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A história do Jiu-Jitsu – O que é o Jiu-

Jitsu? – Parte 1

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Há muitos mitos sobre a história do Jiu-Jitsu, Judô e outras artes marciais japonesas. O
fato é que entender a história do Jiu-Jistu é entender a história do Judô, do Brazilian Jiu-
Jitsu, do Aikidô, e diversas outras artes marciais japonesas. E conhecer a história de
uma luta é conhecer melhor a luta, entender porque existem determinados golpes,
determinadas regras, determinados nomes, de modo que é isso faz com que o atleta se
torne um melhor atleta e também um melhor professor.

Estamos em pleno século XXI, era da informação e conhecimento, de modo que hoje, é
fácil ter acesso a documentos históricos e a pesquisadores sérios, sendo que se torna
fácil perceber o que é mito e o que é história no que diz respeito às artes marciais. Um
dos principais mitos sobre o Jiu-Jitsu é o que diz que o Jiu-Jitsu surgiu na índia antiga,
se propagou pela ásia, dando origem à todas as artes marciais asiaticas e chegou depois
ao japão. Não é preciso voltar a uma história antiga indiana para compreender o erro
deste mito. Basta entender o significado do termo jiu-jitsu e olhar um pouco a história
do próprio japão.

O que significa “Jiu-Jitsu”?

Samurai Japonês

O termo “Jiu-Jitsu” é a maneira ocidental de se falar e escrever o termo japonês,


formado por ideogramas chineses, “ju-jutsu”, que significa “tecnica suave” ou mesmo
“arte suave”. Este conceito de tecnica suave, ou arte suave é um conceito que existe em
mais de 90% das artes marciais existentes no globo terrestre, que é o conceito de – a
grosso modo – usar a força do oponente a nosso favor. Esse conceito pode ser
encontrado em artes marciais chinesas, coreanas, russas, e até mesmo nas antigas artes
marciais indígenas brasileiras. Não é um conceito próprio ou característico de uma luta
só. Outros nomes também eram usados para designar as artes marciais japonesas, como
taijustu, yawara, kogusoku, torite e kempo, entre outros, mas todos eram escolas de jiu-
jitsu.

Jiu-Jitsu é o nome de uma arte marcial?

Na verdade não. O jiu-jitsu (ou jujutso - mas daqui em diante usarei o termo em
português jiu-jitsu) não é um termo que define uma única arte marcial. É semelhante ao
termo “Kung Fu”. Kung Fu não é o nome de uma arte marcial, mas sim, o nome de um
conjunto de artes marciais chinesas, como o Tai Chi Chuan, Shuai Jiao (também
conhecido como Judô chinês, pela ênfase em nage-waza), Wing Chun e Louva-a-Deus,
por exemplo. Da mesma forma, o jiu-jitsu é o nome de um conjunto de artes marciais
japonesas de ataque e defesa sem armas ou com armas curtas.

O japão antigo enfrentava batalhas constantes internamente e também externamente

Muitas escolas antigas de Jiu-Jitsu faziam coisas bastante diferentes uma das outras e
utilizavam o termo “jiu-jitsu” para denominar-se, enquanto outras escolas faziam coisas
muito semelhante entre sí e usavam termos distintos. Mas independente disso, todas
eram escolas de jiu-jitsu. Alguns exemplos destas escolas (em japonês, “ryu“) de jiu-
jitusu antigo (jujutsu koryu) são:

 Takenouchi-ryu – Fundada em 1532, esta escola de jiu-jitsu utiliza treinamento


sem armas e também com armas como o bastão (bojutsu), espada (kenjustu) e
também a arte de amarrar com cordas (hojojustu). É uma das mais antigas
escolas de jiu-jitsu conhecidas.
 Kyushin Ryu – Surgiu em torno do ano de 1560, e era uma escola de jiu-jitsu
muito treinada pelos samurais, pois  especializou-se no treino de técnicas de
contato como chutes e socos (atemi-waza).
 Daito-ryu aiki-jujutsu – criado segundo registros históricos entre 1060-1100, o
Daito-ryu aiki-jujutso é formado por técnicas de contato (atemi-waza) e também
por tecnicas de neutralização oriundas do aiki-jujutso, que envolve projeções
(nage-waza) e manipulação das articulações. Esta antiga escola de jiu-jitsu
influenciou fortemente um dos seus alunos, Morihei Ueshiba, que fundou o
Aikido.
Hojojutsu - A arte de prender com cordas

