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Rio de Janeiro
2013
TESE DPCDI – IPEC L.D.FACCHINETTI 2013
OS EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS
DOMICILIARES EM PACIENTES COM
PARAPARESIA ESPÁSTICA
TROPICAL/MIELOPATIA ASSOCIADA AO HTLV-1
(PET/MAH)
Rio de Janeiro
2013
! ii!
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, por todo o esforço e dedicação que tiveram ao longo de
suas vidas, lutando para que eu e meus irmãos sempre tivéssemos o melhor que
a vida tem a oferecer. Certamente os valores e princípios por eles transmitidos
permitiram que eu conquistasse tudo o que tenho hoje.
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! iii!
AGRADECIMENTOS
Ao meu co-orientador Marco Antonio Lima pela sabedoria, amizade e paciência, qualidades
estas que o tornam um pesquisador admirável.
À Dra. Ana Claudia Leite pelas importantes contribuições durante os Seminários Científicos
do Doutorado e o Exame de Qualificação.
Às alunas de Iniciação Científica Flávia Nogueira dos Santos e Líbia Caetano que
ajudaram na coleta dos dados.
Ao Pedro pelo amor, compreensão e paciência que tornaram os meus dias mais leves e me
ajudaram a seguir em frente e não desistir.
A todas as minhas amigas pelas risadas diárias que certamente alegraram os meus dias.
RESUMO
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ABSTRACT
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 13 - Fluxograma...................................................................................... 39
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! vii!
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AC - Ajuste de Carga
D- Direita
E- Esquerda
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EJ - Extensores de Joelho
EMG - Eletromiografia
FJ - Flexores de Joelho
FQ - Flexores de Quadril
IFN - Interferon
IL - Interleucina
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! xi!
Kg - Quilograma
Kgf - Quilograma-força
nm Nanômetro
RM - Repetição máxima
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SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS............................................................ ix
1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 1
2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................... 4
2.1.1 Definição................................................................................................ 4
2.3 EXERCÍCIOS........................................................................................ 18
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! xiv!
3 OBJETIVOS................................................................................... 27
4 METODOLOGIA.......................................................................... 28
4.2 CONTEXTO.................................................................................... 28
4.3 AMOSTRA...................................................................................... 28
4.4 PROCEDIMENTOS........................................................................ 29
4.4.2 Protocolo......................................................................................... 31
4.5 FORMULÁRIOS............................................................................. 34
4.7 VARIÁVEIS.................................................................................... 35
5 RESULTADOS.............................................................................. 39
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! xv!
6 DISCUSSÃO......................................................................................... 62
7 CONCLUSÃO...................................................................................... 74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 75
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! 1!
1. INTRODUÇÃO
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! 3!
modo geral, não se observou uma diferença na eficácia entre os modelos, além do programa
domiciliar ser mais vantajoso economicamente.
Sendo assim, a nossa hipótese é a de que a elaboração de um programa de exercícios
domiciliares (i) facilite e amplie o acesso à prática de exercícios aos indivíduos com
PET/MAH e (ii) atenue as incapacidades relacionadas à doença e à qualidade de vida nestes
indivíduos. Tal programa permitiria uma cobertura assistencial a um número maior e
diferenciado de pacientes, prevenindo-se, portanto, o “esgotamento” dos Serviços de
Fisioterapia (35). Além disso, é possível que a realização de um programa domiciliar resulte
na educação dos pacientes e familiares, proporcionando-se uma maior participação e
responsabilização dos mesmos pelo seu estado de saúde, assim como a ampliação da
autonomia e da capacidade de intervenção destas pessoas sobre suas próprias vidas.
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! 4!
2. REVISÃO DE LITERATURA
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Figura 1: Distribuição geográfica do HTLV-1 nas regiões endêmicas da infecção. O asterisco destaca as regiões
de prevalência elevada. É importante ressaltar que as áreas endêmicas não correspondem exatamente aos limites
dos países mostrados no mapa, como por exemplo o Brasil, Japão e Irã, onde o HTLV-1 é limitado aos
residentes de áreas específicas de cada país. Fonte: Gonçalves et al. (2010, p.579)(46).
observado em gerações de indivíduos que migram de áreas endêmicas para áreas não
endêmicas (47). Estudos mostram que idades mais avançadas assim como o sexo feminino
constituem fatores de risco associados a uma maior prevalência do vírus (48-50). Além disso,
acredita-se que indicadores de baixo status socioeconômico como, por exemplo, o nível de
escolaridade, esteja associado à infecção do HTLV-1 (49, 51). Tal achado sugere que fatores
sociais e ambientais associados à pobreza possam influenciar na transmissão do HTLV-1 em
áreas endêmicas e não endêmicas (52, 53).
No Brasil, devido ao tamanho da sua população, estima-se que existam
aproximadamente 2,5 milhões de indivíduos soropositivos para HTLV-1/2 (54), o que o torna
o país com o maior número absoluto de casos. Em um estudo transversal conduzido para
determinar e quantificar a distribuição geográfica das taxas de prevalência do HTLV-1/2
resultantes da triagem em doadores de sangue nos 27 estados brasileiros, foi observada a
presença do vírus HTLV-1 em todos os estados, porém com grande heterogeneidade
geográfica entre as taxas de prevalência. Tais taxas variaram entre 0,4/1.000 em Florianópolis
e 10/1.000 em São Luís (55). No estado do Rio de Janeiro a taxa foi de 4,7/1.000. De modo
geral, as taxas de soropositividade são menores no sul do país, tendendo a aumentar em
direção às regiões Norte e Nordeste.
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! 7!
Figura 2: Desenho esquemático da estrutura de uma partícula de HTLV-1. Fonte: Adaptado de Gonçalves et al.
(2008, p.99) (58).
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cognitivos e etc (Quadro 1). Sendo assim, Araújo e Silva (63) sugerem que o complexo
neurológico associado ao HTLV-1 se assemelha a um iceberg, onde a PET/MAH compreende
a parte mais visível do complexo e as demais síndromes, a parte submersa. Logo, a utilização
do termo PET/MAH para referir-se a todas as síndromes neurológicas associadas ao HTLV-1
é cientificamente incorreta.
A PET/MAH foi primeiramente descrita na Martinica em 1985 (3) através da
demonstração da associação entre o HTLV-1 e uma forma de paraparesia espástica de
etiologia desconhecida e bastante frequente em áreas tropicais e intertropicais, denominada
desde há muito de Paraparesia Espástica Tropical (Tropical Spastic Paraparesis, TSP em
inglês). Em 1986, Osame et al. (4) documentaram ao sul do Japão a associação entre o
HTLV-1 e mielopatias espásticas crônicas de etiologia também desconhecidas, denominando-
as de Mielopatia Associada ao HTLV-1 (HTLV-1 Associated Myelopathy, HAM em inglês).
Rapidamente foi verificado que se tratava da mesma doença e, por isso, o termo TSP/HAM
ou HAM/TSP (em português PET/MAH ou MAH/PET) passou a ser adotado e os critérios
diagnósticos definidos pela Organização Mundial de Saúde (64).
Tais critérios foram revistos por um amplo grupo de especialistas em virtude da sua
baixa sensibilidade (65). Sendo assim, foi proposta a existência de vários níveis de definição
diagnóstica, os quais se baseiam não somente nos sinais e sintomas mielopáticos, mas
também em achados sorológicos e moleculares, além da exclusão de outras condições clínicas
semelhantes. A descrição destes níveis pode ser encontrada no Quadro 2.
O risco de desenvolver PET/MAH em indivíduos infectados pelo HTLV-1 pode variar
entre 0,25-3%, dependendo da região endêmica (2). A doença se mostra mais frequente em
adultos, com idade entre 40-50 anos na ocasião do diagnóstico, e sendo 2-3 vezes mais
comum em mulheres que em homens. Acredita-se que a principal via de transmissão do
HTLV-1 nos indivíduos com PET/MAH seja a sexual (66), embora qualquer uma das vias
possa estar associada.
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! 9!
(73,
Neuropatia periférica Fraqueza muscular distal, hipoestesia em luvas e/ou em meias,
75-77)
hipo ou arreflexia profunda
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! 10!
PET/MAH
Quadro 2: Níveis de definição dos critérios diagnósticos na PET/MAH. Fonte: Adaptado de Castro-Costa et al.
