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Sumário

1 - A Inserção dos Espargidores de Espuma e Gel lacrimogêneos no “Programa


Crack, é possível vencer!” .......................................................................................... 0
2 - Objetivo da Disciplina .......................................................................................... 0
3- Definição do Espargidor de espuma e gel lacrimogêneos ..................................... 0
4 – Emprego técnico e tático ..................................................................................... 0
4.1 – Quando utilizar .............................................................................................. 0
4.2 - A opção do Agente Químico de solução em Gel e Espuma ........................... 0
4.3...................................................................................................................... -
Sequência das ações ........................................................................................ 0
4.4 – Dos resultados esperados ................................................................................ 0
4.5 – Principais possibilidades de erros .................................................................. 0
5 – Efeitos e contaminação do Agente Químico OC .................................................. 0
5.1 – Efeitos fisiológicos ........................................................................................... 0
5.2 - Como descontaminar ..................................................................................... 0
6 – Informações adicionais.......................................................................................... 0
6.1 – Guarda e armazenamento do espargidor de agente lacrimogêneo .................. 0
6.2 - Validade .............................................................................................................. 0
6.3 - Riscos........................................................................................................ 0
6.4 – Utilização em cães .................................................................................. 0
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 0
7 – GLOSSÁRIO......................................................................................................... 0
INSTRUMENTOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO I (ESPARGIDORES)

1 - A Inserção dos Espargidores de Espuma e Gel lacrimogêneos no “Programa


Crack, é possível vencer!”
No âmbito da Política Nacional de Segurança Pública (PNSP), conduzida e
fomentada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, algumas ações estratégicas
tem sido destacadas e priorizadas no contexto das ações do Governo Federal em
parceria com os Estados e Municípios brasileiros.
Essas priorizações foram refletidas nos documentos estratégicos do Governo no
Plano Plurianual (PPA) 2012 – 2015 no Programa 2070 “Segurança Pública com
Cidadania”, especialmente nos objetivos 0825 e 0834 destacadas abaixo, bem como nos
Mapas Estratégicos do Ministério da Justiça e da Política Nacional de Segurança
Pública.
PPA 2012 – 2015, OBJETIVO 0825 – “Aprimorar o
combate à criminalidade, com ênfase em medidas de
prevenção, assistência, repressão e fortalecimento das
ações integradas para superação do tráfico de pessoas,
drogas, armas, lavagem de dinheiro e corrupção,
enfrentamento de ilícitos característicos da região de
fronteira e na intensificação da fiscalização do fluxo
migratório”.

PPA 2012 – 2015, OBJETIVO 0834 – “Ampliar a


presença do Estado em territórios com elevados índices
de vulnerabilidade social e criminal, por meio de ações
multissetoriais de segurança, justiça e cidadania,
combinando ações repressivas qualificadas e ações
sociais de segurança, para a superação da violência e
redução dos crimes letais intencionais contra a vida”.

