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Estratégia de Estudos

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Sumário
1. Apresentação.......................................................................................................... 2
2. Noções Gerais sobre o Concurso do MPF ................................................................ 6
3. Estratégia de estudo para a primeira fase ............................................................... 9
4. Estratégia de estudo para a segunda fase ............................................................. 14

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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
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1. Apresentação
Nesta aula, o professor João Lordelo (1º colocado – MPF 27º Concurso) – Procurador
da República, Coordenador do Curso Reta Final MPF e do Curso Juiz Federal e Procurador da
República - tem por objetivo passar estratégias de prova e de estudo, compartilhando de sua
experiência na realização de concursos públicos.
O foco neste momento é a 1ª fase do concurso do MPF, que se aproxima.
Lordelo foi aprovado em alguns concursos públicos ao longo de sua trajetória. Seu
primeiro concurso foi o de Procurador do Estado de Pernambuco, no qual foi aprovado fora
das vagas, tendo sido, curiosamente, nomeado recentemente para o cargo.
Com o passar do tempo e o acumulo de experiência, seu rendimento cresceu muito e
em seu concurso seguinte, que foi o da Defensoria Pública da União – cargo que exerceu ao
longo de quase três anos – Lordelo alcançou a primeira colocação na prova objetiva. Este
feito se deveu, segundo o próprio professor a um trabalho de aperfeiçoamento,
consistente, especialmente, em observar as suas deficiências e trabalhar os seus pontos
mais fracos.
Na opinião de Lordelo, não há nenhum mistério no estudo para concursos – traçando
um paralelo com uma academia de musculação ou uma prática de halterofilismo – define:
não há como chegar a um determinado resultado, um objetivo, sem se preparar
adequadamente para este tanto. O estudo para concursos exige uma prática contínua,
diária – assemelhada a um exercício físico – um exercício para o cérebro.
Na opinião do professor, concurso público não é um mundo de gênios; muito pelo
contrário – muitas vezes estes se dão muito mal. É um mundo dominado por pessoas
esforçadas, que se dedicam e que tentam tornar o seu estudo o mais eficiente possível.
Lordelo esclarece, citando o seu histórico pessoal, que a prova objetiva tem um estilo
totalmente diferente da prova subjetiva. A prova objetiva é feita para si mesmo – basta
marcar uma alternativa para demonstrar conhecimento, ao passo que a prova subjetiva é
feita para os outros. Existe uma necessidade de demonstrar conhecimento.
Notadamente em relação ao MPF – que é alvo de uma mistificação muito grande
por parte dos candidatos em torno do concurso – Lordelo alerta que o estudante não deve
ter receio com relação ao tempo de preparo, ao tipo de aluno que se foi no passado - em
especial na faculdade. Comenta que recebe muitos e-mails de alunos relatando este fato, de
não terem feito uma boa faculdade e, como conselho, recomenda que faça da melhor
maneira a partir daquele ponto.

