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JIU JITSU
APOSTILA TÉCNICA
HISTÓRICO
Histórico
Há, frequentemente, uma confusão sobre o estilo de Jiu Jitsu praticado
atualmente bem como sua criação e origem. Esta apostila visa, inicialmente,
sanar esta confusão aos professores, instrutores e praticantes da Equipe Império
da Luta.
É importante saber que o “Jiu Jitsu Tradicional” é uma arte milenar de
origem possivelmente na Índia, porém criou fortes raízes no Japão e era,
inicialmente, chamada de Jujutsu, Jujitsu e por fim Jiu Jitsu. Antigamente
havia vários estilos de jiu-jitsu, e cada clã tinha seu estilo próprio. Por isso o jiu-
jitsu era conhecido por vários nomes, tais como: kumiuchi, aiki-ju-jitsu, koppo,
gusoku, oshi-no-mawari, yawara, hade, jutai-jutsu, shubaku e outros. Então o
Jiu Jitsu é um sistema de luta, porém com diferentes estilos. No fim da era
Tokugawa, existiam cerca de 700 estilos de jiu-jitsu, cada qual com
características próprias. Alguns davam mais ênfase às projeções ao solo, torções
e estrangulamentos, ao passo que outros enfatizavam golpes traumáticos como
socos e chutes. A partir de então, cada estilo deu origem ao desenvolvimento de
artes marciais conhecidas atualmente de acordo com suas características de
luta, entre elas o judô e o aikidô.
O Professor e fundador do judô e do Kodokan, Jigoro Kano nasceu em
28/10/1860 em Mikage. Com 17 anos iniciou o treinamento de jiu-jitsu
tradicional no estilo Ten-Shin-Shinyo, onde prevaleciam pancadas e golpes com
as mãos e com os pés, pancadas e torções. Em 1882 fundou o próprio dojô no
templo Eisho-Ji o ano de 1884 viu nascer o Judô, resultante da conjunção de
vários sistemas de jiu-jitsu e da introdução de seu fundamento filosófico.
Aproximadamente no ano de 1914, veio do Japão o mestre do Kodokan Mitsuo
Maeda, conhecido como Conde Koma, que viajou o mundo todo dando
demonstrações aos ocidentais e acabou ensinando a familía Gracie. Os irmãos
Gracie privilegiaram a luta no solo ensinada por Mitsuyo Maeda, e utilizaram
golpes considerados extintos e desconhecidos dos praticantes de Judô moderno,
que foram resgatados. Com isso, eles conseguiram dar grande impulso no
aperfeiçoamento e desenvolvimento da luta no chão, que acabou sendo por eles
denominada de Gracie Jiu Jitsu.
Para o ensino e a prática, eles adotaram um método alternativo e
fragmentado do Jiu Jitsu tradicional, criando-se regras e pontuações que dão
ênfase a uma das partes do Jiu Jitsu Tradicioal - a “Luta no Solo”. Desta forma,
o chamado Gracie Jiu Jitsu nasceu de uma das partes da luta no solo do antigo
Jiu Jitsu e da luta no solo do Judô.
Ju-jutsu ( Jiu Jitsu Tradicional)
Nage waza,
Ne waza,
Torite waza
Jiu-jítsu, jujitsu ou jujutsu (em japonês: 柔術, transl. jū, "suavidade", "brandura",
e jutsu, "arte", "técnica"), é uma arte marcial japonesa (Budô) que utiliza como principais
técnicas golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar um
oponente. Sua origem, como sucede com quase todas as artes marciais vetustas, não
pode ser apontada com total certeza, o que se sabe por certo é que seu principal ambiente
de desenvolvimento e refino foi nas escolas de samurais, a casta guerreira do
Japão. Contudo, outros levantam a hipótese de ter proveniência sínica, posto que sejam
também notadas influências indianas.
A finalidade e o corolário de sua criação residem na constatação de que, no campo
de batalha ou durante qualquer enfrentamento, um samurai poderia acabar sem suas
espadas ou lanças, daí que ele precisava de um método de defesa desarmada. Nesta
cércea, os golpes paulatinamente tenderam para projeções (nage waza) e luxações e
torções (kansetsu waza), haja vista que os golpes traumáticos não se mostravam eficazes,
pois, no ambiente de luta, os samuraisencaminhavam-se às batalhas usando
de armaduras. O guerreiro feudal japonês deveria estudar inúmeras modalidades de
combate, porquanto deveria estar preparado para quaisquer circunstâncias, sendo
obrigado a defender não somente sua vida mas a de seu líder, um daimiô.
O romaji jūjutsu advém dos kanji jū (柔), que quer dizer suave ou macio, e jutsu (術),
arte ou ofício. Isso implica dizer que a tal «arte suave» nasceu como contraponto às artes
rígidas, que eram executadas com a espada, como naginatajutsu e kenjutsu, por exemplo.
E, a despeito de ser reconhecida como utilizadora de técnicas de agarramento, o seu
repertório de golpes de controle (gyaku waza) e submissão (katame waza) incluem
também golpes traumáticos (atemi waza). O que vai dizer quais golpes serão estudados
será a escola, ou linhagem, que se aprende.
É um postulado basilar desta arte marcial o emprego da própria força e, quando
possível, da força do adversário, em alavancas, que possibilita a um lutador, mesmo com
compleição física inferior à do oponente, conseguir vencer. No chão, com as técnicas de
estrangulamento e pressão sobre articulações, é possível submeter o adversário fazendo-
o desistir da luta (competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-
lhe uma articulação.
História
A denominação "jiu jitsu" foi composta para designar, no Japão, aquelas habilidades
de luta que não envolviam a utilização de armas. Nesse contexto, o termo acabou por
reunir grande variedade de estilos de combate, que se tinham desenvolvido até aquele
momento.
Sabe-se dentro de qual cércea o jujitsu foi formado numa arte marcial, por outro lado
não se pode apontar em qual momento histórico esse processo se iniciou nem qual foi a
semente. É aceite, contudo, o fato de que as culturas que entraram em contacto
intercambiavam elementos e dentro desses elementos estavam as disciplinas marciais.
Destarte, posto que não formalmente, existiu esse contubérnio porque havia a migração de
pessoas, comerciantes, pescadores, agentes diplomáticos etc. Ou, ainda, durante os
conflitos e encontros bélicos em que se envolveu o Japão, porque, depois dum embate,
vencedores e vencidos, como consequência lógica, buscavam aprender e apropriar-se
daqueles métodos eficazes no campo de batalha.
Índia, China, Mongólia e demais países da região, vez por outra, entraram em
conflito, pelo que as artes marciais eram um importante aspecto de suas culturas. De
qualquer forma, a despeito de os enfrentamentos darem-se tendo como atores
forças militares, armadas, a luta desarmada formou-se e não somente composta por
golpes traumáticos mas com golpes de arremesso e imobilização, como era
o jiaodixi mongol. Na China, no Templo Shaolin, surgia o chuan fa (em chinês: 拳法), isto
é, o kung fu (denominação mais comum no Ocidente), como arte marcial mas também
esporte e condicionamento físico, que, na verdade, é mais um gênero, pois sob essa
denominação coexiste uma grande miríade de estilos variados, que praticam exercícios
e golpes também muito variados, como maior ou menor ênfase em determinado conjunto
de movimentos ou forma de os aplicar.
Recuando um pouco, há menção de que, entre os séculos III e VIII , uma arte
de combate corpo a corpo sabe-se que era praticada na China e essa arte era impregnada
de técnicas similares às do jujutsu.
