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Direito Internacional Público

Reconhecimento de Estado e de Governo


1. Reconhecimento de Estado
1.1. Definição: O Estado é o sujeito titular do Direito Internacional

1.2. Natureza Jurídica


1.2.1. Constitutiva: A soberania do Estado é concedida pela comunidade
internacional;
1.2.2. Declaratória: A criação do Estado é uma matéria de fato, o seu
reconhecimento pela comunidade internacional é meramente uma
formalização;

CARTA DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS -


Carta de Bogotá
(Art.13) A existência política do Estado é independente do seu
reconhecimento pelos outros Estados. Mesmo antes de ser reconhecido,
o Estado tem o direito de defender a sua integridade e independência,
de promover a sua conservação e prosperidade, e, por conseguinte, de
se organizar como melhor entender, de legislar sobre os seus interesses,
de administrar os seus serviços e de determinar a jurisdição e a
competência dos seus tribunais. O exercício desses direitos não tem
outros limites senão o do exercício dos direitos de outros Estados,
conforme o direito internacional.

1.3. Características:

1.4. Efeitos Jurídicos:

2. Reconhecimento de Governo

2.1. Diferenciação do Reconhecimento de Estado:

2.2. Características:

2.3. Relevância Jurídica: Os vínculos jurídicos preexistentes não são afetados pelo não
reconhecimento do governo e sim pelo não reconhecimento de Estado.

2.4. Princípio da Efetividade:

Direito Internacional Público


1. Relações Diplomáticas
1.1. Definição
2. Órgãos de Representação Externa dos Estados
2.1. Chefe de Estado: Principal Autoridade de Representação do país; (Art. 84, VII,
VIII,XIX,XX);
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes
diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo
do Congresso Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das
sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a
mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;

2.2. Ministro de Relações Exteriores: Autoridade intermediária que está subordinado ao


Chefe de Estado e que é o maior representante da Diplomacia; Possui uma função de
representação cotidiana de seu país;

2.3. Diplomatas: Representante do Governo de seu Estado;


2.3.1. DECRETO Nº 56.435, DE 8 DE JUNHO DE 1965 (Convenção de
Viena sôbre Relações Diplomáticas)
(Artigo 2) O estabelecimento de relações diplomáticas entre Estados e
o envio de Missões diplomáticas permanentes efetua-se por
consentimento mútuo.
 Estado Acreditante: Estado que envia Diplomata
para o Estado Estreangeiro;
 Estado Acreditado: Estado que recebe Diplomata
do Estado Estrangeiro;

2.3.2. Agrément: A aceitação do país para receber Diplomatas;


(Artigo 4)   1. O Estado acreditante deverá certificar-se de que a
pessoa que pretende nomear como Chefe da Missão perante o
Estado acreditado obteve o Agrément do referido Estado.
2. O Estado acreditado não está obrigado a dar ao Estado
acreditante as razões da negação do " agrément ".

2.3.3. Notificação de Não Reconhecimento do Corpo Diplomático:


Instrumento pelo qual o Estado Acreditado, informa ao Estado
Acreditante, que seu corpo diplomático não será mais reconhecido e
legitimado por aquele país, todas as garantias presentes no Tratado de
Viena, continuaram em virgencia e protegeram esse corpo diplomático
e todos os seus bens, até a saída do país.

2.4. Cônsules: Representante de Pessoas Físicas e Jurídicas de seu país; Consulado


(Repartição Comercial no Exterior);
2.4.1. DECRETO Nº 61.078, DE 26 DE JULHO DE 1967 (Convenção de
Viena sôbre Relações Consulares)

2.4.2. Carta Patente: Documento que envia um Consul para o estrangeiro


que o identifica e solicita que ele seja aceito;

2.4.3. Exequatur: Expressão que nomeia a aprovação da Carta Patente;

(Artigo 10º) Nomeação e admissão dos chefes de repartição consular


1. Os Chefes de repartição consular serão nomeados pelo Estado que
envia e serão admitidos ao exercício de suas funções pelo Estado
receptor.
2. Sem prejuízo das disposições desta Convenção, as modalidades de
nomeação e admissão do chefe de repartição consular serão determinadas
pelas leis, regulamentos e práticas do Estado que envia e do Estado
receptor, respectivamente.
(Artigo 11º) Carta-patente ou notificação da nomeação
1. O chefe da repartição consular será munido, pelo Estado que envia, de
um documento, sob a forma de carta-patente ou instrumento similar, feito
para cada nomeação, que ateste sua qualidade e que indique, como regra
geral, seu nome completo, sua classe e categoria, a jurisdição consular e a
sêde da repartição consular.
2. O Estado que envia transmitirá a carta-patente ou instrumento similar,
por via diplomática ou outra via apropriada, ao Govêrno do Estado em
cujo território o chefe da repartição consular irá exercer suas funções.
3. Se o Estado receptor o aceitar, o Estado que envia poderá substituir a
carta-patente ou instrumento similar por uma notificação que contenha as
indicações referidas no parágrafo 1 do presente Artigo.
(Artigo 12º) Exequatur
1. O Chefe da repartição consular será admitido no exercício de suas
funções por uma autorização do Estado receptor denominada
"exequatur", qualquer que seja a forma dessa autorização.
2. O Estado que negar a concessão de um exequatur não estará obrigado a
comunicar ao Estado que envia os motivos dessa recusa.
3. Se prejuízo das disposições dos Artigos 13 e 15, o chefe da repartição
consular não poderá iniciar suas funções antes de ter recebido o
exequatur.

2.5. Embaixador: Chefe das Missões Diplomáticas;

3. Estabelecimento de Missões Diplomáticas e Consulares


3.1. Imunidades e Privilégios

IMUNIDADES
Diplomatas Cônsules
Respeito às Leis Art. 41 Art. 55
Locais
Inviolabilidade dos Art. 22 e 24 Art. 31 e 33
Locais da Missão e
Documentos
Inviolabilidade Art. 29 Art. 41
Pessoal
Imunidade de Art. 31 Art. 43
Jurisdição
Persona Non Grata Art. 9 Art. 23
Extensão Art. 37 Art. 57
3.2. Término das Missões Diplomáticas e Consulares
3.2.1. Término das Missões Diplomáticas (Art.43,44 e 45);
(Artigo 43) As funções de agente diplomático terminarão, inter-alia.

a) pela notificação do Estado acreditante ao Estado acreditado e


que as funções do agente diplomático terminaram;

b) pela notificação do Estado acreditado ao Estado acreditante de


que, nos têrmos do parágrafo 2 do artigo 9, se recusa a reconhecer o
agente diplomático como membro da Missão.

