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faculdade una de pouso alegre

curso de arquitetura e urbanismo


projeto de graduação final ii - abordagens

GALPÃO
do
produtor
estiva/mg

leila aparecida pereira


111720422
Orientador:
Prof. me. Gustavo Reis machado
2022
faculdade una de pouso alegre
curso de arquitetura e urbanismo
projeto de graduação final ii - abordagens

GALPÃO
do
produtor
estiva/mg
leila aparecida pereira
111720422
Orientador:
Prof. me. Gustavo Reis machado
trabalho final de graduação - i do curso de graduação em arquitetura
e urbanismo da faculdade una de pouso alegre, como requisito para a
obtenção do título de bacharel em arquitetura e urbanismo.

pouso alegre, 2022


faculdade una de pouso alegre
curso de arquitetura e urbanismo
projeto de graduação final ii - abordagens

leila aparecida pereira


111720422

GALPÃO
do
produtor estiva/mg

Prof. me. Gustavo Reis machado - presidente


prof. esp. Daniel Lage - interno
prof. dr. Leandro letti - externo

pouso alegre, 21 de junho de 2022


mário
Dedicatória 4
Resumo 5
Abstract
6
Lista de Figuras
7
Introdução 8
Contextualização
do Tema 9
Leitura do Local
Breve histórico de Estiva
11 11
Localização 12
Infra Estrutura / Aspectos Culturais / Condicionantes Legais 13
Acessos e Localidade / Topografia 14
Hidrografia / Incidência Solar 15
Fluxo Viário / Equipamentos Urbanos 16
Uso e Ocupação do Solo / Gabarito de Altura 17
Apresentação do Terreno 18
Projeto Atual/Corte Esquemático 19
Obras Análogas
20
Mercado de Agricultores de Tula 20
Mercado Público de Foz do Iguaçu 22
Mercado Público de Triunfo 24

Proposta de Projeto
26
Conceito 27
Partido 28
Quadro de Áreas / Fluxograma 29
Organograma / Setorização 30
Plano de Massas 31
Volumetria 32
Planta de Demolir e Construir 33
Implantação 35
Planta Baixa 36
Layout 37
Cortes 42
Fachada 44
Materialidade 46
Croquis 47
Perspectiva 49
Vegetação 53
Quadro Fenológico 54
Referências
Bibliográficas 55
4

Dedicatória
Acredito que para fazer uma dedicatória que seja condizente com a sua real
proposta, o ideal é entender qual a importância de cada coisa em cada situação, sendo
assim, levando esse argumento como referência, inicialmente e principalmente,
dedico esse projeto a Deus, que colocou o curso que sempre sonhei fazer próximo de
mim, que esteve ao meu lado durante todos os momentos dessa jornada e fez com
que todos os problemas que cruzaram o meu caminho fossem enfrentados e deixados
para trás, sendo hoje apenas memórias amargas.

Ainda como parte do agradecimento a Deus, posso citar o fato dele ter coloca-
do em minha vida a coisa mais importante de todas, minha filha, Luísa, que veio no
momento mais perfeito para mim e, mesmo que de maneira mínima, pudesse ter sido
uma dificuldade, já que os cuidados que envolvem uma recém nascida algumas vezes
tenham entrado em conflito com o desenvolvimento do trabalho de conclusão de
curso, o brilho e a alegria que ela me trás talvez seja o principal motivo de eu nunca ter
desistido de levar esse projeto até o fim e ter a certeza de que tudo valeu a pena.

Agradeço também a minha família, que sempre me apoiou e me incentivou a


correr atrás dos meus sonhos, meus sogros, que sempre estiveram do meu lado e me
ajudaram em todas as situações, meus amigos e colegas que realmente se importa-
vam comigo, meus professores e ex professores, que me passaram todo o seu conheci-
mento e experiência.

Finalmente mas não menos importante, meu marido Lucas, que sempre
esteve ao meu lado, do primeiro ao último dia, que sorriu comigo nos momentos
felizes e que segurou minha mão nos momentos tristes e que se dedicou ao máximo
para me ajudar a fazer com que esse projeto fosse finalizado.
5

resumo
O presente trabalho tem como objetivo a readequação de um galpão abandonado que
fica na cidade de Estiva sul de Minas Gerais às margens da rodovia Fernão dias, cidade
conhecida como “terra do morango”. O intuito da readequação é oferecer aos produ-
tores rurais um local para que seus produtos possam ser vendidos de forma direta sem
os famosos atravessadores, praticando assim preços mais justos, além de oferecer à
população produtos frescos valorizando o comércio local e movimentando a econo-
mia da cidade.

Palavras chave: Produtor rural, agricultura familiar, Ceasa, morango, Estiva.


6

abstract
This present work has as objective the readjustment of an abandoned shed that is
located in the city of Estiva, south de Minas Gerais, on the margins of the Fernão Dias
highway, city known as “land of the strawberry”. The purpose of readjustment is to
offer the rural producers a place so that their products can be sold directly without the
famous middlemen, thus offering fairer prices, in addition offer the population fresh
products valuing local commerce and boosting the city's economy.

Keywords: Rural producers, family farming, Ceasa, Strawberry, Estiva.


lista de figuras 7

- Figura 1: Mapa da produção de morango em Minas Gerais no ano de 2020 - Página 11