Algumas das habilidades treinadas eram, sem dúvida, golpes de luxação, controle e
projeção. Tanto que se desenvolveu uma arte marcial particular, a qinna (ou chin-na), e
nesta podem ser encontradas as raízes do que viriam a ser o Judô e o Aikidô. O conjunto
chamado de qinna era mais propriamente uma das disciplinas marciais que compunham
o Kun fu de Shaolin, ou seja, esse tipo de golpe era praticado como mais uma das
habilidades que os monges deveriam exercitar. Com o tempo, porém, passou a trilhar uma
via mais ou menos particular: dependendo de onde se treinava (um mosteiro, por
exemplo), o instrutor (ou mestre encarregado) dava maior ou menor a certo currículo, em
decorrência de suas experiências pessoais ou dos mestres anteriores.
Certas técnicas e/ou artes marciais parecem ter migrado às terras nipônicas desde
Índia e China, principalmente, já em meados do segundo século AEC, sendo adaptadas ao
feitio local, com o descarte de movimentos plásticos e, eventualmente, desnecessários,
para a compilação de conteúdo mais pragmático e voltado ao resultado eficaz num
ambiente de conflito.
No Japão feudal, que, grosso modo, foi marcado pela predominância de uma classe
guerreira, os samurais, seu modo de vida (Bushido (組討) estabeleceu-se para atribuir a
cada classe social uma função típica e essencial para o funcionamento como um todo do
sistema, mais ou menos enrijecido.
Deste modo, a sociedade foi organizada tendo como o topo a figura do imperador,
que detinha tanto os poderes político e militar quanto a supremacia religiosa, mas,
dependendo da época, esse poder militar e consequentemente o político eram assumidos
pelo Shogun. Em nome desde, e eventualmente do imperador, existiam os Daimiôs, os
senhores feudais propriamente ditos, e estes controlavam um séquito de samurais. Abaixo
destes, quando sem um líder, vinham os Ronin. Sustentando a economia, vinham
os camponeses, a grande maioria, que incluía desde os agricultores e pecuaristas aos
pescadores e demais pessoas sem posses. Depois, vinham os artesãos que, apesar de
fazerem os utensílios e ferramentas usados pelos demais, porque não produziam alimento
eram mal-vistos. Por fim, vinham os mercadores.
A despeito de sua condição privilegiada, pela qual um samurai não deveria ocupar-
se com actividades produtivas, tais como agricultura, mineração ou pastoreio, e seria
sustentado por um senhor, e as classes abaixo de si deviam-lhe respeito e deferência no
cotidiano, durante os momentos em que não eram necessárias suas habilidades de
combate, não lhes era permitido procurar outras atividades que não as próprias de sua
classe/condição.
Os guerreiros japoneses viviam para um único propósito: atuar no campo de batalha.
Bem assim, praticavam diversas disciplinas: kenjutsu (manuseio de espada -
katana), battojutsu (corte com a espada),iaijutsu (saque da espada), kyujutsu (emprego
de arco), bojutsu (emprego de bastões), naginatajutsu (emprego da alabarda —
naginata), sojutsu (emprego da lança - yari) e a luta desarmada. Entrementes, a luta
desarmada não recebia o nome jujutsu ainda, mas se desenvolveu como as demais
disciplinas em escolas ou linhagens particulares, conhecidas por koryu ou kobudo.
Nesse meio tempo, as lutas desarmadas (ou que se tornaria o jujutsu) eram
identificadas por vários nomes, como torite (捕手), kumiuchi (組討), taijutsu (体術
), kogusoku koshinomawari (小具足腰之廻) ou wajutsu (和術).
O combate corpo a corpo desarmado evoluiu, portanto, como consequência natural
de um processo de aperfeiçoamento. Esse movimento repetiu-se em diversas paragens,
no Japão e noutros países, tal como sucedeu em Okinawa, onde era praticada uma arte
marcial muito próxima em características ao jujutsu, o gotende, que era típica da elite do
reino de Ryukyu e conhecida como exclusiva da corte e muitas vezes referida como torite.
O termo jujutsu não foi cunhado senão até o século XVI, quando surgiu
o koryu Takenuchi-ryu, reunindo os golpes aplicados com as mãos desnudas, uma arte
suave, e para diferenciar das disciplinas consideradas rígidas. Ou seja, além das
habilidades com armas, como a katana ou a jitte, que seriam as artes duras ou rígidas,
ou kojutsu (固術?), que visavam provocar uma ferida cortante, contundente, perfurante etc.,
dever-se-ia estudar as lutas sem armas, que seriam por sua vez as artes suaves, ou jiu-
jítsu, que não buscavam exatamente magoar seriamente o adversário mas subjugá-lo com
o menor gasto de energia.
Houve vários fatores que influíram no surgimento da arte. Durante Idade
média, Idade moderna, quando não havia guerras ou querelas nas quais se necessitava
dos préstimos dos samurais, estes eram vistos ou se sabia de seu envolvimento em
confusões e maus hábitos, como a embriaguez. Esse tipo de acontecimento veio tornar-se
mais comum e aparente por ocasião do Xogunato Tokugawa, no século XV, quando, após
o estabelecimento de um governo central forte, houve um longo período sem disputas
maiores. Se os maus comportamentos dos samurais eram tolerados as épocas anteriores,
o mesmo não se deu com a aproximação da Idade contemporânea.
Sucedeu, contudo, que sobreveio a Restauração Meiji, pelo que o
último shogun perdeu prestígio e poder político-militar e com esse advento todo o modo de
vida pretérito, a restarem em posição marginal tudo aquilo que o simbolizava: os samurais
desceram na escala social. Os acontecimentos daquele período foram o último catalisador.
Por fim, durante a transição do século XIX ao XX, um mestre de jiu-jitsu com
reconhecimento veio a modificar a arte marcial, inserindo-lhe e dando maior relevo a
princípios filosóficos e pedagógicos: mestre Jigoro Kano criou o que, por motivos políticos,
ficou conhecido como Judô.
E outro grande mestre, Morihei Ueshiba, reuniu seus conhecimentos de jiu-jítsu,
tendo por espeque o estilo Daito-ryu, e, de modo expletivo, a outras artes marciais e
formou uma nova modalidade, o Aikido, que é uma forma de jujutsu bem mais suave que o
Judo, com ênfase no controle da energia (ki), conceitos sobre a maneira dessa energia
fluir, como dosen e tai sabaki, e projeções focadas mais no próprio adversário.
Além de evoluir na direção de modalidades neófitas, o jiu-jítsu, no começo do século
XX, sofreu grande influência do Karate, pelo que notáveis mestres de jiu-jítsu passaram a
praticar e estudar profundamente a arte "Okinawense", tornando com o tempo grandes
mestres também nas duas vertentes, como foi o caso dos mestres Yasuhiro Konishi e
Hironori Otsuka, que criaram respectivamente dois estilos de Karate, Shindo jinen
ryu e Wado-ryu, que mesclam aspectos de ambas. Não se pode olvidar ainda que o
mestre Gichin Funakoshi, maior divulgador do karate no Japão, ensinou seu estilo no
centro Kodokan e, eventualmente, estudou com Jigoro Kano, e até adoptou algumas
técnicas de nage waza.
Brasil
Com o surgimento do Judô, o mestre Kano buscou promover seu estilo, que no
começo não era reputado como uma arte marcial autônoma. Em 1913, um dos destacados
instrutores do centro Kodokan, Mitsuyo Maeda, também conhecido como “Conde Koma”,
foi enviado ao Brasil em missão diplomática com o objetivo de receber os imigrantes
japoneses e fixá-los no país.
Em Belém, o Conde Koma teve entre seus alunos, Carlos Gracie e Luiz
França. Carlos foi ensinado em virtude da afinidade entre seu pai, Gastão Gracie, e
Maeda. Carlos, por sua vez, ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie.