(Artigo 44) O Estado acreditado deverá, mesmo no caso de conflito


armado, conceder facilidades para que as pessoas que gozem de
privilégios e imunidades e não sejam nacionais do Estado acreditado,
bem como os membros de suas famílias, seja qual fôr a sua
nacionalidade, possam deixar o seu território o mais depressa possível.
Especialmente, deverá colocar à sua disposição, se necessário, os meios
de transporte indispensáveis para tais pessoas e seus bens.

(Artigo 45) Em caso de ruptura das relações diplomáticas entre dois


Estados, ou se uma Missão é retirada definitiva ou temporariamente:

a) o Estado acreditado está obrigado a respeitar e a proteger,


mesmo em caso de conflito armado, os locais da Missão bem como os
seus bens e arquivos;

b) o Estado acreditante poderá confiar a guarda dos locais da


Missão, bem como de seus bens e arquivos, a um terceiro Estado
aceitável para o Estado acreditado;

c) o Estado acreditante poderá confiar a proteção de seus


interêsses e dos de seus nacionais a um terceiro Estado acreditado.

3.2.2. Término das Missões Consulares (Art.25, 26 e 27);

(ARTIGO 25º) Término das funções de um membro da repartição


consular As funções de um membro da repartição terminam inter alia:

a) pela notificação do Estado que envia ao Estado receptor de suas


funções chegaram ao fim;

b) pela retirada do exequatur;

c) pela notificação do Estado receptor ao Estado que envia de que


deixou de considerar a pessoa em aprêço como membro do pessoal
consular.

(ARTIGO 26º) Partida do território do Estado receptor

O Estado receptor deverá, mesmo no caso de conflito armado, conceder


aos membros da repartição consular e aos membros do pessoal privado,
que não forem nacionais do Estado receptor, assim como aos seus
membros de suas famílias que com eles vivam, qualquer que seja sua
nacionalidade o tempo e as facilidades necessárias para preparar sua
partida e deixar o território o mais cedo possível depois do término das
suas funções. Deverá, especialmente, se fôr o caso pôr a sua disposição
os meios de transporte necessários para essas pessoas e seus bens,
exceto os bens adquiridos no Estado receptor e cuja exportação estiver
proibida no momento da saída.

(ARTIGO 27º) Proteção dos locais e arquivos consulares e dos


interesses do Estado que envia em circunstâncias excepcionais.

1. No caso de rompimento das relações consulares entre dois Estados:

a) o Estado receptor ficará obrigado a respeitar e proteger, inclusive em


caso de conflito armado, os locais consulares, os bens da repartição
consular e seus arquivos;

b) o Estado que envia poderá confiar a custódia dos locais consulares,


dos bens que ai se achem e dos arquivos consulares, a um terceiro
Estado aceitável ao Estado receptor;

c) o Estado que envia poderá confiar a proteção de seus interesses e dos


interesses de seus nacionais a um terceiro Estado aceitável pelo Estado
receptor.

2. No caso de fechamento temporário ou definitivo de uma repartição


consular, aplicar-se-ão as disposições da alínea a do parágrafo 1 do
presente artigo.

Além disso:

a) se o Estado que envia, ainda que não estiver representado no Estado


receptor por uma missão diplomática, tiver outra repartição consular no
território do Estado receptor, esta poderá encarregar-se da custódia dos
locais consulares que tenham sido fechados, dos bens que neles se
encontrem e dos arquivos consulares e, com o consentimento dos
Estado receptor, do exercício das funções consulares na jurisdição da
referida repartição consular; ou,

b) se o Estado que envia não tiver missão diplomática nem outra


repartição consular no Estado receptor, aplicar-se-ão as disposições das
alíneas b e c do parágrafo 1 deste artigo.

CAPÍTULO II

Facilidades, privilégios e imunidades relativas às repartições consulares,


aos funcionários consulares de carreira e a outros membros da
repartição consular.

SEÇÃO I

Facilidades, privilégios e imunidades relativas às repartições consulares.


Direito Internacional

1. Direito Internacional dos Conflitos Armados ou Direito Internacional


Humanitário
1.1. Guerra ou Conflito Armado?
1.1.1. O termo Guerra se refere a um tipo de conflito internacional entre
Estados, que requer a existência de um elemento subjetivo que possui o
ânimos de fazer guerra, estando disposto a entrar em um conflito sem
previsibilidade para o seu fim, que é demonstrado pela Declaração de
Guerra, o que durante o séc. XX, foi praticamente abandonada extinto
pelos países.
1.2. Ruptura da Paz e Relações de Beligerância
1.2.1. Conflitos armados são caracterizados por ataques persistentes e
permanentes, a partir de uma ruptura da paz e por consequência a
ruptura das relações diplomáticas, nesse momento o Direito
Internacional fica temporariamente suspenso, regulando apenas as
Relações de Beligerância;

1.3. Codificação e Evolução do Direito dos Conflitos Armados


1.3.1. Convenção de Genebra Para a Melhoria da Sorte dos Feridos e
Enfermos dos Exércitos em Campanha de 1864 e a criação do
Comitê da Cruz Vermelha: Durante a II Guerra de Independência da
Itália, onde o Reino de Piemonti, em aliança com a França, estava
sendo ocupado pela Áustria, que acabou sendo derrotada no conflito,
que deu origem a Convenção de Genebra;

1.3.2. As Conferências de Paz de Haia de 1899 e 1907: IV Convenção


Relativa as Leis e Costumes de Guerra sobre a terra de 1907 ou IV
Convenção da Haia;

1.3.3. As Convenções de Genebra de 1949;


a) I Convenção: Refere-se a Combatentes Feridos e Enfermos em
Guerra;
b) II Convenção: Refere-se a Combatentes Naufrágos Feridos e
Enfermos em Guerra;
c) III Convenção: Refere-se aos Combatentes feitos como
Prisioneiros de Guerra;
d) IV Convenção: Refere-se a População Civil;

1.3.4. Protocolos Aditivos de 1977;


a) I Protocolo: Conflitos Internacionais;
b) II Protocolo: Conflitos Não-Internacionais:

1.4. Condução das Hostilidades

1.5. Status do Conflito


1.5.1. Conflitos Internacionais: Estão previstos no Artigo 2, comum a todas
as Convenções de Genebra de 1949.
(Artigo 2º) Afora as disposições que devem vigorar em tempo de paz, a
presente Convenção se aplicará em caso de guerra declarada ou de
qualquer outro conflito armado que surja entre duas ou várias das
Altas Partes Contratantes, mesmo que o estado de guerra não seja
reconhecido por uma delas.

