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REABILITAÇÃO E REFORÇO SÍSMICO DE CONSTRUÇÕES ANTIGAS

Conference Paper · October 2010

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2 authors:

A. Costa Carlos S. Oliveira


University of Aveiro Technical University of Lisbon
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SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA 1

REABILITAÇÃO E REFORÇO SÍSMICO DE CONSTRUÇÕES ANTIGAS

ANÍBAL COSTA CARLOS SOUSA OLIVEIRA


Professor Catedrático Professor Catedrático
Universidade de Aveiro Universidade Técnica de Lisboa
Aveiro - Portugal Lisboa - Portugal

RESUMO

Pretende-se neste artigo fazer uma abordagem às técnicas de reabilitação e reforço sísmico de construções
antigas, nomeadamente aquelas que se inserem em aglomerados urbanos, procurando-se focalizar a atenção nas
construções pombalinas existentes no casco de Lisboa e nas construções em alvenaria tradicional inseridas nos
aglomerados urbanos das ilhas dos Açores.
Após uma abordagem sintética inicial dos principais danos verificados nos aglomerados urbanos devido à
ocorrência de sismos, com particular incidência nos sismos dos Açores, 1980 e 1998, de Áquila e do Haiti,
procura-se discutir os porquês do sucedido, a procura de soluções para esses danos, focando-se a atenção em dois
tipos construtivos: um na cidade de Lisboa, a gaiola pombalina e outro nos Açores a construção tradicional em
alvenaria de pedra. Para cada um dos casos será feita uma ligeira descrição dos materiais e dos sistemas
construtivos existentes e depois serão discutidas as diversas técnicas de reforço possíveis, procurando-se
apresentar as vantagens e inconvenientes de cada uma delas e tentando-se sintetizar com a apresentação das
técnicas de reforço que, na nossa opinião, são as mais eficientes.

1. INTRODUÇÃO

Reabilitar estruturas antigas é claramente uma opção que está na ordem do dia. Seja por deliberada intenção ou
imposição de preservar uma certa memória e património construtivo, seja por necessidade ou manifesta vontade
de rentabilizar espaços existentes edificados onde a construção nova não seja permitida, ou seja ainda por uma
corrente arquitectónico-cultural de “aproveitar o antigo”, é notório que os diversos actores no domínio da
arquitectura e construção civil são hoje particularmente sensíveis à opção de reabilitar as construções existentes,
reforçando-as se necessário. No caso de construções antigas inseridas em locais onde a actividade sísmica é
regular a preservação dessas construções terá de passar obrigatoriamente pelo seu reforço sísmico.
Nestas situações esse reforço passa por utilizar materiais e técnicas construtivas que na maior parte dos casos não
são consentâneas com as técnicas tradicionais que foram usadas na construção primitiva, colocando-se a questão
de identidade cultural e de preservação do património construído, à luz dos novos conhecimentos na área e da
não adequabilidade e compatibilidade das soluções.
A utilização de soluções que passam pela destruição do miolo dos prédios deixando só as fachadas é contra todas
as regras da reabilitação, mas é uma prática comum em muitos aglomerados urbanos, Figura 1. Por outro lado a
solução de usar rebocos armados em alvenaria existentes poderá colmatar a falta de resistência sísmica das
construções mas introduz uma alteração ao sistema construtivo, que poderá ser considerado intrusivo, Figura 2.
2 SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA

Figura 1: Demolição do miolo Figura 2: Identificação da figura 1

Assim, sem a pretensão de estabelecer técnicas apropriadas, mas antes procurar discutir as diversas técnicas
possíveis para reforçar o parque edificado, procura-se neste artigo discutir algumas das técnicas possíveis de
reforço de dois sistemas construtivos diferenciados: a gaiola pombalina e a alvenaria tradicional açoriana,
tentando focar uma certa diversidade de situações de reforço, incluindo não só casos reais de intervenção
estrutural (regra geral o mais minimalista possível, no respeito pelo existente) como também casos de reforço
sísmico de construções na sequência da ocorrência de sismos.

2. DANOS VERIFICADOS EM SISMOS RECENTES EM CONSTRUÇÕES ANTIGAS

Os sismos de 1980 e 1998 nos Açores afectaram fortemente o parque habitacional das ilhas, existindo algumas
freguesias que ficaram completamente destruídas como foi o caso das freguesias de Ribeirinha e de
Espalhafatos, Figuras 3 a) e b).

a) b)
Figura 3: Sismo de 1998 – Açores
a) Freguesia de Ribeirinha – Faial b) Freguesia de Espalhafatos - Faial