Segundo Jigoro Kano, até o periodo da Restauração Meiji (1868), existiam cerca de 100
escolas de jiu-jitsu espalhadas pelo japão. Isso mostra como o jiu-jitsu era popular nas
eras antigas japonesas, dos feudos, dos samurais e de guerras constantes, pois era
necessário saber uma arte de defesa e ataque. Por ter sido um periodo de constantes
guerras e conflitos, evidentemente houve intercâmbio técnico entre outros países,
principalmente com a china. Há uma história que diz que um chinês chamado Chen
Yuan Ping ensinou três ronin (samurais sem mestre) e estes levaram o jiu-jitsu para o
japão. Outra história conta que um médico chamado Akiyama Shirobei, de Nagasaki,
aprendeu na china o Hakuda e ao voltar ao japão, criou o jiu-jitsu.

Foto antiga de um Samurai

A verdade é que não se pode – e nem se deve – atribuir uma origem única ao jiu-jitsu,
simplesmente por ele não ser uma única arte marcial, e sim, um conjunto de artes
marciais japonesas. Sem dúvida houve influência chinesa em determinadas técnicas,
assim como houve influência japonesa no desenvolvimento de estilos de Kung Fu. 
Como diz Jigoro Kano, “não podemos determinar o ano ou o mês em que o jiu-jitsu se
iniciou, mas apenas dizer que ele evoluiu desde os tempos antigos através de muitas
gerações, graças à genialidade de várias pessoas”.

Entender a história do jiu-jitsu antigo é valorizar os gênios que criaram, desenvolveram


e mantiveram vivas estas artes até hoje, permitindo a nós hoje valorizar os mestres que
deram origem às nossas artes marciais modernas, respeitando o ponto forte de cada uma
destas artes, pois todas elas nasceram no mesmo lugar, como veremos na próxima
postagem desta série.

Kano Jujutso, a unificação – A história


do Jiu-Jitsu – Parte 2

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Este artigo é uma continuação do artigo O que é o Jiu-Jitsu – Parte 1.

Na primeira parte deste artigo, vimos que o termo “jujutso” não é o nome de uma arte
marcial, mas sim, um nome genérico para praticamente todas as artes marciais
japonesas antigas, e que em português, este termo é pronunciado como “jiu-jitsu“.

Até em torno de 1870, haviam no japão mais de 100 escolas (ryu’s) de jujutso’s
diferentes. E foi neste período que começou a decadência das artes marciais japonesas,
pois foi em 1864 que o comandante americano Matthew Perry conseguiu fazer com que
os japoneses abrissem suas portas ao mundo.

O filme "O último Samurai" retrata o período da Era Meiji e o declínio as lutas
tradicionais japonesas.

Esse período é bem relatado no filme “O último Samurai“, estrelado pelo ator Tom
Cruise. Foi o início da Era Meiji, , a renascença japonesa, promovida pelo imperador
Matsuhito Meiji. Nessa época de renascimento japones, a cultura ocidental invadiu o
país, fazendo com que as tradições fossem deixadas de lado. Os antigos mestres de
jujutso e samurais foram perdendo suas posições. As forças armadas foram sendo
construídas a partir dos modelos ocidentais de exercíto.

Nesse período, não havia mais sentido algum preparar pessoas para o treinamento com
espadas, arcos e flecha, tonfas e outras armas. E em 1871 foi assinada uma ordem
proibindo os samurais de usar espadas. O declínio dos jujutsos acelerou. Alguns mestres
de jujutso tentaram ainda sobreviver abrindo dojos para ensinar as artes japonesas
tradicionais, mas o ensino já era realizado sem método pedagógico e
indiscriminadamente, gerando uma má fama a algumas escolas de jujutso.