(2006, p.933) (65). LCR: líquor cefalorraquidiano.
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! 11!
A patogênese da PET/MAH ainda não está totalmente esclarecida, porém existem três
teorias principais que tentam explicar os mecanismos da doença: (i) toxicidade direta, onde as
células gliais infectadas pelo HTLV-1 expressariam antígenos virais de superfície e as células
T citotóxicas CD8+ específicas cruzariam a barreira hematoencefálica e destruiriam as células
gliais infectadas através da atividade citotóxica direta ou por liberação de citocinas, (ii)
autoimunidade, onde um antígeno do hospedeiro seria confundido com algum antígeno do
HTLV-1, resultando em um processo inflamatório autoimune com lesão neural e (iii) lesão
circunstante (63). Acredita-se que esta última seja a principal hipótese, na qual linfócitos T
CD4+ infectados, monócitos e linfócitos T citotóxicos CD8+ romperiam a barreira
hematoencefálica e migrariam a partir do sangue periférico para o interior do sistema nervoso
central (SNC). Tal interação induziria uma resposta inflamatória mediada por citocinas,
resultando em lesão aos tecidos adjacentes (81). Citocinas inflamatórias como TNF-alfa, IL-1
beta e IFN-gama foram encontradas em infiltrados perivasculares de macrófagos, astrócitos e
micróglia (82). O TNF- alfa pode aumentar a permeabilidade do SNC, particularmente nos
microvasos da medula espinhal (83). O desequilíbrio entre uma resposta imune benéfica
citotóxica dos linfócitos-T e um excesso na produção de citocinas inflamatórias caracteriza o
momento em que se instalam as doenças associadas ao HTLV-1.
A fisiopatologia da PET/MAH se caracteriza por uma meningomielite crônica das
substâncias branca e cinzenta, seguida de uma degeneração axonal que afeta
preferencialmente as regiões torácicas média e baixa. Condições hemodinâmicas
caracterizadas por zonas de fronteira vascular na região torácica resultam em um fluxo
sanguíneo mais lento e por isso contribuem para que a localização de células T infectadas,
assim como das principais lesões se situem nestas regiões (84, 85). Estudos histopatológicos
têm mostrado perda da mielina e axônios na coluna lateral, com lesões menos pronunciadas
nas colunas anterior e posterior. As lesões se mostram associadas a infiltrados linfocíticos
parenquimais e perivasculares com a presença de macrófagos, proliferação de astrócitos e
gliose fibrilar (reação cicatricial). Com a progressão da doença, o processo torna-se menos
inflamatório e mais atrófico (86).
O início da doença é insidioso e a evolução, na grande maioria dos casos, é lenta e
progressiva. No entanto, a evolução da PET/MAH pode ser heterogênea, uma vez que já foi
identificado um subgrupo de pacientes com uma evolução rápida da doença (5, 7, 68, 86, 87).
A idade de início dos sintomas ≥50 anos e elevados níveis da carga proviral constituem
importantes marcadores de mau prognóstico (7). Sinais como espasticidade grave, diminuição
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! 15!
A CIF possui duas partes, cada uma com dois componentes: Funcionalidade e
Incapacidade (1. Funções e Estruturas do Corpo e 2. Atividades e Participação) e Fatores
Contextuais (1. Fatores Ambientais e 2. Fatores Pessoais). Cada componente pode ser
expresso em termos positivos e negativos (Figura 3). Os conceitos referentes a cada
componente podem ser encontrados no Quadro 3.
Figura 3: Visão geral da CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Fonte:
Adaptado de OMS (2003, p.12) (100).
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! 16!
Estruturas do corpo são as partes anatômicas do corpo, tais como órgão, membros e seus
componentes.
Deficiências são problemas nas funções ou estruturas do corpo, tais como um desvio
importante ou uma perda.
Restrições da participação são problemas que um indivíduo pode enfrentar quando está
envolvido em situações da vida real.
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! 17!
Condição de Saúde
(perturbação ou doença)
Figura 4: Interação entre os componentes da CIF (100). Fonte: Adaptado de OMS (2003, p.19) (100).
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2.3. EXERCÍCIOS:
A Fisioterapia possui, de modo geral, quatro principais objetivos de tratamento que
incluem a prevenção, manutenção, restauração e compensação da funcionalidade do
indivíduo. Tais objetivos podem ser alcançados através de intervenções (i) diretas, como por
exemplo exercícios, técnicas de terapia manual, eletroterapia entre outros e, (ii) indiretas,
como ações educativas fornecidas aos pacientes, cuidadores e familiares relacionadas às
condições de saúde, planos de tratamento e manutenção do quadro, além de atividades de
prevenção (12). Independentemente do tipo de intervenção fisioterapêutica utilizada, esta
pode atuar ao nível das deficiências, limitações das atividades e restrição da participação
(Figura 5).
Dentre as intervenções fisioterapêuticas diretas, os exercícios apresentam papel
essencial na melhora das deficiências e da performance funcional dos indivíduos nas diversas
condições de saúde. Por definição, os exercícios compreendem a execução e a performance
sistemática de movimentos, posturas ou atividades. Sendo assim, eles podem incluir o (a)
treino de equilíbrio, coordenação e agilidade; (b) conscientização da mecânica corporal e da
postura; (c) técnicas de amplitude articular; (d) treino de marcha e locomoção; (e) treino de
padrões de movimento; (f) exercícios cardiorrespiratórios; (g) exercícios resistidos e (h)
exercícios de alongamento (12).
Figura 5: Modelo da CIF aplicado à Fisioterapia. Fonte: Adaptado de Brody e Hall (2011, p.7) (12).
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! 19!
(a) Frequência: compreende o número de dias na semana em que o exercício será realizado;
(b) Duração: número de repetições ou tempo em que o exercício será realizado;
(c) Séries: a execução de um determinado número de repetições compreende uma série. Um
exercício pode ter mais de uma série. Ex.: 3 séries de 10 repetições.
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! 20!
! Aumento progressivo da sobrecarga: é importante para que haja uma melhora progressiva
da performance muscular. O aumento da sobrecarga pode se dar através do aumento da
resistência, da modificação da posição do segmento em relação à gravidade, aumento da
alavanca, aumento do número de séries ou repetições, aumento da frequência ou
diminuição do intervalo.
! Especificidade: As adaptações fisiológicas decorrentes do treino com resistência são
específicas e diretamente relacionadas aos parâmetros utilizados, ou seja, dependem dos
grupamentos musculares envolvidos, amplitude de movimento, modo, tipo de contração
muscular e velocidade de execução.
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! 21!
O treino de resistência pode ser realizado através de diversos recursos, tais como:
F = k x CSA x ΔL (1)
Figura 6: Equação que representa a resistência da faixa elástica, onde F = força; k = constante que indica o
coeficiente elástico; CSA = área de seção transversa e ΔL = percentual de estiramento da faixa.
Figura 8: Relação entre o percentual de alongamento da faixa elástica e a resistência em quilogramas de acordo
com a cor da faixa. Fonte: Manual do Thera-band® em Português (107).
5. Pesos Livres: estes incluem halteres, caneleiras e barras com anilhas. Os pesos podem ser
utilizados em uma variedade de posições, velocidades e amplitudes de movimento de
acordo com as necessidades de cada indivíduo. Eles não oferecem estabilização como os
aparelhos e, por isso, o treino de equilíbrio pode ser realizado juntamente com o treino de
performance muscular.
6. Equipamentos Isocinéticos: estes oferecem resistência proporcional à força gerada pelo
indivíduo. A velocidade pré-estabelecida (graus/segundo) não pode ser excedida, não
importando o quão vigorosamente a pessoa empurre o braço de força. Assim, o músculo
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! 23!
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Adaptações Neurais
músculo oposto ao músculo que está sendo alongado. Essa técnica combina a inibição
autogênica e a inibição recíproca para alongar o músculo.
Segundo a ACSM (105), existem diferentes métodos através dos quais se pode praticar
atividade física: os meios presenciais e as intervenções mediadas. Dentre as opções
presenciais se destacam as atividades individuais e as atividades em grupo.
