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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
CIVIL - CONCRETOS E
ARGAMASSAS
ARGAMASSAS
Autor: Italo Monte Júnior
Revisor: Paula de Lima Salum

INICIAR

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introdução
Introdução
Nesta Unidade I, você estudará sobre as argamassas, que são compósitos
formados, basicamente, a partir da mistura de materiais aglomerantes,
agregados e água. Ao longo da história, a argamassa passou por
transformações e, hoje, destaca-se o uso combinado dos materiais
convencionais (cimento Portland, cal, areia e água) com novos materiais,
como os aditivos, adições minerais, fibras e materiais recicláveis.

A argamassa é um produto largamente utilizado na construção civil, sendo


produzida pela mistura dos materiais no próprio canteiro de obras. Esta
também pode ser industrializada, com prévia mistura dos materiais secos,
sendo necessária apenas a adição de água na obra e, ainda, fabricada em
usinas de concreto, com comercialização pronta para o uso. Nesse caso,
destacam-se as argamassas estabilizadas e autonivelantes.

Nesse sentido, observam-se mudanças significativas nas propriedades das


argamassas, as quais são promovidas pela evolução dos materiais nas últimas
décadas, sendo necessário que o(a) Engenheiro(a) Civil conheça os
mecanismos de degradação dos materiais, para projetar sistemas
construtivos mais duráveis.

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Conceitos e
Aplicações

A argamassa possui propriedades de aderência e endurecimento, originando-


se da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregados miúdos
(areia) e água, podendo conter, ainda, aditivos e adições.

É um material de construção destinado a unir os blocos de uma alvenaria,


revestir pisos, paredes e tetos, bem como assentar peças cerâmicas,
conforme ilustrado na Figura 1.1.

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Figura 1.1 - Usos das argamassas em vedações e revestimentos


Fonte: Jatesada Natayo; Kampwit; Thodsapol Thongdeekhieo; Nagy-Bagoly
Arpad / 123RF.
Além dos usos em sistemas de vedações e revestimentos, as argamassas são
utilizadas em sistemas estruturais, principalmente, na recuperação do
concreto, quando degradado pela corrosão das armaduras, ou por falhas na
execução da estrutura. Observam-se, nas Figuras 1.2 e 1.3, as diferentes
consistências (pastosa e fluida) das argamassas com alta resistência, que são
utilizadas em obras de recuperação estrutural.

Figura 1.2 - Consistências do Graute - Pastosa


Fonte: Dmytro Korolov / 123RF.

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Figura 1.3 - Consistências do Graute - Fluida


Fonte: Nikola Nikolovski / 123RF
Ao final desta seção, o(a) aluno(a) deverá:

reconhecer a composição, propriedades e aplicações das argamassas


na construção civil;
discutir aplicações das argamassas de assentamento e revestimento.

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saiba
mais
Saiba mais
O revestimento de argamassa é utilizado há
muitos anos, sendo, ainda, muito empregado
nos dias de hoje, mesmo com o surgimento
de novas tendências. Apesar disso, tal
subsistema não acompanhou a evolução de
outras tecnologias, como o concreto
estrutural. Está cada vez mais comum a
ocorrência de manifestações patológicas em
revestimentos argamassados, quando
executados sobre uma estrutura de
concreto. Saiba mais sobre a aderência do
revestimento em substrato de concreto no
artigo “Avaliação da influência do substrato
de concreto na resistência de aderência à
tração de diferentes tipos de chapisco”, que
pode ser lido no link:

ACESSAR

Composição
Chama-se traço a relação numérica entre os componentes da argamassa que
podem ser dados em volume ou massa. Por aplicação prática, é mais usual
para as argamassas a utilização do traço em volume do que o traço em
massa, visto que os agregados e água são medidos em volume, no canteiro de
obras, conforme ilustrado na Figura 1.4.

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Figura 1.4 - Preparo de argamassa no canteiro de obras


Fonte: Cuchina / 123RF.
Mesmo com essa peculiaridade da medição dos materiais em volume (areia e
água), tratando-se das argamassas, utiliza-se o traço em massa nos estudos
de dosagem conduzidos em laboratório. A expressão numérica do traço é
realizada em relação ao aglomerante principal, no caso, o cimento Portland.

De todo modo, as transformações dos materiais em unidade de volume para


unidade de massa ou vice-versa são realizadas por meio das propriedades
físicas (massas específicas e unitárias) dos materiais constituintes.

Assim, é bastante simples transformar um traço dado em volume no seu


equivalente em massa. Nesse caso, basta reconhecer as massas unitárias dos
materiais.