Foi mais ou menos neste período que um jovem japonês chamado Jigoro Kano, filho de
Jirosaku Mareshiba Kano, alto funcionário da marinha imperial, resolveu estudar
jujutso. Por ser de uma família da elite japonesa, teve dificuldade de encontrar mestres,
pois o jujutso no japão era visto como esporte de desoculpados, e não como um esporte
da elite. Mas aos 16/17 anos de idade, iniciou seus estudos com diversos mestres de
jujutso, de escolas diferentes. Muitos de seus mestres faleceram enquanto Jigoro Kano
era aluno, sendo ele então o herdeiro dos documentos da escola.

Com 22 anos de idade, 1882, Jigoro Kano cria sua primeira escola de jujusto,
denominada Kodokan, que significa “Instituto do Caminho da Fraternidade”. Nos
primeiros anos da Kodokan, muitos chamavam a arte marcial lá ensinada de Kano
Jujusto. Até esse momento, Jigoro Kano já tinha treinado alguns estilos de jujutso,
como o Tenjin Shijyo-Ryu – que tinha em seu curriculum técnicas de atemis (socos e
chutes), chaves e estrangulamentos – e o Kito-Ryu, que dava ênfase em técnicas de
projeção (nage-waza).

Kodokan, em 1885

Por ser uma pessoa extremamente culta, visionária e inteligente, Jigoro Kano resolveu
modificar o que aprendeu nos jujutsos antigos, transformando o seu estilo, o Kano
Jujutso, em um sistema baseado em um método científico de estudo, e não uma mera
arte marcial. Cada detalhe de seu estilo era pensado de forma pedagógica, analítica e
racional, e o objetivo não era formar um simples atleta, mas era, a partir de seu método,
formar globalmente um cidadão japonês. Jigoro Kano descartou o que considerava inútil
na época, e aprimorou as técnicas que considerava úteis.
Treino na Kodokan

Pela extrema eficiência de sua arte, Jigoro Kano e seus alunos eram constantemente
desafiados. Porém, a Kodokan tinha como linha de frente destes desafios antigos
mestres de jujutso, que perceberam a eficiência do Kano Jujusto e se juntaram a ele. Por
conta disso, poucas vezes atletas da Kodokan perdiam em seus desafios, mas quando
isto acontecia, Jigoro Kano convidada o mestre da arte que o vencia para juntar-se a
Kodokan e aprimorar o seu estilo de luta.

Um exemplo disso aconteceu em torno de 1890, quando um mestre do estilo Fusen-


Ryu, Mataemon Tanabe, apareceu em Tókio para lutar contra os alunos da Kodokan.
Tanabe era especialista em ne-waza (luta de chão), e utilizou esta estratégia para vencer
os melhores alunos da Kodokan. A cada derrota, os atletas da Kodokan recorriam ao
estudo das técnicas do Kito-Ryu, mas a principal escola que dêu suporte para melhorar
o ne-waza da Kodokan veio do estilo Takenouchi-ryu. Depois de muito perder, Hajime
Isogai, um dos melhores lutadores da Kodokan, conseguiu dominar Tanabe em uma luta
que foi declarada empate.

Mataemon Tanabe demonstrando o ne-waza

Jigoro Kano, ao perceber o poder do estilo Fusen-Ryu, convenceu Tanabe a melhorar e


aprimorar o Kano Jujusto.

Foram vários os desafios que a Kodokan realizou, sendo alguns bem sucedidos, outros
não. Mas a derrota era para Jigoro Kano apenas uma motivação para aprimorar sua luta,
para convidar novos mestres para fazer parte da Kodokan, e para cada vez mais atingir o
resultado que tanto desejava.