A Convenção se aplicará igualmente, em todos os casos de ocupação


da totalidade ou de parte do território de uma Alta Parte Contratante,
mesmo que essa ocupação não encontre resistência militar.
Se uma das Potências em luta não fôr parte na presente Convenção, as
Potências que nela são partes permanecerão, não obstante, obrigadas
por ela em suas relações recíprocas. Elas ficarão, outrossim, obrigadas
pela Convenção com relação a Potência em aprêço, desde que esta
aceite e aplique as disposições.

a) Guerra Declarada ou Outros Conflitos Entre Estados


b) Ocupação de Território por Foças Estrangeiras
c) Guerra de Libertação

1.5.2. Conflitos Não – Internacionais: Estão previstos no Artigo 3, comum a


todas as Convenções de Genebra de 1949. São aqueles travados no
interior de um Estado;
(Artigo 3º) No caso de conflito armado sem caráter internacional e
que surja no território de uma das Altas Partes Contratantes, cada uma
das Partes em luta será obrigada a aplicar pelo menos, as seguintes
disposições:
1) As pessoas que não participem diretamente das hostilidades,
inclusive os membros de fôrças armadas que tiverem deposto as armas
e as pessoas que tiverem ficado fora de combate por enfermidade,
ferimento, detenção, ou por qualquer outra causa, serão, em qualquer
circunstância, tratadas com humanidade sem distinção alguma de
caráter desfavorável baseada em raça, côr, religião ou crença, sexo,
nascimento, ou fortuna, ou qualquer outro critério análogo.
Para esse fim estão e ficam proibidos, em qualquer momento e lugar,
com respeito às pessoas mencionadas acima:
a) os atentados à vida e à integridade corporal, notadamente o
homicídio sob qualquer de suas formas, as mutilações, os tratamentos
cruéis, as torturas e suplícios;
b) a detenção de reféns;
c) os atentados à dignidade das pessoas, especialmente os tratamentos
humilhantes e degradantes;
d) as condenações pronunciadas e as execuções efetuadas e sem
julgamento prévio proferido por tribunal regularmente constituído, que
conceda garantias judiciárias reconhecidas como indispensáveis pelos
povos civilizados.
2) Os feridos e enfermos serão recolhidos e tratados.
Um organismos humanitário imparcial, tal como o Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, poderá oferecer os seus serviços às
Partes em luta.
As partes em luta esforçar-se-ão, por outro lado, para pôr em vigor,
por meio de acordos especiais, o todo ou partes das demais disposições
da presente Convenção.
A aplicação das disposições precedentes não terá efeito sôbre o
estatuto jurídico das Partes em luta.

1.5.3. Casos Não Definidos Como Conflitos: Incidentes Militares;


1.6. Status do Indivíduo
1.6.1. Combatentes:
a) Membros da Forças Armadas;
b) Membros de Milícia;
c) Corpo de Voluntários;
d) Dentre outros previstos no Art. 13 da Convenção I e II e Art. 4
da Convenção III e Art. 43 do Protocolo I;
e) Guerrilheiros (População Civil que algumas vezes participam
da guerra);

1.6.2. População Civil;

1.6.3. Jornalistas (Devem ser considerados população civil);

1.6.4. Mercenários e Espiões não possuem arcabouços de direitos;

O Tribunal Penal Internacional

1. Antecedentes Históricos:
a. Segunda Guerra Mundial: O Tribunal de Nuremberg foi uma corte
internacional criada em 1945, para julgar os crimes cometidos pelos nazistas
durante a Segunda Guerra Mundial. O Tribunal de Tóquio Seguindo os moldes
de Nuremberg, em 19 de janeiro de 1946 foi criado para julgar e punir os
criminosos de guerra do Extremo Oriente.

b. Esses Tribunais tinham caráter Ad Hoc, ou seja Tribunais criados para julgar
determinados casos e depois era dissolvidos.

2. Órgãos Internos
a. Presidência: É escolhido por meio de voto secreto de toda a corte com seus 18
juízes, para um mandato de 3 anos podendo ser reeleito uma única vez.

(Artigo 38) A Presidência


1. O Presidente, o Primeiro Vice-Presidente e o Segundo Vice-Presidente
serão eleitos por maioria absoluta dos juízes. Cada um desempenhará o
respectivo cargo por um período de três anos ou até ao termo do seu mandato
como juiz, conforme o que expirar em primeiro lugar. Poderão ser reeleitos uma
única vez.

2. O Primeiro Vice-Presidente substituirá o Presidente em caso de


impossibilidade ou recusa deste. O Segundo Vice-Presidente substituirá o
Presidente em caso de impedimento ou recusa deste ou do Primeiro Vice-
Presidente.

3. O Presidente, o Primeiro Vice-Presidente e o Segundo Vice-Presidente


constituirão a Presidência, que ficará encarregada:
a) Da adequada administração do Tribunal, com exceção do Gabinete do
Procurador;
b) Das restantes funções que lhe forem conferidas de acordo com o
presente Estatuto.

4. Embora eximindo-se da sua responsabilidade nos termos do parágrafo


3o a), a Presidência atuará em coordenação com o Gabinete do Procurador e
deverá obter a aprovação deste em todos os assuntos de interesse comum.

b. Juízes, Juízos e Seções:

i. Os juízes precisam ter uma Experiência Prática Profissional Jurídica


em seus países. Dentre esses juízes devem existir aqueles que sejam
especialistas em Direito Penal e Direitos Humanos; Esses Juízes são
eleitos pela Assembleia dos Estados Parte para um Mandato de 9
anos, Sem direito a Reeleição.

