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CENTRO UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS

UNIPAC

TRABALHO DE MECANISMOS DE DEFESA E AGRESSÃO

Alice Santiago de Resende


Ana Carolina de Oliveira
José Augusto Ferreira Souto de Souza
Kaio Florentino Rampinelli
Isabella Rodrigues Nunes
Lara Almeida Coelho
Laura Franco Urso Beraldo Moraes
Liz Ferreira Teixeira
Luiza Castorino Melo
Paula Cardoso Victal
Paulo Henrique Daher Selani

Juiz de Fora – MG
Agosto de 2020
TRABALHO DE MECANISMOS DE DEFESA E AGRESSÃO

Alice Santiago de Resende


Ana Carolina de Oliveira
José Augusto Ferreira Souto de Souza
Kaio Florentino Rampinelli
Isabella Rodrigues Nunes
Lara Almeida Coelho
Laura Franco Urso Beraldo Moraes
Liz Ferreira Teixeira
Luiza Castorino Melo
Paula Cardoso Victal
Paulo Henrique Daher Selani

PROFESSORES: Harleson Lopes de Mesquita


Pedro Paulo de Oliveira

Juiz de Fora – MG
Agosto de 2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................4
2 HISTÓRICO DA DOENÇA........................................................................................4
3 EPIDEMIOLOGIA MUNDIAL....................................................................................5
4 CARACTERÍSTICAS GERAIS.................................................................................6
5 HABITAT...................................................................................................................6
6 ADAPTAÇÃO............................................................................................................7
7 TRANSMISSÃO........................................................................................................8
8 COMO ADQUIRIR.....................................................................................................9
9 POPULAÇÃO SUSCEPTÍVEL..................................................................................9
10 MECANISMOS DE DEFESA................................................................................10
11 MECANISMOS DE AGRESSÃO..........................................................................11
12 MECANISMOS DE EVASÃO................................................................................12
13 DIAGNÓSTICO.....................................................................................................13
14 PROVÁVEIS COMPLICAÇÕES...........................................................................13
15 CONCLUSÃO.......................................................................................................14
16 REFERÊNCIAS.....................................................................................................16
1.TAXONOMIA DA MALÁRIA

A malária é uma doença infecciosa causada por protozoário Plasmodium, um


parasita intracelular transmitido por mosquitos do gênero Anopheles. Existem quase
100 espécies de plasmódios, porém, só 6 espécies capazes de infectar seres
humanos P.falciparum,  P.vivax, P.ovale, P.malariae, P.knowlesi e P. simium . A
taxonomia é a área da biologia que estuda e determina a classificação e ordem dos
organismos vivos. Sendo assim, essas espécies podem ser classificadas como
pertencentes ao gênero Plasmodium, que, por sua vez, pertence a ordem
Haemosporida e a classe Aconoidasida. Essa classe pertence ao filo Apicomplexa e,
este, ao Reino Protista .

2.HISTÓRICO DA DOENÇA

A malária é um sério problema na história da humanidade, desde a Antiguidade.


Cientistas acreditam que a malária tenha sido a principal causa de morte entre os
primatas percursores do Homo sapiens. Há referências na literatura antiga de febres
intermitentes e sintomas consistentes com os sintomas da malária. O Cânon chinês
de medicina, Nei Ching, já discutia os sintomas da malária e as relações entre febres
e melancolia prolongadas, 2700 a.C. Diversos outros relatos mencionam febres
intermitentes que afligiam a população antiga ao longo dos séculos

Diversos filósofos da antiguidade como Homero, Aristóteles Platão, Sócrates,


Horácio, Tacitus, entre outros, mencionam febres relacionadas à malária. Porém o
fisiologista grego Hipócrates foi o primeiro a fazer uma ligação entre a proximidade à
corpos de águas estagnados, como lagos e pântanos, a ocorrências dessas febres
na população local. O nome “malária” é originado dessa associação entre a doença
e os pântanos, que começou a ser descrita como “ária cativa” ou “mal'aria” (ar ruim)
pelos italianos no século XIV e este termo entrou para a língua inglesa em torno de
200 anos depois.

