser o elemento sensor ou o transmissor com o elemento sensor. Ele
prove um sinal proporcional ao valor da variável.
3. o controlador do processo, que gera automaticamente um sinal analógico, que é uma função
matemática do erro detectado (diferença entre medição e ponto de ajuste).
4. o elemento final de controle, que manipula uma variável que influa na variável controlada,
recebendo o sinal da saída do controlador.
5. o processo, que é o motivo da existência da malha de controle Outros instrumentos podem ser
adicionados à malha básica de controle para otimizar o seu funcionamento. Por exemplo, pode-se
colocar equipamentos para condicionar, converter, transduzir, transformar, amplificar, atenuar e
filtrar os sinais de informação e de atuação do controle. Além do controle, a malha pode ainda
desempenhar funções de registro, totalização e alarme. Para tornar mais flexível e seguro, é
também prática comum o uso de controle manual, como reserva do controle automático.
51
Unidade I
Na malha de controle há duas realimentações negativas: uma na malha externa de controle e outra
no circuito interno do controlador. Na malha externa de controle, faz se a medição da variável controlada,
ela é comparada com uma referência externa do controlador e gera se uma ação corretiva que vai para
o elemento final de controle. Internamente ao controlador, recebe-se a medição da variável controlada,
ela é comparada com o ponto de ajuste de referência e na saída do controlador é realimentada a sua
entrada para estabilizar sua saída num valor finito.
A melhor resposta de uma malha de controle a realimentação negativa está longe da perfeição, pois
seu princípio de funcionamento se baseia numa imperfeição. Só há controle quando há erro. Podem-se
listar as seguintes características do controlador com realimentação negativa:
2. mesmo que a detecção do erro entre a medição e o ponto de ajuste seja rápida, a resposta de toda a malha
de controle pode ser muito grande por causa da grande inércia (capacidade e resistência) e tempo morto
do processo. O atraso da resposta implica em mau controle, com produto fora da especificação;
4. o controlador sempre mede uma variável na saída do processo e manipula uma variável na entrada.
O controlador mede a demanda e atua no suprimento do processo;
5. o sistema de controle não mede diretamente os distúrbios, mas mede as consequências desses
distúrbios, que são as alterações na variável controlada;
6. O controlador só atua na variável manipulada quando for detectado o desvio na variável controlada,
provocado pela alteração da carga;
52
Automação e Instrumentação Industrial
7. base matemática da ação corretiva da malha fechada com realimentação negativa é o erro
existente entre a medição da variável e o valor ajustado de referência;
8. a saída do controlador é constante e diferente de zero quando o erro entre medição e ponto de
ajuste for zero.
O sistema de controle deve ser estável. Se o sistema não for estável, não é usável. A finalidade do sistema
de controle é a de produzir o processo estável, com uma resposta desejada aos distúrbios do processo. O
bom sistema de controle deve estabilizar o processo, que seria instável sem o sistema de controle.
Existem sistemas que são estáveis, mesmo sem a utilização de controle automático. O sistema é
instável quando a introdução de um distúrbio no processo, mesmo transitório, provoca a oscilação na
variável ou a leva para um valor que cresce continuamente.
O processo é considerado instável quando sua saída se torna cada vez maior, com as oscilações com
amplitudes crescentes. Na prática, a máxima amplitude do sistema instável é limitada pelas próprias
características físicas do sistema. Por exemplo, a válvula abre no máximo até 100% e a temperatura
máxima do vapor saturado é de 100oC à pressão atmosférica.
Figura 20 - Sistema com estabilidade limite: distúrbio aparece e permanece. Controle liga-desliga.
53
Unidade I
Figura 21 - Sistema estável: distúrbio aparece e desaparece. Estabilidade ideal com amortecimento de 4:1.
Como a resposta é assintoticamente exponencial, a saída leva um tempo teoricamente infinito para
atingir o valor de regime. No processo autorregulante, o tempo característico ou a constante de tempo de
realimentação negativa é o tempo decorrido da interseção da tangente com o eixo do tempo requerido
para a saída atingir cerca de 63% do valor final quando se aplica um degrau unitário da entrada.
Para o processo integrante, o cálculo do tempo característico é mais difícil, pois é problemático
identificar o ponto de inflexão para a tangente e não há um valor final de tendência. A constante de
tempo característica é o tempo decorrido da interseção da tangente com o eixo do tempo até a saída
atingir um erro de malha aberto. No processo com realimentação positiva, o tempo característico ou a
constante de tempo de realimentação positiva é o tempo decorrido da interseção da tangente com o
eixo do tempo requerido para a saída atingir cerca de 172% do valor do erro de malha aberta quando
se aplica um degrau unitário da entrada.
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Automação e Instrumentação Industrial
Teoricamente, há vários critérios de estabilidade do sistema linear: Nyquist, Routh Hurwitz, Root
Locus e diagrama de Bode. Está além do escopo do presente trabalho o estudo detalhado e matemático
destes critérios. O método de Nyquist é um gráfico. Se o gráfico engloba o ponto (-1 +j 0), o sistema é
instável; se não, o sistema é estável.
Pelo critério de Routh Hurwitz, as raízes da equação característica do sistema devem estar do lado
esquerdo do plano, implicando que as raízes devem ter partes reais negativas.
O uso dos computadores digitais ajudou grandemente a técnica do Root Locus, pois facilitou o cálculo
de todos os zeros e polos da função de transferência. A adição de polos à função de transferência piora
a estabilidade relativa do sistema de malha fechada. Por exemplo, a ação integral equivale fisicamente
a um polo. A adição de zero à função de transferência melhora a estabilidade relativa do sistema de
malha fechada. A ação derivativa equivale fisicamente a um zero. O efeito da variação do local do zero
é equivalente à alteração do tempo integral do controlador.
Quando se trabalha com qualquer um dos elementos no processo, é conveniente se ter um modo
simples, conciso e completo para descrever o desempenho deste elemento. Uma equação da saída não
funciona quando a saída de um elemento não depende de sua entrada.
Assim, a relação da saída para a entrada é usada e dada qualquer entrada, pode-se prever sua
saída. Define-se como função de transferência a relação entre sua saída e sua entrada no domínio da
frequência. Através de outros operadores matemáticos pode-se mudar para o domínio do tempo.
55
Unidade I
2.4.4 Ganho
O ganho do instrumento é a relação entre o sinal de saída sobre o sinal de entrada. Quanto maior
o ganho do equipamento, maior é a sua sensibilidade. Na instrumentação, para um mesmo erro na
entrada, um controlador de alto ganho produz uma saída maior que um controlador de ganho pequeno.
O ganho pode ser expresso por um número adimensional ou por um número com dimensões.
Por exemplo, o ganho de potência de um amplificador eletrônico igual a 1000 significa que a
potência de saída do amplificador é cerca de 1000 vezes maior que a entrada. Em eletrônica, para
facilitar as operações e diminuir o tamanho dos números, o ganho é expresso em decibel. Por definição,
o ganho em decibel (db) relaciona logaritmos decimais:
O amplificador eletrônico com ganho adimensional de potência igual a 1000 possui o ganho igual a
30 db. A vantagem do uso da unidade decibel é a substituição da multiplicação pela soma.
Neste caso, a entrada do transmissor é temperatura e a saída é o sinal padrão de corrente. Tem-se a
dimensão de mA/oC.
Em outro exemplo, o ganho da válvula de controle cuja entrada é uma vazão de 0 a 10m3/h e saída
a abertura de 0 a 100%, vale:
Agora, a dimensão do ganho é %.h/m3 . O ganho para uma determinada vazão de 5 m3/h e válvula
linear com abertura correspondente de 50% é de 10 %.h/m3.
Em outro exemplo, se deseja controlar o nível de um tanque através de uma válvula acionada por
motor. A válvula requer 10 rotações do motor para ir de 0% a 100%. O motor gira em 100 p/min.
Quando aberta, a válvula permite uma vazão de 50 l/min. Determinar o tempo de resposta da válvula se
o volume do tanque for a) 800 l ou b) 10 l.
56
Automação e Instrumentação Industrial
a) Para um tanque de 800 l, a constante de tempo do tanque é muito maior que cada válvula (16min
>> 0,1min). A constante da válvula é desprezível quando comparada com a do tanque de 800 l.
b) Para um tanque de 10 l:
O tanque de 10 l será cheio em 12 segundos (0,2 minuto), com a válvula totalmente aberta. Porém,
para se obter a válvula totalmente aberta, gasta-se 6 segundos.
Neste tanque, sua constante de tempo é da ordem de grandeza da constante da válvula que agora
deve ser considerada.
Como o ganho do instrumento está relacionado com sua sensibilidade e como pequena entrada
implica em alto ganho, todo instrumento tem uma entrada mínima possível, abaixo da qual é impraticável
trabalhar com ele. Por exemplo, a largura de faixa mínima para se calibrar um transmissor de temperatura
é de 10oC, pois abaixo desta largura de faixa o seu ganho seria muito alto e o transmissor instável.
Cada instrumento componente da malha possui um determinado ganho estático e outros parâmetros
dinâmicos para descrever sua resposta. O comportamento estático se refere ao seu regime permanente ou
em baixas frequências. O ganho em regime é a relação da variação da saída dividida pela variação da entrada
após todos os transigentes desaparecerem. Este ganho é a inclinação da curva da saída versus a entrada. Se
esta curva for uma reta com inclinação constante, o ganho é linear. O ganho é não linear quando a inclinação
varia com o ponto de ponto e a curva possui inclinação variável. O ganho estático é facilmente computado,
bastando se aplicar na entrada do dispositivo um sinal e medir a correspondente saída.
Os sistemas de uma malha de controle nem sempre são lineares. Os seus ganhos não são constantes
em toda a faixa de operação.
57
Unidade I
Por exemplo, a placa de orifício tem uma saída que é proporcional à pressão diferencial que segue
uma relação quadrática com a vazão (Q2 = K dp). O transmissor de pressão diferencial de vazão terá um
ganho alto quando a vazão varia no começo da faixa e terá um ganho pequeno para os valores elevados
da vazão. Também as válvulas de controle possuem tipos de internos que podem exibir vários tipos
matemáticos de ganho: linear, igual percentagem (exponencial), parabólica.