Maeda ensinou somente o Judô de Jigoro Kano a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que
era o mais franzino dos Gracies, adaptando-o com grande enfoque no ne waza — técnicas
de solo — com o fito de compensar seu biótipo, pelo uso ostensivo do dispositivo de
alavanca, dando-lhe a força extra que ele não dispunha. Numa entrevista, Hélio Gracie
afirma que "Carlos lutava judô", que "Não 'existe' mais Jiu-Jítsu no Japão, e que os
lutadores de Newaza japoneses que praticam MMA hoje em dia são essencialmente
Judocas" e finalmente que "Criou o Jiu-Jítsu existente hoje". É certo que o jiu-jítsu
tradicional muito difere do praticado e criado por Hélio e Carlos no Brasil atualmente.
Luiz França, colega de turma de Carlos na escola de Maeda, foi responsável pelo
nascimento de outro ramo do jiu-jitsu no país. Além de aprender judô/jiu-jitsu com o Conde
Koma, inicialmente treinou com Soishiro Satake em Manaus, concluindo sua formação
com Geo Omori, em São Paulo. França fixou-se no Rio de Janeiro, onde ensinou a arte
para militares e moradores carentes do subúrbio carioca. Seu mais importante aluno
foi Oswaldo Fadda, que posteriormente tornou-se mestre. Na zona Norte da cidade, Fadda
desenvolveu uma escola de jiu-jitsu independente da família Gracie.
Japão
Atualmente, ainda se pratica o jujutsu' associado aos samurais do antigo Japão.
Note-se que, no caso dessa arte tradicional, as palavras ju (flexibilidade, gentil, suave)
e jutsu (arte, técnica) são as mesmas do jiu-jítsu mais utilizado para classificar o
chamado Jiu-jitsu Brasileiro, criado pelos irmãos Gracie. Crê-se que essa vertente tenha
sido propagada na Europa por Minoru Mochizuki.
No caso da prática do jujutsu tradicional, a essa são associados disciplinas que
usam de armas, como o tanto (faca), tambo (bastão), kubotan ou kashinobo (semelhante
a uma caneta), a tonfa (utilizada pelas forças policiais), o bo (bastão comprido) e a katana,
entre outros (ver: lista de armas de artes marciais).
Características
Técnicas
A arte marcial usa de todo o corpo como instrumento de combate e pretende ainda
beneficiar-se do oponente também, utilizando sua energia e seu próprio corpo, por
intermédio de projeções, imobilização, contusões etc. Daí que, a depender de qual
tradição (estilo) seja praticada, haverá maior ênfase em determinado gênero de golpes.
Uma característica fundamental é a necessidade de domínio e equilíbrio do corpo.
Acredita-se, segundo reza a lenda, que essa concepção surgiu a partir da observação de
um médico japonês, Shirobei Akiyama, que percebeu que os galhos mais fortes de uma
árvore não suportam o peso da neve por muito tempo, ao contrário dos galhos mais fracos
e finos, que por serem flexíveis fazem com que a neve escorra, a partir dessa análise o
medico formulou mais de trezentos golpes.
Graduação
Os estilos tradicionais (melhor dizendo, kobudo) adoptam o sistema menkyo e as
escolas modernas, o sistema Kyu Dan criado pelo mestre Jigoro Kano, composto de faixas
coloridas (Obi), que segue basicamente a seguinte ordem:
Notas
Grafia: também são aceitas as grafias jujutsu ou ju-jitsu, para designar o
nome da arte marcial. Este fato advém do problema de se transliterar os sons
originais da língua japonesa.
O karatê de OKinawa, segundo a mentalidade do fim do século XIX e
começo do século XX, tratava-se de mais um estilo de jujutsu, chamado por alguns
de tejutsu, haja vista que suas técnicas são exatamente as mesmas desenvolvidas
no Japão em luta desarmada, diferenciando-se apenas no foco. Ao tempo da
introdução do karate no Japão, muitas escolas de jujutsu treinavam com maior foco
em pancadas do que em arremessos e imobilizações.
Jigoro Kano
嘉納治五郎
Nacionalidade Japão
Residência Tóquio
Altura 1,50 m
Peso volta de 45 a 50 kg
Ocupação Professor
Adolescência
Kodokan
Técnicas
Jigoro Kano desenvolveu as técnicas de amortecimento de quedas (ukemis),
bem como criou uma vestimenta especial para o treino do judô (o judogui), pois o
uniforme utilizado pelos cultores de jujutsu, denominado hakamá provocava
freqüentemente ferimentos. A nova arte do mestre tinha duas formas distintas, uma
abrangia as técnicas de queda, imobilizações, chaves e estrangulamentos.
Essa forma evoluiu para o esporte de combate e a outra parte consistia nas
técnicas de golpear com as mãos e os pés, em combinações com agarramentos e
chaves para imobilização, inclusive ataques em pontos vitais, atemi waza. Essa forma
evoluiu para a defesa pessoal, goshin-jutsu.
Foto histórica onde vários mestres de diversos estilos de Jujitsu se unem á Kodokan de Jigoro Kano
(sentado ao centro da foto).
Mitsuyo Maeda
前田光世
Nacionalidade: Japão
Cidadania: Brasil
Biografia
Maeda nasceu no povoado de Funazawa, cidade de Hirosaki, Aomori, em 18 de
novembro de 1878. Frequentou a escola Kenritsu Itiu (atualmente Hirokou —uma escola
de Hirosaki). Quando criança, era conhecido como Hideyo. Quando adolescente,
praticou sumô, mas sentia que faltava o ideal para prosseguir nesse esporte. Por este
motivo e devido ao interesse gerado pelas notícias sobre o sucesso do judô,
principalmente em competições entre Judô e ju-jitsu no qual na maioria das vezes o judô
ganhava, que estavam ocorrendo naquela época, ele então mudou para esse esporte. Em
1894, aos dezessete anos de idade, seus pais lhe enviaram a Tóquio para se matricular
na Universidade de Waseda, onde começou a praticar o judô da Kodokan no ano seguinte.
Kodokan
"Entre os quatro Kodokan, foi Tomita que recebeu a maior quantidade dos
ensinamentos do sensei Jigoro Kano ... isso por que Tomita não foi um tão bem
sucedido lutador como Saigo, Yamashita e Yokoyama, mas, foi excepcionalmente
aplicado nos estudos, e foi também fluente em língua inglesa ... —
Embora um dos mais fracos da Kodokan, Tomita era capaz de derrotar o grande
campeão de ju-jitsu desse tempo, Hansuke Nakamura, do estilo tenjin shinyō-ryū.
Juntamente com Soishiro Satake, Maeda foi um dos que encabeçaram a segunda
geração da Kodokan, que substituiu a primeira até o início do século XX. Satake, com
175 cm e 80 kg, era inigualável no sumô amador, mas admitiu que ele próprio não foi
capaz de igualar a Maeda no judô. Satake, mais tarde, viajou a América do Sul com
Maeda e se estabeleceram em Manaus, Amazonas, enquanto Maeda continuou viajando.
Satake se tornaria o fundador, em 1914, da primeira academia historicamente registrada
no Brasil. Ele e Maeda são considerados os pioneiros do judô no Brasil.
Naquela época, havia poucos graduados na Kodokan. Maeda e Satake foram os
primeiros professores graduados na Universidade de Waseda, ambos sandan (3º dan),
juntamente com Matsuhiro Ritaro (nidan ou 2º dan) e seis outros shodans.(1º dan). Kyuzo
Mifune, matriculado no Kodokan em 1903, atraiu a atenção de Maeda, que comentou:
"Você é forte e competente, portanto, certamente vai deixar a sua marca no Kodokan..."
