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Codificação do Direito Internacional

- No século XIX ocorrem as primeiras importantes tentativas de codificação


do direito internacional: FIORE (1837-1914); BLUNTSCHLI (1808-1881);
- A segunda guerra mundial – momento de transição para criação do
sistema da Organização das Nações Unidas;
- Criou-se a Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas (CDI) com
o objetivo duplo de tratar da codificação do direito internacional e de seu
desenvolvimento progressivo;
- Após a criação da CDI teve início fase altamente produtiva, de que
resultou uma série de importantes convenções, a maioria assinada em
Viena;
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- Vertentes criadas em Viena pela CDI:


• consideráveis realizações de consolidação e de codificação internacional,
como ilustrariam o direito do mar, o direito aeroespacial, e todas as
grandes codificações alcançadas; ao lado de
• legado problemático de temas, como a dificuldade em coibir o uso
unilateral da força e assegurar a efetividade da norma internacional, para
o conjunto dos estados, onde avanços ocorreram, mas o saldo ainda é
questionável; e
• (terceira) vertente de temas e áreas em que, todavia, se constroem as
normas, e as situações não se acham consolidadas, como seria exemplo a
sucessão de estados.
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Convenção de Viena sobre relações diplomáticas (1961):


- um dos mais bem-sucedidos exemplos de codificação do direito
internacional, em virtude de que o direito costumeiro a respeito já haver
atingido um alto grau de consolidação;
- determinou as prerrogativas e imunidades diplomáticas;
- houve divergências quanto a determinação dos beneficiários, pois, ao
passo que as grandes potências se batiam pela concessão ao pessoal
administrativo e técnico e às suas famílias dos mesmos privilégios e
imunidades reconhecidos aos agentes diplomáticos, a maioria das
delegações foi contrária a semelhante orientação, que iria colocar número
excessivo de pessoas em situação privilegiada em relação ao direito local.
- relativizaram as imunidades para administrativo, técnico e famílias
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Convenção de Viena sobre relações consulares (1963):


- A adoção da Convenção sobre relações diplomáticas como que
tornava automática a assinatura da Convenção sobre relações
consulares;
- O fato é que, ao passo que a Convenção sobre relações diplomáticas
consta de 53 artigos, a consular tem 79;
- o título de cônsul traz consigo determinadas vantagens, além da
projeção local, razão por que muitos países buscam restringir o
número de beneficiários dos privilégios consulares
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Relações diplomáticas x relações consulares :


- a diplomacia trata dos assuntos dos Estados;
- os cônsules cuidam dos interesses dos particulares, ou seja, de
pessoas físicas e jurídicas no exterior. Os cônsules exercem funções de
registro, como contratos e registros de nascimento, casamento, etc.
Outra função é zelar pelos nacionais de seu país de origem quando
encontram-se em situações delicadas, como em casos de
enfermidade, óbito ou problemas jurídicos. Por esses motivos os
consulados ficam nas cidades onde há maior concentração de
particulares que precisarão eventualmente de auxílio.
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Convenção de Viena sobre direito dos tratados (1969) :


- aponta o “papel fundamental dos tratados, na história das relações
internacionais”, reconhece a importância, cada vez maior, dos tratados,
como fonte de direito internacional, e como meio de desenvolver a
cooperação pacífica entre as nações, quaisquer que sejam os seus sistemas
constitucionais e sociais;
- ordena o conjunto da matéria dos tratados entre estados;
- Será a convenção aplicável a todo tratado que seja o instrumento
constitutivo de organização internacional e a todo tratado, adotado no
âmbito de uma organização internacional, sem prejuízo de quaisquer
normas relevantes da organização;
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Convenção de Viena sobre a representação de estados nas suas


relações com organizações internacionais de caráter universal (1975):
- consolidou-se uma prática nociva, ou seja, o voto em bloco, e note-
se que a iniciativa não partiu dos países em desenvolvimento, mas
sim dos países europeus.
- Reconhece a inviolabilidade da residência particular do chefe da
delegação e dos demais funcionários diplomáticos, bem como de
seus bens.
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“É importante salientar que a Convenção sobre a representação de


estados nas suas relações com Organizações Internacionais de caráter
universal ainda não entrou em vigor, visto que ainda não foram
depositados os 35 instrumentos de ratificação ou acessão. A última
vinculação jurídica se deu por meio de adesão, pelo Paraguai, em 23
de setembro de 2008, totalizando 34 estados-partes.”
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Convenção sobre missões especiais


