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Psicologia Organizacional (UniFatecie)
Psicologia Organizacional (UniFatecie)
Psicologia Organizacional (UniFatecie)
Organizacional
Professor Me. Frank Duarte
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
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Bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Marcos Históricos da Psicologia Industrial e Organizacional
UNIDADE II.................................................................................................... 24
Comportamento Humano
UNIDADE III................................................................................................... 41
Gestão de Conflitos e Negociações
UNIDADE IV................................................................................................... 58
Liderança nas Organizações
UNIDADE I
Marcos Históricos da Psicologia
Industrial e Organizacional
Professor Me. Frank Duarte
Plano de Estudo:
● Aspectos históricos da Psicologia Industrial e Organizacional;
● Estudo de Hawthorne e as Relações Humanas;
● Kurt Lewin e a Teoria das Relações;
● Cultura e Clima Organizacional.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os marcos históricos da psicologia industrial e organizacional;
● Correlacionar os estudos de Hawthorne, as relações
humanas com a teoria das relações de Kurt Lewin;
● Identificar a importância da cultura e clima organizacional nas instituições.
3
INTRODUÇÃO
REFLITA
Link: https://crppr.org.br/wp-content/uploads/2019/05/168.pdf
LIVRO
Título: Psicologia Organizacional e do Trabalho
Autor: José Carlos Zanelli
Editora: Artmed
Sinopse: Há dez anos, quando do lançamento de sua primeira
edição, Psicologia, organizações e trabalho no Brasil representou
um marco no ensino das disciplinas que se encontram na interface
entre a psicologia e outras áreas vinculadas às organizações e ao
trabalho. Esta nova edição mantém a característica fundamental
do livro: apresentar os principais temas da área sob a perspectiva
de destacados pesquisadores brasileiros, com exemplos contex-
tualizados no dia a dia das nossas organizações, trazendo ao leitor
os principais conceitos e as perspectivas atuais em psicologia
organizacional e do trabalho.
FILME / VÍDEO
Título: Tempos Modernos
Ano: 1936
Sinopse: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma
“máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à
loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo
período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas
desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida,
mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso
como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operá-
rios em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida para
salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não
tem mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está
por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs,
mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=fCkFjlR7-JQ
Plano de Estudo:
● Influência da personalidade nas organizações;
● Teorias motivacionais;
● Grupo X equipe: desafios contemporâneos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a estruturas da personalidade nas organizações;
● Compreender os tipos de teorias motivacionais;
● Identificar a diferença entre equipes e grupos.
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INTRODUÇÃO
UNIDADE II
I Comportamento
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1. INFLUÊNCIA DA PERSONALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES
Já passou por situações na empresa em que você trabalha envolvendo pessoas que
agem de forma diferente em situações distintas? Por vezes até dizemos que são pessoas
de duas caras, ou daquelas que são mandonas ao qual chamamos de “gênio” forte. Pois é,
isso são características de personalidade, sejam para adaptar-se às realidades diferentes
ou como expressar suas opiniões e ideias.
A Psicologia, na condição de tema que norteia nossas reflexões, não considera a
possibilidade de fazer juízo de valor, não especificando a personalidade como boa ou ruim.
As interferências que existem em torno da personalidade, seja ele de um comportamento
observável ou observáveis, tem caráter científico. Neste viés é apresentada a ideia de que
nenhuma vertente teórica faz parte de uma única observação de um comportamento para
identificar ou caracterizar uma personalidade (BOCK, 1999).
De forma genérica, a personalidade diz a respeito de como pensamos, percebemos,
sentimos e agimos, em um formato bem peculiar e constante (CAMPOS, 2003). A concei-
tuação e definição declina a ser complexa e ampla, incluído desejos, emoções, atitudes,
habilidades, crenças e comportamento de cada sujeito, além de como eles se integram,
organizam de acordo com a singularidade e subjetividade de um indivíduo (MYERS, 1999).
Ao tratar-se da Psicologia da Personalidade, o sujeito no seu todo é a unidade
de análise e percepção, não apenas o processo de como ele aprende. Neste sentido o
que importa é o que e como o sujeito se percebe, o que aprende e como essas relações
acontecem entre si e com o outro (BRAGHIROLLI, 2003).
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I Comportamento
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Os estudos da personalidade parte da ideia da psicologia geral, ou seja, como forma
de estabelecer os processos gerais deste funcionamento. O que é algo inerente a todas as
formas de apresentar as personalidades humanas, seja qual for os fatores grupais, culturais
ou circunstanciais (CAMPOS, 2003). Os sistemas de constituição da personalidade têm ca-
ráter universal, em toda a raça humana, sendo o estudo da personalidade necessita ser visto
no seu aspecto da psicologia diferencial, ou seja, como busca do que existe de intrínseco e
próprio em cada personalidade, a compreensão do caso individual (BARROS, 1997).