(Artigo 36) Qualificações, Candidatura e Eleição dos Juízes


        1. Sob reserva do disposto no parágrafo 2o, o Tribunal será
composto por 18 juízes.
         2. a) A Presidência, agindo em nome do Tribunal, poderá propor
o aumento do número de juízes referido no parágrafo
1o fundamentando as razões pelas quais considera necessária e
apropriada tal medida. O Secretário comunicará imediatamente a
proposta a todos os Estados Partes;
        b) A proposta será seguidamente apreciada em sessão da
Assembléia dos Estados Partes convocada nos termos do artigo 112 e
deverá ser considerada adotada se for aprovada na sessão por maioria de
dois terços dos membros da Assembleia dos Estados Partes; a proposta
entrará em vigor na data fixada pela Assembleia dos Estados Partes;
        c) i) Logo que seja aprovada a proposta de aumento do número de
juízes, de acordo com o disposto na alínea b), a eleição dos juízes
adicionais terá lugar no período seguinte de sessões da Assembleia dos
Estados Partes, nos termos dos parágrafos 3o a 8o do presente artigo e
do parágrafo 2o do artigo 37;
        ii) Após a aprovação e a entrada em vigor de uma proposta de
aumento do número de juízes, de acordo com o disposto nas
alíneas b) e c) i), a Presidência poderá, a qualquer momento, se o
volume de trabalho do Tribunal assim o justificar, propor que o número
de juízes seja reduzido, mas nunca para um número inferior ao fixado
no parágrafo 1o. A proposta será apreciada de acordo com o
procedimento definido nas alíneas a) e b). Caso a proposta seja
aprovada, o número de juízes será progressivamente reduzido, à medida
que expirem os mandatos e até que se alcance o número previsto.
        3. a) Os juízes serão eleitos dentre pessoas de elevada idoneidade
moral, imparcialidade e integridade, que reunam os requisitos para o
exercício das mais altas funções judiciais nos seus respectivos países.
        b) Os candidatos a juízes deverão possuir:
        i) Reconhecida competência em direito penal e direito
processual penal e a necessária experiência em processos penais na
qualidade de juiz, procurador, advogado ou outra função semelhante; ou
ii) Reconhecida competência em matérias relevantes de direito
internacional, tais como o direito internacional humanitário e os direitos
humanos, assim como vasta experiência em profissões jurídicas com
relevância para a função judicial do Tribunal;
        c) Os candidatos a juízes deverão possuir um excelente
conhecimento e serem fluentes em, pelo menos, uma das línguas de
trabalho do Tribunal.
        4. a) Qualquer Estado Parte no presente Estatuto poderá propor
candidatos às eleições para juiz do Tribunal mediante:
        i) O procedimento previsto para propor candidatos aos mais altos
cargos judiciais do país; ou
        ii) O procedimento previsto no Estatuto da Corte Internacional de
Justiça para propor candidatos a esse Tribunal.
        As propostas de candidatura deverão ser acompanhadas de uma
exposição detalhada comprovativa de que o candidato possui os
requisitos enunciados no parágrafo 3o;
        b) Qualquer Estado Parte poderá apresentar uma candidatura de
uma pessoa que não tenha necessariamente a sua nacionalidade, mas
que seja nacional de um Estado Parte;
        c) A Assembleia dos Estados Partes poderá decidir constituir, se
apropriado, uma Comissão consultiva para o exame das candidaturas,
neste caso, a Assembleia dos Estados Partes determinará a composição
e o mandato da Comissão.
        5. Para efeitos da eleição, serão estabelecidas duas listas de
candidatos:
        A lista A, com os nomes dos candidatos que reúnam os requisitos
enunciados na alínea b) i) do parágrafo 3°; e
        A lista B, com os nomes dos candidatos que reúnam os requisitos
enunciados na alínea b) ii) do parágrafo 3o.
        O candidato que reuna os requisitos constantes de ambas as listas,
poderá escolher em qual delas deseja figurar. Na primeira eleição de
membros do Tribunal, pelo menos nove juízes serão eleitos entre os
candidatos da lista A e pelo menos cinco entre os candidatos da lista B.
As eleições subseqüentes serão organizadas por forma a que se
mantenha no Tribunal uma proporção equivalente de juízes de ambas as
listas.
        6. a) Os juízes serão eleitos por escrutínio secreto, em sessão da
Assembleia dos Estados Partes convocada para esse efeito, nos termos
do artigo 112. Sob reserva do disposto no parágrafo 7, serão eleitos os
18 candidatos que obtenham o maior número de votos e uma maioria de
dois terços dos Estados Partes presentes e votantes;
        b) No caso em que da primeira votação não resulte eleito um
número suficiente de juízes, proceder-se-á a nova votação, de acordo
com os procedimentos estabelecidos na alínea a), até provimento dos
lugares restantes.
        7. O Tribunal não poderá ter mais de um juiz nacional do mesmo
Estado. Para este efeito, a pessoa que for considerada nacional de mais
de um Estado será considerada nacional do Estado onde exerce
habitualmente os seus direitos civis e políticos.
        8. a) Na seleção dos juízes, os Estados Partes ponderarão sobre a
necessidade de assegurar que a composição do Tribunal inclua:
        i) A representação dos principais sistemas jurídicos do mundo;
        ii) Uma representação geográfica eqüitativa; e
        iii) Uma representação justa de juízes do sexo feminino e do sexo
masculino;
        b) Os Estados Partes levarão igualmente em consideração a
necessidade de assegurar a presença de juízes especializados em
determinadas matérias incluindo, entre outras, a violência contra
mulheres ou crianças.
        9. a) Salvo o disposto na alínea b), os juízes serão eleitos por um
mandato de nove anos e não poderão ser reeleitos, salvo o disposto na
alínea c) e no parágrafo 2o do artigo 37;
        b) Na primeira eleição, um terço dos juízes eleitos será selecionado
por sorteio para exercer um mandato de três anos; outro terço será
selecionado, também por sorteio, para exercer um mandato de seis anos;
e os restantes exercerão um mandato de nove anos;
        c) Um juiz selecionado para exercer um mandato de três anos, em
conformidade com a alínea b), poderá ser reeleito para um mandato
completo.
        10. Não obstante o disposto no parágrafo 9, um juiz afeto a um
Juízo de Julgamento em Primeira Instância ou de Recurso, em
conformidade com o artigo 39, permanecerá em funções até à conclusão
do julgamento ou do recurso dos casos que tiver a seu cargo.

ii. Seções: As diferentes Seções são divididas em Juízos (“Turmas ou


Câmaras”);
 Seção de Instrução (6Juízes)
 Seção de Julgamento em 1ºInstância (6Juízes)
 Seção de Recursos (4Juízes + 1 Juiz Presidente)

