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Módulo de Acolhimento e Avaliação

Projeto Mais Médicos para o Brasil


28° Ciclo do PMMB

CARACTERÍSTICAS DO BRASIL E SEU


SISTEMA DE SAÚDE
Ementa
• Realidade socioeconômica e cultural brasileira;
• Perfil epidemiológico brasileiro, desigualdades sociais e em
saúde no Brasil;
• Determinantes sociais em saúde;
• Transição demográfica e epidemiológica;
• História, princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde;
• Redes de atenção à saúde e ATENÇÃO BÁSICA.
Realidade de Saúde do Brasil
• Grande extensão territorial:
8.515.767km2
• Divisão em 05 regiões:
Norte, Nordeste, Centro-
Oeste, Sul e Sudeste
• Diferentes realidades
socioeconômicas,
geográficas e culturais
Desigualdades no Brasil
• País continental
• Processo de colonização
• Escravidão – fim tardio;
transição para indigência
• Imigrações
• Industrialização – tardia,
dependente
• Urbanização – explosiva
Desigualdades no Brasil

Cidades: crescimento acelerado, grandes


O Brasil abriga 155 mil pessoas nessa desigualdades, bolsões de pobreza, apartheid
situação, que abrange desde trabalho social
forçado ou por dívidas, tráfico humano ou
sexual até casamentos forçados
Desigualdades no Brasil

Fonte: IBGE
Desigualdades no Brasil

Fonte: IBGE
Escassez de médicos x Linha da Pobreza
Índice de escassez de médicos em Atenção Proporção de domicílios com renda per capita
Primária à Saúde (APS)* abaixo da linha da pobreza (R$137)

Fonte: Fonte: Estação de


Pesquisa de Sinais de
Mercado
(EPSM/NESCON/FM/UFMG)

*: Considera o número de
médicos equivalente a 40
horas nas especialidades de
clínica médica, saúde da
família e pediatria
Transição demográfica

Declínio rápido dos níveis de fecundidade


Declínio do ritmo de crescimento demográfico
Alteração da Estrutura da Pirâmide Etária;
Aumento da Expectativa de Vida
Transição epidemiológica
• Superposição entre as etapas
onde predominam as doenças
transmissíveis e crônico-
degenerativas
• Existe um contraste importante
entre as situações epidemiológicas
das diferentes regiões do país
• Tripla carga de doenças: uma
agenda não concluída de doenças
infecciosas e desnutrição; o
desafio das doenças crônicas e
seus fatores de risco; crescimento
acelerado das causas externas.
Sistema Único de Saúde: o
sistema de saúde do Brasil
Constituição Federal de 1988
“Art. 196. A saúde é direito de
todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas
sociais e econômicas que
visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e
ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e
recuperação.”
SUS: Antecedentes históricos
SUS: princípios

Princípios Princípios
DOUTRINÁRIOS ORGANIZATIVOS
SUS: princípios doutrinários
Universalidade Integralidade
Saúde como Direito de Todo (Holística) – Medicina
cidadania e não como Integral Tudo (Direito aos três
Direito Trabalhista níveis de assistência)

Equidade
Tratamento diferente para se
chegar a igualdade
SUS: princípios organizativos
Descentralização/Hierarquização/Regionalização
Descentralização Gestão mais próxima da população

Municipalização da saúde

Como garantir o direito do cidadão?


Pensar uma rede de assistência onde o cidadão da menor e
mais afastada cidade tenha acesso à tecnologia necessária para
recuperar sua autonomia, em caso de necessidade de saúde.
Níveis de Assistência – Hierarquização

Atenção Atenção • Hospitalização, internação


• Alta complexidade (Ex: hospitais
Densidade tecnológica

Terciária Terciária universitários)

Atenção Atenção • Ambulatórios de especialidades focais


• Condição de maior necessidade de
Secundária Secundária tecnologias "duras"

Atenção Primária Atenção • Organização em ESF e outras


modalidades com foco no território

Primária • Tecnologias leves e abordagem


biopsicossocial
Hierarquização e organização em redes
Redes de atenção à saúde no SUS

Álcool, Crack e Outras

Condições e doenças
Rede de Urgência e
Qualificação/Educação

Rede Cegonha

Emergência

crônicas
Drogas
Informação

Regulação

Promoção e Vigilância à Saúde

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


Este é o SUS que pouco conhecemos
• Único no mundo a garantir assistência integral e gratuita a popu
lação, incluindo pacientes com HIV, sintomáticos ou não,
renais crônicos e com câncer
• SIH/SUS: maior conjunto de procedimentos executados em hos
pital no mundo pago por um mesmo financiador (Rehen de
Souza, 2002)
• Aproximadamente 1.000.000 de internações por mês –
11.295.000 em 2010
• Mais de 95% de transplantes feitos no Brasil (Brasil, 2003)
Este é o SUS que pouco conhecemos
3,8 bilhões de atendimentos ambulatoriais
896 milhões de procedimentos para diagnóstico
19 milhões de ultrassonografias
11 milhões de sessões de hemodiálise
1,5 milhão de tomografias
6,5 mil transplantes de órgãos sólidos
4,5 milhões de procedimentos hospitalares cirúrgicos
7,1 milhões de procedimentos hospitalares clínicos
619 milhões de atendimentos para aquisição de medicamentos a nível ambulatorial

Fonte: Ministério da Saúde, JAN-DEZ/2017


Atenção Básica no Brasil
Atributos e diretrizes da Atenção Básica
(PNAB 2017)
• Regionalização e Hierarquização
• Territorialização
• População Adscrita
• Cuidado centrado na pessoa
• Resolutividade
• Longitudinalidade do cuidado
• Coordenação do cuidado
• Ordenação da rede
• Participação da comunidade.
Atenção Básica: um panorama (2019)
• 2.599 equipes implantadas
• 5.477 municípios
• 146.966.550 milhões de pessoas cobertas
• 5.040 municípios com Equipes de Saúde
Bucal - ESB
• 24.435 ESB tipo I
• 2.131 ESB tipo II
• 5.502 municípios com Agentes Comunitários
de Saúde – ACS
• 260.563 ACS implantados
• 898.942.350 milhões de pessoas atendidas
Fonte: DAB/SAS/MS – Comp. fev/2019.
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index
Referências
• Conselho Federal de Medicina. Demografia Médica no Brasil 2020 / Coordenação de
Mário Scheffer; equipe de pesquisa: Alex Cassenote, Alexandre Guerra, Aline Gil Alves
Guilloux, Ana Pérola Drulla Brandão, Bruno Alonso Miotto, Cristiane de Jesus Almeida,
Jackeline Oliveira Gomes e Renata Alonso Miotto. – São Paulo: Departamento de
Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP; Conselho Federal de Medicina,
2020.
• Souza, Renilson Rehem. O sistema público de saúde brasileiro. Brasília; Ministério da Saúde;
ago. 2002. 44 p. tab, graf.
• Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988
• Brasil. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. 1990
• Brasil. Lei 8142/90 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da
comunidade no SUS. 1990
• BRASIL. MInistério da Saúde . Portaria no. 2.436 de 21 de setembro de 2017. Brasília:
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 2017.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