- Figura 2: Estatisticas da produção de morango em Estiva - Página 12
- Figura 3: Mapa do Brasil / Região Sudeste / Micro região do sul de Minas - Página 12
- Figura 4: Festa do Morango 2019 - Secretaria de Turismo de Estiva - Página 13
- Figura 5: Mapa de Acessos e Localidade - Página 14
- Figura 6: Mapa de Topografia - Página 14
- Figura 7: Mapa da Hidrografia - Página 15
- Figura 8: Mapa da Incidência Solar - Página 15
- Figura 9: Mapa de Fluxo Viário - Página 16
- Figura 10: Mapa de Eqipamentos Urbanos- Página 16
- Figura 11: Mapa de Uso e Ocupação do Solo - Página 17
- Figura 12: Mapa de Gabarito de Altura- Página 17
- Figura 13: Mapa da Área de Intervenção - Página 18
- Figura 14: Vista Lateral Direita - Página 18
- Figura 15: Acesso - Página 18
- Figura 16: Vista Frontal - Página 18
- Figura 17: Vista Lateral Esquerda - Página 18
- Figura 18: Vista da Rodovia Fernão Dias - Página 18
- Figura 19: Planta Baixa - Projeto Atual: Galpão do Produtor Rural- Página 19
- Figura 20: Corte Esquemático - Projeto Atual: Galpão do Produtor Rural- Página 19
- Figura 21: Mercado de Agricultores de Tula - Fachada posterior - Página 20
- Figura 22: Mercado de Agricultores de Tula - Fachada frontal - Página 20
- Figura 23: Mercado de Agricultores de Tula - Interior - Página 20
- Figura 24: Mercado de Agricultores de Tula - Programa de Necessidades - Página 21
- Figura 25: Mercado de Agricultores de Tula - Planta Baixa - Página 21
- Figura 26: Mercado Público de Foz do Iguaçú - Perspectiva - Página 22
- Figura 27: Mercado Público de Foz do Iguaçú - Programa de Necessidades - Página 22
- Figura 28: Mercado Público de Foz do Iguaçú - Planta Baixa - Página 23
- Figura 29: Mercado Público de Foz do Iguaçú - Cortes - Página 23
- Figura 30: Mercado Público de Foz do Iguaçú - Cobertura - Página 23
- Figura 31: Mercado Público do Triunfo - Fachada - Página 24
- Figura 32: Mercado Público do Triunfo - Fachada - Página 24
- Figura 33: Mercado Público do Triunfo - Interior - Página 24
- Figura 34: Mercado Público do Triunfo - Planta Baixa - Página 25
- Figura 35: Mercado Público do Triunfo - Corte Transversal - Página 25
- Figura 36:Croqui Vista Lateral Direita - Página 26
- Figura 37: Moodboard Conceito - Página 27
- Figura 38: Logomarca Oficial - Página 28
- Figura 39: Partido - Página 28
- Figura 40: Fluxograma - Página 29
- Figura 41: Organograma- Página 30
- Figura 42: Setorização - Página 30
- Figura 43: Plano de Massas - Página 31
- Figura 44: Volumetria - Página 32
- Figura 45: Planta de Demolição - Página 33
- Figura 46: Planta de Construção - Página 34
- Figura 47: Implantação - Página 35
- Figura 48: Planta Baixa - Página 36
- Figura 49: Delimitação das Pedras - Página 38
- Figura 50: Planta Layout Primeiro Pavimento - Página 38
- Figura 51: Planta Layout Segundo Pavimento - Página 39
- Figura 52: Planta Layout Anexo - Página 40
- Figura 53: Corte AA - Página 42/43
- Figura 54: Corte BB - Página 42/43
- Figura 55: Fachada - Página 44/45
- Figura 56: Croquí Perspectiva - Página 47
- Figura 57: Croquí Fachada - Página 47
- Figura 58: Croquí Vista Frontal - Página 48
- Figura 59: Croquí Vista Lateral - Página 48
- Figura 60: Croquí Perspectiva - Página 48
- Figura 61: Perspectiva Feiras Livres - Página 49/50
- Figura 62: Perspectiva Pergolado/Anexo - Página 51
- Figura 63: Perspectiva Cozinha/Escola - Página 51
- Figura 64: Perspectiva Galpão Interno - Página 52
- Figura 65: Perspectiva Galpão Interno - Página 53
- Figura 66: Vegetação - Página 54
8
uma parcela considerável dos habitantes da cidade.

De acordo com o engenheiro agrônomo


André Marques da EMATER, Estiva tem mais de
1100 produtores de morango, sendo mais de 98%
deles sem nenhum tipo de registro ou capacitação. E
segundo o último Censo Agropecuário do IBGE
mostrou que a agricultura familiar tem papel
relevante em Minas Gerais, representando 73% dos
estabelecimentos agropecuários do estado.

Hoje esses produtores passaram a depender


demais dos vendedores, os famosos atravessado-
res, que garantem a venda, porém com um preço
muito baixo. Além disso, os grandes produtores
O projeto do galpão do produtor, em Estiva, passaram a cultivar lavouras gigantescas, tendo sua
nasceu no início dos anos 2000, com o intuito de própria linha de produção, desde o plantio até a
funcionar como uma espécie de CEASA, dando venda final, atrapalhando ainda mais o pequeno
oportunidade para que o pequeno produtor tivesse produtor.
seu produto mais valorizado, fazendo a venda direta
para o consumidor. OBJETIVO
O galpão foi construído e estruturado como Considerando os fatos levantados, o
um espaço para exposição e armazenamento de objetivo desse trabalho é desenvolver um
produtos, está em uma posição privilegiada, nas projeto que visa reativar o galpão, mantendo o
margens da Rodovia Fernão Dias, atingindo tanto o máximo da estrutura existente, preservando o
motorista que passa sentido Belo Horizonte, quanto que há de bom na construção e adequá-la nas
o do sentido São Paulo, porém, nunca foi utilizado. exigências e conceitos estéticos atuais, a fim de
Hoje quase 20 anos depois, o galpão serve como criar um projeto visivelmente apresentável e
depósito de materiais da prefeitura. Sendo assim, a economicamente viável, além de se tornar um
proposta desse trabalho será de retomar o uso do cartão de visita para a cidade, por se tratar de um
galpão, com um projeto que visa aproveitar a local que fica, literalmente, nas margens da
estrutura existente e, além de implantar esse concei- rodovia Fernão Dias.
to de venda direta, agregar ações que beneficiem o

DESCRIÇÃO DA PROPOSTA DE PROJETO


pequeno produtor da cidade.

CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Com esse objetivo bem estabelecido, a


O tema a ser discutido no caderno se encaixa proposta apresentada será a de utilizar o galpão
em cultural/social, e o objeto a ser trabalhado será um como uma maneira de criar um contato direto entre
galpão do produtor rural, que funcionará como uma o produtor e o cliente, valorizando o pequeno
espécie de CEASA. agricultor, para que ele possa comercializar seu
Partindo desse princípio de já haver um local produto por um preço mais justo e atraente para o
pré estabelecido para a aplicação do projeto, será comprador. Além disso, serão englobadas outras
utilizado a técnica de retrofit, que é um conceito que ações visando ajudar o agricultor da cidade, através
tem como intuito, adaptar estruturas antigas às de capacitação por meio de cursos, palestras e
técnicas atuais. O galpão está situado no município de workshops, além da promoção de eventos, atraindo
Estiva, Minas Gerais, às margens da rodovia Fernão um público que vai desde quem quer aprender, até
Dias.
quem quer visitar.

justificativa O galpão tem aproximadamente 593,60 m²


e conta com um programa de necessidades que vai
atender tanto quem quer expor e vender seus
O cultivo das lavouras de morango na cidade
tem forte influência, pois, basicamente a economia da produtos tanto quem quer se capacitar e se
cidade gira em torno da produção da fruta. Além disso, informar, além de ser atrativo, movimentando a
a agricultura familiar é a forma de sustento de economia da cidade.
9

ZAÇÃO
os CECAFS (Central de Comercialização da
Agricultura Familiar) oferecendo, consequen-
temente, preços mais acessíveis aos consumi-
dores.

