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CARACTERÍSTICAS

DO BRASIL E SEU
SISTEMA DE SAÚDE
Frederico Germano Lopes Cavalcante
Nilson Massakazu Ando
Ementa
• Realidade socioeconômica e cultural brasileira;
• Perfil epidemiológico brasileiro, desigualdades sociais e em
saúde no Brasil;
• Determinantes sociais em saúde;
• Transição demográfica e epidemiológica;
• História, princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde;
• Redes de atenção à saúde e ATENÇÃO BÁSICA.
Realidade de Saúde do Brasil
• Grande extensão territorial:
8.515.767km2
• Divisão em 05 regiões:
Norte, Nordeste, Centro-
Oeste, Sul e Sudeste
• Diferentes realidades
socioeconômicas,
geográficas e culturais
Desigualdades no Brasil
• País continental
• Processo de colonização
• Escravidão – fim tardio;
transição para indigência
• Imigrações
• Industrialização – tardia,
dependente
• Urbanização – explosiva
Desigualdades no Brasil

Cidades: crescimento acelerado, grandes


O Brasil abriga 155 mil pessoas nessa desigualdades, bolsões de pobreza, apartheid
situação, que abrange desde trabalho social
forçado ou por dívidas, tráfico humano ou
sexual até casamentos forçados
Desigualdades no Brasil

Fonte: IBGE
Desigualdades no Brasil

Fonte: IBGE
Escassez de médicos x Linha da Pobreza
Índice de escassez de médicos em Atenção Proporção de domicílios com renda per capita
Primária à Saúde (APS)* abaixo da linha da pobreza (R$137)

Fonte: Fonte: Estação de


Pesquisa de Sinais de
Mercado
(EPSM/NESCON/FM/UFMG)

*: Considera o número de
médicos equivalente a 40
horas nas especialidades de
clínica médica, saúde da
família e pediatria
Transição demográfica

Declínio rápido dos níveis de fecundidade


Declínio do ritmo de crescimento demográfico
Alteração da Estrutura da Pirâmide Etária;
Aumento da Expectativa de Vida
Transição epidemiológica
• Superposição entre as etapas
onde predominam as doenças
transmissíveis e crônico-
degenerativas
• Existe um contraste importante
entre as situações epidemiológicas
das diferentes regiões do país
• Tripla carga de doenças: uma
agenda não concluída de doenças
infecciosas e desnutrição; o
desafio das doenças crônicas e
seus fatores de risco; crescimento
acelerado das causas externas.
Sistema Único de Saúde: o
sistema de saúde do Brasil
Constituição Federal de 1988
“Art. 196. A saúde é direito de
todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas
sociais e econômicas que
visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e
ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e
recuperação.”
SUS: Antecedentes históricos
SUS: princípios

Princípios Princípios
DOUTRINÁRIOS ORGANIZATIVOS
SUS: princípios doutrinários
Universalidade Integralidade
Saúde como Direito de Todo (Holística) – Medicina
cidadania e não como Integral Tudo (Direito aos três
Direito Trabalhista níveis de assistência)

Equidade
Tratamento diferente para se
chegar a igualdade
SUS: princípios organizativos
Descentralização/Hierarquização/Regionalização
Descentralização Gestão mais próxima da população

Municipalização da saúde

Como garantir o direito do cidadão?


Pensar uma rede de assistência onde o cidadão da menor e
mais afastada cidade tenha acesso à tecnologia necessária para
recuperar sua autonomia, em caso de necessidade de saúde.
Níveis de Assistência – Hierarquização

Atenção Atenção • Hospitalização, internação


• Alta complexidade (Ex: hospitais
Densidade tecnológica

Terciária Terciária universitários)

Atenção Atenção • Ambulatórios de especialidades focais


• Condição de maior necessidade de
Secundária Secundária tecnologias "duras"

Atenção Primária Atenção • Organização em ESF e outras


modalidades com foco no território

Primária • Tecnologias leves e abordagem


biopsicossocial
Hierarquização e organização em redes
Redes de atenção à saúde no SUS

Álcool, Crack e Outras

Condições e doenças
Rede de Urgência e
Qualificação/Educação

Rede Cegonha

Emergência

crônicas
Drogas
Informação

Regulação

Promoção e Vigilância à Saúde

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


Este é o SUS que pouco conhecemos
• Único no mundo a garantir assistência integral e gratuita a popu
lação, incluindo pacientes com HIV, sintomáticos ou não,
renais crônicos e com câncer
• SIH/SUS: maior conjunto de procedimentos executados em hos
pital no mundo pago por um mesmo financiador (Rehen de
Souza, 2002)
• Aproximadamente 1.000.000 de internações por mês –
11.295.000 em 2010
• Mais de 95% de transplantes feitos no Brasil (Brasil, 2003)
Este é o SUS que pouco conhecemos
3,8 bilhões de atendimentos ambulatoriais
896 milhões de procedimentos para diagnóstico
19 milhões de ultrassonografias
11 milhões de sessões de hemodiálise
1,5 milhão de tomografias
6,5 mil transplantes de órgãos sólidos
4,5 milhões de procedimentos hospitalares cirúrgicos
7,1 milhões de procedimentos hospitalares clínicos
619 milhões de atendimentos para aquisição de medicamentos a nível ambulatorial

Fonte: Ministério da Saúde, JAN-DEZ/2017


Atenção Básica no Brasil
Atributos e diretrizes da Atenção Básica
(PNAB 2017)
• Regionalização e Hierarquização
• Territorialização
• População Adscrita
• Cuidado centrado na pessoa
• Resolutividade
• Longitudinalidade do cuidado
• Coordenação do cuidado
• Ordenação da rede
• Participação da comunidade.
Atenção Básica: um panorama (2019)
• 2.599 equipes implantadas
• 5.477 municípios
• 146.966.550 milhões de pessoas cobertas
• 5.040 municípios com Equipes de Saúde
Bucal - ESB
• 24.435 ESB tipo I
• 2.131 ESB tipo II
• 5.502 municípios com Agentes Comunitários
de Saúde – ACS
• 260.563 ACS implantados
• 898.942.350 milhões de pessoas atendidas
Fonte: DAB/SAS/MS – Comp. fev/2019.
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index
Referências Bibliográficas
• Conselho Federal de Medicina. Demografia Médica no Brasil 2020 / Coordenação de
Mário Scheffer; equipe de pesquisa: Alex Cassenote, Alexandre Guerra, Aline Gil Alves
Guilloux, Ana Pérola Drulla Brandão, Bruno Alonso Miotto, Cristiane de Jesus Almeida,
Jackeline Oliveira Gomes e Renata Alonso Miotto. – São Paulo: Departamento de
Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP; Conselho Federal de Medicina,
2020.
• Souza, Renilson Rehem. O sistema público de saúde brasileiro. Brasília; Ministério da Saúde;
ago. 2002. 44 p. tab, graf.
• Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988
• Brasil. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. 1990
• Brasil. Lei 8142/90 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da
comunidade no SUS. 1990
• BRASIL. MInistério da Saúde . Portaria no. 2.436 de 21 de setembro de 2017. Brasília:
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 2017.
ATENÇÃO PRIMÁRIA
À SAÚDE NO BRASIL

Frederico Germano Lopes Cavalcante


Nilson Massakazu Ando
Ementa
• Rede de Atenção à Saúde (RAS)
• Atenção Primárias à Saúde (APS)
• Política Nacional da Atenção Básica
(PNAB)
• Estratégia de Saúde da Família
(ESF)
• Programa Mais Médicos para o
Brasil (PMMB)
Questão orientadora
• D. Maria, 62 anos, é diabética e hipertensa há pelo menos 7 anos, mas há 3
anos não vai ao médico. Acordou um dia com dor nas costas e resolveu
procurar a Unidade de Saúde. Chegando lá, foi orientada a retornar na sexta-
feira para marcar uma consulta para a semana seguinte.

• Ela fez isso, e na segunda-feira estava diante do médico de família da sua área.
Queria um referenciamento ao ortopedista. O médico lhe sugeriu experimentar
usar diclofenaco durante 4 dias e retomar o tratamento da pressão e diabetes,
além de fazer novo papanicolau e mamografia. Sugeriu também exames
laboratoriais e uma consulta de rotina com o oftalmologista. Os exames foram
coletados pela enfermeira da equipe na semana seguinte.
Questão orientadora
• Em um mês, a paciente retornava ao médico de família com o resultado dos
exames de sangue e o controle da pressão realizado semanalmente. Tanto o
diabetes quanto a pressão alta estavam mal controladas. O médico de família
alterou a dose dos medicamentos prescritos na consulta anterior e orientou nova
sequência de controle de pressão e novo exame laboratorial em 3 meses.
• Nesse meio tempo, foi chamada para o oftalmologista, para a mamografia e fez o
papanicolau com a auxiliar de enfermagem da unidade. Enquanto aguardava o
período determinado pelo médico de família para fazer novos exames, ela
perdeu o genro assassinado pela polícia e ficou extremamente abalada.
Procurou então o médico de família para “pedir um calmante”. Por causa desse
episódio, atrasou a coleta dos novos exames laboratoriais em 2 meses, mas
procurou, então não se descuidar do uso dos medicamentos.
Questão orientadora
• Passados 5 meses da última consulta, coletou novos exames com a mesma
enfermeira e voltou ao médico de família em seguida para retomar o tratamento
da pressão e do diabetes. Segundo relatou ao médico de família, o oftalmologista
dissera que sua vista estava “ok” e que, embora tenha começado uma catarata,
não tinha de operar naquele momento. Aproveitou para queixar-se de dor na
perna esquerda quando caminhava.

• Os exames laboratoriais haviam melhorado consideravelmente, mas o médico


de família detectou um pulso diminuído no membro inferior esquerdo. Ele
solicitou uma ultrassonografia (US) Doppler, resolveu referenciar ao cirurgião
vascular para uma avaliação e orientou espaçar os retornos, já que havia
adquirido um controle aceitável da pressão e do diabetes.
Questão orientadora
• Enquanto aguardava o resultado da US, ela teve um quadro de gripe prolongado
e procurou novamente o médico de família da unidade, tendo sido atendida por
ele no “acolhimento”. Finalmente, realizou a US Doppler com um radiologista,
que mostrou uma obstrução arterial na altura da região poplítea. A paciente
esperou 4 meses e finalmente conseguiu o cirurgião vascular, que sugeriu
programar cirurgia. A paciente ficou assustada e decidiu procurar novamente o
médico de família.
• Combinaram que tentariam o tratamento clínico por meio do controle do diabetes
e da hipertensão, além de cuidados gerais com as pernas, a fim de tentar evitar
a cirurgia. Após 2 anos de seguimento e mais 6 consultas, encontra-se bem, sem
lesão nos membros e com controle clínico da dor na perna esquerda.
APS como um modelo de organização do
sistema de saúde
• Um sistema de saúde é “o conjunto de
organizações, indivíduos e ações cuja
intenção primordial é promover,
recuperar e/ou melhorar a saúde”

• Uma forma de organização dos serviços,


na qual há uma porta de entrada ao
sistema de saúde, que se configura
como espaço de coordenação das
respostas às necessidades dos
indivíduos, suas famílias e comunidade
Rede de Atenção em Saúde (RAS)
APS como um modelo de organização do sistema
de saúde
• APS foi posicionada como um dos elementos da
estrutura operacional de uma rede de atenção à
saúde (RAS): centro comunicador e coordenador
do cuidado.

• Partindo do centro, ela tem a responsabilidade de


fazer a ponte entre os diferentes níveis e pontos
de atenção, assim como integrar ao processo os
sistemas logísticos e de apoio, garantindo a
integralidade de sua atenção.

• A APS possui o papel coordenador, necessário


para a integração do sistema.
APS e sua integração na rede de atenção à
saúde
• Um sistema de saúde constitui-se de redes horizontais interligadas por pontos de
atenção, de distintas densidades tecnológicas, com suas estruturas de apoio e
logística, não havendo hierarquia entre os diferentes pontos de atenção à saúde
• Como exemplos, citam-se unidades de atenção primária, unidades de cuidados
intensivos, hospitais-dia, ambulatórios de cirurgia, ambulatórios de atenção
especializada, serviços de atenção domiciliar. Os serviços de atenção primária
são a porta de entrada ao sistema, e coordenam o conjunto de respostas às
necessidades em saúde da população.
• Um sistema de saúde com forte referencial na atenção primária à saúde é mais
efetivo, é mais satisfatório para a população, tem menores custos e é mais
equitativo – mesmo em contextos de grande iniquidade social.
Conceitos e siglas que geram confusão
• APS – atenção primária à saúde:
“lugar” do sistema de saúde definido
pelos serviços que oferece.

• PSF/ESF – Programa Saúde da


Família/Estratégia Saúde da Família:
programa de 1994 a 1998 e
estratégia do Estado para reorientar
a atenção primária brasileira a partir
de 1998.

• MFC – Medicina de Família e


Comunidade: especialidade médica.
APS: aspectos-chave
• Atenção primária à saúde (APS) é definida como “[...] atenção de primeiro
contato, contínua, global e coordenada que se proporciona à população sem
distinção de gênero, doença, ou sistema orgânico”.
• Prevenção, cuidado a pacientes crônicos e vulnerabilidade social são conceitos
que têm afinidade com a atenção primária, mas não são seus definidores.
• Há vários instrumentos para avaliar a APS, sendo que o mais completo e mais
utilizado no Brasil é o instrumento de Avaliação da atenção primária chamado
PCATool
• O conceito de integralidade utilizado na APS diverge do utilizado em outros
campos
APS: valores, princípios e atributos
Atributos nucleares da APS: acesso de
primeiro contato

• É o princípio soberano, representa a


porta de entrada e o primeiro contato
do paciente com o sistema; outras
nomenclaturas, algumas vezes
entendidas como pejorativas, foram
sendo usadas em parte, ou mesmo
em substituição a este atributo, como
“acolhimento”, “gatekeeper” ou
“porteiro”.
Atributos nucleares da APS: coordenação
do cuidado
• A coordenação envolve a continuidade de
informação dentro do sistema, seja pela
continuidade do profissional, seja via
prontuário médico.
• Importância em três níveis
• Dentro da própria unidade
• Na relação com profissionais que
fornecem consultoria ou acompanhamento
de curta duração
• Na relação com especialistas focais que
vão compartilhar o cuidado com a APS
Atributos nucleares da APS:
longitudinalidade

• Longitudinalidade se relaciona com a


existência de uma fonte regular de atenção
e seu uso ao decorrer do tempo.

• A longitudinalidade, que trata do


acompanhamento do paciente ao longo do
tempo por profissionais da equipe de
atenção primária em saúde (APS), é
considerada característica central deste
nível assistencial.
Política Nacional de Atenção
Básica (PNAB)
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Política nacional que direciona os trabalhos envolvidos nos
diversos campos da APS

1. Dos Princípios e Diretrizes Gerais da Atenção Básica


2. Das Funções na Rede de Atenção À Saúde
3. Das Responsabilidades
4. Da Infraestrutura e Funcionamento da Atenção Básica
5. Implantação e Credenciamento das Equipes de Atenção
Básica
6. Do Financiamento da Atenção Básica
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) 2017
Dispõe que as UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta ativa e
qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da área de abrangência da
unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável;
Percentual de financiamento para as eAB (30% da eSF Modalidade 2);
Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações e serviços;
Define prazo máximo de 4 meses para a implantação da equipe credenciada,
com fluxo e critérios para credenciamento de eAB, a ser publicado em
manual específico;
Inclui as Equipes de Atenção Básica Prisional;
Reforça a importância da integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção
Básica: Agentes de Combate as
Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS);
Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) 2017
• Define prazo máximo de 4 meses para a implantação da equipe
credenciada, com fluxo e critérios para credenciamento de eAB, a ser
publicado em manual específico;
• Inclui as Equipes de Atenção Básica Prisional;
• Reforça a importância da integração entre a Vigilância em Saúde e
Atenção Básica: Agentes de Combate as Endemias (ACE) e Agentes
Comunitários de Saúde (ACS);
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017
• Define prazo máximo de 4 meses
para a implantação da equipe
credenciada, com fluxo e critérios
para credenciamento de eAB, a
ser publicado em manual
específico;
• Inclui as Equipes de Atenção
Básica Prisional;
• Reforça a importância da
integração entre a Vigilância em
Saúde e Atenção Básica: Agentes
de Combate as Endemias (ACE) e
Agentes Comunitários de Saúde
(ACS);
Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) 2017
• ACS e ACE devem compor uma eAB ou uma eSF e • Nº de ACS e ACE estabelecidos por base
serem coordenados por profissionais de saúde de populacional, critérios demográficos,
nível superior realizado de forma compartilhada epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo
entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde; com definição local;
• Nas localidades em que não houver cobertura eAB • Quantitativo de ACS em eSF a depender da
ou eSF, o ACS deve se vincular à equipe da necessidade e perfil epidemiológico local; em
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco
(EACS) e o ACE, deve ser vinculado à equipe de e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura
vigilância em saúde do município e sua supervisão de 100% da população com número máximo de
técnica deve ser realizada por profissional com 750 pessoas por ACS em eSF;
comprovada capacidade técnica;
• Adiciona atribuições comuns aos ACS e ACE e
acrescenta atribuições específicas do ACE;
Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) 2017
Considera que em caráter excepcional e assistidos por profissional de saúde
de nível superior, membro da equipe, após treinamento especifico e o
fornecimento de equipamentos adequados, os ACS poderão realizar as
seguintes atividades:

• Aferir pressão arterial;


• Realizar a medição da glicemia capilar;
• Aferição da temperatura axilar;
• Técnicas limpas de curativo.
Estratégia Saúde da Família
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
É componente estruturante do sistema
de saúde brasileiro tem provocado um
importante movimento com o intuito de
reordenar o modelo de atenção no
SUS.
O principal propósito da ESF é
reorganizar a prática da atenção à
saúde em novas bases e substituir o
modelo tradicional, levando a saúde
para mais perto das famílias e, com
isso, melhorar a qualidade de vida da
população.
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
COMPOSIÇÃO DA ESF: uma equipe multiprofissional, composta
por no mínimo:

• Médico (preferencialmente da especialidade Medicina de Família


e Comunidade);
• Enfermeiro (preferencialmente especialista em Saúde da Família);
• Auxiliar e/ou técnico de enfermagem; e
• Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

• Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de


Saúde Bucal (cirurgião-dentista, preferencialmente especialista
em Saúde da Família e auxiliar ou técnico de saúde bucal) e os
Agentes de Combate às Endemias (ACE).
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

• São a porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de


saúde;
• Trabalha com território adscrito, com uma população delimitada, sob a sua
responsabilidade;
• Intervém sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta;
• Presta assistência integral, permanente e de qualidade;
• Realiza atividades de educação, promoção, prevenção e recuperação da
saúde.
ESF: processo de trabalho
• Definição do território de atuação e depopulação sob responsabilidade das UBS e das equipes;

• Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades


de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de
saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o
planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e
recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida,
sexo e patologias, dificultan- do o acesso dos usuários;
• Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-comportamentais,
alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de
doenças e danos evitáveis;
ESF: processo de trabalho
• Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de
saúde e análise de vulnerabilidade, tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à
demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências;

• Prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita;

• Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões
comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços que comportem a ação planejada;
ESF: processo de trabalho
• Desenvolver açõeseducativas que possam interferir no processo de saúde-doença da
população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida
pelos usuários;
• Participar do planejamento local de saúde, assim como do monitoramento e avaliação das ações na
sua equipe, unidade e município, visando à readequação do processo de trabalho e do
planejamento diante das necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas;
• Desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social voltados para o
desenvolvimento de uma atenção integral;
• Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social;

• Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde


controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma
unidade de saúde, que necessitam de cuidados
Ferramentas da ESF
• Territorialização
• Trabalho em Equipe
• Abordagem centrada na
pessoa
• Abordagem familiar
• Abordagem comunitária
• Gestão da Clínica
• Matriciamento
Ferramentas da ESF: territorialização
• Caracterizar a população;
• Identificar os problemas de saúde-
doença;
• Avaliar a situação sócio-econômica e
vulnerabilidade social;
• Vínculo;
• Mapeamento do território vivo –
elementos estáticos e dinâmicos,
barreiras funcionais e sociais;
• Planejamento de ações da equipe;
Ferramentas da ESF: territorialização
Mapa do Território:

• Área geográfica - ruas e avenidas,


acidentes geográficos
• Espaços de interesse comunitário: áreas
de lazer, templos religiosos, áreas de
ocupação, associações
• Equipamentos Sociais (Centro de
Referência de Assistência Social
(CRAS), Centro de Assistência
Psicossocial (CAPS), Creches...)
• Tensões no território
Ferramentas da ESF: territorialização
Atuação das equipes de saúde da família:
Território

• Número definido de famílias


• Território Vivo
• Adscrição: 2000 a 3.500 pessoas, a
depender da vulnerabilidade e perfil
demográfico/epidemiológico
Ferramentas da ESF: territorialização
• O Território da ESF é dividido em áreas
menores chamadas MICROÁREAS;
• Essa divisão segue critérios de natureza
geográfica, demográfica e social.
• Cada MICROÁREA fica sob a
responsabilidade sanitária de um Agente
Comunitário de Saúde.
Ferramentas da ESF: adscrição da
clientela
• É um processo concomitante e
interdependente da territorialização e da
inserção comunitária;
• Tem objetivo de identificar as condições
de vida, necessidades de saúde e
acesso da comunidade, vinculando o
usuário à ESF;
• Busca por outras informações: lideranças
comunitárias, colaboradores na
comunidade.
Agente Comunitário de Saúde (ACS)
QUANTOS AGENTES POR ESF?
• Os ACS são parte integrante da equipe
mínima da ESF; ➢ O número suficiente para cobrir
100% da população adscrita;
• São um elo entre as equipes de saúde e a ➢ Com um número máx. de 750
comunidade, buscam e trazem informações entre pessoas por ACS.
a Unidade de saúde e a população;
• Acompanham mensalmente, em domicilio todas
as famílias
• Desenvolvem de forma constante ações de
promoção da saúde.
Núcleo Ampliado de Saúde
da Família e Atenção Básica
NASF-AB: o que é?
• O Nasf é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar,
ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção
Básica/Saúde da Família. Seus requisitos são, além do
conhecimento técnico, a responsabilidade por determinado
número de equipes de SF e o desenvolvimento de habilidades
relacionadas ao paradigma da Saúde da Família.

• Deve estar comprometido, também, com a promoção de


mudanças na atitude e na atuação dos profissionais da SF e
entre sua própria equipe (NASF), incluindo na atuação ações
intersetoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção,
reabilitação da saúde e cura, além de humanização de
serviços, educação permanente, promoção da integralidade e
da organização territorial dos serviços de saúde.
NASF: características
• Equipe multiprofissional e interdisciplinar
• Composição conforme necessidades
• Suporte clínico, sanitário e pedagógico
• Atendimentos regulados pelas equipes que atuam na atenção
básica
• Longitudinalidade do cuidado
• Planejamento do cuidado conjuntamente com as equipes
• Contribuição para a integralidade do cuidado
• Discussão de casos
NASF: características
• Equipe multiprofissional e interdisciplinar
• Composição conforme necessidades
• Suporte clínico, sanitário e pedagógico
• Atendimentos regulados pelas equipes que atuam na atenção
básica
• Longitudinalidade do cuidado
• Planejamento do cuidado conjuntamente com as equipes
• Contribuição para a integralidade do cuidado
• Discussão de casos
NASF: características

• Interconsulta
• Construção conjunta de projetos terapêuticos
• Educação permanente
• Intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de
todos os ciclos de vida
• Ações de prevenção e promoção da saúde
• Discussão do processo de trabalho das equipes, dentre outros.
NASF: matriciamento
• O apoio matricial será formado por um conjunto de profissionais que não têm, necessariamente,
relação direta e cotidiana com o usuário, mas cujas tarefas serão de prestar apoio às equipes de
referência (equipes de SF). Assim, se a equipe de referência é composta por um conjunto de
profissionais considerados essenciais na condução de problemas de saúde dos clientes, eles
deverão acionar uma rede assistencial necessária a cada caso.
• o Nasf está inserido na rede de serviços dentro da APS assim como as equipes de SF, ou seja, ele
faz parte da APS.
• O apoio matricial apresenta as dimensões de suporte: assistencial e técnico-pe- dagógico. A
dimensão assistencial é aquela que vai produzir ação clínica direta com os usuários, e a ação
técnico-pedagógica vai produzir ação de apoio educativo com e para a equipe. Essas duas
dimensões podem e devem se misturar nos diversos momentos.
NASF: modalidades
Modalidades No. de equipes vinculadas Carga horária*
NASF 1 5 a 9 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 200 horas semanais;
cada ocupação deve ter no
máximo 80 horas semanais.

NASF 2 3 a 4 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 120 horas semanais;
cada ocupação deve ter no
máximo 40 horas semanais.

NASF 3 1 a 2 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 80 horas semanais; cada
ocupação deve ter no máximo 40
horas semanais.

*Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas.
Profissionais do NASF
•Assistente Social •Médico Pediatra
•Professional/Professor Educação Física •Médico Acupunturista
•Farmacêutico •Médico Ginecologista/Obstetra
•Fisioterapeuta •Médico Homeopata
•Fonoaudiólogo •Médico Psiquiatra
•Nutricionista •Médico Geriatra
•Psicólogo •Médico Internista (Clínica
•Terapeuta Ocupacional Médica)
•Médico Veterinário •Médico do Trabalho
•Professor com Formação em Arte e •Profissional Sanitarista
Educação
Programa Mais Médicos Para
o Brasil
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
O PMMB atua em três frentes principais:

1. provimento imediato de profissionais


médicos

2. melhorias estruturais para a APS

3. mudanças conceituais filosófica na


construção do currículo do curso
médico paralelamente ao aumento
do numero de vagas e de cursos de
medicina.
Eixos do PMMB
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos: eixo de
formação
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
PMMB: Supervisão Acadêmica
• Uma das especificidades do
programa, dentro da proposta de
promover educação permanente, é
por meio da figura do Supervisor
Acadêmico, realizado por um
colega médico, em geral, ligado a
uma universidade, que faz
acompanhamento mensal de um
grupo de médicos do programa,
para dar suporte técnico,
acompanhar o seu desempenho
clínico, o processo de trabalho, a
relação com a equipe e com a
comunidade.
PMMB: Supervisão Acadêmica
A Supervisão Acadêmica, tem como O momento de supervisão pode ocorrer a
objetivos: qualquer momento, por meios de
• Fortalecimento da educação permanente comunicação diversa, para fortalecer o
em saúde, vínculo entre o supervisor e o supervisionado,
de maneira que esse processo seja
• integração ensino-serviço, singularizado em todos os aspectos que
• Fortalecimento da atenção básica; possam influenciar no desempenho do
• Fortalecimento formação de profissional participante do programa.
profissionais
nas redes de atenção à saúde.

Para a realização das atividades de Supervisão Acadêmica são previstos momentos próprios, que
se caracterizam enquanto espaços de Educação Permanente, encontro de educação
permanente para qualificação da supervisão acadêmica, encontro de supervisão locorregional,
supervisão periódica in loco.
PMMB: Supervisão Acadêmica
Supervisão Acadêmica
• O supervisor é sua referencia profossional e
pessoal dentro do programa;
• Estará ao seu lado para dar suporte
nos diversos assuntos da rotina do
servico:
• Dúvidas clínicas
• Processo de trabalho
• Organizaçã da agenda
• Horário de estudos
Conte com seu SUPERVISOR! Ele é seu colega.
Programa Mais Médicos – 5 anos
• “O resultado mais significativo do Mais Médicos foi levar acesso à saúde para a população,
especialmente em populações vivendo em situação de vulnerabilidade. Isso é outorgar o direito
à saúde previsto na Constituição brasileira”,

• “O programa mostrou que é possível levar médicos para todos os lugares do país. Permitiu ainda
que os profissionais brasileiros, principalmente os mais jovens, perdessem o medo de ir para o
interior. Além disso, a chegada de médicos de 47 nacionalidades, com outros modos de atuar e
outra formação, promoveu um debate sobre a formação de médicos no Brasil”
Programa Mais Médicos – 5 anos
Bibliografia
• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Série
E. Legislação em Saúde)

• BRASIL. Ministério da Saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
(Cadernos de Atenção Básica, n. 39)

• Tratado de medicina de família e comunidade : princípios, formação e prática [recurso eletrônico] /


Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial:
Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.

• Lei no 12.871, de 22 de outubro de 2013. Institui o Programa Mais Médicos, altera as Leis no 8.745, de 9 de
dezembro de 1993, e no 6.932, de 7 de julho de 1981, e dá outras providências [Internet]. 2013 [citado 03 Fev
2016]. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/cci vil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm
O TRABALHO EM EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL NA APS
NILSON MASSAKAZU ANDO
FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE
Médicos de Família e Comunidade
Roteiro da aula
• O trabalho em equipe.

• Conceitos relacionados ao desenvolvimento do trabalho em equipe.

• Equipe Multiprofissional de Saúde.

• O trabalho em Equipe Multiprofissional.

• Reunião de Equipe.

• Discussão de casos clínicos na equipe.

• Avanços no trabalho em equipe.


O TRABALHO EM EQUIPE NA APS

• O trabalho em equipe contribui para a obtenção de impactos sobre os


diferentes fatores que interferem no processo saúde-doença.

• A ação multiprofissional pressupõe a possibilidade da prática de um


profissional se reconstruir na prática do outro, ambos sendo
transformados para a intervenção na realidade em que estão
inseridos.
Link para o vídeo
CONCEITOS

• Equipe: um grupo de pessoas com habilidades complementares,


comprometidas umas com as outras e por um objetivo e projeto
comum.

• Equipe multiprofissional: aquela que não é centrada em uma única


especialidade.
CONCEITOS

• MulHdisciplinaridade: associação ou justaposição de disciplinas que


abordam um mesmo objeHvo a parHr de disHntos pontos de vista.

• Interdisciplinaridade: busca a superação das fronteiras disciplinares,


estabelecendo um consenso. Troca entre as disciplinas com
integração dos instrumentos, métodos e esquemas conceituais.
CONCEITOS

• Transdisciplinaridade: Princípio teórico que busca uma


intercomunicação entre as disciplinas, tratando efetivamente de um
tema comum (transversal). Ou seja, na transdisciplinaridade não
existem fronteiras entre as disciplinas.
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE
• Equipe Multiprofissional de Saúde: é composta por diferentes
profissionais, de diferentes áreas da saúde, que trabalham juntos para
oferecer um atendimento completo e personalizado aos pacientes.

• Cada um desses profissionais possui conhecimentos e habilidades


específicas que complementam o trabalho dos demais.
O TRABALHO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
• Construção de um projeto comum

• Articulação das ações

• Interação comunicativa entre os agentes

• Superação do isolamento dos saberes

• Flexibilidade dos diferentes saberes

• Maior autonomia e criatividade dos agentes e integração entre disciplinas


REUNIÃO DE EQUIPE

• Planejar um espeço na agenda para reunião de equipe

• Organizar uma pauta para a reunião (pode ser construída durante a


semana anterior)

• Todos devem ter espaço de fala: fazer circular a palavra

• Deve ser um espaço para valorizar o saber de todos

• A reunião de equipe é planejada?


REUNIÃO DE EQUIPE - PLANEJAMENTO
• Objetivo

• Participantes
• Local, data, hora
• Duração estimada

• Material necessário
• Agenda
• Pautas
REUNIÃO DE EQUIPE - CONDUÇÃO
• Produzir ata da reunião e realizar a leitura da ata da reunião anterior.

• Estimular a participação de todos.

• Gerenciar o tempo.

• Tomar decisões.

• Atribuir responsabilidades e apontar pendências.

• Fazer resumo e confirmar se todos compreenderam as combinações.


REUNIÃO DE EQUIPE - ACOMPANHAMENTO

• Acompanhar se as combinações estão sendo cumpridas.

• Construção de pautas de forma coletiva ao longo da semana anterior


(quadro/caderno da equipe).
REUNIÃO DE EQUIPE – O QUE FAZER

• Informes – breve.

• Monitoramento de indicadores (desconstrução da visão de que metas


e resultados são externos à equipe).

• Discussão de casos complexos.

• DiscuHr sobre o monitoramento dos casos existentes.

• Planejamento das visitas domiciliares.


REUNIÃO DE EQUIPE – O QUE FAZER

• Avaliação do processo de trabalho.

• Discussão sobre o papel dos profissionais, incluindo NASF.

• Pactuar encaminhamentos e responsabilidades.

• Educação Permanente da equipe.


REUNIÃO DE EQUIPE – CUIDADO

• Reuniões não planejadas e mal conduzidas podem gerar:


• Perda de credibilidade.

• Transmissões de mensagem erradas.


• Perda de tempo dos envolvidos.
• Desmotivação e improdutividade da equipe.
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS NA EQUIPE

• Casos difíceis que necessitam de múltiplos olhares para tomada de


decisão e acompanhamento da equipe.

• Fio condutor para a troca de saberes e construção conjunta de um


plano terapêutico comum.
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS NA EQUIPE

• A discussão de caso em equipe promove: contribuição dos diversos


componentes da equipe a parHr de diferentes olhares.

• Conhecimento e responsabilização de todos os membros da equipe


pelos casos discuHdos.
AVANÇOS NO TRABALHO EM EQUIPE

• Pensar a Educação Permanente da Equipe a partir das necessidades


identificadas pela própria equipe.

• Responsabilidade de todos os membros da equipe na realização da


educação permanente.
AVANÇOS NO TRABALHO EM EQUIPE

• Avançar na comunicação, no compartilhamento e na interação

• Entender os conflitos como propulsores da mudança e como parte do


cotidiano do trabalho.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• PEDUZZI, M et al. Trabalho em equipe na perspectiva da gerência de
serviços de saúde: instrumentos para a construção da prática
interprofissional. Physis Revista de Saúde Coletiva, v21, n2, Rio de Janeiro,
2011. p.629-646.

• BRASIL. Estratégia Saúde da Família. Disponível em:


<https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/estrategia-saude-da-
família>
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• JUSTANIMATE. Egghunt. Paul Yan. Youtube, 10 de outubro de 2006.


Disponível em: <hcps://www.youtube.com/watch?v=52M5EfRkBBo>.

• PAULA, RA. Relação MulHprofissional do Trabalho em Equipe na


Atenção Básica de Saúde. Curso de Especialização em Atenção Básica
em Saúde da Família. UFMG. 2007.
OBRIGADO
nilsonando@gmail.com
O TERRITÓRIO E SUAS
CONDICIONALIDADES
NILSON MASSAKAZU ANDO
FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE
Médicos de Família e Comunidade
ROTEIRO DA AULA
• Conhecendo o território.

• Território Vivo.

• Territórios na APS.

• Territorialização.

• Mapa Inteligente.

• O Território e o Ambiente.
CONHECENDO O TERRITÓRIO
• Imagine-se na seguinte situação: você está se apresentando a sua nova
equipe de saúde e a sua nova comunidade.

• Nesse momento o que é importante que você saiba desse território no


qual você acaba de chegar e pelo qual terá, junto com sua equipe de
saúde, responsabilidade sanitária?

• Veja as imagens a seguir e imagine que você pode estar em qualquer um


desses lugares...
COMEÇANDO A CONHECER MEU TERRITÓRIO

• Quem são as pessoas desse lugar?

• De que elas vivem?

• Como elas vivem?

• Como as famílias se organizam?

• Quem são os líderes dessa Comunidade?


COMEÇANDO A CONHECER MEU TERRITÓRIO

• Quais os locais utilizados para esporte e lazer?

• Quais os traços culturais e religiosos?

• Quais as condicionantes de saneamento e de descarte de lixo?

• Quais os riscos?

• Como é o meio ambiente?


TERRITÓRIO VIVO

• O território apresenta muito mais do que uma extensão geométrica


quando aplicado aos sistemas e serviços de saúde.

•O território tem um perfil demográfico, epidemiológico,


administrativo, tecnológico, político, social e cultural que o caracteriza
e se expressa num território em permanente construção.
(MONKEN e BARCELLOS, 2005)
TERRITÓRIO NA APS

• No território da APS as práticas de saúde avançam para a integração


das ações de atenção, promoção, prevenção e recuperação, de forma
que as intervenções sobre os problemas sejam também sobre as
condições de vida das populações.
(MENDES, 1993)
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS

Manaus é a capital do Amazonas.


Tem 5 Distritos Sanitários de Saúde:
DISA Leste
DISA Norte
DISA Oeste
DISA Sul
DISA Rural
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS

Natal é a capital do Rio Grande do Norte.


Tem 5 Distritos Sanitários de Saúde:
Distrito Norte 1
Distrito Norte 2
Distrito Sul
Distrito Leste
Distrito Oeste
TERRITÓRIO ÁREA E TERRITÓRIO MICRO ÁREA

Exemplo de uma área de


abrangência de uma
Unidade Básica de Saúde
com 2 Micro áreas
nomeadas de “46” e “48”
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITORIALIZAÇÃO
• Ferramenta metodológica que possibilita o reconhecimento das

condições de vida e da situação de saúde da população de uma área

de abrangência.
TERRITORIALIZAÇÃO
• É o reconhecimento e o esquadrinhamento do território segundo a

lógica das relações entre condições de vida, ambiente e acesso às

ações e serviços de saúde (Teixeira et al, 1998).


TERRITORIALIZAÇÃO

• Na organização do processo de trabalho, a territorialização representa

o caminho para fazer o reconhecimento do território vivo com vistas à

organização do processo de trabalho.


TERRITORIALIZAÇÃO - OBJETIVOS

• Conhecer como as pessoas vivem e adoecem e quais são os

determinantes de saúde neste território.

• Compreender as necessidades e potencialidades reais.

• Servir como elemento de planejamento e construção de um modelo

adequado à realidade local.


TERRITORIALIZAÇÃO - OBJETIVOS

• Gerar vínculo com a equipe e a comunidade, bem como incentivar a

participação popular.

• Identificar vulnerabilidades, populações expostas e problemas

prioritários para as intervenções da Equipe de Saúde.


TERRITORIALIZAÇÃO
• Relações entre Instituições e atores sociais atuantes no território
sanitário
TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• A territorialização é um ato que deve ser planejado e executado pelo

médico e sua equipe, em consonância e com o apoio da gestão do

município, por vários motivos, entre eles:


TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• O território de uma área de abrangência de uma Unidade de Saúde
tem limites geográficos que só o gestor municipal e sua equipe têm
competência para determinar.

• Por isso, é importante a presença de um representante da equipe de


gestão no processo de planejamento da territorialização.
TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• Pode acontecer de aquele território já ter sofrido processo de
territorialização e construção de “mapas vivos” anteriormente e esses
produtos podem ser reaproveitados.

• Devemos lembrar que as unidades que estamos chegando tem uma


história de trabalho e de ações e intervenções de saúde anteriores
que devem e podem ser aproveitados por todos os novos médicos.
TERRITORIALIZAÇÃO
• Base para a organização das práticas e para o planejamento em saúde:

• Resgatar a história do lugar (cultural, social, econômica) com os

atores sociais do local.

• Resgatar com a gestão local, mapas anteriores e apoio de outras

secretarias.

• Colher dados escritos e guardados com os ACS.


TERRITORIALIZAÇÃO
• Base para a organização das práticas e para o planejamento em saúde:

• Ir em campo para definir a delimitação do território geográfico (ruas,

vilas), identificando elementos geográficos (rios, morros, lagoas).

• Identificar Residentes Referência (lideranças, grupos sociais).

• Levantar indicadores de saúde (demanda da equipe: e-SUS AB,

PMAQ, RELATÓRIOS).
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
1. História e identidade territorial
• Origens do território

2. Comunidade Humana
• Origens, características demográficas, distribuição no sócio
espaço, segmentos e subgrupos, cultura, escolaridade.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
2. Comunidade Humana
• Organização social e política: sujeitos coletivos, processos de
mobilização, lideranças, associações e grupos.
• Qualidade e Condições de vida: moradias, espaços públicos,
alternativas de lazer.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
2. Comunidade Humana
• Indicadores de saúde (morbimortalidade, saneamento básico,
etc.).

3. O “ambiente”: ecossistema(s) e paisagens modificados


• Onde está situada a unidade.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
3. O “ambiente”: ecossistema(s) e paisagens modificados
• Número de famílias/pessoas atendidas.

• Saneamento básico (águas superficiais e profundas, drenagem).


• Relações da comunidade com os serviços ambientais (uso do solo
e mobilidade).

• Formas de deslocamento e vias de transporte.


TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
4. Políticas públicas e projetos comunitários
• Como as políticas de educação, saúde, trabalho, cultura e lazer,
entre outras, estão acontecendo no território.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
5. Processos de produção no território (e os fluxos que o perpassam)
• Atividades econômicas (lícita e ilícitas) que ocorrem no território e
em seu entorno, tendo em vista a relevância de seus impactos
sobre a saúde da população e dos ecossistemas.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
6. Os conflitos sócio ambientais e a percepção da comunidade
• Possíveis problemas e conflitos de poder, de uso e ocupação do
solo, culturais, étnicos, ambientais etc (todos da maior relevância
para a saúde).
TERRITORIALIZAÇÃO - MÉTODO E TÉCNICA DE
COLETA DE DADOS
• Fichas do E-sus.
• Entrevista a moradores antigos, lideranças comunitárias, a Agentes
Comunitárias(os) de Saúde, a profissionais de saúde da Unidade Básica de
Saúde.
• Fontes de dados secundários IBGE, DATASUS, Secretaria Municipal de
Saúde.
• Diário de campo.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• MAPEAMENTO: aplicação do processo cartográfico sobre uma


coleção de dados ou informações, com vistas à obtenção de uma
representação gráfica da realidade perceptível, comunicada a partir
da associação de símbolos e outros recursos gráficos.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• ESQUADRINHAMENTO : definição dos limites geográficos/políticos.

• PLOTAGEM: colocação da representação física no mapa, seja a


unidade de saúde, seja o equipamento social, etc.

• Você pode utilizar o Google Earth (https://www.google.com.br/earth/


download/gep/agree.html) ou mesmo utilizar uma cartolina grande.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• O importante é que consiga representar sua área de abrangência


dividida em Microáreas, com o maior detalhamento possível, por ruas
e casas. Lembrando sempre que nossa área de maior interesse é a
família e as pessoas que lá estão, não é mesmo?

• Essas famílias se relacionam com seus vizinhos (a rua), seu bairro (a


micro área) e tudo que lá existe, sejam potencialidades e fragilidades.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?
• Esse diagnóstico é fundamental para enriquecimento da nossa
capacidade de intervenção no processo saúde doença no território.
RISCO RELATIVO
Cobertura das Unidades Básicas da Saúde da Família em Manaus

Alta renda

Baixa renda

ˆ cz
xz =
ez
TERRITORIALIZAÇÃO
POPULAÇÃO/QUARTEIRÃO

Fonte: CNES - 04/03/2013.


A IMPORTÂNCIA DA BASE TERRITORIAL PARA
COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
• Caracterizar a população.

• Identificar os problemas de saúde doença.

• Avaliar a situação socioeconômica e vulnerabilidade social.

• Vínculo.
A IMPORTÂNCIA DA BASE TERRITORIAL PARA
COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
• Mapeamento do território vivo - elementos estáticos e dinâmicos,
barreiras funcionais e sociais.

• Planejamento de ações da equipe.


A TERRITORIALIZAÇÃO É O FILME DE QUEM É A COMUNIDADE. A PARTIR
DAÍ CABE A EQUIPE, SENTAR COM OS DADOS, REFLETIR, DISCUTIR E
PLANEJAR AS MELHORES AÇÕES PARA A SUA COMUNIDADE!

• Há várias ferramentas para se fazer o PES e o médico e a equipe deve


adotá-las no processo de trabalho o quanto antes.
O TERRITÓRIO E O AMBIENTE
• Qual a responsabilidade da APS?

• “O processo de territorialização realizado pelas equipes de saúde da


família auxilia na identificação dos riscos ambientais a que a
comunidade está exposta, de forma que a aproximação entre esses
serviços amplia e qualifica o diagnostico de risco ambiental e propicia
mais efetividade no planejamento das ações de controle ambiental”
(Vidor A.C., 2012)
O TERRITÓRIO E O AMBIENTE
• Exemplos de indicadores que podem ser associados às doenças relacionadas ao saneamento
ambiental inadequado (DRSAI):
• Indicador de Pobreza;
• Taxa de crescimento populacional;
• Taxa de urbanização;
• Renda familiar per capita;
• Coleta de esgoto sanitário;
• Tratamento de esgoto;
• Saneamento inadequado;
• Coleta de lixo;
• Inundações ou enchentes;
• Qualidade da água;
• Água encanada;
• Tratamento de água;
• Coleta de lixo;
• Taxa de mortalidade infantil;
• Internações por doença diarreica aguda.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM de nº 2.436 de 21 de setembro de 2017.
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para
a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM de nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova


a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas
para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/ bvs saudelegis gm /2011/prt2488_21_10_2011.html>.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• Borges C, Taveira VR. Territorialização. In: Gusso G, Lopes JM. (Org). Tratado de
Medicina e Família e Comunidade: Princípios, formação e prática. Porto Alegre:
Artmed, 2012.

• Vidor AC. Vigilância em Saúde. In: Gusso G, Lopes JM. (Org). Tratado de Medicina
e Família e Comunidade: Princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed,
2012.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Saúde ambiental: Guia
Básico para Construção de Indicadores. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
OBRIGADO
nilsonando@gmail.com
Acolhimento e Acesso
Avançado
Nilson Massakazu Ando
Frederico Germano Lopes Cavalcante
OBJETIVOS DA AULA
• Compreender o conceito Acolhimento
• Compreender o conceito de Acesso Avançado.
• Compreender a diferença entre acesso e acessibilidade e a Atenção Primária à Saúde (UBS)
enquanto porta de entrada.
• Compreender o conceito ampliado de acolhimento enquanto prática humanizadora do cuidado.
• Compreender o conceito de escuta qualificada, estratégias de execução e quais profissionais
estão aptos a fazê-la.
• Compreender como implantar o acesso avançado em uma UBS e quais as vantagens de se
trabalhar com o mesmo.
• Compreender como se fazer a gestão de uma agenda.
• Compreender a diferença entre demanda espontânea e programada e como trabalhar de forma
a contemplar as duas demandas da melhor forma.
➢ Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização
(PNH), que não tem local nem hora certa para acontecer, nem um
profissional específico para fazê-lo
➢ O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário
em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no
processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela
resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes.
compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que
procuram os serviços de saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.html
Acolhimento -
OBJETIVOS
➢ Ampliar o acesso;
➢ Buscar a integralidade da atenção;
➢ Reorganizar o serviço a partir das necessidades, riscos e vulnerabilidade
dos usuários;
➢ Redefinir relações;
➢ Reavivar conhecimentos ampliando a visão de análise e atuação sobre os
problemas de saúde;
➢ Qualificação e humanização da assistência;
➢ Reconhecer o usuário como sujeito no seu processo saúde-doença.
Para que serve o
acolhimento?
• É uma forma de ampliação e facilitação do acesso.

• Facilita a continuidade e redefinição dos projetos terapêuticos dos


usuários.

• Pode servir como um dispositivo de reorganização do processo de


trabalho em equipe.
Acolhimento x Triagem
“O acolhimento na porta de entrada só ganha sentido se entendemos como uma
passagem para o acolhimento nos processos de produção de saúde.”

ACOLHIMENTO TRIAGEM
-Objetivo: inclusão - Objetivo : exclusão
sob a ótica do vínculo
e da vulnerabilidade “quem não vou
-Programação X atender?”
Imprevisto. “quem não deveria
estar aqui?”
“quem precisa ser
atendido?”
ACOLHIMENTO

“Encontro complexo” entre dois ou mais SUJEITOS

Sujeito
Profissional de Sujeito Usuário
Saúde

Co-produção de compromissos singulares a partir de


necessidades, de interesses e de direitos de cada um desse
sujeitos.
“É UMA FORMA DE ATENDER A TODOS QUE PROCURAM OS
SERVIÇOS ROMPENDO COM A LÓGICA DA EXCLUSÃO.”

RESPONSABILIZAR-SE
E DIVIDIR
RESPONSABILIDADE
OUVIR
PEDIDOS

DAR RESPOSTAS ESCUTAR


AO USUÁRIO E ANALISAR
SUA REDE SOCIAL A DEMANDA
Dimensões do Acolhimento
REORIENTADOR DO
COMO POSTURA COMO TÉCNICA
SERVIÇO
• Prevenir, • Avaliar riscos e • Avaliação das
• Cuidar, vulnerabilidade. demandas e
• Proteger, construção coletiva
• Construir do fluxo dos serviços
• Tratar, respostas
• Recuperar, positivas.
• Promover • Usuário como
sujeito ativo e
participante da
própria saúde
ACOLHER PRESSUPÕE ESCUTAR ESCUTAR
Desafios
➢ Ampliar o acesso:
Sem sobrecarga para as equipes
Sem prejudicar a qualidade das
ações
➢ Superar a prática profissional centrada na
dimensão biológica e centrada no
profissional.
➢ Formular formas de adaptação a
vulnerabilidade local
➢ Responsabilização de toda a unidade.
Importante Lembrar...
• Um aspecto dos Serviços de Saúde mais valorizado pela população e que
mais gera insatisfação quando não está ocorrendo de forma adequada é:

O ACESSO

➢ Amplitude de horário;
➢ Ausência de atraso de nomeação;
➢ Ausência de atraso na chegada à UBS.
O Acesso e o Primeiro
Contato
“O princípio do primeiro contato refere-se ao fato de ser o ponto de
entrada mais fácil e próximo do usuário para os serviços de um sistema
de saúde, portanto, a acessibilidade advoga por um local de
atendimento próximo e que não prejudique ou atrase o diagnóstico e
as intervenções necessárias para se resolver um determinado problema
de saúde.”

Brasil. MS. Esteche FF. Módulo: Acolhimento


à demanda espontânea e à demanda
programada. Unidade I – Acolhimento.
Acesso e
Acessibilidade
• Para Donabedian (2003), acesso e acessibilidade a ações e serviços de
saúde têm significados semelhantes. Dizem respeito à capacidade de
obtenção de cuidados de saúde, quando necessário, de modo fácil
e conveniente.

• Acessibilidade ou acesso aparecem como um dos aspectos da oferta


de serviços relativos à capacidade de produzir serviços e de
responder às necessidades de saúde de uma determinada população.
Albuquerque et al. Acessibilidade aos serviços de saúde: uma análise a partir
dos serviços da AB em Pernambuco. Saúde e Debate. 2014.
Acesso e
Acessibilidade
• A acessibilidade tem duas dimensões:

• Geográfica: refere-se à distância e ao tempo de locomoção dos usuários


para chegar aos serviços, incluindo os custos da viagem, dentre outros.

• Sócio-organizacional: diz respeito a todas as características da oferta que


podem facilitar ou dificultar a capacidade das pessoas no uso dos serviços.
Acesso e
Acessibilidade
• Na dimensão sócio organizacional de acessibilidade, Donabedian
(2003) evidencia a importância da adequação dos profissionais de
saúde e dos recursos tecnológicos utilizados frente às
necessidades dos usuários.

• Assim, não basta a existência dos serviços, mas o seu uso tanto
no início como na continuidade do cuidado. Ou seja, os serviços
precisam ser oportunos, contínuos, atender à demanda real e ser
capazes de assegurar o acesso a outros níveis de atenção.
Albuquerque et al. Acessibilidade aos serviços de saúde: uma análise a partir
dos serviços da AB em Pernambuco. Saúde e Debate. 2014.
E o que é o Acesso
Avançado?
• É um modelo de acesso facilitado, em que a pessoa vinculada àquela
equipe consegue um atendimento quando precisa, no horário mais
adequado e com a forma de agendamento mais confortável;
• Mais conhecido como “Faça o trabalho de hoje, hoje!”
• Geralmente a agenda tem 65-75% das vagas para o mesmo dia com
grande capacidade de oferta de consultas.
• Nesse modelo há diminuição do tempo de espera e do absenteísmo
muito comum em marcações a longo prazo.
E isso é possível a partir da reorganização do processo de
trabalho, de pequenos rearranjos nos fluxos da unidade, nas
formas de agendamento e no enfrentamento de alguns
desafios:
• Abrir mão de uma agenda fragmentada em função de grupos por patologias ou faixas etárias
(dias específicos para gestantes, crianças, hipertensos ou diabéticos).
• Evitar pré-agendamentos prolongados, pois pode gerar um desperdício de tempo
• Envolver todos os profissionais disponíveis para oferecer os melhores recursos de acordo com as
necessidades da população de sua área.
• A equipe precisa estar mais voltada para as necessidades da população, com uma agenda mais
adequada à procura diária das pessoas (ter diagnósticos de demandas atualizados);
• Definir quanto tempo será necessário para uma consulta pré-agendada, considerando que esta se
dará para no máximo uma semana e ir diminuindo esse tempo até conseguir chegar “Faça o
trabalho de hoje, hoje!”!
Cuidados para uma equipe que pretende
adotar o acesso avançado
• 1º: O acesso avançado anda junto com o acolhimento e a escuta
qualificada. A escuta qualificada preferencialmente é feita pelo
profissional da enfermagem, porém pode ser feita pelo próprio
médico ou cirurgião dentista da equipe.
• Por isso, um dos pressupostos, se isso ainda não acontece, para
melhorar o acesso na unidade de saúde, é o maior envolvimento do
enfermeiro no cuidado das pessoas da sua área. Dessa forma, é
importante que cada enfermeiro tenha seu próprio consultório e
que esse seja próximo ao do médico de sua equipe. Essa disposição
dos consultórios facilita o entendimento da vinculação para a equipe
e para a população e também agiliza as interconsultas entre médicos
e enfermeiros.
Cuidados para uma equipe que pretende
adotar o acesso avançado
• 2º: Fluxo do atendimento – ESCUTA RÁPIDA
• Caso o usuário venha para um serviço específico (vacinação, farmácia, coleta
de exame, etc) , ali mesmo ele deve ser direcionado para que já haja
resolutividade sem necessidade de passar por nenhuma outra etapa.
• A pessoa passa pela recepção apenas para identificar qual a sua equipe e já é
agendada/encaminhada para ser atendida pelos profissionais de referência.
• A recepção (escuta rápida), nesse modelo, poderá fazer perguntas breves
para identificar a necessidade imediata ou não de consulta.
• Caso tenha necessidade de consulta, nesse momento retira-se o prontuário
(se ainda for físico) e direciona a pessoa que procura atendimento no dia para
a sua própria equipe (auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos) no
caso do usuário estar procurando por consulta nesse dia.
Escutar significa, num primeiro momento, acolher toda
queixa ou relato do usuário mesmo quando possa parecer não

ESCUTA interessar diretamente para o diagnóstico e tratamento. Mais


do que isto, é preciso ajudá-lo a reconstruir (e respeitar) os
motivos que ocasionaram o seu adoecimento e as correlações
que o usuário estabelece entre o que sente e a vida – as
QUALIFICADA relações com seus convivas e desafetos.

Importante por exemplo perguntar por que ele acredita que


adoeceu e como ele se sente quando tem este ou aquele
sintoma.
Quanto mais a doença for compreendida e correlacionada com
a vida, menos chance haverá de se tornar um problema
somente do serviço de saúde, mas sim, também, do sujeito
doente.
• A equipe define quem ficará responsável por fazer a escuta
qualificada.

• Nela, o profissional de nível superior já conseguirá resolver grande


parte das demandas que chegam para a equipe. E aquelas que são
necessárias realmente de serem vistas pelo médico, são direcionadas
pelo médico no mesmo dia.

• A ambiência, o fluxo favorável e estudado para cada unidade e


situação, reuniões de equipe periódicas para revisão de protocolos e
de situações conflituosas e principalmente a vontade de fazer dar
certo é a receita para que o ACOLHIMENTO COM ACESSO AVANÇADO
seja implantado com sucesso.
Agenda Compartilhada e
Acesso Avançado

27
A AGENDA
➢As agendas tem um papel fundamental nas atividades das unidades,
permitindo um acesso pautado na equidade e universalidade;

➢Devem garantir esse acesso e a qualidade da atenção em saúde a toda a


população;

➢Deve ser construída a partir de um diagnóstico situacional da realidade


social e epidemiológica da comunidade, associado à análise dos riscos e
vulnerabilidades desse território e levantamento de problemas;
A AGENDA
• O tipo de agenda vai depender do tipo de processo de trabalho e de
acesso que está funcionando na unidade.
• Mas alguns princípios são básicos:
• Deve sempre ser dialogada e socializada entre todos da equipe;
• Qualquer mudança (férias, afastamento, mudança de horário, etc)
deve ser informada, principalmente para àqueles que ficam na
recepção (escuta rápida);
• Assim, se a equipe está em ACESSO AVANÇADO 100% na agenda não
haverá “consulta agendada” e assim por diante.
EXEMPLO DAS Cuidado
ATIVIDADES DE UMA Tempo
AGENDA
para Agendado
escrever...

Cuidado
Demanda Continuado
Imediata
AGENDA

Visita Atividades
Domiciliar Reuniões Educativas
de
Equipe
Como viabilizar o acolhimento à demanda
espontânea?
• Toda a equipe é responsável pelo acolhimento.
• Identificar casos de maior risco e vulnerabilidade e facilitar o
acesso dos usuários a uma avaliação mais rápida pelo
profissional mais adequado (escuta qualificada).
• Fluxos de transferência / encaminhamento dos usuários que
necessitam de outros recursos assistenciais.
• Discutir critérios de risco e organizar a agenda dos profissionais
de modo a contemplar a agenda programada e casos agudos.
• Diálogo com os usuários.
Perguntas que podem ajudar a equipe na
implantação do acolhimento:
• Existe acolhimento na unidade? Quem são os responsáveis? Como é
feito? Como podemos melhorar?
• Como é organizado o fluxo dos usuários na unidade?
• Quais as principais dúvidas e necessidades dos usuários?
• Quais os problemas e conflitos enfrentados pelos profissionais no que
diz respeito ao acolhimento?
• Quais as tentativas de solução desses problemas?
Referências
• Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Cadernos de Atenção Básica; n. 28, V. 1. 1. ed.; 1. reimpr.
Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
• Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Cadernos de Atenção Básica; n. 28, V. 2. 1. ed.; 1. reimpr.
Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
• Esteche FF. Acolhimento à demanda espontânea e programada. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família –
PEPSUS. Acesso em 02 de fev 2019. Disponível em https://avasus.ufrn.br/
• Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção da saúde(Série B. Textos Básicos de Saúde). 2. ed. 5.
reimp. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010.
• Wolmann A et al. Novas possibilidades de organizar o Acesso e a Agenda na Atenção Primária à Saúde. Prefeitura
Municipal de Curitiba, 2014. Acesso em 02 de fev 2019. Disponível em
http://arquivos.leonardof.med.br/SaudeCuritiba_CartilhaAcessoAvancado_2014-06-05.pdf
• Murray M, Tantau C. Same-Day Appointments: Exploding the Access Paradigm. Fam Pract Manag. 2000 Sep;7(8):45-50.
Acesso em 02 de fev 2019. Disponível em https://www.aafp.org/fpm/2000/0900/p45.html.
ABORDAGENS NA PESSOA, NA
FAMÍLIA E VISITA DOMICILIAR
Nilson Massakazu Ando
Frederico Germano Lopes Cavalcante
Roteiro da aula
1. Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)

2. Tipologias familiares e ferramentas de


abordagem familiar: Ciclo de vida familiar,
Genograma, Ecomapa, APGAR familiar, FIRO e
PRACTICE

3. Visita domiciliar
Método Clínico
Centrado na
Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)

• Vídeo-aula: Método Clinico Centrado na Pessoa - MSP0672


• Prof. Dr. Gustavo Gusso (FMUSP)
• Duração: 26 minutos
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HXuiRefleM8
Aplicação do Método Clínico Centrado na
Pessoa (MCCP)
• Vídeo: IPES e PSOs: Método Clínico Centrado na Pessoa
• Programa de Residência Médica em Medicina de Família e
Comunidade, SMS-RJ -2016
• Duração: 6 minutos
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=17-SNbKtKZc
Aplicação do Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)

• Reflita se há diferença entre as duas abordagens


clínicas?

• Há diferença no tempo de duração dessas consultas?

• Qual abordagem gera melhor resultado na saúde da


pessoa?
Abordagem familiar

• Vídeo: Começou uma família…Responsamuitabilidade!


• Produção: Tecendo prosa
• Duração: 2 minutos
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8-eSBSVr3Ls
Abordagem familiar
• Conceitos de família
“A família é um modelo universal para o viver. Ela é unidade de
crescimento; de experiência; de sucesso e fracasso; ela é também a
unidade da saúde e da doença.” Natan W. Ackerman

“A família é o conjunto de pessoas, ligadas por laços de parentesco,


dependência doméstica ou normas de convivência, que residem na
mesma unidade domiciliar. Inclui empregado (a) doméstico (a) que
reside no domicílio, pensionista e agregados.” Ministério da Saúde, Brasil (2001)
Abordagem familiar
Tipos de arranjos familiares

1. Família nuclear bigeracional (pais e filhos);


2. Família extensiva (três ou quatro gerações);
3. Família unitária (uma só pessoa, ex.: viúva sem filhos);
4. Família adotiva temporária;
5. Família adotiva bi-racial / multicultural;
6. Casal residindo separadamente;
7. Família monoparental (filho/s com pai ou mãe);
8. Família homossexual (com ou sem filho/s);
9. Família reconstituída (remarried/step families);
10. Família institucional (instituto com função de criar e desenvolver afetivamente a
criança/adolescente);
11. Famílias com constituição funcional (pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte
compromisso mútuo).
Abordagem familiar
Ferramentas de abordagem familiar

1. Ciclos de vida
2. Genograma
3. Ecomapa
4. APGAR familiar
5. FIRO
6. PRACTICE
Abordagem familiar
Ciclos de vida
FASE DO CICLO DE VIDA FASE DO CICLO DE VIDA
(Popular)
1. Saindo de casa: jovens solteiros
Família composta por jovem
2. O novo casal adulto
3. Família com filhos pequenos Família com filhos pequenos
4. Famílias com filhos adolescentes Família no estágio tardio

5. Lançando os filhos e seguindo em frente


6. Famílias no estágio tardio: a velhice
Estágios do ciclo de vida familiar de classe média
Estágios do ciclo de vida familiar de classe média
Abordagem familiar
Ciclos de vida
MLS (quatro anos) vem à UBS queixando-se de diarreia e vômitos há
dois dias. Ela está acompanhada de sua irmã de 10 anos. Seu pai (29
anos) está acamado há dois anos, devido a bala perdida que o acertou
na coluna lombo-sacra quando vendia bebidas informalmente na rua.
Sua mãe (30 anos) está trabalhando como doméstica e lavandeira para
manter financeiramente a família. O outro irmão, de dois anos, ficou em
casa, aguardando as irmãs mais velhas retornarem da UBS.

Em qual(is) estágio(s) do ciclo de vida está a família de MLS?


Ciclo de vida da família de classe popular
1. Família composta por jovem 2. Família com filhos pequenos 3. Família no estágio tardio de
adulto vida
• Etapa de grande acúmulo de
• Adolescente precisa sair de papéis • Idosos continuam sustentando
casa para trabalhar • Inclui tarefas do novo casal e família
precocemente da família com filhos • Inexistência do “ninho vazio”
• Tornam-se adultos “sozinhos” pequenos: novo sistema • Homens e mulheres tornam-
• Processo pode começar por conjugal, papéis paternos e se avós mais cedo, ainda com
volta dos 10 anos de idade maternos capacidade reprodutiva
• Acúmulo de gerações • Acúmulo de gerações no
• Relações menos duradouras mesmo ambiente
• Reestruturações frequentes
devido a novos
relacionamentos
Exercício 1
Explique como geralmente se caracteriza o ciclo de vida da família da
classe popular
Exercício 1
Explique como geralmente se caracteriza o ciclo de vida da família da
classe popular

Abordagens na pessoa, na família e visita domiciliar


Abordagem familiar - Genograma
Conceito:
O genograma é uma ferramenta
da abordagem familiar que nos
ajuda a demonstrar esquematica e
dinamicamente problemas
biomédicos, genéticos,
comportamentais e sociais que
envolvem a família estudada.
Abordagem familiar - Genograma

Avalia 5 domínios familiares: Aplicação:


1. O modo de comunicação; A aplicação do genograma à clínica
2. As relações; na APS permite visualizar o processo
de adoecer, facilita o plano
3. As doenças; terapêutico e permite à família uma
4. Os problemas familiares e melhor compreensão sobre o
desenvolvimento de suas patologias.
5. As experiências traumáticas.
Exercício 2
Observe a figura a seguir:
Sobre as relações familiares
representadas nesse genograma, é
correto afirmar que:
A) Ricardo tem uma relação
conflituosa com Júlio.
B) João tem uma relação de
proximidade com Ricardo.
C) Maria tem uma relação de
distanciamento com Vera.
D) João tem uma relação de muita
proximidade com Ana.
Abordagem familiar
Ecomapa
• Demonstra as relações entre os membros de uma família e a
comunidade e ajuda a avaliar os apoios e suportes disponíveis e
sua utilização pela família.
• Uma família que tem poucas conexões com a comunidade e
entre seus membros necessita maior investimento da equipe
para melhorar seu bem estar.
Informações contidas no ecomapa:
1. a vizinhança (área física);
2.serviços da comunidade (médicos, saúde mental, toxico-dependência,
violência doméstica, conselhos);
3.grupos sociais (igrejas; grupos cívicos: comissão de pais, de bairro;
grupos de convívio, ONG);
4. educação;
5. relações pessoais significativas (amigos, vizinhos, família mais afastada);
6. trabalho;
7. outras (específicas da família e da área em que habita).
Informações contidas no ecomapa:

- membros da família e suas idades no centro do círculo


- utiliza símbolos do genograma
- círculos externos mostram os contatos da família com membros
da comunidade ou com pessoas e grupos significativos
- linhas indicam o tipo de conexão
Abordagem familiar
Informações contidas no ecomapa:
• linhas contínuas: ligações fortes, relações sólidas
• ------------ linhas tracejadas: ligações frágeis, relações tênues
• // linhas com barras ou talhadas: aspectos estressantes,
relações conflituosas
• → ← ↔ setas: fluxo de energia e/ou recursos
• Ausência de linhas: ausência de conexão
Abordagem familiar - Ecomapa
Abordagem familiar - APGAR familiar

• Adaptation (Adaptação), O APGAR familiar é um questionário


• Partneship (Participação), composto por cinco perguntas, que
• Growth (Crescimento), pretende quantificar a percepção
que o doente tem do
• Affection (Afeição) e
funcionamento familiar, bem como
• Resolve (Resolução). esclarecer o tipo de
relação/integração que ele tem com
os membros da família.
Abordagem familiar - FIRO (Orientações
Fundamentais nas Relações Interpessoais)
O FIRO é utilizado para compreender as mudanças no ciclo de vida familiar,
avaliar as alterações conjugais ou familiares, patologias graves e pacientes
terminais. As relações familiares se inserem em três dimensões: inclusão,
controle e intimidade, ou seja, a família pode ser estudada quanto às suas
relações de poder, comunicação e afeto.

Aplicações do FIRO
• Idoso deprimido após a perda do cônjuge
• Transtorno de humor em mulher perimenopáusica
• Adulto começa a beber após aposentar-se por invalidez
• Casal queixa-se de que seu filho está incontrolável com a chegada de um novo
irmão
• Casal queixa-se que a intimidade e as relações sexuais já não são satisfatórias
Abordagem familiar - PRACTICE
.
Exercício 3
Na prática do médico de família, a da abordagem familiar contribui
para o plano de prevenção, de investigação clínica e de tratamento de
casos simples e complexos. O instrumento de abordagem familiar que
identifica todos os sistemas envolvidos e relacionados com a pessoa,
com a família em questão e com o meio onde vivem é denominado:

A) Apgar da família.
B) Genograma.
C) Ciclo vital.
D) Ecomapa.
Visita domiciliar

• Vídeo: Agente Comunitário de


Saúde.
• Duração: 4 minutos
• Fonte: Diário de um Posto de Saúde:
https://www.youtube.com/watch?v=lc_qUXTIj7Q&t=1s
Visita domiciliar – Atenção Domiciliar
A Atenção Domiciliar proporciona ao
paciente um cuidado ligado diretamente aos
aspectos referentes à estrutura familiar, à
infraestrutura do domicílio e à estrutura
oferecida pelos serviços para esse tipo de
assistência. Assim, evita-se hospitalizações
desnecessárias, diminui o risco de infecções
e a superlotação de serviços de urgência e
emergência, melhora a gestão dos leitos
hospitalares e o uso dos recursos.
Visita domiciliar – Atenção Domiciliar
A Política Nacional de Atenção Domiciliar (PNAD):
=> definiu três níveis de atenção domiciliar (AD1, AD2 e AD3), sendo o
primeiro nível (AD1) de responsabilidade das equipes de Atenção
Primária à Saúde (APS);
Þ valorizou a APS como âmbito privilegiado assistencial e responsável
pela maior parte dos cuidados em AD no Brasil.
Þ reforçou a visita domiciliar (VD) como ação ímpar para o
conhecimento do contexto da pessoa mediante observação ativa,
abordagem familiar e reconhecimento dos determinantes sociais
atuantes.
Visita domiciliar – Atenção Domiciliar

• O (a) Sr.(a) sabia que esse serviço de atenção domiciliar é do SUS?


SIM: 83,98% e NÃO: 15,86%
• Além do atendimento pela Equipe de Atenção Domiciliar, o (a) Sr.(a) e
sua família são acompanhados por uma Equipe de Saúde da Família
SIM: 53,00% e NÃO: 46,11%
• Após a alta do Melhor em Casa houve necessidade de continuidade
de tratamento pela equipe da Unidade Básica de Saúde?
NÃO, NÃO HOUVE NECESSIDADE: 40,99% ; SIM, NA UBS: 36,52% ;
SIM, NO DOMICÍLIO:74% ; SIM, MAS NÃO TEVE ACESSO: 9,65%
• Fonte: DOGES/SGEP/MS (2017)
Visita domiciliar – Atenção Domiciliar
Referências bibliográficas
• McWHINNEY, Ian R; FREEMAN, Thomas R. Manual de Medicina de Família e
Comunidade de McWHINNEY. 4 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2017, 536 p.2.
• STEWART, Moira et al. Medicina Centrada na Pessoa: transformando o método
clínico. 3 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2017, 416 p.3.
• GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de
Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre:
ARTMED, 2019,2388p.
• DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; GIUGLIANI C,
organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em
Evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.5.
• STARFIELD, Barbara. Atenção Primária, equilíbrio entre necessidades de saúde,
serviços-tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002. 726p.
[disponível na Internet:
http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130805por.p df]
SAÚDE DE POPULAÇÕES
ESPECÍFICAS E POLÍTICAS DE
EQUIDADE
NILSON MASSAKAZU ANDO
FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE
Médicos de Família e Comunidade
ROTEIRO DE AULA
• Princípio da equidade.
• Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
• Política Nacional de Atenção à Saúde da População de Rua.
• Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais.
• Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e
das Águas.
• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de
Liberdade no Sistema Prisional.
• Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.
• Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada.
O que é saúde?

“[...] a resultante das condições de alimentação, habitação, educação,


renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso a posse da terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de
tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as
quais pode gerar grandes desigualdades nos níveis de vida [...]”
(8ª Conferência Nacional de Saúde)
Princípio da Equidade
• O Estado deve tratar "desigualmente os desiguais", concentrando
seus esforços e investimentos em zonas territoriais com piores índices
e déficits na prestação do serviço público.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DA POPULAÇÃO
NEGRA
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Raça: categoria essa que foi histórica e culturalmente construída e
que é constituída de pessoas que são, efetiva ou potencialmente,
vítimas de desvantagens sociais por efeitos de preconceito e
discriminação relativos a origem étnica ou as marcas visíveis de que
são portadoras a cor ou outras características físicas superficiais
(fenótipo).
(FIGUEROA, 2004)
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• A identidade racial, que tem íntima relação com a influência da
raça/cor na construção da personalidade e dos relacionamentos
sociais, é um dos fatores a ser levado em conta no sentido de
prevenir doenças de modificação dos fatores do meio ambiente que
impedem ações equânimes em saúde.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Racismo: “sistema de relação social que apregoa uma práxis política
de exclusão do diferente, visando manter uma ordem dominante. E o
que mantém simbolicamente essa práxis é medo da perda do poder,
mesmo que esse poder seja micro ou pontual. Dessa forma, o racismo
é um poder excludente”
(SANTOS, 2001)
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Racismo Institucional: “(...) o fracasso coletivo de uma organização em
prover um serviço profissional e adequado às pessoas com certos
marcadores grupais de cor, cultura, origem étnica ou regional, o que
caracteriza esse tipo de racismo é que ele extrapola as relações
interpessoais e ocorre à revelia das boas intenções individuais, implicando
o comprometimento dos resultados de planos e metas de instituições,
gestões administrativas e de governo.”
(PCRI, 2005)
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• 53,6% da população brasileira se autodeclara negra (PNAD, 2014).

• Do total de 1.583 mortes maternas em 2012, 60% eram de mulheres


negras e 34% de brancas.

• Em 2012, a taxa específica (por 100 mil hab.) de homicídios de jovens

negros foi três vezes maior que a referida taxa de jovens brancos.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Dos 39.123 óbitos infantis notificados em 2012, 45% foram de crianças negras e
41% de brancas; esta diferença é maior entre as mortes que ocorrem na primeira
semana de vida, sendo que 47% são de crianças negras e 38% de brancas.

• De 2000 para 2012, a taxa de mortalidade pela doença falciforme dobrou no país,
sendo praticamente influenciada pelas tendências das cor/raças pretas e pardas.

• Em 2012, as maiores taxas de mortalidade por diabetes ocorreram na população


negra (pretas e pardas).
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
MARCOS LEGAIS

• 2003 - Criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da


Igualdade Racial (SEPPIR).

• 2004 - Criação do Comitê Técnico de Saúde da População Negra


(CTSPN).
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
MARCOS LEGAIS

• 2005 - Publicação da Portaria GM/MS 1391, que institui Política


Nacional de Atenção Integral às pessoas com Doença Falciforme.

• 2006 - Aprovação da PNSIPN no Conselho Nacional de Saúde.


POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
MARCOS LEGAIS

• 2009 - Portaria 992/2009, que instituiu a PNSIPN.

• 2010 - Dia Nacional de Saúde da População Negra: 27 de Outubro.


POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Objetivo:
Promover a saúde integral da população negra, reconhecendo raça,
racismo e racismo institucional como determinantes sociais das
condições de saúde, com vistas à promoção da equidade em saúde.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
DESAFIOS NO CUIDADO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA:

• Abordagem integral

• Cuidado com equidade

• Reconhecimento das vulnerabilidades

• Combate ao Racismo

• Garantir a abordagem multidisciplinar e intersetorial


POLÍTICA NACIONAL DE
ATENÇÃO À SAÚDE DA
POPULAÇÃO DE RUA
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DA POPULAÇÃO DE RUA
• Considera-se população em situação de rua:
“O grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza
extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência
de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as
áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma
temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para
pernoite temporário ou como moradia provisória.
(Parágrafo Único, Art. 1º. Decreto nº 7.053/2009)
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DA POPULAÇÃO DE RUA
MARCOS LEGAIS
• Política Nacional de Saúde da População em Situação de Rua – Decreto
7.053/2009 (Casa Civil/PR).
• Comitê Técnico de Saúde - Portaria 3.305/2009.
• Portarias MS 122 e 123 de 2011/2012 - Institui as Equipes de Consultório
na Rua (e-CnaR).
• Portaria MS 940/2011 - direito ao atendimento, mesmo sem endereço fixo.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DA POPULAÇÃO DE RUA
• É um dispositivo criado para produzir respostas as necessidades da
população em situação de rua, garantindo a integralidade do cuidado
e a universalidade de acesso ao SUS. Entendendo que população em
situação de rua é um grupo heterogêneo que habita logradouros
públicos, áreas degradadas e ocasionalmente utiliza abrigos e
albergues para pernoitar.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DA POPULAÇÃO DE RUA
DESAFIOS NO CUIDADO DA SAÚDE DA PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA:

• Preconceito.
• Situação de vulnerabilidade.
• Uso abusivo de álcool e outras drogas (Redução de Danos).

• Higiene e Alimentação.
• Doenças predominantes: IST, Tuberculose,
• Adesão ao Tratamento.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS,
BISSEXUAIS, TRAVESTIS E
TRANSEXUAIS
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Definições:

• Sexo Biológico: conformação anátomo-fisiológica dos sistema geniturinário.

• Gênero: conjunto de características sociocomportamentais que incidem sobre


corpos sexuados.

• Orientação Sexual: expressão do desejo sexual e afetivo.

• Identidade de Gênero: auto identificação relativa à um gênero (masculino ou


feminino).
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Panorama de Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais:

• Cerca de 40% das mulheres não revelam sua orientação sexual.

• Das mulheres que revelam, 28% referem maior rapidez no


atendimento e 17% dizem não ter exames que consideram
importantes solicitados.
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Panorama de Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais:

• Cobertura de Rastreamento para Câncer de Colo de Útero cai de


89,7% entre mulheres heterossexuais para 66,7% em mulheres
lésbicas e bissexuais.
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Violência Homofóbica no Brasil:

• O II Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil 2012, registrou 3.084


denúncias de 9.982 violações relacionadas à população LGBT, envolvendo
4.851 vítimas e 4.784 suspeitos.

• 60% eram contra homens gays.

• 62% dos agressores foram identificados como alguém próximo da vítima


Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
MARCOS LEGAIS

• 2008 - Publicada a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,


Bissexuais, Travestis e Transexuais.

• 2008 - Primeiro port aria de regulamentação do Processo Transexualizador no


SUS.

• 2011 - Instituição da Cirurgia de Transgenitalização no SUS

• 2013 - Ampliaçã o dos servi ç os ambulatoriais do Processo Transexualizador


Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Objetivo Geral:

• Promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e


transexuais, eliminando a discriminação e o preconceito institucional,
bem como contribuindo para a redução das desigualdades e a
consolidação do SUS como sistema universal, integral e equitativo.
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Desafios no cuidado em saúde da População LGBT

• Violência contra essa população.

• Acolhimento não qualificado para atender às


especificidades.

• Legislação deficitária em medidas de proteção.


Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Desafios no cuidado em saúde da População LGBT

• Demanda reprimida de população de Transexuais e Travestis nos


serviços de referência para Processo Transexualizador.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DAS POPULAÇÕES
DO CAMPO, DA FLORESTA E
DAS ÁGUAS
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
A QUEM SE DIRIGE

• Povos e comunidades que têm seus modos de vida, produção e reprodução


social relacionados predominantemente com o campo, a floresta, os
ambientes aquáticos, a agropecuária e o extrativismo, como camponeses,
agricultores familiares, trabalhadores rurais, comunidades de quilombos,
populações que habitam ou usam reservas extrativistas, populações
ribeirinhas, populações atingidas por barragens, dentre outros.
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
ACESSO À AGUA, COLETA DE LIXO E ESGOTO

• 47,3% dos domicílios rurais possuem água canalizada em pelo menos 1 dos
cômodos, porém 18% apenas provém de uma rede de distribuição geral.
• 82% da água dos domicílios rurais provém de poços, nascentes e outras fontes.

• 37,4% dos domicílios tem escoadouro de banheiro e sanitário de forma


inadequada.

• 47,3% dos domicílios não possuem coleta de lixo e o descartam de forma


inadequada (enterram ou queimam).
IBGE, PNAD - 2011
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

• Em 2005 foi instituído o Grupo da Terra (Portaria MS/GM nº

2.460/2005) para atender às necessidades de atenção à saúde dessa

população. Objetivo: elaborar a Política Nacional de Saúde Integral

das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF).


Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

• Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Redefinição do arranjo


organizacional das equipes de Saúde da Família, Equipe(s) de Saúde da Família
Ribeirinha (ESFR) e da(s) Equipe(s) de Saúde da Família Fluvial (ESFF) para os
municípios da Amazônia Legal e Pantanal Sul Mato grossense, assim como a
definição dos valores de financiamento destas equipes e de custeio das Unidades
Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), considerando as especificidades locais.
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

• Portaria nº 2.866/2011 instituiu a política no âmbito do SUS. É um

instrumento norteador e legítimo do reconhecimento das

necessidades de saúde dessas populações.


Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

• Portaria nº 2.311/2014 incluiu o termo “águas” na denominação da

PNSIPCF, que passou a ser denominada Política Nacional de Saúde

Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas

(PNSIPCFA).
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
Desafios no cuidado em saúde da População do Campo, Floresta e
Águas

• Distância no Acesso.

• Monocultura, Agrotóxico e não utilização de equipamentos de


segurança.

• Frágil estrutura de Cobertura de Saúde.


Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
Desafios no cuidado em saúde da População do Campo, Floresta e
Águas

• Regimes de trabalho análogo a escravidão.

• Violência no Campo.

Obs.: o Programa Mais Médicos tem sido um diferencial no acesso a


saúde dessa população.
POLÍTICA NACIONAL DE
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
DAS PESSOAS PRIVADAS DE
LIBERDADE NO SISTEMA
PRISIONAL
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Panorama da População Carcerária

• 715.665 pessoas privadas de liberdade

• 595.641 em unidades prisionais


• 220 mil em SP (34%)
Geopresidios/CNJ/junho/2014; INFOPEN/2013
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Panorama da População Carcerária

• 119.359 em prisão domiciliar

• 93% homens
• 7% mulheres
Geopresidios/CNJ/junho/2014; INFOPEN/2013
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Panorama da População Carcerária

• Vagas no sistema prisional: 302 mil.

• Cerca de 25.000 pessoas entram no sistema por ano.


• Crescimento de 235% em 14 anos.
Geopresidios/CNJ/junho/2014; INFOPEN/2013
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
OBJETIVO GERAL:

• Garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema


prisional ao cuidado integral no SUS.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
DIRETRIZES

1. Promoção da cidadania e inclusão das pessoas privadas de liberdade por


meio da articulação com os diversos setores de desenvolvimento social,
como educação, trabalho e segurança.

2. Atenção integral resolutiva, contínua e de qualidade às necessidades de


saúde da população privada de liberdade no sistema prisional, com ênfase
em atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
DIRETRIZES

3. Respeito à diversidade étnico racial, às limitações e às necessidades físicas


e mentais especiais, às condições econômicosociais, às práticas e concepções
culturais e religiosas, ao gênero, à orientação sexual e à identidade de
gênero.

4. Intersetorialidade para a gestão integrada e racional e para a garantia do


direito à saúde.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Perfil de Atendimento e Agravos Epidemiológicos

Emergência sanitária, com prevalência elevada de doenças transmissíveis e não transmissíveis, como:

• Tuberculose;

• HIV/AIDS;

• Hepatites;

• Sífilis;

• Dermatites;

• Hipertensão.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Desafios atuais da PNAISP

• 1. Aumentar a cobertura assistencial.

• 2. Qualificar as intervenções intersetoriais.

• 3. Informatizar os serviços, por meio da implantação do novo sistema de


informação da Atenção Básica (estratégia e SUS AB) para monitoramento e
avaliação permanente dos serviços prestados.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Desafios atuais da PNAISP

• 4. Ofertar processos de educação permanente e continuada para todas as


equipes de atenção básica prisional.

• 5. Qualificar a gestão das equipes em processos tripartite e intersetoriais.

• 6. Aprimorar a infraestrutura para o atendimento em saúde.


POLÍTICA NACIONAL DE
ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS
INDÍGENAS
Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• Consvtuição do Brasil (1988), art 231: é reconhecido aos índios sua

organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos

originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam compevndo

à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.


Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• 1ª (1986) e 2ª (1993) Conferências Nacionais de Saúde Indígena:

espaços importantes de discussão e luta pelo direito a atenção à

saúde dos povos indígenas.


Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• Lei 9.836, de 23 de setembro de 1999: foi insvtuído o Subsistema de

Atenção à Saúde Indígena e as diretrizes básicas para a implantação

de Distritos Sanitários Especiais.


Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• Portaria 254 (MS), de 31 de Janeiro de 2002: Polívca Nacional de

Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (trouxe algumas diretrizes para

as ações de atenção à saúde indígena que representaram um avanço

no reconhecimento da especificidade cultural e arvculação da

biomedicina com právcas indígenas tradicionais de cura e cuidado.


Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• Decreto 7.336, de 20 de outubro de 2010: insvtuiu, na estrutura do

Ministério da Saúde a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI),

transferindo a responsabilidade pela saúde indígena para esta

Secretaria.
BOLSA FAMÍLIA E BENEFÍCIO DE
PRESTAÇÃO CONTINUADA
BeneMcios Assistenciais
• Dentro do Sistema Único de Assistência Social, podem se classificar os benefícios
assistenciais em duas categorias aqueles permanentes - federais, instituídos mediante lei
federal, a exemplo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), criado pela Lei Federal nº
8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que regulamentou o art. 203, inciso
V, da Carta Política Pátria; e os benefícios eventuais federativos, criados por entes da
federação Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme critérios e prazos definidos
pelo Conselho Nacional de Assistência Social.
BeneMcio de Prestação ConNnuada (BPC)
• O BPC, criado em 1993, é devido ao idoso de 65 anos ou mais de idade, e
ao deficiente, cuja renda familiar seja inferior a um quarto do salário
mínimo. (Art. 20 caput da LOAS).

• Esse é um benefício de assistência social, ou seja, quem está solicitando


não precisa ter contribuído com a Previdência Social, por isso ele é
chamado de benefício e não de aposentadoria, e sua ajuda equivale a um
salário mínimo.
Bolsa Família

• O Programa Bolsa Família foi instituído pela Lei nº 10.836/2004,


regulamentada pelo Decreto nº 5.209/2004 e veio como uma
necessidade de unificar as ações governamentais de transferência de
recursos do Governo Federal.
Bolsa Família

Características do Programa Bolsa Família:

• Atende a família e não a membros isolados.

• Pagamento direto à família, por cartão bancário, de preferência para a


mulher.

• A família tem autonomia no uso do recurso financeiro.

• Conjuga esforços das três esferas de governo.


Bolsa Família
Características do Programa Bolsa Família:

• Integração com programas próprios dos Estados e Municípios.

• Deve existir um compromisso/contrapartidas para a percepção dos benefícios.

• Políticas de saúde e educação como condicionalidades.

• Gestão descentralizada e intersetorial.

• Fiscalização por meio da articulação com os órgãos de Controle Social.


Bolsa Família

O Programa Bolsa Família compreende a concessão de benefícios de


pagamentos mensais, portanto, de trato sucessivo, às famílias consideradas
pobres ou extremamente pobres, com requisitos para concessão e
manutenção estabelecidos em lei federal, com valor definido, de caráter
temporário, não gerando direito adquirido uma vez que devem ser revistos a
cada dois anos para avaliação da elegibilidade das famílias para o
recebimento desses benefícios.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Painel de Indicadores do SUS. Temático


Saúde da População Negra; v.7, n.10. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
p.82.

• BRASIL. 8ª Conferência Nacional de Saúde: quando o SUS ganhou forma.