NO BRASIL
Ementa
• Rede de Atenção à Saúde (RAS)
• Atenção Primárias à Saúde (APS)
• Política Nacional da Atenção Básica
(PNAB)
• Estratégia de Saúde da Família
(ESF)
• Programa Mais Médicos para o
Brasil (PMMB)
Questão orientadora
• D. Maria, 62 anos, é diabética e hipertensa há pelo menos 7 anos, mas há 3
anos não vai ao médico. Acordou um dia com dor nas costas e resolveu procurar
a Unidade de Saúde. Chegando lá, foi orientada a retornar na sexta-feira para
marcar uma consulta para a semana seguinte.

• Ela fez isso, e na segunda-feira estava diante do médico de família da sua área.
Queria um referenciamento ao ortopedista. O médico lhe sugeriu experimentar
usar diclofenaco durante 4 dias e retomar o tratamento da pressão e diabetes,
além de fazer novo papanicolau e mamografia. Sugeriu também exames
laboratoriais e uma consulta de rotina com o oftalmologista. Os exames foram
coletados pela enfermeira da equipe na semana seguinte.
Questão orientadora
• Em um mês, a paciente retornava ao médico de família com o resultado dos
exames de sangue e o controle da pressão realizado semanalmente. Tanto o
diabetes quanto a pressão alta estavam mal controladas. O médico de família
alterou a dose dos medicamentos prescritos na consulta anterior e orientou nova
sequência de controle de pressão e novo exame laboratorial em 3 meses.
• Nesse meio tempo, foi chamada para o oftalmologista, para a mamografia e fez o
papanicolau com a auxiliar de enfermagem da unidade. Enquanto aguardava o
período determinado pelo médico de família para fazer novos exames, ela
perdeu o genro assassinado pela polícia e ficou extremamente abalada.
Procurou então o médico de família para “pedir um calmante”. Por causa desse
episódio, atrasou a coleta dos novos exames laboratoriais em 2 meses, mas
procurou, então não se descuidar do uso dos medicamentos.
Questão orientadora
• Passados 5 meses da última consulta, coletou novos exames com a mesma
enfermeira e voltou ao médico de família em seguida para retomar o tratamento
da pressão e do diabetes. Segundo relatou ao médico de família, o oftalmologista
dissera que sua vista estava “ok” e que, embora tenha começado uma catarata,
não tinha de operar naquele momento. Aproveitou para queixar-se de dor na
perna esquerda quando caminhava.

• Os exames laboratoriais haviam melhorado consideravelmente, mas o médico


de família detectou um pulso diminuído no membro inferior esquerdo. Ele
solicitou uma ultrassonografia (US) Doppler, resolveu referenciar ao cirurgião
vascular para uma avaliação e orientou espaçar os retornos, já que havia
adquirido um controle aceitável da pressão e do diabetes.
Questão orientadora
• Enquanto aguardava o resultado da US, ela teve um quadro de gripe prolongado
e procurou novamente o médico de família da unidade, tendo sido atendida por
ele no “acolhimento”. Finalmente, realizou a US Doppler com um radiologista,
que mostrou uma obstrução arterial na altura da região poplítea. A paciente
esperou 4 meses e finalmente conseguiu o cirurgião vascular, que sugeriu
programar cirurgia. A paciente ficou assustada e decidiu procurar novamente o
médico de família.
• Combinaram que tentariam o tratamento clínico por meio do controle do diabetes
e da hipertensão, além de cuidados gerais com as pernas, a fim de tentar evitar
a cirurgia. Após 2 anos de seguimento e mais 6 consultas, encontra-se bem, sem
lesão nos membros e com controle clínico da dor na perna esquerda.
APS como um modelo de organização do
sistema de saúde
• Um sistema de saúde é “o conjunto de
organizações, indivíduos e ações cuja
intenção primordial é promover,
recuperar e/ou melhorar a saúde”

• Uma forma de organização dos serviços,


na qual há uma porta de entrada ao
sistema de saúde, que se configura
como espaço de coordenação das
respostas às necessidades dos
indivíduos, suas famílias e comunidade
Rede de Atenção em Saúde (RAS)
APS como um modelo de organização do sistema
de saúde
• APS foi posicionada como um dos elementos da
estrutura operacional de uma rede de atenção à
saúde (RAS): centro comunicador e coordenador
do cuidado.

• Partindo do centro, ela tem a responsabilidade de


fazer a ponte entre os diferentes níveis e pontos
de atenção, assim como integrar ao processo os
sistemas logísticos e de apoio, garantindo a
integralidade de sua atenção.

• A APS possui o papel coordenador, necessário


para a integração do sistema.
APS e sua integração na rede de atenção à
saúde
• Um sistema de saúde constitui-se de redes horizontais interligadas por pontos de
atenção, de distintas densidades tecnológicas, com suas estruturas de apoio e
logística, não havendo hierarquia entre os diferentes pontos de atenção à saúde
• Como exemplos, citam-se unidades de atenção primária, unidades de cuidados
intensivos, hospitais-dia, ambulatórios de cirurgia, ambulatórios de atenção
especializada, serviços de atenção domiciliar. Os serviços de atenção primária
são a porta de entrada ao sistema, e coordenam o conjunto de respostas às
necessidades em saúde da população.
• Um sistema de saúde com forte referencial na atenção primária à saúde é mais
efetivo, é mais satisfatório para a população, tem menores custos e é mais
equitativo – mesmo em contextos de grande iniquidade social.
Conceitos e siglas que geram confusão
• APS – atenção primária à saúde:
“lugar” do sistema de saúde definido
pelos serviços que oferece.