No âmbito da SENASP, essas ações prioritárias foram concentradas em quatro


programas principais, sejam eles: “Crack, é Possível Vencer”, Estratégia Nacional de
Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON), “Brasil mais Seguro” e Sistema
Nacional de Segurança Pública, Prisional e sobre Drogas (SINESP), a maioria instituída
também por lei ou decreto.
Em especial, o Programa Crack é Possível Vencer é um dos pilares dessas ações
estratégicas definidas como prioritárias, instituído pelo Decreto n 7.637 de 08 de
dezembro de 2011. Este Decreto destaca alguns eixos estratégicos essenciais do
Programa, sejam eles: prevenção, cuidado e autoridade, que envolvem diversas esferas
do Governo Federal (saúde, assistência social, combate à fome,) coordenadas pela
Secretaria Nacional de Segurança Pública, em parceria com diversos entes federados
que aderiram formalmente ao Programa.
Todas essas ações estratégicas estão sob a égide das orientações internacionais e
nacionais sobre o uso da força e armas de fogo, a exemplo do Código de Conduta dos
Encarregados de Aplicar a Lei, os Princípios Básicos de Uso da Força e de Armas de
Fogo e principalmente às Diretrizes de Uso da Força implementadas no Brasil através
da Portaria Interministerial (Ministério da Justiça e Secretaria de Direitos Humanos) nº
4.226 de 31.10.2010, publicada no D.O.U no dia 03.01.2011.
No contexto do eixo autoridade, várias ações foram pactuadas, ajustadas e
implementadas entre a SENASP e os entes federados. Nesse sentido, alguns
instrumentos de menor potencial ofensivo foram adquiridos para serem doados a
diversos órgãos de Segurança Pública, principalmente às Polícias Militares, visando
possibilitar o uso diferenciado ou seletivo da força pelos Profissionais de Segurança
Pública (PSP) para atuação específica nas cenas de uso de crack e outras drogas. Os
instrumentos de menor potencial ofensivo, mais especificamente os espargidores de
espuma e gel lacrimogêneos são alternativas táticas que possibilitam uma abordagem
segura e adequada, caso seja necessário o uso da força pelos PSP nas cenas de consumo
de drogas.
De acordo com a doutrina do Uso Diferenciado da Força, os instrumentos de
menor potencial ofensivo (espargidores de espuma e gel), inseridos no contexto de uma
política estatal que envolve diversas esferas e atores, devem ser utilizados a partir de
critérios técnicos e táticos específicos e ainda, apenas quando houver resistência ativa
aos PSP (sem agressão letal) ou a terceiros envolvidos na abordagem, devendo ser
sempre ressaltado, que o público alvo da política em questão, requer uma atenção e
preparação específica dos PSP quanto aos requisitos técnicos e táticos que
apresentaremos ao longo dessa disciplina.

É importante destacar que, mesmo com o uso de instrumentos de


menor potencial ofensivo, o PSP deve recorrer exaustivamente à
verbalização com o abordado.

2 – Objetivo da Disciplina
O objetivo principal da disciplina é identificar o paralelo existente entre o
espargidor de agente lacrimogêneo e os contextos de seu emprego de acordo com a
doutrina do uso diferenciado da força aplicados à atuação com pessoas em situação de
risco nas cenas de uso de crack, bem como, conhecer as técnicas de emprego individual
desse instrumento de menor potencial ofensivo, previstas para o programa “Crack, é
possível vencer”, levando em consideração as situações de atuação conjunta com as
Redes de saúde e assistência, dentre outras.

3 - Definição dos Espargidores lacrimogêneos (espuma e gel)


O espargidor lacrimogêneo com o princípio ativo de pimenta na forma de
espuma ou gel é um instrumento de menor potencial ofensivo que visa debilitar
temporariamente o agressor através de sua ação irritante nas mucosas (nariz, boca e
principalmente olhos) provocado pela capsaicina (Oleoresin Capsicum – OC),
substância natural extraída da pimenta. A substância causa dor, cegueira temporária e
por consequência desorientação, possibilitando ao profissional de segurança pública
(PSP) dominar com mais facilidade o agressor. É um agente de baixo grau de
periculosidade, mas que pode causar grande desconforto.

Espargidor de Espuma Lacrimogênea


Espargidor de Gel Lacrimogêneo

De forma diferente dos espargidores com outros tipos de diluentes, os


espargidores lacrimogêneos com o princípio ativo de pimenta na forma de espuma ou
gel tem pouco efeito sobre as vias respiratórias, tendo seu efeito concentrado
principalmente na irritação dos olhos, provocando seu fechamento involuntário. Pode
ser utilizado de forma direcionada a um agressor, sem contaminar o ambiente.

4 – Emprego técnico e tático


Os espargidores lacrimogêneos com o princípio ativo de pimenta devem ser
utilizados como uma das alternativas de menor potencial ofensivo, dentro do uso
diferenciado da força, para cessar a ação antissocial do agressor. Para isso, deve ser
observado se o emprego é necessário e proporcional à agressão ou à ameaça sofrida pelo
próprio PSP ou a terceiros.
Em conformidade com a Portaria Interministerial nº 4226/10, os profissionais de
segurança pública deverão utilizar o espargidor dentro dos requisitos do uso da força,
como a legalidade, necessidade, conveniência, proporcionalidade e moderação dos
meios, selecionando de forma adequada, o instrumento que causará menor lesão
possível ao agressor.
Neste contexto, o agressor que ofereça resistência física ativa (sem agressão
letal), será incapacitado pelo agente lacrimogêneo OC de Gel ou Espuma.

