Você está na página 1de 9

3.

Metodologia

A metodologia irá compreender quatro (4) etapas fundamentais nomeadamente:

3.1. Levantamento Bibliográfico

No levantamento bibliográfico, fez-se a consulta de livros, revistas, artigos científicos, dentre


outras fontes bibliográficas, que abordam vários assuntos ligados aos sistemas fotovoltaicos.
Levando em consideração a instalação do mesmo em modelo Isolado (off-grid).

Estas obras serviram de ponto de partida para desenvolver noções de como um sistema fotovoltaico
funciona, quais os procedimentos de instalação, desde os componentes necessários para um sistema
isolado (Off-grid).

Estas obras advêm de fontes física e fontes electrónicas. O critério de busca para as fontes
electrónicas, foi através da internet, como palavra chave para pesquisa, “Os sistemas
fotovoltaicos”. E as fontes físicas foram consultadas na biblioteca da Universidade Rovuma.

Visto que as obras são muitas que falam do mesmo assunto, houve necessidade de uma seleção
meticulosa das fontes. O critério de seleção usada, foi primeiramente através do conteúdo
(consistência do tema) abordado, os que falam dos sistemas fotovoltaicos em instalação isoladas,
formam os mais cobiçados, e se for para instalação em sistemas de irrigação, melhor ainda. Depois,
quanto a periodicidade das obras, isto é, o ano que a obra foi publicada, quanto mais recente melhor
ainda. E o local de publicação, as obras nacionais tiveram mais prioridade pois descrevem a
realidade do nosso país, e esta mais próximo daquilo que esta pesquisa aborda.

3.2. Levantamento das condições locais para implementação do sistema

Para fazer o levantamento das condições locais, foi necessário, fazer um estudo geográfico e
meteorológico da área.

A área de estudo, é a localidade de Matibane, localizada no interior do posto Administrativo de


Anchilo, a quase 20 km da cidade de Nampula. Ela é delimitada pelas coordenadas 15º08'45" Sul,
e 39º27'33" Este.
O clima predominante, é o tropical húmido com duas estações: uma chuvosa e quente que
habitualmente começa em Novembro e termina em Abril, caracterizado por aguaceiros e trovoadas
frequentes. A outra, seca e menos quente que se estende de maio até outubro. Com um valor
máximo absoluto da temperatura do ar, situada nos 33,9ºC e o mínimo dos 19ºC (MAE, 2005).

A precipitação média anual de 1,045 mm. As chuvas nessa zona têm início nos meses de outubro
a abril com pico nos meses de janeiro e março (MAE, 2005).

Essas chuvas favorecem a prática da Agricultura, o desenvolvimento de rios, lagoas, por isso a
zona possui boas condições para pratica de agricultura de regadio (Idem).

Insolação

Segundo o Weather Spark (2022), A duração do dia em Nampula varia ao longo do ano. Em 2022,
o dia mais curto é 21 de junho, com 11 horas e 14 minutos de luz solar. O dia mais longo é 21 de
dezembro, com 13 horas e 2 minutos de luz solar.

Figura 1: Número de horas em que o sol é visível em Nampula Fonte: WeatherSpark, 2022

Horas de Jan Fev mar abr mai jun jul Ago set out nov dez
Luz solar 12,9 h 12,6 h 12,2 h 11,7 h 11,4 h 11,2 h 11,3 h 11,6 h 12,0 h 12,5 h 12,8 h 13,0 h

Tabela 1: Numero de horas em que o sol é visível em cada mês em Nampula Fonte: WeatherSpark, 2022
O dia em que o sol nasce mais cedo é 22 de novembro, às 04:42. O nascer do sol mais tarde ocorre
1 hora e 7 minutos depois, às 05 horas e 49 minutos em 9 de julho. O dia em que o sol se põe mais
cedo é 2 de junho às 16:59. O dia em que o sol se põe mais tarde ocorre 1 hora e 1 minuto depois,
às 18:00 em 21 de janeiro (WeatherSpark, 2022).

Energia Solar

Quanto o total diário incidente de energia solar que chega à superfície do solo ao longo de uma
área ampla, levando em conta as variações sazonais na duração dia, ela é moderada ao longo do
ano (WeatherSpark, 2022)

O período mais radiante do ano dura 2,2 meses, de 21 de setembro a 28 de novembro, com média
diária de energia de ondas curtas incidentes por metros quadrados acima de 7,0 kWh. O mês mais
radiante do ano nessa zona é outubro, com média de 7,4 kWh. E o período mais escuro do ano dura
2,5 meses, de 20 de maio a 2 de agosto, com média diária de energia de ondas curtas incidente por
metro quadrado abaixo de 5,5 kWh. O mês mais escuro do ano é junho, com média de 5,0 kWh
(WeatherSpark, 2022).