O ganho dinâmico está relacionado com as altas frequências e pode ser computado aplicando-
se uma onda senoidal na entrada e observando-se a saída resultante. A relação das amplitudes de
saída e de entrada dá o ganho dinâmico. Porém, o ganho também depende da frequência da onda
senoidal: quanto maior a frequência, menor o ganho dinâmico. Quando a frequência se aproxima do
zero, tem-se o ganho estático. Quando se manipulam sinais senoidais no tempo, além da modificação
da amplitude dos sinais, há o deslocamento do ângulo de fase, quando o dispositivo pode atrasar ou
adiantar o sinal de entrada.
Quando o ganho dinâmico da malha total é maior que 1, a amplitude de oscilação dos distúrbios
irá aumentar e o processo é instável. Quando o ganho dinâmico é igual a 1, está-se no limite entre a
oscilação e a estabilidade. As oscilações permanecem com amplitude constante e o processo é instável.
Quando o ganho dinâmico é menor que 1, a oscilação terá amplitudes decrescentes e o processo é
estável. Todos os sistemas de controle são projetados e ajustados para se ter um ganho total da malha
menor que 1, de modo a ter uma resposta atenuada e ser estável.
Nos controladores digitais, os ajustes são feitos no ganho do controlador; nos analógicos, os ajustes
e a terminologia se referem à banda proporcional.
A banda proporcional é, por definição, a relação entre a entrada e a saída do controlador. Como
consequência, a banda proporcional é o inverso do ganho.
58
Automação e Instrumentação Industrial
A ação é inversa porque a saída aumenta quando a medição diminui. Neste exemplo, abaixo de
375ºC, extremidade inferior da banda proporcional, a saída está em 100%. Acima de 425ºC, extremidade
superior da banda, a saída está em 0%. Entre estas duas extremidades, a saída pode ser achada, traçando
uma linha vertical do eixo de temperatura até atingir a curva de transferência e depois horizontalmente
até o eixo da saída. Notar que a saída é 50% quando a temperatura está no ponto de ajuste. A largura
da banda proporcional varia a relação entre o afastamento da temperatura do ponto de ajuste e a saída.
Quando a entrada varia de 0 a 100% e provoca uma variação de 0 a 100% na saída, tem-se uma
banda proporcional de 100% e ganho igual a um. Quando a variação na entrada de apenas 0 a 10%
produz uma variação na saída de 0 a 100%, a banda proporcional é de 10% e o ganho desse controlador
vale 10. No caso de se ter uma variação na entrada de 0 a 100% produzindo uma variação na saída de
apenas 0 a 10%, a banda proporcional desse controlador vale 1000% e o ganho vale 0,1.
O controlador com a banda proporcional infinita precisa de uma variação infinita na medição para
fazer a válvula variar de 0 para 100% de abertura e portanto não realiza nenhum controle. O controlador
59
Unidade I
com banda proporcional zero, ou seja, um único ponto, provoca uma variação na válvula de controle de
0 a 100%; este controlador ultrassensível é o liga-desliga.
Como consequência, o mesmo controlador proporcional pode ser aplicado para controlar vários
tipos de processos. Apenas sua banda proporcional é ajustada para torná-lo mais ou menos sensível.
Os processos lentos são pouco sensíveis, possuem ganho pequeno e requerem o controlador com
banda proporcional muito estreita; por exemplo, a banda proporcional para o controle de temperatura é
tipicamente menor que 100%. Os processos rápidos são muito sensíveis, possuem alto ganho e requerem
o controlador com banda proporcional muito larga; por exemplo, a banda proporcional para o controle
da vazão é normalmente maior que 100%.
O segundo parâmetro da resposta de um elemento a uma entrada cíclica é o ângulo de fase. Por
causa dos atrasos dentro do elemento, o pico da saída não coincide com o pico da entrada. O ângulo
de fase de um elemento mede este deslocamento. Um ciclo completo em qualquer sinal periódico se
compõe de 360 graus. Se o pico do ciclo da saída ocorre a 1/4 do caminho do ciclo de entrada, o ângulo
de fase q vale
θ = 360(− ¼) = −90o
O sinal negativo significa que o pico da saída ocorre depois do pico da entrada. Isto é consideração
de um atraso de fase. É também possível se ter o pico da saída antes do pico da entrada, isto é chamado
de adiantamento de fase.
Os atrasos em qualquer elemento de uma malha de controle causam atrasos entre a variação da
entrada e a variação resultante da saída. Quando o sinal é senoidal, o atraso do tempo equivale ao atraso
do ângulo de fase. O atraso do ângulo de fase varia com a frequência do sinal. O deslocamento da fase
aumenta proporcionalmente com a frequência.
O atraso total da malha de controle deve ser de 180o, correspondente à realimentação negativa.
Quando se tem um distúrbio na malha, deve haver uma ação corretiva oposta ao distúrbio, ou seja,
defasada de 180o.
O que provoca o atraso ou a defasagem do sinal são os parâmetros capacitivos e os tempos mortos.
Todos os elementos da malha de controle possuem, em graus diferentes, circuitos que defasam o
sinal. Por exemplo, o atuador da válvula de controle é de grande capacidade, portanto, causa atraso
no sinal. O controlador deve ter circuitos com capacitâncias ajustáveis, de modo que, no final, o
ângulo total de defasagem seja igual a 180o, responsável pela realimentação negativa da malha de
controle. Os circuitos integrais e derivativos possuem esses elementos para compensar os atrasos e
avanços da malha de controle.
60
Automação e Instrumentação Industrial
2.4.7 Oscilação
A oscilação é qualquer efeito que varia periodicamente no tempo entre dois valores extremos. Em
instrumentação, a variável controlada entra em oscilação quando o seu valor oscila periodicamente
entre os valores máximo e mínimo.
Há uma confusão relacionada com a oscilação, pois a saída cíclica não implica necessariamente em
oscilação. Por exemplo, quando se aplica um sinal periódico na entrada de um amplificador, a sua saída
será também periódica, sem que haja oscilação. Nesta situação, as frequências da entrada e da saída são
iguais e os sinais são dependentes. O amplificador oscila quando se aplica um sinal constante na entrada
e a sua saída é periódica.
Ou então, quando os sinais de entrada e de saída são periódicos, porém, a frequência do sinal
de saída é diferente da frequência da entrada. A frequência do sinal oscilante depende apenas dos
parâmetros do circuito interno.
2.4.8 Saturação
Genericamente, saturação é a condição em que uma alteração na causa não produz variação
correspondente no efeito resultante ou um aumento adicional da entrada não produz o correspondente
aumento da saída.
A saturação pode ser provocada pelo processo, pelos seus equipamentos e pelos instrumentos da
malha de controle.
O controlador com a ação integral satura quando o erro entre a medição e o ponto de ajuste é muito
demorado.
61
Unidade I
Figura 25 - Saída saturada: mantém-se constante no valor máximo, mesmo com aumento da entrada.
A válvula subdimensionada satura quando atinge os 100% de abertura e a sua abertura máxima é
insuficiente para a obtenção do controle. A saída do controlador aumenta para solicitar maior abertura,
o que é impossível para a válvula com capacidade insuficiente. O bloqueio da haste da válvula também
provoca a saturação da saída do controlador, pois a variação da saída não produz nenhum efeito na
abertura da válvula.
A entrada muito grande pode também provocar a saturação do sistema, pois sua saída atinge o valor
limite do sistema e não responde mais à entrada. A forma de onda da saída fica distorcida e diferente
da forma da entrada.
2.4.9 Amortecimento
1. O sistema é superamortecido quando a variação da resposta ao degrau é lenta e sobe com pequena
inclinação.
Para haver estabilidade, o ganho total deve ser menor que 1, pois o distúrbio é amortecido e
eliminado com o tempo. Quando o ganho é maior que 1, as oscilações aumentam e não há interesse
prático. Para a passagem de sistema amortecido para sistema com instabilidade crescente, tem-se o
sistema com instabilidade com oscilações constantes: o ganho total da malha é igual a 1. Há interesse
em se conseguir essa oscilação apenas como caminho intermediário para calibração do controlador. É
desejável, na prática, que todos os sistemas de controle apresentem um subamortecimento, idealmente
na proporção de 4:1.
62
Automação e Instrumentação Industrial
Quando são definidos todos os parâmetros do processo: a faixa de medição, o uso do transmissor com
sinal padrão de saída, o modo de controle, o tipo e o tamanho da válvula de controle, o uso de posicionador,
o único instrumento que apresenta uma chave para o ajuste do ganho é o controlador. O ajuste adequado
do ganho do controlador é o responsável principal pela estabilidade ou não do sistema de controle.
O objetivo de cada malha de controle é encontrar um valor para o sinal de controle que mantenha
a medição constante e igual ao ponto de ajuste para as condições de carga existentes. Os enfoques de
realimentação negativa e de predição e antecipação podem ser usados.
O ganho total da malha fechada deve ser menor que a unidade para que os distúrbios que aparecerem
no sistema sejam amortecidos e eliminados. No caso limite, com ganho igual a um, qualquer distúrbio
no processo permanece constante, com as amplitudes das oscilações constantes.
Um sistema de controle é estável se e somente se o ganho total da malha for menor que 1 e o ângulo
de fase da ação corretiva for igual a 180 graus. O ganho deve ser menor que 1 para que qualquer erro
introduzido no sistema por distúrbios externos seja atenuado e eliminado. O ângulo de fase deve ser de
180 graus para que a ação corretiva seja exatamente contrária ao erro.
O ganho total da malha é igual ao produto dos ganhos individuais de cada componente do sistema,
incluindo o processo. Há, portanto, três tipos diferentes de ganhos no sistema de controle: o ganho do
processo, que é variável com as alterações de sua carga. São as variações do ganho do processo que
devem ser controladas e administradas. O ganho do controlador, que é ajustável. O único instrumento
que possui um ajuste de ganho é o controlador.