De igual modo o sismo de L’ Aquila arrasou algumas vilas centenárias, como Onna e Castelnuovo, Figuras 4 a) e
b). Em qualquer das situações referidas anteriormente as construções existentes eram realizadas por paredes de
alvenaria de pedra, embora com características diferenciadas, e estrutura de piso e coberturas de madeira, com
poucas excepções. No sismo de 1980 morreram 60 pessoas, como resultado directo do colapso das construções
[1]. No sismo de 1998 nos Açores, a destruição das construções nas duas freguesias originou 8 mortos
relacionados directamente com o colapso das construções [2]. No sismo de Áquila resultaram 40 mortos em
Onna como consequência directa do colapso das construções enquanto em Castel Nuevo os mortos foram 5.
Como se pode observar o número de mortos em cada um dos casos pode ser considerado reduzido para o nível
de destruição verificado.
SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA 3

a) b)
Figura 4: Sismo de L’ Aquila
a) Vila de Onna (fotografia retirada de http://latimes.image2.trb.com/lanews/media/photo/2009-04/italy-
earthquake_46010577.jpg) b) Vila de Castelnuovo (fotografia retirada de
http://digidownload.libero.it/vocedellaventino/immagini/image502.png)

No sismo do Haiti o número de mortos como resultado directo do colapso das construções foi perto de 200 000
mortos (este número ainda não estará devidamente apurado falando-se num número de mortos que varia entre os
50 000 e os 200 000). Deve-se referir que o sistema construtivo adoptado é o de alvenaria de blocos de cimento a
realizar as paredes resistentes e lajes de betão armado nos pisos e cobertura, Figura 5.
De acordo com Eberhard [3], os materiais com que foram executadas 90% das paredes eram: (1) blocos de
cimento; (2) terra; (3) pau - pico (paus interligados com argamassa); e (4) paredes de alvenaria de tijolo. Nas
zonas rurais a predominância do material usado era a terra, enquanto nas zonas urbanas era o bloco de cimento.
As coberturas eram predominantemente em chapa metálica.
Tendo como base a informação do Institute Haїtien de Statistique et d’Informatique [4], os materiais usados nos
edifícios eram:
• Telhados: A maior parte das casas de um andar eram realizadas com chapa metálica mas nos edifícios com
mais andares a cobertura era em betão.
• Paredes: realizadas com betão/blocos/pedras.
• Pisos: Betão ou terra compactada. Nos edifícios em altura betão com acabamento a mosaico.
Resumindo a grande maioria das casas eram realizadas em paredes de blocos de cimento, com lajes de betão
armado a realizar os pisos e coberturas. Como é conhecido esta é uma má solução construtiva e como resultado o
número de mortos foi muito grande, Figura 6.
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a)

b)
Figura 5: Haiti earthquake 2010
a) Imagem de satélite antes do evento b) Depois do evento (Cortesia EERI, 2010, World Bank)

a) b)
Figura 6: Sismo do Haiti
Vista geral dos danos verificados nas construções (fotografias retirada de
http://www.refinery29.com/pipeline/img/earthquake-haiti.jpg e de
http://3.bp.blogspot.com/_U54NM9QE5VY/S07Fcu30qDI/AAAAAAAAJY4/p06ii_gUrbI/s640/haiti+earthquake.jpg

Também nos Açores, na sequência do sismo de 1998, as construções novas passaram a ser realizadas com
estrutura de blocos de cimento a realizar as paredes resistentes, embora com elementos portantes de betão
armado a realizar pilares nos cantos e no interior da construção e lajes e cobertura em betão armado, Figuras 7 a)
e b).
Estas soluções construtivas estão na “moda” e são usadas como “boas soluções” por serem em betão armado e
haver a convicção de que é a solução melhor para resistir aos sismos.
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a) b)
Figura 7: Soluções Construtivas
a) Alvenaria confinada b) Estrutura de betão com alvenaria de blocos

Sem entrar em grandes discussões sobre os diversos sistemas construtivos existentes e correntes deve-se referir
que em termos regulamentares o essencial é que na ocorrência de um sismo de grande magnitude, exemplo o
sismo do Chile de 2010, as construções possam ter grandes danos estruturais, mas não devem colapsar,
preservando as vidas humanas. Portanto o grande objectivo da segurança sísmica prende-se com a preservação
da vida humana e como se compreende uma solução que adopte lajes de betão armado está a colocar em perigo a
vida das pessoas, a não ser que essa solução construtiva seja devidamente dimensionada e verificada. O que mata
pessoas, na maioria dos casos, é a construção e não o sismo!
Um sistema construtivo que adopte soluções ligeiras nos pisos e nas coberturas será, em princípio, sempre
melhor, já que, para além da falta de massa ao nível dos pisos, no caso de ocorrência do colapso da construção a
probabilidade de haver mortos é menor. Esta conclusão parece ser óbvia para a maioria dos países pobres, onde
muita da construção é realizada pelas pessoas, sem grandes meios técnicos e científicos e onde, portanto, a
adopção de sistemas construtivos eficientes económicos e menos vulneráveis deverão ser adoptados.