• PSF/ESF – Programa Saúde da


Família/Estratégia Saúde da Família:
programa de 1994 a 1998 e
estratégia do Estado para reorientar
a atenção primária brasileira a partir
de 1998.

• MFC – Medicina de Família e


Comunidade: especialidade médica.
APS: aspectos-chave
• Atenção primária à saúde (APS) é definida como “[...] atenção de primeiro
contato, contínua, global e coordenada que se proporciona à população sem
distinção de gênero, doença, ou sistema orgânico”.
• Prevenção, cuidado a pacientes crônicos e vulnerabilidade social são conceitos
que têm afinidade com a atenção primária, mas não são seus definidores.
• Há vários instrumentos para avaliar a APS, sendo que o mais completo e mais
utilizado no Brasil é o instrumento de Avaliação da atenção primária chamado
PCATool
• O conceito de integralidade utilizado na APS diverge do utilizado em outros
campos
APS: valores, princípios e atributos
Atributos nucleares da APS: acesso de
primeiro contato

• É o princípio soberano, representa a


porta de entrada e o primeiro contato
do paciente com o sistema; outras
nomenclaturas, algumas vezes
entendidas como pejorativas, foram
sendo usadas em parte, ou mesmo
em substituição a este atributo, como
“acolhimento”, “gatekeeper” ou
“porteiro”.
Atributos nucleares da APS: coordenação
do cuidado
• A coordenação envolve a continuidade de
informação dentro do sistema, seja pela
continuidade do profissional, seja via
prontuário médico.
• Importância em três níveis
• Dentro da própria unidade
• Na relação com profissionais que
fornecem consultoria ou acompanhamento
de curta duração
• Na relação com especialistas focais que
vão compartilhar o cuidado com a APS
Atributos nucleares da APS:
longitudinalidade

• Longitudinalidade se relaciona com a


existência de uma fonte regular de atenção
e seu uso ao decorrer do tempo.

• A longitudinalidade, que trata do


acompanhamento do paciente ao longo do
tempo por profissionais da equipe de
atenção primária em saúde (APS), é
considerada característica central deste
nível assistencial.
Política Nacional de Atenção
Básica (PNAB)
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Política nacional que direciona os trabalhos envolvidos nos
diversos campos da APS

1. Dos Princípios e Diretrizes Gerais da Atenção Básica


2. Das Funções na Rede de Atenção À Saúde
3. Das Responsabilidades
4. Da Infraestrutura e Funcionamento da Atenção Básica
5. Implantação e Credenciamento das Equipes de Atenção
Básica
6. Do Financiamento da Atenção Básica
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Comparativo: PNAB 2011 x 2017
Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) 2017
Dispõe que as UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta a9va e
qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da área de abrangência da
unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável;
Percentual de financiamento para as eAB (30% da eSF Modalidade 2);
Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações e serviços;
Define prazo máximo de 4 meses para a implantação da equipe credenciada,
com fluxo e critérios para credenciamento de eAB, a ser publicado em
manual específico;
Inclui as Equipes de Atenção Básica Prisional;
Reforça a importância da integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção
Básica: Agentes de Combate as
Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS);
Polí%ca Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017
• Define prazo máximo de 4 meses
para a implantação da equipe
credenciada, com fluxo e critérios
para credenciamento de eAB, a ser
publicado em manual específico;
• Inclui as Equipes de Atenção
Básica Prisional;
• Reforça a importância da
integração entre a Vigilância em
Saúde e Atenção Básica: Agentes
de Combate as Endemias (ACE) e
Agentes Comunitários de Saúde
(ACS);
Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) 2017
• ACS e ACE devem compor uma eAB ou uma eSF e • Nº de ACS e ACE estabelecidos por base
serem coordenados por profissionais de saúde de populacional, critérios demográficos,
nível superior realizado de forma compartilhada epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo
entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde; com definição local;
• Nas localidades em que não houver cobertura eAB • Quantitativo de ACS em eSF a depender da
ou eSF, o ACS deve se vincular à equipe da necessidade e perfil epidemiológico local; em
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco
(EACS) e o ACE, deve ser vinculado à equipe de e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura
vigilância em saúde do município e sua supervisão de 100% da população com número máximo de
técnica deve ser realizada por profissional com 750 pessoas por ACS em eSF;
comprovada capacidade técnica;
• Adiciona atribuições comuns aos ACS e ACE e
acrescenta atribuições específicas do ACE;
Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) 2017
Considera que em caráter excepcional e assistidos por profissional de saúde
de nível superior, membro da equipe, após treinamento especifico e o
fornecimento de equipamentos adequados, os ACS poderão realizar as
seguintes atividades:

• Aferir pressão arterial;


• Realizar a medição da glicemia capilar;
• Aferição da temperatura axilar;
• Técnicas limpas de curativo.
Estratégia Saúde da Família
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
É componente estruturante do sistema
de saúde brasileiro tem provocado um
importante movimento com o intuito de
reordenar o modelo de atenção no
SUS.
O principal propósito da ESF é
reorganizar a prática da atenção à
saúde em novas bases e substituir o
modelo tradicional, levando a saúde
para mais perto das famílias e, com
isso, melhorar a qualidade de vida da
população.
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
COMPOSIÇÃO DA ESF: uma equipe multiprofissional, composta
por no mínimo:

• Médico (preferencialmente da especialidade Medicina de Família


e Comunidade);
• Enfermeiro (preferencialmente especialista em Saúde da Família);
• Auxiliar e/ou técnico de enfermagem; e
• Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
• Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de
Saúde Bucal (cirurgião-dentista, preferencialmente especialista
em Saúde da Família e auxiliar ou técnico de saúde bucal) e os
Agentes de Combate às Endemias (ACE).
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

• São a porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de


saúde;
• Trabalha com território adscrito, com uma população delimitada, sob a sua
responsabilidade;
• Intervém sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta;
• Presta assistência integral, permanente e de qualidade;
• Realiza atividades de educação, promoção, prevenção e recuperação da
saúde.
ESF: processo de trabalho
• Definição do território de atuação e depopulação sob responsabilidade das UBS e das equipes;

• Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades


de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de
saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o
planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e
recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida,
sexo e patologias, dificultan- do o acesso dos usuários;
• Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-comportamentais,
alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de
doenças e danos evitáveis;
ESF: processo de trabalho
• Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de
saúde e análise de vulnerabilidade, tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à
demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências;

• Prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita;

• Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões
comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços que comportem a ação planejada;
ESF: processo de trabalho
• Desenvolver açõeseducativas que possam interferir no processo de saúde-doença da
população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida
pelos usuários;
• Participar do planejamento local de saúde, assim como do monitoramento e avaliação das ações na
sua equipe, unidade e município, visando à readequação do processo de trabalho e do
planejamento diante das necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas;
• Desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social voltados para o
desenvolvimento de uma atenção integral;
• Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social;

• Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde


controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma
unidade de saúde, que necessitam de cuidados
Ferramentas da ESF
• Territorialização
• Trabalho em Equipe
• Abordagem centrada na
pessoa
• Abordagem familiar
• Abordagem comunitária
• Gestão da Clínica
• Matriciamento
Ferramentas da ESF: territorialização
• Caracterizar a população;
• Identificar os problemas de saúde-
doença;
• Avaliar a situação sócio-econômica e
vulnerabilidade social;
• Vínculo;
• Mapeamento do território vivo –
elementos estáticos e dinâmicos,
barreiras funcionais e sociais;
• Planejamento de ações da equipe;
Ferramentas da ESF: territorialização
Mapa do Território:

• Área geográfica - ruas e avenidas,


acidentes geográficos
• Espaços de interesse comunitário: áreas
de lazer, templos religiosos, áreas de
ocupação, associações
• Equipamentos Sociais (Centro de
Referência de Assistência Social
(CRAS), Centro de Assistência
Psicossocial (CAPS), Creches...)
• Tensões no território
Ferramentas da ESF: territorialização
Atuação das equipes de saúde da família:
Território

• Número definido de famílias


• Território Vivo
• Adscrição: 2000 a 3.500 pessoas, a
depender da vulnerabilidade e perfil
demográfico/epidemiológico
Ferramentas da ESF: territorialização
• O Território da ESF é dividido em áreas
menores chamadas MICROÁREAS;
• Essa divisão segue critérios de natureza
geográfica, demográfica e social.
• Cada MICROÁREA fica sob a
responsabilidade sanitária de um Agente
Comunitário de Saúde.
Ferramentas da ESF: adscrição da
clientela
• É um processo concomitante e
interdependente da territorialização e da
inserção comunitária;
• Tem objetivo de identificar as condições
de vida, necessidades de saúde e
acesso da comunidade, vinculando o
usuário à ESF;
• Busca por outras informações: lideranças
comunitárias, colaboradores na
comunidade.
Agente Comunitário de Saúde (ACS)
QUANTOS AGENTES POR ESF?
• Os ACS são parte integrante da equipe
mínima da ESF; Ø O número suficiente para cobrir
100% da população adscrita;
• São um elo entre as equipes de saúde e a Ø Com um número máx. de 750
comunidade, buscam e trazem informações entre pessoas por ACS.
a Unidade de saúde e a população;
• Acompanham mensalmente, em domicilio todas
as famílias
• Desenvolvem de forma constante ações de
promoção da saúde.
Núcleo Ampliado de Saúde
da Família e Atenção Básica
NASF-AB: o que é?
• O Nasf é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar,
ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção
Básica/Saúde da Família. Seus requisitos são, além do
conhecimento técnico, a responsabilidade por determinado
número de equipes de SF e o desenvolvimento de habilidades
relacionadas ao paradigma da Saúde da Família.

• Deve estar comprometido, também, com a promoção de


mudanças na atitude e na atuação dos profissionais da SF e
entre sua própria equipe (NASF), incluindo na atuação ações
intersetoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção,
reabilitação da saúde e cura, além de humanização de
serviços, educação permanente, promoção da integralidade e
da organização territorial dos serviços de saúde.
NASF: características
• Equipe multiprofissional e interdisciplinar
• Composição conforme necessidades
• Suporte clínico, sanitário e pedagógico
• Atendimentos regulados pelas equipes que atuam na atenção
básica
• Longitudinalidade do cuidado
• Planejamento do cuidado conjuntamente com as equipes
• Contribuição para a integralidade do cuidado
• Discussão de casos
NASF: características
• Equipe multiprofissional e interdisciplinar
• Composição conforme necessidades
• Suporte clínico, sanitário e pedagógico
• Atendimentos regulados pelas equipes que atuam na atenção
básica
• Longitudinalidade do cuidado
• Planejamento do cuidado conjuntamente com as equipes
• Contribuição para a integralidade do cuidado
• Discussão de casos
NASF: características

• Interconsulta
• Construção conjunta de projetos terapêuticos
• Educação permanente
• Intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de
todos os ciclos de vida
• Ações de prevenção e promoção da saúde
• Discussão do processo de trabalho das equipes, dentre outros.
NASF: matriciamento
• O apoio matricial será formado por um conjunto de profissionais que não têm, necessariamente,
relação direta e cotidiana com o usuário, mas cujas tarefas serão de prestar apoio às equipes de
referência (equipes de SF). Assim, se a equipe de referência é composta por um conjunto de
profissionais considerados essenciais na condução de problemas de saúde dos clientes, eles
deverão acionar uma rede assistencial necessária a cada caso.
• o Nasf está inserido na rede de serviços dentro da APS assim como as equipes de SF, ou seja, ele
faz parte da APS.
• O apoio matricial apresenta as dimensões de suporte: assistencial e técnico-pe- dagógico. A
dimensão assistencial é aquela que vai produzir ação clínica direta com os usuários, e a ação
técnico-pedagógica vai produzir ação de apoio educativo com e para a equipe. Essas duas
dimensões podem e devem se misturar nos diversos momentos.
NASF: modalidades
Modalidades No. de equipes vinculadas Carga horária*
NASF 1 5 a 9 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 200 horas semanais;
cada ocupação deve ter no
máximo 80 horas semanais.

NASF 2 3 a 4 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 120 horas semanais;
cada ocupação deve ter no
máximo 40 horas semanais.

NASF 3 1 a 2 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 80 horas semanais; cada
ocupação deve ter no máximo 40
horas semanais.

*Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas.
Profissionais do NASF
•Assistente Social •Médico Pediatra
•Professional/Professor Educação Física •Médico Acupunturista
•Farmacêutico •Médico Ginecologista/Obstetra
•Fisioterapeuta •Médico Homeopata
•Fonoaudiólogo •Médico Psiquiatra
•Nutricionista •Médico Geriatra
•Psicólogo •Médico Internista (Clínica
•Terapeuta Ocupacional Médica)
•Médico Veterinário •Médico do Trabalho
•Professor com Formação em Arte e •Profissional Sanitarista
Educação
Programa Mais Médicos Para
o Brasil
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
O PMMB atua em três frentes principais:

1. provimento imediato de profissionais


médicos

2. melhorias estruturais para a APS

3. mudanças conceituais filosófica na


construção do currículo do curso
médico paralelamente ao aumento
do numero de vagas e de cursos de
medicina.
Eixos do PMMB
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos: eixo de
formação
Programa Mais Médicos
Programa Mais Médicos
PMMB: Supervisão Acadêmica
• Uma das especificidades do
programa, dentro da proposta de
promover educação permanente, é
por meio da figura do Supervisor
Acadêmico, realizado por um
colega médico, em geral, ligado a
uma universidade, que faz
acompanhamento mensal de um
grupo de médicos do programa,
para dar suporte técnico,
acompanhar o seu desempenho
clínico, o processo de trabalho, a
relação com a equipe e com a
comunidade.
PMMB: Supervisão Acadêmica
A Supervisão Acadêmica, tem como O momento de supervisão pode ocorrer a
objetivos: qualquer momento, por meios de
• Fortalecimento da educação permanente comunicação diversa, para fortalecer o
em saúde, vínculo entre o supervisor e o supervisionado,
de maneira que esse processo seja
• integração ensino-serviço, singularizado em todos os aspectos que
• Fortalecimento da atenção básica; possam influenciar no desempenho do
• Fortalecimento formação de profissional participante do programa.
profissionais
nas redes de atenção à saúde.

Para a realização das atividades de Supervisão Acadêmica são previstos momentos próprios, que
se caracterizam enquanto espaços de Educação Permanente, encontro de educação
permanente para qualificação da supervisão acadêmica, encontro de supervisão locorregional,
supervisão periódica in loco.
PMMB: Supervisão Acadêmica
Supervisão Acadêmica
• O supervisor é sua referencia profossional e
pessoal dentro do programa;
• Estará ao seu lado para dar suporte
nos diversos assuntos da rotina do
servico:
• Dúvidas clínicas
• Processo de trabalho
• Organizaçã da agenda
• Horário de estudos
Conte com seu SUPERVISOR! Ele é seu colega.
Programa Mais Médicos – 5 anos
• “O resultado mais significativo do Mais Médicos foi levar acesso à saúde para a população,
especialmente em populações vivendo em situação de vulnerabilidade. Isso é outorgar o direito
à saúde previsto na Constituição brasileira”,

• “O programa mostrou que é possível levar médicos para todos os lugares do país. Permitiu ainda
que os profissionais brasileiros, principalmente os mais jovens, perdessem o medo de ir para o
interior. Além disso, a chegada de médicos de 47 nacionalidades, com outros modos de atuar e
outra formação, promoveu um debate sobre a formação de médicos no Brasil”
Programa Mais Médicos – 5 anos
Previne Brasil
• Modalidade financiamento da APS desde 2019
• Antigo Financiamento:
• PAB Fixo: base populacional
• PAB Variável: repasses de acordo com credenciamento de determinados
serviços (ESF, Consultório na Rua, etc)
• Incentivo às ações dos ACS
• PMAQ
• Eixos do financiamento do Previne Brasil:
1. Capitação ponderada
2. Pagamento por desempenho
3. Incentivo por base populacional
4. Incentivo à ações estratégicas
Previne Brasil: capitação ponderada
• Repasse financeiro as prefeituras e Distrito Federal com base
na população cadastrada
• O cadastro deve ser feito pelas equipes de Saúde da Família -
eSF, equipes de Atenção Primária – eAP, equipes de Saúde da
Família Ribeirinha – eSFR, equipes de Consultório na Rua –
eCR ou equipes de Atenção Primária Prisional – eAPP
• Cadastro feito pelo CPF ou CNS
• Qualquer profissional da equipe pode fazer cadastro
• Possível a estimativa populacional das equipes
Previne Brasil: pagamento por
desempenho
• Definição do valor a ser transferido depende dos resultados
alcançados no conjunto de indicadores monitorados e avaliados no
trabalho das equipes de Saúde da Família e de Atenção Primária
• monitoramento desses indicadores, podem ser avaliados os acessos,
a qualidade e a resoluXvidade dos serviços prestados pelas eSF/eAP
Previne Brasil: pagamento por
desempenho
Indicadores Previne Brasil para o ano de 2022:
1 - Proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis) consultas pré-natal realizadas, sendo a
1ª (primeira) até a 12ª (décima segunda) semana de gestação.
2 - Proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV.
3 - Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado.
4 - Proporção de mulheres com coleta de citopatológico na APS.
5 - Proporção de crianças de 1 (um) ano de idade vacinadas na APS contra DiKeria, Tétano,
Coqueluche, HepaOte B, infecções causadas por haemophilus influenzae Opo b e
Poliomielite inaOvada.
6 - Proporção de pessoas com hipertensão, com consulta e pressão arterial aferida no
semestre.
7 - Proporção de pessoas com diabetes, com consulta e hemoglobina glicada solicitada no
semestre.
Previne Brasil: incentivo financeiro com
base em critério populacional
• O componente Incentivo financeiro com base em critério
populacionalfaz parte da apuração do valor de referência para o
financiamento da APS. O valor do incentivo per capita é definido pelo
Ministério da Saúde anualmente e publicado em portaria. O aporte
estabelecido por município e Distrito Federal leva em conta
estimativa populacional mais recente divulgada pelo IBGE.
Previne Brasil: incentivo à ações
estratégicas
• IncenXvos contemplam a implementação de programas, estratégias e
ações que refletem na melhoria do cuidado na APS e na Rede de
Atenção à Saúde.
Previne Brasil: incentivo à ações
estratégicas
• Programa Saúde na Hora;
• Equipe de Saúde Bucal (eSB);
• Unidade Odontológica Móvel (UOM);
• Centro de Especialidades Odontológicas (CEO);
• Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD);
• Equipe de Consultório na Rua (eCR);
• Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF);
• Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR);
Previne Brasil: incentivo à ações
estratégicas
• Microscopista;
• Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP);
• Custeio para o ente federa9vo responsável pela gestão das ações de
atenção integral à saúde dos adolescentes em situação de privação de
liberdade;
• Programa Saúde na Escola (PSE);
• Programa Academia da Saúde;
• Programas de apoio à informa9zação da APS;
• Incen9vo aos municípios com residência médica e mul9profissional;
• Outros que venham a ser ins9tuídos por meio de ato norma9vo específico.
Bibliografia
• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Série E. Legislação em Saúde)
• BRASIL. Ministério da Saúde . PORTARIA No 2.979, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2019Institui o Programa Previne Brasil, que estabelece novo
modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio da alteração da Portaria de
Consolidação no 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
(Cadernos de Atenção Básica, n. 39)

• Tratado de medicina de família e comunidade : princípios, formação e prática [recurso eletrônico] / Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro
Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.