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Não existe nenhum tipo de relação que faça com que os melhores alunos da
faculdade passem no MPF ou em outros concursos específicos. Trata-se de uma grande
mistificação.
Neste sentido, Lordelo relata duas histórias interessantes:
1) O professor teve um colega – hoje, Procurador da República, aprovado no 25º
Concurso - ao qual sempre admirou muito, dentre outras coisas, por seu
desempenho acadêmico. Logo ao se formar, este colega passou na AGU e por
isso, Lordelo resolveu consultá-lo com relação ao seu método de estudo. A
resposta foi que o seu método era o da exaustão.
Apesar de se tratar de um excelente aluno – talvez o melhor de todos que Lordelo
conheceu em sua vida acadêmica – este colega não deixou de exaurir ao máximo
todo o seu tempo em dedicação ao estudo para os Concursos públicos.
Daí vem a sugestão do professor para qualquer concurso: é necessário exaurir o
tempo disponível para estudo; ler, reler, fazer um bom caderno, compilar
informações para acesso rápido, formar o assunto na cabeça concatenando as
ideias.
Lordelo sempre buscou solucionar todas as suas dúvidas em seu dia-a-dia – de
preferência, de imediato -, evitando ficar com dúvidas na cabeça. Buscou
aproveitar todos os momentos e todas as situações que lhe suscitassem algum
tipo de dúvida para tirar proveito da situação e ampliar o seu conhecimento.
A moral da história é que Concurso público não aprova gênios. Aprova pessoas
dedicadas. Pode parecer uma frase autoajuda, ou algum tipo de proposta
messiânica, mas este não é o objetivo deste encontro, sendo Lordelo
completamente avesso a este tipo de expediente.
O objetivo é mostrar um pouco da realidade da vida e um pouco de história
pessoal. Este, aliás, foi um método bastante utilizado pelo professor João Lordelo
– sempre procurou conversar bastante com pessoas aprovadas em concursos
públicos.
Lordelo considera a proposta do Curso Ênfase muito interessante, pois reúne no
curso pessoas que foram aprovadas, geralmente em boas colocações. Estas
pessoas costumam ter uma boa experiência, uma boa receita para passar, algo
que pode se tornar um diferencial para ajudar o estudante a entrar no caminho
da aprovação.
2) Antes de adentrar em questões mais específicas sobre o concurso do MPF, o
professor João Lordelo compartilha uma segunda história que reputa
interessante: quando resolveu fazer o concurso do MPF – o 27º e penúltimo

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concurso -, não tinha a menor pretensão de ser aprovado; muito menos em


primeiro lugar.
No desenrolar do concurso, Lordelo percebeu, em virtude de suas notas, que
existia boa chance de ser aprovado na primeira colocação, mas, era algo
inesperado a princípio. A motivação para a ausência de qualquer tipo de
pretensão e expectativa era o nível de dificuldade do concurso – é muito difícil
reunir uma confiança grande a ponto de criar esta expectativa1.
Quando Lordelo foi para a primeira fase, estava há algum tempo sem estudar,
pois tinha sido aprovado para o concurso da magistratura do estado da Bahia e já
era defensor público federal, tendo optado por não ingressar na magistratura em
virtude da estrutura da magistratura estadual da Bahia.
Com a decisão de ficar na DPU, Lordelo se desanimou para os estudos – já que
vinha de um longo período de grande esforço visando a prova de juiz do TJ/BA e a
posterior decisão de não tomar posse causou-lhe uma decepção em virtude do
tempo que acreditou ter desperdiçado.
Logo após a decisão de permanecer na DPU, foi lançado edital para o concurso do
MPF, certame no qual se inscreveu.
Em virtude do incentivo de um colega – o também Procurador da República,
Paulo Santiago (27º concurso), Lordelo optou por fazer a prova sem estudar há
aproximadamente dois meses, acreditando ser improvável ser aprovado na
primeira fase. O resultado foi inesperado e Lordelo foi aprovado em décimo
lugar na primeira fase.
A partir daí, Lordelo desenvolveu um estudo cuja palavra mais adequada lhe
parece ser brutal.
Tirou férias da DPU e estudou como nunca tinha estudado na vida. Esta dedicação
– nas palavras do professor, animal – lhe levou da décima colocação para a
primeira na segunda fase. Tratava-se do concurso de seus sonhos, o que lhe
serviu de grande incentivo.
A moral desta segunda história é: você nunca vai se sentir preparado.

1
Lordelo relata nunca ter feito um concurso do qual saiu da prova acreditando ter ido muito bem,
reputando à prova a condição de fácil. Atribui um grande grau de dificuldade a ter uma noção de desempenho
na prova num momento imediatamente posterior à sua realização, até mesmo porque, ao sair da prova, o
candidato tende a levar consigo na memória as questões que não sabia responder. O normal, portanto, é sair
da prova com a ideia de que não foi obtido um bom resultado. É muito difícil sair com a ideia de que se obteve
um bom resultado.

