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A Meteorologia e os Acidentes

Aeronáuticos

ASIII MEG Márcia Maria Gomes Costa – GRNA3


Definição
ç de Acidente Aeronáutico
É toda ocorrência relacionada com a operação de
uma aeronave havida entre o período em que uma
pessoa nela embarca, com a intenção de realizar
um vôo, até o momento em que todas as pessoas
tenham dela desembarcado e, durante o qual,
pelo menos uma das situações abaixo ocorra:
a) qualquer pessoa sofrer lesão grave ou morrer;
b) aeronave sofrer dano ou falha estrutural;
c) a aeronave for considerada desaparecida ou o
local onde se encontrar for absolutamente
inacessível.
As 25 regiões com maior índice de acidentes
aéreos no mundo (Fonte:
(F t Flight
Fli ht Safety
S f t Foundation)
F d ti )
A Meteorologia
g e os Acidentes
Um estudo realizado pelo NASDAC/FAA
analisou 19562 acidentes ocorridos nos
EUA entret 1994 e 2003 mostra:
t
Tendência de queda no número total
de acidentes.
Taxa de acidentes causados por fator
meteorológico: sem alterações
g
significativas.
A Meteorologia
g e os Acidentes

A estatística da FAA mostra ainda que,


do total de 19562 acidentes ocorridos
nos EUA,
EUA 4159 tiveram
ti um fator
f t
meteorológico como principal causa, ou
seja, cerca de 21 %.
A Importância
p da Meteorologia
g
Aeronáutica

No Brasil,
Brasil as estatísticas do CENIPA
mostram que no período de 1999 a
2008 as condições
2008, di õ meteorológicas
t ló i
adversas foram consideradas o
principal fator contribuinte em 13,5%
dos acidentes
acidentes.
A Meteorologia
g e os Acidentes

De acordo com o estudo da


NASDAC/FAA dos acidentes ocorridos
NASDAC/FAA,
nos EUA entre 1994 a 2003 causados
por fator meteorológico, as condições
que mais i contribuíram
t ib í f
foram vento
t e
teto/visibilidade.
teto/visibilidade
A Meteorologia
g e os Acidentes

A pesquisa da FAA mostra que no caso


dos acidentes causados por vento,
34 4% foram
34,4% f provocados
d por ventos
t ded
través e 29,2% por rajadas de vento.
A Meteorologia
g e os Acidentes

Já no caso dos acidentes relacionados


ao teto e visibilidade, o estudo realizado
pelo
l NASDAC/FAA mostrou t que 39%
foram provocados por teto baixo e 29%
por nevoeiros.
A Meteorologia
g e os Acidentes

Os fatores meteorológicos também são


responsáveis por grande parte dos atrasos
nas operações aéreas, causando grandes
prejuízos econômicos todos os anos.
A Importância
p da Meteorologia
g
Aeronáutica
Os fenômenos meteorológicos podem interferir
na segurança da aeronave em diversos
momentos:
durante o vôo,
no pouso,
pouso
na decolagem,
no taxiamento nas pistas auxiliares,
g
no carregamento e na manutenção ç
A Importância
p da Meteorologia
g
Aeronáutica
As estatísticas mostram que a maior parte dos
acidentes ocorrem durante o pouso e
decolagem, e os fatores meteorológicos são
grandes contribuidores, pois os dois principais
fatores meteorológicos causadores de
acidentes (vento, vis/teto) afetam a aeronave
nas fases do pouso e decolagem
Acidentes e Fatalidades por Fase do Vôo

Figura 10 – Estatística da porcentagem de acidentes/fatalidades por fase de


vôo, jatos comerciais, no período de 1959 a 2008 (fonte: Sumário
Estatístico de Acidentes com Jatos Comerciais, 1959-2008, Boeing).
Principais
p fatores meteorológicos
g
contribuintes para os acidentes

¾Turbulência/Wind Shear/Downburst
¾Formação de gelo em aeronaves
¾Visibilidade/teto restrito
¾Ventos fortes e rajadas
¾Trovoada/tempestades/tornados/furacões
¾Chuva/neve/granizo
TURBULÊNCIA/WIND SHEAR/
DOWNBURST

A turbulência
t b lê i e o Wind
Wi d Shear
Sh são
ã
causados por mudanças bruscas e casuais
no fluxo de vento, de curta duração e
numa pequena distância. Essas mudanças
podem ser tanto na direção quanto na
velocidade do vento
TURBULÊNCIA

Tipos:
p
Convectiva – em vôo, dentro e fora de nuvens
¼Convectiva
¼Mecânica – próxima ao solo e sobre obstáculos
O áf
¼Orográfica – sobre montanhas
¼Frontal – em vôo p
próxima a linhas frontais
¼CAT – em vôos em níveis altos
¼E t i – pousos e decolagens
¼Esteira d l
TURBULÊNCIA/WIND SHEAR/
DOWNBURST

Efeitos da turbulência severa na aeronave:

•Instabilização
•Pessoas e objetos são atirados
Perda de sustentação
•Perda
•Perda de controle da aeronave
•Queda
WIND SHEAR

Quando a turbulência ocorre


próximo à superfície e causa
ganho
g ou perda
p de
sustentação na aeronave, é
chamada de Wind Shear
(Cortante do Vento).
Normalmente o Wind Shear é
de curta duração e de
pequena
p q extensão, mas
oferece grande risco na
decolagem
g e no p
pouso.
DOWNBURST
¾Forte corrente de ar descendente, associada
a uma supercélula de CB,
CB que causa ventos
violentos próximo ao solo.

