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FICHA TÉCNICA

Saída Técnico/a de Massagem


Profissional de Estética e Bem-Estar
Modalidade FMC
9169
UFCD Técnicas de Massagem
Desportiva
Formadora Liliana Soares
Edição 3ª
Data 03 de maio de 2022
Edição

:
MANUAL DE FORMAÇÃO
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 4

2. ORGANIZAÇÃO FÍSICA DO ESPAÇO DE TRABALHO 4


2.1 Equipamento, distribuição e ocupação do espaço 5

3. PROTOCOLO DE INSTALAÇÃO DO ATLETA 5


3.1 Receção do cliente 6
3.2 Recomendações importantes 7

4. PREPARAÇÃO DO PROFISSIONAL PARA A ATIVIDADE A EFETUAR 7

5. PRINCIPAIS CUIDADOS A TER COM OS APARELHOS E INSTALAÇÕES 7


5.1 Mãos e utensílios 8

6. MASSAGEM DESPORTIVA 11
6.1 A massagem no tempo de competição 11
6.2 Benefícios da massagem 13
6.3 Contra-indicações 13

7. LIGADURAS FUNCIONAIS 14
7.1 O que são ligaduras funcionais 14
7.2 Ligaduras funcionais: classificação 14
7.3 Ligaduras funcionais: princípios básicos de aplicação 14
7.4 Ligaduras funcionais: efeitos 15

8. TÉCNICAS COMPLEMENTARES 15
8.1 Pilates clínico aplicado ao desporto 15
8.2 Bandas neuromusculares 16

9. ELETROTERAPIA 17
9.1 Eletroestimulação 17

10. CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES POR MODALIDADE DESPORTIVA 18


10.1 O que são lesões desportivas 18
10.2 Lesões mais comuns 18

11. PRIMEIROS SOCORROS NO DESPORTO 19

12. NOTA FINAL 20

BIBLIOGRAFIA 21

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No final do módulo deverá ser capaz de:

Objectivos gerais:

● Identificar os principais conceitos inerentes à massagem desportiva.


● Aplicar o protocolo de instalação do cliente.
● Identificar e aplicar a pressão, a técnica e as manobras adequadas a cada especificidade do atleta.

INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

As definições de massagem desportiva são diversas, contudo como ponto comum entre as várias
interpretações é a aplicação específica de técnicas de massagem, protocolos de hidroterapia, exercícios
promotores da amplitude de movimentos, procedimentos de flexibilidade e princípios de treino
proprioceptivo e reforço muscular em atletas com o intuito de atingir uma meta específica.

A aplicação da massagem desportiva requer conhecimento de princípios básicos: somente compreendendo


tais princípios o profissional pode determinar o objetivo da massagem e, então, aplicar as técnicas
apropriadas para alcançá-lo. A destacar os conhecimentos base de anatomia e fisiologia e anatomia
palpatória.

A realçar que, no caso do Técnico de Massagem integrar a Equipa Médica de um qualquer Clube, deve
procurar articular sempre com a Equipa Técnica, procurando a otimização de estratégias, objetivando a
promoção da saúde, prevenção e recuperação de lesões, tendo em conta as metas a alcançar, sem nunca
esquecer que o fator major será sempre o respeito pela individualidade do atleta.

2. ORGANIZAÇÃO FÍSICA DO ESPAÇO DE TRABALHO

Os espaços frequentados pelos clientes têm que obedecer às normas relativas a unidades de saúde,
consultórios e clínicas. Devem ter em conta as acessibilidades, eliminação de barreiras arquitectónicas,
dimensões dos espaços, materiais de construção, arquitectura, equipamentos e materiais.
Em suma, os espaços destinados a serviços de prestação de cuidados de saúde e, ou bem-estar deverão
cumprir os seguintes requisitos gerais:

Os sanitários devem estar limpos e higienizados;


As instalações para serviço ao cliente e público devem apresentar-se limpas, higienizadas e
convenientemente ventiladas;
As cortinas e similares (por exemplo biombos) devem estar bem conservadas e limpas;
As instalações e mobiliário deverão ser cómodos, práticos e em bom estado de conservação;
Não devem existir barreiras arquitectónicas nas áreas de circulação dos clientes;
Os lavabos devem estar bem sinalizados;
A iluminação deve ser suficiente e adequada em todas as instalações;
Não pode ser permitido fumar em nenhum local;

É importante referirmos que o espaço de Serviço ao Atleta incluirá consultório (se aplicável), sala de espera,
área de tratamento e outras de apoio.