• Lei no 12.871, de 22 de outubro de 2013. Institui o Programa Mais Médicos, altera as Leis no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e no 6.932, de 7 de
julho de 1981, e dá outras providências [Internet]. 2013 [citado 03 Fev 2016]. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/cci vil_03/_ato2011-
2014/2013/Lei/L12871.htm

• BRASIL. MInistério da Saúde . Portaria no. 2.436 de 21 de setembro de 2017. Brasília: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 2017.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

O TRABALHO EM EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL NA APS
Roteiro da aula
• O trabalho em equipe.

• Conceitos relacionados ao desenvolvimento do trabalho em equipe.

• Equipe Multiprofissional de Saúde.

• O trabalho em Equipe Multiprofissional.

• Reunião de Equipe.

• Discussão de casos clínicos na equipe.

• Avanços no trabalho em equipe.


O TRABALHO EM EQUIPE NA APS

• O trabalho em equipe contribui para a obtenção de impactos sobre os


diferentes fatores que interferem no processo saúde-doença.

• A ação mulFprofissional pressupõe a possibilidade da práFca de um


profissional se reconstruir na práFca do outro, ambos sendo
transformados para a intervenção na realidade em que estão
inseridos.
Link para o vídeo
CONCEITOS

• Equipe: um grupo de pessoas com habilidades complementares,


compromeFdas umas com as outras e por um objeFvo e projeto
comum.

• Equipe mulFprofissional: aquela que não é centrada em uma única


especialidade.
CONCEITOS

• MulFdisciplinaridade: associação ou justaposição de disciplinas que


abordam um mesmo objeFvo a parFr de disFntos pontos de vista.

• Interdisciplinaridade: busca a superação das fronteiras disciplinares,


estabelecendo um consenso. Troca entre as disciplinas com
integração dos instrumentos, métodos e esquemas conceituais.
CONCEITOS

• Transdisciplinaridade: Princípio teórico que busca uma


intercomunicação entre as disciplinas, tratando efeFvamente de um
tema comum (transversal). Ou seja, na transdisciplinaridade não
existem fronteiras entre as disciplinas.
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE
• Equipe MulFprofissional de Saúde: é composta por diferentes
profissionais, de diferentes áreas da saúde, que trabalham juntos
para oferecer um atendimento completo e personalizado aos
pacientes.

• Cada um desses profissionais possui conhecimentos e habilidades


específicas que complementam o trabalho dos demais.
O TRABALHO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
• Construção de um projeto comum

• ArCculação das ações

• Interação comunicaCva entre os agentes

• Superação do isolamento dos saberes

• Flexibilidade dos diferentes saberes

• Maior autonomia e criaCvidade dos agentes e integração entre disciplinas


REUNIÃO DE EQUIPE

• Planejar um espeço na agenda para reunião de equipe

• Organizar uma pauta para a reunião (pode ser construída durante a


semana anterior)

• Todos devem ter espaço de fala: fazer circular a palavra

• Deve ser um espaço para valorizar o saber de todos

• A reunião de equipe é planejada?


REUNIÃO DE EQUIPE - PLANEJAMENTO
• Obje%vo

• Par%cipantes
• Local, data, hora
• Duração es%mada

• Material necessário
• Agenda
• Pautas
REUNIÃO DE EQUIPE - CONDUÇÃO
• Produzir ata da reunião e realizar a leitura da ata da reunião anterior.

• EsCmular a parCcipação de todos.

• Gerenciar o tempo.

• Tomar decisões.

• Atribuir responsabilidades e apontar pendências.

• Fazer resumo e confirmar se todos compreenderam as combinações.


REUNIÃO DE EQUIPE - ACOMPANHAMENTO

• Acompanhar se as combinações estão sendo cumpridas.

• Construção de pautas de forma coleFva ao longo da semana anterior


(quadro/caderno da equipe).
REUNIÃO DE EQUIPE – O QUE FAZER

• Informes – breve.

• Monitoramento de indicadores (desconstrução da visão de que metas


e resultados são externos à equipe).

• Discussão de casos complexos.

• DiscuFr sobre o monitoramento dos casos existentes.

• Planejamento das visitas domiciliares.


REUNIÃO DE EQUIPE – O QUE FAZER

• Avaliação do processo de trabalho.

• Discussão sobre o papel dos profissionais, incluindo NASF.

• Pactuar encaminhamentos e responsabilidades.

• Educação Permanente da equipe.


REUNIÃO DE EQUIPE – CUIDADO

• Reuniões não planejadas e mal conduzidas podem gerar:


• Perda de credibilidade.

• Transmissões de mensagem erradas.


• Perda de tempo dos envolvidos.
• DesmoFvação e improduFvidade da equipe.
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS NA EQUIPE

• Casos di_ceis que necessitam de múlFplos olhares para tomada de


decisão e acompanhamento da equipe.

• Fio condutor para a troca de saberes e construção conjunta de um


plano terapêuFco comum.
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS NA EQUIPE

• A discussão de caso em equipe promove: contribuição dos diversos


componentes da equipe a parFr de diferentes olhares.

• Conhecimento e responsabilização de todos os membros da equipe


pelos casos discuFdos.
AVANÇOS NO TRABALHO EM EQUIPE

• Pensar a Educação Permanente da Equipe a parFr das necessidades


idenFficadas pela própria equipe.

• Responsabilidade de todos os membros da equipe na realização da


educação permanente.
AVANÇOS NO TRABALHO EM EQUIPE

• Avançar na comunicação, no comparFlhamento e na interação

• Entender os conflitos como propulsores da mudança e como parte do


coFdiano do trabalho.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• PEDUZZI, M et al. Trabalho em equipe na perspecCva da gerência de
serviços de saúde: instrumentos para a construção da práCca
interprofissional. Physis Revista de Saúde Cole1va, v21, n2, Rio de Janeiro,
2011. p.629-646.