3. O CASO DE PORTUGAL: LISBOA E AÇORES

Iremos analisar dois sistemas construtivos distintos, usados em dois locais distintos e que no passado foram
objecto de sismos intensos.

3.1. A Gaiola Pombalina

Na sequência do terramoto de Lisboa, de 1 de Novembro de 1755, que arrasou parte da cidade e causou dezenas
de milhar de mortos [5], o Marquês de Pombal, ministro de D. José I, tomou medidas urgentes, para a
reconstrução da Baixa de Lisboa, impondo uma regularização urbana e estabelecendo regras para a reconstrução
da cidade, e recomendações técnicas construtivas. Essas regras previam a constituição de um reticulado urbano
entre o Rossio e o Terreiro do Paço, aberta ao Tejo, o alargamento das ruas e a limitação da altura dos prédios,
que deviam formar fachadas simétricas. Do ponto de vista de resistência sísmica foi adoptado na época o
princípio de o que era fundamental era a preservação da vida humana, conceito inovador para a época em termos
de segurança e que só viria a ser adoptado muito mais tarde na filosofia da segurança estrutural da
regulamentação moderna, [6]; [7]; [8].
Este conceito previa a construção de uma gaiola em madeira, Figura 8, preenchido com alvenaria miúda, que
protegia a madeira com um revestimento mural incombustível, Figura 9.
A gaiola pombalina é uma armação de madeira constituída por peças horizontais, verticais e diagonais,
fortemente ligadas entre si, formando um sistema sólido e estável e que confere um travamento tridimensional à
construção. Em caso de sismo, as paredes exteriores destacavam-se da estrutura de madeira para o exterior,
mantendo-se a estrutura intacta, salvaguardando a vida dos seus ocupantes. Para informações adicionais sobre
este sistema construtivo consultar [9]; [10]; [11].
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Figura 8: Gaiola Pombalina Figura 9: Recobrimento da Gaiola Pombalina

3.2. A Construção Açoriana

O facto das ilhas dos Açores serem afectadas casualmente por crises sísmicas, resultando em reconstruções,
reforços e alterações dos edifícios, contribui para uma grande variedade de tipologias construtivas. A opinião
generalizada entre os sinistrados [12](Lamas, 2003), de que as casas antigas de pedra não apresentam segurança
face à ocorrência de sismos leva a que em muitas construções se proceda à mistura de diferentes tipos de
elementos construtivos e de materiais que não eram habituais nas construções tradicionais açorianas. É
interessante observar o parque edificado como um registo de tipos de construção ao longo da história de
calamidades que afectaram as ilhas dos Açores.
A consulta dos diversos elementos de estudo permitiu caracterizar os seguintes sistemas construtivos (Quadro I):
construção corrente (CC), construção mista (CM), construção tradicional (CT) e por fim construção tradicional
alterada (CTA). Iremos procurar descrever, de uma forma simples, cada um deles.

3.2.1. Construção tradicional (CT)

Considera-se como construção tradicional aquela em que as paredes exteriores (fachada principal, tardoz e
empenas) são realizadas em alvenaria de pedra. As fachadas principais e de tardoz apresentam aberturas largas
para janelas e portas com vergas e ombreiras, sendo delimitadas por cunhais. Nos edifícios contíguos
normalmente existentes em meios urbanos, as paredes de separação são geralmente meeiras. A espessura das
alvenarias é normalmente constante, com cerca de 66 cm (“côvado”). O pavimento de soalho e as vigas de
suporte são em madeira, usualmente a acácia e a criptoméria. A estrutura da cobertura é em madeira e apresenta
várias formas construtivas. As paredes divisórias interiores são geralmente em tabique de madeira ou frontais.
A construção tradicional rural é essencialmente caracterizada por edifícios de piso térreo ou de dois pisos, sendo
os de piso térreo de construção mais modesta e implantadas em zonas planas. Os edifícios de dois pisos
procuram tirar partido da inclinação dos terrenos, sendo a cave (ou, no caso mais corrente, meia cave) destinada
a loja e normalmente usada com actividades rurais e o primeiro andar afecto à habitação. Nos centros das
freguesias é habitual encontrarem-se edifícios de rés-do-chão e 1º andar. Em muitos edifícios o forno localiza-se
na parte trás ou lateralmente, juntamente com a cisterna. É frequente a existência de uma escada de acesso ao
primeiro andar, construída em pedra.
A construção tradicional urbana encontra-se implementada em quarteirão ou em linha, tendo geralmente 2 a 3
pisos e raramente ultrapassando os 4. Esta construção, embora com uma organização interna mais complexa e
independentemente da dimensão, possui um corpo secundário perpendicular ao tardoz onde se encontra a
cozinha.
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3.2.2. Construção tradicional alterada (CTA)

A construção tradicional alterada consiste, apenas, na substituição do pavimento de soalho e vigas em madeira
por uma laje maciça de betão armado (placa), apoiada na alvenaria de pedra. Esta substituição apenas é realizada
numa pequena área da habitação, normalmente muito reclamada pelos sinistrados como solução para as zonas
húmidas (cozinha e casa de banho). Tal como na construção tradicional (CT) as paredes divisórias são
constituídos por elementos de madeira, podendo ser em tabique ou em frontais. A estrutura da cobertura é
constituída por elementos de madeira. Deste modo o edifício assemelha-se a uma construção tradicional, não
sendo efectuado nenhuma ampliação.