Os ganhos dos outros instrumentos que formam a malha de controle são estabelecidos e fixos
quando se define o projeto do sistema. O ganho do transmissor depende da faixa a ser calibrada, o
ganho da válvula de controle depende de sua característica inerente. O ganho da malha de instrumentos
depende ainda do uso/não uso do extrator de raiz quadrada, do posicionador da válvula.
Na malha de controle constituída de transmissor (t), extrator de raiz quadrada (e), controlador
(C), transdutor I/P (i/p), válvula de controle com atuador pneumático (v) é usada para a regulação do
processo (P) tem-se o seguinte ganho total (T):
GT = Gt . Ge . GC . Gip . Gv . GP
GT = Gt . Ge . GC . Gip . Gv . GP < 1
63
Unidade I
GT = GK. GC . GP
Esse ganho total deve ser sempre menor que 1 para que se tenha uma das condições da estabilidade
do sistema. Deste modo, o controlador deve ter um ganho ajustado de modo que as variações do ganho
do processo não ultrapassem o limite de ganho total 1.
A condição de ganho total menor que 1 é muito vaga e elástica, pois 0,10 , 0,50 e 0,90 são todos
menores que 1. A diferença é que 0,10 está muito distante de 1, 0,90 está muito próximo de 1 e 0,50
está a meio caminho de 1.
Quando o sistema é ajustado com ganho total igual a 0,10, ele está muito distante da oscilação,
mas a sua qualidade de controle é ruim. O sistema é pouco sensível e corrige demoradamente os seus
distúrbios.
Por outro lado, se o ganho do controlador é ajustado para que o ganho total seja igual a 0,90, o
sistema ainda é estável, porém, pequenas variações de ganho do processo podem provocar a oscilação
no sistema. Este sistema é muito sensível e rápido para responder e corrigir os erros provocados pelos
distúrbios, porém, ele está muito próximo da oscilação.
Figura 26 - Malha de controle do processo vazão, com (a) placa de orifício (FE),
(b) transmissor d/p cell (FT), (c) extrator de raiz quadrada (FY-A), (d) controlador (FC), (e) transdutor
i/p (FY-B), (f) válvula de controle (FCV).
Então, a tendência é de se ter um ganho total de 0,50, que é uma situação de compromisso entre a
estabilidade e a qualidade do controle do sistema.
Quando o ganho da malha fechada é igual a 1, tem-se a oscilação constante da variável e o processo
é instável. Para se ter estabilidade é necessário que o ganho total seja menor que 1.
64
Automação e Instrumentação Industrial
Chama-se margem de ganho o que falta para o ganho alcançar o valor de 1, quando se mantém
o ângulo de correção igual a 180 graus. Esta margem de ganho pode ser considerada como a faixa de
liberdade que o ganho do processo pode variar sem provocar oscilação no sistema. Quanto maior a
margem de ganho, menor é o ganho e mais estável é o processo.
Figura 27 - Se o ganho do processo varia com a carga, o ganho total da malha pode ser mantido constante usando uma válvula cuja
variação do ganho com a carga compense a variação de ganho do processo.
O comportamento do sistema físico pode ser alterado através das variáveis manipuladas geradas por
um controlador.
Especificações de desempenho
65
Unidade I
Histórico
1868 – J. C. Maxwell desenvolve o modelo matemático para o controle de uma máquina a vapor.
1913 – Henry Ford desenvolve uma máquina de montagem utilizada na produção de automóveis.
1995 – Controle automático é largamente utilizado em automóveis e sistemas robustos são utilizados
na manufatura.
Usa técnicas de controle preditivo multivariável a processos industriais para impedir que as
variáveis de processo violem as suas restrições.
66
Automação e Instrumentação Industrial
Visa a maximizar uma dada função de desempenho do processo (usualmente econômica). Envia os
SetPoints para o controle regulatório. Utiliza técnicas de controle não lineares: fuzzy, neural, adaptativo,
robusto etc. Realiza inferência de produtos.
Hierarquia da automação
Principais vantagens
Melhoria na qualidade dos produtos: o uso de inferência reduz as variações nas propriedades dos
produtos.
67
Unidade I
Antes de partir para o controle avançado, deve-se tentar otimizar o controle regulatório: sintonizando
os parâmetros dos PIDs e verificando a instrumentação. O investimento em controle avançado custa de
dez a quinze vezes mais em relação a melhorias no sistema de controle regulatório.
Características
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Automação e Instrumentação Industrial
Implantação de CAV
A implantação do controle avançado (CAV) envolve desde o projeto funcional, que define as diretrizes
para maximizar a lucratividade de determinado processo, até a implementação do controle preditivo
multivariável e o treinamento dos operadores e técnicos das empresas.
Revisão e ajuste de malhas regulatórias: sintonia dos controladores PID, avaliação da instrumentação
(sensores, válvulas etc.)
Identificação do processo: seleção do melhor modelo em uma classe, estimação dos parâmetros,
validação.
Treinamento de operadores.
69
Unidade I
MODELOS
Modelos de processo
Qualquer descrição de um sistema pode ser considerada como seu modelo. Em termos de propósitos
de controle, o modelo deve conter informações que permitam predizer as consequências das mudanças
das condições operacionais dos processos. Um modelo pode ser desde uma descrição matemática ou até
qualitativa do comportamento de um processo.
CONTROLADORES
Modelo inverso.
PID.
Adaptativo.
Multivariável.
Robusto.
Globalmente linearizante.
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Automação e Instrumentação Industrial
Modelo inverso
Impraticável devido a:
PID Clássico
• Pode ser sintonizado (selecionados os três parâmetros) empiricamente ou pelo uso do modelo do
processo.
• É ótimo para processos de 1a ordem com atraso ou para processos de 2a ordem sem atraso.
Controle adaptativo
71
Unidade I
• Permite o uso de modelos não lineares: redes neurais, séries temporais não lineares.
• Controladores PID não são adequados para sistemas com grandes atrasos.
Controle multivariável
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Automação e Instrumentação Industrial
• Processos com mais de uma entrada (Variável Manipulada) e/ou mais de uma saída (Variável de
Processo).
• Exemplo: reatores químicos. Em que nível, temperatura e pressão devem ser controlados.
• Em muitos casos, a alteração de uma variável manipulada causa mudanças em mais de uma
variável de processo (acoplamento).
Controle robusto
• Projeto de um controlador que deve manter a estabilidade, bem como um desempenho especificado
sobre a faixa de condições de operação.
Controle inferencial
73
Unidade I
• Pela monitoração de variáveis secundárias é possível inferir a variável primária, geralmente uma
medida da qualidade do produto.
• Não substituem o controlador por realimentação convencional, mas são alterações ou adições
que possibilitam melhorar o desempenho do sistema de controle.
Controle em cascata
74
Automação e Instrumentação Industrial
Operação
• Quando ocorre uma mudança na pressão na linha de descarga, o controlador de vazão ajustará a
válvula de saída antes que o nível do tanque seja significativamente alterado.
Controle de relação
• Existem muitas situações nos processos industriais em que é necessário manter duas variáveis
numa proporção ou relação definida.
• Uma variável flutua livremente de acordo com as exigências do processo e é chamada de variável
livre.
Controle antecipatório
• O controle antecipatório ou feedforward é proposto para suprir uma deficiência do controle por
realimentação, que é a necessidade da existência de um erro para que o controlador tome alguma
atitude.
• A ideia do controle antecipatório é medir os distúrbios que perturbam o processo e tomar uma
atitude antes que estes perturbem a saída do processo.
• O distúrbio é medido e baseado num valor do Set Point para a variável controlada. É calculado
o valor necessário para a variável manipulada de maneira a evitar que a variável controlada seja
alterada.
76
Automação e Instrumentação Industrial
Comportamento dinâmico
Processos industriais
77
Unidade I
Controlador industrial
• Ter uma forma de alterar o valor do Set Point quando o controlador está em automático.
CONTROLE FEEDFORWARD
O que é?
O controle feedforward usa o conhecimento das perturbações para agir sobre o sistema antes que
estas afetem o erro.
78
Automação e Instrumentação Industrial
Controle convencional
Se as perturbações são mensuráveis, o controle feedforward é um método útil para cancelar os seus
efeitos na saída do processo.
A vantagem deste tipo de controle é que a ação corretiva ocorre antecipadamente, ao contrário do
controle por realimentação, em que a ação corretiva acontece somente depois da saída ser afetada.
79
Unidade I
Exemplo
Perturbação:
• seu efeito não pode ser sentido imediatamente devido aos atrasos envolvidos no sistema;
• um controlador feedforward que receberá também a informação da vazão poderá agir mais cedo
sobre a válvula de vapor.
CONTROLE EM CASCATA
O que é?
80
Automação e Instrumentação Industrial
HISTÓRICO
Aristóteles, filósofo grego (384 - 322 a.C.), foi o fundador da ciência da lógica e estabeleceu um
conjunto de regras rígidas para que conclusões logicamente válidas pudessem ser aceitas. O emprego da
lógica de Aristóteles levava a uma linha de raciocínio lógico baseado em premissas e conclusões. Como
um exemplo: se é observado que “todo ser vivo é mortal” (premissa 1), a seguir, é constatado que “Sarah
é um ser vivo” (premissa 2), como conclusão, temos que “Sarah é mortal”.
Desde então, a lógica Ocidental, assim chamada, tem sido binária, isto é, uma declaração é falsa
ou verdadeira, não podendo ser ao mesmo tempo parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Esta
suposição e a lei da não contradição cobrem todas as possibilidades e formam a base do Pensamento
Lógico Ocidental.
A Lógica Fuzzy (Lógica Nebulosa) viola estas suposições. Um sim ou um não como resposta a
estas questões é, na maioria das vezes, incompleto. Na verdade, entre a certeza de ser e a certeza de
não ser, existem infinitos graus de incerteza. Esta imperfeição intrínseca à informação representada
numa linguagem natural tem sido tratada matematicamente no passado com o uso da teoria
das probabilidades. Contudo, a Lógica Fuzzy (Nebulosa), com base na teoria dos Conjuntos Fuzzy
(Nebulosos), tem se mostrado mais adequada para tratar imperfeições da informação do que a teoria
das probabilidades.
