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Coren@

Conselho Regional de Enfermagem do Paraná

pAREcER rÉcuco coREN/pR N.o oogr2o2o

Assunto: Administração do medicamento


Noripurum@ via endovenosa em pacientes no
domicílio

í. Do fato

Solicitado Parecer Técnico quanto à possibilidade de administrar do


medicamento Noripururn@ em pacientes no domicílio.

2. Da fundamentação e análise

De acordo com o bulário, disponibilizado pela Agência Nacional de Vigilâncía


Sanitária (Anvisa), o medicamento Nonpururn@ EV (sacarato de hídróxido férrico) é
indicado para anemias ferropênicas graves; distúrbios de absorção gastrointestinal
ou impossibilidade de se utilizar a ferroterapia por via oral nos casos de intolerância
aos preparados orais de ferro em doenças inflamatórias gastrointestinais e nos
casos em que a falta de resposta à ferroterapia seja suspeita de falta de adesão ao
tratamento; anemias ferropênicas graves no 30 trimestre da gravidez ou no
puerpério; correção da anemia ferropênica no pré-operatório de grandes cirurgias;
anemia ferropriva que acompanha a insuficiência renal crônica. (BRASIL, Anvisa,
2009).
Entre as contra-indicações estão: hipersensibilidade conhecida ao sacarato de
hidroxido férrico, ao medicamento Noripururn@ ou a qualquer um dos seus
excipientes; anemias não ferropênicas; situações de sobrecarga férrica; distúrbios
da utilização do ferro. (BRASIL, Anvisa, 2009).
Os cuidados na administração desse medicamento incluem, entre outros: as
ampolas devem ser visualmente inspecionadas quanto a sedimentos e danos antes
de serem utilizadas; uma vez aberta a ampola, a administração deve ser imediata;
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diluído em solução fisiológica estéril, é estável dentro das primeiras 12 horas após a
diluição, desde que mantido em temperatura abaixo de 25'C; diluir em solução de
cloreto de sódio estéril 0,9o/o; não devem ser usadas outras soluções ou
medicamentos de diluição intravenosa, uma vez que há potencial para precipitação
e/ou interação; administrar por via intravenosa e nunca íntramuscular; administrar a
solução por infusão, por injeção endovenosa lenta ou diretamente na linha do
dialisador; a solução diluída deve ser marrom e límpida; cada ampola é destinada a
uma única aplicação. (BRASIL, Anvisa, 2009).
Sobre as reações adversas, a bula do medicamento Noripururn@ EV (BRASIL,
Anvisa, 2009) informa:

A reação adversa ao medicamento mais comumente relatada em


"t...1

esfudos clínicos com NORIPURUM@ EV foi a disgeusia, que ocorreu em


uma proporção de 4,5 eventos por 100 pacientes. As reaçÕes de
hipersensibilidade são as reações adversas graves ao medicamento
assocradas ao NORIPURUM@ EV mais importantes, as quais ocorreram a
uma proporção de 0,25 eventos por 100 pacientes em estudos ctínicos. As
reações adversas ao medicamento relatadas após a administração de
NORIPURUM@ EV em 4.046 su7'eifos ern esfudos clínìcos, assim como as
relatadas no pós-comercialização. são aprese ntadas a seguir:
Reação comum (>1/100 e <1/10): disgeusia, hipotensão, hipertensão,
náusea, reações no local da injeçãortnfusão
Reação incomum P-1/1.000 e < 1/100): hipersensibilidade, dor de cabeça,
vertigem, paresfesra, hipoestesia, rubo? flebite, dispneia, vômitos, dor
abdominal, diarreia, constipação, prurido, erupção cutânea, espas/nos
musculares, mialgia, artralgia, dor nas extremidades, dor nas cosfas,
calafrios, astenia, fadiga, edema periférico, dor, aumento da gama-glutamil
transferase, aumento da alanina aminotransferase, aumento da aspaftato
a m in otra n sfe ra se, aum e nto d a fe rriti n a sé rica.
Reação rara p1/10.000 e <1/1.000): síncope, sonolência, patpitações,
cromat(tria, dor no peito, hiperidrose, pirexia, aumento da tactato
desidrogenase sérica. [...]"