É importante estudar a composição de uma argamassa, antes de sua


aplicação na obra, pois esse fator interfere na durabilidade dos sistemas de
revestimentos. Percebe-se, então, que os materiais influenciarão na vida útil
dos sistemas de revestimento.

Segundo Carasek (2010, p. 932), o cimento Portland, por ser um material


industrializado, com bom controle de qualidade, influencia no aparecimento
de manifestações patológicas em revestimentos por meio do
proporcionamento (traço), e não pela baixa qualidade do material. Já algumas
cales, com baixo controle de produção, podem acarretar na deterioração do

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revestimento por expansão de partículas da cal, oriundas da hidratação


retardada de óxidos durante o processo de secagem do revestimento.

Ainda de acordo com a autora, os problemas nos revestimentos


argamassados atribuídos às areias podem ser relacionados às composições
químicas e mineralógicas, bem como à granulometria, além do teor e
natureza dos materiais pulverulentos. Já no caso das adições que,
normalmente, são empregadas para substituir o cal, a atenção deve-se,
principalmente, ao aparecimento de fissuração, descolamento e
eflorescência, conforme demonstrado na Figura 1.5.

Figura 1.5 - Desagregação em revestimento de argamassa contendo saibro


Fonte: Aleksandar Varbenov / 123RF.
Quanto aos aditivos, é esclarecido que o incorporador de ar é o tipo mais
utilizado em argamassas. As microbolhas formadas no procedimento de
mistura dos materiais, contendo aditivo incorporador de ar, confere melhor
trabalhabilidade, possibilitando a redução no consumo de água de
amassamento. Contudo, o excesso de ar incorporado na argamassa pode
prejudicar a aderência da argamassa ao substrato e, ainda, promover um
revestimento com baixa resistência superficial.

Após reconhecer as características dos materiais componentes das


argamassas, é fundamental realizar testes de desempenho, antes do emprego
na construção.

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A NBR 13755 (ABNT, 2017) recomenda a execução de painéis teste do sistema


de revestimento que, após ensaiados à tração, permitam selecionar a solução
de melhor desempenho do conjunto formado pelos seguintes fatores:

1. técnica de preparo da base.


2. tipo de chapisco.
3. camadas de argamassa.
4. idade das camadas do revestimento na data do ensaio.
5. argamassa colante.

saiba
mais
Saiba mais
A expansão por umidade (EPU) é
caracterizada por um aumento das
dimensões físicas do corpo cerâmico, quando
em contato com a água na forma líquida ou
na forma de vapor. O fenômeno de EPU pode
contribuir para o surgimento de patologias
graves em revestimentos cerâmicos, como
trincas, deslocamentos ou danos mais
severos.

FONTE: Medeiros et al . (2017, p. 134).

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Classificação
As argamassas podem ser classificadas em dois agrupamentos: por critérios e
pela função de destino dos materiais (LISBOA; ALVES; MELO, 2017).

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Essa proposta de classificação das argamassas de Lisboa, Alves e Melo (2017)


foi baseada no entendimento da maioria dos autores da área de construção
civil. Exemplifica-se a classificação no Quadro 1.1.

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Agrupamento Classe Tipologia

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Grupo 1: Natureza do – Argamassa aérea


critérios aglomerante – Argamassa hidráulica

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– Argamassa de cal

– Argamassa de cimento

Tipo de aglomerante – Argamassa de cimento e cal

– Argamassa de gesso

– Argamassa de gesso e cal

Número de – Argamassa simples


aglomerantes – Argamassa mista

– Argamassa seca
Consistência da
– Argamassa plástica
argamassa
– Argamassa fluídica

– Argamassa pobre ou magra


Plasticidade da
– Argamassa média ou cheia
argamassa
– Argamassa rica ou gorda

– Argamassa leve
Densidade de massa
– Argamassa normal
da argamassa
– Argamassa pesada

Forma de preparo – Argamassa preparada em


ou fornecimento obra

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– Mistura semipronta para


argamassa

– Argamassa industrial

– Argamassa dosada em
central

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– Argamassa de
assentamento (elevação da
Construção de alvenaria)
alvenaria
– Argamassa de fixação (ou
alvenaria de vedação)

– Argamassa de chapisco

– Argamassa de emboço

– Argamassa de reboco
Revestimento de
paredes e tetos – Argamassa de camada única
Grupo 2: função
– Argamassa para
revestimento decorativo
monocamada

– Argamassa de
Revestimento de assentamento de peças
pisos cerâmicas (colante)

– Argamassa de rejuntamento

Recuperação de
– Argamassa de reparo
estruturas

Quadro 1.1 - Classificação das argamassas por agrupamento


Fonte: Adaptado de Lisboa, Alves e Melo (2017).