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Lordelo relata a sua experiência, não apenas no MPF, em que desacreditava na


aprovação e obteve a décima posição, mas também na DPU, que também
desacreditava na aprovação e obteve o primeiro lugar na primeira fase.
O grande motivo deste sentimento de despreparo é a inviabilidade prática de
esgotar o edital para a primeira fase. É quase impossível esgotar o edital. Isto
torna muito difícil para o candidato se sentir preparado.
O conselho do professor é aceitar a ideia de que dificilmente o candidato se
sentirá preparado. É necessário manter uma estabilidade mental durante os
estudos, manter um bom nível de serenidade.
Muito cuidado com super estratégias messiânicas. O professor relata receber muitos
e-mails sobre métodos de estudo - estudar uma matéria inteira, até esgotá-la, alternar as
matérias ao longo da semana? Qual seria a técnica ideal?
Lordelo relata a sua experiência pessoal, em que dividia a semana colocando duas
matérias por dia – Processo Civil e Civil; Penal e Processo Penal; Constitucional e
Administrativo – sempre acompanhando o calendário do seu curso. Este rol de seis matérias
básicas forma um núcleo duro; depois de algum tempo, partiu para outras disciplinas,
encaixando-as em seu calendário. Formada uma base muito boa de estudo, após aberto o
edital, a revisão era feita com o uso de seus cadernos, uma matéria após a outra.
Ou seja: formou uma boa base com um bom caderno estudando várias matérias de
vez e depois, revisando, pelo edital, estudava uma matéria de cada vez. Este método
obviamente não é absoluto. Funcionou para o professor, mas cada pessoa precisa achar o
seu próprio método.
A recomendação do professor é evitar a preocupação com o método perfeito;
recomenda ouvir conselhos de pessoas que foram aprovadas, dicas de métodos por eles
usados, evitando, no entanto, a expectativa de receber um método pronto desenvolvido por
outra pessoa. Esta procura por um método perfeito pode fazer que o candidato, por medo,
deixe de descobrir qual seria o seu método ideal.
A ideia é: converse com quem já foi aprovado, reúna experiências e saiba que
revisar é tão importante quanto estudar.
Um método interessante de revisão – adotado por Lordelo em sua preparação – é
deixar um dia da semana, ou uma semana por mês somente para a revisão.
Dito isto, vamos passar ao próximo tópico.

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2. Noções Gerais sobre o Concurso do MPF


a) Desmistificação – essa é tarefa muito importante;
Algumas pessoas insistem em dizer que o concurso do MPF é basicamente
impossível.
É preciso ter cuidado com isso; o MPF é acessível – trata-se de concurso difícil,
mas é preciso romper a ideia de que é absolutamente impossível - o professor
Lordelo relata que ao ver colegas seus passando, viu que também poderia ser
aprovado.
Daí vem uma informação importante – eventualmente o concurso mais difícil
termina por ser mais fácil a depender de alguns fatores. Quando Lordelo fez o
concurso da DPU, logo na semana seguinte, fez também o concurso de
analista e técnico do TRE/BA. Num mesmo mês, prestados três concursos,
Lordelo ficou em 1º na DPU, 60º em analista do TRE/BA e 400º em técnico do
TRE/BA – que é o mais simples dos três.
É fácil perceber a discrepância – em concursos considerados mais fáceis, a
margem de erro é muito menor; é preciso decorar tudo e não errar
basicamente nada; ao passo que um concurso mais complexo, como o da
DPU, ao exigir um conhecimento mais amplo, também abre margem para o
erro.
b) Matérias básicas + específicas;
A grande marca do concurso do MPF é que há muitas matérias com
conteúdos específicos – o que não significa que o concurso seja totalmente
específico.
Tomemos como exemplo Direito Constitucional – que é cobrado juntamente
com Metodologia Jurídica – é preciso dominar os assuntos de Constitucional –
como Controle de Constitucionalidade, caso contrário, haverá uma lacuna
importante a ser preenchida em seu estudo.
Também são abordados temas como Comunitarismo, Republicanismo,
assuntos mais filosóficos e específicos.
Mas note: não é possível ficar somente no específico; a formação básica é
extremamente importante para o concurso do MPF. O MPF exige dos
candidatos o conhecimento aprofundado não somente de questões
específicas, mas também das matérias básicas.
c) A importância do caderno;
Lordelo fez o seu próprio caderno – digitado por ele mesmo. O Curso Ênfase
fornece as aulas digitadas, o que otimiza o tempo, especialmente para quem
não tem tempo de fazer seu próprio caderno.