A malária foi uma das doenças mais disseminadas e debilitantes na américa,


principalmente a do Norte. No Brasil, a ocupação desordenada da região amazônica,
a construção de usinas hidrelétricas e o desenvolvimento de projetos agropecuários,
provocaram um incremento considerável da transmissão da malária no início da
década de 1980. Foi na américa do sul que os efeitos da casca da árvore Cinchona
(que contia quinina), conhecida como Jesuit’s bark, ficaram conhecidos para aliviar
os efeitos da malária. Esse conhecimento propiciou, séculos depois, a criação de um
dos primeiros antimaláricos seguros baseados no produto contido na casca dessa
árvore.

Com relação as descobertas científicas relacionadas a malária, em 1880 Alphonse


Laveran, um médico militar francês, descobriu o parasita do protozoário e ganhou o
Nobel em 1907. Em 1902 Ronald Ross, um médico britânico, ganhou um Nobel de
medicina após descobrir o processo de contaminação do organismo humano pela
malária. Em 1934 a cloroquina foi descoberta pelo alemão Hans Andersag, porém
ela só foi reconhecida como um antimalárico seguro em 1946, após a Quinina ser
sintetizada pela primeira vez.

3.EPIDEMIOLOGIA MUNDIAL

A malária é um grave problema de saúde pública mundial, sendo uma das


doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população de países
situados em regiões tropicais e subtropicais. Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), cerca de 228 milhões de novos casos da doença foram notificados no
mundo apenas em 2018, com cerca de 405 mil óbitos por malária.Vale ressaltar,
ainda, que a taxa estimada de mortalidade por malária é mais elevada em países
com menor PIB per capita e cerca de 40% dos casos de mortes estimadas por
malária ocorrem na República Democrática do Congo e na Nigéria.

O continente africano é um dos mais afetados, principalmente na África


Subsaariana, o que constitui um grande fator de risco para a população dessa
região, principalmente crianças e gestantes, que são o grupo mais afetado, nessas
regiões, por essa doença. Vale ressaltar que África tem vários fatores que a tornam
um região de alto risco para a malária, como, um mosquito muito eficiente,
Anopheles gambiae. Além disso, nessa o parasitas predominante é o Plasmodium
falciparum que leva a malária mais grave, o clima quente e úmido permite que a
transmissão ocorra durante todo o ano, bem como a falta de recursos e condições
socioeconômicas ruins que previnem os esforços de controle da malária .

Outras áreas que estão em risco incluem alguns países da América do Sul e
do Sul da Ásia. Na América do Sul a região próxima à Floresta Amazônica abriga a
maior parte dos casos. No Brasil isso é verificável, uma vez que a região Amazônica
brasileira é considerada a área endêmica do país para malária com 99% dos casos
autóctones, compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia,
Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Nas áreas fora da região Amazônica
mais de 80% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área
endêmica, ou de países amazônicos ou africanos.

4.CARACTERÍSTICAS GERAIS

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários


transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. No ciclo de vida
mosquito-humano, as seis espécies de parasitas que infectam seres humanos são
Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium ovale
wallickeri, Plasmodium ovale curtisi, Plasmodium ovale curtisi, Plasmodium
malariae e Plasmodium knowlesi. Não é uma doença contagiosa, ou seja, uma
pessoa doente não é capaz de transmiti-la, uma vez que ela é dependente do
vetor. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado
de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma. Porém,
uma imunidade esterilizante, que confere total proteção clínica, até hoje não foi
observada.
No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região
Amazônica.  Nas demais regiões, apesar das poucas notificações, a doença não
pode ser negligenciada, pois se observa uma alta letalidade. Seus sintomas mais
característicos incluem febre alta, calafrios, tremores, sudorese, dor de cabeça,
podendo ocorrer também, náuseas, vômitos, cansaço e falta e apetite. Todos eles,
entretanto, não aparecem de imediato, surgem após o período de incubação, que é
o tempo compreendido entre a penetração do parasita no organismo e o
aparecimento dos primeiros sintomas, o que pode levar de 7 a 14 dias, em média,
podendo chegar até 60 dias.
Caso não seja tratado adequadamente, o indivíduo pode ser fonte de
infecção por meses ou anos, de acordo com a espécie parasitária. É uma doença
que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito, durando, normalmente, de
dois a dez dias, entretanto, pode evoluir para formar graves caso seja
diagnosticada de forma tardia e não apresente tratamento adequado.