2019. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-
cns/592-8-conferencia-nacional-de-saude-quando-o-sus-ganhou-forma>.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• FIGUEROA, A. Contextualização conceitual e histórica. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA, 2004, Brasília. Caderno de
textos básicos... Brasília: Seppir, Ministério da Saúde, 2004. p.11-45.

• SANTOS, I. A. A responsabilidade da escola na eliminação do preconceito


racial: alguns caminhos. In: CAVALLEIRO, E. (Org.). Racismo e anti-racismo
na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001. p.
97-113.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral da


População Negra: uma política para o SUS. 3.ed. Brasília: Editora do
Ministério da Saúde, 2017.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da população em situação de


rua: um direito humano. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral de


Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília:
Ministério da Saúde, 2013.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral das


Populações do Campo e da Floresta. Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2013.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Interministerial nº 1, de 2 de


janeiro de 2014. Institui a Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
(PNAISP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/pri0001_02_0
1_2014.html>.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas. 2ed. Brasília: Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde,
2002.
• BRASIL. Bolsa Família. Disponível em: <https://bfa.saude.gov.br/>.

• BRASIL. Benefício de Prestação Continuada (BPC). Disponível em:


<https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/assistencia-
social/beneficios-assistenciais/beneficio-assistencial-ao-idoso-e-a-pessoa-com-
deficiencia-bpc>.
OBRIGADO
nilsonando@gmail.com
INTRODUÇÃO À SAÚDE
INDÍGENA: POLÍTICA NACIONAL
DA SAÚDE INDÍGENA
NILSON MASSAKAZU ANDO
FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE
Médicos de Família e Comunidade
ROTEIRO DA AULA
• Introdução à Saúde Indígena

• Marcos Legais

• A Polí:ca Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.

• Territorialização/Sociodiversidade

• Perfil Epidemiológico

• Antropologia e Atenção Diferenciada


INTRODUÇÃO À SAÚDE INDÍGENA
ÍNDIO

• Qualquer membro de uma comunidade indígena, reconhecido por ela


como tal.

COMUNIDADE INDÍGENA

• Aquela fundada em relações de parentesco ou vizinhança entre seus


membros, que mantem laços histórico-culturais com as organizações
sociais indígenas pré-colombianas.
(SESAI, 2017)
INTRODUÇÃO À SAÚDE INDÍGENA

RELAÇÕES DE PARENTESCO OU VIZINHANÇA

• Relações de afinidade, filiação, parentesco ritual ou religioso, e, mais


geralmente, definem-se nos termos da concepção dos vínculos
interpessoais própria daquela comunidade.
(SESAI, 2017)
MARCOS LEGAIS
ConsBtuição do Brasil (1988), art. 231:

• É reconhecido aos índios sua organização social, costumes, línguas crenças e


tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
compeBndo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

1ª (1986) e 2ª (1993) Conferências Nacionais de Saúde Indígena:

• Espaços importantes de discussão e luta pelo direito a atenção à saúde dos povos
indígenas.
MARCOS LEGAIS
Lei 9 836 de 23 de setembro de 1999:

• Foi ins4tuído o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e as diretrizes básicas para a


implantação de Distritos Sanitários Especiais.

Portaria no 254 (MS), de 31 de Janeiro de 2002 - Poli4ca Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas (PNASPI):

• Trouxe algumas diretrizes para as ações de atenção à saúde indígena que representaram
um avanço no reconhecimento da especificidade cultural e ar4culação da biomedicina
com prá4cas indígenas tradicionais de cura e cuidado.
MARCOS LEGAIS

Decreto no 7.336, de 20 de outubro de 2010:

• InsUtuiu, na estrutura do Ministério da Saúde a Secretaria Especial de


Saúde Indígena (SESAI), transferindo a responsabilidade pela saúde
indígena para esta Secretaria.
DESTAQUES

• O Subsistema de Saúde Indígena tem como base os Distritos


Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), cujas delimitações geográficas
contemplam aspectos demográficos e etnoculturais, estando sob
responsabilidade do gestor federal.
DESTAQUES

• A estrutura do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) é composta


pelos Polos Base (PB), Casas de Saúde Indígena (CASAI) e pelas
Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI), estas situadas dentro das
aldeias indígenas.
DESTAQUES

• Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) devem contar com


uma rede interiorizada de serviços de atenção básica, organizada de
forma hierarquizada e arUculada com a rede de serviços do SUS, para
garanUr a assistência de média e alta complexidade.

• O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à


Saúde Indígena.
DESTAQUES
• A assistência à população indígena aldeada é realizada mediante a atuação
de Equipes Mul:disciplinares de Saúde Indígena (EMSI) nos moldes da
Estratégia Saúde da Família.

• As EMSI são compostas por médicos, enfermeiros, odontólogos, auxiliares


de enfermagem e Agentes Indígenas de Saúde (AIS). Outros profissionais,
de saúde ou não, podem atuar juntamente com a EMSI, de acordo com a
realidade local.
POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DOS POVOS INDÍGENAS (PNASPI)
PROPÓSITO

• GaranBr aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com
os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade
social, cultural, geográfica, histórica e políBca de modo a favorecer a superação
dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de
maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia
de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura.
POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DOS POVOS INDÍGENAS (PNASPI)
TERRITORIALIZAÇÃO/SOCIODIVERSIDADE

• Propõe-se um modelo de atenção organizado de forma diferenciada,


tendo como base Distritos Sanitários, consUtuídos em territórios
especiais que obedecem a critérios socioculturais geográficos
históricos e políUcos, mas que, não necessariamente, correspondem à
divisão administraUva dos estados e municípios.
TERRITORIALIZAÇÃO/SOCIODIVERSIDADE

• Os indígenas são povos disUntos, pois possuem uma historicidade


própria e anterior à conquista da América pelos europeus, diferentes
formas de se relacionar com a sociedade nacional, outros valores e
outra visão de mundo, inclusive sobre os modos de adoecer, cuidar e
tratar as doenças.
TERRITORIALIZAÇÃO/SOCIODIVERSIDADE

• O Brasil tem a maior sociodiversidade do planeta pois há indígenas


em todo o território nacional, compondo 241 etnias e cerca de 180
línguas faladas (ISA, 2013).

• São desiguais sob o ponto de vista da renda, acesso à educação,


saúde, trabalho e a situação de exclusão em que se encontram.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

• Os indicadores de saúde dos povos indígenas são de 2 a 3 vezes


piores que a media nacional. O Coeficiente de Mortalidade InfanUl,
por exemplo, pode ser maior do que 100/1000 nascidos vivos em
algumas regiões e as principais causas de morte são evitáveis por
medidas de atenção primária.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
• Há ainda, um predomínio de doenças infectocontagiosas, porém com um
incremento das doenças crônico degeneraBvas, consequências de más condições
de saneamento e mudança de hábitos e do modo de vida tradicional.

• As condições higiênico sanitárias encontradas em diversas áreas indígenas, fazem


com que a diarreia apresente-se como doença endêmica, com frequentes surtos
epidêmicos e com alto impacto na mortalidade de menores de 5 anos de idade.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

• Entre as populações indígenas do Brasil a tuberculose ainda é um


agravo importante, apresentando altos índices de incidência e
podendo ser até 10 vezes maior do que a encontrada na população
não indígena.
ANTROPOLOGIA E ATENÇÃO DIFERENCIADA
• A construção de um modelo de atenção diferenciada para os povos
indígenas requer que os profissionais de saúde desenvolvam uma postura
reflexiva e antropológica nas suas intervenções em saúde. Essa postura é
necessária para que eles se mantenham abertos para ouvir e aprender
através do que o outro está comunicando sobre sua experiência de doença
e para que possam rela:vizar seu conhecimento numa tenta:va de
construir uma atenção diferenciada que respeite os conhecimentos e
prá:cas de saúde do grupo indígena.
ATENÇÃO DIFERENCIADA

• Na atenção à saúde indígena há diferentes sistemas de cura, e neles


estão inseridos outros atores, fundamentais na lida com o processo
de adoecimento, como a parteira, pajé́, rezador, raizeiro, entre outros,
definidos como especialistas tradicionais, além dos saberes e práUcas
coleUvas de autoatenção, sendo necessário o constante diálogo entre
esses diferentes conhecimentos.
ATENÇÃO DIFERENCIADA

• Assim, o diálogo intercultural, a escuta qualificada, a criação de


vínculo e a parUcipação dos indígenas como protagonistas do cuidado
à saúde são fundamentais para atuação em contextos interculturais.
1 – Alagoas/Sergipe
18 – Maranhão
2 – Altamira
19 – Mato Grosso do Sul
3 – Alto Rio Juruá
20 – Minas Gerais e Espírito Santo
4 – Alto Rio Negro 21 – Médio Rio Purus
5 – Alto Rio Purus 22 – Interior Sul
6 – Alto Rio Solimões 23 – ParinEns
7 – Amapá e Norte do Pará 24 – Pernambuco
8 – Araguaia 25 – Porto Velho
9 – Bahia 26 – PoEguara
10 – Ceará 27 – Rio Tapajós
11 – Cuiabá 28 – Litoral Sul
12 – Guamá-TocanLns 29 – TocanEns
13 – Kayapó Mato Grosso 30 – Vale do javari
14 – Kayapó Pará 31 – Vilhena
15 – Leste Roraima 32 – Xavante
16 – Médio Rio Solimões e Afluentes 33 – Xingu
17 – Manaus 34 - Yanomami
MARCOS HISTÓRICOS DA SAÚDE INDÍGENA NO BRASIL
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Polí%ca Nacional de Atenção à
Saúde dos Povos Indígenas. 2ed. Brasília: Ministério da Saúde. Fundação
Nacional de Saúde, 2002.

• GARNELO, L; PONTES, AL (Org). Saúde Indígena: uma introdução ao tema.


Brasília: MEC-SECADI, 2012.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Saúde Indígena (SESAI).


Disponível em: <heps://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sesai>.
OBRIGADO
nilsonando@gmail.com
VIGILÂNCIA DO ÓBITO DE
POVOS INDÍGENAS
NILSON MASSAKAZU ANDO
FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE
Médicos de Família e Comunidade
ROTEIRO DE AULA

• Vigilância do Óbito

• Legislação

• Óbito por suicídio

• Códigos CID-10 de maior frequência.


VIGILÂNCIA DO ÓBITO

• A vigilância do óbito compreende-se no conceito de vigilância


epidemiológica que engloba o conhecimento dos determinantes dos
óbitos maternos, infanGs, fetais e com causa mal definida e a
proposição de medidas de prevenção e controle.
LEGISLAÇÃO

• A competência dos DSEI no que se refere à alimentação de óbitos e


nascimentos no SIM e SINASC, refere-se exclusivamente aos eventos
ocorridos em aldeias indígenas, sendo que os eventos envolvendo
indígenas, ocorridos fora destes territórios são de competência dos
gestores Estaduais e Municipais do SUS, e seus registros nestes
sistemas, estarão acessíveis aos DSEI por meio de retroalimentação.
(Portaria nº 116/2009)
LEGISLAÇÃO

• A distribuição de Declaração de Óbito (DO) para DSEI, cuja área de


abrangência extrapole os limites de uma UF, será de responsabilidade
do órgão responsável pela Coordenação Nacional do Subsistema de
Saúde Indígena no SUS, no Ministério da Saúde, mediante pactuação
com a SVS/MS.
(Portaria nº 116/2009)
LEGISLAÇÃO
• No caso de óbito natural ocorrido em aldeia indígena, com assistência
médica, a DO emi8da terá a seguinte des8nação:
• 1ª via: Distrito Sanitário Especial Indígena;
• 2ª via: representante/responsável da família do falecido, para ser u?lizada na
obtenção da Cer?dão de Óbito junto ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o
documento; e
• 3ª via: Unidade No?ficadora, para arquivar no prontuário do falecido.
(Portaria nº 116/2009)
ÓBITO POR SUICÍDO
• Nos casos de óbito por suicídio, como acontece nos casos de morte por causas
externas, a DO deverá ser emiKda pelo IML ou por médicos ou profissionais
invesKdos na função de perito legista eventual pela autoridade judicial ou policial
(Portaria GM/MS nº 116/2009, arKgo 19, inciso V).

• No entanto, em muitos casos, as terras indígenas localizam-se em áreas de di^cil


acesso ao IML e por questões étnico-culturais a família do(a) falecido(a) não
autoriza a autópsia.
ÓBITO POR SUICÍDIO

• Para as situações onde não houver IML ou profissionais peritos,


visando à agilidade no acesso à informação por parte do DSEI,
orienta-se que se preencha:
• Ficha Complementar de InvesKgação/NoKficação de TentaKvas e Óbitos por
Suicídio em Povos Indígenas (SESAI/MS)
• Ficha de InvesKgação de Óbito com Causa Mal Definida (IOCMD/SVS)
• Autópsia Verbal (SVS)
ÓBITO POR SUICÍDIO

• A uGlização da Ficha de InvesGgação de Óbito com Causa Mal


Definida – IOCMD/SVS visa facilitar o acesso à informação por parte
do DSEI, enquanto é finalizado o processo de invesGgação e avaliação
do óbito pelo Comitê de InvesGgação do Óbito do Estado.
FLUXO DE INFORMAÇÕES

• Uma via (primeira via, original) de cada instrumento, incluindo a via


da Autópsia Verbal, deverá ser encaminhada à sede do DSEI.

• A segunda via da Ficha de InvesGgação de Óbito por Causa Mal


Definida e a segunda via da Ficha Complementar da SESAI deverão ser
anexadas ao prontuário do paciente.
FLUXO DE INFORMAÇÕES

• As informações dos instrumentos deverão ser inseridas no módulo


demográfico do SIASI.

• A Ficha de InvesGgação de Óbito por Causa Mal Definida, bem como a


Autópsia Verbal, deverão ser encaminhadas ao Grupo Técnico Distrital
de InvesGgação de Óbito Indígena.
Fonte: SESAI (2019)
O QUE FAZER

1. Notificação e Comunicação ao DIASI.

2. Respeitar o processo de luto da família.

3. Investigar o óbito, conforme o fluxo da V.O. e preenchimento da ficha


complementar da SESAI.

4. EMSI + SM: escuta qualificada de familiares e amigos.


O QUE FAZER

5. Genograma do risco de suicídio.

6. IdenGficação de pessoas em risco.

7. PTS elaborado por SM + EMSI + família (se possível).

8. IdenGficação de pontos de suporte.


CÓDIGOS CID-10 DE MAIOR FREQUÊNCIA

• Autointoxicação: X60 a X69

• Enforcamento: X70

• Afogamento: X71

• Disparo de arma de fogo: X72 a X74

• Lesão por meio de objeto perfurocortante: X78

• Lesão por precipitação de lugar elevado: X80


CÓDIGOS CID-10 DE MAIOR FREQUÊNCIA

• Lesão por impacto de veículo a motor: X82

• Lesão por meios não especificados: X84

• As situações em que a intenção de provocar a própria morte não é clara, mas

suspeitada, também deverão ser registradas nos sistemas de informação. Este

registro é realizado pelos códigos Y10 a Y34.


REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Portaria nº 116, de 11 de fevereiro de 2009. Regulamenta a coleta


de dados, fluxo e periodicidade de envio das informações sobre óbitos e
nascidos vivos para os Sistemas de Informações em Saúde sob gestão da
Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/2009/prt0116_11_02_200
9.html>
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Inves+gação/No+ficação de


Tenta+vas e Óbitos por Suicídio em Povos Indígenas. Brasília:
Ministério da Saúde, 2019.
OBRIGADO
nilsonando@gmail.com
REGISTROS MÉDICOS
NILSON MASSAKAZU ANDO
FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE
Médicos de Família e Comunidade
ROTEIRO DE AULA

• Receituários Médicos

• Atestado Médico

• Comunicação de Acidente de Trabalho

• Declaração de óbito

• Estratégia e-SUS AB e Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC)


RECEITUÁRIOS MÉDICOS
Receita Simples:

• Validade por 30 dias


• Pode ser válido por até 6 meses de tratamento no
caso do registro na receita de uso con&nuo

Prescrição de anNmicrobianos:
• Duas vias
• Receita com validade de 10 dias.
RECEITUÁRIOS MÉDICOS
• Legislação: legível em letra clara, de forma e por extenso.

Dados essenciais:

• Cabeçalho: impresso onde se encontra o nome e endereço do profissional


ou da instituição, registro profissional e CPF (pode estar no carimbo).

• Superinscrição: nome do paciente, endereço e idade, quando pertinente. É


opcional a inscrição do símbolo “RX”, ou “uso interno” (enteral) / ”uso
externo” (parenteral).
RECEITUÁRIOS MÉDICOS

• Inscrição: nome do fármaco, forma farmacêutica e concentração.

• Subscrição: quantidade total a ser consumida (se medicamentos


controlados deve ser escrita também por extenso, entre parênteses).

• Adscrição: orientações do profissional para o paciente.

• Data e assinatura.
RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL OU C
• Validade: 30 dias em todo o território nacional.
• duas vias
• quanTdade permiTda: 05 ampolas para
injetáveis, e quanTdade correspondente a 60
dias de tratamento para outras formas
farmacêuTcas.
• Máximo: 3 (três) substâncias ou
medicamentos;
• Medicamentos: anTconvulsivantes,
anTdepressivos, anTmicrobianos, analgésicos
potentes (opióides).
RECEITUÁRIO DE CONTROLE AZUL OU B
• B1 (psicotrópicos): vale por 30
dias após a data da prescrição;
• B2 (psicotrópicos anorexígenos):
30 dias após prescrição; 30 dias
de tratamento;
• Apenas no Estado!
• Medicamentos: diazepam,
clonazepam, lorazepam, etc.
RECEITUÁRIO DE CONTROLE AMARELO OU A
• Tem 30 dias de validade após a
prescrição (todo território nacional)
• Mais utilizados por especialistas
focais.
• Uso para psicotrópicos e
entorpecentes (medicamentos de
alto poder de dependência)
• Medicamentos: morfina, fentanil,
midazolam, oxicodona,
metilfenidato (ritalina),
ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES

• Lembrar que, no Brasil, não é raro encontrar pacientes com dificuldade de


ler e compreender as receitas;

• Algumas unidades de saúde montam fluxos específicos em suas farmácias


(duas vias, renovação de prescrição, etc).

• A renovação de receitas é um fator importante a ser organizado no


processo de trabalho, visto que é um motivo muito frequente de consulta.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo III - Responsabilidade Profissional

• É VEDADO AO MÉDICO:

• Art. 11. Receitar, atestar ou emi`r laudos de forma secreta ou ilegível, sem
a devida iden`ficação de seu número de registro no Conselho Regional de
Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de
receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.
ATESTADO MÉDICO

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002

• Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo

seu fornecimento direito inalienável do paciente, não podendo

importar em qualquer majoração de honorários.


ATESTADO MÉDICO
RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002

• Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha

própria e/ou prontuário médico os dados dos exames e tratamentos

realizados, de maneira que possa atender às pesquisas de

informações dos médicos peritos das empresas ou dos órgãos

públicos da Previdência Social e da Justiça.


ATESTADO MÉDICO

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002

• Art. 5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o

diagnóstico codificado ou não quando por justa causa, exercício de

dever legal, solicitação do próprio paciente ou de seu representante

legal.
ATESTADO MÉDICO

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002

• Parágrafo único: No caso da solicitação de colocação de diagnósTco,

codificado ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu

representante legal, esta concordância deverá estar expressa no

atestado.
ATESTADO MÉDICO
• Tipos de Atestados Médico:
• 1. Atestado de Óbito (D.O)
• 2. Atestado por Doença (15 dias)
• 3. Atestado para Repouso à Gestante (120 dias)
• 4. Atestado por Acidente de Trabalho
• 5. Atestado para Fins de Interdição
• 6. Atestado de ApNdão Física
• 7. Atestado de Sanidade Física e Mental
CUIDADO COM
• 8. Atestado para Amamentação
ATESTADOS
• 9. Atestado de Comparecimento
RETROATIVOS
• 10. Atestado para Internações
COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO
CAT
Preenchimento da CAT: Comunicação de acidente de trabalho

• Emissão pela empresa, trabalhador ou médico

• Não necessita de afastamento do trabalho

• Caráter epidemiológico, social e trabalhista

• Estabilidade de 12 meses após retorno ao trabalho


COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO
CAT
• Até 15 dias à empregador

• > 15 dias à INSS


DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Capítulo X - Documentos Médicos

• É VEDADO AO MÉDICO:

• Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente ,


ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no
último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em
caso de necropsia e verificação médico legal.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Capítulo X - Documentos Médicos

• É VEDADO AO MÉDICO:

• Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando


assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Responsabilidade ÉTca e Jurídica do Médico:

• Preencher os dados de idenTficação com base em um documento da


pessoa falecida. Na ausência de documento, caberá, à autoridade
policial, proceder o reconhecimento do cadáver.

• Registrar os dados na DO, sempre, com letra legível e sem


abreviações ou rasuras.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico:

• Registrar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras


internacionais, anotando, preferencialmente, apenas um diagnóstico
por linha e o tempo aproximado entre o início da doença e a morte.

• Revisar se todos os campos estão preenchidos corretamente, antes


de assinar.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico:

O QUE NÃO SE DEVE FAZER:

• Assinar DO em branco.

• Preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar a


morte.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico:

O QUE NÃO SE DEVE FAZER:

• Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte como parada
cardíaca, parada cardiorrespiratória ou falência de múltiplos órgãos.

• Cobrar pela emissão da DO.


DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)
DECLARAÇÃO DE ÓBITO - EXEMPLOS
Paciente diabético, deu entrada no pronto socorro às 10h com história de
vômitos e sanguinolentos desde às 06 da manhã. Desde às 08h com tonturas
e desmaios. Ao exame físico, descorado +++/4+ e PA de 0 mmHg. A família
conta que paciente é portador de esquistossomose mansônica há 5 anos e
que 2 anos atrás esteve internado com vômitos de sangue e recebeu alta
com diagnóstico de varizes de esôfago, após exame endoscópico. Às 12h
apresentou parada cardiorrespiratória e teve óbito verificado pelo médico
plantonista, após o insucesso das manobras de reanimação.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO - EXEMPLOS
Paciente masculino 65 anos, hipertenso há 35 anos sem tratamento regular.
Há 2 anos iniciou quadro de dispneia aos esforços. Procurou atendimento,
sendo diagnos`cado cardiopa`a hipertensiva, iniciando tratamento. Há 2
meses iniciou quadro de Insuficiência Cardíaca Conges`va, e hoje, evoluiu
com quadro de Edema Agudo de Pulmão, falecendo após 5h. Há 2 meses
também foi diagnos`cado com neoplasia de próstata.
ESTRATÉGIA e-SUS AB

• Reestruturação dos sistemas de informação do SUS em busca de um


SUS eletrônico.

• Alimentam o Sistema de informação em Saúde para a Atenção Básica


(SISAB).
ESTRATÉGIA e-SUS AB
Objetivos:

• Registros individualizados.

• Integração de informações.

• Informatização das unidades.

• Redução do retrabalho na coleta de dados.

• Aprimoramento da gestão e da coordenação do cuidado.


ESTRATÉGIA e-SUS AB
COLETA DE DADOS SIMPLIFICADA (CDS)

IMPORTANTE:

Condição importante
para o pagamento da
bolsa!
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO CIDADÃO (PEC)
PREENCHIMENTO DO PRONTUÁRIO
SOAP: Forma de Registro utilizada na APS
Características e funções do prontuário:
• Obrigação médica.
• Deve estar Legível.
• Documento do paciente.
• Sob a guarda do serviço assistencial ou do Médico.
• Proteção legal da equipe.
• Melhora do cuidado do paciente.
• Data, hora, assinatura e registro profissional.
SOAP

Nessa parte se anotam as informações recolhidas na entrevista clínica sobre o motivo da


consulta ou o problema de saúde em questão.
Inclui as impressões subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela pessoa que
“Subjetivo” (S) está sendo cuidada.
Se tivermos como referencial o “método clínico centrado na pessoa” (MCCP), é nessa
seção que exploramos a “experiência da doença” ou a “experiência do problema”, vivida
pela própria pessoa, componente fundamental do MCCP.

Nessa parte se anotam os dados positivos (e negativos que se configurarem importantes)


“Objetivo” (O)
do exame físico e dos exames complementares, incluindo os laboratoriais disponíveis.
SOAP

Após a coleta e o registro organizado dos dados e informações subjetivas (S) e objetivas
(O), o profissional de saúde faz uma avaliação (A) mais precisa em relação ao problema,
“Avaliação”(A) queixa ou necessidade de saúde, definindo-o e denominando-o.
Nessa parte se poderá utilizar, se for o caso, algum sistema de classificação de problemas
clínicos, por exemplo, o CIAP.
A parte final da nota de evolução SOAP é o plano (P) de cuidados ou condutas que serão
tomados em relação ao problema ou necessidade avaliada.
De maneira geral, podem existir quatro tipos principais de planos:
1) Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as provas diagnósticas necessárias para
elucidação do problema, se for o caso;
2) Planos Terapêuticos: nos quais se registram as indicações terapêuticas planejadas para
“Plano” (P) a resolução ou manejo do problema da pessoa: medicamentos, dietas, mudanças de
hábitos, entre outras;
3) Planos de Seguimento: nos quais se expõem as estratégias de seguimento longitudinal
e continuado da pessoa e do problema em questão;
4) Planos de Educação em Saúde: nos quais se registram brevemente as informações e
orientações apresentadas e negociadas com a pessoa, em relação ao problema em
questão.
CASO 1
Mario Alberto, 42 anos, chega ao consultório solicitando um atestado
médico para poder receber a pensão de sua mãe, Dona Marta. Mario
informa que Dona Marta recentemente sofreu um AVC, estando, no
momento, restrita ao domicílio, apresentando dificuldades para ir até o
banco receber seu benefício.
CASO 2
Marlene, 28 anos, procura atendimento com seu filho, João Pedro de 8
anos, para solicitar um atestado médico que o autorize a realizar as
aulas de educação rsica na escola.
CASO 3
Kelly, gestante de 28 semanas, comparece a consulta de pré-natal
acompanhada do marido Joel. Ao final da consulta, Kelly solicita um
atestado médico para Joel, uma vez que ele faltou ao trabalho para
acompanhar o atendimento do pré-natal.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• MADRUGA, CMD; SOUZA, ESMS. Manual de orientações básicas para


prescrição médica. 2ed. rev. ampl. Brasília: CRM-PB/CFM, 2011.

• CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1658 de


19/12/2002. Normatiza a emissão de atestados médicos, e dá outras
providências. Disponível em:
<https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2002/1658>
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Registrar Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT. Disponível
em: <https://www.gov.br/pt-br/servicos/registrar-comunicacao-de-
acidente-de-trabalho-cat>.

• BRASIL. Ministério da Saúde. A declaração de óbito: documento


necessário e importante. 3 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Declaração de Óbito: manual de instruções


para preenchimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Estratégia e-SUS Atenção Primária. Disponível em:


<hvps://sisaps.saude.gov.br/esus/>.

• BRASIL. O que é Prontuário Eletrônico do Cidadão? Disponível em:


<hvps://aps.saude.gov.br/noTcia/2300>.
OBRIGADO
nilsonando@gmail.com
Aspectos Éticos e Legais da
Prática Médica
Nilson Massakazu Ando
Frederico Germano Lopes Cavalcante
Princípios da bioética e sua aplicação da
APS (aborto, violência contra criança,
mulher e idoso);
Código de Ética Médica;
Lei 12.871/2013;

EMENTA DA AULA Estatuto da criança e do adolescente,


Estatuto do idoso;
Organização da prática médica
(conselhos, sindicatos e sociedades
médicas);
Aspectos ético-legais do trabalho
multiprofissional;
Características do trabalho médico
• O Brasil contava, em janeiro de
2018, com 452.801 médicos, o
que corresponde à razão de 2,18
médicos por mil habitantes.
• Na mesma data o número de
registros de médicos nos Conselhos
Regionais de Medicina chegava a
491.468.
• A diferença de 38.667 entre o
número de médicos e o de registros
refere-se às inscrições secundárias
de profissionais registrados em
mais de um estado da federação.
Características do trabalho médico
A média da idade do conjunto dos
médicos em a0vidade no País é de
45,4 anos, com desvio-padrão
igual a 13,7. Essa média vem
caindo ao longo do tempo,
apontando para o juvenescimento
da Medicina no Brasil. A tendência
é resultado principalmente do
aumento da entrada de novos
médicos em função da abertura de
mais cursos de Medicina.
Características do trabalho médico
• O hospital é o local preferido de
trabalho de quase 80% dos recém-
formados, revelou o estudo,
enquanto 50% pretendem trabalhar
em consultório parVcular.
• O médico geralmente atua
concomitantemente em mais de
um local ou em diferentes
empregos.
• O interesse por trabalhar em
Unidades Básicas de Saúde e
Estratégia Saúde da Família varia
entre as regiões: é a preferência de
mais de um terço dos formados no
Nordeste e Norte, mas diminui no
Sudeste e Sul.
Características do trabalho médico
Principios da Bioética e sua aplicação na APS:
caso clínico
Rafaela tem 13 anos, estuda na Escola Municipal do bairro e é acompanhada
pela equipe da Unidade Básica de Saúde de Mangueirão. D. Márcia, mãe de Rafaela,
tem se queixado a Drª Gabriela que sua filha está muito quieta ultimamente, não quer
se alimentar e tem notado que a mesma tem perdido peso. No dia anterior, chorando
muito, confessou à mãe que teve sua primeira relação sexual há um mês, num
momento de intimidade com seu namorado da época, a contragosto, porque o
mesmo a forçou quando ela desistiu “no meio do caminho”. D. Márcia vem a
unidade em busca de orientação de como deve agir nessa situação.

a) Descreva como a equipe deve acolher a mãe e a paciente nessa situação:


b) Quais as medidas que devem ser tomadas, clínicas e de notificação?
Principios da Bioética e sua aplicação na APS:
caso clínico
Júlia é uma criança de 2 anos de idade que vive com sua mãe de 16 anos e
seu companheiro de 18 anos, ambos usuários de drogas e envolvidos com o tráfico
no bairro. Na última tentativa de visita de Cidinha, a ACS que acompanha a família, a
mesma identificou que Júlia estava com manchas roxas pelo corpo, em péssimo
estado de higiene e chorava muito aos pés da mãe, que no momento parecia
“transtornada” e sem paciência. Na frente de Cidinha empurrou a criança gritando
para se calar. Cidinha ao voltar para sua unidade, muito preocupada e sem saber o
que fazer, passa a situação para Drª Gabriela e para a Enfª Janaína.

Diante dos preceitos do ECA como deve agir a equipe nesse caso?
Estatuto da criança e do adolescente e Estatuto do
Idoso
Código de Ética Médica

Capítulo III - Responsabilidade Profissional


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 11. Receitar, atestar ou emi0r laudos de forma secreta ou ilegível,
sem a devida iden0ficação de seu número de registro no Conselho
Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco
folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros
documentos médicos.
Art. 14. Pra0car ou indicar atos médicos desnecessários ou
proibidos pela legislação vigente no País.
Código de Ética Médica

Capítulo IV - Direitos Humanos


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração,
desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob
qualquer pretexto.
Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir
livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua
autoridade para limitá-lo.
Código de Ética Médica

Capítulo V - Relação com Pacientes e Familiares


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame
direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e
impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo
imediatamente após cessar o impedimento.
Art. 38. Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados
profissionais.
Código de Ética Médica
Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre
método contracep0vo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação,
segurança, reversibilidade e risco de cada método.
Capítulo VII - Relação entre Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente,
determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia
ou de auditoria, salvo em situação de indiscuRvel beneScio para o
paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico
responsável.
Código de Ética Médica

Art. 65. Cobrar honorários de paciente assis0do em ins0tuição que se


des0na à prestação de serviços públicos, ou receber remuneração de
paciente como complemento de salário ou de honorários.
Capítulo IX - Sigilo Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do
exercício de sua profissão, salvo por mo0vo justo, dever legal ou
consen0mento, por escrito, do paciente.
Código de Ética Médica

Parágrafo único. Permanece essa proibição:


a)Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente
tenha falecido;
b)Quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o
médico comparecerá perante a autoridade e declarará seu
impedimento;
c)Na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de
revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal.
Código de Ética Médica
Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de
idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o
menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não
revelação possa acarretar dano ao paciente.
Art. 75. Fazer referência a casos clínicos iden0ficáveis, exibir pacientes
ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de
assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com
autorização do paciente.
Código de Ética Médica

Art. 76. Revelar informações confidenciais ob0das quando do exame


médico de trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de
empresas ou de ins0tuições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde
dos empregados ou da comunidade.
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 80. Expedir documento médico sem ter pra0cado ato profissional
que o jus0fique, que seja tendencioso ou que não corresponda à
verdade.
Código de Ética Médica
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou
quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no úl0mo
caso, se o fizer como plantonista, médico subs0tuto ou em caso de
necropsia e verificação médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando
assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
Código de Ética Médica
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por
pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua
responsabilidade.
Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu
representante legal quando aquele for encaminhado ou transferido
para continuação do tratamento ou em caso de solicitação de alta.
Código de Ética Médica
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.
§ 1º O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa
condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem
cronológica com data, hora, assinatura e número de registro do médico
no Conselho Regional de Medicina.
§ 2º O prontuário estará sob a guarda do médico ou da ins0tuição que
assiste o paciente.
Código de Ética Médica
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer
cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações
necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao
próprio paciente ou a terceiros.
Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando
autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou
para a sua própria defesa.
Código de Ética Médica: Transcrição de receita
médica

"O art. 37 do CEM é bastante enfático ao proibir a prescrição de


tratamentos ou outros procedimentos sem exame direto do paciente
(anamnese + exame físico).
• Em casos excepcionais, por exemplo, de medicações de uso
prolongado ou anticonvulsivantes, o médico poderá prescrever como
continuidade, ou seja, outro especialista fez uma prescrição anterior".
Código de Ética Médica
Lei 5.991/73. Capítulo VI. Do Receituário
• Art. 43. O registro do receituário e dos medicamentos sob regime de
controle sanitário especial não poderá conter rasuras, emendas ou
irregularidades que possam prejudicar a verificação da sua
autenticidade.
• Carimbo, não há exigência legal, mas na prática não é aceita sem
carimbo.
Algumas questões importantes e
frequentes nas nossas ESF...
1.Lembrar que no Brasil não vai ser raro encontrar pacientes com
dificuldades em ler e em compreender as receitas;
2.Algumas Unidades montam fluxos específicos em suas farmácias
(sempre em duas vias, renovação de prescrição conRnua, prescrição de
enfermagem...);
3.A renovação de receitas é um fator importante a ser organizado no
processo de trabalho visto que é um mo0vo muito frequente de
consulta;
4.Muito raramente você encontrará um farmacêu0co trabalhando na
sua Unidade de Saúde e a dispensação/acesso aos medicamentos em
muitas equipes fica prejudicada pela ausência desse profissional.
Código de Ética Médica
Capítulo III - Responsabilidade Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 11. Receitar, atestar ou emiVr laudos de forma
secreta ou ilegível, sem a devida idenVficação de
seu
número de registro no Conselho Regional de
Medicina
da sua jurisdição, bem como assinar em branco
folhas
de receituários, atestados, laudos ou quaisquer
outros
documentos médicos.
Atestado Médico
RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658/2002:
Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu
fornecimento direito inalienável do paciente, não podendo importar em qualquer
majoração de honorários.
Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou
prontuário médico os dados dos exames e tratamentos realizados, de maneira que
possa atender às pesquisas de informações dos médicos peritos das empresas ou
dos órgãos públicos da Previdência Social e da Jus[ça.
Art. 5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o diagnós[co
codificado ou não quando por justa causa, exercício de dever legal, solicitação do
próprio paciente ou de seu representante legal.
Parágrafo único No caso da solicitação de colocação de diagnós[co, codificado
ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu representante legal, esta
concordância deverá estar expressa no atestado.
Atestado Médico
CUIDADO COM
• Tipos de Atestados ATESTADOS RETROATIVOS!!!
1.Atestado de Óbito (D.O)
2.Atestado por Doença (15 dias)
3.Atestado para Repouso à Gestante (120 dias)
4.Atestado por Acidente de Trabalho
5.Atestado para Fins de Interdição
6.Atestado de Aptidão Física
7.Atestado de Sanidade Física e Mental
8.Atestado para Amamentação
9.Atestado de Comparecimento
10.Atestado para Internações
DECLARAÇÃO DE ÓBITO
Situação clínica
Sílvia é médica do PMM na cidade de Currais Lindos. Durante seu
descanso no fim de semana (estava fora da cidade) a secretária
municipal de Currais Lindos entra em contato com a mesma porque S.
Severino, 98 anos, paciente acompanhado pela equipe de Dra. Sílvia e
por ela há mais de 2 anos, morreu em casa (sua filha o encontrou sem
vida ao amanhecer). A secretária de saúde exige que a médica emita a
DO de qualquer jeito porque não existe outro médico acessível naquele
momento.
Se você fosse Drª Sílvia, como agiria frente a essa situação.
O médico tem responsabilidade
ética e jurídica pelo
preenchimento e pela
assinatura da DO, assim como
pelas informações registradas
em todos os campos deste
documento. Deve, portanto,
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ p
df/2015/agosto/14/Declaracao-de-Obito- revisar o documento antes de
WEB.pdf assiná-lo.
Tipos de óbito

• Causa Natural: doença ou condição


• Causa Externa / Morte não natural:
• Violência ou suspeita de violência;
• Homicídio;
• Acidente.
Quem deve emitir: causa natural
Quem deve emitir: causa externa
Declaração de Óbito (D.O)
Capítulo X - Documentos Médicos

É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou
quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no úl0mo
caso, se o fizer como plantonista, médico subs0tuto ou em caso de
necropsia e verificação médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando
assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
Declaração de Óbito (D.O)
Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico (O MÉDICO DEVE):

1.Preencher os dados de identificação com base em um documento da pessoa


falecida. Na ausência de documento, caberá, à autoridade policial, proceder o
reconhecimento do cadáver.
2. Registrar os dados na DO, sempre, com letra legível e sem abreviações ou
rasuras.
3.Registrar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras internacionais,
anotando, preferencialmente, apenas um diagnóstico por linha e o tempo
aproximado entre o início da doença e a morte.
4. Revisar se todos os campos estão preenchidos corretamente, antes de assinar.
Declaração de Óbito (D.O)
Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico
O QUE NÃO SE DEVE FAZER:
1. Assinar DO em branco.
2. Preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar a morte.
3.Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte como parada cardíaca,
parada cardio-respiratória ou falência de múltiplos órgãos.
4. Cobrar pela emissão da DO.
Quando emitir
• 1. Em todos os óbitos (naturais ou violentos).
• 2. Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento,
independentemente da duração da gestação, do peso do recém-
nascido e do tempo que tenha permanecido vivo.
• 3. No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20
semanas, ou o feto com peso igual ou superior a 500 gramas, ou
estatura igual ou superior a 25 cenRmetros.
Quando não emitir

Óbito fetal, com gestação de menos de 20 semanas, ou peso menor


que 500 gramas (ABORTO), ou estatura menor que 25 cenRmetros.
Óbito, quando declarar ?

sim sim sim médico assistente


foi causa a causa está bem
foi assistido? ou substituto
natural? definida?
fornece

não não não

Causa Externa:
encaminhar ao
Serviço de Verificação de Óbito
IML
Regulamentação Específica - PMMB

Os médicos do Programa Mais Médicos são regulamentados


por legislação específica (Lei 12.871, de 22 de outubro de
2013)
Lei 12.871, de 22 de outubro de 2013
Art. 16. O médico intercambista exercerá a Medicina exclusivamente no âmbito das
a[vidades de ensino, pesquisa e extensão do Projeto Mais Médicos para o Brasil,
dispensada, para tal fim, nos 3 (três) primeiros anos de par[cipação, a revalidação
de seu diploma nos termos do § 2o do art. 48 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996.
•§ 2º A par[cipação do médico intercambista no Projeto Mais Médicos para o
Brasil, atestada pela coordenação do Projeto, é condição necessária e suficiente
para o exercício da Medicina no âmbito do Projeto Mais Médicos para o Brasil, não
sendo aplicável o art. 17 da Lei no 3.268, de 30 de setembro de 1957.
Lei 12.871, de 22 de outubro de 2013
•§ 3º O Ministério da Saúde emi[rá número de registro único para cada médico
intercambista par[cipante do Projeto Mais Médicos para o Brasil e a respec[va
carteira de iden[ficação, que o habilitará para o exercício da Medicina nos termos
do § 2o.
•§ 4º A coordenação do Projeto comunicará ao Conselho Regional de Medicina
(CRM) que jurisdicionar na área de atuação a relação de médicos intercambistas
par[cipantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil e os respec[vos números de
registro único.
•§ 5º O médico intercambista estará sujeito à fiscalização pelo CRM.
Organização da Profissão
Organizações:

•Conselhos;

•Sindicatos;

•Associações:
As sociedades de especialistas
As associações médicas
Aspectos ético legais da prática
multiproUssional
• O trabalho em equipe é um dos pilares do trabalho na ESF e na APS dia.
Não existe um código de ética multiprofissional e invariavelmente ocorre
conflitos pelas diferentes visões de cada profissão e de cada profissional
diante de dilemas éticos
Dalla MDB, Lopes JMC. Ética na Atenção Primária à Saúde. In Tratado de medicina de Família e Comunidade, 2012
• Características do trabalho em equipe: cooperação, colaboração e divisão
de responsabilidades.
• No trabalho em equipe, os resultados obtidos são maiores do que a soma
dos resultados individuais, aumentando a eficácia e a eficiência do
atendimento prestado à população.

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho multiprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
Aspectos ético legais da prática
multiproUssional
"Então, um trabalho de equipe é você fazer as suas a0vidades, mas
estar sempre consultando e interagindo com os outros profissionais
para o bem-estar da comunidade, da população". (den0sta)

"Para trabalhar em equipe é necessário ter um obje0vo comum, estar


disposto a fazer sua parte bem-feita em prol desse obje0vo, e um
pouco de humildade para reconhecer que você não sabe tudo, que
não vai resolver tudo sozinho, gostar de colaborar". (médica)

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho multiprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
Aspectos ético legais da prática
multiproUssional
• "Eu acho que eles veem meu trabalho na boa. Eventualmente a gente
discute, a gente diverge de alguma coisa, mas aceito as críticas, aceito as
sugestões, e a gente sempre chega a um acordo". (médica)
• "Pelo menos eu já deixei eles bem à vontade para falar sobre isso. Em
reuniões de equipe eu falo: gente, se tiver alguma coisa que, assim, eu
esteja fazendo, a maneira de eu trabalhar não tiver legal para vocês, não
tiver interagindo com vocês, vocês podem falar. A gente pode sentar,
discutir e ver como a gente pode resolver isso". (auxiliar de consultório
dentário)

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho multiprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
Aspectos ético legais da prática
multiproUssional
"O meu contato maior realmente é com a enfermeira. A gente divide bastante as livres demandas. Ela,
às vezes, absorve, ela atende, me chama e fazemos interconsulta. Oriento, prescrevo e quando tem um
caso que ela pode resolver ela resolve […]. A gente divide o pré-natal. Cada mês é com uma, sendo que
no final eu fico atendendo. A gente divide a puericultura, cada uma alterna as consultas". (médica)

"Se Hver alguma necessidade que eu venha precisar do médico estar avaliando, eu faço uma interconsulta
com a minha médica. A gente trabalha muito bem assim nesta parceria de interconsulta. Porque ela não
tem como absorver todas essas famílias. Se você for contar por baixo são quatro mil e quinhentas
famílias. Eu acredito que tenha muito mais. Hoje eu tento abrir minha agenda para algumas crianças, que
seria mais o caso de pediatria, mas eu estou atendendo, solicito os exames, faço interconsulta com a
médica para todos terem direito e acesso à saúde". (enfermeira)

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho mulIprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
BIBLIOGRAFIA

1.Código de éBca médica: resolução CFM nº 1.931, de 17 de


setembro de 2009 (versão de bolso) / Conselho Federal de Medicina –
Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2010.
2. Brasil. Ministério da Saúde. A declaração de óbito: documento
necessário e importante / Ministério da Saúde, Conselho Federal de
Medicina, Centro Brasileiro de Classificação de Doenças. – 3. ed. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
3.Atestado de óbito: aspectos médicos, estaLsBcos, éBcos e
jurídicos. / Coordenação de Ruy Lauren0 e Maria Helena P. de Mello
Jorge. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo, 2015.
BIBLIOGRAFIA

4.Dalla MDB, Lopes JMC. ÉBca na Atenção Primária à Saúde. In


Tratado de medicina de Família e Comunidade, 2012.
5. Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho mulBprofissional na
academia de saúde: estudo sobre as formas de trabalho. Interface
(Botucatu) 2013
Obrigado!
TERAPÊUTICA
MEDICAMENTOSA DOS
PRINCIPAIS GRUPOS
DE MEDICAMENTOS
Nilson Massakazu Ando
Frederico Germano Lopes Cavalcante
1. Marcos legais da assistência
farmacêutica do SUS
2. Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais
3. A RENAME e seus componentes
EMENTA DA AULA 4. Componente Básico da RENAME
5. Componente Estratégico da
RENAME
6. Componente Especializado da
RENAME
A assistência farmacêutica no SUS
Política Nacional de Medicamentos (Portaria GM/MS n.º 3.916, de 30 de
outubro de 1998)

“O Ministério da Saúde estabelecerá mecanismos que permitam a


contínua atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(Rename), imprescindível instrumento de ação do SUS, na medida em
que contempla um elenco de produtos necessários ao tratamento e
controle da maioria das patologias prevalentes no País.”
A assistência farmacêutica no SUS
Política Nacional de Assistência Farmacêutica (Resolução do Conselho
Nacional de Saúde n.º 338, de 6 de maio de 2004)

Corrobora a “utilização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais


(Rename), atualizada periodicamente como instrumento racionalizador
das ações no âmbito da Assistência Farmacêutica”.
RENAME Decreto No. 7508 de 28 de junho
de 2011:

“a Rename compreende a seleção


RELAÇÃO e a padronização de medicamentos
indicados para atendimento de
NACIONAL DE doenças ou de agravos no âmbito
do SUS”
MEDICAMENTOS “a cada dois anos, o Ministério da
Saúde consolidará e publicará as
atualizações da Rename”
RENAME 2022
1. Relação Nacional de Medicamentos
do Componente Básico da
Assistência Farmacêutica.
2. Relação Nacional de Medicamentos
do Componente Estratégico da
Assistência Farmacêutica.
3. Relação Nacional de Medicamentos
do Componente Especializado da
Assistência Farmacêutica.
4. Relação Nacional de Insumos.
5. Relação Nacional de Medicamentos
de Uso Hospitalar.
Portaria GM/MS n.º 3.435, de 8 de dezembro de 2021
Componente Básico da RENAME

• Possuem financiamento tripartite: União, estados e municípios


transferem os recursos e as secretarias municipais de saúde ficam
responsáveis pela compra e distribuição desses medicamentos.

Os medicamentos desse componente são voltados para os principais


agravos e programas de saúde da Atenção Básica.
Componente Estratégico da RENAME

• São adquiridos exclusivamente pelo Ministério da Saúde, que repassa


aos estados e estes aos municípios
• Foco no tratamento de condições endêmicas, potencialmente graves
ou doenças infecciosas relacionadas à vulnerabilidade social:
tuberculose, hanseníase, malária, leishmanioses, doença de Chagas,
meningites, esquistossomose, filariose, etc
As vacinas fazem parte do componente estratégico
Componente Especializado da RENAME
• São medicamentos que estão contemplados nos Protocolos Clínicos
de Diretrizes Terapêuticas (PCDT)
• Foco no tratamento de condições crônicas de maior complexidade ou
custo de tratamento
Financiamento dividido por grupos
Grupo 1: MS
Grupo 2: Estados
Grupo 3: Municípios
Relação nacional de Insumos e relação
nacional de medicamentos de uso hospitalar

• Insumos: contempla produtos para a área de saúde, relacionados aos


programas do Ministério. Ex: preservativos, DIU, seringas, etc
• Medicamentos de uso hospitalar: descritos em tabelas específicas
acessadas pelo SIGTAP, financiados no âmbito da média e da alta
complexidade
COMPONENTE BÁSICO DA
RENAME
Grupos farmacológicos mais comuns
Trato Alimentar e Metabolismo
• Omeprazol – comp 10 e 20mg
• Lactulose – xarope 667 mg/ml
• Ondasetrona – comp. 4 e 8mg
• Metoclopramida – comp. 10mg e sol. Oral 4mg/ml
• Sais de reidratação oral
• Hidróxido de alumínio
• Nistatina susp. oral
Trato Alimentar e Metabolismo
• Metformina – comprimido 500 e 850 mg
• Glibenclamida – comprimido 5 mg
• Gliclazida – comp. de liberação prolongada de 30 e 60 mg
Trato Alimentar e Metabolismo
• insulina humana NPH – 100 Unidades internacionais
• insulina humana regular – 100 Unidades internacionais
Trato Alimentar e Metabolismo
• Carbonato de cálcio: 500 mg de cálcio
• Carbonato de cálcio + colecalciferol: comp. 500 + 200UI, 500 + 400UI,
600+400UI
• Piridoxina – comp. 40mg
• Tiamina – comp. 300mg
• Retinol (palmitato) – sol. Oral 150000 UI/ml
Sangue e órgãos hematopoéticos
• AAS 100mg
• Ácido fólico – comp. 5mg e sol oral
• Sulfato ferroso – comp. 40mg Fe elementar, xarope 5mg/ml, sol oral
25mg/ml
• Ringer lactato
• SF 0,9%
Aparelho cardiovascular
• Anlodipino – 5 e 10mg
• Atenolol – 50 e 100mg
• Captopril – 25mg
• Carvedilol – 3,125mg a 25mg
• Hidralazina
• Propranolol
• Digoxina
• Isossorbida (mono e dinitrato)
Aparelho cardiovascular
• Espironolactona 25 e 100mg
• Hidroclorotiazida 12,5 e 25mg
• Enalapril 5, 10 e 20mg
• Losartana 50mg
• Sinvastatina 10, 20, 40mg
• Metoprolol
Medicamentos dermatológicos
• Hidrocortisona creme
• Aciclovir creme
• Cetoconazol xampu
• Dexametasona creme
• Miconazol creme
• Sulfadiazina de prata
Aparelho geniturinário e hormônios sexuais
• enantato de noretisterona + valerato de estradiol 50 mg/mL + 5 mg/mL
(injetável mensal)
• Estriol 1 mg/g creme vaginal
• etinilestradiol + levonorgestrel 0,03 mg + 0,15 mg (ACO combinado)
• Levonorgestrel 0,75 mg e 1,5 mg
• Metronidazol gel vaginal
• Miconazol creme vaginal
• Noretosterona 0,35 mg (ACO progestageno)
Preparações hormonais sistêmicas
• Dexametasona comp 4 mg
• Prednisolona sol oral 1 e 3 mg/ml
• Levotiroxina comp 12,5 a 100 mcg
• Prednisona 5 e 20mg
Anti-infecciosos para uso sistêmico
• Amoxicilina
• Amoxicilina + clavulanato
• Penicilina Benzatina
• Cefalexina
• Ceftriaxona
• Ciprofloxacino
• Clartitromicina
• Azitromicina
Anti-infecciosos para uso sistêmico
• Fluconazol
• Metronidazol
• Nitrofurantoina
• Sulfametoxazol/trimetoprim
Sistema musculoesquelético
• Alendronato de sódio 10mg e 70mg
• Alopurinol 100mg e 300mg
• Ibuprofeno 200mg, 300mg e 600mg e suspensão
Sistema nervoso
• Ácido valproico
• Carbamazepina
• Carbonato de lítio
• Clonazepam
• Cloridrato de amitriptilina
• Cloridrato de fluoxetina
• Diazepam
Sistema nervoso
• Fenobarbital
• Haloperidol
• Leodopa + carbidopa
Produtos antiparasitários, inseticidas e repelentes

• Albendazol
• Benzoilmetronidazol
• Ivermectina
• Permetrina
Aparelho Respiratório
• Brometo de ipratrópio
• Budesonida 32 mcg
• Cloreto de sódio (0,9%) – solução nasal
• Cloridrato de prometazina
• Loratadina
• Maleato de dexclorfeniramina
• Sulfato de salbutamol
Categoria “Fitoterápicos”
• Guaco xarope
• Isoflavona de soja
• Unha de gato
• Alcachofra
• Plantago
COMPONENTE ESTRATÉGICO
DA RENAME
Alguns fármacos que prescrevemos em APS mas
que são do componente estratégico ou de ambos
• Albendazol
• Penicilina Benzatina
• Claritromicina
• Azitromicina
• Oseltamivir
• Itraconazol
• Prednisona
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Relação Nacional de Medicamentos


Essenciais: Rename 2020. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_r
ename_2020.pdf>.
EDUCAÇÃO PERMANENTE
NO PMMB
NILSON MASSAKAZU ANDO
FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE
Médicos de Família e Comunidade
ROTEIRO DA AULA
• Educação Permanente em Saúde e a Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde.

• Ofertas Educacionais para o PMMB

• Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes

• Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção Básica


• UNA-SUS

• AVASUS

• Supervisão Acadêmica do PMMB


• Portal Saúde Baseada em Evidência
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

• A denominação Educação Permanente em Saúde surge em meados


da década de 1980.

• Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Organização


Pan Americana de Saúde (OPAS).

• A OPAS cria uma diferenciação entre os termos educação permanente


e educação continuada, considerando a última mais reducionista.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
• Na ConsItuição Federal (ArIgo 200):

“ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos


termos da lei, ordenar a formação de recursos humanos na área da
saúde”.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
• Na Reforma Sanitária Brasileira:
• A formação profissional passou a ser reconhecida como fator
essencial para o processo de consolidação.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
• A Secretaria de Gestão de Trabalho e da Educação em Saúde
(SGTES/2003) assumiu a responsabilidade de formular políticas
orientadoras da gestão, formação, qualificação e regulação dos
trabalhadores da saúde no Brasil.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE
• A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) deve
considerar as especificidades regionais, a superação das desigualdades
regionais, as necessidades de formação e desenvolvimento para o trabalho
em saúde e a capacidade já instalada de oferta institucional de ações
formais de educação na saúde.
(Portaria 1.996/2007)
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE
• A implantação desta PolíIca, implica em trabalho arIculado entre o
sistema de saúde (em suas várias esferas de gestão) e as insItuições
de ensino.

• A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o


aprender e o ensinar se incorporam ao quoIdiano das organizações e
ao trabalho.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE
• A PNEPS rompe com o conceito de sistema verticalizado para
trabalhar com a ideia de rede, de um conjunto articulado de serviços
básicos, ambulatórios de especialidades e hospitais gerais e
especializados, assegurando adequado acolhimento e
responsabilização pelos problemas de saúde das pessoas e das
populações.
OFERTAS EDUCACIONAIS PARA O PMMB
Portaria Interministerial 1.369 de 08 de julho de 2013

• O Projeto Mais Médicos para o Brasil, tem a finalidade de aperfeiçoar


médicos na atenção básica em saúde, em regiões prioritárias para o SUS,
mediante oferta de curso de especialização por instituição pública de
educação superior e atividades de ensino, pesquisa e extensão, que terá
componente assistencial mediante integração ensino-serviço.
OFERTAS EDUCACIONAIS PARA O PMMB
Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013

• Institui o Programa Mais Médicos com a finalidade de formar recursos


humanos na área médica para o SUS.
OFERTAS EDUCACIONAIS PARA O PMMB

• Carga horária semanal desInada para estudo: 08 horas

• AIvidades acadêmicas:

• Curso de Especialização em Saúde da Família.


• Curso de Especialização em Saúde Indígena (DSEI).
• Eixo Aperfeiçoamento e Extensão - 2º ciclo formaIvo.
PROGRAMA
NACIONAL TELESSAÚDE BRASIL REDES
• Possibilita o fortalecimento e a melhoria da qualidade do atendimento da
Atenção Básica no SUS, integrando Educação Permanente em Saúde (EPS) e
apoio assistencial por meio de ferramentas e tecnologias da informação e
comunicação (TIC).

• É constituído por Núcleos Estaduais, Intermunicipais e Regional, que


desenvolvem e ofertam serviços específicos para profissionais e
trabalhados do SUS.
TELECONSULTORIA
• Esclarecimento de dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e
questões relativas ao processo de trabalho no formato de pergunta e
resposta entre profissionais de saúde.

• Funciona de duas maneiras: síncrona - realizada em tempo real,


geralmente por chat, webconferência, videoconferência ou serviço
telefônico; assíncrona - realizada por meio de mensagens offline que
devem ser respondidas em até 72 h.
SEGUNDA OPINIÃO FORMATIVA

• Resposta sistematizada, construída com base em revisão bibliográfica,


evidências científicas e clínicas a perguntas originadas das
teleconsultorias.

• As melhores teleconsultorias são selecionadas a partir de critérios de


relevância e pertinência em relação às diretrizes do SUS e publicadas
no Portal BVSAPS (http://aps.bvs.br).
TELE-EDUCAÇÃO

• AIvidades educacionais à distância por meio de tecnologias de


informação e comunicação para apoiar a qualificação de estudantes,
profissionais e trabalhadores da área da saúde.
OFERTA NACIONAL DE TELEDIAGNÓSTICO
• Ampliação da oferta de Telediagnóstico no país, possibilitando a
realização de exames com emissão de laudo a distância, diminuindo
custos com deslocamento de pacientes, aumentando a resolubilidade
da Atenção Básica e, ainda, aumentando a oferta em especialidades.
https://aps.bvs.br/rede-de-colaboradores/
Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção
Primária à Saúde (BVS APS)

• Prover amplo acesso ao conhecimento científico e técnico atualizado,


relevante e aplicável para APS no âmbito do SUS, para apoiar as
atividades de teleconsultoria, telediagnóstico e tele-educação
realizadas no âmbito do Programa Nacional de Telessaúde Brasil
Redes.
Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção
Primária à Saúde (BVS APS)

• Ampliar a visibilidade da coleção de Segunda Opinião Formativa (SOF)


e promover o seu acesso e uso para além do Programa Nacional
Telessaúde Brasil Redes.
hgp://aps.bvs.br
Sistema Universidade Aberta do SUS
(UNA-SUS)
• O Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) foi criado em 2010
para atender às necessidades de capacitação e educação permanente
dos profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).
https://www.unasus.gov.br/
Sistema Universidade Aberta do SUS
(UNA-SUS)
• Além da Rede UNA-SUS, o Sistema é composto pelo Acervo de
Recursos Educacionais em Saúde (ARES), repositório digital público,
no qual são disponibilizados materiais, tecnologias e experiências
educacionais de livre acesso pela internet.

• Considerado hoje o maior acervo digital em saúde da América Latina.


https://ares.unasus.gov.br/acervo/
Sistema Universidade Aberta do SUS
(UNA-SUS)
• Outro componente do Sistema é a Plataforma Arouca, um banco de
dados nacional do SUS, sob responsabilidade da UNA-SUS/Fiocruz,
que concentra todos os dados dos cursos e suas ofertas.

• Além disso, é um sistema de informação que concentra o histórico


educacional e profissional daqueles que atuam na área da saúde,
funcionando como um cadastro único do profissional no UNA-SUS.
https://www.unasus.gov.br/cursos/plataforma_arouca
AVASUS
• O AVASUS é o ambiente virtual de aprendizagem do Sistema Único de
Saúde, uma plataforma desenvolvida pelo Ministério da Saúde, em
parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

• Tem o objetivo de promover a educação para a saúde.


AVASUS

• Oferece cursos online gratuitos livres e abertos à comunidade, com


foco na qualificação de enfermeiros, médicos, agentes comunitários,
auxiliares de enfermagem entre outros profissionais que trabalham
no SUS.
https://avasus.ufrn.br/
SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB

• É um dos eixos educacionais do PMMB, responsável pelo


fortalecimento da políIca de educação permanente por meio da
integração ensino-serviço no componente assistencial da formação
dos médicos parIcipantes do Projeto.
SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB
Objetiva o fortalecimento:

• Da educação permanente em saúde.

• Da integração ensino-serviço.

• Da atenção básica.

• Da formação de profissionais nas redes de atenção à saúde.

• Da articulação dos eixos educacionais do PMMB.


SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB

Integram a Supervisão Acadêmica do PMMB:

• O médico participante

• O supervisor acadêmico

• O tutor acadêmico
SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB

Espaços de Educação Permanente (EP) na Supervisão Acadêmica do PMMB

• Encontro Locorregional.

• Supervisão In Loco.

• Supervisão Longitudinal.

• Encontro de EP para a qualificação da Supervisão Acadêmica.


Portal Saúde Baseada em Evidências

• O Ministério da Saúde, em parceria com a OPAS/OMS, oferta a todos


os profissionais de saúde do Brasil, bases de dados cienmficas para
auxiliá-los na tomada de decisão clínica e de gestão.
Portal Saúde Baseada em Evidências

• Possui um METABUSCADOR, que possibilita a busca rápida da


informação em todas as bases de conhecimento, hoje hospedadas no
Portal SBE.

• Uma estratégia que possibilita o acesso às publicações científicas,


categorizadas por Evidências Clínicas, Artigos Científicos e
Ferramentas.
https://psbe.ufrn.br/
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília:
Ministério da Saúde, 2018.

• BRASIL. Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes. Disponível em:


<https://aps.bvs.br/programa-nacional-telessaude-brasil-redes/>.

• BRASIL. BVS Atenção Primária em Saúde. Disponível em:


<https://aps.bvs.br/>
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. UNASUS. Disponível em: <https://www.unasus.gov.br/>.

• BRASIL. AVASUS. Disponível em: <https://avasus.ufrn.br/>.

• BRASIL. Supervisão Acadêmica. Disponível em: <https://www.gov.br/mec/pt-


br/acesso-a-informacao/institucional/secretarias/secretaria-de-educacao-
superior/supervisaoacademica>.

• BRASIL. Portal Saúde Baseada em Evidências. Disponível em:


<https://psbe.ufrn.br/>.
OBRIGADO
nilsonando@gmail.com
SAÚDE DA MULHER
NILSON MASSAKAZU ANDO
FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE
Médicos de Família e Comunidade
ROTEIRO DE AULA
• Planejamento familiar e reprodutivo.

• Atenção à saúde da gestante.

• Atendimento pré-natal.

• Intercorrências na gestação.

• Aspectos legais e direitos na gestação.

• Combate a violência contra a mulher.

• Prevenção do câncer ginecológico.


PLANEJAMENTO FAMILIAR E
REPRODUTIVO
PRINCÍPIOS GERAIS
• Fortalecimento dos direitos sexuais e reprodutivos.

• Ações educativas preventivas e clínicas que incluam e valorizem a


participação do homem.

• Garantia de direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole


pela mulher, pelo homem ou pelo casal (Lei 9263 de 12/01/1996).

• Garantia de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas


disponíveis para a regulação da fecundidade (Lei 9263 de 12/01/1996).
SAÚDE REPRODUTIVA

• Implica que a pessoa possa “ter uma vida sexual segura e sa4sfatória,
tendo autonomia para se reproduzir e a liberdade de decidir sobre
quando e quantas vezes deve fazê-lo.

• Devem, portanto, ser ofertados a homens e mulheres adultos, jovens


e adolescentes, informação, acesso e escolha a métodos eficientes,
seguros, permissíveis e aceitáveis.
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO

• Designa um conjunto de ações de regulação da fecundidade, as quais


podem auxiliar as pessoas a prever e controlar a geração e o
nascimento de filhos, e englobam adultos, jovens e adolescentes,
com vida sexual, com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e
aquelas que se preparam para iniciar sua vida sexual.
ABORDAGEM
ORIENTAÇÃO EM SAÚDE
MÉTODOS DISPONÍVEIS NO SUS
ÍNDICE DE FALHA
CRITÉRIO DE ESCOLHA
CRITÉRIO DE ESCOLHA
CRITÉRIO DE ESCOLHA
CRITÉRIO DE
ESCOLHA
CRITÉRIO DE
ESCOLHA
ACO Combinado AC Injetável
ACO Minipílula
AC Emergência

ATENÇÃO!!
• Caso haja vômitos na primeira hora, repetir a dose.

• Usar de preferência nas primeiras 72h.

• Limite de uso: 5 dias.


Indicação de PreservaRvo

SEMPRE
• União Estável
• Único Parceiro
• Idosos
• Múltiplos parceiros
• ...
MÉTODOS DEFINITIVOS
ATENÇÃO A SAÚDE DA
GESTANTE
MORTALIDADE MATERNA
MORTALIDADE MATERNA
REDE CEGONHA

Linha de Cuidados que assegura:

• Às mulheres, direito
• ao planejamento reprodutivo
• a atenção humanizada na gravidez, parto, abortamento e puerpério

• Às crianças, direito
• ao nascimento seguro
• crescimento e desenvolvimento saudáveis
ATENDIMENTO DA GESTANTE

• Acolhimento

• Captação Precoce

• Organização dos atendimentos

• Pré-Natal
ATENDIMENTO DA GESTANTE

• Rodas de Gestantes

• Puerpério

• Papel da Equipe de Saúde

• Atendimento da gestante
ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO

• Dia do Pré-Natal
• Importância de agenda flexível

• Orientações sobre consulta de urgência


• Livre acesso à UBS e SAMU

• Encaminhamentos Distribuição semanal de consultas,


• Outros locais da RAS de preferência, em dias e horários
variados
• Interface com Maternidade
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL
PRIMEIROS PASSOS

• Confirmação do diagnóstico de gravidez

• Cadastramento no SISPRENATAL

• Registro dos dados no prontuário e no cartão da gestante

• Classificação de risco gestacional

• Vinculação com a maternidade de referência (se possível)


PARTO HUMANIZADO

• Movimento que visa reposicionar a mulher como protagonista no


momento do parto.

• Construção compartilhada do plano de parto.

• Direito a presença de acompanhante.


PARTO HUMANIZADO

• Crítica a procedimentos invasivos e sem, ou com pouca evidência


científica:
• Episiotomia

• Kristeller

• Vitamina K no recém nascido

• Aspiração no recém nascido


FATORES DE RISCO
Permitem acompanhamento na Exigem acompanhamento
APS compar:lhado
• Diabetes
• Idade < 15 ou > 35 anos • Anemia falciforme
• Situação familiar insegura • Antecedente de TVP
• Não aceitação da gravidez • Anemia grave (hemoglobina < 8)
• Múltliplas cesáreas • Polidramnia
• Infecção urinária • Oligodramnia
• Anemia leve a moderada • Síndromes hipertensivas
CONSULTAS
• Mínimo Recomendado

• 6 consultas • Mensais até a 28ª semana


• 1 no primeiro trimestre • Quinzenais da 28ª a 36ª semana
• 2 no segundo trimestre • Semanais da 36ª até o parto
• 3 no terceiro trimestre • Compartilhadas com a Enfermagem

Avaliar o risco individual para encaminhar à maternidade com 41 semanas


ANAMNESE
EXAME FÍSICO

Toque e exame especular de acordo com a necessidade, orientadas pela


história e queixas da gestante.
ACOMPANHAMENTO
NUTRICIONAL
ACOMPANHAMENTO
DA ALTURA UTERINA
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO

Pesquisa de estreptococo:
Não realizar, não há evidência científica de benefício na atualidade.
EXAMES NA GESTAÇÃO - RESUMO
EXAMES NA GESTAÇÃO - RESUMO
ULTRASSONOGRAFIA
OBSTÉTRICA
ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA
ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA
CONDUTAS GERAIS
• Suplementação de ferro e ácido fólico
• ferro elementar (40 mg/dia);
• ácido fólico (400 µg/dia ou 0,4 mg/dia).
• Utilizar no período pré-gestacional até o final da gestação.

• Realizar Consulta Odontológica


IMUNIZAÇÃO
IMUNIZAÇÃO
INTERCORRÊNCIAS NA
GESTAÇÃO
ANEMIA
HIPERTENSÃO NA GESTAÇÃO
DIAGNÓSTICO DE ECLÂMPSIA E PRÉ ECLÂMPSIA
Proteinúria Suspeita de Eclâmpsia
• >300 mg/24h • Cefaléia persistente

• Relação proteinúria/creatinúria > 0,3 • Visão turva

• Fita reagente com uma ou mais • Dor abdominal


cruzes de proteína • Alterações laboratoriais
• Plaquetopenia

• Ácido úrico >6,0mg/dl

• Alteração TGO TGP


TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO
DIABETES GESTACIONAL
DIABETES GESTACIONAL

Nestes casos, solicitar TTGO independente do valor da glicemia em jejum


DIABETES GESTACIONAL
DIABETES GESTACIONAL
SÍFILIS NA GESTAÇÃO
TESTE RÁPIDO POSITIVO
SÍFILIS NA GESTAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO

à Sífilis tardia (latente e terciária):


Penicilina Benza?na - 2,4 milhões UI, intramuscular, uma vez por semana, por 3 semanas.
SÍFILIS NA GESTAÇÃO
• Intervenção Imediata.
• Em gestantes VDRL é considerado positivo em qualquer título.
• Doença de notificação compulsória.

• Tratar parceiro sempre:


• Se VDRL negativo 2.400.00 UI dose única.
• Se VDRL positivo, considerar como sífilis latente 2.400.000 UI 3 doses com
intervalo semanal.
CONTROLE DE CURA
VDRL mensal na gestação

Após gestação:
• A cada 3 meses no 1º ano
• A cada 6 meses até a estabilização dos títulos

• Títulos devem cair progressivamente até permanecerem negativos ou


inferiores a 1:8
• Se títulos permanecerem baixos e estáveis em 2 oportunidades após
um ano, pode ser dada alta
ALERGIA A PENICILINA
Pacientes gestantes com história de alergia
comprovada a penicilina devem sempre ser
encaminhadas a centros de referência
TOXOPLASMOSE
NA GESTAÇÃO
TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO
BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO
• Gestante com bacteriúria sintomática ou assintomática deve ser tratada.
• Gestante com clínica de ITU deve ser tratada, lembrando que polaciúria e
urgência podem ser fisiológicos na gestação.
• Bacteriúria não tratada pode progredir para pielonefrite e trabalho de
parto prematuro.
• Rastreamento deve ser feito pela urocultura.
• Se possível, guiar o tratamento pelo teste de sensibilidade.
BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO
ASPECTOS LEGAIS E
DIREITOS NA GESTAÇÃO
LICENÇA MATERNIDADE

• Licença maternidade de 120 dias (CLT) ou 180 dias funcionários


públicos ou privados, a depender da empresa.

• Pode ser iniciada a partir de 36ª semana de gestação.

• Empregado não pode ser demitido durante a gestação e até 5 meses


após o parto, exceto em casos de “justa causa”.
MUDANÇA DE FUNÇÃO

• Em caso de riscos ou problemas de saúde ou do bebê.

• Sem prejuízo do salário e demais direitos.

• Requer atestado médico comprovando necessidade da mudança de


Função.

• Fica garan4da a retomada da função anterior após a licença


maternidade
ATESTADOS

• É proibida a exigência de atestados de gravidez, esterilização e outras


práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da
trabalhadora

• Gestante tem direito de receber declaração de comparecimento sempre


que for às consultas de pré-natal ou fizer algum exame. Apresentando à
sua chefia, tem direito a justificativa de falta ao trabalho.
AMAMENTAÇÃO

• Até o bebê completar 6 meses, a mulher tem direito de ser


dispensada do trabalho todos os dias, por dois períodos de meia hora
ou por um período de uma hora, para amamentar. Deve acordar com
o empregador a melhor forma de utilizar este tempo.
BOLSA FAMÍLIA

• Famílias beneficiárias tem direito ao benefício variável extra na


gravidez e durante a amamentação.
ESTUDANTES
• Lei 6.202/75 garante à estudante o direito a licença maternidade sem
prejuízo do período escolar.

• A parbr do 8º mês a gestante pode cumprir compromisso escolares em


casa.

• Início e fim do afastamento serão determinados por atestado médico,


apresentado à direção da escola.

• Em qualquer caso é assegurado à estudante gestante o direito a prestação


dos exames finais.
COMBATE À VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL

• Lei Maria da Penha (11.340/2006).

• Prevê que agressores sejam presos em flagrante ou tenham prisão


prevenbva decretada quando ameaçarem a integridade hsica da mulher.

• Prevê medidas protebvas para a mulher que corra risco de morte, como
afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação
hsica junto à mulher agredida.
VIOLÊNCIA SEXUAL

• Prevê atendimento integral às vítimas em todos os serviços de


urgência e emergência do SUS.

• Define que a atendimento inclua diagnóstico e tratamento de lesões,


realização de exames para IST e gravidez.

• Prevê uso de anticoncepção de emergência, em casos de estupro.


ATENDIMENTO A MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA
SINAIS DE SUSPEITA DE VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER
REDE DE ATENÇÃO A MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA
REDE DE ATENÇÃO A MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA
ABORDAGEM DA SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
ABORDAGEM DA VIOLÊNCIA SEXUAL
OPÇÕES DISPONÍVEIS
FICHA DE NOTIFICAÇÃO
VIOLÊNCIA SEXUAL
IST NA VIOLÊNCIA SEXUAL

Hepa4te B: se não vacinada, vacinar e oferecer imunoglobulina hiperimune.


HIV: TARV por 4 semanas com início no máximo em 72h.
EXAMES NA VIOLÊNCIA SEXUAL

• Anti HIV

• VDRL

• Anti HCV

• HBsAg

• Anti HBs
ABORTAMENTO LEGAL
• É permitido quando a gravidez resulta de estupro/violência sexual ou
em caso de risco de vida à mulher.
• Não é exigido qualquer documento. Como Boletim de Ocorrência
Policial, Laudo de IML ou autorização judicial.
PREVENÇÃO DO CÂNCER
GINECOLÓGICO
RASTREAMENTO CÂNCER DE COLO UTERINO

Quem faz Papanicolau:


• Mulheres dos 25 aos 64 anos que tenham iniciado vida sexual em algum momento
da vida.

Periodicidade do Papanicolau:
• Dois exames com intervalo anual.

• Após dois exames anuais normais, realiza se somente um exame a cada três anos.
SITUAÇÕES ESPECIAIS
SITUAÇÕES ESPECIAIS
RESULTADO AMOSTRA
CONDUTA
CONDUTA
CONDUTA
CONDUTA
RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA
• Fatores de Risco
• Idade > 50 anos
• Menarca precoce
• Nuliparidade
• Primeira gestação após os 30 anos
• História pregressa
• História familiar
• Uso de álcool
• Tabagismo
• Terapia de reposição hormonal
• Sedentarismo
• Obesidade
ROTINA DE RASTREAMENTO
MAMOGRAFIA - RESULTADO
MAMOGRAFIA - RESULTADO
MAMOGRAFIA RESULTADO
PREVENÇÃO QUATERNÁRIA
Evitando ações com benefícios incertos para a paciente e a
protege de ações potencialmente danosas

NÃO solicitando mamografia de rastreamento na


população menor de 50 anos e maior de 70 anos ou com
periodicidade menor de dois anos

Fornecendo informações claras quanto aos beneRcios e riscos


da ação e compar?lhando as decisões com a usuária

Das mulheres submetidas ao rastreamento menos têm morte Realizando rastreamento de


evitada por câncer de mama, enquanto mais mulheres forma individualizada
saudáveis serão tratadas desnecessariamente e muitas
experimentarão estressepsicológico por conta de falsos
positivos no exame
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Cadernos de
Atenção Básica 32. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_32.pdf>

• BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das


Mulheres. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude
_mulheres.pdf>
OBRIGADO
nilsonando@gmail.com
Saúde da Criança e do
Adolescente
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo
“Crianças em todos os lugares precisam de sistemas de saúde primários fortes que
atendam às suas necessidades e às de suas famílias, para que –onde quer que
nasçam – tenham o melhor começo de vida e esperança para o futuro”.

Anshu Banerjee, diretor de Saúde Materna, do Recém-Nascido, da Criança e do Adolescente


e do Envelhecimento na Organização Mundial da Saúde. UNICEF (2023).
Epidemiologia – mortalidade infantil - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infantil
• A maioria das mortes de crianças ocorre nos primeiros cinco anos, e dessas,
• Mundo
metade ocorre no primeiro mês de vida.
• O parto prematuro e as complicações durante o trabalho de parto são as
principais causas de morte.
• Mais de 40% dos natimortos são durante o trabalho de parto – a maioria dos
quais é evitável quando as mulheres têm acesso a cuidados de qualidade durante
a gravidez e o parto.
• Para as crianças que sobrevivem após os primeiros 28 dias, doenças infecciosas
como pneumonia, diarreia e malária representam a maior ameaça.
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infan1l
“Embora a covid-19 não tenha aumentado diretamente a mortalidade infantil – com as
• Mundo
crianças enfrentando uma probabilidade menor de morrer da doença do que os
adultos –, a pandemia pode ter aumentado os riscos futuros para sua sobrevivência”.

Alguns impactos da pandemia da COVID19 na rotina de saúde das crianças:

• Interrupções nas campanhas de vacinação;


• Acesso aos serviços de nutrição;
• Acesso aos cuidados primários de saúde;
• Alimentou o maior retrocesso contínuo nas vacinações em três décadas, colocando
os recém-nascidos e as crianças mais vulneráveis em maior risco de morrer de
doenças evitáveis.
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Mundo
Conceitua-se Taxa de Mortalidade Infan4l como o número de óbitos de
menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população
residente em determinado espaço geográfico e no ano considerado, a
par4r da seguinte fórmula:

Número de óbitos de residentes menores


de um ano de idade X 1.000
Número de nascidos vivos de mães residentes
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(UN IGME, 2023a)


Epidemiologia – mortalidade infan1l - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(UN IGME, 2023a) (UN IGME, 2023b)


Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Ainda é possível mudar 2030

“Até 2030, acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de


5 anos, com todos os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo
menos 12 por 1.000 nascidos vivos...”.
(UNICEF, 2023b)
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Ainda é possível mudar 2030

As iniciativas de operacionalização dos direitos da criança concebem


um entendimento internacional por meio dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os ODS são uma agenda de compromissos, negociada pelos países a
partir de 2013, e foi formalizada pela Organização das Nações Unidas
(ONU) em 2015.
Objetivo 3.2 dos ODS:
Esse é um dos objetivos que deverão orientar as políticas nacionais e
as atividades de cooperação internacional até o ano de 2033 .
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil
O óbito infan]l corresponde àquela morte que ocorre em crianças nascidas vivas até um
ano de idade incompleto (364 dias de vida).

O óbito nessa faixa etária é dividido nos seguintes subgrupos:


• neonatal precoce (de 0 a 6 dias);
.
• neonatal tardio (de 7 a 27 dias);
• pós-neonatal (de 28 até 364 dias).
Cada um desses componentes tem ações específicas visando a sua redução.
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Brasil
De acordo com o Boletim Epidemiológico Vol.53, No46 do Ministério da Saúde:
• Vigilância do óbito infantil:
• aprimorar a notificação da causa básica de óbito, e
• determinar os critérios de evitabilidade.

• Essa estratégia também contribui para:


• aperfeiçoamento dos registros de mortalidade, e
• possibilita a adoção de medidas de prevenção e promoção de saúde. (BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(BRASIL, 2022)
continuação

Epidemiologia – mortalidade infantil


• Mundo

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil
As principais causas de óbitos infan]s foram as afecções originadas no período
perinatal, com 22.029 no ano de 2015 e 18.468 no ano de 2021.

Nesse grupo, destacam-se os transtornos respiratório e cardiovascular específico,


posteriormente restante de afecções originadas no período perinatal e as afecções
perinatais relacionadas ao feto e ao recém-nascido afetados por fatores maternos.

Observou-se uma diminuição no número de óbitos por doenças infecciosas e


parasitárias (de 1.564 em 2015 para 1.432 em 2021), com ênfase para doenças
infecciosas intes]nais (de 454 para 307) e para diarreia e gastroenterite de origem
infecciosa presumível (de 394 para 231).

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Brasil

Destaca-se Outras Doenças Bacterianas, com 939 e 655, e a Septicemia, com 613 e
454.

Os óbitos infantis por doenças do aparelho respiratório também apresentaram


uma diminuição no período, passando de 1.678, em 2015, para 1.012, em 2021,
especialmente aqueles por pneumonia (de 1.072 para 530).

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infantil
Os índices mostram uma redução na ocorrência de óbitos infan>s no período de
2015 a 2020, em todas as Regiões brasileiras.
• Mundo
Em 2020, a pandemia da COVID19 causou a sobrecarga das equipes de saúde, o
que pode ter dificultado o processo de no]ficação e inves]gação dos óbitos por
parte das equipes de vigilância.

Em 2016, verificou-se aumento no número de óbitos infan>s, mesmo tratando-se


de dados preliminares do sistema. Isso significa que esses números podem ser ainda
maiores, considerando as dificuldades enfrentadas durante a pandemia.

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo
As mortes infan+s, em sua maioria, são consideradas evitáveis, porém é
preciso considerar os desafios a serem enfrentados, como as diferenças
regionais e o acesso oportuno aos serviços de saúde, visto que há um
arranjo de fatores biológicos, sociais, culturais e de falhas no sistema
de saúde, que auxiliam para os elevados números deste 4po de óbito.

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infan1l
Entre as ações sugeridas para a redução do óbito infantil, está a
• • políticas
Mundode saúde que assegurem cuidados à gestação, ao parto e ao nascimento,
assim como a
• melhoria no acesso,
• práticas e medidas direcionadas à qualificação na rede assistencial à gestante a
ao recém-nascido durante o período pré-natal e pós natal.
Os comitês de prevenção do óbito infantil são, para além da estratégia de vigilância
de óbito, são instrumentos de controle social da qualidade de atenção à saúde
prestada à mulher e à criança.
As informações originárias da investigação do óbito infantil destinam-se a identificar
as causas dos óbitos e seus determinantes sociais. (BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo
A redução da mortalidade infan]l é ainda um grande desafio. Para isso, é necessária
uma aliança entre todas as esferas de governo, de toda a sociedade e de cada
cidadão.

Ações estratégicas para enfrentamento e prevenção do óbito infan]l visam o


aperfeiçoamento dos serviços de saúde para evitar que o óbito infan]l aconteça.

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

PUERICULTURA

Legenda: Indígenas Kayapó no município de Tucumã, no Pará


Foto: © Agência Brasil
Situações de Risco e Vulnerabilidade
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
Baixo peso ao nascer (<2500g);
• Prematuros (<27sem);
• Asfixia grave (Apgar <7 no 5min);
• Malformação congênita;
• Crianças internadas ou com intercorrências na maternidade;
• História de morte em crianças na família < de cinco anos.
Situações de Risco e Vulnerabilidade
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
Aleitamento materno ausente ou não exclusivo
até o 6º mês de vida;
• Mais do que três filhos morando juntos;
• Ausência de pré-natal;
• Atraso ou não realização de vacinas;
• Atraso no desenvolvimento;
Situações de Risco e Vulnerabilidade
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
RN de mãe adolescente (< 18anos);
• Residente em área de risco;
• RN de mãe com baixa instrução (< 8 anos de estudo);
• Problemas familiares e socioeconômicos que interfiram na saúde
da criança;
• História de Violência Infan+l.
AEpidemiologia
Primeira Consulta
– mortalidade infantil
• Mundo
Considerando a alta taxa de mortalidade nos primeiros dias de vida,
a primeira consulta é providencial para a garan4a do cuidado das
crianças.
A Primeira Consulta

• Espera-se garantir uma visita domiciliar ainda nesse período de vida;


• O ACS tem um papel importante na captação precoce do RN, nas
orientações sobre os cuidados ao binômio mãe/RN no contexto da
família.
• Pode ser feita pelo médico ou enfermeira, junto com o ACS;
• Consultas para ambos (mãe e RN).
AEpidemiologia
Primeira Consulta
– mortalidade infan1l
• Mundo

DEVE ACONTECER ATÉ O QUINTO DIA DE


VIDA DO RECÉM NASCIDO!

(BRASIL, 2019)
A Primeira Consulta
• IdenLficar fatores de risco e vulnerabilidade do RN;
• Promover e apoiar o Aleitamento Materno Exclusivo;
• Observar o vínculo mãe-bebê;
• Avaliar a saúde do RN e da mãe;
• Avaliar a Rede de apoio social;

• Orientar sobre o calendário de imunizações;


• Pactuar o calendário de consultas;

• Fortalecer o vínculo com a equipe;

• DiscuLr e incenLvar a parLcipação paterna.


• Orientar os cuidados gerais com o RN;

• Teste do pezinho e triagens neonais (geralmente realizados antes da alta hospitalar); (BRASIL, 2019)
Consulta puerperal
Epidemiologia – mortalidade infan1l
(até 42 dias após o parto)
• •Aproveitar
Mundo a consulta de acompanhamento da criança para realizar a consulta da
mãe;
• Questionar sobre dificuldades advindas da nova situação;
• Observar sinais de depressão pós parto;
• Orientar sobre o aleitamento, observando a pega e dificuldades;
• Suplementação com Fe elementar (40 mg/dia) até o 3º mês pós-parto;
• Examinar as mamas e manejar as principais complicações (mastite, fissuras…)
• Observar a retração uterina e avaliar os lóquios;
• Examinar períneo e genitais externos;
• Verificar PA, edema de MMII;
(BRASIL, 2019)
• Orientar anticoncepção.
Sobre orientar a amamentação…
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(BRASIL, 2015)
Sobre orientar a amamentação…
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(BRASIL, 2015)
Acompanhamento da CRIANÇA
Epidemiologia – mortalidade infan1l
PODEM EXISTIR PROTOCOLOS MUNICIPAIS DIFERENTES!