outrossim, importante colocar as advertências previstas para o uso do

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medicamento Noripurum@ EV (BRASIL, Anvisa, 2009)

"[..] somente deve ser administrado quando a indicação da ferroterapia tiver


srdo confirmada por meio de investigação apropriada com exames
laboratoriais (por ex. ferro sérico, ferritina sérica e/ou hemoglobina e/ou
hematócrito e/ou contagem de eritrócìtos e/ou hematimetria - VCM,
HCM,CHCM).
A admínistração parenteral de preparados de ferro pode causar
reações aléraicas ou anafiláticas, oue podem ser potencialmente letais.
Deve haver disponibilidade de suporte para ressuscitacão
cardiopulmonar e tratamento antialérqico.
Reações de hipersensibilidade tambem foram relatadas apos doses
anteriores sem eventos de qualquer complexo de ferro parenteral, ìncluindo
sacarato de hidroxido ferrico. Cada paciente deve ser obseruado para
efeitos adyersos durante pelo menos 30 minutos após cada aplicação de
NORIPURUM@ EV.
Administrar o produto com cuidado em pacientes com histórico de asma,
eczema, outras alergias ou reações alérgìcas por outros preparados
parenterais de ferro, uma vez que tais pacienfes apresentam risco
acentuado de apresentar reação alérgica.

[...] NORIPURUM@ EV deve ser administrado com cuidado a pacientes com


disfunção hepática.
Deve-se ter cuidado especial na administração do produto em pacientes
que sofram de infecções agudas ou crônicas. É recomendado que a
administração de NORIPURUM@ EV seja interrompida em pacientes corn
bacteriemia. Em pacientes com infecção crônica, uma avaliação de
risco/benefício deve ser realizada.
Deye-se evitar o extravasamento paravenoso, pols o extravasamento de
NORIPURUM@ EV no local da injeção pode causar dor, inflamação e
manchas na pele.
A estabilidade de sisfemas coloidais é limitada. Por isso, particularmente
nos casos de armazenagem inadequada, há possibilìdade de formação de
sedimentos nas ampolas do preparado. [ .ï [grifo nossol

Um estudo publicado na Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia


relatou que, diferentemente do ferro dextran de alto peso molecular utilizado na

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década de 80 e ligado ao alto risco de reação anafilática e morte, o desenvolvimento


de novos compostos com ferro para uso parenteral, sobretudo por via endovenosa
(como o ferro sacarato, o ferro gluconato e a carboximaltose férrica), tem se tornado
uma alternativa terapêutica segura e efetiva. (CANÇADO; LoBo; FRIEDRICH,
2010).
Outro estudo, com o objetivo de avaliar a efícácia do uso intravenoso de
sacarato de hidróxido de ferro lll em 25 pacientes adultos com anemia ferropriva que
não obtiveram resposta satisfatoria à terapia com ferro oral, demonstrou que, quanto
à segurança do medicamento, nenhum paciente apresentou qualquer reação
adversa grave à terapêutica. Apenas três eventos adversos em 139 infusões
endovenosas (2%): gosto metálico, sensação de calor e dor articular. (CANÇADO et
al, 2005).
Evidentemente, essas considerações de que as composições com ferro estão
mais seguras e de que, na pesquísa mencíonada, não ocorreram importantes
reações adversas, são bastante relevantes, contudo não se pode desprezar o que a
própria bula do medicamento afirma que "deve haver disponibilidade de supofte para
ressuscifa ç ão ca rd i o p u I m o n a r e trata m e nto a nti al é rg i c o".