5.HABITAT
São parasitos do sistema fagocítico mononuclear, principalmente macrófagos.
Parasitam os órgãos que produzem sangue – fígado, baço, medula óssea –,
produzem um processo inflamatório nesses locais e esses não funcionarão bem,
não produzindo sangue normalmente. Todos os órgãos hematopoiéticos estarão
comprometidos. Se eles estão no organismo do indivíduo, podem disseminar para
qualquer parte pelo sangue ou pela linfa (via linfática ou via hematogênica) – sendo
assim, podemos dizer que é uma doença sistêmica. Além disso, no que diz respeito
ao mosquito Anopheles, a malária é endêmica em regiões tropicais e subtropicais
devido à chuva abundante, temperatura quente e grande quantidade de água
estagnada, o que proporciona habitats ideais para as larvas do mosquito.
Já em relação a doença em si a África é o continente mais afetado pela
Malária, com 90% dos casos globais, seguida por Ásia, com cerca de 7%, enquanto
menos de 1% ocorre na América Central e do Sul, já que o Mediterrâneo Oriental é
responsável por aproximadamente 2% dos casos. A localização é variável no que
diz respeito ao parasito e, no Brasil, a Malária acontece quase inteiramente na
região Norte, sobretudo na parte Amazônica, onde os sistemas de saúde são
menos resilientes para mudanças, visto que há redução dos esforços de contenção
da transmissão quando há uma redução no número de casos, fazendo a doença
ressurgir.

6.ADAPTAÇÃO

O princípio da evolução das espécies, baseado no processo de seleção


natural dos parasitas resistentes, faz com que a resistência ao controle da Malária
seja um desafio atualmente. A resistência tem maior probabilidade de ocorrer
quando o número de parasitas em um indivíduo é alto, a transmissão é baixa e a
pressão do fármaco é intensa. A utilização de um único fármaco no tratamento
ocasiona uma seleção e espalhamento de parasitas mutantes resistentes ao
fármaco. Entretanto, a longo prazo, o uso de múltiplos fármacos leva ao
aparecimento de cepas de parasitas multirresistentes.
A grande capacidade de adaptação dos parasitas da malária evidencia-se na
rapidez com que se desenvolveu, particularmente em P. falciparum, a resistência a
praticamente todos os antimaláricos sintéticos desenvolvidos a partir de 1940. O uso
inadequado dos medicamentos e/ou a administração de fármacos com baixa
qualidade também contribuem para o surgimento de resistência. Esses fatores,
juntamente com a ausência de uma vacina eficiente para controlar a doença,
asseguram a permanência do problema de saúde pública que a Malária representa.
7.TRANSMISSÃO

A malária é causada por protozoários, os quais são transmitidos ao homem pelo


sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada
por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue
de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como o
compartilhamento de seringas (consumidores de drogas), transfusão de sangue ou
até mesmo de mãe para feto, na gravidez. Esses protozoários se multiplicam nos
glóbulos vermelhos do sangue do homem. O falciparum é responsável por uma
forma muito grave de malária, chamada de terçã maligna. Das mortes anuais
devidas à malária, mais de 95% são causadas pelo falciparum. O vivax causa uma
doença mais branda, a terçã benigna, que, no entanto, tem o inconveniente de
retornar após ter sido aparentemente curada. Isso, porque nas células do fígado do
homem infectado podem permanecer algumas formas em hibernação.

O homem é o único hospedeiro em natureza das espécies de plasmódio, que são


transmitidas de homem a homem pela picada de mosquitos hematófagos
(pernilongos, carapanãs) que albergam as formas infectantes do plasmódio em suas
glândulas salivares. A ocorrência de malária está intimamente associada à presença
e proliferação de mosquitos do gênero Anopheles. São muitíssimas as espécies de
Anopheles, cada uma com suas preferências evolutivas e alimentares. Todas elas
põem seus ovos em coleções d'água, mas algumas preferem águas paradas, outras
preferem águas limpas de fluxo lento, ou sujas, ou de fluxo rápido. Algumas exigem
muito calor, muitas gostam de temperaturas amenas. As fêmeas alimentam-se
sempre de sangue e podem ser permissivas ou exigentes quanto ao fornecedor
desse sangue, picando todo tipo de animal ou um tipo de animal apenas. Os machos
alimentam-se de fluidos de plantas e flores e, portanto, não transmitem a malária.