O Kano Jujutso, que posteriormente ficou conhecido no mundo todo como Judô, foi a
arte marcial compilada principalmente por Jigoro Kano a partir de diversas escolas
antigas (koryu) de jujutso e a partir de inúmeros desafios realizados. Graças a Jigoro
Kano, a Kodokan pode enviar para diversas partes do mundo seus mestres nesta luta,
dando origem à lutas modernas diversas, como o Brazilian Jiu-Jituso e o Sambo Russo.
O Brazilian Jiu-Jitsu surgiu graças a um mestre de Judô e aluno da Kodokan chamado
Mitsuyo Maeda, o Conde Coma, que em sua viagem pelo mundo acabou parando no
Brasil e tendo como os Gracies como seus alunos atualmente famosos. Veremos esta
história na próxima postagem desta série.

Mitsuyo Maeda, o Conde Koma – A


história do Jiu-Jitsu – Parte 3
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Mitsuyo Maeda (Conde Koma)

Mitsuyo Maeda nasceu em 1878 em Aomori, Japão. Foi para Tóquio em 1894, com
dezessete anos de idade, sendo que foi neste período que ele iniciou seus treinos nas
artes marciais japonesas, mais precisamente no Kodokan. Antes de ter se matriculado no
Kodokan, Maeda não havia nunca treinado nenhuma outra arte marcial japonesa, de
modo que o Judô sempre foi a sua única bandeira. Teve no Kodokan como professor
Tsunejiro Tomita, 4° dan de Judô e um dos quatro cavaleiros celestiais do Kodokan
Judo.

Na primeira parte desta série de artigos, foi explicado o que significa o ju-jutsu e porque
é importante entender o significado e as diferentes terminologias, como jiu-jitsu e judô.
Na segunda parte, foi visto que as escolas antigas de ju-jutso (jujutso koryu) estavam em
decadência, e foi Jigoro Kano quem unificou o ju-jutsu e criou o Kodokan, o principal
centro de estudos do que passou a se chamar Kano Ju-jutsu, e posteriormente, Judô.
Nesta terceira parte da série veremos como um grande guerreiro do Judô trouxe ao
brasil esta arte e como ela chegou aos Gracies, permitindo a criação do que hoje se
chama Brazilian Jiu-Jitsu, ou Gracie Jiu-Jitsu.
Mitsuyo Maeda - O Conde Koma

Durante seus treinos no Kodokan, Maeda treinou com os melhores, numa época em que
o Kodokan realizava diversos desafios para comprovar a eficiência do Judô tanto como
arte marcial, assim como esporte e sistema educacional. Em 1901, recebeu o terceiro
dan e começou a ensinar nas universidades japonesas. Em 1904, o Sensei Jigoro Kano
sugeriu que Maeda viajasse para os Estados Unidos, para divulgar o Judô, sendo que
antes de partir, recebeu do Sensei Kano o quarto dan.

Esta etapa da vida de Maeda é muito importante. Foi nesse período de viagens que
Maeda participou de diversos confrontos contra lutadores de outras artes marciais como
o boxe ou a luta-livre. Quando esteve nos Eua, Maeda conseguiu derrotar oponentes
muito mais altos do que ele, que tinha em torno de um metro e sessenta e seis, e também
mais fortes. Viajou também para o Reino Unido, México, Cuba e França, realizando no
total, segundo relatos, mais de 500 lutas oficiais contra os mais diversos oponentes e
dentro de diversas regras, inclusive regras de vale-tudo. Devido a seu feito, em 1912 o
Kodokan promoveu Maeda a 5° dan de Judô.

O apelido Conde Koma foi criado por ele quando esteve na espanha, para desafiar outro
lutador japonês, sem ser reconhecido. Koma é uma abreviação de komaru, que significa
“estar em situação delicada”. Ele retirou a última sílaba da palavra e adicionou o termo
Conde, aceitando a sugestão de um amigo. Segundo alguns relatos, o estilo de luta de
Maeda se resumia a iniciar o combate com chutes baixos e cotoveladas, para depois
levar o oponente ao chão e finalizar, estilo este parecido com o de alguns atletas do
Kodokan do início do século XX, desenvolvido por causa dos constantes desafios.
Kano Ju-Jutsu - Treino sem kimonos

É importante notar que por causa das diversas viagens, Maeda pôde entrar em contato
com outros japoneses que ensinavam Judô pelo mundo, além de entrar em contato com
professores e mestres de outras lutas, assim como pôde desafiar campeões de boxe e
luta-livre. Por conta disso, seu campo de conhecimento do judô não era apenas um
conhecimento teórico típico de um mestre 5° dan, mas extremamente prático e amplo.