Convencionalmente, a prática de exercícios dentro de um programa formal de reabilitação é
oferecida através de sessões presenciais, as quais se caracterizam por ocorrerem em
ambulatórios ou clínicas e supervisionadas por um fisioterapeuta. Estas podem ser individuais
ou em grupo, dependendo do grau de incapacidade do indivíduo. Já as intervenções mediadas
incluem o uso materiais impressos, ligações telefônicas e mídias eletrônicas (vídeos, sites, e-
mails, mensagens de texto, televisão, aplicativos de celulares etc). Tais intervenções podem
ser utilizadas sozinhas ou em conjunto com outras atividades.
Em relação ao método presencial, a dificuldade de transporte tem sido mencionada
como um dos principais motivos de restrição da participação aos programas de exercícios (15,
16, 109). Sendo assim, estratégias alternativas ao método presencial têm sido cada vez mais
utilizadas. Existem evidências de que programas domiciliares elaborados através de
intervenções mediadas apresentam uma maior adesão aos exercícios a longo prazo em relação
aos programas presenciais (33). E ainda, um estudo realizado em unidades de atenção básica
mostrou que o tipo de atividade física constitui um dos preditores para a não-adesão a
programas de exercícios. Neste estudo, os pacientes que receberam encaminhamento para a
prática de atividades não-domiciliares (ex: ginástica em grupo, aeróbico, treino em circuitos e
etc) apresentaram pior adesão em relação aos indivíduos que praticaram atividades
domiciliares (110).
A associação entre programas domiciliares e a realização de ligações telefônicas para
o acompanhamento do estado de saúde dos indivíduos parece ser mais uma estratégia viável
que favorece ainda mais à adesão aos exercícios (111-113). Tal recurso constitui uma
alternativa de baixo custo e de maior conveniência em relação ao atendimento presencial,
além de fácil empregabilidade.
Além da dificuldade de transporte, inúmeros outros aspectos têm sido mencionados
como barreiras a prática de exercícios, especialmente para os indivíduos que apresentam
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! 26!
incapacidades (15-17, 114, 115). Mulligan et al. (18) através de um estudo de revisão
identificaram e categorizaram tais aspectos de acordo com a estrutura da CIF (Figura 9). Os
achados permitiram observar que tanto fatores internos como externos ao indivíduo podem
explicar as baixas taxas de iniciação e adesão à prática de atividade física em indivíduos com
incapacidades, como por exemplo, os sintomas relacionados à doença, a dependência de um
cuidador/familiar para acompanhar as consultas, falta de energia, etc. De acordo com a OMS,
adesão compreende a dimensão na qual o comportamento de uma pessoa corresponde às
recomendações de um profissional de saúde (116).
Por isso, na tentativa de aumentar as taxas de adesão em relação à prática de
exercícios, inúmeras estratégias têm sido elaboradas ao longo dos últimos anos (117-119).
Figura 9: Barreiras relacionadas à participação em atividades físicas de acordo com a CIF. Fonte: Adaptado de
Mulligan et al. (2004, p.645) (18).
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! 27!
3. OBJETIVOS
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4. METODOLOGIA
4.2. CONTEXTO
O estudo foi realizado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas
(INI)/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, durante o período de Março/2010 até Março/2013 e
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição sob o número de protocolo
0009.0.009.000-09.
4.3. AMOSTRA
Os critérios de inclusão do estudo foram:
- Ter praticado qualquer tipo de exercício há pelo menos um mês. Diante das inúmeras
definições de “Exercício” atualmente existentes, a seguinte definição foi utilizada
neste estudo: “é um tipo de atividade física que é planejada, estruturada, repetitiva e
tem como objetivo a melhora da aptidão física, como por exemplo, força e resistência
musculares, flexibilidade, condicionamento cardiorrespiratório” (103). Sendo assim, a
prática de esportes; de programas de exercícios em academias e de Fisioterapia em
outras instituições ou em domicílio foram caracterizados como “Exercício”.
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! 29!
4.4. PROCEDIMENTOS
4.4.1. Intervenção - Programa de Exercícios Domiciliares (PED)
O programa de exercícios domiciliares teve como objetivo a minimização das
principais deficiências motoras e limitações das atividades já identificadas nos pacientes com
PET/MAH em estudos anteriores (6, 8). Sendo assim, através de um estudo piloto prévio, se
buscou a seleção de dez exercícios que pudessem: (i) ser realizados pelo próprio indivíduo,
sem a assistência de outras pessoas; (ii) sofrer adaptação, de acordo com o grau de
comprometimento dos indivíduos, através da modificação do posicionamento do corpo contra
a gravidade e (iii) uma vez realizados contra a ação gravidade, progredir o grau de dificuldade
dos exercícios através do uso de faixas elásticas.
Sendo assim, foi elaborada uma Cartilha de Exercícios padronizada (Apêndice B), em
que todos os pacientes realizaram os mesmos movimentos, sendo a postura e a intensidade da
carga/resistência prescritas de forma individualizada. Como a proposta do programa incluiu a
execução dos exercícios sem a supervisão de um fisioterapeuta, as instruções dos exercícios
foram descritas sob a forma de texto e de figuras, visando facilitar a sua compreensão.
O PED foi composto por cinco exercícios de alongamento e cinco resistidos
envolvendo os membros inferiores e a região abdominal. Os exercícios de alongamento
incluíram os seguintes grupamentos musculares: paravertebrais lombares, flexores de quadril,
adutores de quadril, isquiotibiais e plantiflexores. Já os exercícios resistidos compreenderam
exercícios em cadeia aberta e fechada e incluíram os seguintes grupamentos musculares:
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! 30!
O uso de faixas elásticas para a realização do PED foi escolhido porque estas são de
baixo custo, fáceis de transportar e versáteis. A marca Thera-band® foi utilizada porque
possui um sistema de aumento linear de resistência, caracterizado por cores distintas como o
amarelo, vermelho, verde, azul, preto, prata e ouro (121).
Estudos têm demonstrado que os maiores ganhos de força têm resultado de
resistências determinadas a partir de quatro a dez RM (35, 122). Sendo assim, como manter a
segurança dos pacientes com PET/MAH foi um objetivo primário do estudo e o fato de que os
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! 31!
4.4.2. Protocolo
O protocolo apresentou duração de vinte semanas e consistiu em: três avaliações
funcionais; seis sessões presenciais de treinamento dos exercícios e seis sessões presenciais de
ajuste de carga (Figura 10).
a) Avaliação Funcional
Após a consulta médica de rotina nos ambulatórios de Neurologia do INI/FIOCRUZ, os
indivíduos elegíveis para participar do estudo, de acordo com os critérios de inclusão e
exclusão mencionados anteriormente, foram encaminhados ao Serviço de Fisioterapia do INI.
Neste momento, foi dada uma breve explicação sobre o projeto de pesquisa e os pacientes
foram abordados quanto ao interesse em participar do estudo. Os pacientes que mostraram
interesse e disponibilidade foram agendados para a Avaliação Funcional pré-cartilha (T0),
onde foi aplicado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice C),
juntamente com os demais formulários e exames.
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! 32!
T0 T1 T2
8 semanas 12 semanas
20 semanas
TREINAMENTO DA CARTILHA
Figura 10: Protocolo do estudo. T0: Avaliação funcional pré-cartilha; T1: 1a Avaliação funcional após
treinamento da cartilha; T2: 2a Avaliação funcional após treinamento da cartilha; AC1: 1o Ajuste de carga; AC2:
2o Ajuste de carga; AC3: 3o Ajuste de carga; AC4: 4o Ajuste de carga; AC5: 5o Ajuste de carga; AC6: 6o Ajuste de
carga.
b) Treinamento da cartilha
Antes de iniciar o PED, foi exigido a todos os participantes um período de treinamento
da cartilha composto por 6 sessões presenciais. Idealmente este período foi previsto para ter
uma duração de 3 semanas, com frequência de 2x/semana. No entanto, devido às inúmeras
dificuldades encontradas pelos pacientes, foi necessário não estipular prazo, desde que não
houvesse um intervalo de mais de sete dias entre duas sessões.
Considerando-se que o paciente realizaria os exercícios exclusivamente em seus
domicílios sem a supervisão de um fisioterapeuta, o aprendizado dos mesmos constituiu uma
condição indispensável para o início da programa. Logo, somente após o período de
treinamento da cartilha o paciente estava apto para começar o PED.