A notar que quando falamos do Departamento Médico de um Clube as caraterísticas adquirem outra
dimensão, compatível com o posicionamento do Clube e ou Sociedade Anónima Desportiva, no panorama

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do desporto nacional. Assim, impõe-se que o Técnico procure otimizar o espaço de que dispõe, de acordo
com as diretrizes apresentadas anteriormente, tendo em conta potencialidades e limitações impostas. Esta
anotação deve ser tida em conta também no concernente ao tema “Equipamento, distribuição e ocupação
do espaço”.

2.1 Equipamento, distribuição e ocupação do espaço

No que se refere à estrutura e características do local em que a clínica, Serviço ou Departamento se


encontra instalada, podemos estabelecer protocolos que determinem:

A planta (desenho) e as propriedades e características do lugar. Deverão garantir segurança contra


deslizamentos, quedas ou golpes contra objetos. Neste sentido, inclui-se uma iluminação correta e
uma humidade e temperatura adequadas para cada zona de trabalho.

Os lugares onde exista risco de queda, de contacto elétrico ou de exposição a elementos agressivos
deverão estar devidamente sinalizados.

As saídas de emergência deverão estar sinalizadas, sempre livres e ter acesso direto ao exterior.
No que toca à proteção contra incêndios deverão colocar-se painéis com planos de evacuação,
assegurar a presença de extintores e de instalações fixas de extinção de fogo.

Em relação à higiene algumas das suas condições mínimas serão:


○ O fornecimento de água corrente fria e quente.
○ A eliminação adequada de águas residuais.
○ Armário com fechadura para o armazenamento de produtos de limpeza.
○ Inspeção periódica das instalações por forma a mantê-las em condições adequadas com
base no protocolo de atuação estabelecido.

Os equipamentos devem estar dispostos no espaço de forma a promoverem a otimização do mesmo e o


fácil acesso dos técnicos, provendo a otimização da ergonomia no local de trabalho.

3. PROTOCOLO DE INSTALAÇÃO DO ATLETA

O protocolo de instalação do Atleta deve conter todas as instruções padrão necessárias para o
relacionamento do profissional e do cliente desde o primeiro momento deste no espaço. O protocolo de
atendimento é uma forma de inserir os pressupostos do bom atendimento na cultura de trabalho do
espaço clínico e ou de bem-estar, uniformizando boas práticas e delineando estratégias de qualidade.

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Admissão;
Diálogo coloquial no qual sejam abordados pressupostos importantes, nomeadamente sinais e
sintomas, feedback pós tratamento anterior (quando aplicável), dúvidas do cliente, sempre com
recurso a estratégias motivacionais e de empatia
Explicação (ou lembrete) relativo ao tratamento a executar
Espaço ao cliente para que se possa preparar para o ato terapêutico, oferecendo sempre ajuda se
necessário
Posicionamento do cliente:
Quando o cliente está em decúbito dorsal, deve ter uma pequena almofada sobre os joelhos
e outra sobre a cabeça para que esta fique um pouco mais elevada.
Em decúbito ventral, deverá ter uma almofada por baixo dos pés evitando a dorsiflexão
exacerbada, se o clientefor do sexo feminino poderá haver necessidade de lhe colocar uma
almofada sobre o abdomen procurando diminuir a pressão na zona do peito.
Quando se trata de uma massagem geral, o cliente deve estar completamente despido,
porém tapado com uma toalha, pondo-se a descoberto a região que se vai tratar no
momento.
Se é uma massagem local, o doente deve estar tapado, tendo essa região desnudada.
Execução das técnicas terapêuticas

3.1 Receção do cliente

Torna-se fulcral, sempre que prestado um serviço clínico e, ou de bem-estar, considerarmos o Atleta, na
sua unicidade bio-psico-social, tendo em conta as suas expectativas, mas não descurando as suas
limitações.