Ao estudar a personalidade é possível compreender uma parte da descoberta do
indivíduo na sua subjetividade, a qual é a construção que organiza e promove a união das
diferentes formas de agir de cada indivíduo, sendo a forma global que consistencializa a
conduta. Existem formas diversas de pensar a estruturação da personalidade, na qual a psi-
canálise aponta como sendo o período na qual a estrutura está formada, por volta dos 4 ou 5
anos, sendo que Piaget apresenta que a mesma se torna forte aos 2 anos (MYERS, 1999).
O conteúdo desta estrutura da personalidade se relaciona com os momentos vivencia-
dos de forma concreta por cada sujeito, em meios importantes como religioso, cultural e social.
Só se pode entender a personalidade se pensarmos na dissociação entre estrutura e conteúdo.
A dinâmica da personalidade e a dinâmica apresenta um caminho a ser percorrido
para entender o desenvolvimento e as alterações um pouco radical, que poderá ter sofri-
mento, na qual o indivíduo se expressa um pouco transparente na forma de estar no mundo
e de se comportar, enaltecendo sua subjetividade, constituindo o “estar no mundo”, pela
presença do outro que marca cada um de nós (WYSE e SCHULTZ, 2011).
Possibilitar o exercício da capacidade de pensar num conjunto de estruturas de
opiniões e ideias, não de forma vaga, podem estabelecer afetivas relações, nos quais os
objetos de afetos são questionados como, o que e por que é expressado. Assim se define
a personalidade como um modo de funcionar de modo não vazio.
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I Comportamento
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2. TEORIAS MOTIVACIONAIS
A motivação pode ser conceituada, inicialmente, como aquilo que impulsiona uma
pessoa a realizar determinada tarefa, a agir de determinada forma ou ter certo comporta-
mento. E este impulso pode vir de um estímulo interno (intrínseco) ou externo (extrínseco)
do ambiente em que o indivíduo vive. A motivação envolve alguns fenômenos, tais como:
emocionais, biológicos e sociais, sendo assim um processo que direciona o comportamento
humano para o cumprimento de determinados objetivos (WYSE e SCHULTZ, 2011).
Sua origem tem embasamento na palavra motivação, uma vez que esta vem do latim
“motivus”, que traz a conotação de algo relativo ao movimento, coisa móvel, ou seja, significa
movimento, o que diz respeito a quando uma pessoa é motivada, isso causa nesta um ânimo
novo, uma força impulsionadora para agir em busca de um objetivo (SA e SACHETI, 2015).
De acordo com Cunha et al. (2007), a motivação se dá por meio de forças enér-
gicas, que são oriundos, seja no sujeito ou fora dele, que resultam no comportamento
laboral, gerando sua direção, forma, duração e intensidade. Na visão de Bergamini (1990),
a motivação é uma força propulsora que leva o indivíduo a satisfazer as suas necessidades
e desejos, uma energia interna, algo que vem de dentro do indivíduo, fazendo com que este
se coloque em ação. A autora ainda afirma que o “estar motivado não deve ser confundido
com situações em que se experimentam momentos de alegria, de entusiasmo e bem-estar
ou de euforia” (BERGAMINI, 1990, p. 19).
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Ainda, na visão de Robbins (2005), o fator motivacional existe em três propriedades
que os direcionam, sendo a direção, o foco da pessoa em sua meta e como realizá-la, outra
é a intensidade, se a intenção é atuar com algo que trará a sensação de satisfação ou será
apenas por obrigação e manutenção.
Ela é específica, assim sendo, um sujeito motivado para laborar pode não haver para
estudar e vice e versa, ou seja, não é um estado generalizado, tem que haver a disposição
(MAXIMIANO, 2007). O objetivo não é esgotar o conceito de motivação, pois como é possível
ver, há muitas definições e conceitos, mas o que se pode concluir é que a motivação é um
impulsionador para que o indivíduo aja, faça uma ação em virtude de alcançar algum objetivo,
e esta força impulsionadora pode partir de dentro do indivíduo (fatores intrínsecos), quando
há uma necessidade de realização pessoal, reconhecimento, ou externamente ao indivíduo
(fatores extrínsecos), o ambiente em que este indivíduo está inserido, metas externas, con-
dições de trabalho, incentivos econômicos, entre outros. Desta forma, torna-se relevante
conhecer algumas teorias da motivação, sem o objetivo de esgotá-las, mas sim de obter um
breve conhecimento dos mais relevantes ao assunto motivação humana.
As teorias da motivação humana, ao longo da história foram apresentadas algumas
baseadas na motivação do humano, as quais foram construídas com base em estudos
realizados por determinados pesquisadores. Segundo Zanelli, Andrade e Bastos (2004),
diversos teóricos contribuíram para o surgimento das teorias motivacionais, estudando
o comportamento humano e analisando o que faz o ser humano ser motivado, como o
processo da motivação ocorre na vida do indivíduo. Dentre os estudiosos das teorias da
motivação se destacam Maslow, Herzberg, McGregor e Vroom.
Maslow contribuiu com a Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas, cons-
truindo a conhecida pirâmide das Necessidades de Maslow, na qual elenca uma série de
necessidades que são preenchidas de maneira hierárquica na vida do ser humano. Maslow
foi um psicólogo muito famoso nas décadas de 1940 e 1950, principalmente, por sua pes-
quisa sobre a hierarquia das necessidades humanas.