No entanto, Mifune teve aulas com Sakujiro Yokoyama. Mais tarde, Mifune disse a Maeda
que suas palavras foram fundamentais e de um grande incentivo para ele, e que ele tinha
Maeda como a maior admiração, embora Yokoyama fosse seu sensei (instrutor).
De acordo com Mifune, em 1904, Maeda perdeu para Yoshitake Yoshio, depois de
derrotar três adversários em sucessão, mas em uma sequência tsukinami shiai derrotou
oito adversários em seguida e recebeu a categoria de 4º dan (yondan). Mifune, afirmou
que Maeda foi um dos maiores promotores do judô, não através de ensinamentos, mas
através de seus combates, muitos destes, com competidores de outras disciplinas. Maeda
tratava alunos experientes e inexperientes, da mesma forma, tratando-os como se fosse
um combate real. Ele argumentou que esse comportamento era uma medida de respeito
para com seus alunos, mas foi muitas vezes incompreendido e assustou muitos jovens,
que o abandonavam em favor de outros professores.
Carreira
Estados Unidos
Em novembro de 1908, Maeda foi para Paris, França, aparentemente para ver o seu
amigo Akitaro Ono. De Paris, ele foi para Havana, Cuba, chegando lá em 14 de
dezembro de 1908, e seu ato de lutar duas vezes por dia, rapidamente provou ser muito
popular. Em 23 de junho de 1909, Maeda deixou Havana indo para Cidade do México. Sua
estréia na Cidade do México teve lugar no Teatro Virgínia Fabregas, em 14 de julho de
1909. Esse show foi uma demonstração privada para alguns cadetes militares. Pouco
tempo depois, Maeda começou a comparecer no Teatro Principal do México. Sua oferta
permanente foi de 100 pesos (US $50) a quem ele jogasse, e 500 pesos (US $250) para
quem o conseguisse vencer. O jornal mexicano Mexican Herald, não registrou ninguém
que conseguir levar o seu dinheiro.
Durante o mês de setembro de 1909, um japonês chamado Nobu Taka, chegou na
Cidade do México com o objetivo de impugnar Maeda. Para o Mexican Herald, Taka disse
que aquela luta seria o "campeonato mundial de jiu-jitsu". Depois de vários meses de
provocações públicas, Taka e Maeda reuniram-se no Teatro Colón, onde aconteceria o
duelo, em 16 de novembro de 1909, terminou com a vitória de Taka. Mas, houve uma
revanche imediata, e quatro dias mais tarde, Maeda foi pronunciado o campeão.
Em janeiro de 1910, Maeda participou de um torneio na Cidade do México. Durante
as semifinais, Maeda empatou com Hjalmar Lundin. Este é um resultado diferente daquele
que Lundin lembrou em suas memórias de 1937. Em julho de 1910, Maeda retornou a
Cuba, onde ele tentou organizar lutas contra Frank Gotch e Jack Johnson. Os americanos
o ignoraram, já que Maeda não tinha dinheiro suficiente para desafiá-los e eles perderiam
muito dinheiro se fossem derrotados por ele. Em 23 de agosto de 1910, Maeda lutou
contra Jack Connell em Havana. O resultado foi um empate. Durante 1911, Maeda e
Satake, em Cuba, foram, acompanhados por Akitaro Ono e Ito Tokugoro, tidos como "Os
Quatro Reis de Cuba". Orgulhosos com a reputação que estavam trazendo para o judô e o
Japão, seus feitos foram reconhecidos, e em 8 de janeiro de 1912, a Kodokan promoveu
Maeda ao quinto dan de faixa preta. Houve alguma resistência a esta decisão porque
havia no Japão aqueles, que não aprovavam seu envolvimento no wrestling profissional.
Em 1913, Ito Tokugoro permaneceu em Cuba, enquanto Maeda e Satake foram
para El Salvador, Costa Rica, Honduras, Panamá, Colômbia, Equador e Peru. Em El
Salvador, o presidente foi assassinado enquanto Maeda estava lá, e no Panamá, os
americanos tentaram pagar-lhe para perder, em resposta, eles se deslocaram para o Sul.
No Peru se reuniram a Laku, um japonês que ensinava jiu-jitsu aos militares. Laku os
convidou a participar das aulas. Eles foram, então, ao Chile conhecer o sensei Okura, e
posteriormente a Argentina, onde encontraram Shimitsu. O grupo partiu da Argentina para
o Brasil, onde chegariam em 14 de novembro de 1914.
Brasil
De acordo com uma cópia do passaporte de Maeda fornecido por Gotta Tsutsumi,
presidente da Associação Paramazônica Nipako de Belém, Maeda chegou ao Brasil pela
cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, em 14 de novembro de 1914, porém
a história contada no sitio da CBJJ que foi na cidade de Santos São Paulo onde ele
desembarcou primeiro ao chegar no Brasil. Foi na própria Porto Alegre que fizeram, então,
sua primeira demonstração de judô. Depois disso, Maeda e seus companheiros se
apresentaram ao longo do país: passando por Rio de Janeiro, São
Paulo, Salvador, Recife, São Luiz, Belém. Em18 de dezembro de 1915 em Manaus.
Em 20 de dezembro de 1915, chegaram a Belém, onde se apresentaram no Theatro
Politheama. Na ocasião da primeira apresentação em Belém, o jornal da cidade "O
Tempo", anunciou o evento, afirmando que "Conde Koma" iria mostrar as principais
técnicas do "jiu-jitsu" exceto aqueles proibidos. Maeda também demonstrou técnicas de
auto-defesa. Depois disso, o grupo começou a aceitar desafios da multidão, e a pedido de
todos, houve uma luta "sensacional" de "jiu-jitsu" entre Shimitsu, campeão da Argentina, e
Laku, militar peruano e professor.
Em 22 de dezembro de 1915, de acordo com o jornal "O Tempo", Maeda enfrentou
Satake, numa "sensacional luta". No mesmo dia, Nagib Assef, um campeão australiano de
origem turca de luta greco-romana, desafiou Maeda, que não quis lutar na ocasião. Em 24
de dezembro de 1915, Maeda derrotou em segundos o pugilista Barbadiano Adolpho
Corbiniano, que se tornou um dos seus discípulos. Em 3 de janeiro de 1916, no Theatro
Politheama, Maeda finalmente lutou contra Nagib Assef, que foi jogado por Conde Koma,
para fora do palco. Em 8 de janeiro de 1916, Maeda, Okura e Shimitsu embarcaram no SS
Antony, que partiu para Liverpool. Ito Tokugoro foi para Los Angeles. Satake e Laku foram
para Manaus, onde ensinariam jiu-jitsu. Após 15 anos juntos, Maeda e Satake haviam
finalmente se separado. Desta última viagem, pouco se sabe. Maeda viajou
da Inglaterra para Portugal, depois foi para Espanha e, em seguida, para França, voltando
para o Brasil em 1917 sozinho. De volta ao Brasil, Maeda fixou-se em Belém do Pará,
onde casou-se com May Iris. Depois adotou Celeste e Clívia, suas únicas filhas.