• Mundo

(BRASIL, 2019)
Caderneta de Saúde da Criança
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Dados da criança e da mãe;
• Mundo
• Promoção à saúde da criança e cuidados gerais;
• Prevenção de acidentes;
• Condições do nascimento da criança: Gráficos de antropométricos;
• Tabelas de crescimento e desenvolvimento;
• Calendário vacinal.
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(BRASIL, 2019)
Atraso no Desenvolvimento (DNPM)
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
Todos os fatores de Risco e Vulnerabilidade abordados
anteriormente podem levar a atraso no Desenvolvimento (nos
primeiros 12m);
• A es+mulação nos primeiros anos de vida, para crianças com
atraso, melhora seu desempenho, devendo, portanto, seu início ser
incen4vado o mais precocemente possível [B].
Atraso no Desenvolvimento (DNPM)
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Hospitalização no período neonatal.
• Mundo
• Doenças graves: meningite, trauma4smo craniano e
convulsões.
• Parentesco entre os pais.
• Casos de doença mental na família.
• Fatores de risco ambientais: violência domés4ca, depressão
materna, dependência química, suspeita de abuso sexual...
Atraso no Desenvolvimento (DNPM)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Presença de alterações feno/picas. • Hospitalização no período neonatal.
• Mundo
• Fenda palpebral oblíqua.
• Doenças graves: meningite,
• Olhos afastados. traumaAsmo craniano e
• Implantação baixa de orelhas. convulsões.
Perímetro
• Lábio leporino. cefálico • Parentesco entre os pais.
< -2 escores z
• Fenda palaAna. • Casos de doença mental na família.
ou
• Pescoço curto e/ou largo. > +2 escores z.
• Fatores de risco ambientais: violência
• Prega palmar única.
domésAca, depressão materna, dependência
• 5º dedo da mão curto e recurvado. química, suspeita de abuso sexual...
Testes de triagem/ rastreamento neonatais
Epidemiologia – mortalidade infan1l
Teste do Pezinho
• Mundo
• Fenilcetonuria;
• Anemia Falciforme;
• G6PD;
• Hipo]reoidismo congênito;
• Fibrose Cís]ca;

(BRASIL, 2023)
Testes de triagem neonatais
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(BRASIL, 2019)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

ConLnua...
Fonte: DUNCAN, SCHMIDT, GIUGLIANI (2004)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

ConLnuação
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

ConLnuação.
Fonte:
Duncan et al. (2022)
Assintomá1cas
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Não há documentação ciengfica que comprove que a realização
• Mundo
ro4neira de exames laboratoriais em crianças assintomá4cas
tenha qualquer impacto em sua saúde;
• Hemograma se sintomá4co;
• Perfil Lipídico: o rastreio é controverso, nível de evidência D.
Suplementação de Vitaminas e Minerais
Epidemiologia – mortalidade infantil
• •Mundo
Suplementação de Ferro:

• For]ficação obrigatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido


fólico;
• Recomendação diária de 1 a 2 mg de ferro elementar/kg de peso para
crianças de 6 a 24 meses.
• Apresentação em gotas e em xarope.
Suplementação de Vitaminas e Minerais
Epidemiologia – mortalidade infantil
• •Mundo
Suplementação de Vitamina K:
Administrada ao nascer.
● A vitamina K injetável pode prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido.
● A vitamina K ajuda o sangue a coagular, mas a capacidade do corpo de
armazená-la é muito baixa. A doença hemorrágica do recém-nascido (HDN) é
causada por uma deficiência de vitamina K no bebê que acabou de nascer.
Esse problema pode levar o bebê a ter um sangramento que coloca em risco
sua vida no período que vai das primeiras horas depois do nascimento até
alguns meses.
(PUCKETT; OFFRINGA, 2000)
Suplementação de Vitaminas e Minerais
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• •Mundo
Suplementação de Vitamina A:
● Busca reduzir e controlar essa deficiência nutricional em crianças de 6 a 59
meses de idade e mulheres no período pós-parto imediato
● A xeroqalmia e a cegueira noturna são manifestações clínicas da deficiência
grave de vitamina A.
● Visa a redução do risco global de morte em 24%, de mortalidade por diarreia
em 28% e de mortalidade por todas as causas, em crianças HIV posi]vo, em
45%.
● Em regiões de risco: Nordeste, Norte de Minas Gerais, Vale do
Jequi]nhonha, Vale do Mucuri e Amazônia Legal, desde 2012 contempla
todos os Destritos Sanitários Especiais Indígenas.
(BRASIL, 2013)
Prevenção de Acidentes

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção de Acidentes
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo
Cuidados para
garan4r a
segurança das
crianças a fim
de evitar
acidentes.

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção de Acidentes
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo
Cuidados para
garan4r a
segurança das
crianças a fim
de evitar
acidentes.

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção da Desnutrição e Déficit de
Crescimento

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção da Desnutrição e Déficit de
Crescimento
“A desnutrição tem sido associada à pobreza,
o que não significa apenas falta de comida,
mas também, muitas vezes, falta de
segurança, es]mulação e afeto.”

A OMS considera como destruição aguda


frave as crianças com peso para a altura ou
IMC/idade entre < -3 desvio padrão, e com
desnutrição moderada as com peso para a
altura ou IMC/idade entre < -2 e > -3 desvio
padrão.
(DUNCAN et al., 2022)
Esquema alimentar para crianças amamentadas

Fonte: SUBPAV/SPS/Ins1tuto de Nutrição Annes


Dias (2010)
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

Fonte: SUBPAV/SPS/Ins1tuto de Nutrição Annes


Dias (2010)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

Fonte: SUBPAV/SPS/Ins1tuto de Nutrição Annes


Dias (2010)
(BRASIL, 2019)
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012)
Segurança Alimentar na Infância

• Garante-se a geração de renda pela


agricultura familiar;
• Garante-se alimentação adequada
contemplando de 30 a 70% do aporte
nutricional de crianças e jovens de
escolas tradicionais;
• Respeito à cultura e modo de vida destes povos;
• Cumprimento da obrigação legal de compra de no mínimo 30% do recurso do PNAE proveniente da
agricultura familiar com prioridade a estes grupos, podendo chegar em até 100%.

(PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTOS, 2021)


Imunização
Diarreia na Infância
Diarreia
• Aumento do número de evacuações
(mais que 3) com fezes aquosas ou de
pouca consistência;
• Bactérias, vírus ou parasitas;
• Costumam ser autolimitadas (2 a 14 dias),
e variam de leve a grave (desidratação e
distúrbios hidroeletrolí]cos);
• Importante causa de desnutrição
em países em desenvolvimento!

(DUNCAN et al., 2022)


No cenário

• Doença muito comum, e também muito vulnerável;


• A rotavirose é a segunda maior causa de morte em menores de
5 anos no mundo;
• Descoberta da vacina melhorou o cenário;
• Na maioria das vezes, a transmissão é feco-oral.

(DUNCAN et al., 2022)


Síndromes

• Diarreia Aquosa Aguda: agente infeccioso que não invade tecido.


Não há sangue ou pus na fezes. Pode desidratar, se não houver
reposição (E. Coli, rotavirus);
• Disenteria aguda: sangue nas fezes, podendo ter muco ou pus.
Invasão da mucosa. Febre, mas menor perda de agua. Shiguela,
Giardia, Entamoeba;
• Diarreia Persistente: > 14 dias (exceto dç celíaca). Dano à mucosa
que prejudica absorção. 20% das diarreias.
(DUNCAN et al., 2022)
Abordagem e Manejo
• Pergunta sobre pessoas próximas com mesmo sintoma é rápido e
eficaz;
• Avaliar gravidade, risco de complicações e desidratação;
• Número de evacuações, características das fezes, febre, náuseas e
vômitos;
• Comparar peso com a última medida (cartão da criança);
• Sinal da dobra cutânea!
• Estado mental, olhos fundos, mucosa oral seca.
(DUNCAN et al., 2022)
Abordagem e Manejo
• Coproculturas ficam reservadas para os casos de diarreia persistente. De uma
forma geral, exames laboratoriais não são necessários...
• A inves]gação laboratorial é reservada para as crianças com desidratação grave
e que necessitem de hidratação venosa;
• Crianças estáveis hemodinamicamente podem ser tratadas seguramente com
a Terapia de Reidratação Oral (TRO);
• Estratégia de hidratação indicada pelo Ministério da saúde (Atenção Integral
às Doenças Prevalentes da Infância – AIDPI)
(DUNCAN et al., 2022)
AIDPI

(Brasil, 2021)
(Brasil, 2021)
(Brasil, 2021)
(Brasil, 2021)
Como preparar o soro de
reidratação oral

(Brasil, 2021)
Lembre-se

Ministerio da Saúde

• A vacina rotavirus está no calendário vacinal desde 2006, aos 2 e 4 meses.

(Brasil, 2020)
Infecção respiratória aguda em crianças

71
Infecção Respiratória Aguda

• O diagnós4co e4ológico das IRA, na prá4ca, é de diqcil comprovação;


• IRA do trato respiratório superior: resfriados, faringites, tonsilites,
o4tes e sinusites;
• IRA do trato respiratório inferior: epiglo4tes, laringites, pneumonias e
bronquiolites;
• As de Trato Superior são as mais comuns nas crianças.
(DUNCAN et al., 2022)

72
Estratégia AIDPI

(DUNCAN et al., 2022)


Resfriado Comum
• Infecção viral aguda limitada ao trato resp. superior;
• Diversos vírus;
• Transmissão por via aérea ou contato;
• Susceptilidade no inicio da vida escolar ou creche;
• Febre (3 dias), secreção nasal hialina que pode tornar-se
amarela;
• Tosse, diminuição do apetite,
irritabilidade;
• Podem aparecer eritemas e
linfadenomegalias.

(DUNCAN et al., 2022)


Complicações do resfriado

• O4tes;

• Exacerbação de asma

• Sinusite

• Doença no trato resp. inferior.

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento e Prevenção
• Manutenção do aquecimento da criança, higiene nasal frequente com soro
fisiológico, hidratação, umidificação do ar e eswmulo à oferta do leite materno
(em crianças amamentadas) e orientação para retorno ao serviço de saúde
se houver piora do quadro (dificuldade respiratória ou para alimentar-se,
comprome]mento do es tado geral);
• Vacinação contra Influenza;
• Beneficio clinico incerto de an]tussígenos e expectorantes; Pressão pela
prescrição de medicamentos...
• Em diversos lugares do Brasil é comum a u]lização de plantas medicinais
(“lambedores”).

(DUNCAN et al., 2022)

76
Tratamento e Prevenção
Lavagem Nasal – como orientar:

hyps://www.youtube.com/watch?v=P8Em8B4SiIc&t=178s

Minuto 2:37

(DUNCAN et al., 2022)

77
Pneumonia
• Infecção do parênquima pulmonar por vírus, bacterias, parasitas ou fungos;
• Crianças com pneumonia bacteriana wpica apresentam febre, calafrios,
dores abdominais, associadas ou não à dor torácica, e tosse produ]va;
• A taquipneia é um sinal ú]l para o diagnós]co de pneumoniana infância;
• Se a ausculta pulmonar sugerir o diagnós]co de pneumonia, deve-se
pesquisar o possível agente e]ológico por meio de minuciosa história
clínica, dando-se especial atenção para questões relacionadas com viagens,
exposições a animais e pessoas doentes, sobretudo com tuberculose

(DUNCAN et al., 2022)


Padrão FR

(DUNCAN et al., 2022)

79
Síndromes Clínicas Comuns
Sindrome Agente Faixa Etária Manifestações clinicas
Bacteriana Streptococcus Todas as Idades, Início súbito, febre
(supurativa) pneumoniae, outros mais comum em alta/toxemia, achados focais na
crianças jovens ausculta, dor toráxica, dor
(menores de seis abdominal, radiografia de tórax
anos) com infiltrado
A`pica (lactentes) Chlamydia Menores de três Taquipneia, hipoxemia leve,
trachomatis meses ausência de febre, sibilaância,
radiografia de torax com
infiltrado.
A`pica (escolares e Mycoplasma Maiores de cinco Início gradual, febre baixa,
adolescentes) anos achados difusos na ausculta
respiratória, radiografia com
infiltrado difuso.
Viral MúlLplos vírus Todas as idades, Sintomas respiratórios das
mais comum entre vias áreas superiores, febre
três meses e cinco baixa ou ausente, sibilos ou
anos achados difusos na ausculta
respiratória. (DUNCAN et al., 2022)
Abordagem e manejo
• Na prá4ca, diqcil diferenciação entre gpica e agpica;
• Reforçar o exame qsico:
• à palpação, frêmito tóraco-vocal aumentado;
• à percussão, macicez ou sub-macicez;
• à ausculta, murmúrio reduzido com crepitações (ou estertores) e sopro
tubário;
• Lactentes e crianças maiores com infecção respiratória do trato
inferior leve a moderada podem ser tratados com segurança no
domicilio.
(DUNCAN et al., 2022)
Abordagem e manejo
• A realização de radiografia de tórax para confirmação do diagnós]co não é
ro]neiramente necessária em crianças com quadro leve de pneumonia, sem
complicações e que serão tratadas ambulatorialmente;
• Reservar para pneumonias graves,
avaliação de complicações
e diagnós]co diferencial.

(DUNCAN et al., 2022)


Lembre-se
• A escolha da an4bio4coterapia é empírica – a AMOXICILINA é droga
de primeira escolha;
• Macrolídeos (azitromicina) podem ser u4lizados nas crianças maiores
de 5 anos ou suspeita de a4pia;
• Gravidade = hospitalização: 4ragem, sonolência, desnutrição,
comorbidades crônicas e baixa idade (< 2 meses). Falha terapêu4ca
ambulatorial e internação por incapacidade da família e cuidar;
• Reavaliar a criança 48 horas após o inicio da terapêu4ca.
(DUNCAN et al., 2022)
Tratamento
Idade Medicame Dose Dia Dose Max
nto
4 meses a 4 Amoxicilina 50 a 100mg/kg dia 1g/dia
anos (3x)
5 anos ou Macrolídeo 10mg/kg/dia 500mg
mais ou 50 a 100mg/kg/dia 1g/dia
amoxilicina

• Macrolídeo: 3 a 5 dias
• Amoxicilina: 7 a 10 dias
(DUNCAN et al., 2022)

84
Prevenção

• Vacinação an4-pneumococos e influenza está no calendário


básico;
• Evitar o tabagismo passivo;
• Manter aleitamento materno;
• Medidas de controle da exposição à poluição atmosférica.

(DUNCAN et al., 2022)


JUVENTUDE
Saúde do Adolescente

• Segundo a OMS (1989), a adolescência é representada por


indivíduos na faixa etária entre 10 a 19 anos de idade, e
juventude entre 15 e 24 anos de idade.

• O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (1990), lei nº


8.069/90; no ar4go 2º, considera adolescente a pessoa entre 12
e 18 anos de idade e Segundo o estatuto da juventude, a faixa
etária vai de 15 a 29 anos de idade.
(DUNCAN et al., 2022)
Consulta do Adolescente
O adolescente tem direito à:

• PRIVACIDADE: O direito de ser atendido sozinho, em espaço privado de


consulta.

• CONFIDENCIALIDADE: As informações discu]das na consulta não podem ser


passadas aos seus pais e ou responsáveis sem a permissão expressa do
adolescente.

(DUNCAN et al., 2022)


Consulta do Adolescente

• Situações de exceção.

• A garan]a de confidencialidade e privacidade, fundamental para ações de


prevenção, favorece a abordagem de temas como sexualidade, abuso de
drogas, violência entre outras situações.
• O sigilo médico é um direito garan]do e reconhecido pelo ar]go 103 do
Código de É]ca Médica.

(DUNCAN et al., 2022)


Consulta do Adolescente
Áreas prioritárias:

• Crescimento e desenvolvimento;
• Sexualidade;
• Saúde Reprodutiva;
• Saúde bucal;
• Saúde mental;
• Saúde do escolar adolescente;
• Prevenção de acidentes.
(DUNCAN et al., 2022)
Principais alterações na adolescência
• Síndrome da adolescência normal • Dor escrotal
• Alterações no • Gravidez precoce
desenvolvimento puberal • DSTs/AIDS
• Ginecomastia puberal • Violência sexual
• Dismenorreia e Distúrbios • Transtornos
menstruais alimentares
• Problemas musculoesquelético • Abuso de substancias psicoativas

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção de doenças e Promoção de Saúde

• Exercício físico
• Alimentação saudável
Saúde Sexual e Reprodu1va

• Os adolescentes de ambos os sexos têm direito a educação sexual, ao


sigilo sobre sua a]vidade sexual, ao acesso e disponibilidade gratuita
dos métodos.

• Reconhecer a individualidade do adolescente, es]mulando a


responsabilidade com sua própria saúde;

• O respeito a sua autonomia faz com que eles passem de objeto a


sujeito de direito.

(DUNCAN et al., 2022)

94
Saúde Sexual e Reprodutiva

• A orientação deve incidir sobre todos


os métodos, com ênfase na dupla
proteção, sem juízo de valor;

• Os profissionais de saúde sentem


dificuldades de abordar os aspectos
relacionados à sexualidade ou à saúde
sexual de seus pacientes.

(DUNCAN et al., 2022)

95
Saúde Sexual e Reprodutiva
Algumas recomendações...
• Sempre abordar o tema nos atendimentos;

• Considerar o contexto social, religioso e cultural;

• Prestar suporte emocional e psicológico;

• Orientar e ajudar a desfazer mitos e tabus;

• Realizar ações de educação em saúde sexual e saúde reprodu]va;


• Incen]var o autoconhecimento.

(DUNCAN et al., 2022)


Gravidez na Adolescência

• As adolescentes têm iniciado a4vidade sexual cada vez mais cedo;


• Sexualização precoce;
• Perspec4vas de vida e culturais diferenciadas de acordo com o
perfil socioeconômico;
• Planejamento de Vida;
• Toda adolescente grávida é de risco?
(DUNCAN et al., 2022)
Violência na Criança e no Adolescente

“A exposição da criança e do adolescente a qualquer forma de


violência de natureza [sica, sexual e psicológica, assim como a
negligência e o abandono, principalmente na fase inicial da sua
vida, podem comprometer seu crescimento e seu
desenvolvimento [sico e mental, além de gerar problemas de
ordem social, emocional, psicológica e cogni+va ao longo de sua
existência.”

(BRASIL,2012)
Violência na Criança e no Adolescente
• A principal causa de violência contra
crianças, foram por violência sexual
(44%) , seguida da psicológica (36%),
negligência (33%) e violência física
(29%).

• A residência foi o local de maior


ocorrência dos casos de violência
contra crianças

Fonte: SIM/SVS/MS
hAps://childmortality.org/data/Brazil
Violência na Criança e no Adolescente
Quando suspeitar?
• Corrimento Vaginal;
• Lacerações;
• Queimaduras (luva, meia, limites bem definidos);
• Lesões ‚sicas, fraturas, equimoses, hematomas (relação temporal e estória
incoerente e estágios diferentes de evolução);
• Alteração no comportamento da criança;
• Valorizar qualquer suspeita do cuidador;
• Quem faz o cuidado?

(DUNCAN et al., 2022)


Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento. Brasília :
Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de condutas gerais do Programa Nacional de
Suplementação de Vitamina A. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação
complementar. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde - Departamento de Saúde Materno Infantil. Caderneta da Criança - Menina. Brasília, 2019.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 46, dez. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no46/view.

BRASIL. Ministério da Saúde. Teste do pezinho. Biblioteca Virtual em Saúde, 2023. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/teste-do-pezinho/.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTOS. POLICY BRIEF #5 ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DE COMUNIDADES TRADICIONAIS: O PNAE quilombola. 2021.
Disponível em: https://centrodeexcelencia.org.br/policy-brief-5/.

PUCKETT, R.; OFFRINGA, M. Vitamina K profilática para hemorragia por deficiência de vitamina K nos recém-nascidos. Cochrane Database of Systematic
Reviews, v. 4, 2000.
Referências Bibliográficas
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Nutrologia. Anemia ferropriva em lactentes: revisão com foco em prevenção. 2012.
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/documento_def_ferro200412.pdf.

SUBPAV/SPS/INSTITUTO DE NUTRIÇÃO ANNES DIAS. O que você precisa saber sobre a alimentação saudável para a criança menor de 2 anos. 2010.
Disponível em: https://subpav.org/aps/uploads/publico/repositorio/folder_-_alimentacao_crianca_menor_de_2_anos.pdf.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – Brasil. UN Inter-agency Group for Child Mortality Estimation, 2023b. Disponível em:
https://childmortality.org/data/Brazil.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – World. UN Inter-agency Group for Child Mortality Estimation, 2023a. Disponível em:
https://childmortality.org/data/World.

UNICEF - United Nations Children’s Fund, The State of the World’s Children 2023: For every child, vaccination, UNICEF Innocenti – Global Office of Research and
Foresight, Florence, April 2023a.

UNICEF - United Nations Children’s Fund. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. UNICEF, 2023b. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel.
OBRIGADA
frantchescafripp@gmail.com
Saúde do Homem
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Dados demográficos
População População
Masculina Feminina
101,9 milhões 106,5 milhões

População alvo:
20 a 59 anos

56 milhões = 27 % do total e
55% da população masculina
Distribuição (%) dos óbitos
Segundo sexo e idade.
Brasil, 2010
Dados Epidemiológicos
Dados Epidemiológicos
Distribuição dos óbitos do sexo masculino,
por grupo de causas e idade.
Brasil, 2010

Grupo I = enfermidades infecciosas e parasitárias, causas maternas e perinatais,


desnutrição. Grupo II = enfermidades não transmissíveis e enfermidades mentais.
Grupo III = causas externas (exemplo: acidentes, homicídio, suicídio).
Principais causas de mortalidade na
população masculina de 20 a 59 anos.
Brasil, 2010
Dados Epidemiológicos
Óbitos por causas externas na população
de 20 a 59 anos.Brasil, 2010.
Dados Epidemiológicos
Dados Epidemiológicos
Dados Epidemiológicos
Dados demográficos

Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)


apontaram que, em 2010, o número total de consultas médicas
para homens entre 20 e 59 anos de idade apresentado ao gestor
do SUS e registrado no sistema foi de 3.217.197, o que resulta
numa média de 0,06 consulta/homem/ano.
Dados demográficos
Masculinidades e Gênero
• Masculinidades: termo utilizado para contemplar as formas de
representar o masculino – varia de acordo com o contexto cultural e
época;
• Atenção aos estereótipos de gênero;
• Saúde do homem indígena – diversidade de etnias e contexto.
• É importante desenvolver competência cultural para identificar a
identidade de gênero de cada comunidade indígena.
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Política Nacional de Atenção Integral da
Saúde do Homem (PNAISH)
• Porque é histórico o desconhecimento sobre as peculiaridades de ser homem
na sociedade;

• Porque os homens morrem entre 5 a 7 anos mais cedo que as mulheres em


diferentes culturas, com diferentes sistemas de saúde disponíveis;

• Porque, na sua maioria, tais mortes são evitáveis à medida que costumam
estar relacionadas a comportamentos adotados por corresponderem a
estereótipo tradicional de masculinidade.
Política Nacional de Atenção Integral da
Saúde do Homem (PNAISH)
A Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH) tem como
diretriz promover ações de saúde que contribuam significativamente para a
compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos
socioculturais e político-econômicos, respeitando os diferentes níveis de
desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão de
Estados e Municípios.

Objetivo geral: ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta (20 a 59


anos) do Brasil aos serviços de saúde.
Plano de Ação da PNAISH
• Elaborar estratégias que visem aumentar a demanda dos homens aos serviços
de saúde.
• Sensibilizar os homens e suas famílias, incentivando o autocuidado e hábitos
saudáveis, através de ações de informação, educação e comunicação.
• Associar as ações governamentais com as da sociedade civil organizada, a fim de
efetivar a atenção integral à saúde do homem.
• Fortalecer a atenção básica e melhorar o atendimento, a qualidade e a
resolubilidade dos serviços de saúde.
Plano de ação da PNAISH
• Desenvolver estratégias de educação permanente dos trabalhadores do SUS.

• Avaliar e oferecer recursos humanos, equipamentos e insumos (incluindo


medicamentos) para garantir a adequada atenção à população masculina.

• Analisar de forma articulada com as demais áreas técnicas do MS os sistemas


de informação.

• Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a melhoria das ações


através do monitoramento da Política.
PNAISH – eixos temáticos
• Acesso e Acolhimento

• Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva

• Paternidade e Cuidado

• Doenças prevalentes na população masculina

• Prevenção de Violências e Acidentes


Barreiras de acesso dos homens aos serviços
de saúde
• Estereótipos de gênero;
• O pensamento mágico;
• Medo que descubra doenças;
• O papel de provedor;
• O papel de “cuidar”;
• Barreiras Socioculturais;

.
Barreiras de acesso dos homens aos serviços
de saúde
• Estratégias Institucionais de comunicação não privilegiam os homens;
• Inadequação dos serviços de saúde:
a) Horários de funcionamento
b) Dificuldades de acesso
c) Presença de mulher no exame do toque retal

.
Eixos temáticos
• Acesso e Acolhimento:

Objetiva reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva, na


qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços
masculinos e, por sua vez, os serviços reconheçam os homens como sujeitos
que necessitam de cuidados.
Acesso e Acolhimento
• Acesso e Acolhimento:
Acesso e Acolhimento
Eixos temáticos
• Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva:

Busca sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em


geral para reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e
reprodutivos, os envolvendo nas ações voltadas a esse fim e
implementando estratégias para aproximá-los desta temática.
Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva
Eixos temáticos
• Paternidade e Cuidado:

Objetiva sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em geral


sobre os benefícios do envolvimento ativo dos homens com em todas as fases
da gestação e nas ações de cuidado com seus filhos, destacando como esta
participação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos
saudáveis entre crianças, homens e suas parceiras.
Paternidade e Cuidado
Desafios

• Envolver e engajar os homens nas tarefas de cuidado (referentes ao cuidado


com as crianças e cuidado de outros nas configurações familiares) -
empoderamento dos homens e das mulheres, maior equidade de gênero e
distribuição dos papéis
• Inserir o homem na lógica dos serviços e na ESF/AB, no pré-natal, parto e
puerpério – conexão, afeto e vínculo
• Compreender o “cuidar” não apenas como uma qualidade feminina –
todos ganham
Eixos temáticos
Situações prevalentes na população masculina

Busca fortalecer a assistência básica no cuidado à saúde dos homens,


facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da atenção
necessária ao enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos
agravos à saúde.
Eixos temáticos
Prevenção de Violências e Acidentes

Visa propor e/ou desenvolver ações que chamem atenção para a


grave e contundente relação entre a população masculina e as
violências (em especial a violência urbana) e acidentes,
sensibilizando a população em geral e os profissionais de saúde
sobre o tema.
Situações prevalentes na população masculina
Câncer de próstata:
causas, sintomas, tratamentos e prevenção
Causas ainda desconhecidas, relacionadas com:

• Idade (quanto mais velho maior a probabilidade),


• Hormônio (testosterona),
• Histórico familiar,
• Raça (maior incidência no homem negro),
• Alimentação (dieta rica em gorduras e pobre em vegetais e frutas baixam as
defesas do corpo contra o câncer, o Japão tem menos registros).
Câncer de próstata:
causas, sintomas, tratamentos e prevenção
Impacto
provocado pelo
câncer de
próstata e pelo
tratamento na
vida dos
homens
Câncer de próstata:
causas, sintomas, tratamentos e prevenção
Como prevenir? Sinais e sintomas:
• Ter uma alimentação • Dificuldade de urinar;
saudável. • Demora em começar e
• Manter o peso terminar de urinar;
corporal adequado. • Sangue na urina;
• Praticar atividade física. • Diminuição do jato de urina;
• Não fumar. • Necessidade de urinar mais
• Evitar o consumo de vezes durante o dia ou à noite.
bebidas alcoólicas.
Câncer de próstata: Investigação

• Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata,


introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame
permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.

• Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quantidade de uma


proteína produzida pela próstata - Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis
altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da
próstata.
Câncer de próstata: Sinais de alerta
Câncer de próstata: Diagnóstico e tratamento
Câncer de próstata: Estadiamento

• Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo
protegido por uma luva lubrificada no
reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.

• Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quantidade


de uma proteína produzida pela próstata - Antígeno Prostático Específico
(PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da
próstata.
Alcoolismo
• Alcoolismo afeta cerca de 5% das mulheres e 15% dos homens na
população brasileira acima de 15 anos de idade e na maioria dos
países ocidentais.

• Prevalência de consumo abusivo de álcool é 13,7% superior entre


os homens em relação às mulheres.

• Impacto na saúde, vida social, relações familiares.


Tabagismo
No Brasil
Acidentes e violência
Acidentes e violência
Acidentes e violência
Acidentes e violência
Acidentes e violência
• A incidência anual de acidentes de trabalho foi estimada em
5,80%, discretamente maior entre os homens (6,05%) do que
entre as mulheres (5,53%).

• A incidência de acidentes de trânsito é maior no sexo masculino e


está associada ao abuso de álcool, excesso de velocidade e fatores
externos (barreiras na pista, chuva, engarrafamento).
Acidentes e violência

A prevalência de violência entre os homens tem relação com


a concepção de masculinidade?
Abordagem à saúde do homem na aps
• Novembro é o mês de conscientização sobre os cuidados integrais
com a saúde do homem. Saúde mental, infecções sexualmente
transmissíveis, doenças crônicas (diabetes, hipertensão) entre outros
pontos devem ser sempre observados pela população masculina.

• Todos os anos, nesse período, 21 países, incluindo o Brasil, preparam


campanhas sobre prevenção e diagnóstico do câncer de próstata,
além de levar informações sobre a prevenção e promoção aos
cuidados integrais com o cuidado da saúde masculina.
• Medida da Pressão arterial;
• Hemograma complete;
• EAS / urina tipo 1;
• Teste de glycemia;
• Atualização da carteira vacinal;
• Verificação do perímetro abdominal;
• Calcular IMC.
Uso de álcool e outras drogas
A prevalência do uso de álccol na população brasileira é de 21,3%
maior entre os homens que entre as mulheres.

Um em cada 4 homens que fazem uso de álcool se tornam


dependentes, ao passo que uma em cada 10 mulheres usuárias de
álcool se torna dependente.

Os homens são maioria entre os usuários de solventes (10,3% x


3,3%). Prevalência geral de menos de 1% da população.
Materiais complementares

https://www.youtube.com/watch?v=o-wJowEwGx0
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Homem: princípios e diretrizes. Brasília: MS, 2009. Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html>

DUARTE, M. D. G. et al. Entendendo a prevalência de vítimas do sexo masculino em acidentes automobilísticos.. In: Anais da III Jornada Nacional de urgência e
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FIOCRUZ. Painel de Indicadores de Saúde – Pesquisa Nacional de Saúde. Disponível em https://www.pns.icict.fiocruz.br/painel-de-indicadores-mobile-desktop/

GARCIA, L. P.; FREITAS, L. R. S. Consumo abusivo de álcool no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 24, n.
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GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2019,
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SANTANA, V. et al. Acidentes de trabalho não fatais: diferenças de gênero e tipo de contrato de trabalho. Cadernos De Saúde Pública, v. 19, n. 2, p. 481–493, 2003.
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SIMÃO, M. O. Mulheres e homens alcoolistas: um estudo comparativo de fatores sociais, familiares e de evolução. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 4, n.
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OBRIGADA
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Saúde do Adulto -
Rastreamento
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Rastreamento

Aplicação de testes em pessoas assintomáticas (em uma população


definida) com o objetivo de selecionar indíviduos para intervenções
cujo o objetivo cujo benefício potencial seja maior que o dano
potencial. Assim, pretende-se reduzir a morbimortalidade atribuída à
condição a ser rastreada.
Rastreamento
• Realizar rastreamentos com evidência, na população alvo.

• Cuidado: “Eu quero ter segurança de que eu não vou ter uma
doença, aí eu faço algo que pode não reduzir a minha chance de ter
a doença, mas está me dando a sensação de que eu estou mais
seguro.”
Rastreamento
• Confiabilidade: capacidade de um teste ser reprodutível, ou seja, produzir
resultados consistentes quando realizado várias vezes sob as mesmas condições

• Validade ou acurácia: representa a proporção de acertos e erros de um teste,


ou seja, o quanto os resultados representam a verdade ou se afastam dela.
Rastreamento
Validade
• Sensibilidade: probabilidade de um teste ser positivo na presença da doença
• Especificidade: probabilidade de um teste ser negativo na ausência da doença

Um bom teste de rastreamento é altamente sensível.


Rastreamento
• Sensibilidade: é a capacidade de um exame ser positivo quando testado entre as
pessoas previamente doentes (verdadeiros positivos).

• Um teste com sensibilidade de 90% significa que 10% dos casos serão falsos
negativos (pessoas com a patologia, porém com exame negativo).

• Um exame com grande sensibilidade é importante para detectar o maior


número possível de indivíduos com a patologia.

• Um exame altamente sensível, quando negativo, descarta a patologia rastreada.


Rastreamento
• A especificidade é a capacidade de um exame ser negativo quando testado
entre as pessoas previamente sadias (verdadeiros negativos).

• Especificidade de 90% significa que 10% dos casos serão falsos-positivos


(exames positivos sem a patologia presente).

• Um exame com grande especificidade é importante para excluir dos


resultados positivos as pessoas saudáveis.

• Um exame altamente específico quando positivo é útil para confirmar a


patologia rastreada.
Rastreamento
• Especificidade e sensibilidade nunca são 100%.

• Há sempre margem de erro.

• Rastreamento = peneiramento.

• Rastrear é diferente de diagnosticar.

• Aplicar testes de rastreamento significa apenas a fase inicial de peneiramento


de um grupo populacional que deverá ser submetido a outras etapas.
Rastreamento

Fonte: adaptado de UK National Screaning Comitee (2016, p.5)


Rastreamento - a OMS classifica em dois tipos:
oportunístico e organizado
Rastreamento
• Diagnóstico precoce x Diagnóstico oportuno.
• Diagnóstico oportuno implica uma abordagem mais centrada na pessoa, no seu
cuidado ao longo do tempo, visando benefícios e evitando danos.
• O processo de diagnóstico é uma ponderação de muitos fatores diferentes,
variando entre pacientes e dependendo das suas singularidades.
• Frequentemente o diagnóstico não é um evento único, mas um processo em
evolução, que deve viabilizar diagnose no momento certo para o paciente em
particular em circunstâncias específicas.
Rastreamento e níveis de prevenção
Rastreamento e níveis de prevenção
• Os incidentalomas – diagnósticos derivados dos achados casuais, sobretudo em
exames de imagem de alta resolução, que em aproximadamente 80% das vezes
não têm consequências clínicas;
• Os sobrediagnósticos – diagnósticos corretos de doenças (inclusive câncer) que
não teriam repercussão na vida da pessoa, mas que geram tratamentos, devido
à impossibilidade de distinção entre casos que evoluiriam para uma doença
clinicamente manifesta e aqueles que permaneceriam em estado de “latência”.
Rastreamento e níveis de prevenção
• Tais exemplos, cada vez mais comuns, são potenciais geradores de
significativos danos iatrogênicos e de medicalização excessiva, devido às suas
múltiplas cascatas de intervenções. Eles demandam fortemente P4.
• Como os rastreamentos são ações aplicadas em pessoas assintomáticas, é
necessário que haja um controle de qualidade de cada uma das etapas devido
aos potenciais danos dos falsos positivos, falsos negativos e dos seguimentos
das situações de indeterminação, tais como ASCUS, BIRADS III, hipotireoidismo
subclínico, intolerância à glicose etc.
Níveis de prevenção
Detecção precoce do câncer
Detecção precoce do câncer

Para detecção precoce do câncer é necessário conhecer o


comportamento da doença que se deseja rastrear e as características
do teste de rastreamento.
Rastreamento Câncer de Pulmão

Recomenda-se rastreamento de câncer de pulmão com Tomografia


Computadorizada de Tórax anual em adultos entre 50 e 80 anos que
tenham história de consumo de tabaco de 20 maços/ano e fumam
atualmente ou cessaram nos úlqmos 15 anos.

USPSTF, 2022
Disfunção tireoidiana

• Contraindica-se rastreamento para disfunção tireoidiana em adultos maiores


de 18 anos, assintomáticos.
• Essa recomendação não se aplica para gestantes, pessoas com história de
cirurgia ou doença de tireóide, indivíduos em uso de medicações tireotóxicas
(lítio, amiodarona), radioterapia em tireóide ou região cervical prévia, doença
de hipotálamo ou pituitária.

Canadian Task Force, 2023


Prevenção de fratura patológica
• Rastreamento entre mulheres de mais de 65 anos, centrada no
compartilhamento da decisão entre a mulher e seu médico.

• As mulheres devem ser informadas dos riscos e apoiadas em suas decisões para
posterior rastreamento, diagnóstico e tratamento.

• Rastreamento é contraindicado em mulheres abaixo de 65 anos e entre


homens.

• Use o FRAX para apoiar sua conduta.


Canadian Task Force, 2023
Prevenção de fratura patológica – calculadora
FRAX

Canadian Task Force, 2023


Prevenção de fratura patológica – calculadora
FRAX

Canadian Task Force, 2023


Rastreamento de
câncer de próstata
Quais os riscos de não rastrear câncer
de próstata?

Entre os homens que foram


rastreados com PSA, o risco de morrer
de câncer de próstata foi de 5 em
1000

Entre os homens que não foram


rastreados com PSA, o risco de morrer
de câncer de próstata foi de 6 em
1000
Canadian Task Force, 2023
Rastreamento de
câncer de próstata
Complicações do tratamento de câncer de
próstata:

• 114-214 homens terão complicações como


infecções, cirurgias adicionais e transfusão
sanguínea.
• 127-442 terão disfunção erétil crônica.
• Mais de 178 terão incontinência urinária.
• 4 a 5 vão morrer de complicações do
tratamento para o cancer.
Canadian Task Force, 2014
Rastreamento de câncer de colo uterino
Mulheres dos 25 aos 64 anos que tenham iniciado vida sexual em
algum momento da vida.

Periodicidade do Papanicolau:

• Dois exames com intervalo anual.


• Após dois exames anuais normais, realiza se somente um exame a cada três
anos.
BRASIL, 2010
Rastreamento de câncer de mama

População alvo Periodicidade dos exames de


rastreamento
Mulheres de 40 aos 49 anos ECM anual e, se estiver alterado,
mamografia
Mulheres de 50 aos 69 anos ECM anual e mamografia bianual

Mulheres de 35 anos ou mais e risco ECM e mamografia anuais


elevado
BRASIL, 2010
Rastreamento de câncer de cólon
• No mundo é a segunda maior causa de morte por câncer entre os
homens e a terceira entre as mulheres .

• Fatores de risco para câncer colorretal:


• Câncer colorretal ou pólipo adenomatoso.
• Doença inflamatória intestinal.
• Sinais e sintomas de câncer colorretal.
• Adultos com síndromes hereditárias que predispõem câncer colorretal.

Canadian Task Force, 2016


Rastreamento de câncer de cólon
Esta ferramenta fornece orientação para profissionais da APS sobre diferentes testes de
triagem, intervalos de triagem e idades recomendadas para iniciar e parar a triagem.

Idade Triagem? Intensidade de recomendação Teste

<50 Não sugerimos triagem


Pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSO) a cada 2 anos OU
50-59 sim fraca
sigmoidoscopia flexível a cada 10 anos.
PSO a cada 2 anos OU sigmoidoscopia flexível a cada 10
60-74 sim forte
anos.
Se o paciente estiver interessado na triagem, discuta opções
75+ não fraca e o ajude a tomar uma decisão baseada na sua qualidade de
vida, valores e preferências.

Uma recomendação forte significa que a maioria dos indivíduos serão melhor atendidos pela medida de ação recomendadaˑ

Uma recomendação fraca significa que muitos dos indivíduos gostaria da medida de ação recomendada, porém muitos não
gostariam. Profissionais de cuidados primários devem discutir os danos potenciais e os benefícios da triagem com seus pacientes.
Jama, 2021; Canadian Task Force, 2016
Risco cardiovascular: rastreamento de HAS
• Recomenda-se triagem para hipertensão em adultos com 18 anos ou
mais com medição da pressão arterial no consultório.
• Anual em adultos com 40 anos ou mais e em adultos com risco aumentado
para HAS (como pessoas negras, com pressão arterial normal alta ou com
sobrepeso/obesidade).
• A cada 3-5 anos para adultos de 18 a 39 anos baixo risco para HAS e com
medida prévia de pressão arterial normal.
• Recomendam-se medições de pressão arterial fora do ambiente
clínico para confirmação diagnóstica antes de iniciar o tratamento.
USPSTF, 2021
Risco cardiovascular: rastreamento de
Diabetes

• Em adultos assintomáticos, recomenda-se triagem para pré-


diabetes e diabetes tipo 2 em adultos de 35 a 70 anos com
sobrepeso ou obesidade.

• Sugere-se oferecer ou encaminhar pacientes com pré-diabetes para


intervenções preventivas eficazes.

USPSTF, 2022
Risco cardiovascular: uso de estatina
• Recomenda-se estatina para prevenção primária de DCV para adultos de 40 a 75
anos com 1 ou mais fatores de risco de DCV (dislipidemia, diabetes, hipertensão ou
tabagismo) e um risco estimado de DCV em 10 anos 10% ou mais. (recomendação B)

• Recomenda-se estatina para a prevenção primária de DCV para adultos de 40 a 75


anos que tenham 1 ou mais desses fatores de risco de DCV e um risco estimado de
DCV em 10 anos de 7,5% a 10%.A probabilidade de benefício é menor neste grupo
do que em pessoas com um risco de 10 anos de 10% ou maior. (recomendação C)

• A evidência atual é insuficiente para avaliar o equilíbrio de benefícios e malefícios de


iniciar uma estatina para a prevenção primária de eventos cardiovasculares e
mortalidade em adultos com 76 anos ou mais. USPSTF, 2022
Recomendações de leitura
• United States Preventive Services Task Force (USPSTF):
https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/

• Canadian Task Force (CTF): http://canadiantaskforce.ca/

• National Institute for Health and Care Excellence (NICE):


https://www.nice.org.uk/

• Colaboração Cochrane, que tem um endereço brasileiro:


http://brazil.cochrane.org/
Material complementar
• https://www.buzzsprout.com/1815691/12783159-how-to-prevent-
fragility-fractures-a-guideline-for-family-doctors

• https://canadiantaskforce.ca/tools-resources/videos/
Referências
BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol., v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento. Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 95 p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf

NICE - National Institute for Health and Care Excellence. Cardiovascular disease: risk assessment and reduction, including lipid modification. Clinical guideline [CG181]. 2014.
Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/cg181.

ELSAYED, N.A. et al., American Diabetes Association. 2. Classification and diagnosis of diabetes: Standards of Care in Diabetes—2023. Diabetes Care, v. 46, n. 1, p. 19-40,
2023.

ELSAYED, N.A. et al., American Diabetes Association. 1. Improving care and promoting health in populations: Standards of Care in Diabetes—2023. Diabetes Care, v. 46,
n. 1, p. 10-18, 2023.
Força-Tarefa Canadense sobre Cuidados Preventivos de Saúde. CMAJ, v. 188, n.5, p. 340-348, 2016. Disponível em: https://www.cmaj.ca/content/188/5/340. Acesso
em: 12/05/2023
Força-Tarefa Canadense sobre Cuidados Preventivos de Saúde. Rastreamento do câncer de mama para mulheres sem risco aumentado. 2020. Disponível em:
https://canadiantaskforce.ca/tools-resources/breast-cancer-update/
Força-Tarefa Canadense sobre Cuidados Preventivos de Saúde. Rastreamento do Câncer Colorretal. 2016. Disponível em: https://canadiantaskforce.ca/wp-
content/uploads/2016/05/ctfphccolorectal-cancerpatient-faqfinal-updated160222.pdf.
US Preventive Services Task Force. Screening for Colorectal Cancer: US Preventive Services Task Force Recommendation Statement. JAMA, v. 325, n. 19, 2021. Disponível
em: https://www.uptodate.com/contents/tests-for-screening-for-colorectal-cancer/abstract/56
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Saúde da Pessoa Idosa
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Envelhecimento populacional brasileiro
• A prevalência de brasileiros com
idade > 65 anos aumentará de 7,4%
em 2015 para 20% em 2030 e para
26,7% em 2060 (OMS).

• Pessoas com 60 anos ou mais de


idade passou de 11,3% em 2012
para 14,7% da população em
2021, com razão de sexos de 78,8
homens para cada 100 mulheres
nessa faixa etária.
(IBGE, 2022)
Envelhecimento populacional brasileiro

• Make Health Last. What will your


last 10 years look like?, 2013. The
Canada Heart and Stroke
Foundation.
• (Faça sua saúde durar. Como serão
os seus últimos 10 anos de vida?)
• https://www.youtube.com/watch?v
=mlY8HFqxRdQ
Envelhecimento populacional brasileiro
• Maior carga de doenças crônicas e incapacidades funcionais, com
surgimento de novas demandas e o uso mais intensivo dos serviços de
saúde.
• Doenças mais frequentes, porém nem sempre estão associadas à
dependência funcional.
• Envelhecimento X Incapacidades e Dependência
• Envelhecimento = maior vulnerabilidade.
• Conceito de saúde no idoso: presença de doenças ou idade avançada X
ausência de saúde. (MORAES, 2018)
Envelhecimento populacional brasileiro

• A idade e as doenças crônico-degenerativas elevam o risco de


disfunções e incapacidades.

• A redução dos fatores de risco para doenças crônicas, irá


prevenir mais de 70% dos problemas de saúde, incluindo as
incapacidades.

• Mais de 80% dos gastos em saúde são atribuídos às


doenças crônicas.
(MORAES, 2018)
Promover o envelhecimento saudável

Envelhecimento saudável previne,


posterga e minimiza a severidade manter estilo de vida ativo
das doenças crônicas e das
alimentar saudavelmente
incapacidades na velhice,
mantendo a autonomia, manter conexão social
independência e sociabilidade e,
eliminar tabagismo
consequentemente reduzindo a
pressão sobre o sistema de saúde.

(BRASIL, 2007)
Promover o envelhecimento saudável

• Trabalho em grupos com a pessoa idosa.

• Grupos de convivência, de atividade física, etc.

• Promoção de saúde: cessação do tabagismo, etilismo, promoção


de atividade física, orientações para alimentação saudável,
imunização, atividades de lazer e social.
(BRASIL, 2007)
Imunização no Idoso

(BRASIL, 2022)
Regra de ouro da alimentação saudável
Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente
processados e preparações culinárias a alimentos
ultraprocessados.
(BRASIL, 2007)
Promover atividade física, atividades de lazer
e social
Aspectos culturais
• Diferenças culturais dos povos
indígenas.
• Sábios - Transmissão de conhecimentos
e aspectos espirituais.
• Memórias, histórias.
• Educadores.
• Preservação e divulgação do
etnoconhecimento.
• Anciãos – muito voltados para dentro
da comunidade.
(ARAÚJO REIS, 2007; RISSARDO, 2014 )
Saúde da pessoa idosa

Define-se saúde como uma medida da capacidade individual de


realização de aspirações e da satisfação das necessidades,
independentemente da idade ou da presença de doenças.

(MORAES E LANNA, 2014)


Avaliação mulBdimensional da pessoa idosa

Incapacidades Deficiências
Comorbidades

Declínio funcional
Idade: 80 anos Idade: 80 anos
Idade X Funcionalidade
Idade: NÃO é um bom marcador de declínio funcional
Funcionalidade: bom marcador de vitalidade (MORAES, 2018)
Capacidade Funcional
• Envelhecer sem nenhuma doença crônica é mais uma exceção do que a regra
(Veras, 2012).
• Novo indicador de saúde = a CAPACIDADE FUNCIONAL.
• Saúde = Funcionalidade global do indivíduo -> a capacidade de gerir a própria
vida ou cuidar de si mesmo.
• A pessoa é considerada saudável quando é capaz de realizar suas atividades
sozinha, de forma plena, mesmo que seja muito idosa ou portadora de
doenças (Moraes, 2012).
• Diagnóstico clínico X capacidade funcional
• População heterogênea (MORAES, 2018)
Capacidade Funcional
•Bem-estar e funcionalidade são complementares.

•Presença de:
• Autonomia (capacidade individual de decisão e comando sobre as
ações, estabelecendo e seguindo as próprias convicções) e;
• Independência (capacidade de realizar algo com os próprios meios)

• Permitindo que o indivíduo cuide de si e de sua vida. (MORAES, 2018)


Capacidade Funcional – Domínios:

• Cognição: é a capacidade mental de compreender e resolver


adequadamente os problemas do cotidiano;

• Comunicação: é a capacidade de estabelecer um relacionamento


produtivo com o meio, trocar informações, manifestar desejos, ideias e
sentimentos. Depende de três subsistemas funcionais: visão, audição e
produção/motricidade orofacial. Esta última é representada pela voz, fala
e mastigação/deglutição;

(MORAES, 2018)
Capacidade Funcional – Domínios:
• Humor/Comportamento: é a motivação necessária para a realização das
atividades e/ ou participação social. Inclui também o comportamento do
indivíduo, que é afetado pelas outras funções mentais, como senso-percepção,
pensamento e consciência;
• Mobilidade: é a capacidade individual de deslocamento e de manipulação do
meio. Por sua vez, a mobilidade depende de quatro subsistemas funcionais: a
capacidade aeróbica e muscular (massa e função), o alcance/preensão/pinça
(membros superiores) e a marcha/ postura/transferência. A continência
esfincteriana é também considerada um subdomínio da mobilidade, pois a sua
ausência (incontinência esfincteriana) é capaz de interferir na mobilidade e
restringir a participação social do indivíduo. (MORAES, 2018)
(MORAES, 2018)
Avaliação mulBdimensional da pessoa idosa
– IVCF-20
Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional - IVCF-20

• Primeiro instrumento brasileiro para rastreio da pessoa idosa com fragilidade


(idoso em risco de fragilização e idoso frágil) na APS.

• Ênfase na identificação do idoso de risco e orientações capazes de reservar ou


recuperar sua independência e autonomia.
• Simples e de rápida aplicação: Considerado uma metodologia de Avaliação
Geriátrica Ampla utilizável por qualquer profissional de saúde ou familiares.
(MORAES, 2016)
IVCF-20

(MORAES, 2018)
IVCF-20

(MORAES, 2018)
Índice De Vulnerabilidade Clínico-funcional-
20 (IVCF-20)
(MORAES, 2018)

(MORAES, 2018)
Síntese do resultado do (IVCF-20)

Auto
Percepção
de Saúde

(MORAES, 2018)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa
• Funcionalidade global. • Comunicação (visão/ audição/
• Cognição/memória. produção e motricidade
orofacial).
• Humor/comportamento.
• Sistemas fisiológicos.
• Mobilidade (alcance, preensão
e pinça/ postura, marcha e • História pregressa.
transferência/ continência • Contexto (avaliação
esfincteriana). sociofamiliar, do cuidador,
• Medicamentos. ambiental).
(MORAES, 2018)
FUNCIONALIDADE
Atividades de Vida Diária
ESCALA DE LAWTON-BRODY

Atividades de Vida Diária


BÁSICAS ESCALA DE KATZ
(MORAES, 2018)
(MORAES, 2018)
Avaliação multidimensional da pessoa idosa

• Estado mental: cognição e memória

• Perguntar à família e ao paciente: dificuldade de memória ou


esquecimento.
• Solicitar à pessoa idosa que repita o nome dos objetos e, após 3 minutos,
pedir que os repita.
• Se for incapaz de fazê-lo, aplicar o Mini Exame do Estado Mental (teste
cognifvo).
(MORAES, 2018)
(MORAES, 2018)
(MORAES, 2018)
Interpretação do MEEM

Se exame alterado, prosseguir com investigação de demência.


(MORAES, 2018)
Avaliação multidimensional da pessoa idosa
– HUMOR
• HUMOR:

• Perguntar ao paciente se ele se


sente triste ou desanimado
frequentemente.
• Se posifvo, aplicar escala de
depressão geriátrica (GDS-15).

(MORAES, 2018)
GDS
Interpretação:
GDS-5 ≥ 2
GDS-15 ≥ 6

•Suspeita de distúrbio do humor

(BRASIL, 2007)
Avaliação multidimensional da pessoa idosa
– MOBILIDADE
•Perguntar sobre QUEDAS
no último ano:
• => Frequência
• => Circunstâncias

Associadas a alto índice de


morbimortalidade, redução da
capacidade funcional e
institucionalização precoce
(BRASIL, 2007)
IDOSO COM QUEDAS DE REPETIÇÃO
(≥ 2 quedas no último ano)

Avaliar fatores de risco: Triagem Avaliar segurança ambiental


• fraqueza muscular; Timed Up and Go • Escala Ambiental do Risco de Quedas
• déficit visual;
• limitação da mobilidade por doença músculo-esquelética;
• incapacidade cognitiva: demência ou depressão;
• presença de hipotensão ortostática;
• comprometimento em AVD;
• uso de medicamentos relacionados a quedas.

< 10 segundos 10 a 20 segundos 20 segundos


Baixa probabilidade de alteração de Realizar avaliação qualitativa da Alta probabilidade de alteração de marcha e
marcha e equilíbrio marcha (Get Up and Go Test) equilíbrio contribuindo para queda

MARCHA NORMAL MARCHA ANORMAL

Tonteira / Vertigem Crise de queda: “drop attack” Alteração de marcha/equilíbrio:


• Marcha típica: causa única.
• Ausência de padrão típico de marcha: provável
VPPB: Manobra de Epley Exame clínico e pesquisa de etiologia multifatorial
hipotensão ortostática

Holter 24 horas
Vertigem com manobra de Dix-Hallpike negativa
• Procurar causas metabólicas ECG e Ecodopplercardiograma
• Encaminhar para avaliação com ORL Excluir cardiopatia estrutural Tilt Table Test
Fazer avaliação ambiental – visita domiciliar:

• Presença de escadas?
• Pisos deslizantes?
• Tapetes?
• Iluminação adequada?
• Corrimão no banheiro?
• Uso de chinelos?

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Mobilidade

(BRASIL, 2007)
Avaliação MulBdimensional da Pessoa Idosa -
Mobilidade

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Mobilidade

• Incontinência urinária:

• Perguntar: “Você já perdeu urina


ou sentiu-se molhado?”
• Uso de fraldas geriátricas

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Nutrição

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Nutrição
Causas frequentes de anorexia e perda de peso em idosos:

• Constipação;
• Pobreza;
• Isolamento social; • Alcoolismo;
• Depressão; • Uso de medicamentos;
• Demência; • Problemas dentários;
• Dor; • Xerostomia;
• Imobilidade; • Diminuição do paladar;
• Refluxo gastroesofágico; • Alterações no reconhecimento de
fome e sede.
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Comunicação
A possibilidade de estabelecer um relacionamento produtivo com o meio,
trocar informações, manifestar desejos, idéias, sentimentos está
intimamente relacionada à habilidade de se comunicar. É através dela que
o indivíduo compreende e expressa seu mundo.

VISÃO AUDIÇÃO FALA

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Comunicação Você tem problema para ler, dirigir
ou dificuldade para enxergar?

Sim Não

Aplicar
Teste de Jaeguer e VISÃO
Teste de Snellen

Normal

Alterado

Encaminhar ao
oftalmologista

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Comunicação Aplicar
teste do sussuro

Normal Alterado

Reavaliação Fazer
anual Otoscopia

Cerume

AUDIÇÃO Fazer lavagem


dos ouvidos e reavaliar

Normal

solicitar
(BRASIL, 2007) audiometria
Medicamentos e Risco de Polifarmácia

Cerca de 30% dos pacientes idosos empregam 5 ou mais


medicamentos por dia, o que corresponde a polifarmácia.

COLATERAL. Porta dos fundos, 2015


hsps://www.youtube.com/watch?v=c2Vf1MbO2BU

(MORAES, 2018)
Promover a prevenção quaternária - combate ao
sobrediagnóstico e ao sobretratamento

Comorbidades

Atendimento por diferentes profissionais

Duplicação e interação medicamentosa

Latrogenia (GUSSO E LOPES, 2018)

MÉDICO DE FAMÍLIA: coordenação da assistência, manejo do paciente,


revisão regular da medicação, contribuir com a equipe no apoio à família.
Promover a prevenção quaternária - combate ao
sobrediagnósBco e ao sobretratamento
“Medicalização” da velhice leva a Polifarmácia

• Excesso de medicamentos.
• Interação medicamentosa.
• Dosagem excessiva, ou
insuficiente.
• Fragilidade metabólica: fígado
e rim Dificuldades de acesso.
• Dificuldades na administração.
(MORAES, 2018)
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur
“DA
IDADE”
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur

“Da idade"
(Des)Prescrição

• “Mais de 90% dos pacientes estão disposto a interromper o uso de


algum medicamento se seus médicos disserem que isso é
possível”. .
• A desprescrição é o processo planejado e supervisionado de
redução da dose ou interrupção de medicamentos que possam
estar causando danos ou que não sejam mais benéficos.
• A desprescrição faz parte de uma boa prescrição - recuar quando
as doses são muito altas ou interromper medicamentos que não
são mais necessários.
(REEVE et al, 2018)
(Des)Prescrição
• No Brasil, ainda não há uma lista de critérios nacionais.
• Vários estudos demonstraram a importância da implantação dos
critérios de Beers e STOPP/START em hospitais e ambulatórios
• A lista de Beers é mais utilizada no momento da prescrição para
prevenir e evitar os medicamentos inapropriados.
• Os critérios STOPP/START são mais úteis no rastreio, com a
finalidade de detectar possíveis erros na prescrição e se há omissão
de medicamentos
(Des)Prescrição
• Ferramenta para tomada de decisão compartilhada para a
desprescrição. Exemplos:
• 1- Inibidor da bomba de prótons:
• https://deprescribing.org/wp-content/uploads/2017/10/PPI-Consult-PtDA-Oct-
11-v2-wt.pdf
• 2- Benzodiazepínicos:
• https://deprescribing.org/wp-
content/uploads/2019/03/deprescribing_algorithms2019_BZRA_vf-locked.pdf
(Des)Prescrição
• STOPP (Screening Tool of Older Persons’ Prescrip;on)
• idenfficação de prescrições dos medicamentos potencialmente inapropriados,
com foco nos medicamentos que podem causar interações e análise das
prescrições com duplicidade terapêufca.
• START (Screening Tool to Alert to Right Treatment)
• detecta os medicamentos potencialmente omissos (MPO), ou seja,
fármacos que deveriam ter sido prescritos aos idosos e não foram.
• Lista de Beers – Atualizada em 2019 pela Sociedade Americana de
Geriatria.
(Des)Prescrição
Avaliação Multidimensional da pessoa idosa
– Suporte Social
• Identificar os cuidadores (familiares, vizinhos, amigos,
profissionais que apoiam o idoso) e o suporte social de que
poderia dispor ou dispõe:

• Alguém poderia ajuda-lo caso você fique doente ou incapacitado?


Quem?
• Quem seria capaz de tomar decisões de saúde por você caso não
seja capaz de fazê-lo?

• Anotar nome, endereço, telefone no prontuário do paciente.


(MORAES, 2018)
Avaliação Multidimensional da pessoa idosa
– Cuidar do Cuidador
•Cuidador é a pessoa que presta cuidados à pessoa idosa.
•Frequentemente esse papel é exercido por uma só pessoa.

• Papel da equipe da ESF:


• Apoio à pessoa idosa e ao cuidador.
• Localizar serviços de apoio (Centro dia, Programa acompanhante de
Idoso, Grupo Terapêutico, etc).
• Apoio à família evitando a institucionalização (abrigo ou instituição de
longa permanência). (MORAES, 2018)
Avaliação Multidimensional da pessoa idosa
– Cuidar do Cuidador

Sobrecarga do cuidador: pactuação dos cuidados entre todos os


familiares próximos, evitar sobrecarga de poucos.

• Avaliação de sobrecarga do cuidador:


• Escala de Zarit: https://dms.ufpel.edu.br/casca/modulos/zarit-
main#comp/zarit-main

(BRASIL, 2007; BRASIL, 2013)


Abordar a pessoa idosa vítima de violência
•Diversos tipos de violência podem ser
identificados:
• Física
• Negligência
• Financeira
• Sexual
• Psicológica
• Institucional
(BRASIL, 2007)
Abordar a pessoa idosa víBma de violência
• Situações de risco para violência contra idosos:

• Agressor e vítima viverem na mesma casa;


• Filhos serem dependentes financeiramente de seus pais de idade avançada;
• Idosos dependerem da família de seus filhos para sua manutenção e sobrevivência;
• Abuso de álcool e drogas pelos filhos, outros adultos da casa ou pelo próprio idoso;
• Ambiente e vínculos frouxos, pouco comunicativos e pouco afetivos na família;
• Isolamento social dos familiares e da pessoa de idade avançada;
• O idoso ter sido uma pessoa agressiva nas relações com seus familiares;
• História de violência na família;
• Os cuidadores terem sido vítimas de violência doméstica;
• Os cuidados padecerem de depressão ou outro sofrimento psíquico;
(BRASIL, 2007)
Abordar a pessoa idosa vítima de violência
Abordagem intersetorial
• Centro de Referência de Assistência Social (CRAS);
• Centro de Referência para a Mulher;
• Delegacias Policiais;
• Conselhos Municipais de Direitos das Pessoas Idosas;
• Ministério Público (MP);
• Instituto Médicos Legal (IML);
• Secretaria Municipal de Assistência Social.

DISQUE 100: NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA PARA CASOS DE


VIOLÊNCIA
Referências bibliográficas:
ARAÚJO REIS, D. et al. SAÚDE DO IDOSO INDÍGENA NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA. Revista de Enfermagem UFPE, v. 10, n. 8, 2016.

BRASIL. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 2006. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília : Ministério da Saúde, 2007.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. SECRETARIA DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Brasília: Ministério da
Saúde, 2008. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de atenção domiciliar. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. 205 p.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário de vacinação idoso. Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-
nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2022/calendario-nacional-de-vacinacao-2022-adulto-e-idoso/view.

IBGE. Características gerais dos moradores 2020-2021, [online]. 2022. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101957_informativo.pdf.

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.
Referências bibliográficas:
MORAES, E. N. Atenção à saúde do idoso: aspectos conceituais. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.

MORAES, EN; LANNA, FM. Avaliação multidimensional do idoso. 4ª ed. Belo Horizonte: Folium; 2014.

MORAES, E. N. et al. Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20 (IVCF-20): reconhecimento rápido do idoso frágil. Revista de Saúde Pública, v. 50, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rsp/a/HMMB75NZ93YFBzyysMWYgWG/?lang=pt#

MORAES, E. N. et al. Avaliação multidimensional do idoso. SAS. - Curitiba : SESA, 2018.Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-
04/avaliacaomultiddoidoso_2018_atualiz.pdf

REEVE, E. et al. Assessment of attitudes toward deprescribing in older Medicare beneficiaries in the United States. JAMA internal medicine, v. 178, n. 12, p. 1673-1680, 2018. Disponível em:
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2706177

RISSARDO, L. K. et al. Las prácticas de cuidado de ancianos indígenas de rendimiento de la salud. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 67, p. 920-927, 2014.

SCOTT, I. A. et al. Reducing inappropriate polypharmacy: the process of deprescribing. JAMA Intern Med. v. 175, n. 5, p. 827-834. 2015. doi: 10.1001/jamainternmed.2015.0324. PMID:
25798731. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25798731/.
OBRIGADA
frantchescafripp@gmail.com
Doenças crônicas não
transmissíveis
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Roteiro

1. Conhecer a carga das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)


no Brasil

2. Compreender o modelo efetivo de cuidado às pessoas com DCNT


3. Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade, Diabetes Mellitus tipo 2, Doença Renal
Crônica e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT)
• 2009 - Doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e
diabetes.
• 80,7% dos óbitos por doenças crônicas

• Esses quatro grupos de doenças crônicas de maior impacto têm quatro fatores de
risco modificáveis em comum:
Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT)
• As taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas
estão diminuindo

CONTROLE DO AUMENTO DA
TABAGISMO COBERTURA DA ESF

• A prevalência de diabetes e hipertensão está aumentando, junto com a


prevalência de obesidade

MUDANÇAS DESFAVORÁVEIS NA DIETA E NA ATIVIDADE


FÍSICA.
Conhecer a carga das DCNTs no Brasil
• Em 2016, doença cardíaca isquêmica foi a
principal causa de anos de vida perdidos,
seguido de violência interpessoal.
• Os principais fatores de risco para anos
vividos com incapacidades foram: uso de
álcool e outras drogas, HAS e obesidade.
• Em 1990 e 2016, dor lombar e cervical,
doenças dos orgãos dos sentidos e da pele
foram as principais causas de anos vividos
com incapacidades.
Conhecer a carga das DCNTs no Brasil

Principais causas de anos de


vida perdidos por Estados
brasileiros, homens e mulheres,
1990 e 2016.
Quais ferramentas para ofertar um cuidado
efetivo às pessoas com DCNT?
Saúde Baseada em Evidências
MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA

Modelo assistencial – Atributos da APS

• Essenciais: Acesso, Integralidade,


Longitudinalidade e Coordenação
• Derivados: Orientação Familiar, Orientação
Comunitária e Competência Cultural
Quais ferramentas para ofertar um cuidado
efetivo às pessoas com DCNT?
• Consultas coletivas;

• Grupos operacionais;

• Acionamento da rede de apoio social;

• Abordagem familiar.
Compreender o modelo efeDvo de cuidado
às pessoas com DCNT
Promover saúde, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com
HAS, Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2
Prevenção de eventos cardiovasculares e HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus
tipo 2
Prevenção primária
• Melhores condições socio econômicas gerais;

• Leis contra tabagismo, alcoolismo, fast-food e consumismo infantil;

• Mais espaços públicos para a prática de atividades físicas e lazer (ex.: parques e
praças verdes, ciclovias, quadras poliesportivas);
Prevenção de eventos cardiovasculares e HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus
tipo 2
Prevenção primária
• Mais opções culturais variadas (teatro, cinema, biblioteca, exposições, feiras,
festivais, shows) e acessíveis em todas as partes das cidades;

• Mais acesso a alimentos in natura a preços acessíves em toda a cidade;

• Mais segurança cidadã em toda a cidade.


Prevenção primária - Como ajudar na mudança
do estilo de vida?
• Perder peso;
• Usar dieta DASH;
• Reduzir uso de sal;
• Praticar atividade física;
• Reduzir uso do álcool;
• Cessar tabagismo.
Prevenção primária –
orientações de mudança de esDlo de vida

• Hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento das DCNT, sobre


a qual pode ser acrescido – ou não – o tratamento farmacológico.
• Seus elementos fundamentais são manter uma alimentação
adequada e atividade física regular, evitar o fumo e o excesso de
álcool e estabelecer metas de controle de peso.
Prevenção primária - orientações alimentares
Regras de ouro
• Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base da sua
alimentação
• Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar
e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
• Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os em pequenas
quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte
de refeições baseadas em alimentos in natura, ou minimamente
processados
• Evite alimentos ultraprocessados
Trabalhe colaborativamente com a nutricionista de sua UBS!
Prevenção primária - orientações alimentares e
competência cultural
Prevenção primária –
incentivo para atividade física
• Antes de iniciar a prática de atividade física, é necessário avaliar as condições
atuais do paciente, o controle metabólico, o potencial para o autocuidado e
avaliar complicações.
• Para que o exercício aeróbico reflita na melhora do controle glicêmico,
mantenha ou diminua o peso e reduza os riscos de doença cardiovascular, deve
ser realizado de forma regular, com um total de 150 minutos/semana,
distribuídos em três dias por semana, não mais de dois dias consecutivos [Grau
de Recomendação B].
Trabalhe colaborativamente com o Educador Físico do NASF de sua UBS
Prevenção primária –
incentivo para atividade física
• Abordagens dos 5 “As” para promoção da atividade física:

Aconselhar Acordar / Apoiar Acompanhar


Avaliar
negociar

• Indicação de teste ergométrico prévio:

• Mulheres > 55 anos e homens > 45 anos com fatores de risco para DCV;
• DM tipo 1 de duração > 15 anos, DM tipo 2 > 10 anos ou pessoa > 35 anos;
• Doença vascular periférica; neuropatia autonômica.
Prevenção secundária - Rastreamento
• HAS
Grau de recomendação A : maiores de 18 anos, sem o conhecimento de que sejam
hipertensos, intervalo bianual se PA < 120 80 e anual se PAS entre 120 e 139 mmHg ou PAD
entre 80 e 90 mmHg e/ou presença de fatores de risco.
• Dislipidemia
Homens com 35 anos ou mais Grau A // Homens de 20 a 35 anos com alto risco Grau B;
Mulheres com 45 anos ou mais Grau A // Mulheres de 20 a 45 anos com alto risco Grau B;
Intervalo de 5 anos para pessoas com resultados normais a depender do risco
cardiovascular.
Prevenção secundária - Rastreamento

• Diabetes Mellitus Hpo 2

Recomenda-se a triagem para pré-diabetes e diabetes kpo 2 em adultos de 35 a


70 anos com sobrepeso ou obesidade. Os médicos devem oferecer ou
encaminhar pacientes com pré-diabetes para intervenções prevenkvas eficazes.
Prevenção secundária - Rastreamento
• Diabetes Mellitus tipo 2 e pré-diabetes

Recomenda-se triagem em adultos de 35 a 70 anos com sobrepeso ou obesidade. Os


médicos devem oferecer ou encaminhar pacientes com pré-diabetes para
intervenções preventivas eficazes.

Idade maior que 45 anos;


sobrepeso ou obesidade e um ou
mais dos fatores de risco.
Acolhimento e Acesso Avançado
Vídeo: Acesso Avançado. Diário de um Posto de Saúde, 2016
https://www.youtube.com/watch?v=cZi5Xb3ouAo

Prática da Saúde Baseada em Evidências


(protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas)
Vídeo: Atenção quaternária e iatrogenia. Diário de um Posto de Saúde. 2016.
https://www.youtube.com/watch?v=1viC3T6fwSQ
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Rastreamento do Risco Cardiovascular


Rastreamento do Risco Cardiovascular

O objecvo é determinar o risco global de um indivíduo entre 30 e 74


anos de desenvolver DCV em geral nos próximos 10 anos

Esteja ciente de que todas as ferramentas de avaliação de risco de DCV


podem fornecer apenas um valor aproximado para o risco de DCV.
A interpretação dos escores de risco de DCV deve sempre reflecr o
julgamento clínico individualizado.
Rastreamento do Risco Cardiovascular
Anamnese, exame clínico e exames complementares quando indicados
Rastreamento do Risco Cardiovascular (RCV)

• Idade
• Gênero
• Colesterol total
• Tabagismo
• Hdl
• Has
Rastreamento do RCV - Framingham

Metas a serem alcançadas:


Rastreamento do Risco Cardiovascular
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS


HAS – Impactos na saúde da população
brasileira
• Os números que definem a HAS são arbitrários, mas se caracterizam como valores em
que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso)
superam os riscos.
• A HAS é uma condição multifatorial (genética, meio ambiente, hábitos de vida e
fatores socioeconômicos).
• A HAS é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e renais.
• A HAS tem alta prevalência, é de fácil diagnóstico e possui tratamento adequado, mas
é de difícil controle pela baixa adesão.
• A prevenção da HAS é custo-efetiva e o melhor caminho para a diminuição da
morbimortalidade cardiovascular.
HAS e fatores associados
HAS – Fatores de risco

Idade Fatores socioeconomicos


Genética Ingestão de sódio e potássio
Sexo Álcool
Etnia Sedentarismo
Sobrepeso / obesidade Apneia Obstrutiva do Sono
HAS – Diagnóstico em adultos com mais de 18 anos
Observar técnica correta para mensuração da PA

O paciente deve sentar-se confortavelmente em um ambiente silencioso por 5


minutos, antes de iniciar as medições da PA. Explique o procedimento ao indivíduo
e oriente a não conversar durante a medição. Possíveis dúvidas devem ser
esclarecidas antes ou depois do procedimento.
HAS – Diagnóstico em adultos com mais de 18 anos
Observar técnica correta para mensuração da PA

Certifique-se de que o paciente NÃO:

• Está com a bexiga cheia;


• Praticou exercícios físicos há, pelo menos, 60 minutos;
• Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos;
• Fumou nos 30 minutos anteriores.
HAS - diagnóstico
• Elevação persistente da PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA
diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo
menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva
• Atentar para estresse físico e emocional
• MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial)
• 3 medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento, e 3 à
noite, antes do jantar, durante 5 dias, ou
• 2 medidas pela manhã e à noite durante 7 dias.
• MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial)
HAS – Classificação da PA de acordo com a medição
no consultório a partir de 18 anos de idade

HA: hipertensão arterial; PA: pressão arterial; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica. *A classificação é definida de acordo com a PA
no consultório e pelo nível mais elevado de PA, sistólica ou diastólica. **A HA sistólica isolada, caracterizada pela PAS ≥ 140 mmHg e PAD <90 mmHg, é
classificada em 1, 2 ou 3, de acordo com os valores da PAS nos intervalos indicados. ***A HA diastólica isolada, caracterizada pela PAS < 140 mmHg e PAD ≥
90mmHg, é classificada em 1, 2 ou 3, de acordo com os valores da PAD nos intervalos indicados.
HAS – Diagnóstico em adultos com mais de 18 anos
HAS – Diagnóstico em adultos com mais de 18 anos
HAS – Classificação e Diagnóstico

• Hipertensão primária;

• Hipertensão secundária;

• Suspeitar em pessoas com menos de 30 ou mais de 50 anos;


• Prevalência: 5-10% da população com diagnóstico de Hipertensão;
• Na suspeita, sempre investigar.
HAS - Avaliação individualizada
História clínica
• Dispnéia, dor torácica, palpitações, acuidade visual;
• Hábitos de vida: uso de álcool, tabaco, cocaína, crack, atividade física;
• História familiar: antecedentes de IAM (infarto agudo do miocárdio) e AVE
(acidente vascular encefálico);
• Aspectos socioeconômicos;
• Uso medicamentos (ex.: anti-inflamatórios, ACO, anorexígenos
[sibutramina], descongestionantes nasais).
HAS - Avaliação individualizada
Exame físico
• Antropometria: IMC, circunferência abdominal - 88 cm para mulheres e 102 cm
para homens;
• Dados vitais –PA nos dois membros superiores na primeira avaliação e FC
(frequência cardíaca);
• Inspeção: fácies e aspectos sugestivos de hipertensão secundária;
• Pescoço: palpação e ausculta das artérias carótidas, verificação de turgência
jugular e palpação de tireoide.
HAS - Avaliação individualizada

• Exame físico.
• Exame do precórdio e ausculta cardíaca: arritmia, sopros, B3, B4.
• Exame do pulmão: ausculta de estertores, roncos e sibilos.
• Exame do abdome: a ausculta de sopros em área renal objetivam
detectar hipertensão secundária a obstrução de artérias renais.
• Extremidades: avaliar pulsos.
HAS - Avaliação individualizada
Rotina complementar mínima
• Glicemia;
• Colesterol total, HDL, LDL,
triglicérides;
• Creatinina / Urina tipo I;
• Potássio;
• ECG (eletrocardiograma);
• Fundoscopia (encaminhar ao
oftalmologista).
• * FREQUÊNCIA ANUAL
Lesões de órgãos-alvo
1. AVE (acidente vascular encefálico) e AIT (ataque isquêmico transitório);
2. IAM (infarto agudo do miocárdio), DAC (doença arterial coronariana), DAOP
(doença arterial obstrutiva periférica);
3. HVE (hipertrofia do ventrículo esquerdo);
4. Nefropatia;
5. Retinopatia;
6. Aneurisma de aorta abdominal;
7. Estenose de carótica sintomática.
Lesões de órgãos-alvo - parâmetro

1. Sobrecarga de ventrículo E em ECG;


2. Ecocardiograma com índice de massa ventricular ≥ 116 g/m2 nos homens ou ≥
96 g/m2 nas mulheres;
3. Índice tornozelo-braqual > 0,9;
4. Doença renal crônica estágio 3;
5. Albuminúria entre 30 e 300mg/24h ou relação albumina/creatinina urinária
entre 30 e 300mg/g.
Manejo Terapêutico – metas pressóricas

LEMBRE: em idosos hígidos, a meta pressórica é PAS entre 130 e 139 e a PAD entre 70 e79. Em
idosos frágeis, PAS entre 140 e 149 e a PAD entre 70 e79
Manejo Terapêutico

•Medidas não farmacológicas

•Medidas farmacológicas
Manejo Terapêutico - medidas farmacológicas

• Adultos sem DCV – iniciar medicamento se PA ≥


140x90mmHg.
• Sequência de escolha dos fármacos anti-hipertensivos:

• 1 passo: clortalidona ou hidroclorotiazida + amilorida ou iECA


• 2 passo: betbloqueador
• 3 passo: anlodipino
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis na
Atenção Primária à Saúde

• Diuréticos Tiazídicos • Inibidores da ECA


• Hidroclorotiazida, • Enalapril, Captopril
Clortalidona
• Bloqueadores do Receptor da
• Bloqueadores do canal de
Angiotensina (BRA)
Cálcio • Losartana
• Anlodipino, Nifedipino
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis no
Brasil
Diuréticos poupadores de Potássio:
• Espironolactona
• Pequena eficácia diurética.
• Podem ser associados a outros diuréticos no tratamento e prevenção da
hipotassemia.
• Evitar em pacientes com redução da função renal.
• Primeira escolha após Tiazídicos, BCC, IECA/BRA
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis no
Brasil
Diuréticos de Alça:
• Furosemida
• Podem ser usados em associação com diuréticos tiazídicos em pacientes com
Insuficiência Cardíaca e Renal tanto para controle do edema quanto para
controle da PA.
• Não deve ser usada para controle de edema em pessoas sem comorbidades.
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis no
Brasil
Beta-bloqueadores:
• Propranolol, Atenolol, Metoprolol, Carvedilol
• Uso associado com diuréticos pode piorar perfil glicêmico e lipídico.
• Evitar em pacientes com BAV de 2º grau.
• Evitar Atenolol e Propranolol em pacientes com Asma ou DPOC

Inibidores adrenérgicos:
• Metildopa
• A Metildopa é o anti-hipertensivo de escolha para mulheres grávidas.
Medicamentos
disponíveis na
Rename 2022
Medicamentos
disponíveis na
Rename 2022
Medicamentos
disponíveis na
Rename 2022
Assistência Farmacêutica
Indicações das classes medicamentosas
Acompanhamento
Depois de iniciar tratamento medicamentoso:
Verificação semanal da PA até a consulta médica de reavaliação com 30 dias

Caso não tenha atingido a meta, deve-se:


• Avaliar adesão terapêutica/ observar a técnica de verificação da PA e equipamento;
• Aumentar a dose do fármaco já usado;

• OU adicionar outro fármaco;


• OU substituir o fármaco, se não houver efeito ou haja efeitos indesejados.
Acompanhamento
Após atingir a meta, dividir o cuidado com o enfermeiro, com consultas
intercaladas, a depender do RCV:
• A cada 2 meses (RCV alto>20%);
• A cada 3 meses (RCV intermedio10-20%);
• A cada 6 meses (RCV baixo<10%);
• A cada ano uma consulta odontológica.
Adesão medicamentosa
Critérios de encaminhamento
Nefrologia e/ou Cardiologia:
• Suspeita de hipertensão secundária;
• Hipertensão refratária (= uso de três antihipertensivos, sendo um deles
diurético, sem controle da PA).

O que escrever no relatório de encaminhamento:


• Sinais e sintomas, medicações em uso com dose, medida da PA, alterações
dos exames complementares, se houver, avaliação da adesão, número da
teleconsultoria (se caso tiver sido discutido no Telessaúde);
• Classificar o risco adequadamente.
Telessaúde: 0800 6446543
Título
• Texto
Caso clínico

Dona Maria, negra, 55 anos, hipertensa há 6 anos, chega à unidade


sendo acolhida pela enfermeira, relatando estar ansiosa e preocupada
com a pressão, que acredita estar elevada, pois está sentindo dor de
cabeça leve a moderada. Refere uso regular do anti hipertensivo
enalapril 20mg de 12/12hs. Cefaléia sem sinais de alarme, nega outros
sintomas associados. Medida de PA = 180 x 90mmHg. A enfermagem
solicita atendimento da médica devido ao fato da pressão estar alta.
Caso clínico
1 Lista de problemas? 3 Qual seu plano?
• Hipótese diagnóstica;
• Exames complementares;
• doenças crônicas;
• Tratamento farmacológico; e não-
• e problemas.
farmacológico (orientações);
2 Qual a Abordagem? • Atestado?
• Anamnese dirigida;
• Exame físico dirigido;
Urgências e emergências hipertensivas

Pseudo crises hipertensivas: elevações significativas da PA, associadas


a sintomas relatados pelo paciente, não se pode estabelecer relação
causal entre a hipertensão e a manifestação do desconforto.

• As pseudocrises hipertensivas são situações nas quais o aumento acentuado


da PA é desencadeado por dor (cefaléia, cólica), desconforto (tonturas, mal-
estar), ansiedade ou por associação desses fatores
• Grupo de pessoas responsável pela maior procura por um atendimento de
urgência com PA acentuadamente elevada.
Urgências e emergências hipertensivas
• Crises hipertensivas (urgências e e emergências hipertensivas):
quando há risco de desenvolvimento de alguma complicação clínica associada ao
aumento abrupto dos níveis pressóricos.

• Emergências hipertensivas: são situações em que ocorre progressiva


lesão aguda de órgãos alvo e risco iminente de morte, que necessitam de
redução imediata da PA (não necessariamente para níveis normais). Tais
emergências devem ser tratadas preferencialmente com agentes anU
hipertensivos parenterais em unidades de urgência.
Urgências e emergências hipertensivas

• Urgências hipertensivas: há elevação importante da pressão arterial, em


geral pressão arterial diastólica > ou = 120 mmHg, com condição clínica estável ,
sem compromekmento de órgãos alvo, mas que existe risco potencial de lesão
aguda de órgão alvo. Deve proceder o controle pressórico de forma menos
intensa que nas emergências, podendo se estabelecer esse controle em até 24h,
com medicações por via oral.
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Dislipidemias
Rastreio de Dislipidemia
Indicações:
• Homens com 35 anos ou mais – Grau A;
• Homens de 20 a 35 anos com alto risco – Grau B;
• Mulheres com 45 anos ou mais – Grau A;
• Mulheres de 20 a 45 quando se enquadrarem como alto risco – Grau B.

Periodicidade:
O intervalo adequado para rastreamento é incerto. Recomenda-se a cada 5 anos
para pessoas com resultados normais; podendo ser em um intervalo maior ou
menor, a depender do risco cardiovascular.
Rastreio de Dislipidemia
• Indicações outras formas clínicas de aterosclerose
Diagnóstico
• LDL-c ≥ 160mg/dL – Hipercolesterolemia Isolada;
• TG ≥ 150mg/dL– Hipertrigliceridemia isolada;
• LDL-c ≥ 160mg/dL + TG ≥ 150mg/dL- Hiperlipidemia mista;
• HDL-c ≤ 50mg/dL (mulheres) ou 40mg/dL (homens).
Manejo Clínico Dislipidemias

Sempre de acordo
com a avaliação de
risco cardiovascular
Manejo Clínico na Atenção Básica
Sinvastatina – 40 a 80mg/dia, em 1 tomada à noite;
Hipertrigliceridemia: 500mg/dL (se não resposta à MEV) ou >1000mg/dL;
Considerar fibrato se TG > 500mg/dl, pelo risco de pancreatite aguda.
• Benzafibrato–400 a 600mg/dia;
• Ciprofibrato–100mg/dia;

Solicitar TGO, TGP e CPK de forma regular enquanto se usar estatina;


Até entrar na meta, solicitar novo lipidograma a cada 3 meses enquanto se ajusta
dose e se orienta MEV.
Caso Clínico
Seu José 57 anos, hipertenso há 10 anos e diabékco há 1 ano. Vem à consulta
médica para entrega de curva de pressão realizada no posto de saúde durante as
úlkmas 4 semanas e também para entrega de exames laboratoriais recentes. Vem
sem queixas cardiovasculares. Não é sedentário ou tabagista. Vem em uso regular
das medicações e com dieta hipossódica.
• Medicações em uso: losartana 100mg/dia e me‚ormina 850mg (0–1–1).
• Curva de PA: 150x90mmHg; 140x90mmHg; 150x80mmHg e 140x90mmHg.
• Glicemia jejum= 94mg/dl; Hb glicada= 6,0%; CT= 243mg/dl; LDL= 160mg/dl; HDL=
55mg/dl; TGL= 140mg/dl.
Caso clínico
1 Lista de problemas? 3 Qual seu plano?
• Hipótese diagnóstica;
• Exames complementares;
• doenças crônicas;
• Tratamento farmacológico; e não-
• e problemas.
farmacológico (orientações);
2 Qual a Abordagem? • Atestado?
• Anamnese dirigida;
• Exame físico dirigido;
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Diabetes Mellitus
Diabetes Mellitus - classificação

• DM tipo 1 - aproximadamente 8% dos casos;

• DM tipo 2 - cerca de 90% dos casos de diabetes na população;

• DM gestacional;

• LADA – Diabete autoimune com início tardio;

• Outras causas: pancreatite, diabetes monogênico, secundária a


medicações, endocrinopatias.
Distúrbio glicêmico Critério diagnóstico
Diabete Melito Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL OU
TTG ≥ 200mg/dL OU
Hb glicada ≥ 6,5% OU
Sinais/sintomas de hiperglicemia + glicemia
plasmática ≥ 200mg/dL
Tolerância a glicose diminuída TTG ≥ 140 mg/dL e < 200mg/dL
Glicemia de jejum alterada Glicemia de jejum ≥ 110 e < 126 (OMS)
Glicemia de jejum ≥ 100 e < 126 (ADA)
Hb glicada elevada Hb glicada entre 5,7 – 6,4% (ADA)
Hb glicada entre 6 – 6,4%
DM- Diagnóstico e exames de glicemia

• Glicemia de jejum: 8 a 14 horas de jejum


• Teste de tolerância a glicose: glicemia 2h após 75 de glicose anidra.
• Paciente deve permanecer sem restrição
de carboidratos por 3 dias;
• Hb glicada: não necessita jejum.
DM- DiagnósDco e elementos clínicos

• Sinais e sintomas clássicos: • Sintomas menos específicos:


• Poliúria, • fadiga,
• polidipsia, • fraqueza,
• perda de peso inexplicada, • letargia,
• polifagia, • visão turva,
• prurido vulvar/balanopostite.
DM - Avaliação inicial e acompanhamento

• História da pessoa - anamnese;


• Considerar comprometimento psicológico, rede de apoio e
vulnerabilidade social.