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Lordelo não recomenda o estudo isolado por livros com grifos sem produzir
um caderno. A simples leitura dos grifos do livro não será tão eficiente quanto
a utilização de um caderno, que possibilita ao estudante resumir as
informações.
É muito interessante se ter um bom caderno, pois se trata de uma fonte de
consulta rápida.
Lordelo relata uma conversa que teve com o também professor do Curso João
Mendes, em que relembrou o fato de ter revisado todo o conteúdo de
Processo Civil em uma viagem a Belo Horizonte, usando o seu caderno
digitalizado em um tablet.
Lordelo também relata uma história relativa ao seu colega – personagem de
sua primeira história – que foi aprovado para técnico do MPF no segundo
semestre de faculdade. Ao questioná-lo sobre seu método, mais uma vez, sua
resposta embasou-se na repetição: afirmou ter lido o Código Civil 15 vezes.
Perceba: não há nenhuma genialidade envolvida nisto. É uma questão de
esforço.
O professor recomenda a leitura repetida dos cadernos, a utilização de
grifos, a revisão da leitura já grifada, a realização de anotações laterais – já
que a escrita é uma forma de aprender – como uma excelente técnica de
estudo.
A repetição do estudo é que vai, de fato, sedimentar o conhecimento
necessário e formar a base para a aprovação.
Lordelo cita como exemplo o seu caderno de Processo Coletivo –
disponibilizado aos alunos do curso -, que é fruto de uma compilação de cinco
ou seis livros lidos durante o seu mestrado. Obviamente o professor não
recomenda que se leia este número de livros para estudar uma única matéria
para concurso público, isto seria impossível. O exemplo serve para
demonstrar como um caderno conseguiu condensar o conhecimento que está
em cinco a seis livros.
O Conselho do professor é a escolha de um único livro e a elaboração do
caderno. A importância do caderno é algo central; algo que tem de ser
realmente considerado.
d) Grupo de estudos;
Os candidatos ao MPF costumam fazer grupos de estudos.
Isto é reputado pelo professor João Lordelo como muito importante. Existe
um caderno que foi apelidado de Santo Graal, que é resumo de cada ponto
da Resolução do Concurso do MPF. Este caderno é muito importante para a

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segunda fase, em especial para quem não conseguiu elaborar o seu próprio
caderno.
Lordelo relata ter feito uso de resumos destes candidatos nas matérias de
Direito Internacional, Direitos Humanos e Direito Econômico, uma vez que,
para as outras disciplinas, já dispunha de caderno próprio. A utilização do
mesmo material para o estudo repetido é reputada como importante pelo
professor, uma vez que ajuda a desenvolver a memória – até mesmo
fotográfica – de onde se encontra determinado assunto.
Quanto ao acesso a grupos de estudos, o professor afirma existir certa
dificuldade em conseguir acesso a determinados grupos – em especial grupos
fechados.
Cita como exemplo, sua experiência pessoal, em que teve o seu acesso
negado a um grupo fechado, pois os componentes do grupo achavam que não
deviam compartilhar material de estudo. Após a primeira fase, os mesmos
componentes do grupo chamaram-no para compor o grupo. Aceitou o convite
e passou a compor o grupo a partir da segunda etapa.
Para a segunda etapa, o professor João Lordelo tende a formar grupos de
estudos com auxílio do aplicativo whatsapp.
e) Perfil dos examinadores;
Para o concurso do MPF, o perfil dos examinadores tem um grande peso. Do
25º concurso até o último (28º) não houve grande mudança na banca. A
essência da banca tem sido mantida. Existe uma corrente dentro do MPF, que
tende a se fortalecer, que visa à mudança da banca do concurso.
Independente do que aconteça, em termos de mudança ou manutenção da
banca, é muito importante que assim que for divulgada a banca, o candidato
pegue a lista e busque conhecer os examinadores – suas áreas de atuação,
etc.
Uma boa forma de fazer isso é através da plataforma Lattes, que disponibiliza
os currículos dos examinadores.
Para a primeira fase, Lordelo não acredita ser de suma importância a leitura
de artigos de examinadores, uma vez que se trata de uma fase subjetiva, mais
dogmática; no entanto, para a segunda fase é imprescindível ler o material de
produção dos examinadores, seus artigos; se possível pareceres.
João relata não ter lido material dos examinadores para a primeira fase, mas,
realizou uma investigação dos examinadores, procurando saber com o que
eles trabalhavam, buscando saber em que áreas eles trabalhavam e portanto,
o que poderiam cobrar mais.