De acordo com a Lei n.o 7.498, de 25 de junho de 1986, regulamentada pelo


Decreto n.o 94.406, de 08 de junho de 1987, as atividades do profissional enfermeiro
abarcam, in verbis:

Art. 11 - O Enfermeiro exerce fodas as atividades de enfermagem, cabendo-


lhe:
| - privativamente:

t.. .l
j) prescrição da assisfência de enfermagem;
l) cuidados diretos de enfermagem a pacienfes graves com risco de vida;
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam
conhecimenfos de base científica e capacidade de tomar decisões
imediatas;
ll - como integrante da equipe de saúde:
t..l

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V.
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f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à


clientela durante a assisféncra de enfermagem;

Quanto às atribuições dos técnico e auxiliar de Enfermagem, a Leí n.o

7.49811986, determina, in verbis:

Art. 12 - O Tecnico de Enfermagem exerce atividade de nível medio,


envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em
grau auxiliar, e pafticipação no planejamento da assisféncia de
enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
a) pafticipar da programação da asslsÍêncn de enfermagem;
b) executar ações assrsfenclais de enfermagem, exceto as privativas do
Enfermeiro, obseruado o dlsposfo no parágrafo único do art. 11 desta lei;
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em
grau auxiliar;
d) participar da equipe de saúde.
Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de
natureza repetitiva, envolvendo servigos auxiliares de enfermagem sob
superuisão, bem como a participação em nível de execução simples, em
processos de trata me nto, cabe n do-l h e e s peci a I m e nte :

a) observar, reconhecer e descrever srnais e srnfomas;


b) executar açÕes de tratamento simples;
c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
d) participar da equipe de saúde.

E, o Decreto n.o 94.40611987, por sua vez, especifica, in verbis:

Att. 10 - O Tecnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível


medio técnico, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe:
/ - asslsfrr ao Enfermeiro:
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades
de assisfêncra de enfermagem;
b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientes em esÍado
grave;

tl
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4r--'.,
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e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser


causados a pacientes durante a asslsféncla de saúde;
tl
ll - executar atividades de asslsÍéncia de enfermagem, excetuadas as
privativas do enfermeiro e as referidas no art.9o desfe Decreto;
t. ..1

Art. 11 - O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de


nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe:
tl
lll - executar tratamentos especrïicamente prescritos, ou de rotina, além de
outras atividades de enfermagem, tais como:
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;

Dessarte, enfermeiro, técnico de Enfermagem e auxiliar de Enfermagem


podem administrar medicamentos e, especificamente, quanto ao Noripurum@, todos
esses profissionais estão legalmente habilitados para tanto. Contudo, seguindo as
diretivas da Lei n.o 7.498186 e do Decreto n.o 94.406/87, isso só é possível sob
supervisão, orientação e direção do enfermeíro, conforme o artigo 15 da Lei n.o
7.498186, in verbis:

Art. 15 - As atividades referidas nos ads. 12 e 13 desta lei, quando


exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de
sa(tde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de
Enfermeiro.

lndispensável mencionar que o profissional de Enfermagem, seja qual for sua


a realizar atividades que não lhe ofereçam segurança,
categoria, pode se recusar
inclusive, como forma de evitar danos, o que encontra respaldo na Resolução
COFEN n.o 564t2017 (Codigo de Etica dos Profissionais de Enfermagem), in verbis:

Capítulo / - Dos Direitos


Art. 1o - Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança técnica, científica
e ambiental, autonomia, e ser tratado sem discriminação de qualquer
natureza, segundo os princípios e pressuposfos /egais, éticos e dos direitos

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,/QQ.rrror-,
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humanos.

tl
Att. 22 - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua
competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam
segurança ao profissional à pessoa, à família e à coletividade.

t. ..1

Capítulo ll- Dos Deveres

tl
Art. 45 - Prestar assisféncra de Enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência.

tl
Att. 59 - Somente aceitar encargos ou atrìbuições quando se julgar técnica,
científica e legalmente apto para o desempenho seguro para si e para
outrem.
t...1
Capítulo lll- Das Proibições

t. ..1

Art. 62 - Executar atividades que não sejam de sua competência técnica,


científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à
pessoa, à família e à coletividade.
tI
Att. 80 - Executar prescrições e procedimentos de qualquer natureza que
comprometam a segurança da pessoa.