Avaliar as várias dimensões que afetam o DM e seu manejo e considerá-


las periodicamente nas decisões compartilhadas sobre o manejo do DM
e seu autocuidado.
DM-Avaliação inicial e acompanhamento
• Exame físico
• IMC, avaliação de crescimento puberal em adolescentes, PA, palpação de
tireóide, circunferência abdominal;
• exame da cavidade oral: avaliar presença de gengivite, problemas odontológicos
e candidíase;
• exame dos pés: lesões cutâneas, estado das unhas, calos e deformidades,
avaliação dos pulsos arteriais periféricos e edema; teste de sensibilidade
• exame neurológico sumário;
• exame de fundo de olho.
DM - Avaliação inicial e acompanhamento
• Avaliação laboratorial:
• Glicemia de jejum;
• Hb glicada;
• Colesterol total, HDL, LDL e triglicéride;
• Creaknina;
• TSH (DM kpo 1);
• ECG.
• Estracficação do risco cardiovascular.
Avaliação
Multidimensional
Idade de início Em menores de 40 anos tratamento mais intensivo, acima de 70
anos, menos intensivo

Grau de hiperglicemia e duração da doença Hiperglicemia grave e aguda: descartar infecção, considerar
insulinização ainda que temporária
Risco de hipoglicemia Atenção aos idosos, pessoas que moram só ou que já tiveram
hipoglicemia grave
Presença de complicações Lembrar de fármacos com proteção cardiorrenal

Excesso de peso Evitar sulfoniureias e insulina

Vulnerabilidade social considerar outras prioridades de vida que competem com o plano
terapêutico
Manejo Terapêutico - Principais drogas
• A Metformina é a droga de primeira escolha para o tratamento da DM tipo 2;
• Se Hb glicada acima do alvo e metformina em dose alta, considerar escalonamento.
Sem DCV aterosclerótica, ICC ou DRC Com DCV aterosclerótica, ICC ou DRC

● Perda de peso, atividade física, redução ● ISGLT2;


carboidratos; ● arGLP1.
● Sulfoniureias;
● iDDP4;
● Pioglitazona; INSULINA QUANDO INDICADO
● Glinidinas; REAVALIAR HB GLICADA EM 3-6 MESES
● ISGLT2;
● arGLP1.
Manejo Terapêutico – drogas
Manejo Terapêutico –drogas
Manejo TerapêuDco –drogas
Manejo Terapêutico – Insulinas disponíveis no Brasil
Manejo Terapêutico –drogas do RENAME
Fármaco Concentração Forma farmacêutica Componente
Metformina 500 e 850mg comprimidos Básico
Glibenclamida 5mg comprimidos Básico
Glicazida 30, 60 E 80mg comprimidos Básico
Dapaglifozina 10mg comprimidos Especializado
insulina análoga de ação 100UI/ml e 300UI/ml Solução injetável com Especializado
prolongada sistema de aplicação

insulina análoga de ação 100UI/ml Solução injetável com Especializado


rápida sistema de aplicação

insulina humana NPH 100UI/ml Suspensão injetável Básico

insulina humana regular 100UI/ml Solução injetável Básico


Manejo Terapêutico - detalhes

• A Metformina é a droga de escolha para o tratamento da DM tipo 2;


• Se glicemia de jejum estiver muito alta (>ou=300mg/dL) o uso da
insulina está indicado, mesmo que por curtos periodos de tempo, até
normalizar a glicemia;
• Pacientes obesos (IMC>30) se beneficiam da Metformina desde o
início do tratamento.
Manejo Terapêutico
Plano terapêutico envolve apoio para mudança de estilo de vida (MEV), controle
metabólico e prevenção das complicações crônicas.
Manejo Terapêutico – indicações de
insulinoterapia
• Se o controle não for alcançado após o uso de meaormina em associação com uma
sulfoniluréia por três a seis meses;
• Quando os níveis de glicemia em jejum eskverem >300mg/dL, na primeira
avaliação ou no momento do diagnósHco, principalmente se acompanhado de
perda de peso, cetonúria e cetonemia;
• Diabetes gestacional;
• Situações de estresse agudo metabólico (cirurgias, infecções graves, AVE,
politrauma, IAM).
Manejo Terapêutico -Principais drogas
Manejo Terapêutico - Insulinas

• A dose inicial costuma ser de 10 UI de insulina NPH, ou 0,2UI/kg para as pessoas


obesas, podendo ser reajustada em 2 UI a 4 UI, conforme média de três glicemias
capilares de jejum consecutivas, até atingir meta glicêmica.

• Insulina regular é útil no tratamento da hiperglicemia pós-prandial – a administrar


30 minutos antes da refeição.
Manejo Terapêutico - Insulinas

• A pessoa em uso de insulina deve ser instruída sobre a detecção e o manejo da


hipoglicemia;

• Na ocorrência de hipoglicemia, reduzir a dose em 4UI ou 10% da dose;

• A metformina pode ser mantida após o início do uso de insulina.


Manejo Terapêutico - Insulinização progressiva
na pessoa com DM tipo 2
Título
• Texto
Título
• Texto
Protocolos de Encaminhamento -
Endocrinolgia

• Uso de insulina em dose ocmizada (mais de uma unidade por


quilograma de peso); OU
• Insuficiência renal cronica (creacnina 1 5 mg/dl); OU
• DM cpo1 (uso de insulina como medicação principal antes dos 40
anos).
Protocolos de Encaminhamento - Nefrologia

• Taxa de filtração glomerular 30 min 1,73 m2 (estágio 4 e 5);


• Proteinúria (macroalbuminúria);
• Perda rápida da função renal 5 min 1,73 m2 em um período de seis
meses, com uma TFG 60 / 1,73 m2 confirmado em dois exames);
• Suspeita de nefropaca por outras causas.

Telessaúde 0800 6446543


Caso clínico
Joana, mulher de 60 anos, confeiteira, diabécca há 8 anos, usa
Mevormina 850 mg três vezes por dia após as refeições e
Glibenclamida 5mg antes do café e jantar. Ela confidencia que às vezes
come doces no trabalho porque fica ansiosa. Seus exames: Glicose
jejum 300mg/dl, Hemoglobina glicada 8,7%.
No exame xsico, apresenta PA 130x90mmHg, peso 82Kn e estatura de
1,58m. Ausculta cardiopulmonar normal. Pulsos periféricos presentes e
simétricos
Caso clínico
1 Lista de problemas? 3 Qual seu plano?
• Hipótese diagnóstica;
• Exames complementares;
• doenças crônicas;
• Tratamento farmacológico; e não-
• e problemas.
farmacológico (orientações);
2 Qual a Abordagem? • Atestado?
• Anamnese dirigida;
• Exame físico dirigido;
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes Mellitus cpo 2

Obesidade
Obesidade - avaliação pelo Índice de Massa
Corporal (IMC): Kg/m2
IMC Classificação
< 18,5 Baixo peso

18,5 – 24,99 Eutrófico

25 – 29,99 Sobrepeso ou pré-obeso

30 – 34,99 Obesidade peso grau I

35 – 39,99 Obesidade peso grau II

>40 Obesidade peso grau III


Obesidade - diagnósDco
• Obesidade em crianças, adolescentes e gestantes – observar curva
antropométrica específica por idade.
• Obesidade em idosos:
Caso Clínico

Flora 60 anos, analfabeta, dona de casa, mora na sua área de


cobertura. Vem para consulta médica agendada com queixa de dor no
ombro direito há 2 meses. Relata início da dor “depois de ter
começado a fazer salgadinhos para vender na porta da fábrica”. A dor
melhora com uso de Diclofenaco, que faz uso diário há 15 dias. Tem
diagnóstico de HAS e DM tipo 2 há 20 anos. Sem outras comorbidades.
Na consulta, solicita laudo para levar ao advogado que está ajudando-a
a conseguir um benefício.
Caso Clínico
Está em uso regular de:
• Enalapril 20mg de 12 em 12h;
• Hidroclorotiazida 25mg, pela manhã;
• Metformina 850mg, antes do almoço e do jantar;

Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):


• PA –160x90; Peso; 78kg; Altura: 1,60m
• Glicemia de jejum : 220
Como você manejaria esta paciente?
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Doença Renal Crônica


Doença Renal Crônica - DRC

• Prevalência 8,9% entre os funcionários de insctuições federais no


Brasil;
• Causas mais comuns:
• HAS 34%;
• Diabete melito 32%;
• Glomerulopaka 9%.
Doença Renal Crônica - DRC
• Quando se considera DRC?
• Maiores de 18 anos que mantém, por mais de 3 meses, a taxa de filtração
glomerular (TFG) < 60ml/min/1,73m ou <60ml/min/1,73m e com lesão renal
estrutural.
• Assintomática até o estágio 4;
• Cálculo de TFG:
• MDRD;
• CKD-EPI;
• Cockroft-gault.
Doença Renal Crônica - Etiologia
Doença Renal
Crônica –
rastreamento
DRC – Marcadores de lesão renal
• Albumina em amostra de 24h:
• Normal < 30mg;
• Moderadamente elevada: 30 a 300mg;
• Elevada: >300mg.

• Razão albumina/creatinina:
• Normal < 30mg/g;
• Moderadamente elevada: 30 a 300mg/g;
• Elevada: >300mg/g.
DRC – prognóstico de acordo com a TFG
Manejo da HAS
na DCR
Manejo terapêutico
● Tratar e acompanhar doenças de base;
● Todo paciente portador de DRC é alto RCV – prescrever estatina e avaliar AAS;
● Prescrever iECA ou BRA e monitorar Cr e K – suspender se aumento de 30% da
Cr ou K>6;
● A partir do estágio 3A – avaliar eritropoietina;
● Monitorar vitamina D e fazer reposição se abaixo de 30ng/dL;
● Monitorar taxas de fósforo e cálcio;
● Estágio 4 e 5: observar restrições dietéticas. Evitar AINEs. Se indicado o uso de
insulina, controle rigoroso da glicemia pelo risco de hipoglicemia.
ATENÇÃO - ERROS COMUNS
• Deixar de eskmar a TFG diante de níveis séricos de creaknina dentro dos
parâmetros da feixa de referências, em pessoas com indicação de rastreamento;
• Diagnoskcar DRC sem um segundo exame, 3 meses depois do primeiro;
• Deixar de ajustar a posologia de medicamento com excreção renal, como
ankbiókcos e insulina;
• Deixar de monitorar creaknina e potássio após introdução ou aumento de iECA ou
BRA2;
• Suspender me‚ormina antes da TFG estar abaixo de 30.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC
DPOC – impacto da doença

• Prevalência em torno de 15% nas Américas;

• Taxa de mortalidade em redução – redução de 28,2% comparando 1996 com


2007 – medidas de controle do tabagismo, à ampliação ao acesso à APS, à novas
terapêukcas medicamentosas e à vacinação contra Influenza a Pneumococo;

• Qualidade de vida das pessoas – trabalhadores rurais, indígenas.


DPOC – fatores de risco

• Tabagismo é responsável por 80- 90% e 15% dos tabagistas terão DPOC;
• Exposição ambiental – poeiras e produtos químicos, fogão a lenha, poluição
extradomiciliar;
• Tuberculose pode ser fator de risco – monitorar;
• Portadores de HIV tem risco aumentado para DPOC;
• Mais prevalente em populações economicamente vulneráveis.
DPOC – diagnósDco
• É uma condição pulmonar heterogênea caracterizada por sintomas respiratórios
crônicos (dispneia, tosse, produção de escarro e/ou exacerbações) devido a
anormalidades das vias aéreas (bronquite, bronquiolite) e/ou alvéolos (enfisema)
que causam obstrução persistente e muitas vezes progressiva, do fluxo aéreo;

• Presença de limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível (ou seja, VEF1/FVC <
0,7 pós-broncodilatação) medido por a espirometria é mandatória para diagnóstico
de DPOC.
DPOC – diagnóstico
• Sintomas:
• Dispneia progressiva ao longo do tempo, piora aos esforços e persistente;
• limitação de atividades e/ou tosse com ou sem produção de escarro;
• Sibilos recorrentes;
• Tosse crônica –pode ser intermitente, produtiva ou não;
• Tosse produtiva – pode ser critério diagnóstico, mas ainda subjetiva.

• Diagnóstico diferencial de tosse crônica – asma, câncer de pulmão, tuberculose,


bronquiectasia, ICC, fibrose cística, doença intersticial pulmonar, rinite, síndrome do
gotejamento pós nasal crônico, RGE, medicamentos.
DPOC – critérios diagnósticos
DPOC – critérios diagnósDcos
DPOC – Anamnese
• Exposição do paciente a fatores de risco;
• História médica pregressa, incluindo eventos do início da vida (prematuridade,
baixo peso ao nascer, tabagismo materno durante gravidez, exposição passiva ao
fumo durante a infância), asma, alergia, sinusite ou pólipos nasais; infecções
respiratórias na infância; HIV; tuberculose;
• Histórico familiar de DPOC ou outra doença respiratória crônica;
• Padrão de desenvolvimento dos sintomas;
• Histórico de exacerbações ou internações prévias por distúrbio respiratório.
DPOC – Anamnese
• Histórico de exacerbações ou internações prévias por distúrbio respiratório;
• Presença de comorbidades, como cardiopatias, osteoporose, distúrbios
musculoesqueléticos, ansiedade e depressão e malignidades que também podem
contribuir para a restrição da atividade;
• Impacto da doença na vida do paciente, incluindo limitação da atividade, falta ao
trabalho e impacto econômico, efeito nas rotinas familiares, sentimentos de
depressão ou ansiedade, bem-estar e atividade sexual;
• Apoio social e familiar disponível para o paciente.
Teste de Avaliação da
DPOC (COPD
Assessment Test™–
CAT)
DPOC – Manejo terapêutico não farmacológico
• Reabilitação pulmonar: diagnóstico preciso e avaliação de
comorbidades + tratamento farmacológico, nutricional e fisioterápico +
recondicionamento físico.

• Vacinação:
• COVID 19;
• Uma dose da vacina antipneumocócica conjugada 20 ou Uma dose da vacina
antipneumocócica conjugada 15 e antipneumocócica 23;
• dTPa se não vacinados na adolescência;
• Herpes zoster para maiores de 50 anos.
DPOC – Manejo terapêuDco não farmacológico
• Oxigenioterapia
• Se PaO2 ≤55mmHg ou SatO2 ≤ 89% em repouso;
• PaO2 entre 56 e 59mmHg se policitemia ou cor pulmonale.

• Flebotomia (sangria)
• Cor pulmonale descompensado e Ht > 55%.

• Apoio psicossocial – educação em saúde para otimizar autonomia;


abordagem das exacerbações.

• Abordar cuidados paliativos quando indicado.


DPOC – Manejo terapêutico farmacológico
≥ 2 exacerbações moderadas ou ≥1 GRUPO E:
hospitalização por exacerbação LABA + LAMA
Considerar LABA + LAMA + CE se
eosinofilia > 300
0 -1 exacerbação moderada sem GRUPO A (mMRC 0-1; CAT<10):
hospitalização Broncodilatador

0 -1 exacerbação moderada sem GRUPO B (mMRC ≥2; CAT>10):


hospitalização LABA + LAMA
DPOC – Manejo terapêutico farmacológico

SABA – B2 agonistas de curta ação Fenoterol, salbutamol, terbutalina


LABA - agonistas de longa ação Formoterol, Salmeterol

LAMA - anticolinérgicos de longa ação Tiotrópio, aclidionio, glicopirrônio

SAMA – anticolinérgicos de curta ação ipratrópio


DPOC – Manejo terapêutico farmacológico
SAMA + SABA Fenoterol + ipratrópio
Salemeterol+ ipratrópio
LABA + LAMA Formoterol + aclidínio; Formoterol + glicopirrônio

LABA + LAMA + ICS Fluticasona + umeclidinio + vilanterol;


Beclometasona+formoterol+glicopirrônio (esse
disponível no Brasil)
LABA + ICS Formoterol + beclometasona; Formoterol +
budesonida; Salmeterol + fluticasona

METILXANTINAS Aminofilina, teofilina

MUCOLÍTICOS Carbocisteína, N-acetilcisteína


DPOC – Manejo terapêutico farmacológico

• Antibioticoterapia
• uso profilático e contínuo de antibióticos não reduz exacerbações;
• Azitromicina (250 mg/dia ou 500 mg três vezes por semana) ou eritromicina
(250 mg duas vezes por dia) por um ano em pacientes propensos a
exacerbações reduziu o risco de exacerbações em comparação com o
tratamento usual;
• Pulsoterapia não tem efeito benéfico sobre a taxa de exacerbação em geral.
DPOC – Medicações
disponíveis no
RENAME 2022
DPOC – Medicações
disponíveis no
RENAME 2022
Materiais complementares
• Vídeo indígena preparando alimento: https://www.youtube.com/watch?v=abnJCvOWVjE
• Pé diabético. Diário de um Posto de Saúde. 2017. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Y5K2O0WMPzo
• Vídeo “Bicha Braba” - Como é conviver com um problema de pressão ou com açúcar no sangue? Como é cuidar de
distúrbios tidos como crônicos e incuráveis para o resto da vida? E naqueles dias em que a bicha fica braba?
https://www.youtube.com/watch?v=ZPyiRylth2M
Referências
BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol., v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021. Disponível em:
https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03-0516.x55156.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes
mellitus. Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 160 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_mellitus_cab36.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed., 1. reimpr. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 156 p. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-
saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:
hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 128 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hipertensao_arterial_sistemica_cab37.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica :
obesidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 212 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38) Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_doenca_cronica_obesidade_cab38.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Endocrinologia e nefrologia / Ministério da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Protocolos de encaminhamento da
atenção básica para a atenção especializada; v. 1. Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Endocrinologia e nefrologia. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a
atenção especializada; v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 20 p.: il. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_atencao_especializada_endocrinologia.pdf
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cardiologia [recurso eletrônico]. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a
atenção especializada; v. 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 23 p.: il. Disponível em:
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DAVIDSON, K. W. et al. Screening for prediabetes and type 2 diabetes: US Preventive Services Task Force recommendation statement. Jama, v. 326, n. 8, p. 736-743,
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DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

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FILHO, R. et al. Tratamento farmacológico da hiperglicemia no DM2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-10, ISBN:
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Referências
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GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.

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PITITTO, B. et al. Metas no tratamento do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-3, ISBN: 978-65-5941-622-6.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/metas-no-tratamento-do-diabetes/

RODACKI, M. et al. Classificação do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-1, ISBN: 978-65-5941-622-6.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/classificacao-do-diabetes/
OBRIGADA
frantchescafripp@gmail.com
Projeto Mais Médicos para o Brasil 1
22º Módulo de Acolhimento e Avaliação
Avaliação Integrada: Eixos Competências
em Saúde e Língua Portuguesa

Nome Completo __________________________________________________________________

Nome do(a) Professor(a) ___________________________________________________________


Data: 14 / abril / 2018

Leia com atenção estas orientações antes de iniciar:


− Esta prova possui 7 (sete) questões discursivas, que devem ser respondidas com base no caso
clínico apresentado.
− A duração da prova será de 2 horas (120 minutos), podendo o postulante sair da sala após 1 hora
(60 minutos) a partir do início da prova.
− Preencha seu nome completo sem abreviar, com letra de forma e a tinta, em todas as páginas
desta prova.
− As respostas devem ser escritas a tinta.
− Inicie esta prova mediante autorização do professor.
Projeto Mais Médicos para o Brasil 2
22º Módulo de Acolhimento e Avaliação
Avaliação Integrada: Eixos Competências
em Saúde e Língua Portuguesa

Nome Completo __________________________________________________________________

CASO CLÍNICO
O Sr. Jair dos Santos é um pedreiro de 60 anos, casado, pai de quatro filhos, morador da
Cidade de Deus, município do Rio de Janeiro – RJ. É natural e procedente de Bacabal – MA e mora
no Rio de Janeiro desde os 28 anos, trabalhando sempre na construção civil.
Comparece para consulta médica na Unidade Básica de Saúde do seu bairro queixando-se
de dor no ombro direito com irradiação para MSD, de intensidade moderada, limitante e que piora
com os movimentos, no entanto, não fez uso de nenhuma medicação. Apresenta outras queixas,
como a perda de peso e disfunção erétil (há mais ou menos 6 meses) quando mantém relação sexual
com sua parceira, com a qual convive há mais de trinta anos.
É hipertenso e diabético, em uso de Propanolol (80mg/dia) e Cloridrato de Metformina
(1700mg/dia). É tabagista de longa data, fumando aproximadamente uma carteira de cigarros a
cada três ou quatro dias e faz uso de álcool eventualmente para enfrentar suas dores, na quantidade
de um a dois copos de “cachaça” pelo menos três vezes por semana.
Ao ser interrogado sobre queixas nos diferentes órgãos e sistemas, nega outros sintomas ou
sinais isolados ou associados.
Em relação à família, informa que seu pai faleceu de câncer, porém não sabe referir qual
tipo, pois quando ocorreu sua morte ele já morava no Rio de Janeiro. Sua mãe era diabética, tendo
falecido de enfarte e seus irmãos – em número de doze – moram em diversas partes do país e ele
não possui contato, à exceção de uma irmã que vive em Pindamonhangaba – SP, da qual sabe
somente que é hipertensa. Não informa sobre a condição de saúde de sua esposa e filhos quando é
questionado – “não sei dizer, doutor”.

Dados vitais, tróficos e antropométricos


Estado geral regular; mucosas descoradas (++/IV). Lúcido e vigil, porém com aparente apatia e olhar
distante. Pele branca, normotérmica, de turgor normal, aparentemente ressecada.
PA = 160x90 mmHg FC = 76 bpm FR = 22 ipm
T = 36,8°C Peso atual = 58 Kg Estatura = 1,68 m
IMC = 20.54 Kg/m2 Glicemia capilar pós-prandial = 255mg/dl ----------------

Avaliação segmentar
Cabeça e Pescoço: Sem alterações tróficas importantes, à exceção de pequenas verrugas
senis. Pulsos carotídeos palpáveis bilateralmente, com amplitude e simetria preservada.
Tronco: Sem alterações tróficas importantes, abaulamentos ou retrações. Não apresenta
alterações significativas à percussão.
Abdômen: Flácido, normoexpansivo, sem alterações tróficas importantes, abaulamentos
ou retrações. Refere flatulência. Discreto timpanismo abdominal à palpação.
Projeto Mais Médicos para o Brasil 3
22º Módulo de Acolhimento e Avaliação
Avaliação Integrada: Eixos Competências
em Saúde e Língua Portuguesa

Nome Completo __________________________________________________________________

Membros superiores: Discreto edema localizado, sem outras alterações tróficas perceptí-
veis. Pulsos palpáveis bilateralmente, com amplitude e simetria preservada.
Membros inferiores: Pulsos palpáveis bilateralmente, com amplitude e simetria preser-
vada.

Avaliação Sistemática
Sistema Cardiovascular: Ictus cordis propulsivo, levemente deslocado à esquerda; ausculta
cardíaca apresentando bulhas em dois tempos e normofonéticas.
Sistema Respiratório: Murmúrio vesicular diminuído difusamente sem mais alterações.
Sistema Gastrointestinal: Peristalse normal presente nos quatro quadrantes e ausência de
sopros em focos arteriais abdominais; fígado palpável no recordo costal direito, indolor,
sem identificação de massas intra-abdominais.
Sistema Osteoarticular: Dor à mobilização do ombro, e partes moles adjacentes.
Sistema Geniturinário: Presença de cicatriz subprepucial.
Sistema Nervoso: Exame neurológico básico sem alterações importantes.
Outros sistemas: Demais aparelhos e sistemas sem alterações importantes.

Com base no caso clínico apresentado, responda às questões:

QUESTÃO 1
Quais os principais diagnósticos para esse paciente?
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Projeto Mais Médicos para o Brasil 4
22º Módulo de Acolhimento e Avaliação
Avaliação Integrada: Eixos Competências
em Saúde e Língua Portuguesa

Nome Completo __________________________________________________________________

QUESTÃO 2
Quais os exames complementares necessários?
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QUESTÃO 3
Qual a conduta terapêutica mais recomendada?
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QUESTÃO 4
Quais as medidas não farmacológicas indicadas?
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Projeto Mais Médicos para o Brasil 5
22º Módulo de Acolhimento e Avaliação
Avaliação Integrada: Eixos Competências
em Saúde e Língua Portuguesa

Nome Completo __________________________________________________________________

QUESTÃO 5
Redija o atestado médico para este paciente (afastamento de 5 dias).

ATESTADO

UBS 07, Rua Ana Maria Monteiro, B. Bernadete SN, Canabrava, MG.
Projeto Mais Médicos para o Brasil 6
22º Módulo de Acolhimento e Avaliação
Avaliação Integrada: Eixos Competências
em Saúde e Língua Portuguesa

Nome Completo __________________________________________________________________

QUESTÃO 6
Redija a receita médica para o paciente.

RECEITUÁRIO

UBS Dona Nadeta, Rua Jovino da Silveira, Nº 007, João Pinheiro, MG.
Projeto Mais Médicos para o Brasil 7
22º Módulo de Acolhimento e Avaliação
Avaliação Integrada: Eixos Competências
em Saúde e Língua Portuguesa

Nome Completo __________________________________________________________________

QUESTÃO 7
Redija um e-mail ao seu supervisor do Mais Médicos, relatando o caso clínico e expondo uma dúvida
sua em relação ao procedimento a ser adotado e perguntando se deve encaminhar o paciente para
o especialista.

PARA:
ASSUNTO:

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Doenças Diarreicas Agudas
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Definição

Ocorrência de três ou mais


evacuações amolecidas ou líquidas
nas úlHmas 24 horas. A diminuição
da consistência habitual das fezes é
um dos parâmetros mais
considerados.
Classificação da diarreia segundo a duração
dos sintomas
Classificação
• Diarreia aquosa aguda:
• perda de grande quan6dade de água durante as evacuações, com alteração
da consistência das fezes por um período <14 dias.
• Ocorre secreção a6va de água e eletrólitos da corrente circulatória para a luz
intes6nal.
• Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos.
• Disenteria aguda:
• presença de sangue visível nas fezes, podendo haver muco e/ou pus devido
a uma lesão na mucosa intes6nal.
• Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria, que
invadem a mucosa do cólon.
Principais etiologias da diarreia
Epidemiologia - DDA

• Segundo a OMS, são a segunda principal causa de morte em


crianças com idade < 5 anos, em países em desenvolvimento,
embora sejam evitáveis e tratáveis;

• São as principais causas de morbimortalidade infanHl (<1 ano) e


consHtuem um dos mais graves problemas de saúde pública global,
com aprox. 1,7 bilhão de casos e 525 mil óbitos na infância (< 5
anos) por ano;
Epidemiologia - DDA

• No Brasil, de 2007 a 2018, a DDA vem mantendo uma incidência anual


de cerca de 300 mil casos em crianças < 1 ano e aprox. 950 mil casos
em crianças de 1 a 4 anos, segundo dados do SINAN.

• A DDA é considerada uma doença preocupante nos povos indígenas,


pois apesar de ser tratável correspondem a uma das principais doenças
infecciosas que os aHngem, em muitos casos evoluindo ao óbito,
principalmente, de crianças menores de 5 anos.
Manifestações clínicas

• No mínimo 3 episódios de fezes líquidas ou amolecidas em 24 horas;

• Podem estar associados:


• Cólias e/ou dores abdominais;
• Febre;
• Sangue e/ou muco nas fezes;
• Náuseas;
• Vômitos.
Transmissão

• Pelas vias oral ou fecal-oral

• Indireta: consumo de água ou alimentos contaminados e contato


com objetos contaminados como utensílios de cozinha, acessórios de
banheiros, equipamentos hospitalares;

• Direta: pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos


contaminadas e contato de pessoas com animais.
Abordagem e manejo
• História clínica - tem alto valor discriminatório e permite em pouco
tempo o diagnósHco diferencial sindrômico e de outras doenças com
manifestações similares;
• QuesHonar sobre contatos que também tenham a doença/sintomas;
• Avalia a gravidade dos sintomas e o risco de complicações, em especial
a desidratação;
• Número de evacuações, caracterísHcas das fezes, presença de febre e
relato de náuseas e/ou vômitos;
Abordagem e manejo
• Maioria dos casos é auto-limitada;
• Testes diagnósHcos são indicados somente em casos selecionados –
coproculturas não devem ser realizadas de roHna;
• A invesHgação laboratorial é reservada para as crianças com
desidratação grave e que necessitem de hidratação venosa;
• Exame ksico: avaliar a existência de comorbidades e a presença e o
grau de desidratação;
• Desidratação – sinal de gravidade.
Principais sinais para avaliação do grau de
desidratação
O exame físico é importante para avaliar a presença de desidratação para a
instituição do tratamento adequado!!!

Melhor
indicador de
desidratação
Tratamento
Após avaliação clínica do usuário, estabelece-se qual plano de
tratamento será executado.
Hidratação oral
• Líquidos devem ser administrados com frequência, em pequenos goles;
• Se vomitar, aguardar 10 minutos e con6nuar, porém mais lentamente;
• Vômitos costumam cessar após 2 a 3 horas do início da reidratação.
Como preparar o
soro de reidratação
oral
• O PLANO B DEVE SER REALIZADO NA
UNIDADE DE SAÚDE;
• OS PACIENTES DEVERÃO PERMANECER NA
UNIDADE DE SAÚDE ATÉ A REIDRATAÇÃO
COMPLETA.
OS PACIENTES
QUE ESTIVEREM
SENDO
REIDRATADOS
POR VIA
ENDOVENOSA
DEVEM
PERMANECER
NA UNIDADE DE
SAÚDE ATÉ QUE
ESTEJAM
HIDRATADOS E
CONSEGUINDO
MANTER A
HIDRATAÇÃO
POR VIA ORAL
AIDIPI
Identificar disenteria e/ou outras patologias
associadas à diarreia
1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes
Caso posiHvo e com compromeHmento do estado geral:

• Reidratar o paciente de acordo com os planos A, B ou C;


• Iniciar an6bio6coterapia – considerando possível infecção por Shigella.
1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes
•Tratamento de crianças:

• Ciprofloxacino: 15mg/kg mg de 12/12h, VO, por 3 dias (primeira escolha);


• Azitromicina 10 a 12 mg/kg no 1º dia e 5 a 6 mg/kg por mais 4 dias, VO;
• Ce1riaxona: 50 a 100mg/kg, IV ou intramuscular, uma vez ao dia, por 2 a 5
dias, como alterna6va, principalmente nos casos graves que requerem
hospitalização.
1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes
• Orientar o paciente ou acompanhante para administrar líquidos e
manter a alimentação habitual, caso o tratamento seja realizado
no domicílio.
• Reavaliar o paciente após 2 dias.
• Se manHver presença de sangue nas fezes ou melena após 48
horas do início do tratamento ou condições gerais
compromeHdas, encaminhar para internação hospitalar.
1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes

•Tratamento de adultos:

• Ciprofloxacino: 500 mg de 12/12h, via oral, por 3 dias.


1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes
• Orientar o paciente ou acompanhante para administrar líquidos e
manter a alimentação habitual, caso o tratamento seja realizado no
domicílio.
• Reavaliar o paciente após 2 dias:
• Se manHver presença de sangue nas fezes ou melena após 48 horas
do início do tratamento:
• Se o paciente es6ver com condições gerais boas, iniciar Cebriaxona 2g, via
intramuscular, 1 vez ao dia, por 2 a 5 dias.
• Se es6ver com condições gerais comprome6das, encaminhar para internação
hospitalar.
2- Perguntar quando iniciou a diarreia
• Se Hver mais que 14 dias de evolução:
a) Encaminhar o paciente para a unidade hospitalar se:
• menor que seis meses;
• apresentar sinais de desidratação. Neste caso, reidrate-o primeiro e em
seguida encaminhe-o a unidade hospitalar.
• Quando não houver condições de encaminhar para a unidade hospitalar,
orientar o responsável/acompanhante para administrar líquidos e manter a
alimentação habitual no domicílio.

b) Se o paciente não es>ver com sinais de desidratação e nem for menor de


seis meses, encaminhar para consulta médica para inves>gação e
tratamento.
3- Observar se tem desnutrição grave
• Se a criança esHver com desnutrição grave (uHlizar para diagnósHco a
Caderneta de Saúde da Criança do Ministério da Saúde):
• Em caso de desidratação, iniciar a reidratação oral e encaminhar o
paciente para o serviço de saúde.
• Crianças com quadro de desnutrição grave devem ter o primeiro atendimento em
qualquer Unidade de Saúde, devendo-se iniciar hidratação e an6bio6coterapia de
forma imediata, até que chegue ao hospital.
• Sempre que possível, hidratação IV deve ser evitada em crianças gravemente
desnutridas.
4- Verificar a temperatura

Se o paciente estiver, além da diarreia, com a temperatura de 39°C


ou mais: investigar e tratar outras possíveis causas, por exemplo,
pneumonia, otite, amigdalite, faringite, infecção urinária.
Uso de medicamentos
• An3bió3cos: somente para casos de diarreia com sangue (disenteria) e
comprome6mento do estado geral ou em casos de cólera grave. Em
outras condições, os an6bió6cos são ineficazes e não devem ser
prescritos.
• An3parasitários: devem ser usados somente para:
• Amebíase, quando o tratamento de disenteria por Shigella sp
fracassar, ou em casos em que se iden6ficam nas fezes trofozoítos de
Entamoeba histoly1ca englobando hemácias.
• Giardíase, quando a diarreia durar 14 dias ou mais, se iden6ficarem
cistos ou trofozoítos nas fezes ou no aspirado intes6nal.
Reposição de Zinco

• De acordo com a OMS deve ser usado em menores de cinco


anos, durante 10 a 14 dias, sendo iniciado a parHr do
momento da caracterização da diarreia;
• Até seis meses de idade: 10mg/dia;
• Maiores de seis meses de idade: 20mg/dia.
ProbióRcos
• São microrganismos vivos capazes de colonizar o trato digesHvo e
exercer efeitos benéficos no hospedeiro;
• São eficazes na redução da duração e da intensidade dos
sintomas da DDA;
• Se disponível, pode ser considerado como tratamento
complementar:
• Saccharomyces boulardii – 250 a 750mg/dia, 5 a 7 dias;

• Lactobacillus GG >1010 UFC/dia, 5 a 7 dias;


AnReméRcos
• O uso controverso em crianças;
• Quando indicado, usar em crianças > 4 anos com diarreia e
vômitos;
• Metoclopramida – eficaz, porém com efeitos colaterais
significativos – não recomendada;
• Ondansetrona – VO ou IV, uma dose única inicial para garantir
reidratação oral. 0,2mg/kg/dose até 3x ao dia ou 2mg em
crianças de 6 meses a 2 anos e 4mg em crianças > 2 anos.
AnRdiarreicos

• Racecadotrila – reduz secreção intesHnal de água e eletrólitos.


Pode ser usado, porém sem evidência sólida de eficácia.

• Medicamentos de ação intesHnal anHmotora, como loperamida,


são contraindicados em DDA em crianças.
Manejo nutricional
• As crianças devem con6nuar a ser alimentadas
com uma dieta apropriada para a idade, desde
que tolerada;
• Lactentes < 6 meses devem ser man6dos em
amamentação;
• Não é necessário diluir fórmulas lácteas ou
oferecer dieta livre de lactose, a não ser em
casos de intolerância ou alergia ;
• Recomendam-se mamadas mais frequentes;
• Bebidas tais como refrigerantes, sucos de fruta
industrializados e líquidos altamente açucarados
devem ser evitadas durante o episódio.
Orientações gerais

Orientar sobre sinais de complicações e


desidratação e em quais situações deve-se
procurar atendimento em unidade de
urgência.
Prevenção
• Lavagem frequente das mãos com sabão e água limpa, principalmente antes
de preparar e ingerir alimentos, após ir ao banheiro, após trocar fraldas, após
contato com animais;
• Recomenda-se desinfecção de superfícies contaminadas com cloro alvejante
de uso doméstico ou outros produtos de limpeza, e lavagem de roupa suja e
roupa de cama;
• Proteger alimentos e áreas de cozinha contra insetos e outros animais;
• Evitar alimentos ou fontes de água que possam ser as possíveis fontes de
contaminação.
Prevenção
• Não u6lizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar-
se ou beber;
• Evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos;
• Guardar a água tratada em vasilhas limpas, com “boca” estreita e com tampa;
• Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada;
• Usar o vaso sanitário. Se não for possível, enterrar as fezes longe de cursos de
água;
• Evitar o desmame precoce.
Prevenção
Tratar a água para consumo: filtrar, ferver ou colocar 2
gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para
cada litro de água, guardar por 30 minutos antes de
usar;
Cólera

• Doença infecciosa intesHnal agudam causada pela


enterotoxina do Vibrio cholerae;

• A parHr de 2006, não houve casos autóctones de cólera


no Brasil, tendo sido noHficados apenas 3 casos
importados.
Lembre-se

A vacina rotavirus está no calendário vacinal desde 2006, aos 2 e 4 meses.


Referências bibliográficas
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.

SADOVSKY, Ana Daniela Izoton. Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria- Departamento Científico de Gastroenterologia, n. 1,
2017.

DE MELO OLIVEIRA, T. K. et al. Desafios e potencialidades envolvidos na prevenção de doenças diarreicas junto à população indígena em Roraima. Revista Eletrônica
Acervo Saúde, v. 13, n. 12, p. e9539-e9539, 2021.Disponível em:
https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/download/9539/5737/#:~:text=Nesse%20contexto%2C%20destaca%2Dse%20a,e%20ZATTI%20CA%2C%202018).

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.

MORAIS, M. B. et al. Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria–Departamento Científico de Gastroenterologia, n. 1, p. 1-15, 2017.
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Guia-Pratico-Diarreia-Aguda.pdf

PINTO, M. V.; ZATTI, C. A. Adoecimento Indígena: Aspectos referentes à morbimortalidade indígena. Rev.Brazilian J. of Surgery and Clinical Research, v. 24, n. 02, p.
106-111 2018.

SITUAÇÃO Epidemiológica. Ministério da Saúde, [s.d]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/colera/situacao-epidemiologica


OBRIGADA
frantchescafripp@gmail.com
Endemias Brasileira
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Doenças infecto-contagiosas no Brasil

• Ementa:
• Aspectos epidemiológicos e clínicos das doenças infecto-contagiosas:

• Malária;
• Parasitoses intes7nais (helmin:ases e protozooses);
• Esquistossomose;
• Doença de Chagas;
• Leptospirose;
• Tungíase.
Aspectos epidemiológicos
• Nos úlHmos 50 anos - ampliação da cobertura do saneamento, melhoria
das condições habitacionais, introdução de novas tecnologias de saúde
(vacinas e anHbióHcos):

• Sucesso de intervenções de saúde pública - controle ou eliminação de


inúmeras doenças infecciosas responsáveis, no passado, por elevadas
taxas de morbimortalidade;
• Reemergência de males já controlados e o surgimento de doenças até
então desconhecidas a parHr do final do século XX.
(LUNA,2013; SARTOR, 2022)
Aspectos epidemiológicos
• A mortalidade proporcional por este grupo de doenças caiu de 45,7%
do total de óbitos nas capitais do país em 1930, para 4,2 % do total de
óbitos registrados em 2011, variando de 3,6%, na Região Sul até 5,4%,
no Norte.

(LUNA, 2013)
Aspectos relevantes que devem ser considerados
no co:diano
• Epidemiologia nacional e local;
• Quando suspeitar?
• Sintomas hpicos e sinais de alarme;
• Como confirmar o diagnósHco?
• Qual o tratamento?
• Orientações individuais e coleHvas;
• NoHficação
Malária
Aspectos epidemiológicos - Malária
• A região amazônica é área endêmica
para malária no país, registrando 99%
dos casos autóctones: Estados do
Acre, Amazonas, Amapá, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocan7ns, Mato
Grosso e Maranhão.

• Distribuição espacial de ocorrência de


malária - região da Amazônia Legal
Brasileira.

(BRASIL, 2021a)
Aspectos epidemiológicos - Malária

• Condições de vulnerabilidade para a


ocorrência da doença: crescimento
populacional; fluxo migratório;
degradação ambiental, resultantes de
intervenções humanas; proliferação
do mosquito vetor, cujo ciclo de vida é
favorecido pela umidade e
temperatura na região.

(BRASIL, 2021)
Aspectos epidemiológicos - Malária

• Queda na frequência de casos de malária a partir de 2010 até 2016.


• Em 2017, foi registrado um aumento de 52,7% nos casos autóctones
em relação ao ano de 2016, com 189.515 casos.
• Em 2018, houve redução de quase 1%.

(BRASIL, 2021b)
Aspectos epidemiológicos - Malária

• A parHr de 2019 observa-se redução de 18,4%, em 2020, uma


redução de 6,4% em comparação ao ano anterior e em 2021 redução
de quase 3% em relação a 2020.
• Do total de casos autóctones registrados no país em 2021, 17% foram
de malária por P. falciparum e malária mista, sendo os outros 83% de
malária por P. vivax e outras espécies.

(BRASIL, 2021b)
Aspectos epidemiológicos - Malária

(BRASIL, 2021a)
Aspectos epidemiológicos - Malária
• A malária representa um dos mais óbvios aumentos nas doenças
negligenciadas da Venezuela.
• Aumento de quase três vezes nos casos venezuelanos de malária
desde 2014.
• Fatores envolvidos:
• Operações ilegais de mineração com o afluxo de trabalhadores migrantes que
vivem em áreas superlotadas e condições insalubres;
• Escassez global de medicamentos essenciais;
• Ausência de esforços públicos de controle vetorial.
• Acredita-se que a epidemia venezuelana exportou casos para o Brasil,
Guiana e Colômbia.
(PAHO, 2022; BURKI, 2015; CERRONI, 2015)
Importância epidemiológica

• A Malária reveste-se de importância epidemiológica devido sua


gravidade clínica e elevado potencial de disseminação, em áreas com
densidade vetorial que favoreça a transmissão;

• Concentrada na região Amazônica, causa consideráveis perdas


sociais e econômicas na população sob risco.

(BRASIL, 2021b)
Obje:vos e Estratégias de controle da Malária
• Reduzir a mortalidade e a gravidade dos casos;
• Reduzir a incidência;
• Manter a doença ausente em locais onde a transmissão foi
interrompida;
• Eliminar a Malária do Brasil.

(BRASIL, 2021b)
Malária
SINONÍMIA:

Paludismo, impaludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã


benigna ou febre terçã maligna, além de nomes populares, como
maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre.

(BRASIL, 2010)
Agentes e:ológicos e vetor

• Agente etiológico: protozoário do gênero Plasmodium.


• No Brasil, espécies associadas a malária em seres humanos: P. vivax, P.
malariae (formas clínicas brandas) e P. falciparum (formas graves).
• Vetor à mosquito Anopheles

(BRASIL, 2021b)
Agentes e:ológicos e vetor

• Criadouros preferenciais: coleções de água limpa, quente, sombreada e de


baixo fluxo
• Nos úlHmos anos no Brasil, a transmissão do P. falciparum tem
apresentado redução importante, enquanto o P. vivax tem contribuído
para o aparecimento de casos considerados complicados, inclusive com
mortes associadas.

(BRASIL, 2021b)
Transmissão

(MARTINS, 2016)
Definição de caso suspeito

• Área Endêmica (Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão):

A presença de FEBRE já é suficiente para suspeitar de Malária.

• Área Não Endêmica:

CASO SUSPEITO : Pessoa que tenha visitado área endêmica no período


de 8 a 30 dias anterior à data dos primeiros sintomas + FEBRE
acompanhada ou não dos seguintes sintomas: cefaleia, calafrios,
sudorese, cansaço, mialgia.
(BRASIL, 2010)
Ciclo de vida do Plasmodium

(FRAIA, 2021)
Manifestações Clínicas
• Período de incubação: varia de acordo com a espécie de plasmódio (P.
falciparum, de 8 a 12 dias; P. vivax, 13 a 17 dias; e P. malariae, 18 a 30
dias).
• Crise aguda da malária (acesso malárico) – episódios intermitentes de
calafrio, febre e sudorese, duração variável de 6 a 12 horas e temperatura
igual ou superior a 40o C.
• Paroxismos acompanhados por cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos.
• O retardo no diagnósHco leva à gravidade da doença.

(BRASIL, 2021b)
Manifestações Clínicas

• Quadro clínico da malária depende da espécie do parasito, da quantidade


de parasitos circulantes (parasitemia), do tempo de doença e do nível de
imunidade adquirida pelo paciente.

• A tomada de decisão para o tratamento da malária deve ser sempre


baseada na confirmação laboratorial.

(BRASIL, 2021b)
Manifestações Clínicas – Sinais de Gravidade

(BRASIL, 2021b)
Malária - Diagnóstico
GOTA ESPESSA
É o método diagnósHco oficialmente uHlizado no Brasil.

(BRASIL, 2010)

Microscopia de gota espessa de sangue, colhida por punção digital e corada pelo método de Walker
Malária - Diagnóstico

Foto: Luis Oliveira/ Ministério da


Saúde
Lâmina para microscopia de gota espessa de sangue, colhida por punção digital.
Malária - Diagnós:co
• TESTES DIAGNÓSTICOS RÁPIDOS – TDR: detecção de antígenos dos
parasitos - método imunocromatográfico.
• Kits que permitem diagnósticos rápidos, entre 15 e 20 minutos.
• A sensibilidade para P. falciparum é maior que 90% quando comparado à
gota espessa, para densidades maiores que 100 parasitos/µL de sangue.

(BRASIL, 2021b)
Malária - Diagnós:co

• Vantagens: Fácil execução e interpretação de resultados, dispensam o uso


de microscópio e de treinamento prolongado de pessoal.
• Desvantagens: não medir o nível de parasitemia e a possível perda de
qualidade quando armazenado por muitos meses em condições de campo.

(BRASIL, 2021b)
Malária - Diagnós:co
• Resultados: P. falciparum, P. vivax e malária mista devendo ser administrado
o tratamento imediato conforme resultado apresentado no teste.
• Apesar de menos sensíveis para P. vivax, os testes rápidos aplicam-se ao
diagnósHco dessa espécie na ausência de microscopia ou profissional
capacitado no local.
• Não se deve uHlizar os testes rápidos para o seguimento clínico do
paciente, porque podem ainda ser posiHvos, mesmo na ausência de
parasitos viáveis. Cautela com o uso de TDR até um mês após diagnósHco
prévio confirmado.
(BRASIL, 2021b)
Malária - Tratamento
O Ministério da Saúde, por intermédio de uma Polí3ca Nacional de
Medicamentos para Tratamento da Malária, orienta a terapêu0ca e
disponibiliza gratuitamente os medicamentos an0maláricos u0lizados em
todo o território nacional, em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

O tratamento adequado e oportuno da Malária é, hoje, o principal alicerce


para o controle da doença.

(BRASIL, 2010)
Tratamento
• Diversas drogas são uHlizadas dependendo da espécie do plasmódio
infectante, cada uma delas agindo de forma específica, tentando
impedir o desenvolvimento do parasito no hospedeiro:

Cloroquina Primaquina
Arteméter
Lumefantrina
Mefloquina
Quinina
Artesunato
Clindamicina
(BRASIL, 2021b)
Malária não complicada – esquema curto (7 dias)

Tratamento das infecções pelo P. vivax ou P. ovale com


Cloroquina em 3 dias e Primaquina em 7 dias.

(BRASIL, 2021b)
Malária não complicada – esquema curto (7 dias)

Tratamento das infecções pelo P. falciparum com


artemeter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina por 3 dias,
conforme a disponibilidade local, e primaquina em dose única
no primeiro dia do tratamento.

(BRASIL, 2021b)
Malária – Infecção mista

Tratamento da infecção mista por P. falciparum e P. vivax (ou P. ovale


com artemerter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina por 3 dias,
que são drogas esquizonticidas sanguíneas eficazes para todas as
espécies, associando-as à primaquina por sete dias (para o
tratamento radical de P. vivax).

(BRASIL, 2021b)
Observações
- Tratamento

(BRASIL, 2021b)
Esquema curto

(BRASIL, 2010)
Malária não complicada – esquema longo (14 dias)

Quando não for possível


garanHr a adesão ou
quando ocorrer uma
recaída após o tratamento
em 7 dias.

(BRASIL, 2010)
Medidas Preven:vas
• Uso de mosquiteiros;
• Uso de repelente;
• Colocar telas nas janelas;
• Uso de roupas que protejam braços e pernas;

CONTROLE DO VETOR
(BRASIL, 2021b)
Quimioprofilaxia

(BRASIL, 2021b)
No:ficação!

(SINAN, 2019)
Parasitoses intestinais
Parasitoses intes:nais

• Na maioria das vezes assintomáHcas;

• Alta carga parasitária pode gerar manifestações clínicas severas


devido a:
• Má absorção de nutrientes;
• Redução da capacidade de ingestão de alimentos;
• Obstrução das vias aéreas
(DUNCAN et al., 2022)
Parasitoses intes:nais

• Maior incidência em zonas rurais e periferias de centros urbanos;


• EsHma-se que a prevalência varie entre 2 e 36%;
• 70% desses casos em escolares.

(DUNCAN et al., 2022)


Parasitoses intestinais

(BRASIL, 2021c)
Medidas de prevenção
• Melhoria do nível educacional;
• Acesso a água de boa qualidade, saneamento básico e coleta de lixo;
• Eshmulo ao aleitamento materno;
• Uso de calçados;

(DUNCAN et al., 2022)


Medidas de prevenção

• Lavagem das verduras e das frutas;


• Proteção dos alimentos contra poeira e insetos;
• Fervura e/ou filtração da água para consumo;
• Cocção adequada da carne de bovinos e suínos;
• Lavagem das mão antes das refeições unhas limpas e curtas;

EDUCAÇÃO EM SAÚDE! (DUNCAN et al., 2022)


Medidas de prevenção
• Higiene das mãos;

• Higiene dos alimentos - deixar de molho em solução de ácido acéHco


(2 colheres de sopa em 1 litro de água) ou hipoclorito de sódio (1
colher de sobremesa em 1 litro de água) durante 15 minutos;

• Desinfecção da água - 2 gotas de hipoclorito por litro de água, deixar


descansar por 30 minutos antes de ingerir.
(DUNCAN et al., 2022)
Modo de transmissão
e localização dos
principais parasitas
intestinais humanos

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados
• Diarreia – mais frequente nas infecções por protozoários intesHnais, na
tricuríase e na estrongiloidíase;
• Os enteroparasitas que habitam o intesHno grosso – Entamoeba
histolyHca, Trichuris trichiura, Schistossoma mansoni – podem causar
diarreia com muco e sangue;
• Os parasitas que se localizam no intesHno delgado – Strongyloides
stercoralis e Giardia lamblia - provocam diarreia osmóHca.

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados
• Dor abdominal, náuseas e vômitos – mais comum na giardíase;
• Síndrome dispépHca – associada a anorexia, perda ponderal e diarreia
intermitente na estrongiloidíase;
• Hepatoesplenomegalia – esquistossomose mansônica crônica.

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados

• Prurido anal/vulvar – mais frequente na oxiuríase, principalmente


noturna;
• Prolapso retal – ocorre na tricuríase maciça;
• Anemia – por espoliação crônica de ferro, na ancilostomíase e na
tricuríase.

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados
• Prurido anal/vulvar – mais frequente na oxiuríase, principalmente noturna;
• Prolapso retal – ocorre na tricuríase maciça;
• Anemia – por espoliação crônica de ferro, na ancilostomíase e na
tricuríase;

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados
• Tosse, crises asmaHformes, com ou sem tradução radiológica (Sínd. de
Löeffler) – nas helminhases com ciclo larvário pulmonar: áscaris,
ancilóstomo, estrongiloides e esquistossoma. Apresenta eosinofilia
intensa;
• UrHcária e/ou edema angioneuróHco – principalmente na ascaridíase e na
estrongiloidíase;

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados

• Eliminação dos parasitas – comum na ascaridíase, na oxiuríase e na teníase;


• Obstrução ou semi-obstrução intesHnal – ocorre na super-infestação por
ascaris.

(DUNCAN et al., 2022)


Diagnós:co
• Exame Parasitológico de Fezes (EPF), aliado aos dados clínico-
epidemiológicos;
• Avaliar 3 amostras aumenta a sensibilidade do método;
• Coletar 3 amostras em dias separados (consecutivos ou alternados);

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento empírico – Deve ser feito?
“Doutor(a), eu vim fazer meu exame de sangue, fezes e urina.”
• Parasitológico de fezes tem baixa sensibilidade, principalmente
para Giárdia;
• Tratamento empírico está indicado para sintomas sugestivos;

EM ÁREAS ENDÊMICAS

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento empírico – Deve ser feito?

• Possibilidade à vermifugação de rotina (a cada 6 - 12 meses)


com anti-helmínticos para populações de alto risco: pré-escolares
e escolares, mulheres em idade fértil e agricultores.

* Não realizar em menores de 1 ano.

(DUNCAN et al., 2022)


Esquistossomose
Esquistossomose
• Importante problema de saúde pública no Brasil;

• SINONÍMIA - “Xistose”, “barriga d’água” e “doença dos caramujos”;

• AGENTE ETIOLÓGICO - Schistosoma mansoni;

• HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Humano - Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos
do intestino e fígado

• HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Caramujo do gênero Biomphalaria


(BRASIL, 2010)
Epidemiologia
Existente em 19 UFs:
Área endêmica (9): MA, AL, BA, PE, PB, RN, SE,
MG e ES.
Área com transmissão focal (10): PA, PI, CE,
RJ, SP, PR, SC, GO, DF e RS.
2009 a 2019: 423.117 casos posi7vos, com
percentual de posi7vidade de 4,29%.
OMS - mais de 95% das pessoas com
esquistossomose das Américas vive no Brasil.
(BRASIL, 2021c)
Ciclo reprodu:vo do Schistosoma mansoni

(UNASUS, s.d.)
Quando suspeitar?
• Indivíduo residente e/ou procedente de área endêmica, com quadro
clínico sugestivo, e com história de contato com reservatórios de água
onde existam caramujos.

• QUADRO CLÍNICO:

• FORMA AGUDA: Assintomática ou Dermatite Cercariana;


- 3 a 7 semanas após o contato pode ocorrer febre, linfadenopatia, anorexia, dor
abdominal e cefaleia. Pode ter também diarreia, náuseas e tosse seca.
(BRASIL, 2014)
Forma aguda
• DERMATITE CERCARIANA caracterizada por micropápulas
“avermelhadas” semelhantes às picadas de insetos.
SUSPEITAR EM ÁREAS ENDÊMICAS

(BRASIL, 2010)
Formas crônicas

- Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a


fase crônica:
• Gravidade da doença depende diretamente da carga parasitária, do
estado nutricional do paciente e do tempo de parasiHsmo

(BRASIL, 2014)
Formas crônicas

•HEPATOINTESTINAL
- AssintomáHca ou sintomas inespecíficos: desânimo, indisposição para o
trabalho, tonturas, cefaleia e sintomas distônicos. Sintomas digesHvos
(sensação de plenitude, flatulência, dor epigástrica e hiporexia) e
intesHnais (diarreias recorrentes), hepatomegalia e fibrose hepáfca.
- áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de
Symmers.
(BRASIL, 2014)
Formas crônicas
• HEPÁTICA
- Pode ser assintomáfca ou caracterizada por diarreias repeHdas
(sintomas da forma hepatointesHnal). Ao exame •sico, hepatomegalia
(hgado palpável e endurecido).
Apresenta fibrose hepá/ca sem hipertensão portal e sem
esplenomegalia.

• HEPATOESPLÊNICA (compensada ou descompensada)


- HIPERTENSÃO PORTAL; hepato-esplenomegalia; varizes esofágicas;
sintomas intesfnais; hemorragia digesfva. (BRASIL, 2010)
Como inves:gar
Pesquisa de ovos de Schistosoma nas fezes (Kato-Katz)
ou
Sorológico (Imunofluorescência indireta ou ELISA)

(BRASIL, 2010)
Como inves:gar

• A ultrassonografia hepáHca auxilia no diagnósHco da fibrose de


Symmers e nos casos de hepatoesplenomegalia.

• A biópsia retal ou hepáHca - não recomendada na roHna, pode ser úHl


em casos suspeitos e na presença de exame parasitológico de fezes
negaHvas.

(BRASIL, 2014)
Tratamento
PRAZIQUANTEL
Adultos: 50mg/kg
Crianças: 60mg/kg

Apresentação: 600mg/comprimido;
Dose única, via oral.

Orientar repouso por pelo menos 3 horas após ingestão, para evitar
náuseas e tonturas; Realizar controle de cura.
(BRASIL, 2010)
Tratamento

• Controle de cura parasitológica: três exames de fezes no quarto mês após o


tratamento;
• O índice de cura aproxima-se de 80% para os adultos e de 70% para as crianças;
• Esquistossomose aguda grave - o tratamento deve ser iniciado com a prednisona
(1mg/kg de peso/dia) 24 a 48 horas antes do praziquantel.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!
(BRASIL, 2014)
Estratégias de Prevenção e Controle

• Uso de sapatos;
• Orientar a população de área endêmica sobre sinais e sintomas da doença;
• Promoção de saúde;
• Saneamento domiciliar e ambiental.
• Educação ambiental e discussão sobre o tema da água!

(BRASIL, 2014)
Doença de chagas
Doença De Chagas

• AGENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma cruzi, protozoário


flagelado.

• VETOR: inseto da subfamília Triatominae, conhecido


popularmente como barbeiro, chupão, furão, procotó, etc.

• RESERVATÓRIOS: centenas de mamíferos, tais como qua7s,


gambás, tatus, morcegos, etc.

(BRASIL, 2010)
Epidemiologia nas Américas
• Estima-se que 6 a 8 milhões de pessoas estejam infectadas com o parasita
(Trypanosoma cruzi) que causa a doença.
• 70% das pessoas que vivem com a doença não sabem que estão infectadas, devido
à ausência de sintomas clínicos.

• Mais de 10 mil pessoas morrem a cada ano em consequência de complicações


clínicas da doença de Chagas;

• Cerca de 75 milhões de pessoas nas Américas estão em risco de contraí-la


• Apenas 1% dos infectados são tratados a cada ano.
(OPAS, 2021)
Epidemiologia
• Ocorrência de 2777 casos e surtos de Doença de Chagas Aguda entre 2010 e 2020 em 20
estados brasileiros:
* 84% na região Norte (72% no estado do Pará).
• Sobre a forma de transmissão:
• A grande maioria (aprox. 60%) por transmissão oral;
• Em torno de 10% por transmissão vetorial;
• Pode haver transmissão ver7cal;
• Em alguns casos não é iden7ficada a forma de transmissão. (BRASIL, 2020)
Epidemiologia

(BRASIL, 2020)
Epidemiologia
• É uma das quatro maiores causas de morte por doenças infecciosas e
parasitárias, além da principal doença negligenciada no Brasil.

• A doença apresentava elevada incidência no país, entretanto, hoje,


encontra-se sob controle graças à realização de estratégias como:

BRASIL, 2020
Doença de Chagas aguda
Febre persistente (>7 dias) e:
•Edema de face ou de membros;
•Exantema;
•Adenomegalia;
•Hepatomegalia;
•Esplenomegalia;
•Cardiopa7a aguda (taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca);
•Manifestações hemorrágicas (hematêmese, hematoquezia ou melena);
•Icterícia;
•Manifestações diges]vas (diarreia, vômito e epigastralgia intensa) são mais
comuns em casos por transmissão oral. (BRASIL, 2010)
Confirmação diagnós:ca - Doença de Chagas
aguda

• PARASITOLÓGICO – T. cruzi circulante no sangue periférico


idenHficado por meio de exame parasitológico direto.

• SOROLÓGICO – IgM anH-T. cruzi.


(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas – Formas Crônicas

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas – Formas Crônicas

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas crônica - Diagnós:co

• Sorologia para Chagas - Importante na fase crônica.

• AnNcorpos IgG anN-T. cruzi - indica doença crônica.

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas - Tratamento
•Benznidazol: (adulto = 5 mg/kg/dia, 1 a 3x/dia, 60 dias; criança = 5 a
10 mg/kg/dia, 2x/dia, 60 dias)

• Tratar: forma aguda, congênita e crônica recente

Nos casos leves, sem complicações, e nas formas indeterminadas, o tratamento


pode ser realizado na atenção básica, por médico generalista que conheça as
par]cularidades do medicamento e da doença de Chagas.
(BRASIL, 2010)
Orientações e a:vidades educa:vas
• Manter quintais limpos, evitando acúmulo de materiais e manter criações de animais
afastadas da residência;
• Não confeccionar coberturas para as casas com folhas de palmeiras;
• Vedar frestas e rachaduras e usar telas em portas e janelas;

(BRASIL, 2010)
Orientações e a:vidades educa:vas

• Proteção individual: uso de repelentes e uso de roupas de mangas longas durante a


realização de a7vidades noturnas; uso de mosquiteiros ao dormir;
• Cuidados de higiene na produção e manipulação artesanal de alimentos de origem
vegetal.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose
Leptospirose

● É uma zoonose, causada por leptospiras patogênicas, transmi4das pelo


contato com urina de animais infectados ou água e lama contaminadas
pela bactéria.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose

• Um amplo espectro de animais domés4cos e selvagens serve como


reservatório para a persistência de focos de infecção. No meio urbano, os
principais reservatórios são os roedores (especialmente o rato-de-esgoto);
outros reservatórios são os suínos, bovinos, equinos, ovinos e cães.

• Seres humanos - hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de


transmissão.

(BRASIL, 2010)
Epidemiologia

(BRASIL, 2023)
Manifestações Clínicas - Fase precoce (fase leptospirêmica)
• Instalação abrupta de febre, acompanhada de cefaleia e mialgia, anorexia,
náuseas e vômitos;
• Podem ocorrer diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjun4val,
fotofobia, dor ocular e tosse;
• Pode ser acompanhada de exantema;
• DiMcil diferenciação de outras doenças febris agudas;
• A fase precoce tende a ser autolimitada e regride em 3 a 7 dias, sem deixar
sequelas.
(BRASIL, 2010)
Manifestações Clínicas - Fase tardia (fase imune)
• Aproximadamente 15% dos pacientes evoluem para manifestações
clínicas graves, em geral, após a primeira semana de doença.
• Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias,
mais comumente pulmonar.
• Hemorragia pulmonar cursa com letalidade superior a 50%.
• Icterícia: é um sinal caracterís4co, possuindo uma tonalidade alaranjada
muito intensa (icterícia rubínica) e geralmente aparece entre o 3º e o 7º
dia da doença - preditor de pior prognós4co.

(BRASIL, 2010)
Agente etiológico

• Bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero Leptospira,


do qual se conhecem atualmente 14 espécies patogênicas, sendo a mais
importante a L. interrogans.

(BRASIL, 2010)
Transmissão
• Exposição direta ou indireta à urina de animais infectados.

• Penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença de


lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada
ou através de mucosas.

• A água é importante na transmissão da doença ao homem.

• Período de incubação - De 1 a 30 dias (em média, de 5 e 14 dias).


(BRASIL, 2010)
Diagnós:co

• Métodos sorológicos - teste ELISA-IgM e a microaglu4nação (MAT).

• Exames como hemograma e bioquímica (ureia, crea4nina, bilirrubina total e


frações, TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina e CPK, Na+ e K+), devem ser
monitorados.

(BRASIL, 2010)
Tratamento

• Fase precoce:

• Amoxicilina, em adultos na dose de 500mg, VO, de 8/8 horas, durante 5 a 7 dias. Em


crianças, administrar 50mg/kg/dia, VO, a cada 6/8 horas, durante 5 a 7 dias;
• Doxiciclina: 100mg, VO, de 12 em 12 horas, durante 5 a 7 dias.

(BRASIL, 2010)
Tratamento
• Na fase tardia:
• Penicilina G Cristalina: 1.5 milhões UI, IV, de 6/6 horas; ou,
• Ampicilina: 1g, IV, 6/6 horas; ou,
• Ce|riaxona: 1 a 2g, IV, 24/24h; ou,
• Cefotaxima 1g, IV, de 6/6 horas.
• Para crianças u7liza-se Penicilina cristalina: 50 a 100.000U/kg/dia, IV, em 4 ou 6
doses; ou Ampicilina: 50 a 100mg/kg/dia, IV, dividido em 4 doses; ou Ce|riaxona: 80
a 100mg/kg/dia, em 1 ou 2 doses; ou Cefotaxima: 50 a 100mg/kg/dia, em 2 a 4
doses.

• Duração do tratamento com an4bió4cos intravenosos: pelo menos, 7 dias.


(BRASIL, 2010)
Tungíase
Tungíase
● É uma doença ectoparasitária causada por fêmeas grávidas de uma
espécie de pulga, Tunga penetrans, que habita o solo de zonas
arenosas.

● A contaminação ocorre quando o paciente pisa neste solo sem


proteção nos seus pés.

● A fêmea grávida penetra na pele humana com a sua cabeça e libera


seus ovos para o exterior.
(SBD, 2023)
Tungíase
Existe um desconhecimento por parte dos profissionais de saúde e
acadêmicos sobre a epidemiologia, tratamento individual e ambiental da
tungíase.

Considerada uma doença negligenciada, ainda hoje, é causa de patologia


grave em comunidades urbanas e rurais com baixos indicadores de
desenvolvimento humano.

Nessas condições essa ectoparasitose precisa ser considerada um


importante problema de saúde pública.
(ARIZA et al., 2007)
Manifestações clínicas e diagnós:co
• A maioria das lesões aparece nos pés, e em alguns casos, nas mãos;
• Podem ser únicas ou bastante numerosas, dependendo da
infestação do solo;
• A lesão surge como uma pequena pápula marrom escura com um
halo fino e claro ao seu redor;
• Pode causar dor ou coceira;
• Pode ocorrer infecção secundária e até abscessos no local;
• O diagnós7co é clínico-epidemiológico;
• Diagnós7co diferencial: verrugas virais.

(OLIVEIRA, 2014)
Manifestações clínicas
• É autolimitada com duração de quatro a seis semanas;
• Nas áreas endêmicas - re-infestação é constante e os indivíduos afetados
podem apresentar algumas dezenas de parasitos em diferentes estágios de
desenvolvimento, gerando complicações graves e sequelas.

(ARIZA et al., 2007)


Manifestações clínicas

• Onde as condições de higiene são precárias e a remoção da pulga não é


realizada em condições de assepsia ocorre superinfecção com bactérias
patogênicas
• A lesão causada pela penetração da pulga pode servir como porta de
entrada para Clostridium tetani.
• Sequelas de infestação grave documentadas incluem dificuldade de andar,
deformação e perda de unhas de dedo do pé, como também deformação e
autoamputação de dígitos, além de sepse e óbito;
• Considerada uma doença negligenciada.
(ARIZA et al., 2007)
Tratamento
• Extração manual do parasito, com assepsia e materiais estéreis;
• Nos casos com infecção secundária, antibioticoterapia;
• Uso de eletrocautério ou a eletrocirurgia com anestesia local são
tratamentos alternativos para a destruição do parasita;
• Infestação: tiabendazol, 25mg/kg, em uma ou duas doses diárias de três a
cinco dias;
• Realizar profilaxia antitetânica, conforme esquemas preconizados pelo
Ministério da Saúde.

(OLIVEIRA, 2014)
Prevenção
• Evitar contato com solo contaminado e usar sapatos;
• Medidas sanitárias para a descontaminação do local infestado,
incluindo inse4cidas;
• Medidas de educação em saúde, educando a população para a
realização de autoexames periódicos, visando à re4rada das pulgas
com material estéril adequado.

(OLIVEIRA, 2014)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
70% das pessoas com Chagas não sabem que estão infectadas. PAHO Pan-American Health Organization, 2021. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/noticias/13-4-2021-opas-70-das-pessoas-com-chagas-nao-sabem-que-estao-infectadas.

ARIZA, L. et al. Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave em uma favela de Fortaleza, Ceará. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical, v. 40, p. 63-67, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/QGMZbd4HC3QhKMYSTBByhNd/?format=pdf&lang=pt

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BURKI, T. Re-emergence of neglected tropical diseases in Venezuela. The Lancet. Infectious Diseases, v. 15, n. 6, p. 641-642, 2015. Disponível em:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

EPIDEMIOLOGIA e controle das doenças transmissíveis no Brasil. UNASUS. Disponível em:


https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/8950/mod_resource/content/3/ebook/19.html.

FRAIA, M. Resumo de Malária: epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Sanar, 2021. Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-de-malaria-
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INTERACTIVE Malaria Statistics. PAHO Pan-American Health Organization, 2022. Disponível em:
http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_topics&view=readall&cid=2149&Itemid =40757&lang=es.

LUNA, E. J. A.; SILVA JR., J. B. Doenças transmissíveis, endemias, epidemias e pandemias. In FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 -
prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro: população e perfil sanitário [online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2013. Vol. 2. pp. 123-176. Disponível em: https://saudeamanha.fiocruz.br/wp-content/uploads/2016/07/41.pdf

MARTINS, R. Cientista confirma OMS: malária controlada em 2030. Correio do Brasil, 2016. Disponível em: https://www.correiodobrasil.com.br/malaria-sob-controle-
ate-2030/URL.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Guía para el diagnóstico y el tratamiento de la enfermedad de Chagas. Washington, D.C.: OPS; 2018.
Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/49653/9789275320433_spa.pdf?sequence=9&isAllowed=y

SABOYÁ-DÍAZ, M. I. et al. Situação atual do conhecimento sobre a epidemiologia da tungíase nas Américas. Rev Panam Salud Publica. 2022. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/documentos/situacao-atual-do-conhecimento-sobre-epidemiologia-da-tungiase-nas-americas

TUNGÍASE. Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2023. Disponível em:


https://www.sbd.org.br/doencas/tungiase/#:~:text=Tung%C3%ADase%20%C3%A9%20uma%20parasitose%20causada,seus%20ovos%20para%20o%20exterior.
OBRIGADA
frantchescafripp@gmail.com
Morbidades por causas
externas – acidentes,
violência e traumas na APS
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Impacto das causas externas na mortalidade
Números de homicídio, suicídio e morte no trânsito e suicídio no Brasil
Impacto das causas externas na mortalidade
Taxa de homicídio por 100 mil habitantes em homens e mulheres de 20 a 29 anos de idade, no Brasil
Impacto das causas externas na mortalidade
Taxa de homicídio por 100 mil habitantes no Brasil
Impacto das causas externas na mortalidade
Impacto das causas externas na mortalidade
Causas de Trauma Cranioencefálico:
● 50%: acidentes automobilísticos. Neste grupo, a principal faixa etária é de
adolescentes e adultos jovens. Dos 15 aos 24 anos, os acidentes de trânsito
são responsáveis por mais mortes que todas as outras causas juntas.
● 30%: quedas. Neste grupo há um grande número de idosos. Entretanto, no
Brasil são muito frequentes as quedas de lajes, que são ignoradas pelas
estatísticas internacionais.
● 20%: causas “violentas”: ferimentos por projétil de arma de fogo e armas
brancas.

72% dos casos de TCE tem associação com consumo de álcool


Abordagem à violência
Violência – indicadores
Taxas de homicídios na região das Américas (mortes por 100 mil habitantes)
Violência – indicadores
Distribuição percentual dos homicídios, segundo Regiões
Violência – indicadores
Estados com as maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes
Violência – indicadores
Estados com as menores taxas de homicídio por 100 mil habitantes
Violência – indicadores
Distribuição percentual dos óbitos por homicídio, segundo raça/cor
Violência – indicadores
Mortalidade (taxa100 mil hab) por suicídio - Brasil e regiões, 2000-2016
Violência – indicadores na Saúde Indígena
Taxa de situações de violência por DSEI. Nº de situações de violência notificado no ano /
Nº de habitantes dos DSEI x 1.000.
Obs.: não devem ser incluídos os casos que
tiveram óbito como desfecho.

Número de situações de violências por tipo Nº total de situações de violência notificado no


(sexual, física ou psicológica) e por Polo-Base ano, separado por Polo-Base e tipo de violência.
Obs.: caso haja sobreposição de tipos de
violência, prioriza-se a classificação conforme a
gravidade da agressão, seguindo a sequência
seguinte: sexual, física ou somente psicológica.
Violência – indicadores na Saúde Indígena
Nº total de situações de violência notificado no Nº total de situações de violências notificadas no
ano, separado por Polo-Base e tipo de violência. ano, no qual há uso suspeito ou confirmado de
Obs.: caso haja sobreposição de tipos de álcool pelo agressor e/ou vítima, separados por
violência, prioriza-se a classificação conforme a Polo-Base.
gravidade da agressão, seguindo a sequência
seguinte: sexual, física ou somente psicológica.

Proporção de situações de violências associada ao Nº total de situações de violência notificadas, no


consumo de álcool por Polo- Base. qual há uso suspeito ou confirmado de álcool pelo
agressor e/ou vítima / Nº total de situações de
violência notificadas no ano x 100, separado por
Polo-Base.
Indicadores na Saúde Indígena
Mortalidade proporcional (%) de indígenas segundo capítulos da CID-10

I: Algumas doenças infecciosas e parasitárias; II:


Neoplasias (tumores); IV: Doenças endócrinas,
nutricionais e metabólicas; IX: Doenças do
aparelho circulatório; X: Doenças do aparelho
respiratório; XVI: Algumas afecções originadas no
período perinatal; XVIII: Causas mal definidas e
desconhecidas de mortalidade; e XX: Causas
externas de morbidade e mortalidade.
Indicadores na Saúde Indígena
Mortalidade proporcional (%) de indígenas segundo capítulos da CID-10
Violência - Impactos
• No Brasil, nos últimos 20 anos, as enfermidades infecciosas vêm cedendo lugar às doenças
crônicas e degenerativas e aos agravos provocados por violências e acidentes.
• Violência não é apenas um problema médico, é também um problema social que afeta a
saúde:
• provoca morte, lesões e traumas físicos e um sem-número de agravos mentais,
emocionais e espirituais;
• diminui a qualidade de vida das pessoas e das coletividades;
• mostra a inadequação da organização tradicional dos serviços de saúde;
• coloca novos problemas para o atendimento médico; e
• evidencia a necessidade de uma atuação muito mais específica, interdisciplinar,
multiprofissional, intersetorial e engajada do setor, visando às necessidades dos
cidadãos.
Violência - Conceito
Relatório Mundial sobre Violência e Saúde – OMS 2002

“Uso intencional da força física ou do poder real ou em ameaça, contra


si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma
comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar
em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou
privação” (KRUG et al., 2002, p. 5)
Violência x agressividade

A agressividade é um impulso nato, essencial à sobrevivência, à defesa e à


adaptação dos seres humanos. Constitui-se como elemento protetor que
possibilita a construção do espaço interior do indivíduo, promovendo a
diferenciação entre o Eu e o Outro.

Portanto, a agressividade, ao contrário da violência, inscreve-se no próprio


processo de constituição da subjetividade. A transformação da agressividade em
violência é um processo ao mesmo tempo social e psicossocial para o qual
contribuem as circunstâncias sociais, o ambiente cultural, as formas de relações
primárias e comunitárias e, também, as idiossincrasias dos sujeitos.
Violência – algumas reflexões
• Fato humano e social;
• Histórica;
• Há formas de violência que persistem no tempo e se estendem por quase todas
as sociedades;
• Abrange todas as classes e os segmentos sociais;
• A violência também está dentro de cada um;
• Violência X abuso X maus tratos.
Violência – algumas reflexões
Claude Lévi-Strauss, antropólogo belga, desenvolveu um método de investigação e
interpretação antropológica, denominado estruturalismo. O conceito básico dessa teoria é o de
estrutura social, que não é empiricamente observável, mas dá sentido aos dados empíricos. Por
exemplo: a estrutura de um edifício, mesmo oculta, organiza, relaciona, distribui e sustenta
todos os elementos observáveis da construção – os andares, os apartamentos, as entradas e
saídas, os corredores.
O mesmo se dá com a estrutura social: ela organiza, conecta e relaciona os seus elementos. Os
elementos da estrutura social são as relações de parentesco, as instituições e os grupos
diversos que, por sua vez, se organizam como um sistema, de forma interdependente, em que
a modificação em qualquer uma das partes afeta, necessariamente, todas as outras as
estruturas elementares de parentesco –, compostas por três relações básicas: consanguinidade
(relação entre irmãos); aliança (relação entre casais) e filiação (relação entre gerações).
Violência – algumas reflexões

Infanticídio: Termo que vem do latim infanticidium e significa a morte de criança,


especialmente recém-nascida. Esse fenômeno sempre existiu no decorrer da
História.
Na Antiguidade, referia-se a matança indiscriminada de crianças nos primeiros
anos de vida. No Império Romano, e também em algumas tribos bárbaras, sua
prática era aceita com o objetivo de regular a oferta de comida à população. Na
China, o elevado índice de infanticídio e de aborto de meninas chegou a gerar
um desequilíbrio populacional.
No Brasil, algumas comunidades indígenas praticam infanticídio.
Violência – Linha do tempo
● 1996 Criação da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa);
● 1999: Norma Técnica “Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da
Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes”;
● 2001: Políjca Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e
Violência;
● 2003: Lei n. 10.778/03; estabelece a nojficação compulsória em caso de
violência contra as mulheres nos serviços de saúde;
● 2003: Estatuto da criança e do adolescente;
Violência – Linha do tempo
● 2004: Políticas de proteção à saúde da mulher PAISM (Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde da Mulher);
● 2004 Rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde e a
Implantação de Núcleos de Prevenção da Violência em Estados e
Municípios;
● 2006 - Estatuto do idoso;
● 2005: Criação do Ligue 180;
● 2006: Lei Maria da Penha (Lei Federal n. 11.340, de 7 de agosto de 2006);
● 2008: Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual e/ou Doméstica
contra Mulheres;

Violência – Linha do tempo

● 2011: Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres;


● 2013: Lei n. 12.845/13; prevê a obrigatoriedade do atendimento integral às
vítimas de violência sexual em todos os serviços de urgência e emergência do
Sistema Único de Saúde (SUS);
● 2015: Lei do Feminicídio (Lei Federal n. 13.104, de 9 de março de 2015);
● 2015: Lançamento da Norma Técnica sobre Atenção Humanizada às Pessoas
em Situação de Violência Sexual com Registro de Informações e Coleta de
Vestígios.
Violência – tipologias
• Violência criminal; • Violência autoinfligida;
• Violência estrutural; • Violência cultural;
• Violência institucional; • Violência de gênero;
• Violência interpessoal; • Violência racial;
• Violência em espaços sociais; • Violência contra a pessoa
• Violência intrafamiliar; com deficiência;
• Violência contra pessoas que tem • Violência por homofobia.
sofrimento ou adoecimento mental;
Violência e populações
• No Brasil, cerca de 80% dos óbitos e das lesões e traumas ocorrem
nas cidades, associados à:
• existência de grupos de delinquência comuns ou vinculados ao tráfico de
drogas;
• a agressões interpessoais; e
• a acidentes de trânsito e de transporte.

• Fator muito importante na produção da violência nas cidades:


armas de fogo.Em em 2005, 90% dos homicídios foram cometidos
com uso desse tipo de arma.
Violência contra a mulher
Fatores de risco de um homem cometer violência contra a parceira
Violência e família – fatores de risco
Violência e família – fatores de risco
Violência e família – fatores de risco
“Nas famílias com dinâmica de violência, é comum haver uma cristalização dos
papéis em relação ao lugar de quem foi vitimado e o agente agressor. Esses lugares
podem ser ocupados pelas mesmas pessoas, anos a fio, ou ser compartilhados por
diferentes membros do grupo. Durante a terapia familiar é comum se observar a
“transferência de violência”, quando outro membro do grupo passa a ser o
protagonista da violência.
Portanto, a tarefa dos profissionais da saúde não é apenas identificar o agressor,
tratando-o individualmente, pois isso seria desconsiderar que muitas vezes a
família possui uma dinâmica que inclui a violência em suas relações. Nesse caso, ao
se retirar o agressor, outra pessoa pode passar a atuar em seu lugar”
Violência e família – fatores de risco e de proteção
Violência e família – fatores de risco e de proteção
Violência
Fatores de proteção à atos infracionais ou violentos cometidos pelo adolescente

• projeto de vida baseado em sonhos e metas;


• compreensão das consequências dos próprios atos;
• bom envolvimento na escola (acadêmico e relacional);
• envolvimento em atividades de lazer educativas (artísticas, esportivas);
• relações afetuosas e seguras com adultos;
• supervisão familiar;
Violência
Fatores de proteção à atos infracionais ou violentos cometidos pelo adolescente

• mais elevada inteligência, correlacionada a curiosidade, criatividade e rendimento


escolar;
• envolvimento com amigos que também têm intolerância aos comportamentos
infracionais e violentos;
• religiosidade;
• existência de adulto significativo para contrabalançar os conflitos com os pais,
frequentes nessa fase da vida.
Violência
Fatores de proteção à atos violentos cometidos por adultos
• apoio e suporte social – poder contar com pessoas e instituições que ofereçam
afeto e apoio;
• perseverança para enfrentar as dificuldades – mesmo quando o planejado não
deu certo – e para continuar tentando, apesar dos obstáculos;
• cultivo da satisfação com a vida e da autoestima elevada;
• conquista, satisfação e sucesso no trabalho;
• opção por estratégias mais ativas de enfrentamento dos problemas, buscando
ajuda de outras pessoas e de profissionais especializados para apoiá-los na
reflexão ou na resolução dos conflitos;
• capacidade de sustentar a si mesmo e à sua família;
• ter família ou relacionamentos afetivos estáveis.
PolíFca Nacional de Redução da
Morbimortalidade por Acidentes e Violência
Diretrizes
• promoção da adoção de comportamentos e de ambientes seguros e saudáveis;
• monitorização da ocorrência de acidentes e de violências;
• sistematização, ampliação e consolidação do atendimento pré-hospitalar;
• assistência interdisciplinar e intersetorial às vitimas de acidentes e de violências;
• estruturação e consolidação do atendimento voltado à recuperação e à
reabilitação;
• capacitação de recursos humanos;
• apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Iniciativas de combate à violência
Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) destaca em alguns Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável a violência e sua prevenção, indicando a necessidade de ação
multinacional e multissetorial:

• Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas
públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos;
• Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de
crianças e mutilações genitais femininas;
• Reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade
relacionada, em todos os lugares;
• Acabar com abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra
crianças.
Prevenção da violência
• A prevenção primária se destina a evitar que a violência surja, sobre os fatores
que contribuem para sua ocorrência e sobre os agentes dela em tempo anterior à
ação violenta;
• A prevenção secundária se realiza quando a violência já ocorreu. Significa
respostas mais imediatas à violência, enfocando a capacidade de diagnóstico, o
tratamento precoce e a limitação da invalidez;
• A prevenção terciária compõe-se de respostas mais a longo prazo, visando
intervir, controlar e tratar os casos reconhecidos, buscando reduzir os efeitos, as
sequelas e os traumas; prevenir a instalação da violência crônica e promover a
reintegração dos indivíduos.
Rede Nacional de Prevenção das Violências e
Promoção da Saúde e Cultura de Paz
• Qualificação da gestão para o trabalho de prevenção de violências e promoção da saúde e
de cultura de paz;
• Qualificação e articulação da rede de atenção integral às pessoas em situação de
violências;
• Desenvolvimento de ações de promoção da saúde e prevenção de violências para grupos
populacionais vulneráveis visando à atuação nos determinantes sociais e na
autodeterminação dos sujeitos;
• Garantia da implantação/implementação da notificação de violências interpessoais e
autoprovocadas;
• Promoção e participação de políticas e ações intersetoriais e de redes sociais que tenham
como objetivo a prevenção de violências e promoção da saúde e da cultura de paz.
Rede de
enfrentamento à
violência
Material complementar
• Estudos sobre Criminalidade e Segurança Pública (www.crisp.ufmg. br) e informe-se sobre o Programa
Interinstitucional Fica Vivo

• filme A guerra dos Roses, dirigido por Danny DeVito (1989), ilustra a construção lenta deste binômio
complexo: “família e violência”. É uma produção cinematográfica estadunidense, do gênero comédia,
lançado em 1989, com base no romance A guerra dos Roses (1981), de Warren Adler. Comédia de humor
negro sobre um casal que aparenta ter perfeita união. Quando o casamento começa a desmoronar, bens
materiais se tornam o centro de escandalosa e amarga batalha pelo divórcio. Filme estrelado por Michael
Douglas, Kathleen Turner e Danny DeVito.

• O filme Festa em Família, dirigido por Thomas Vinterberg, de 1998, é um bom exemplo de alguns tipos de
abuso intrafamiliar

• Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e prevenção da violência, acesse o site da Organização
das Nações Unidas no Brasil: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/
Acidentes e trauma na APS
Acidentes– Fpologias

• Acidente de trânsito;
• Acidentes de trabalho;
• Acidentes domiciliares.
Trauma - avaliação primária ABCDE
Trauma -
avaliação
primária ABCDE
Trauma na APS – Avaliação Primária
Trauma na APS – Avaliação Primária
Trauma na APS – Trauma abdominal

Trauma contuso - Não ocorre solução de descontinuidade e as lesões ocorrem


por mecanismo indireto, podendo cursar com compressão e esmagamento ou
cisalhamento de vísceras abdominais; hemorragia; ruptura de órgãos e vasos
abdominais além de lesões por desaceleração.

Trauma abdominal penetrante - OMS (www.who.int), o Relatório Mundial sobre


Violência e Saúde (World Report on Violence and Health), Solução de
descontinuidade da pele e ultrapassa o peritônio.
Trauma na APS – Trauma abdominal
Exame físico: inspeção, ausculta, percussão e palpação. As estruturas adjacentes
como tórax, uretra, vagina, períneo, dorso e nádegas podem nos dar pistas de
possíveis lesões de órgãos abdominais. Além disso, o exame da bacia é de suma
importância nesse momento. Indica-se toque retal e vaginal em todos pacientes
politraumatizados com trauma maior.

Avaliação inicial pode incluir FAST (Focused Assessment with Sonography for
Trauma) - Avaliação da presença de fluidos intra-abdominais que inclui o exame
de quatro regiões importantes (saco pericárdico, espaços hepato e esplenorrenal e
pelve ou recesso de Douglas), sendo extremamente útil na detecção da causa de
choque.
Trauma na APS - Trauma cranioencefálico (TCE)

• Injúria ou lesão no escalpo com ou


sem evidência de alteração de
consciência;

• Classifica-se de acordo com a Escala


de Coma de Glasgow (ECG).
Trauma na APS - TCE

Escala de Coma de Glasgow


(ECG) modificada para
crianças
Trauma na APS – Sinais/ sintomas e classificação
e do TCE

Classificação e sintomas Conduta

TCE leve ECG entre 13 e 15 - cefaleia leve e não progressiva, Maioria:


tontura e vertigem temporárias, hematoma subgaleal ou laceração Observação, sem recomendação
pequena de couro cabeludo para TC. Pode ocorrer piora do quadro.
Acompanhar
Trauma na APS – Sinais/ sintomas e classificação
e do TCE
Classificação e sintomas Conduta

TCE leve ECG entre 13 e 15 - cefaleia leve e não progressiva, Maioria:


tontura e vertigem temporárias, hematoma subgaleal ou laceração Observação, sem recomendação
pequena de couro cabeludo para TC. Pode ocorrer piora do quadro.
Acompanhar
Fraturas – principais
achados da
anamnese e exame
físico
Fraturas–
características
descritivas
radiográficas
Acidentes por animais peçonhentos
Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Cascavel – gênero Crotalus


Poucas manifestações locais. Neurotoxicidade – ptose palpebral, rabdomiolise,
mialgia
Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Jararaca – gênero Bothrops (mais comum entre os acidentes owdicos)


Dor e edema local, coagulopaja com manifestações hemorrágicas
Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Coral - gênero Micrurus


Neurotoxicidade que pode levar à insuficiência respiratória por fraqueza
muscular, mialgia
Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Surucucu - gênero Lachesis


Dor e edema local, coagulopatia com manifestações hemorrágicas e de síndrome
vagal
Acidentes Ofídicos – Tratamento
Acidentes Ofídicos – Tratamento
Acidentes Ofídicos – Tratamento
Araneísmo – aranhas mais comuns no Brasil
Principais sintomas
• Aranha marrom– gênero Loxoceles
Aranha doméstica, não é agressiva. Costuma picar quando espremida contra o
corpo da pessoa. Mais comum na região Sul do Brasil.
Dor e edema local. Pode causar febre e mal-estar e manifestações hemorrágicas.
Lesão evolui de com uma bolha ou equimose central, circundada por um halo
pálido (isquemia). Ao longo dos dias, a lesão central evolui para necrose.
Araneísmo – aranhas mais comuns no Brasil
Principais sintomas
• Armadeira – gênero Phoneutria
Aranha mais agressiva, não faz teia. Pode pular até 40cm
Dor e edema local, vômitos, hipertensão, sialorreia e priapismo em crianças.
Manifestações graves: convulsões, coma, arritmia cardíaca, choque e edema
pulmonar.
Araneísmo – aranhas mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Viúva negra- gênero Latodectrus


Mais comum na região Nordeste do Brasil
Dor e edema local, dor abdominal, contração e
dores musculares, agitação, sudorese e, nos casos
graves, trismo, hipertensão, bradicardia, dispneia,
priapismo, retenção urinária, alterações
hemodinâmicas e choque
Escorpionismo
Principais manifestações são dor e parestesia local.
Manifestações graves: hipo ou hipertermia, sudorese profusa; náusea, vômito,
sialorreia, dor abdominal, diarreia, arritmia, hipo ou hipertensão, ICC, choque,
EAP, taquipneia, agitação, sonolência, agitação mental.
Referências
ACIDENTES Ofídicos. Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos/acidentes-ofidicos

ALVES, F. T. A. et al. Mortalidade proporcional nos povos indígenas no Brasil nos anos 2000, 2010 e 2018. Saúde em Debate, [S. l.], v. 45, n. 130 Jul-Sept, p. 691–706, 2022.
Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4549.