• BRASIL. Estratégia Saúde da Família. Disponível em:


<h_ps://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/estrategia-saude-da-
família>
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• JUSTANIMATE. Egghunt. Paul Yan. Youtube, 10 de outubro de 2006.


Disponível em: <hips://www.youtube.com/watch?v=52M5EfRkBBo>.

• PAULA, RA. Relação MulFprofissional do Trabalho em Equipe na


Atenção Básica de Saúde. Curso de Especialização em Atenção Básica
em Saúde da Família. UFMG. 2007.
OBRIGADO
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

O TERRITÓRIO E SUAS
CONDICIONALIDADES
ROTEIRO DA AULA
• Conhecendo o território.

• Território Vivo.

• Territórios na APS.

• Territorialização.

• Mapa Inteligente.

• O Território e o Ambiente.
CONHECENDO O TERRITÓRIO
• Imagine-se na seguinte situação: você está se apresentando a sua nova
equipe de saúde e a sua nova comunidade.

• Nesse momento o que é importante que você saiba desse território no


qual você acaba de chegar e pelo qual terá, junto com sua equipe de
saúde, responsabilidade sanitária?

• Veja as imagens a seguir e imagine que você pode estar em qualquer um


desses lugares...
COMEÇANDO A CONHECER MEU TERRITÓRIO

• Quem são as pessoas desse lugar?

• De que elas vivem?

• Como elas vivem?

• Como as famílias se organizam?

• Quem são os líderes dessa Comunidade?


COMEÇANDO A CONHECER MEU TERRITÓRIO

• Quais os locais utilizados para esporte e lazer?

• Quais os traços culturais e religiosos?

• Quais as condicionantes de saneamento e de descarte de lixo?

• Quais os riscos?

• Como é o meio ambiente?


TERRITÓRIO VIVO

• O território apresenta muito mais do que uma extensão geométrica


quando aplicado aos sistemas e serviços de saúde.

•O território tem um perfil demográfico, epidemiológico,


administraOvo, tecnológico, políOco, social e cultural que o caracteriza
e se expressa num território em permanente construção.
(MONKEN e BARCELLOS, 2005)
TERRITÓRIO NA APS

• No território da APS as práOcas de saúde avançam para a integração


das ações de atenção, promoção, prevenção e recuperação, de forma
que as intervenções sobre os problemas sejam também sobre as
condições de vida das populações.
(MENDES, 1993)
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS

Manaus é a capital do Amazonas.


Tem 5 Distritos Sanitários de Saúde:
DISA Leste
DISA Norte
DISA Oeste
DISA Sul
DISA Rural
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS

Natal é a capital do Rio Grande do Norte.


Tem 5 Distritos Sanitários de Saúde:
Distrito Norte 1
Distrito Norte 2
Distrito Sul
Distrito Leste
Distrito Oeste
TERRITÓRIO ÁREA E TERRITÓRIO MICRO ÁREA

Exemplo de uma área de


abrangência de uma
Unidade Básica de Saúde
com 2 Micro áreas
nomeadas de “46” e “48”
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITORIALIZAÇÃO
• Ferramenta metodológica que possibilita o reconhecimento das

condições de vida e da situação de saúde da população de uma área

de abrangência.
TERRITORIALIZAÇÃO
• É o reconhecimento e o esquadrinhamento do território segundo a

lógica das relações entre condições de vida, ambiente e acesso às

ações e serviços de saúde (Teixeira et al, 1998).


TERRITORIALIZAÇÃO

• Na organização do processo de trabalho, a territorialização representa

o caminho para fazer o reconhecimento do território vivo com vistas à

organização do processo de trabalho.


TERRITORIALIZAÇÃO - OBJETIVOS

• Conhecer como as pessoas vivem e adoecem e quais são os

determinantes de saúde neste território.

• Compreender as necessidades e potencialidades reais.

• Servir como elemento de planejamento e construção de um modelo

adequado à realidade local.


TERRITORIALIZAÇÃO - OBJETIVOS

• Gerar vínculo com a equipe e a comunidade, bem como incenOvar a

parOcipação popular.

• IdenOficar vulnerabilidades, populações expostas e problemas

prioritários para as intervenções da Equipe de Saúde.


TERRITORIALIZAÇÃO
• Relações entre InsOtuições e atores sociais atuantes no território
sanitário
TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• A territorialização é um ato que deve ser planejado e executado pelo

médico e sua equipe, em consonância e com o apoio da gestão do

município, por vários moOvos, entre eles:


TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• O território de uma área de abrangência de uma Unidade de Saúde
tem limites geográficos que só o gestor municipal e sua equipe têm
competência para determinar.

• Por isso, é importante a presença de um representante da equipe de


gestão no processo de planejamento da territorialização.
TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• Pode acontecer de aquele território já ter sofrido processo de
territorialização e construção de “mapas vivos” anteriormente e esses
produtos podem ser reaproveitados.

• Devemos lembrar que as unidades que estamos chegando tem uma


história de trabalho e de ações e intervenções de saúde anteriores
que devem e podem ser aproveitados por todos os novos médicos.
TERRITORIALIZAÇÃO
• Base para a organização das prá0cas e para o planejamento em saúde:

• Resgatar a história do lugar (cultural, social, econômica) com os

atores sociais do local.

• Resgatar com a gestão local, mapas anteriores e apoio de outras

secretarias.

• Colher dados escritos e guardados com os ACS.


TERRITORIALIZAÇÃO
• Base para a organização das prá0cas e para o planejamento em saúde:

• Ir em campo para definir a delimitação do território geográfico (ruas,

vilas), iden0ficando elementos geográficos (rios, morros, lagoas).

• Iden0ficar Residentes Referência (lideranças, grupos sociais).

• Levantar indicadores de saúde (demanda da equipe: e-SUS AB,

PMAQ, RELATÓRIOS).
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
1. História e idenOdade territorial
• Origens do território

2. Comunidade Humana
• Origens, caracterísOcas demográficas, distribuição no sócio espaço,
segmentos e subgrupos, cultura, escolaridade.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
2. Comunidade Humana
• Organização social e políOca: sujeitos coleOvos, processos de
mobilização, lideranças, associações e grupos.
• Qualidade e Condições de vida: moradias, espaços públicos,
alternaOvas de lazer.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
2. Comunidade Humana
• Indicadores de saúde (morbimortalidade, saneamento básico,
etc.).