As sessões de treinamento foram realizadas sob a supervisão de uma fisioterapeuta e
tiveram duração aproximada de 60 minutos. Durante este período, os pacientes foram
orientados a não praticar os exercícios em casa. Ao final da sexta sessão, os indivíduos
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! 33!
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! 34!
4.5. FORMULÁRIOS
Durante as avaliações funcionais foram utilizados os seguintes formulários: (i) Ficha
de Avaliação Funcional; (ii) Índice de Barthel; (iii) Escala de Incapacidade do IPEC; (iv)
Escala Expandida do Estado de Incapacidade – EDSS e (v) Questionário SF-36 (Apêndices D
– H). A descrição detalhada de tais instrumentos se encontra no Apêndice I.
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! 35!
F F
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Figura 11: Posições utilizadas no protocolo de dinamometria para os testes de flexão de quadril, extensão de
joelho e flexão de joelho. F: sentido da força.
A média dos 3 testes foi calculada para cada grupo muscular dos lados direito (D) e
esquerdo (E). A soma destas médias para um determinado grupamento muscular foi utilizada
para o cálculo da CIVM total dos Flexores de Quadril (FQT), dos Extensores de Joelho (EJT) e
dos Flexores de Joelho (FJT). A soma destas médias resultou no cálculo do Megaescore Total
(MST), de acordo com a fórmula apresentada abaixo (Figura 12):
4.7. VARIÁVEIS
As variáveis utilizadas para descrever as características da amostra foram dividas em 3
categorias: sócio-demográficas (idade, sexo, estado civil, escolaridade, renda familiar,
atividade laborativa e município de moradia); clínicas (tempo de doença e carga proviral);
funcionais (CFMM; uso de dispositivo auxiliar para a marcha; tipo de dispositivo auxiliar
para a marcha; número de quedas ocorridos no último ano e espasticidade).
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! 36!
- IMA;
- Escore motor para os membros inferiores da AIS;
- Intensidade de dor na região lombar e nos membros inferiores;
- Comprimento muscular dos grupamentos isquiotibiais, adutores de quadril, flexores de
quadril e plantiflexores;
- CIVM dos flexores de quadril, extensores de joelho, flexores de joelho e Megaescore
Total;
- EDSS;
- Índice de Barthel;
- Escala de Incapacidade do IPEC;
- SF-36 e
- Taxa de adesão ao PED.
A variável sensibilidade foi avaliada apenas para o cálculo da EDSS, não constituindo,
portanto, uma variável de desfecho.
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! 37!
muscular; dor; CIVM; EDSS; Escala de Incapacidade do IPEC; Índice de Barthel; TUG e
escalas da SF-36.
A análise estatística dos dados foi realizada através do programa SPSS versão 16.0.
Para a análise da normalidade das variáveis quantitativas foi utilizado o teste Kolmogorov-
Smirnov, que identificou que a maioria das variáveis eram não-paramétricas. Sendo assim,
para facilitar a interpretação dos resultados, todas as variáveis quantitativas foram expressas
em mediana e amplitude (mínimo - máximo). Já as variáveis qualitativas foram expressas em
valor absoluto e porcentagem.
A amostra foi dividida em dois grupos de acordo com o valor de TUG: <20 segundos
e ≥20 segundos. A estratificação dos indivíduos de acordo com o TUG foi realizada por
Podsiadlo e Richardson (123), que verificaram que os idosos que apresentaram TUG <20
segundos eram independentes em relação à mobilidade, enquanto os idosos com TUG ≥30
segundos necessitavam de assistência para as tarefas de mobilidade. Já o grupo com TUG 20-
29 segundos apresentou resultados variados. Além disso, neste estudo foi observada uma
correlação moderada entre o TUG e a capacidade funcional dos participantes. Sendo assim,
especulamos que tal divisão permitiria a diferenciação entre os indivíduos com PET/MAH
com diferentes níveis de incapacidades.
Foi feita uma análise comparativa das variáveis de desfecho primário ao longo do
tempo (T0 x T1 x T2) para cada grupo, utilizando-se os testes Wilcoxon (para cada
componente da SF-36) e Friedman para as demais variáveis. Nas comparações em que foi
encontrada uma diferença significativa entre os tempos, o teste Wilcoxon foi utilizado.
Em relação ao parâmetro número de quedas, como a taxa de incidência foi pequena, se
calculou a soma do número de quedas de cada indivíduo ocorridas durante o período entre T0
e T1 e entre T1 e T2 para cada grupo. Tal variável foi analisada apenas de forma descritiva.
Para a análise comparativa entre os grupos da taxa de adesão e da taxa de assiduidade
às sessões presenciais foi empregado o teste Mann-Whitney. Já em relação à análise
comparativa da taxa de adesão entre o período em que foram feitas as ligações telefônicas e o
período seguinte foi utilizado o teste Wilcoxon.
O teste de Spearman foi utilizado para avaliar a correlação entre TUG e idade, tempo
de doença, carga proviral, número de quedas no último ano, AMI, escore motor para os
membros inferiores da AIS, intensidade da dor na região lombar e nos membros inferiores,
comprimento muscular para todos os grupamentos, a CIVM total dos flexores de quadril,
!
! 38!
!
! 39!
5. RESULTADOS
Figura 13: Fluxograma dos pacientes com PET/MAH que concluíram o PED.
!
! 40!
Uma tabela com a relação dos medicamentos prescritos para cada paciente na consulta
médica anterior ao encaminhamento para o PED encontra-se no Apêndice J.
A mediana do tempo de doença e da carga proviral da amostra foi de 7 anos (1-25) e
5,4% (1,42-39,7), respectivamente. De acordo com o Gráfico 1, observa-se que a maioria dos
indivíduos possui um componente espástico inexistente ou leve em membros inferiores. Já em
relação à dor, apenas um paciente não relatou nenhum tipo de dor, enquanto o padrão de dor
tanto na região lombar como nos membros inferiores se mostrou predominante (Gráfico 2).
!
! 41!
Sexo
Masculino 10 (43,5)
Feminino 13 (56,5)
Estado Civil
Solteiro 8 (34,8)
Casado 10 (43,5)
Separado/Divorciado 3 (13,0)
Viúvo 2 (8,7)
Escolaridade (anos)
<9 9 (39,1)
9 – 12 12 (52,2)
> 12 2 (8,7)
Atividade Laborativa
Não 17 (73,9)
Sim 6 (26,1)
!
! 42!
Espasticidade
30,4$
0$a$1+$
2$a$4$
69,6$
Gráfico 1: Avaliação do grau de espasticidade de acordo com a Escala Modificada de Ashworth (n = 23). Os
valores expressos indicam a porcentagem.
Dor
Ambos"os"sí;os"
Somente"MMII"
Somente"em"região"lombar"
Sem"dor"
Gráfico 2: Avaliação do padrão de distribuição da dor na região lombar e em membros inferiores (n = 23).
MMII: membros inferiores.
!
! 43!
Tabela 3: Aspectos funcionais avaliados em T0 dos pacientes que concluíram o PED (n = 23).
CFMM
Marcha Restrita 8 (34,8)
Marcha Independente 15 (65,2)
!
! 44!
16 16
No de pacientes
No de pacientes
12 12
8 E 8 E
D D
4 4
0 0
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Grau de força muscular Grau de força muscular
16 16
No de pacientes
No de pacientes
12 12
8 E 8 E
D D
4 4
0 0
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Grau de força muscular Grau de força muscular
!
! 45!
continuação:
16 16
No de pacientes
No de pacientes
12 12
8 E 8 E
D D
4 4
0 0
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Grau de força muscular Grau de força muscular
!!! !
!
16 16
AxNo de pacientes
No de pacientes
12 12
8 E 8 E
D D
4 4
0 0
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Grau de força muscular Grau de força muscular
Gráfico 3: Avaliação da força muscular de acordo com o Teste Muscular Manual (n = 23). Os seguintes
grupamentos musculares foram avaliados: (a) Flexores de Quadril; (b) Extensores de Quadril; (c) Abdutores de
Quadril; (d) Flexores de Joelho; (e) Extensores de Joelho; (f) Dorsiflexores; (g) Plantiflexores e (h) Extensores
do Hálux. E: esquerdo; D: direito.