ANÁLISE de Situação de Saúde. Política nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências: Portaria MS/GM n.º 737 de 16/5/01, publicada no DOU n.º
96 seção 1E de 18/5/01 – 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Por uma cultura da paz, a promoção da saúde e a prevenção da
violência. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com traumatismo cranioencefálico. Brasília: Ministério da
Saúde, 2015. 132 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_pessoa_traumatisco_cranioencefalico.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas: tecendo
redes para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

CERQUEIRA, D. et al. Atlas da violência 2019. Brasília, DF: Ipea: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf. Acesso em: 14 mai. 2023

DATASUS. Informação de saúde (TABNET). Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&id=6937.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

ELZIRIK, C. L.; KAPCZINSKI, F.; BASSOLS, A. M. S. (org.). O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Referências
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Deficiência II: Mulheres com deficiência, saúde bucal da pessoa com deficiência, pessoa com acidente vascular encefálico, pessoa com traumatismo cranioencefálico,
pessoa com paralisia cerebral, reabilitação visual e Triagem Auditiva Neonatal (TAN) e Triagem Ocular Neonatal (TON). Atenção à Pessoa com Traumatismo
Cranioencefálico (TCE). São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2021.

FRAGA, M. A. A.; BELLUOMINI, F.; PEIXOTO, A. O. Conduta em acidentes com animais peçonhentos [recurso eletrônico]. São Paulo: Sociedade de Pediatria de São
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GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019,
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KRUG, E. G. et al. World report on violence and health. Geneva: World Health Organization, 2002. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
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NADANOVSKY, P.; SANTOS, A. P. P. Saúde Amanhã: textos para discussão: mortes por causas externas no Brasil: previsões para as próximas duas décadas. Rio de
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NJAINE, K. et al. Impactos da Violência na Saúde [online]. 4th ed. updat. Rio de Janeiro: Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da Escola
Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, ENSP, Editora FIOCRUZ, 2020, 448 p. ISBN: 978-65-5708-094-8. https://doi.org/10.7476/9786557080948. Disponível em:
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ONU. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes. ONU, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/16.
OBRIGADA
frantchescafripp@gmail.com
Uso Abusivo de Álcool e
Outras Drogas
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Substâncias Psicoativas

• São substâncias naturais ou sintéticas que, ingeridas, provocam


alterações do SNC, modificando o comportamento, humor e
cognição; possuem propriedades reforçadoras e favorecem a
autoadministração;

• Podem induzir tolerância, abuso e dependência.


Substâncias Psicoativas
• Provavelmente o uso de substâncias psicoativas como forma de
aliviar o sofrimento seja tão antigo quanto o próprio homem.

• Diversas culturas sancionam o uso de substâncias psicoativas,


em rituais religiosos ou socialmente.

• Em determinados períodos da história algumas delas


ganham estímulo extra para sua utilização.
Tipos de Uso

Experimental
• Uso eventual para experimentar seus efeitos, sem recorrência sistemática.
Recreacional ou Ocasional
• Uso intermitente em que há algum padrão de consumo, sem causar
problemas (físicos, emocionais, legais, familiares e sociais).
Abusivo
• Padrão de uso com consequências nocivas (critérios específicos).
Dependência
• Padrão abusivo com dependência (critérios específicos).
Critérios Diagnósticos

Uso Abusivo
Critérios Diagnósticos
Dependência
História Natural

Nos estágios iniciais os indivíduos que irão desenvolver transtornos


são indistinguíveis, porém há fatores identificáveis como de risco e
como protetores.
Fatores de Risco para o uso de drogas
Fatores de Risco para o uso de drogas
Substâncias Utilizadas

• Maconha
• Solventes
• Benzodiazepínicos
• Estimulantes
• Cocaína
• Orexígenos e anorexígenos
• Crack
• Merla – subproduto da cocaína
• Heroína
Abordagem Inicial

Avaliação clínica
● Substâncias usadas ● História familiar
● Tratamentos anteriores ● Perfil psicossocial
● Comorbidades ● Exame físico

Exames Complementares
● Álcool: TGO, TGP, GGT, Hemograma
● Injetáveis ou associadas a comportamento sexual: Anti HCV, Anti HIV, Anti HBs,
HBsAg e VDRL
Abordagem
Diagnóstico diferencial de sintomas de humor que se apresentam em um
paciente com uso de substância.
Abordagem Terapêutica
Intervenções Psicossociais:
• FRAMES
• Feedback: resumo das avaliações sobre a repercussão das drogas
• Responsability: ênfase na responsabilidade pessoal do paciente pela
mudança
• Advice: recomendações claras para que mude hábitos
• Menu: apresentar opções para mudança
• Self-efficacy: empatia e reforço da autoeficácia

Família
• Abordar problemas familiares e incluir no Plano terapêutico
Abordagem
Terapêutica
Estratégias de redução de danos:
• Substituir hábitos nocivos por outros menos nocivos ou de menor
potencial
Estratégias de gerenciamento de casos:
• Equipe multiprofissional
• Prever abandonos e recidivas
• Estar disponível
Intervenções comunitárias:
• Escolas, sala de espera, grupos de pacientes
Grupos de •auto-ajuda
AA
• NA
Encaminhamento

• Suspeita de comorbidade psiquiátrica


• Não melhora com tratamento inicial
• Múltiplas tentativas prévias sem
sucesso
Estágios
Motivacionais
Estágios Motivacionais
• Pré-contemplação (“Eu não vou”) – Não considera a possibilidade de mudar, nem
se preocupa com a questão. “Eu não quero parar de fumar”.

• Contemplação (“Eu poderia”) – Admite o problema, é ambivalente e considera


adotar mudanças eventualmente. “Eu quero parar de fumar, mas não sei quando”.

• Preparação (“Eu vou / Eu posso”) – Inicia algumas mudanças, planeja, cria


condições para mudar, revisa tentativas passadas. “Eu tenho tentado parar de
fumar de um tempo para cá” ou “Eu tenho uma data e um esquema para começar
nos próximos 30 dias”.

• Ação (“Eu faço”) – Implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe


tempo e energia na execução da mudança.“Eu tenho feito uso descontínuo do
cigarro de um mês para cá, ficando sem fumar pelo menos um dia inteiro durante
este período”.
Abordagem
Abordagem
Conceitos – Prevenção e Recaída
Tabagismo
Impacto na Saúde

● 1,1 bilhão de fumantes no mundo;


● 80% dos fumantes vivem em países de média e baixa renda;
● 50% dos fumantes morrem em decorrência dos efeitos do cigarro;
● 2019: 9 milhões de mortes pelo tabagismo = 237 milhões de anos
saudáveis de vida perdidos (disability adjusted life years, DALYs);
● Morte 10 anos antes;
Impacto na Saúde

● Relacionado a maioria das doenças crônicas não transmissíveis, maior


causa de óbitos no Brasil
● Dano é dose dependente
● Não existem níveis seguros de consumo
● Estima-se em cerca de 500 milhões anuais o gasto do SUS no
tratamento de doenças causadas pelo tabagismo
Impacto na Saúde

Queda da prevalência de fumantes


adultos que acompanhou ações
governamentais de controle do
tabagismo, 1989-2010.

O gráfico demonstra a necessidade


de medidas rigorosas e
permanentes sobre os diversos
aspectos que o cigarro abrange
socioculturalmente.
Impacto na Saúde

● A nicotina é uma droga psicotrópica ou psicoativa.


● Cigarro e outras formas de tabaco, mascado ou inalado levam à
tolerância e dependência.
● Fumantes que não tragam também evoluem com tolerância e
dependência.
● Processo de dependência envolve fatores psicológicos e
comportamentais.
Teste de Fargerström

● Avalia o grau de dependência à nicotina.


● Quanto mais pontos, maior a dependência.
● As respostas indicam em que âmbito pode haver mais desconforto ao
deixar de fumar, quais sintomas da abstinência podem ser mais
impactantes.
● Indica a necessidade ou não de apoio medicamentoso no tratamento
da dependência.
Avaliação da Dependência - Teste de Fargerström
Comportamento esperado do
Profissional de Saúde
Recomendações – Abordagem Clínica
Avaliação da Motivação

● A MOTIVAÇÃO PARA A MUDANÇA É PREDITIVA DE BOAS TAXAS DE


CESSAÇÃO!
● PACIENTE PREPARADO PARA A MUDANÇA SE ENGAJA AO
TRATAMENTO!
● FIQUE ATENTO PARA ABORDAR OPORTUNAMENTE!
Avaliação da Motivação

• Quando um indivíduo se depara com algum processo de modificação


de comportamento em sua vida, ele passa por estágios de mudança:
pré contemplação, contemplação, preparação, ação, manutenção e
recaída.
• A motivação é a probabilidade de um indivíduo iniciar e dar
continuidade a um processo de mudança.
Motivação X Conduta
Tabela: Identificação do estágio de motivação e condutas decorrentes.
Aconselhamento Breve e Intensivo

● A abordagem breve consiste em: perguntar e avaliar, aconselhar e


preparar o fumante para que deixe de fumar;
● Todos os profissionais estão aptos a realizar a abordagem breve,
com estudo e treinamento;
● 5-10% de taxa de cessação ao ano.
Aconselhamento Breve e Intensivo
Perguntas que levam o paciente a refletir sobre questões fundamentais
relacionadas com o tabagismo e o sensibilizam para tentar parar de fumar:
Tratamento
• Terapia Cognitivo Comportamental
• Taxas de sucesso de cerca de 20% em um ano

• Intervenção em Grupo
• Objetivo de cada encontro é aprofundar as discussões relacionadas a
temas que ajudem a cessação e partilhar experiências
• Etapas:
• Preparar o fumante para solucionar seus problemas
• Estimular habilidades para resistir às tentações de fumar
• Preparar para prevenir a recaída
• Preparar para lidar com o estresse
Tratamento Farmacológico
• Indicações:
• > 20 cigarros ao dia;
• 1º cigarro fumado antes de 30 min depois do despertar e fumar mais de
10 cigarros por dia;
• Resultado do Teste de Fargeström maior ou igual a 5;
• Já tentou somente com abordagem cognitivo comportamental mas
não obteve êxito;
• Não possuir contraindicações ao fármaco.
Opções Farmacológicas
Tabela: Fármacos efetivos no tratamento da dependência da nicotina.
Fármaco Posologia Comentários
Opções Farmacológicas
Tabela: Fármacos efetivos no tratamento da dependência da nicotina.
Fármaco Posologia Comentários
Fármacos disponíveis na RENAME
Tabagismo e saúde dos Povos Indígenas
Considerar o aspecto socio-cultural-espiritual envolvido no
uso do tabaco, rapé e outras plantas usadas em rituais e/ou
cotidianamente.
Problemas relacionados ao
consumo de álcool
Problemas relacionados ao consumo de álcool
• O álcool é uma substância química produzida a partir da fermentação do açúcar
encontrado numa série de produtos de origem vegetal (cana-de-açúcar, frutas, arroz,
mandioca etc.);
• 50% dos brasileiros >18 anos bebem pelo menos 1 vez ao ano;
• 4%: transtorno por uso de álcool (TUA) leve;
• 14%: TUA moderado a grave;
• Aumento do consumo de álcool por mulheres - 2006: 27% e 2012: 38%;
• Experiência precoce: 22% antes dos 15 anos em 2012.
Problemas relacionados ao consumo de álcool -
Conceitos
• Transtorno por uso de álcool (TUA)
Nomenclatura atual para descrever os problemas associados ao consumo de álcool;

• Craving ou fissura
Desejo de experimentar os efeitos da droga; forte e subjetiva energia; irresistível
impulso para usar droga; pensamento obsessivo; alívio para os sintomas de
abstinência; incentivo para autoadministar a substância; expectativa de resultado
positivo; processo de avaliação cognitiva e processo cognitivo não-automático.
Problemas relacionados ao consumo de álcool -
Conceitos

• Binge
Consumo de álcool em quantidade suficiente para atingir alcoolemia de 0,08g/dL
(aprox. 5 doses para homens e 4 doses para mulheres) em 2 horas;

Risco agudo: acidentes, violência, e exposição sexual, por exemplo.


Equivalência de doses de álcool

Teor alcoólico médio, medida padronizada e unidade de álcool para um drinque-


padrão de vinho, cerveja ou destilados.
Intoxicação aguda por álcool

O sistema nervoso central é afetado mais rapidamente pelo uso de álcool:

sedação diminuição da ansiedade fala pastosa


prejuízo da capacidade de ataxia desinibição do comportamento
julgamento
Intoxicação aguda por álcool
ALCOOLEMIA (mg%) QUADRO CLÍNICO CONDUTA
30 Euforia, excitação, alteração leve da atenção. Ambiente calmo e monitoramento
dos sinais vitais.
50 Incoordenação motora discreta, alteração do humor, Ambiente calmo e monitoramento
da personalidade e do comportamento. dos sinais vitais.
100 Ataxia, piora do humor, piora dos reflexos sensitivos, Monitoramento dos sinais vitais,
redução da concentração. cuidados para mantenção de via
aérea livre, observar risco de
broncoaspiração de vômitos.
200 Piora da ataxia, náuseas e vômitos. Internação, cuidados para mantenção
de via aérea livre, observar risco de
broncoaspiração, aplicar tiamina IM.
300 Disartria, amnésia, hipotermia, anestesia. Internação, cuidados gerais para
manutenção da vida, aplicar tiamina
IM.
400 Coma, morte (bloqueio respiratório central). Emergência, cuidados intensivos para
a manutenção da vida, diretrizes de
tratamento do coma.
Intoxicação aguda por álcool
Manejo
• Sem perda de consciência: Risco de redução do limiar convulsivo.
Não há evidência de medicações que Não prescrever benzodiazepínicos pela
aceleram o metabolismo do álcool; potencialização dos efeitos depressores
Glicose hipertônica só tem indicação se do álcool.
paciente está em hipoglicemia;
Tiamina 100-300mg EV em quem receber • Com perda da consciência/coma
soro glicosado, para reduzir risco de
alcoólico:
encefalopatia de Wernicke.
Haldol 5mg VO ou IM se agitação internação hospitalar, risco de
psicomotora e agressividade: cuidado! broncoaspiração
Transtorno por uso de álcool (TUA)
Diretrizes diagnósticas na identificação de pacientes com transtorno por uso
de álcool*
1. Consumo de álcool em quantidade ou tempo maiores do que o pretendido;
2. desejo persistente ou esforços mal sucedidos para reduzir e controlar o uso de
álcool;
3. Tempo gasto em obtenção ou utilização de álcool, bem como na recuperação de seus
efeitos;
4. Fissura ou forte desejo pelo álcool;
5. Fracasso em desempenhar papéis sociais por conta do uso recorrente de álcool;
6. Uso continuado de álcool, apesar dos problemas sociais e interpessoais;
7. Abandono ou redução de atividades sociais e profissionais;
Transtorno por uso de álcool (TUA)
8. Uso de álcool em situações em que isso representa perigo para a integridade física;
9. Manter uso de álcool apesar da consciência de ter problema físico ou psicológico
causado pela substância;
10. Tolerância (quantidades gradativamente maiores para obter intoxicação ou
redução do efeito em uso de quantidade de álcool usual);
11. Abstinência (síndrome de abstinência do álcool ou o paciente consome substância
estritamente relacionadas para aliviar ou evitar sintomas de abstinência)
Classificação Pontos
Leve 2-3
Moderado 4-5
Grave >6
Transtorno por uso de álcool (TUA)
TUA Leve (2-3 critérios)
Contexto em que o consumo de álcool traz prejuízo e
consequências negativas à vida do paciente em uma fase Classificação Pontos
inicial. Leve 2-3
Moderado 4-5
TUA Moderado (4-5 critérios) e Grave (>6 critérios) Grave >6

Conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e


cognitivos no qual o uso de bebida alcoólica tem prioridade
muito maior do que outros comportamentos que eram
priorizados.
Rastreamento do TUA

Instrumentos de rastreamento foram desenvolvidos para simplificar o


diagnóstico de Transtorno do Uso de Álcool:

● CAGE
● AUDIT
Rastreamento do TUA - CAGE
Detecta o uso nocivo e dependência de álcool (CID10).
Sensibilidade 43-94% e especificidade 70-97%, para suas ou mais respostas positivas.

(C) Alguma vez você sentiu que deveria diminuir (cutdown) a quantidade de bebida ou
parar de beber?
(A) As pessoas o aborrecem (annoyed) porque criticam o seu modo de beber?
(G) Você se sente culpado (guilty)/ chateado consigo mesmo pela maneira como
costuma beber?
(E) Você costuma beber pela manhã (eye-opener) para diminuir o nervosismo ou a
ressaca?
Rastreamento do TUA - AUDIT

Alcohol Use Disorder Indentification Test

Desenvolvido pela OMS para avaliação do uso problemático/consumo de risco, TUA


leve, TUA moderado a grave: identifica indivíduos de alto risco.
Investigação – AUDIT
Intervenção Conforme AUDIT
Rastreamento do TUA e os Povos Indígenas
Não há instrumento de identificação e rastreamento de TUA validados para a
população indígena.

É necessário reconhecer a demanda por atenção às consequências negativas do uso de


substâncias alcoólicas, partindo-se da percepção dos próprios indígenas: identificando
as aldeias com maiores problemas decorrentes do uso de álcool, assim como os
modelos explicativos para o uso.

FICHA DE MONITORAMENTO DO USO PREJUDICIAL DE ÁLCOOL:


Preenchida quando o usuário do serviço de saúde demandar cuidado
relacionado ao uso da substância psicoativa.
Rastreamento do TUA e os Povos Indígenas
FICHA DE MONITORAMENTO DO USO PREJUDICIAL DE ÁLCOOL

Com essa forma de vigilância é possível respeitar os modos diferenciados de


utilização de bebidas alcoólicas pelos povos indígenas, em especial aquelas de uso
tradicional e, concomitantemente, ofertar assistência aos problemas do uso
prejudicial de álcool, principalmente aqueles surgidos a partir do contato com a
sociedade envolvente.
Essa estratégia visa identificar as consequências negativas do uso, não
estando necessariamente vinculadas à quantidade de bebida ingerida
ou à frequência de consumo. Esses problemas podem ser individuais ou
coletivos, físicos, mentais, sociais ou espirituais e trazem prejuízos à
própria pessoa ou a outras pessoas de seu convívio.
Vigilância epidemiológica do uso de álcool
e os Povos Indígenas
Indicadores relacionados ao uso de álcool
Conduta para problemas relacionados ao álcool
Avaliação laboratorial sugestiva de abuso de álcool:

• alterações hepáticas: TGO/AST e TGP/ALT com relação 1,5:1 a 2:1; bilirrubinas,


diminuição da atividade da protrombina.
• Alterações hematológicas: anemia, trombocitopenia, elevação do volume
corpuscular médico (VCM) indicando macrocitose sem anemia.

Na APS o ideal é que rastreamento seja feito por instrumentos de rastreamento


como AUDIT e CAGE, complementados cautelosamente por marcadores biológicos.
Conduta para problemas relacionados ao álcool
Intervenção Breve

Estratégia básica para alcançar bons resultados antes que o paciente tenha
desenvolvido TUA moderado a grave e demais problemas associados.

• Estruturada, focal e objetiva;


• Desenvolvida de 5 a 45 minutos;
• Raramente ultrapassa 5 encontros;
• Pode ser aplicada por diversos profissionais;
• Centrada no paciente com o objetivo de desenvolver autonomia, atribuindo-lhes a
capacidade de assumir a iniciativa e a responsabilidade por suas escolhas.
Intervenção Breve
Exemplos de aconselhamento utilizados na intervenção breve:
Avaliação do paciente
Síndrome de Abstinência Alcoólica

A. Deve haver evidência clara de interrupção ou redução do uso de álcool, após uso
repetido, usualmente prolongado e/ou em altas doses.
Tremores na língua, Alucinações visuais, táteis ou
A. Três dos sinais devem estar presentes: pálpebras ou nas mãos auditivas transitórias
estendidas
Náusea, ânsia de vômito ou Insônia
vômito
Sudorese Mal estar ou fraqueza
Taquicardia ou hipertensão Cefaleia
Agitação psicomotora Convulsões tipo grande mal
Avaliação do
paciente
Questionário calculadora em inglês disponível
em: https://www.mdapp.co/alcohol-
withdrawal-ciwa-score-calculator-160/
Síndrome de Abstinência Alcoólica
Se o delirium está presente, o diagnóstico deve ser estado de abstinência alcoólica com
delirium (delirium tremens) (F10.4). Sem e com convulsões (F10.40 e 41).

SAA Nível I
Trata-se da SAA leve e moderada.
Ocorre nas primeiras 24 horas após a última dose.
90% dos pacientes e cursa com: (Obs: alucinações são raras)
agitação ansiedade tremores finos de alteração do sono sudorese em surtos
extremidades
alteração do apetite alteração do alteração do humor Alteração da aumento da
relacionamento sensopercepção frequência cardíaca,
interpessoal pulso e temperatura
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível I

Manejo

Escores <18 permitem a desintoxicação domiciliar ou ambulatorial, dependendo dos


recursos clínicos, psíquicos, sociais e do local.
O paciente e sua família devem ser orientados sobre a doença e da necessidade de
buscarem uma sala de emergência caso haja agravamento clínico.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - SAA Nível I
Manejo
Encefalopatia de Wernicke
● Dieta livre.
Alteração do Confusão mental Oftalmo
● Hidratação. equilíbrio/marcha plegia/nistagmo
Se não tratada leva à morte em 20% dos casos.

● Profilaxia da encefalopatia de Wernicke: Tiamina 300 mg IM ao dia por 7 dias.


○ Após, prescrever Tiamina 300 mg VO/dia por mais 2 semanas.
● Benzodiazepínico é sintomático: preferir os de meia vida longa - Diazepam 20 a 40
mg/dia VO, com retirada gradual com início em 7 dias.
● Se hepatopatia grave, preferir Lorazepam, por ter menos efeitos
hepatotóxicos, 4 a 8 mg/dia VO, com retirada gradual em 7 dias.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível II e III
É grave.

Cerca de 5% dos pacientes evoluem do estágio I para o II.


Ocorre após +-48 horas da última dose.
Os sinais autonômicos são mais intensos.
Tremores generalizados Alucinações auditivas Alucinações visuais Desorientação tempo
espacial

3% dos pacientes do estágio II chegam ao Delirium Tremens (DM) após 72 horas da


última dose. Muito grave!
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível II e III
O DM piora ao entardecer (sundowning).
Riscos com sequelas e morte entre aqueles que não recebem tratamento.
10% - 15% destes apresentam convulsões do tipo grande mal.
É psicose orgânica reversível, duração de 2 a 10 dias, cursa com:
despersonalização humor intensamente apatia agressividade
disfórico

Deve-se fazer diagnóstico diferencial com traumatismo craniano e doenças


epileptiformes.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível II e III
Manejo

O tratamento é obrigatoriamente hospitalar devido:


• ao estado confusional do paciente;
• à presença freqüente de complicações clínicas associadas;
• à necessidade de exames laboratoriais de controle;
• ao manejo da dose dos medicamentos.

● Dieta leve, mas manter jejum, se risco de broncoaspiração.


● Hidratação EV com 1000 ml de solução glicosilada 5% + NaCl 20% 20 ml no soro +
KCl 19,1% 10 ml no soro: de 8/8 horas.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível II e III
Manejo
● Tiamina 500 mg/ dia EV 3x/dia por 3. Após 150mg EV ou IM por mais 3 a 5 dias.
● Benzodiazepínico é sintomático: preferir os de meia vida longa - Diazepam 20 a 40
mg/dia VO, com retirada gradual com início em 7 dias.
● se hepatopatia grave, preferir Lorazepam, por ter menos efeitos
hepatotóxicos, 4 a 8 mg/dia VO, com retirada gradual em 7 dias.

O uso de benzodiazepínico EV necessita de suporte ventilatório devido ao risco de


eventual parada respiratória.

A contenção física poderá ser necessária até a sedação do paciente.


Síndrome de Abstinência Alcoólica - Situações
Graves Especiais
Manejo

Em caso de convulsões:
● Diazepam 10-30 mg VO ou Diazepam 10 mg EV – atenção! É necessário suporte
ventilatório para risco de complicação.
● Sulfato de Magnésio 1 g IM 6/6 horas por 2 dias.

Delirium Tremens:
● Reversível em 2 - 10 dias.
● Diazepam até 60 mg/dia VO ou Lorazepam 12 mg/dia.
● Se alucinose alcoólica: fazer haloperidol 5 mg IM ao dia.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - O que NÃO
fazer!
Conduta inadequada Motivo
Administrar glicose indiscriminadamente. Risco de precipitação de síndrome de Wernicke.
A glicose só deve ser aplicada parenteralmente
após a administração de tiamina, se houver
constatação de hipoglicemia grave e se não for
possível a reposição por via oral.
Usar rotineiramente fenitoína EV. Não parece ser eficaz no controle de crises
convulsivas da síndrome de privação do álcool.
Administrar clorpromazina e outros Reduzem o limiar dpara convulsões; o
neurolépticos de baixa sedativos de baixa haloperidol, pelo menor risco, é a opção mais
potência para controle da agitação. adequada.
Contenção inadequada e indiscriminada. Risco de lesões físicas e constrangimento
desnecessário aos pacientes.
Tratamento farmacológico do TUA
Papel coadjuvante na abordagem terapêutica.

Objetivo:
• Alcançar a abstinência sem desenvolver a SAA;
• Contribuir na manutenção da abstinência;
• Contribuir na prevenção de recaídas.

Considerar o tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno Ansioso


Misto ou Transtorno Depressivo Moderado e Grave:
• Inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS).
Escolher de acordo com cada paciente.
Tratamento farmacológico do TUA
As medicações eficazes que podem ser usadas no tratamento para abstinência alcoólica
mas não estão disponíveis no REMUME.

• Naltrexone: quando pode fazer a diminuição progressiva do uso de álcool.


○ mecanismo de ação: antagonista opióide, diminuem o ímpeto pelo uso de álcool.
○ dose: 50-100mg/dia, por 3 a 4 meses.
• Dissulfiram: quando deve entrar em abstinência imediatamente.
○ mecanismo de ação: inibe a aldeído-desidrogenase e, quando usada em
associação com ao álcool aumenta os níveis de acetaldeído, provocando efeito
antabuse - reações desagradáveis, como palpitação, rubor, náusea e vômito.
○ dose: 250mg/dia.
• Acamprosato: para reduzir sintomas de abstinência.
○ mecanismo de ação: coagonista de receptores de glutamato, não tem efeito no
humor, na concentração, na atenção e no desempenho psicomotor.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas:
tecendo redes para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: Rename 2020 [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre:
ARTMED, 2019, 2388 p.

MARQUES, A. C. P. R.; RIBEIRO, M. Abuso e Dependência do Álcool. Associação Brasileira de Psiquiatria. 2022. Disponível em:
http://projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/002.pdf
OBRIGADA
frantchescafripp@gmail.com
Sofrimento Mental
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Saúde Mental
Sensação de bem estar e capacidade de sentir Autonomia Capacidade de Flaxibilidade Adaptabilidade
e lidar com diversos sentimentos, incluindo lidar com para sentir
estressores
aqueles considerados negativos, como raiva,
tristeza e infelicidade. Estabilidade/
Equilíbrio
Relacionamentos
significativos
Dignidade Capacidade de
sentir prazer

Esperança Capacidade de Otimismo Capacidade de


aproveitar a vida refletir
Saúde Mental e Sofrimento Mental/ Psíquico
dependem do contexto cultural em que um
determinado indivíduo está inserido.

Conjunto de fatores biológicos, psicológicos e


sociais que contribuem para o estado mental
do indivíduo e seu funcionamento no mundo.
Saúde Mental
Diferentes visões sobre a relação entre
Classificação Internacional de Doenças (CID-11) saúde e doença mental:

Divisão categórica (saúde ou doença)


Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM-VI)
Saúde Doença
Mental Mental
Classificação Internacional de Atenção Primária
(CIAP):
• Doenças;
• Problemas; Contínuo (saúde à doença)
• Situações.
Saúde Doença
Mental Mental
Círculo vicioso entre a
pobreza e as condições de Pobreza parental,
incluindo punições
sofrimento e transtorno severas e negligência

mental Comportamento de
risco, incluindo auto Baixa escolaridade
mutilação e evasão escolar

DOENÇA-SAÚDE
MENTAL POBREZA
Uso de álcool
e drogas Violência domestica
e interpessoal

Transtornos
mentais Baixa subsistência
Epidemiologia do Sofrimento Mental

MUNDO TRATAMENTO RECURSOS

vivem com condição de pessoas com psicose Do orçamento, em


saúde mental não acessam serviços média, é destinado à
de saúde mental saúde mental
Epidemiologia do Sofrimento Mental
Dez causas globais de anos vividos com uma incapacidade (YLDS), 2019

Dor nas costas e pescoço


Transtornos depressivos
Outras perdas auditivas

Diabetes melitus
Erros de refração
Transtornos de ansiedade
Doenças ginecológicas
Anemia ferro priva
Migranea
Condições orais

Anos vividos com incapacidade


Epidemiologia do Sofrimento Mental
Revisão Mundial de Saúde Mental de 2019 da OMS:
• Em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo
– viviam com um transtorno mental.
• Os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade, causando um em
cada seis anos vividos com incapacidade.
• Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos
mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas
evitáveis.
Epidemiologia do Sofrimento Mental
• O abuso sexual infantil e o abuso por intimidação são importantes causas da
depressão. Desigualdades sociais e econômicas, emergências de saúde pública,
guerra e crise climática estão entre as ameaças estruturais globais à saúde
mental.
• A depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da
pandemia.
• Em todos os países, são as pessoas mais pobres e desfavorecidas que correm
maior risco de problemas de saúde mental e que também são as menos
propensas a receber serviços adequados.
Epidemiologia do Sofrimento Mental

Total de mortes por suicídio (1000)


O suicídio foi responsável por mais de
uma em cada 100 mortes e 58% dos
suicídios ocorreram antes dos 50 anos
de idade.

Taxa de suicídio global Faixa etária


9 por 100.000 Países de alta renda Países de baixa e média renda
Epidemiologia do Sofrimento Mental
Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013-
2030
1. Aprofundar o valor e o compromisso que
damos à saúde mental.
2. Reorganizar os entornos que influenciam a
saúde mental, incluindo lares, comunidades,
escolas, locais de trabalho, serviços de saúde,
etc.
3. Reforçar a atenção à saúde mental mudando
os lugares, modalidades e pessoas que
oferecem e recebem os serviços.
O sofrimento mental na APS
Lacuna de acesso à tratamento para as demandas de saúde mental;

APS como porta de entrada do sistema de saúde é a estratégia efetiva de


integração dos cuidados em saúde mental da população:
• Elevada carga de doença dos transtornos mentais.
• Pela conexão entre problemas de saúde física e mental.
• Acesso e tratamento aos TM.

Ações de saúde mental no território.


Vulnerabilidade e adoecimento mental

• Personalidade
• Pobreza: causa ou consequência?
• Situações de opressão

• Pessoas LGBTQIAP+, negros, mulheres e indígenas possuem risco elevado para


desenvolvimento de sofrimento e transtorno mental.
Apresentação das demandas de sofrimento
mental na APS - sintomas físicos
A principal forma de manifestação dos transtornos mentais comuns na população
geral são as queixas somáticas.
Cerca de 1/3 dos sintomas relatados na APS continuarão sem explicação médica
mesmo depois de investigação diagnóstica apropriada. Destes, 1/3 não possui
diagnóstico de transtorno mental.
Cuidado para não atribuir precocemente sintomas orgânicos a questões
psicossociais.
Atenção ao método clínico centrado na pessoa.
taquicardia tontura dispneia tensão dor ...
Apresentação das demandas de sofrimento
mental na APS - crises
“Desencadeada por uma ou mais circunstancias que podem ultrapassar a
capacidade do indivíduo de manter a sua homeostase”.

• Desorganização psíquica;
• Ruptura da crise: adaptação, flexibilidade e mecanismos de resposta.
• Atenção: proteger o indivíduo de atitudes impulsivas graves e duradouras,
minimizar perdas funcionais, construir saídas para a crise, amenizar sintomas
agudos.
Apresentação das demandas de sofrimento
mental na APS – uso problemático de álcool

• É um dos problemas de saúde mais prevalentes do mundo.


• Associado a alta carga de doença e mortalidade: cirrose hepática, acidentes e
violência.
• APS: primeiro acesso, reconhecimento, aconselhamento e tratamento.
Apresentação das demandas de sofrimento
mental na APS – infância e adolescência

• Estima-se que 13% da população de crianças e adolescentes sofram com


diagnósticos de transtorno mental.
• Entre os casos graves, apenas 37% acessa os cuidados em saúde.
• Fortaleza: APS já acompanha o desenvolvimento das crianças e o seu ambiente.

Ansiedade Alteração do humor Dificuldade de aprendizagem Agressividade


Avaliação da saúde mental na APS
Exame do estado mental Características
Aparência e comportamento Aparência, autocuidado, forma de interação,
comportamento motor
Discurso Quantidade, velocidade, volume e tom, coerência
Humor e afeto Descrição do próprio paciente, percepção do
profissional sobre o humor do paciente
Curso do pensamento Velocidade e ritmo
Forma do pensamento Estrutura e associação de ideias
Conteúdo do pensamento Temas predominantes
Alterações de sensopercepção Presença de alucinações
Juízo crítico Presença de delírios, reconhecimento das
consequências de suas ações
Política de Saúde Mental
Ação do Governo Federal que compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo
país para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e
cuidados específicos em saúde mental.

A partir da ocupação dos circuitos de trocas nos territórios da sociedade. Isso leva o
desafio da saúde mental para além do SUS, já que para se realizar ele implica na
abertura da sociedade para a sua própria diversidade.

“Nascidas com a redemocratização, a reforma sanitária e a reforma psiquiátrica são


parte de um Brasil que escolheu garantir a todos os seus cidadãos o direito à saúde.
Não é por acaso que, tanto no campo da Atenção Básica quanto da Saúde Mental,
saúde e cidadania são indissociáveis.”
Cuidados em saúde mental na APS
Adaptados às especificidades do contexto em que se aplica a deve levar em conta a
necessidade dos profissionais que nela atuam para receber adequado e qualificado
treinamento e supervisão.
• Planejamento do tratamento para todas as fases da doença;
• Oferta de várias intervenções (familiar, psicoterapia, terapia ocupacional);
• Busca ativa e verificação de adesão;
• Intervenção em crises para evitar hospitalização;
• Hospitalização, quando necessária e inevitável, em hospital geral e CAPS III;
• Programas de emprego e moradia.
Papel da Atenção Primária à Saúde – APS nas
Redes de Atenção Psicossocial - RAPS
• Serviços de saúde organizados para receber e acompanhar os usuários em
sofrimento mental
• Atenção Primária é porta de entrada
• APS têm funções específicas para o bom funcionamento da RAPS
• Ser base com elevado grau de descentralização e capilaridade
Papel da Atenção Primária à Saúde – APS nas
Redes de Atenção Psicossocial - RAPS
• Apresentar cuidado resolutivo
• Identificar riscos
• Produzir intervenções clínicas efetivas
• Coordenar o cuidado
• Reconhecer a rede e encaminhar, quando necessário
Princípios das RAPS
• Respeito aos direitos humanos
• Cuidado em liberdade
• Combate a estigmas e preconceitos
• Cuidado integral
• Diversificação das estratégias de cuidado
• Promoção de autonomia
• Estratégias de redução de danos
• Controle social de usuários e familiares
• Estratégias de educação permanente
• Construção de projetos terapêuticos singulares
Componentes das RAPS
• Atenção Primária a Saúde
• Consultórios de Rua
• Centros de Convivência
• Unidades de Acolhimento (Adulto e Infantil)
• Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT I e II)
• Hospital Dia
• Unidades de Referência Especializada em Hospitais Gerais
• Centros de Atenção Psicossocial – CAPS (em diversas modalidades)
• Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada em Saúde Mental
• Hospitais Psiquiátricos Especializados
Consultório na Rua

Grupo multiprofissional que atua em


unidades móveis, de modo itinerante,
para atendimento às necessidades em
saúde da população de rua.

Oferta cuidado adequado à situação de


rua, amplia acesso à saúde e à rede,
desenvolvendo ações integrais e em
conjunto com outros serviços.
Centros de Convivência

Moradias, inseridas na comunidade, que visam garantir a pessoas com,


internação de longa permanência em hospitais psiquiátricos, promoção de
autonomia e inserção social
Unidades de Acolhimento

Pontos de atenção que funcionam 24h, referenciados exclusivamente dos CAPS,


que oferecem em ambiente residencial cuidados contínuos a pessoas com
necessidades ligadas a uso de álcool e outras drogas.

Há duas modalidades: adulto e infanto-juvenil


Serviço Residencial Terapêutico
Serviços para cuidados continuados e prolongados, por até 9 meses a portadores
de necessidades ligadas ao uso de álcool e outras drogas.
Centro de Atenção psicossocial (CAPS)
Equipe multiprofissional que prioriza atendimento a pessoas com sofrimento mentais graves e
persistentes
Bem Viver dos Povos Indígenas

Portaria de consolidação Nº 2, de 28 de setembro de


2017, Anexo 3 do Anexo XIV, publicada originalmente
em 2007, que estabelece as diretrizes gerais para a
Política de Atenção Integral à Saúde Mental das
Populações Indígenas.
Bem Viver dos Povos Indígenas

Este documento representa, portanto, um


importante passo na estruturação das ações de
atenção psicossocial nos DSEI, uma vez que orienta a
perspectiva ético-política da abordagem do
sofrimento psíquico vivenciado pelas comunidades
indígenas brasileiras, bem como subsidia os
profissionais na execução dessas ações.
Bem Viver dos Povos Indígenas
“É difícil chegar a uma definição única do que é saúde mental, pois cada sociedade
compreende este conceito de maneira diferente e para muitas delas não faz
sentido o seu uso, uma vez que o termo “mente” é um construto da sociedade
ocidental moderna.” (BRASIL, 2019)
Relação com a dimensão social e coletiva, não se restringindo à dimensão da
subjetividade individual.
Necessidade de organização dos DSEI para lidar com o sofrimento psicossocial nas
comunidades:

Abuso de álcool e outras drogas Situações de violência Suicídio Outros agravos


Bem Viver dos Povos Indígenas

Dificuldade dos profissionais de saúde de reconhecerem seu


papel, independente de sua função, como um CUIDADOR
(diferente de “curador”).
Os cuidados de sofrimento mental também devem ser
manejados em REDE e com COMPARTILHAMENTO DO CUIDADO,
tal qual é orientado para a população não indígena.
Bem Viver dos Povos Indígenas

Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena (EMSI):


enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, agente indígena de saúde (AIS),
agente de endemias, etc.

• Primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde;


• Longitudinalidade do cuidado;
• Vínculo;
• Integralidade.
Bem Viver dos Povos Indígenas
Profissionais de referência em saúde mental nos DSEI:
antropólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos,
médicos, terapeutas ocupacionais, etc.
Podem estar locados na Divisão de Atenção à Saúde Indígena
(DIASI) como RT de Saúde Mental, no Polo Base e CASAI.
Atuam:

1. Na oferta de apoio técnico e pedagógico às EMSIs visando ampliar a capacidade


delas em lidar com as situações de sofrimento psicossocial.
2. 2. Na assistência direta aos casos mais complexos encontrados no território, nas
aldeias ou nas CASAIs.
Bem Viver dos Povos Indígenas -
participação comunitária

Em geral, sociedades indígenas implementam há muito tempo estratégias de


promoção daquilo que chamamos de saúde mental, e as diferentes etnias estão
constantemente produzindo e renovando as estratégias de lidar com seus próprios
problemas e contam com seus cuidadores tradicionais indígenas.
“Práticas, enfoques, conhecimentos e crenças
sanitárias diversas que incorporam medicinas
baseadas em plantas, animais e/ou minerais,
terapias espirituais, técnicas manuais e exercícios
aplicados de forma individual ou em combinação
para manter o bem-estar, além de tratar,
diagnosticar e prevenir enfermidades.”
Bem Viver dos Povos Indígenas
Em geral as práticas de cuidado estão integradas a outros aspectos da vida das
aldeias, como práticas rituais, ritos de passagem ou elementos da vida cotidiana.
Essas práticas de cuidado vêm de um sistema cosmológico que dá sentido a elas.
Assim, é impossível comparar os pajés, os rezadores, os raizeiros.
Competência Cultural do profissional de saúde.
“As práticas de cuidado e os saberes indígenas
devem ser levados em consideração em todas
as ações desenvolvidas no campo da Atenção
Psicossocial pelos DSEI.”
Política Nacional de Atenção à Saúde Indígena
Vigilância Epidemiológica em SM no DSEI
• Proporção de Polos-Base que realiza notificação de violência (letais e não
letais).
• Proporção de Polos-Base que realiza notificação de situações de suicídio
(tentativas e óbitos).
• Proporção de Polos-Base que realiza vigilância de uso de medicamentos
psicotrópicos.
• Proporção de pessoas com tentativas de suicídio acompanhada semanalmente
pelas EMSIs.
• Proporção de famílias acompanhada semanalmente pela EMSI que tenha tido
algum óbito por suicídio no último ano.
Vigilância Epidemiológica em SM no DSEI
• Proporção de pessoas que fazem uso de medicamento psicotrópico e está
sendo acompanhada regularmente pelas EMSIs e/ou profissionais de referência
em saúde mental dos DSEI.
• Proporção de Polos-Base com ações coletivas e regulares de promoção e
prevenção em saúde mental (Rodas de Conversa, Ações Participativas/
Intersetoriais e/ou Educação em Saúde).
• Proporção de Polos-Base que participou de ações de matriciamento em saúde
mental no último semestre.
Atuação no Território
• Diagnóstico situacional;
• Projeto Terapêutico Singular (PTS);
• Plano Anual de Atenção Psicossocial
Visa a viabilização das ações de promoção da saúde mental de maneira
participativa entre trabalhadores da saúde, usuários e gestores.
Discute-se as possibilidades de execução das propostas a partir das
disponibilidades de recursos logísticos, de pessoas e outros.
Com dados fornecidos pelo DSEI, o Plano possibilita a compreensão do processo de
implementação das ações de saúde mental e o seu impacto na qualidade de vida
das populações atendidas. A partir daí, poderão ser traçados novos resultados e
metas a serem alcançadas para a promoção da saúde mental nos DSEI.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de Atenção à Saúde Indígena. Atenção
psicossocial aos povos indígenas: tecendo redes para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde : 2019.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed,
2022. 2424p.

IHME - Institute for Health Metrics and Evaluation. Global Burden of Disease. Universidade de Washington, 2016.
Disponível em: https://ghdx.healthdata.org/gbd-2016

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023. Geneva, 2013. Disponível em:
https://www.who.int/medicines/publications/ traditional/trm_strategy14_23/en/

WHO. World mental health report: transforming mental health for all. Geneva: World Health Organization; 2022.
Adoecimento Mental
CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Ansiedade X Transtornos de Ansiedade
A ansiedade é uma emoção natural que representa um sinal de alarme para
que o sujeito reconheça um determinado perigo. Em geral desencadeadas por
ameaças físicas ou morais, por perdas ou por frustrações.

O transtorno de ansiedade está associado a desfechos negativos, com maiores


taxas de absenteísmo, menor produtividade no trabalho, maiores taxas de
utilização dos serviços de saúde, procedimentos, consultas, exames
laboratoriais, risco aumentado de ideação suicida, tentativas de suicídio e
suicídio consumado, além de abuso de substâncias.
Ansiedade - Etiopatogenia

É o resultado de ações do neurodesenvolvimento a partir de modificações


estruturais e funcionais a partir da influência genética e ambiental.

Entre os casos de ansiedade na vida adulta, 90% têm história psiquiátrica prévia
antes dos 18 anos.
Método clínico centrado na pessoa
Ansiedade – Avaliação clínica
Ansiedade – Avaliação clínica
Ansiedade – Avaliação clínica
Ansiedade – Avaliação clínica
Escala de Gravidade e Prejuízo da Ansiedade
– EGPA
Escala de Gravidade e Prejuízo da Ansiedade
– EGPA
Escala de Gravidade e Prejuízo da Ansiedade
– EGPA
Ansiedade – Diagnósticos Diferenciais

• Afastar causa clínica: síndrome coronariana aguda, insuficiência


cardíaca, arritmias, asma, DPOC, disfunção tireoidiana, anemia,
abuso e dependência de substância.

• Afastar a possibilidade de efeito adverso de medicamentos:


corticoide, broncodilatadores, tiroxina, anti histamínicos,
estimulantes, abstinência de benzodiazepínicos, álcool, sedativos,
etc.
Ansiedade – Sintomas Psíquicos
• Sensação difusa, vaga e desagradável de apreensão,
medo irritabilidade ou impaciência;
• Perda de concentração, pensamentos catastróficos, hipervigilância
ou medo de perda de controle;
• Inquietude, isolamento;
• Confusão ou distorção do tempo, espeço ou do significado dos
acontecimentos, levando a uma hiper-reatividade aos
estímulos.
Ansiedade - Somatização
• Sensações fisiológicas devido a excitação autonômica, não
explicadas por outros diagnósticos clínicos.

SINTOMAS SOMÁTICOS MAIS FREQUENTES


• Dor torácica, palpitação, taquicardia • Boca seca
• Dispnéia, taquipnéia, hiperventilação • Calorões ou calafrios
• Dor e desconforto epigástrico • Insônia
• Cefaléia, tonturas e parestesias • Poliúria
• Tensão muscular • Disfagia
• Tremores • Palidez
• Sudorese • Rubor
Ansiedade – Diagnóstico
Critérios diagnósticos simplificados do DSM-5
A - Ansiedade e preocupações excessivas, ocorrendo na maioria dos dias, por no
mínimo 6 meses, com diversos eventos ou atividades;

B - O indivíduo considera difícil controlar as preocupações;


Ansiedade – Diagnóstico
Critérios diagnósticos simplificados do DSM-5
C - A ansiedade e a preocupação estão associadas a 3 ou mais dos seguintes 6
sintomas (apenas 1 item é exigido em crianças):
• Inquietação;
• Fatigabilidade;
• Dificuldade de concentrar-se ou sensação de branco na mente;
• Irritabilidade;
• Tensão muscular;
• Alteração do sono.

D - O foco da ansiedade ou preocupação não está restrito aos aspectos


específicos de outro transtorno mental.
Ansiedade – Comorbidades
Idade de início média: 31 anos.

Mulheres: tendem a ter depressão e outros transtornos de ansiedade;


Homens: tendem a ter abuso/dependência de álcool e uso de drogas.

62% das pessoas com TAG tem depressão;


24% das pessoas com TAG tem transtorno do pânico;
34% das pessoas com TAG tem transtorno da ansiedade social;
35% das pessoas com TAG tem fobias específicas.
Ansiedade – Opções Farmacológicas
Inibidores da Recaptação da Serotonina – ISRS

• Outros ISRS (não RENAME) • IRSN (não RENAME)


• Paroxetina • Venlafaxina
• Sertralina
• Citalopram
• Escitalopram
Ansiedade – Opções Farmacológicas
Antidepressivos Tricíclicos – ADT

• Outros ADT (não RENAME): Imipramina


Ansiedade – Opções Farmacológicas
Benzodiazepínicos – BZD

• Outros BZD (não RENAME)


• Alprazolan
• Lorazepan
• Bromazepan
Ansiedade - Tratamento
Ansiedade - Tratamento
Ansiedade - Tratamento
Ansiedade - Tratamento

• Antidepressivos ISRS são a primeira escolha;

• Benzodiazepínicos principalmente durante a crise de TAG


e Transtorno do Pânico;

• Sempre que utilizar benzodiazepínico optar por tempo restrito e


controlado de uso, em especial nas primeiras semanas (dias) de
introdução dos antidepressivos. Somente são eficazes durante
as duas primeiras semanas.
Ansiedade – Quando encaminhar

• Paciente refratário a duas alternativas terapêuticas prévias;

• Transtornos crônicos graves, com alto grau de prejuízo e


incapacitação, comportamentos evitativos, agorafobia sem resposta
a tratamento farmacológico;

• Ideação suicida persistente.


Transtorno do Pânico
Critérios diagnósticos simplificados do DSM-5
A- Presença de ataques de pânico recorrentes e espontâneos (inesperados).
Pelo menos 1 ataque foi seguido das seguintes caraterísticas:
1- preocupação persistente com ataques adicionais;
2- preocupação com as implicações do ataque ou com suas consequências
(perder o controle, ter um ataque cardíaco, ect)
3- alterações significativas do comportamento, relacionadas a crises.

Tratamento
1ª linha: ISRS e ISRSN – NNT=7-15 (B)
2ª linha: antidepressivo tricíclico e benzodiazepínicos (NNT= 3-7)
Outros Transtornos
Mentais Comuns na APS –
Transtornos Ansiosos
Transtorno Obsessivo-Compulsivo – TOC
• Diagnóstico
• Obsessões: Pensamentos, impulsos ou imagens. Recorrentes e persistentes, que
causam ansiedade e desconforto;
• Compulsões: Comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa se sente
compelida a executar em resposta a uma obsessão ou a regras rígidas auto-impostas;
• Reconhecimento, em algum momento, de que as obsessões ou compulsões são
excessivas;
• Provocam sofrimento, consomem tempo (>1 h por dia) ou interferem na rotina
diária.
• Tratamento
• ISRS;
• Medidas não farmacológicas.
Fobias Específicas
• Diagnóstico
• Medo sustentado e persistente, excessivo ou irracional, revelado pela
presença ou mesmo antecipação da situação/objeto, com reposta imediata
de ansiedade
• Reconhecimento da irracionalidade do medo
• Ocorre esquiva
• Duração de pelo menos 6 meses
• Tratamento
• Não farmacológico
• Terapia
Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Transtorno de Estresse Agudo
• Diagnóstico
• Vivência, testemunho ou confronto com evento traumático que envolve
medo, impotência e horror
• O evento é persistentemente revivido
• Esquiva dos estímulos associados ao trauma
• Sentimento persistente de excitabilidade aumentada
• Se durar mais de um mês, considerar estresse pós-traumático
• Tratamento
• ISRS
• Medidas não farmacológicas
Transtornos do Humor
Depressão e Tristeza

• Um dos erros mais comuns na prática médica é diagnosticar


depressão em pacientes chorosos ou tristes por conta de
eventos cotidianos.

• TRISTEZA NÃO É SINÔNIMO DE DEPRESSÃO.

• Usar critérios bem definidos para estabelecer o diagnóstico.


Depressão – Epidemiologia

• Cerca de 50% dos pacientes tem mais de um episódio ao longo da vida;

• A media de 4 episódios ao longo da vida;

• A duração média de cada episódio é de 16 a 20 semanas;

• 12% dos pacientes terão curso crônico sem remissão dos sintomas.
Impacto da Depressão

A previsão para 2030 é que a depressão seja a 1ª causa específica de


incapacidade.

Paciente com condição médica crônica tem de 3 a 7 vezes mais chance de ter
depressão como comorbidade.

Nesse caso a depressão também está associada a maior dificuldade de


adesão ao tratamento, prejuízo na funcionalidade além de piora sintomática.
Depressão – Etiopatogenia

Determinação multifatorial, associada a uma combinação de fatores


genéticos, ambientais, biológicos, culturais e psicológicos.
Depressão – Prognóstico

43% das pessoas com diagnóstico de depressão têm remissão;


40% têm curso flutuante;
17% têm curso crônico.

Quanto maior é o período sintomático, menor é a chance de recuperação.

Após 6 meses de tratamento sem remissão dos sintomas, menores são as


chances de recuperação.
Depressão – Diagnóstico

O que define o limite da normalidade é a duração, a persistência, a


abrangência e a interferência no funcionamento fisiológico e
psicológico do indivíduo.
Depressão – Diagnóstico (CID-10)
Episódio depressivo é caracterizado por sintomas fundamentais:
humor deprimido perda de interesse fatigabilidade
na maior parte do dia na maioria dos dias há pelo menos 2 semanas

Episódio 2 fundamentais + 2
Sintomas acessórios do episódio depressivo: Leve° acessórios

ideias de culpa concentração e pessimismo baixa Episódio 2 fundamentais + 3 a 4


e inutilidade ação reduzidas sobre o futuro autoestima e Moderado acessórios
autoconfiança Episódio 3 fundamentais + > 4
sono diminuição do ideias ou atos Grave acessórios
perturbado apetite autolesivos
Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9)
Depressão – Diagnóstico (CID-10)
NAS ÚLTIMAS 2 SEMANAS, QUANTOS DIAS VOCÊ:

Teve pouco interesse ou pouco prazer para fazer as


NENHUM DIA

0
MENOS DE 7 DIAS

1
71 DIAS OU MAIS

2
QUASE TODOS OS DIAS

3
coisas?
Se sentiu para baixo, deprimido (a) ou sem 0 1 2 3
perspectiva?
Teve dificuldade de pegar no sono e permanecer 0 1 2 3
dormindo, ou dormiu mais que de costume?
Se sentiu cansado (a) ou com pouca energia? 0 1 2 3

Teve falta de apetite ou comeu demais? 0 1 2 3

Se sentiu mal consigo mesmo(a), ou achou que é um 0 1 2 3


fracasso, ou achou que decepcionou a sua família ou
a você mesmo (a)?
Teve dificuldade de se concentrar nas coisas (como 0 1 2 3
ler jornal ou assistir televisão)?
Teve lentidão para se movimentar ou falar (a ponto 0 1 2 3
de outras pessoas perceberem, ou ao contrário,
esteve tão agitado(a) que você ficava andando de
uma lado para o outro mais do que de costume?
Passou a se ferir de alguma maneira ou que seria 0 1 2 3
melhor estar morto?
PHQ-9
Pontos de corte:
5 – 8: sintomas muito leves, subsindrômicos.
>9: rastreamento positivo para episódio atual:
9 – 14: episódio leve.
15 – 19: episódio moderado.
>20: episódio grave.
Fatores de Risco
• História pessoal ou familiar de depressão
• Presença de estressor psicossocial (trabalho, relações, etc)
• Uso exagerado dos serviço de saúde
• Doenças crônicas
• Outros transtornos psiquiátricos
• Mudanças hormonais (puerpério, por exemplo)
• Sintomas físicos sem explicação
• Dor, em especial dor crônica
• Abuso de substâncias
Distimia
• Transtorno depressivo crônico com menor intensidade de
sintomas, presentes pelo menos há dois anos.

• Tem maior comprometimento funcional e ocupacional que


a depressão, devido ao tempo de duração.

• Tratamento é semelhante ao da depressão.


Fluxograma para
Manejo de Depressão
Depressão – Avaliar adicionalmente

Antidepressivos têm evidência de que são eficazes para o


tratamento da depressão grave e moderada, melhorando
os sintomas ou eliminando-os.

Antidepressivos não são mais eficazes do que o placebo em


depressões leves.
Depressão – Avaliar adicionalmente
Subtratamento em alguns grupos
populacionais X
Hipermedicalização

• As duas condições são muito frequentes e devem receber atenção


especial do médico de família. Prescrever mais para alguns grupos
e menos para outros. Ter a melhor precisão diagnóstica possível.
Depressão – Avaliar adicionalmente
• Sintomas depressivos relacionados a doenças
crônicas (hipotireoidismo, anemias...)
• Sintomas relacionados a efeitos de medicamentos

• Sintomas psicóticos

• História prévia de episódios maníacos

• Momentos de euforia, gastos excessivos, irritabilidade


intensa, ideias de grandeza;
• Considerar Transtorno Bipolar;
• Nestas situações uso isolado de antidepressivo pode induzir
episódio maníaco.
Depressão – Avaliar adicionalmente
• Risco de Suicídio
Depressão – Encaminhamento

• Maioria dos casos fica na APS;


• Presença de sinais de gravidade (ideação suicida);
• Dúvida diagnóstica;
• Suspeita de psicose afetiva (transtorno bipolar);
• Sintomas psicóticos;
• Não resposta clínica após alguns meses de tratamento;
• Agravamento do quadro apesar do tratamento adequado.
Risco de Suicídio
Avaliação do Risco de Suicídio
• É uma situação de emergência!

• Perguntar abertamente sobre o tema.


• Perguntar não induz ideação que não exista previamente.

• Falar abertamente sobre o tema PREVINE o suicídio.

• Ter desejo de morrer não é ideação suicida.


Estratificação do Risco de Suicídio
Fluxograma de Avaliação e Manejo
Tratamento Farmacológico do
Transtorno Depressivo
Depressão – Tratamento
• Primeira escolha: ANTIDEPRESSIVOS.
• Aguda, de moderada a grave.
• Melhora ou elimina sintomas.
• Resposta é esperada em torno de 4 a 8 semanas.
• Duração do tratamento é prolongada, de 6 meses a 2 anos após a
remissão dos sintomas.
• Retirada do medicamento deve ser gradual (4 semanas).
• Acompanhamento é individual, levando-se em conta a gravidade e a
etapa do tratamento.
Depressão – Tratamento
Escolha do Fármaco
• Resposta Prévia
• Escolher o que já foi usado antes com sucesso no paciente.
• Comorbidades Específicas
• Verificar contraindicações específicas (doença cardíaca/tricíclicos em idoso).
• Perfil de Efeitos Adversos
• Avaliar repercussão no cotidiano do paciente.
• Custos
• Parta paciente e para o sistema.
• Tabela RENAME.
Depressão – Tratamento
Escolha do Fármaco
• Tempo do Fármaco no Mercado
• Medicamentos mais antigos são mais seguros, em geral.
• Toxicidade
• Tricíclicos são tóxicos em sobredose, ISRS não, devendo ser
preferidos em pacientes com risco de autoagressão.
Depressão – Tratamento
Depressão – Tratamento
Depressão – Tratamento
Depressão – Tratamento
Uso de Benzodiazepínicos

PRESCRIÇÃO DEVE SER FEITA DA MANEIRA MAIS CRITERIOSA


POSSÍVEL.
NA DÚVIDA, NÃO PRESCREVA.

• É a droga mais vendida no


Brasil
• Riscos
• Dependência;
• Quedas;
• Alterações cognitivas;
• Aumento da mortalidade geral.
Benzodiazepínicos – Retirada
• Retirada Gradual
• ¼ da dose por semana.
• Retirar toda medicação em 6 a 8 semanas.

• Substituir por benzodiazepínicos de meia vida longa como


Diazepam ou intermediária, como Clonazepam.

• Medidas não farmacológicas, como suporte psicológico


são de extrema importância.
Abordagens Não Farmacológicas dos
Transtornos Depressivos
Psicoterapia
Pode ser realizada por profissional da APS em especial algumas formas
mais breves*

• Terapia de reatribuição
• Compreender e fazer sentir-se compreendido – ampliar a agenda – fazer vínculo e
construir modelo explicativo – negociar o tratamento
• Terapia de solução de problemas
• Identificar necessidade – explicar o tratamento – listar e eleger problemas – pensar em
metas alcançáveis – gerar soluções – eleger uma solução – colocar solução em prática –
avaliar e repetir o ciclo
• Terapia Interpessoal
* São algumas das técnicas que podem ser empregadas pelo médico da APS
• Terapia focada em solução (não abordaremos este assunto aqui, mas deve ser buscado o aprofundamento)
Intervenções Coletivas e Familiares

• Grupos de Mulheres

• Grupos de Terceira
Idade

• Grupos de Exercícios

• Outros...
Terapia Comunitária
• Reforça a dinâmica interna de cada um
• Reforça autoestima individual e coletiva
• Valoriza papel da família e das redes de apoio
• Valoriza práticas culturais
• Suscita sentimentos de união
• Promove identificação entre as pessoas

• Etapas
• Acolhimento; Escolha do Tema; Contextualização do Tema;
Problematização do tema; Rituais de agregação e conotação positiva.
Matriciamento
• NASF;

• Outras estratégias;

• Devem ser utilizadas tanto no auxílio a execução das


atividades quanto no treinamento do médico e equipe para
efetivar as atividades de maneira independente.
Psicoeducação

• Fornecer suporte;
• Explicar a doença;
• Sugerir medidas comportamentais a toda família;
• Motivar;
• Monitorar efeitos colaterais.
Atividade Física

• De acordo com a condição física de cada


paciente

• Qualquer quantidade é positiva

• Quanto mais continua maiores efeitos

• Modalidade o mais prazerosa possível


Outros Transtornos
Mentais Comuns na APS
– Transtornos do Humor
Transtorno do Humor Bipolar
Representação gráfica bidimensional dos A forma depressiva é semelhante ao
episódios de humor no transtorno Transtorno Depressivo estudado
bipolar. anteriormente.

A forma maníaca ou hipomaníaca diferem na


intensidade dos sintomas.
Transtorno do Humor Bipolar
Antipsicóticos Atípicos + Lítio ou Divalproato
Outros Transtornos
Mentais Comuns na APS
– Psicoses
Psicoses
Psicoses são caracterizadas por alterações da percepção, do
pensamento ou das crenças ou por experiência pessoal de distorção
importante da realidade.

Distorção é excitante -> mania.

● Delírios: crenças falsas ou distorcidas, mantidas com convicção,


mesmo sem evidência.
● Alucinações: percepções sensoriais na ausência de estímulo externo
correspondente - atenção ao contexto sócio-cultural!
Psicoses
Principais transtornos psicóticos Principais antipsicóticos e a intensidade de seus
efeitos adversos
Referências
Referências
DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde. Avaliação do Risco de Suicídio e sua Prevenção. Coleção Guia de Referência Rápida. Rio de
Janeiro: SMS, 2016. Disponível em: https://subpav.org/download/prot/Guia_Suicidio.pdf
OBRIGADA
camilazamban@gmail.com
ABORDAGEM INTEGRAL À SAÚDE DA
PESSOA IDOSA
OBJETIVOS

ü Discu'r os desafios para a abordagem integral à


saúde da pessoa idosa

ü Conhecer ferramentas de avaliação da pessoa idosa e


de abordagem a sua família

üAvaliar a funcionalidade e verificar os pontos crí'cos

üDiscu'r as estratégias de intervenção possíveis no país


ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DEMOGRÁFICOS

ü Segundo dados da OMS a população de mais de 60


anos se duplicará entre 2000 e 2050, quando uma entre
quatro pessoas terá mais de 60 anos.
üA redução dos fatores de risco para doenças crônicas,
irá prevenir mais de 70% dos problemas de saúde
incluindo as incapacidades.
üMais de 80% dos gastos em saúde são atribuídos às
doenças crônicas.
üEsUmulo ao envelhecimento a'vo reduzem fatores de
risco, evitam doenças crônicas e promovem autonomia,
independência e sociabilidade.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DEMOGRÁFICOS
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define
envelhecimento como:

“Um processo sequencial, individual,


acumula'vo, irreversível, universal, não
patológico, de deterioração de um
organismo maduro, próprio a todos os
membros de uma espécie, de maneira
que o tempo o torne menos capaz de
fazer frente ao estresse do meio-
ambiente e portanto, aumente sua
possibilidade de morte.”
PROMOÇÃO DE SAÚDE

• - Alimentação saudável
• - A'vidade hsica
• - Sociabilidade / lazer / rede
• - Grupos / terapia comunitária
• - Envelhecimento A'vo
Trabalho em Grupo com Pessoas Idosas:

O trabalho em grupos possibilita a ampliação do vínculo


entre equipe e pessoa idosa, sendo um espaço
complementar da consulta individual, de troca de
informações, de orientação e de educação em saúde.
INCAPACIDADES

DECLÍNIO FUNCIONAL

Idade: 80 anos

Idade X Funcionalidade
Idade : NÃO é um bom marcador de declínio funcional
Funcionalidade: bom marcador de vitalidade
ABORDAGEM SISTÊMICA
Apresentação
inespecífica
ou atípica
de doenças
Cascata Doenças
de não
problemas diagnosticadas

ENVELHECIMENTO

Sintomas
de uma doença
Iatrogenia podem ocultar
os de outras
Tratar uma
doença
pode agravar
outra
AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO IDOSO

Roteiro e triagem para detecção de alterações


funcionais

Seguimento na inves'gação de comorbidades e


patologias relevantes
SAÚDE
Capacidade individual de satisfação das necessidades biopsicossociais, independentemente da idade ou
da presença ou não de doenças.

FUNCIONALIDADE
A"vidades de Vida Diária

ADvidades de Vida Diária BÁSICAS


ESCALA DE KATZ
SAÚDE
Capacidade individual de satisfação das necessidades biopsicossociais, independentemente da idade ou
da presença de doenças.

FUNCIONALIDADE
A"vidades de Vida Diária

AUTONOMIA (DECISÃO) INDEPENDÊNCIA (EXECUÇÃO)


Refere-se à capacidade de realizar algo com os próprios
É a capacidade individual de decisão e comando sobre as ações,
meios
estabelecendo e seguindo as próprias convicções.

COGNIÇÃO HUMOR / MOBILIDADE COMUNICAÇÃO


COMPORTAMENTO

Alcance Marcha Capacidade Continência Visão Audição Produção /


Preensão Postura aeróbica/muscular esfincteriana Motricidade orofacial
Pinça Transferência

INCAPACIDADE INSTABILIDADE IMOBILIDADE INCONTINÊNCIA INCAPACIDADE


COGNITIVA POSTURAL ESFINCTERIANA COMUNICATIVA

Cuidados de Longa Duração

IATROGENIA INSUFICIÊNCIA FAMILIAR

Gestão Diferenciada da Saúde


AVALIAÇÃO FUNCIONAL - COGNIÇÃO

- ESTADO MENTAL: COGNIÇÃO E MEMÓRIA

- Perguntar à família e ao paciente: dificuldade de


memória ou esquecimento

- Solicitar à pessoa idosa que repita o nome dos


objetos e, após 3 minutos, pedir que os repita.

- Se for incapaz de fazê-lo, aplicar o Mini Exame do


Estado Mental (teste cogni'vo);
ORIENTAÇÃO TEMPORAL Ano
(05 pontos)
Mês
Mini-Exame do Estado Dê um ponto para cada ítem
Dia do mês
Mental
Dia da semana

Mini-Mental Semestre/Hora aproximada

ORIENTAÇÃO ESPACIAL Estado


(05 pontos)
Dê um ponto para cada ítem Cidade
Bairro ou nome de rua próxima

MEMÓRIA Local geral: que local é este aqui (hospital, domicílio, etc)
Andar ou local específico: em que local nós estamos
(consultório,dormitório)

FUNÇÃO REGISTRO Repetir: GELO, LEÃO e PLANTA


(3 pontos) CARRO, VASO e TIJOLO
EXECUTIVA ATENÇÃO E CÁLCULO Subtrair 100 – 7 = 93 – 7 = 86 – 7 = 79 – 7 = 72 – 7 = 65
(5 pontos)
Soletrar inversamente a palavra MUNDO=ODNUM

MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO Quais os três objetos perguntados anteriormente?


LINGUAGEM (3 pontos)

NOMEAR Relógio e caneta


(2 pontos)
GNOSIA REPETIR “NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”
(1 ponto)

COMANDO DE ESTÁGIOS
PRAXIA (3 pontos) “Apanhe esta folha de papel com a mão direita, dobre-a ao
Dê 1 ponto para cada ação correta) meio e coloque-a no chão”

ESCREVER UMA FRASE “Escreva alguma frase que tenha começo, meio e fim”
(1 ponto )
FUNÇÃO
LER E EXECUTAR FECHE SEUS OLHOS
VISUOESPACIAL (1 ponto )

CÓPIA DO DESENHO Copiar dois pentágonos com interseção


(1 ponto )
ORIENTAÇÃO TEMPORAL Ano
(05 pontos)
Mês
Mini-Exame do Estado Dê um ponto para cada ítem
Dia do mês
Mental
Dia da semana

Mini-Mental Semestre/Hora aproximada

ORIENTAÇÃO ESPACIAL Estado


(05 pontos)
Pontuação máxima: Dê um ponto para cada ítem Cidade
Bairro ou nome de rua próxima
30 pontos
Local geral: que local é este aqui (hospital, domicílio, etc)
Andar ou local específico: em que local nós estamos
(consultório,dormitório)
O QUE É UM EXAME
REGISTRO Repetir: GELO, LEÃO e PLANTA
ANORMAL? (3 pontos) CARRO, VASO e TIJOLO

ATENÇÃO E CÁLCULO Subtrair 100 – 7 = 93 – 7 = 86 – 7 = 79 – 7 = 72 – 7 = 65


(5 pontos)
Soletrar inversamente a palavra MUNDO=ODNUM
ESCOLARIDADE
MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO Quais os três objetos perguntados anteriormente?
(3 pontos)

≥ 8 anos: 24 pontos NOMEAR


(2 pontos)
Relógio e caneta

REPETIR “NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”


Analfabetos: 18 pontos (1 ponto)

COMANDO DE ESTÁGIOS
(3 pontos) “Apanhe esta folha de papel com a mão direita, dobre-a ao
Dê 1 ponto para cada ação correta) meio e coloque-a no chão”

ESCREVER UMA FRASE “Escreva alguma frase que tenha começo, meio e fim”
(1 ponto )

LER E EXECUTAR FECHE SEUS OLHOS


(1 ponto )

CÓPIA DO DESENHO Copiar dois pentágonos com interseção


(1 ponto )
AVALIAÇÃO FUNCIONAL - COGNIÇÃO

Prosseguir com investigação de demência


AVALIAÇÃO FUNCIONAL – HUMOR

▪ HUMOR:
▪ Perguntar ao paciente
se ele se sente triste
ou desanimado
frequentemente.

▪ Se posiDvo, aplicar
escala de depressão
geriátrica (GDS-15)
Interpretação:
GDS-5 ≥ 2
GDS-15 ≥ 6

Suspeita de
distúrbio do
humor
AVALIAÇÃO FUNCIONAL – MOBILIDADE

Perguntar sobre QUEDAS no úlDmo ano:

=> Frequência
=> Circunstâncias

Associadas a alto índice de


morbimortalidade, redução da capacidade
funcional e institucionalização precoce.
IDOSO COM QUEDAS DE REPETIÇÃO
(≥ 2 quedas no último ano)

Avaliar fatores de risco: Triagem Avaliar segurança ambiental


• fraqueza muscular; Timed Up and Go • Escala Ambiental do Risco de Quedas
• déficit visual;
• limitação da mobilidade por doença músculo-esquelética;
• incapacidade cognitiva: demência ou depressão;
• presença de hipotensão ortostática;
• comprometimento em AVD;
• uso de medicamentos relacionados a quedas.

< 10 segundos 10 a 20 segundos 20 segundos


Baixa probabilidade de alteração de Realizar avaliação qualitativa da Alta probabilidade de alteração de marcha e
marcha e equilíbrio marcha (Get Up and Go Test) equilíbrio contribuindo para queda

MARCHA NORMAL MARCHA ANORMAL

Tonteira / Vertigem Crise de queda: “drop attack” Alteração de marcha/equilíbrio:


• Marcha típica: causa única.
• Ausência de padrão típico de marcha: provável
VPPB: Manobra de Epley Exame clínico e pesquisa de etiologia multifatorial
hipotensão ortostática

Vertigem com manobra de Dix-Hallpike negativa ECG e Ecodopplercardiograma


• Procurar causas metabólicas Excluir cardiopatia estrutural
• Encaminhar para avaliação com ORL

Tilt Table Test Holter 24 horas


AVALIAÇÃO FUNCIONAL – MOBILIDADE

Fazer avaliação ambiental – visita domiciliar:

▪ presença de escadas?
▪ pisos deslizantes?
▪ tapetes?
▪ iluminação adequada?
▪ corrimão no banheiro?
▪ uso de chinelos?
AVALIAÇÃO FUNCIONAL – MOBILIDADE
AVALIAÇÃO FUNCIONAL – MOBILIDADE

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS)


Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)
AVALIAÇÃO FUNCIONAL – MOBILIDADE

INCONTINÊNCIA URINÁRIA:

▪ Perguntar: “Você já perdeu urina ou sentiu-se


molhado?”
▪ Uso de fraldas geriátricas
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO IDOSO
AVALIAÇÃO FUNCIONAL – COMUNICAÇÃO
A possibilidade de estabelecer um relacionamento produtivo com o meio,
trocar informações, manifestar desejos, idéias, sentimentos está intimamente
relacionada à habilidade de se comunicar. É através dela que o indivíduo
compreende e expressa seu mundo.

VISÃO AUDIÇÃO FALA


POLIFARMÁCIA / DESPRESCRIÇÃO

Comorbidades

Atendimento por diferentes profissionais

Duplicação e Interação Medicamentosa

Iatrogenia

MÉDICO DE FAMÍLA: coordenação da assistência,


manejo do paciente, revisão regular da medicação,
contribuir com a equipe no apoio à família.
“MEDICALIZAÇÃO DA VELHICE”

EXCESSO DE MEDICAMENTOS

INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA

DOSAGEM EXCESSIVA, OU INSUFICIENTE

FRAGILIDADE METABÓLICA: FÍGADO E


RIM

DIFICULDADES DE ACESSO

DIFICULDADES NA ADMINISTRAÇÃO

Princípios Básicos de Geriatria e Gerontologia. COOPMED, 2009


Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur
“DA IDADE”
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur
“DA IDADE”
SEXUALIDADE
▪ Problemas na capacidade de desfrutar prazer nas
relações sexuais não devem ser considerados como
parte normal do envelhecimento.

▪ Podem afetar o desempenho sexual: artrites, diabetes,


fadiga, medo de infarto, efeitos colaterais de fármacos.

▪ 74% dos homens e 56% das mulheres casadas mantêm


vida sexual a'va após os 60 anos.

▪ Inves'gar IST/AIDS (com consen'mento e pré e pós


aconselhamento). Reforçar uso de preserva'vo.
AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO IDOSO

SUPORTE SOCIAL

▪ Iden'ficar os cuidadores (familiares, vizinhos, amigos,


profissionais que apoiam o idoso) e o suporte social
de que poderia dispor ou dispõe.

▪ Anotar nome, endereço, telefone no prontuário do


paciente.
CUIDADORES

CUIDADOR é a pessoa que presta cuidados à pessoa


idosa, geralmente exercido por uma só pessoa e
mulher.
PAPEL DA EQUIPE SF:
• Apoio ao idoso e ao cuidador
• Localizar Serviços de Apoio (Centro dia, Programa
Acompanhante de Idoso, Grupo Terapêu'co, etc)
• Apoio à família evitando a ins'tucionalização
(abrigo ou ins'tuição de longa permanência)
• Sobrecarga do cuidador: pactuação dos cuidados
entre todos os familiares próximos,
evitar sobrecarga de poucos.
VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA
• TIPOS DE VIOLÊNCIA:

- Física
- Negligência
- Financeira
- Sexual
- Psicológica
- InsDtucional
INTERSETORIALIDADE EM CASOS DE VIOLÊNCIA

- Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)


- Centro de Referência para a Mulher
- Delegacias Policiais
- Conselhos Municipais de Direitos das Pessoas Idosas
- Ministério Público (MP)
- Ins'tuto Médicos Legal (IML)
- Secretaria Municipal de Assistência Social

DISQUE 100
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA PARA CASOS
DE VIOLÊNCIA
OUTRAS AÇÕES RELEVANTES NA SAÚDE DO IDOSO

• Atendimento às urgências
• Acompanhamento ambulatorial
• Visitas domiciliares
• Cuidando do cuidador
• Internações hospitalares e domiciliares
• Coordenação do cuidado
• Cuidados terminais ou palia'vos
OBRIGADA!
Tuberculose e Hanseníase
CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Tuberculose
Introdução:

• A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta


prioritariamente os pulmões;

• Pode acometer outros órgãos, como ossos, rins e meninges;

• No Brasil, a doença é um sério problema da saúde pública, com profundas


raízes sociais.
Tuberculose
• Agente etiológico: bactéria Mycobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch (BK);

• Outras espécies também podem causar


a tuberculose: M. bovis, M. africanum, M.
canetti, M. microti, M. pinnipedi e M.
caprae.
Tuberculose
• Problema de saúde pública mundial, tendo sido a causa de 50% de todas
as mortes durante o século XIX e início do século XX.

• O surgimento da AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose


resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário.

• O principal reservatório da tuberculose é o ser humano.

• Outros possíveis reservatórios: gado bovino, primatas, aves e outros


mamíferos.
Epidemiologia da tuberculose
• De acordo com a nova classificação da OMS 2016-2020, o Brasil ocupa a 20ª
posição na lista dos trinta países prioritários para TB e a 19ª posição na lista dos
trinta países prioritários para TB-HIV;

• No Brasil, a TB é a 4a causa de morte por doenças infecciosas e a 1a causa de


morte dentre as doenças infecciosas definidas dos pacientes com AIDS;

• Em 2021, 5.072 óbitos, perfazendo um coeficiente de 2,38 óbitos por TB por 100
mil hab, com aumento relaevo de 10,7%, em comparação com 2019.
Epidemiologia da tuberculose
Pandemia de COVID-19
• Em 2021, as mortes por tuberculose aumentaram pela primeira vez em mais de
10 anos;

• A crise sanitária e social - impacto negativo no acesso ao diagnóstico e ao


tratamento da doença;

• Progressos dos anos anteriores à pandemia estagnaram ou se reverteram;

• Comprometeu o seguimento das pessoas em tratamento, a continuidade da


busca ativa e o de rastreamento de contatos.
Epidemiologia da tuberculose
Pandemia de COVID-19
• Estima-se que no primeiro ano da pandemia, no mundo, aproximadamente 10,1
milhões de pessoas desenvolveram TB, mas apenas 5,8 milhões (57,4%) foram
diagnosticadas e notificadas;

• Uma redução de 18% em relação a 2019, quando foram notificados pelos países
7,1 milhões de casos dos 10 milhões (71%) estimados;

• Em 2021, 10,6 milhões de pessoas adoeceram por TB, das quais 6,4 milhões
(60,4%) foram notificadas, o que representa uma recuperação parcial na
subdetecção de pessoas com TB no mundo.
Epidemiologia da tuberculose
Pandemia de COVID-19
• O número de pessoas com TB não diagnosecadas e não tratadas aumentou;

• Como consequência, espera-se que ocorra mais transmissão comunitária da


infecção;

• Consequentemente, um aumento no número de pessoas desenvolvendo TB nos


próximos anos;

• Impacto nos óbitos pela doença.


Incidência da tuberculose, 2012 - 2022
Coeficiente de incidência de tuberculose
(casos por 100 mil hab.) Brasil, 2022.
Mortalidade da tuberculose, 2012 - 2022
Coeficiente de mortalidade por tuberculose
(óbitos por 100 mil hab.) Brasil, 2021.
Populações vulneráveis
Número de casos novos de tuberculose diagnosticados em
populações em situação de vulnerabilidade (Brasil, 2015 a 2022)
TB na saúde indígena
• Em 2022, a população indígena representou 1% (n=805) dos casos novos de TB
registrados no país;

• O risco aumentado de adoecimento nessa população sugere que a TB afeta


desproporcionalmente os indígenas brasileiros;

• Redução da proporção de cura (que declinou de 79,9% em 2019 para 74,4% em


2021) e aumento de casos com tratamento interrompido e desfecho ignorado;

• Desafios: dificuldade de acesso geográfico às comunidades indígenas


brasileiras; carência de infraestrutura local e recursos; lacunas no itinerário
terapêutico, com consequente descontinuidade das ações de saúde.
Transmissão
• A tuberculose é uma doença de transmissão aérea – ocorre a partir da
inalação de aerossóis;

• Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose


ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos;

• Estima-se que uma pessoa com baciloscopia positiva infecte de 10 a 15


pessoas em média, em uma comunidade, durante um ano.
Transmissão
• A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo esever
eliminando bacilos.

• Com o início do esquema terapêueco adequado, a transmissão tende a


diminuir gradaevamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a
níveis insignificantes.

• No entanto, o ideal é que as medidas de controle de infecção sejam


implantadas até que haja a negaevação da baciloscopia. Crianças com
tuberculose pulmonar geralmente são negaevas à baciloscopia.
Transmissão
Estima-se que 10% das pessoas que foram infectadas pelo M. tuberculosis
adoeçam:

• 5% nos dois primeiros anos que sucedem a infecção;


• 5% ao longo da vida, caso não recebam o tratamento preventivo
preconizado;
• O risco de adoecimento por TB pode persistir por toda a vida.
Transmissão
• TB primária - ocorre logo após a infecção, é comum em crianças e nos pacientes
com condições imunossupressoras;

• É uma forma grave, porém com baixo poder de transmissibilidade;

• Em outras circunstâncias, o sistema imune é capaz de contê-la, pelo menos


temporariamente.
Transmissão
• TB pós-primária (ou secundária) - Os bacilos podem permanecer como latentes
por muitos anos até que ocorra a reativação, produzindo a chamada;

• Em 80% dos casos acomete o pulmão, e é frequente a presença de cavidade;

• A reinfecção pode ocorrer se a pessoa tiver uma nova exposição, sendo mais
comum em áreas onde a prevalência da doença é alta.
Manifestações Clínicas
Manifestações Clínicas
• Principal sintoma: a tosse (seca ou produtiva);

• Outros sinais e sintomas: perda de apetite; febre vespertina; sudorese


noturna; emagrecimento; cansaço ou fadiga;

• A forma extrapulmonar ocorre mais comumente em pessoas que vivem


com o HIV/aids, especialmente entre aquelas com comprometimento
imunológico.
Manifestações Clínicas
• Expectoração: purulenta ou mucoide, com ou sem sangue;
• Febre: vesperena, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5ºC;
• Sudorese noturna e anorexia são comuns;
• Exame rsico:
● Geralmente fácies de doença crônica e emagrecimento;
● A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do murmúrio
vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal.
Manifestações Clínicas
• TB Pulmonar: Primária, Pós-primária, Miliar;

• TB Extrapulmonar: as principais formas diagnosticadas em nosso meio são:


● TB pleural;
● Empiema pleural tuberculoso;
● TB ganglionar periférica;
● TB meningoencefálica;
● TB pericárdica;
● TB óssea.
Complicações
A tuberculose, se não tratada corretamente, pode apresentar
complicações, manifestando-se em formas graves.
Nessas situações, os seguintes sinais e sintomas podem ser observados:

• dispneia;
• hemopese;
• atelectasia;
• empiema pulmonar;
• dor torácica.
Diagnóstico Diferencial – TB Pulmonar
Diagnóstico
Para o diagnóseco da tuberculose são uelizados os
seguintes exames:

• baciloscopia;
• teste rápido molecular para tuberculose;
• cultura para micobactéria;
• invesegação complementar por exames de imagem.
Diagnóstico
1) Pesquisa de BAAR em escarro (Baciloscopia)

● Para diagnóstico: 2 amostras;


● Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar;
● Métodos: baciloscopia direta; métodos moléculares;
● Suspeita clínica de TB extrapulmonar: exame em materiais biológicos
diversos;
● Utilizada para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares
com confirmação laboratorial.
DiagnósIco
1) Pesquisa de BAAR em escarro (Baciloscopia) -
Leitura e interpretação dos resultados:
Procedimentos recomendados na orientação ao paciente para a
coleta de escarro
DiagnósIco

2) Teste Rápido Molecular para Tuberculose

• Utiliza a técnica de biologia molecular PCR


em tempo real;
• Detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e
identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, um dos principais
medicamentos usados no tratamento.
Diagnóstico
2) Resultados do Teste Rápido Molecular para Tuberculose
Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e
laríngea em adultos e adolescentes baseado no TRM-T
DiagnósIco
3) Cultura para Micobactéria

• Suspeita clínica e/ou radiológica de TB


com baciloscopia repetidamente
negativa;
• Populações vulneráveis e imunodeprimidos;
• Suspeitos de TB com dificuldades de obtenção da amostra;
• Suspeitos de TB extrapulmonar;
• Casos suspeitos de infecções causadas por micobactérias
não tuberculosas.
Diagnóstico
4) Investigação complementar por exames de imagem

• Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita


clínica de TB pulmonar;
• Na investigação de contactantes sintomáticos;
• Até 15% dos casos de TB pulmonar não apresentam
alterações radiológicas.
Diagnóstico

• Cavitação pulmonar;
• Condensação pulmonar;
• Opacidade pulmonar;
• Infiltrado pulmonar
difuso (padrão miliar);
• Padrão misto.
Tratamento – Tuberculose tem cura!
Tratamento
Para a escolha terapêutica, consideramos:

• Caso novo ou virgem de tratamento: pessoas que


nunca se submeteram ao tratamento ane-TB, ou o fizeram por até
30 dias;

• Abandono: pessoa que deixou de tomar a medicação por mais de 30


dias consecuevos;

• Retratamento ou com tratamento anterior: pessoa já tratada para TB


por mais de 30 dias, que venha a necessitar de novo tratamento por
recidiva após cura ou retorno após abandono.
Referência para o tratamento

Fonte: Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde,


2011.
Esquema básico de tratamento

Rifampicina (R)
Fase
Isoniazida (H)
intensiva
Pirazinamida (Z)
2 meses
Etambutol (E)
ESQUEMA
BÁSICO
6 meses
Fase
Manutenção Rifampicina (R)
4 meses Isoniazida (H)

Para o tratamento de adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade).


Esquema básico de tratamento
Esquema básico de tratamento
Considerações sobre o tratamento

• Tratamento das formas extrapulmonares tem a duração de seis meses,


exceto as formas meningoencefálica e osteoarticular;
• Tratamento da TB em PVHIV tem duração de seis meses;
• Se TB apresentar evolução clínica não satisfatória, pode ser prolongado na
segunda fase, de quatro para sete meses, definido na referência secundária
da tuberculose;
• Uma vez iniciado o tratamento, ele não deve ser interrompido, salvo após
uma rigorosa revisão clínica e laboratorial que determine mudança de
diagnóstico.
Seguimento do tratamento
Testagem de HIV em pessoas com TB
Efeitos adversos do
tratamento
Reações adversas menores
aos fármacos do Esquema
Básico:
• Não há necessidade de
alteração da composição
do esquema;
• Manejadas na APS;
• Devem ser notificadas à
Anvisa, pelo sistema
VigiMed.
Efeitos adversos do
tratamento
Reações adversas maiores
aos fármacos do Esquema
Básico
• Avaliar clinicamente a
necessidade de internação
hospitalar;
• Referenciar para atenção
secundária/terciária;
• Devem ser notificadas à
Anvisa, pelo sistema
VigiMed.
Efeitos adversos do
tratamento

Reações adversas maiores


aos fármacos do Esquema
Básico
Seguimento clínico
Tratamento Diretamente
Observado (TDO):

• Estratégia nacional de supervisão de


tratamento;

• Supervisão diária da administração dos medicamentos, ou no


mínimo 3 observações semanais;

• O papel do Agente Comunitário de Saúde é fundamental.


