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AULA 4

COMEÇANDO PELO FIM: QUAL O PROPÓSITO?


Nossa trilha hoje:
1) Nos capítulos anteriores: introdução às políticas públicas
- O que são
- Como surgem
- Os múltiplos fluxos
- O ciclo

2) Os fins justificam os meios – o caso do Plano Brasil sem Miséria

3) O match entre problemas e soluções

4) Os desafios impostos pelas “regras do jogo”


- O federalismo brasileiro

5) E a imprensa?
Nos capítulos anteriores:

POLÍTICA PÚBLICA =

ESTADO EM AÇÃO!

PRINCIPAL “PRODUTO” DO
SISTEMA POLÍTICO!
Nos capítulos anteriores:

O surgimento da política pública

ESTADO DE
PROBLEMA AGENDA
COISAS
POLÍTICA
PÚBLICA

AÇÃO POLÍTICA DE ATORES INTERESSADOS

Fonte: Coêlho, 2013


Nos capítulos anteriores:

MÚLTIPLOS FLUXOS

Alternativas

Problemas Político

POLÍTICA
PÚBLICA
Nos capítulos anteriores:

Agenda

Avaliação Formulação

Monitoramento Decisão

Implementação
Em que circunstâncias se decide sobre uma política pública?

 Por provocação  conjunturas de crise, pressões, urgência

OU

 “Voluntariamente”  clareza de diagnóstico, flexibilidade de cronograma, menor atuação/pressão


de grupos de interesse.
Ex: Políticas rotineiras, como orçamento
Como surge a política pública?
Vamos contar um causo...
O caso BSM: Percentual de extremamente pobres no Brasil

27
Extrema
22,9
pobreza: 24

diagnóstico e 21 22,1 22,6


17,8 17,4 16,5
meta 18 16,8
17,3 17,7 17,4 17,5 15,1
15
13,3
(%)
12 10,8
8,7
9 10,3
OBJETIVO DO DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO PARA 2015 8,4
6 6,9

0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Ano
Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1990 a 2011.
O caso BSM:

Como se define a extrema pobreza?


Linha: renda familiar per capita até R$ 70

 Linha adotada pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio -


PNUD (U$ 1,25 ao dia)

 Valor de referência do Programa Bolsa Família


O caso BSM:
A multidimensionalidade da pobreza

Diagnóstico naquele momento:


Embora tenha havido redução significativa da extrema pobreza, o avanço requer um conjunto de políticas públicas:

1 Busca ativa

2 Garantia de Renda

3 Acesso a Serviços

4 Inclusão Produtiva
O caso BSM:
Busca ativa

Inclusão das famílias extremamente pobres no Cadastro Único e no Bolsa Família.


O caso BSM:
Acesso a serviços públicos
O caso BSM
Ações de inclusão produtiva urbana:
O caso BSM:
Ações de inclusão produtiva rural
O raio-X do programa
no Decreto:
Decreto n 7.492, de 2 de junho de 2011

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI,
alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:
Art. 1o Fica instituído o Plano Brasil Sem Miséria, com a finalidade de superar a
situação de extrema pobreza da população em todo o território nacional, por meio da
integração e articulação de políticas, programas e ações.

Art. 2o O Plano Brasil Sem Miséria destina-se à população em situação de extrema


pobreza.
Parágrafo único. Para efeito deste Decreto considera-se em extrema pobreza aquela
população com renda familiar per capita mensal de até R$ 70,00 (setenta reais).
Decreto n 7.492, de 2 de junho de 2011

Art. 3o São diretrizes do Plano Brasil Sem Miséria:

I - garantia dos direitos sociais;


II - garantia de acesso aos serviços públicos e a oportunidades de ocupação e
renda;
III - articulação de ações de garantia de renda com ações voltadas à melhoria
das condições de vida da população extremamente pobre, de forma a
considerar a multidimensionalidade da situação de pobreza; e
IV - atuação transparente, democrática e integrada dos órgãos da administração
pública federal com os governos estaduais, distrital e municipais e com a
sociedade.
Decreto n 7.492, de 2 de junho de 2011

Art. 5o São eixos de atuação do Plano Brasil Sem Miséria:


I - garantia de renda;
II - acesso a serviços públicos; e
III - inclusão produtiva.