(Artigo 39) Juízos

        1. Após a eleição dos juízes e logo que possível, o Tribunal deverá
organizar-se nas seções referidas no artigo 34 b). A Seção de Recursos
será composta pelo Presidente e quatro juízes, a Seção de Julgamento
em Primeira Instância por, pelo menos, seis juízes e a Seção de
Instrução por, pelo menos, seis juízes. Os juízes serão adstritos às
Seções de acordo com a natureza das funções que corresponderem a
cada um e com as respectivas qualificações e experiência, por forma a
que cada Seção disponha de um conjunto adequado de especialistas em
direito penal e processual penal e em direito internacional. A Seção de
Julgamento em Primeira Instância e a Seção de Instrução serão
predominantemente compostas por juízes com experiência em processo
penal.
        2. a) As funções judiciais do Tribunal serão desempenhadas em
cada Seção pelos juízos.

        b) i) O Juízo de Recursos será composto por todos os juízes da


Seção de Recursos;

        ii) As funções do Juízo de Julgamento em Primeira Instância serão


desempenhadas por três juízes da Seção de Julgamento em Primeira
Instância;

        iii) As funções do Juízo de Instrução serão desempenhadas por três


juízes da Seção de Instrução ou por um só juiz da referida Seção, em
conformidade com o presente Estatuto e com o Regulamento
Processual;

        c) Nada no presente número obstará a que se constituam


simultaneamente mais de um Juízo de Julgamento em Primeira
Instância ou Juízo de Instrução, sempre que a gestão eficiente do
trabalho do Tribunal assim o exigir.

        3. a) Os juízes adstritos às Seções de Julgamento em Primeira


Instância e de Instrução desempenharão o cargo nessas Seções por um
período de três anos ou, decorrido esse período, até à conclusão dos
casos que lhes tenham sido cometidos pela respectiva Seção;

        b) Os juízes adstritos à Seção de Recursos desempenharão o cargo


nessa Seção durante todo o seu mandato.

        4. Os juízes adstritos à Seção de Recursos desempenharão o cargo


unicamente nessa Seção. Nada no presente artigo obstará a que sejam
adstritos temporariamente juízes da Seção de Julgamento em Primeira
Instância à Seção de Instrução, ou inversamente, se a Presidência
entender que a gestão eficiente do trabalho do Tribunal assim o exige;
porém, o juiz que tenha participado na fase instrutória não poderá, em
caso algum, fazer parte do Juízo de Julgamento em Primeira Instância
encarregado do caso.

c. Procurador (Art. 42º): Também é eleito pela Assembleia dos Estados Parte a
um Mandato de 9 anos Sem direito a Reeleição.

d. Secretaria (Art. 43º): É eleito pelos Juízes da Corte, para um Mandato de


5anos, Com direito a Reeleição;

3. Competência Material (Art. 5º)


a. Crime de Genocídio (Art. 6º): Intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo
nacional, étnico, racial ou religioso;
b. Crime Contra a Humanidade (Art. 7º):
c. Crime de Guerra (Art. 8º):
d. Crime de Agressão (Art. 8º - BIS):
4. A Responsabilização Individual (Art. 25º e 27º): Não pode punir um Estado e sim os
membros destes que deram causa aos crimes.

5. Aspectos Processuais e Procedimentais


a. Requisitos (Art. 12º) e Admissibilidade (Art. 17º)
b. Denúncias (Art. 13º), Comunicações e Abertura de Inquérito (Art. 15º)
c. Poderes do Procurador (Art. 54º),
d. Mandado de Detenção e de Entrega (Art. 58º),
e. Julgamento (Art. 63º e 64º), Sentença (Art. 74º), e Penas(Art. 75º e 77º),
f. Recurso Contra Sentença Condenatória (Art. 81º),
g. Execução da Pena (Art. 103º),

O mandado de prisão contra Putin é valido? Se ele for Valido quais as


pespectivas que ele seja cumprido?

Ler os artigos 12 e 17

II - O sistema global e os sistemas regionais de proteção dos direitos humanos 


 Além do sistema de proteção de direitos humanos da ONU, que é comumente chamado
de sistema global, devido à sua abrangência geográfica mundial, existem também 4
sistemas regionais de proteção dos direitos humanos: o europeu, o interamericano, o
africano e o árabe.
 Compostos pelos países das suas respectivas regiões, esses sistemas são autônomos uns
em relação aos outros; eles foram criados em períodos históricos diferente, e possuem
meios institucionais diversificados, incluindo a existência de órgãos e de normas
processuais diferentes, e, embora as suas normas materiais sejam muito semelhantes
entre si, pode acontecer de serem interpretadas de formas diferentes.
 Eles também são autônomos em relação ao sistema global; muitos autores falam da
existência de uma relação de complementaridade.
 Pode-se dizer, em todo caso, que, quanto ao sistema interamericano, os seus órgãos
frequentemente se valem de interpretações conferidas pelos órgãos do sistema global.
 Além disso, também se pode afirmar que as possibilidades de atuação judicial perante o
sistema interamericano são institucionalmente mais desenvolvidas do que as existentes
no sistema global.
 III - Origem e evolução do sistema interamericano de direitos humanos
 Os primeiros passos que levaram à origem do sistema interamericano de direitos
humanos foram dados em 1948, com a constituição da Organização dos Estados
Americanos (OEA) e a adoção da Declaração Americana de Direitos e Deveres do
Homem.
 Inicialmente, não tínhamos exatamente um sistema de proteção; pois a Declaração não é
um tratado, com status vinculante, e também não existiam órgãos voltados para
monitorar a prática dos Estados.
 Na verdade, esses primeiros passos refletiam a mesma estratégia anticomunista que os
EUA defendiam no âmbito da ONU: a OEA é uma organização criada para fins de
segurança e defesa, e representou um avanço institucional em relação ao Tratado do Rio
de Janeiro de 1947, que instituía um sistema de defesa militar da região; além disso, na
mesma ocasião da sua criação, foi emitida uma declaração afirmando que as tendências
expansionistas do comunismo soviético representavam uma ameaça aos direitos
humanos na região.
 A criação do Sistema Interamericano, de fato, somente se deu com a adoção da
Convenção Americana de Direitos e Deveres do Homem de 1969, mais conhecida
como Pacto de San José da Costa Rica.
 Diferente da Declaração, o Pacto constitui um tratado internacional, que foi ratificado
pelos Estados-partes, trazendo, portanto, um catálogo de direitos que possuem status
formal obrigatório e vinculante.
 Além disso, o Pacto instituiu dois órgãos internacionais voltados para supervisionar os
seus Estados-partes: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
 A adoção do Pacto de San José, com a criação de órgãos competentes para julgar os
Estados acusados de violação, era vista pelos Estados latino-americanos como uma
forma de se defenderem do intervencionismo norte-americano, que buscava se justificar
com a ideia de defesa dos direitos humanos.
 A ideia básica era a de que, com a criação de um órgão competente para decidir se um
Estado era ou não um violador de direitos humanos, então, a retórica militar dos EUA
seria fragilizada.
 A adoção do Pacto, porém, deixou uma lacuna quanto ao rol de direitos humanos, pois
os direitos econômicos e sociais foram deixados de fora: no Pacto, temos um catálogo
de direitos civis e políticos previstos do art. 3.º ao art. 25; já os direitos sociais não
foram enumerados, havendo apenas o art. 26 que os cita de modo genérico, sem
detalhá-los.
 Buscou-se suprir esta lacuna em 1988, com a adoção do Protocolo Adicional à
Convenção Americana de Direitos e Deveres do Homem em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, que ficou mais conhecido como Protocolo de San
Salvador.
 Nele temos um catálogo de direitos sociais, previstos entre os arts. 6.º e 18.
 A adoção do Protocolo de San Salvador, porém, não solucionou a problemática geral
dos direitos sociais, pois, assim como o PIDESC no sistema da ONU, os direitos
previstos no Protocolo também são considerados como programáticos, isto é, eles não
impõem ao Estado-parte o dever de assegurá-los desde já, mas apenas o dever de adotar
medidas progressivas, de acordo com a sua capacidade financeira, com vistas a
promover a realização desses direitos.