Um outro conceito bastante presente


nesse caderno é a questão da comercialização
do produto fresco, colhido na hora, Cristóvão
O conceito da CEASA foi concebido
e Tibério, 2009 citam o termo “comprar
pelo governo federal, tendo como apoio da
Organização das Nações Unidas para alimen- fresco, comprar local”, como uma resposta à
tação e Agricultura (FAO), em que segundo cultura norte-americana dos Fast foods,
Ivan Moreira da Silva, 1987, “era necessário sendo seus objetivos centrais os seguintes:
trazer a experiência de outros países para
auxiliar no planejamento, construção e [...]dinamização do consumo de alimentos
operação do projeto.” Sendo assim, foram produzidos localmente (num raio variável); o
construídas CEASAS nas principais capitais estabelecimento de ligações diretas entre
do Brasil. produtores e consumidores; a revitalização de
estruturas de produção, transformação e
Segundo Belik & Cunha, 2015, As
CEASAS eram “a única referência pública distribuição; a construção de redes de relações
para o abastecimento de varejões e merca- entre produtores e governos locais, empresários
dos, bem como para a definição de padrões e outros líderes; e a promoção da economia local
de qualidade, preços e classificação de e do desenvolvimento rural[...]
produtos”, sendo, ainda segundo Belik &
Cunha, 2015 “uma maneira de impulsionar Esse movimento criado nos EUA busca
novos hábitos de consumo da população, em ir contra a cultura dos alimentos industrializa-
meio a uma escassez de oferta de produtos dos que destroem a agricultura americana e
que o mercado alimentício enfrentava na busca contrariar esse conceito agro-industrial
época, principalmente devido a uma grande
e defender a produção familiar que preza pelo
onda de privatizações por parte dos canais
públicos de alimentação”. alimento sem uso de agrotóxicos, além do
fato dessa nova cultura minar as gigantescas
Seguindo esse formato, e procuran- distâncias percorridas pelos alimentos, além
do fortalecer a agricultura familiar cada eliminar a cadeia controlada pelas grandes
vez mais, a partir da década de 2000, empresas.
houve um esforço do governo para expan-
dir ainda mais esse conceito criado pelas
CEASAS. Sendo assim, foram criados
alguns galpões exclusivos para pequenos
produtores,
10
contextualizaÇÃO do tema
Esse movimento do “compre fresco, Ou seja, o país do fast food já pensa no local,
compre local” defende de maneira sucinta a e entende a importância de valorizar o pequeno e
valorização dos costumes familiares, médio produtor, para que ele tenha a oportunidade
classificado por Feenstra, 2002 como “um negociar diretamente com o consumidor final,
sistema de produção agrícola, alimentado e entregando um produto fresco, além de conseguir
enraizado num local, baseado em recursos margens melhores de lucro para seu negócio.
locais, servindo mercados e consumidores
locais e empenhado na justiça social, De volta ao Brasil, mesmo ainda não tendo
sustentabilidade ecológica e relações essa cultura do “compre fresco, compre local” tão
sociais de apoio mútuo.” difundida, pelo menos o conceito de feiras livres já
possuem uma regulamentação própria, de acordo
O conceito mais abrangente que o com o ministério da agricultura, pecuária e abaste-
enquadra é o de sistema alimentar local, que cimento, o ministério saúde e a ANVISA, são
é definido como “um esforço colaborativo recomendadas para a comercialização de
para construir economias alimentares produtos alimentícios em feiras livres, sacolões e
autossustentadas e mais baseadas no local, varejistas, boas práticas de higiene pessoal nas
em que a produção, transformação, lavouras, como a não presença de animais e
distribuição e consumo são integrados de saneamento básico. Além disso, para a exposição,
forma a melhorar a economia, o ambiente e é necessário que os alimentos sejam selecionados,
a saúde social de um lugar específico” sem sinais de degradação e embalagens não
Cristóvão e Tibério, 2009. reutilizáveis, tendo essas práticas como objetivo a
prevenção de doenças e a promoção da saúde da
Apesar de parecer algo que inicial- população.
mente é longe de ser uma realidade, a
cultura do compre fresco, compre local já é Partindo desse princípio podemos dizer
algo bastante enraizado nos Estados que o projeto do galpão do produtor consegue
abranger todos essas questões mencionadas, além
Unidos, sendo as chamadas “farmers
de servir de um ponto turístico para a cidade, assim
markets” bastante comuns, [...]os mercados
como mencionado por Bandeiras, Alvarez, 2007,
de venda direta possuem uma crescente
“Para além de permitirem escoar grande parte
popularidade nos EUA (e em muitos outros
dos produtos produzidos na região, aumentar o
países), sobretudo dado o aumento do volume de vendas e os rendimentos dos produ-
interesse dos consumidores por produtos tores, atraem visitantes e turistas, o que tem
frescos, produzidos local ou regionalmente. promovido o desenvolvimento de outras
Segundo o Departamento de Agricultura do atividades ligadas ao artesanato, à
governo americano (www.usda.gov), existem gastronomia, ao turismo e à -
cerca de 4.300 destes mercados espalhados promoção da cultura e
por todo o país, constituindo uma importante identidade das
fonte de rendimento para os cerca de 19.000 regiões”.
produtores que se estimam estarem envolvi-
dos (dados de 2006). Estes mercados funcio-
nam uma ou duas vezes por semana, em
espaços públicos, como praças, parques e
áreas de estacionamento.
Em alguns casos possuem infra-estru-
turas permanentes e, em muitos outros, as
bancas são montadas apenas no dia de
realização do mercado.[...]Cristóvão e
Tibério, 2009.
11
trabalhou em Atibaia, norte do estado de São
Paulo, com uma família de descendente de
japoneses, que por lá já plantavam morango,
fazendo com que ele, depois de um tempo, ao
retornar à Estiva, trouxesse a técnica do plantio
para a cidade.
O Sr Osvaldo vendia seu morango em
São Paulo, e posteriormente em Belo Horizonte,
aos poucos, vendo que o plantio era promissor,
BREVE HISTÓRICO DE ESTIVA outros moradores da cidade começaram a seguir
esses passos e criaram suas próprias lavouras,
novas técnicas começaram a surgir, novas embala-
Localizado no sul de Minas, Estiva é uma gens, e, na década de 70, começaram a surgir
pequena cidade, com pouco mais de 10 mil intermediadores que coletavam o morango direto
habitantes, situada nas margens da rodovia do produtor e levavam para mercados em cidades
Fernão Dias. Seu início se dá por volta de 1720, grandes.
com um pequeno povoado que se instaurou em
um local que anteriormente era chamado de Hoje, mais de 50 anos depois, Estiva tem
“brejo de estiva”, um local de passagem que mais de 1100 produtores de morango, que
ligava São Paulo a Belo Horizonte, sendo um ganham seu sustento a partir da fruta, sendo que a
trecho de bastante dificuldades, devido às economia da cidade é baseada praticamente no
características do terreno. Com a passagem dos plantio do morango; Inclusive, o principal evento
anos, o pequeno estivado começou a crescer, da cidade é a tradicional Festa do Morango, com
baseado nesse movimento e principalmente mais de 25 anos de existência.
por quem transportava materiais que exigiam
Estiva hoje está em 3° lugar no estado
maior dificuldade, e muitas vezes eram de Minas Gerais em produção do morango,
perdidos. produzindo cerca de 22,2 toneladas segundo a
Em 1853, foi construído uma EMATER.
pequena capela em devoção a
Nossa Senhora Aparecida e em
1870 o povoado foi elevado a
distrito de Pouso Alegre, porém
apenas em 27 de Dezembro de 1948
Estiva se tornou oficialmente uma
cidade. Hoje, o município possui 15
bairros e um distrito.