Complementa-se que, para a adminístração de medicamentos, os profissionais


devem ter prescrição médica e conhecer a ação da droga a ser administrada,
conforme Resolução COFEN n.o 564t2017 (Código de Etica dos Profissionais de
Enfermagem) que reza, in verbis'.

Capítulo ll- Dos Deveres


t.. .l
Att. 46 - Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem e Médica na
qual não constem assìnatura e número de registro do profissional prescritor,
exceto em situação de urgência e emergência.

$ ío O profissional de Enfermagem deverá recusar-se a executar prescrição


de Enfermagem e Medica em caso de identificação de erro e/ou ilegibilidade

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da mesma, devendo esclarecer com o prescritor ou outro profissional,


registrando no prontuário.

S 2' É vedado ao profissional de Enfermagem o cumprimento de prescrição


à distância, exceto e/?? casos de urgência e emergência e regulação,
conforme Resolução vigente.
t.. .I
Capítulo lll- Das Proibições

tl
Att. 78 - Administrar medicamentos sem conhecer indicação, ação da
droga, via de administração e potenclals rscos, respeitados os graus de
form ação profission al.

Exclusivamente na atenção domiciliar a Resolução COFEN n.o 046412014


estabelece algumas normativas ao enfermeiro, in verbis:

Art. 20 - Na atenção domiciliar de enfermagem, compete ao Enfermeiro,


privativamente:
l- Dimensionar a equipe de enfermagem;
ll- Planejar, organizar, coordenar, supervisionar e avaliar a prestação da
asslsféncla de enfermagem;
lll- Organizar e coordenar as condições ambientais, equipamentos e
materiais necessárlos à produção de cuidado competente, resolutivo e
seguro;
IV- Atuar de forma contínua na capacitação da equipe de enfermagem
que atua na realização de cuidados nesse ambiente;
V- Executar os cuidados de enfermagem de maior complexidade
técnico-científica e que demandem a necessidade de tomar declsões
imediatas;

Quanto à possibilidade de administrar medicamentos via parenteral no âmbito


do domicílio do paciente, o Ministério da Saúde entende ser essa uma das
atividades dos profissionais da Enfermagem na assistência domiciliar. A propósito,
no seu Caderno de Atenção Domiciliar, constam explicações e sugestões sobre o
uso de medicamentos que, eventualmente, podem ser utilizados nos domicílios
como codeína, tramadol, morfina, oxicodona e fentanil. (BRASIL, 2013). Não se

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mencionarão os detalhes das reaçÕes adversas desses medicamentos, porém,


basta verificar em suas bulas os graves possíveis riscos. Apesar disso, o Ministério
da Saúde prevê a possibilidade de administração deles no domicílio.
A administração de medicamentos no domicílio também foi objeto de análise de
outros Conselhos Regionais de Enfermagem. O COREN de Pernambuco, por meio
do Parecer Técnico COREN-PE n.o 01412018, considerou:

"t. .l E possível a administração de medicação por via intramuscular e


endovenosa por pafte do Auxiliar e/ou Técnico de Enfermagem nas
residências dos pacientes nas áreas de cobertura do PSE mediante à
prescrição do profissional médico ou enfermeiro, conforme a legìslação
vigente.
Por se tratar de atividade desenvolvida por profissional de enfermagem de
nívet medio no Âmbito da Atenção Bétsica, a necessrda deda presença do
médico e do Enfermeiro do PSF na residência, em sua área de
abrangência, deve ser avaliada por este último, considerando o tipo de
droga e efeitos colaterais, e após, consulta e sistematização da
assr.sféncia de enfermagem, atendendo o disposto na Resolução Cofen no
358/2009 e Resolução Cofen no 464/2014.
Entretanto, entende-se que o profissional de Enfermagem poderá negar-se
a realização do procedimento, na ausência de condições previstas,
reações adyersas a serem esperadas e em situações que ofereçam rlscos
ao paciente, devendo ainda considerar a frequência da administração da
medicação prescrita, de acordo com a modalidade de atenção domiciliar
proposta pelo Ministerio da Saúde. [...]"

Do mesmo modo, a Orientação Fundamentada n.o 04312016 do COREN-SP

"[...] Diante do exposto, consideramos:

A possibilidade de administração de medicamento no domicílio, mediante


prescrição, sern a presença do medico deye ser avaliada pelo Enfermeiro,
considerando o tipo de droga e efeitos colaterais.
Após a avaliação do Enfermeiro caso considere segura a administração da
droga no domicílio, deye-se obseruar a frequência da administração, tendo
em vista que a visita domiciliar da Equipe de Saúde da Família é realizada

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com a frequência mínima de 1 mês.


Caso osoro com medicamento seja prescrito com frequ,ência pre-
estabelecida, esta atividade é de competência da modalidade de Atenção
Domiciliar tipo 2 (AD2);
Cabe ressaltar que a administração de penicilina e derivados no domicílio é
vedada aos profissionais de Enfermagem, conforme estabelecido no
Parecer COREN-SP no 048/2013 - CT. t. ï'

O Parecer Técnico COREN-MT/DEFIS n.o 0112017

Diante do exposto, consideramos a de administração de


possibilidade
medicamento no domicílio, mediante prescrição do médico, deve ser
avaliada pelo Enfermeiro, considerando o tipo de droga e efeitos colaterais.
Após a avaliação do Enfermeiro caso considere segura a administração da
droga no domicílio, deye-se obseruar a frequência da administração, tendo
em vista que a visita domiciliar da Equipe de Saúde da Família é realizada
com a frequência mínima de 1 m,ês. Caso o soro com medicamento seja
prescrito com frequência pré-estabelecida, esta atividade é de competência
da modalidade de Atenção Domiciliar tipo 2 (AD2);
Lembramos que o profissional ao executar o procedimento deverá
permanecer durante todo período de infusão do medicamento ao lado do
receptor, assegurando a administração do fármaco de forma segura e eficaz
para o paciente.
Cabe ressaltar que a administração de penicilina e derivados no domicílio é
não se inclui neste parecer."

O Parecer Técnico n.o 00212018 do COREN de Sergipe

"[..] Assim conforme legislação vigente que trata do exercício da


Enfermagem (Lei 7.498/1986), e seu Decreto regulamentador (Decreto
94.406/1977), é legal que Auxiliares e Técnicos de enfermagem
administrem medicações no domicílio do paciente, inclusive sern a presença
do enfermeiro, resguardados as srïuações específicas em contrário. [...]"

Especificamente, quanto ao uso do noripurum, a Orientação Fundamentada n.o

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03212014 do COREN-SP dispõe:

"[...] Diante do exposto, entendemos que Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares

de Enfermagem podem realizar a administração de ferro parenteral em


Unidade Básica de Saúde, sob orientação e supervisão do Enfermeiro
mediante prescrição e com a presença de um profissional médico na
Instituição de Sa(tde."