3.2.3. Construção corrente (CC)

Este tipo de construção engloba a restante construção, que se pode caracterizar por ser realizada por uma
estrutura resistente em betão armado, com paredes em alvenaria de blocos de cimentos, confinada ou não, com
pavimentos em betão armado. A estrutura da cobertura neste tipo de construção pode ser em betão armado como
também em estrutura de madeira.

3.2.4. Construção mista 1 (CM1)

A construção mista tipo 1 consiste na substituição do pavimento de soalho e vigas em madeira por uma laje
maciça de betão armado apoiada na alvenaria de pedra pelo lado interior do edifício, eventualmente poderá
existir pilares a meio vão da laje. Nestes casos as paredes divisórias são em blocos de cimento e/ou tabique de
madeira e mantendo-se a estrutura da cobertura em madeira.

3.2.5. Construção mista 2 (CM2) CT+CC

A construção mista tipo 2 apresenta uma intervenção relacionada com uma ampliação. Nesta nova ampliação a
estrutura resistente são pilares, vigas e laje de betão armado. Os elementos estruturais da construção original
(cobertura, pavimento e paredes) são conservados.

3.2.6. Construção mista 3 (CM3)

Este tipo de construção apresenta um maior grau de intervenção, sendo caracterizada por uma alteração integral
do pavimento, paredes exteriores e interiores. O pavimento é em laje maciça de betão armado apoiado em pilares
e vigas e com as paredes exteriores e interiores realizadas em blocos de cimento. Relativamente à construção
original apenas são conservados os elementos estruturais da cobertura.

Tabela 1 - Tipos de sistemas construtivos

Elementos resistentes
Tipo Construtivo Pavimento Estrutura da Cobertura
verticais
Resistente em betão
CC Laje de betão armado Betão armado ou Madeira
armado
CM1 Alvenaria de pedra Laje de betão armado Madeira
Alvenaria de Pedra +
CM2 Madeira e laje de betão
Pilares e vigas de betão Madeira
(CT+CC) armado na ampliação
armado
CM3 Pilares e vigas de betão Laje de betão armado Madeira ou betão armado
CT Alvenaria de pedra Madeira Madeira
Parte da construção é laje
de betão armado
CTA Alvenaria de pedra Madeira
(cozinha e/ou casa de
banho)
8 SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA

A consulta da base de dados relativos aos autos de vistoria e aos levantamentos arquitectónicos permitiu concluir
que a maioria das construções existentes nas ilhas do Faial e do Pico, aquando da ocorrência do sismo de 9 de
Julho de 1998, eram construções tradicionais, conforme se pode ver na Figura 10.
Cada um dos gráficos seguintes apresenta o seu universo, verifica-se que estes universos não são constantes
devido ao cruzamento de informações, onde cada parâmetro tem uma dada amostra.

3,3% Construção corrente


1,1% Construção mista 1
27,3% Construção mista 2
6,8% Construção mista 3
60,3% Construção tradicional
1,1% Construção Tradicional alterada

Figura 10: Percentagem de tipos de construção no Faial e Pico [13](Universo 3210)

4. TÉCNICAS DE REFORÇO

Com uma determinada intervenção de reforço, procura-se em geral uma estabilização face a acções verticais, a
acções horizontais (ex.: sismos), a assentamentos de apoio e a degradação material. Pode-se pretender apenas a
estabilização de uma dada estrutura ou seus componentes tal como existem ou então perspectivar uma adequada
melhoria das suas características em termos de resistência (à compressão, flexão e/ou corte) e de
deformabilidade (ex.: ductilidade disponível, directamente relacionada com questões de confinamento).
É importante salientar que em qualquer estrutura, o reforço pode ser encarado ao nível global ou a um nível mais
local, dependendo do tipo de patologias encontradas e também das principais acções por elas responsáveis. No
entanto, nas estruturas antigas, normalmente de alvenaria, e dado as deficientes características de ligação que lhe
são inerentes, é sempre aconselhável uma intervenção de reforço global por forma a garantir que a estrutura
funcione como um todo a fim de repartir adequadamente os esforços e de promover um adequado “caminho das
forças” em direcção aos elementos estruturais mais aptos para lhe resistir. Esta atitude porém, não dispensa
eventuais reforços locais que sejam necessários efectuar em elementos ou zonas mais deficitárias.
Subjacente a qualquer objectivo e intervenção de reforço está naturalmente a necessidade de estabelecer ou de
repor adequadas condições de segurança, normalmente materializadas pelo cumprimento de coeficientes de
segurança adequados. Esta é porventura uma das temáticas mais complexas e inquietantes do reforço em
construções antigas, porquanto supõe uma boa caracterização da resistência dos materiais existentes que é
manifestamente difícil de conseguir em termos satisfatórios na maioria dos casos.