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É bom saber que os examinadores do MPF, via de regra, são Subprocuradores


Gerais da República – ocupam, portanto, o topo da carreira, ou Procuradores
Regionais da República.
De posse deste dado, já é possível perceber alguma coisa sobre o que mais
será cobrado. Processo Civil, por exemplo: recurso; mandado de segurança;
ação rescisória. Isto porque são membros que atuam perante tribunais, estes
temas tendem a aparecer.
f) Informativos.
Realizando um comparativo entre questões abordadas entre o 24º e o 28º
concurso, é possível perceber que o estilo de cobrança tem se modificado, em
algumas matérias, principalmente. Um bom exemplo é Processo Civil – no
24º concurso, a prova tinha um perfil mais doutrinário – perguntas
envolvendo Chiovenda, Carnelutti – e no 27º e 28º, perguntas sobre
informativos.
A leitura dos informativos faz uma diferença enorme. A cobrança de
precedentes nas provas do MPF tem aumentado. Os examinadores exigem do
candidato o conhecimento do posicionamento dos tribunais.
Algumas matérias – como Direito Internacional – exigem do candidato o
conhecimento dos precedentes da Corte Interamericana de Direitos Humanos
e até mesmo da Corte Permanente de Justiça e da Corte Europeia de Direitos
Humanos. Estes precedentes são de estudo obrigatório – um estudo um
pouco complicado, devido à sua amplitude.
Na última prova, Penal e Processo Penal exigiram em larga escala
informativos do STJ2 e do STF.
Lordelo recomenda o estudo intenso da jurisprudência. O domínio de
precedentes é importantíssimo para a prova do MPF. É importante
acompanhar semanalmente os informativos e existem muitos sites bons
para este acompanhamento.
3. Estratégia de estudo para a primeira fase
Vamos abordar não apenas estratégia de estudo, mas também estratégia de prova3.

2
O site do STJ disponibiliza os informativos organizados por temas até o informativo atual em PDF
para download.
3
Lordelo recomenda a leitura integral do Edital e da Resolução do concurso, de forma a tomar
conhecimento de absolutamente todo o regramento do concurso, que pode ser decisivo, por exemplo, para
tomar conhecimento de uma regra relativa a perda de pontos em virtude de número de erros, limite de linhas
em provas de segunda etapa, etc.

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A primeira dica para a primeira fase do MPF é a seguinte: treine bem as provas
anteriores. Dois são os motivos:
a) Detectar os assuntos que caem mais;
b) Treinar o tempo de prova.
A prova do 28º concurso foi extremamente extensa. A prova anterior, do 27º
também foi extensa, embora um pouco menos. É necessário treinar as provas para
não perder questões por motivos de tempo. Aproveite integralmente o tempo de
prova, mas é preciso saber administrar o tempo de prova.
Lordelo sugere que na prova objetiva, o candidato pule as questões em que
encontrar dificuldade, respondendo inicialmente as mais simples e sinalizando as que
deixou para responder posteriormente.
Lordelo selecionou alguns temas (serão enviados como material de apoio) como
extremamente importantes para a prova do MPF:

- 27º Concurso 28º Concurso4

Direito Constitucional5 Direitos Fundamentais; Direitos Fundamentais –


Controle de Teoria Geral, Direitos
Constitucionalidade; Políticos, Liberdade de
Hermenêutica Jurídica e Expressão; Precedentes do
Multiculturalismo. STF em Controle de
Constitucionalidade
Hermenêutica Jurídica;
Multiculturalismo e Ações
Afirmativas.