- por missão especial se entende “missão temporária, representando o estado,
enviada por um a outro estado, com o consentimento deste, e com o objetivo
de tratar de questões específicas ou de executar função específica;
- Da mesma forma que ocorre em relação à missão diplomática, a missão especial
será chefiada pela pessoa, encarregada pelo estado que envia a missão, para
atuar nessa capacidade, enquanto o representante é qualquer “pessoa à qual o
estado, que envia a missão, conferiu tal capacidade”, e os membros da missão
especial compreendem o chefe da missão especial, os representantes do estado
que envia, bem como os demais funcionários, integrantes da missão especial,
com a especificação ulterior, no sentido de os membros do staff da missão
especial serem os membros do corpo diplomático, o pessoal administrativo e
técnico, bem como o pessoal de serviço, da missão especial.
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Convenção sobre missões especiais


- é livre a nomeação de integrantes da missão especial, depois de terem sido informados,
ao estado ao qual esta se dirigirá, todos os dados necessários, a respeito do tamanho e
da composição da missão especial, particularmente os nomes e as qualificações das
pessoas que pretende nomear;
- O estado, ao qual é dirigida a missão especial, poderá recusar-se a recebê-la, caso
considere não razoáveis o seu tamanho e a sua composição, em razão das
circunstâncias e condições, do estado que recebe a missão especial, bem como das
necessidades daquela missão especificamente considerada.
- O início das funções da missão especial tem lugar quando esta ingressa em contato
oficial com o ministério das relações exteriores, ou qualquer outro órgão, do estado que
a recebe, tal como acordado (art. 15 da Convenção).
- A capacidade de atuar em nome da missão especial poderá ser atribuída ao chefe desta,
ou a qualquer dos seus integrantes, designado, pelo estado que envia, como capacitado
a atuar, em nome da missão especial, e a dirigir comunicações, ao estado que a recebe.
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Convenção sobre missões especiais


- O término das funções da missão especial pode dar-se, por meio de:
(a) acordo dos estados interessados;
(b) ter sido completada a tarefa da missão especial;
(c) ter expirado o prazo assinalado, para a duração da missão especial, exceto se for este,
expressamente, prorrogado;
(d) notificação do estado que envia, quanto a encerrar ou chamar de volta a missão
especial;
(e) notificação do estado receptor, quanto a considerar este como terminada a missão
especial.
- A ruptura de relações diplomáticas ou consulares, entre o estado que envia e o que
recebe a missão especial, não acarreta necessariamente o término das missões especiais
existentes na data em que se dê referida ruptura de relações diplomáticas ou consulares.
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Convenções de Viena sobre sucessão de estados (1978 e 1983)


- Embora se trate de questão sumamente complexa, houve no
passado tentativas de formular regras genéricas sobre a sucessão
capazes de solucionar as questões supervenientes.
- hipóteses: a) transferência de parte do estado, sem que isto afete a
personalidade dos dois estados, ou seja, ambos continuam a existir; b)
surgimento de estado de independência recente (newly independent
States); c) união de estados; d) separação de parte ou de partes de um
estado, com a consequente formação de novo estado; e) dissolução
de estado.
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Convenção de Viena sobre o direito dos tratados de organizações


internacionais (1986)
- O problema central foi a determinação da capacidade das
organizações internacionais de firmar tratados.
- “A capacidade de uma organização internacional para concluir
tratados é regida pelas regras da organização”;
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Convenção das Nações Unidas sobre direito do mar;


- A Convenção de 1982 tem sido considerada por muitos como o mais
importante tratado de codificação do direito internacional, muito
embora as críticas sejam numerosas, tanto assim que já se cogita na
busca de regras alternativas aceitáveis pelas principais potências
industriais no concernente à exploração dos fundos marinhos
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Convenções sobre assuntos científicos, tecnológicos e sobre o meio


ambiente;
- codificar normas criadas para regulamentar internacionalmente
problemas surgidos em decorrência dos progressos realizados pela
ciência e pela tecnologia;
- As convenções destinadas à proteção do meio ambiente também
figuraram dentre os atos surgidos em decorrência da evolução da
ciência e da tecnologia;

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