Destacamos a importância de ao longo de todo o processo (acolhimento, permanência e saída)


procurarmos uma abordagem positiva, empática e profissional. Devemos procurar utilizar uma linguagem
clara, direta e disponível, procurando otimizar a experiência do Atleta.

É deveras importante que o profissional possua conhecimentos científicos atualizados, consciente das
técnicas de humanização que muitas das vezes fazem a diferença na prestação de serviços de saúde e bem-
estar.

Nesse sentido o profissional deve tratar o seu Atleta com positividade, explicando os procedimentos que irá
executar, desmistificando conceitos inadequados ou pré-existentes (quando aplicável). É também
importante ouvir as expectativas e mostrar-se interessado na evolução do plano delineado.

O profissional deve estar atento ao Atleta ao longo de todo o tratamento, procurando perceber se existem
alterações do quadro funcional e orgânico do mesmo que justifiquem adaptação de técnicas e, em casos
extremos pausa nas técnicas aplicadas, devendo dar conhecimentos destas alterações, se relevantes, ao
médico que o acompanha (sempre que aplicável).

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3.2 Recomendações importantes

O posicionamento do Atleta deve privilegiar a indução do relaxamento. Assim, o Técnico deve:

Manter o atleta relaxado;


Lembrar o atleta que deve estar relaxado;
Potenciar o relaxamento através da correção e compensação postural em decúbito;
Controlar a inibição motora voluntária;
O Técnico deve falar de forma pausada, ritmada e reconfortante, induzindo relaxamento.

É necessário respeitar também alguns princípios essenciais ao sucesso da aplicação das técnicas:

O posicionamento deve ser compatível com a abordagem terapêutica;


O posicionamento deve permitir ao Técnico detetar possíveis compensações por parte de outros
segmentos (não em tratamento)

4. PREPARAÇÃO DO PROFISSIONAL PARA A ATIVIDADE A EFETUAR

A função do Técnico está diretamente relacionada com o posicionamento do Atelta. A posição do Técnico
durante o procedimento determina a qualidade do seu gesto e efetividade terapêutica, devendo,
paralelamente, garantir a profilaxia vertebral.

Quando a posição do Técnico é adequada e adaptada à especificidade do ambiente, condicionantes e


técnica a executar possibilita uma maior economia energética.

A destacar a importância da mobilidade das pernas e bacia do Técnico ao longo da execução das manobras,
sempre que possível permitindo o contacto visual com a face do atleta, ou caso, não seja possível,
permitindo a perceção de sinais de alerta durante a execução do tratamento.

5. PRINCIPAIS CUIDADOS A TER COM OS APARELHOS E INSTALAÇÕES

Os Profissionais deverão promover e garantir a manutenção dos equipamentos nomeadamente


assegurando o apoio dos técnicos especializados no referido material sempre que necessário, devendo
seguir as indicações do fabricante no que diz respeito à periodicidade das verificações oi sempre que se
entenda efectuá-las por razões de segurança sendo sempre aconselhável promover o ensinamento das
formas do correcto funcionamento, segurança e manutenção do equipamento ao pessoal técnico do
serviço.

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O Técnico deve assegurar-se que todos os equipamentos da área de tratamento devem estar em bom
estado de conservação e funcionamento, alertando a manutenção (de acordo com o protocolo
institucional) sempre que os mesmos apresentem anomalias.

Um dos aspetos a ter em conta no âmbito das instalações é a correta utilização de circuitos de utilização
para os atletas e pessoal técnico.

