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RESUMO
O estudo apresentado neste trabalho tem como objetivo promover um espaço seguro e
confortável afim de resguardar a mulher vítima de violência doméstica. O projeto parte da intenção
de se identificar o público alvo abordado, analisar suas deficiências, desenvolver por meio da
arquitetura formas de potencializar o empreendimento e explorar conceitos e aplicabilidades
biofílicas ao projeto. Por motivo de diversas mobilizações de grupos de mulheres que lutam para
combater a violência, feminicídio, entre outras, o assunto vem ganhando cada vez mais
visibilidade, mas, ainda assim é necessário ir adiante e estabelecer locais que acolham estas
mulheres. A partir do referencial teórico e embasamento, de acordo com as pesquisas realizadas ao
longo do artigo avançaremos com o desenvolvimento para elaboração de projeto arquitetônico
aspirando significativamente a reinserção da mulher na sociedade.
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Graduanda em Arquitetura e Urbanismo. E-mail: pauladimingo@gmail.com
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Orientador Professor Doutor (FAUSP) Bruno Fernandes
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Coorientador Professor Mestre (PROAC-UFJF) Lucas Abranches
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo fornecer abrigo à mulher em situação de risco e de
violência. A causa vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e meios de comunicação, uma
vez que os números vem crescendo exponencialmente, tornando a causa urgente e de preocupação
em todas as esferas de poder público.
2 JUSTIFICATIVA
2
Figura 1 – Principais diferenças entre Casa-Abrigo e Casa de Acolhimento.
Em contato com a Casa da Mulher de Juiz de Fora para reunir informações sobre a
realidade das protagonistas deste estudo, desenvolveu-se um estudo onde fora pautado pontos que
deveriam ser levados em consideração para o projeto de uma Casa Abrigo. Entre eles, foi de
comum acordo que o local deveria sigiloso, mas, também de fácil acesso. Entendendo o caráter
público para o atendimento à mulher vítima de violência, foi levado em consideração que o
atendimento deve ser abrangido à toda mulher cis e trasngênero que se encontra em situação de
violência doméstica e familiar sob risco de morte (acompanhada ou não de seus filhos/as).
3 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Especificamente temos como objetivo:
4 PÚBLICO ALVO
Levando em consideração o contexto geral do projeto, o mesmo se dirige a fornecer
acolhimento a mulheres que sofreram violência nos âmbitos doméstico e familiar: física, sexual,
patrimonial, moral e psicológica. É importante ressaltar que a Casa-Abrigo em desenvolvimento
neste trabalho será um ponto de apoio a toda a microrregião de Juiz de Fora e, se necessário, da
zona da mata. A expectativa é potencializar o número de abrigadas - atualmente, o serviço
oferecido pela Casa da Mulher existente na cidade já registrou mais de 16 mil atendimentos
(BERNADETE, 2020).
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A partir do trabalho de pesquisa realizado até agora, foi possível constatar a deficiência em
informações tanto a nível local quanto nacional acerca da realidade vivida pelas residentes das
Casas-Abrigo. As informações surgem em camadas previstas, principalmente nos órgãos
constituintes onde, em tese, são elaboradas propostas que viabilizem o “escopo teórico” dos
espaços, sendo eles considerados de baixa e média/longa permanência, como consta na cartilha
“Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em Situação de Risco e Violência”. Em
suma, parametrizam os objetivos e as especificidades de cada local citado anteriormente.
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“As Diretrizes Nacionais de Abrigamento às Mulheres em situação de Violência, portanto,
referem-se ao conjunto de recomendações que norteiam o abrigamento de mulheres em
situação de violência e o fluxo de atendimento na rede de serviços, incluindo as diversas
formas de violência contra a mulher (tráfico de mulheres, violência doméstica e familiar
contra as mulheres, etc) e novas alternativas de abrigamento (tais como, abrigamento
temporário de curta duração/“casa de passagem”, albergues, benefícios eventuais,
consórcios de abrigamento, etc” https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-
violencia/pdfs/diretrizes-nacionais-para-o-abrigamento-de-mulheres-em-situacao-de-
risco-e-de-violencia”
6 METODOLOGIA
Para o cumprimento de dos objetivos apresentados ao longo do estudo é necessário que uma
pesquisa seja realizada em caráter exploratório com pessoas diretamente ligadas ao tema,
envolvidas com a Casa da Mulher e a Delegacia da Mulher, culminando em depoimentos reais e
representativos. A utilização dos instrumentos disponíveis se dará por meio de entrevistas,
pesquisas bibliográficas, estudo de caso e, se possível, pesquisa de campo. O objeto de estudo, tal
como ponto focal do trabalho, é a Casa-Abrigo.