Seguimento clínico - TDO
• Disponibilizar o TDO para todas as pessoas em tratamento para
tuberculose;
• Ter profissional responsável pelo TDO reconhecido pela equipe e
paciente;
• Flexibilizar o atendimento de acordo com a conveniência do
paciente, compatibilizando o horário da sua chegada com as rotinas
do serviço, de modo a evitar tempo prolongado de espera;
• Disponibilizar copo, água potável e local adequado com conforto e
privacidade;
• Organizar os registros preconizados pelo Ministério da Saúde;
Seguimento clínico - TDO
Indicação de Investigação de ILTB
Indicação de Investigação de ILTB –
Prova Tuberculínica
● Não há evidências para utilização de PT como método auxiliar no diagnóstico de
TB pulmonar ou extrapulmonar no adulto;
● PT positiva não confirma o diagnóstico de TB ativa e PT negativa não o exclui;
● Assim, a PT é indicada para:
● Identificar casos ILTB em adultos e crianças;
● Auxiliar no diagnóstico de TB ativa em crianças.
Tratamento da Infecção Latente de
Tuberculose (ILTB)
• Isoniazida

• Duração mínima de 6 meses;


• Redução de 60 a 90% do risco de adoecimento;
• Indicações:
● Crianças(<10 anos) contatos de pacientes bacilíferos : PPD > ou = 5mm se
não vacinadas, ou, vacinadas há mais de 2 anos ou imunossuprimidas / PT >
ou = 10 mm em vacinadas há menos de 2 anos;
● Em adultos e adolescentes (> 10 anos): a indicação de tratamento deve ser
avaliado em cada caso, pelo risco de hepatogenicidade.
Vigilância
Epidemiológica

Fluxograma para investigação de


contatos adultos e adolescentes
(≥10 anos de idade)

Conversão: Quando há um incremento de


pelo menos 10 mm em relação a PT anterior.
A PT estimula a resposta imune à BCG
realizada ao nascimento, por isso é
necessário aumento na PT após uma
avaliação inicial.
Vigilância
Epidemiológica

Fluxograma para investigação de


contatos crianças (< 10 anos de
idade)
SintomáFco: Empregar o quadro de pontuação.
PT com critério para ILTB: ≥ 5 mm em crianças
contato independente da vacinação com BCG.

Conversão: Quando há um incremento de pelo


menos 10 mm em relação a PT anterior. A PT
esFmula a resposta imune à BCG realizada ao
nascimento, por isso a necessidade do aumento na
PT após uma avaliação inicial.
Vigilância Epidemiológica
• Importante:
• Recomenda-se que a todos os contatos sintomáticos ou assintomáticos seja
ofertada a testagem para o HIV;
• Doença de notificação compulsória;
• Não há necessidade de ambientes especiais nas UBS para atendimento de TB;
• Pacientes em tratamento com boa evolução clinica e acompanhamento
adequados já não contaminam após 2 ou 3 semanas de tratamento;
• Avaliar sempre as condições laborais e a necessidade de Atestado Médico de
afastamento durante este período;
• Orientações gerais quanto à ventilação de ambientes e o cuidado em
aglomerações são fundamentais.
Vigilância Epidemiológica
PESQUISA DE CONTACTANTES

A BUSCA ATIVA de todos os contactantes é de


responsabilidade da equipe de Atenção
Básica!

• Prevenção do adoecimento;
• Diagnóstico precoce de casos de doença ativa;
• Interrupção da cadeia de transmissão.
BUSCA ATIVA de Sintomáticos Respiratórios
• Perguntar sobre a presença e duração da tosse na população alvo;
• Orientar sobre a coleta do exame de escarro (técnica e local apropriado de coleta);
• Coletar duas amostras de escarro, uma no momento da ideneficação e outra no
dia seguinte (para baciloscopia);
• Registrar as aevidades no instrumento padronizado (livro do SR);
• Fluxo para atendimento dos casos posievos e negaevos;
• Avaliar roeneiramente a aevidade da busca por meio dos
indicadores adequados.
BUSCA ATIVA de Sintomáticos Respiratórios
BUSCA ATIVA de Sintomáticos Respiratórios
Vacinação
• A vacina BCG está, prioritariamente, indicada para crianças de 0 a 4
anos, 11 meses e 29 dias de idade;

• A vacina previne especialmente as formas graves da doença, como TB


miliar e meníngea na criança.
Hanseníase
Introdução
• A hanseníase, conhecida antigamente como Lepra, é uma doença infecciosa,
transmissível e de caráter crônico, de ocorrência mundial.

• É de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território


brasileiro;

• Atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias;

• Ocasiona lesões neurais, apresentando alto poder incapacitante;

• Historicamente, estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.


Introdução

Agente eeológico: Micobacterium


leprae;

Bacilo álcool-ácido resistente que tem a


capacidade de infectar grande número
de indivíduos, e aenge principalmente a
pele e os nervos periféricos.
Introdução
• É necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas
uma pequena parcela da população infectada realmente adoece;

• O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo, entre os países que registram casos


novos. Em razão da elevada carga, a doença permanece como um
importante problema de saúde pública no País;

• Em 2021, 106 países reportaram à Organização Mundial da Saúde (OMS)


140.594 casos novos da doença no mundo;

• A taxa de detecção de casos novos aumentou 10,2% em comparação com


2020.
Introdução
• Transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), por meio do convívio
próximo e prolongado com uma pessoa doente sem tratamento;

• A hanseníase apresenta longo período de incubação, em média de 2 a 7 anos;

• Está associada à pobreza e ao acesso precário à moradia, alimentação, cuidados


de saúde e educação.

• Evolução clínica lenta e progressiva e, quando não tratada ou tardiamente


tratada, pode causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes
irreversíveis.
Hanseníase: ATENÇÃO
Epidemiologia
• Registro de casos com distribuição heterogênea no país, com elevadas
concentrações nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, importantes
áreas de transmissão da doença;

• O número de casos em tratamento no final de 2021 foi de 22.426, com uma


taxa de prevalência de 1,05 por 10 mil habitantes;

• No período de dez anos, o Brasil apresentou uma redução de 30,4% na taxa


de prevalência, contudo, não houve mudança no parâmetro oficial de
endemicidade, que permaneceu como “médio”.
Epidemiologia na Pandemia de COVID-19
• Em 2020, a pandemia pelo novo coronavírus causou uma redução de 37% na
detecção global de casos de hanseníase;

• No Brasil, a diminuição na detecção de casos novos foi de 35%;

• Redução reflete fatores operacionais e não uma tendência epidemiológica;

• Nos últimos cinco anos (2017 a 2021), foram diagnosticados no Brasil


119.698 casos novos de hanseníase.
Epidemiologia
Clusters definem áreas com
maior risco e onde se encontra a
maioria dos casos.

Os dez primeiros clusters de alto


risco da taxa de detecção geral
de hanseníase, identificados por
meio da estatística Scan espaço-
temporal. Brasil, 2013 a 2021.
Taxa de detecção geral de casos novos de hanseníase por 100 mil
habitantes segundo região de residência. Brasil, 2012 a 2021
Taxa de detecção geral de casos novos de hanseníase por 100 mil
habitantes segundo UF e capital de residência. Brasil, 2021
Taxa de cura e contatos da hanseníase, 2001- 2017
Aspectos imunológicos
• Apesar da sua alta infectividade - elevada positividade aos testes sorológicos
nas populações de áreas endêmicas - cerca de 90% dos indivíduos infectados
pelo M. leprae não desenvolvem a doença;

• Resistência natural contra o bacilo, que por sua vez é conferida por uma
resposta imune eficaz e influenciada geneticamente;

• Os indivíduos que desenvolvem a hanseníase apresentam manifestações


clínicas muito variáveis, que dependem da interação entre a micobactéria e o
sistema imune.
Manifestações Clínicas - Sinais e Sintomas Clássicos
• Surgimento de áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas),
acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor
e/ou dolorosa, e/ou ao tato;

• Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para


dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem perceber;

• Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas;

• Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas


sobrancelhas (madarose);

• Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local.


Manifestações Clínicas - Sinais e Sintomas Secundários
• Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos;

• Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos


nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e pés;

• Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos,
principalmente nos membros superiores e inferiores e, por vezes, pálpebras;

• Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento


dos dedos) e ressecamento da pele;
Manifestações Clínicas - Sinais e Sintomas Secundários

• Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de aparecimento súbito;

• Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor nos nervos dos


cotovelos (ulnares), joelhos (fibulares comuns) e tornozelos (tibiais
posteriores);

• Entupimento, feridas e ressecamento do nariz;

• Ressecamento e sensação de areia nos olhos.


Definição de Caso
Presença de pelo menos um ou mais dos seguintes critérios, conhecidos
como sinais cardinais da hanseníase:

1) Lesão(ões) e/ou áreas(s) da pele com alteração de sensibilidade térmica


e/ou dolorosa e/ou tátil;

2) Espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou


motoras e/ou autonômicas;

3) Presença do M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço


intradérmico ou na biópsia de pele.
Diagnóstico

O diagnósWco de caso de hanseníase é essencialmente clínico e


epidemiológico, realizado por meio do exame geral e
dermatoneurólogico para idenWficar lesões ou áreas de pele
com alteração de sensibilidade e/ou comprome7mento de
nervos periféricos, com alterações sensiWvas e/ou motoras
e/ou autonômicas.
DiagnósIco
O diagnós7co é essencialmente clínico!!!

• Testar sensibilidade térmica: com tubo de água quente e fria ou


éter. (Primeira a ser alterada);

• Testar sensibilidade tá7l: com chumaço de algodão;

• Testar sensibilidade à dor: com cabeça de alfinete.


Teste de sensibilidade térmica
Teste de sensibilidade tátil
Teste de sensibilidade à dor
Classificação Operacional
É baseada no número de lesões Paucibacilar (PB) – Hanseníase
cutâneas: Tuberculóide ou Indeterminada (doença
localizada em uma região anatômica
• PAUCIBACILAR (PB) – casos com e/ou um tronco nervoso
até cinco lesões de pele e compromeedo).
baciloscopia negativa.
MulJbacilar (MB) – Hanseníase
• MULTIBACILAR (MB) - casos Dimorfa ou Virchowiana (doença
com mais de cinco lesões disseminada em várias regiões
de pele e/ou baciloscopia anatômicas e/ou mais de um tronco
positiva. nervoso compromeedo).
Classificação
• A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico): é o exame complementar
para a classificação dos casos.
• O resultado negaevo da baciloscopia não exclui o diagnóseco de hanseníase.
• A baciloscopia posiJva classifica o caso como MB, independentemente do
número de lesões.
• Quando diagnosecada lesão neural, o paciente já será diagnosecado como
MULTIBACILAR (MB).
Classificação
MULTIBACILAR (MB)

• Mais de 5 lesões de pele;


• Baciloscopia positiva;
• Lesão neural (espessamento ou alteração de força muscular).

Baciloscopia de pele nem sempre é disponível.


Nestes casos, o diagnóstico será clínico (número de lesões).
Formas clínicas
A doença se manifesta em um espectro contínuo, de acordo com a intensidade
da resposta imune do indivíduo à infecção.

• Forma Indeterminada;
• Forma Tuberculóide;
• Forma Dimorfa
(mista);
• Forma Virchowiana.
Formas clínicas - Tuberculoide
As lesões da pele são placas com bordas níedas, elevadas, geralmente
eritematosas e micropapulosas, que surgem como lesões únicas ou em pequeno
número.
Formas clínicas - virchowiana
• Progressiva infiltração sobretudo da face, com
acentuação dos sulcos cutâneos, perda dos pelos
dos cílios e supercílios (madarose), congestão nasal
e aumento dos pavilhões auriculares;

• Infiltração difusa das mãos e pés, com perda da


conformação usual dos dedos, que assumem
aspecto “salsichoide”;

• Múltiplas pápulas e nódulos cutâneos,


assintomáticos e de consistência firme
(hansenomas), geralmente com coloração
acastanhada ou ferruginosa.
Formas clínicas - virchowiana
• As lesões de pele podem apresentar sensibilidade normal;

• Os nervos periféricos geralmente se encontram espessados difusamente e de


forma simétrica;

• Com hipoestesia ou anestesia dos pés e mãos, além de disfunções


autonômicas, com hipotermia e cianose das extremidades;

• Queixas neurológicas, com relato de dormências, câimbras e formigamentos


nas mãos e pés;

• Comprometimento difuso da sudorese, às vezes com hiperidrose


compensatória em áreas não afetadas, como axilas e couro cabeludo.
Formas clínicas - Dimorfa
• Entre os polos tuberculoide e virchowiano no espectro clínico e baciloscópico da
doença;

• Número variável de lesões, em diversas áreas, com grande variabilidade clínica,


como manchas e placas hipocrômicas, acastanhadas ou violáceas, com predomínio
do aspecto infiltrativo;
Formas clínicas - Dimorfa
• “Lesões foveolares” – mais }picas, bordos internos bem definidos, delimitando
uma área central de pele aparentemente poupada, enquanto os bordos externos
são espraiados, infiltrados e imprecisos.

• Nessas lesões, a sensibilidade


e as funções autonômicas da
pele podem estar compromee-
das de forma mais discreta.
Formas clínicas - Indeterminada

• Forma inicial da doença;


• Manchas hipocrômicas na pele, em pequeno número, sem qualquer alteração do
relevo nem da textura da pele;
• Comprometimento sensitivo é discreto, geralmente com hipoestesia térmica
apenas; raramente, há diminuição da sensibilidade dolorosa, enquanto a
sensibilidade tátil é preservada;
Formas clínicas - Indeterminada

• Pode ou não haver diminuição da sudorese (hipoidrose) e rarefação de pelos nas


lesões, indicando compromeemento da inervação autonômica;
• Pode manifestar-se por distúrbios da sensibilidade, sem alteração da cor da pele;
• Não há compromeemento de nervos periféricos;
• A quanedade de bacilos é muito pequena e via de regra a baciloscopia é negaeva.
Formas clínicas - Indeterminada

Quando a doença não é tratada nessa fase, evoluirá de acordo com a resposta imune do
indivíduo infectado, podendo haver cura espontânea ou desenvolvimento de uma das três
formas clínicas descritas anteriormente.
Avaliação asica específica

• Avaliar a função neural e o grau de incapacidade Ssica:

• no momento do diagnóseco;
• na alta por cura;
• no monitoramento de doentes que já tenham alguma incapacidade rsica -
15 (quinze), 45 (quarenta e cinco), 90 (noventa) e 180 (cento e oitenta) dias.

• Avaliar perda de sensibilidade protetora e deformidade visível.


Hanseníase: Avaliação neurológica simplificada
Serve para:

• Monitorar o resultado do
tratamento de neurites;

• Contribuir na decisão de conduta;

• Identificar incapacidades físicas.


Função neural

Os principais troncos nervosos periféricos acomeWdos na hanseníase


são:

• Face – Trigêmeo e Facial: podem causar alterações na face, nos olhos e no


nariz;
• Braços – Radial, Ulnar e Mediano: podem causar alterações nos braços e nas
mãos;
• Pernas – Fibular e Tibial: podem causar alterações nas pernas e nos pés.
Avaliação Neurológica Simplificada em
Hanseníase
A avaliação neurológica inclui:

• História;
• Ocupação e atividades diárias;
• Queixas do paciente;
• Inspeção;
• Palpação dos nervos;
• Teste de força muscular;
• Teste de sensibilidade.
https://www.youtube.com/watch?v=TAU1hVgiXJU
Avaliação da função neural – Passo a passo
1. Comece o exame clínico pelos nervos da face observando a simetria dos movimentos palpebrais
e de sobrancelhas (nervo facial);
2. Em seguida, veja se há espessamento visível ou palpável dos nervos do pescoço
(auricular), do punho (ramo dorsal dos nervos radial e ulnar), e dos pés (fibular superficial e
sural);
3. Depois, palpe os nervos do cotovelo (ulnar), do joelho (fibular comum) e do tornozelo (Lbial);
4. Observe se eles estão visíveis, assimétricos, endurecidos, dolorosos ou com sensação de
choque;
5. Caso você idenLfique qualquer alteração nos nervos, confirme a anormalidade com o teste da
sensibilidade no território inervado;
6. Se não houver perda de sensibilidade, mas persisLr a dúvida, encaminhe o paciente para a
referência e faça o acompanhamento do caso;
7. Não troque o exame clínico pela baciloscopia ou biópsia.
Grau de incapacidade física
• Avaliação do grau de incapacidade física:
● Teste da sensibilidade dos olhos, mãos e pés.

• Avaliar mão e pés com monofilamentos ou estesiomêtro;


• Avaliar olhos com fio dental (sem sabor).
Avaliação dos membros superiores
Mão em garra móvel: Mão em garra rígida:
- Atrofia de interósseos - Atrofia do 1º interósseo
- Úlceras tróficas
Inspeção e avaliação sensiIva
Avaliação da força
Graduação da força nos membros superiores
Avaliação dos membros inferiores
Avaliação dos membros inferiores - Pés

Pé caído Mal perfurante Artelhos em


plantar garra
Avaliação do nariz
Avaliação dos olhos
Sensibilidade da córnea (nervo trigêmeo)
Resposta: piscar
Diagnósticos diferenciais

• Pitiríase versicolor/ • Linfomas


alba/ rósea
• Leishmaniose
• Hipocromias residuais
• Neurofibromatose
• Vitiligo
• NeuropaAa diabéAca
• Esclerodermia em placa
• Farmacodermia
• Sífilis
Tratamento
Esquemas
farmacológicos para
tratamento da
infecção pelo M.
leprae, de acordo
com a faixa etária,
peso corporal e
classificação
operacional:
Tratamento da forma paucibacilar: 6 meses
ESQUEMA PADRÃO PAUCIBACILAR (PB)

● Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina;
• 100 mg de dapsona.
● Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona.
● Tratamento completo:

• 6 cartelas (6 meses);
• Doses supervisionadas:
28/28 dias ou 4/4 semanas.
Tratamento da forma paucibacilar: 6 meses

Duração: 06 doses.

Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada.

Critério de alta: o tratamento estará concluído com seis (06) doses


supervisionadas em até 09 meses. Na 6ª dose, os pacientes deverão ser
submeedos ao exame dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do
grau de incapacidade rsica e receber alta por cura.
Tratamento da forma mulIbacilar: 12 meses
ESQUEMA PADRÃO MULTIBACILAR (MB)
● Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina;
• 3X 100 mg de clofazimina;
• 100 mg de dapsona.
● Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona;
• 50 mg de clofazimina.
● TRATAMENTO COMPLETO:
• 12 cartelas (12 meses);
• Doses supervisionadas: 28/28 dias ou 4/4 semanas.
Tratamento da forma multibacilar: 12 meses
Duração: 12 doses.
Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada.
Critério de alta: o tratamento estará concluído com doze (12) doses
supervisionadas em até 18 meses. Na 12ª dose, os pacientes deverão ser
submetidos ao exame dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do
grau de incapacidade física e receber alta por cura.
Os pacientes MB que excepcionalmente não apresentarem melhora clínica, com
presença de lesões ativas da doença, no final do tratamento preconizado de 12
doses (cartelas) deverão ser encaminhados para avaliação em serviço de
referência (municipal, regional, estadual ou nacional) para verificar a conduta mais
adequada para o caso.
Tratamento
• A regressão das lesões dermatológicas da hanseníase, durante e após o uso da
poliquimioterapia, é bastante variável, podendo levar meses ou anos para
ocorrer;

• Essa resposta pode ser


ainda mais lenta nos MB,
especialmente em pacien-
tes com hansenomas.
Reações Hansênicas
• Fenômenos inflamatórios agudos que cursam com exacerbação dos sinais e
sintomas da doença;

• Chegam a acometer 50% dos pacientes, segundo alguns estudos;

• Resultam da ativação de resposta imune contra o M. leprae e podem ocorrer


antes, durante ou após o tratamento da infecção;

• Afetam especialmente a pele e os nervos periféricos, podendo acarretar dano


neural e incapacidades físicas permanentes quando não tratadas
adequadamente.
Reações Hansênicas
• Podem ocorrer até 5 anos
após o tratamento.

• Cuidado para não reiniciar


tratamento indevidamente.

• Devem ser tratada com AINE


ou corticóide e encaminhar
ao especialista.
Reações Hansênicas
Vigilância de contatos
• CONTATO INTRADOMICILIAR:
- Toda e qualquer pessoa que resida ou tenha
residido com o doente de hanseníase nos
úlWmos 5 (cinco) anos.
Vigilância de contatos
• Anamnese dirigida aos sinais e sintomas da hanseníase.

• Exame dermatoneurólogico de todos os contatos dos casos novos, independente


da classificação operacional.
Vigilância de contatos

• Contatos familiares recentes ou antigos de pacientes MB e PB devem ser


examinados, independente do tempo de convívio;

• Sugere-se avaliar anualmente, durante cinco anos, todos os contatos não


doentes, quer sejam familiares ou sociais;

• Após esse período, devem ser liberados, porém esclarecidos quanto à


possibilidade de aparecimento, no futuro, de sinais e sintomas sugestivos da
hanseníase.
Vacina BCG-ID
• BCG-ID deve ser aplicada nos contatos examinados sem presença de sinais e
sintomas de hanseníase no momento da investigação.
• A aplicação da vacina BCG depende da história
vacinal e/ou da presença de cicatriz vacinal.
• OBS.: Todo contato de hanseníase deve ser informado que a vacina BCG não é específica
para hanseníase.
Orientações gerais
Aevidades de educação em saúde para a população e a busca aeva de casos são
estratégias essenciais para a detecção de casos e devem ser periodicamente
realizadas, principalmente em áreas endêmicas

O esegma é o mais negligenciado dentre todos os aspectos acerca da hanseníase e


deve ser abordado nos serviços de saúde, na comunidade. Suporte psicossocial,
acolhimento e abordagem psicológica é necessária.

Orientações para prevenção de incapacidades rsicas e orientações de autocuidado


são fundamentais.

Cuidado com as lesões traumáecas e neuropáecas – curaevos, adaptação de


calçados, reabilitação rsica.
Hanseníase - Aspectos clínicos, teste-rápido
e esIgma
h•ps://www.youtube.com/watch?v=qkamgnIFCP4

Avaliação clínica do paciente de hanseníase


https://www.youtube.com/watch?v=WRr84qH7UVA&t=1220s
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e
eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em:
hQp://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/diretrizes_para_._eliminacao_hanseniase_-_manual_-_3fev16_isbn_nucom_final_2.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prá>co sobre a hanseníase [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: hQps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_praXco_hanseniase.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o
Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em:
hQps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêu>cas da Hanseníase [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: hQps://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hanseniase/publicacoes/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuXcas-da-hanseniase-2022/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Tuberculose 2023. Bole>m Epidemiológico, Brasília, n. esp., mar. 2023. Disponível em:
hQps://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boleXns/epidemiologicos/especiais/2023/boleXm-epidemiologico-de-tuberculose-numero-
especial-mar.2023/view#:~:text=N%C3%BAmero%20Especial%20%7C%20Mar.-,2023,compat%C3%ADveis%20com%20os%20problemas%20idenXficados.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Hanseníase 2023. Bole>m Epidemiológico, Brasília, n. esp., jan. 2023. Disponível em:
hQps://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hanseniase/publicacoes/boleXm-epidemiologico-de-hanseniase-numero-especial-jan.2023
OBRIGADA
camilazamban@gmail.com
DOENÇAS
INFECTO-CONTAGIOSAS
NO BRASIL
1. Quando suspeitar?
Sintomas Bpicos e sinais de alarme;
1. Como confirmar diagnósIco?
2. Qual o tratamento?
3. Orientações individuais e coleIvas;
4. NoIficar?
Malária
Malária

• No Brasil, há três espécies


associadas a malária em
seres humanos: P. vivax,
P. falciparum e P.
malariae.
• Vetor àmosquito
Anopheles
• 300.000 novos casos a
cada ano, sendo 99%
região amazônica.
Casos/1.000 habit. Baixo risco <10, Médio risco <50, Alto risco ≥
50

Fonte de dados: SISMAL, SIVEP-Malária e SINAN, excluídas LVC, atualizado em 26/07/2012


Definição de Caso Suspeito

• Área endêmica: Febre

• Área não endêmica: pessoa que tenha visitado área


endêmica no período de 8 a 30 dias anterior à data
dos primeiros sintomas, e que apresente febre,
acompanhada dos seguintes sintomas: cefaléia,
calafrios, sudorese, cansaço, mialgia.
Sintomas

• Ataque paroxísIco agudo de calafrio, tremor


generalizado, fraqueza, palidez e cianose que duram
em media de 15 minutos a 1 hora – “Fase fria”

• Seguido de febre intermitente Bpica da malária com


temperatura podendo aIngir 41 graus
acompanhada de cefaleia, náuseas, vômitos,
sudorese profusa e mialgia intensa – “Fase quente”
Malária
Como invesMgar?
GOTA ESPESSA
É o método diagnósIco oficialmente uIlizado no Brasil.
Tratamento
Diversas drogas são uIlizadas dependendo da espécie
do plasmódio infectante, cada uma delas agindo de
forma específica, tentando impedir o desenvolvimento
do parasito no hospedeiro:

Cloroquina Primaquina
Arteméter Lumefantrina
Mefloquina Quinina
Artesunato
Clindamicina

TELESSAÚDE!!!
CUIDADOS

• Uso de mosquiteiros;
• Uso de repelente;
• Colocar telas nas janelas;
• Uso de roupas que protejam braços e
pernas;
•Controle do vetor.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
Parasitoses
intesInais
Parasitoses intesMnais
• Na maioria das vezes assintomáIcas;
• Alta carga parasitária pode gerar manifestações clínicas
severas:
• Má absorção de nutrientes;
• Redução da capacidade de ingestão de alimentos;
• Obstrução das vias aéreas.
• Zonas rurais e periferias de centros urbanos;
• EsIma-se que a prevalência varie entre 2 e 36%;
• 70% desses casos em escolares.
Medidas de Prevenção
• Melhoria do nível educacional;
• Acesso a água de boa qualidade;
• Saneamento básico;
• Coleta de lixo;
• Combate aos insetos;
• EsBmulo ao aleitamento materno;
• Uso de calçados.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Medidas de prevenção

- Higiene das mãos;


- Higiene dos alimentos àdeixar de molho em
solução de ácido acéIco (2 colheres de sopa em
1 litro de água) ou hipoclorito de sódio (1 colher
de sobremesa em 1 litro de água) durante 15
minutos;
- Desinfecção da água à 2 gotas de hipoclorito por
litro de água.
Tratamento
- AnI-helmínIcos:

ALBENDAZOL
Comprimidos 200 e 400mg;
Suspensão oral 40mg/ml.

MEBENDAZOL
Comprimidos 100mg;
Suspensão oral 100mg/5ml.
Tratamento
Anti-protozoários:

Tratamento de Giardíase e/ou Colite amebiana:

METRONIDAZOL
Comprimidos 250, 400 e 500mg;
Suspensão oral 40mg/ml.

SECNIDAZOL
Comprimidos 500 e 1000mg;
Suspensão oral 450mg/ml e 900 mg/ml.
Tratamento empírico
“Doutor(a), eu vim fazer meu exame de sangue, fezes e urina.”

• Parasitológico de fezes tem baixa sensibilidade, principalmente


para Giárdia;
• Tratamento empírico está indicado para sintomas sugesIvos;
• Possibilidade à vermifugação de roMna com anI-helmínIcos
para populações de alto risco: pré-escolares e escolares,
mulheres em idade férIl, agricultores.

EM ÁREAS ENDÊMICAS
CASO CLÍNICO
• Vilma, 24 anos, feminino, procurou a Unidade de
Saúde Rural com queixas, que se iniciaram há 5 dias.
Relata febre, astenia, mialgia, cefaléia. Hoje
apresentando dor abdominal. Conta que costuma
tomar banho no lago perto de sua casa.
Exame usico: paciente em bom estado geral, afebril,
anictérica. Com lesões papulares pruriginosas em
membros. Prova do laço negaIva.
P = 80 bpm PA 110 x 80mmHg
Hipóteses diagnósIcas?
Qual será sua conduta inicial?
Esquistossomose
Esquistossomose
• Importante problema de saúde pública no Brasil;

• Sinonímia - “Xistose”, “barriga d’água” e “doença dos


caramujos”;
• Agente eMológico - Schistosoma mansoni;
• Hospedeiro DefiniMvo: Humano;
• Hospedeiro Intermediário: caramujo genêro Biomphalaria.
Esquistossomose
19 UFs:
Área endêmica (9)
MA, AL, BA, PE, PB, RN, SE, MG,
ES.

Área com transmissão focal (10)


PA, PI, CE, RJ, SP, PR, SC, RS, GO e
DF.

2000 a 2010: média de 132.000


casos posiIvos.

Esquistossomose, de acordo com a faixa de


prevalência, por município. Brasil, 2011.
11
Quando pensar?

• Indivíduo residente e/ou procedente de área endêmica


com quadro clínico sugesIvo e com história de contato
com reservatórios água onde existam caramujos.

QUADRO CLÍNICO:
- Forma aguda: AssintomáIca ou DermaIte Cercariana;
- 3 a 7 semanas após o contato pode ocorrer febre,
linfadenopaIa, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Pode
ter também diarréia, náuseas e tosse seca .
Forma Aguda
DermaIte cercariana à caracterizada por micropápulas
“avermelhadas” semelhantes à picadas de insetos.

SUSPEITAR EM ÁREAS ENDÊMICAS


Formas crônicas
• HEPÁTICA - É a mais comumente encontrada;
• Pode ser assintomáIca ou caracterizada por diarréias
repeIdas. Apresenta fibrose hepáIca.
•HEPATOINTESTINAL
Sintomas intesInais (diarréia e epigastralgia),
hepatomegalia e fibrose hepáIca.
•HEPATOESPLÊNICA (compensada ou descompensada)
Hipertensão portal; hepato-esplenomegalia; varizes esofágicas; sintomas
intesInais; hemorragia digesIva.
Como invesIgar?
Pesquisa de ovos de Schistosoma nas fezes
(Kato-Katz)
ou Sorológico (Imunofluorescência indireta ou ELISA)
Tratamento
Praziquantel

Adultos: 50mg/kg
Crianças: 60mg/kg

Apresentação: 600mg/comprimido;
Dose única, via oral.

Orientar repouso por pelo menos 3 horas após ingesta para evitar
náuseas e tonturas;
Realizar controle de cura.
CUIDADOS

• Uso de sapatos;
• Orientar a população de área endêmica
sobre sinais e sintomas da doença;
- Cuidados individuais / coleIvos;
- Promoção de saúde;
• Saneamento domiciliar e ambiental.
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
Leishmaniose
1.Leishmaniose Tegumentar Americana;
2.Leishmaniose Visceral.
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA

•Doença infecciosa, não contagiosa, causada por


protozoário, de transmissão vetorial que acomete pele e
mucosas;
•Sinonímia: Úlcera de Bauru, nariz de tapir, botão
do Oriente;
•Vetores: Flebotomíneos, gênero Lutzomyia,
Mosquito palha, Birigui.
•Agentes EMológicos: Protozoário do gênero Leishmania;
•Período de incubação: em média 2 meses.
17
Quando pensar?

• Lesões indolores, com formato arredondado ou ovalado,


apresentando base eritematosa, infiltrada e de
consistência firme, bordas bem delimitadas e elevadas,
fundo avermelhado e com granulações grosseiras.

Forma Cutânea
Quando pensar?

Forma mucocutânea

• Presença de lesões destruIvas localizadas na


mucosa, em geral nas vias aéreas superiores.
DiagnósMco laboratorial
• PARASITOLÓGICO à pesquisa de
amasMgotas em esfregaço da lesão ou imprint
de fragmentos de tecido do paciente.
• IMUNOBIOLÓGICOS:
Intradermorreação de Montenegro (IDRM);
Sorologia por imunofluorescência (IFI);
Ensaio imunoenzimáIco (ELISA).
• MOLECULAR: PCR (reação em cadeia da polimerase).
20
Tratamento

AnMmonial Pentavalente
Avaliar função
• Exceto: pacientes coinfectados com HIV, hepáIca, renal e
gestantes, insuficiência hepáIca, renal; ECG, durante o
tratamento
• Via endovenosa ou intramuscular;
• Duração: 20 (cutânea) a 30 dias (mucocutânea) dependendo
da forma;
• Acompanhamento regular por 12 meses.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
Caso clínico
Mãe refere que a sua filha de 14 anos iniciou quadro febril há 13
dias, em média de 3 episódios diários, não aferidos, associados a
calafrios; com melhora após uso da dipirona.
Mão diz que tudo começou logo após morte de seu cachorrinho de
esImação.
Refere também aumento de volume abdominal difusamente há 13
dias, associado à dor abdominal. Nega diarreia, vômitos e tosse.
Ao exame usico:
Bom estado geral, hidratada, hipocorada 3+/4+, acianóIca,
anictérica, febril ao toque, eupneica, aIva, orientada.
Abdome: Globoso. Ruídos hidroaéreos presentes. Doloroso à
palpação em hipocôndrios E e D. Fígado palpável à 5 cm do RCD.
Baço palpável à 8 cm do RCE.

Quais as hipóteses diagnósMcas?


Leishmaniose Visceral
Leishmaniose Visceral
• Doença crônica e sistêmica, que, quando não tratada, pode
evoluir para óbito em mais de 90% dos casos;
• Sinonímia: Calazar, esplenomegalia tropical, febre dundun;
• Agente eMológico: Protozoários do gênero Leishmania. Nas
Américas, a Leishmania chagasi é a espécie comumente
envolvida;
• Incidência média (2003 a 2012): 1,9 caso por 100.000 hab.
por ano. 70% de todos os casos da América do Sul
acontecem no Brasil.
VETOR

Lutzomyia longipalpis – flebotomíneo, mosquito-palha.

Mosquito que mede de


1 a 3 mm. Se prolifera
em matérias orgânicas
no chão em terra
úmida e sombreada.
AIvidade no final da
tarde e à noite.
RESERVATÓRIOS

domiciliar
cão

silvestre raposa
Leishmaniose Visceral

Na área urbana, o cão (Canis familiaris) é a


principal fonte de infecção. A infecção canina
tem precedido a ocorrência de casos
humanos e tem sido mais prevalente que no
homem.
Quadro Clínico
É uma doença crônica, sistêmica com:
• Febre irregular de longa duração;
• Perda de peso;
• Hepatoesplenomegalia;
• Astenia;
• Anemia e pancitopenia;
• Desnutrição;
• Edema;
• Icterícia.
DIAGNÓSTICO

Confirmação parasitológica e/ou sorológica.

EXAME PARASITOLÓGICO: em material biológico – da medula


óssea (por ser um procedimento mais seguro), do linfonodo
ou do baço.

EXAME SOROLÓGICO: Imunofluorescência indireta, Testes


rápidos imunocromatográficos e ELISA.

28
Tratamento
AnImonial pentavalente IM, por pelo menos 20 dias.

Reações adversas: Avaliar funções


Cardiotoxicidade;
Hepatotoxicidade; hepáMca e renal,
Nefrotoxicidade. ECG e exame
parasitológico.

Opção: Anfotericina B lipossomal (gestantes, idade < 1 ano ou >


50 anos, insuficiência renal, hepáIca ou cardíaca, HIV, uso de
imunossupressor, toxicidade ou outras contraindicações).
AÇÕES DE PREVENÇÃO E CONTROLE

- Uso de repelente e proteção individual


(mosquiteiro, telagem de portas e janelas);
- Controle do vetor;
- Eliminação dos animais doentes.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

28
Doença de Chagas
Doença de Chagas
• Agente EMológico: Trypanosoma cruzi,
protozoário flagelado.
• Vetores: insetos da subfamília Triatominae,
conhecidos popularmente como barbeiro.
Doença de Chagas

• Ocorrência de casos e surtos de Doença de Chagas


Aguda entre 2008 e 2012 em 19 estados brasileiros:
• 90% na região Norte (84% no estado Pará).
• Destes, a transmissão:
• 64% foram por transmissão oral;
• 10% por transmissão vetorial;
• 13% não foi idenIficada a forma de transmissão.

CASOS AGUDOS DE CHAGAS SÃO DE


NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
Fonte: SVS/MS
Doença de Chagas Aguda
Febre persistente (>7 dias) e:
• Edema de face ou de membros;
• Exantema;
• Adenomegalia;
• Hepatomegalia;
• Esplenomegalia;
• CardiopaIa aguda (taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca);
• Manifestações hemorrágicas (hematêmese, hematoquezia ou
melena);
• Icterícia;
• Manifestações digesMvas (diarreia, vômito e epigastralgia intensa);
são mais comuns em casos por transmissão oral.
Confirmação de Caso

• Parasitológico – T. cruzi circulante no sangue periférico


idenIficado por meio de exame parasitológico direto.

• Sorológico – IgM anI-T. cruzi.


Doença de Chagas – Formas Crônicas
DIGESTIVA:
INDETERMINADA:
Alterações do trato digesIvo, por
Mais frequente. O exame
lesões dos plexos nervosos, com
sorológico é posiIvo, sem outras
alterações da moIlidade e
alterações. Esta fase pode durar
morfologia. Pode evoluir para
toda a vida ou evoluir para outras
megaesôfago ou megacólon -
formas tardiamente
10% dos casos

CARDÍACA:
pode apresentar-se apenas com CARDIODIGESTIVA:
alterações no ECG ou com Quando no mesmo paciente são
miocardiopaIa dilatada e com idenIficadas as duas formas da
Insuficiência Cardíaca CongesIva doença.
- 30% dos casos 7
Doença de Chagas - DiagnósIco

•Sorologia para Chagas - Importante na fase


crônica.

• AnMcorpos IgG anM-T. cruzi: indica doença crônica.


Doença de Chagas - Tratamento

•Benznidazol

• Tratar: Forma Aguda, Congênita e Crônica recente

• Casos leves, sem complicações e formas


indeterminadas pode ser realizado na atenção
básica por médico generalista que conheça as
parIcularidades do medicamento
Orientações e aMvidades educaMvas

• Manter quintais limpos, evitando acúmulo de materiais e manter


criações de animais afastadas da residência;
• Não confeccionar coberturas para as casas com folhas de
palmeiras;
• Vedar frestas e rachaduras , e usar telas em portas e janelas;
• Proteção individual: uso de repelentes e uso de roupas de
mangas longas durante a realização de aIvidades noturnas, uso
de mosquiteiros ao dormir;
• Cuidados de higiene na produção e manipulação artesanal de
alimentos de origem vegetal.
Covid 19,
Síndrome Pós-covid
e
Síndromes Gripais
CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Covid 19
• Causada pelo SARS-COV-2
• Identificada em humanos em dezembro de 2019 na China
• No Brasil, primeiro caso notificado em 26 de fevereiro de 2020
• Pandemia
Covid 19
Dados epidemiológicos
Covid 19
Dados epidemiológicos por continente
Covid 19
Dados epidemiológicos nas Américas
Covid 19
Dados epidemiológicos no Brasil
Covid 19
Dados epidemiológicos no Brasil SE 18 (10/05/2023)
Covid 19
Dados epidemiológicos no Brasil - Saúde Indígena

Distribuição dos casos


confirmados de covid-19 em
indígenas assistidos pelo
SASISUS, notificados pelos
DSEI, março de 2020 a março
de 2023
Covid 19
Dados epidemiológicos no Brasil - Saúde Indígena

Distribuição dos casos de óbitos


por covid-19 em indígenas
assistidos pelo SASISUS, notificados
pelos DSEI, março de 2020 a março
de 2023
Covid 19
Dados epidemiológicos no Brasil
Óbitos: Em 17 de maio de 2023: 766.440.796 casos confirmados de COVID-19,
incluindo 6.932.591 mortes, relatadas à OMS.

Imunização: Até 14 de maio de 2023, um total de 13.350.702.229 doses de vacina


foram administradas
Covid 19
Transmissão
Covid 19
Transmissão
Covid 19
Transmissão
Covid 19
Transmissão
Covid 19
Agente Etiológico

• SARS CoV
• MERS CoV
• SARS-CoV2
Covid 19
Agente Etiológico - SARS-CoV (Nov/2002)

• Pneumonia atípica. Guangdong (China)


• Março/2003: identificado SARS-CoV
• Espalhou por 29 países
• Custos: US$30 a 100 bilhões
• Vírus SARS-CoV: reservatório natural: morcegos
• Julho/2003: OMS declara fim da epidemia, 8.096 casos com
774 mortes
Covid 19
Agente Etiológico - MERS-CoV

• Set/2012:
• Novo coronavírus identificado. Arábia Saudita e região
• OMS: 2012-2019:
• 2.494 casos com 858 mortes em 27 países
• Restrito Península Arábica
•Transmissão zoonótica esporádica, sem sustentação de
transmissão comunidade
• Surtos localizados: Coreia do Sul
• Importância infecção hospitalar
Covid 19
Agente Etiológico - SARS-CoV2 - COVID
3º coronavírus emergente em 2 décadas
• OMS 2018 sobre os coronavírus: patógenos prioritários de
interesse
• 30 de janeiro 2020: OMS declara “Emergência de Saúde Pública
de Importância Internacional (ESPII)
• Conhecimentos adquiridos com surtos anteriores SARS e MERS
• Resposta autoridades chinesas: desde identificação do agente
pronta cooperação OMS, proibição temporária venda animais
silvestres, fechamento mercado Wuhan, cancelamento festas Ano-
novo chinês
• Wuhan e outras cidades província em quarentena: população
atingida: 40 milhões
Covid 19
Pandemia x Epidemia

Pandemia Epidemia

O termo se refere à distribuição Ocorrência de casos de uma doença,


geográfica de uma doença e não à sua comportamento especificamente
gravidade. relacionado à saúde, ou outros eventos
relacionados à saúde, claramente em
excesso da expectativa normal em
determinada comunidade ou região,
precisamente especificados.
Covid 19
Sintomas
• Principais sintomas: febre, cansaço e tosse seca.
• Sintomas menos comuns: ageusia, anosmia, congestão
nasal, conjuntivite, dor de garganta, dor de cabeça, mialgia,
artralgia, diferentes tipos de exantema, náusea ou vômito,
diarreia, calafrios ou tonturas
Covid 19
Classificação
• Leve
• Sintomas inespecíficos, como febre, fadiga, tosse (com
ou sem dispneia, congestão nasal ou cefaleia; diarreia,
náuseas e vômitos.
• Pacientes idosos e / ou imunossuprimidos podem
apresentar sintomas atípicos.
• Os sintomas devido a adaptações fisiológicas da gravidez
ou eventos adversos da gravidez (por exemplo, dispneia,
febre, sintomas gastrointestinais, fadiga) podem se
sobrepor aos sintomas de COVID-19.
Covid 19
Classificação
Grave
Adultos: pneumonia sem sinais gravidade; saturação capilar
≤90% em ar ambiente; sinais de desconforto respiratório (uso
de músculos acessórios, incapacidade de falar frases completas,
frequência respiratória > 30 mrpm)
Crianças: pneumonia com tosse ou desconforto respiratório e
taquipneia, tiragem, gemência, cianose central, incapacidade de
amamentar ou beber, convulsões ou redução do nível de
consciência
Covid 19
Classificação
Covid 19
Classificação
• Pneumonia grave em adultos ou adolescentes
• Febre ou suspeita de infecção respiratória mais um dos
seguintes: Frequência respiratória> 30 respirações /
minuto; Desconforto respiratório severo; SpO₂ ≤93% no
ar ambiente.
Covid 19
Classificação
• Pneumonia grave em crianças
• Tosse ou dificuldade respiratória E: Cianose central OU SpO₂
<90%; desconforto respiratório severo; sinais de pneumonia
com um sinal de perigo geral (incapacidade de amamentar ou
beber, letargia ou inconsciência ou convulsões; tiragem
torácica ou taquipneia).
• O diagnóstico é clínico, mas a imagem do tórax pode
identificar ou excluir complicações pulmonares.
Covid 19
Classificação

Taquipneia em crianças
<2 meses de idade ≥60 respirações / minuto
2-11 meses de idade ≥50 respirações / minuto
1-5 anos de idade ≥40 respirações / minuto
Covid 19
Exames complementares
• TC de tórax: TC de tórax diagnostica COVID-19 em 87,9% das pessoas que tinham
COVID-19 e identificou incorretamente em 20% das pessoas que não tinham
COVID-19.

• Rx tórax: diagnosticou COVID-19 corretamente em 80,6% das pessoas que


tinham COVID-19 e identificou incorretamente o COVID-19 em 28,5% das
pessoas que não tinham COVID-19.

• A evidência sugere que a CT de tórax é melhor para descartar a infecção por


COVID-19 do que para distingui-la de outros problemas respiratórios. Portanto,
sua utilidade pode ser limitada em excluir a infecção por COVID-19 em vez de
distingui-la de outras causas de infecção pulmonar.
Covid 19
Exames complementares
• Testes rápidos devem ser coletados entre o 1 e o 8 dia dos sintomas

• Kit Teste rápido COVID Ag:


• Coleta deve ser realizada por meio de swab Nasofaríngeo
• 91,8% de sensibilidade e 98,0% de especificidade
• Kit TR DPP® COVID-19 AG:
• Coleta deve ser realizada por meio de swab Nasal
• Indivíduo sintomágcos: 90,3% de sensibilidade e 98,8% de
especificidade
• Indivíduo assintomágco: 90,3% de sensibilidade geral 91,8% de
sensibilidade e 98,0% de especificidade
Covid 19
Exames complementares - testes rápidos
distribuídos no Brasil
Covid 19
Exames complementares
• RT-PCR em tempo real: detecção do RNA do SARS-CoV-2 em
amostras do trato respiratório: técnica padrão ouro.

• Em casos leves, coletar até o 8 dia de sintomas.

• Em casos graves, coletar até o 14 dia dia de sintomas

• RT-LAMP idenpfica o SARS-CoV-2 em amostra de saliva durante


o período de infecção apva do vírus. é mais simples e rápido do
que o RT-PCR e não requer o uso de aparelhos laboratoriais
complexos, Em suo na rede de saúde suplementar do Brasil.
Covid 19
Exames complementares - controle
sorológico

• Indicados para invespgação de doença pregressa; permitem


conhecer o perfil sorológico da população e são indicados a parpr
do 8o dia do início dos sintomas
• Ensaio imunoenzimápco (ELISA) e eletroquimioluminescência
(ECLIA) são mais efepvos que imunocromatografia (teste rápido),
imunofluorescência direta e indireta
Covid 19
Diagnóstico diferencial da síndrome gripal
Covid 19
Diagnóstico diferencial da síndrome gripal
Covid 19
Tratamento (Guideline de janeiro de 2023 diferencial
da síndrome gripal
.
Recomendado para pacientes com COVID-19 não grave com maior
risco de hospitalização:

• uma forte recomendação para nirmatrelvir-ritonavir; também


uma opção para mulheres grávidas e lactantes (atualização 13
de janeiro 2023 com base em novas evidências, sem mudança
na força ou direção da recomendação);
• uma recomendação condicional para molnupiravir;
• uma recomendação condicional para remdesivir.
Covid 19
Tratamento (Guideline de janeiro de 2023)

Não recomendado para pacientes com COVID-19 não grave:

• uma recomendação condicional contra corticosteróides


sistêmicos;
• forte recomendação contra plasma convalescente;
• uma recomendação contra a fluvoxamina, exceto no contexto
de um ensaio clínico;
• uma forte recomendação contra a colchicina.
Covid 19
Tratamento (Guideline de janeiro de 2023)

Não recomendado para pacientes com COVID-19 não grave com


baixo risco de hospitalização:

● uma recomendação condicional contra nirmatrelvir-ritonavir.


Covid 19
Tratamento (Guideline de janeiro de 2023)

. Não recomendado, independentemente da gravidade da doença


COVID-19:
• fortes recomendações contra o uso de sotrovimab e casirivimab-
imdevimab
• uma forte recomendação contra a hidroxicloroquina;
• forte recomendação contra lopinavir-ritonavir;
• uma recomendação contra a ivermectina, exceto no contexto de
um ensaio clínico.
Covid 19
Tratamento (Guideline de janeiro de 2023)
Recomendado para pacientes com COVID-19 grave ou crípco:
•. forte recomendação para uso de corpcosteroides sistêmicos;
• forte recomendação de bloqueadores dos receptores de interleucina-6 (IL-6)
(tocilizumabe ou sarilumabe);
• uma forte recomendação para o inibidor de Janus quinase (JAK) baricipnib;
• quanto ao uso concomitante de bloqueadores dos receptores de IL-6
(tocilizumabe ou sarilumabe) e do inibidor J AK baricipnibe; esses drogas agora
podem ser combinadas, além de corpcosteróides em pacientes com COVID-19
grave ou crípco;
• uma recomendação condicional para remdesivir em pacientes com COVID-19
grave.
Covid 19 – tratamento (Guideline de janeiro
de 2023)
.
Covid 19
Tratamento (Guideline de janeiro de 2023)

.
Covid 19
Tratamento (Guideline de janeiro de 2023)

.
Covid 19
Tratamento
Na prática, no Brasil...

Em casos leves, tratamento sintomático e monitoramento dos


sinais e sintomas, em especial saturação

Em casos graves: hospitalização, corticoide sistêmico,


oxigenioterapia, heparina, fisioterapia, tratamento de infecções
bacterianas associadas e suporte clínico.
Covid 19
Tratamento farmacológico em casos graves
Covid 19
Tratamento farmacológico em casos graves
Covid 19
Vacinação
• Iniciada em janeiro de 2021 no Brasil

• Em 2023: MS propõe esquema com vacinas bivalentes (mais efetiva contra a


Ômicron) para grupos específicos em maior vulnerabilidade, riscos para
complicação e óbito e maior exposição, e o uso de vacinas monovalentes para
dar início ou completar esquema vacinal das pessoas que não fazem parte dos
grupos prioritários elegíveis para vacinação bivalente.

• As vacinas recomendadas até o momento são: Vacina adsorvida Covid-19


(inativada) CoronaVac (Butantan), a Vacina Covid-19-RNAm Comirnaty
(Pfizer/Wyeth), a Vacina Covid-19-recombinante Oxford/Covishield (Fiocruz e
Astrazeneca) e a Vacina Covid-19-recombinante Janssen Vaccine (Janssen-Cilag)
Covid 19
vacinação para quem iniciou o esquema com
Astrazeneca, Pfizer, Coronavac

Recomendação de três doses no esquema primário com o imunizante da Pfizer para crianças de 6 meses a 2 anos de idade, conforme
DELIBERAÇÃO CIB-SUS/MG Nº 4.071, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2022.
Covid 19
vacinação para quem iniciou o esquema com
Astrazeneca, Pfizer, Coronavac

Esquema primário
● CoronaVac: Intervalo de 4 semanas (28 dias) após D1.
● Comirnaty/Pfizer: Intervalo de 3 semanas (21 dias) após D1, para12
anos ou mais de idade – Conforme Deliberação CIB-SUS-MG Nº
3632.
● AstraZeneca: Intervalo de 8 semanas após D1.
● Pfizer pediátrica (05 a 11 anos): Intervalo de 8 semanas após D1.
● Pfizer “baby” (6 meses a 2 anos): D1 – D2: 4 semanas (1 mês) e D2 –
D3: 8 semanas (2 meses)
Covid 19
vacinação para quem iniciou o esquema com
Astrazeneca, Pfizer, Coronavac

VACINAS RECOMENDADAS PARA DOSES DE REFORÇO

18 anos+: AstraZeneca OU Pfizer OU Janssen


12 a 17 anos: Pfizer, caso não disponível, uplizar CoronaVac
Gestantes: Pfizer, caso não disponível, uplizar CoronaVac
Trabalhadores de saúde: indicado 2º reforço a parpr de 18 anos
AstraZeneca OU Pfizer OU Janssen
Covid 19
vacinação para imunocomprometidos

Esquema primário
- CoronaVac: Intervalo de 4
semanas (28 dias) após D1.
- Comirnaty/Pfizer: Intervalo de
3 semanas (21 dias) após D1,
para 12 anos ou mais de idade
- AstraZeneca: Intervalo de 8
semanas após D1.
Covid 19
vacinação para quem iniciou o esquema com a Jansen

Esquema primário
- CoronaVac: Intervalo de 4 semanas (28 dias)
após D1.
- Comirnaty/Pfizer: Intervalo de 3 semanas (21
dias) após D1, para 12 anos ou mais de idade .
AstraZeneca: Intervalo de 8 semanas após D1.
Covid 19
vacinação para quem iniciou o esquema com a Janssen

Doses de reforço
- AstraZeneca OU Pfizer OU Janssen
- Gestantes: Imunizante NÃO recomendado para
esse grupo
- Trabalhadores de saúde: indicado 3º reforço a
partir de 18 anos AstraZeneca OU Pfizer OU
Janssen
Covid 19
vacinação para quem iniciou o esquema com a Janssen

Doses de reforço
- AstraZeneca OU Pfizer OU
Janssen
- Gestantes: Imunizante NÃO
recomendado para esse
grupo
Síndrome pós-Covid 19
Síndrome Pós - Covid 19
• Sinais e sintomas recorrentes ou persistentes após infecção pelo
Covid, não atribuídas a outras causas.
• Na literatura, descrita como Covid longa, Covid-19 pós-aguda,
síndrome pós-Covid, efeitos de longo prazo da Covid, síndrome
Covid pós-aguda, Covid crônica
Síndrome Pós - Covid 19
Sua fisiopatologia é baseada em eventos inflamatórios
• Fase aguda – primeiras 3 semanas
• Fase pós-aguda – entre 3 e 12 semanas
• Fase crônica – após 12 semanas
Síndrome Pós - Covid 19
Síndrome Pós - Covid 19
Síndrome Pós - Covid 19
• Manifestações mais graves: fibrose pulmonar, sequela de dano
miocárdico viral com redução de função sistólica e arritmias,
distúrbios tromboembólicos, déficit neurocognitivo e síndrome
de Guillain-Barré.

• A atenção coordenada para essa condição deve incluir


profissionais de APS e equipe multidisciplinar.
Síndrome Pós - Covid 19
• O curso de tempo para a recuperação é variável, depende de
fatores de risco pré-mórbidos e da gravidade da doença.
• Pacientes graves são mais propensos a terem um curso mais
prolongado do que aqueles com doença leve.
• Manifestações pós Covid podem se sobrepor às da síndrome
pós-UTI (em inglês post-intensive care syndrome – PICS).
• Os sintomas podem apresentar padrão flutuante
Síndrome Pós - Covid 19
Exames complementares conforme situação clínica
Síndrome Pós - Covid 19
Exames complementares conforme situação clínica
Síndrome Pós - Covid 19
Principais sintomas
Síndrome Pós - Covid 19
Principais sintomas
Síndrome Pós - Covid 19
Principais sintomas
Síndrome Pós - Covid 19
fluxograma do manejo de dispneia persistente
Síndrome Pós - Covid 19
fluxograma do manejo de
dispneia persistente
Síndrome Pós - Covid 19
fluxograma do manejo da Tosse
Síndrome Pós - Covid 19
manejo de fadiga
Síndrome Pós - Covid 19
manejo da dor torácica
Síndrome Pós - Covid 19
manejo da dor torácica
Síndrome Pós - Covid 19
manejo da dor torácica
Síndrome Pós - Covid 19
tromboembolismo

• Podem ocorrer semanas após o acometimento agudo por covid-19 e são mais
comuns em pessoas com outras comorbidades.
• Suspeitar de TEP: dispneia de início recente ou que teve piora e/ou taquicardia
e/ou redução da saturação de O2
• Sinais de TVP: edema unilateral, dor e empastamento da panturrilha, imobilização
recente, neoplasia e história prévia de tromboembolismo também são fatores de
risco.
Síndrome Pós - Covid 19
tromboembolismo

• O tratamento é semelhante a pacientes com tromboembolismo sem covid-19:


com anticoagulação terapêutica por no mínimo três meses (10,33).
• não há indicação de profilaxia de rotina para anticoagulação profilática após a alta
hospitalar
• Exames de coagulação como D-dímeros e fibrinogênio têm utilidade prognóstica
em casos que necessitam de hospitalização por covid-19 aguda, mas podem estar
aumentados mesmo na ausência de complicações tromboembólicas
Síndrome Pós - Covid 19
complicações cardiovasculares

• arritmias ou palpitações (18,4%),


• dano miocárdico (10,3%),
• angina (10,2%),
• infarto agudo do miocárdio (3,5%) e
• insuficiência cardíaca aguda (2%).
• casos de miocardite fulminante, cor pulmonale, síndrome de
takotsubo e pericardite também foram relatados
Síndrome Pós - Covid 19
sintomas neurológicos

• Pacientes com cefaleia intensa, delirium, agitação, sonolência,


convulsões, fraqueza muscular ascendente, sinais neurológicos
focais como alteração aguda na visão, perda de força ou
parestesia devem ser submetidos a exame físico neurológico e
conforme avaliação devem ser encaminhados à emergência
para identificação de complicações potencialmente graves.
Síndrome Pós - Covid 19
sintomas neurológicos

• Sintomas comuns: cefaleia, tontura, sensações vagas de


raciocínio lentificado ou leve obnubilação são
• Complicações raras: AVCs, convulsões, encefalite,
encefalomielite, hemorragia intracerebral, trombose de seio
venoso cerebral, síndrome da encefalopatia posterior
reversível, síndrome de Guillain-Barré, demência, síndromes
parksonianas, lesões desmielinizantes periféricas, miopatia,
miastenia gravis.
Síndrome Pós - Covid 19
saúde mental

• Déficit de atenção, insônia, sintomas de ansiedade, sintomas


de depressão, síndrome demencial, sintomas psicóticos e
ideação suicida.
• Essas alterações ocorreram de forma independente das
manifestações pulmonares e, em até 70% dos casos,
persistiram por vários meses após os sintomas respiratórios
agudos.
Síndrome Pós - Covid 19
anosmia
Síndrome Pós - Covid 19
digeusia

• tempo de permanência desse sintoma incerto


• etiopatogenia da disgeusia: coronavírus invade o bulbo
olfatório, causando anosmia e disgeusia. Também se relaciona
às altas concentrações de SARS-CoV-2 encontradas nas
glândulas salivares.
• Em casos de sintomas persistentes, sugere-se investigar outras
possíveis causas para disgeusia
Síndrome Pós -
Covid 19
diarreia
Síndrome Pós -
Covid 19
diarreia
Síndrome Pós -
Covid 19
disautonomia
Síndrome Pós -
Covid 19
disautonomia
Síndrome Pós - Covid 19
reabilitação
Material complementar
Vídeos da OMS: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-
2019/media-resources/science-in-5/episode-14---covid-19---
tests?gclid=CjwKCAjwvJyjBhApEiwAWz2nLSmeUV1_pD4oZYtCpDTA161AlWOvMJU4DRF
Xq6BqbwWYp6p7jb3A7xoCkb0QAvD_BwE
Vídeo explicativo de como realizar o teste rápido:
/https://www.ibmp.org.br/ptbr/guiatrcovidag/
Infecções das Vias Aéreas
Superiores
IVAS
Diagnóspco clínico

Consiste em:
• Nasofaringite aguda (resfriado comum)
• Gripe
• Laringite aguda
• Laringotraquíte aguda (crupe)
• Epiglopte aguda
IVAS - Resfriado comum
• Principal causa de IVAS
• Inflamação da mucosa narofarígea de origem viral
• Mais de 200 vírus. Os mais comuns são rinovírus, coronavírus e influenza
• Em imunocompetentes, pode durar de 3 a 14 dias
• Período de incubação 24h a 72h
IVAS - Resfriado comum
Sintomas:
• Congestão e obstrução nasal
• Febre baixa ou sensação de febre
• Tosse seca
• Dor de garganta – “garganta arranhada”
• Espirros
• Mal estar gera
• Pode apresentar secreção nasal purulenta, sem indicação de
antibióticos
IVAS - Resfriado comum
Complicações
• Rinossinusute bacteriana
• Pneumonia bacteriana
• Bronquite
• Exacerbação da asma
• Otite média aguda
Diagnóstico diferencial
• Rinite alérgica
• Rinossinusite viral aguda
• Gripe
• Faringoamigdalite bacteriana
IVAS - Gripe
• Causada pelos vírus Influenza de comportamento sazonal – mais
previamente no inverno
• Vírus altamente mutáveis
• Acomete vias áreas superiores e inferiores
• Período de incubação de 1 a 4 dias
IVAS - Gripe
Sintomas:
• Febre alta, tosse seca e dor de garganta MAIS OUTRO
SINTOMA:
• Mialgia
• Cefaleia
• Artralgia
• Hiperemia conjunpval
• Diarreia, náuseas e vômitos são menos comuns
• A febre pode durar 3 dias
• Sintomas respiratórios por 3 a 5 dias após remissão da febre
IVAS - Gripe
Complicações
• SRAG
• Pneumonia bacteriana
• Otite média aguda (crianças)
• Miosite
• rinossinusite
• Miocardite e pericartite (raras)
IVAS - Gripe
Diagnósticos diferenciais
• Resfriado comum, infecção pelo
VSR
• Enterovírus
• Parainfluenza
• Rinossinuste viral e bacteriana
• Primoinfecção pelo HIV
• Sífiis secundária
IVAS - Gripe
Condutas
• Medicações sintomáticas
• Não prescrever corticóides
• Não há indicação de antibióticos
IVAS - Laringite Aguda
• Inflamação da mucosa laríngea
• Principal sintoma: disfonia
• Epologia viral: vírus que causam resfriado comum, sarampo e
caxumba (estes mais raros após imunização)
• Início súbito
• Autolimitada
• Duração menor de 3 semanas
IVAS - Laringite Aguda
Sintomas
• Disfonia
• Congestão e obstrução nasal
• Coriza
• Espirros
• Tosse
• Febre baixa
• Roncos – não confundir com estridor
IVAS - Laringite Aguda
• Diagnóstico diferencial
• Epiglotite aguda
• Abscesso amigdaliano ou retrofaríngeo
• Laringoedema alérgico

• Complicações
• Infecções bacterianas secundárias
• Laringite crônica
IVAS - Laringotraqueíte Aguda (crupe)
• Inflamação da mucosa laríngea e traqueia
• Principal característica: “tosse de cachorro”
• Mais comum em crianças de 6 meses a 6 anos – pico 2 anos de idade
• Etiologia viral: parainfluenza e VSR
• Hib e Corynebacteruim difterae raras após introdução vacina tríplice
bacteriana
IVAS - Laringotraqueíte Aguda (crupe)
Sintomas
• Tosse
• Congestão e obstrução nasal
• Coriza
• Febre baixa
• Raramente sibilância, crepitação e taquipneia
IVAS - Laringotraqueíte Aguda (crupe)
Diagnóstico diferencial
• Laringite espasmódica e etridulosa
• Epiglotite aguda
• Abscesso retrofaríngeo
• Laringoedema alérgico
IVAS - Epiglotite aguda
• Inflamação da mucosa da epiglote e estruturas adjacentes
• Pode levar à morte
• Principal agente etiológico: Hib
• Redução importante da incidência após após introdução vacina tríplice
bacteriana

• Sintomas
• Febre alta
• Dificuldade respiratória
• Salivação
• Ansiedade
• irritabilidade
IVAS - Epiglotite aguda
Complicações
• Abscesso retrofaríngeo
• Uvulite

Diagnóstico diferencial
• Crupe
• Abscesso retrofaríngeo
• Angioedema
• Uvulite
IVAS - Condutas
• Sintomápcos
• Febre inibe replicação viral – discupr uso de anptérmicos
com o paciente
• Lavagem nasal
• Afastar do trabalho e escola para diminuir
transmissibilidade
IVAS - Condutas
Gripe
Oseltamivir em pessoas com fatores de risco:
• Gestantes e puérperas
• < 2 anos e > 60 anos
• Indígenas
• Pneumopatias
• DCV (esceto HAS)
• Transtornos neurológicos que comprometam a função respiratória
• Imunossupressão
• Nefropatias e hepatopatias

Sempre avaliar custo-benefício no uso dessa medicação


IVAS - Condutas em menores de 2 anos
IVAS - Condutas em menores de 2 anos
IVAS - Condutas em crianças maiores
de 2 anos
IVAS - Condutas em crianças maiores
de 2 anos
IVAS - Condutas em adolescentes e adultos
IVAS - Condutas em adolescentes e adultos
Referências
ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA. Diretrizes: COVID-19 [recurso eletrônico]. 2021. Disponível em: https://amb.org.br/diretrizes-amb-covid-19/

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA. Manejo pré-hospitalar da COVID-19 (prevenção e tratamento de pacientes com sintomas leves) [recurso eletrônico]. 2021.
Disponível em: https://amb.org.br/wp-content/uploads/2021/08/DIRETRIZ-AMB-GLOBAL-COVID-PROF-E-LEVE-FINAL-20.08.2021.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. Coordenação-Geral do Programa Nacional de
Imunizações. NOTA TÉCNICA Nº 1217/2021. Apresentação do PLANO NACIONAL DE EXPANSÃO DA TESTAGEM PARA COVID-19 e orientações acerca dos dois tipos de
teste rápido de antígeno para detecção do SARS-CoV-2 distribuídos pelo Ministério da Saúde. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/coronavirus/notas-tecnicas/2021/sei_ms-0023072995-nota-tecnica_plano-de-expansao-da-testagem.pdf

______. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Manual para avaliação e manejo de condições pós-covid na Atenção Primária à Saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_avalia%C3%A7%C3%A3o_manejo_condi%C3%A7%C3%B5es_covid.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Saúde Indígena. Doença por Coronavírus (covid-19) em populações indígenas. Semana Epidemiológica (SE) 11 de 2023
(12/03/2023 a 18/03/2023). Boletim Epidemiológico, Brasília, v. 137. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/informes-
tecnicos/2023/informe-no-137-doenca-por-coronavirus-covid-19-em-populacoes-indigenas/view

______. Ministério da Saúde. Covid-19: situação epidemiológica do Brasil até a SE 18 de 2023 [recurso eletrônico]. 2023. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/informes-diarios-covid-19/covid-19-situacao-epidemiologica-do-brasil-ate-a-se-18-de-2023

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.
Referências
FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz. Módulo 1: Introdução ao novo coronavírus COVID-19: Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus. Rio de Janeiro - RJ.
2020. Disponível em: https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/coronavirus/modulo1/aula1.html

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019,
2388 p.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Documento de orientação para políticas da OMS: manejo clínico da COVID-19
[recurso eletrônico]. 2022. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/56584/OPASWBRAPHECOVID19220034_por.pdf?sequence=3&isAllowed=y

WILSON, M. E.; CHEN, L. H. Travellers give wings to novel coronavirus (2019-nCoV). Journal of travel medicine, v. 27, n. 2, 2020. https://doi.org/10.1093/jtm/taaa015.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32010938/

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Therapeutics and COVID-19: living guideline. Geneva: World Health Organization; 2023. Disponível em:
https://www.who.int/publications/i/item/WHO-2019-nCoV-therapeutics-2023.1

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Clinical management of COVID-19: living guideline. Geneva: World Health Organization, 2023. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/rest/bitstreams/1487600/retrieve
OBRIGADA
camilazamban@gmail.com
Dengue, Zika, Chikungunya e
Febre Amarela
-Arboviroses-
CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Arboviroses

• Arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus, que


incluem o vírus da dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre
amarela.
• A classificação "arbovírus" engloba todos aqueles transmitidos por
artrópodes, ou seja, insetos e aracnídeos
• Hoje a expressão tem sido mais usada para designar as doenças
transmitidas pelo Aedes aegypti, como o Zika vírus, febre
Chikungunya, dengue e febre amarela.
Arboviroses - epidemiologia
• https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/aedes-
aegypti/monitoramento-das-arboviroses
Vetor

• Fêmea do mosquito Aedes aegypS

• Vetor altamente domiciliado;


• Condições favoráveis à proliferação do vetor;
• Concentração de indivíduos susceXveis no espaço urbano.
Prevenção

• Eliminação dos criadouros de mosquito;


• Usar roupas que minimizem a exposição;
• Usar repelentes (DEET, IR3535, Icaridina);
• Inseticidas domésticos;
• Mosquiteiros (permetrina spray 0,5%);
• Instalação de telas em portas e janelas;
• Vacina para a Febre Amarela e para a Dengue (limitações).
Dengue
Introdução

O Brasil adota, desde 2002, o protocolo de condutas que valorizam a


abordagem clínico-evolutiva, baseado no reconhecimento de
elementos clínico-laboratoriais e de condições associadas, que podem
ser indicativos de gravidade, com o objetivo de orientar a conduta
terapêutica adequada a cada situação e evitar o óbito.
Introdução

• Os óbitos por dengue são absolutamente evitáveis com a adoção de medidas de


baixa densidade tecnológica;
• Sua ocorrência é um indicador de fragilidade da rede de assistência;
• Alta letalidade no Brasil – OMS recomenda menos de 1% de taxa de letalidade;
• Ocorrência de óbito por dengue – evento inesperado e em sua maioria evitável.
Mapa da Dengue no Brasil

Distribuição da taxa de incidência de dengue por município, no Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 51/2022
Dengue no Brasil -epidemiologia

• No ano de 2022 (até a SE 52), ocorreram 1.450.270 casos prováveis


de dengue - taxa de incidência de 679,9 casos por 100 mil hab.

• Redução de 6,2% de casos registrados para o mesmo período


analisado, de 2019.
Casos prováveis de dengue no Brasil,
de 2019 a 2022
Dengue – o vírus
• Vírus do Dengue (RNA) – família Flaviviridae,
do gênero Flavivírus;
• Principal arbovirose no mundo;
• 4 sorobpos: DEN1, DEN2, DEN3, DEN4;
• Acomete primatas humanos e não-humanos;
• Imunidade sorobpo - específica duradoura;
• Imunidade cruzada transitória (90 dias);
Fotografia de Purdue University.
• Infecção prévia por outro sorobpo –Fator de risco Dengue grave.
Fisiopatogenia

Picada de mosquito vetor (fêmea)

Inoculação Viral

Replicação em linfonodos regionais (por 2-3 dias)

Viremia (por 4-7 dias) / Infecção de tecidos e órgãos

Manifestações clínicas (após 1 dia de viremia assintomáSca)


Sequência no atendimento
Dengue

• Pode ser assintomática ou sintomática;


• Doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico - formas
oligossintomáticas até quadros graves, podendo evoluir para o óbito;
• Três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação;
• Reconhecimento precoce dos sinais de alarme - contínuo
acompanhamento - reestadiamento.
Caso suspeito de dengue:
• Pessoa que viva em área onde se registram casos de dengue, ou que tenha
viajado nos úlbmos 14 dias para área com ocorrência de transmissão de dengue
(ou presença de Ae. aegypb).
• Deve apresentar febre, usualmente entre dois e sete dias, e duas ou mais das
seguintes manifestações:
• Náusea, vômitos;
• Exantema;
• Mialgias, artralgia;
• Cefaleia, dor retro-orbital;
• Petéquias;
• Prova do laço positiva;
• Leucopenia.
Caso suspeito de dengue:

Toda criança proveniente de (ou


residente em) área com
transmissão de dengue, com
quadro febril agudo, usualmente
entre dois e sete dias, e sem foco
de infecção aparente.
Dengue –caso confirmado

É todo caso suspeito de dengue confirmado laboratorialmente sorologia IgM


(amostra coletada após o 66°dia pesquisa de anlgeno NS 1 teste rápido ou ELISA,
isolamento viral, RT PCR amostra coletada até o 55°dia imuno histoquímica.

No curso de uma epidemia a confirmação pode ser feita por meio de critério
clínico epidemiológico exceto nos primeiros casos da área, que deverão ter
confirmação laboratorial.
Prova do laço
A prova do laço deve ser realizada na triagem, obrigatoriamente, em todo paciente
com suspeita de dengue e que não apresente sangramento espontâneo.

• A prova deverá ser repebda no acompanhamento clínico do paciente apenas se


previamente negabva;
• Verificar a pressão arterial e calcular o valor médio pela fórmula (PAS + PAD)/2;
por exemplo, PA de 100 x 60 mmHg, então 100+60=160, 160/2=80; então, a
média de pressão arterial é de 80 mmHg;
• Insuflar o manguito até o valor médio e manter durante cinco minutos nos
adultos e três minutos em crianças.
Prova do laço
• Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço
e contar o número de petéquias formadas dentro dele; a
prova será posi=va se houver 20 ou mais petéquias em
adultos e 10 ou mais em crianças; atenção para o
surgimento de possíveis petéquias em todo o antebraço,
dorso das mãos e nos dedos;
• Se a prova do laço apresentar-se posi=va antes do tempo
preconizado para adultos e crianças, ela pode ser
interrompida;
• A prova do laço frequentemente pode ser nega=va em
pessoas obesas e durante o choque.
DiagnósIco - Anamnese
• Presença de febre, referida ou medida, incluindo o dia anterior à consulta;
• Data de início da febre e de outros sintomas;
• Presença de sinais de alarme;
• Alterações gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia, gastrite);
• Alterações do estado da consciência: irritabilidade, sonolência, letargia,
lipotimias, tontura, convulsão e vertigem;
• Diurese: frequência nas últimas 24 horas, volume e hora da última micção;
• Se existem familiares com dengue ou dengue na comunidade, ou história de
viagem recente para áreas endêmicas de dengue (14 dias antes do início dos
sintomas);
DiagnósIco - Anamnese
Condições preexistentes que sugerem risco de evolução desfavorável:

• Crianças (< 2 anos) e Idosos (> 65 anos);


• Gestantes;
• Comorbidades com potencial de descompensação clínica: obesidade, asma,
diabetes mellitus, HAS, cardiopatia (ICC), DPOC, doenças hematológicas (em
especial anemia falciforme), DRC, hepatopatia, doença cloridropeptica, doenças
autoimune, pacientes em uso de anticoagulante ou antiagregante plaquetário,
imunossupressores, anti-inflamatórios;
• Pacientes em risco social.
Diagnóstico – Exame físico geral
• Sinais vitais: temperatura, qualidade de pulso,
frequência cardíaca, pressão arterial, pressão de
pulso e frequência respiratória;
• O estado de consciência com a escala de
Glasgow;
• O estado de hidratação;
• O estado hemodinâmico: pulso e pressão
arterial, determinar a pressão arterial média,
tempo de enchimento capilar (< 2 segundos).
Diagnóstico – Exame físico geral
• Verificar a presença de derrames
pleurais, taquipneia;
• Pesquisar a presença de dor abdominal,
ascite, hepatomegalia;
• Invesbgar a presença de exantema,
petéquias;
• Buscar manifestações hemorrágicas
espontâneas ou provocadas (prova do
laço, que frequentemente é negabva em
pessoas obesas e durante o choque).
Fase febril - Sintomas
• Febre - duração de dois a sete dias, geralmente alta (39ºC a 40ºC), de início
abrupto;
• Sintomas associados: cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias e a dor retroorbitária;
• Exantema - 50% dos casos, máculo-papular. Face, tronco e membros, plantas de
pés e palmas de mãos, com ou sem prurido. Frequente no desaparecimento da
febre;
• Anorexia, náuseas e vômitos;
• A diarreia não é volumosa - fezes pastosas numa frequência de três a quatro
evacuações por dia;
• Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente com
melhora do estado geral e retorno do apetite.
DiagnósIcos diferenciais
• Síndrome febril: enteroviroses, COVID-19, influenza e outras viroses
respiratórias, hepatites virais, malária, febre tifoide, chikungunya e outras
arboviroses (zika);

• Síndrome exantemática febril: rubéola, sarampo, escarlatina, eritema infeccioso,


exantema súbito, enteroviroses, mononucleose infecciosa, parvovirose,
citomegalovirose, outras arboviroses (mayaro), farmacodermias, doença de
Kawasaki, doença de Henoch-Schonlein, chikungunya, zika etc;

• Síndrome hemorrágica febril: hantavirose, febre amarela, leptospirose, malária


grave, riquetsioses e púrpuras;
Diagnósticos diferenciais
• Síndrome dolorosa abdominal: apendicite, obstrução intesbnal, abscesso
hepábco, abdome agudo, pneumonia, infecção urinária, colecisbte aguda etc;

• Síndrome do choque: meningococcemia, sepbcemia, meningite por influenza bpo


B, febre purpúrica brasileira, síndrome do choque tóxico e choque cardiogênico
(miocardites);

• Síndrome meníngea: meningites virais, meningite bacteriana e encefalite.


Fase crítica – Sinais de alarme

• Pode estar presente em alguns pacientes, podendo evoluir para as


formas graves;
• Tem início com a defervescência da febre, entre o terceiro e o séSmo
dia do início da doença;
• Pesquisa roSneira dos sinais de alarme;
• Orientações aos pacientes para que busquem atendimento.
Sinais de alarme!
• Vômitos persistentes; • Sonolência em crianças e idosos;
• Dor abdominal intensa e conlnua; • Choque / hipotensão;
• Lipolmia/ Hipotensão postural; • Redução da diurese;
• Hepatomegalia dolorosa; • Diminuição repentina da temperatura
• Sangramento de mucosa (epistaxe; corpórea ou hipotermia;
gengivorragia); • Aumento brusco de hematócrito ou
• Hemorragias (hematêmeses; plaquetopenia;
melena); • Desconforto respiratório.
Classificação

Classificação dos
pacientes em
grupos por critérios
clínico-laboratoriais
e presença de
comorbidades para
manejo clínico.
Classificação - Estadiamento
Grupo A – Classificação: Dengue
• Caso suspeito de dengue;
• Prova do laço negativa, sem sangramentos;
• Ausência de sinais de alarme;
• Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais.

Conduta:
• Exames laboratoriais complementares a critério médico;
• Prescrever paracetamol e/ou dipirona;
• Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides;
• Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral.
Grupo A – Orientações ao paciente:
• Não se automedicar;
• Procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou
sinais/sintomas de alarme;
• Agendar o retorno para reavaliação clínica no dia de melhora da febre (possível
início da fase críbca); caso não haja defervescência, retornar no quinto dia de
doença;
• Nobficar, preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com
orientações;
• Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypb;
• Os exames específicos para confirmação não são necessários para condução
clínica. Sua realização deve ser orientada de acordo com a situação
epidemiológica.
Grupo B – Classificação: Dengue
• Caso suspeito de dengue.
• Ausência de sinais de alarme.
• Com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço
posibva).
• Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades (lactentes –
menores de 2 anos –, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos,
hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus,
doença pulmonar obstrubva crônica (DPOC), doenças hematológicas crônicas
(principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença
ácido pépbca, hepatopabas e doenças autoimunes).
Grupo B – Conduta

• Solicitar exames complementares: HEMOGRAMA! Outros exames deverão ser


solicitados de acordo com a condição clínica associada ou a critério médico;
• O paciente deve permanecer em acompanhamento e observação até o resultado
dos exames;

• Prescrever hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o


resultado dos exames;

• Prescrever paracetamol e/ou dipirona.


Grupo B – Conduta

• Paciente com hematócrito normal:


• Tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária – clínica e
laboratorial, até 48 horas após a queda da febre ou imediata, na presença de
sinais de alarme;
• Orientar o paciente para não se automedicar, permanecer em repouso e
procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou
sinais/sintomas de alarme;
• Preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com
orientações;
• Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti.
Grupo B – Conduta

• Paciente com surgimento de sinais de alarme ou aumento do hematócrito:


• Seguir conduta do grupo C.

• Reavaliação a cada 24 horas


• Nobficar o caso.
• Exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica.
Classificação - Estadiamento
Grupo C – Classificação: Dengue com sinais
de alarme
• Caso suspeito de dengue.
• Com ou sem sangramento de pele. Sem hipotensão.
• Presença de um ou mais sinais de alarme:
• Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua.
• Vômitos persistentes.
• Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico).
• Hipotensão postural e/ou lipotímia.
• Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal.
• Sangramento de mucosa.
• Letargia e/ou irritabilidade.
• Aumento progressivo do hematócrito.
Grupo C – Conduta

• Iniciar a reposição volêmica imediata, em qualquer ponto de atenção,


independente do nível de complexidade, inclusive durante eventual
transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de
exames complementares.
Grupo C – Conduta

• Exames complementares obrigatórios: Hemograma completo;


Dosagem de albumina sérica e transaminases;

• Exames de imagem: RX de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e


US de abdome, se disponível;

• Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade;


Grupo C – Conduta

• Reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese: desejável 1


ml/kg/h) após uma hora;
• Manter a hidratação de 10 ml/kg/hora, na segunda hora;
• Avaliação do hematócrito que deverá ocorrer em duas horas (após a
etapa de reposição volêmica).

• Total máximo de cada fase de expansão 20 ml/kg em duas horas.


Grupo C – Conduta
• Se não houver melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos, repetir a
fase de expansão até três vezes;
• Reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese) após uma hora, e de
hematócrito em duas horas (após conclusão de cada etapa);
• Melhora clínica e laboratorial após a(s) fase(s) de expansão – Fase de
manutenção:
• Primeira fase: 25 ml/kg em 6 horas. Se houver melhora iniciar segunda fase;
• Segunda fase: 25 ml/kg em 8 horas, sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 com
soro glicosado.
• Se não houver melhora clínica e laboratorial -> Grupo D.
Grupo C – Conduta

• Avaliação contínua pela equipe de Enfermagem;


• Na presença de qualquer sinal de agravamento ou choque a reavaliação médica
deve ser imediata;
• Exames para confirmação de dengue são obrigatórios para os pacientes do grupo
C, mas não são essenciais para conduta clínica;
• Na primeira coleta de sangue, solicitar realização destes exames;
• Prescrever paracetamol e/ou dipirona.
Grupo C – Conduta
• Nobficar o caso;
• Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e laboratorial
segue orientação conforme grupo B;
• Preencher cartão de acompanhament;
• Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypb e sobre a
importância do retorno para reavaliação clínica;
• Os pacientes do Grupo C devem permanecer em leito de internação até
estabilização e critérios de alta, por um período mínimo de 48 horas.
Classificação - Estadiamento
Grupo D – Classificação: Dengue Grave
• Caso suspeito de dengue.
• Presença de sinais de hipotensão ou choque, sangramento grave ou disfunção
grave de órgãos.
Grupo D – Conduta
• Reposição volêmica (adultos e crianças):
• 20 ml/kg em até 20 minutos - em qualquer nível de complexidade, inclusive
durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na
ausência de exames complementares.
• Oxigenioterapia
• Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas.
• Monitorização contínua – leito de UTI
• Repetir fase de expansão até três vezes – de acordo com reavaliação
clínica.
Grupo D – Conduta

• NoSficar o caso;
• Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e
laboratorial segue orientação conforme grupo B;
• Preencher cartão de acompanhamento;
• Orientar o retorno após a alta.
Dengue grave
• Extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com
desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica
como o coração, os pulmões, os rins, o }gado e o sistema nervoso central (SNC);
• O quadro clínico é semelhante ao observado no compromebmento desses órgãos
por outras causas;
• Derrame pleural e ascite podem ser clinicamente detectáveis;
• Aumento do hematócrito, quanto maior sua elevação maior será a gravidade;
• Redução dos níveis de albumina.
Síndrome do Choque da Dengue

• Volume crítico de plasma é perdido através do extravasamento;


• Geralmente ocorre entre os dias quatro ou cinco (com intervalo entre três
a sete dias) de doença;
• Geralmente precedido por sinais de alarme;
• O período de extravasamento plasmático e choque leva de 24 a 48 horas –
equipe deve estar atenta à rápida mudança das alterações
hemodinâmicas.
Fase de recuperação
• Reabsorção gradual do conteúdo extravasado com progressiva melhora clínica,
após a fase críbca;
• Complicações relacionadas à hiper-hidratação;
• Nesta fase o débito urinário se normaliza ou aumenta, podem ocorrer ainda
bradicardia e mudanças no eletrocardiograma;
• Rash cutâneo acompanhado ou não de prurido generalizado;
• Infecções bacterianas poderão ser percebidas nesta fase ou ainda no final do
curso clínico. Tais infecções em determinados pacientes podem ter um caráter
grave, contribuindo para o óbito.
Outras formas graves

• Hemorragias – pode ocorrer hemorragia massiva sem choque prolongado e este


sangramento massivo é critério de dengue grave. Pacientes com histórico de
úlcera pépbca ou gastrites, ou devido a ingestão de ácido acebl salicílico (AAS),
anb-inflamatórios não esteroides (AINES) e anbcoagulantes.

• Disfunções de órgãos – O grave compromebmento orgânico, como hepabtes,


encefalites, IRA ou miorcardites pode ocorrer sem o concomitante
extravasamento plasmábco ou choque.
Critérios Internação Hospitalar:
• Presença de sinais de alarme ou de choque, sangramento grave ou
comprometimento grave de órgão (grupos C e D);
• Recusa na ingestão de alimentos e líquidos;
• Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição
do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade;
• Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde;
• Comorbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial,
insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática etc;
• Outras situações a critério clínico.
Confirmação laboratorial

Métodos indicados:

• Sorologia (ELISA) – solicitada a partir do sexto dia do início dos sintomas.


• Detecção de antígenos virais (NS1, isolamento viral, RT-PCR e
imunohistoquímica) – solicitados até o quinto dia do início dos sintomas.

• Se positivos confirmam o caso; se negativos, uma nova amostra para


sorologia IgM deve ser realizada para confirmação ou descarte.
Responder às seguintes perguntas:
• É dengue?
• Em que fase (febril/críSca/recuperação) o paciente se encontra?
• Tem sinais de alarme?
• Qual o estado hemodinâmico e de hidratação? Está em choque?
• Tem condições preexistentes?
• O paciente requer hospitalização?
• Em qual grupo de estadiamento (grupos A, B, C ou D) o paciente se
encontra?
Importante!

• Febre de até 7 dias!


• Caracterizar o primeiro dia da doença / febre.
• Estadiamento antes da alta.
• Internação é para hidratação e monitorização dos sinais vitais.
• 10% dos pacientes evoluem para dengue grave.
Exames laboratoriais

• Hemograma – principalmente hematócrito – indica


hemoconcentração;

• Leucograma – leucopenia pode indicar outra infecção viral e


leucocitose não afasta doença;

• Plaquetopenia não é fator de risco. A queda progressiva indica que


necessita maior vigilância.
Hemograma

• Hematócrito;
• Um hematócrito no início da fase febril indica o valor basal do paciente;
• 1º ao 3º dia geralmente normal;
• Hematócrito em ascensão – marca o início da fase crítica;
• O valor é diretamente proporcional à gravidade.
Hematócrito em: Aumentado

Crianças > 38%

Mulheres > 44%

Homens > 50%

Aumento do valor habitual acima de 10%


Tratamento
• Tratamento é suporte!
• Orientações na liberação do paciente – sinais de alarme, tempo de observação,
onde procurar atendimento;
• Reavaliação na liberação;
• Reavaliação programada na APS.
• Risco de sobrecarga de líquidos – EAP;
• Risco de infecções secundárias.
Sintomáticos
• Analgésicos:
• Dipirona sódica
• Adultos: 40 gotas ou 2 comprimidos de 500mg (1g) até de 6/6horas;
• Crianças: 10 mg/kg/dose até de 6/6horas (respeitar dose máxima para peso e
idade);
• Gotas: 500 mg/ml (1ml = 20 gotas);
• Solução oral:50 mg/ml;
• Supositório pediátrico:300 mg por unidade;
• Solução injetável: 500 mg/ml;
• Comprimidos: 500 mg por unidade.
SintomáIcos

• Paracetamol
• Adultos: 40-55 gotas ou 1 comprimido (500 a 750 mg) até de 6/6 horas.
• Crianças: 10 mg/kg/dose até de 6/6 horas (respeitar dose máxima para peso
e idade):
• Gotas: 200 mg/ml (1ml = 20 gotas);
• Comprimidos: 500 e 750 mg por unidade;
• Dose máxima: não utilizer doses maiores que a recomendada acima.
Sintomáticos

• O uso destas drogas sintomáScas é recomendado para pacientes com


febre elevada ou com dor.