A Lógica Fuzzy encontra-se entre as técnicas mais recentes de Inteligência Artificial, também
conhecida como Conjuntos Fuzzy. Este termo, a princípio, nos convida a pensar em algo confuso
(nebuloso), porém, atualmente é bastante direto. Essa técnica, muito usada no Japão, é fruto da tão
esperada quinta geração dos computadores, uma geração que morreu antes mesmo de nascer.
Uma das principais potencialidades da Lógica Fuzzy, quando comparada com outros esquemas que
tratam com dados imprecisos como redes neurais, é que suas bases de conhecimento, as quais estão no
formato de regras de produção, são fáceis de examinar e entender. Este formato de regra também torna
fácil a manutenção e a atualização da base de conhecimento.
81
Unidade I
Histórico
O conceito de Conjunto Fuzzy foi introduzido em 1965 por Lotfi A. Zadeh (Universidade da Califórnia,
Berkeley). A ele é atribuído o reconhecimento como grande colaborador do Controle Moderno. Em
meados da década de 60, Zadeh observou que os recursos tecnológicos disponíveis eram incapazes de
automatizar as atividades relacionadas a problemas de natureza industrial, biológica ou química, que
compreendessem situações ambíguas, não passíveis de processamento através da lógica computacional
fundamentada na lógica booleana. Procurando solucionar esses problemas, o Prof. Zadeh publicou, em
1965, um artigo resumindo os conceitos dos Conjuntos Fuzzy, revolucionando o assunto com a criação
de Sistemas Fuzzy.
Em 1974, o Prof. Mamdani, do Queen Mary College, Universidade de Londres, após inúmeras
tentativas frustradas em controlar uma máquina a vapor com tipos distintos de controladores, incluindo
o PID, somente conseguiu fazê-lo através da aplicação do raciocínio Fuzzy.
Esse sucesso serviu de alavanca para muitas outras aplicações, como em 1980, no controle Fuzzy
de operação de um forno de cimento. Vieram, em seguida, várias outras aplicações, destacando-se,
por exemplo, os controladores Fuzzy de plantas nucleares, refinarias, processos biológicos e químicos,
trocador de calor, máquina diesel, tratamento de água e sistema de operação automática de trens.
Sistemas Fuzzy foram amplamente ignorados nos Estados Unidos porque foram associados
com inteligência artificial, um campo que periodicamente se obscurecia, resultando numa falta de
credibilidade por parte da indústria. A propósito disto e apenas a título de ilustração, mais de 30% dos
artigos até hoje publicados são de origem japonesa.
Os japoneses não tiveram este prejuízo; o interesse em Sistemas Fuzzy foi demonstrado por Seiji
Yasunobu e Soji Miyamoto, da Hitachi, que em 1985 apresentou simulações que demonstraram
a superioridade de Sistemas de Controle Fuzzy para a estrada de ferro de Sendai; suas ideias foram
adotadas e Sistemas Fuzzy foram usadas para controle de aceleração, frenagem e parada quando a linha
foi inaugurada em 1987.
Outro evento, em 1987, ajudou a promover o interesse em Sistemas Fuzzy durante um encontro
internacional de pesquisadores de Fuzzy, em Tokyo. Naquele ano, Takeshi Yamakawa demonstrou o uso
de Controle Fuzzy (através de um conjunto de simples chips fuzzy dedicados) em um experimento de
um pêndulo invertido – um problema clássico de controle em que um veículo tenta manter um poste
montado no seu topo por uma dobradiça vertical com movimentos de ida e volta.
Observadores ficaram impressionados com esta demonstração, como também com os experimentos
de Yamakawa em que ele montou um copo contendo água ou até mesmo um rato vivo no topo de
82
Automação e Instrumentação Industrial
pêndulo; o sistema manteve estabilidade em ambos os casos. Yamakawa eventualmente foi organizando
seu próprio laboratório de pesquisas de Sistemas Fuzzy, ajudando a explorar suas patentes no campo.
Bens de consumo japoneses incorporam extensamente Sistemas Fuzzy. O Trabalho em Sistemas Fuzzy
é também um procedimento nos EUA e na Europa, entretanto, não é visto com o mesmo entusiasmo
visto no Japão.
O desenvolvimento de técnicas de Inteligência Artificial (IA) nos últimos anos ocupa cada vez mais
posição de destaque em pesquisas na área de controle de processos industriais e, aos poucos, começam
a ser implantadas em plantas industriais com enorme sucesso. Entre as técnicas mais utilizadas, além
do Controle Fuzzy podem-se destacar as redes neurais aplicadas a sistemas de controle, que estão
atualmente em tamanha evidência que os japoneses as consideram como duas das mais promissoras
técnicas para o século XXI.
Aplicações
Sistemas baseados na Lógica Fuzzy têm mostrado grande utilidade em uma variedade de operações de
controle industrial e em tarefas de reconhecimento de padrões que se estendem desde o reconhecimento
de texto manuscrito até a avaliação de crédito financeiro. Existe também um interesse crescente em se
utilizar Lógica Fuzzy em sistemas especialistas para torná-los mais flexíveis. No Japão, a Lógica Fuzzy já
se faz presente no dia a dia do setor industrial e muitos produtos comerciais já se encontram disponíveis.
83
Unidade I
Descrição
A Lógica Fuzzy é baseada na teoria do Conjuntos Fuzzy. Tradicionalmente, uma proposição lógica
tem dois extremos: ou é ‘completamente verdadeiro’ ou é ‘completamente falso’. Entretanto, na lógica
Fuzzy, uma premissa varia em grau de verdade de 0 a 1, o que leva a ser parcialmente verdadeira ou
parcialmente falsa.
O controle executado pela Lógica Fuzzy imita um comportamento baseado em regras ao invés de
um controle explicitamente restrito a modelos matemáticos, como equações diferenciais. O objetivo
da lógica Fuzzy é gerar uma saída lógica a partir de um conjunto de entradas não precisas, com ruídos
ou até mesmo faltantes. Lógica Fuzzy tem por essência gerar valores de saídas sem a necessidade de
entradas precisas.
84
Automação e Instrumentação Industrial
Fuzzificação
Nesta etapa definem-se as variáveis linguísticas de forma subjetiva, bem como as funções pertinência:
• Análise do problema.
• Criação de regiões.
Inferência
Agregação: calcula a importância de uma determinada regra para a situação corrente (bloco IF).
Composição: calcula a influência de cada regra nas variáveis de saída (bloco THEN).
Defuzzificação
Operadores fuzzy:
• A and B = min(a,b)
85
Unidade I
• A or B = max(a,b)
• not A = 1 - A
Algoritmos de defuzzificação
Converter as variáveis fuzzy em valores numéricos ou aceitáveis pelo sistema. Nesta etapa, diversas
técnicas de defuzzificação podem ser usadas, entre elas:
• Centroide.
• First-of-Maxima.
• Middle-of-Maxima.
• Critério Máximo.
86
Automação e Instrumentação Industrial
Forma do gráfico
Embora a forma triangular seja a mais comum, outras formas, como sino, trapezoidal, entre outras,
podem ser escolhidas.
87
Unidade I
Exemplo com valores arbitrários. Considerando os valores de -1 e +2.5 para o erro e para a derivada
do erro, respectivamente, tem-se para o resultado das regras:
88
Automação e Instrumentação Industrial
Defuzzificação
Introdução
As RNAs surgiram como uma tentativa de simulação matemática do sistema nervoso humano (Sarle,
1994). Uma rede neural é uma representação matemática de neurônios dispostos de forma a permitir a
análise de sinais de entrada específicos.
89
Unidade I
Uma RNA é formada por uma camada de neurônios de entrada, outra de saída e uma ou mais
camadas intermediárias ou ocultas. Essa rede de conexões visa a transmitir informações entre os
neurônios de forma unidirecional, afirmam (Tafner et al., 1996) e (Hishberg & Adar, 1997).
Elas podem ser entendidas como um processador paralelamente distribuído, constituído de unidades
de processamento simples, correspondendo aos neurônios, que têm a capacidade de armazenar
conhecimento experimental e torná-lo disponível para uso (Haykin, 2001; Pilon & Tandberg, 1997).
Redes Neurais Artificiais (RNAs) são ferramentas com a notável capacidade de generalizar, aproximar
funções, reconhecer padrões e também classificar robustamente conjuntos de dados imprecisos.
Tais características resultam em soluções para uma variedade de problemas de classificação como
reconhecimento de sinais, de caracteres ou de voz. Ao mesmo tempo, é uma poderosa ferramenta de
previsão e modelagem de sistemas físicos complexos e de controle de processos.
Numa forma mais geral, a RNA é uma máquina projetada para modelar a maneira como o cérebro
realiza uma tarefa particular. A rede é normalmente implementada utilizando-se componentes
eletrônicos ou fazendo simulações através de programação em um computador digital.
2. forças de conexão entre neurônios, conhecidas como pesos sinápticos. São utilizadas para
armazenar o conhecimento adquirido.
90
Automação e Instrumentação Industrial
O trabalho está disposto em seções e subseções sobre uma determinada aplicação. Vale ressaltar que,
considerando a amplitude do tema, selecionaram-se os estudos que pudessem fornecer ao leitor apenas
um primeiro passo para um determinado assunto.
Atualmente, as RNAs têm sido largamente utilizadas na tarefa de reconhecer padrões presentes em
conjuntos de dados. O objetivo desse processo é apresentar à rede um conjunto de dados conhecidos,
de modo que, através de um processo de aprendizado, ela determine subconjuntos de dados com
características semelhantes (padrões) e seja capaz de reconhecer tais características em um novo
elemento qualquer, que a ela seja apresentado, de acordo com um dos padrões previamente fixados.