Maeda chegou ao Brasil em torno do ano de 1914, percorrendo diversas cidades


brasileiras realizando demonstrações e lutas, como Porto Alegre, Rio de Janeiro, São
Paulo, Salvador, Recife, Belém, São Luiz e Manaus.
Neste momento, é importante ter em mente a confusão terminológica que passa a
ocorrer. Neste período, inclusive no Japão, o termo “ju-jutso” ou “kano ju-jutsu” era
utilizado quando alguém estava se referindo à parte técnica, sendo que o termo judô só
era utilizado para se referir à parte filosófica. Foi somente em 1925 que o governo
japonês oficializou o nome Judô como o nome oficial da luta que era ensinada nas
escolas públicas do país. Na época que chegou ao Brasil, o nome Judô não estava
oficializado, e portanto, era comum e esperado que os japoneses chamassem aquela luta
de ju-jutsu, ou kano ju-jutsu. Por conta disso, era possível ver manchetes nos jornais
brasileiros como a manchetes a seguir, do jornal “O Tempo” (1915):

Chega hoje, a bordo do paquete “Pará”, a toupe de lutadores japoneses de “jiu-jitsu”,


que vem fazer as delícias dos freqüentadores dos popularíssimos do Theatro
Politheama.
Essa troupe que é chefiada pelo Conde Koma, campeão mundial de “Jiu-jitsu”,
desembarcará em trajes orientais, percorrendo as ruas em automóveis.
Os espetáculos a serem realizados pela troupe são em números pequenos, porquanto
tem ela de, em breve, realizar outros contatos.

A terminologia “jiu-jitsu” era a terminologia utilizada pelos brasileiros para referir-se à


luta japonesa Kano Ju-Jutsu, que seria posteriormente rebatizada oficialmente como
Judô. E foi por este nome que ficou conhecida a luta que Maeda ensinou, ao se
estabelecer no Brasil.

Foi em Belém do Pará que Maeda fixou residência e abriu sua academia. Lá, conheceu
Gastão Gracie, que ficou muito amigo de Maeda. Gastão levou seus filhos para treinar
com Maeda e aprender aquele estilo de luta que o tornava campeão de quase todos os
desafios. É neste momento que começa a história do período em que o Kano Ju-jutsu se
especializa em uma arte única e poderosa que hoje conhecemos como Brazilian Jiu-
Jitsu. Mas isso é assunto para o próximo artigo da série.

Kansetsu - Waza (manipulação e torções das articulações)

Atemi – Waza (Técincas de Pancadas)

Nage – Waza (técnicas de Projeção)

Ne – waza (Técnicas de chão)

Shime-Waza = técnica de estrangulamento

Osaekomi-Waza = técnica de imobilização / arte de imobilizações

fundamentos e técnicas básicas de Aikido previstas no kihon waza, incluindo Ukemis


(quedas), e técnicas de Nage Waza (projeções), de Kansetsu Waza (torções) e de Tai Sabaki
(esquivas).

Mestre Ueshiba desenvolveu, como base do Aikido, o princípio da rotação esférica, como um
desafio moderno às artes marciais tradicionais. O Fundador se aperfeiçoou em diversas
formas de Jujutsu, como as escolas Kito e Daito, e treinou a espada tradicional da escola
Shinkage

No Jujutsu antigo se ensinava: “quando empurrado, puxe para trás; quando puxado,
empurre para frente”. Nos movimentos esféricos do Aikido, isto fica assim: “quando
empurrado, gire e contorne; quando puxado, entre e circule”. Isto quer dizer que devemos
nos locomover em movimentos circulares em resposta ao oponente

O JuJutsu é também a base para muitas das artes mais modernas, incluindo o Judo (1º Nage
– Waza e 2º Ne – waza) , Jiu Jitsu moderno (1º Ne – waza e 2º Nage – Waza ), o Karate (Atemi
– Waza) e o Aikido (Nage – Waza e Kansetsu - Waza) .

