POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DESTINADAS A PESSOAS COM DOENÇAS
RARAS NO BRASIL COMO PROMOÇÃO DE DIREITOS HUMANOS
4 Ayumi Gabriela Domingues¹; Gislaine Modesto Martes²; Beatriz Quelé Azeredo³; Fernanda da Silva Mendes ; Flávia 5 Cristina Silveira Lemos . ¹Psicóloga graduada pela Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém, Pará, Brasil; ²Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém, Pará, Brasil; ³Graduanda em Biomedicina pela Universidade da 4 Amazônia - UNAMA, Belém, Pará, Brasil; Graduanda em Biologia pela Universidade Federal do Pará - UFPA, 5 Belém, Pará, Brasil; Professora Doutora de Psicologia na Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém, Pará, Brasil. INTRODUÇÃO Raro foi a Política Nacional de Atenção Integral às A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende Pessoas com Doenças Raras, instituída pela como doença rara aquela que afeta até 65 a cada Portaria nº199/14 do Ministério da Saúde, que 100.000 pessoas, sendo a maioria crônica e garantiu o cuidado integral ao Raro pelas Redes de resultante de fatores genéticos, estimando-se cerca Atenção em Saúde (RAS), pelos Serviços de de 8.000 documentadas na literatura médica. Atenção Especializada em Doenças Raras e Devido à multiplicidade de doenças raras e suas Serviços de Referência em Doenças Raras especificidades, por muito tempo o Raro (SRDR), além da qualificação e educação encontrou-se desamparado pelas Políticas permanente dos trabalhadores em doenças raras. Públicas de Saúde no país. Atualmente existem SRSD em doze entes federativos. Em 2022, o Ministério da Saúde OBJETIVO inaugurou a Caderneta do Raro, concomitante à Compreender a história das Políticas Públicas de implementação da Linha de Cuidado para Pessoas Saúde direcionadas para Pessoas Raras e traçar com Condições Raras. um panorama destas. CONCLUSÃO MÉTODOS Pesquisa documental partindo das fontes primárias Pessoas Raras estiveram desassistidas em suas no escopo da legislação brasileira e atos especificidades pelas Políticas Públicas de Saúde normativos internos do Ministério da Saúde, no Brasil até meados da década de 2010, quando utilizando-se de fontes secundárias para auxiliar a surgem as primeiras políticas e programas voltados compreensão das problemáticas relevantes ao a atendê-las. Atualmente, os programas tema. direcionados a Raros não se fazem presentes em todo território nacional, esta população ainda RESULTADOS E DISCUSSÃO encontra barreiras ao acesso integral à saúde. É Anteriormente à criação de políticas específicas necessário reforçar os princípios da equidade e para esta parcela da população, a Pessoa Rara integralidade, para trabalhar aspectos específicos via-se inclinada a recorrer a instituições de caráter da diversidade e pensar o cuidado com gestão filantrópico, serviços de saúde suplementar e compartilhada a partir da participação social. programas não específicos do Sistema Único de REFERÊNCIAS Saúde (SUS), como o Modelo de Atenção às BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação Condições Crônicas (MACC), cabendo ao usuário na Saúde/Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Caderneta do e família a tarefa de conscientizar as equipes e Raro. Brasília: Ministério da Saúde, 03 de mar de 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde/ profissionais acerca de sua doença. O acesso a Departamento de Atenção Especializada e Temática/Coordenação Geral da Atenção Especializada. Linha de Cuidados: Pessoas com Condições Raras tratamentos específicos dava-se principalmente via na Rede de Atenção à Saúde (RAS). Brasília: Ministério da Saúde, abr de judicialização e criação de projetos de lei visando 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 199, de 30 de janeiro de 2014. garantir direitos referentes a doenças isoladas. Institui a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas de Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saude legis/gm/2014/prt0 199_30_01_2014.html. determinadas doenças raras eram pontuais e não Acesso em: 31 out. 2022. abrangiam toda a pluralidade das mesmas. No CHIAVASSA, R. et al. Direito à saúde: dever do Estado - considerações sobre a judicialização do acesso à saúde nas hipóteses de doenças raras. Jornal Brasil, a primeira política pública direcionada ao Brasileiro de Economia da Saúde, v. 5, ed. esp, p. 30-40. 2014.