Desde seus primórdios, a


cidade teve como base a produção
rural, mas foi nos anos 60 que um
agricultor resolveu plantar uma
fruta que ainda era inédita no local,
hoje, quase 50 anos depois, a cidade
é conhecida como “a capital do
morango”.

cidade do morango
Fonte: EMATER-MG

Tudo começou nos anos 60 quando o Figura 1: Mapa da produção de morango em


Minas Gerais no ano de 2020
Sr Osvaldo resolveu plantar cerca de 100 mil
pés de uma qualidade de morango que na
época era conhecido como “azedinho”. O Sr
Osvaldo antes de começar sua plantação,
12
leitura do local
Segundo o engenheiro André Marques, da EMATER da
cidade, desses 1100 produtores, 98% se encaixam no conceito de
produtor familiar, segundo ele, ainda: “Todo agricultor familiar é
produtor, mas nem todo produtor é agricultor familiar, considera-
-se agricultor familiar os produtores que atendam aos seguintes
requisitos:
A) Possuir, a qualquer título, área de até 4 (quatro) módulos
fiscais;
B) Utilizar, no mínimo, metade da força de trabalho familiar
no processo produtivo e de geração de renda;
C) Auferir, no mínimo, metade da renda familiar de ativida-
des econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
D) Ser a gestão do estabelecimento ou do empreendimen-
to estritamente familiar.”
Ainda segundo o engenheiro André, mesmo que grande
parte dos produtores da cidade sejam agricultores familiares, a
grande maioria das 23 toneladas anuais produzidas na cidade
pertencem ao grande produtor, com suas lavouras gigantescas.
Um outro detalhe que fica bastante claro, segundo o
Engenheiro André, é a independência do sistema de vendas do
grande produtor, que consegue vender seu próprio produto e, em
contrapartida, a deficiência do agricultor familiar, que depende
diretamente do já mencionado “atravessador”, que compra o
morango por um preço muito baixo, pois o agricultor não possui
uma autonomia da venda do seu produto, sendo esse um dos Figura 2: Estatisticas da produção de morango em Estiva
Fonte: Emater Estiva, adaptada pelo autor
argumentos que mais reforçam a necessidade de um local de
venda para esse público.
localização

;
Figura 3: Mapa do Brasil / Região Sudeste /
ESTIVA -
Micro região do sul de Minas
13
leitura do local
Área: 243,872 km² (IBGE/2020); Renda Média Mensal: R$1.800
Elevação: 965m (Prefeitura de Estiva); (DATAVIVA/2015);
População: 11.416 (IBGE/2021); O município faz fronteira com:
Micro região: Pouso Alegre; • Norte: Pouso Alegre e Borda da Mata;
Densidade demográfica: 44,47 hab/km² • Leste: Cachoeira de Minas e Consolação;
[IBGE/2010); • Sul: Cambuí;
PIB per capita: 22.788,83 R$ (IBGE/2018). • Oeste: Bom Repouso.
Principais Fontes de Renda: Comércio e
agricultura (DATAVIVA/2015);
Abastecimento de Água: COPASA;
infra estrutura Energia Elétrica: ENERGISA;
Coleta de Lixo: Realizada pela prefeitura do município
Vias e Passeio Público: O acesso do terreno é pavi
mentada e possui passeio público.
ASPECTOS CULTURAIS
Quando se trata de cultura, Estiva tem Festa do morango
dois eventos tradicionais que se destacam,
sendo eles, a tradicional Festa do Morango que
está em sua 21° edição que traz atrações
famosas, além de espaços para comercialização
de comidas derivadas do morango, e a competi-
ção de melhor morango. E outra festa tradicio-
nal é a da padroeira da cidade, um evento que
tem duração de 12 dias, ambas têm forte impac-
to na economia da cidade, pois atrai o público da
cidade e região. Além ainda de Estiva fazer Fonte: https://www.facebook.com/estivatur/photos/pcb.2312268369023016/2312267935689726
Figura 4:Festa do Morango 2019 - Secretaria de Turísmo de Estiva
parte do percurso caminho da fé.
I – Estiver sendo executada sem licença
condicionantes legais da Prefeitura Municipal, nos casos em que a mesma
for necessária, conforme previsto neste Decreto;
Estiva por ser uma cidade extremamente
pequena não possui um plano diretor. Porém a cidade II – For desrespeitado o respectivo
é regida por um DECRETO nº 2.208/2019 que diz:; projeto aprovado pela Prefeitura Municipal;

Dispõe sobre medidas relacionadas às III – O proprietário ou responsável pela obra


construções civis no perímetro urbano e apresen- recusar-se a atender a qualquer notificação da Prefeitu-
ra Municipal referente às disposições deste Decreto;
tação de projetos e dá outras providências.
IV – Não forem observados alinhamen-
Art. 1º - Qualquer construção ou to, nivelamento e recuos;
reforma de iniciativa pública ou privada somente
poderá ter sua execução iniciada após o exame, V – Estiver em risco sua estabilidade;
aprovação do projeto e concessão de licença de
construção pela Prefeitura Municipal. VI –Não ocorrer o pagamento da multa,
quando for o caso, no prazo estipulado;
Art. 11 – A obra em andamento, seja ela
de construção ou reforma, reparo ou reconstru- VII – Estar em desacordo com a Legisla-
ção, será embargada, sem prejuízo das multas e ção Ambiental Federal.
outras penalidades, quando:
14
leitura do local
acessos e localidade

A área de intervenção
está localizada na avenida
perimetral de estiva, estando
a 2km do centro da cidade e
possuindo tanto acesso via
Rodovia Fernão Dias para
quem vem sentido São Paulo
quanto para quem vem
R O D O V IA F E R N Ã O D IA S

AV. PERIMETRAL
sentido Belo Horizonte.

N FONTE: Google Maps - Adaptada pela autora

PRAÇA DA MATRIZ ACESSO NORTE


Figura 5:Mapa de Acessos e Localidade
200m ACESSO SUL ÁREA DE INTERVENÇÃO

topografia

CURVA DE NÍVEL - 10m

ÁREA DE INTERVENÇÃO

100m

FONTE: Google Maps/www.topographic.com - Adaptada pela autora


Figura 6:Mapa de Topografia
15
leitura do local

hidrografia
O município insere-se
na bacia do rio Sapucaí,
pertencente à bacia do rio
Grande. Os principais cursos
de água são o ribeirão Estiva,
que atravessa a cidade, o
ribeirão Itaim, afluente do rio
Sapucaí, e o rio Três Irmãos.