Um praticante da arte do JuJutsu estudou as técnicas que dão origem ás combinações do judo
(projeções e força de alavanca), Aikido (os nervos e momento binario do atacante), karaté (que
golpeia e recua), e outras artes martiais.
" ... Jigoro Kano, depois de estudar outras escolas de ju-jutsu, cria o judô com uma maior
vertente esportiva, procurando evitar na prática o uso de técnicas perigosas ou que
causavam mais lesões, para permitir melhorar a personalidade pelo trabalho regular e
constante mais que com o sentido do risco do que não carece nos seus altos graus ou na alta
competição.

Atualmente se conservam no Japão múltiplas escolas de ju- jutsu, que conservam as suas
peculiaridades e a sua pura arte de defesa pessoal com uma visão de tipo prático e espiritual
ao mesmo tempo formativo.

"...Mestre Kano
"Máxima eficácia, mínimo esforço"

Nasceu a 28 de Outubro de 1860 na Prefeitura de Hyogo, Japão Jigoro Kano.

Aos 13 anos, o seu Pai matriculou-o numa escola particular onde as aulas eram dadas por
professores europeus, e o estudo de línguas estrangeiras era obrigatório. Sendo reconhecido
rapidamente como um excelente aluno, Jigoro transitou no ano seguinte para uma outra
escola (mais tarde baptizada como Universidade Imperial de Tóquio), esta considerada a
escola reservada à elite japonesa. Para sua infelicidade, em ambas as escolas era comum os
alunos mais novos serem alvos de praxes, e Kano de constituição débil torno-se um alvo
favorito dos mais antigos. Cansado de ser vítima, procura informar-se e descobre que o ju-
jutso é uma excelente forma de defesa, Jigoro Kano procura uma escola que o aceite e
mais uma vez revela-se um aluno empenhado e com grande capacidade de assimilação das
técnicas aprendidas.

Em 1879, pela mão do seu Mestre Fukuda, executa uma demonstração frente ao então
Presidente dos Estados Unidos, O General Ulysses Grant, que fica de tal forma impressionado
que diz publicamente que o ju-jutso deveria ser conhecido por toda a gente do Mundo.

Após a morte de Hachinosuke Fukuda, e a pedido dos seus descendentes, Jigoro Kano
assume a direcção do Dojo, tinha então 20 anos. Nesta nova posição, depressa se apercebe
que o ju-jutso não tem um ensinamento idêntico em todos os Dojos, e que a grande
rivalidade existente entre os praticante das diversas escolas é causadora de graves (por
vezes mortais) lesões nas competições. Determinado a modificar isto, Kano dedica-se a
observar e estudar uma nova filosofia para o ju-jutso, e em 1882 funda o Kodokan, onde se
pode aprender uma nova forma de ju-jutso, onde as técnicas mortais são abolidas,
e o melhor das técnicas de ju-jutso de todos os Dojos são aplicadas. Passados dois
anos Jigoro Kano vê os estatutos aprovados e dá a conhecer a sua obra: Judo Kodokan, uma
arte marcial que treina a mente, cultiva o corpo e privilegia a competição. O Judo provoca
uma onda de contestação entre os mais fieis praticantes de ju-jutsu, e Jigoro é
frequentemente desafiado para combates mortais. Esta onda de contestação termina quando
numa competição oficial entre 15 escolas, o Judo Kodokan conquista 12 vitórias, sendo os
outros 3 resultados um empate e duas derrotas.

O Judo torna-se então uma arte marcial procurada por muitos, e Jigoro Kano, o Pai do Judo
um homem realizado..."

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