¾Pode ser classificada em dois tipos:


“ i b t” (5 Km,
“microburst” K 5 a 15 minutos)
i t ) e
“macroburst” (+5 Km e 5 a 30 minutos).

¾A velocidade do vento em uma “downburst”


pode chegar a 200 Km/h e seus danos são
semelhantes ao de um tornado.
Formação de Gelo em Aeronaves

’Fase crítica: Vôo


’Condições favoráveis
à formação:
1. Água
g em estado líquido
q
2. Temperatura abaixo de 0oC
3. Presença de um catalisador (aeronave)
Efeitos do gelo sobre a aeronave

¼A
¼Asas: alteração
lt ã ddo perfil
fil aerodinâmico,
di â i perda
d dde
sustentação, aumento da resistência ao ar, maior
consumo de combustível
Hélices e reatores: perda de eficiência das hélices,
¼Hélices
vibrações, queda de velocidade, perda de potência e
maior
i consumo d
de combustível
b tí l
¼Tubo de Pitot: queda da velocidade indicada, leitura
errônea de outros instrumentos
Carburador: falha do motor
¼Carburador:
Visibilidade/
t t restritos
teto t it

Prejudicam as
operações de
pouso e decolagem,
quando a aeronave
p
opera no limite de
sua capacidade e precisa estar estabilizada,
na velocidade correta e alinhada com a
pista.
Visibilidade/teto restritos
¼Durante o pouso/decolagem em condições
de visibilidade/teto restritos, o tempo que o
piloto tem para mudar seu procedimento é
muito curto. ((2ª causa de acidentes p
por
condição meteorológica).
¼Equipamentos como o tetômetro e o RVR
(Runway Visual Range),
Range) auxiliam nessas
situações.
ç
Visibilidade/teto restritos
A visibilidade e o teto restritos também podem causar
acidentes em rota:

¼Pode contribuir para o piloto entrar em


desorientação espacial.
espacial
¼Testes com pilotos experientes em IFR mostraram
que após a perda referência visual com a superfície
ou o horizonte, pode-se levar até 35 segundos para
estabelecer total controle pelos instrumentos.
Visibilidade/teto restritos
No Brasil,
Brasil podemos citar como exemplo:

Helicóptero do Grupo Pão de Açúcar - 27/07/2001 – caiu


no mar próximo à costa de São Sebastião, sob
condições
ç de teto baixo. 2 mortos
Vento/Rajada
Ocorrem associados a:

¼CB
Queda de pressão (pré-
¼Queda (pré
frontal)
ç
¼Circulações locais
¼Canalização (efeito
orográfico ou geográfico)

Oferece maior risco às operações aéreas nas fases


d pouso e decolagem,
de d l quando
d poded desviar
d i a
aeronave de sua trajetória. Pode, ainda, oferecer
risco às aeronaves estacionadas e às instalações
do aeródromo.
Trovoada/CB
Recomenda-se
Recomenda se ao piloto:

1º Evitar o vôo nestas condições;


1
2º Evitar o CB nos estágios de formação e maturidade;
3º Contornar o CB pela esquerda a pelo menos 30Km
de distância;
4º Evitar as correntes descendentes voando em terreno
acidentado;
Chuva/Neve/Granizo

¼Derrapagem ou Aquaplanagem (durante o

pouso, decolagem e taxiamento)

¼Falta de visibilidade (chuva, neve, granizo)

¼Pista molhada pode reduzir a velocidade da

aeronave, comprometendo
t d a decolagem.
d l
Um dado muito significativo...
significativo

As estatísticas da NASDAC/FAA mostram que do total de


4159 acidentes causados por fator meteorológico, em pelo
menos 41% deles os pilotos declararam que não
procuraram os serviços
i d Meteorologia
de M t l i para um briefing
b i fi
sobre as condições meteorológicas
O PMET pode
e DEVE ajudar
a evitar que a
meteorologia
seja a causa
ou um dos
f t
fatores
contribuintes
para um
acidente
aeronáutico.
Para isso é
importante:
NA EMS:

¾fazer as observações
meteorológicas com
critérios, seguindo
todas as regras de
observação, codificação
e transmissão.
¾ ser pontual.
¾ Ser fiel ao que se está
observando.
observando
¾ Vigiar constante e
cuidadosamente e ter
agilidade para realizar e
divulgar todos os
SPECI necessários,,
para informar com a
com a máxima precisão
as mudanças
significativas.
NO CMA:

¾Ofereçer
Of ao usuário
ái
TODAS as
informações
referentes ao vôo,
mesmo que ele não
peça.
peça
¾ Ressaltar as
mensagens/produtos
que trazem condições
adversas ao tempo
¾ A informação passada
ao usuário deve ser
precisa, clara e
atualizada.
¾ Manter um estreito
contato com o CMA-
1/CMV de sua FIRFIR.
Nos primórdios da aviação,
a meteorologia era uma
das principais causas dos
acidentes aeronáuticos;
hoje com os novos
avanços científicos, a
previsão melhorou,
melhorou assim
como melhorou a
performance das
aeronaves. ComC maior
i
confiança em suas
aeronaves,, alguns
g pilotos
p
chegam a relegar a
importância dos
fenômenos naturais em
seus vôos, querendo até
mesmo desafiá-los em
certas circunstâncias.
Apesar da meteorologia hoje não ser mais a
principal causadora de acidentes aéreos, ela
merece o respeito
p de todos.
Seja criterioso ao passar informações
visando a segurança de vôo.
Lembre se que a arremetida será
Lembre-se
esquecida, o acidente tentando pousar,
NUNCA!

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