Os requisitos e propriedades das argamassas podem variam de acordo com


sua função, conforme demonstrado no Quadro 1.2.

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Principais
Tipo da argamassa Função
requisitos/propriedades

- Unir as unidades
de alvenaria e
ajudá-las a resistir
aos esforços laterais
Argamassa - Trabalhabilidade
- Distribuir
uniformemente as (consistência, plasticidade
de
cargas atuantes na e retenção de água)
assentamento parede por toda a
- Aderência
área resistente dos
de blocos - Capacidade de absorver
alvenaria deformações
- Absorver
deformações - Resistência mecânica
(elevação)
naturais a que a
alvenaria estiver
sujeita

- Selar as juntas

- Garantir aderência
entre a base e o
revestimento de
Chapisco argamassa - Aderência
- Contribuir com a
estanqueidade da
vedação

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- Proteger a
alvenaria e a
estrutura contra a
ação do
-Trabalhabilidade
intemperismo
(consistência, plasticidade
- Integrar o sistema e adesão inicial)
de vedação dos
- Baixa retração
edifícios,
Emboço e contribuindo com - Aderência
diversas funções
camada única (estanqueidade, - Baixa permeabilidade à
etc.) água

- Regularizar a - Capacidade de absorver


superfície dos deformações
elementos de
- Resistência mecânica
vedação e servir
como base para
acabamentos
decorativos

- Regularizar a
superfície para - Aderência
Contrapiso
receber - Resistência mecânica
acabamento (piso).

Argamassa colante - “Colar” a peça - Trabalhabilidade


(assentamento de cerâmica ao (retenção de água, tempo
revestimento substrato em aberto, deslizamento e
cerâmico) adesão inicial)
- Absorver
deformações - Aderência
naturais a que o

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sistema de - Capacidade de absorver


revestimento deformações
cerâmico estiver (flexibilidade),
sujeito principalmente para
fachadas

- Vedar as juntas - Trabalhabilidade


(consistência, plasticidade
- Permitir a e adesão inicial)
substituição das
Argamassa de
peças cerâmicas - Baixa retração
rejuntamento
- Ajustar os defeitos - Aderência
(das juntas de
de alinhamento
assentamento das - Capacidade de absorver
peças cerâmicas) - Absorver deformações
pequenas (flexibilidade),
deformações do principalmente para
sistema fachadas

- Trabalhabilidade

- Aderência ao concreto e
- Reconstituição armadura originais
Argamassa de geométrica de
reparo de elementos - Baixa retração
estruturas de estruturais em
concreto processo de - Resistência mecânica
recuperação
- Baixa permeabilidade e
absorção de água
(durabilidade)

Quadro 1.2 - Principais requisitos e propriedades das argamassas para diferentes


funções

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Fonte: Adaptado de Carasek (2010).

Nesta classificação, reconhecemos o entendimento dos autores, quanto à


classificação das argamassas.

Aplicações
As argamassas para construção de alvenarias e revestimentos de piso, parede
e tetos são as mais comuns em um canteiro de obras. Exceto as argamassas
para revestimento de piso que, normalmente, são industrializadas, as
argamassas de assentamento e revestimento de paredes e tetos são
produzidas na própria obra, a partir da mistura dos materiais constituintes.

A aplicação das argamassas de assentamento e revestimento pode ser


manual, com colher de pedreiro, bisnaga ou palheta ou, ainda, mecanizada
por jateamento.

Na escolha do traço para as argamassas, deve-se levar em consideração todos


os elementos que compõem o sistema de revestimento. Observa-se, na Figura
1.6, a complexa interação entre os vários materiais (módulos de elasticidade
diferentes) e que responderão conjuntamente aos esforços da estrutura e
ações externas à construção.

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Figura 1.6 - Esquema do revestimento cerâmico sobre a base


Fonte: Adaptada de NBR 13755 (ABNT, 2017).
Assim, no momento da aplicação das argamassas, deve-se levar em
consideração que a base (substrato) absorverá parte da água de
amassamento utilizada na mistura, visto que o mecanismo de aderência é
físico, ou seja, a água de amassamento (absorvida pelo substrato), que
contém partículas de cimento em processo de hidratação, após secagem, cria
a ancoragem necessária do revestimento da base. A rugosidade superficial da
base também contribui para a ancoragem do revestimento.