Sua teoria é considerada uma das mais importantes, pois o autor organizou as
necessidades humanas em cinco grupos diferentes, e concluiu que, quanto mais forte for
uma necessidade, mais motivada a pessoa se sente para conseguir saciá-la, no entanto,
quando satisfeita a necessidade se passa para o nível superior daquela necessidade.
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FIGURA 1 – TEORIAS DE NECESSIDADES
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Os fatores motivacionais ou intrínsecos (que causam satisfação), ou seja, estão
dentro de algo, dentro do indivíduo, estão relacionados com a atividade do indivíduo, com
o que a pessoa faz e desempenha no ambiente de trabalho. Referem-se ao conteúdo do
cargo, às tarefas, à necessidade de reconhecimento pessoal, de crescimento profissional
e pessoal. De modo diferente dos Fatores Higiênicos, os Fatores Motivacionais não estão
relacionados às condições mínimas para se desenvolverem as atividades, mas sim com o
íntimo do indivíduo, com a sua auto realização, com o que a empresa pode oferecer para
que as pessoas atinjam satisfação pessoal e profissional (BERGAMINI, 1990).
McGregor mostrou duas visões diferentes do ser humano com sua teoria X e Y, a
visão da teoria X revela o lado negativo da pessoa, que, em suma, não gosta de trabalhar,
e a teoria Y é a oposição, afirma que o ser humano gosta de trabalhar.
A teoria X e Y de McGregor traz uma análise de dois perfis de comportamentos do
ser humano, dois estilos opostos e antagônicos. A primeira teoria, a Teoria X, considera o
lado negativo do homem, afirma que o funcionário é preguiçoso, relaxado, e evita fazer o
máximo de esforço. Já a teoria Y afirma o oposto, uma vez que enxerga o indivíduo como
alguém que gosta de responsabilidades, que se esforça e gosta do trabalho. A teoria X
confirma que as atividades de trabalho são no geral, desagradável à uma grande parte dos
colaboradores (SIQUEIRA, 2018).
Esta teoria aborda a visão mais tradicional da administração, abordando a visão de
Taylor, Fayol e Weber, pois possui uma visão errônea do ser humano, uma visão mecanicista,
uma vez que vê o homem como indolente, como um ser capaz de somente cumprir ordens e
que precisa ser obrigado a isso exige dos sujeitos a executarem exatamente o que a empresa
quer, independentemente de suas opiniões ou objetivos pessoais (CHIAVENATO, 2003).
Ainda, segundo Chiavenato (2003), a teoria X apresenta as seguintes convicções
do ser humano:
As pessoas possuem menos disposição por natureza: recusam o trabalho ou traba-
lham o a quantidade menor, sempre querendo recompensas;
Não possui ambição, ou seja, não querem ter responsabilidades e escolhem ser
guiadas e geridas e se sentem satisfeitas com isso. O homem é egocêntrico e seus objeti-
vos sobrepõe aos da empresa;
Não tem perfil de assumir risco, haja visto que por natureza são resistentes à mu-
danças, e assim não se colocam em perigo;
A sua dependência as torna incapazes de autocontrole e autodisciplina: elas preci-
sam ser dirigidas e controladas pela administração.
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Assim, a teoria X revela um estilo de administração dura e rígida, não enxergando
o homem como um ser humano em um todo, com suas características de um ser pensante
e com opiniões e vontades próprias. Chiavenato (2003) versa que na condição de adminis-
trador pode arbitrar um formato de trabalho que seja elencado de cima para baixo, e que
controla a ação e comportamento dos subordinados, ele estará fazendo Teoria X. Logo,
existe necessidade de administradores examinarem como está sendo a gestão em suas
empresas, como estão enxergando seus colaboradores.
Na Teoria Y, pode-se afirmar que o trabalho é natural como o lazer, se as circuns-
tâncias forem a favor (SIQUEIRA, 2018). Desta forma, é uma teoria mais moderna no que
diz respeito ao comportamento humano e sua motivação. Esta Teoria analisa o ser humano
como um ser competente, responsável e criativo, que reage de forma positiva ao trabalho,
fazendo este por prazer. Deste modo, para McGregor, ao aderir ao modo de administração
pela Teoria Y, os gestores estimulam comportamentos positivos em seus colaboradores, de
busca por objetivos coletivos e individuais
Vroom trouxe a teoria da Expectativa, a qual defende que o comportamento hu-
mano resulta de escolhas conscientes entre alternativas que o indivíduo possui. Estes são
alguns autores principais, mas também existem mais alguns a serem analisados a seguir.
Portanto, serão analisadas algumas das principais teorias motivacionais, trazendo seus
pontos mais relevantes para o estudo da motivação humana (ROBBINS, 2005).
