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INTRODUÇÃO
À
FILOSOFIA ANTIGA
Premissas filológicas
e outras “ferramentas de trabalho”
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Rossetti, Livio
Introdução à filosofia antiga: premisssas filológicas
e outras “ferramentas de trabalho” / Livio Rossetti.
— São Paulo: Paulus, 2006. — (Coleção philosophica)
ISBN 85-349-2529-1
Título original
Introduzione alla filosofia antica
Premesse filosofiche ed altri ferri del mestiere
© 1998 Levante Editori, Bari, Itália
ISBN 88-7949-164-4
Direção editorial
Paulo Bazaglia
Tradução
Élcio de Gusmão Verçosa Filho
Editoração
PAULUS
Impressão e acabamento
PAULUS
© PAULUS – 2006
Rua Francisco Cruz, 229 • 04117-091 • São Paulo (Brasil)
Fax (11) 5579-3627 • Tel. (11) 5084-3066
www.paulus.com.br • editorial@paulus.com.br
ISBN 85-349-2529-1
SUMÁRIO
9 Premissa
| PARTE I |
15 ALGUMAS PRELIMINARES
Capítulo 1
17 Não apenas uma vista d’olhos na filosofia antiga,
e muito menos um repertório bibliográfico, mas...
Capítulo 2
29 O que entendemos por “filosofia antiga” e o que tal
filosofia pode significar para nós hoje
| PARTE II |
41 OS TEXTOS PUBLICADOS NA ANTIGUIDADE
E AQUELES QUE CHEGARAM ATÉ NÓS
Capítulo 3
43 Muitos tipos de fontes
Capítulo 4
49 As cópias, as falsificações, os corpora,
a filologia alexandrina
Capítulo 5
59 Do papiro ao códice medieval e às primeiras edições impressas
59 5.1. Confecção e utilização do rolo de papiro
68 5.2. A contribuição dos papiros (e da papirologia)
para o conhecimento do mundo clássico
74 5.3. A redescoberta dos papiros: Herculano, Oxirinco,
Deverni e Aï Khanoum
81 5.4. A passagem do volumen ao codex
83 5.5. Fatores de dispersão e recuperação
dos textos clássicos no Medievo
| LIVIO ROSSETTI |
| PARTE III |
93 A CONTRIBUIÇÃO DA CRÍTICA TEXTUAL E DA FILOLOGIA
95 Capítulo 6
95 A restitutio dos textos antigos
96 6.1. A restitutio como objetivo da crítica textual
101 6.2. Uma série de operações preliminares: da recensio ao stemma codicum
103 6.3. Rumo à edição crítica: coniecturae e emendationes.
O aparelho crítico. A normalização ortográfica
114 6.4. Editar o exemplar único. A edição paleográfica
118 6.5. As citações de segunda mão e os autores “fragmentários”
120 6.6. O tema da autenticidade
Capítulo 7
123 Entreato: uma ficção filológica
Capítulo 8
137 Outros tipos de armadilhas do texto antigo: entre a filologia
e a historiografia filosófica
| PARTE IV |
151 OS GRANDES “COMPILADORES” E OS PRINCIPAIS TEXTOS
DE SEGUNDO NÍVEL
Capítulo 9
153 Os principais corpora de textos filosóficos gregos (e latinos)
153 9.1. O Corpus Democriteum
157 9.2. O Corpus Platonicum
163 9.3. O Corpus Aristotelicum
172 9.4. O Corpus Theophrasteum
174 9.5. O Corpus Chrysippeum
176 9.6. O Corpus Plotinianum
177 9.7. Outros corpora de autores “tardios”
Capítulo 10
179 Algumas coletâneas primárias de fragmentos e testemunhos
179 10.1. Os fragmentos dos filósofos pré-socráticos
192 10.2. Socratis et Socraticorum Reliquiae
196 10.3. Acadêmicos e Peripatéticos
199 10.4. Epicuristas e Estóicos
202 10.5. “Acadêmicos” e Céticos
206 10.6. A filosofia do período imperial e a Patrística
|6|
| INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA |
Capítulo 11
209 As histórias da filosofia compiladas pelos antigos
209 11.1. Uma primeira vista d’olhos
215 11.2. As retrospectivas mais antigas (anteriores a Aristóteles)
219 11.3. Aristóteles, Teofrasto, Eudemo e os outros peripatéticos
226 11.4. As Sucessões dos filósofos, de Rodes a Herculano
229 11.5. Cícero
230 11.6. A historiografia filosófica dos primeiros séculos da nossa era
238 11.7. Agostinho e Simplício
| PARTE V |
241 OS PERCURSOS DA ANÁLISE DOUTRINAL
Capítulo 12
243 A “leitura filosófica” dos textos: um primeiro grupo de coordenadas
243 12.1. Da filologia à filosofia. Os usos lingüísticos peculiares da filosofia
252 12.2. Os objetivos da pesquisa sobre a filosofia
que emerge dos textos antigos
255 12.3. A tentativa de identificar as teorias:
fatores de complexidade e armadilhas particulares
264 12.4. Interpretação benévola, formas de pré-compreensão e “limiar crítico”
Capítulo 13
273 Modos diversos de fazer história da filosofia (antiga)
Capítulo 14
289 Entre a literatura e a ciência: a filosofia “virtual”
e a emergência da especificidade filosófica
| PARTE VI |
303 A CONTRIBUIÇÃO DA INFORMÁTICA E OS RECURSOS
DE “TERCEIRO NÍVEL”
Capítulo 15
305 A contribuição da informática
Capítulo 16
315 As “chaves de acesso”: uma breve panorâmica
Capítulo 17
327 O “pequeno mundo” das convenções
327 17.1. Problemas de transliteração
331 17.2. A acentuação
332 17.3. A cronologia
