Você está na página 1de 2

Compreendendo o homem como parte da natureza e, portanto, submetido as

leis físicas da matéria, Hobbes busca a explicação das relações entre indivíduos na
sociedade. A partir deste enfoque, expõe o individuo como uma máquina completa,
para exprimir os seus movimentos a partir de desejos.

Para o autor, a liberdade consiste no pleno movimento desta máquina que,


condicionada pela natureza, produz os seus movimentos (ações do indivíduo) a partir
dos estímulos externos e, por sua vez, impulsos que constituem o cerne da interação
social, pois todos os indivíduos possuem desejos.

A conclusão do autor é que a interação desses desejos produz, no estado


igualitário de natureza, um estado de guerra, porque inexistem padrões de conduta
para o indivíduo além dos seus desejos e a noção de justiça está fundamentada em
uma perspectiva individualista. Dessa forma, se faz necessário submeter todas as
vontades particulares ao Leviatã (Estado), que ao reduzir a liberdade natural de todo
indivíduo, essência do estado de guerra, produz ordem social.

O contratualismo, expresso no Estado, pressupôs a renúncia do direito


natural por parte do indivíduo, de modo que viver sob contrato expressa um limite a
cada um de fazer o que acha mais conveniente, evitando, deste modo, o fundamento
jurídico da guerra de todos contra todos.

Assim, o contrato se objetiva na concessão dos direitos naturais, onde o


direito de proteger a própria vida constitui-se um fato inapelável, a uma representação
central, cuja legitimação concretiza-se na razão de promover a paz.

Dentro de nossa contemporaneidade, esse modelo está representado pela


organização republicana e seus aparatos jurídico-positivos expressos na constituição,
ainda que sob um enfoque não tão absoluto do Estado como na abordagem de
Hobbes.
Destarte, o aparato jurídico constitucional regula as interações individuais,
promovendo a ordenação dos Estados deste para com os indivíduos e entre os
indivíduos.

Você também pode gostar