A teoria das Expectativas de Vroom, ou Expectância, considera que as pessoas
possuem expectativas sobre resultados que poderão vir de suas escolhas, em consequên-
cia de suas ações. De acordo com Vroom (2018), o processo de motivação ocorre através
dos objetivos de cada pessoa, e de sua visão da recompensa que esta terá em virtude de
suas ações, ou seja, cada indivíduo agirá conforme a expectativa em alcançar seu objetivo.
Para o autor está estabelecido que a motivação depende do atrativo (valência) de forma
geral de resultados e/ou recompensar, eu vem do desempenho alcançado, das percepções
encontradas em relação às forças que encontra entre os desempenhos e as ocorrências dos
“resultados” (instrumentalidade); e da percepção para o vínculo existente entre o esforço
orientado para o desempenho resultando no desempenho efetivo (expectativa).
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3. GRUPO X EQUIPE: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
Alcançar metas e resultados tem sido o dilema de muitas empresas, que dedicam
grande parte do seu tempo em conseguir compreender como ocorrem as relações de tra-
balho com seus colaboradores, em especial com as equipes e grupos de trabalho, sendo
que são modos de se organizarem para garantir o resultado esperado.
Para Albuquerque e Puentes-Palacios (2004) segundo o estudo realizado pode
nos mostrar nas variadas formas, que estamos presentes em formas distintas de grupos,
ocupando funções diferentes. Ele conceitua o grupo como um conjunto entre duas ou mais
pessoas, com o interesse de alcançar seus escopos, com mínimo de interação, dentro de
um intervalo de tempo. Considerando a organização dos grupos, os autores compreendem
que as equipes de trabalho, tem referência a uma forma de grupo.
Sendo assim, um grupo transforma-se numa equipe de atividades laborais, no gru-
pos, com realização de ações dependendo da forma e do esforço de cada sujeito, no entan-
to, nas equipes o desenvolvimento trabalho está nas mãos da força intrínseca individual e
do coletivo dos participantes, desta forma nos grupos cada indivíduo tem responsabilidade
nas consequências da maneira singular e plural das equipes, no entanto o resultados é
compartilhado para forma coletiva (ALBUQUERQUE e PUENTE-PALACIOS, 2004).
Moscovici (2003) encontrou dificuldade de distinguir conceitualmente a diferença
entre equipes e grupos, já que a equipe é um grupo de forma bem desenvolvida. Deste
modo, a equipe é considerada um grupo que se organiza por meio dos objetivos e estão
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com vontade de conquistá-los, de forma compartilhada, na qual a comunicação entre os
participantes e opiniões têm diferenças. Em graus diferentes de confiança, os participantes
não têm medo de correr riscos e assumir papéis, com competências dos integrantes que se
completam, alcançando os resultados. Os objetivos são determinados aos seus propósitos
e suas direções, sempre com respeito e cooperação as quais permitem a todos a investidu-
ra no seu sutil crescimento.
É possível um grupo tornar-se um equipe? Sim, isso acontece quando se obser-
va a própria forma de operacionalizar o grupo, buscando a solução para os problemas
necessários que interferem na dinâmica e sucesso do coletivo na forma de executar os
trabalhos. Um grupo que se desenvolve como equipe transfigura sua forma de condução
das habilidades e maneira de lidar e resolver os problemas (MOSCOVICI, 2003).
Para Chiavenato (1998), as equipes de trabalho executam o modo operante de ma-
neira colaborativa na tomada de decisão em formato multifuncional, e assim, os membros
têm diversas habilidades para desenvolver multitarefas, as quais são responsáveis pelo
resultado e metas. Não obstante, cada sujeito consegue seu meio e formato independente
para tomar suas decisões a respeito das distribuições das tarefas entre si mesmo, treinando
pessoas, avaliando o que cada um contribui e como se responsabiliza na qualidade laboral
nos grupos para melhor performance.
Assim, é possível afirmar que as marcas de uma equipe de alta performance
são orientados pela participação na qual todos o membros estão em consonância com
o empowerment e autoajuda; todos têm responsabilidade ao resultado do desempenho
nas atividades; a interação em que a comunicação e assertividade de forma confiável e
dialógica; flexibilidade, na qual o desejo de melhorar a performance; focalização, dentre
os integrantes em busca de atingir o resultado do trabalho; criatividade, talentos e ideias
para que possam trazer benefícios na equipe; e rapidez para que os integrantes da equipe
possam superar os problemas.
O relato dos resultados obtidos tendem a somar a outras formas de benefícios e
trazer o aumento da busca por procedimentos em busca da eficiência e eficácia, desta
forma, os relatos de sucesso necessitam serem avaliadas de forma concreta, por meio da
aplicação dos procedimento, tanto quanto a diferenças existentes na empresa cujo acon-
teceram os experimentos com sucesso, onde se pretende implantar (ALBUQUERQUE e
PUENTE-PALACIOS, 2004).
De acordo com Spector (2002), há verdades que retratam o desempenho do grupo
sendo maior ao do sujeito isolado, em muitas funções, verdades eu estão com fundamentos
de que algo emerge da interação das pessoas, onde o todo é melhor do que a soma das
partes. No entanto, é possível afirmar que os sujeitos têm a capacidade de inspirar outros
indivíduos a melhorarem de forma individual.