4.1. A Gaiola Pombalina

A reabilitação de uma construção pombalina, em que se procura manter o sistema construtivo deverá passar por
compreender o funcionamento estrutural do mesmo, no caso da ocorrência de um sismo e prever dispositivos de
dissipação de energia que possam melhorar a resistência sísmica da construção, sem pôr em causa as vidas
humanas.
SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA 9

Esta conjugação de interesses não é fácil de conseguir, já que em muitas situações a resistência sísmica das
paredes de alvenaria existentes é reduzida, já que é pressuposto que possam cair para o exterior mantendo a
gaiola intacta. Mas as alterações estruturais entretanto efectuadas a muitas das construções existentes, o
envelhecimento dos materiais, associado à degradação das ligações e à degradação da madeira existente no pano
interior das paredes de alvenaria, fazem com que haja muitas dúvidas sobre a eficiência do sistema no caso da
ocorrência de um sismo de grande magnitude. Por outro lado as técnicas de reforço, deste tipo de estruturas,
apontam para a necessidade de que a construção funcione toda em conjunto, de uma forma global, fazendo
ligações mais efectivas das paredes exteriores à gaiola interna, de modo a que todo o conjunto resista ao sismo.
A gaiola previa algumas ligações à parede de alvenaria, através de dispositivos de madeira, denominada “mãos”
e outro dispositivos metálicos a ligar elementos estruturais pontuais. Mas o reforço que se preconiza é uma
ligação efectiva dos pisos, de madeira, às paredes exteriores de modo a que o funcionamento estrutural seja
conjunto e ao mesmo tempo o reforço da resistência sísmica das paredes através, por exemplo de uma rede
metálica ou de fibras de vidro ou ainda de plástico, Figura 11 como tem sido usado em alguns casos
experimentais em laboratório e que mostram um aumento de resistência apreciável, mas essencialmente um
aumento de ductilidade das paredes muito importante, Figura 12, [14]. Este reforço é questionável, dado que
estamos a pôr em causa o princípio da preservação da vida humana ao impedir que as paredes possam cair
deixando o miolo da construção, a gaiola, para proteger as pessoas. Com um reforço deste tipo aumenta-se a
resistência global do edifício mas ao obrigar ao funcionamento em conjunto pode-se estar a pôr em causa o
comportamento global da construção e daí originar o seu colapso.

80
Força (kN)
(kN)

60
Força

40

20

0 Parede
Parede sem
sem reforço
-40 -20 0 20 40 Parede
Parede reforçada
reforçada
-20
Deslocamento
Deslocamento(mm)
(mm)
-40

-60

-80

Figura 11: Esquema de Figura 12: Evolução das curvas força versus deslocamento no topo da
reforço parede.

O que fazer nesta situação, para mais tendo a noção de que a técnica construtiva, da gaiola pombalina, foi muito
difundida e que em muitas situações o número de pisos aumentou, as ruas onde foram construídos edifícios com
esta técnica em muitas situações são estreitas e por isso o derrube das paredes para o exterior pode pôr em causa
a segurança das pessoas. Estaremos em condições de afirmar que no caso da ocorrência de um sismo com a
magnitude de 8.8 (caso do Chile) as construções existentes no casco velho de Lisboa irão resistir? A reabilitação
desses edifícios passa pela demolição do interior, deixando as fachadas, numa tentativa de preservar alguma
memória do edificado, e construir tudo em betão armado, usando em muitas situações lajes fungiformes, onde
alguns conceitos de resistência sísmica são discutíveis, tipo viga fraca – pilar forte? Vamos arrasar quarteirões e
edificar uma nova cidade, com construções modernas, tipo Xangai na China, respeitando a regulamentação anti –
sísmica?
O que fazer?