Uma referência clássica sobre o assunto é (Bishop, 1995). Diversas técnicas e aplicações podem ser
encontradas e analisadas. Para complementar a leitura básica, pode-se citar (Ripley & Hjort, 1995).
A partir daí, muitos podem ser os padrões assumidos, dependendo da aplicação. Um exemplo de
padrão estudado é a voz e referências sobre o assunto podem ser encontradas em (Waibel & Lee, 1990).
Neste livro, uma coletânea de artigos foi agrupada e disposta com várias aplicações do assunto. Além
disso, uma revisão foi apresentada em (Lippmann, 1989). Apesar de antiga, tal revisão contém referências
básicas e gerais sobre o assunto em questão.
Além disso, redes neurais multicamadas (Morgan & Bourland, 1990; Robinson & Fallside, 1991;
Waibel et al, 1989) e redes neurais de função de base radial (Renals, 1989) já foram testadas para o
reconhecimento de voz.
Em Guyon (1991) encontram-se informações gerais sobre aplicações de RNAs para o reconhecimento
de caracteres.
Outras referências (Jackel et al, 1990; Simard et al, 1992; LeCun et al, 1990) oferecem tentativas de
melhora em problemas como reconhecimento de caracteres de dígitos manuscritos, de caracteres óticos
e outros.
91
Unidade I
Muitas informações sobre reconhecimento de face, tais como demos, databases, links correlatos e
outros podem ser encontradas na rede, no endereço: http://www.cs.rug.nl/~peterkr/FACE/face.html.
Além disso, estudos sobre o assunto incluem (Jiang; Lawrence et al, 1997).
Muitas outras aplicações poderiam ser citadas, uma vez que reconhecer padrões auxilia bancos,
empresas de cartões de crédito, departamentos policiais (http://lancair.emsl.pnl.gov:2080/proj/
neuron/papaers/kangas.spie99.abs.html) e outros a encontrar quais elementos de um dado banco de
dados se encaixam nas características descritivas requeridas.
Além disso, há ainda referências gerais sobre o assunto (Gasteiger & Zupan, 1991; Chitra, 1992; Tusar
et al, 1992; Bulsari, 1995) que oferecem uma visão das RNAs aplicadas à Engenharia Química.
Alguns institutos de pesquisa, como o Pacific Northwest National Laboratory, fornecem informações
sobre projetos desenvolvidos na área de Engenharia Química, pela rede, no endereço:
http://www.emsl.pnl.gov:2080/proj/neuron/neural/bib/chemistry.html.
Ademais, no endereço:
RNAs e espectroscopia
O assunto em questão inclui subáreas, entre elas a espectroscopia infravermelha (Infrared, IR) e
a espectrometria de massa. Informações gerais sobre a primeira foram disponibilizadas na rede
no endereço: http://gepasi.dbs.aber.ac.uk/roy/ftir/ftirhome.htm, por Roy Goodacre. Além dessas
informações, algumas referências são (Goodacre et al, 1996; Selzer et al, 2000).
Sobre a segunda, descrições básicas, metodologias e afins são mostrados no endereço: http://gepasi.
dbs.aber.ac.uk/roy/pymshome.htm. Aplicações são apresentadas em (Gasteiger et al, 1993; Goodacre
et al, 1995).
Outras subáreas são a espectroscopia de ressonância magnética nuclear (Carrara et al, 1993) e a
espectroscopia nuclear (Kangas et al, 1994).
92
Automação e Instrumentação Industrial
Por outro lado, há aplicações que exploram o caráter generalizável das redes neurais e podem ser
encontradas em (Anzali et al, 1996a) (Polanski & Gasteiger, 1999).
Como em qualquer área, a previsão é empregada em larga escala. No caso da Engenharia Química,
as RNAs são aplicadas na previsão de diversas atividades químicas.
As mais estudadas incluem previsão de reatividade química (Simon et al, 1993), de degradação de
produtos (Kostka et al, 1997), de estrutura molecular (Hemmer & Gasteiger, 2000), de reações diversas
(Sousa & Gasteiger, 2001; Kostka et al, 2001; Sousa et al, 2002) e previsão em aplicações de cromatografia
(Sousa & Gasteiger, 2002).
RNAs têm sido utilizadas com sucesso em muitas aplicações de controle de processos químicos
como controladores adaptativos, uma vez que esta pode monitorar e controlar processos químicos
complexos com a supervisão de um operador humano.
Assim, uma RNA pode ser utilizada para monitorar o processo, tomar decisões sobre a operação do sistema
e ajustar controles apropriados para manter o processo operando com uma eficiência ótima. Além disso, tem
a vantagem de poder ser atualizada com novas informações através de uma aprendizagem dinâmica.
Um review de trabalhos nessa área é apresentado em (Hussain, 1999). Alguns exemplos de aplicações
em diagnósticos de falta e temperatura podem ser encontrados, respectivamente, em Hoskins &
Himmelblau (1991), Unger et al (1990) e Khalid & Omatu (1992).
A utilização das RNAs nesta área vem recebendo bastante atenção nos últimos anos pelo fato de
serem capazes de melhorar a performance dos métodos estatísticos de regressão clássicos (Moody,
1995). Isso porque, como as atividades econômicas e/ou financeiras apresentam muitas variações,
i.e. não linearidades, a modelagem através de uma ferramenta com características de aproximadores
universais não lineares torna-se atrativa.
93
Unidade I
No segmento financeiro também foram conduzidos alguns trabalhos envolvendo a técnica de redes
neurais (K.Y. Tam and M. Kiang, 1990; K.Y. TAM and M. Kiang, 1992; Bell, T., Ribar, G. and Vercchio, J.,
1990; De Almeida, F.C. e Siqueira, J.,1997; Monteiro, A. e Pereira, C.E., 1997).
Em quase todos estes trabalhos envolvendo redes neurais na previsão de falências de instituições,
quer seja no segmento financeiro ou não, tem-se utilizado uma rede tipo feedforward supervisionada
de múltiplas camadas, com o tradicional algoritmo de aprendizado Backpropagation, tendo como
entradas da rede os diferentes indicadores financeiros considerados mais significativos por cada autor
e, como saída da rede, um neurônio indicando uma das duas possibilidades: falência ou não falência.
Em todos os trabalhos onde se faz uma comparação com algum modelo estatístico, normalmente com
um modelo de análise discriminante ou de regressão 25 linear, o desempenho da rede ficou melhor ou,
no pior dos casos, igual ao do método estatístico empregado para comparação (Altman, E.I., Março, G.
and F. Varetto, 1994; Van Bussel, J. and Veelenturf, LEO P.J.,1997; Wilson, R.L. and R. Sharda, 1994). Não
obstante, alguns pontos negativos têm sido reportados (Altman, E.I., Março, G. and F. Varetto, 1994),
como o problema do comportamento ilógico da rede em alguns casos e o problema de overfitting.
Uma referência introdutória em previsão financeira é Azoff (1994). Um conjunto de trabalhos que
descrevem desde previsões de falência até previsões de performance de preços é encontrado em Trippi &
Turban (1993). Ainda, em Refenes (1995), uma descrição de estratégias e técnicas de previsão do autor,
bem como artigos sobre assunto são apresentados. Na rede, uma referência introdutória também pode
ser explorada no endereço: http://www.geocities.com/francorbusetti.
Previsão de falência
Uma visão geral do problema pode ser analisada em Zhang et al (1999). Os autores apresentam uma
revisão bibliográfica do assunto, bem como descrições das características das redes aplicadas a estes.
Além disso, um modelo inicial pode ser analisado em Odom & Sharda (1990), bem como um modelo
mais especializado é descrito em Lee et al (1996).
94
Automação e Instrumentação Industrial
No segmento financeiro também foram conduzidos alguns trabalhos envolvendo a técnica de redes
neurais (Tam & Kiang, 1990; Tam & Kiang, 1992; Bell et al., 1990; de Almeida & Siqueira, 1997; Monteiro
& Pereira, 1997).
Em quase todos estes trabalhos envolvendo redes neurais na previsão de falências de instituições,
quer seja no segmento financeiro ou não, tem-se utilizado uma rede tipo feedforward, supervisionada de
múltiplas camadas com o tradicional algoritmo de aprendizado Backpropagation, tendo como entradas
da rede os diferentes indicadores financeiros considerados mais significativos por cada autor e, como
saída da rede, um neurônio indicando uma das duas possibilidades: falência ou não falência. Em todos
os trabalhos onde se faz uma comparação com algum modelo estatístico (normalmente com um modelo
de análise discriminante ou de regressão 25 linear) o desempenho da rede ficou melhor ou, no pior dos
casos, igual ao do método estatístico empregado para comparação (Altman et al., 1994; Van Bussel et
al., 1997; Wilson & Sharda, 1994). Não obstante, alguns pontos negativos têm sido reportados (Altman
et al., 1994), como o problema do comportamento ilógico da rede em alguns casos e o problema de
overfitting.
Como já descrito anteriormente, as RNAs estão sendo estudadas para esse tipo de problemas com
o objetivo de melhorar a performance dos métodos estatísticos clássicos, especialmente, quando as
hipóteses assumidas nestes não estão válidas. Dutta & Shekkar (1988) apresentam uma breve introdução
de previsão de falência, além de oferecerem referências clássicas no assunto.
A partir disso, estudos sobre a melhor arquitetura de rede para tais previsões foi estudada e
apresentada em Utans & Moody (1991) e Moody & Utans (1994). Além disso, melhorias na performance
da metodologia clássica através das RNAs foram estudadas em Singleton & Surkan (1990).
RNAs e negócios
Assim como nas demais áreas previamente descritas, as RNAs vêm alcançando sucesso, o que não é
diferente em sua aplicação em negócios (bussiness). Inicialmente, um review da área, de 1994 a 1998,
pode ser encontrado em Wong et al (2000). Neste trabalho houve a divisão do assunto em algumas
subáreas e há uma avaliação do desenvolvimento das redes para cada uma, incluindo paradigmas de
aprendizagem e outros. Além deste, outro trabalho descreve técnicas e aplicações de negócios para
pesquisadores operacionais (Smith & Gupta, 2000).