Cada região do mundo tem sua fauna específica de Anopheles e a epidemiologia da


malária depende da composição dessa fauna. Existem mais de 350 espécies de
Anopheles em todo o mundo, a maioria permitindo a proliferação de plasmódios em
seu organismo, em laboratório, mas apenas cerca de 30 a 50 são capazes de
transmitir, em natureza, os plasmódios humanos. No Brasil, os mosquitos
transmissores da malária nas regiões costeiras, e particularmente na Mata Atlântica,
eram o A. cruzi, o A. bellator e o A. aquasalis. Hoje, estes mosquitos têm
importância epidemiológica apenas potencial. Mas, por todo o interior do país,
incluídas as capitais, a principal espécie transmissora sempre foi o Anopheles
darlingi, que hoje, ausente das áreas urbanizadas brasileiras, está restrito à
Amazônia². Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer.
Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, em menor
quantidade. Além disso, o período de incubação da malária varia de acordo com a
espécie de plasmódio e a malária não pode ser transmitida pela água.

8.COMO ADQUIRIR

Ao picar o homem susceptível, o mosquito fêmea do gênero Anopheles inocula, na


corrente sanguínea, junto com a saliva, os esporozoítas (forma infectante). Alguns
esporozoítas são destruídos por células do sistema mononuclear fagocitário,
enquanto outros penetram nos hepatócitos, nos quais se multiplicam por um
processo de divisão múltipla - esquizogonia -, dando origem aos esquizontes
teciduais (ou hepáticos). Após um período de cinco a 16 dias, dependendo de cada
espécie, cada esquizonte dará origem a milhares de merozoítas (de 10 a 40 mil), os
quais ganham os capilares intra-hepáticos e invadem os eritrócitos. Uma vez dentro
dos eritrócitos, os protozoários transformar-se-ão em trofozoítas, os quais crescem e
sofrem divisão nuclear, passando a esquizontes sanguíneos que, após divisão
(esquizogonia), originarão novos merozoítas, em número de 8 a 32, dependendo da
espécie. Há, então, uma ruptura das células infectadas, com liberação dos
merozoítas que irão reiniciar o ciclo, justificando os paroxismos febris. A
periodicidade da esquizogonia sanguínea é variável, de acordo com a espécie - 36 a
48 horas no caso de P. falciparum.

9.POPULAÇÃO SUSCEPTÍVEL

Em 2015, aproximadamente 3,2 bilhões de pessoas – quase metade da população


do mundo – estavam em risco de contrair malária. Entretanto, a maioria dos casos
de malária e mortes relacionadas à doença acontece na África Subsaariana, que
carrega uma parcela desproporcionalmente alta da carga global da malária. Em
2015, a região era responsável por 88% dos casos da doença e de 90% das mortes
em decorrência dela. Ásia, América Latina e, em menor proporção, Oriente Médio,
também estão em risco. Nas Américas, considera-se que aproximadamente 128
milhões de pessoas vivem em áreas de risco de contrair a doença. Em 2015, 95
países e territórios apresentaram transmissão de malária.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2011, 99,7% dos casos de


transmissão da doença se concentraram na Região Amazônica, considerada uma
área endêmica no país. A maior parte dos casos notificados se concentra nos
estados do Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Amapá e Roraima. A transmissão
nessa área está relacionada a fatores biológicos (presença de alta densidade de
mosquitos vetores, agente etiológico e população suscetível); geográficos (altos
índices de pluviosidade, amplitude da malha hídrica e a cobertura vegetal);
ecológicos (desmatamentos, construção de hidroelétricas, estradas e de sistemas de
irrigação, açudes); e sociais (presença de numerosos grupos populacionais,
morando em habitações com ausência completa ou parcial de paredes laterais e
trabalhando próximo ou dentro das matas).

Todos os indivíduos são susceptíveis à contaminação da Malária, entretanto, alguns


grupos populacionais correm um risco consideravelmente maior de contrair malária e
desenvolver formas graves: bebês, crianças menores de 5 anos, gestantes e
pessoas vivendo com HIV/Aids, assim como migrantes não-imunes, populações
móveis e viajantes.