 IV - Principais instrumentos normativos


a) Carta da OEA de 1948
 A OEA é uma organização regional criada para fins de defesa e segurança, e a sua
importância para o Sistema Interamericano de Direitos Humanos decorre do fato de que
este sistema pertence à OEA, de modo que somente os Estados-membros da
organização é que podem se tornar membros do Sistema Interamericano.
 Tratados bilaterais militares com países latino-americanos para atentados golpistas em
combate ao comunismo.
b) Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem de 1948
 Ela contém um catálogo de direitos humanos; no entanto, do ponto de vista jurídico-
formal, ela não constitui um instrumento vinculante, não sendo uma fonte de direitos e
deveres, possuindo, na verdade, um caráter moral, aspiracional.
c) Convenção Americana de Direitos e Deveres do Homem de 1969 (Pacto de San José)
 Foi este tratado que instituiu, de fato, o Sistema Interamericano de Direitos Humanos,
prevendo um catálogo de direitos (art. 3.º ao art. 25), que devem ser assegurados
obrigatoriamente pelos Estados-partes (arts 1.º e 2.º), e cujo cumprimento está sujeito à
supervisão da Comissão e da Corte (art. 33).
 Inaugura um novo momento onde são criado Órgãos de Surpervisão.
 Só se refere aos direitos sociais no artigo 26.
d) Protocolo Aditivo à Convenção Americana de Direitos e Deveres do Homem em Matéria
de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1988 (Protocolo de San Salvador)
 Contém um catálogo de direitos sociais (art. 3.º a art. 18), que possuem caráter
programático (art. 1.º e 2.º), e que, com a exceção dos arts. 8.º, “a”, e 13, não podem ser
judicializados, estando sujeitos a um processo de supervisão através de relatórios
analisados pela Comissão (art. 19).
 Possui Direitos Programáticos – Direitos Sociais
 Não são judicializáveis – exceção a liberdade sindical e a educação.

 V - Órgãos de supervisão:
a) Comissão Interamericana de Direitos Humanos: Recebe as Denuncias

 A Comissão Interamericana é um órgão de natureza investigativa, que possui a


competência para receber as reclamações que aleguem a violação do o Pacto de San
José por algum Estado ratificante.
 A Comissão é composta por 7 membros, eleitos a título pessoal pela Assembléia-
Geral da OEA, para um mandato de 4 anos, podendo ser reeleitos uma única vez
(arts. 34, 36 e 37 do Pacto).

b) Corte Interamericana de Direitos Humanos:

 A Corte é o órgão judicial do Sistema Interamericano, tendo como principal


incumbência o julgamento dos casos que não sejam solucionados amigavelmente
durante o procedimento prévio desempenhado pela Comissão.
 A Corte é formada por 7 juízes, cada um de uma nacionalidade diferente, eleitos a título
pessoal pela Assembléia-Geral da OEA, para um mandato de 6 anos, sendo possível
uma única reeleição (arts. 52, 53, 54 do Pacto).
 VI - Aspectos processuais e procedimentais
a) Capacidade para apresentar reclamações
 Todo indivíduo, grupo de indivíduos e ONGs podem apresentar reclamações que
aleguem a violação do Pacto por algum Estado-parte; estas reclamações devem ser
apresentadas à Comissão (art. 44).
 Um Estado-parte do Pacto também pode apresentar à Comissão uma reclamação
contra outro Estado-parte, alegando a violação do Pacto; mas, neste caso, ambos os
Estados devem ter emitido uma declaração reconhecendo a competência da
Comissão para analisar reclamações deste tipo (art. 45).
o Essa declaração de reconhecimento só será necessária se for no caso de
estados, em casos de indivíduos não será necessários pois já está previsto
no art. 44
b) Exame de admissibilidade
 Ao receber a reclamação, a Comissão realizará um exame de admissibilidade, baseado
no preenchimento dos requisitos formais previstos no art. 46 do Pacto.
 Dentre os requisitos, destaca-se a exigência de prévio esgotamento dos recursos
domésticos (art. 46, §1.º, “a”); isto significa que, antes de procurar solucionar a
demanda perante o Sistema Interamericano, é preciso que a parte reclamante tenha
procurado solucionar a questão nas próprias instâncias internas do Estado, utilizando
todos os recursos administrativos e judiciais cabíveis.
 Somente após esgotá-los, sem obter solução, é que a reclamação se tornará admissível
perante o Sistema Interamericano.
 A exigência de preenchimento deste requisito, entretanto, é afastada quando:
o 1) não há um recurso processual apto a solucionar a questão;
o 2) quando a pessoa interessada é impedida de esgotá-los;
o 3) quando, apesar de se valer dos recursos processuais cabíveis, há uma demora
injustificada por parte das instâncias domésticas decidir sobre a questão.
c) Exame do caso e investigações