4.2. A Construção Açoriana

No caso da construção açoriana foram usadas diversas técnicas de reforço, que passaram por: execução de cintas
de solidarização das paredes de alvenaria de pedra a nível do coroamento; consolidação das paredes de alvenaria
com reboco armado (rede metálica) dos dois lados da parede, ligada com elementos transversais; reboco armado
apenas numa das faces da parede; execução de reboco de argamassa de cimento e areia reforçado com fibra de
10 SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA

vidro em paredes de alvenaria de pedra; colocação de tirantes; execução montantes de travamento em betão
armado; injecção de calda de cimento a baixa pressão no interior das paredes de pedra; aprumo de cunhais e
reforço de cunhais; pregagens de pilares às paredes adjacentes; reconstrução de paredes em alvenaria confinada;
elevação da alvenaria de bloco de betão em paredes interiores e exteriores; reforço das fundações; execução de
viga de remate do reboco armado a nível da fundação; consolidação das estruturas de madeira; execução das
ligações da estrutura da cobertura ao lintel; contraventamentos de pavimentos e coberturas;
Relativamente às soluções de reforço usadas na reabilitação algumas destinavam-se à consolidação e
solidarização das paredes exteriores, outras ao reforço das fundações e outras à consolidação de estruturas de
madeira (cobertura e pavimentos).
Apresentam-se alguns dos esquemas adoptados, para uma melhor elucidação das soluções.
A execução de cintas de solidarização ao nível do coroamento consiste essencialmente na execução de uma cinta
de betão armado no coroamento exterior das paredes em toda a periferia do edifício e ligado à estrutura de
madeira, Figura 13. Este é um tipo de ligação, que foi adoptado em muitas situações, tendo noutras sido
adoptadas algumas variantes. Estas cintas provocam o travamento das paredes fazendo com que o edifício
funcione como um só e não as paredes isoladamente. No caso de dificuldade de execução de cintas de topo, em
algumas situações foi executada uma banda com uma altura de 50cm junto ao topo das paredes e no seu
paramento exterior com malha de aço distendido. A execução de reboco armado envolve a limpeza de juntas e o
seu refechamento para aplicação de uma rede metálica, devidamente ancorada por peças metálicas e finalmente
uma camada de recobrimento. Este reboco armado foi aplicado apenas numa face, Figura 14, ou nas duas faces,
Figura 15.

Figura 13: Cintas de solidarização ao nível do Figura 14: Reboco armado numa face
coroamento
SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA 11

Figura 15: Cintas de solidarização ao nível do coroamento

Procurou-se sensibilizar a população para que o reforço não passasse pela utilização de lajes de betão armado, e
sim pela existência de pisos em madeira. Esta tarefa não foi fácil, mas em algumas freguesias conseguiu-se tal
desiderato. No entanto noutras situações, muitas vezes, por imposição dos proprietários, foram usadas lajes de
betão armado para realizar os pisos e as coberturas, criando-se situações de lajes apoiadas em paredes de
alvenaria de pedra, algumas reforçadas com malhas de aço e outras, com pilares de betão armado inseridos nas
paredes e ainda outras sem reforço algum. Que fazer numa situação de reabilitação de um parque edificado como
o açoriano. Demolir tudo e usar uma solução corrente nas ilhas açorianas de betão armado, com paredes de
blocos de cimento? Preservar o património arquitectónico existente, mantendo o sistema construtivo tradicional
sem alterações? Reforçar as construções de forma global procurando que as paredes funcionem em conjunto com
os pisos e coberturas e mantendo estes em madeira, melhorando as ligações entre os elementos e reforçando a
resistência sísmica das paredes ou não?
Que fazer?

O recurso a técnicas experimentais, frequentemente sem enquadramento normativo disponível, é então a única
forma de procurar colmatar o déficit de conhecimento sobre os materiais e os elementos estruturais em causa,
mas é ainda escassa e pouco acessível ao projectista de reforço.
Além disso, outra questão de idêntica complexidade prende-se com a dificuldade em se dispor de adequados
modelos de comportamento deste tipo de estruturas. Apesar de nos últimos dez a quinze anos se ter vindo a
assistir a uma forte actividade de investigação neste domínio que tem conduzido ao desenvolvimento de diversos
modelos de comportamento [15]; [16]; [17]; [18]; [19], é ainda difícil e pouco consensual a sua utilização mais
generalizada em estudos de reforço de estruturas de alvenaria de pedra. Mas, dado o grau de desenvolvimento já
atingido e o entusiasmo que actualmente se coloca neste tema é de esperar que dentro de alguns anos o esforço
de investigação já realizado se traduza numa mais valia para a prática corrente de reforço deste tipo de estruturas.
A focalização recente em estratégias de análise a um nível macro [20]; [21] ou usando técnicas de
homogeneização, parece ser o caminho certo na procura dessa mais valia.
Por outro lado, as estruturas de alvenaria de pedra apresentam uma notável capacidade de adaptação aos efeitos
das acções solicitantes o que, aliado às excelentes características de durabilidade que exibem, justifica a
existência secular (ou mesmo milenar) de tantas estruturas deste tipo.
Pelo enquadramento exposto, e ainda porque é já frequentemente aceite (exigido até) a boa prática de procurar
respeitar a memória construtiva existente através da adopção de técnicas de reforço reversíveis e compatíveis
com o original, o reforço de estruturas de alvenaria de pedra requer da parte do projectista uma adequada visão
global do problema, sustentada pelo melhor conhecimento científico e técnico disponível, mas essencialmente
ponderada pelo bom senso. De facto, não raro, neste tipo de estruturas acaba por se concluir que a melhor
intervenção é a mais minimalista ou mesmo até a não-intervenção, obviamente devidamente sustentada por
análise cuidada e criteriosa.
12 SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA

Diversas as técnicas de reabilitação e reforço de alvenarias e cantaria de pedra podem ser encontradas na
bibliografia. Aplleton, na sua publicação [23] apresenta uma valiosa contribuição para a divulgação de algumas
técnicas de reforço em estruturas antigas, enquadradas num contexto mais geral da reabilitação de edifícios. Num
trabalho mais recente, Coias [11] aborda também várias dessas técnicas complementando com importantes
contributos de carácter tecnológico e elucidativos esquemas de aplicação prática.
Em face destas recolhas de informação da maior actualidade, não cabe aqui uma repetição exaustiva das técnicas
de reforço actualmente disponíveis para estruturas de alvenaria e cantaria de pedra. Não obstante, apenas para
enquadramento dos casos práticos descritos neste artigo, importa fazer uma breve referência a algumas dessas
técnicas mais pertinentes.
O reforço pode envolver uma intervenção directa sobre os elementos estruturais de pedra, restabelecendo-lhes ou
melhorando as suas capacidades resistentes, ou então prever uma introdução de outros elementos estruturais que
promovam os desvios de cargas ou efeitos para os quais os elementos de pedra não se encontram aptos a resistir.
Esta última opção, não sendo necessariamente uma intervenção de reforço sobre o material (alvenaria ou cantaria
de pedra), não deixa de ser um reforço sobre a estrutura global.
Assim, englobando técnicas tradicionais ou modernas de reforço passivo ou activo, destaca-se o seguinte
conjunto não exaustivo de possibilidades:
Desmonte e reconstrução pontual de zonas degradadas de alvenaria (ou cantaria), com eventual
substituição de elementos em piores condições.
Refechamento de juntas, removendo e substituindo parcialmente a argamassa que esteja degradada,
eventualmente incluindo armadura de reforço na argamassa de substituição das juntas horizontais.
Injecção de caldas ou resinas fluídas para preencher vazios interiores ou selagem de fissuras de paredes de
alvenaria ou outros elementos de características similares.
Rebocos armados ou encamisamento de paredes de alvenaria, que são técnicas afins, constituindo
essencialmente na execução de camadas resistentes à superfície das paredes, dotadas de uma malha de
material resistente à tracção (aço, metal distendido, fibra de vidro, polímeros, etc), pregadas à parede e
eventualmente ligadas transversalmente de uma face da parede à outra.
Pregagens transversais, destinadas a ligar as diferentes folhas de uma parede composta através de tirantes
instalados em furos previamente abertos, eventualmente preenchidos depois com uma argamassa
selante, e ancorados nas faces opostas das paredes.
Aplicação de pré-esforço externo ou interno de elementos estruturais específicos ou da estrutura como um
todo.
Reforço com materiais compósitos, colados com resinas apropriadas à superfície do elemento a reforçar,
seguindo uma ideia muito semelhante à dos rebocos armados.
Acopolamento de elementos metálicos ou de madeira adicionais, destinados a melhorar a resistência à
compressão e ao corte, nomeadamente através dum maior confinamento dos elementos de alvenaria.
Execução de novos elementos estruturais (metálicas, de madeira, de betão ou mistas) que aliviem os efeitos
nefastos sobre a alvenaria ou cantaria de pedra.

Naturalmente que as técnicas referidas podem ser usadas isoladamente ou em conjunto, dependendo da
adequabilidade ao caso em apreço.

5. CONCLUSÕES

Pretendeu-se com este trabalho levantar algumas questões sobre o que fazer no domínio da reabilitação/reforço
de construções antigas, procurando-se discutir estas questões com base em dois sistemas construtivos existentes
em Portugal, adoptados em Lisboa e nos Açores.
Procurou-se evidenciar que ainda há muito caminho a percorrer no domínio da investigação para ser possível
adoptar medidas de reabilitação que preservem o património edificado mas lhes confira a resistência sísmica
necessária para que seja salvaguardada a vida das pessoas e se possível o património edificado. Esta discussão
prende-se com políticas governamentais, dos diversos países, que devem ser usadas nestas áreas e pensamos que
não é tendo discursos como o do primeiro ministro turco, que na sequência do sismo de Março de 2010 afirmou
que iria proceder à construção de casas anti-sísmicas que se resolve o problema das calamidades mundiais.
Normalmente na sequência de um sismo os políticos visitam os locais e fazem discursos onde prometem tomar
medidas para resolver o problema, a verdade é que passados alguns meses tudo volta ao normal (a memória dos
SÍSMICA 2010 – 8º CONGRESSO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIA SÍSMICA 13