É fundamental que o acesso à área terapêutica se restrinja o mais possível aos clientes e pessoal técnico a
ela adstrito e que deverão ter um conhecimento prévio das regras de higiene e de conduta adequada. A
circulação de pessoas deve ser feita de modo a respeitar a entrada e saída daquela área e de forma a evitar
outras áreas de utilização comum com os outros setores do Serviço.

5.1 Mãos e utensílios

O estado das mãos do Técnico é extremamente importante, tanto para si mesmo como para o cliente. As
mãos devem estar limpas e bem cuidadas. As unhas devem ser mantidas razoavelmente curtas e as pontas
arredondadas e não devem causar qualquer dano ao corpo do atleta.

Não podemos esquecer que as mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante
a prestação de cuidados. A pele é um possível reservatório de diversos microrganismos que podem se
transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do
contato com objetos e superfícies contaminadas.

Assim, destacamos a importância da higienização regular das mãos e a obrigatoriedade desta ação antes e
após o término da massagem. Esta é a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a
propagação das infeções relacionadas à assistência à saúde. O termo "higienização" engloba desde a
higienização simples até à antissepsia das mãos.

A higienização simples pressupõe a lavagem adequada das mãos com água e sabão, técnica que deve ter a
duração ótima entre os 40 e os 60 segundos.

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Imagem 1 Higienização simples das mãos

A antissepsia das mãos, com solução alcoólica (mínimo 70% etanol) deve demorar entre 20 a 30 segundos,
devendo ser realizada sempre:

antes do contato com o cliente para evitar a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do
profissional;
após o contato com o cliente para proteção do profissional e das superfícies e objetos
imediatamente próximos a ele, evitando a transmissão de microrganismos do próprio cliente;
antes de calçar luvas;
após remoção de luvas;
após risco de exposição a fluidos corporais;
após contato com objetos ou superfícies imediatamente próximas ao paciente, por exemplo: troca
de roupas de marquesa ou de material de proteção da mesma (tnt ou papel).

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Imagem 2 Fricção Antisséptica das Mãos

Como nota indicativa referimos as observações acerca do uso de luvas:

devem ser usadas somente quando indicado;


usar antes de entrar em contato com sangue, líquidos corporais, membrana mucosa, pele não
intacta e outros materiais potencialmente infetantes;
trocar de luvas sempre que entrar em contato com outro atleta;
trocar as luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado
para outro, limpo;
nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas)
quando estiver com luvas;
observar a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos;
a notar que o uso de luvas não substitui a higienização das mãos.

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6. MASSAGEM DESPORTIVA

Desde o processo de avaliação, passando pela massagem até a conclusão do tratamento, o profissional é
responsável pela segurança, pelo conforto e pela privacidade do atleta, assim como pela eficácia do
procedimento.

O Técnico de Massagem quando elemento do Departamento Médico de um Clube poderá ter inerente o
acompanhamento de treinos e, ou jogos de um ou vários escalões. Neste caso o Técnico deve estabelecer
uma relação de proximidade com a Equipa Técnica, mas sempre sem esquecer a unicidade do atleta,
compreendendo as suas necessidades e potencialidades.

Os tratamentos de massagem desportiva devem ser iniciados com o levantamento de informações


relevantes de anamnese.

Antes de qualquer massagem desportiva ser administrada, deve ser delineado o objetivo da massagem.
Com frequência, este é determinado pelo momento da massagem: se é pré-competição, inter-competição
(quando por exemplo em playoff ou jornadas concentradas), pós-evento, de recuperação ou de
manutenção.

Em várias modalidades, os atletas podem considerar um sinal de fraqueza admitir que sentem alguma dor.
No entanto, não admitir que algum movimento, manobra ou técnica está a provocar dor, poderá ser
bastante contraprodutivo para a eficácia do tratamento. Assim, é essencial que haja um relacionamento
honesto entre o Atleta e o Técnico de Massagem. Esta relação de confiança é a base para que o Técnico de
Massagem possa delinear objetivos, nomeadamente quando no pós-lesão tem de articular com a Equipa
Técnica (Treinador e, ou Preparador Físico) a integração do Atleta no treino.