Duas aplicações para essa ferramenta em negócios são apresentadas em Kappert & Omta (1997)
e Walczak (2001). A primeira trata de técnicas de modelagem para a indústria de telecomunicações,
enquanto a outra utiliza as redes neurais como ferramentas para a validação de heurísticas.
95
Unidade I
RNAs e medicina
Na área médica, as RNAs têm alcançado grandes avanços no diagnóstico de pacientes e no auxílio
à tomada de decisões médicas. Programas baseados em redes neurais têm se apresentado mais precisos
na análise de exames e diagnósticos de doenças (Jornal: O Estado de São Paulo 29/09/1997).
Pesquisadores da área médica têm utilizado redes neurais tipo perceptron, com múltiplas camadas,
utilizando o algoritmo de aprendizado backpropagation para Diagnóstico de Lesões Intersticiais
Pulmonares (Ambrósio et al., 2000), Diagnóstico Diferencial de Anemias Carenciais (dos Santos et al.,
2000), Classificação de Nódulos em Mamogramas Digitalizados (Kinoshita et al., 2000), Diagnosing
the Cardiovascular System (Keller et al., 1995), Diagnosing Coronary Artery Disease (Turner, 1994),
apresentando uma taxa de precisão média de 90 a 99,6%.
Os mapas auto-organizáveis de Kohonen também são muito utilizados na área médica para o
Aprendizado em Citometria de Fluxo1(Pedreira et al., 2002) os resultados obtidos indicam que o método
proposto é mais preciso e sensível do que os métodos de análise vigentes em citometria.
RNAs e música
Na área da composição musical existem as RNAs que são utilizadas para prever e aprender compassos
musicais, baseando-se nos fatos da consecutividade das notas musicais.
Michael C. Mozer (1994) desenvolveu um programa de composição musical baseado nos mapas
de kohonen, obtendo resultados bons na composição de valsas, usou também RNAs recorrentes, tipo
feedforward para prever o próximo passo de uma sequência musical (Mozer, M. C., 1993).
Kohonen (1989) (Kohonen, Laine, Tiits, & Torkkola, 1991) propôs precisamente tal esquema. O
esquema é um algoritmo simbólico que, determinado um jogo de treinamento de exemplos, produz
uma coleção de regras, gramáticas sensíveis para reproduzir a maioria ou toda estrutura inerente do
conjunto musical.
A identificação de diferentes sequências musicais foi estudada por Large, W. E., Palmer, C. e Pollack J. B.,
para produzirem um sistema de aprendizado musical através de RNA, para isso foi usada uma rede fully-
connected e feed-forward com o algoritmo de aprendizado backpropagation, proporcionando resultados
surpreendentes no aprendizado das sequências musicais (Large, W. E.; Palmer, C. e Pollack J. B., 1995).
RNAs e games
As RNAs são amplamente utilizadas para a criação de jogos inteligentes e estratégias de aprendizado.
Alguns pesquisadores utilizam uma população de RNAs e vão evoluindo até encontrar a RNA mais
adequada e adaptada ao jogo.
1 Citometria de fluxo é um método amplamente empregado na pesquisa e na prática médica onde é utilizada
como exame diagnóstico em doenças graves como a infecção pelo HIV e doenças malignas, principalmente leucemias.
96
Automação e Instrumentação Industrial
Chellapilla & Fogel (1999) usaram uma RNA feedforward para avaliar posições de tábua alternativas
usando uma estratégia de procura de minimax para jogos de xadrez. Após a evolução das RNAs, o
programa pôde derrotar dois jogadores de nível perito, de acordo com a Federação de Xadrez Norte
Americana (Chellapilla & Fogel, 2000). Chellapilla & Fogel (1999) usaram um algoritmo híbrido para
evoluir RNAs com o objetivo de encontrar a melhor rede para aprender as regras do jogo (jogos de
soma zero).
Em anos recentes, redes neurais artificiais (RNAs) tornaram-se extremamente conhecidas para
previsão em várias áreas, incluindo finanças, carga elétrica e recursos hídricos. Embora o conceito de
neurônios artificiais tenha sido proposto em 1943 (McCulloch e Pitts) pesquisas e aplicações de redes
neurais tomaram um rumo importante após a publicação do algoritmo backpropagation em 1986
(Rumelhart et al., 1986b).
A utilização de redes neurais para a previsão de séries temporais vem sendo proposta por vários
autores, como Lapedes e Faber (1987), Weigend et al. (1990), Contrell et al. (1995), Lachtermacher e
Fuller, (1995), mostrando a viabilidade de utilizar estes modelos.
É notável que as redes neurais e técnicas de séries temporais tradicionais vêm sendo comparadas
há algum tempo (Shara e Patil, 1990; Tang et al., 1991). Grande parte dos estudos comparativos
realizados atualmente utilizam o algoritmo backpropagation ou algumas de suas extensões.
Tecnicamente, este modelo já foi utilizado com grande sucesso em diversas áreas de conhecimento,
entre elas sistemas de potência (Srinivasan et al., 1991; Hwarng e Monn, 1991; El-Sharkawi et al.,
1991; Peng et al., 1992), previsões econômicas (Horptroff et al., 1991) e análise de séries temporais
(Weingend et al., 1991a, 1991b).
As comparações feitas entre redes neurais com outras abordagens ainda não apresentam resultados
concretos. Alguns autores evidenciam que as RNAs têm melhor desempenho que os métodos tradicionais
(Weigend et al., 1991a, 1991b), enquanto outros acreditam no resultado oposto (Tang et al., 1991). As
explicações para tais contradições podem ser descritas por diferentes fatores, como: estrutura da RNA,
tipo de série (estacionária ou não estacionária), tamanho da RNA X número de entradas da série.
Lapedes e Faber (1987) aplicam redes neurais multicamadas (Multi-Layer Perceptron-MPL) para a
previsão de duas espécies de séries temporais caóticas geradas por um processo determinístico não
linear. Os resultados indicaram que os modelos MLP podem “aprender” simulando sistemas não lineares,
com excelentes características quando comparados a métodos tradicionais.
Tang et al. (1991) compararam modelos de MLP e Box & Jenkins, usando séries de tráfego de
passageiros de voo internacional, vendas de carros domésticos e vendas de carros importados nos EUA.
Os resultados mostraram que o desempenho do modelo de Box & Jenkins foi superior ao método de
RNAs para uma previsão a curto prazo, no entanto, para a previsão a longo prazo, os modelos baseados
em redes neurais apresentaram um melhor desempenho.
97
Unidade I
Weigend et al (1990, 1991a) introduzem o processo de eliminação das conexões sinápticas (pesos)
no procedimento de aprendizado das redes para resolver o problema de overfitting aplicado às séries
temporais de taxa de câmbio. O critério de parada no procedimento de validação foi discutido e os
resutados comparados com modelos de séries temporais tradicionais. Nestas comparações, observamos
que o modelo de redes neurais apresentou um desempenho comparável ao modelo Threshold Auto-
Regressive (TAR) (Tong e Lin, 1980) para previsão um passo a frente. Nas previsões de múltiplos passos,
os modelos de redes neurais mostraram um resultado melhor ao obtido pelo modelo TAR.
Lachtermacher e Fuller (1995) descrevem uma proposta híbrida para a aplicação de redes neurais
em análise de séries temporais. A metodologia de Box e Jenkins foi utilizada como um procedimento
para explorar importantes relações nos dados da série e estas informações foram usadas para definir
uma estrutura inicial pra a rede neural, reduzindo assim os parâmetros a serem estimados e os dados
exigidos. Dois tipos de séries foram estudadas: séries estacionárias e não estacionarias. Observou-se que
o modelo de redes neurais para a maioria das séries testadas obteve um desempenho igual ou superior
quando comparado aos modelos de Box & Jenkins.
Atiya et al (1999) aplicam RNA para previsões de vazão e compararam quatro técnicas para pré
processamento das entradas e saídas, incluindo o problema de previsão de vários passos à frente. Foram
utilizados dois métodos: direto e recursivo. No método direto, a rede neural foi treinada de modo a
prever k -passos à frente, ou seja, a saída da rede será x(t + k ) . No método recursivo, a rede é calibrada
para prever um passo à frente e esta é aplicada para prever k passos à frente. Neste caso, em algum
passo, a rede usará algumas das previsões calculadas nos passos anteriores como entrada. Os resultados
mostraram que o método direto apresentou um desempenho melhor que o método recursivo.
A capacidade de mapeamentos complexos das RNA cresce com o número de camadas e neurônios,
acarretando maior tempo de processamento, bem como considerável soma de dados. Na prática,
entretanto, muitas vezes os parâmetros devem ser ajustados rapidamente e somente umas pequenas
quantidades de dados está disponível.
Os sistemas nebulosos são sistemas computacionais desenvolvidos a partir das teorias de conjuntos
nebulosos e da lógica nebulosa (fuzzy), visando aproveitar de forma pragmática o potencial destas
teorias. Estes sistemas processam conhecimento e inferem conclusões a partir dos padrões apresentados
(Pedrycz et al., 1995).
Os sistemas nebulosos caracterizam-se pela simplicidade no que se refere à teoria que os fundamenta
e pela forma direta e intuitiva com que são empregados, ou seja, são capazes de utilizar, de maneira
eficaz, o conhecimento codificado em expressões linguísticas, produzindo características inteligentes
correspondentes à representação do conhecimento ao raciocínio aproximado (Pedrycz, 1993). Além
disso, algumas classes de sistemas nebulosos são aproximadores universais (Castro e Delgado 1996).
98
Automação e Instrumentação Industrial
Em anos recentes, surgiu um novo método unindo as vantagens de RNA e lógica nebulosa (fuzzy),
resultando em um sistema integrado onde a aprendizagem e o poder computacional dos modelos de
RNA e a capacidade de representação e raciocínio da lógica nebulosa são combinados. Estes sistemas,
chamados de redes neurais nebulosas (Redes NeuroFuzzy) (Gomide et al., 1995), vêm sendo aplicados
sucessivamente para sistemas de identificação não linear (Wang e Mendel, 1992), controle de processos
(Lee, 1990), reconhecimento de padrões (Caminhas et al., 1999) , previsão de carga (Alves da Silva et al.,
1997), (Bakirtzis et al., 1995), (Liu et al., 1996).