10.MECANISMOS DE DEFESA

Os mecanismos de defesa na malária começam na fase aguda desencadeada por


uma potente resposta imune dirigida contra os diferentes estágios evolutivos do
parasito. Os esporozoítos, apesar de sua rápida permanência na corrente
sanguínea, induzem uma resposta imune que resulta na liberação de fator de
necrose tumoral (TNF-α) produzido e liberado por macrófagos ativados, devido à
presença de material celular oriundo da destruição e ruptura de células parasitadas
na circulação. Além do TNF-α outras substâncias são liberadas para a circulação,
como as interleucinas (IL) 1, 6 e 8 interferon γ (IFN-γ), entre outras que são causa
de febre e de outras manifestações presentes no quadro da malária. Somando-se a
isso, consta que a produção desses anticorpos da fase aguda atuam contra
antígenos de sua superfície, em particular contra a proteína CS. Acredita-se que tais
anticorpos ajam bloqueando a motilidade necessária a invasão da célula hospedeira.
Nas infecções subsequentes, o grau de produção de anticorpos produzido
anteriormente pelos macrófagos do sistema imunológico, confere atividade
macrofágica adicional, levando a uma eliminação mais eficiente dos parasitas e a
produção de novos anticorpos. À medida que o sistema imunológico do hospedeiro
humano percorre o repertório de proteínas do parasita continuamente apresentado,
desenvolvem-se anticorpos adicionais que conferem proteção adicional contra o
parasito.

Ademais nota-se que os níveis de anticorpos anti-DNA de fita dupla IgG e IgM estão
significantemente elevados em soro de pacientes com malária na fase aguda, tanto
na infecção por P. vivax quanto por P. falciparum. Além disso, o estímulo com
imunocomplexos induziu a produção de elevados níveis de citocinas pró-
inflamatórias e baixos níveis de IL10 por monócitos de pacientes infectados. A
principal fonte de citocinas pró-inflamatórias eram as células CD14+ CD16

11.MECANIMOS DE AGRESSÃO

Os mecanismos de agressão por parte do plasmodium começa no ciclo biológico do


mesmo, onde esporozoítos invadem os hepatócitos iniciando o ciclo hepático da
infecção. Posteriormente ocorre a ruptura dos esquizontes eritrocíticos que são
característicos de resposta inflamatória sistêmica, com altos níveis de citocinas pró-
inflamatórias circulantes. Durante o ciclo a destruição de células vermelhas do
sangue corresponde à uma fase intra-eritrocítica onde parasitos digerem a
hemoglobina, produzindo metabólitos potencialmente tóxicos, refletindo em quadros
severos de anemia.

Ademais é importante citar que na malária ocorre toxicidade resultante da liberação


de citocinas, onde um material glicolipídico, com propriedades semelhantes a toxina
bacteriana, foi identificado entre os metabólitos liberados após ruptura do
esquizonte. Esta substância, assim como a hemozoína, é capaz de induzir liberação
de citocinas (fator de necrose tumoral-TNF, interleucina- 1 (IL- I, IL-6 e IL-8) pelas
células do sistema monocítico/macrófago e, possivelmente, células endoteliais.
Sabe-se que a liberação dessas citocinas se relaciona com a sensação de mal estar
e febre que consistem em sintomas da doença.

Durante o desenvolvimento esquizogônico sanguíneo, o P. falciparum induz uma


série de modificações na superfície da célula parasitada, que permitem a sua
adesão a parede endotelial dos capilares. Este fenômeno de citoaderência é
mediado por proteínas do parasito expressas na superfície dos eritrócitos infectados,
formando protuberâncias. Essas que ocorrem principalmente nas vênulas do novelo
capilar de órgãos vitais (substância branca do cérebro, coração, fígado, rins,
intestino). Dependendo da intensidade, podem levar a obstrução da microcirculação
e consequente redução do fluxo de oxigênio, ao metabolismo anaeróbico e a
acidose láctica. Pode ocorrer ainda lesão no endotélio capilar, alterando a sua
permeabilidade e desencadeando a cascata da coagulação (coagulação
intravascular disseminada), que pode complicar com fenômenos hemorrágicos
graves. Além disso, pode gerar edema e extravasamento de leucócitos para tecidos.
O sequestro de parasitas e estes processos de inflamação tecidual são, pelo menos
em parte, responsáveis pela síndrome do estresse respiratório, malária cerebral e
malária gestacional, caracterizando o processo de sequestro dos eritrócitos
parasitados na rede capilar.