homens é curta) e continua-se a assobiar para o lado procurando pensar que no próximo sismo certamente já
serão outros que estarão a ocupar o lugar e por isso há outras prioridades, principalmente ganhar as próximas
eleições. Sem se definir uma política de investigação e de actuação de modo a que o conhecimento existente no
meio técnico científico (principalmente nos centros de investigação) chegue às pessoas que constroem as casas
através de uns manuais de construção anti-sísmica, fáceis de usar e que contenham regras simples de aplicar e
económicas e devidamente comprovadas, não será possível, no futuro, contrariar as calamidades. Outra maneira
de resolver o problema será os governos construírem as casas para as pessoas usando materiais e sistemas
construtivos devidamente testados e comprovados, contornando assim o problema da auto – construção e
também o da construção não controlada.

6. AGRADECIMENTOS

Este artigo refere investigação realizada com o apoio financeiro da FCT – Fundação para a Ciência e a
Tecnologia. Os autores agradecem aos colegas do Instituto Superior Técnico (IST), Universidade de Aveiro
(UA) e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que participaram em vários projectos
relacionados com esta matéria.
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7. REFERÊNCIAS
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[2] Zonno G, Oliveira C S, Ferreira M A, Musacchio G, Meroni F, Mota-de-Sá F, Neves F (2009) Assessing
seismic damage through stochastic simulation of ground shaking: The case of the 1998 Faial Earthquake
(Azores Islands). Surveys in Geophysics, DOI 10.1007/s10712-009-9091-1.
[3] Eberhard MO, Baldridge S, Marshall J, Mooney W, Rix, GJ (2010) The M W 7.0 Haiti earthquake of
January 12, 2010; USGS/EERI Advance Reconnaissance Team report: U.S. Geological Survey Open-File
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[4] Institute Haїtien de Statistique et d’Informatique (2003) Enquête sure les Conditions de Vie de Haїti.
(Investigation of the Living Conditions in Haiti): Ministère de L’Economie et des Finances, 62 p. (in
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[5] Oliveira CS (2008) Review of the 1755 Lisbon Earthquake Based on Recent Analyses of Historical
Observations. Book evocating Jean Voigt. in Historical Seismology, J. Fréchet et al. (eds.) pp 261-300,
Springer Science+Business Media B. V.
[6] FEMA (2004) Seismic Retrofit Incentive Programs. No.254 (www.fema.gov)
[7] EC8-1 (2005) Eurocode 8: Design of Structures for Earthquake Resistance, Part 1: General rules, seismic
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[8] RSAEEP (1983) Regulamento de Segurança e Acções em Estruturas de Edifícios e Pontes. Dec. Lei nº
235/83 de 31 de Maio de 1983. Casa da Moeda. Lisboa
[9] França, José Augusto (1978) A Reconstrução de Lisboa e a Arquitectura Pombalina“, Instituto de Cultura
Portuguesa, Lisboa.
[10] Mascarenhas J (2005) O Edifício de Rendimento da Baixa Pombalina de Lisboa, in “Sistemas de
Construção”, Vol. V, Livros Horizonte, Lisboa.
[11] Cóias, V (2007) Reabilitação Estrutural de Edifícios Antigos – Alvenaria, Madeira – Técnicas Pouco
Intrusivas, Argumentum, GECoRPA, Lisboa.
[12] Figueiredo A, Varum H, Costa A, Santos M (2010) Reforço de paredes de adobe: caracterização
experimental de uma solução de reforço sísmico. 6º ATP (Seminário de Arquitectura em Portugal; 9º
SIACOT – Seminário Ibero-Americano de Construção e Arquitectura em Terra, 20 a 23 de Fevereiro,
Coimbra, Portugal.
[13] Gambarrota, Lagomarsino S (1997a) Damage Models for the seismic Response of Brick Masonry Shear
Wall. Part I: The Mortar Joint Model and its Apllications. Earthquake Engineering and Structural Dynamics
Vol. 26 (4), pp 423-439
[14] Gambarrota L, Lagomarsino S (1997b) Damage Models for the seismic Response of Brick Masonry Shear
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[15] Lourenço P (2004) Current experimental and numerical issues in masonry research. International Worshop
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homogenisation. 7th International Conference on Conputacional Structures Technology, Sctoland, Civil-
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[18] Penna A (2002) Una procedura a macroelementi per l’ analisi dinamica non lineare di edifice in muratura.
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[19] Pegon P, Pinto AV, Geradin M (2001) Numerical modelling of stone-block monumental structures.
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