Maeda era popular no Brasil, e reconhecido como um grande lutador, mas ele lutou
apenas esporadicamente após o seu retorno. Entre os ano de 1918-1919, Maeda aceitou
um desafio do famoso capoeirista brasileiro conhecido como "Pé de Bola". Maeda, permitiu
até que Pé de Bola usasse uma faca na luta. O capoeirista, tinha 190 centímetros de altura
e pesava 100 kg. Mas, mesmo armado, Maeda venceu a luta facilmente usando o
judô. Em 1921, Maeda fundou sua primeira academia judô no Brasil no Clube do Remo,
bairro da cidade velha, e sua construção foi num galpão de 4m x 4m. Mais tarde, a escola
foi transferida para a sede do Corpo de Bombeiros, e depois para a sede da Igreja de
Nossa Senhora de Aparecida. Desde 1991, a Academia situa-se no SESI, a saber, é
dirigida pelo sensei Alfredo Mendes Coimbra, da terceira geração de descendentes do
Conde Koma.
Em 18 de setembro de 1921, Maeda, Satake, e Okura foram brevemente para Nova
York. Eles estavam a bordo do navio a vapor Booth Line SS Polycarp. Todos os três
homens foram listados em suas profissões como professores de "jiujitsu". Depois de deixar
Nova York, os três homens foram para o Caribe, onde permaneceram de setembro a
dezembro de 1921. Em algum ponto nesta viagem, Maeda foi acompanhado por sua
esposa. Em Havana, Satake e Maeda participaram de alguns torneios. Seus adversários
incluíram Paul Alvarez, que lutou como "Español Icognito". Alvarez derrotou Satake e Yako
Okura, antes de ser derrotado por Maeda. Maeda também derrotou um boxeador cubano
chamado Jose Ibarra, e um lutador francês chamado Fournier.
Outros Anos
Carlos Gracie
Nascimento: 14 de setembro de 1902 Belém (PA), Brasil.
Carlos e Hélio
Biografia
Carlos era de estrutura física desvantajosa para combates corporais e encontrou no
Judô Kodokan Kano Jiu-Jitsu um meio de obter auto-estima e realização. Natural de Belém
do Pará, mudou-se para o Rio de Janeiro aos dezenove anos de idade, estabelecendo-se
como professor dessa arte marcial. A partir daí, correu todo o Brasil para ministrar aulas e
principalmente para desafiar lutadores famosos e com isso provar a superioridade do BJJ.
Em 1925, ele retornou triunfante ao Rio de Janeiro e abriu a primeira Academia
Gracie de Jiu-Jitsu. Seus irmãos Oswaldo e Gastão eram seus assistentes e seus irmãos
menores George, com quatorze anos, e Hélio, com doze anos, passaram à sua guarda.
Todos aprendiam o BJJ sob seu comando.
Carlos não desenvolveu apenas sua técnica de treinamento físico e de combate
como também toda uma filosofia e até mesmo uma dieta natural, concebida por ele
mesmo, que veio a se tornar o embrião do que hoje é conhecido como dieta Gracie.
Disposto a consagrar o BJJ em todo o país, Carlos iniciou a tradição dos desafios
Gracie, eventos nos quais ele convidava para combates os mais possantes lutadores da
época, sempre no intuito de atrair a mídia e formar uma tradição familiar de grandes
lutadores.
Carlos 5 fez de quatro a cinco lutas célebres, sendo a última delas contra Rufino,
em 1931, e outra no Rio de Janeiro, contra o capoeirista Samuel.
"Lá pelas tantas o Samuel se viu obrigado a agarrar os testículos dele", rememora
Rilion, um dos vinte e um filhos de Carlos e também faixa-preta.
A mais famosa, no entanto, foi um clássico Gracie x Japão, realizado em São Paulo,
em 1924, contra Geo Omori, que se proclamava representante do Jiu-Jitsu japonês. Esse
foi o combate que mais marcou a carreira de Carlos. Quase ao final dos três rounds de
três minutos, ele encaixou uma chave inapelável no braço do adversário e olhou para o
árbitro, que mandou seguir a luta. Então Carlos quebrou o braço do rival, mas este não se
abalou e ainda causou uma queda em um desconcentrado Gracie, antes do final da luta,
que terminou empatada e com ambos se reverenciando, isso em um tempo em que só
"batendo ou dormindo" alguém saía derrotado.
A cena mais marcante, porém, ficou por conta da torcida paulista, que atirou os
chapéus no ringue tão logo o brasileiro partiu o braço do adversário.
Observador, Hélio passou a acompanhar, dos seus treze aos dezesseis anos,
as aulas ministradas por Carlos. Aprendeu todas as técnicas e ensinamentos de seu
irmão, mas, para compensar seu biotipo, Hélio aprimorou a parte de solo tradicional,
através do uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que não possuía,
criando assim o Jiu-Jitsu Brasileiro (hoje internacionalmente conhecido como Brazilian Jiu-
Jitsu, ou BJJ).
No dia 29 de janeiro de 2009, aos 95 anos, Hélio Gracie faleceu e deixou como
legado as raízes do esporte que ensinou e difundiu por todo o planeta.
Biografia
Primeiras lutas
Hélio começou sua carreira de lutas quando finalizou o lutador de boxe profissional Antonio
Portugal em 30 segundos em 1932. No mesmo ano Gracie lutou contra o estadunidense Fred
Ebert por 14 rounds de 10 minutos cada, até que a luta foi interrompida pela polícia.
Em 1934, Hélio lutou contra Wladak Zbyszko, que era chamado de "campeão do
mundo", por 3 rounds de 10 minutos. Esta luta terminou empatada.
Em 1932 Hélio Gracie lutou contra o judoca Namiki. A luta terminou empatada, mas
segundo a família Gracie o sinal do fim da luta tocou segundos antes que Namiki batesse
o braço. Hélio enfrentou duas vezes o judoca japonês Yasuichi Ono, depois que o japonês
estrangulou o irmão George Gracie em outra luta. Ambas as lutas terminaram empatadas.
Hélio Gracie também lutou contra o judoca japonês Kato duas vezes. A primeira luta,
no estádio do Maracanã terminou empatada. Hélio pediu então uma segunda luta,
realizada no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Hélio ganhou a segunda luta
estrangulando Kato.
Em 1955, Hélio Gracie lutou contra o judoca Masahiko Kimura no Maracanã. Kimura
ganhou usando uma chave de braço chamada ude-garami - que mais tarde seria chamada
de kimura pelos gracies. Em 1994, durante uma entrevista, Hélio Gracie admitiu que ficou
inconsciente ao ser estrangulado por Kimura, mas que reviveu e continuou lutando. A luta
terminou com Kimura aplicando a chave no braço esquerdo de Hélio, que se recusava a
"bater" (desistir da luta).
Seus técnicos então jogaram a toalha, terminando a luta. Outras fontes mencionam
que o braço de Hélio foi quebrado, mas segundo fotos tiradas no vestiário, após a luta, e
por depoimento do próprio, ficou com o braço dolorido, mas não quebrado.