6.1 A massagem no tempo de competição

Na massagem desportiva, o foco está nas necessidades individuais do atleta. O aumento do número de
praticantes de modalidades desportivas, aliado à crescente competitividade e intensidade do exercício,
contribuiu para elevar o estatuto da massagem, agora, mais do que nunca, reconhecida como um meio
privilegiado na prevenção e recuperação.

Massagem pré-competição

● O que é: Massagem realizada momentos antes do atleta iniciar o aquecimento para o exercício ou
para a competição
● Objetivo: Auxiliar o atleta no aquecimento, preparar o organismo para a atividade física desportiva,
aumentar a circulação nos músculos, promover a flexibilidade e induzir estímulo antes da atividade
desportiva
● Manobras: mais rápidas, intensas e vigorosas objetivando o estímulo

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Massagem inter-competição

● O que é: Massagem realizada entre exercício ou competições, quando o atleta irá exercitar-se ou
competir novamente no mesmo dia, ou no dia seguinte (são exemplo as fases de playoff ou
jornadas concentradas)
● Objetivo: Essencialmente, o mesmo da massagem desportiva pré-competição; porém, devido ao
fato de o atleta já se ter exercitado ou competido uma vez, deve-se considerar dor, fadiga e
qualquer lesão que possa ter ocorrido

Massagem pós-evento

● O que é: Massagem realizada momentos depois de o atleta ter terminado o exercício ou a


competição, após o período de alongamento e arrefecimento.
● Objetivo: Auxiliar o atleta no arrefecimento e na recuperação imediata de uma atividade ou de
uma prova, assim como, diminuir a probabilidade de cãibras, reduzir a dor, promover o retorno
venoso e linfático.

Massagem de recuperação

● O que é: Massagem realizada pelo menos um dia após o atleta ter realizado o exercício ou a
competição.
● Objetivo: Reduzir a dor, restabelecer o fluxo sanguíneo, aumentar a amplitude de movimentos,
promover a drenagem linfática e restabelecer o equilíbrio e a sensação de bem-estar.

Massagem de manutenção

● O que é: Massagem realizada fora da temporada ou quando o atleta não está treinando
intensamente, por exemplo na pré-época.
● Objetivo: Trabalhar estruturas afetadas em lesões anteriores, aliviar padrões de stress comuns,
aumentar a flexibilidade e a força

Massagem como parte do plano de tratamento pós lesão

● O que é: Massagem realizada como ato terapêutico pós lesão.


● Objetivo: Tratamento de estados agudos e, ou crónicos de lesões, bem como de condições pré e
pós-operatórias e de reabilitação. Objetiva diminuir a tumefação no tecido, reduzir espasmos
musculares, restabelecer os padrões neuromusculares apropriados e a flexibilidade, assim como
aumentar a força e a resistência

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6.2 Benefícios da massagem

A massagem desportiva é um método de grande relevo quando objetivamos a diminuição de tensão


muscular e restabelecimento do equilíbrio do sistema músculo esquelético, aumento da circulação
sanguínea e linfática, aumento do fluxo de nutrientes, estimulação dos processos de cicatrização, resolução
de edema e hematoma, aumento da extensibilidade do tecido conjuntivo, alívio da dor, aumento dos
movimentos articulares, facilitação das atividades musculares, estimulação das funções viscerais, promoção
do relaxamento local e geral, relaxamento físico, diminuição da ansiedade , indução da concentração,
estimulação da atividade física, sensação geral de bem-estar (conforto).

Se for utilizada regularmente, ajuda os atletas na prevenção de lesões, cuja origem pode estar relacionada
com a sobrecarga de treino e /ou atividade física e profissional exaustiva.