A perda de água na argamassa durante o processo de aplicação, seja por


motivos da execução (transportes horizontal/vertical e tempo de aplicação) ou
ambientais (incidência de sol e vento), promove redução do desempenho do
sistema de revestimento, pois a ancoragem fica prejudicada. Esse problema
potencializa-se quando o operário corrige a quantidade de água da
argamassa após a mistura (durante a aplicação), de modo a retomar a
trabalhabilidade necessária à aplicação, reduzindo, assim, a resistência da
argamassa, por aumentar a relação água/cimento da mistura.

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reflita
Reflita
A aderência é um termo usado para
determinar a resistência e a extensão
do contato entre a argamassa e uma
base ou substrato. Assim, é necessário
especificar se a aplicação da
argamassa será feita sobre um tijolo
ou uma estrutura de concreto, pois
esses materiais caracterizam
aderências diferentes. Observa-se que
a aderência da argamassa ao
substrato é vital para o desempenho
do sistema de revestimento. Assim,
qual o motivo das recorrentes
manifestações patológicas ocorridas
por desplacamento dos sistemas de
revestimento? Reflita sobre esse
importante assunto, para o alcance do
desempenho esperado do sistema
construtivo.

Fonte: Lisboa, Alves e Melo (2017, p.


101).

Os revestimentos argamassados de paredes e tetos podem ser constituídos


por chapisco e emboço, como revestimento de camada única, ou por
chapisco, emboço e reboco, devendo ser observados limites para as
espessuras das camadas, conforme Tabela 1.1.

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Revestimento Espessura (e) mm

Parede interna 5 ≤ e ≤ 20

Parede externa 20 ≤ e ≤ 30

Tetos interno e externo e ≤ 20

Tabela 1.1 - Espessuras admissíveis de revestimentos internos e externos


Fonte: Adaptada de NBR 13749 (ABNT, 2013).

De todo modo, a NBR 13749 (ABNT, 2013) reforça os cuidados especiais


preconizados pela NBR 7200 (ABNT, 1998) quando for necessário empregar
revestimento com espessura superior aos limites descritos na Tabela 1.1, de
forma a garantir a aderência do revestimento.

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atividade
Atividade
Diversas tecnologias e materiais vêm sendo introduzidos ao setor da Construção
Civil, com o objetivo de possibilitar o ganho de rapidez do desenvolvimento
construtivo, melhoria da produtividade e redução de perdas, proporcionando,
assim, otimização de tempo e ganho de qualidade e logística (RAMOS et al., 2017).

Fonte: RAMOS, M. G. et al . Efeito do tipo de mistura manual e mecânica nas


propriedades de argamassa industrializada. In: Simpósio Brasileiro de Tecnologia
das Argamassas, 12., 2017, São Paulo. Anais [...] . São Paulo: SBTA, 2013. p. 1-9.
Disponível em: https://www.gtargamassas.org.br/eventos/file/605 . Acesso em: 17
nov. 2019.

De acordo com a classificação e função das argamassas, marque a alternativa


correta.

a) Quanto à consistência, as argamassas podem ser classificadas como


aéreas e hidráulicas.
b) Uma das funções da argamassa de rejuntamento é regularizar a superfície
para receber o acabamento.
c) O chapisco é o exemplo de uma argamassa de revestimento de pisos.
d) Quanto à densidade de massa, as argamassas podem ser classificadas
como leves, normais e pesadas.
e) A argamassa do tipo industrializada refere-se ao tipo de aglomerante
utilizado.

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Produção de
Argamassas

É cada vez mais comum a racionalização de processos na construção civil,


buscando a redução de prazos e, consequentemente, de custos, além de
influenciar positivamente no desempenho dos sistemas construtivos.

Na tecnologia das argamassas, é preciso selecionar e caracterizar os materiais


para misturá-los adequadamente, de acordo com a sua aplicação.

Apesar da existência de processos mecanizados para a aplicação das


argamassas, o processo manual ainda é o mais utilizado nos canteiros de
obras.

Assim, é fundamental que as características da argamassa, seja esta


produzida na obra ou industrializada, esteja compatível com a forma de
aplicação.

Ao final desta seção, o(a) aluno(a) deverá:

aplicar as transformações dos traços em volumes para massas;


reconhecer o método de preparo das argamassas.

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Princípios dos Métodos de Dosagem


Diferentemente do concreto, para a argamassa, ainda não existe um método
de dosagem consolidado, na literatura nacional. De acordo com Santos (2014,
p. 32), alguns autores estudaram misturas a partir do teor ótimo de
aglomerante (SELMO, 1989) e na adequação da curva granulométrica do
agregado miúdo (CARNEIRO; CINCOTTO, 1999).