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Almejando o funcionamento pleno da equipe, e de forma eficiente de conceituação
clara de funções e atuação dos seus membros, assim sendo, estes papéis são conhecidos
como formais são determinados pela empresa, como parte de uma orientação formal do
trabalho, bem como havendo documentação que oriente a forma de agir por meio desta
definição (SPECTOR, 2002).
Como por exemplo, com o desenvolvimento de grupos e trabalhos, os próprios
integrantes do coletivo, passaram a desempenhar funções específicas de seus papéis, de
modo informal que apresentam características mais dinâmicas que os formais. Ademais,
são estes papéis desempenhados por cada um que promove a atração e a manutenção da
união, haja visto que é a força do grupo que o mantém motivado (SPECTOR, 2002).
Esta união permite a coesão de um grupo, no entanto, é necessário compreender que
existe vários fatores que contribui e favorece para esta coesão, dentre elas: atitudes, valores
ou interesses pessoais compartilhados, ao qual desencadeia um recíproca atenção, além de
acordos em relação aos resultados da equipe e uma frequente interação e processo avaliativo
favorável, o que convertem em coesão na realização das atividades (ROBBINS, 2005).
Na perspectiva de Spector (2003) os formatos do desempenho do trabalho, pautado
nas equipes, dão condições de duas vantagens em comparação às estruturas hierárquicas,
sendo que a primeira está no campo da organização dispor de produtos com maior fluxo, e
na segunda, na estrutura em que as equipes eliminem as necessidades em modos distintos
de gestão, permitindo as trabalhadores uma autonomia para assumir a função do gestor na
tomada de decisão. Pois vale considerar que autonomia gera uma dinâmica positiva no pro-
cesso motivacional, reduzindo custos circunstanciais na organização e engajando a equipe.
O desenvolvimento em prol de obter uma equipe mais autônoma, requer muita
dedicação e esforços contínuos, manutenção da motivação, persistentes confianças, o que
traz recompensas extraordinárias. A organização do trabalho, organização da empresa e
gestão corrente, são alguns dos pontos positivos quando se institui uma melhoria contínua
no processo da autonomia. No entanto, se uma equipe mesmo em desenvolvimento não
ocupar autonomia em detrimento da competência, poderá surgir problemas com relação à
criatividade, afeto, promovendo frustração entre os membros da equipe, que impactam na
resolução dos problemas (MOSCOVICI, 2003).
Em busca de conseguir organizar os conceitos, há de se pensar na definição do
grupo. Reunir duas ou mais pessoas que se juntam, para alcançar um determinado objetivo
é uma forma de pensar o grupo, pois o sujeito utiliza o grupos e as relações como mecanis-
mo para atender às suas necessidades, que podem ser apresentadas como:
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● Segurança que é estabelecida no agrupamento de pessoas, ao ponto de se
sentirem fortes e menos ameaçadas.
● Status, haja visto que estar incluído num grupo entendido como importante,
gera confiança e reconhecimento
● Autoestima, surge com o maior engajamento com o propósito do grupo, gerando
valor para a sociedade.
● Associação a medida que há o relacionamento estabelecido entre os participantes
do grupo.
● Poder do coletivo, a considerar que algumas coisas não se conseguem no
individual, e torna-se mais fácil no agrupamento.
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SAIBA MAIS
Entidade não governamental sem fins lucrativos, a ABRH Brasil nasceu da união de
profissionais envolvidos com a causa de promover a área de Recursos Humanos como
agente de transformação, que contribui na formação de organizações mais produtivas,
melhores e mais conscientes do seu papel no contexto socioeconômico do país.
Atuante no âmbito de educar e informar seus associados, ela apresenta um artigo com
o título “Liderança e Motivação nas organizações”. Vale a pena conferir.
Fonte: ABRH. Liderança e motivação nas organizações. Rev. Gestão RH, 2009. Disponível em:
https://www.abrhbrasil.org.br/cms/lideranca-e-motivacao-nas-organizacoes/?utm_source=rss&utm_me-
REFLITA
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agora sim conseguimos entender por que as pessoas agem de forma diferente em
situações diversas, pois isso é resultado da organização da personalidade e da influência
que cada ambiente tem sobre ela. Logo, se a personalidade é definida pela genética, pelo
ambiente e a situação, então cada espaço laboral exerce sua implicancia e com isso, tem-se
formas diferentes de agir.
Desta forma, pode-se afirmar que cada sujeito terá uma resposta frente ao fator
de estímulo, tanto para comportamento e ação, quanto para sentir o desejo de realizar
algo, sendo implicado diversos motivos ou ação motivadora. As teorias motivacionais nos
organizam e auxiliam a perceber quais são possíveis as vertentes de olhar o humano e
garantir fatores internos ou externos na produção de motivação.