335 17.4. Enfim, outras minúcias
339 GLOSSÁRIO
403 ÍNDICE ANALÍTICO
419 FIGURAS FORA DO TEXTO
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| INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA |
PREMISSA
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| LIVIO ROSSETTI |
| 10 |
| INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA |
| 11 |
| LIVIO ROSSETTI |
| 12 |
| INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA |
* * *
| 13 |
| LIVIO ROSSETTI |
| 14 |
| PARTE I |
ALGUMAS PRELIMINARES
| INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA |
| CAPÍTULO 1 |
| 17 |
| LIVIO ROSSETTI |
1
Quem publica um manuscrito do século XV sem a pretensão de dar-lhe uma edição
diplomática (para o significado da expressão veja-se o Glossário que figura no fim do vol-
ume), ao deparar, digamos, com a palavra “philosophia”, se sentirá provavelmente tentado
a adotar o modo de exposição “filosofia”. Com mais razão ainda eliminará os eventuais “er-
ros” de impressão. Esta é sem dúvida uma forma mínima de normalização. Um exemplo de
normalização ortográfica dos papiros gregos (divisão das palavras, introdução de algumas
maiúsculas, de acentos e do “espírito”, da pontuação, de “caputs” e similares) será proposto
no capítulo 7.
2
A “principal transformação no ‘método de impressão’, que teve lugar entre os séculos
XVI e XVIII”, representou “o triunfo definitivo do branco sobre o negro”, isto é, a adoção
de uma página mais arejada graças à multiplicação dos subitens, que fragmentam a con-
tinuidade ininterrupta do texto, e dos parágrafos, que deixam ver imediatamente, com suas
reentrâncias e caputs, a ordem do discurso”. R. Chartier, L’ordine dei libri (Milão, Il Saggiatore,
1994: trad. da edição de Aix-em-Provence, 1992), p. 25.
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| INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA |
3
O tema será retomado na seção 9.1.
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| LIVIO ROSSETTI |
4
Com esta denominação (que, bem entendido, limita-se a dar uma indicação mera-
mente “geográfica”) é indicada, já nas fontes antigas, a escola filosófica fundada pelo filó-
sofo neoplatônico Plutarco de Atenas em sua cidade natal por volta do ano de 380 d.C., vale
dizer, numa data muito próxima ao edito pelo qual Teodósio constituiu o cristianismo como
religião oficial do Império Romano. Dadas as circunstâncias, a escola logo constituiu um dos
raríssimos centros de sobrevivência da filosofia “pagã” num contexto de progressiva cristiani-
zação da cultura. No século e meio em que esteve ativa, ela se especializou, por assim dizer,
na oferta de cursos sobre Platão e Aristóteles, especialmente sob a forma de comentários a
algumas das obras destes dois autores.
5
Cf. a sua Storia della filosofia greca. I presocratici (Milão, Rizzoli, 1983), p. 35. Neste livro se
propõe, por outro lado, uma visão panorâmica não exatamente confiável.
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| INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA |
6
Neste caso, na verdade, é relativamente fácil verificar que os primeiros capítulos refle-
tem o pensamento de Melisso e não de Zenão. Entretanto, acontece que os capítulos sobre
Xenófanes lhe atribuem teorias que ele absolutamente não pode ter sustentado.
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| LIVIO ROSSETTI |
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| INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA |
7
À moda latina. Nos raros casos em que se decide, ao contrário, escrever “Pol.” (do
grego politeia) tem-se o cuidado de escrever “Polit.” para indicar o diálogo O Político e com
isso evitar possíveis confusões.
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| LIVIO ROSSETTI |
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8
Nesse ínterim, no fim de 1997 mais precisamente, foi publicado o volume Philosophie
grecque, sob a direção de M. Canto-Sperber, em colaboração com J. Barnes, L. Brisson, J.
Brunschwig, G. Vlastos (Paris, PUF), que inclui, nas pp. 781-826, um Annexe (elaborado por
M. Canto-Sperber e L. Brisson) dando conta de “Ce qu’il faut savoir avant d’aborder l’étude
de la pensée antique” [“daquilo que é preciso saber antes de se aproximar do estudo do
pensamento antigo”], e que explora temáticas muito próximas daquelas tratadas neste livro.
Parece-me justo mencioná-lo pelo menos agora, visto que na época da primeira edição ital-
iana não me foi possível saber a tempo da publicação deste outro companion.
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