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Justificativa e objetivo
Partimos da premissa de que o professor de arte é um artista, um ser que despertou para a
necessidade da arte e da criação desde muito cedo em sua vida. Um ser que foi uma criança
criativa e curiosa, atenta e ávida por experiências estéticas, mas que, ao crescer, decidiu unir
essa pulsão interior a outra não menos arrebatadora: a pulsão educadora. O que ele(a) não
sabia, porém, ao fazer essa opção, era que o educador, para se desenvolver e profissionalizar,
exigiria tempo e dedicação, e que, possivelmente, nessa trajetória a pulsão artista pudesse
acabar sendo negligenciada e esquecida numa gaveta. Uma gaveta para a qual ele(a) insiste
em olhar de vez em quando, com certa culpa e tristeza, prometendo abri-la de novo, quando
der, quando sobrar tempo, sem se dar conta de que deixa-la fechada pode significar se
distanciar, em última instância, do princípio motivador do seu próprio fazer pedagógico: o
encontro com a experiência estética.
Descrição e histórico
Devir de casa é um curso teórico-prático e online. As aulas se desenvolvem em encontros
semanais de 2h de duração, nas quais exercícios de desbloqueio e reconexão com o ser
criador/artista que vive em cada um são propostos e compartilhados, em práticas individuais
e coletivas, que envolverão também leituras, debates, pesquisas e conversas com artistas.
No módulo 1 – realizado de agosto a novembro de 2021 – trabalhamos com alguns autores que
fundamentam práticas de reconhecimento, experiênciação e reconexão com o ser criador de
cada um, como John Dewey, Jacques Rancière, Fayga Ostrower e Julia Cameron, por exemplo.
Vimos, nesse primeiro momento, especialmente, o livro O Caminho do artista, (CAMERON,
2017) que traz um programa potente e bem estruturado para a reconexão com o artista
interior que nos habita.
Atualmente, nesse terceiro semestre de sua trajetória, o curso conta com 12 participantes, das
quais 8 são professoras de Arte da rede pública e/ou privada de ensino básico e universitário,
se mostrando como um espaço de conexão, atualização e desenvolvimento artístico para esses
profissionais. Além das experiências estéticas propostas, o curso propõe visitas a exposições
e reflexões teóricas sobre os processos em curso.
BIBLIOGRAFIA REFERENCIAL
BARBOSA, Ana Mae . ZIG/ZAG, Arte/Educação e mediação. In: XX Seminário Nacional de Arte e
Educação, 2006, Montenegro. XX Seminário Nacional de Arte e Educação. Montenegro: FUNDARTE,
2006. v. 1. p. 8-9.
DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
GILBERT, Elizabeth. Grande magia: vida criativa sem medo. Rio de janeiro: Objetiva, 2015.
GRANT, Simon (Org.). Pontos de vista – artistas e seus referenciais. São Paulo: Edições Sesc, 2014. Trad.
de Thaís Rocha.
OSTROWER, FAYGA. Criatividade e processos de criação – 7ª edição. Petrópolis: Ed. Vozes, 1987
_______. Formas de vida: a arte como intervenção no pensamento e na comunidade. Entrevista concedida
a Guilherme Freitas no Caderno PROSA E VERSO. Rio de Janeiro: Jornal O GLOBO, 8 de dez. de 2012(a).
Currículo da professora/propositora