Não obstante, é possível identificar que um dos fatores extrínsecos é se está orga-
nizado em grupos ou equipes. Como bem vimos há uma diferença existencial e circunstan-
cial na forma de pensar e organizar o conjunto de pessoas. Haja visto que a depender do
objetivo a ser alcançado, cada um corresponderá de forma singular e específica, cabendo
a quem gerencia, identificar as melhores ações a fim de compreender o comportamento
humano nas organizações.
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LEITURA COMPLEMENTAR
Fonte: MAGRINELLI, Cindy et al. Clima e cultura organizacionais: um Estudo de Caso sobre
http://www.fatecguaratingueta.edu.br/revista/index.php/RCO-TGH/article/view/171/136.
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Você é o que você faz: Como criar a cultura da sua empresa
Autor: Ben Horowitz.
Editora: WMF.
Sinopse: Ben Horowitz - investidor de risco, especialista em ges-
tão e campeão de vendas pelo ranking literário do New York Times
- busca lições na história e nas práticas empresariais modernas
e as associa a surpreendentes conselhos práticos para ajudar os
executivos a construir uma cultura capaz de resistir aos altos e
baixos da vida empresarial. Há muito tempo que Ben Horowitz é
fascinado pela história, sobretudo pelo fato de as pessoas muitas
vezes agirem de maneira muito diferente do que seria de esperar.
Elas são moldadas pela época e as circunstâncias em que nasce-
ram - mas alguns líderes conseguiram dar forma à sua época. Em
Você é o que você faz, ele volta sua atenção para uma pergunta
que toda organização precisa responder: como criar e sustentar
a cultura que se pretende ter? Para Horowitz, a cultura é o modo
como a empresa toma decisões.
FILME / VÍDEO
Título: Amor sem escalas
Ano: 2010
Sinopse: Ryan Bingham (George Clooney, vencedor* do Oscar®)
vive realmente nas alturas. Voando por todo o mundo a trabalho,
ele não pára nunca... até que conhece Alex, uma colega viajante, e
descobre que a vida não vale pela viagem, mas pelas conexões que
fazemos pelo caminho. Aclamado pela crítica e pelo público em toda
a parte, “Amor Sem Escalas é leve e sombrio, hilariante e trágico,
animado e pensativo, romântico e realista” -- Owen Gleiberman,
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=PlcJSgbMFlc
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UNIDADE III
Gestão de Conflitos
e Negociações
Professor Me. Frank Duarte
Plano de Estudo:
● Conflito e confronto: dilemas emergenciais nas instituições;
● Tipos de conflitos organizacionais;
● Técnicas e suporte no gerenciamento de conflitos;
● Consultoria em negociações.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar conflitos e confrontos organizacionais;
● Compreender os tipos de conflitos existentes nas empresas;
● Conhecer as técnicas mais utilizadas no gerenciamento de conflitos;
● Elencar a importância da consultoria no âmbito das negociações.
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INTRODUÇÃO
Numa partida de futebol, dois times rivais cada lançam uma estratégia de jogo, que
melhor possa lhe atender em busca de alcançar um resultado positivo e avançar na tabela
do campeonato. Numa batalha medieval, os guerreiros se enfrentam a fim de aniquilar o
seu oponente, para que pudesse ocupar os espaços e dominar novos territórios. Ambos os
casos acima, referem-se a situações de adversidades de interesses, ideias e pensamentos,
no entanto, o primeiro retrata um conflito, e o segundo um confronto.
Se por um lado, têm-se o interesse de vencer, possibilitar o oponente a perceber
seu erro e melhorar, do outro, o desejo e objetivo é acabar com sua existência. Por vezes
esses relatos são presenciados dentro das organizações, por meio de diversos prismas,
sejam entre setores, pessoas, chefias. Os conflitos estão presentes e são vitais para o
desenvolvimento de qualquer organismo, pois a medida que percebe as necessidades se
aprimora, melhora, adapta e vai em busca de resultados atrativos.
Diversos são os problemas que geram conflitos e que permeiam a vida nas orga-
nizações, sejam eles internos aos quais chamamos de intrínsecos ou externos, os extrín-
secos. De forma geral, sempre estão ligados a desejos, vontades unilaterais, aos quais os
envolvidos não conseguem ter ações racionais, onde deverá deixar a emoção de lado para
as melhores tomadas de decisões.
Nesta Unidade III, discutiremos sobre estes conflitos e confrontos, os tipos de
conflitos existentes nas organizações, bem como os meios e instrumentos que possam nos
auxiliar a colaborar com a resolução dos problemas, e caso não seja possível pelo envol-
vimento com o objeto de conflito, também compreenderemos a importância do profissional
da consultoria na resolução de mediação nos conflitos.
Os conflitos fazem parte dos contextos sociais, educacionais e também nos or-
ganizacionais, pois onde houver a convivência de pessoas e grupos, sem dúvidas haverá
diferenças de ideias, vontades, desejos, foco e ali estará instalado o conflito. Como faz par-
te do nosso cotidiano, é comum pessoas como líderes e gestores, olharem para o conflito
como algo ruim, sou sinônimo de que não trará coisas positivas ou que possam auxiliar no
desenvolvimento da organização.