Considerando que as RNAs vêm sendo largamente utilizadas nos últimos anos para diversas
aplicações, agruparam-se algumas delas nesta seção. O objetivo é apresentar trabalhos que contenham
revisões bibliográficas sobre os tópicos de interesse, a fim de orientar e direcionar o leitor.
Inicialmente, cita-se a comunicação digital, uma aplicação que exige soluções para problemas complexos
e por esse motivo “aproveita” características das RNAs, como o processamento não linear, a arquitetura de
distribuição paralela, a auto-organização e a capacidade de aprender e generalizar (Ibnkahla, 2000).
Outra área de importância e que utiliza RNAs como uma das ferramentas para seu desenvolvimento
é o campo do processamento de sinais. O conteúdo de Luo & Unbehauen (1997) é totalmente dedicado
a esse campo de estudo e apresenta as respectivas técnicas para tal aplicação.
Eletrônica de potência, uma aplicação direta de Engenharia Elétrica utilizando RNAs é revisada em
(Bose, 2001). Considerando a amplitude do assunto, o autor divide o trabalho em algumas subáreas e
apresenta as respectivas técnicas pertinentes.
Introdução
Refere-se a uma classe de algoritmos que calcula uma sequência de ajustes na variável manipulada,
de forma a otimizar o comportamento futuro da saída de uma planta.
99
Unidade I
Conceito
O controle preditivo é uma técnica de controle inerentemente discreta no tempo, que faz uso de
um modelo explícito do processo para calcular uma sequência de controle futura, tal que leve a saída
predita a seguir uma dada trajetória de referência.
100
Automação e Instrumentação Industrial
As ações de controle são calculadas de forma que a saída predita tenha determinadas características
desejadas em relação ao sinal de referência, mensuradas através de um índice de desempenho.
O sinal de referência (trajetória de referência) pode ser considerado tanto um valor constante, como
uma trajetória, filtrado por um modelo de referência, normalmente de primeira ou de segunda ordem.
Horizonte de predição
Horizonte móvel
101
Unidade I
Função objetivo
• A minimização dessa função em relação a u gera a sequência de ações de controle num determinado
horizonte de predição.
• A sequência encontrada é ótima com relação à função objetivo, minimizada num determinado
instante.
• Quando o modelo do processo disponível o representa fielmente e quando o sistema não está
sujeito a distúrbios nem restrições, o processo acompanhará a trajetória de referência nos
instantes de amostragem, exatamente conforme previsto.
• Caso contrário, haverá uma distorção, compensada pelo recálculo no instante seguinte.
Estrutura básica
O modelo é utilizado para predizer os valores futuros das saídas da planta, baseados em valores
presentes e passados e ainda nas futuras ações de controle ótimas propostas. Estas ações são calculadas
por um otimizador, tendo em vista uma função objetivo que considera o erro de rastreamento futuro,
como também as restrições.
Analogia
102
Automação e Instrumentação Industrial
• Motorista decide quais ações de controle executar, tais como: acelerar, atrasar e mudar a direção,
de forma a seguir uma trajetória desejada.
Histórico
• Astrom (1973), Controle de Mínima Variância: desenvolvido para aplicação numa indústria de
papel de celulose para controlar a homogeneidade da espessura do papel fabricado.
• Outras propostas de controladores, baseados não na resposta impulsiva, mas na resposta ao degrau,
foram desenvolvidas por Cutler (1980) e Rouhani & Mehra (1982), denominados respectivamente
de Controle por Matriz Dinâmica (DMC) e Algoritmo de Controle Baseado em Modelo (MAC).
• Clarke (1987) desenvolveu o Controle Preditivo Generalizado (GPC) e preferiu utilizar um modelo
paramétrico de entrada-saída, incluindo uma modelagem estruturada do ruído inserido na
medição, o que o tornava mais robusto a erros de modelagem, além do conceito do horizonte
estendido de controle.
Os controladores preditivos são baseados na minimização de uma função objetivo, que gera uma lei
de controle, havendo necessidade de um modelo para a predição.
103
Unidade I
No controlador preditivo:
No controlador clássico:
Pode ser mostrado que as estruturas de controle são equivalentes no sentido em que qualquer par
de sinais externos {r,d} dará os mesmos sinais {u,y},quando P=P, se e somente se:
O Controle Preditivo sem restrições não é inerentemente melhor que o controle clássico. Verifica-
se, no entanto, que para cada controlador preditivo existe um controlador clássico equivalente com
desempenho idêntico.
4 GRAFCET
104
Automação e Instrumentação Industrial
trabalhos teóricos. Outros, criados por industriais, insistem predominantemente na execução (diagrama
de Girard, organogramas, norma DIN 40719 etc.).
A AFCET (Associação Francesa para a Cibernética Econômica e Técnica), por intermédio do grupo de
trabalho Sistemas Lógicos, empreendeu, desde 1975, uma importante reflexão sobre o modo de unificar
a representação do caderno de encargos de um automatismo lógico.
Este método é um diagrama funcional, isto é, uma representação gráfica, logo concisa e de fácil
leitura, que permite descrever as funções realizadas pelo automatismo.
Para distingui-lo dos outros diagramas funcionais muito correntemente utilizados na indústria,
mas não beneficiado de um tal suporte teórico nem de um tal consenso, era necessário dar-lhe um
nome próprio.
O nome de GRAFCET foi escolhido, lembrando assim a sua origem e colocando bem em evidência a
sua originalidade. O acolhimento favorável, desde já manifestado pela indústria e pelo ensino, mostraram
que esta iniciativa foi judiciosa.
Uma proposta já foi feita à CEI (Comissão Eletrotécnica Internacional), em que está em curso uma
discussão na qual se espera que surja uma normalização mais racional que as propostas estrangeiras
não deixavam entrever.
Por outro lado, a ADEPA empenha-se em difundir o GRAFCET, em explicá-lo e em convencer todos
os potenciais utilizadores do interesse que há em dar uma representação clara e sem ambiguidades do
funcionamento dos seus automatismos.
105
Unidade I
• Desde a concepção, o sistema a construir deve ser decomposto numa parte operativa e numa
parte de comando. Esta estrutura permite um diálogo proveitoso entre o futuro utilizador do
sistema e o técnico de automatismos, responsável pela parte comando.
• Importa dar uma descrição precisa do funcionamento da parte comando por uma aproximação
progressiva das funções a realizar até a sua materialização.
• A linguagem corrente presta-se mal a essa descrição. Daí a necessidade de adotar uma linguagem
especifica: o GRAFCET.
De uma maneira geral, um sistema automatizado pode decompor-se em duas partes cooperantes:
uma é dita parte operativa (ou parte de potência) e outra parte comando (ou autômato).
De igual modo, num ascensor, o conjunto eletromecânico (cabina, motor, portas) constitui a parte
operativa, os botões de chamada, a lógica e os armários de aparelhagem constituem a parte comando.
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Automação e Instrumentação Industrial
A parte operativa efetua operações (transformação de peças brutas em peças trabalhadas, translação
da cabina do andar de partida ao andar de chegada), desde que a ordem lhe seja dada pela parte
comando. Graças às informações (posição etc.) dadas pela parte operativa, a parte comando é mantida
informada do estado de avanço das operações.
Para além deste diálogo por ordens e informações com a parte operativa, a parte comando troca
informações com o exterior do sistema, (condutor, utilizador, vigilante etc.) de onde recebe indicações e
a quem fornece sinalizações acústicas e/ou luminosas.
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Unidade I
O que importa é saber em que circunstâncias o deslocamento deve se efetuar. Pelo contrário, importa
que as seguranças de funcionamento previstas sejam incorporadas nas especificações funcionais na
medida em que não dependem diretamente da tecnologia dos captadores ou acionadores.
É somente a este nível que devem intervir as indicações sobre a exata natureza dos captadores
e acionadores empregados, as suas características e as limitações que daí podem decorrer. A estas
especificações de interface* podem igualmente ser acrescentadas especificações sobre o meio ambiente
do automatismo: temperatura, umidade, poeiras, caráter antideflagrante, tensões de alimentação etc.
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Automação e Instrumentação Industrial
Especificações funcionais
Com efeito, algumas palavras são pouco precisas, mal definidas ou, o que é pior ainda, têm vários
sentidos. Isto é particularmente verdade para os termos de gíria técnica: perfeitamente definidos num
certo contexto, poderiam ser, para não iniciados, ou totalmente herméticos, o que seria um mal menor,
ou interpretados num sentido contrário, o que seria catastrófico.
A linguagem corrente revela-se, além disso, bastante mal adaptada à descrição precisa de
sistemas sequenciais, particularmente quando comportam escolhas entre diversas evoluções possíveis
ou sequências que se desenvolvem simultaneamente. É por isso que é útil dispor de um método de
representação do caderno de encargos que seja normalizado, desprovido de ambiguidades e, entretanto,
fácil de compreender e utilizar.
O GRAFCET
Antes de introduzir estes conceitos e a sua representação, iremos mostrar a sua importância, assim
como o significado, a partir de um exemplo simplificado.
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Unidade I
• A matriz está na posição alta do seu curso e o punção inferior, que nela fica enfiada, delimita na
sua parte inferior num espaço suficiente para receber a matéria a comprimir. O punção superior
está então na sua posição mais alta, o que desobstrui a parte superior da matriz e permite a
introdução da matéria.
• Quando a matéria pulverulenta está colocada, o punção superior desce, comprime a matéria ao
penetrar na matriz e depois sobe para a posição alta.
• A matriz desce então até que o punção inferior aflore, o que liberta a peça que acaba de ser
comprimida. Essa peça pode seguidamente ser retirada.
110
Automação e Instrumentação Industrial
• Finalmente, a matriz retoma o seu lugar e um novo ciclo pode então começar.