N
BACIA HIDROGRÁFICA
DO RIO SAPUCAÍ

200m ÁREA DE INTERVENÇÃO


FONTE: IDE sisema - Adaptada pela autora

Figura 7: Mapa da Hidrografia

incidência solar
Observando o mapa de
incidência solar do município de
Estiva, percebe-se que na área de
intervenção há uma incidência
solar nascente na parte frontal da
construção e poente que atinge a
fachada lateral direita.

Já em relação aos ventos


D O V IA F E R N Ã O D IA S

AV PERIMETRAL
predominantes, nota-se a presen-
ça de ventos que vêm do lado
nordeste sentido sudoeste.
RO

N FONTE: Google Maps - Adaptada pela autora INCIDÊNCIA SOLAR NASCENTE


Figura 8: Mapa da Incidência Solar INCIDÊNCIA SOLAR POENTE
VENTOS PREDOMINATES
ÁREA DE INTERVENÇÃO
100m
16
leitura do local
fluxo viário

Por ser um município


pequeno, não possui vias
arteriais, apenas vias coletoras e
locais predominantes.

A principal via da cidade é


a Avenida Prefeito Gabriel Rosa e
R O D O V IA F E R N Ã O D IA S
a Rua Pereira.

N FONTE: Google Maps - Adaptada pela autora

FLUXO LEVE
100m FLUXO MODERADO ÁREA DE INTERVENÇÃO
Figura 9: Mapa de Fluxo Viário

equipamentos urbanos
Os equipamentos públicos são
predominantes na parte central da
cidade, tanto municipal quanto estadu-
al, que são as escolas.

Já na área da intervenção, não


há nenhum equipamento público,
devido principalmente ao fato da
RODOVIA FERNÃO DIAS

avenida do local ser relativamente AV PERIMETRAL

nova.

N
BANCOS
AGROPECUÁRIAS
FONTE: Google Maps - Adaptada pela autora
MERCADOS
100m
RESIDENCIAIS
Figura 10: Mapa de Equipamentos Urbanos
ÁREA DE INTERVENÇÃO
17
leitura do local
uso e ocupação do solo
Analisando o mapa de uso e
ocupação do solo, podemos obser-
var a grande predominância de
residências, com exceção da área da
praça e da avenida Prefeito Gabriel
Rosa , em que há a grande presença
de uso misto.

Na área de intervenção, por


ser recente, não há tantas edifica-
ções, porém, nota-se que a tendên-
cia é que o local se torne uma área
comercial da cidade, seguindo
outros galpões que já estão sendo
construindo, além da proximidade
RESIDENCIAL com a rodovia Fernão Dias.
COMERCIAL
N
MISTO
FONTE: Google Maps - Adaptada pela autora INSTITUCIONAL
ÁREA DE INTERVENÇÃO
200m
Figura 11: Mapa de Uso e Ocupação do Solo

gabarito de altura
Analisando o gabarito de
altura no município de Estiva,
nota-se a predominância de casas
térreas.

Nota-se também que a


grande maioria das construções com
três ou mais pavimentos são destina-
dos para fins comerciais ou de
serviços, com residências nos
últimos andares.

N
1 PAVIMENTO
FONTE: Google Maps - Adaptada pela autora
2 PAVIMENTOS
3 OU MAIS PAVIMENTOS
100m Figura 12: Mapa de Gabarito de Altura
ÁREA DE INTERVENÇÃO
18
leitura do local
APRESENTAÇÃO DO TERRENO
O local da intervenção encontra-se às
BH
margens da rodovia Fernão Dias e pertence à
5
prefeitura municipal de Estiva-MG.
ACESSO
À ESTIVA

O terreno é plano e tem aproximada-


mente 7.000 m² com uma construção existen-
3
te de 594,73 m² e mais um anexo contendo a
cozinha escola e a sala multiuso com 251,67m²
e um banheiro com 55,38m².

CONDICIONANTES FÍSICAS
4

1 7 8
10

77m
2
Para a proposta do projeto que é um
16m
galpão do produtor, e sendo ele comercial e
localizado em um local sem construções
11
37,1m

6
residenciais, o principal ruído é o da rodovia,
88m

porém nada impede o galpão de funcionar.


91m

22,7m
8.3m

97m
SP N

CONDICIONANTES AMBIENTAIS
O local escolhido para a proposta de
50m

FONTE: Google Maps - Adaptada pela autora projeto, é um terreno plano, sem área de
LAVOURAS DE MORANGO 1 AVENIDA PERIMETRAL 4 RODOVIA FERNÃO DIAS
preservação próxima ao local e como o local
escolhido já tem uma construção existe que se
2 5
ÁREA ARBORIZADA ÁREA DE INTERVENÇÃO ACESSO SUL ROD. F. DIAS
fará apenas adequações não causará nenhum
TERRENOS BALDIOS 3 AVENIDA PERIMETRAL 6 ACESSO NORTE ROD. F. DIAS impacto ao local.
Figura 13: Mapa da área de intervenção 9

Figura 16: Vista Frontal

10

Figura 14: Vista Lateral Direita

8
Figura 17: Vista Lateral Esquerda

11

Figura 15: Acesso Figura 18: Vista da Rodovia Fernão Dias


Fonte:Google Maps e autoral
19
leitura do local
projeto atual

Figura 19: Planta Baixa - Projeto Atual: Galpão do Produtor Rural

corte esquemático

Figura 20: Corte Esquemático


20

materialidade
O principal material utilizado em
toda a estrutura do projeto é a madeira. O
projeto inicial contava apenas com uma

análogas
cobertura utilizando o conceito aberto, e
por ser economicamente mais barato.
Porém o clima fez com que vedasse toda a
parte de vendas com vidros fazendo com
que os produtores pudessem vender o ano
todo.

mercado de agricultores de tula Figura 21:


Fachada posterior

ficha técnica
Arquiteto: 8 lines
Área: 1095 m²
Ano: 2017
Cidade: Tula
País: Rússia

O mercado de agricultores na região


de Tula, na Rússia, tem como ideia principal
a união dos agricultores, uma espécie de Fonte: www.archdaily.com.br
cooperativa em que cada um trabalha
promovendo e comercializando seus
produtos e ajudando uns aos outros. Esse
projeto ainda é um protótipo sem muito
investimento das fazendas e empresas
locais.

Devido ao programa de necessida-


des citado logo abaixo, o local não é só um
ponto de comércio, mas um centro comuni-
tário, com espaços para eventos, exposi- Figura 22: Fachada frontal Fonte: www.archdaily.com.br
ções etc. Até a arquitetura reflete o concei-
to do artesanal, onde toda a estrutura é de
madeira, é usada a tradicional barraca de
madeira valorizando ainda mais esse
conceito.