!
! 46!
Abdominais
20
16
No de pacientes
12
0
1 2 3 4 5
Grau de força muscular
Gráfico 4: Avaliação da força muscular dos músculos abdominais de acordo com o Teste Muscular Manual.
!
! 47!
Valores de
Aspectos Clínicos Valor (min-máx)
Referência
Deficiências
IMA (%) 86,7 (46,7-100) 100
Dor
Região Lombar 6 (0-10) 0
MMII 5 (0-10) 0
CIVM**
Flexores de quadril 5,8 (1,5-16,4) *
Extensores de joelho 10,3 (3,2-15,9) *
Flexores de joelho 5 (6-10,9) *
Megaescore Total 22,5 (5,3-41,2) *
Atividades
TUG (s) 16 (11-115) <10
EIIPEC 12 (3-23) 0
!
! 48!
!
! 49!
Motivos n (%)
!
! 50!
!
Gráfico 5: Efeitos do PED no grupo TUG <20s em relação ao comprimento muscular dos (a) Isquiotibiais e (b)
Plantiflexores. Os valores estão expressos em mediana.
TUG: Timed Up and Go.
!
!
!
!
!
!
! 51!
!
!
!
!
Gráfico 6: Efeitos do PED no grupo TUG <20s ao longo do tempo em relação à CIVM dos (a) Flexores de
quadril e do (b) Megascore total. Os valores estão expressos em mediana.
TUG: Timed Up and Go; CIVM: Contração Isométrica Voluntária Máxima kgf: kilograma força.
!
! 52!
Escore Motor MMII AIS 42,5 (33-50) 40,5 (34-50) 39 (33-48) 0,98
Dor
CIVM (kgf)
Flexores de quadril 6,4 (2,6-16,4) 8,1 (2,1-19,3) 9,1 (2,9-21,2) < 0,01
Atividades
Qualidade de Vida
SF-36
!
! 53!
Os valores estão expressos em mediana (mínimo-máximo). TUG: Timed up and go; T0: Avaliação Funcional
Pré-Cartilha; T1: 1a Avaliação Funcional Pós Treinamento da Cartilha; T2: 2a Avaliação Funcional Pós
Treinamento da Cartilha; IMA: Índice Motor Ambulatorial; MMII: Membros Inferiores; AIS: American Spinal
Injury Association Impairment Scale; Comp. Muscular: Comprimento Muscular; CIVM: Contração Isométrica
Voluntária Máxima; kgf: kilograma força; EDSS: Expanded Disability Status Scale; EIIPEC: Escala de
Incapacidade do IPEC; L.A. Físicos: Limitação por Aspectos Físicos; L.A. Emocionais: Limitação por Aspectos
Emocionais.
!
! 54!
Flexibilidade (graus)
Dor
CIVM (kgf)*
Atividades
Qualidade de Vida
SF-36
!
! 55!
Os valores estão expressos em mediana (mínimo-máximo). TUG: Timed up and go; T0: Avaliação Funcional
Pré-Cartilha; T1: 1a Avaliação Funcional Pós Treinamento da Cartilha; T2: 2a Avaliação Funcional Pós
Treinamento da Cartilha; IMA: Índice Motor Ambulatorial; MMII: Membros Inferiores; AIS: American Spinal
Injury Association Impairment Scale; Comp. Muscular: Comprimento Muscular; CIVM: contração isométrica
voluntária máxima; kgf: kilograma força; EDSS: Expanded Disability Status Scale; EIIPEC: Escala de
Incapacidade do IPEC; L.A. Físicos: Limitação por Aspectos Físicos; L.A. Emocionais: Limitação por Aspectos
Emocionais.
* A aquisição do sinal da CIVM de duas participantes não foi realizada devido a um defeito no eletromiógrafo.
O TUG apresentou uma correlação significativa positiva com a EIIPEC, EDSS e idade
(r = 0,88 e p < 0,01; r = 0,82 e p < 0,01; r = 0,48 e p = 0,02, respectivamente) (Gráfico 7). Foi
encontrada também uma correlação significativa negativa entre o TUG e o IMA (r = -0,74 e p
< 0,01); escore motor para os membros inferiores da AIS (r = -0,71 e p < 0,01); Índice de
Barthel (r = -0,68 e p < 0,01); comprimento muscular dos Flexores de Quadril (r = -0,41 e p =
0,05); CIVMFQT (r = -0,54 e p < 0,01); CIVMFJT (r = -0,69 e p < 0,01) e CIVMMST (r = -0,61 e
p < 0,01) (Gráfico 8).
(a)
140
rho = 0,88
120
100
TUG (s)
80
60
40
20
0
0 5 10 15 20 25
Escala de Incapacidade do IPEC
!
! 56!
continuação:
(b)
140
rho = 0,82
120
100
80
TUG
60
40
20
0
0 1 2 3 4 5 6 7
EDSS
(c)
140
rho = 0,48
120
100
80
TUG
60
40
20
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Idade
Gráfico 7: Correlação positiva entre o TUG e (a) EIIPEC, (b) EDSS e (c) idade. TUG: Timed Up and Go;
EIIPEC: Escala de Incapacidade do IPEC; EDSS: Expanded Disability Status Scale.
!
! 57!
(a)
140
rho = -0,74
120
100
80
TUG
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100 120
IMA
(b)
!
! 58!
continuação
(c)
(d)
140
rho = -0,41
120
100
80
TUG
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100
Comprimento muscular - Flexores de quadril
!
! 59!
continuação
(e)
140
rho = -0,54
120
100
80
TUG
60
40
20
0
0 5 10 15 20
CIVM FQT
(f)
140
rho = -0,69
120
100
80
TUG
60
40
20
0
0 2 4 6 8 10 12
CIVM FJT
!
! 60!
continuação
(g)
140
rho = -0,61
120
100
80
TUG
60
40
20
0
0 10 20 30 40 50
CIVM MST
Gráfico 8: Correlação negativa entre o TUG e (a) IMA, (b) Escore motor dos membros inferiores da AIS, (c)
Índice de Barthel, (d) Comprimento muscular dos flexores de quadril, (e) CIVMFQT, (f) CIVMFJT e (g) CIVMMST.
TUG: Timed Up and Go; IMA: Índice Motor Ambulatorial; AIS: American Spinal Injury Association
Impairment Scale; CIVMFQT: contração isométrica voluntária máxima dos flexores de quadril; CIVMFJT:
contração isométrica voluntária máxima dos flexores de joelho; CIVMMST: contração isométrica voluntária
máxima do Megaescore Total.
!!
!
!
!
!
!
!
!
!
! 61!
!
Gráfico 9: Associação entre TUG e CFMM e o uso de apoio. TUG: Timed up and go; CFMM: Classificação
Funcional da Marcha Modificada.
!
! 62!
6. DISCUSSÃO
!
! 64!
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! 65!
!
! 66!
Em relação à força muscular, os escores IMA e o escore motor dos membros inferiores
da AIS não apresentaram diferença ao longo do tempo, diferente do que ocorreu com a CIVM
dos grupos musculares avaliados. É possível que tal divergência se deva ao fato de que a
CIVM é uma medida objetiva e de maior precisão e que, por isso, se consiga identificar a
ocorrência de pequenas alterações (128). Os principais incrementos observados na CIVM no
grupo TUG <20s ocorreram predominantemente após os 3 meses de prática dos exercícios,
onde os Flexores de quadril e o Megascore Total apresentaram um aumento significativo. É
possível que o aumento observado na CIVM do Megaescore Total seja decorrente,
principalmente, do aumento ocorrido nos Flexores de Quadril, uma vez que tal variável é
resultante da soma da CIVM dos músculos avaliados. Tal resultado de incremento da força
muscular nos indivíduos com PET/MAH corrobora os resultados descritos em outras
condições neurológicas de que é benéfico o treino de força muscular através dos exercícios
resistidos progressivos em indivíduos espásticos (136, 137). Outros estudos também
identificaram uma melhora da performance muscular através de programas de exercícios
domiciliares. DeBolt et al. (24) relataram um aumento da potência muscular dos músculos
extensores dos membros inferiores em pacientes com Esclerose Múltipla após um programa
de exercícios domiciliares de 8 semanas. Dal Bello-Haas et al. (35) também observaram uma
menor perda de força muscular através da CIVM no grupo de pacientes com Esclerose Lateral
Amiotrófica que realizou os exercícios resistidos domiciliares em relação ao grupo controle.