Outros pesquisadores avaliaram a incorporação de resíduos cerâmicos


(BAHIENSE et al., 2008) e de rochas ornamentais (DESTEFANI; HOLANDA,
2011), a partir da metodologia de planejamento de experimentos por Rede
Simplex, que permite otimizar a combinação dos componentes da mistura
(SANTOS, 2014, p. 36-38).

De todo modo, observa-se, comumente, nas obras, o uso de argamassas para


revestimento e assentamento com relações ligantes/agregadas em volume
entre 1:2,5 a 1:3,5.

Assim, as transformações dos materiais em unidade de volume para unidade


de massa ou vice-versa são realizadas por meio das massas específicas e
unitárias dos materiais constituintes.

Imaginemos a seguinte situação: deseja-se conhecer o traço em massa do


equivalente traço em volume 1:2:9 (cimento : cal : areia), cujas massas
unitárias dos materiais cimento, cal e areia são 0,90 kg/dm³, 0,50 kg/dm³ e
1,45 kg/dm³, respectivamente.

A partir dessas massas unitárias e dos volumes indicados no traço, calculam-


se as massas dos materiais por meio da Equação 1.

Assim, 1 dm³ de cimento pesará o equivalente ao produto do volume (traço)


pela sua massa unitária (MU), resultando em 0,90 kg (1 dm³ x 0,90 kg/dm³).

De igual modo, 2 dm³ da cal pesará o equivalente ao produto do volume


(traço) pela sua massa unitária (MU), resultando em 1,00 kg (2 dm³ x 0,50

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kg/dm³), e 9 dm³ de areia pesará o equivalente a 13,05 kg (9 dm³ x 1,45


kg/dm³).

Esses cálculos indicam que uma determinada quantidade da argamassa (traço


1:2:9, em volume) é formada pela mistura de 0,90 kg de cimento, mais 1,00 kg
de cal e mais 13,05 kg de areia, além da água, que não foi exemplificada no
cálculo.

Assim, o traço em massa ficaria 0,90 : 1,00 : 13,05, mas, como a expressão do
traço é dada em relação à massa do cimento Portland (aglomerante principal),
dividem-se as massas calculadas pela massa do cimento, resultando no traço
unitário em massa, conforme indicado na Equação 2.

Desse modo, observa-se que o traço 1:2:9, em volume, equivale ao traço


1:1,11:14,50, em massa.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=UGFQux5y%2bSzA7FYViB06Aw%3d%3d&l=9F77VX7YEePqtQuOf6GkKg%3d%3d&cd=j… 26/49
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Preparo das
Argamassas

Independentemente do local de produção e do equipamento utilizado para


fazer o preparo das argamassas, o tempo de mistura é um fator importante
no processo.

O tempo de mistura influenciará na homogeneização dos materiais, além de


incorporar ar na argamassa, o que pode ser potencializado, quando as
argamassas utilizam aditivos.

A ocorrência de bolhas de ar, na interface entre a argamassa e o substrato,


pode reduzir a capacidade de aderência da argamassa, devido à redução da
área de contato nessa zona de transição entre os materiais.

No caso do preparo de argamassas frescas para a caracterização do material


em laboratório, a NBR 16541 (ABNT, 2016) prescreve o tempo total de mistura
em 4 minutos, inserindo frações dos materiais e alterando a velocidade do
misturador durante o procedimento.

Ressalta-se que, no procedimento prescrito na NBR 16541 (ABNT, 2016), não


são abordados cuidados, no preparo da argamassa, quando se utilizam fibras

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=UGFQux5y%2bSzA7FYViB06Aw%3d%3d&l=9F77VX7YEePqtQuOf6GkKg%3d%3d&cd=j… 27/49
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(componente de reforço). Assim, é necessário avaliar a consistência da


argamassa, com essa adição, a qual aumenta a coesão e, consequentemente,
necessitará de mais tempo de mistura, para promover a homogeneização
entre o componente de reforço e os demais materiais constituintes da
argamassa.

No caso do preparo em canteiro de obras, a NBR 7200 (ABNT, 1998)


prescreve, para o processo mecanizado, um tempo de mistura não inferior a 3
minutos e nem superior a 5 minutos, além de indicar, em casos excepcionais,
a mistura manual até a obtenção de uma massa perfeitamente
homogeneizada.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=UGFQux5y%2bSzA7FYViB06Aw%3d%3d&l=9F77VX7YEePqtQuOf6GkKg%3d%3d&cd=j… 28/49
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Avaliação das
Argamassas

No Brasil, as argamassas destinadas ao assentamento de paredes ou ao


revestimento de paredes e tetos devem cumprir com os requisitos
estabelecidos na NBR 13281 (ABNT, 2005). As argamassas são classificadas de
acordo com as características e propriedades que apresentam, sendo
estabelecidas duas propriedades no estado fresco (densidade de massa e
retenção de água), e cinco propriedades no estado endurecido (resistência à
compressão, tração na flexão e potencial de aderência à tração, densidade de
massa e coeficiente de capilaridade), sendo detalhadas na Tabela 1.2.