Estas ações não poderão ser obtidas senão quando a parte comando emite ordens convenientes no
momento requerido.
Diremos que a parte comando permanece numa “etapa” enquanto o seu comportamento se mantém
constante. Permanece nessa “etapa” até que as informações para as quais é “receptiva”, provocam a
passagem de uma “transição”, conduzindo a uma nova etapa, onde a parte comando adotará então um
novo comportamento.
Podemos agora descrever o funcionamento da parte comando como uma sucessão alternada de
etapas e transições. Em consequência disso, associaremos:
• a cada transição, as informações que permitem a sua transposição, na forma de uma condição
lógica chamada receptividade.
Desse modo, o funcionamento da parte comando necessária à prensa será descrita assim:
111
Unidade I
Verifica-se ser mais cômodo representar este funcionamento sobre forma gráfica, onde o GRAFCET
da página seguinte é ilustrado para fins de compreensão dos estados correspondentes da parte operativa.
Finalmente, note-se que atribuímos um papel particular a uma das etapas: a etapa inicial. A escolha
desta etapa é imposta por considerações funcionais, ligadas à parte operativa.
112
Automação e Instrumentação Industrial
O GRAFCET mostra:
• as ligações da etapa à transição e da transição à etapa - as etapas e as ações que lhe estão
associadas;
Nota: as ligações sem seta estão implicitamente orientadas do alto para baixo.
O GRAFCET que acabamos de estabelecer é um GRAFCET de nível 1, pois que não toma em consideração
senão o aspecto funcional, sem qualquer implicação tecnológica. Não sabemos, por exemplo, como dar
fisicamente a ordem de descida ao punção nem como se assegura que a peça é evacuada.
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Unidade I
• Sendo este um exemplo simplificado, não são tratados a paragem de emergência, os modos de
marcha, assim como as proteções.
• Os movimentos do punção superior e da matriz são efetuados por meio de êmbolos hidráulicos
de duplo efeito. As posições alta e baixa do punção e da matriz são controladas com o auxílio de
detectores de fim-de-curso (respectivamente ao e aI’ bl e bo).
• A evacuação da peça é obtida por meio de um jato de ar, mantido durante um segundo. O jato de
ar é comandado por uma eletroválvula E.
A lista seguinte lembra as variáveis introduzidas, assim como o respectivo significado. É funcional
apresentá-las na forma de um quadro de informações e de ações da parte comando. Podemos então
estabelecer para a parte comando o GRAFCET de nível 2 que segue.
ORDENS
E: Evacuação
Ligar temporizadores
Desenvolvimento do ciclo
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Automação e Instrumentação Industrial
Fim de temporização
4.5.1 Etapas
Uma etapa corresponde a uma situação durante a qual o comportamento de todo ou de parte do
sistema em relação às suas entradas e saídas é invariável.
Uma etapa pode ser ativa ou inativa e, num instante determinado, a situação do sistema automatizado
é inteiramente definida pelo conjunto das etapas ativas. Para cada etapa fixam-se as ações a efetuar,
características dessa situação. Estas ações só são efetivas quando a etapa estiver ativa. Exemplo:torna-
se funcional representar as etapas ativas, num instante bem determinado, colocando um ponto ou uma
outra referência pré-estabelecida na parte inferior dos símbolos correspondentes.
Ao nível das especificações funcionais, não se definiram os acionadores nem os captadores, mas
unicamente as ações a efetuar e o seu encadeamento. As ações a efetuar quando a etapa está ativa são
descritas, de modo literal ou simbólico, no interior de um ou vários retângulos de dimensões quaisquer,
ligados à etapa e do seu lado direito. Estas ações podem ser de natureza muito diversa:
Além disso, a execução destas ações pode ser submetida a outras condições lógicas, como função de
variáveis de entrada, de variáveis auxiliares ou do estado ativo ou inativo de outras etapas.
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Automação e Instrumentação Industrial
Quando a etapa 27 está ativa, é preciso: acender Ll se DEF está presente, acender L4 se PP está ausente,
fechar a porta nº2 se a etapa 15 está ativa (X15=1), ligar uma temporização de 10 segundos etc.
Ao nível das especificações tecnológicas (nível 2), será necessário precisar o modo como as ações são
realizadas, tendo em conta o material escolhido para captadores e acionadores.
4.5.2 Transições
As transições indicam as possibilidades de evolução entre etapas, são associadas a cada transição uma
condição lógica chamada receptividade, que permite distinguir, entre todas as informações disponíveis,
apenas aquelas que são suscetíveis, num dado instante, de fazer evoluir a parte comando.
Exemplo:
• temperatura> 300ºC;
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Unidade I
Para fazer intervir o tempo numa receptividade, basta indicar, após a referência t, a sua origem e
duração; a origem será o instante do começo da última ativação de uma etapa anterior. Exemplo: a
notação t/8/10s significa 10 segundos decorridos após a última ativação da etapa 8. Quando uma etapa
se encontra na origem de um tempo, pode ser útil indicá-la como uma ação associada a essa etapa.
As ligações são horizontais ou verticais, salvo em casos em que os traços oblíquos tragam clareza
ao diagrama. O essencial é adotar uma representação que contribua o mais possível para a clareza do
funcionamento.
O sentido geral do percurso é de cima para baixo. A chegada e a partida numa etapa são representadas
verticalmente, estando a chegada na parte superior. Se, em casos muito particulares, a chegada tiver que
ser feita na parte inferior, será obrigatória a inclusão de uma seta. Devem ser utilizadas setas, sempre
que uma melhor compreensão possa daí resultar e sempre que a orientação fixada não seja respeitada.
Para evitar qualquer ambiguidade, é preferível evitar os cruzamentos contínuos ou linhas de ligação.
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Automação e Instrumentação Industrial
Devendo o caráter ativo ou inativo de cada uma das etapas evoluir, os três conceitos precedentes
não podem chegar para definir um GRAFCET. É, além disso, necessário fixar um conjunto de regras de
evolução.
Regra 2: uma transição pode ser validada ou não validada, ~ validada quando todas as etapas
imediatamente precedentes estão ativas. Não pode ser transposta senão quando for validada e quando
a receptividade associada à transição for verdadeira, a transição é então obrigatoriamente transposta.
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Unidade I
Quando várias etapas estão ligadas a uma mesma transição, convém, por razões de ordem prática,
representar o agrupamento de ligações por dois traços paralelos.
Regra 5: se, no decurso do funcionamento, uma mesma etapa deve ser desativada e ativada
simultaneamente, ela permanece ativa.
Nota: o tempo de transposição de uma transição não pode ser nunca rigorosamente nulo, mesmo
se, teoricamente (regras 3 e 4) ela pode ser feita tão pequena quanto se quiser. Passa-se o mesmo com
a duração da ativação de uma etapa. Por outro lado, a regra 5 é muito raramente encontrada na prática.
Estas regras foram formuladas assim por razões de coerência teórica interna do GRAFCET.
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Automação e Instrumentação Industrial
Um GRAFCET é geralmente constituído por várias sequências, isto é, por várias séries de etapas a
executar, uma após as outras e é muitas vezes necessário efetuar uma seleção exclusiva de uma só
dessas sequências.
Na agulhagem formada pela escolha de sequência a realizar, as diferentes transições que correspondem
às receptividades x, y e z, por serem simultaneamente validadas pela mesma etapa 5, poderiam, pela
regra 4 da simultaneidade, ser transpostas simultaneamente. Na prática, somos frequentemente levados
a fazer essas receptividades exclusivas. Podemos igualmente introduzir prioridades.
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Unidade I
O salto condicional é uma agulhagem particular que permite saltar uma ou várias etapas sempre que
as ações a realizar se tornem inúteis, enquanto que a retomada de sequência permite, pelo contrário,
retomar uma ou várias vezes a mesma sequência enquanto uma condição fixada não for obtida.
Seja um dispositivo de manipulação, podendo servir 3 postos P1, P2 e P3. No repouso, o dispositivo
está presente num dos 3 postos com a garra aberta.
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Automação e Instrumentação Industrial
Quando o dispositivo está em repouso, o pedido de outro posto desencadeia a sequência seguinte:
Por razões de simplificação, supõe-se que um só pedido pode ser feito de cada vez.
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Unidade I
A ausência de tensão de ambos os lados de um disjuntor fechado é uma situação anormal e perigosa. O
papel de um automatismo de falta de tensão é o de fazer abrir o disjuntor quando um caso desses acontece
e seguidamente fechá-lo mediante certos controles, quando a tensão volta de um lado ou de outro.
Uma ação exterior (ARR) produz o mesmo efeito. Pelo contrário, se uma das tensões regressa durante
essa espera (VL ou VB) duas sequências são encaradas:
Retorno: se VL vier primeiro, fecha-se o disjuntor e inicializa-se de novo o GRAFCET (etapa 6).
Fecho de VB e VL: o retorno de VB e VL dispara uma segunda temporização TG (etapa 7). Se as duas
tensões estiverem presentes durante o tempo tg, fecha-se o disjuntor (etapa 6).
Caso contrário, o automatismo entra em espera (etapa 4). Finalmente, o expirar do tempo TV (ftv)
provoca a paragem do automatismo (etapa 5), na espera de uma reinicialização manual.
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Automação e Instrumentação Industrial
Um GRAFCET pode comportar várias sequências que se realizam simultaneamente, mas em que as
evoluções das etapas ativas em cada ramo ficam independentes. Para representar estes funcionamentos
simultâneos, uma transição única e dois traços paralelos indicam o princípio e o fim das sequências, isto
é, a ativação simultânea dos ramos assim realizados e o seu desenvolvimento até uma sequência comum.
A partir da etapa 22, a receptividade provoca a ativação simultânea das etapas 23 e 26. Estas duas
sequências 23-24-25 e 26-27-28-29 evoluirão então de maneira totalmente independente e só:
Nota: as condições particulares de cada ramo podem ser assinaladas entre parêntesis, por cima dos
traços paralelos do agrupamento.
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