Já em relação ao comprimento muscular, foi observado um aumento do comprimento
dos músculos Isquiotibiais e Plantiflexores neste mesmo grupo. Alguns pacientes
apresentaram dificuldade em realizar o auto-alongamento dos Flexores de Quadril, uma vez
que para realizá-lo era preciso que o indivíduo permanecesse em decúbito lateral e realizasse
os movimentos de flexão de joelho e abdução e flexão de quadril, para que fosse possível
alcançar o pé e, assim tracionar o membro. Logo, devido ao quadro de importante fraqueza
destes músculos observado em alguns pacientes, é possível que os Flexores de Quadril não
tenham sido alongados adequadamente. Além disso, é importante considerar a revisão
sistemática realizada por Katalinic et al. (138) sobre a efetividade do alongamento para o
tratamento e prevenção de contraturas em pessoas com condições neurológicas crônicas. Tal
estudo mostrou que o alongamento não produz alterações clínicas importantes em relação à
mobilidade articular, dor, espasticidade ou limitação da atividade. De fato, muitos fatores
podem influenciar a ADM, sendo o comprimento muscular apenas um deles. No entanto,
apesar da baixa confiabilidade na mensuração do comprimento muscular através da
!
! 67!
!
! 68!
tarefa. Segundo, a EDSS e a Escala de Incapacidade do IPEC abordam outros sintomas além
dos motores, o que pode estar camuflando os resultados. Terceiro, a EDSS apresenta baixa
capacidade de resposta e sensibilidade a alterações sutis, como descrito em estudos de
intervenção em pacientes com Esclerose Múltipla (143, 144). Da mesma forma, os escores
atribuídos às atividades funcionais avaliadas na Escala de Incapacidade do IPEC (ex.: marcha,
correr, subir degraus e pular) se mostram inadequadas para a identificação de pequenos
incrementos na performance destas atividades. Por exemplo, embora o paciente apresente
melhora da força muscular nos membros inferiores, isto não é garantia de que o mesmo
consiga pular em um pé só, ao invés de dois. Quanto ao Índice de Barthel, uma de suas
características é a ocorrência do “efeito-teto”, uma vez que muitos pacientes com relativa
independência funcional podem alcançar a pontuação máxima para algumas atividades (145).
Desta forma, podemos concluir que, além da falta de especificidade entre os exercícios e as
atividades avaliadas, nenhuma das escalas utilizadas permitiu a identificação de possíveis
alterações funcionais decorrentes do PED.
Os indivíduos com menor grau de incapacidade apresentaram ainda uma melhora
significativa em relação ao componente “Aspectos Sociais” do Questionário SF-36. Este
componente avalia o impacto que a saúde física ou os problemas emocionais têm sobre as
atividades sociais do indivíduo (146). Tal resultado corrobora os achados de Martins et al.
(98) que identificaram que a prática de atividade física em pacientes com PET/MAH estava
associada a uma melhor qualidade de vida, sendo o “Aspectos Sociais” um dos cinco
componentes da SF-36 em que tal resultado foi encontrado. Além disso, Galvão-Castro et al.
(96) observaram que a depressão, prevalente em cerca de 34% dos indivíduos com
PET/MAH, encontra-se significativamente associada a baixos níveis de qualidade de vida nos
domínios Aspectos Sociais, Capacidade Física e Saúde Mental do Questionário SF-36. É
possível que além dos efeitos sobre os fatores físicos, a prática de exercícios nestes pacientes
tenha diminuído o nível de depressão, e assim, resultado em uma melhora dos aspectos
sociais. De fato, estudos demonstram que os exercícios podem exercer influência sobre os
distúrbios de humor, como por exemplo a Depressão (147, 148).
Outro fator a ser considerado, é que a prática de exercícios no grupo TUG <20s tenha
diminuído o medo de quedas a partir da diminuição do risco de quedas, uma vez que foi
observada uma redução em 50% no número de quedas durante o período do estudo. Tal
suposição permitiria que os indivíduos com PET/MAH se engajassem em atividades externas
e assim, tivessem uma maior participação social.
!
! 69!
Em relação aos participantes do grupo TUG ≥20s, apesar dos incrementos observados
ao longo do tempo nos valores da CIVM nos grupamentos musculares avaliados, não foi
encontrada uma diferença significativa. Um dos possíveis motivos pode ser o tamanho
reduzido da amostra no momento da análise, em função da não inclusão dos dados referentes
a 3 participantes. Além disso, é razoável supor que, devido ao estágio mais avançado da
doença, este grupo apresente um maior componente neurodegenerativo e, consequentemente,
uma menor probabilidade de ganho de força muscular em relação ao grupo menos
comprometido. Sendo assim, ao compararmos este resultado com o incremento de força
muscular observado no grupo TUG <20s, podemos supor que a realização do treino de força
muscular em uma fase inicial da doença pode resultar em efeitos mais promissores quando
comparado com a fase mais tardia da PET/MAH.
Embora não tenha ocorrido um aumento da força muscular no grupo TUG ≥20s, foi
observada uma melhora significativa no componente “Capacidade Funcional” do
Questionário SF-36, que avalia a performance do indivíduo durante as atividades de vida
diária, como por exemplo carregar sacola de mantimentos, subir escadas e andar distâncias
moderadas. Este componente tem sido utilizado em alguns estudos como uma medida
genérica da funcionalidade dos indivíduos (135). A influência da prática de exercícios
domiciliares sobre a qualidade de vida foi também demonstrada em outras condições
neurológicas, tais como Esclerose Lateral Amiotrófica (35), Doença de Parkinson (20),
Síndrome Pós-Polio (29), Lesão Medular Crônica (21) e Esclerose Múltipla (25).
Não é possível afirmar se a melhora da capacidade funcional foi devido à reversão das
deficiências causadas pela doença em si ou se devido à reversão dos efeitos da inatividade
secundários à doença. Acredita-se muito provavelmente que, da mesma forma que nas demais
condições neurológicas (143), os exercícios revertam os efeitos do estilo de vida sedentário
adotado pela maioria dos pacientes, e que assim atenuem a progressão da doença (149-152).
A melhora da qualidade de vida e da incapacidade dos indivíduos com PET/MAH
observadas neste estudo, reforçam a necessidade da prática de exercícios resistidos para os
membros inferiores como forma de atingir o objetivo terapêutico da restauração da
funcionalidade, ao invés da compensação. Em relação ao atendimento dos pacientes com
PET/MAH, é comum encontrarmos em alguns centros de reabilitação a prescrição exclusiva
de exercícios para membros superiores e tronco, excluindo-se portanto, a prática de exercícios
funcionais, de equilíbrio, aeróbicos e resistidos para os membros inferiores. Esta prática
enfatiza o mecanismo da compensação, considerando o uso dos membros superiores para o
!
! 70!
!
! 71!
!
! 72!
novos com o diagnóstico recente de PET/MAH na Instituição é muito baixa, a maioria dos
pacientes avaliados apresentaram tempo de doença acima de 1 ano. Portanto, há uma maior
probabilidade destes estarem engajados em um programa de exercícios se comparados com
indivíduos com o diagnóstico recente. Logo, é provável que aqueles indivíduos com o
diagnóstico de PET/MAH há mais tempo e que não praticavam exercícios no momento do
recrutamento do estudo, talvez já apresentassem restrição à participação em programas de
exercício. Sendo assim, é possível que se o critério de inclusão do estudo compreendesse
indivíduos com o diagnóstico recente de PET/MAH, talvez o número de pacientes recrutados
ao PED fosse mais elevado.
Em relação à CIVM, apesar desta variável não ter sido normalizada pelo peso e altura
dos indivíduos, como sugerido por NIMS Database Consortium (130), as comparações foram
feitas intra-grupo, ao longo do tempo, e não entre os grupos. Tal aspecto favorece à
confiabilidade dos dados.