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Propriedade Classe Método de Ensaio

U1 (≤ 78)

U2 (72 a 85)

U3 (80 a 90)
Retenção de água (%) ABNT NBR 13277
U4 (86 a 94)

U5 (91 a 97)

U6 (95 a 100)

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D1 (≤ 1400)

D2 (1200 a 1600)

Densidade de massa D3 (1400 a 1800)


no estado fresco ABNT NBR 13278
(kg/m³) D4 (1600 a 2000)

D5 (1800 a 2200)

R6 (> 2000)

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R1 (≤ 1,5)

R2 (1,0 a 2,0)

R3 (1,5 a 2,7)
Resistência à tração
na flexão (MPa)
R4 (2,0 a 3,5)

R5 (2,7 a 4,5)

R6 (> 3,5)
ABNT NBR 13279
(P1 (≤ 2,0)

P2 (1,5 a 3,0)

P3 (2,5 a 4,5)
Resistência à
compressão (MPa)
P4 (4,0 a 6,5)

P5 (5,5 a 9,0)

P6 (> 8,0)

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A1 (< 2,0)

Resistência potencial
de aderência à tração A2 (≥ 0,20) ABNT NBR 15258
(MPa)

A3 (≥ 0,30)

C1 (≤ 1,5)

C2 (1,0 a 2,5)

Coeficiente de C3 (2,0 a 4,0)


capilaridade ABNT NBR 15259
(g/dm².min ½ ) C4 (3,0 a 7,0)

C5 (5,0 a 12,0)

C6 (> 10,0)

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M1 (≤ 1200)

M2 (1000 a 1400)

Densidade de massa M3 (1200 a 1600)


aparente no estado ABNT NBR 13280
endurecido (kg/m³) M4 (1400 a 1800)

M5 (1600 a 2000)

M6 (> 1800)

Tabela 1.2 - Métodos de ensaios para características e propriedades das


argamassas
Fonte: Adaptada de NBR 13281 (ABNT, 2005).

A resistência de aderência à tração é uma propriedade importante para


caracterizar um sistema de revestimento, pois indica um parâmetro do
material em uso.

A NBR 13528 (ABNT, 2019a) define a resistência de aderência à tração (Ra)


como a tensão máxima suportada por uma área limitada de revestimento
(corpo de prova) na interface de avaliação, quando submetida a um esforço
ortogonal de tração.

O equipamento deve assegurar a aplicação da carga centrada e ortogonal ao


plano do revestimento, conforme demonstrado na Figura 1.7.

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Figura 1.7 - Exemplo de encaixe e peças constituintes do sistema de


acoplamento do equipamento
Fonte: NBR 13528 (ABNT, 2019a, p. 2).
Preferencialmente, a avaliação da resistência de aderência à tração deve ser
realizada no local onde o revestimento estiver aplicado, em revestimentos
acabados, antigos ou recentes, sendo o procedimento conduzido sobre
painéis de alvenaria, componentes de alvenaria (blocos e tijolos), placas de
concreto, dentre outros (ABNT, 2019b, p. 1).

Uma determinação de resistência de aderência à tração é realizada ensaiando


12 corpos de prova com mesmas características, por exemplo, o tipo e
preparo do substrato, a argamassa de revestimento, a forma de aplicação da
argamassa e a idade do revestimento (ABNT, 2019b, p. 2). Essa recomendação
normativa busca reduzir os fatores que influenciam nos resultados e,
consequentemente, reduz a sua variabilidade.

Desse modo, é detalhado, na NBR 13528 (ABNT, 2019b), o posicionamento


dos corpos de prova sobre o painel do sistema de revestimento, conforme
demonstrado na Figura 1.8.

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Figura 1.8 - Posição dos corpos de prova para realização do ensaio


Fonte: ABNT (2019b, p. 2).
Para realizar o corte no revestimento, recomenda-se o uso de um dispositivo
de apoio ao equipamento de corte, de modo a evitar a ocorrência de
trepidações durante o corte e assegurar a ortogonalidade do equipamento.

Após o arrancamento dos corpos de prova que compõem o painel ensaiado,


deve-se avaliar a forma de ruptura do revestimento que pode ocorrer entre
qualquer uma das interfaces ou no interior de uma das camadas que
constituem o sistema de revestimento (ABNT, 2019c, p. 3).