Muitos se perguntam se um conflito traz benefícios para a empresa. Diante disso,
estudar os conflitos, seus modos de se organizar e seus meios de resolução passam a ser
um processo instigante, mesmo que de maneira rasa abordada em questões científicas,
porém, com benefícios grandiosos para a gestão de pessoas. Para Robbins (2002), o con-
flito é um processo no qual um sujeito percebe que um outro sujeito pode afetar, algo que o
primeiro considera relevante para si.
Etiologicamente a palavra conflictu vem do latim, que significa (embate dos que
lutam), uma espécie de desentendimento entre pessoas, um formato desacordo, colisão,
choque e oposições de ideias ou pensamentos que podem resultar em momentos onde os
indivíduos estão inspirados a ocupar-se com ações em que os posicionem em destaque,
ou que detenham elevado grau de responsabilidade Olhando por este prisma é comum ob-
servar divergências entre líderes, gerentes diante das funções diversas que desempenham
dentro da organização (MARTINELLI e ALMEIDA, 2011). Costa e Martins (2011) definem
conflito como uma dissonância entre sujeitos, com manifestações incompatíveis entre gru-
pos e empresas.
Já que os conflitos são inerentes à condição humana, a melhor forma de lidar com
eles é encontrar meios de conseguir atuar a resolução conhecendo seus meios, tipos e
formatos de ocorrências, desta forma, quando nos encontrarmos com uma situação primor-
dial, sabemos como atuar em prol da resolução.
Como estudado, ele é a essência para a harmonia de coletivos sociais, já que oferta
meios para equalizar as demandas e interesses das pessoas, pois pensar no conflito como
algo bom, parece errada na percepção de muitos, no entanto, é possível obter um saldo po-
sitivo. No entanto, para lograr resultados satisfatórios seja necessário compreender melhor
seu desenvolvimento, sua causa e a melhor forma de buscar a negociação e potencializar
as chances de sucesso nos resultados (CARVALHAL et al., 2014).
Chiavenato (2004) apresenta a ideia de vários estilos de conflitos, sendo externos
e internos, já para Burbridge R. e Burbridge A. (2012), o que pode trazer mais problemas
não os conflitos psicológicos (tipo de conflito interno), que ocorrem na mente das pessoas,
e os de grupos inter(entre diferentes equipes), intra (dentro da equipe) e interpessoal (entre
os sujeitos), bem como os intraorganizacionais (dentro da empresa) e Inter organizacionais
(com outras empresas) são exemplos de conflitos externos.
Por outro lado, Berg (2012) afirma existir três tipos de conflitos, sendo os pessoais,
interpessoais e organizacionais, em que o conflito pessoal, é a condição do sujeito lidar
consigo mesmo, suas indagações, dissonâncias, nuanças o que impacta do distanciamento
do que ela fala e seu comportamento, o que pode levar ao estado excessivo de estresse.
Fonte: CNJ - Conselho Nacional de Justiça. Movimento pela Conciliação. Portal CNJ, 2013. Disponível em:
REFLITA
Fonte: ADOLESCER. Cartilha mediação de conflitos. Grupo Adolescer, 2017. Disponível em: http://
Fonte: SEMIRAMIS, Maria. Conflito. Série Fundamentos da Mediação comunitária. Volume 01,
LIVRO
Título: Negociação e conflitos
Autor: Viviane Maria Penteado Garbelini
Editora: InterSaberes, 2016.
Sinopse: Ao contrário do que se possa pensar, conflitos não são,
necessariamente, negativos, e é justamente por conta deles que,
muitas vezes, são estabelecidas negociações. Saber negociar é
uma habilidade. Aquele que compreende as capacidades envolvi-
das nos processos de gestão de conflitos e competência negocial
e exigidas por eles estará sempre em vantagem. Com o intuito de
ajudá-lo a se conscientizar sobre as exigências desses processos,
esta obra não só apresenta conceitos basilares sobre conflitos e
negociações como também traz estudos de casos que vão ampliar
a sua percepção sobre si mesmo e o mundo empresarial.
FILME / VÍDEO
Título: O diabo veste Prada.
Ano: 2006
Sinopse: Andrea Sachs (Anne Hathaway) é uma jovem que conse-
guiu um emprego na Runaway Magazine, a mais importante revista
de moda de Nova York. Ela passa a trabalhar como assistente de
Miranda Priestly (Meryl Streep), principal executiva da revista. Ape-
sar da chance que muitos sonhariam em conseguir, logo Andrea
nota que trabalhar com Miranda não é tão simples assim.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Ab5WEfvvPyY
Plano de Estudo:
● Liderança: conceito e definições;
● O papel do líder na organização;
● Liderança é nato ou desenvolvido?
● Perfis de liderança.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar a liderança e seus conceitos;
● Identificar o papel do líder na organização;
● Traçar um panorama sobre a condição da habilidade de liderar.
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INTRODUÇÃO
Existem duas verdades na vida, a primeira é que com 24 horas de privação de sono,
você já começa a ter sintomas atípicos como desorientação, redução da capacidade de
concentração, déficit ou sensibilidade de atenção, turvação da visão e conturbação mental.