A taxa de adesão mensurada a partir do Diário de Bordo dos pacientes constituiu uma
medida subjetiva, uma vez que se baseou no auto-relato do participante e, por isso, o mesmo
pode ter superestimado a sua frequência de participação no PED. De fato, Yuen et al. (160)
demonstraram um nível de concordância marginal entre as medidas objetivas e subjetivas de
adesão a um programa de exercícios domiciliares utilizando-se o Wii Fit como recurso
terapêutico. No entanto, é importante ressaltar que intensos esforços foram feitos pela
fisioterapeuta responsável em confirmar os relatos de participação dos indivíduos obtidos
durante as ligações telefônicas semanais e as entrevistas durante as sessões de Ajuste de
Carga mensais.
Tendo em vista os resultados encontrados a partir do atual estudo, é possível
vislumbrar algumas perspectivas, como por exemplo, a ampliação do Programa de Exercícios
Domiciliares aos demais pacientes com PET/MAH do IPEC, independentemente do grau de
incapacidade física. Sendo assim, a elaboração de um programa de prevenção de quedas para
os indivíduos nos estágios iniciais da doença, assim como um programa para os cadeirantes,
também poderão estar incluídos.
No entanto, para viabilizar a perspectiva mencionada anteriormente, se faz necessário
o aumento do número e a diversificação dos tipos de exercícios, acrescentando-se ainda
exercícios funcionais e de equilíbrio.
!
! 73!
!
! 74!
7. CONCLUSÃO
!
! 75!
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APÊNDICES
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Capa e contracapa
Página 1
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Páginas 2 e 3
Páginas 4 e 5
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Páginas 6 e 7
Páginas 8 e 9
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! 93!
Páginas 12 e 13
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Páginas 14 e 15
Página 16
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Renda familiar: 0. ! < 1 salário mínimo (SM) 1. ! 1-3 SM 2. ! 3-5 SM 3. ! 5-10 SM 4. ! >10 SM
Ocupação: 0. !Desempregado 1. ! Ativo 2. ! Aposentado
!
! 98!
MOBILIDADE:
Timed Up and Go: _______
FORÇA MUSCULAR:
*** Você observa alguma diferença entre uma perna e outra?
! SIM ! NÃO Especifique o membro mais fraco: _________________________________________________
E D E D
*Flexores de quadril: _______ _______ *Extensores do hálux: _______ _______
*Extensores de joelho: _______ _______ Abdutores de quadril: _______ _______
*Dorsiflexores: _______ _______ Flexores de joelho: _______ _______
Abdominais: _______ *Plantiflexores: _______ _______
Extensores de quadril: _______ _______
FLEXIBILIDADE:
E D E D
Flexores de quadril: _______ _______ Isquiotibiais: _______ _______
Abdutores de quadril: _______ _______ Plantiflexores: _______ _______
OBS:_________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________.
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ÍNDICE DE BARTHEL
Nome: ______________________________________________ Data: _____ / _____ / _____
ALIMENTAÇÃO
10 = Independente // 5 = Necessita de ajuda (ex.: cortar alimentos) // 0 = Totalmente dependente __________________
TOMAR BANHO
5 = Realiza sem ajuda // 0 = Necessita de ajuda __________________
TOALETE
5 = Lava o rosto, penteia o cabelo, escova os dentes, barbeia-se independentemente // 0 = Necessita de ajuda __________________
VESTIR-SE
10 = Independente (amarra o sapato, afivela cintos, abotoa camisas, fecha zíperes) // 5 = Necessita de ajuda, mas
não a maior parte do tempo // 0 = Totalmente dependente __________________
CONTROLE INTESTINAL
10 = Sem intercorrências // 5 = Intercorrências ocasionais, resolvidos com supositórios // 0 = Intercorrências
freqüentes __________________
CONTROLE VESICAL
10 = Sem intercorrências // 5 = Intercorrências ocasionais ou necessita de coletor // 0 = Incontinente, necessita de
sonda vesical __________________
MARCHA
15 = Independente por 50 m. Pode usar órteses, exceto andador // 10 = Com ajuda por 50 m // 5 = Independente
com cadeira de rodas por 50 m // 0 = Senta-se na cadeira de rodas, porém não a impulsiona sozinho __________________
SUBIR ESCADAS
10 = Independente. Pode usar órtese // 5 = Necessita de ajuda ou supervisão // 0 = Não pode subir escadas __________________
TOTAL: __________________
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APÊNDICE I – Metodologia
4.5. FORMULÁRIOS
4.5.1. Ficha de Avaliação Funcional:
A Ficha de Avaliação Funcional (Apêndice D) está dividida em 5 partes:
“Identificação e Características Sócio-Demográficas”; “História Patológica Pregressa”;
“História da Doença Atual”; “Exame Físico” e “Dinamometria”.
A primeira parte teve como objetivo reunir as seguintes informações: idade; sexo;
estado civil; escolaridade; renda familiar; atividade laborativa (se o indivíduo trabalha ou não)
e o município de moradia.
Já o item “História Patológica Pregressa” buscou identificar a presença de
comorbidades que pudessem influenciar a performance do indivíduo durante o estudo.
O item “História da Doença Atual” incluiu o tempo de aparecimento dos sintomas
relacionados à PET/MAH; o último exame de carga proviral; o uso de dispositivo auxiliar
para a marcha e o número de quedas e de lesões associadas à queda ocorridas no último ano
ou no período desde a última Avaliação Funcional. Foi avaliado também o grau de
funcionalidade da marcha de acordo com a Classificação Funcional da Marcha Modificada -
CFMM (161). Esta ferramenta classifica a marcha de acordo com um dos seguintes níveis: 0
= Não deambula nem mesmo com ajuda externa; 1 (Marcha não funcional) = Dependente
para caminhar e necessita da ajuda permanente de outras pessoas; 2 (Marcha Domiciliar) =
Deambula somente dentro de casa, em superfícies planas; 3 (Marcha Comunitária Restrita) =
O indivíduo é capaz de deambular dentro ou fora de casa, em superfícies irregulares, embora
a distância seja limitada e restrita; 4 (Comunitária Independente) = O indivíduo é capaz de
deambular em todos os tipos de superfícies irregulares, pode subir e descer escadas, rampas,
meio-fio, etc e não apresenta restrição em relação às distâncias. No entanto, eles não possuem
uma marcha considerada normal porque apresentam alterações estéticas, como por exemplo
uma claudicação; 4 (Marcha Normal) = Marcha completamente normal tanto em relação à
distância como em relação à estética. A CFMM apresenta confiabilidade de k = 0,74 em
indivíduos hemiplégicos pós-AVC (161). Tal fator ainda não foi estabelecido para pacientes
com PET/MAH.
No item “Exame Físico” a mobilidade foi avaliada através do teste Timed Up and Go
(TUG) (123), que consiste na mensuração do tempo que o indivíduo leva para levantar-se de
uma cadeira, andar 3 metros, virar-se, caminhar de volta e sentar-se na cadeira. O teste deve
!
! 107!
ser executado com o dispositivo auxiliar e o calçado utilizados durante a marcha e de forma
segura e confortável, ou seja, na mesma velocidade que o indivíduo realizaria se estivesse na
rua. O teste foi realizado por duas vezes, sendo que somente a segunda foi considerada válida.
Este exame constitui uma ferramenta importante para avaliar a habilidade do indivíduo em
sair de casa sozinho de forma segura. Além disso, é um teste rápido e não necessita de
nenhum equipamento ou treinamento especial. A confiabilidade do TUG é de ICC = 0,99 em
idosos (123).
A força muscular foi mensurada através do Teste Muscular Manual (TMM) de acordo
com a escala proposta pelo Medical Research Council (162). Este teste apresenta
confiabilidade de 0,77 a 0,86 para os músculos do antebraço (163). A partir dos valores
obtidos no TMM, calculou-se o Índice Motor Ambulatorial (IMA) e o escore motor para os
membros inferiores da American Spinal Injury Association Impairment Scale (AIS). O IMA
(164) constitui um indicador de paralisia muscular dos membros inferiores e se mostra
inversamente correlacionado com a necessidade de assistência durante a marcha. É
estabelecido que os graus 2 (“Precário”) e 1 (“Traço”) de força muscular do TMM devem ser
combinados, assim como os graus 4 (“Bom”) e 5 (“Normal”). Desta forma, uma escala de
quatro pontos (0 = Ausente, 1 = Traço ou Precário, 2 = Regular e 3 = Bom ou Normal) deve
ser assumida. Sendo assim, para o cálculo do escore motor se deve incluir a avaliação
bilateral dos seguintes grupamentos musculares: flexores de quadril; extensores de quadril;
abdutores de quadril; flexores de joelho e extensores de joelho. Os graus de força muscular
dos flexores e extensores de tornozelo não estão incluídos. Desta forma, a soma dos escores
individuais deve ser expressa em porcentagem em relação a um escore máximo de 30 pontos.