É definida, na NBR 13528 (ABNT, 2019b), as formas de ruptura que podem


ser:

tipo A – ruptura no interior do revestimento;


tipo B – ruptura da superfície do revestimento, onde partes da
argamassa são arrancadas;
tipo C – ruptura na interface cola/revestimento, quando apenas
poucos grãos são arrancados;
tipo D – ruptura na interface pastilha metálica/cola.

O aspecto visual do corpo de prova também é detalhado na respectiva norma,


conforme demonstrado na Figura 1.9.

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Figura 1.9 - Formas de ruptura do corpo de prova


Fonte: ABNT (2019b, p. 4).
Na avaliação da resistência de aderência à tração, em um determinado painel,
caso ocorram múltiplas formas de ruptura em um mesmo corpo de prova,
deve ser anotada a porcentagem aproximada da área e de cada forma de
ruptura.

Nesta seção, reconhecemos as propriedades para a caracterização das


argamassas, de acordo com a normalização brasileira.

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Inovação e
Aplicações
Sustentáveis

A construção civil é uma atividade econômica reconhecidamente extrativista e


poluidora do meio ambiente, além de ser consumidora de grandes
quantidades de energia. Há várias décadas, a comunidade científica estuda
formas de mitigar o passivo ambiental da construção civil.

De acordo com Jonh (2010, p. 98), entre 40% e 75% das matérias-primas
extraídas da natureza são transformadas em materiais de construção.
Referindo-se ao consumo de cimento, Metha e Monteiro (2016, p. 733)
afirmam que a indústria cimenteira é responsável por 7% das emissões de
CO2 no planeta.

Desse modo, em um cenário de crescimento populacional acelerado, reduzir


o consumo dos materiais de construção civil é a condição essencial na busca
da sustentabilidade ambiental para o setor.

Nesse sentido, o uso dos agregados reciclados, a partir dos resíduos sólidos
da construção civil (RCD), é uma alternativa viável para reduzir o consumo de
agregados extraídos da natureza.

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De todo modo, os agregados reciclados (AR), por apresentarem composição


heterogênea e maior porosidade, quando comparados aos agregados
naturais, promovem efeitos negativos aos novos materiais produzidos.
Ademais, desencadeiam maior consumo de água e menor resistência
mecânica e menos permeabilidade à água. Por esses motivos, o uso AR ainda
é limitado.

Contudo, os agregados reciclados de concreto (ARC), por serem menos


heterogêneos que os agregados reciclados mistos (ARM), oriundos de RCD,
são promissores para o uso em novos concretos e argamassas, além de
conterem partículas de cimento, ainda não hidratadas.

O ARC é formado, principalmente, por uma pasta de cimento aderida ao grão


de agregado natural (AN).

Li et al. (2017, p. 48) comentam a formação de duas zonas de transição


quando se utiliza o ARC em novos concretos, sendo uma zona de transição
formada pela nova pasta de cimento e o agregado reciclado, e a outra
interface formada pela antiga pasta de cimento e o agregado natural,
conforme demonstrado na Figura 1.10.

Figura 1.10 - Zonas de transição entre a pasta e o agregado reciclado de


concreto
Fonte: Adaptada de Li et al. (2017, p. 47).

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Estudos recentes buscam formas de melhorar a qualidade do ARC. Uma


dessas formas é fortalecer a zona de transição na interface entre a pasta de
cimento e o AN, por meio de banho do ARC em pasta de pozolana, que pode
ser produzida com adições minerais, como a sílica ativa e a cinza volante.

O uso de fibras sintéticas e naturais como componente de reforço nas


argamassas também se mostra como uma alternativa sustentável para a
construção civil.

Estudos recentes encontraram resultados positivos para o uso das fibras de


carbono (SANTOS et al ., 2019, p. 163) e piaçava (ALMEIDA et al ., 2019, p. 150).

Normalmente, as fibras promovem melhoria no desempenho mecânico dos


materiais. Nas argamassas, esse efeito pode proporcionar uma redução no
consumo de cimento, visto que as classes de resistências estarão associadas
ao uso do material, ou seja, é possível utilizar menos cimento contendo fibras
na mistura e manter a resistência desejada.