MÉTODOS
Os métodos utilizados são referentes a coleta de dados, sejam fontes primárias (leis, normas
federais, pesquisas de órgãos federais) ou secundárias (reportagens, dados informativos e artigos)
como forma de garantir o embasamento necessário para o desenvolvimento do projeto. A intenção
é realizar entrevistas exploratórias com os envolvidos nos locais já existentes na cidade e embasar
estatísticas para reconhecimento prévio do panorama geral. A pesquisa de campo é um importante
meio de coleta de informações, por se tratar de uma investigação empírica, realizada no local exato
onde se daria a construção do objeto arquitetônico.
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7 ESTUDOS DE CASO
Serão abordados dois projetos arquitetônicos que serviram de base para o estudo do
anteprojeto, onde foram diagnosticados pontos específicos de interesse, seja pela forma
construtiva, pelo caráter arquitetônico ou por sua forma de agregar valores e oportunidades às
usuárias das Casas-Abrigo.
1.1 Abrigo para Vítimas de Violência Doméstica / Amos Goldreich Architecture + Jacobs
Yaniv Architects (ARCHDAILY)
Fonte: Archdaily
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Figura 3 – Planta Baixa manipulada
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Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/895789/abrigo-para-vitimas-de-violencia-domestica-amos-
goldreich-architecture-plus-jacobs-yaniv-architects?ad_source=search&ad_medium=search_result_all> Acesso em
06/04/2021
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lavanderia, 4 salas, depósitos, pátio interno central e espaços externos. O programa se desenvolve
em torno do pátio interno, em decorrência às condições climáticas. As estruturas da cobertura e
das caixas d’água são metálicas, o piso em cimento queimado, vedações em alvenaria com garrafas
translúcidas de vidro colorido e esquadrias de madeira e palha.
A relevância deste projeto para a pesquisa se destaca tanto por sua função social,
desempenhada pelo projeto em desenvolvimento, quanto pelas decisões projetuais
agregadas à arquitetura de baixo custo. São utilizados materiais locais, energias renováveis,
mão de obra e saber local, assim como o planejamento participativo O pátio existente se
torna o foco principal do projeto, proporcionando maneiras de desenvolver de acordo com
a necessidade. A integração direta com a natureza é, um dos pontos fortes do terreno, ainda
que podendo ser melhor aproveitada.
Fonte: Archdaily
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Imagem 5 – Planta baixa manipulada
Fonte: Archdaily
5
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/775596/casa-albergue-kwieco-hollmen-reuter-sandman-
architects?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Acesso em 06/04/2021
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8 PROGRAMA DE NECESSIDADES
Departamento de gás 1 10
=530M²
Sala multiuso adulto 5 20
Sala multiuso
3 20
infantil
Sala informática
2 20
adulto
Sala informática
2 20
Educacional infantil
Biblioteca 1 40
Box para
5 20
especializações
Ateliê para
1 80
atividades manuais
=460m²
Dormitório 20 10
Moradia tipo I / Sala de estar 10 10
residência
multifamiliar *
podendo ser
adaptada para Banheiro 10 5
utilizações
individuais
=350m²
Moradia tipo II / Dormitório 5 15
residência Sala de estar 5 15
unifamiliar *sendo Banheiro 5 8
2 destinadas a PNE =190m²
Metragem total= 1.730m²
9 DIAGNÓSTICO DO TERRENO
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Compilação da Legislação Urbana - Atualização - Fevereiro 2019 - Secretaria de Atividades Urbanas - Prefeitura
de Juiz de Fora - 364 p. e 3 anexos. Acesso e 14/06/2021
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1.1 Levantamento do Terreno e Condicionantes;
A partir da análise de pontos relevantes para a justificativa da escolha do terreno foi
realizado o estudo preliminar ressaltando pontos de vulnerabilidade, definindo limites e
ponderando a respeito das direções de ventos e pontos de insolação.