Lembrando que a sua utilização está autorizada apenas após


serem esgotados todos os meios de persuasão empregados pelo PSP,
evitando o uso indiscriminado dos instrumentos disponíveis.

Outro ponto de suma importância é respeitar os critérios técnicos e táticos da sua


utilização.
A aplicação deste recurso deve ser bem avaliada pelo PSP para que não desvie a
finalidade do instrumento. A verbalização deve sempre que possível anteceder às
situações em que se faz necessário o uso do espargidor lacrimogêneo. Sua aplicação
destina-se às pessoas que inexoravelmente se enquadrem na conduta de resistência
física ativa, ou seja, indivíduo que além de não atender aos comandos verbais do PSP,
porta-se de forma agressiva colocando em risco a integridade física de outras pessoas ou
do próprio PSP. Neste sentido, não se admite a sua aplicação, por exemplo, em usuários
de drogas que simplesmente ofereça uma resistência física passiva às determinações do
PSP.
4.1 – Quando utilizar
No uso específico dos espargidores lacrimogêneos com princípio ativo de
pimenta em espuma e gel, primeiramente deve-se compreender a sua ação no ambiente.
O espargimento do agente químico lacrimogêneo se dará de forma direcionada e
pontual, não contaminando o ambiente, pois a solução lacrimogênea que será espargida
não será um gás, e sim uma solução viscosa e com densidade ponderada.
Espuma Gel
Espuma Gel

Desta forma, pode-se promover a aplicação seletiva do recurso, ou seja,


podemos contaminar somente o agressor e preservar outras pessoas que estiverem no
mesmo local, inclusive, outros atores da rede de atenção e cuidado que poderão
acompanhar os PSP.

De acordo com a ilustração acima, os PSP devem acompanhar os profissionais


das outras Redes para garantir o atendimento ao usuário de drogas, bem como, preservar
a segurança de todos envolvidos na abordagem. Para isso, não devem se descuidar dos
princípios norteadores da abordagem policial.
A aplicação deve obedecer às orientações técnicas do fabricante a respeito do
alcance do espargimento e a região do corpo do agressor onde deve ser direcionado o
espargidor.
Os espargidores de dotação do programa “Crack, é possível vencer” são de uso
individual, ou seja, são destinados a reduzir a capacidade agressiva de uma só pessoa.
Isso se deve pela quantidade de agente químico contida em seu recipiente
(aproximadamente 85g) e pela pressão do espargimento.
Para esta categoria, a distância que o operador deve observar, entre o espargidor
e o agressor, é de aproximadamente 1,5m (um metro e meio). Se o profissional de
segurança pública posicionar o espargidor a uma distância inferior à distância indicada
pelo fabricante, poderá causar danos à integridade física do agressor, pois quanto mais
próximo da fonte de emissão do agente lacrimogêneo, mais alta será a sua concentração
e mais fortes serão os seus efeitos.