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indicações
Material
Complementar

LIVRO

Engenharia no Século XXI – Volume 3 (E-


Book)
Editora: Poisson (www.poisson.com.br)
Autor: Diversos
ISBN: 978-85-7042-091-6
Comentário: trata-se de uma coletânea de artigos que
cobre uma gama de tópicos da área de engenharia,
servindo para acadêmicos e profissionais atuantes no
mercado. Este volume 3 (1ª edição) é formado por 24
artigos científicos, dos quais 16 abordam o uso de
fibras e resíduos na composição de novos materiais. O
E-book pode ser visualizado no site da editora:

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=UGFQux5y%2bSzA7FYViB06Aw%3d%3d&l=9F77VX7YEePqtQuOf6GkKg%3d%3d&cd=j… 41/49
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https://www.poisson.com.br/livros/engenharia/volume3/
. Acesso em: 20 jan. 2020.

LIVRO

Manual de argamassas e revestimentos:


estudos e procedimentos de execução
Editora: PINI
Autor: Antônio J. S. I. Fiorito
ISBN: 978-85-7266-189-8
Comentário: esta obra aborda a teoria dos
revestimentos, incluindo estudos sobre os materiais e
comportamentos do sistema de revestimento
fundamentados em estudos científicos do autor.
Ademais, apresenta linguagem técnica de fácil
compreensão.

WEB

Reciclagem de garrafa PET – como fazer?


Ano: 2018
Comentário: várias iniciativas vêm sendo realizadas em
todo mundo para reduzir o passivo ambiental da
indústria do plástico que, muitas vezes, é descartado
inadequadamente na natureza. O PET é uma classe de
polímero derivado do petróleo que se enquadra nesta
problemática, porém o material é 100% reciclável. Este
vídeo foi produzido por alunos(as) de uma escola no Rio

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de Janeiro e demonstra todas as etapas da reciclagem


do PET em uma indústria. Você já pensou se a fibra de
PET pode ser utilizada como componente de reforço
em argamassas?

ACESSAR

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conclusão
Conclusão
Observamos, nesta unidade, que as argamassas são materiais utilizados em
grandes quantidades, na construção civil, e o desconhecimento de suas
características, bem como falhas na aplicação, podem gerar patologias nos
sistemas de revestimentos, promovendo custos extras para o
restabelecimento do sistema.

É necessário que o Engenheiro Civil reconheça a importância das argamassas


dentro dos sistemas construtivos e preocupe-se com a qualidade dos
materiais utilizados nas misturas, bem como avalie as propriedades das
argamassas nos estados frescos e endurecidos, em atendimento à
normalização brasileira.

Nesse sentido, a avaliação da argamassa em uso é essencial para determinar


o desempenho do sistema de revestimento. Hoje, esse comportamento é
avaliado, principalmente, pela resistência de aderência à tração do
revestimento.

Assim como outros setores da indústria, a tecnologia das argamassas tem um


papel importante para mitigar o passivo ambiental no setor da construção
civil, sendo constantemente avaliado pela comunidade científica o uso de
agregados reciclados oriundos de RCD e fibras.

referências
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=UGFQux5y%2bSzA7FYViB06Aw%3d%3d&l=9F77VX7YEePqtQuOf6GkKg%3d%3d&cd=j… 44/49
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Referências
Bibliográficas
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comportamento mecânico (tração na flexão) de argamassas com fibras
vegetais em pó . v. 3 Belo Horizonte: Poisson, 2019. Disponível em:
https://www.poisson.com.br/livros/engenharia/volume3/ . Acesso em: 17 nov.
2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 7200: Execução


de revestimento de paredes e tetos de argamassa inorgânica - procedimento.
Rio de Janeiro: ABNT, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 13281:


Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - requisitos.
Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 13528:


Revestimento de paredes de argamassas inorgânicas - Determinação da
resistência de aderência à tração (Parte 1) - requisitos gerais. Rio de janeiro:
ABNT, 2019a.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 13528:


Revestimento de paredes de argamassas inorgânicas - Determinação da
resistência de aderência à tração (Parte 2) - aderência ao substrato. Rio de
janeiro: ABNT, 2019b.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 13528:


Revestimento de paredes de argamassas inorgânicas - Determinação da
resistência de aderência à tração (Parte 3) - aderência superficial. Rio de
janeiro: ABNT, 2019c.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=UGFQux5y%2bSzA7FYViB06Aw%3d%3d&l=9F77VX7YEePqtQuOf6GkKg%3d%3d&cd=j… 45/49
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 13749:


Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - especificação.
Rio de Janeiro: ABNT, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 13775:


Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de
argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e aceitação - Procedimento.
Rio de Janeiro: ABNT, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 16541:


Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Preparo
da mistura para a realização de ensaios. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.

BECKER, F. A.; ANDRADE, J. J. de O. Avaliação da influência do substrato de


concreto na resistência de aderência à tração de diferentes tipos de chapisco.
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ISAIA, G. C. Materiais de construção civil e princípios de ciência e


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