Direitos Humanos6 Responsabilidade do A prova foi muito vasta –


Estado pela Violação de cobriu o máximo possível o
Direitos Sumanos; edital do concurso e as

4
Esta análise é de suma importância, pois mostra a grande proximidade que há entre os dois últimos
concursos.
5
De fato, em Direito Constitucional, o foco da prova foi quase idêntico; mantida a examinadora – Dra.
Deborah Duprat, foque nestes temas; em não se mantendo, é bom focar nestes temas e pesquisas outros
temas com os quais o novo examinador tenha afinidade.
6
O manual do professor André de Carvalho Ramos é uma das melhores referências para esta
disciplina. É um dos maiores nomes do MPF e seu manual tem grande peso na elaboração das questões. Trata-
se de obra extensa, porém de leitura altamente recomendada.

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Sistema Interamericano de questões foram muito


Direitos Humanos; aprofundadas.
Monitoramento de Foram cobradas diversas
Tratados e Incidente de Convenções da ONU;
Deslocamento de Sistema Interamericano de
Competência (IDC). Direitos Humanos;
Convenções e Precedentes
da CIDH; Princípios de
Paris; Sistema Europeu de
Direitos Humanos

Direito Eleitoral Alistamento Eleitoral; Ministério Público


Direitos Políticos; Eleitoral; Recursos;
Recursos; Propaganda Captação Ilícita de
Eleitoral; Partidos Sufrágio; Abuso de Poder
Políticos; Processo Penal Econômico;
Eleitoral e Ministério Inelegibilidades; Doações e
Público Eleitoral. Prestações de Contas
Eleitorais.

Direito Administrativo Agentes Públicos; Serviços Improbidade


Públicos; Paraestatais e Administrativa; Lei
Improbidade anticorrupção; Licitações;
Administrativa Administração Pública;

Direito Ambiental Competência Ambiental; Princípios Ambientais;


Reserva Legal e Unidades Áreas Quilombolas;
de Conservação; Meio Competência Ambiental;
Ambiente Cultural e Recursos Hídricos;
Incentivos Econômicos.

Direito Financeiro7 e Imunidades Tributárias; Estas disciplinas inovaram


Tributário Capacidade Contributiva e um pouco, uma vez que

7
Nas provas do MPF, tradicionalmente, Direito Financeiro é pouco exigido e se contenta com a
literalidade da lei ou com conceitos principais. Perceba que a prova de Financeiro dependerá muito do
examinador – se o nível de cobrança for elevado, o rendimento dos candidatos será muito baixo, pois a
legislação, apesar de não ser muito extensa – basicamente existe uma lei específica do orçamento e a lei de

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Substituição Tributaria; cobraram muito tributos


Competência Tributária; em espécie – inclusive
Lei de Responsabilidade tributos estaduais (ITCMD
Fiscal. e ICMS) e municipais
(IPTU); ITR; Controle
Orçamentário

Direito Internacional Conflito de Jurisdição; A prova foi muito vasta –


Direito do Mar; cobriu o máximo possível o
8
Cooperação Penal ; edital do concurso e as
Crimes de Jus Cogens; questões foram muito
Cláusulas de Estabilização; aprofundadas.
Sequestro Internacional de Cruz Vermelha; Fontes do
Crianças. DIP; Agentes Diplomáticos;
Diversas Convenções e
Temas Específicos, como
Alimentos, Sequestro
Internacional de Crianças;
Acesso à Justiça;
Desaparecimento Forçado;
temas de Mercosul; Lei de
Introdução às Normas do
Direito Brasileiro;
Responsabilidade
Internacional; TPI

Direito Econômico e do Sistema Nacional de Agencias Reguladoras;


Consumidor Defesa do Consumidor; Competência
Serviços Públicos; Fato e Constitucional; Princípios
Vício do Produto ou do do Direito Econômico;
Serviço; Princípios do CDC; Energia Elétrica; Contratos
Legislação Antitruste; Bancários; Mercosul;
Agencias Reguladoras; Responsabilidade do

responsabilidade fiscal - são muito extensas e específicas, com prazos, números, conceitos desconhecidos da
maioria dos candidatos, etc.
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Tende a ser bastante explorado nos próximos concursos, em virtude da Operação Lava-Jato.