 Se a reclamação for considerada admissível pela Comissão, ela solicitará informações


ao Estado reclamado, podendo também realizar investigações no seu território, e, ainda,
buscará uma solução amistosa entre as partes (art. 48 do Pacto).

d) Relatório e recomendações da Comissão

 Se não houver solução amistosa, a Comissão elaborará um relatório do caso, no qual


podem ser formuladas recomendações ao Estado-reclamado, indicando medidas a serem
tomadas para a solução do caso (art. 50).
 Se o Estado-reclamado não adotar as medidas recomendadas no prazo de 3 meses, a
Comissão ou o Estado interessado (no caso do procedimento do art. 45) poderá
submeter o caso à Corte (art. 51).

e) Submissão do caso à Corte

 Somente os Estados-partes do Pacto e a Comissão têm capacidade processual para


submeter um caso ao julgamento da Corte (art. 61).

f) Reconhecimento da competência da Corte

 Para que a Corte possa julgar o caso, é preciso que o Estado reclamado e, também, o
Estado reclamante (se o caso não for submetido pela Comissão) tenham emitido uma
declaração afirmando reconhecer a competência da Corte para julgá-los (art. 62).

g) Obrigatoriedade e exeqüibilidade das sentenças da Corte

 As sentenças da Corte podem conter comandos de fazer, não fazer, dar, pagar, etc.
 Todos os comandos da sentença são de cumprimento obrigatório pelo Estado
condenado (art. 68, §1.º).
 Os aspectos indenizatórios da sentença são exeqüíveis, na medida em que eles têm valor
de título executivo judicial na jurisdição interna dos Estados-partes do Pacto (art. 68,
§2.º).

Direito Internacional dos Direitos Humanos: O sistema de Direitos Humanos da ONU

1. Direitos Humanos e Limitação da Soberania: Os Direitos Humanos são direitos


oponentes aos Estados resultados de Tratados Internacionais.
a) Após a I Guerra Mundial, Tratados de Proteção de Minorias Éticas e
Religiosas foram ratificados.

b) Termo Direitos Humanos: Em 1941 com a invasão da França, os EUA


iniciaram uma campanha política midiática de convencimento de sua
população para entrar na II Guerra Mundial. Para isso, utilizou-se do
holocausto para defender o que eles chamaram de Direitos Humanos.

c) Criação de Novo Sistema de Proteção do Indivíduo: Após o genocídio


da II Guerra Mundial, a Comunidade Internacional sentiu a necessidade
em criar um Novo Sistema de Proteção dos Indivíduos que privilegiasse.

d) 1945 Criação da ONU

2. As Negociações Para a Criação do Sistema de D.H. da ONU

a) Declaração Moral: Quais eram os Direitos Humanos?


 Corrente Americana: DH seriam os Direitos de Primeira Geração
- Direitos Oponentes ao Estado.
 Corrente Soviética: DH seriam os Direitos de Segunda Geração -
Direitos Econômicos e Sociais.

b) Com a discursão para a Declaração Universal de Direitos Humanos


surgem dois grupos de Direitos.
 Direitos Mandatórios: Direitos Civis e Políticos- São Direitos
judicializáveis, pois podemos cobrar do Estado o devido
cumprimento da lei.
 Direitos Programáticos: Direitos Sociais- Direitos de Realização
Progressiva, pois impõem ao Estado o dever de abordar um
programa de ação.

3. Órgãos de supervisão do sistema de direitos humanos da ONU

a) Comitê de Direitos Humanos


 Instituído em 1966 pelo próprio PIDCP.
 Possui competência para supervisionar o cumprimento dos deveres
assumidos pelos Estados-partes do PIDCP.

b) Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais


 Criado pela Resolução n. 17 de 1985, emitida pelo Conselho
Econômico e Social da ONU.
 Possui competência para supervisionar o cumprimento dos deveres
assumidos pelos Estados-partes do PIDESC.

4. Principais Instrumentos Jurídicos do Sistema


a) Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948
b) Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966 (PIDCP)
c) Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966
(PIDESC)
d) Protocolo Facultativo ai PIDCP de 1966
e) Protocolo Facultativo ao PIDESC de 2008

Direito Internacional Público

Direito Internacional dos Direitos Humanos: Mecanismos de Supervisão dos Sistema de


Direitos Humanos da ONU.

1. Histórico das Negociações Para a Criação de Mecanismos de Supervisão:

 Os primeiros passos que levaram à origem do sistema interamericano de direitos


humanos foram dados em 1948, com a constituição da Organização dos Estados
Americanos (OEA) e a adoção da Declaração Americana de Direitos e Deveres do
Homem.

 Declaração não é um tratado, com status vinculante, e também não existiam


órgãos voltados para monitorar a prática dos Estados.

 Na verdade, esses primeiros passos refletiam a mesma estratégia anticomunista que os


EUA defendiam no âmbito da ONU: a OEA é uma organização criada para fins de
segurança e defesa, e representou um avanço institucional em relação ao Tratado do
Rio de Janeiro de 1947, que instituía um sistema de defesa militar da região; além
disso, na mesma ocasião da sua criação, foi emitida uma declaração afirmando que as
tendências expansionistas do comunismo soviético representavam uma ameaça aos
direitos humanos na região.

 A criação do Sistema Interamericano, de fato, somente se deu com a adoção da


Convenção Americana de Direitos e Deveres do Homem de 1969, mais conhecida
como Pacto de San José da Costa Rica.

 Diferente da Declaração, o Pacto constitui um tratado internacional, que foi ratificado


pelos Estados-partes, trazendo, portanto, um catálogo de direitos que possuem status
formal obrigatório e vinculante. O Pacto instituiu dois órgãos internacionais voltados
para supervisionar os seus Estados-partes: a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.