6.3 Contra-indicações

A massagem desportiva é desaconselhada em diversas situações, quando os riscos são superiores aos
benefícios perspetivados. Assim, incluímos nas contra-indicações:

● Temperatura do corpo superior a 38 graus;


● Existência de traumas, feridas abertas, contusões recentes, roturas musculares, entorses e
queimaduras;
● Tumores;
● Doenças circulatórias (veias varicosas, flebites, tromboses);
● Doenças de pele infeciosas (infeções bacteriológicas, de fungos, virais e herpes) – somente na
região afetada;
● Reação adversa ao tratamento;
● Fraturas ósseas não consistentes;
● Osteoporose grave;
● Gravidez nos três primeiros meses de gestação (a partir dos três meses, de acordo com autorização
médica);
● Hipertensão arterial (contra indicação para massagem estimulante);
● Reações alérgicas inerentes à massagem;
● Imediatamente após operações cirúrgicas.

7. LIGADURAS FUNCIONAIS

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7.1 O que são ligaduras funcionais

As ligaduras funcionais são um método de contenção/imobilização muito utilizado em contexto desportivo.


As ligaduras podem ser compostas por material elástico, ou não elástico, adesivo ou não adesivo, de acordo
com os objetivos da sua execução.

As ligaduras são utilizadas objetivando a proteção de estruturas lesionadas, controlando e, ou limitando os


movimentos que desencadeiam ou agravam a dor (pós lesão), podendo também ser utilizadas como
técnica preventiva (protegendo estruturas sobre solicitadas).

A utilização de ligaduras no pós lesão, possibilita a aceleração da recuperação, facilitando a reintegração na


atividade física, uma vez que permite a funcionalidade da estrutura lesionada, através de uma imobilização
mais ou menos efetiva, de acordo com o estádio da lesão e dos movimentos que queremos limitar.

7.2 Ligaduras funcionais: classificação

● Ligaduras funcionais terapêuticas: são realizadas pós-lesão, objetivando o controle da resposta


inflamatória, a proteção das estruturas lesionadas, possibilitando a função sem comprometer o
processo de reabilitação

● Ligaduras funcionais profiláticas ou preventivas: são realizadas para prevenir recidivas de lesões,
dando suporte adicional às estruturas lesadas anteriormente, assim como, para proteger as
estruturas de movimentos potencialmente motivadores de lesão, relacionados com gestos
repetitivos, de grande amplitude, stress e ou força de tensão elevados.

7.3 Ligaduras funcionais: princípios básicos de aplicação

● Avaliar a situação;
● Preparação da pele;
● Relação dimensão do material/ local de aplicação, reunir material necessário;
● Posicionar o atleta;
● Realizar a técnica;
● Reavaliar após execução (componente vascular, neurológica e eficácia)
● Alertar o atleta para os cuidados
● Agendar nova avaliação (se se aplicar)

7.4 Ligaduras funcionais: efeitos

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● Mecânicos;
● Propriocetivos;
● Psicológicos

8. TÉCNICAS COMPLEMENTARES

8.1 Pilates clínico aplicado ao desporto

Adaptado a todo o tipo de populações, o Pilates Clínico é um método de treino acompanhado por um
técnico, rico em benefícios para a saúde física e mental sendo uma ferramenta deveras interessante e com
uma grande margem para explorar no âmbito do pré e pós cirúrgico . Caracteriza-se como uma modificação
do método original de Pilates, consistindo num conjunto de exercícios seguros direcionados para a
reabilitação, prevenção de lesões e reequilibrio funcional. Aliando de forma ótima os conceitos de correção
postural e exercícios respiratórios

Praticado em diversos países, o Pilates Clínico tem como princípios a respiração, o centro, a concentração,
o controle, a precisão e a fluidez. É um conceito que combina o fortalecimento muscular, alongamento,
alinhamento postural e respiração.