A segunda é que sem liderança podemos sentir as mesmas sensações. Sono e liderança
são essenciais para nossa vida em comunidade, e no campo organizacional, ter um líder é
primordial para que se alcance os objetivos e também os resultados esperados.
Liderar é antes de mais nada uma doação. Se dispor a planejar, pensar, organizar e
gerir pessoas, ideias ou projetos é o maior desafio da atualidade, e da sociedade emergente
que está por vir. A humanidade não vive sem água, alimento, sono e liderança.
Nesta unidade iremos conhecer sobre as definições e conceitos de liderança e
compreender sua origem, assim como identificar o papel e a função do líder dentro das or-
ganizações e equipes. Aliás, esta habilidade é algo que nascemos e portanto, um processo
psicológico básico, ou é um comportamento que pode ser aprendido? Já somos concebidos
e viemos ao mundo com a condição de liderança ou ela pode ser ensinada, desenvolvida e
tendo como resultado um processo de aprendizagem?
E por fim, quais os perfis existentes de ser líder, e como se relaciona cada estilo
para públicos ou situações diferentes, afinal, será que é possível utilizar a mesma ferramen-
ta, para gerir e líder com momento diversos? Todas as dúvidas, serão dialogadas ao longo
da sua leitura. Espero que tenha bons estudos.
Este é um tema que causa grande discussão, porém a maioria dos autores tem
como senso comum que líderes não nascem líderes, tornam-se líderes. A perspectiva de
que a liderança é intrínseca a algumas pessoas, pressupondo-se que estas já nascem
líderes e assim sendo possível determinar os traços de liderança que foi criticada e hoje já
não é mais aceita, sendo substituída pela perspectiva de o líder ser uma pessoa comum e
que sua capacidade de liderar depender do contexto, do ambiente e das atividades e ações
por ele desenvolvidas.
Considera-se também que algumas habilidades básicas, que o indivíduo já possua,
facilitem o processo para se tornar um líder. Essas habilidades, quando aprimoradas, o torna-
rão um verdadeiro líder. Segundo Sobral e Peci (2008), os comparativos entre os líderes e os
indivíduos comuns revelam que os líderes possuem alguns tipos de traços de personalidade
(determinação, iniciativa, autoconfiança, inteligência, honestidade ou integridade) mais pre-
sentes; porém as pessoas que tem estes traços não se tornarão necessariamente líderes.
Bergamini (2006) traz reflexões a respeito da importância de compreender como e
por que a liderança não pode ser considerada uma condição inata, nem como competência
que qualquer sujeito possa desenvolver. Atualmente, como já vimos, não há receita pronta
nem nascimento em produção de líderes, tendo que transformá-los em situações de líderes
bem-sucedidos, além de aprofundar os estudos de liderança apontando que mais elemen-
tos podem influenciar na liderança eficaz (BERGAMINI, 2006).
SAIBA MAIS
https://jornalempresasenegocios.com.br/colunistas/empreendedores-compulsivos/as-principais-soft-skills-para-a-lideranca/.
REFLITA
Uma liderança que ao invés de servir, é uma liderança que se serve. Na verdade, esta
liderança não serve.
Link:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/147038/000998107.pdf?sequence=1
O bem mais importante do líder é a sua habilidade em lidar com pessoas, porque
liderar é uma questão essencialmente humana, não técnica. Ernesto Berg apresenta esta
reflexão e defende, claro que o lado técnico é importante e não pode ser relegado ao
segundo plano. Contudo o que define a figura do líder é a sua capacidade de motivar e
aglutinar pessoas e equipes em torno de um propósito significativo e fazer com que os
objetivos sejam atingidos.
Link:
https://administradores.com.br/artigos/conheca-o-lider-nivel-5-o-gestor-do-seculo-xxi
LIVRO
Título: O Monge e o Executivo
Autor: James Hunter.
Editora: Editora Sextante.
Sinopse: Leonard Hoffman, um famoso empresário que abando-
nou sua brilhante carreira para se tornar monge em um mosteiro
beneditino, é o personagem central desta envolvente história cria-
da por James C. Hunter para ensinar de forma clara e agradável
os princípios fundamentais dos verdadeiros líderes. Se você tem
dificuldade em fazer com que sua equipe dê o melhor de si no
trabalho e gostaria de se relacionar melhor com sua família e seus
amigos, vai encontrar neste livro personagens, ideias e discussões
que vão abrir um novo horizonte em sua forma de lidar com os
outros. É impossível ler esse livro sem sair transformado. O monge
e o executivo é, sobretudo, uma lição sobre como se tornar uma
pessoa melhor.
FILME / VÍDEO
Título: Steve Jobs
Ano: 2016.
Sinopse: Veja o fundador da Apple como jamais mostrado. Steve
Jobs é um íntimo retrato do homem brilhante no epicentro da revo-
lução digital, durante os bastidores dos últimos minutos antes do
lançamento de três icônicos produtos.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=LJDWR4QVmMI
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CONCLUSÃO GERAL
81
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