 A adoção do Pacto de San José, com a criação de órgãos competentes para julgar os
Estados acusados de violação, era vista pelos Estados latino-americanos como uma
forma de se defenderem do intervencionismo norte-americano, que buscava se
justificar com a ideia de defesa dos direitos humanos.
 A adoção do Pacto, porém, deixou uma lacuna quanto ao rol de direitos humanos,
pois os direitos econômicos e sociais foram deixados de fora: no Pacto, temos um
catálogo de direitos civis e políticos previstos do art. 3.º ao art. 25; já os direitos sociais
não foram enumerados, havendo apenas o art. 26 que os cita de modo genérico, sem
detalhá-los.
 Buscou-se suprir esta lacuna em 1988, com a adoção do Protocolo Adicional à
Convenção Americana de Direitos e Deveres do Homem em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, que ficou mais conhecido como Protocolo de San
Salvador.
PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA = D. MANDATÓRIOS = DIREITOS
CIVIS POLITICOS
PROTOCOLO DE SAN SALVADOR = D. PROGRAMÁTICOS = DIREITOS ECON.
E SOCIAIS

 Nele temos um catálogo de direitos sociais, previstos entre os arts. 6.º e 18. A adoção do
Protocolo de San Salvador, porém, não solucionou a problemática geral dos direitos
sociais, pois, assim como o PIDESC no sistema da ONU, os direitos previstos no
Protocolo também são considerados como programáticos, isto é, eles não impõem ao
Estado-parte o dever de assegurá-los desde já, mas apenas o dever de adotar
medidas progressivas, de acordo com a sua capacidade financeira, com vistas a
promover a realização desses direitos.

2. Instrumentos Normativos:

a) Carta da OEA de 1948: A OEA é uma organização regional criada para fins de defesa
e segurança, e a sua importância para o Sistema Interamericano de Direitos Humanos
decorre do fato de que este sistema pertence à OEA, de modo que somente os Estados-
membros da organização é que podem se tornar membros do Sistema Interamericano.

b) Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem de 1948 : contém um


catálogo de direitos humanos; no entanto, do ponto de vista jurídico-formal, ela não
constitui um instrumento vinculante, não sendo uma fonte de direitos e deveres,
possuindo, na verdade, um caráter moral, aspiracional.

c) Convenção Americana de Direitos e Deveres do Homem de 1969 (Pacto de San José):


Foi este tratado que instituiu o Sistema Interamericano de Direitos Humanos,
prevendo um catálogo de direitos (art. 3.º ao art. 25), que devem ser assegurados
obrigatoriamente pelos Estados-partes (arts 1.º e 2.º), e cujo cumprimento está sujeito à
supervisão da Comissão e da Corte (art. 33).
d) Protocolo Aditivo à Convenção Americana de Direitos e Deveres do Homem em
Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1988 (Protocolo de San
Salvador): Contém um catálogo de direitos sociais (art. 3.º a art. 18), que possuem
caráter programático (art. 1.º e 2.º), e que, com a exceção dos arts. 8.º, “a”, e 13, não
podem ser judicializados, estando sujeitos a um processo de supervisão através de
relatórios analisados pela Comissão (art. 19).

3. Órgãos de Monitoramento

a) Comissão Interamericana de Direitos Humanos: É um órgão de natureza


investigativa, que possui a competência para receber as reclamações que aleguem a
violação do o Pacto de San José por algum Estado ratificante.

 A Comissão é composta por 7 membros, eleitos a título pessoal pela


Assembléia-Geral da OEA, para um mandato de 4 anos, podendo ser reeleitos
uma única vez (arts. 34, 36 e 37 do Pacto).
b) Corte Interamericana de Direitos Humanos: É o órgão judicial do Sistema
Interamericano, tendo como principal incumbência o julgamento dos casos que não sejam
solucionados amigavelmente durante o procedimento prévio desempenhado pela
Comissão.

 A Corte é formada por 7 juízes, cada um de uma nacionalidade diferente, eleitos


a título pessoal pela Assembléia-Geral da OEA, para um mandato de 6 anos,
sendo possível uma única reeleição (arts. 52, 53, 54 do Pacto).

4. Aspectos Processuais

a) Capacidade para apresentar reclamações:


Todo indivíduo, grupo de indivíduos e ONGs podem apresentar reclamações que aleguem
a violação do Pacto por algum Estado-parte; estas reclamações devem ser apresentadas à
Comissão (art. 44).Um Estado-parte do Pacto também pode apresentar à Comissão uma
reclamação contra outro Estado-parte, alegando a violação do Pacto; mas, neste caso,
ambos os Estados devem ter emitido uma declaração reconhecendo a competência
da Comissão para analisar reclamações deste tipo (art. 45).

b) Exame de admissibilidade
Ao receber a reclamação, a Comissão realizará um exame de admissibilidade, baseado no
preenchimento dos requisitos formais previstos no art. 46 do Pacto.
 Dentre os requisitos, destaca-se a exigência de prévio esgotamento dos recursos
domésticos (art. 46, §1.º, “a”);
 A exigência de preenchimento deste requisito, entretanto, é afastada quando:
o 1) não há um recurso processual apto a solucionar a questão;
o 2) quando a pessoa interessada é impedida de esgotá-los;
o 3) quando, apesar de se valer dos recursos processuais cabíveis, há uma
demora injustificada por parte das instâncias domésticas decidir sobre a
questão.

c) Exame do caso e investigações: Se a reclamação for considerada admissível pela


Comissão, ela solicitará informações ao Estado reclamado, podendo também realizar
investigações no seu território, e, ainda, buscará uma solução amistosa entre as partes
(art. 48 do Pacto).

d) Relatório e recomendações da Comissão

Se não houver solução amistosa, a Comissão elaborará um relatório do caso, no qual


podem ser formuladas recomendações ao Estado-reclamado, indicando medidas a
serem tomadas para a solução do caso (art. 50).

Se o Estado-reclamado não adotar as medidas recomendadas no prazo de 3 meses, a


Comissão ou o Estado interessado (no caso do procedimento do art. 45) poderá submeter
o caso à Corte (art. 51).

e) Submissão do caso à Corte


Somente os Estados-partes do Pacto e a Comissão têm capacidade processual para
submeter um caso ao julgamento da Corte (art. 61)

f) Reconhecimento da competência da Corte: Para que a Corte possa julgar o caso, é


preciso que o Estado reclamado e, também, o Estado reclamante (se o caso não for
submetido pela Comissão) tenham emitido uma declaração afirmando reconhecer a
competência da Corte para julgá-los (art. 62).

g) Obrigatoriedade e exeqüibilidade das sentenças da Corte

As sentenças da Corte podem conter comandos de fazer, não fazer, dar, pagar, etc.

Todos os comandos da sentença são de cumprimento obrigatório pelo Estado condenado


(art. 68, §1.º).

Os aspectos indenizatórios da sentença são exeqüíveis, na medida em que eles têm valor
de título executivo judicial na jurisdição interna dos Estados-partes do Pacto (art. 68,
§2.º).

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