Figura 23: Interior Fonte: www.archdaily.com.br


21
obras análogas
programa de necessidades
TELHADO

- Áreas de vendas de produtos agríco-


las;
- Café;
- Laboratório de controle de qualidade ÁREA DO CAFÉ

de produtos; PLAYGROUND

- Playground; ESCRITÓRIO E ARMAZÉM

- Área para eventos sazonais;


ÁREA LIVRE

ÁREA COMERCIAL

- Área de recreação;
- Sanitárias;
- Área administrativa que inclui um LAJE (CONCRETO)

escritório, um armazém e oficinas. PAVIMENTAÇÃO

ESCULTURA

PISO DE MADEIRA

Figura 24: Programa de Necessidades Fonte: www.archdaily.com.br

planta baixa

Figura 19: Planta Baixa

Figura 25: Planta Baixa Fonte: www.archdaily.com.br


22
obras análogas
A proposta do projeto é a ampliação e
requalificação do antigo mercado de Foz do
Mercado Público de Foz do Iguaçu Iguaçu, no bairro Vila Portes, seguindo a
influência cultural do local, com o objetivo de
ficha técnica ser um local onde as pessoas da cidade e
visitantes possam desfrutar de eventos
culturais, comerciais e turístico além de
Arquiteto: Escritório 3C Arquitetura e Urbanismo
proporcionar mais qualidade de vida
Área da Intervenção: 14.350 m²
Área Construída: 7.350 m² materialidade
Ano: 2011 - 2012 Estrutura de concreto moldado in loco,
Cidade: Foz do Iguaçu - PR telhado de telha metálica, brise metálico,
País: Brasil circulação de vidro com lâmina de água, deck
de madeira.

Figura 26: Perspectiva Fonte: www.3c.arq.br

programa de necessidades - Hortifrutigranjeiros;


- Espaço Gastronômico;
- Área seca/ Lojas/ Convivência;
- Açougue/ Peixaria;
- Sanitários Públicos;
- Área técnica/ Apoio/ Serviços.

Figura 27: Programa


Figura 23 : Fachada
de Necessidades
frontal
Fonte: www.3c.arq.br
23
obras análogas
planta baixa

Figura 28: Planta Baixa Fonte: www.3c.arq.br

cortes

Figura 29: Corte Fonte: www.3c.arq.br

Figura 30: Cobertura Fonte: www.3c.arq.br


24
obras análogas materialidade
- Concreto;
MERCADO PÚBLICO DE TRIUNFO - Cobogós.

ficha técnica
Categoria: Arquitetura Comercial
Área: 910m²
Ano: 2013
Cidade: Triunfo-PE
País: Brasil

A proposta do projeto visa a requalifi-


cação do local, aproveitando ao máximo a
estrutura existente. O mercado encontrava-
-se totalmente degradado e o objetivo era
fazer o local funcionar novamente com todas Figura 31: Fachada Fonte: www.elementararquitetura.com

as condicionantes solucionadas, já que o local


não tinha condições de higiene e acessibilida-
de. Com uma nova proposta o mercado agora
vai ter uma arquitetura contemporânea, mas
que dialoga com o entorno. O carro chefe do
mercado é a área gastronômica, o coração do
mercado.

Figura 32: Fachada Fonte: www.elementararquitetura.com

Figura 33: Interior Fonte: www.elementararquitetura.com


25
obras análogas
-Boxes;
programa de necessidades -Área de Alimentação;
-Banheiros.

planta baixa

Figura 34: Planta Baixa

corte
Fonte: www.elementararquitetura.com

Figura 35: Corte Transversal Fonte: www.elementararquitetura.com


26

proposta
de projeto O anexo será usado como uma área de
capacitação, nele, haverá uma sala multi uso,
em que serão ministrados cursos e workshops, e
uma cozinha escola, todas estruturadas com
carteiras para os alunos e bancadas para o uso e
manipulação de alimentos, respectivamente.
Além disso haverá um banheiro, suprindo tanto
Será desenvolvido um projeto na cidade
essas salas quanto o galpão.
de Estiva, sul de Minas Gerais, sendo uma
readequação de um galpão abandonado, com Além desses dois prédios, haverá uma
o intuito de se criar um local para que os peque- praça, servindo principalmente como um supor-
nos agricultores da cidade possam comerciali- te para feiras que ocorrerão ao ar livre, sendo
zar seu produto. destinadas também como um local de descanso
e lazer para os compradores e produtores.
O galpão será composto por dois
prédios, sendo um, o galpão em si e o outro um
anexo. No galpão, será o local de compra e
venda de morango e outros hortifruti, além de
um segundo pavimento, composto por um
escritório para a Emater e outro para uma sala
administrativa.

O salão será dividido por espaços delimi-


tados por marcações no chão, também conhe-
cidos popularmente por “pedras”, em que os
produtores poderão expor seus produtos.
Serão no total 36 pedras, com a medida de 1 m
x 2,40 m cada, totalizando 2,40 m², além de 8
boxes, destinados para artesanato, com a
medida de 2,40 m x 2,40 m, com uma área total
de 5,76 m². No salão também haverá uma
Figura 36: Croqui Vista Lateral Direita
câmara fria, já existente, que será usada para
que o produtor possa guardar seu produto.
Haverá 3 entradas no galpão, uma própria para
o comprador e vendedor, pela direita, uma
própria para o público em geral, pela esquerda,
e uma terceira, no fundo, que também será
destinada para o público, porém como um
acesso ao anexo e para os banheiros externos.
27
proposta de projeto
conceito

Figura 37: Moodboard Conceito

EN.TRE.GA
Ato de entregar-se.
É assim como o produtor rural, que com sua luta diária, faça chuva ou faça sol, faz valer sua
força, dedicação e amor à terra.
28
proposta de projeto
partido Partindo desse princípio, a logomar-
ca oficial desenvolvida para o galpão do
produtor foi pensada de maneira que possa
expressar esse sentido de entrega visual-
Reconhecer e valorizar toda essa
mente, com duas mão que formam o
entrega por parte do produtor para que
semblante do morango.
sua luta diária seja recompensada.
Pensando nisso, todos os locais do projeto
procuram prestar auxílio ao produtor, seja
por meio de capacitação, no caso da sala
multiuso e a cozinha escola, seja pela
valorização do produto em si, no caso do
local de vendas por um preço mais justo e
GALPÃO DO
PRODUTOR
até mesmo na questão da informação, no
caso da Emater, que foi transferida para o
local.
Figura 38: Logomarca Oficial
Sendo assim, o projeto foi pensado
em traços simples, retos e contemporâne-
os, que pareçam agradável ao produtor,
mas que também tenham características
comerciais e cumpram seu objetivo princi-
pal, concebendo um local para que seja
praticado a comercialização dos produtos
locais, além da área de capacitação.

O interior do galpão terá o uso do


cobogó, em cerâmica natural, contrubuin-
do para uma melhor circulação do ar no
galpão, o que irá proporcionar aos
frequentadores do local uma melhor
qualidade ambiental.