1,5m
1,5m

4.2 - A opção do Agente Químico de solução em Gel e Espuma


A opção de escolher os espargidores de solução lacrimogênea em espuma ou em
gel tem como escopo a preservação da integridade física do agressor usuário de crack,
no sentido de não provocar a mistura dos efeitos fisiológicos do agente lacrimogêneo
com os efeitos da droga, o que ocorreria no emprego dos espargidores de dispersão
cônica ou aerossóis.
Desta forma, o agressor não irá inalar o agente lacrimogêneo e a contaminação
será tópica ou superficial na região dos olhos, evitando eventual potencialização dos
Es
efeitos das substâncias psicoativas. A espuma lacrimogênea, por apresentar-se
fisicamente menos densa e por possuir mais bolhas, terá uma superfície de contato
consideravelmente menor se comparada ao gel lacrimogêneo que possui maior
viscosidade e maior densidade resultando numa maior persistência na pele.
No caso da necessidade de utilização dos espargidores é prudente que se tenha,
no mínimo, dois PSP na cena da aplicação, sendo que um profissional fique a cargo da
gestão do conflito através da verbalização e o outro em condições de aplicar o recurso.
Para que esta intervenção obtenha êxito, devemos levar em consideração que o agente
lacrimogêneo em espuma ou gel, não irá contaminar o ambiente, pois será direcionado
ao agressor específico, razão pela qual não se deve apresentar o espargidor ao agressor,
sob o risco de não alcançar o resultado almejado.

