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CIK/FIA - 125cc para todos?

22-10-2004
Provável reviravolta na política de motores da entidade

Nada como um dia após o outro... Fabricantes e diregentes do kartismo europeu vinham
brigando durante quatro anos pela questão da introdução dos motores quatro tempos no
esporte, em defitinivo e com caráter obrigatório. Após inúmeros adiamentos da estréia da
novidade, os entendimentos cessaram durante a disputa da última etapa do Campeonato
Europeu de 2005, quando uma após uma reunião foi lançada uma carta assinada pelos
principais chefes-de-equipe europeus, endereçada ao presidente da FIA (Federação
Internacional de Automobilismo), Max Mosley.

Na carta, cuja íntegra fui publicada pela prestigiosa revista italiana Vroom, os chefes-de-
equipe afirmavam categoricamente que não mais apoiavam a permanência de Leon na
entidade máxima do kartismo mundial. A pressão teve seu efeito, tanto que Yvon Leon
acabou solicitando realmente o seu desligamento da entidade, a qual vinha presidindo desde
2000.

Os efeitos da recente mudança no cenário político da CIK já podem ser sentidos de


imediato. A adoção dos motores 4 tempos não mais será obrigatória e ficará a cargo de cada
mercado específico o uso ou não destes propulsores. Por outro lado, mudanças podem
ocorrer no cenário dos motores dois tempos que são atualmente utilizados nas principais
categorias do kartismo, como a Fórmula A. Existe um estudo para viabilizar a introdução
de motores de 125 cilindradas, com refrigerão a água, sem marchas e com e sem opção de
partida elétrica. A intenção seria aproximar mais as categorias de 100cc e 125 com marchas
que hoje dividem as atenções do mercado na Europa e na América, com proporções
inversas. Na Europa o kart de 100 cilindradas ainda faz mais sucesso, enquanto na América
são as categorias de kart com marcha as mais numerosas.

O ponto positivo caso essa nova política seja adotada é uma provável aproximação, em
termos de equipamentos, do kartismo europeu ao Sul-Americano. Com cilindrada idêntica -
125cc - a principal diferença entre os dois mercados ficaria por conta do sistema de
refrigeração. No Brasil e demais países da América do Sul ainda se usam motores
refrigerados à ar, na Europa os karts possuem radiados e refrigeração à água, medida
utilizada para reduzir a poluição sonora e permitir que os propulsores trabalhem em menor
temperatura, diminuindo os riscos de quebra. Essa modificação na cilindrada da
homologação de motores dois tempos deve vir acompanhada por uma série de medidas que
visam diminuir os custos no esporte, aumentando a vida útil dos equipamentos.

Alexander Lopes / São Paulo - SP www.allkart.net

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