No exterior foi pensado para que a Figura 39: Partido


volumetria chame a atenção do público,
tanto de quem usa a avenida perimetral
quanto para quem passa pela rodovia
Fernão Dias, sendo usado platibanda,
buscando esconder o telhado, tirando o
aspecto de galpão, também em marrom,
em acm, emulando a terra arada, com a
logomarca aplicada e trazendo uma
identidade mais contemporânea.
29
proposta de projeto
QUADRO DE ÁREAS
SUB-DIVISÃO/ QUANTIDADE
SETORES AMBIENTES USO DE USUÁRIOS DIMENSÃO QUANTIDADE TOTAL

ÁREA PARA EXPOSIÇÃO


ÁREA STANDS
T - E VENDA DE PRODUTOS
100 A=390,00m² 1 A=390,00m²

WC FEM/WC MASC
7 A=24,00m² 2 A=24,00m²
Área Pública

SANITÁRIOS WC ACESSÍVEL -

SANITÁRIOS WC FEM/WC MASC A=46,12m²


ANEXO WC ACESSÍVEL
- 8 A=46,12m² 1

ÁREA PARA PALESTRAS,


SALA MULTIUSO -
WORKSHOPS, CURSOS E AULAS
30 A=52,60m² 1 A=52,60m²

ÁREA PARA CURSOS E


COZINHA/ESCOLA -
WORKSHOPS
15 A=185,49m² 1 A=185,49m²

ÁREA PARA ARMAZENAMENTO


CÂMARA FRIA -
DE PRODUTOS
A=75,00m² 1 A=75,00m²
Restrita
Área

- ÁREA PARA GUARDAR


DML ANEXO MATERIAIS DE LIMPEZA 1 A=6,07m² 1 A=6,07m²

- ÁREA PARA GUARDAR


DML MATERIAIS DE LIMPEZA 1 A=2,60m² 1 A=2,60m²

SALA ADMINISTRAÇÃO DO GALPÃO, DAS


ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATIVA EXPOSIÇÕES, WORKSHOPS INTERNOS 2 A=13,96m² 1 A=13,79m²
Adm
Área

ÁREA DE ASSIST. PRESTAR ASSISTÊNCIA NA PRODUÇÃO


TÉCNICA
EMATER E COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS 2 A=30,73m² 1 A=30,73m²
ALÉM DE QUALQUER DÚVIDA

TOTAL A=826,40m²

fluxograma
Banheiro Banheiro
fem masc DML
DML
Banheiro
feminino
Sala Multiuso

Banheiro
Cozinha
masculino
Salão Câmara fria Anexo

Sala administração

Emater Estacionamento

Segundo Pavimento

Área administração

Área restrita
Acesso público

Figura 40: Fluxograma


30
proposta de projeto
organograma
S
Banheiro feminino DML S Banheiro Banheiro
feminino masculino DML

Banheiro masculino Sala Multiuso

Cozinha
Sala administrativa Salão Câmara fria

Emater Estacionamento Anexo

Segundo Pavimento Figura 41: Organograma

setorização
I: 8% PATAMAR
1.20m
A=13,92m²

WC MASC

WC FEM
A=14,04m²

10
11 P7 P8 P9 P10
09
12
08
13
07
14
06
P6

P11

15
05
16
04
17
03
18
02
A=6,07m²
P12

01
DML

PAREDE COBOGÓ

08
07
06
05
04
03
02
01

CÂMARA FRIA
A=75,00m²

Primeiro Pavimento Segundo Pavimento


N
0 1 5 10 20

DML ADM E SERVIÇOS

SANITÁRIOS SALÃO

CIRCULAÇÃO CÂMARA FRIA


COZINHA SALA MULTIUSO
RAMPAS DE ACESSO HALL
Anexo Figura 42: Setorização
31
proposta de projeto
plano de massas

Vista de entra
pela perimetral
Acesso da
Fernão Dias
Perimetral
Acesso de
Estiva
Acesso da Vista da
Vista de quem rodovia rodovia
vem de Estiva saída pne acesso pedestre
emater Sala Adm

wc
2 andar dml saída para
a Fernão Dias

Salão
entrada O sol bate na
público fachada esquerda
carga e
de manhã
descarga

Câmara Galpão
Fria caminho para a
estacionamento praça

pergolado Vista da
sala wc rodovia
multiuso
cozinha
Anexo
dml

ÁREA DA
FEIRA LIVRE

20m

Plano de Massas
Figura 43: Plano de Massas
32
proposta de projeto
volumetria

SALA
MULTIUSO ÁREA DA FEIRA LIVRE

ESTACIONAMENTO
COZINHA
ESCOLA ANEXO
DME

HALL

CÂMARA
SANITÁRIOS FRIA

GALPÃO
ÁREA DE
CARGA E
DESCASGA
GALPÃO EMATER
ENTRADA SALA
ADM
ENTRADA E SAÍDA
ESTACIONAMENTO
DE PESSOAS PÚBLICO BANHEIRO SAÍDA PNE
DME

ACESSO AV. PERIMETRAL


DE PEDESTRES

ACESSO ROD. FERNÃO DIAS

Esquema Volumétrico Figura 44: Volumetria


33
proposta de projeto
PLANTA de demolir e construir

Planta de Demolição
Manteve Demolir

N Figura 45: Planta de demolição

0 1 5 10 20
34
proposta de projeto
PLANTA de demolir e construir

Planta de Construção Planta de Construção Mezanino


Primeiro Pavimento

Manteve Construir

N Figura 46: Planta de constrção

0 1 5 10 20
35
proposta de projeto
implantação

AV. PERIMETRAL

88.00
A

Figura 47: Implantação


Planta de Implantação
N

0 10 25 50 100

4%
Área total 7.714,57 m² 7%

Área Total Construída 1.310,67 m² 17%


Galpão Existente 594,73m² 10,7%
Nova Construção 338,98 m² 72,3%
Área Permeável 826,24 m²
Área Impermeável 5.577,66 m²
36
proposta de projeto
PLANTA BAIXA
Na planta baixa é possível notar a remodelação do galpão, além de todas as adequações que foram
feitas, como a área do banheiro, que havia uma cantina e um banheiro unisex. sendo ampliado, passan-
do a ser masculino e feminino separados, com fraldário portátil, além do dml. Foi acrescentado um
mezanino, onde ficarão as salas administrativas e o escritório da Emater.