De acordo com a figura 11, os ventos predominantes têm o sentido norte-sul, onde
possibilita projetar aberturas de janelas e portas nas respectivas fachadas, contribuindo para
ventilação natural. É possível verificar a linha que delimita a Área de Preservação Permanente
(APP), prevista no Código Florestal Brasileiro (2012) onde o mesmo resguarda proteção de faixas
marginais de qualquer recurso d’agua em largura mínima de 50 metros, contanto que tenham de
10 a 50 metros de largura, como é o caso do trecho em questão do Rio Paraibuna, que conta com
aproximadamente 25 metros de largura. A APP em questão conduz o projeto a decisões baseadas
em suas determinações, uma vez são áreas legalmente protegidas.
14
Lei 4771/1965. Código Florestal Brasileiro [on line]
http://www.planalto.gov.br/ccivil03/leis/L4771.html.
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Figura 11 – Fluxograma
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metros, enquanto o contêiner de 40 atinge 12 metros. Hoje, as leis que regem a construção em
container são idênticas a qualquer outro modo de construção onde são exigidos os mesmos
procedimentos legais de construções convencionais.
11 IMPLANTAÇÃO SETORIZADA
Figura 12 – Fluxograma
12 CONCEITO
13 PARTIDO
Por se tratar de uma obra de interesse público, no projeto estudado são considerados
diversos fatores delimitadores para o desenvolvimento da obra, tais como baixa manutenção de
material e mão de obra de fácil acesso. Deve ser levado em consideração o fácil acesso aos
materiais e a durabilidade, é necessário que haja um planejamento adequado e atenção à escolha
dos materiais, por envolver fiscalização dos órgãos públicos e a manutenção nem sempre ocorrer
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no tempo necessário, dependendo assim das instituições relacionadas.
“O termo inato é usado para significar que essa ligação emocional deve estar nos nossos
genes, ou seja, tornou-se hereditária, provavelmente porque 99% da história da humanidade
não se desenvolveu nas cidades mas em convivência íntima com a natureza.”
http://www.holoseditora.com.br/detalhes.asp?Id=31 acessado em 23 de maio de 2021
14 CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
Casas Abrigo: Como funcionam os refúgios para mulheres vítimas de violência doméstica.
Justificando, 2018. Disponível em: http://www.justificando.com/2018/11/19/casas-abrigo-
como-funcionam-os-refugios-para-mulheres-vitimas-de-violencia-domestica/. Acesso em:
10/03/2021
Casa da mulher retoma atendimento em Juiz de Fora. Tribuna de Minas, 2020. Disponível em:
<https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/29-05-2020/casa-da-mulher-retoma-
atendimento-em-juiz-de-fora.html/>. Acesso em: 22/03/2021
Defensoria apresenta plano de ação para a Casa da Mulher Brasileira. Defensoria Pública
do Paraná. Disponível em:
<http://www.defensoriapublica.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=116>. Acesso
em 27/05/2021
GOMES, Luiz Flávio. Uma mulher é morta a cada duas horas no Brasil. Jusbrasil.
<https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/171854354/uma-mulher-e-morta-a-cada-duas-
horas-no-brasil/>. Acesso em: 21/03/2021
LACERDA, Bruno Vieira de. Projeto de casa contêiner utilizando conceitos ambientalmente
sustentáveis. 2016. 47f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Ambiental)
– Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão,2016. Disponível
em:<http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/7248/1/casaconteinerconceitossust
entaveis.pdf>. Acesso em: 22/06/2021.
ZARDO, Pedagogia. Violência Contra a Mulher: Uma Questão de Gênero. [S. l.], 2015.
Disponível em: <http://pedagogiazardo.blogspot.com/2015/11/violencias-contra-mulher-uma-
questao-de.html.> Acesso em: 15/05/2021.
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