• Deve ser evitada a via intramuscular.


ATENÇÃO!

• Os salicilados, como o AAS, são contraindicados e não devem ser


administrados, pois podem causar ou agravar sangramentos;

• Os an[-inflamatórios não-hormonais (cetoprofeno, ibuprofeno,


diclofenaco, nimesulida e outros) e as drogas com potencial hemorrágico
não devem ser u[lizados.
Dengue na criança

• Pode ser assintomática ou apresentar-se como uma síndrome febril


clássica viral, ou com sinais e sintomas inespecíficos: adinamia, sonolência,
recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas

• O agravamento, em geral, é mais súbito do que ocorre no adulto, em que


os sinais de alarme são mais facilmente detectados.
Dengue na gestante

• Devem ser tratadas de acordo com o estadiamento clínico da dengue.


Vigilância, independente da gravidade, devendo o médico estar atento aos
riscos para mãe e concepto;

• Risco aumentado de aborto e baixo peso ao nascer;

• Gestantes com sangramento, independente do período gestacional, devem


ser questionadas quanto à presença de febre ou ao histórico de febre nos
últimos sete dias.
Resumo:

• Casos suspeitos;
• Sinais de alarme;
• Acompanhamento por estadiamento;
• Sempre reclassificar o paciente;
• Hidratação;
• 60mL/kg/24 horas – sem evidência de perda de líquido;
• 20mL/kg/hora – com evidência de perda de líquido.
Notificação

Todo caso suspeito de dengue deve ser no0ficado à


Vigilância Epidemiológica, sendo imediata a no0ficação
das formas graves da doença.
Chikungunya
Introdução

• Causada pelo Vírus Chikungunya (CHIKV);


• Sintomas semelhantes à DENGUE;
• Proximidade dos locais de reprodução do
mosquito para a habitação humana é um
fator de risco significabvo para chikungunya;
• Proporções epidêmicas.
Introdução

• O vírus é transmitido de humano para humano


pela picada de fêmeas de mosquitos infectados;
• Aedes aegypti e Aedes albopictus;
• Depois da picada de um mosquito infectado, o
início da doença ocorre geralmente entre 4 e 8
dias, mas pode variar de dois a 12 dias.
Introdução

• Descrita pela primeira vez durante um surto no sul da


Tanzânia em 1952;
• É um vírus RNA que pertence ao gênero Alphavirus da
família Togaviridae;
• O nome chikungunya deriva de uma palavra na língua
Kimakonde, que significa “tornar-se contorcido” ou do
Banto, “homem que se dobra”.
Introdução
• 1999-2000 - República Democrática do Congo, e em 2007 houve um surto no
Gabão;
• 2005 -a Índia, Indonésia, Tailândia, Maldivas e Mianmar têm relatado mais de
1,9 milhões de casos;
• 2007 - foi relatado pela primeira vez na Europa;
• Dezembro de 2013 - a França - ilha caribenha de St. Martin;
• Chikungunya autóctone das Américas:
• 06 de março de 2014, houve mais de 8.000 casos suspeitos
na região;
• Brasil – setembro de 2014 –primeiros 2 casos autóctones
(Oiapoque –AP).
Mapa da Chikungunya no Brasil

Distribuição da taxa de incidência de Chikungunya por município, no Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 51/2022
Chikungunya no Brasil - epidemiologia

• No ano de 2022 (até a SE 52), ocorreram 174.517 casos prováveis


de chikungunya - taxa de incidência de 81,8 casos por 100 mil hab.

• Aumento de 32,4% de casos registrados para o mesmo período


analisado, de 2019.
Casos prováveis de Chikungunya no Brasil,
de 2019 a 2022
Chikungunya – caso suspeito
Residente ou visitante de áreas epidêmicas até 2 semanas antes do início dos
sintomas, ou com vínculo epidemiológico com caso confirmado, apresentando:

Febre de início súbito – superior a 38,50 C


+
Artralgia ou Artrite intensa de início agudo não explicada
por outras condições
Título
• Texto

(0 a 14 dias) (14 dias a 3 meses) (Após 3 meses)

Em mais de 50% dos casos, a artralgia torna-se crônica, podendo persistir por anos.
Chikungunya – manifestações clínicas

• Parecidos com os da dengue – febre de


início agudo, dores articulares e
musculares, cefaleia, náusea, fadiga e
exantema;

• O que a difere: fortes dores nas


articulações, que podem estar
acompanhadas de edema.
Chikungunya – manifestações clínicas

• Fase aguda ou febril (0 a 14 dias):

• Febre de início súbito e surgimento de intensa poliartralgia;


• Pode acompanhar: dores nas costas, rash cutâneo, cefaleia e fadiga, com duração
média de sete dias;
• A queda de temperatura não é associada à piora dos sintomas como na dengue.
Chikungunya – manifestações clínicas
• A poliartralgia tem sido descrita em mais de 90% dos
pacientes;
• Poliarticular, bilateral e simétrica, mas pode haver
assimetria;
• Acomete grandes e pequenas articulações e abrange com
maior frequência as regiões mais distais;
• Edema, normalmente está associado à tenossinovite;
• Na fase aguda também tem sido observado dor
ligamentar;
• A mialgia quando presente é de intensidade leve a
moderada.
Chikungunya – manifestações clínicas
• Exantema macular ou maculopapular, 50% dos casos, do
segundo ao quinto dia após o início da febre, no tronco e
extremidades;
• Prurido em 25% dos pacientes, generalizado ou apenas na
região palmo-plantar;
• Dor retro-ocular, calafrios, conjuntivite sem secreção,
faringite, náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal e neurite;
• Manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes nas
crianças;
• Pode haver linfoadenomegalias cervical, retroauricular,
inguinal associadas.
DiagnósIco Diferencial com outras doenças

• Doenças febris agudas associadas a artralgia;


• Malária;
• Leptospirose;
• Febre reumática;
• Artrite séptica.
Alterações laboratoriais

As alterações laboratoriais de chikungunya, durante a fase aguda, são inespecíficas:

• Leucopenia com linfopeniamenor que 1.000 cels/mm3 é a observação mais


frequente;
• A trombocitopenia inferior a 100.000 cels/mm3é rara;
• A velocidade de hemossedimentação e a Proteína C-Reabvaencontram-se
geralmente elevadas, podendo permanecer elevadas por algumas semanas;
• Outras: elevação discreta das enzimas hepábcas, creabnina e
creabnofosfoquinase(CPK).
Chikungunya – manifestações clínicas
Fase subaguda (14 dias a 3 meses):
• Febre desaparece (porém há relatos de recorrência da febre);
• Persistência ou agravamento da artralgia, com poliartrite distal, piora da dor
articular nas regiões previamente acometidas e tenossinovite hipertrófica
subaguda em mãos;
• Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como consequência da tenossinovite
hipertrófica (sendo muito frequente nas fases subaguda e crônica);
• Edema articular de intensidade variável;
• Pode haver: astenia, recorrência do prurido generalizado e exantema
maculopapular, lesões purpúricas, vesiculares e bolhosas, doença vascular
periférica, fadiga e sintomas depressivos.
Chikungunya – manifestações clínicas

Fase crônica (após 3 meses):


• As manifestações têm comportamento flutuante;
• Pode atingir mais da metade dos pacientes;
• Fatores de risco para a cronificação são: idade acima de 45 anos,
significativamente maior no sexo feminino, desordem articular preexistente e
maior intensidade das lesões articulares na fase aguda.
Chikungunya – manifestações clínicas
• Acometimento articular persistente ou recidivante nas mesmas articulações
atingidas durante a fase aguda;
• Dor com ou sem edema, limitação de movimento, deformidade e ausência de
eritema;
• Poliarticular e simétrico, mas pode ser assimétrico e monoarticular;
• Outros sintomas: fadiga, cefaleia, prurido, alopecia, exantema, bursite,
tenossinovite, disestesias, parestesias, dor neuropática, fenômeno de Raynaud,
alterações cerebelares, distúrbios do sono, alterações da memória, déficit de
atenção, alterações do humor, turvação visual e depressão;
• Alguns trabalhos descrevem que esta fase pode durar até três anos, outros fazem
menção a seis anos de duração.
Escala Visual da Dor
Tratamento
A dor aguda tratada de forma inadequada é uma das principais
causas de sua cronificação, causando outros sintomas como a
depressão, a fadiga e os distúrbios do sono.
Tratamento
Tratamento - fases subaguda e crônica:
• A medicação padrão para uso oral é a prednisona, para pacientes com dor
moderada a intensa, 0,5 mg/kg de peso/dia, em dose única pela manhã. Manter
até resolução do quadro de dor articular por completo;
• Em caso de remissão completa da dor, manter a dose por mais três a cinco dias;
• Caso não haja recidiva do quadro, iniciar desmame, com retirada de 5 mg a cada
7 dias;
• Para o tratamento da fase crônica da doença, pode ser iniciado a
hidroxicloroquina na dose de 6 mg/kg/dia (dose máxima 600 mg/dia) via oral
(VO), por um período de seis semanas;
• Pode-se usar outros medicamentos para dor crônica.
Tratamento não farmacológico

Fases aguda, subaguda e crônica:

• Compressas frias como medida analgésica nas articulações acometidas de 4 em 4


horas por 20 minutos;
• Fisioterapia;
• Apoio psicológico.
Atestado Médico

• Atestado médico: mínimo 10 dias;


• Orientar analgesia e repouso;
• Existem evidências de que o repouso é fator protetor para evitar
evolução para fase subaguda.
Gestantes

• Não relacionada a efeito teratogênico;


• 49% de risco de transmissão vertical no intraparto;
• Não é transmitido por aleitamento materno.
NoIficação

Notificação compulsória:
Todo caso suspeito de Chikungunya deve ser notificado.
Prevenção e Controle

● Controle do Vetor;
● Proteção cutânea –uso de repelentes, mangas compridas e calças
compridas, telas;
● Viajantes para áreas de risco.
Zika
Introdução
• Vírus Zika(ZIKV);
• ZIKV isolado pela primeira vez a partir de um macaco Rhesusem 1947, na floresta
Zikade Uganda;
• A primeira infecção humana foi relatada na Nigéria em 1954;
• A febre do Zika é considerada doença emergente desde 2007, mas poucos casos
tinham sido relatados desde então;
• A partir de outubro de 2013, ocorreu uma grande epidemia de ZIKV na Polinésia
Francesa e os primeiros casos autóctones na Nova Caledônia, em 2014.
Introdução

• 2014 -A circulação do vírus Zika foi detectada no conbnente Americano, no Chile,


confirmaram o primeiro caso de transmissão indígena do vírus na Ilha de Easter;

• 2015 –Os casos de infecção pelo vírus Zikaforam confirmados no México,


Paraguai, Guatemala, El Salvador, Colômbia, Panamá, Honduras, Ilha de Sanbago,
Cabo Verde e na Venezuela.

• 2015 – Primeiros casos Brasil, em meados de abril de 2015, na cidade de


Camaçari, na Bahia.
Mapa da Zika no Brasil

Distribuição da taxa de incidência de Zika por município, no Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 51/2022
Zika no Brasil - epidemiologia

• No ano de 2022 (até a SE 48), ocorreram 9.204 casos prováveis de


chikungunya - taxa de incidência de 4,3 casos por 100 mil hab.

• Redução de 8,7% de casos registrados para o mesmo período


analisado, de 2019.
Casos prováveis de Zika no Brasil,
de 2019 a 2022
Casos prováveis de Zika em gestantes no Brasil,
em 2022
Zika Vírus x microcefalia

Divulgação no
site do
Ministério da
Saúde.
Brasil, 2016.
ZIKA – caso suspeito

Pacientes com exantema maculopapular


pruriginoso associado a dois ou mais dos
seguintes sinais e sintomas:

• Febre;
• Hiperemia conjuntival sem secreção ou prurido;
• Poliartralgia;
• Edema periarticular.
Transmissão

• Picada da fêmea infectada do mosquito Aedes sp.


• O vírus Zika pode ser encontrado em fluidos biológicos:
• Leite materno;
• Urina;
• Sêmen;
• Saliva;
• Sangue (transmissão por transfusão).
• Até o momento, nenhum estudo conseguiu demonstrar que o vírus é capaz de se
replicar no leite materno, o que sugere que há partículas do vírus no leite, mas
não vírus viável para contaminação.
ZIKA – Apresentação Clínica e Manejo

• Os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 - 7 dias;


• Evolução benigna;
• Tratamento: sintomá[cos.
População de risco

• Gestantes nos primeiros três meses de gravidez (primeiro trimestre), que é


o momento em que o feto está sendo formado. O risco parece exis[r
também, porém em menor grau, quando a virose é adquirida no 2º
trimestre de gestação.

• A par[r do 3º trimestre, o risco de microcefalia é baixo, pois o feto já está


completamente formado.
Zika na gestação

• Orientar medidas de proteção contra o mosquito e controle vetorial: uso


de repelentes, proteger partes expostas do corpo, usar barreiras físicas
para o mosquito, evitar horários e lugares com presença de mosquito.

Toda gestante deve procurar o atendimento médico em caso de rash


cutâneo/exantema.
NoIficação

Notificação compulsória:

Todo caso suspeito de Zika deve ser notificado.


Zika na gestação: conduta
Gestante com doença exantemábca aguda, excluídos outros diagnósbcos:

• Nobficação imediata (máximo 24 horas) de todos os casos suspeitos de Zika em


gestante: Secretaria Municipal de Saúde ou Secretaria Estadual de Saúde;
• Coleta imediata de amostras de sangue e urina para invesbgação;
• Sintomábcos e orientações.

• O diagnósFco de Zika não altera a classificação de risco da gestação!


• Porém a gestante deve ser encaminhada para acompanhamento em centro de
referência.
ZIKA –investigação laboratorial no Brasil
Isolamento viral ou detecção de RNA viral ZIKAV (PT-PCR):
• Coletar amostra de sangue até o 5º dia de início dos sintomas.
Algoritmo conduta em casos suspeitos e tipos
de exames solicitados
Febre Amarela
Epidemiologia
• Durante o período de 2022/2023
(até a SE 50) foram nobficados 686
eventos envolvendo primatas não-
humanos (macacos) mortos e/ou
doentes suspeitos de Febre Amarela
(FA);
• Desse total, apenas duas (0,3%)
foram confirmados por critério
laboratorial;
• No mesmo período, foram
nobficados 158 casos humanos
suspeitos e nenhum foi confirmado.
Distribuição geográfica das
epizootias em primatas não
humanos suspeitas de febre
amarela notificadas à
SVS/MS entre 2016 e 2017.
Formas

• Febre amarela urbana (FAU);


• Febre amarela silvestre (FAS);
• Diferenciadas pela localização geográfica, espécie vetorial e Spo de
hospedeiro.
Agente etiológico

• Vírus amarílico;
• Arbovírus;
• Gênero Flavivíruse;
• Família Flaviviridae;
• RNA vírus.
Vetores, reservatórios e hospedeiros

• FAS: Principal vetor e reservatório: mosquito Haemagogus


janthinomys
• Hospedeiro natural: macaco (primatas);
• Homem não vacinado: pode entrar no ciclo.

• FAU: Mosquito Aedes aegypti é o principal vetor e reservatório.


• Homem: único hospedeiro.
Modo de transmissão
• FAS: macaco infectado mosquito silvestre macaco sadio homem;
• FAU: homem infectado mosquito Aedesaegypti homem sadio.
Período de incubação

• Entre 3 a 6 dias após a picada do mosquito fêmea infectado.


Período de transmissibilidade

• 24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas até 3 a 5 dias após


(período de viremia);

• No mosquito Aedes aegypti o período de incubação é de 9 a 12 dias e


então se mantém infectado por toda a vida.
Definição de caso humano suspeito

• Indivíduo com quadro febril agudo (até sete dias), de início súbito,
acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente em
(ou procedente de) área de risco para febre amarela ou de locais com
ocorrência de epizootia confirmada em primatas não humanos (PNH) ou
isolamento de vírus em mosquitos vetores, nos últimos 15 dias, não
vacinado contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado.
Introdução

• Doença febril aguda;


• Duração máxima de 12 dias;
• Quadro clínico de gravidade variável: de formas leves até fatais;
• Evolução bifásica (infecção e intoxicação).
Quadro clínico
• Início abrupto;
Quadro com duração de
• Febre alta e pulso lento (S. de Faget);
cerca de três dias, após,
• Calafrios; observa-se remissão da
• Cefaleia intensa; febre e melhora da
sintomatologia que pode
• Mialgias; durar de horas até dois dias.
• Prostração;
• Náuseas e vômitos.
Quadro clínico

Pode evoluir para a cura ou para a forma grave (período de intoxicação):

• Aumento da febre;
• Diarreia;
• Reaparecimento de vômitos (aspecto de borra de café);
• Insuficiência hepá[ca e renal com suas consequências: sangramentos,
oligúria, azotemia, etc.
• Confusão mental coma.
Diagnóstico

• Clínico, epidemiológico e laboratorial;


• Laboratorial: Isolamento do vírus (sangue ou zgado),
imunoflorescência ou sorologia;
• Alterações de enzimas hepáScas e provas de função renal.
Manifestações clínica e laboratoriais da FA
Abordagem inicial –caso suspeito

• Queixa atual e duração, para idenSficar caso suspeito;


• Para idenSficar sinais de gravidade quesSonar especificamente sobre
a presença de hemorragias, caracterísScas da diurese (volume e
cor),presença e frequência de vômitos;
• História pregressa, incluindo histórico vacinal para febre amarela e
dados epidemiológicos que possam indicar a necessidade de
invesSgar diagnósScos diferenciais.
Abordagem inicial –caso suspeito

• Avaliação de estado geral;


• Aferição de pressão arterial (PA), frequência cardíaca, frequência
respiratória, temperatura e peso;
• Exame físico completo com especial atenção para presença de icterícia,
grau de hidratação, perfusão periférica, características da pulsação, sinais
de hemorragias, avaliação do nível de consciência.
Abordagem inicial –caso suspeito

• Realização de exames laboratoriais inespecíficos:

• Hemograma, transaminases (TGO e TGP), bilirrubinas, ureia e creatinina,


provas de coagulação, proteína urinária.

• Coleta de amostras para exames específicos e envio para


laboratórios de referência.
Tratamento

• Não há tratamento específico.


• Medidas de suporte:
• Sintomáticos;
• Reposição de líquidos;
• Repouso.
Condutas
• A conduta após a avaliação inicial depende dos achados clínicos e
laboratoriais.
• O acompanhamento ambulatorial pode ser feito para pacientes nas
seguintes condições:

• Formas clínicas leves ou moderadas;


• Paciente em regular estado geral, hidratado ou com desidratação leve, sem
vômitos, sem história ou sinais de hemorragias, com nível de consciência
normal.
Condutas
• Exames laboratoriais normais ou com alterações discretas no hemograma
(leucopenia, plaquetopenia acima de 150.000, hemoconcentração <10% do valor
de referência), transaminases menores que duas vezes o limite superior da
normalidade e bilirrubina menos que 1,5 vezes o limite superior da normalidade,
sem proteinúris, provas de coagulação normais;

• Possibilidade de voltar rapidamente ao serviço de saúde se houver piora do


quadro;

• Presença de pessoas no domicílio que possam observar sinais de piora


rapidamente.
Condutas –manejo ambulatorial
Condutas –manejo ambulatorial
Diagnóstico diferencial

• Formas leves e moderadas se confundem com outras viroses:


importante o vínculo epidemiológico;

• Formas graves: hepaStes fulminantes, leptospirose, malária, dengue


hemorrágica e sepse.
Vigilância epidemiológica

• Notificação:

Doença de Notificação Compulsória


Medidas de prevenção e controle da infecção

A vacinação é a principal medida de controle da febre amarela, e


durante a ocorrência de um surto da doença, recomenda-se a
vacinação das pessoas não vacinadas que residem ou vão se deslocar
para a área de risco.
Esquema vacinal para febre amarela
Controle de vetores

O controle vetorial pode ser dividido principalmente em:

• Controle Biológico;
• Mecânico ou Ambiental;
• Químico.
Controle do vetor
Referências bibliográficas
AMRIGS - ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL. Aula Virtual | Arboviroses na Atenção Primária à Saúde. Youtube, 8 abr. 2022. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=dANvxNm1gkI&t=3278s

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rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 444 p. il. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão. Dengue : diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança. - 4. ed. - Brasília
: Ministério da Saúde, 2013. 80 p. : il. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_diagnostico_manejo_clinico_adulto.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Febre de chikungunya: manejo clínico.
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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia [recurso eletrônico]. Brasília:
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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Monitoramento dos casos de arboviroses urbanas causados por vírus transmitidos pelo mosquito
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Referências bibliográficas
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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde. Dengue: Casos Clínicos para
Atualização do Manejo. Brasília: UNA-SUS, 2023. Disponível em: https://www.unasus.gov.br/cursos/curso/45291

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Atualização epidemiológica: Arbovírus no contexto da COVID-19. 2 de julho de
2021, Brasília, D.F. OPAS/OMS, 2021. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/54526/EpiUpdate2July2021_por.pdf?sequence=1&isAllowed=y

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guías de atención para enfermos de dengue en la región de las Américas. La Paz:
OPS/ OMS, 2010 54 p. Disponível em: https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2012/Guias-atencion-enfermos-Americas-2010-esp.pdf

TELESSAÚDE ES. Webconferência Manejo Clínico da Dengue Telessaúde ES 18/12/2012. Youtube, 21 ago. 2014. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=VRawjAhxzXw

TELESSAÚDE MS. Web Aula: Atualização e Manejo Clínico da Dengue. Youtube, 27 mar. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5FkfbWh2yAU

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Como investigar casos
suspeitos de arboviroses (Dengue, Zika e Chikungunya)?. Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS; Maio 2021. Disponível em:
https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/como-fazer-abordagem-inicial-na-aps-de-casos-suspeitos-de-arboviroses-dengue-zika-e-chikungunya/

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Quando suspeitar de dengue
e como realizar a investigação diagnóstica?. Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS; abr. 2022. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/quando-
suspeitar-de-dengue-e-como-realizar-a-investigacao-diagnostica/
OBRIGADA
camilazamban@gmail.com
Abordagens de Condições
Prevalentes na APS
CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC)

Definição: Infecção do parênquima pulmonar que acomete pacientes fora do


ambiente hospitalar ou até as primeiras 48 horas da sua admissão.

Epidemiologia:
• Embora o número absoluto de mortes no Brasil tenha crescido devido ao
aumento da população e ao seu envelhecimento, quando a taxa de mortalidade
por PAC é padronizada por idade, observa-se uma queda de 25,5% no período
compreendido entre 1990 e 2015;
• PAC é a 2a maior causa de internação hospitalar no Brasil;
• PAC é a 1a causa de morte por doença respiratória.
Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC)

A melhora da situação socioeconômica, o maior acesso a cuidados de


saúde, a disponibilidade nacional de antibióticos e as políticas de
vacinação explicam em parte a redução das taxas de mortalidade em
nosso meio.
PAC - Etiologia
● Streptococcus pneumoniae é o agente mais frequente em todas
as formas de apresentação e de gravidade.

• Infecções virais (influenza AH1N1) podem ser causa primária de


pneumonia, assim como servir de porta de entrada para bactérias
colonizadoras das vias aéreas superiores.

• Tuberculose deve sempre ser considerada nos indivíduos com


quadro arrastado e resposta pouco significativa aos antibióticos.
PAC - Diagnóstico
Não existem sinais e sintomas patognomônicos de pneumonia.

Quadro clássico tem maior probabilidade de acerto diagnóstico:


Início agudo Febre alta Episódios de calafrio intenso

tosse Dor pleurítica Sinais de consolidação ao exame do tórax

Sinais vitais normais tornam o diagnóstico de pneumonia improvável.


PAC - Diagnóstico
Pode ser definida como:

• Sintomas de doença aguda do trato respiratório inferior: tosse e um ou


mais dos seguintes sintomas (expectoração, dispneia ou dor torácica);
• Achados focais no exame físico do tórax;
• Pelo menos um achado sistêmico (confusão, cefaleia, sudorese,
calafrios, mialgias ou T ≥37,8°C);
• Infiltrado radiológico não presente previamente (se RX disponível);
• Exclusão de outras condições que resultam em achados clínicos e/ou
radiológicos semelhantes.
PAC - Diagnóstico
RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
Ex: Opacidade em lobo médio.
A radiografia permite confirmar o
diagnóstico, indicar gravidade e contribuir
para o diagnóstico etiológico presuntivo.
Algumas características radiográficas das
PAC:

Alterações morfológicas básicas de consolidação,


focos consolidativos broncopneumônicos e derrame pleural.
focos consolidativos broncopneumônicos e derrame pleural.
PAC - Diagnóstico
Exames Laboratoriais

• Geralmente não são necessários;


• Podem auxiliar na definição do local de tratamento:
Ambulatorial versus Internação hospitalar
• Hemograma/Plaquetas;
• Função renal (pouco valor no diagnóstico);
• Função hepática(pouco valor no diagnóstico);
• Candidatos à internação
• Eletrólitos(pouco valor no diagnóstico); • Comorbidades
• > 65 anos
• Glicemia(pouco valor no diagnóstico).
PAC - Estratificação de risco
Avaliação da gravidade da pneumonia
ACRÔNIMO DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO
C Confusão mental 1
nova – teste
minimental <8
U Ureia > 50mg/dL 1
R Frequência 1
respiratória
>30irpm
B PA sistólica 1
<90mmHg ou PA
diastólica <
60mmHg
65 Idade > 60 anos 1

Limitação do CURB-65 e CRB-65: não inclusão das doenças associadas na estratificação


do risco de óbito: alcoolismo, insuficiência cardíaca e hepática, neoplasia, entre outras.
PAC - Tratamento

• Atualmente, a terapia empírica com antibiótico é recomendada com cobertura


para os microorganismos mais prováveis;

• Deve-se levar sempre em consideração o padrão e a frequência da resistência


local, assim como os fatores de risco específicos do paciente;

• O tratamento precoce diminui a mortalidade e o tempo de permanência no


hospital;

• A estabilidade clínica é alcançada mais rapidamente em pacientes graves


quando inicia-se precocemente a antibioticoterapia.
PAC - Tratamento
Antibiótico Esquema
BETALACTÂMICOS

Amoxicilina 500mg, VO, de 8/8 horas; ou 875mg, VO, de 12/12 horas

Amoxicilina + ácido clavulânico 500mg, VO, de 8/8 horas; ou 875mg, VO, de 12/12 horas

Cefuroxima 500mg, VO, de 12/12 horas

Ceftriaxone 1g, IV, de 12/12 horas

MACROLÍDEOS

Azitromicina 500mg, VO, de 24/24 horas

Claritromicina 500mg, VO ou IV, de 12/12 horas

FLUOROQUINOLONA

Levofloxaxino 500 - 750mg, VO ou IV, de 24/24 horas


PAC - Tratamento
Antibiótico terapia Empírica Inicial:

Pacientes Adultos com Pneumonia Adquirida na Comunidade


Hospitalização
Tratamento (CURB-65 maior
ambulatorial ou igual a 2 OU
sinais de instabilidade clínica)

Saudáveis e que não Com morbidades associadas Sem indicação de CTI


CURB-65 maior ou igual
usaram ATB nos últimos 3 OU contraindicações OU
a 3, sepse, intubação
meses aos macrolídeos CURB-65 = 2

1) Fluoroquinolona 1) Fluoroquinolona Beta-lactâmico+


Macrolídeo respiratória Respiratória Fluoroquinolona /
OU 2) Beta-lactâmico + OU 2) Beta-lactâmico macrolídeo
macrolídeo + macrolídeo
PAC - Idosos
Considerações Específicas

• A idade é um dos fatores de maior


risco para Pneumonia;

• PACé maior causa de


mortalidade em idosos;
• A incidência da PAC aumenta com a
idade.
PAC - Idosos
Manifestações Clínicas
Sutil, atípica: falta dos sintomas clássicos como febre (ausente em 60% dos casos),
tosse, escarro purulento ou dor torácica;

• A taquipnéia é o sinal mais indicativo de pneumonia no idoso;


• Alteração do estado mental, declínio súbito da funcionalidade, descompensação de
doenças estabelecidas: podem ser os únicos sintomas nos idosos - considerar esses
sintomas para evitar atraso no diagnóstico e início do tratamento;
• Alta incidência de Delirium como forma de apresentação da pneumonia (15 – 50% dos
casos);
• Idosos desidratados: sem crepitações à ausculta respiratória.
PAC - Idosos
Prevenção
• A vacinação e a atuação para modificar os fatores de risco são medidas
importantes para diminuir a morbimortalidade por PAC.
- Vacina antipneumocócica (o real benefício precisa ser melhor estudado);
- Vacina anti-influenza (benefício bem definido).

Recomendação do Ministério da Saúde:


Vacinação
anti-influenza em todos adultos acima de 60 anos
antipneumocócica nos idosos acamados ou com doenças crônicas.
PAC - Infância e Adolescência
Considerações Específicas
É uma das complicações de infecções das vias aéreas superiores em crianças.

• Otite média;
• Exacerbação de asma;
• Sinusites;
• Pneumonias.
PAC - Infância e Adolescência
Etiologia
PAC - Infância e Adolescência
• A realização de radiografia de tórax para confirmação do diagnóshco não é
rohneiramente necessária em crianças com quadro leve de pneumonia, sem
complicações e que serão tratadas ambulatorialmente;
• Reservar o exame para pneumonias graves, para avaliação de
complicações e para diagnóshco diferencial.

18
PAC - Infância e Adolescência

19
Principais indicações de internação hospitalar de crianças com PAC
Tratamento PAC
Antibióticoterapia de escolha
QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO TEMPO

Pneumonia sem tiragem subcostal amoxicilina oral: 50 mg/kg/dia duas ou 7 dias


três vezes ao dia

Pneumonia grave ampicilina parenteral 50mg/kg/dose, de 6


em 6 horas
ou penicilina cristalina 150 000U/Kg/ dia
a cada 6 horas. 10 -14 dias
Gentamicina 7,5 mg/kg/ dia, a intervalos
de 12 horas, deve ser associada em
menores de dois meses.

2a opção de tratamento amoxicilina com inibidores de beta-


lactamase, como o clavulanato ou o 10 -14 dias
sulbactam ou a cefuroxima

Pneumonia atípica recomenda-se azitromicina 10mg/kg/dia dose única; 5 dias

ou claritromicina 7,5 mg/kg/dose, 12 em 10 dias


12 horas.
PAC - Considerações
• Diante do diagnóshco de pneumonia, sobretudo em crianças, a equipe de saúde
deve administrar a primeira dose de anhbióhco na própria UBS,
independentemente do horário em que o paciente eshver sendo assishdo;
• No caso de anhbióhcos que necessitem de diluição, o diluente deve ser água
potável (própria para consumo humano);
• PAC com tratamento ambulatorial devem ser reavaliados a cada dois dias do
início do tratamento anhbióhco;
• Deve-se orientar o paciente ou seu responsável que, caso haja piora do
quadro, procurar o pronto-socorro mais próximo de sua casa.
Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC)

Prevenção da PAC na criança:

• Vacinação anti-pneumococos e influenza


está no calendário básico;
• Evitar o tabagismo passivo;
• Manter aleitamento materno;
• Medidas de controle da exposição à
poluição atmosférica.

29
Quadros Dolorosos na Aps
DOR

● A Dor é a principal razão para que os pacientes procurem seus médicos;


● É um sinal de alarme e pode significar que algum dano ou lesão está
ocorrendo;

● A dor articular é um sintoma muito comum na APS – um em cada sete


atendimentos
● Os distúrbios musculoesqueléticos são a principal causa de incapacidade
entre os trabalhadores
DOR

● 70% dos pacientes que procuram o médico;


● Causa de falta a pelo menos um dia de atividade ao ano em 40% dos indivíduos;
● Ainda é vista como sintoma esperado e relativamente insignificante;
● No Brasil ainda não é adequadamente avaliada e documentada;
● Considerada o Quinto sinal vital.
Entendendo a Dor…

“Experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou


relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos.
A dor é sempre subjetiva, e cada indivíduo aprende e utiliza este termo
a partir de suas experiências anteriores"
Entendendo a Dor…

● A dor é sempre uma experiência pessoal;


• Dor e nocicepção são fenômenos diferentes;
• Através das suas experiências de vida, as pessoas aprendem o conceito de dor;
• O relato de uma pessoa sobre uma experiência de dor deve ser respeitado;
• Embora a dor geralmente cumpra um papel adaptahvo, ela pode ter efeitos
adversos na função e no bem-estar social e psicológico.
O papel do médico na abordagem da dor
Abordagem Centrada na pessoa:

● Estímulo ao auto-cuidado;
• Esclarecer a etiologia;
• Manejo do cuidado;
• Proteger contra o uso excessivo de
medicação (cronificação da dor);
● Demanda oculta;
• Resiliência;
• Trabalhar a preocupação com o que pode
vir.
Dor - Percepção da pessoa
Dor - Percepção da pessoa
Classificação

Tempo do sintoma: Aguda X Crônica

Mecanismos da dor:
● Dor nociceptiva;
● Dor neuropática;
● Dor disfuncionais;
● Dor psicogênica;
● Dor mista.
Mecanismos da dor aguda
Resposta fisiológica
● Até 3 a 6 meses;

● Sinal de alerta;

● Mecanismo de sobrevivência;

• Relacionada a lesão tecidual.


Mecanismos da dor crônica

● Entidade nosológica;

● Dor persistente para além do tempo de cura normal do tecido, acima de 3 a 6


meses;

● Pode não apresentar nexo causal;

● Neuroplasticidade.
Tratamento

● Deve ser centrado na pessoa e no diagnóshco;


● Preferencialmente iniciar medidas não-farmacológicas, as quais devem ser
manhdas mesmo em uso de medidas farmacológicas;
● O tratamento farmacológico deve ser escolhido conforme:

● Intensidade da dor;
● Indicação clínica;
● Contraindicações e interações com outros tratamentos.
Tratamento não farmacológico
Orientações

1.Exercícios de percepção e fisioterapia Prá\cas integra\vas e


convencional; complementares
2.Exercícios de fortalecimento, manipulação 1.Acupuntura;
e fisioterapia convencional; 2.Massoterapia;
3.Exercícios de fortalecimento e resistência;
3.Musicoterapia;
4.Exercícios supervisionados e domiciliares;
4. Mindfulness.
5.Ergonomia;
6.Educação em Saúde.
Escala Visual Analógica
Escada Analgésica da OMS
Tratamento farmacológico - Princípios

● Intervalo correto de horário;


● Doses individualizadas;
● Combinar analgésicos com diferentes mecanismos de ação;
● Não utilizar analgésicos com mesmo mecanismo de ação;
● Prever e tratar os efeitos colaterais.
Tratamento farmacológico
Tratamento farmacológico -
Medicamentos tópicos

São efeIvos e seguros quando uIlizados para dores musculoesqueléIcas


agudas e crônicas por curto período (até 2 semanas), em casos leves e
moderados.

Ex: Diclofenaco gel, creme de capsaicina.

Faltam evidências para tratamentos prolongados.


Tratamento farmacológico -
Analgésicos não-opióides

PARACETAMOL DIPIRONA
● Boa Eficácia e tolerabilidade;
● Boa Eficácia e tolerabilidade;
● Compatível com AINH;
● Dose-dependente; ● Eventos raros de aplasia de
● Precaução na Insuficiência medula;
Hepática;
● Dose máxima de 4 g/dia; ● Riscos semelhantes aos demais
● Tolerado por pacientes com analgésicos.
antecedentes de gastrite e úlcera.
Tratamento farmacológico -
An;-inflamatórios não esteroidais (AINE)

● Primeira escolha para sinais flogísticos;


● Não há diferença de potência entre os AINE’s;
● Contra-indicados em pacientes com dispepsia: COX-2/gastroprotetores não
diminuem riscos hemorrágicos e H. Pylori aumenta os riscos;
● Contra-indicados em: cirróticos, ICC, alto risco cardiovascular, insuficiência
renal e renal-transplantados.
Tratamento farmacológico -
An;-inflamatórios não esteroidais (AINE)

● Uso prolongado aumenta risco cardiovascular (Risco Cumulativo)!!!!


● Diminui efeito antiagregante do AAS;
● Podem retardar recuperações teciduais em estiramentos;
● Interações mais comuns: aumenta o efeito da insulina, levotiroxina,
anticoagulantes orais e digoxina; diminui ação hipotensora dos
betabloqueadores.
Tratamento farmacológico

● Relaxantes musculares: redução da dor e melhora da mobilidade (ex:


ciclobenzaprina 5 e 10mg);

● Glicocorticóides injetáveis ou orais por curto período (até 2 semanas),


ex: até 30mg/dia de prednisona.
Tratamento farmacológico - Opióides

● Codeína, Tramadol – Opióides Fracos;


● Metadona, Morfina – Opióides Fortes;
● "Opiofobia";
● Segurança comprovada;
● São importantes no arsenal medicamentoso;
● Atenção para os efeitos colaterais;
● Uso prolongado para dor crônica não neoplásica apresentou efeitos colaterais
menores (náuseas e cefaleia), mas efeitos colaterais graves, como adição
iatrogênica, foram raros.
Tratamento farmacológico - Psicofármacos
● Tricíclicos: Amitriptilina: 25 – 75 mg/dia; Nortriptilina 10- 25 mg/dia;
● Úteis nos casos de dor crônica, o efeito analgésico é independente do efeito
antidepressivo;
● ISRS: Fluoxetina 20 mg/dia; Sertralina 50 mg/dia;
● Potencialmente úteis na fibromialgia em associação ou outros fármacos
adjuvantes;
● Inibidores da captação da noradrenalina e serotonina: Duloxetina: 60mg/dia,
Venlafaxina 75 – 225 mg/dia.
● Boa eficácia para dor com componente neuropático.
Tratamento farmacológico - Psicofármacos
● Os anticonvulsivantes tem papel protagonista no tratamento da dor neuropática;
● Carbamazepina: a dose deve ser titulada, iniciando-se com 100mg de 12/12h e,
dependendo da resposta e da tolerância, aumentar a cada 3 dias, com doses
terapêuticas situadas entre 400 e 1.200mg/dia;
● Principal indicação: neuralgia do trigêmeo, mas também indicada nas dores
paroxísticas, em choque ou parestesias;
● Gabapentina: dose titulada a partir de 900 mg/dia, divididos em 3 tomadas com
doses eficientes entro 1.800 e 3.600 mg/dia;
● Dores neuropáticas, bom resultado em neuralgia pós-herpética, neuropatia
diabética dolorosa, traumatismos medulares, dor central pós-AVE, dor do membro
fantasma.
Cuidado com a interação medicamentosa!
Educação em dor

● A educação, o conhecimento e o entendimento reduzem a ameaça associada à


dor;
● A ameaça reduzida tem um efeito positivo sobre todos os estímulos e sobre os
sistemas de resposta;
● Escolas de coluna;
● Treinamento em grupo para a educação do medo;
● Educação breve – orientações no próprio ambiente clínico.
Quadros dolorosos
frequentes na APS
Cefaleia
Cefaleia
• A cefaleia é um dos sintomas mais frequentes atendidos pelas equipes da
atenção primária - é uma das 12 queixas mais comuns nos serviços de
atenção primária;
• Prevalência na vida de 66%;
• É mais prevalente em mulheres e apresenta grande impacto no trabalho e
nas atividades rotineiras, causando grande comprometimento da qualidade
de vida;
• Menos de 1% dos casos a cefaleia está associada a doenças intracranianas
graves como tumores ou infecções cerebrais.
Cefaleia - Avaliação Clínica
Anamnese:
• Avaliar o tempo da cefaleia
• Características e localização da dor
• Sintomas associados
• Fatores associados - desencadeantes, agravantes e de melhora
• Episódios prévios
• História familiar
• Situação de saúde do paciente

Exame físico: sinais vitais, inspeção e palpação cervical e do crânio,


ausculta, oroscopia e otoscopia, exame neurológico sumário e exame do
estado mental sumário.
Cefaleia - Avaliação Clínica
Cefaleia -
Avaliação Clínica

Sinais e sintomas de alarme,


diagnósticos diferenciais e exames
complementares.
Cefaleia - Classificação

Primárias (mais frequentes)

• Cefaleia do tipo tensional (mais frequente dentre as primárias);

• Migrânea (ou enxaqueca).


Cefaleia - Classificação
Secundárias

• Cefaleia atribuída a trauma de crânio e/ou cervical;


• Cefaleia atribuída a distúrbio vascular craniano ou cervical;
• Cefaleia atribuída a distúrbio intracraniano não vascular, como LEIC;
• Cefaleia atribuída a uma substância ou à sua rehrada;
• Cefaleia atribuída a infecção;
• Cefaleia atribuída à alteração da homeostase;
• Cefaleia ou dor facial atribuída à alteração de crânio, pescoço, olhos, ouvidos,
nariz, seios da face, dentes, boca ou outras estruturas faciais ou cranianas
• Cefaleia atribuída a distúrbio psiquiátrico.
Cefaleia tensional

Dentre as cefaleias primárias, a do tipo tensional é a mais frequente. Sua


prevalência na população geral varia de 30% a 78%. Embora tenha
impacto socioeconômico importante, é a cefaleia primária menos
estudada, e sua fisiopatologia é incerta.
Cefaleia tensional - Características
• Dor de qualidade não pulsátil, em aperto ou pressão, geralmente
bilateral, de intensidade leve a moderada e que não piora com atividade
física rotineira;
• Pode ser descrita como dor em faixa em torno da cabeça ou ainda irradiar
para a região cervical;
• Pode durar minutos, horas ou permanecer constante durante dias;
• A presença de sintomas associados à dor, tais como fotofobia, náuseas e
vômitos, é rara;
• Não é associada a sintomas premonitórios ou aura.
Cefaleia tensional - Critérios DiagnósRcos
Critérios diagnósticos - Cefaleia Critérios diagnósticos - Cefaleia
tensional episódica infrequente tensional episódica frequente
Cefaleia tensional - Critérios Diagnósticos
Critérios diagnóshcos - Cefaleia tensional crônica
Cefaleia tensional - avaliação clínica

• Exames complementares: não há justificativa para realização de exames


complementares quando feito o diagnóstico de cefaleia primária e exame
neurológico normal;
• Exames de imagem devem ser solicitados quando suspeita de lesões
centrais ou causas secundárias para cefaleia.

• Diário de dor - útil para diferenciar mais de um tipo de dor associada e


orientar os tratamentos.
Cefaleia tensional - tratamento
• Tratamento aborhvo farmacológico: AINEs ou analgésicos comuns; Não há
evidências que indiquem o uso de relaxantes musculares.

• Tratamento profiláhco: anhdepressivos tricíclicos (amitriphlina, 10 a 25mg à


noite), segundas opções:mirtazapina, venlafaxina.

• Medidas não farmacológicas: eliminação de fatores desencadeantes,


manejo do estresse, higiene do sono, cessação do tabagismo, mindfulness,
intervenções em grupos.
Migrânea (Enxaqueca)
● Migrânea sem aura: conhecida como a enxaqueca comum, em que a dor
costuma apresentar duração, características e fenômenos associados típicos,
porém não é acompanhada de sintomas ou sinais neurológicos focais
transitórios, como ocorre na migrânea com aura.
● Migrânea com aura: presentes os sintomas neurológicos focais que se instalam
de forma gradual, geralmente em 5 a 20 minutos, durando 60 minutos ou menos,
ocorrendo, na maioria das vezes, antes da fase de dor.
• Os sintomas mais comuns são os fenômenos visuais positivos (cintilações,
linhas em zigue-zague) e ou negativos (escotomas), seguidos por
hemiparestesias e por disfasia.
Migrânea

Critérios diagnós\cos de
migrânea sem aura
Migrânea

Critérios diagnósticos
de migrânea com aura
Migrânea - Tratamento da crise
Medidas Não farmacológicas

Recomendações Gerais
1. Evitar os fatores desencadeantes, realizar atividade física e ter adequado
padrão de sono;
2. Abordagem compreensiva e individualizada;
3. Educação e orientação do paciente e/ou familiares quanto à natureza do
diagnóstico e ao automanejo da crise;
4. Diário para o registro das crises deve ser encorajada;
5. Técnicas alternativas(acupuntura, técnicas de relaxamento, biofeedback,
psicoterapia) e homeopatia.
Migrânea - Tratamento abortivo de crises
Migrânea - Indicações de início de terapia profilá;ca
Migrânea - Tratamento profilático
Migrânea - Tratamento profilático
DOR MusculoesqueléRca
Dor Musculoesquelética
● É o sintoma mais prevalente na população geral, podendo acometer mais de
um terço das pessoas, de forma crônica ou recorrente;

● Entre os adultos os principais motivos de consulta por dor osteomuscular são


lombalgia e artralgia nos joelhos;

● Entre as crianças a dor no pé é a mais prevalente em consultas na APS.


Dor Musculoesquelética -
Características dos sintomas
● Observar local e distribuição dos sintomas, cronologia (aguda X crônica X
recorrente), fatores associados, fatores desencadeantes ou de melhora,
sintomas associados, doenças precedentes ou lesões, resposta a tratamentos
prévios;
● Observar o impacto do sintoma nas atividades pessoais, profissionais e sociais;
● Observar o impacto do sintoma na qualidade de vida da pessoa;
● Sintomas associados: dor, rigidez, edema, deformidade, fraqueza, instabilidade,
perda funcional;
● Sintomas gerais: fadiga e mal-estar, sintomas emocionais, perturbações do
sono.
Dor MusculoesqueléRca - Sinais de gravidade e
indicações de exames complementares
● Perda de peso e febre sugerem doença sistêmica;

● Cefaléia temporal, dor no couro cabeludo e distúrbios visuais sugerem arterite


de células gigantes;

● Perda de sensibilidade e perda de função motora indicam neuropatia central,


neuropatia periférica ou vasculites;

● Dificuldade para urinar ou defecar indicam lesão da cauda equina;

● Mudanças de temperatura ou cor das extremidades (fenômeno de Raynaud)


pode significar colagenases ou vasculopatia periférica.
Dor Musculoesquelética -
Avaliação Laboratorial e por imagem

● Indicados para confirmar a suspeita diagnóshca e medir a gravidade e


prognóshco;
● O uso de sintomáhcos e a observação assishda por algumas semanas é uma
abordagem segura, já que o processo de dor osteomuscular é na maioria das
vezes benigno e autolimitado;
● Para casos com sinais de alarme: exames de imagem - radiografia simples,
tomografia computadorizada, ressonância magnéhca e ultrassonografia.
Dor Lombar

23° MAAv - PMMB


Dor lombar
● A dor lombar acompanha o homem desde que este assumiu a
postura ereta!
● Ocorre em mais de 80% dos indivíduos em algum momento de suas vidas e
7% da população adulta procura consulta médica por esse motivo;
● Causa comum de procura por atendimento;
● Segunda maior causa de ausência laboral;
● 70 – 80% da população terão ao menos um episódios ao longo da vida;
● Apresenta grande impacto social – principal causa de limitação funcional
em pessoas jovens.
Dor lombar - Fatores de risco
• Empregos que dependem de atividade física vigorosa;
• Movimentos repetitivos;
• Exposição à vibração;
• Posturas estáticas prolongadas;
• Idade > 55 anos;
• Tabagismo;
• Obesidade;
• Psicossociais (insatisfação no trabalho, ansiedade, depressão,
estresse excessivo, disfunção cognitiva).
Dor lombar - Classificação

● Aguda: < 6 semanas de evolução;

● Subaguda: 6 – 12 semanas de duração;

● Crônica: > 12 semanas de duração.


Dor lombar - Causas
Normalmente teremos a dor lombar inespecífica (80% dos casos).
Nos casos específicos há um evento desencadeante (trauma,
movimento específico).
● Causas mecânicas: musculoligamentar, osteoartrose, hérnia discal, colapso
vertebral, osteoporose, espondilolistese, fratura, alterações congênitas;
● Neoplasias;
● Artrites inflamatórias;
● Infecções: cutâneas, herpes zoster, pielonefrite, entre outras;
● Doenças viscerais (prostatite, endometriose, DIP, nefrolitíase, pielonefrite,
pancreatite, colecistite, úlcera péptica, aneurisma aórtico).
Dor lombar - Avaliação Clínica

ORIGENS DA DOR LOMBAR


Dor lombar - Avaliação Clínica

ABORDAGEM INICIAL:

• Idenhficar as causas das lombalgias que necessitam de tratamento específico;


• Checar diagnóshcos diferenciais;
• Idenhficar possíveis déficits neurológicos;
• Descartar doença sistêmica como causa;
• Considerar fatores psicossociais que possam amplificar ou prolongar o quadro.
Dor lombar - Sinais de alerta
Dor lombar - Avaliação Clínica

● Exame hsico: fundamental para diagnós\co e\ológico e diferencial:

Com o paciente despido, realiza-se inspeção da postura e da marcha. Avaliar a


curvatura da coluna (lordose, cifose, escoliose), amplitude de movimento


(teste de Schöber), movimentos que provocam dor, limitações funcionais,
posição antálgica, diferença de comprimento dos MMII, vícios de postura;

Realizar palpação da musculatura paraespinhal, processos espinhosos,



arhculações sacroilíacas, posição dos ossos pélvicos (deformidades da pelve?).
Dor lombar - Avaliação Clínica

● Testes de mobilidade passiva e ativa: teste de lasègue, faber, manobra de


bragard, manobra de valsalva;
● Exame neurológico (avaliação da sensibilidade, propriocepção, tônus, força,
reflexos dos MsIs);
● Observar influência de fatores psicogênicos ou simulação durante exame
clínico.
Dor Lombar - Exames Complementares

● Atualmente grande parte das diretrizes internacionais não indicam quaisquer


exames de imagem na abordagem inicial.

● Exames complementares: devem ser solicitados quando lombalgia sem


ehologia definida e sem melhora após 4 semanas em tratamento

● Exames bioquímicos e hematológicos: devem ser direcionados de acordo com a


queixa, se suspeita de lesões tumorais, infecciosas, metabólicas ou
inflamatórias.
Dor Lombar - Exames Complementares

● Exames de imagem: radiografia pode ser uma boa opção para descartar lesões
ósseas graves, especialmente pelo fácil acesso. Observar falso positivo;

● Solicitar se houver a suspeita de tumor, trauma ou infecção, ou idade < 20 ou >


50 ou se a dor estiver presente por mais de dois meses sem melhora com o
tratamento;

● Tomografia computadorizada é o método de escolha na avaliação de traumas


agudos;

● Ressonância magnética é a melhor opção para avaliação de radiculopatia.


Dor lombar - Tratamento

• Melhorar a dor;
• Restauração dos movimentos e ahvidades diárias;
• Prevenção de recorrências;
• Repouso (geralmente, apenas por alguns dias);
• Para a maioria dos pacientes, a melhor recomendação é um retorno lento e
gradual às suas ahvidades normais, sem repouso no leito ou exercícios na fase
aguda. Essa orientação acelera a recuperação, mas se deve respeitar a tolerância
de cada indivíduo.
Dor lombar

Medicamentos utilizados para o tratamento da dor lombar


Dor lombar
Dor lombar - Orientações gerais

• Retornar para reavaliação com duas e quatro semanas realizando exame


}sico direcionado ao exame de coluna em cada visita;
• Cirurgia para hérnia de disco geralmente não é indicada. Na maioria das vezes os
pacientes melhoram com tratamento conservador;
• Orientação postural, principalmente para as principais ahvidades do dia, como
dormir (altura do travesseiro), levantar da cama, sentar, pegar peso e nas ações
de limpeza como varrer, passar roupa etc;
• Orientar alongamentos específicos.
Dor lombar - Orientações gerais

• Incentivar a participação em grupos de atividade física ou grupos


de práticas integrativas;
• Conversar sobre os riscos de efeitos adversos decorrentes do
uso contínuo de AINEs, oferecer alternativas;
• Se houver suspeita que a dor esteja associada à
condições/atribuições do trabalho, encaminhar para serviço de
referência de Saúde do Trabalhador do município/região.
Síndrome miofascial
Síndrome miofascial
● A dor miofascial é causada por contratura muscular, identificada pelos pontos
dolorosos conhecidos por “pontos-gatilho”;
● Os pontos-gatilho, localizados em uma banda muscular ou fáscia, promovem
irradiação da dor, piorando à compressão local e frequentemente associada a
sensação de queimação ou agulhamento;
● Áreas mais acometidas: região cervical, peitoral, antebraço, quadríceps,
trapézio, romboide, supra e infraescapulares, lombar e glútea;
● O tratamento constitui-se em retirar o fator desencadeante, aplicação de calor
local, alongamento, exercício físico, manipulação e agulhamento/infiltração
local.
Fibromialgia
Fibromialgia

● Condição de quadro álgico crônico associado a sintomas como fadiga, distúrbio


do sono, disfunção cognihva, depressão e ansiedade;

● Afeta 5% da população, sendo mais frequente em mulheres de meia idade;

● Apesar de não ter impacto na mortalidade, mostra-se importante na redução da


qualidade de vida das pessoas acomehdas;

● Mecanismo da dor ainda pouco conhecido, sendo a sensibilização central a


causa principal até o momento.
Fibromialgia
Critérios modificados para o diagnóstico:
● índice de dor difusa maior ou igual a 7 - Pontos
dolorosos auto-referidos;

● dor persistente por mais de três meses, sem


outras explicações;

● avaliar gravidade dos sintomas associados -


fadiga, distúrbios cognitivos, sono não
reparador, cefaléia, dor ou cólica em baixo
ventre, depressão;
Fibromialgia

● Tratamento não-farmacológico: terapia


cognihvo-comportamental, exercício }sico,
Práhcas Integrahvas e Complementares;

● Tratamento farmacológico: AINES,


miorrelaxantes, anhdepressivos (tricíclico,
duloxehna), anhpsicóhcos.
Síndrome Miofascial X Fibromialgia
Anemias
Definição

Diminuição da massa eritrocitária


Anemias

Graus de anemia podem ser determinado pelo:

● Volume de eritrócitos expresso em porcentagem do volume sanguíneo


(hematócrito);
● Concentração plasmáhca de hemoglobina;
● Redução das hemácias circulantes.
Anemias

Anemia rela?va – hemodiluição – gravidez, hiper-hidratação em pacientes com


insuficiência renal ou cardíaca.

Anemia verdadeira – redução do volume total de hemácias do organismo.


Definição pela OMS

Definida como Anemia, hemoglobina inferior a:

● 11g/dL – crianças menores de 6 anos;


● 12g/dL – mulheres a partir dos 6 anos;
● 11g/dL – gestantes;
● 12g/dL – homens dos 6 aos 14 anos;
● 13g/dL – homens a partir dos 15 anos.
Manifestações Clínicas

● Na maioria das vezes a anamnese e o exame físico não fornecem o diagnóstico,


mas ajudam a direcionar o diagnóstico diferencial;
● Sintomas inespecíficos;
● Dependem da gravidade, velocidade de instalação do quadro, idade,
comorbidades;
● Mecanismos de adaptação fisiológica à anemia: aumento do débito cardíaco.
Manifestações Clínicas
● Aguda – hipovolemia
● Crônica – sintomas decorrem da redução da capacidade de transporte de O2
para os tecidos:
•Fadiga; •Palpitações;
•Letargia; •Dispnéia;
•Cefaleia; • Angina;
•Tontura; • Mucosas hipocoradas;
•Vertigens; • Taquicardia;
•Dificuldade de concentração.
Exames Complementares
● Hemograma – Eritrograma/ Leucograma e Plaquetograma;
● Eritrograma - Contagem de hemácias, concentração de hemoglobina,
hematócrito, índices hematimétricos (volume corpuscular médio - VCM,
hemoglobina corpuscular média - HCM, concentração da hemoglobina
corpuscular média - CHCM, Red cell Distribution Width - RDW);
● Contagem de reticulócitos – indicador da eritropoiese da medula óssea;
● Esfregaço do sangue – avaliação morfológica das hemácias.
Alterações no esfregaço -
Morfologia dos eritrócitos

● Alterações de cor: Hipocromia,


Anisocromia, Policromasia;

● Alterações de forma (poiquilocitose):


Eliptócitos/ovalócitos, Esferócitos,
Hemácias em alvo, Drepanócitos,
Esquizócitos, Hemácias crenadas,
Dacrióhcos, Hemácias em rouleaux
Exames Complementares

● Ferritina – proteína de reserva de ferro (VR: 12 a 300ng/dL);

É uma proteína de fase aguda e está falsamente elevada em hepatopatias,


alcoolismo, doenças infecciosas e inflamatórias, malignidade, infarto agudo do
miocárdio, doença renal avançada e sobrecarga de ferro.

● Ferro sérico – ferro circulante ligado a transferrina ( 50 a 150 mcg/dL);


Exames Complementares

● Capacidade Ferropéxica – capacidade de ligar o ferro à transferrina (VR: 228 a


428 mcg/dL);
● Índice de saturação da transferrina – relação entre o ferro sérico e a
Capacidade Ferropéxica (VR: 20 a 40%);
● Mielograma;
● Eletroforese de hemoglobinas.
Classificação - Tipos de Anemia
Microcíticas:
● Anemias Carencial por Deficiência de Ferro;
● Talassemias.

Normocíticas:
● Hiperproliferativas: Perdas sanguíneas agudas; Anemias hemolíticas;
● Hipoproliferativas: Patologias intrínsecas da medula óssea; Efeito inadequado
da eritropoetina; Carência de ferro.
Classificação - Tipos de Anemia
Macrocíticas:
● Álcool e hepatopatias;
● Toxicidade por fármacos;
● Anemias megalobásticas: Deficiência de Vitamina B12; Deficiência de Ácido
Fólico;
● Síndrome mielofisplásica.

Anemia por Doença Crônica


Classificação - Tipos de Anemia
Anemias MicrocíRcas

● Defeito na síntese de hemoglobina -> defeito


na maturação citoplasmáhca -> eritrócitos
pequenos;
● Deficiência de ferro (Principal);
● Produção diminuída de globina (Talassemia);
● Idiopáhcos (Anemia siderobláshca);
● VCM entre 60 a 80.
Anemias Microcíticas
Anemias Microcíticas
Diagnóstico diferencial das anemias
microcíticas hipocrômicas
Anemias Microcíticas -
Anemia por deficiência de ferro

● Diminuição dos níveis séricos de ferritina (<15mcg/L);


● Diminuição do Ferro Sérico (<50 mcg/dL);
● Aumento moderado da Capacidade Total de Ligação do Ferro (>380 mcg/dL);
● Saturação da Transferrina (<20 %);
● Morfologia normocítica/normocrômica.
Anemias MicrocíRcas -
Anemia por deficiência de ferro

● Sinais e sintomas - Unhas quebradiças, coiloníqueas,


queilite angular;
● Idenhficar e tratar a causa: perda ou baixa ingesta;
● Causas de perdas comuns: parasitoses inteshnais,
menorragias, sangramentos TGI, entre outras;
Anemias Microcíticas -
Anemia por deficiência de ferro

● Tratamento - reposição oral de ferro por período suficiente


para corrigir a anemia e refazer os depósitos de ferro, junto
com boa orientação nutricional e correção da causa;
● Avaliação de resposta clínica;
● Exames laboratoriais para controle do tratamento:
reticulócitos (5 a 10% entre 7 -10 dias), hemoglobina
(aumento de 0,5 a 1g/dL por semana).
Anemias Microcíticas -
Anemia por deficiência de ferro - Tratamento
Anemias MicrocíRcas - Talassemias
● Grupo de doenças congênitas, hereditárias, resultantes da ausência ou de um
desequilíbrio na síntese de uma ou mais cadeias de aminoácidos que
constituem a hemoglobina;
● Classificadas de acordo com a cadeia de aminoácidos afetada: alfa-talassemia;
beta-talassemia;
● Classificada de acordo com o número de genes afetados: Talassemia minor,
Talassemia intermedia, Talassemia maior;
● Sinais e Sintomas: intermedia: esplenomegalia, redução da massa muscular,
úlceras crônicas nas pernas. Maior: Edema, insuficiência cardíaca congestiva,
icterícia, úlceras nas pernas, esplenomegalia.
Anemias MicrocíRcas - Talassemias

Diagnóstico: Eletroforese de hemoglobinas

● Alfa-Talassemia minor – normal;


● Beta-Talassemia minor – aumento da concentração de HbA2 e Hb fetal.

Tratamento – transfusão, ácido fólico via oral, prevenção da


sobrecarga de Fe, considerar esplenectomia e transplante de MO
alogênica.
Anemias Microcíticas - Talassemias
Anemias
Normocíticas
Anemias NormocíRcas

VCM 80 a 100

Hiperproliferativas:

● Causas:
● Perdas sanguíneas agudas;
● Anemias hemolíticas.
Anemias Normocíticas

Hipoprolifera<vas:

● Causas:
● Patologias intrínsecas da medula óssea - Anemia aplásica; Leucemias,
linfomas e neoplasias sólidas com invasão da medula óssea; Mielodisplasia;
● Efeito inadequado da eritropoehna - Anemia da inflamação (Doença crônica),
Doença renal crônica; Endocrinopahas;
● Carência de ferro na fase inicial.
Anemias MacrocíRcas
VCM > 100

● São as menos frequentes;


● Replicação anormalmente lenta do DNA ->
defeitos de maturação nuclear -> eritrócitos
anormalmente grande e repletos;
● Alcoolismo e hepatopatias, hipotireoidismo;
Anemias Macrocíticas

● Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico;


● Exposição a substâncias tóxicas / fármacos
Defeitos intrínsecos da maturação medular –
problemas na Medula Óssea, mielodisplasia,
aplasia medular, invasão medular.
Anemias Macrocíticas

Anamnese dirigida às causas:

● Consumo de álcool, hepatopahas, hipohreoidismo, hábitos alimentares


(vegetarianismo estrito) e uso de fármacos;
● A macrocitose pode ser uma das primeiras manifestações do abuso de álcool –
toxicidade direta à medula óssea.
Anemias MacrocíRcas
Anemias MacrocíRcas - Causas mais prováveis de
acordo com elevação do VCM
Anemia Megaloblástica

● Sinais e sintomas: Língua lisa por atrofia das papilas,


parestesias, neuropatia periférica de predomínio
distal, glossite, queilite, diarreia por má-absorção;
● Pode atingir VCM muito alto (>130);
● Causas mais frequentes: Deficiência de vitamina B12
(anemia perniciosa) e/ou ácido fólico.
Anemia MegaloblásRca - ERopatogenia
Anemia Megaloblástica -
Deficiência de Vitamina B12

● Menor prevalência;
● Reservas de vitamina B12 podem durar até 3 anos no fígado;
● Causas: vegetarianismo estrito, dificuldade de absorção no íleo terminal por
deficiência de fator instrínseco, distúrbios intestinais, Fármacos;
● Medicações: metotrexato, azatioprina, AZT, hidroxiureia, fenitoína,
metformina, anticoagulantes orais, colchicina, trimetoprima.
Anemia MegaloblásRca -
Deficiência de Vitamina B12

● Inveshgação: dosagem de Vitamina B12, pesquisa de anhcorpos anhcélulas


parietais, anhcorpos anhfator intrínseco;
● Tratamento: hidroxicobalamina ou cianocobalamina intramuscular;
● Repehr Hemograma entre 10º e 14º dia de tratamento.
Anemia Megaloblástica -
Deficiência de Ácido Fólico

● Principal causa: baixa ingesta, principalmente relacionada ao alcoolismo;

● Outras causas: aumento das necessidades (gestação, aleitamento), má-


absorção (doença celíaca, HIV), fármacos (fenitoína, fenobarbital, metotrexato,
pirimetamina, trimetoprima, ACO).
Anemia MegaloblásRca -
Deficiência de Ácido Fólico

● Investigação: Dosagem sérica de ácido fólico (VR: 5 a 12ng/dL);


● Tratamento: dieta rica em cítricos e folhas verdes, ácido fólico, via oral,
5mg/dia por 4 meses e manutenção de ácido fólico 5 mg/semana;
● Repetir Hemograma entre 10º e 14º dia de tratamento.
Anemia por Doença Crônica

● Secundária a processos inflamatórios crônicos, infecções e câncer;


● Segunda causa mais prevalente de anemia;
● Patogenia multifatorial: desequilíbrio do metabolismo do ferro, encurtamento
da sobrevida das hemácias, inibição da hematopoese, deficiência relativa de
eritropoietina;
● Anemia de Doença Crônica – tratar a causa subjacente.
ASMA

143
Asma - Conceito

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores


que se caracteriza, clinicamente, por hiperresponsividade brônquica
à diferentes esdmulos, com consequente obstrução ao fluxo aéreo,
de forma recorrente e, Ipicamente, reversível.

144
Asma - Epidemiologia
• Quanto a prevalência dos sintomas no Brasil em 2019:
1- adolescentes - 20%
2- 18 a 45 anos - 23%

• Entre as 20 principais causas de procura à APS.

• Importante causa de internação hospitalar pelo SUS – mesmo sendo condição


sensível à APS.

• Várias intervenções municipais têm se mostrado eficazes no controle dos


sintomas da asma, reduzindo o número de exacerbações e hospitalizações.

Fonte: Gina 2020


145
Asma - hospitalizações por ano pelo SUS

Fonte: Gina 2020


146
Asma - Fisiopatologia

Limitação variável do fluxo expiratório é determinada por broncoconstrição,


espessamento de vias aéreas e aumento da produção de muco.
147
Asma -sintomas

• Chiados ao respirar;

• Aperto no peito;

• Falta de ar;

• Tosse seca;

• Respiração rápida e curta;

• Desconforto torácico.

148
Asma – patologia de diagnóstico clínico

149
Asma – patologia de diagnóstico clínico
• O diagnóshco da asma deve ser fundamentado em condições clínicas e
funcionais. Em crianças menores de 5 anos, o diagnóshco é eminentemente
clínico;

• Muitos estudos mostram ainda que 50 a 80% das crianças apresentam os


primeiros sintomas antes dos 5 anos de vida;

• Quanto mais precoce aparecer o primeiro episódio de sibilância, melhor o


prognóshco;

• A coexistência de atopia, crises graves e mais frequentes são fatores de risco


para a asma persistente;

• A asma é mais prevalente em meninos somente até a idade pré-escolar.


150
Asma -
Diagnós;co clínico em menores de dois anos

“lactente sibilante” “Bebê Chiador”

Critérios para diagnós/co de asma em lactentes sibilantes

Critérios maiores pai ou mãe com asma; lactente com dermaXte


atópica

Critérios menores diagnóstico médico de rinite alérgica; sibilância


não associada a resfriado; eosinofilia maior ou igual a 4% no
hemograma; sensibilização alérgica a leite e ovo

151
Asma -
Diagnóstico clínico em menores de dois anos

Investigar
a) Respiração ruidosa, tosse seca, vômitos associados à tosse.
b) Retrações (esforço respiratório).
c) Dificuldade à alimentação (sucção deficiente ou recusa alimentar).
d) Alterações da frequência respiratória e padrão respiratório (expiração prolongada,
tiragens).

152
Asma -
Diagnóstico clínico em maiores de dois anos
Inveshgar:
a) Respiração curta (diurna ou noturna).
b) Fadiga, tosse seca após correr, rir muito ou chorar, ou após fazer algum esporte
(cansa mais rápido em comparação com crianças da mesma faixa etária, maior
irritabilidade).
c) Queixas sobre “não se senhr bem, com falta de ar”.
d) Desempenho escolar ruim ou absenteísmo.
e) Menor frequência ou intensidade da ahvidade }sica, por exemplo, nos esportes, nas
aulas de gináshca.
f) Desencadeantes específicos: esportes, aulas de gináshca, exercício }sico/ahvidades
com esforço.
153
Asma -
Diagnóstico clínico em maiores de dois anos

Deve-se ainda perguntar aos adolescentes e adultos se fumam ou


fazem uso de outras drogas (vide Protocolo do adolescente sobre
Confidencialidade, sigilo e privacidade/ CEM – Código de Ética Médica
e o ECA).

154
Asma - DiagnósRco diferencial

• Em crianças: fibrose císhca, doença pulmonar crônica da prematuridade, discinesia


ciliar, más formações congênitas, imunodeficiências;
• Obstrução mecânica de vias aéreas superiores;
• Obstrução de vias aéreas superiores e inferiores;
• Insuficiência cardíaca esquerda;
• Intoxicação exógena por gases irritantes;
• Hipervenhlação por ansiedade.

155
Asma - Diagnóstico diferencial

• DPOC – em adultos;
• Refluxo gastro-esofágico;
• Síndrome da tosse crônica das vias aéreas (gotejamento pós-nasal);
• Bronquite eosinofílica;
• Disfunção das cordas vocais;
• Asma ocupacional;
• Outras causas de tosse crônica - tuberculose.

156
Asma - Classificação

● Classificação baseada nos achados clínicos do paciente com


asma antes do tratamento.
● Classificação baseada nos níveis de controle do paciente com
asma.

157
Asma – Classificação conforme intensidade

158
Asma – Classificação conforme intensidade

* PFE – Pico de Fluxo Expiratório. ** DVO- Distúrbio Ven>latório Obstru>vo

159
Asma – Classificação conforme nível de controle

160
Asma – Classificação conforme nível de controle
• Leve: bem controlada com tratamento de baixa intensidade – broncodilatador de
curta ação ou broncodilatador de curta ação + corticóide inalatório;

• Moderada: bem controlada com tratamento com doses baixas de


broncodilatador de longa ação + corticóide inalatório;

• Grave: sintomas persistem não controlados apesar do uso de dose alta de CI e


broncodilatador adrenérgico de longa ação (LABA), em pacientes com boa
aderência e com controle de fatores desencadeantes ou ainda pacientes que
necessitam de altas doses de CI + LABA para permanecerem com a asma
controlada, não tolerando redução de dose.
161
Asma – Exames complementares
• Espirometria: deve ser utilizada a partir dos 5 anos de idade e é um exame
limitado para diagnóstico de asma na infância. Em pacientes com sintomas
respiratórios sugestivos de asma, quanto maiores as variações no fluxo aéreo ou
quanto mais frequentes as variações excessivas, maior a chance de o diagnóstico
ser de asma.

• Medida do pico de fluxo expiratório: aparelho portátil, utilizável em ambulatório.


Útil na avaliação da gravidade e acompanhamento pós tratamento. Útil no
diagnóstico de aumento de 15% após broncodilatação.

162
Asma – Exames complementares

• Hemograma: útil para excluir a anemia como causa ou fator agravante de dispneia
e identificar eventuais anormalidades da série branca e eosinofilia.

• Dosagem de IgE: pode ser útil para identificar a sensibilização atópica específica,
como para auxiliar no controle da doença com redução de exposição e escolha do
tratamento.

163
Quais os gatilhos da asma?

164
Asma - Principais causas de crises
1- As alterações bruscas do clima;
2- Contato com poeira doméstica;
3- Contato com pólen, mofo ou cheiros fortes;
4- Contato com pêlos de animais;
5- Infecções respiratórias virais ( gripes e resfriados);
6- Exposição a fumaças;
7- Uso de alguns medicamentos
8- Ingestão de alimentos;
9- Alterações emocionais e predisposição genética.

165
Abordagem da Asma

166
APS/AMBULATÓRIO

PRONTO ATENDIMENTO /HOSPITAL

167
Abordagem da Asma na APS

168
Asma – Objetivos do tratamento

● Restaurar a melhor condição clínica possível;


● Controlar os sintomas e permitir atividades normais;
● Manter a melhor função pulmonar possível e prevenir limitação crônica do
fluxo aéreo;
● Prevenir a recorrência dos sintomas tratando a inflamação;
● Eliminar interrupções do sono, evitar idas à emergência.

169
Asma –Tratamento para maiores de 12 anos

170
171
Asma –Tratamento para crianças de 6 a 11 anos

172
Asma –Tratamento para crianças de 6 a 11 anos

CI: corticoide inalatório; LABA: broncodilatador adrenérgico de longa ação; SABA: broncodilatador adrenérgico de curta
ação; LAMA: antagonista muscarínico de longa ação; LTRA: antagonista do receptor de leucotrieno (ex: montelucaste 10mg
(Piemonte®, Montelucaste de sódio), 1 comprimido a cada 24 horas para adolescentes a partir de 15 anos ou 1 comprimido
mastigável de 5mg a cada 24 horas para pacientes de 6 a 14 anos).

173
174
Asma –Tratamento para menores de 5 anos

175
Asma –Tratamento para menores de 5 anos

176
Asma - Linhas gerais do tratamento

177
Asma - Linhas gerais do tratamento

178
Asma -Tratamento da crise em maiores de 6 anos

179
Asma -Tratamento da crise em maiores de 6 anos

180
Asma -Tratamento da crise em maiores de 6 anos

181
Asma -Tratamento da crise em menores de 5 anos

182
Asma -
Tratamento da
crise em
menores de 5
anos

183
184
Asma -
Linhas gerais do
tratamento da crise
grave

185
Asma –
Medicações
disponíveis no
RENAME 2022
Asma -
Medicações
disponíveis no
RENAME 2022
Asma – Medicações disponíveis no Brasil

188
Asma – Medicações disponíveis no Brasil

(FONTE: Gina, 2020 189


Asma -
Métodos de administração das medicações inalatórias

190
“Vou ter que fazer tratamento a vida toda?”

Por ser caracterizada como doença crônica, a asma não tem cura, quem
é asmáhco permanece asmáhco por toda a vida.

Dessa forma, mesmo quem teve asma na infância e deixou de


manifestar sintomas com o decorrer do tempo não está livre da
hipótese de eles voltarem a aparecer.

191
Asma – Tratamento
“BOMBINHA”
É a maneira que as pessoas chamam todas as medicações
inalatórias usadas no tratamento da asma.

Esse nome vem dos primeiros dispositivos que surgiram e


ainda existem.

Assim, bombinha quer dizer o recipiente que é utilizado para


armazenar os diferentes tipos de remédios
(broncodilatadores e corticoides inalatórios).

192
193
Asma – Tratamento
Como avaliar se o frasco ainda
tem medicamento

194
Asma – Tratamento
Componentes do espaçador em visão expandida

195
Asma – Tratamento
Passos para uso correto do espaçador

Repetir o procedimento para cada jato prescrito pelo médico –


sempre um jato de cada vez;

Quando terminar todos os jatos, tampar o aerossol dosimetrado e


guardá-lo em local seguro (para evitar o acúmulo de pó e de
sujeira na parte interna).

196
Asma – Seguimento clínico
Tratar atopias – em especial rinite
Imunização:

● Influenza anualmente para pessoas com asma moderada ou grave;


● Pneumocócica-23: dose única, com um reforço após 5 anos da dose inicial
para pessoas com asma moderada ou grave;
● Vacinas contra a COVID-19 para todos os pacientes.

197
Asma – Seguimento clínico
Fatores de risco para desfechos desfavoráveis em adultos,
adolescentes e crianças a par\r de 6 anos

• sintomas não controlados;


• dose elevada de broncodilatador de curta ação (aumento de mortalidade
se uhlizado mais de um frasco de 200 doses ao mês);
• uso inadequado de CI (incluindo não prescrição, baixa adesão e técnica
inalatória incorreta);
• VEF1 < 60% do previsto, alta reversibilidade ao broncodilatador;

198
Asma – Seguimento clínico
Fatores de risco para desfechos desfavoráveis em adultos,
adolescentes e crianças a partir de 6 anos

• problemas psicológicos e sociais maiores;


• exposição a cigarros, alérgenos e poluição no ar;
• comorbidades: obesidade, rinossinusite, alergia alimentar, DRGE;
• gravidez;
• história de ventilação mecânica ou internação em UTI devido à asma;
• uma ou mais exacerbações graves nos últimos 12 meses com necessidade
de internação.

199
Asma – Seguimento clínico
● Realizar busca ahva de pessoas com sintomas sugeshvos de asma para serem
avaliadas pela equipe;
● Estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educahvas
relahvas ao controle da asma;
● Idenhficar sinais de gravidade no paciente com asma;
● Verificar se o paciente está usando corretamente a medicação;
● Verificar se o paciente/ familiar /cuidador sabe reconhecer os sintomas de asma, os
fatores desencadeantes e como evitá-los;
● Alertar os pais sobre os riscos do tabagismo ahvo e passivo, especialmente para
desencadear crises e dificultar o controle da asma;
● Orientar sobre a importância da redução de peso nos asmáhcos obesos.

200
Asma – Quando temos um bom controle?
Objetivos:
● Controle das limitações clínicas atuais e redução de riscos futuros;
● O mínimo de sintomas durante o dia, a ausência de sintomas à noite, a necessidade
reduzida de medicamentos de alívio dos sintomas e a ausência de limitação das
atividades físicas;
● Contempla as exacerbações, a perda acelerada da função pulmonar e os efeitos
adversos do tratamento.

(FONTE: Conitec,2020)
201
Asma – Quando temos um bom controle?

Avaliar sintomas nas últimas 4 semanas

• Ocorrência de sintomas respiratórios;


• Limitação para atividades físicas;
• Necessidade de medicação de resgate;
• Despertar noturno devido a asma.

(FONTE: Conitec,2020)
202
Asma – Fatores que influenciam seu controle
● diagnóstico incorreto;
● falta de adesão;
● uso de drogas que podem diminuir a resposta ao tratamento
(antiinflamatórios não esteroidais e β-bloqueadores);
● exposição domiciliar (por exemplo, poeira ou fumaça);
● exposição ocupacional;
● tabagismo;
● outras comorbidades.

203
Asma – Quando encaminhar
● asma em adultos, adolescentes e crianças de 6 anos ou mais que
necessitam de tratamento farmacológico em estágio 5;
● asma em crianças de 5 anos ou menos que necessitam de
tratamento farmacológico em estágio 4; ou
● asma em adultos, adolescentes ou crianças de 6 anos ou mais que
que persistem com sintomas ou exacerbações com o tratamento
farmacológico em estágio 4 por pelo menos 3 meses após revisada
adesão e técnica inalatória; ou

204
Asma – Quando encaminhar
● asma em criança de 5 anos ou menos que persistem com sintomas
ou exacerbações em estágio 3 por pelo menos 3 meses após
revisada adesão e técnica inalatória; ou
● pacientes com indicadores de risco de fatalidade; ou
● asma lábil (crises que iniciam abruptamente e de forma grave,
principalmente quando o paciente não consegue reconhecer
sintomas iniciais da crise).

205
Abordagem da asma na emergência

206
Asma – Avaliação inicial da crise
ANAMNESE

• Há quanto tempo iniciou com os sintomas? (chieira e/ou tosse e/ou cansaço);
• Apresenta febre associada? Há quantos dias?
• Está apresentando outros sintomas como vômitos, diarréia, secreção nasal,
espirros, etc?
• Quais medicações está usando? (verificar dose e intervalo)
• Faz controle médico? Onde?
• Usa “bombinhas”? Quais?

207
Asma – Avaliação inicial da crise
ANAMNESE

• Quando foi a última crise? O queusou?


(perguntar sobre uso de corticóide oral)
• Já esteve internado? Quando?
• Apresenta outra(s) doença(s)?

• Apresenta história familiar para asma ou atopia?

208
Asma – Avaliação inicial da crise
EXAME FÍSICO

• Temperatura axilar • Frequência Respiratória


• Frequência Cardíaca • PFE

• Estado de consciência / Prostração • Estado geral


• Hidratação • Palidez

209
Asma – Avaliação inicial da crise
• Cianose(não esperar cianose para pensar em gravidade, lembrar que é um sinal tardio
de insuficiência respiratória e não aparece em crianças anêmicas).
• Orofaringe: presença de secreção pós-nasal, sinais de faringite.
• Otoscopia: sinais de ohte média aguda?
• Intensidade do esforço respiratório (uhlização dos músculos esternocleidomastóideos?)
• Ausculta pulmonar: MV alterado? Sibilos, crepitações, roncos?

• ACV: Arritmia? Sopros? Pulsos periféricos finos?

210
Asma – Avaliação inicial da crise
EXAMES COMPLEMENTARES

● Exame laboratoriais – em casos graves.


● RX em casos excepcionais – em casos graves ou em dúvida diagnóstica.
● Gasometria não deve ser feita de rotina, apenas em pacientes graves.

211
Asma – Manejo da crise
PRIMEIRA LINHA – EFETIVIDADE IMPORTANTE
Beta 2 de curta – salbutamol base do tratamento 2 a 10 jatos (habitualmente 4
jatos a cada 20mts – com espaçador – avaliar frasco vazio, se o espaçador está
completo e com a válvula , fazer reavaliação constante – uso até o fim da tosse
não é necessário desmame

Corticoide sistêmico – uso oportuno para evitar internação

Na 1º hora – pacientes graves ou que usa corticoide inalatório


Na 2º hora – ataque de salbutamol sem melhora satisfatória (melhora parcial)
de escolha a prednisolona 1 a 2 mg/kg/dia por 3 a 5 dias
Oxigenioterapia – nos pacientes com saturação abaixo de 94 ou 92 a critério
clinico sempre titulável de 1 a 3 l/min

212
Asma – Manejo da crise
DROGAS DE SEGUNDA LINHA

1. Ipatropio - excelente em casos selecionados se ocorrer falha de tratamento da primeira


linha ou em pacientes muito graves em associação ao beta 2 de curta na primeira hora –
2 a 4 jatos a cada 20 minutos
2. Sulfato de magnésio - em crise grave com resposta não sahsfatória em crianças acima
de 4 anos. Lembrando que é vasodilatador e pode causar hipotensão. Deve estar em
leito de urgência ou em CTI, sempre monitorado, infusão lenta em BIC e com fator de
correção .
50mgkg X peso da criança dividido 0,1 para sulfato de magnesio de 50 %

213
Asma – Manejo da crise
DROGAS DE SEGUNDA LINHA

3. Salbutamol venoso – casos extremamente selecionados em terapia intensiva –


As demais em casos extremamente excepcionais na vigência de falta de outras
medicação
4. Heliox
5. Aminofilina
6. Adrenalina

214
Asma – Orientações na alta

• Retorno em 24-48 horas;

• Não suspender beclometasona (caso esteja em uso),


mesmo quando em uso de corticoide oral;

• Rever com o paciente / acompanhante as medicações que


deverão ser usadas.

215
Pessoas que consultam frequentemente
Pessoas que consultam frequentemente

● Pessoas que frequentam serviços de saúde com maior frequencia


que aqueles da mesma faixa etária
● Critérios subjetivos para definição
● Grupo heterogêneo
● Pacientes difíceis? Doentes frequentes?
Pessoas que consultam frequentemente
Devemos considerar...
● A natureza e a quan\dade de problemas de cada pessoa;
● As suas caracterís\cas pessoais, situações de vida, preocupações
e medos;
● As caracterís\cas pessoais e as competências clínicas do médico;
● O es\lo de prá\ca e funcionamento da equipe;
● As competências comunicacionais e relacionais da equipe;
● Outros fatores contextuais e sociocomunitários.
Pessoas que consultam frequentemente
É um problema? Para quem?

• Perspectivas do médico, de cada membro da equipe, da pessoa, da


família, da comunidade, do sistema de saúde e da sociedade;

• Gravidade da doença e doenças crônicas são causas de visitas


frequentes ao médico;

• Quem define a gravidade da doença?


Pessoas que consultam frequentemente
Estudos mostram que…

• 20% das pessoas consomem 80% do tempo disponível;

• 3% de usuários consomem 15% do trabalho clínico de um médico de


família;

• 4 a 5% das pessoas consomem 20 a 25% das consultas – fonte de estresse


para o médico;
Pessoas que consultam frequentemente
Estudos mostram que…

• 5 subgrupos: doenças predominantemente somáIcas, doença mental


definida, pessoas em situações de crises temporárias, pessoas com
somaIzações crônicas e pessoas com múlIplos problemas;
• Doenças lsicas crônicas, doenças mentais e acontecimentos da vida
estressantes;
• Na maioria das vezes, as idas frequentes à consulta são temporárias.
Uma parte das pessoas que consultam frequentemente se tornam
“hiperuIlizadores”.
Pessoas que consultam frequentemente

• Tendem a ter taxas elevadas de doenças crônicas, sofrimento emocional,


doenças mentais e problemas psicossociais
• Maior proporção de mulheres, idosos, pessoas com doenças crônicas
• Maior risco de intervenções desnecessárias e sobrecarga dos sistemas de
saúde
Pessoas que consultam frequentemente
Como encaramos?
• Hipocondríacos, inconvenientes, hiperutilizadores...

Como os pacientes encaram?


• Suas queixas são legítimas e dignas de atenção. Alegam que tem outras
pessoas que consultam mais.

O desconhecimento da história natural da doença e do prognóstico gera mais


consultas.
Pessoas que consultam frequentemente

• Na Europa, cerca de 30% das consultas em MFC são induzidas pelos próprios
médicos – pacientes difíceis? Consultas sem o resultado esperado pelo
profissional?
• Pacientes com sintomas vagos e inespecíficos, história clínica desorganizada.
• Conflitos culturais – diferentes concepções de saúde.

Elementos do médico X do paciente


Pessoas que consultam frequentemente –
círculo vicioso evidenciado em consultas falhas
Dimensões e fatores associados à procura
frequente de consultas em MFC
Dimensões e fatores
associados à
procura frequente
de consultas em
MFC
Dimensões e fatores
associados à procura
frequente de
consultas em MFC
Dimensões e fatores associados à procura
frequente de consultas em MFC
Pessoas que consultam frequentemente –
como abordar?
Pessoas que
consultam
frequentemente
– como abordar?
Pessoas que
consultam
frequentemente
– como abordar?
Pessoas que consultam frequentemente –
alguns recursos
• Investir na capacitação das habilidades de comunicação da equipe;

• Reconhecer e praticar o Método Clínico Centrado na Pessoa;

• Reconhecer suas crenças, valores, princípios e potencialidades/limitações das


próprias competências culturais;

• Buscar qualificar suas ferramentas atitudinais – grupos Ballint, consultas filmadas;


Pessoas que consultam frequentemente –
alguns recursos
• Gestão da clínica – equilibrar a assistência entre “quem consulta muito e quem
consulta pouco”;

• Reconhecer e desenvolver habilidades para cuidar de pessoas com


multimorbidades;

• As Práticas Integrativas e Complementares tem demonstrado resultado que podem


beneficiar esse perfil de usuários.
Infecções do trato urinário
Disúria
• Queixa comum na APS;
• Definição: sensação de ardência, queimação ou desconforto ao urinar, podendo
vir ou não acompanhada de outros sintomas, tais como:
• Polaciúria: aumento na frequência de urinar, sem que necessariamente
ocorra alteração no volume urinário;
• Urgência miccional: forte impulso para urinar, pode acompanhar ou não a
polaciúria;
• Hematúria: presença de sangue na urina, que pode ser microscópica, quando
só é percebida no exame bioquímico; ou macroscópico, quando pode ser
percebida apenas pela observação da urina, com alteração da cor e/ou
turvação.
Disúria – Principais causas
• Infecção do trato urinário baixo
(bacteriúria assintomá\ca, cis\te, prosta\tes, uretrites);
• Infecções do trato urinário alto
(pielonefrite aguda);

• Liwase renal;

• Vaginites.
Disúria – Investigação

• História e Exame físico:


ITU – Definição
Presença de microrganismos nas porções estéreis do trato urinário, podendo
ser sintomática ou assintomática (bacteriúria assintomática),
causando inflamação.