Mensagem do Mestre
“O Jiu-Jitsu que criei foi para dar chance aos mais fracos
enfrentarem os mais pesados e fortes. E fez tanto sucesso, que
resolveram fazer um Jiu-Jitsu de competição. Gostaria de deixar claro
que sou a favor da prática esportiva e da preparação técnica de
qualquer atleta, seja qual for sua especialidade. Além de boa
alimentação, controle sexual e da abstenção de hábitos prejudiciais à
saúde. O problema consiste na criação de um Jiu-Jitsu competitivo com
regras, tempo inadequado e que privilegia os mais treinados, fortes e
pesados. O objetivo do Jiu-Jitsu é, principalmente, beneficiar os mais
fracos, que não tendo dotes físicos são inferiorizados. O meu Jiu-Jitsu é
uma arte de autodefesa que não aceita certos regulamentos e tempo — Hélio
Gracie, em
determinado. Essas são as razões pelas quais não posso, com minha
entrevista
presença, apoiar espetáculos, cujo efeito retrata um anti Jiu-Jitsu.” àFightingnews
Mensagem de Hélio Gracie no DVD Jiu-jitsu Advanced
Hélio Gracie conta que tinha um grande problema para aplicar os golpes do jiu-jitsu
tradicional Japones:
O jiu-jitsu que criei não foi para esporte de competição, eu nunca tive
qualidade físicas, eu não fui um atleta, mas criei a primeira federação de jiu-
jitsu para ter uma projeção oficial do jiu-jitsu, ou seja destacar minha arte
para ser oficial, meu jiu-jitsu é uma arte de defesa pessoal, para proteger o
cidadão o homem de mais idade, a mulher ser atacada, o homem fraco, a
criança, a senhora ou a moça amanhã se dominada e apanharem por
vagabundo qualquer, porque não tem condições atléticas para brigar como eu
nunca tive, o meu jiu-jitsu é um jiu-jitsu pujante de eficiência física para
condições de defesa pessoal haja visto exemplo que nos temos visto, os
melhores lutadores no Brasil e o celeiro de campeões mundiais de jiu-jitsu,
todos melhores lutadores do mundo de jiu-jitsu são do Brasil, independente
dos meus filhos que são melhores que todos os outros, apenas meus filhos
sabem o jiu-jitsu de briga, concilia a técnica esportiva com a de briga, agora
no Brasil só faz jiu-jitsu com regras e tempo, ora como posso lutar com um
homem mais forte com 5 ou 10 minutos de briga se eu sou fraco e ele e forte
eu tenho que esperar que ele canse para ganhar, quem é melhor sou eu ou ele,
ele que ganha durante o tempo ou eu que ganho depois do tempo porque o juiz
disse que eu perdi, nossas lutas são sem tempo, porque eles não tem técnica
vão cansando e nos ganhamos a luta. Eu sempre disse nunca ganhei de
ninguém, eles que perdem.
Eu devo tudo ao jiu-jitsu eu era um garoto fraco, nervoso, complexado,
eu achava ser valente era não ter medo de brigar acontece que depois que
comecei a praticar jiu-jitsu passei a não brigar, passei acreditar em mim,
passei a ser tolerante as coisas, e sou um homem tolerante aparentemente,
pois o controle do jiu-jitsu foi tão grande me fez bom moralmente, todo —
brigador e covarde, todo brigador e inseguro por isso que ele briga, o homem Hélio
seguro e confiante, quando seguro moralmente ele domina a pessoa com a Gracie,
em DVD
moral e não com briga”.
Jiu-jitsu Brasileiro
Informação geral:
História
Começo no Brasil
No século XIX, mestres de artes marciais japonesas migraram do Japão para outros
continentes, vivendo do ensino dessas artes e de lutas que realizavam.
Mitsuyo Maeda, conhecido como "Conde Koma", foi um grande praticante de Judô,
nos primórdios deste. Depois de percorrer vários países com seu grupo, chegou
ao Brasil em 1915 e fixou residência em Belém do Pará, existindo até hoje nessa cidade a
Academia Conde Coma. Um ano depois, conheceu Gastão Gracie. Gastão era pai de oito
filhos, sendo cinco homens, tornou-se entusiasta do Judô e levou seu filho Carlos
Gracie para aprender a luta japonesa.
Maeda ensinou um grupo que incluía Luiz França, futuro professor do
mestre Oswaldo Fadda. Ambos deram início a outro ramo do jiu-jitsu no Brasil.
Pequeno e frágil por natureza, Carlos encontrou no judô (na época, ainda conhecido
como "Kano jiu-jitsu") o meio de realização pessoal que lhe faltava. Com dezenove anos
de idade, transferiu-se para o Rio de Janeiro com a família, sendo professor dessa arte
marcial e lutador. Viajou por outros estados brasileiros, ministrando aulas e vencendo
adversários mais fortes fisicamente.
Em 1925, voltando ao Rio de Janeiro e abrindo a primeira Academia Gracie de jiu-
jítsu, convidou seus irmãos Osvaldo e Gastão para assessorá-lo e assumiu a criação dos
menores George, com quatorze anos, e Hélio Gracie, com doze. A partir daí, Carlos
transmitiu seus conhecimentos aos irmãos, adequando e aperfeiçoando a técnica à
condição física franzina, característica de sua família.
Também transmitiu-lhes sua filosofia de vida e conceitos de alimentação natural,
sendo um pioneiro na criação de uma dieta especial para atletas, a Dieta Gracie,
transformando o jiu-jitsu em sinônimo de saúde.
Detentor de uma eficiente técnica de defesa pessoal, Carlos Gracie vislumbrou no
jiu-jitsu um meio para se tornar um homem mais tolerante, respeitoso e autoconfiante.
Com o objetivo de provar a superioridade do jiu-jitsu e formar uma tradição familiar, Carlos
Gracie desafiou grandes lutadores da época e passou a gerenciar a carreira dos irmãos.
Lutando contra adversários vinte, trinta quilos mais pesados, os Gracie logo
conseguiram fama e notoriedade nacional. Atraídos pelo novo mercado que se abriu em
torno do jiu-jitsu, muitos japoneses vieram para o Rio de Janeiro, porém nenhum deles
formou uma escola tão sólida quanto a da Academia Gracie, pois o jiu-jítsu praticado por
eles privilegiava somente as quedas (já vinham com a formação da Kodokan do
mestre Jigoro Kano), já o dos Gracie enfatizava a especialização: após a queda, levava-se
a luta ao chão e se usavam os golpes finalizadores, o que resultou numa espécie de luta
livre de quimono.
Ao modificar as regras internacionais do judô e jiu-jítsu japonês nas lutas que ele e
os irmãos realizavam, Carlos Gracie iniciou o primeiro caso de mudança de nacionalidade
de uma luta, ou esporte, na história esportiva mundial.
Anos depois, a arte marcial passou a ser denominada de gracie jiu-jitsu ou brazilian
jiu-jitsu, sendo exportada para o mundo todo, até mesmo para o Japão.
Hélio Gracie passa a ser o grande nome e difusor do jiu-jítsu, formando inúmeros
discípulos, dentre eles Flavio Behring. George Gracie foi um desbravador, viajou por todo
o Brasil, no entanto estimulou o jiu-jitsu principalmente em São Paulo, tendo como alunos
nomes como Nahum Rabay, Candoca, Osvaldo Carnivalle, Romeu Bertho, Otávio de
Almeida, dentre outros.
Royce Gracie e Rickson Gracie, filhos de Hélio Gracie, merecem um capítulo à parte
pelo valor com que se impuseram como gladiadores e difusores da técnica e eficiência do
jiu-jitsu nas arenas dos Estados Unidos e do Japão.
Paralelamente, Luiz França também fixou-se no Rio de Janeiro onde ensinava a
"arte suave" na zona norte da cidade. Em 1937, começou a ensinar a arte para Oswaldo
Fadda, que conquistou a faixa (obi) de cor preta cinco anos depois. Fadda abriu sua
academia em Bento Ribeiro em 1950. Em 1954 desfiou os Gracie e foram organizadas
lutas entre os alunos das duas escolas. Os alunos de Oswaldo Fadda venceram a maioria
destas lutas.
Deste ramo do jiu-jitsu brasileiro iniciado por França e Fadda vem, dentre outros, os
mestres Wilson Mattos (da "Equipe Mestre Wilson"), Wendell Alexander (co-fundador
da Academia Nova União junto com André Pederneiras) e Júlio Cesar Pereira, um dos
fundadores da GFTeam (Grappling Fight Team). Em suas academias/equipes, hoje
presentes em vários países, estes mestres formam atletas de destaque tanto no BJJ
quanto no MMA (tais como: José Aldo, Leonardo Santos,BJ Penn, Ronaldo Souza, Renan
Barão entre outros).