Além do indicador acima, foi calculado o escore motor para os membros inferiores da
AIS (165). Este considera o grau de força muscular dos seguintes grupamentos musculares:
flexores de quadril, extensores de joelho, dorsiflexores, extensores do hálux e plantiflexores.
Cada miótomo avaliado resulta em duas notas, referentes aos dimídios direito e esquerdo. As
notas são então somadas ao longo dos diferentes miótomos e dimídios, resultando em um
único escore total. A pontuação máxima pode chegar a 50 pontos.
O tônus muscular extensor dos membros inferiores foi avaliado através da Escala
Modificada de Ashworth - MAS (166). Através do movimento rápido e passivo de flexão de
todo o membro inferior, o tônus muscular foi classificado em: 0 = tônus muscular normal; 1 =
ligeiro aumento do tônus muscular, manifestado por tensão momentânea ou por mínima
resistência no final da amplitude de movimento, quando a região afetada é movida em flexão
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! 108!
ou extensão; 1+ = ligeiro aumento do tônus muscular, manifestado por tensão abrupta, seguida
de resistência mínima em menos da metade da amplitude de movimento restante; 2 = aumento
mais acentuado no tônus muscular durante a maior parte da amplitude de movimento, mas as
partes afetadas são facilmente movidas; 3 = aumento considerável do tônus muscular,
movimento passivo difícil; 4 = partes afetadas rígidas em flexão ou extensão. Nos casos em
que foram observados graus diferentes de espasticidade entre os membros, o valor mais alto
foi utilizado. Embora a confiabilidade da MAS seja de k = 0,84 para os músculos flexores de
cotovelo em indivíduos espásticos pós-AVC (167), ela não apresenta boa confiabilidade para
os músculos do joelho (168). Além disso, a análise teórica realizada por Pandyan et al. (169)
concluiu que a MAS apresenta importantes limitações. Primeiramente, os autores comentam
que a resistência ao movimento passivo é uma medida complexa, sendo influenciada por
muito fatores e que a espasticidade é apenas um deles. Segundo, eles sugerem que a MAS
deve ser tratada como uma variável nominal e não ordinal, uma vez que há uma certa
ambiguidade entre os as graduações 1 e 1+, dificultando a sua diferenciação. No entanto,
apesar das desvantagens mencionadas, esta escala é amplamente utilizada na prática clínica,
uma vez que não necessita de nenhum equipamento especial. Sendo assim, esta ferramenta foi
utilizada neste estudo apenas para descrever o grau de espasticidade dos participantes e, não
como uma variável de desfecho.
O exame da função sensitiva discriminativa incluiu a avaliação do tato superficial, da
sensibilidade dolorosa e da propriocepção de acordo com o International Standard
Classification of Spinal Cord Injury (165). Já avaliação da sensibilidade à vibração foi
realizada de acordo com as instruções da EDSS (Expanded Disability Status Scale), onde se
mensurou o tempo de percepção da vibração na região do maléolo lateral de cada membro.
Além disso, a intensidade da dor lombar e dos membros inferiores foi avaliada através
da Escala Numérica de 0 a 10 (170). Nesta escala é solicitado ao paciente que atribua uma
nota de zero a dez à sua dor, para cada região, onde zero significa ausência de dor e dez uma
dor insuportável. Supostamente, considera-se que a dor leve seja de um a três, a moderada de
quatro a seis e a forte de sete a dez.
O comprimento dos músculos dos membros inferiores foi avaliado de acordo com as
manobras de Kendall (171), e incluiu os seguintes grupamentos: flexores de quadril; adutores
de quadril; flexores de joelho e plantiflexores. Para tanto, a amplitude de movimento (ADM)
passiva foi mensurada em graus, com o auxílio de duas pessoas e de um goniômetro. Embora
a medida passiva apresente uma confiabilidade inferior a ativa (139), esta última pode ser
!
! 109!
influenciada pelo grau de força muscular do indivíduo, o que poderia prejudicar a validade da
medida de comprimento muscular em uma população de indivíduos paréticos. A
confiabilidade intra-examinador da ADM passiva da flexão de joelho através da goniometria é
de ICC = 0,95 (172).
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! 110!
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! 111!
Tizanidina 4 mg
Gabapentina 600 mg
Nitrofurantoína 100 mg
Fluoxetina 20 mg
Oxibutinina, Cloridrato 10 mg
Lactulose 20 ml
Dipirona 4g
Ranitidina, Cloridrato 300 mg
04
Diazepam 5 mg
Sinvastatina 20 mg
Codeína, fosfato + Paracetamol 1 mg
Dexametasona, Acetato 90 mg + 1,5 g
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
Losartana 25 mg
Diclofenaco Sódico 150 mg
Baclofeno 60 mg
Dimeticona 80 mg
Ranitidina, Cloridrato 300 mg
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
06 Prednisona 5 mg
Bromoprida 30 mg
Paracetamol 2g
Óleo mineral 100 mg
Baclofeno 30 mg
Oxibutinina, Cloridrato 10 mg
07 Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
Paracetamol 3g
Baclofeno 80 mg
Fluoxetina 20 mg
Oxibutinina, Cloridrato 10 mg
08
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
Diclofenaco Sódico 150 mg
Amitriptilina, Cloridrato 25 mg
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! 112!
Baclofeno 45 mg
Omeprazol 40 mg
Oxibutinina, Cloridrato 15 mg
11
Dipirona 1,5 g
Ácido Fólico 5 mg
Baclofeno 30 mg
Amitriptilina, Cloridrato 12,5 mg
13 Ácido Fólico 5 mg
Clonazepam 1 mg
Baclofeno 10 mg
Oxibutinina, Cloridrato 7,5 mg
14
Ácido Fólico 5 mg
Tizanidina 6 mg
Lactulose 20 ml
15 Dipirona 2 mg
Amitriptilina 50 mg
17 Baclofeno 20
Baclofeno 20 mg
Fluoxetina 40 mg
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
20
Ibuprofeno 900 mg
Amoxicilina 1,5 g (1 semana)
Baclofeno 30 mg
Oxibutinina, Cloridrato 10 mg
Ranitidina, Cloridrato 300 mg
Paracetamol 3 mg
21
Ácido Fólico 5 mg
Ibuprofeno 1,2 mg
Pentoxifilina 800 mg
Baclofeno 45 mg
Ranitidina, Cloridrato 300 mg
Ibuprofeno 1,8 mg
23
Ácido Valpróico 500 mg
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! 113!
Baclofeno 60 mg
Gabapentina 1,8 mg
Dimeticona 160 mg
Ranitidina, Cloridrato 300 mg
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
25 Amitriptilina, Cloridrato 25 mg
Pentoxifilina 400 mg
Sulfametoxazol + Trimetoprima 1,6 mg + 360 mg
Ácido Acetilsalicílico 200 mg
Danazol 400 mg
Baclofeno 30 mg
Oxibutinina, Cloridrato 15 mg
Dipirona 2 mg
Paracetamol 2 mg
28 Amitriptilina, Cloridrato 25 mg
Ibuprofeno 1,8 mg
Propanolol, Cloridrato 40 mg
Toxina Botulínica 300 ui
Baclofeno 20 mg
Gabapentina 600 mg
Nitrofurantoína 100 mg
29 Omeprazol 20 mg
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
Baclofeno 20 mg
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
32 Paracetamol 500 mg
Sulfametoxazol + Trimetoprima 1,6 g + 320 mg
Baclofeno 20 mg
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
34
Paracetamol 3g
Baclofeno 10 mg
Dipirona 2g
36
Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
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! 114!
Baclofeno 60 mg
Gabapentina 2,7 g
Dipirona 2g
38 Mucilóide Hidrófilo de Psyllium 32,5 g
Clonazepam 1 mg
Bisacodil 10 mg