Exemplificando, se o PSP responsável pelo emprego do espargidor de gel ou


espuma lacrimogêneos advertir o agressor para a possibilidade de emprego do recurso,
naturalmente, esta pessoa terá o ato reflexo de se proteger colocando a mão na face,
impossibilitando a contaminação dos olhos. Neste caso, como a contaminação e os
efeitos nas vias respiratórias são consideravelmente menores e pouco perceptíveis, o
agressor continuará fisicamente ativo e com a acuidade visual definida, pois não
ocorrerá o efeito lacrimejante e nem a ardência nos olhos.
4.3 - Sequência das ações
a) A verbalização deve, sempre que possível, anteceder às situações em que se
faz necessário o uso do espargidor lacrimogêneo;
b) Identificar o local no cinto onde está o espargidor lacrimogêneo, sacar o
espargidor e direcioná-lo para o ponto de emprego;
c) Posicionar a uma distância de 1,5m (um metro e meio) do agressor;
d) Apontar o espargidor na direção do rosto do agressor;
e) Acionar o espargidor durante 1 (um) segundo, aproximadamente, repetindo o
acionamento uma segunda vez, se necessário;
f) Observar o comportamento do agressor após ter recebido o espargimento da
solução lacrimogênea;
Caso o agressor cesse a ação antissocial, imobilizá-lo e descontaminar o
seu rosto.
g) Caso o agressor não cesse a ação antissocial, o PSP fará rápida avaliação de
que outros meios possa utilizar na sua contenção ex: imobilização física, bastão
policial ou uso de algemas.
h) Após o domínio do agressor, descontaminá-lo retirando o excesso da espuma
ou do gel, levando-o para um ambiente arejado e posicionando-o contra o vento
ou lavando o local contaminado com água em abundância.
i) Registrar o fato em documento específico, mencionando a utilização do
espargidor.
4.4 – Dos resultados esperados
a) Fazer cessar a agressão contra o profissional de segurança pública ou a terceiros;
b) Diminuir ao máximo a possibilidade de lesões ao profissional de segurança
pública, ao agressor ou a terceiros.
c) Relatar em Boletim de Ocorrência/Termo Circunstanciado ou outro documento
específico à ocorrência, o emprego do espargidor e as medidas adotadas em
decorrência de seu uso.
4.5 – Ações corretivas
a) Orientar-se periodicamente sobre as instruções técnicas do produto a ser
empregado;
b) Conhecer os efeitos e reações fisiológicas causadas pelo agente lacrimogêneo,
processos de descontaminação, técnicas de uso do espargidor, bem como das
técnicas de contenção e imobilização de um agressor;
c) Conhecer as consequências legais quando do mau uso ou uso abusivo do
espargidor;
d) Procurar auxílio médico imediato ou na primeira oportunidade possível quando
constatar reação fisiológica adversa/estranha decorrente do uso do espargidor;
e) Enquanto o auxílio médico não for prestado, deverá o local da reação fisiológica
adversa/estranha ser lavado com água em abundância, de preferência em local
ventilado e arejado.
4.6 – Principais possibilidades de erros
a) O profissional de segurança pública não tentar, quando possível, verbalizar
para acalmar o agressor;
b) O profissional de segurança pública não ter à sua disposição o espargidor;
c) O profissional de segurança pública analisar de forma errônea a situação em
que deve usar o espargidor;
d) O profissional de segurança pública ser dominado antes de conseguir sacar o
espargidor;
e) O profissional de segurança pública não saber acionar o espargidor;
f) O profissional de segurança pública acionar o espargidor a uma distância
muito longa não atingindo a área desejada;
g) O profissional de segurança pública usar o espargidor por um tempo muito
curto, ou muito longo, não atingindo os objetivos desejados;
h) O profissional de segurança pública ser contaminado pela solução
lacrimogênea (efeito blow back);
i) O profissional de segurança pública não conter ou dominar o agressor, por
demorar a agir ou por não dominar as técnicas necessárias para a situação;
j) O profissional de segurança pública usar de força física desnecessária após ter
dominado o agressor, vindo a incorrer em ilícito penal e administrativo;
k) O profissional de segurança pública deixar de adotar ações de
descontaminação do agressor;
l) O profissional de segurança pública colocar o agressor contaminado em
contato direto com outras pessoas antes de ter realizado a descontaminação;
m) O profissional de segurança pública conduzir o agressor em compartimento
fechado de viatura sem ter feito a descontaminação;
n) O profissional de segurança pública deixar de providenciar atendimento
médico em casos de reações adversas;
o) O profissional de segurança pública deixar de registrar o fato em Boletim de
Ocorrência ou documento específico, mencionando a utilização do espargidor;
p) O profissional de segurança pública utilizar o espargidor fora do prazo de
validade, ou fora das especificações do fabricante.
5 – Efeitos e contaminação do Agente Químico OC
Os instrumentos de menor potencial ofensivo não substituem as armas
convencionais, apenas conferem a capacidade de uso de maneira seletiva, podendo
apoiar estrategicamente o emprego de armas letais, quando necessário, com suas
características irritante e inquietante.
O objetivo principal será a incapacitação física e intimidação psicológica
momentânea do agressor em conflito com a lei, visando imobilizá-lo.
Cabe enfatizar que o Agente Químico lacrimogêneo OC quando utilizado pelo
PSP – Profissional de Segurança Pública, causará desorientação, ansiedade, medo e
pânico no Agressor, neste sentido, faz-se necessário conhecer os Efeitos fisiológicos
que o agressor terá após ter sido atingido pelo agente químico, bem como as formas de
descontaminação após sua contenção, com o mister de minimizar os danos ocasionados.
5.1 – Efeitos fisiológicos
O agente lacrimogêneo OC é extraído do fruto das plantas do gênero Capsicum,
da família das solanáceas, conhecida popularmente como “pimenta malagueta”.
A capsaicina é o princípio ativo, o qual causa forte irritação quando em contato
com a pele, mucosas e olhos, sendo insolúvel em água fria e parcialmente solúvel em
água morna. O agressor, quando em contato com o Agente OC, terá os seguintes efeitos
fisiológicos:
 Ardor: dores intensas na região “contaminada”, tais como pele, mucosas
e olhos;
 Lacrimejamento: as glândulas lacrimais produzirão em excesso fluidos,
visando à lubrificação e limpeza do globo ocular;
 Contração involuntária das pálpebras: Quando esse ingrediente entra
nos olhos, ele inicia dor, intenso lacrimejamento, conjuntivite (infecção
da membrana que reveste as pálpebras) e blefaroespasmo - contrações
involuntárias das pálpebras;
 Tosses, espirros e rinorréia: trata-se de uma resposta natural do corpo a
qualquer tipo de irritação das vias respiratórias, na tentativa de remover o
irritante do corpo, visando evitar qualquer dano devido à entrada de um
corpo estranho;
 Efeitos dermatológicos: em contato com a pele, poderá ocasionar
eritemas, dado à coloração avermelhada da pele ocasionada por
vasodilatação capilar, sendo um sinal típico da inflamação com pequenas
vermelhidões. Em alguns casos, poderá evoluir para queimaduras de 1º e
2º graus. Nestes casos, a condução do agressor aos órgãos de assistência
médica será obrigatória.
5.2 Como descontaminar
Nos casos em que tenha o PSP optado pela utilização do Espargidor de Agente
Químico OC como o Instrumento de Menor Potencial Ofensivo adequado, deverá, além
de facilitar o acesso aos órgãos de assistência e saúde, quando necessário, tomar atitudes
que visem minimizar seus efeitos sobre o organismo do agressor, tais como:
 Remover o contaminado da área da aplicação mantendo-o sentado e
calmo;
 Evitar esfregar a região contaminada. Esta ação não auxiliará na retirada
do excesso do agente, apenas o incidirá;
 Após imobilizado, voltar o agressor contra o vento;
 Manter o rosto do indivíduo que foi contaminado para cima, orientando-o
a inspirar normalmente pela boca e expirar pelo nariz;
 Orientar o Agressor a não esfregar os olhos, mantendo-os abertos para
arejar e eliminar o excesso do agente.
 Orientar que seja lavado com água fria em abundância;
 Sintomas graves e prolongados (mais de 40 min) podem requerer auxílio
médico.