Em atletas de qualquer idade, os benefícios do Pilates Clínico passam por:

Melhoria da Postura

Durante a sessão, em todos os exercícios realizados é promovido um correto alinhamento postural


individualizado, o que irá permitir um aumento da consciência corporal e uma melhor ativação da
musculatura postural.

Aumento da Força e Resistência Muscular

É um excelente meio para fortalecer o corpo na globalidade, musculatura superficial e profunda,


promovendo um aumento da força estática e dinâmica.

Aumento da Flexibilidade e Mobilidade

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A manutenção da mobilidade é essencial no nosso dia-a-dia, sendo uma característica importante para que
não ocorram descompensações musculares, que possam exigir uma sobrecarga nas articulações.

Aumento da Concentração, Coordenação e Equilíbrio

A concentração é essencial durante toda a sessão, sendo o atleta desafiado com exercícios de coordenação
e equilíbrio, pontos importantíssimos no retorno aos hábitos da vida diária.

Relaxamento e Promoção do Bem Estar

Modalidade calma e relaxante, aliando o controle da respiração ao exercício, o atleta sente uma sensação
de bem-estar geral vendo diminuir os seus níveis de stress, imposto muitas vezes pelos timings da
competição.

Através dos benefícios acima descritos, o Pilates Clínico promove o alívio da dor e prevenção e reabilitação
de lesões, entre outras condições músculo-esqueléticas e disfunções decorrentes de intervenções
cirúrgicas, objetivando a reeducação e reequilíbrio global.

A prática de Pilates realizada por atletas pode ser também uma excelente prática na prevenção de lesões,
uma vez que a consciencialização do próprio corpo, a promoção da flexibilidade e o reforço das
capacidades de concentração, coordenação e equilíbrio são fulcrais para o sucesso desportivo.

8.2 Bandas neuromusculares

As bandas neuromusculares promovem tração e compressão na pele. Esse estímulo chega até o cérebro,
que começa a enviar respostas sensoriais e mecânicas para a área tratada. Como resultado, os receptores
de dor passam por normalização e o aumento do fluxo sanguíneo acelera a cicatrização e a desinflamação.

Este é o principal mecanismo reativo que pretendemos com a utilização de bandas neuromusculares no
pós cirúrgico.

Os maiores benefícios das bandas neuromusculares são a melhoria na circulação venosa devido à tração e a
propriocepção.

Esse último aspecto está relacionado à correção de posicionamentos inapropriados de tecidos e


articulações e à normalização da tonicidade muscular. Além disso, as bandas atuam sobre os receptores
cutâneos de dor, sendo bastante reconhecida a sua ação anestésica. Entre as principais aplicabilidades das
bandas neuromusculares estão:

correções posturais e de funções musculares;


diminuição de situações inflamatórias;
drenagem de hematomas e edemas;

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redução do intervalo de amplitude de movimentos;


alinhamento biomecânico de tecidos e articulações;
normalização de contrações musculares, entre outros.

9. ELETROTERAPIA

A eletroterapia consiste na aplicação de correntes elétricas diversas com o objetivo de alcançar efeitos
como analgesia, diminuição de edema, relaxamento e fortalecimento muscular para auxiliar no processo de
reabilitação das mais diversas patologias e, ou lesões específicas.

9.1 Eletroestimulação

A eletroestimulação consiste na aplicação de uma corrente elétrica, que pode ser de baixa ou média
frequência, através de elétrodos sobre a pele, com vista a estimular um determinado músculo ou grupo
muscular.

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A indução da contração muscular sincronizada e monitorizada é um ponto fulcral na preparação da


musculatura para a intervenção cirúrgica, adquirindo uma importância ainda maior na recuperação da
cirurgia, promovendo o correto equilíbrio muscular (músculos agonistas e antagonista)

10. CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES POR MODALIDADE DESPORTIVA

10.1 O que são lesões desportivas

A lesão desportiva, no seu sentido mais amplo, é aquela que ocorre durante a prática de desporto ou de
exercício físico. As lesões relacionadas com o desporto podem acontecer a qualquer pessoa,
independentemente da sua experiência ou nível de condicionamento físico. Algumas resultam de trauma,
outras surgem na sequência de más práticas, equipamento inadequado, falta de condicionamento físico ou
insuficientes aquecimento e alongamento.