Difere da colonização, quando há presença de bactérias, mas sem


inflamação.

DIVISÃO:
• ITU em baixa (que engloba a cistite, a uretrite e a prostatite).
• ITU alta (pielonefrite).
ITU – Classificação
Anatômica
• ITU baixa - engloba a cistite, a uretrite e a prostatite.
• ITU alta pielonefrite.

Por sintomas
• Assintomática – 105 ou mais unidades formadoras de colônias, da mesma
bactéria, em duas ou mais amostras consecutivas.
• Sintomática.

Alterações anatômicas
• Não-complicadas: trato urinário normal.
• Complicadas: anormalidades funcionais ou estruturais. Grande variedade e
resistência de microorganismos.
ITU – Epidemiologia
• Crianças, gestantes, idosos, diabéhcos, imunossuprimidos são mais susceŠveis
à ITU;
• ITU é 15º diagnóshco mais comum nas consultas nas ESF;
• Elevada incidência em mulheres de todas as idades e nos homens após os 50
anos;
• Após os 60 anos, 5%-15% dos homens e mulheres apresentam esse hpo de
Infecção;
• Principal agente bacteriano é a E. coli (80%-95%).
ITU – Diagnóstico
O diagnóstico é geralmente feito com base nas manifestações
clínicas e pode ser reforçado por evidências laboratoriais de piúria
e /ou bacteriúria.

Em casos de suspeita de ITU não complicada em mulheres


saudáveis, a avaliação laboratorial geralmente é
desnecessária para o diagnóstico.
ITU – Diagnóstico
Cis\te Uretrite
• Dor, desconforto para urinar ou disúria; • Disúria;
• Polaciúria; • Polaciúria;
• Urgência Miccional; • Secreção uretral.
• Dor suprapúbica;
• Hematúria Macroscópica;
• Urina Féhda.
ITU – DiagnósRco
Pielonefrite: Prosta\te:

• Dor no ângulo costovertebral do lado • Febre / mal estar;


afetado; • Dor ou desconforto perineal /
• Febre; suprapúbico;
• Calafrios; • Urgência urinária;
• Náusea e vômitos; • Secreção uretral.
• Mialgias;
• Sinal de Giordano presente;
• Dor à palpação abdominal profunda.
ITU – Diagnóstico
Idosos e gestantes (apresentação atípica).
● No primeiro grupo, há alta prevalência de bacteriúria assintomática, não
sendo obrigatório tratamento, mesmo com urocultura positiva.

● No segundo grupo, 4%-10% das grávidas podem evoluir para cistite aguda,
mesmo com bacteriúria assintomática, sendo imprescindível o tratamento.

CUIDADO PARA DIABÉTICOS: cishte pode evoluir mais rapidamente para


complicações que podem prejudicar a função renal significahvamente
(sobretudo em mulheres). Os pacientes podem apresentar apenas como sinal da
cishte a bacteriúria assintomáhca, e outros agentes ehológicos podem estar
envolvidos: fungos, Streptoccocus do grupo B, Klebsiella sp.
ITU – Exames complementares
• A probabilidade pré-teste de cistite é superior a 90% em mulheres com disúria
e poliaciúria sem corrimento vaginal. Desse modo, exames de urina rotina
(EAS) ou urocultura agregam pouco na acurácia do diagnóstico de mulheres
com sintomas típicos de cistite e geralmente são desnecessários;

• A análise de urina pode ser útil para apoiar o diagnóstico se a apresentação


clínica não for típica, pois a ausência de piúria sugere um diagnóstico diferente
da infecção do trato urinário;

• A cultura da urina é útil se houver motivos para suspeitar de resistência


antimicrobiana.
ITU por grupo etário
Resumindo...
• CRIANÇAS:
• FAZER a investigação da causa de ITU, principalmente naquelas de repetição,
de modo a prevenir lesões irreversíveis e complicações futuras.
• MULHERES:
• NÃO FAZER investigação e, mulheres sem anormalidades anatômicas do trato
urinário e que apresentam quadro clínico sugestivo de ITU leve ou não
complicada;
• HOMENS:
• FAZER investigação em homens em geral, idosos, diabéticos,
imunodeprimidos, pacientes com cateterização vesical prolongada
(urinálise eurocultura), até porque nos homens a cistite é considerada
infecção complicada.
ITU - Tratamento
Cistite não complicada

1a escolha:
• Nitrofurantoína 100mg 6/6h por 5 dias;
• Fosfomicina + trometamol 3g dose única;
• Sulfametoxazol 800 + trimetoprima 160mg 12/12h por 3 dias.

Alternativas
• Norfloxacino 400mg 12/12h por 3 dias;
• Amoxicilina 500 + clavulanato 125mg 8/8 por 7 dias;
• Cefalexina 500mg 6/6h por 3 dias.
ITU - Tratamento
Pielonefrite
• Dependendo da apresentação clínica, seu manejo deve ser realizado
em ambiente hospitalar;
• Em gestantes: tratamento hospitalar;
• Pielonefrite exige investigação laboratorial (coleta de urinálise e urocultura);
• Sexo masculino, deve-se estar atento à necessidade de investigação
de problemas estruturais no trato urinário com exames de imagem.
ITU - Tratamento
Pielonefrite - Tratamento ambulatorial

• Amoxicilina 500 + clavulanato 125mg 8/8 de 10 a 14 dias;


• Sulfametoxazol 800 + trimetoprima 160mg 12/12h por 14 dias;
• Ciprofloxacino 500mg 12/12h por 7 dias;
• Ciprofloxacino 1000mg 24/24h por 7 dias;
• Levoxacino 750mg 24/24h por 5 dias;
• Cefixima 400mg 24/24h por 10 a 14 dias.
ITU - Tratamento
Bacteriúria assintomá\ca
• Tratar gestantes e pessoas que serão submehdas a instrumentalização do trato
urinário.

ITU complicada
• Necessária realização de urocultura;
• Avaliar sinais e sintomas que possam indicar hospitalização.

ITU associada a cateter


• 90% das pessoas que usam cateter tem bacteriúria assintomáhca;
• Não está indicada anhbiohcoterapia.
ITU - Tratamento
ITU em homens
• É tratada como ITU complicada;
• Deve-se fazer exame de imagem.

ITU recorrente não complicada em mulheres


• Necessária realização de urocultura antes do tratamento.
ITU – profilaxia em adultos
• Efeito protetor dura na vigência do uso de antibiótico;
• De 6 a 12 meses;
• Pode ser utilizada de forma intermitente em casos de ITU pós-coital;

• Antibióticos;
• Nitrofurantoína 50- 100mg;
• Fosfomicina + trometamol 3g 10/10 dias;
• Sulfametoxazol + trimetoprima 200/40 ou 800/80mg diária ou 3 vezes por semana;
• Cefalexina 125 ou 250mg diária.

Todos podem ser utilizados pós-coital.


ITU -
Tratamento em
crianças
Dicas importantes
Quando encaminhar

• Pessoas em mau estado geral, com risco de sepse ou intolerância para


tratamento oral podem requerer internação para terapia intravenosa e
cuidados intensivos.

• Indivíduos com sinais e sintomas sugestivos de obstrução do trato


urinário requerem avaliação urológica imediata com exames de
imagem.
Referências
ASBAI. A conexão asma e alergia – Respirando melhor. Bole%m ASBAI, n. 65, 2022. Disponível em: hBps://asbai.org.br/editorial-a-conexao-asma-e-alergia-respirando-melhor/

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BENT, S. et al. Does this woman have an acute uncomplicated urinary tract infec`on?. JAMA, v. 287, n. 20, p. 2701–2710, 2002. Disponível em:
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde. PORTARIA CONJUNTA Nº 14, DE 24 DE
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CORRÊA, R. de A. et al. Carga de doença por infecções do trato respiratório inferior no Brasil, 1990 a 2015: es`ma`vas do estudo Global Burden of Disease 2015. Revista Brasileira de
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS).
TeleCondutas: asma: versão digital 2022. Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS, 30 mar. 2022. Disponível em: hpps://www.ufrgs.br/telessauders/teleconsultoria/0800-
644-6543/#telecondutas-0800.
OBRIGADA
camilazamban@gmail.com
Infecções Sexualmente
Transmissíveis e AIDS
CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
Médicas de Família e Comunidade
Panorama brasileiro
• Alta prevalência – até 12% dos homens de 17 a 20 anos já tiveram algum problema
relacionado à ISTs.
• Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 - aproximadamente 1 milhão
de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de Infecção Sexualmente
Transmissível (IST) ao longo do ano, o que corresponde a 0,6% da população com 18
anos de idade ou mais.

• Início precoce da atividade sexual (média de 17,3 anos), sem orientação, com
múltiplos parceiros(as) e sem proteção.

• Subnotificação nos serviços de saúde.


Panorama brasileiro
Baixo índice de uso de preservativo:
• Em torno de 20% de uso em parceria fixa / 55% em parceria casual;
• Prevalência do uso consistente de preservativos de apenas 22,8% na população em
geral;
• Entre as mulheres de 20,9%;
• 59% da população referiu não ter usado preservativo nenhuma vez nos últimos 12
meses - principal motivo do não uso: confiar no parceiro (73,4%);
• Mulheres, indivíduos com faixa etária maior, com menor escolaridade e renda
apresentaram piores resultados.
Barreira ao controle de IST:
perdas em diferentes níveis entre a infecção e a cura

3
Atenção Integral
• Prevenção combinada
• Prevenção individual e coletiva
• Oferta de diagnóstico e tratamento para IST assintomática – com
exame
• Manejo de IST sintomática por fluxograma
• Adesão ao tratamento
• Comunicação / diagnóstico / tratamento parcerias
• Interrupção da linha de transmissão
• Prevenção de outras ISTs
• Prevenção de complicações
Atenção integral
Atenção Integral – “Sexo Seguro”
Geralmente associado ao uso exclusivo de preservativos, porém seu uso possui
limitações. Outras medidas de prevenção são importantes e complementares:
• Usar preservativo;
• Imunizar para HAV, HBV e HPV;
• Conhecer o status sorológico para HIV da(s) parceria(s) sexual(is);
• Testar regularmente para HIV e outras IST;
• Tratar todas as pessoas vivendo com HIV – PVHIV (Tratamento como Prevenção e I=Ia );
• Realizar exame preventivo de câncer de colo do útero (colpocitologia oncótica);
• Realizar profilaxia pré-exposição – PrEP, quando indicado;
• Conhecer e ter acesso aos métodos de anticoncepção e concepção;
• Realizar profilaxia pós-exposição – PEP, quando indicado.
Atenção Integral – “Sexo Seguro”
Atenção Integral
RASTREAMENTO DE IST: Periodicamente para populações específicas
(gestantes, adolescentes e jovens, profissionais do sexo, entre outros);

IMUNIZAÇÃO:
• Vacina contra o HPV - indicada para meninas de 9 a 14 anos e
meninos de 11 a 14 anos. Duas doses, com intervalo de seis meses.

• Vacina contra HBV - indicada para todas as faixas etárias. Três doses
induzem títulos protetores de anticorpos em mais de 90% dos adultos
e dos jovens sadios, e em mais de 95% dos lactentes, das crianças e
dos adolescentes
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
• Oferta de preservativos e orientação de uso
• Feminino & Masculino

• Comunicação para parcerias sexuais:


• Tempo:
• Tricomoníase: parceria atual;
• Corrimento uretral ou infecção cervical: últimos dois meses;
• DIP: últimos dois meses;
• Úlceras: últimos três meses;
• Sífilis secundária: últimos seis meses;
• Sífilis latente: último ano.
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita

• Método de abordagem.

• Princípios: confidencialidade, ausência de coerção, proteção


contra discriminação e legalidade da ação.

LEMBRE-SE:
ESCLAREÇA QUE TODAS AS DOENÇAS TESTADAS TEM TRATAMENTO
GRATUITO GARANTIDO PELO SUS, E A SÍFILIS TEM CURA.
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA DIAGNÓSTICO DE ISTs

● Fale claramente para a pessoa que será examinada sobre o rigor técnico necessário
para garantir segurança ao resultado;
● Receba a pessoa com simpatia e cordialidade e cumprimente-a chamando-a pelo
nome que está na requisição - atenção ao nome social.
● A pessoa deve sentir-se confortável para esclarecer suas dúvidas tanto sobre os
procedimentos que serão realizados, como dos eventuais encaminhamentos.
● Reafirme o caráter voluntário da testagem e esclareça à pessoa que o atendimento é
sigiloso.
● Assegure a privacidade da pessoa durante a entrevista e a testagem.
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA DIAGNÓSTICO DE ISTs

● Tenha as informações sobre os serviços de saúde para onde a pessoa deverá ser
encaminhada em caso de necessidade: gestante, por ex.
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA DIAGNÓSTICO DE ISTs

● Como será feita a coleta da amostra – se por punção digital, punção venosa ou com
um swab para coleta do fluido oral;
● Como funciona o teste, quanto tempo levará até sair o resultado;
● Permita que a pessoa esclareça suas dúvidas nesse momento;
● Informe ainda que, durante a testagem rápida, talvez seja necessário realizar mais de
uma punção digital ou até mesmo uma punção venosa, para a repetição do teste ou,
ainda, para a realização de outros testes. Isso evitará que a pessoa fique insegura
quanto ao seu desempenho técnico.
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA DIAGNÓSTICO DE ISTs

● Deixe claro à pessoa que os testes iniciais para a investigação da infecção pelo HIV,
HCV e sífilis são capazes de detectar anticorpos produzidos pelo organismo como
resposta à infecção causada pelo agente infeccioso.
● Se o teste a ser realizado for o teste rápido para hepatite B, esclareça que será
detectado um antígeno (HBsAg).
● Verifique se a pessoa teve algum tipo de exposição de risco recentemente e explique
o que é janela diagnóstica.
● Em caso de exposição recente, evidencie a importância de a pessoa exposta retornar
para fazer o teste no período adequado, ou seja, após 30 dias.
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA DIAGNÓSTICO DE ISTs
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA HEPATITES VIRAIS

● Pergunte se a pessoa já é vacinada para hepatite B;


● Informe que pode haver resultados falsos reagentes nos testes que detectam o
antígeno de superfície do HBV (HBsAg) em um período de até 21 dias após a
vacinação.
● Caso a pessoa nunca tenha sido vacinada, ofereça a vacina ou informe qual é o serviço
mais próximo para a vacinação.
● Ressalte o risco de infecção por compartilhamento de itens de higiene pessoal, como:
escovas de dente, alicates de unhas, bem como lâminas de barbear ou de depilação.
● Lembrar: a maior prevalência de pessoas infectadas por hepatites virais está na faixa
acima de 40 anos de idade.
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA SÍFILIS

● Pergunte se a pessoa alguma vez já realizou o teste para sífilis, se já teve algum
resultado reagente e se já fez algum tratamento para essa infecção.
● Faça as mesmas perguntas a respeito da pessoa ou das pessoas com quem ela
manteve contato sexual.
● Se a pessoa testada for uma mulher, pergunte se está grávida, se tem filhos, se está
fazendo ou se fez acompanhamento pré-natal em gestações anteriores e se realizou
os testes recomendados.
● Esclareça que o teste rápido para sífilis detecta anticorpos que podem ser de uma
infecção atual ou de infecções anteriores.
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA HIV
Abordagem às pessoas com IST ou suspeita
REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS - situações que influenciam no resultado do teste:

● Imunização: vacinas contra influenza (vacina da gripe), tétano e raiva podem gerar
resultados falsos reagentes para HIV e hepatite C em período entre 2 e 6 meses após a
vacinação.
● Medicamentos: pessoas que tomam antirretrovirais podem apresentar resultados
falsos não reagentes em testes para detecção da infecção pelo HIV
● Gestação: resultados falsos reagentes para diversas infecções - consultar o Protocolo
Clínico de Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde.
ISTs assintomáticas

• Triagem para sífilis, gonococo, clamídia, hepatites e HIV em pessoas


com ISTs;

• Testes no pré-natal;
• Tratamento das infecções identificadas;
• Tratamento das parcerias sexuais.
ISTs assintomáticas
• Manifestações com agentes etiológicos bem estabelecidos – manejo
possível sem testes diagnósticos;
• Abordagem sindrômica.
Manejo clínico de IST sintomáticas
Manejo clínico de IST sintomáticas
10
CORRIMENTO
VAGINAL
Situação problema 1

Julia, sexo feminino, 28 anos, hígida, heterossexual, sem parceiro fixo


no momento, vem à consulta com queixa de corrimento vaginal
esbranquiçado, sem odor fétido, iniciado há 1 semana durante o
período menstrual. Teve piora após relação sexual sem preservativo
há 3 dias, na qual referiu dor. Refere prurido. Nega queixas urinárias.
Relata uso de calcinha de algodão, não fez nenhum tratamento
recentemente.
Situação problema 1

• Ao exame físico você encontra grandes lábios com eritema, e sem


escoriações ou úlceras. Colo uterino sem hiperemia. Exame especular
com corrimento homogêneo, branco e grumoso em moderada
quantidade.
• Julia tem uma IST? Ela necessita de tratamento? Toda paciente com
essa infecção deve ser tratada? O(s) parceiro(s) recentes precisam ser
comunicados? Como fazê-lo?
Situação problema 1 - Discussão
• Corrimento vaginal
Diagnóstico diferencial – candidíase x vaginose x tricomoníase
• Apenas Tricomoníase é IST!
• Necessidade de exame especular
Exame microscópico à fresco
Bacterioscopia / Teste de Whiff / pesquisa pH vaginal
• Indicação de tratamento
Situação problema 1 - Discussão
Fluxograma para o manejo de corrimento vaginal
Tratamento – Candidíase vulvovaginal
Tratamento – Vaginose bacteriana
Tratamento - Tricomoníase
Fluxograma para o manejo de cervicite
Tratamento para Gonorreia/ Clamídia
CORRIMENTO URETRAL
Situação problema 2
Pablo, 24 anos, vem à consulta por saída de secreção purulenta pelo meato
uretral percebida há 2 dias, acompanhada de dor uretral constante, com piora
importante à micção. Última relação sexual há 3 dias.

Exame físico: Drenagem de secreção mucopurulenta em média quantidade pelo


meato uretral com leve hiperemia balano-prepucial, sem sinais de acometimento
escrotal. Exame da região anorretal normal.

• Qual é o provável agente etiológico? Como ter certeza? Como manejar?


Situação problema 2 - Corrimento uretral
Fluxograma para o manejo de corrimento uretral
Situação problema 2 - Tratamento
• Uretrite gonocócica e por Clamídia não-complicada:
• Ciprofloxacino 500mg 1cp + Azitromicina 2cp 500mg Dose única;
• Ceftriaxone 500mg IM + Azitromicina 500mg 2 cp Dose única;
• Em menores de 18 anos, gestantes e no Sudeste não usar
Ciprofloxacino.
• Uretrite por Clamídia
• Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única;
• Doxiciclina 100 mg, VO, 2x dia, por 7 dias;
• Amoxicilina 500 mg, VO, 3x dia, por 7 dias.
• Uretrite por Mycoplasma genitalium
• Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única.
• Tratar parcerias
Tratamento Uretrites
Tratamento Uretrites
VERRUGA GENITAL
Situação problema 3
Rita, sexo feminino, 32 anos, vem à consulta por lesão verrucosa percebida
ontem no banho, localizada em grandes lábios, sem dor ou coceira. Em
relacionamento estável com parceira fixa há cerca de 4 anos, parceiros do
sexo masculino prévios. Último citopatológico há cerca de 5 anos. Sem
comorbidades.

Exame físico: Percebe-se lesão maior com cerca de 0,8cm de diâmetro, e


outras lesões menores nas proximidades. Sem linfonodomegalia inguinal.
Situação problema 3 - Discussão
• Papiloma vírus humano (HPV)
• Risco de exposição 15-20% a cada nova parceria.
• Subtipos de baixo e alto risco oncogênico:
• Maioria das lesões com resolução espontânea em 2 anos;
• Tempo infecção HPV alto risco e câncer cervical: 20 anos / causa de
85% casos câncer anal, 35% orofaringe.
• Infecções assintomáticas ou não aparentes / forma subclínica / forma
de lesões exofíticas – condiloma acuminado, verrugas genitais ou
cristas de galo;
• Tempo de latência viral e fatores associados desconhecidos;
• Vacina HPV (Calendário vacinal).
Situação problema 3
Manejo clínico de verrugas anogenitais
Situação problema 3 - Tratamento
• Considerar tamanho, morfologia, número,localização e perfil
imunológico:
• Podofilina 10-25% solução
• Ácido tricloroacético (ATA) 80-90%
• Eletrocauterização / Crioterapia / Exérese cirúrgica
• Superfícies úmidas/intertriginosas: tratamento tópico;
• Mudar terapêutica se ausência de melhora significativa após 3
sessões ou não-desaparecimento após 6 sessões.
ÚLCERA GENITAL
Situação problema 4 – Úlcera genital
Tim, sexo masculino, 21 anos, estudante universitário, vem à consulta por
surgimento de lesão peniana percebida há 1 semana. Última relação sexual há
cerca de 1 mês com parceira casual. A lesão não apresenta drenagem de
secreção e ele percebe apenas desconforto leve em região inguinal. Nega
comorbidades conhecidas, mas está preocupado pois tem ficado doente com
frequência e perdeu cerca de 2kg nos últimos dois meses, involuntariamente.

Exame físico: Úlcera única em face lateral do pênis, cerca de 1cm de diâmetro,
com base escura e fundo limpo. Linfonodomegalia inguinal e cervical, sem outros
pontos.
P: 58kg
Situação problema 4 – Úlcera genital
Diagnósticos Diferenciais:
• Sífilis primária e secundária;
• Herpes genital;
• Cancróide / Cancro Mole;
• Linfogranuloma Venereo;
• Donovanose.

• ELEVADO RISCO DE TRANSMISSÃO E AQUISIÇÃO DO HIV – principal


causa para a difusão do vírus;
• Baixo valor preditivo positivo com base na impressão clínica.
Situação problema 4 – Úlcera genital
Sífilis primária

32
32
Fluxograma De Manejo

Fluxograma sem laboratório


Fluxograma para o manejo de infecções que causam úlcera genital
Situação problema 4 – Tratamento
• Herpes vaginal
• 1º episódio: Aciclovir 200mg 2cp 3x ao dia por 7 dias ou 1cp 5x ao dia por
7 dias – inicio o mais precoce possível!
• Recidiva: Mesma posologia, duração 5 dias;
• Atentar para pacientes com herpes recorrente / imunossuprimidos.

• Cancro mole (Cancróide)


• 1ª linha: Azitromicina 500mg 2cp dose única ou Ceftriaxona 500mg IM
dose única;
• 2º linha: Ciprofloxacino 500mg 1cp 2x ao dia por três dias.

34
Tratamento de herpes genital
Tratamento de herpes genital
Situação problema 4 – Tratamento
• Linfogranuloma venéreo
• 1ª linha: Doxicilina 100mg 12/12h por 21 dias;
• 2ª linha: Azitromicina 500mg 2cp 1x por semana por 21 dias – gestantes!;
• Parcerias assintomáticas: Azitromicina 500mg 2cp dose única.

• Donovanose
• 1ª linha: Doxicilina 100mg 12/12h por pelo menos 21 dias;
• 2ª linha: Azitromicina 500mg 2cp 1x por semana por pelo menos 3 semanas ou
Ciprofloxacino 500mg 1cp e meio 12/12h por pelo menos 21 dias ou
Sulfametoxazol + trimetoprima 400+80mg 2cp de 12/12h por no mínimo 3
semanas.

35
Tratamento de Cancroide e LGV
Tratamento de Donovanose
Sífilis – Epidemiologia
• No período de 2011 a 2021, foram notificados no país 1.035.942
casos de sífilis adquirida, 466.584 casos de sífilis em gestantes,
221.600 casos de sífilis congênita e 2.064 óbitos por sífilis congênita;

• A sífilis adquirida apresentou aumento crescente da taxa de detecção


até o ano de 2018, com posterior estabilidade, exceto em 2020,
quando foi observado declínio na taxa, decorrente da pandemia por
COVID-19;

36
Sífilis – Epidemiologia:
Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes), taxa de detecção de
sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita (por 1.000 nascidos
vivos), segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021.

36
Sífilis – Epidemiologia:
Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes) segundo região de
residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021.

36
Sífilis – Classificação

Classificação:
• Segundo o tempo de infecção:
• Sífilis adquirida recente (< 1 ano
de evolução)
• Sífilis adquirida tardia (>1 ano de
evolução)

36
Caracterização dos estágios
Sífilis secundária
Caracterização dos estágios
Tratamento - Sífilis

42
Sífilis na gestação
Exames na primeira consulta e com 28 semanas:
• Se positivo:
• Intervenção imediata
• Tratar com penicilina benzatina 2.400.000 UI (semanal por 3
semanas – 3 doses).
• Tratar parceiro. (Se tiver teste negativo tratar com 2400 000 UI. E se
teste positivo, tratar como sífilis latente).
• Anamnese: história de diagnóstico e tratamento prévio.
• Exame físico
Sífilis na gestação
SEGUIMENTO:
• VDRL mensalmente em gestantes!
• Ao término da gestação 🡪 de 3/3meses no 1º ano. Depois, de 6/6 meses até
a estabilização.
• Os títulos devem cair progressivamente, permanecendo negativos ou
inferiores a 1:8.
• Se os títulos se mantiverem baixos e estáveis em 2 oportunidades, após 1
ano, pode ser dada alta.
• ENCAMINHAR A CENTRO DE REFERÊNCIA SE ALERGIA À PENICILINA.
Sífilis na congênita
Classificação sífilis congênita
Classificação sífilis congênita
Tratamento - sífilis congênita
Tratamento - sífilis congênita
Tratamento - sífilis congênita
DOENÇA
INFLAMATÓRIA
PÉLVICA (DIP)
Doença inflamatória pélvica (DIP)
• Ascensão de microorganismos com comprometimento de endométrio /
trompas / anexos / estruturas contíguas;

• Complicação importante (1 DIP para cada 8 a 10 cervicites), problema saúde


pública, repercussões a longo prazo;

• O exame clínico deve incluir:


› Aferição de sinais vitais;
› Exame abdominal;
› Exame especular vaginal, incluindo inspeção do colo de útero para friabilidade
(sangramento fácil) e corrimento mucopurulento cervical;
› Exame bimanual, com mobilização do colo e palpação dos anexos.
Doença inflamatória pélvica (DIP)
Doença inflamatória pélvica (DIP)
• Fatores de risco:
• IST prévia ou atual;
• Múltiplas parcerias sexuais;
• DIU (3 a 5x mais chance em casos de cervicite).

• Diagnóstico: 3 critérios maiores + 1 critério menor OU 1 critério elaborado.


Doença inflamatória pélvica (DIP)
Figura 15 – Fluxograma para o manejo clínico de DIP
Tratamento - DIP
HIV/AIDS
Epidemiologia - Infecção pelo HIV
• De 2007 até junho de 2022, 434.803 casos de infecção pelo HIV no
Brasil, sendo 183.901 (42,3%) na região Sudeste, 89.988 (20,7%) na
região Nordeste, 84.242 (19,4%) na região Sul, 42.957 (9,9%) na região
Norte e 33.715 (7,7%) na região Centro-Oeste.

• Em 2021, foram notificados 40.880 casos de infecção pelo HIV, sendo


5.494 (13,4%) casos na região Norte, 10.896 (26,7%) no Nordeste,
13.926 (34,1%) no Sudeste, 6.899 (16,9%) no Sul e 3.665 (8,9%) no
Centro-Oeste.

• Entre 2019 e 2021, o número de casos de infecção pelo HIV declinou


11,1% no Brasil, com maior percentual de redução nas regiões Sul
(15,4%) e Sudeste (15,3%).

57
Epidemiologia- Infecção pelo HIV:
Taxa de detecção de aids (por 100.000 hab.) segundo região de residência,
por ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021.

57
Epidemiologia- Infecção pelo HIV:
Taxa de detecção de aids (por 100.000 hab.) segundo UF e capital de
residência. Brasil, 2021*

57
Infecção pelo HIV
• As IST são fatores de risco para aquisição e transmissão do HIV. Estudos
demonstram que pessoas com IST e infecções não ulcerativas do trato
reprodutivo têm um risco aumentado de três a 10 vezes de se infectar pelo HIV,
o qual sobe para 18 vezes se a doença cursa com úlceras genitais.
• A primeira fase da infecção (infecção aguda) é o tempo para o surgimento de
sinais e sintomas inespecíficos da doença, que ocorrem entre a primeira e
terceira semana após a infecção.

57
Infecção pelo HIV
• A fase seguinte (infecção assintomática) pode durar anos, até o
aparecimento de infecções oportunistas (tuberculose,
neurotoxoplasmose, neurocriptococose) e algumas neoplasias (linfomas
não Hodgkin e sarcoma de Kaposi);

• A presença desses eventos define a AIDS.

57
Infecção pelo HIV

57
Infecção pelo HIV - Abordagem na APS

57
Infecção pelo HIV - Abordagem na APS
Para dar apoio a essa estratégia, encontram-se disponíveis em
http://www.aids. gov.br os seguintes materiais de suporte:

• Cinco Passos para a Implementação do Manejo da Infecção pelo HIV


na Atenção Básica – Manual para gestores;
• Manual de Manejo do HIV na Atenção Básica – Manual para
médicos;
• Cuidado Integral às Pessoas que Vivem com HIV pela Atenção Básica
– Manual para a equipe multiprofissional;
• Caderno de Boas Práticas em HIV/Aids na Atenção Básica

57
Triagem de HIV na gestação

• HIV: na primeira consulta do pré-natal, idealmente no primeiro e no


terceiro trimestre da gestação;

• Para gestantes que não tiveram acesso ao pré-natal, o diagnóstico


pode ocorrer no momento do parto, na própria maternidade, por
meio do TR para HIV;

58
Teste rápido HIV
1) A amostra com resultado não reagente no teste rápido 1 (TR1) será definida
como: “Amostra Não Reagente para HIV”. Em caso de suspeita de infecção pelo HIV,
uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias após a data da coleta desta amostra.
2) A amostra com resultado reagente no TR1 deverá ser submetida ao teste rápido 2
(TR2).
3) A amostra com resultados reagentes no TR1 e no TR2 terá seu resultado definido
como: “Amostra Reagente para HIV”. A amostra com resultados discordantes entre
TR1 e TR2 não terá seu resultado definido. Nesse caso, devem-se repetir os dois
testes; persistindo a discordância dos resultados, uma amostra deverá ser coletada
por punção venosa e encaminhada para ser testada com um dos fluxogramas
definidos para laboratório.

59
Teste rápido HIV
• Testes rápidos para a detecção do HIV fornecem resultados entre 5 e 40 minutos
e têm sido progressivamente utilizados como estratégias de ampliação do
acesso ao diagnóstico da doença;
• Apresentam sensibilidade e especificidade acima de 99% a partir de três meses da
transmissão viral;
• Testes rápidos apresentando resultados positivos devem ser confirmados com
testes de imunofluorescência e Western blot;
• Se o resultado do teste rápido é negativo, não há necessidade de testagem
confirmatória, a não ser que haja suspeição de infecção viral aguda pelo HIV,
condição que demanda teste de detecção do vírus por meio de estratégia de
detecção do RNA viral;
• Resultados indeterminados devem ser repetidos em período entre 1 e 2 meses.

60
61
Profilaxia pré e pós-exposição ao HIV
• Há várias limitações para a efetividade de estratégias de profilaxia pós-
exposição:
○ Período limitado entre a exposição e o início da replicação viral na
submucosa;
○ Dificuldade em ter acesso aos medicamentos;
○ Reconhecimento da situação de risco implicada no contato sexual com
parceiro sabidamente infectado pelo HIV;
○ Não utilização completa dos 28 dias recomendados de profilaxia em função
da elevada frequência de ocorrência de eventos adversos.

62
Profilaxia pré e pós-exposição ao HIV
• A utilização de terapia antirretroviral como estratégia de prevenção da
transmissão do HIV em casais sorodiscordantes tem benefício demonstrado nas
situações em que o parceiro infectado possui contagens de células de linfócitos
CD4 inferiores a 350 células/mm3.
• Há, no entanto, outros aspectos a considerar, como a duração da proteção, os
efeitos adversos associados a essa estratégia, a adesão e o risco de transmissão
de vírus multirresistente entre os parceiros com sorologia discordante para o
vírus HIV.

62
Conduta
• A complexidade da infecção pelo HIV em estágio sintomático
demanda atenção especializada, realizada por médico com
treinamento específico.

• Estratégias de organização da assistência de indivíduos infectados


com o HIV, compreendendo gerenciamento de pacientes e serviços
hospitalares especializados concentrando volume elevado (centros
de referência) de pacientes, estão associadas a melhores desfechos
e redução da mortalidade relacionada com o vírus..

63
HEPATITES VIRAIS
Hepatites virais
• Causadas pelos vírus das hepatites A, B, C, D ou Delta e E;
• São doenças causadas por diferentes agentes etiológicos;
• Têm em comum o tropismo primário pelo tecido hepático ;
• Constituem um enorme desafio à saúde pública em todo o mundo;
• São responsáveis por cerca de 1,4 milhão de óbitos anualmente, como
consequência de suas formas agudas graves e, principalmente, pelas
complicações das formas descompensadas crônicas ou por hepatocarcinoma;
• Esse número é comparável ao das mortes causadas pela tuberculose e é
superior ao de óbitos causados pelo HIV.

63
Hepatites virais
•No Brasil, de 1999 a 2016, foram notificados no Sinan aproximadamente 600.000
casos confirmados de hepatites virais A, B, C e D.

•Foram notificados Sinan 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil,


no período de 2000 a 2021.

Destes:
○ Hepatite A -168.175 (23,4%);
○ Hepatite B - 264.640 (36,8%);
○ Hepatite C - 279.872 (38,9%);
○ Hepatite D - 4.259 (0,6%).

63
Hepatites virais
• Estima-se que o número de casos seja bem maior, em razão de a maioria dos
casos não apresentarem sintomas, o que dificulta a procura por diagnóstico.
• Dados do Ministério da Saúde estimam que aproximadamente 657 mil pessoas
tenham o vírus da hepatite C no Brasil.
• Devido às suas taxas de prevalência, cronicidade e potencial de
transmissibilidade e complicações, as hepatites virais B e C são agravos de
elevada importância em termos de saúde pública.
• A maioria das pessoas infectadas pelas hepatites virais crônicas desconhece seu
diagnóstico, constituindo elo fundamental na cadeia de transmissão dessas
infecções

63
Hepatite A
A hepatite A é uma doença comumente transmitida por meio de contato
oralfecal, pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados;

Taxa de incidência de hepatite A (por 100.000 hab.) segundo região


de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021

63
Hepatite B
• O vírus da hepatite B – HBV é transmitido por meio de contato com fluidos
corpóreos infectados.
• O sangue é o veículo de transmissão mais importante, mas outros fluidos
também podem transmitir o HBV, como sêmen e saliva.

Taxa de detecção de hepatite B (por 100.000 hab.) segundo região


de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021

63
Hepatite B

• O vírus da hepatite Delta – HDV também está presente na


região norte, com expressivo impacto clínico e epidemiológico.;
• O HDV é um vírus que acomete apenas pessoas infectadas pelo
vírus da hepatite B;
• Sua transmissão pode ocorrer concomitantemente à infecção
pelo HBV (coinfecção) ou posteriormente à infecção pelo HBV
(superinfecção).

63
Hepatite C
• A forma mais eficaz de transmissão do vírus da hepatite C – HCV ocorre pela
exposição percutânea repetida, ou mediante o recebimento de grandes
volumes de sangue infectado.

Taxa de detecção(1) de casos de hepatite C (por 100.000 hab.) segundo região


de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021

63
Hepatite C

• A transmissão sexual do HCV é menos frequente que a transmissão


da infecção pelo HBV, ocorrendo em pessoas com múltiplas
parcerias sexuais e que têm relações sem uso de preservativo;

• A testagem para HCV deve ser solicitada para todos os indivíduos


em situações de risco.

63
PREVENÇÃO DAS IST NA VIOLÊNCIA SEXUAL

• Hepatite B: Se vítima não vacinada, vacinar e fornecer


imunoglobulina hiperimune para Hepatite B;

• HIV: TARV por 4 semanas, iniciando em até 72h;

• Anticoncepção de emergência.
PREVENÇÃO DAS IST NA VIOLÊNCIA SEXUAL
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância,
Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites
Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em
Adultos. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em:
https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2013/hiv-aids/pcdt_manejo_adult
o_12_2018_web.pdf/view.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Hepatites Virais 2022. Boletim
Epidemiológico, Brasília, n. esp., jun. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos
/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-hepatites-virais-2022-numero-especial.
Referências Bibliográficas
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sífilis 2022. Boletim
Epidemiológico, Brasília, n. esp., out. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos
/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-sifilis-numero-especial-out-2022/view
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. HIV/Aids 2022. Boletim
Epidemiológico, Brasília, n. esp., dez. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/dezembro/arquivos/boletim_hiv_aid
s_-2022_internet_24-11_finalizado.pdf
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de
Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis –
IST [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 20
Referências Bibliográficas
FELISBINO-MENDES, M. S. et al. Comportamento sexual e uso de preservativos na população
brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Revista Brasileira de Epidemiologia, v.
24, 2021. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/rbepid/2021.v24suppl2/e210018/pt/.
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde. Subsecretaria de
Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde. Superintendência de Atenção Primária.
Infecção pelo HIV e AIDS: prevenção, diagnóstico e tratamento na atenção Primária - v. 1. 1.
Rio de Janeiro: SMS, 2016. 83 p. (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) (Coleção Guia de
Referência Rápida). Disponível em:
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6552790/4176326/GuiadeReferenciaRepidaemHIV_AI
DS_pagsimples_web.pdf.
Obrigado (a)!
Casos Clínicos – Revisão
Prof. Adriano Pedrosa

1
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) - mínima

• Médico
• Enfermeiro
• Técnico de enfermagem
• Agentes Comunitários de Saúde (ACS)

Podendo ter Equipe de Saúde Bucal

2
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

 Porta de entrada
 Trabalha com território adscrito (2 a 4 mil pessoas)
 Intervém sobre os fatores de risco específicos da
comunidade
 Assistência integral
 Realizar atividades de educação e promoção da
saúde
3
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

• São um elo entre as equipes de saúde e a comunidade


(informações entre a Unidade de saúde e a população)
• Acompanham mensalmente todas as famílias (Visita
Domiciliar – VD)
• Ações de promoção da saúde (educação na escola,
caminhadas, palestras, acompanhamento crianças,
busca ativa, cuidado ambiental,...)
• Cadastramento da população
• Funções administrativas

4
ESF E PRINCÍPIOS DO SUS

• Agenda – feita em conjunto com a


equipe, de forma compartilhada
• Universalidade
• Coordenação do cuidado
• Equidade
• Integralidade
• Acolhimento
SUS
ACOLHIMENTO

ACOLHIMENTO TRIAGEM
- Objetivo: inclusão sob - Objetivo : exclusão
a ótica do vínculo e da
vulnerabilidade
- Programação X “quem não vou
Imprevisto. atender?”
“quem precisa ser “quem não deveria
atendido?” estar aqui?”
CASO CLÍNICO 1

Ana, 10 anos, foi levada à USF por sua tia Glória.


Glória diz que a menina não está bem que deve ser alguma coisa
grave.
-Doutor, estou muito preocupada! Aninha não quer comer nada,
está fraca há 7 dias e tem diarréia. Hoje disse que também tem
dor na barriga . Não se anima nem de ir nadar no lago que ela
gosta tanto.

Exame físico: paciente em bom estado geral, afebril no momento,


anictérica.
Abdome: distendido e doloroso, fígado palpável, sem sinais de
alarme.
Prova do laço negativa. Sinais vitais sem alterações.
CASO CLÍNICO 1

1. Qual é a sua principal hipótese diagnóstica?


2. Como confirmar sua hipótese?
3. Quais são os hospedeiros?
4. Qual é a sua conduta em caso de
confirmação do diagnóstico?
5. Quais serão as suas orientações a esta
paciente?
CASO CLÍNICO 1

1. Esquistossomose
2. Pesquisa de ovos Schistosoma nas fezes
(Kato-Katz)
3. Homem e caramujo
4. Tratar com Praziquantel / Notificação
Compulsória
5. Orientações…
CUIDADOS

• Orientar a população de área endêmica sobre


sinais e sintomas da doença
- Cuidados individuais / coletivos
- Atividades de promoção à saúde
• Saneamento domiciliar e ambiental
• Evitar banhos em lago com caramujo
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
CASO CLÍNICO 2
CASO CLÍNICO 2

João Pedro, 21 anos, vem a consulta com queixa de dor


para urinar há 4 dias, e notou hoje saída de secreção do
pênis. Conta que tem uma namorada, Larissa, que tem
14 anos, e estão muito preocupados pois a menstruação
dela está com atraso de 2 meses. Refere que teve
relações sexuais com outras pessoas e algumas vezes
não usou camisinha pois estava muito embriagado. Além
do consumo de álcool conta que gosta de fumar
maconha e experimentou Crack há 3 semanas e desde
então usou quase todos os dias. Ao exame: saída de
secreção amarelada à ordenha da uretra. Sem outras
alterações.
CASO CLÍNICO 2

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual o tratamento?
3. Quais as orientações de prevenção? E com
relação as parcerias?
4. Quais exames você solicitaria?
CASO CLÍNICO 2

1. Qual a hipótese diagnóstica?

Corrimento uretral ou uretrite


Uso de substância psicoativas

2. Qual o tratamento?

Abordagem sindrômica para gonorréia e clamídia


Ciprofloxacino + Azitromicina ou Ceftriaxone + Azitromicina.
CASO CLÍNICO 2

3. Quais as orientações de prevenção e com relação as parcerias?

Orientar comunicação e tratar parcerias (últimos 2 meses)


Orientar uso de preservativo
Convidar namorada para consulta médica (gravidez?)
Indicar vacina de Hepatite B
Abordagem na anamnese sobre abuso de SPA. Falar sobre
redução de danos.

4. Quais exames você solicitaria?

Rastreamento para ISTs: HIV, sífilis, hepatite B E C.


ACONSELHAMENTO PRÉ TESTE E PÓS-TESTE
CASO CLÍNICO 3
CASO CLÍNICO 3

Larissa, namorada de João Pedro vem a consulta para


avaliação e tratamento para Clamídia e Gonorréia,
você receitou Ceftriaxona e Azitromicina.

Teste de urina para gravidez, positivo.


Avaliação da idade gestacional de 9 semanas pela
DUM (Data da Última Menstruação).
Teste rápido de sífilis de Larissa e de João Pedro
positivos.
Teste de HIV e Hepatite negativos.
CASO CLÍNICO 3

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual o tratamento e conduta em relação ao
teste rápido positivo?
3. Qual a conduta em relação ao parceiro?
4. Como é feito o seguimento com exames?
5. Qual a conduta em relação a gravidez?
CASO CLÍNICO 3

1. Qual a hipótese diagnóstica?


Gravidez na adolescência e Sífilis na gestação

2. Qual o tratamento e conduta em relação ao teste rápido


positivo?

Intervenção imediata
Notificação Compulsória
Penicilina Benzatina 2400 000 UI semanal IM por 3 semanas
Se alergia à penicilina, encaminhar para centro especializado para
dessensibilização
CASO CLÍNICO 3

3. Qual a conduta em relação ao parceiro?


Teste positivo = Tratamento igual da gestante
Penicilina Benzatina 2400 000 UI semanal IM por 3 semanas

4. Como é feito o seguimento com exames?


- Solicitar exames do primeiro trimestre
- VDRL mensal até o término da gestação
- VDRL de 3/3 meses por 1 ano após parto
- Depois de 6/6 meses até estabilização
- Os títulos devem cair progressivamente, permanecendo negativos ou
inferiores a 1:8.
- Se os títulos se mantiverem baixos e estáveis em duas oportunidades,
após 1 ano, pode ser dada a alta!
5. Qual a conduta em relação a gravidez?

• Confirmação do diagnóstico de gravidez


• Cadastramento no SISPRENATAL
• Registro dos dados no prontuário e no cartão da
gestante
• Classificação do risco gestacional (encaminhamento,
quando necessário, ao pré-natal de alto risco ou
urgência/emergência obstétrica)
• Vinculação da gestante com a maternidade de
referência
Pré-Natal – Exames do 1º Trimestre

 Hemograma
 Tipagem sanguínea e Fator Rh
 Coombs indireto (se Rh negativo)
 Glicemia de jejum
 Teste rápido de Sífilis e HIV (VDRL ou Anti-HIV)
 Toxoplasmose IgM e IgG
 Sorologia Hepatite B (HbsAg)
 Urocultura e Urina tipo 1
 Ultrassonografia obstétrica
Pré-Natal – Condutas Gerais

• Prescrição profilática de ácido fólico (5mg / dia via


oral, nos 3 primeiros meses de gestação);

• Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de


ferro elementar/dia (200mg de sulfato ferroso).
Iniciar na concepção e manter no pós-parto e no
pós-aborto por 3 meses;

• Encaminhar para consulta odontológica.


Imunização: recomendações de
rotina no pré-natal
•DTPA a partir da 27ª semana
Sífilis
É uma doença de no ficação compulsória

Tratar parceiro

Se parceria(s) com teste negativo:


- Fazer dose profilática
Penicilina Benzatina 2.400.000 UI dose única IM

- Se teste positivo, tratar como Sífilis latente


Penicilina Benzatina 2.400.000 UI, IM
1 vez por semana por 3 semanas

- Se alergia à Penicilina, encaminhar para dessensibilização


CASO CLÍNICO 4
CASO CLÍNICO 4

• Cauã Mendes das Chagas, 01 ano e 6 meses, é trazido pela


sua avó à Unidade de Saúde com uma história de coriza,
febre não aferida e tosse há 5 dias. A avó conta que desde
ontem está com mais tosse e com a respiração “ mais
cansada”.
Foi levado à UPA antes de ir à USF, onde fez uso de
broncodilatador, apresentando melhora parcial do quadro.
- Antecedentes pessoais: Parto Normal, Apgar 9 e 9, sem
intercorrências. Vacinações em dia.
- Antecedentes Familiares: pai portador de Asma, mãe
tabagista.
CASO CLÍNICO 4

Exame físico:

FC 110bpm / FR 44rpm / Sat O2 99% / Tax 38ºC

AR: Murmúrio vesicular diminuído em base esquerda,


com discretos estertores crepitantes, sem sibilos.
Sem estridor, sem tiragem subcostal.
CASO CLÍNICO 4

1- Qual a hipótese diagnóstica?

2- Quais os exames a serem solicitados?

3- Qual a conduta?
CASO CLÍNICO 4

1- Qual a hipótese diagnóstica?

Pneumonia

2- Quais os exames a serem solicitados?


Nenhum

Não solicitar Rx torax – a maioria dos casos não terá


alteração sensível para confirmar diagnóstico.
Não precisa de hemograma no primeiro momento.
CASO CLÍNICO 4

3- Qual a conduta?

Amoxacilina 50mg/kg/dia de 8/8h por 7 a 10 dias.


Tratamento domiciliar
ORIENTAR SINAIS DE ALARME
Retorno em 48 horas ou antes em caso de sinais
alarme ou piora clínica.
A realização de radiografia de tórax para
confirmação do diagnóstico não é ro neiramente
necessária em crianças com quadro leve de
pneumonia, sem complicações e que serão
tratadas ambulatorialmente

63
• A escolha da antibioticoterapia é empírica – a AMOXICILINA é
droga de primeira escolha
• Se uso recente de amoxicilina (nos últimos 3 meses), associar
com clavulanato
• Macrolídeos (azitromicina) podem ser utilizados nas crianças
maiores de 5 anos (etiologia) ou suspeita de germe atípico
• Gravidade = hospitalização: ragem, sonolência excessiva,
desnutrição, comorbidades crô nicas e baixa idade (< 2 meses),
falha terapêutica ambulatorial e internação por incapacidade da
família e cuidar
• Reavaliar a criança 48 horas após o início da terapêutica
CASO CLÍNICO 5
CASO CLÍNICO 5

Manuel da Rosa, masculino, 52 anos, pescador. Veio à consulta de


retorno trazendo exames. Nega histórico de doença ou uso de
medicação.
É tabagista há 25 anos (1,5 maço/dia). Nega etilismo.
Faz 3 refeições diárias (café da manhã: pão de trigo com manteiga
e café com açúcar ou rapadura; almoço e jantar: arroz com peixe
frito e pirão).
Não costuma comer frutas ou salada. Um “docinho” sempre cai
bem antes de dormir. Dona Catarina, sua esposa conta que Seu
Manuel tem bebido mais água que anteriormente.
CASO CLÍNICO 5

Ao exame:
IMC 30,5 kg/m2.
PA: 130x85 mmHg.
Exame físico: sem alterações

Exames complementares:
Glicemia de jejum – 140 e 145 mg/dl
Hemoglobina Glicada 6,9%.
Creatinina 1,1
ECG normal
CASO CLÍNICO 5

1 - Qual o diagnóstico?
2 – Qual tratamento?
3 – Quais orientações e cuidados com a saúde?
4 – Quais exames de seguimento?
5- Quando retornar para consulta?
CASO CLÍNICO 5

1 - Qual o diagnóstico?
DM II
Obesidade
Tabagismo

2 – Qual tratamento?

Paciente com IMC > 30, se benificiará do uso de Metformina


500-850mg/dia, junto à mudança de estilo de vida.
* Introduzir metformina ao diagnóstico para pessoas com
sobrepeso e obesos.
** Quando há o diagnóstico, nessa situação, a insulinoterapia
deve ser plena e pode ser temporária. AMGC –
automonitorização da glicemia capilar.
CASO CLÍNICO 5

3 – Quais orientações e cuidados com a saúde?

- Orientar sobre a doença


- Orientar sobre alimentação (preferir alimentos frescos à
alimentos em relação aos processados, fracionar refeições,
aumentar ingesta de fibras, reduzir gorduras – pactuar um diário
alimentar)
- Tabagismo: abstinência x redução de danos.
- Atividade física: quantificar atividade física no trabalho.
-Redução de peso
- Orientar sobre cuidados com os pés
- Orientar sobre sinais de hipoglicemia
CASO CLÍNICO 5

4 – Quais exames de seguimento?

Glicemia de jejum
Hemoglobina glicada
Urina tipo 1 e microalbuminúria
Creatinina
Lipidograma
Fundoscopia

5. Quando retornar para a consulta?

Retornar em 3 meses
CASO CLÍNICO 6
CASO CLÍNICO 6

Dona Raimunda, 66 anos, viúva, vem a consulta com queixa de


desconforto na barriga, sensação de inchaço, acha que está
tendo febre há cerca de dois meses. Conta que no início achou
que podia ser um resfriado, por isso não procurou atendimento
antes, mas ficou preocupada pois está se sentindo muito fraca,
sem apetite e acha que emagreceu pois as roupas estão mais
frouxas. Procurou ajuda da filha que mora em outra cidade para
trazê-la ao médico. Apesar da idade, dona Raimunda tem boa
autonomia, não tem DM ou HAS. Conta que toma apenas
medicação anti-inflamatória para dor nos joelhos. Mora
sozinha, e se dedica a cuidar de cachorros de rua para ocupar
seu tempo, desde que seu marido faleceu, há 2 anos.
CASO CLÍNICO 6

AO EXAME:
Peso: 49Kg; Altura: 1,52m; PA: 110x70mmHg;
FC 98 bpm; T: 37,9 °C.
Em bom estado geral, hidratada e descorada 1+/4+ e
anictérica.
Aparelho Cardiovascular e Respiratório sem
alterações.
Exame abdominal: Fígado palpável há 6 cm do rebordo
costal direito, doloroso. Baço palpável também há 6cm
do rebordo costal esquerdo.
CASO CLÍNICO 6

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual o exame para confirmação diagnóstica e
exames de seguimento se houver?
3. Quais ações de prevenção?
4. Cite o quais medidas importantes para Vigilância à
saúde?
CASO CLÍNICO 6

1. Qual a hipótese diagnóstica?


Leishmaniose visceral

2. Qual o exame para confirmação diagnóstica e


exames para seguimento, se houver?

Teste sorológico ou parasitológico


Hemograma, ECG, função hepática e renal.
Parasitológico de fezes para diagnóstico diferencial
CASO CLÍNICO 6

3. Quais as ações de prevenção?

Ações para controle do vetor


Uso de repelente e mosquiteiros
Avaliação de animais doentes e eliminação dos mesmos

4. Cite o quais medidas importantes para Vigilância à


saúde?
Tratamento
Comunicar a equipe de saúde
Notificação compulsória
TRATAMENTO

Antimonial pentavalente IM, por pelo menos 20 dias

Reações adversas:
Cardiotoxicidade Avaliar função
Hepatotoxicidade hepática, renal e
Nefrotoxicidade ECG

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
CASO CLÍNICO 7
CASO CLÍNICO 7

Gabrielle, 9 anos, trazida pela mãe devido leucorreia. Relata que a


calcinha da filha encontra-se constantemente manchada com
secreção amarelada. Diz ter levado a filha anteriormente em
consulta com médico pediatra que prescreveu metronidazol
(suspensão oral) e banho de assento com antisséptico, sem
melhora do quadro. Rendimento escolar piorou nos últimos meses.

Ao exame físico: criança encontra-se retraída, pouco ativa, sem


realizar contato visual. Recusa-se a ser examinada.
CASO CLÍNICO 7

• QUAL A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA?

• O QUE VOCÊ PERGUNTARIA NA ANAMNESE?

• O QUE VOCÊ PROCURARIA NO EXAME FÍSICO?

• QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES?

• QUAL A CONDUTA FRENTE AO CASO?


CASO CLÍNICO 7

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:
CORRIMENTO VAGINAL E SUSPEITA DE VIOLÊNCIA SEXUAL

ANAMNESE:
CRIANÇA DEMONSTRA ALTERAÇÃO DE COMPORTAMENTO?
CRIANÇA JÁ MENSTRUOU?
QUAIS OS ADULTOS COM QUEM CRIANÇA FICA SOZINHA EM CASA?

EXAME FÍSCO:
EXAME GENITAL COM CONSENTIMENTO DA MÃE E DA CRIANÇA,
PROCURAR POR LACERAÇÕES
BUSCA DE MARCAS DE VIOLÊNCIA FÍSICA
CASO CLÍNICO 7

QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES?


NÃO HÁ NECESSIDADE DE EXAMES INICIALMENTE.
QUAL A CONDUTA?
- ORIENTAÇÃO DE HIGIENE, USO DE SABÃO NEUTRO E
CALCINHA DE ALGODÃO. E AGENDAR REAVALIAÇÃO
-INVESTIGAÇÃO PARA A SUSPEITA DE VIOLÊNCIA.
- NOTIFICAR SUSPEITA DE VIOLÊNCIA.
- AVALIAR SOLICITAÇÃO DE SOROLOGIAS
- VERIFICAR VACINAÇÃO (Hep B)
- ENVOLVER CASO COM EQUIPE / CONSELHO TUTELAR
(INTERSETORIALIDADE)
CASO CLÍNICO 7

• QUANDO SUSPEITAR DE VIOLÊNCIA?


• Corrimento Vaginal
• Lacerações
• Queimaduras (luva, meia, limites bem definidos)
• Lesões físicas, fraturas, equimoses, hematomas
(relação temporal, história incoerente e estágios
diferentes de evolução)
• Alteração no comportamento da criança
• Valorizar qualquer suspeita do cuidador
• Quem faz o cuidado?
CASO CLÍNICO 7

• O PAPEL DA EQUIPE DE SÁUDE DA FAMÍLIA:


• Estar atento e Identificar casos de violência
• Acolher as demandas
• Procurar o apoio da rede, trabalhar de forma
intersetorial e co-responsável
• Pactuar as ações em conjunto com a família
• Preencher a Ficha de Notificação Individual de
Violência do MS (Esse instrumento não caracteriza
denúncia)
• Importância do Agente comunitário de saúde e sua
ação dentro do território.
CASO CLÍNICO 8
CASO CLÍNICO 8

Kidson, 15 anos, comparece sozinho à Unidade Básica de Saúde para


consulta médica. Gostaria de fazer exames de rotina pois está
preocupado com sua saúde. Conta que seus pais se separaram
recentemente e ele está morando com o pai no bairro, mas sua mãe vai
quase todos os dias em casa para lhe ajudar com o preparo da comida e
tarefas escolares. Quando volta da escola fica a maior parte do tempo
usando a internet pelo celular. Diz que agora que a mãe foi embora, pode
sair mais vezes a noite.

Ao exame: bom estado geral, eupneico, envergonhado. Ausculta


pulmonar e cardíaca normais, abdome plano, flácido, indolor e sem
visceromegalias.
CASO CLÍNICO 8

• QUAIS PERGUNTAS VOCÊ FARIA NA ANAMNESE?

• QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES?

• O QUE VOCÊ ACONSELHARIA PARA ESTE ADOLESCENTE?


CASO CLÍNICO 8

CONSULTA COM ADOLESCENTE

ANAMNESE: Método Clínico Centrado na Pessoa


O QUE TE DEIXA PREOCUPADO?
HÁ ALGUMA DOENÇA QUE VOCÊ PENSA QUE POSSA TER?
FAZ OU FEZ USO DE SUBSTÂNCIAS?
TEM RELAÇÕES SEXUAIS ? Uso de preservativo?

EXAME COMPLEMENTAR:
OFERECER RASTREAMENTO DE IST (ACONSELHAMENTO PRE E POS TESTE)

CONDUTA:
ACONSELHAR SOBRE IST/SEXUALIDADE
USO DE SUBSTÂNCIAS E HÁBITOS SAUDÁVEIS
•O adolescente tem direito à:
• PRIVACIDADE: O direito de ser atendido sozinho, em
espaço privado de consulta.
• CONFIDENCIALIDADE: As informações discutidas na
consulta, não podem ser passadas aos seus pais e ou
responsáveis sem a permissão expressa do adolescente.
• SIGILO MÉDICO: é um direito garantido e reconhecido
pelo artigo 103 do Código de Ética Médica.
 Os adolescentes de ambos os sexos têm direito
a educação sexual, ao sigilo sobre sua atividade
sexual

 A orientação deve incidir sobre todos os


métodos contraceptivos (gratuitos), com
ênfase na dupla proteção, sem juízo de valor
CASO CLÍNICO 9
CASO CLÍNICO 9

Dona Maria Tereza, 72 anos, tem diabetes e osteoartrose, Mora na casa


de sua filha Terezinha, que tem 51 anos. Faz uso de glibenclamida 5mg
2x/dia e Metformina 850mg 3x/dia. Durante uma visita domiciliar para
controle do diabetes, Mª Tereza queixa-se de muito esquecimento. Não
se lembra se já comeu ou não. E também conta que esquece
constantemente o nome de netos e bisnetos. Reclama que os filhos não
vão visita-la, fala que já viveu muitos anos e gostaria que a sua vida
acabasse logo. Chora durante a consulta. Quase não sai de casa e diz
que as vezes não tem ânimo nem para tomar banho.
Tem exames complementares recentes:
Glicemia de jejum 306mg/Dl, TSH: normal
Hemoglobina glicosilada 9,8%
Paciente emagrecida, corada, hidratada, afebril e eupneica.
PA 110x80mmHg / FC: 62 bpm / Ausculta pulmonar e cardíaca sem
alterações.
MMII sem alterações.
CASO CLÍNICO 9

• QUAL A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA?

• O QUE VOCÊ PERGUNTARIA NA ANAMNESE?

• QUAL A CONDUTA FRENTE AO CASO?


CASO CLÍNICO 9

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:
IDOSA COM DEPRESSÃO, DM tipo II descompensada

ANAMNESE:
AVALIAR ADESÃO AO TRATAMENTO DA DM.
AVALIAR FUNCIONALIDADE
SENTE-SE TRISTE OU DESANIMADO FREQUENTEMENTE?
PERDA DE PESO?
INSÔNIA/SONOLÊNCIA?
PSICOSE? IDEAÇÃO SUICIDA; plano ou tentativa?
TESTE: ESCALA GERÍATRICA DE DEPRESSÃO + MINI-MENTAL
CASO CLÍNICO 9

▪ HUMOR:
▪ Perguntar ao paciente se
ele se sente triste ou
desanimado
frequentemente.

▪ Se positivo, aplicar escala


de depressão geriátrica
(GDS-15)
ESCALA DE DEPRESSÃO

1. Está satisfeito (a) com sua vida? (não =1) (sim = 0)

2. Diminuiu a maior parte de suas atividades e interesses? (sim = 1)

3. Sente que a vida está vazia? (sim=1) (não = 0)

4. Aborrece-se com freqüência? (sim=1) (não = 0)

5. Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo? (não=1)

6. Teme que algo ruim possa lhe acontecer? (sim=1) (não = 0)

7. Sente-se feliz a maior parte do tempo? (não=1) (sim = 0)

8. Sente-se frequentemente desamparado (a)? (sim=1) (não = 0)



CONDUTA SAÚDE MENTAL:
AVALIAR ANTIDEPRESSIVO / PSICOTERAPIA

CONDUTA PARA DM
• Iniciar Insulina NPH 10 U a noite.
• Suspender Gliblencamida
• Orientação da aplicação da insulina e orientação
sobre armazenamento e dispensa dos insumos
(pode ser consulta de enfermagem)
• Orientar sobre sinais de hipoglicemia e como
proceder
• Exames de seguimento
• Agendamento de retorno
CASO CLÍNICO 10
CASO CLÍNICO 10

Isaura, 45 anos, cozinheira, procura a Unidade de


Saúde da Família após um acidente no trabalho, em
que se queimou no braço direito mas não sentiu dor. A
enfermeira que a acolheu realizou o curativo da
queimadura e identificou cicatrizes de lesões
anteriores. Além disso, notou a presença de duas
lesões hipocrômicas em antebraço direito e uma no
dorso. Dona Isaura refere ter essas manchas há mais
de 1 ano e já fez tratamento com várias pomadas sem
resultado. Isaura tem cinco filhos e mora com eles e o
marido.
CASO CLÍNICO 10

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual a abordagem inicial?
3. Você pediria algum exame, qual?
4. Qual o tratamento baseado na clínica?
5. O que mais você faria?
CASO CLÍNICO 10

1. Hanseníase
2. Anamnese: contato com portadores de Hanseníase, sintomas
neurológicos, déficits motores e visuais, etc.
Exame físico: Realizar exame dermatoneurológico
completo: Teste de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa
das lesões, Avaliação da função neural, Avaliação do grau
de incapacidade física: mãos, pés e olhos.

3. Solicitar baciloscopia de esfregaço intradérmico, se disponível


4. Poliquimioterapia à depender da classificação em
Paucibacilar ou Multibacilar.
5. ... Próxima página
CASO CLÍNICO 10

- Orientar sobre o tratamento e a evolução da doença,


formas de contágio
- Realizar a busca ativa de contactantes na família e
vacinar com BCG conforme estado vacinal
- Realizar notificação (doença de notificação
compulsória)
- Realizar curativos diários da queimadura na USF
- Atestado médico se for necessário
- CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)
CASO CLÍNICO 10

O diagnóstico é essencialmente clínico!!!

•Testar sensibilidade térmica, que é a primeira a


ser alterada, com tubo com água quente e fria.
•Testar sensibilidade tátil com chumaço de algodão.
•Testar sensibilidade à dor com cabeça de um
alfinete.
CASO CLÍNICO 10

• PAUCIBACILAR (PB) - casos com até cinco lesões de pele


• MULTIBACILAR (MB) - casos com mais de cinco lesões de pele

• A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), sempre que


disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a
classificação dos casos como PB ou MB
• A baciloscopia positiva classifica o caso como MB,
independentemente do número de lesões. Observe-se que o
resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de
hanseníase.

• Quando diagnosticada lesão neural, o paciente já será diagnosticado


como MULTIBACILAR (MB).
CASO CLÍNICO 10

ESQUEMA PADRÃO PAUCIBACILAR (PB)

 Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina
• 100 mg de dapsona

 Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona

 TRATAMENTO COMPLETO:

• 6 cartelas (6 meses)
• Doses supervisionadas:
28/28 dias ou 4/4 semanas
CASO CLÍNICO 10

ESQUEMA PADRÃO MULTIBACILAR (MB)

 Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina
• 3X 100 mg de clofazimina
• 100 mg de dapsona

 Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona
• 50 mg de clofazimina

 TRATAMENTO COMPLETO:
• 12 cartelas (12 meses)
• Doses supervisionadas:
28/28 dias ou 4/4 semanas
CASO CLÍNICO 11
CASO CLÍNICO 11

Mario da Silva, 34 anos, marceneiro, mora com o


irmão na comunidade de Vila Verde, onde fica sua USF.
Mario foi diagnosticado há quatro meses com
Tuberculose Pulmonar, tendo realizado tratamento
durante os dois primeiros meses, com melhora
significativa da sintomatologia. Porém em razão de
viagem para outra cidade em busca de emprego, ele
abandonou o tratamento. Agora, procura a USF com
piora da tosse, perda de peso (49Kg atualmente) e
adinamia.
CASO CLÍNICO 11

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual a abordagem inicial?
Você pediria algum exame, qual?
3. Qual o tratamento?
4. O que mais você faria?
5. Quais orientações você daria?
6. Como será o seguimento?
CASO CLÍNICO 11

1.Tuberculose Pulmonar (abandono do tratamento)

2. - Solicitar pesquisa de BAAR em escarro (duas


amostras), cultura de escarro e teste de sensibilidade
- Solicitar Radiografia de Tórax, para avaliação de lesão
e diagnóstico diferencial de outras patologias pulmonares

3. Iniciar tratamento imediatamente após a coleta do


escarro o Esquema Básico (RHZE) – Rifampcina, Isoniazida,
Pirazinamida e Etambutol
CASO CLÍNICO 11

4. Busca ativa de contatos


Notificação compulsória

5. Orientações sobre a doença, sobre forma de contágio,


identificar os fatores de vulnerabilidade que motivaram o
abandono anterior e reforçar as orientações em torno da
importância da adesão ao tratamento

6. Comunicar a equipe de saúde


Tratamento Diretamente Observado
Aconselhar a testagem para HIV
Fazer a investigação do contactante (irmão)
Consulta + baciloscopia mensal
CASO CLÍNICO 11

•Retratamento ou com tratamento anterior (TA) - pessoa


já tratada para TB por mais de 30 dias, que venha a
necessitar de novo tratamento por recidiva após cura
(RC) ou retorno após abandono (RA): deixou de tomar a
medicação por mais de 30 dias consecutivos

Nesse caso, ter a doença confirmada por nova investigação


diagnóstica por baciloscopia, cultura, identificação e teste de
sensibilidade. Após a coleta de material, o paciente deve reiniciar o
esquema de tratamento. Ele deverá ser reavaliado após os
resultados dos demais exames.
CASO CLÍNICO 11

• Para isso, foi adotada a estratégia Tratamento


Diretamente Observado (TDO): consiste na
observação diária da ingestão dos medicamentos
por um profissional capacitado da equipe de saúde,
por, no mínimo, 3 observações semanais.

• O local e o horário da administração do


medicamento devem estar de acordo com as
necessidades do usuário. Apesar da melhor
absorção ser em jejum, podem ser administrados
em qualquer horário, mesmo durante refeições.
CASO CLÍNICO 11

Rifampicina (R)
Fase
Isoniazida (H) ou (I)
intensiva
Pirazinamida (Z) ou (P)
2 meses
Etambutol (E)
ESQUEMA
BÁSICO
6 meses
Fase
Manutenção Rifampicina (R)
4 meses Isoniazida (H) ou (I)
CASO CLÍNICO 11

•Realização mensal de baciloscopia de controle, sendo


indispensáveis as do 2°, 4° e 6° mês;

•Em caso de baciloscopia positiva no final do segundo mês


do tratamento, solicitar cultura para micobactérias com
identificação e TS;

•Critério de cura: pelo menos duas baciloscopias negativas,


uma no acompanhamento e outra ao final do tratamento.
CASO CLÍNICO 12
CASO CLÍNICO 12

Márcia, 46 anos, doméstica, moradora do Morro da


Mangueira no Rio de Janeiro, vem à USF com queixa de
febre, cefaléia, dor retrorbitária e poliartralgia há 03 dias.
Afirma que vizinhos têm apresentado quadros
semelhantes nas últimas semanas. É portadora de
osteartrose de joelho direito e costuma fazer uso
indiscriminado de anti-inflamatórios. Sinais vitais
medidos pela técnica de enfermagem:
PA – 140x90mmHg; FC – 101 bpm; FR – 18 irpm; Tax –
38,7ºC
CASO CLÍNICO 12

1.Qual hipótese diagnóstica?

2. Qual a abordagem inicial?

3. Solicitaria algum exame laboratorial?

4. Qual o tratamento?

5. Qual o segmento e orientações?

6. Quais ações de vigilância à saúde você promoveria?


CASO CLÍNICO 12

1. Hipóteses Diagnósticas: Dengue e Chikungunya


Artrose (uso de AINES)

2. Anamnese: Pesquisar sinais de alerta, comorbidades,


medicamentos em uso, outros casos na região, viagem...
Exame físico: Prova do laço, investigar sinais de alerta.

3. Exames laboratoriais: Hemograma completo (inespecífico),


PESQUISA DE ANTIGENO NS1 (CASOS ÍNDICE)
CASO CLÍNICO 12

4. Tratamento: Hidratação oral + Analgésicos e antitérmicos


(não usar AAS e AINES!)
5. Retorno no 5º dia após o início dos sintomas. Orientar sinais
de alerta. Orientar medidas de proteção individual e coletiva:
repelentes, mosquiteiros, controle de vetores
6. Busca ativa nas casa de locais com água parada.
Promoção de saúde (palestras...)
Notificação de caso (critério clínico-epidemiológico)
LEMBRAR!
CASO CLÍNICO 13
CASO CLÍNICO 13

Clarice, 36 anos, vem à USF para a segunda consulta de pré-natal


com o resultado dos exames solicitados pela enfermeira. Faz uso
regular de medicação anti-hipertensiva (Captopril 25mg, 3 vezes ao
dia) há 2 anos, mantendo a pressão em níveis normais. Passou a usar
Sulfato Ferroso e Ácido Fólico após a primeira consulta. Tem
dificuldades de vir às consultas por conta do excesso do trabalho /
horários.

Ao exame físico: PA – 130x90mmHg. Peso normal.


USG – confirma gestação de 13 semanas e 2 dias (atual).
CASO CLÍNICO 13

1. Qual a hipótese diagnóstica / lista de problemas?

2. Como será sua abordagem na consulta?

3. Orientações

4. Você recomendaria alguma medicação?

5. Como será o seguimento desta paciente?


CASO CLÍNICO 13

1. Gestante / Gravidez (1° trimestre)


Hipertensão Arterial Crônica (HAS)

2. Anamnese:

- Abrir espaço para a escuta da mulher


- Investigar história da hipertensão
- História obstétrica prévia
- Expectativas em relação à gestação atual
- Rede de Apoio familiar
- Relação com o companheiro e sexualidade
- Avaliar horas e função desempenhada no trabalho
- Corrimentos? Sangramentos? Perda de líquido?
CASO CLÍNICO 13

Exame Físico

-Palpação do fundo uterino


-Ausculta do BCF
-Exame das mamas
-Edema de Membros Inferiores
-Especular, se necessário
-Peso, HAS
CASO CLÍNICO 13

3.
- Orientar a importância das consultas do Pré Natal
-Estimular a participação do pai
-Abordar expectativas em relação à gestação
-Orientar alimentação adequada, prática de atividade
física e controle do ganho ponderal
-Conversar sobre atestado x declaração de
comparecimento
CASO CLÍNICO 13

4. Suspender captopril
- Avaliar introdução de metildopa;
- Suspender ácido fólico.

5. Consultas intercaladas com a enfermeira


Encaminhar para acompanhamento conjunto para
alto risco
CASO CLÍNICO 13

Pré-Natal – Condutas Gerais

• Prescrição profilática de ácido fólico (5mg, VO/dia, nos 2


a 3 primeiros meses de gestação)

• Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de ferro


elementar/dia (200mg de sulfato ferroso), VO, a partir
da 20ª semana e mantida no pós-parto e no pós-aborto
por 3 meses;

• Encaminhar para consulta odontológica.


CASO CLÍNICO 13

• Metildopa é a droga de escolha

• Recomenda-se suspender anti-hipertensivo em


uso (HAS crônica) e iniciar metildopa apenas
quando PA > 150x100mmHg
CASO CLÍNICO 13

• Mínimo: 6 consultas
• (1 consulta no 1º trimestre; 2 no 2º trim; 3 no 3º trim)
• Recomendado:
- Consultas mensais até 28 semanas
- Quinzenais de 28 a 36 semanas
- Semanais de 36 semanas até o parto
• Compartilhadas com a enfermagem
• Avaliar risco individual para encaminhar à maternidade
com 41 semanas e 6 dias
CASO CLÍNICO 14
CASO CLÍNICO 14

Ana, 36 anos procura a UBS com queixa de corrimento


vaginal com odor fétido e dor durante a relação sexual.
Conta que só tem relação sexual com o marido. Nega
sangramento vaginal ou febre. Pede também prescrição
de anticoncepcional, diz que não quer ter filhos nesse
momento pois acha que o casamento não vai bem.
Refere que fuma cerca de 15 cigarros por dia.

Ao exame físico: corrimento e colo uterino friável, e dor


á palpação bimanual.Sem febre ou sinais de irritação
peritoneal.
CASO CLÍNICO 14

1. Qual a hipótese diagnóstica / lista de problemas?

2. Orientações gerais

4. Você recomendaria alguma medicação, qual? Faça as


prescrições.

5. Como será o seguimento desta paciente?


CASO CLÍNICO 14

1. Doença inflamatória pélvica (DIP)

2. Aconselhar sobre uso de preservativo


Abordar tema de planejamento reprodutivo
Oferecer anti-HIV, VDRL, hepatites B e C (Fazer
aconselhamento pré e pós teste)
Vacinar contra hepatite B
Importância adesão ao tratamento
Convocar e tratar parceiros
CASO CLÍNICO 14

3. Tratamento:
Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única +
Doxiciclina 100 mg, VO de 12/12 horas por 14 dias +
Metronidazol 500mg, VO, de 12/12 horas por 14 dias

Noretisterona 0,35mg 1 comp ao dia uso continuo ou


Medroxiprogesterona 150mg injetavel a cada 90 dias.

4. Retorno para reavaliação


Convidar e tratar parceiros (cipro + azitro)
CASO CLÍNICO 15
Caso
Vamos 15
Treinar...
Flora Alarcão da Silva, 60 anos, analfabeta, dona de casa, mora na sua área
de cobertura. Vem para consulta de médica agendada com queixa de dor
no ombro direito há 2 meses. Relata inicio da dor inicio “depois de ter
começado a fazer salgadinhos para vender na porta da fábrica”. A dor
melhor com uso de Diclofenaco, e está fazendo uso diário há 20 dias. Tem
diagnóstico de hipertensão arterial e diabetes mellitus há 20 anos. Última
consulta médica foi há mais de 1 ano. Sem outras comorbidades.

113
Caso 15 – continuação.
Está em uso regular de:
- Enalapril 20mg de 12 em 12h;
- Hidroclorotiazida 25mg, pela manhã;
- Metformina 850mg, antes do almoço e do jantar;
Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):
PA – 160x90; Peso; 78kg; Altura: 1,60m
HGT (jejum): 220 A1C = 8,5

Como você manejaria esta paciente?


Avaliação da pessoa com hipertensão
Rotina complementar mínima
•Glicemia; Cálculo do LDL
LDL = CT – (HDL + TGL/5)
•Lipidograma (colesterol total [CT], HDL, triglicérides
[TGL]);
•Creatinina [Cr], potássio; Cálculo do Clearance de Creatinina (ClCr)

•Urina tipo I; Cockroft-Gault


ClCr = (140 – idade) x peso
•ECG (eletrocardiograma); Cr x 72

•Fundoscopia (encaminhar Multiplicar por 0,85 se mulher


ao oftalmologista); MDRD
Considera gênero, afrodescendência, idade e creatinina

FREQUÊNCIA ANUAL
Avaliação laboratorial

• Também podem ser solicitados exames para avaliação cardiológica, conforme necessidade individual,
como eletrocardiograma (ECG);
• Os exames de glicemia de jejum e HbA1C devem ser realizados duas vezes ao ano, em pacientes dentro
da meta e, a cada três meses enquanto não atingir meta pactuada;
• Os demais exames poderão ser solicitados uma vez ao ano.

60
Insulinoterapia – Indicações
•Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com
uma sulfoniluréia, por três a seis meses;
•Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira
avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de
perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012);
• Diabetes gestacional;
•Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves,
AVE, politrauma, IAM, etc.).

72
CASO CLÍNICO 16
Caso 16
Vinícius, 23 anos, cantor de bar, vem ao posto de saúde
acompanhar a diabetes. Tem uma glicemia de 320 mg/dl, e
uma hemoglobina glicada de 12%. Refere que toma algumas
doses de uísque durante seus shows de fim-de-semana. Seu
colesterol total está de 200 mg/dl, o triglicerídeos de 150
mg/dl, e HDL de 60 mg/dl. É tabagista de meio maço por dia.
Não apresenta outras enfermidades.
Caso 16 – continuação.
Está em uso de:
Metformina 850mg, antes do almoço e do jantar;
Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):
PA – 130/87mmHg; Peso; 90kg; Altura: 1,73m
Glicemia capilar: 400 mg/dl

Como você manejaria este paciente?


Insulinoterapia – Indicações
•Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com
uma sulfoniluréia, por três a seis meses;
•Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira
avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de
perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012);
• Diabetes gestacional;
•Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves,
AVE, politrauma, IAM, etc.).

72
Insulinoterapia

Introdução da insulina NPH em dose única, antes de deitar,


associada a antidiabéticos orais costuma ser bem recebida pelos
usuários, tem o benefício de requerer menores doses de insulina e
reduz o risco de hipoglicemia.

74
Insulinas
• A dose inicial costuma ser de 10UI de insulina NPH, ou 0,1 a 0,2UI/kg para as pessoas obesas,
podendo ser reajustada em 2UI a 4UI, conforme média de três glicemias capilares de jejum
consecutivas, até atingir meta glicêmica (GUSSO; LOPES, 2012).

• Insulina regular é útil no tratamento da hiperglicemia pós-prandial administrar 30 minutos antes da


refeição (MCCULLOCH, 2011c).

• Na ocorrência de hipoglicemia, é recomendado reduzir a dose em 4UI ou 10% da dose (NATHAN et


al., 2009).

• A metformina pode ser mantida após o início do uso de insulina.

75
CASO CLÍNICO 17
Caso 17

Marcos Vinicius, 42 anos, motorista de ônibus, comparece a


unidade básica de saúde com queixa de cefaléia recorrente.
Nega outros sintomas e uso de medicamentos. Diz nunca ter
ficado doente na vida e que não gosta de ir ao médico. Refere
tabagismo, um maço de cigarros ao dia e etilismo eventual
(até três latinhas de cerveja no fim de semana). Nega prática
de exercícios, diz não ter tempo. Traz exames periódicos
realizados na empresa onde trabalha.
Caso 17 – continuação.

Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):


PA – 150/95mmHg; Peso; 82kg; Altura: 1,73m
Exames: CT = 210 mg/dl HDL = 42mg/dl
LDL = 175 mg/dl TG = 150 mg/dl
Glicemia de jejum = 95 mg/dl

Como você manejaria esta paciente?


DIAGNÓSTICO
• Medidas sustentadas de pressão arterial elevada (≥ 140 x 90):
• Duas ou mais aferições em pelo menos duas ou mais visitas ao longo de um período de uma ou mais
semanas.

• MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial)


• 3 medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento, e 3 à noite, antes do
jantar, durante 5 dias, ou
• 2 medidas pela manhã e 2 à noite, durante 7 dias.

•MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial)


• Método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24 horas, ou mais, enquanto o
paciente realiza suas atividades habituais na vigília e durante o sono.

127
Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS

PA entre 140/90 e
159/99 mmHg
Avaliação da pessoa com hipertensão
Rotina complementar mínima
•Glicemia; Cálculo do LDL
LDL = CT – (HDL + TGL/5)
•Lipidograma (colesterol total [CT], HDL, triglicérides
[TGL]);
•Creatinina [Cr], potássio; Cálculo do Clearance de Creatinina (ClCr)

•Urina tipo I; Cockroft-Gault


ClCr = (140 – idade) x peso
•ECG (eletrocardiograma); Cr x 72

•Fundoscopia (encaminhar Multiplicar por 0,85 se mulher


ao oftalmologista); MDRD
Considera gênero, afrodescendência, idade e creatinina

FREQUÊNCIA ANUAL
Diagnóstico
• LDL-c ≥ 160mg/dL – Hipercolesterolemia isolada;
• TG ≥ 150mg/dL – Hipertrigliceridemia isolada;
• LDL-c ≥ 160mg/dL + TG ≥ 150mg/dL - Hiperlipidemia mista;
• HDL-c < 50mg/dL (mulheres) ou < 40mg/dL (homens) – baixo.
Manejo Clínico na Atenção Básica
Principais Drogas
• Sinvastatina – 40 a 80mg/dia, em 1 tomada à noite;
---------------------------------------------------
• Hipertrigliceridemia > 500mg/dL (se não resposta à MEV) ou
>1000mg/dL:
• Bezafibrato – 400 a 600mg/dia;
• Ciprofibrato – 100mg/dia.

• Solicitar TGO, TGP e CPK de forma regular enquanto se usar estatina;


• Até entrar na meta, solicitar novo lipidograma a cada 3 meses enquanto se ajusta dose e se
orienta MEV.
CASO CLÍNICO 18
Caso 18

João, 54 anos, casou há 6 meses com Maria, de 34 anos.


João é hipertenso e diabético, usa hidrocloratiazida 25 mg,
uma vez ao dia. Está com a pressão de 146/90 mmHg e
glicemia capilar de 260 mg/dl. Não refere sintomas e ao
exame não apresenta outros sinais. Usa metformina 500 mg
no almoço e no jantar. Segundo consta no prontuário, sua
hemoglobina glicada é de 8,9%, está com Creatinina de 0,95
mg/dl e Uréia de 40mg/dl.
Caso 18 – continuação.
João tem dois filhos de outro casamento que moram com ele, e a mais
velha também foi na consulta. Ela se chama Renata, tem 18 anos, e desde
que terminou o namoro há 2 meses atrás, tem se sentido deprimida e
sem vontade de fazer as coisas, com choro diariamente, e não consegue
acompanhar bem os estudos para tentar a universidade. Ela está grávida,
apresenta 1 mês de atraso menstrual (DUM 20-06-2017) e fez teste
rápido para gravidez que foi positivo.

Qual sua avaliação e conduta para cada um dos casos?


João necessita uma nova receita médica. Faça uma nova receita para o
seu paciente.
• Depressão leve: grupo de apoio e/ou psicoterapia

• Depressão moderada-severa, ansiedade generalizada ou pânico:


acompanhamento com psicólogo e/ou grupo de apoio + uso de
antidepressivo

• O Antidepressivo deve ser escolhido de acordo com o padrão dos


sintomas, efeitos colaterais e tratamentos prévios. Podem levar
de 4-6 semanas para começar a fazer efeito.
Insulinoterapia – Indicações
•Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com
uma sulfoniluréia, por três a seis meses;
•Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira
avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de
perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012);
• Diabetes gestacional;
•Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves,
AVE, politrauma, IAM, etc.).

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Exames 1° Trimestre
 Hemograma;
 Tipagem sanguínea e Fator Rh;
 Coombs indireto (se Rh negativo);
 Glicemia de jejum;
 Teste rápido de Sífilis e HIV (VDRL ou Anti-HIV);
 Toxoplasmose IgM e IgG;
 Sorologia Hepatite B (HbsAg);
 Urocultura e Urina tipo 1;
 Ultrassonografia obstétrica;
 Citopatológico de colo uterino (se necessário);
 Exame parasitológico de fezes (se indicação clínica).
Pré-Natal – Condutas Gerais

• Prescrição profilática de ácido fólico (5mg / dia via oral, nos 3


primeiros meses de gestação);

• Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de ferro elementar/dia


(200mg de sulfato ferroso). Iniciar na concepção e manter no pós-
parto e no pós-aborto por 3 meses;

• Encaminhar para consulta odontológica.


CASO CLÍNICO 19
Caso 19

• João Pedro, 58 anos, em situação de rua, vem a consulta trazido pela


Agente Comunitária de Saúde, Célia, devido a um quadro de tosse
crônica. Relata que não lembra há quanto tempo precisamente
(“Tenho essa tosse há muito tempo Dr.”). Relata que fazia uso de
múltiplas drogas (inclusive injetáveis) porém “está limpo” há 5 anos.
Nega uso de álcool, porém faz uso de cigarro (30 maços/ano).
Associado a tosse, refere também perda de peso (em torno de 7 kg
em 6 meses). Nega outros sintomas.
• Ao exame: AP: MV diminuído em ápice de hemitórax esquerdo. Peso:
57kg.
• Hipóteses diagnósticas? Conduta?
Tuberculose pulmonar: como investigar?

1) Pesquisa de BAAR em escarro

• Para diagnóstico: 2 amostras;

• Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar;

• Métodos: baciloscopia direta; métodos moleculares;

• Suspeita clínica de TB extrapulmonar: exame em materiais biológicos diversos.


Tuberculose pulmonar: como investigar?

2) Radiografia de tórax

Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica


de TB pulmonar;
E
Na investigação de contactantes sintomáticos.

 Até 15% dos casos de TB pulmonar não apresentam


alterações radiológicas.
Caso 19 – continuação.

• Hipóteses diagnósticas? Conduta?


- Tuberculose pulmonar; pneumonia; câncer de pulmão;
tabagismo; anemia.
- Repouso/Exames complementares (baciloscopia, RX do
tórax, hemograma, glicose, uréia, creatinina)/Suspender
tabaco.
Deus abençoe a todos!
Sucesso!
Nos vemos...
Até sempre...
Muito obrigado por tudo!
Muchas gracias por todo!
Bol'shoye vam spasibo za vse!

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