O jiu-jítsu, hoje, é o esporte individual que mais cresce no país: possui cerca de 350
mil praticantes, com 1 500 estabelecimentos de ensino somente nas grandes capitais. Na
parte de educação, o ensino do jiu-jítsu ganhou cadeira como matéria universitária
(Universidade Gama Filho).
Com a criação da Federação de Jiu-Jítsu Brasileiro, as regras e o sistema de
graduação foram sistematizados, dando início a era dos campeonatos esportivos. Hoje
mais organizado, o Jiu-Jítsu Brasileiro já conta com uma Confederação e uma Federação
Internacional, fundadas por Carlos Gracie Jr. como presidente (das duas entidades) e José
Henrique Leão Teixeira Filho como vice-presidente da CBJJ, os dois partiram para uma
organização nunca vista antes em competições de jiu-jítsu, as competições nacionais e
internacionais que vem sendo realizadas, confirmam a superioridade dos
lutadores brasileiros, considerados os melhores do mundo, e projetaram o jiu-jitsu ou
brazilian jiu-jitsu, como a arte marcial que mais cresce no mundo atualmente.
Desde 1996, o Mundial de jiu-jítsu sempre foi disputado no Rio de Janeiro, exceto
em 2007, quando ocorreu nos Estados Unidos da América.
Na década de 1990, o shihan Ricardo Morganti fundou no Brasil um novo estilo de
jiu-jítsu, denominado Morganti ju-jitsu.
APOSTILA TÉCNICA
EXAMES
Exames de Graduação Império da Luta Jiu Jitsu
1º: Graduação de Branca até branca 2 graus:
CONTEÚDO TEÓRICO
1. Histórico ( Jujutsu, Judô, Jiu jitsu, criadores e acontecimentos);
2. Regras atuais pela CBJJ.
COMO AMARRAR A FAIXA
1. Forma correta de amarrar a Faixa finalizando com a ponta para o lado esquerdo.
AMORTECIMENTOS DE QUEDAS
SAÍDAS DA MONTADA
1. Travando o Braço cruzado, dando upa e rodando;
2. Travando braço na manga e dando upa (2 opções)
2.1 – Trazendo o braço pela frente; travando manga com a outra mão; cinturando e dando
upa;
2.2 – Trazendo o braço pelas costas; travando com as duas mãos e dando upa.
3. Empurrando faixa, dando upa e recuperando a guarda fechada com auxílio de ganchos;
4. Trava calça, fuga de quadril e recupera meia guarda.
SAÍDAS DO JOELHO NA BARRIGA
1. Recuperando para meia guarda; trava lapela e vai para cima (barrigada saindo de baixo);
2. Recuperando meia guarda; travando a lapela e capotando por cima ( quando o adversário
pesa para cima);
2. Travando o braço e capotando para o outro lado.
As técnicas Seoi Nage e Ippon Seoi Nage poderão ser executadas de joelhos.
As técnicas Koshi Guruma, Seoi Nage e Ippon Seoi Nage poderão ser executadas
com a pegada na gola ao invés de manga.
CONTEÚDO TEÓRICO
1. Histórico ( Jujutsu, Judô, Jiu jitsu, criadores e acontecimentos);
2. Regras atuais pela CBJJ.
PASSAGEM DE GUARDA
1. Subindo e toreando;
2. Subindo esgrimando os dois braços por dentro das pernas;
3. Subindo e travando uma perna (troca pegada e passa travando pescoço ).
4.Subindo atravessando o joelho (travando perna por dentro);
RASPAGENS
1. Tesourada;
2. Travando o braço e subindo;
3. Travando braço e calça indo para montada.
IDA PARA AS COSTAS
1. Travando gola por dentro e cotovelo; pesa e puxa;
2. De pé travando faixa e gola; coloca um gancho e roda para o outro lado.
FINALIZAÇÕES DA MONTADA
1. Armlock;
2. Americana;
3. Estrangulamento de gola básico;
4. Ezequiel;
5. Kata Gatame (saindo da montada e com joelho travando quadril).
FINALIZAÇÕES DA GUARDA
1. Armlock;
2.Kimura;
3. Omoplata;
4. Triângulo ;
5. Estrangulamento de gola.
FINALIZAÇÕES DAS COSTAS
1. Mata Leão;
2. Estrangulamento de gola e braço atrás do pescoço;
3. Estrangulamento de Gola travavando perna(Arco e Flecha).
FINALIZAÇÕES DO 100KG 1
1. Americana
2. Estrangulamento 4 dedos por dentro embaixo do braço (trocando a base);
3. Kata Gatame ( com o joelho travando o quadril).
MÃO DE VACA (*Somente para faixa azul)
1. 2 (duas) posições livres.
QUEDAS
1. Harai Goshi ( varrendo perna por fora);
2. Uchi Mata ( varrendo a perna por dentro);
3. Tai Otoshi (travando a passada com a perna);
4. O Soto Gari ( varrida na perna de fora);
5. Ko Ouchi Gari.
CONTEÚDO TEÓRICO
1. Histórico ( Jujutsu, Judô, Jiu jitsu, criadores e acontecimentos);
2. Regras atuais pela CBJJ.
RASPAGENS QUANDO O OPONENTE LEVANTA
1. 3 (três) posições livres.
FINALIZAÇÕES DOS 4 APOIOS
1. Ida para as costas com finalizaçõa gola e calça;
2. Relógio (2 opções)
2.1 – Colocando cotovelo no chão e esparramando;
2.2 – Travando braço e rodando
FINALIZAÇÕES ESPECÍFICAS (erro do oponente)
1. Chave de pé quando oponente cruza os pés na pegada de costas;
2. Triângulo quando oponente abraça perna por dentro no 100kg 1.
PASSAGEM DE MEIA GUARDA
1. Esgrimando lapela e pressionando queixo;
2. Arco e flecha.
QUEDAS
1. Tomoe Nage;
2. Sumi Gaeshi;
3. Kata Guruma( 3 opções).
3.1 Forma Básica de pé;
3.2 Com os 2 joelhos no chão;
3.3 Rodando Lateralmente ( Yoko Kata Otoshi).
CONTEÚDO TEÓRICO
1. Histórico ( Jujutsu, Judô, Jiu jitsu, criadores e acontecimentos);
2. Regras atuais pela CBJJ.
FINALIZAÇÕES ESPECÍFICAS
1. Leg Lock;
2. Chave de Panturrilha;
3. Chave de Bíceps.
QUEDAS
1. Te Guruma;
2. Ude Gaeshi;
3. Tawara Gaeshi.
ATAQUES
MOVIMENTAÇÃO DE PÉ, QUEDAS E CONTROLE NO CHÃO
1. Controle de distância para Clinch( teórico prático/ distância segura vs distância de risco);
2. Movimentação correta (( teórico prático/ não cruzar pernas, não andar na direção do lado
forte do oponente)
3. Clinch (controle de clinch e pegada) com quedas:
Cinturada com quebra de postura;
Cinturada com gancho na perna de fora;
Cinturada com ida para as costas;
Quedas de quadril (O goshi, Harai Goshi, etc)
ANEXOS
ANEXOS:
Te Guruma
Ushiro Goshi
Tani Otoshi
Kata Osae (Na montada)
Curiosidades:
A Origem e a História de algumas técnicas
Certamente grande parte das técnicas hoje conhecidas e utilizadas dentro do Jiu Jitsu Brasileiro
já eram aplicadas há muitos anos atrás, porém alguns praticantes levam consigo o paradigma
de criadores de tais técnicas sendo na verdade apenas atletas que acabaram por difundir as
mesmas. Abaixo iremos ver algumas técnicas e seus possíveis criadores e/ou propagadores:
A História do Triângulo
A criação do triângulo é concedida a Tsunetane Oda, um famoso Mestre de Judô, aluno direto
de Jigoro Kano. Um verdadeiro talento de sua época, a especialidade de Oda se tornou o
Katame Waza (finalizações e imobilizações).