Figura 2: Energia solar de ondas curtas médias que chegam ao solo em Namupla. Fonte: (WeatherSpark, 2022)
3.3.Dimensionar do Sistema fotovoltaico

O dimensionamento de energia solar pode ser definido como o estudo e a análise das
especificidades do local em que o sistema fotovoltaico será implementado, bem como a
identificação e a escolha de quais equipamentos deverão ser utilizados na produção de energia. Ou
seja, consiste no planeamento da instalação (Junior, 2019).

3.3.1. Tipos de dimensionamento

Existem dois tipos de dimensionamento para um sistema fotovoltaico, dimensionamento energético


e dimensionamento técnico (Ovelha, 2017).

 O Dimensionamento energético

O Dimensionamento energético, serve para quantificar a energia (em kWh) que se deverá
produzir/acumular no sistema em causa.
Neste tipo de dimensionamento, a partir da carga diária consumida é possível calcular o consumo
que irá se alimentar (no sistema), quanta energia deverá ser produzida por dia pelo sistema, a
potência de pico a se instalar e também é possível fazer o dimensionamento energético do banco
de baterias. Mas por vezes a energia produzida não tem correspondido na maioria das vezes, à
procura pontual de energia do consumidor (Ovelha, 2017).

 Dimensionamento técnico

O dimensionamento técnico é feito para dar determinar as dimensões do sistema a ser instalado,
para se ajustar na procura energética.

Neste dimensionamento, para além de se calcular a potência a ser instalada, faz-se o estudo dos
módulos fotovoltaicos a serem utilizados, desde a quantidade até a qualidade, faz-se o cálculo do
banco de baterias e a respetiva capacidade, faz-se a escolha do controlador de carga e o inversor de
rede.

Neste estudo fez-se o dimensionamento técnico, através da sua abrangência nos dados esperados
em sistemas offgrid, pois proporciona dados com uma margem de erros muito insignificante.
No dimensionamento deste sistema foi primeiramente estimado a quantidade dos equipamentos
que serão usados (as motobombas), para se determinar a potência do sistema fotovoltaico, medida
em kiloWatt (kW).

Para definir a potência do sistema fotovoltaico usou-se a formula:

(𝐶 ⁄𝐼𝑟𝑟) (Eq. 3.1)


𝑃=
𝐹

Onde:

P: Potência do Sistema (kWp)


C: Consumo anual de energia (kWh/ano)
Irr: Radiacão solar local (kWh/m2/ano)
F: Factor de performace do sistema

O consumo anual, é dado pela potência das motobombas, multiplicadas pelas horas de radiação
diária, multiplicados por 365 dias. A radiação solar local, é a média anual da energia solar irradiada
num determinado local. O factor de performance, é a medida da qualidade de um sistema
fotovoltaico, e ela é fornecida em percentagem, designando a relação entre o rendimento real e o
rendimento esperado do sistema fotovoltaico (Raimundo, 2015).

O passo a seguir foi o de definir a quantidades de painéis necessários para o sistema funcionar.
Para se definir a quantidade dos painéis, divide-se a potência do sistema, pela potência dois painéis
em kilowatts, através da formula.

(𝑃)
𝑄= (Eq. 3.2)
𝑃𝑝

Onde:
Q: quantidade de painéis
P: a potência do sistema
Pp: potência dos painéis.
Depois dimensionou-se o controlador de carga, pois este aparece apenas nos sistemas Off-grid ou
nos sistemas híbridos. O seu funcionamento ocorre de acordo com a tensão dos painéis solares e
corrente que resulta do seu funcionamento. Quanto a corrente total é maior que a capacidade do
controlador, é frequente dividir-se em barramentos, distribuindo a potência produzida em diversas
linhas (Portal solar, 2022).

A seguir verificou-se a capacidade das baterias, que foi estabelecida através do cálculo da corrente
produzida pelos painéis, multiplicada pelas horas de insolação. Quanto maior a capacidade das
baterias, maior será a autonomia desse sistema.

essa capacidade é determinada através da formula:

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐷𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 × 𝜂𝑐𝑎𝑏𝑜𝑠


𝑛×( ) (Eq. 3.3)
𝑉 𝑑𝑐
𝐶𝑀 [𝐴ℎ] =
𝐷𝑜𝐷

Onde: n: é o número de dias de autonomia pretendido.


𝜂𝑐𝑎𝑏𝑜𝑠 : é a energia que é perdida através dos cabos
DoD: é a profundidade de descarga das baterias.

Depois calculou-se o número de baterias, através da formula:

𝐶𝑀 (Eq. 3.4)
𝑁𝑝,𝑏𝑎𝑡 =
𝐶𝑏

Onde, Cb : é a capacidade unitária de cada bateria escolhida para o banco de armazenamento.