Quando falamos de lesões associadas à prática desportiva, a incidência das mesmas é variável de acordo
com as caraterísticas específicas de cada modalidade desportiva.

10.2 Lesões mais comuns

Entorses

A entorse é um estiramento e, ou ruptura de um ligamento, a banda fibrosa de tecido conjuntivo que une o
final de um osso com o outro osso ao redor das articulações.

As entorses ocorrem normalmente associadas a um movimento atípico, geralmente rotacional, por


exemplo quando o atleta cai em corrida, quando realiza o ataque ao solo após salto, ou quando é sujeito a
trauma (contacto direto, pelo adversário, por exemplo) de uma forma que obriga o corpo a sair da sua
posição normal. A entorse mais comum é a entorse da tibiotársica, sendo uma das lesões mais comuns nas
modalidades coletivas: futebol, voleibol, basquetebol e andebol, assim como, no atletismo.

Tendinites

A tendinite é uma condição degenerativa causada mais frequentemente por excesso de uso, é a causa mais
comum de lesões no tendão. É importante termos noção de que uma lesão do tendão pode predispor à
rotura do mesmo. Uma das lesões mais frequentes no voleibol e no andebol é a tendinite da coifa dos
rotadores.

Roturas de ligamentos

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Lesões dos ligamentos são muito comuns nos atletas e podem ocorrer em qualquer articulação. O joelho e
o tornozelo são particularmente vulneráveis. A rotura do ligamento cruzado anterior é, por exemplo, uma
das lesões com maior incidência no futebol.

Lesões articulares – luxações e subluxações

As articulações mais suscetíveis de serem deslocadas são as articulações da mão, exemplos frequentes são
o basquetebol e o voleibol. É também comum ocorrerem este tipo de lesões no ombro, nomeadamente no
andebol e no judo.

Fraturas

Perda de continuidade óssea, geralmente com separação de um osso em dois ou mais fragmentos, após um
traumatismo (fratura traumática) ou após uma sobrecarga mecânica repetida (fratura de fadiga).

11. PRIMEIROS SOCORROS NO DESPORTO

Os primeiros socorros no desporto estão relacionados principalmente com as lesões musculares, lesões
cutâneas e fraturas, contudo, não podemos esquecer episódios relacionados com paragens
cardiorespiratórias. Impõe-se que o Profissional de Saúde saiba como agir nestas situações e o que fazer
para que o quadro não se agrave.

12. NOTA FINAL

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Edição

:
MANUAL DE FORMAÇÃO
Página 20
de 3

“Quem lê esquece, quem vê recorda, quem faz aprende”

Tendo a componente prática desta UFCD uma forte presença e validade na apreensão de conteúdos e
procurando otimizar o processo formativo, os conteúdos programáticos inerentes e essenciais à prática
clínica serão disponibilizados no modelo de “Documento de Apoio” ao longo das sessões.

Desta forma, e aproximando-se a apresentação dos mesmos ao modelo de “Ficha Técnica” objetiva-se a
otimização do processo formativo, assim como a adaptação e resposta às necessidades emergentes do
formando em tempo real, estimulando os sentidos dos formandos e a percepção da realidade reforçando
pontos importantes, possibilitando a construção conjunta das mesmas em sala de formação.

Esta opção visa, paralelamente, a apresentação de estudos de caso aos formandos revela-se deveras
importante na perceção de casos clínicos, seleção de técnicas a utilizar e perceção de condicionalismos dos
atletas. Um caso clínico completo permitirá ao formando sentir-se em contexto real de trabalho
estimulando o raciocínio clínico.

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Edição

:
MANUAL DE FORMAÇÃO
Página 21
de 3

BIBLIOGRAFIA

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