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Antes de saber o que vem a ser o Direito Inclusivo enquanto disciplina jurídica,
faz-se necessário desenvolver um paradigma, uma forma inclusiva, de como encarar o
Direito.
Embora a Lei 7.853 de 1989 já tipificasse como crime a conduta de obstar, sem
justa causa, o acesso de alguém a cargo público, por motivos derivados da sua
deficiência, somente em 1999, por meio do Decreto 3.298, é que se estabeleceu 5%
das vagas oferecidas como mínimo a ser observado, pois até então, como a legislação
não “obrigava” a ter o mínimo, simplesmente as vagas destinadas às pessoas com
deficiência não eram reservadas.
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Direito Inclusivo com Ênfase
no Transtorno do Espectro do Autismo
Nesse exemplo, a norma, nos planos constitucional e legal, foi insuficiente para
efetivar a inclusão, e somente onze anos depois, outro regramento jurídico veio para
fixar o mínimo de vagas para pessoas com deficiência. Apesar disso, não são raros os
editais de concurso público que negligenciam a reserva de vagas, exigindo dos
candidatos com deficiência a busca pela tutela jurisdicional do seu direito.
Embora a legislação protetiva das pessoas com deficiência tenha na Lei 4.169
de 1962 a sua mais antiga referência, sendo essa a Lei que oficializou o uso do Braille
para escrita e leitura das pessoas cegas no
Brasil, somente em agosto de 2009, por meio
do Decreto 6.949, foi internalizada a
Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência de 2007 - Convenção
de Nova York. Nesse ínterim, muitas normas
jurídicas, das mais diversas, trataram de uma
forma ou de outra de questões envolvendo as
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pessoas com deficiência. Nem todas as normas jurídicas tinham a Inclusão como
paradigma.
A crescente procura pela tutela jurisdicional por parte das pessoas com
deficiência tem contribuído para a produção de precedentes e, aos poucos, as decisões
de primeiro grau têm sido objeto de apelações e recursos aos tribunais superiores, de
modo que já existe um esboço inicial dos contornos jurisprudenciais de como a matéria
deve ser tratada, envolvendo temas como saúde, emprego e previdência.
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A produção de normas jurídicas inclusivas não é suficiente para dizer que uma
sociedade é ou não inclusiva. É preciso fazer com que as normas existentes “saiam do
papel”, por exemplo, a Lei que instituiu a Libras - Língua Brasileira de Sinais, Lei 10.436
de 2002, em seu Art. 3º e 4º estabelece:
Nesse mesmo sentido, a LBI - Lei Brasileira da Inclusão (Lei nº 13.146 de 2015),
instituiu a Tomada de Decisão Apoiada nos termos do Art. 1.783-A(1), algo ainda em
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implantação em algumas capitais, mas muito distante da realidade da maior parte dos
juízos.
(1) Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa
com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha
vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão
sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para
que possa exercer sua capacidade.
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