Primeiro Pavimento
Segundo Pavimento

0 1 5 10 20

Figura 48: Planta baixa

Anexo
37
proposta de projeto
layout

O layout do projeto visa valorizar É possível perceber os acessos


os espaços, criando um ambiente amplo para o corredor, tanto no setor de carga
para a exposição e comercialização dos e descarga quanto na entrada para o
produtos. Foram delimitados espaços no público, além da saída que leva ao
interior para 8 boxes, destinados à anexo.
comercialização de artesanatos da
cidade e 36 pedras, para a exposição de No anexo, podemos perceber as
hortifruti. duas salas, uma destinada para cursos,
palestras e workshops, com capacidade
As pedras já são bastante conheci- para 30 pessoas, e a cozinha escola,
das nas CEASAS e CECAFS, sendo com bancadas individuais, com pia e
espaços delimitados no chão, com uma fogão, sendo ao todo, para 20 pessoas.
marcação, em que o expositor coloca Além disso, há o dml e um banheiro
seus produtos sob paletes, facilitando a externo, que atende tanto quem está
organização, sendo facilmente coloca- nas salas, quanto para quem estiver no
dos e retirados. Os espaços das pedras galpão e na praça.
foram pensados para facilitar o uso de
paleteiras e valorizar os corredores para O anexo pode ser facilmente
que haja uma fácil locomoção do público. acessado tanto para quem sai do
galpão, pela saída no lado de trás ou até
Há também a área dos banheiros, mesmo lateral, quanto para quem vem
masculino e feminino, ambos com pela entrada semi pública, do lado
acessibilidade, trocadores portáteis e um esquerdo do galpão.
dml.

Além do galpão, há um segundo


pavimento, onde ficam uma sala
administrativa e o escritório da Emater.
38
proposta de projeto
layout

Figura 49: Delimitação das Pedras

Planta de Layout
Primeiro pavimento Figura 50: Planta layout
primeiro pavimento

0 1 5 10 20

MARCAÇÕES NO CHÃO, CONHECIDAS COMO “PEDRAS”


39
proposta de projeto
layout

N Planta de Layout Figura 51: Planta layout


Segundo pavimento Segundo Pavimento

0 1 5 10 20
40
proposta de projeto
layout

Figura 52: Planta layout


Anexo
N

0 1 5 10 20

Planta de Layout
Anexo
42 43
proposta de projeto
cortes

Figura 53: Corte AA


Corte AA
0 1 5 10 20

Corte BB Figura 54: Corte BB

0 1 5 10 20
44 45
proposta de projeto
fachada

Placa Cimenticia ACM

Cobogó

GALPÃO DO
PRODUTOR

Fachada Figura 55: Fachada

0 1 5 10 20
46
proposta de projeto
marterialidade
Foi mantido a estrutura metálica original do galpão, com fechamento em blocos, o
telhado foi modificado, sendo adicionado um lanternim para proporcionar maior conforto
térmico.

Foi revestido todo o teto com cobogó, que também será usada na divisória do banheiro
e na fachada.

Para que o local perca o aspecto de “barracão” e passe a ter uma identidade contempo-
rânea foi instalada uma platibanda com estrutura metálica e com acabamento em acm, com a
logomarca aplicada em caixa.

O anexo foi projetado em alvenaria convencional com blocos de concreto, e ambos


foram revestidos com placas cimentícias dando criando um aspecto de concreto aparente.

As esquadrias do anexo são todas em blindex, trazendo mais clareza aos ambientes.
47
proposta de projeto
croquis

Perspectiva Figura 56: Croqui Perspectiva

Vista Lateral Figura 57: Croqui Fachada


48
proposta de projeto
croquis

Vista Frontal
Figura 58: Croqui Vista Frontal

Vista Lateral
Figura 59: Croqui Vista Lateral

Perspectiva
Figura 60: Croqui Perspectiva
49 50
proposta de projeto
perspectiva

Figura 61: Perspectiva feiras livres


Perspectiva Feiras
51
proposta de projeto
perspectiva

Perspectiva Pergolado/Anexo Figura 62: Croqui Perspectiva Pergolado/Anexo

Perspectiva Cozinha Escola Figura 63: Croqui Perspectiva Cozinha/escola


52
proposta de projeto
perspectiva

Perspectiva Galpão interno Figura 64: Croqui Perspectiva Galpão Interno

Figura 65: Croqui Perspectiva Galpão Interno


Perspectiva Pergolado/Anexo
53
proposta de projeto
VEGETAÇÃO

50

100

Planta de Piso e Vegetação


Figura 66: Vegetação
N

0 10 25 50 100

YPÊ AMARELO PALMEIRA MAGNÓLIA BARBA DE SERPENTE

OITI ALFENEIRO GRAMA ESMERALDA


54
proposta de projeto
QUADRO FENOLÓGICO
O local não possui nenhum tipo de vegetação, sendo assim foram escolhidas algumas
espécies para serem implantadas, o sistema de escolhas dessas árvores foi o fato todas serem
ideais para estacionamentos, além de serem comuns na região, sendo fácil de se encontrar.

IPÊ AMARELO OITI


- Porte: Médio - 3 a 8 metros; - Porte: Grande - Até 15 metros;
- Diâmetro da copa: 6 metros; - Diâmetro da copa: 8 metros;
- Floração: Julho a Setembro; - Floração: Outono, Inverno;
- Clima: Equatorial, Oceânico, - Clima: Tropical, Tropical de altitude,
Subtropical, Tropical; Tropical úmido;
- Luminosidade: Sol Pleno. - Luminosidade: Sol Pleno.

PALMEIRA IMPERIAL
ALFENEIRO - Porte: Grande - 18 a 40 metros;
- Porte: Grande - 7 a 10 metros; - Diâmetro da copa: 5 metros;
- Diâmetro da copa: 6 metros; - Floração: Primavera;
- Floração: Primavera, Verão, Inverno; - Clima: Tropical, Subtropical, Equatorial,
- Clima: Subtropical, Tropical de altitude; Mediterrâneo, Oceânico;
- Luminosidade: Sol Pleno. - Luminosidade: Sol Pleno.

MAGNÓLIA GRAMA ESMERALDA


- Porte: Grande - Até 12 metros; - Porte: Pequeno - menos de 15 centímetros;
- Diâmetro da copa: 7 metros; - Clima: Tropical, Subtropical, Equatorial,
- Floração: Primavera, Inverno; Mediterrâneo, Temperado;
- Clima: Subtropical, Tropical de altitude; - Luminosidade: Sol Pleno.
- Luminosidade: Sol Pleno.

BARBA DE SERPENTE
- Porte: Pequeno - 20 a 40 centímetros;
- Floração: Dezembro a Março;
- Clima: Continental, Tropical, Subtropical,
Mediterrâneo;
- Luminosidade: Sol Pleno.
55

REFERêNCIA
BIBLIOGRÁFICA
Moreira da Silva, Ivan (Junho de 1987). A Experiência Brasileira na Operacionalização de Sacolões.

Belik, W., & Cunha, A. R. A. (2015). Abastecimento no Brasil: o desafio de alimentar as cidades e promover
o Desenvolvimento Rural, 2015. In C. Grisa, & S. Schneider (Eds.), Políticas públicas de desenvolvimento
rural no Brasil. Porto Alegre: Ed. UFRGS.

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Mercado Público de Triunfo. Disponível em https://www.elementararquitetura.com/projeto/merca-


do-publico-de-triunfoAcesso em 06/11/2021.

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