De modo semelhante, o COREN-SC, por meio da Resposta Técnica


COREN/SC n.o 008lCT 1201 5, recomenda:

"t...1 a) O seruiço elabore protocolo, procedimento operacional padrão ou


nota técnica acerca de tal procedimento, contendo a nominata e assinatura
de todos os profission ais envolvidos nesse processo.
b) Haja homogeneidade no protocolo quanto à descrição do medicamento
Noripurum, no que se refere: apresentação, indicação, contra-indicação,
posologia, interação medicamenfosa e reações adversas, com anuência da
equipe de enfermagem.
Compreenda-se que o procedimento de administração do medicamento
Noripurum EV em Unidade de Saúde, so podera ser realizado pelo
Enfermeiro ou pelo técnico de enfermagem com a supervisão do
enfermeiro, conforme reso/uçôes e legislação supracitadas, desde que
devidamente capacitados para o referido procedimento. [..ï'

E a Resposta Técnica COREN/SC n.o 0151CT12019, recomenda

a) O serviço elabore protocolo, procedimento operacional padrão ou


"t...1

nota técnica acerca de tal procedimento, contendo a nominata e assìnatura


de todos os profission ais envolvidos nesse processo.
b) Haja homogeneidade no protocolo quanto à descrição do medicamento
Noripurum, no que se refere: apresentação, indicação, contraindicação,
posologia, interação medicamenÍosa e reações adyersas, com anu,ência da
equipe de enfermagem.
Compreenda-se gue o procedimento de administração do medicamento
Noripurum EV em Unidade de Sa(tde, demais estabelecimentos de Saúde e

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a domicílio, só poderá ser realizado pelo Enfermeiro ou pelo Técnico de


Enfermagem com a supervisão do Enfermeiro, conforme resoluções e
legislação supracitadas, desde que devidamente capacitados para o
refe rid o p roce d i m e nto.

Salientamos ainda, que todo o processo de administração de medicamentos


requer a aplicação das nove certezas: Paciente certo, Medicamento certo,
Via certa, Hora certa, Dose certa, Regisfro certo da administração,
Orientação correta, Forma certa e ResposÍa certa, atitudes que visam
segurança do paciente e são recomendações fazem parte do protocolo de
segurança na administração de medicamenfos da ANVISA. [...f

Por conseguinte, verifica-se que não há impedimento legal para que o


medicamento Noripururn@ endovenoso seja administrado por profissionais de
Enfermagem em pacientes no domicílio. lndispensável que o enfermeiro avalie o
pacíente, os possíveis riscos, a frequência em que o medicamento já foi aplicado,
ainda que não seja o profissional responsável pela administração, a fim de garantir a
segurança do paciente.

3. Da conclusão

Feitas essas deferências, conclui-se que os profissionais de Enfermagem


possuem competência legal para a administração do medicamento norípurum
endovenoso em pacientes no domicílio. Para tanto, deve haver prescrição médica
dessa medicação, os profissionais devem estar devidamente capacitados, conhecer
a ação da droga, obedecer aos critérios científicos de aplicação e administração,
possuir meios materiais e pessoais para atender possíveis intercorrências, estar sob
supervisão do enfermeiro (quando se tratar de técnico ou auxiliar de Enfermagem) e
observar as disposições legais da Lei do Exercício Profissional e os demais
normativos do Sistema COFEN/Conselhos Regionais de Enfermagem.
Por derradeiro, recomenda-se o desenvolvimento e implementação de
protocolos assistenciais de boas práticas para a administração de noripurum
endovenoso, discutidos por toda a equipe multiprofissional, incluindo a

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(b^*'0.
Coren@
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apresentação, a indicação, a contra-indicação, a posologia, a interação


medicamentosa, as reações adversas do medicamento e as atribuições de cada
membro da equipe de Enfermagem e das demais categorias, sempre com o objetivo
de melhor atender aos pacientes.

É o parecer
Curitiba, 10 de janeiro de 2020

&rno* -G..enxruy,k.
Ramone Aparecida Prtzedybzka abíol irr Gardoso
Conselheira do COREN/PR Assessora al Coren/PR

REFERENCIAS

BRASIL. Lei n.o 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre o exercício da


enfermagem [online]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jun. 1986. Disponível
em: <http://wurw.planalto.qov.br/ccivil 03/LEIS/L7498.htm>. Acesso em 1010112020.