Outro mecanismo de agressão por parte do plasmodium é a lesão capilar por


deposição de imunocomplexos, onde ocorre glomerulonefrite transitória e
autolimitada, a qual se apresenta com a síndrome nefrótica. A lesão glomerular é
produzida pela deposição de imunocomplexos e componentes do complemento nos
glomérulos, alterando a sua permeabilidade e induzindo a perda maciça de
proteínas.

12.MECANISMOS DE EVASÃO

Um aspecto que ainda não foi totalmente explorado é a queda na imunidade


protetora contra o parasita diante de determinadas situações. Adultos removidos das
áreas de transmissão, mulheres grávidas, especificamente primigrávidas, ou
tratados com antimaláricos de modo a eliminar totalmente a parasitemia, perdem a
imunidade ao parasita, tornando suscetíveis a infecções novas pelo Plasmodium.

Os seres humanos desenvolvem respostas de memória muito eficientes contra


diversos outros patógeno, mas os parasitas da malária podem ter desenvolvido
mecanismos muito específicos de evasão da resposta imune que tem como objetivo
as respostas de memória imunológica adquirida. Ainda não se sabe ao certo se a
diminuição da resposta imune normal acontece na indução ou na manutenção de
memória, o que vale ressaltar é que ainda é um questionamento não resolvido.
13.DIAGNÓSTICO

O diagnóstico correto da malária é possível pela demonstração do parasito, ou de


antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, através dos métodos de
diagnósticos como: Gota espessa, que é o método oficialmente adotado no Brasil e
que consiste na visualização do parasito por meio de microscopia óptica, após
coloração com corante vital, permitindo a diferenciação específica dos parasitos.

Esfregaço delgado, que possui baixa sensibilidade (gota espessa é cerca de 30


vezes mais eficaz na detecção da malária), mas esse método permite com maior
facilidade a diferenciação específica dos parasitos, através das alterações
provocadas no eritrócito infectado e da morfologia.

Testes rápidos, que são realizados em fitas de nitrocelulose que contem anticorpo
monoclonal contra antígenos específicos do parasito. Em parasitemia superior a 100
parasitos/ μL, pode apresentar sensibilidade de 95% ou até mais quando se
compara com a gota espessa. Apresenta facilidade e praticidade de realização, de
grande valia para a confirmação diagnóstica, entretanto deve ser restrito o seu uso
a situações em que a realização do exame da gota espessa por microscopista e
com monitoramento de desempenho certificado não seja possível por esse teste
não avaliar a presença de outros hemoparasitos nem a densidade parasitária, além
de não serem indicados para o controle de cura, uma vez que seja possível a
persistência de partes do parasito, após o tratamento, ocasionando um resultado
falso positivo.

Ademais é importante ressaltar o uso das técnicas moleculares que acontece


através do Nested PCR ou PCR convencional e o PCR em tempo real. Apesar de
estudos apontarem que as técnicas PCR são mais sensíveis e mais especificas
quando comparadas com as técnicas microscópicas e ao teste
imunocromatográfico, apresenta um custo elevado, necessidade de infraestrutura e
mão de ora especializada, além de seu uso ainda ser restrito a laboratórios de
referência e por esses motivos não é tão utilizada.

14.PROVÁVEIS COMPLICAÇÕES
São diversos fatores que influenciam no quadro clinico da malária, tendo assim uma
variável, dependendo da espécie de plasmódio infectante, se o indivíduo se localiza
ou não em áreas endêmicas, uso de medicação profilática e também a resposta
imune do hospedeiro relacionada com fatores genéticos.

Possuem nas áreas endêmicas do país, indivíduos que produzem uma resposta
humoral e celular, devido a infecções iniciais. Porém, essa resposta imune não é
completamente protetora, uma vez que o plasmócito tem diversas formas de
sobreviver a resposta do hospedeiro. Entretanto, o quadro clinico desses indivíduos
é na maioria das vezes com poucos casos graves, sendo a maioria dos pacientes
com parasitemia assintomática. Por esses motivos, nessas regiões endêmicas, é
preciso outros sintomas além da febre para ser indicativo da malária, como artralgia,
anemia, cefaleia entre outros.