6 Informações adicionais

6.1 Guarda e armazenamento do espargidor de agente lacrimogêneo

- O espargidor de agente químico lacrimogêneo deverá ser transportado em


coldre próprio no cinto do profissional de segurança pública, na ausência deste
equipamento, poderá ser conduzido em bolsas ou bornais;

- Mantenha-o sempre na posição vertical, pois, na posição horizontal, a solução


de agente químico poderá vazar;

- Evite mantê-lo em porta-luvas de veículos, pois a presença de calor intenso


poderá provocar um grande vazamento;

- Não forneça o espargidor para pessoas não habilitadas;

- O ideal é armazená-lo em local seco e arejado, longe do alcance de crianças.

6.2 Validade

Comumente, o prazo de validade é de 05 (cinco) anos quando


armazenado na embalagem original, em local fresco, seco e arejado, distante de
paredes, teto e chão e ao abrigo da luz solar. O prazo de validade se encontra
registrado no corpo do espargidor.

6.3 Riscos

a) Fogo: Pode explodir pelo calor, chama ou choque, e apresenta risco de


projeção de fragmentos;

b) Saúde: O fogo produz gases irritantes. Em altas concentrações pode


provocar lesões nos pulmões e mucosas;
c) Meio ambiente: Podem ocorrer danos devido à explosão. Os gases
liberados são irritantes e podem ser tóxicos em altas concentrações. Prejudica a
utilização de águas quando contaminadas.

6.4 Utilização em cães

O uso do espargidor lacrimogêneo contra cães, provavelmente não


cessará a ação do animal.
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

_____Condor Tecnologias Não-Letais. Disponível em:


http://www.condornaoletal.com.br/produtos.php

Acesso em 07 de janeiro de 2014.

_____.Portaria Interministerial nº 4.226 de 31 de dezembro e 2010. Estabelece


Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública. Publicado no
Diário Oficial da União de 03 de janeiro de 2011. Disponível em:
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=27&data=0
3/01/2011 Acesso em 07 de janeiro de 2014.

- Plano Plurianual (PPA) 2012 – 2015


8 – GLOSSÁRIO

Acuidade visual – sensibilidade ou capacidade de percepção de imagens.

Agente Químico lacrimogêneo – substância que por sua atividade química provoca no
organismo humano irritações nas mucosas e lacrimejamento abundante nos olhos.

Concentração do agente químico – quantidade de agente químico em determinado


volume de ar ou em determinada área de superfície.

Efeito Blow Back – Blow vem do inglês sopro ou vento direcionado; Back significa
atrás, para trás, direção contrária. Retorno do agente químico ao rosto do próprio
operador; auto-contaminação involuntária.

Efeito inquietante – efeitos leves e temporários, porém desagradáveis, que diminuem a


capacidade de reação do agressor.

Espargimento – ação ou resultado de espargir (-se); borrifar; espalhar.

PSP – Profissional de Segurança Pública.

Persistência do agente químico – é o tempo em que o agente químico permanece


produzindo seus efeitos com eficiência.

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