Tsunetane Oda aplicando o Sankaku Jime
Antes de Oda o sistema de judô seguido por Kano seria mais virado para o Nage Waza
(quedas), sendo que muito do desenvolvimento do jogo de finalização no judô é atribuído a
Tsunetane Oda (revolucionou a luta de solo em sua época).
Tsunetane Oda
Muita gente ficou espantada quando viu o Royce Gracie finalizando alguns lutadores nos
primeiros UFCs, mas pouca gente sabe que essa técnica foi introduzida no BJJ pelo lendário
Rolls Gracie.
Rolls aprendeu a técnica em uma antigo livro de Judô através de um amigo. Quando Conde
Koma ensinou Judô a Carlos Gracie, provavelmente ele também não conhecia a técnica,
Tsunetane Oda criou tal técnica por volta de 1915, ou seja, depois da viajem de Maeda para o
ocidente.
Mario Tallarico, segundo faixa preta de Rolls Gracie, falou: “o triângulo era um golpe bem
antigo, tanto no Jiu-Jitsu como no Judô. Como ele não era associado com o arm-lock e a
guarda fechada e usado sem a preocupação de se ter o braço bem preso por dentro, ele ficou
esquecido por muito tempo, porque era fácil defendê-lo. A grande jogada da guarda fechada foi
a associação arm-lock e triângulo”.
Foi o grupo que iniciou a guarda fechada na academia de Osvaldo Alves que associou o
triângulo com a chave de braço, criando uma das combinações mais famosas do Jiu Jitsu. Com
relação ao tema da associação dos ataques ao braço do triângulo, Otávio ‘Peixotinho’ (um dos
membros desse “grupo de guarda fechada”) mencionou que sem dúvida o primeiro ataque da
guarda fechada foi a chave de braço, então que começaram utilizando o triângulo. Todo mundo
começou a ficar muito esperto nessas técnicas, levando a combinação das duas.
O triângulo se tornou uma arma de escolha da guarda fechada, e mais tarde, com o
crescimento de novos ataques de guarda aberta, esta técnica se tornou uma das finalizações
mais populares no Jiu Jitsu e no MMA.
Guarda De La Riva
O GOGOPLATA
O livro " Judô de A a Z” mostra a maioria das técnicas tradicionais do Judô, nele você poderá encontrar
uma variedade dessa técnica tida como "inovação" do lutador brasileiro conhecido como Nino Schembri.
O livro The A-Z of Judo de Syd Hoare, cuja intenção é ser "um manual abrangente das técnicas
tradicionais do judô", demonstra o seguinte estrangulamento, onde "o atacante joga sua perna
esquerda por cima do braço direito do oponente, para colocar seu tornozelo e a parte inferior
da canela abaixo do queixo e prender o braço". Esta técnica é apresentada com o nome kakato
jime ou kagato jime, cuja tradução literal é "estrangulamento de tornozelo". Hoare menciona
que conheceu a técnica através do livro My Method of Judo de Mikonosuke Kawaishi,
publicado em 1955.
O desenho é do livro de Judô "My Method of Judo", de Mikonosuke Kawaishi, publicado em 1955.
O kagato jime também é mencionado no livro Judo On The Ground: The Oda Method de E.J.
Harrison, publicado em 1954 (baseado em uma versão japonesa mais antiga).
Ezequiel
Ezequiel Paraguassú
O nome desse estrangulamento vem do famoso judoca olímpico Ezequiel Paraguassú que em
1988 decidiu afinar seu jogo de chão para as Olimpíadas de Seul na academia de Carlson
Gracie. Ezequiel era mestre nessa técnica e fez com que esse estrangulamento ficasse para
sempre com seu nome.
História do Golpe
É um erro comum achar que foi Ezequiel Paraguassú que criou esse estrangulamento. Na
verdade o Sode Guruma Jime ( estrangular girando a manga) já existia antes de Ezequiel
ensinar para os companheiros de treino na academia Carlson Gracie. Ao procurar diferentes
treinos, Ezequiel foi até a academia de Carlson e lá teve uma recepção com vários faixas pretas
querendo lutar com ele. Ao sentir dificuldade em passar a guarda dos alunos de Carlson,
Ezequiel aplicava a técnica conhecida como Sode Guruma Jime da guarda finalizando diversos
adversários. Assim nascia para o Jiu Jitsu tal técnica que apartir deste fato se tornou popular.
O que fez esse golpe popular são as regras das competições do Jiu Jitsu. Enquanto no Judo há
um limite de tempo para o trabalho de solo, no jiu jitsu não tem essa limitação o que faz com
que houvesse ambiente para que fosse desenvolvido esse golpe.
Outro importante aspecto do sucesso do Ezequiel no setor de competições é que ele era
aplicado de dentro da guarda com um risco mínimo para que o lutador de baixo contra ataque
e finalize, ainda mais levando-se em conta que no início dos anos 1990 a guarda fechada
dominava as competições. Desde seu descobrimento na academia Carlson Gracie muitas
variações já foram criadas, incluindo em lutas sem kimono.
A chave de Braço/ombro conhecida como Kimura (Ude Garami) é uma técnica comum nas lutas
de Judô, Jiu Jitsu e MMA. Essa chave pode ser aplicada sem a necessidade do uso de kimono e
como variação, quando o sentido do golpe é trocado, é conhecida como Americana (Pro-
wrestling americano). Ficou extremamente popular no Jiu Jitsu após a épica luta do Judoca
japonês Masahiko Kimura contra Hélio Gracie na década de 50.
Kimura
MASAHIKO KIMURA (1917-1993)
História do Golpe
O nome dessa chave vem do famoso judoca japonês Masahiko Kimura que em 23 de outubro
de 1951 no estádio do Maracanã no Rio de Janeiro lutou contra Hélio Gracie na presença do
então presidente Getúlio Vargas e outras importantes autoridades. Na ocasião o Japonês, que
era experiente lutador aplicou a chave Ude Garami em Hélio Gracie vencendo assim o desafio.
Em1994, durante uma entrevista, Hélio Gracie admitiu que ficou inconsciente ao ser
estrangulado por Kimura, mas que acordou e continuou lutando. A luta terminou com Kimura
aplicando a chave no braço esquerdo de Hélio, que se recusava a desistir da luta. Seus técnicos
então jogaram a toalha, terminando a luta. Outras fontes mencionam que o braço de Hélio foi
quebrado.
Como um tributo a vitória de Masahiko Kimura, o golpe Ude Garami ( enrolar o Braço) foi
batizado de "chave Kimura", ou simplesmente Kimura no Jiu Jitsu, porém no Judô a técnica
continua sendo chamada pelo nome de origem Ude Garami.
Raspagem quando adversário levanta:
Conhecido no Judô como Kakato-gaeshi, a versão russa de 1910, a outra é nacional, com Hélio
Gracie e o jovem Carlson Gracie...é uma raspagem usada quando o oponente levanta para
passar a guarda.
Nominado de Juji Gatame (quebrar o braço detendo em cruz) e conhecido como Armlock no
Jiu Jitsu, é a chave de braço mais tradicionalmente aplicada. A segunda foto mostra a técnica
de um livro de Jujutsu em Defesa Pessoal de 1900.