BRASIL. Decreto-lei n.o 94.406, de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei n.o


7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem
[online]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, I jun. 1987. Disponível em:
<http://www.planalto.qov.br/ccivil O3/decreto/1980-1989/D94406.htm>. Acesso em
10to1t2020.

BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n.o 46412014.


Normatiza a atuação da equipe de enfermagem na atenção domiciliar. COFEN
[online], 2014. Disponível em: <http://www.cofen.qov.br/resolucao-cofen-no-
04642014 27457.htm|>. Acesso em 10/01/2020.

BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n.o 56412017.


Aprova o novo Codigo de Etica dos Profissionais de Enfermagem. COFEN [online],

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2017 . Disponível em: <http://u.rwrv.cofen.qov.br/resolucao-cofen-no-


5642017 59145.htm1>. Acesso em 1010112020.

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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MATO GROSSO. Parecer Técnico


COREN-MT/DEF|S n.o 01t2017. LEGTSLAçÃO pnOflSStONAL. F|SCALIZAçÃO
DO EXERC|CIO PROFISSIONAL. MEDICAçÃO DOMICILIAR. O parecer aponta
que há respaldo, técnico e legal, para profissionais realizarem a administração de
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medicamentos no domicílio, desde que o responsável pelo procedimento permaneça


durante todo o processo de infusão do fármaco devidamente prescrito pelo
profissional habilitado. Disponível em: <http://ouvidoria.cofen.gov.br/coren-
mt/transparencia/1 3584/download/PDF>. Acesso em 08101 12020.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE PERNAMBUCO. Parecer Técnico


Coren-PE n.o 01412018. Competência dos profissionais auxiliar e técnico de
enfermagem na administração de medicamentos intramusculares e medicamentos
endovenoso. 2018. Disponível em: <http://www.coren-pe.gov.brlnovo/parecer-
tecn ico-coren-pe-n-0 1 4-20 18_1 3879. htm l. >. Acesso em 08 I 0 1 12020.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA. Resposta


Técnica COREN/SC n.o 0081CT12015. Assunto: Assunto: necessidade de supervisão
de profissional de saúde na administração de Noripurum EV. 2015. Disponível em: <
htto://transoare ncta.corensc oov ntenUu o lo adsl2l 16/05/RT-008-20 I 5-
Noriou ru m-endovenoso. pdf>. Acesso em 1 0 101 12020

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA. Resposta


Técnica
COREN/SC n.o 0151CT12019. Assunto: Administração de Noripurum EV. Palavras-
chave: Enfermeiro; Noripurum; Técnico de Enfermagem. 2019. Disponível em: <

http://transparencia. corensc.qov. br/wp-contenUuploads/20 1 9/03/RT-0 1 5-20 1 9-


Ad m i n i st ra o/oC3o/o A7 o/oC3o/o A3 o-d e- N o ri Acesso em 1010112020

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Fundamentada n.o 03212014. Assunto: Administração de Noripurum na UBS. 2014.
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CoNSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Orientação


Fundamentada n.o 04312016. Assunto: Admínistração de medicamento endovenoso
em residência. 2016. Disponível em: <

so. o ov. b r/sites/defa u ltlfi les/Ori enta%C3o/o A7 o/oc3o/o A3oo/o2OF unda me nt adao/o2} -
o/o20043 1.odf>. Acesso em 1010112020

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SERGIPE. Parecer Técnico n.o


00212018. Ementa: Administração de medicação por via parenteral feita por auxiliar
ou técnico de enfermagem, no domicílio do paciente sem a presença do enfermeiro.
2018. Disponível em: <http://se.corens.portalcofen.qov.br/wp-
o/n
contenVu o loadsl20 1 I lO3 lP arecer-T 3%A9cn ic o-no/oC2o/o3\-002-201 8. odf. >
Acesso em 0810112020 N,

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