Os casos considerados de estado grave pela Organização Mundial de Saúde,


possuem no quadro sintomas corriqueiros, que podem evoluir para outras possíveis
complicações da doença. Uma das mais graves complicações da doença, é a
malária cerebral, que afeta o sistema nervoso central, alterando o estado mental e
provocando convulsões e déficits neurológicos focais, nesses casos são comuns
sequelas neurológicas e taxa de mortalidade alta. Hemólise com anemia grave,
coagulação intravascular e insuficiência renal aguda, também são possíveis
complicações da doença. É possível também, um quadro de hipoglicemia, devido ao
consumo de glicose pela alta carga parasitaria. As infecções bacterianas são muito
comuns também, devido a vulnerabilidade dos indivíduos com Malária, a pneumonia
aspirativa por exemplo é comum devido o nível de consciência alterado.

Os indivíduos residentes em áreas endêmicas, mesmo tendo menor propensão a


Malária grave, podem ter também, serias complicações como esplenomegalia
maciça, causando dor abdominal e disfunção da medula óssea e do sistema imune,
anemia crônica e insuficiência renal.

15.CONCLUSÃO

O desenvolvimento do trabalho nos proporcionou uma análise mais detalhada e


concreta sobre todos os pontos da Malária. Para melhor entendimento, o histórico da
doença foi muito importante para proporcionar longos anos de estudo tendo em vista
que é um problema de saúde mundial. Além disso, as características da doença são
essenciais para o controle da disseminação, tendo em vista as formas de
transmissão, locais e regiões com maior propensão, a identificação dos seus
sintomas e os métodos de diagnósticos. Assim, é de grande importância o controle e
tratamento da doença, uma vez que, a Malária pode proporcionar serias
complicações para o indivíduo, e ainda nos dias atuais, possui alta taxa de
mortalidade nos países situados em regiões tropicais e subtropicais.
16.REFERÊNCIAS

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H.; McGregor, I,eds.; Churchill Livingstone: Edinburgh, 1988, p. 1-59.
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aspectos históricos e quimioterapia. Química Nova, 31(5), 1271-1278.
https://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422008000500060
3- NEVES, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005.
4- GARRIDO-CARDENAS, JA, González-Cerón, L., Manzano-Agugliaro, F. et al.  Genômica
do plasmodium : uma abordagem para aprender e acabar com a malária humana. Parasitol
Res 118, 1–27 (2019).
5- Hasting, I. M.; D'Alessandro, U.; Parasitol. Today 2000, 16, 340.
6- TARGETT, G.; Drakeley, C.; Jawara, M.; J. Infect. Dis. 2001, 183, 1254. 

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8- HILDEBRANDO, L.; Oliveira, V. E. G.; Ciência & Saúde Coletiva 2002, 7, 49.   
9- GUERIN, P. J.; Olliaro, P.; Nosten, F.; Druilhe, P.; Laxminarayan, R.; Binka, F.; Kilama, W. L.;
Ford, N.; White, N. J.; Infect. Diseases 2002, 2, 564.
10- Cowman, A. F.; Crabb, B.S.; Cell  2006, 124, 755.
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12- SILVA, Henrique Borges da. Mecanismos efetores da resposta imune à malária
experimental/Henrique Borges da Silva- São Paulo, 2014
13- https://pt.wikipedia.org/wiki/Plasmodium
14- https://saude.gov.br/saude-de-a-z/malaria
15- https://portal.fiocruz.br/taxonomia-geral-7-doencas-relacionadas/malaria
16- https://www.news-medical.net/health/Malaria-History.aspx
17- https://brasilescola.uol.com.br/biografia/ronald-ross-sir.htm
18- http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=829&sid=7
19- https://portal.fiocruz.br/noticia/malaria-regiao-amazonica-concentra-99-dos-casos-no-brasil
20- https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5287:malaria-2&
Itemid=875
21- ³http://www.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11342&catid=662
&Itemid=250
22- https://portal.fiocruz.br/taxonomia-geral-7-doencas-relacionadas/malaria

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