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Empresas Estatais e Ordem Fornecedor no CDC;


Econômica. Sistema Brasileiro da
Concorrência.

Direito Civil Responsabilidade Civil; Títulos de Crédito;


Sucessões; Títulos de Obrigações propter rem;
Crédito; Direitos da Curatela; Sucessões;
Personalidade; Prescrição; Direito de Vizinhança;
Contratos em Espécie; Personalidade Jurídica;
Direito de Família. Responsabilidade Civil;
Teoria Geral dos
Contratos.

Processo Civil Cautelares; Recursos; Arbitragem; Princípios do


Procedimentos Especiais; processo; Classificação das
Processo Coletivo ações; Improbidade
(inclusive improbidade Administrativa; Recurso
administrativa). Especial; Recurso
Extraordinário; Provas.

Direito Penal9 Teoria do Delito; Crimes Concurso aparente de


contra a Ordem Tributária; normas; Aplicação da
Criminologia; Aplicação da Pena; Crimes contra a
Pena; Crimes contra o Administração Pública;
Sistema Financeiro; Crimes Prescrição; Moeda Falsa;
Cibernéticos; Prescrição; Crimes contra a Fé Pública;
Crimes Ambientais; Lei Crimes Tributários.
Penal no Espaço.

Processo Penal Ação Penal; Procedimento Provas; JECrim; Recursos;


Comum; Benefícios do Princípios; Competência;
JECrim; Provas; Inquérito Nulidades; Ação Penal;
Policial; Recursos e Prisões; Procedimento
Prisões. Ordinário, Sumário e do
Juri; Medidas

9
Recomenda-se a leitura da obra de Paulo Baltazar Jr. – Crimes Federais.

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Assecuratórias.

Sobre as últimas provas, fica a dica de acesso ao site www.joaolordelo.com.


Segundo o professor, alguns temas mais inusitados precisam de recursos mais
criativos para que seja viabilizado o estudo. Relembra ter utilizado até mesmo o site
do Wikipédia para estudar alguns temas que não conseguia encontrar material
adequado em outras fontes.
Outra dica de Lordelo, compartilhada com seus alunos na preparação para o 28º MPF
é a de ouvir os áudios das provas orais anteriores (especialmente em se mantendo
boa parcela da banca examinadora), pois os examinadores tendem a cobrar na prova
seguinte, muitas vezes, o que cobraram na prova oral do concurso anterior.
4. Estratégia de estudo para a segunda fase
Obviamente teremos um momento melhor para tratar deste tema.
É importante ter em mente que na segunda fase, é preciso conhecer profundamente
os examinadores.
É importante visitar a plataforma Lattes, para tomar conhecimento de seus principais
campos de atuação, procurar ler artigos e pareceres; eventualmente procurar saber o que
foi cobrado em provas anteriores por estes mesmos examinadores, inclusive na prova oral
anterior.
Vale a pena também analisar a prova objetiva, pois existe uma tendência de que os
assuntos mais cobrados nesta prova venham a ser cobrados em segunda fase. Os assuntos
tendem a se repetir.
Outra dica com relação à segunda fase é a de não perder tempo com livros muito
extensos. Se necessário, apenas uma leitura bem rápida de textos muito importantes, como
dissertações de examinadores.
O grande filtro do MPF é a primeira fase. Portanto, se o caderno lhe guiou bem até
este ponto, é importante manter o estudo revisado pelo seu caderno.
Outra dica importante é focar as matérias mais específicas, que não se sabe tanto.
A segunda fase exige malícia do candidato – observar as regras e fazer uso de todos
os recursos à disposição.

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