Art. 6o Ficam instituídas as seguintes instâncias para a gestão do Plano Brasil Sem
Miséria:
I - Comitê Gestor Nacional;
II - Grupo Executivo; e
III - Grupo Interministerial de Acompanhamento.
Investigando a cadeia de meios e fins…
(teoria/lógica/evidências)

PESSOAS COM DEFICÊNCIA


- Serviços públicos específicos?
- Inclusão em todos os espaços?
- Solidariedade? Autonomia?
Decreto 7.612/2011

ENSINO TÉCNICO

- Segunda opção? Pra quem não


acessa universidade?
- Valorização? Opção?
- Qualificação? Escolarização?
Emprego/renda?
Lei 12.513/2011

DROGAS

- Saúde pública?
- Falta de oportunidades?
- Segurança pública?

Decreto 7.179/2010
O desafio do match entre
problemas e soluções

• As decisões tomadas pelos decisores/gestores são


ações racionais?

• Os atores conhecem
• os valores e preferências da sociedade?
• as alternativas disponíveis e suas consequências?
• os custos e benefícios de cada opção?

• As políticas públicas representam o máximo ganho


social?
O desafio do match entre problemas e soluções

Racionalidade limitada

- Custos e benefícios: muitos não podem ser medidos ou comparados


( Ex: liberdade individual X regulação)

- Motivação dos policymakers: não apenas o interesse público, mas seus


interesses próprios (Ex: poder, status, reeleição, dinheiro)

- Informação: alto custo (tempo, $) para levantamento completo

- Cognição: limitação para análise de todas as alternativas


O desafio do match entre problemas e soluções

O incrementalismo

 Políticas  ações preexistentes com alterações pontuais

 Racionalidade limitada  faltam tempo, informação e $


O desafio do match entre problemas e soluções

Teoria da escolha pública

- Aplicação da análise econômica ao processo político.

- Atores perseguem seus próprios interesses na arena política.

- Partidos e candidatos  atrair eleitores e ganhar as eleições.


Os desafios impostos pelas “regras do jogo”

- Sistema presidencialista

- Bicameral

- Eleições Congresso Nacional:


- Câmara dos Deputados: sistema proporcional 
30 partidos (17 com 10 deputados ou menos)
- Senado: sistema majoritário

- 3 entes federados
- União
- 27 Estados (26 + DF)
- 5.570 Municípios (autônomos!)
*Uma pausa para o nosso federalismo

UNIÃO
- Principal financiador, normatizador e coordenador
- Recursos institucionais para incentivos X transferências obrigatórias
- Coordenação dos objetivos - problemas
- Fragmentação partidária – gov e pref

ESTADOS/MUNICÍPIOS
- Competição
- Pontos de veto – mínimo denominador comum
- Agendas próprias
A imprensa A imprensa
na História na história
democracia raio-X meios e fins

empreendedora tradução X simplismo

formação da agenda

grupo de interesse
FONTES E REFERÊNCIAS

ARRETCHE, M. Federalismo e Políticas Sociais no Brasil: problemas de coordenação e autonomia. São Paulo em
Perspectiva, vol. 18, n. 2, 2004, p. 17-26.

DYE, Thomas. Mapeamento dos modelos de análise de políticas públicas. In: Heidemann, Francisco e Salm, José
Francisco. Políticas Públicas e Desenvolvimento: bases epistemológicas e modelos de análise. Brasília: Editora UnB,
2006.

DYE, Thomas R. Understanding Public Policy (14th ed.). Pearson Education: New Jersey. 2013. (Capítulo 2).

KINGDON, John. W. Agendas, alternatives and public policies. Pearson: Longman Classic in Political Science, 2011.

Portal da Legislação da Presidência da República: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/

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