De modo a proteger esse sistema, na instalação das bactérias, há necessidade de utilizar fusíveis,
disjuntores ou díodos (Portal Solar, 2022).

No final, dimensiona-se o inversor, visto que ele é parte importante do sistema fotovoltaico. Eles
podem ser inversores modificados, os que geram uma energia em onda quadrática; e os inversores
puros, que podem ser usados para geração de corrente alternada em qualquer aplicação. (idem)

A potência do inversor precisa ser maior do que o consumo de todos os equipamentos somados,
mesmo durante o pico.
3.4.Determinar a eficiência

Para determinar a eficiência do sistema foi preciso coletar os dados da potência dos painéis,
insolação, o tamanho dos painéis, as características e desempenho dos diferentes materiais e o
posicionamento e inclinação correta dos painéis, pois esses factores podem definir a eficiência dum
sistema.

Primeiramente foi necessário encontrar a eficiência dos painéis, que pode ser calculada de duas
maneiras:

Primeiro: calcular a área do painel solar, depois dividir a potência do painel pela sua área, e o valor
encontrado, divide-se por 10 para encontrar a eficiência percentual.

𝑃
𝜂= ∶ 10 (Eq. 3.5)
𝐴

Por outra pode-se calcular a eficiência, dividindo a potência do painel pela área do mesmo,
multiplicado pela irradiância padrão dada em m2, e no final, esse resultado é multiplicado por 100,
para encontrar o valor em percentagem.
𝑃
𝜂= × 100 (Eq. 3.6)
𝐴. 𝐼𝑟𝑟

Por outra, a forma mais fácil, existem valores tabelados de especificações das eficiências dos
painéis segundo o tipo, a potência e tecnologia. (Portal Solar, 2022).

Tipo de Painel/Tecnologia Eficiência (%) Designação

Monocristalino PERC 20,2 – 21,6 Os painéis solares mais


eficientes
Monocristalino Standard 18 – 20

Policristalino PERC 17,8 – 19,9 Os painéis solares menos


eficientes
Policristalino Standard 15 – 17

Tabela 2. Eficiência dos painéis Fonte: (Portal solar, 2022)


A eficiência dum painel solar, representa o potencial de conversão da luz solar em energia eléctrica
por m2. Se por exemplo um painel tem uma eficiência de 20% significa que o total de luz captado
pelo módulo 20% será geração de electricidade para o consumo. É necessário intender que quanto
maior a eficiência de um painel solar, maior será a quantidade de energia eléctrica produzida por
metros quadrados (Portal Solar, 2014-2022).

Para este estudo serão usados os painéis do tipo monocristalinos com tecnologia PERC, pois os
painéis monocristalinos apresentam índice de eficiência mais alto devido a maior pureza de suas
células.

A tecnologia PERC (do inglês, Passivated Emitter and Rear Contact, que significa Emissor
Passivo e Contacto Traseiro), utiliza uma camada de passivação muito fina na parte traseira das
células que permite a reflexão dos raios solares, fazendo com que eles passem mais vezes pela
célula e aumentando assim a sua eficiência (Portal Solar, 2014-2022).

Orientação dos painéis

A instalação do painel solar deve ser feita de forma que a exposição aos raios do sol seja a melhor
e a maior possível durante as horas de luz. Um dos factores que deve ser analisado é a direção do
painel, de modo que a sua face esteja voltada ao sol ao longo do seu deslocamento diário (Portal
Solar, 2014-2022).

O local em estudo, está localizado no hemisfério norte, logo o sol nasce no Este, passando inclinado
ao norte e se põe no Oeste. Portanto a orientação melhor do painel solar nessa área, é o modulo
voltado ao norte.

Inclinação dos painéis

Outro factor que influencia a captação da luz solar, é a inclinação dos painéis solares. Ela deve ser
calculada de forma que favoreça a incidência directa dos raios solares sobre a face dos módulos.

Esses cálculos da inclinação solar, associados a latitude são feitos através da formula:

360 × (284 + 𝑛)
𝛿𝑠 (º) = 23.45º 𝑠𝑒𝑛 [ ] (Eq. 3.7)
365

Onde n é o dia do ano, onde inicia n = 1 (1 de Janeiro) e acaba no dia 365, em 31 de Dezembro.
23.45º é a inclinação da terra em relação a um eixo vertical, associado à sua rotação diária.

Os painéis têm melhor aproveitamento quantos os raios solares chegam de forma perpendicular a
placa, ou seja, aqueles que atingem directamente a superfície formando um angulo de 90º (Portal
Solar, 2014-2022).

A inclinação corresponde, assim ao valor associado à latitude a qual a radiação solar incide
directamente segundo um eixo ao meio dia solar para certo dia (Tidwell & Weir, 2016, citado por:
Ovelha, 2017).

Você também pode gostar