3. O “ambiente”: ecossistema(s) e paisagens modificados


• Onde está situada a unidade.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
3. O “ambiente”: ecossistema(s) e paisagens modificados
• Número de famílias/pessoas atendidas.

• Saneamento básico (águas superficiais e profundas, drenagem).


• Relações da comunidade com os serviços ambientais (uso do solo
e mobilidade).

• Formas de deslocamento e vias de transporte.


TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
4. PolíOcas públicas e projetos comunitários
• Como as políOcas de educação, saúde, trabalho, cultura e lazer,
entre outras, estão acontecendo no território.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
5. Processos de produção no território (e os fluxos que o perpassam)
• AOvidades econômicas (lícita e ilícitas) que ocorrem no território e
em seu entorno, tendo em vista a relevância de seus impactos
sobre a saúde da população e dos ecossistemas.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
6. Os conflitos sócio ambientais e a percepção da comunidade
• Possíveis problemas e conflitos de poder, de uso e ocupação do
solo, culturais, étnicos, ambientais etc (todos da maior relevância
para a saúde).
TERRITORIALIZAÇÃO - MÉTODO E TÉCNICA DE
COLETA DE DADOS
• Fichas do E-sus.
• Entrevista a moradores anOgos, lideranças comunitárias, a Agentes
Comunitárias(os) de Saúde, a profissionais de saúde da Unidade Básica de
Saúde.
• Fontes de dados secundários IBGE, DATASUS, Secretaria Municipal de
Saúde.
• Diário de campo.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• MAPEAMENTO: aplicação do processo cartográfico sobre uma


coleção de dados ou informações, com vistas à obtenção de uma
representação gráfica da realidade percepmvel, comunicada a parOr
da associação de símbolos e outros recursos gráficos.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• ESQUADRINHAMENTO : definição dos limites geográficos/políOcos.

• PLOTAGEM: colocação da representação osica no mapa, seja a


unidade de saúde, seja o equipamento social, etc.

• Você pode uOlizar o Google Earth (hqps://www.google.com.br/earth/


download/gep/agree.html) ou mesmo uOlizar uma cartolina grande.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• O importante é que consiga representar sua área de abrangência


dividida em Microáreas, com o maior detalhamento possível, por ruas
e casas. Lembrando sempre que nossa área de maior interesse é a
família e as pessoas que lá estão, não é mesmo?

• Essas famílias se relacionam com seus vizinhos (a rua), seu bairro (a


micro área) e tudo que lá existe, sejam potencialidades e fragilidades.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?
• Esse diagnósOco é fundamental para enriquecimento da nossa
capacidade de intervenção no processo saúde doença no território.
RISCO RELATIVO
Cobertura das Unidades Básicas da Saúde da Família em Manaus

Alta renda

Baixa renda

ˆ cz
xz =
ez
TERRITORIALIZAÇÃO
POPULAÇÃO/QUARTEIRÃO

Fonte: CNES - 04/03/2013.


A IMPORTÂNCIA DA BASE TERRITORIAL PARA
COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
• Caracterizar a população.

• IdenOficar os problemas de saúde doença.

• Avaliar a situação socioeconômica e vulnerabilidade social.

• Vínculo.
A IMPORTÂNCIA DA BASE TERRITORIAL PARA
COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
• Mapeamento do território vivo - elementos estáOcos e dinâmicos,
barreiras funcionais e sociais.

• Planejamento de ações da equipe.


A TERRITORIALIZAÇÃO É O FILME DE QUEM É A COMUNIDADE. A PARTIR
DAÍ CABE A EQUIPE, SENTAR COM OS DADOS, REFLETIR, DISCUTIR E
PLANEJAR AS MELHORES AÇÕES PARA A SUA COMUNIDADE!

• Há várias ferramentas para se fazer o PES e o médico e a equipe deve


adotá-las no processo de trabalho o quanto antes.
O TERRITÓRIO E O AMBIENTE
• Qual a responsabilidade da APS?

• “O processo de territorialização realizado pelas equipes de saúde da


família auxilia na idenOficação dos riscos ambientais a que a
comunidade está exposta, de forma que a aproximação entre esses
serviços amplia e qualifica o diagnosOco de risco ambiental e propicia
mais efeOvidade no planejamento das ações de controle ambiental”
(Vidor A.C., 2012)
O TERRITÓRIO E O AMBIENTE
• Exemplos de indicadores que podem ser associados às doenças relacionadas ao saneamento
ambiental inadequado (DRSAI):
• Indicador de Pobreza;
• Taxa de crescimento populacional;
• Taxa de urbanização;
• Renda familiar per capita;
• Coleta de esgoto sanitário;
• Tratamento de esgoto;
• Saneamento inadequado;
• Coleta de lixo;
• Inundações ou enchentes;
• Qualidade da água;
• Água encanada;
• Tratamento de água;
• Coleta de lixo;
• Taxa de mortalidade infanDl;
• Internações por doença diarreica aguda.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM de nº 2.436 de 21 de setembro de 2017.
Aprova a PolíDca Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para
a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível
em: <hVp://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM de nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova


a PolíDca Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas
para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Disponível em:
<hVp://bvsms.saude.gov.br/ bvs saudelegis gm /2011/prt2488_21_10_2011.html>.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• Borges C, Taveira VR. Territorialização. In: Gusso G, Lopes JM. (Org). Tratado de
Medicina e Família e Comunidade: Princípios, formação e práIca. Porto Alegre:
Artmed, 2012.

• Vidor AC. Vigilância em Saúde. In: Gusso G, Lopes JM. (Org). Tratado de Medicina
e Família e Comunidade: Princípios, formação e práIca. Porto Alegre: Artmed,
2012.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Saúde ambiental: Guia
Básico para Construção de Indicadores. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
OBRIGADO
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

A colhimento e A cesso
A vançado
OBJETIVOS DA AULA
• Compreender o conceito Acolhimento
• Compreender o conceito de Acesso Avançado.
• Compreender a diferença entre acesso e acessibilidade e a Atenção Primária à Saúde (UBS)
enquanto porta de entrada.
• Compreender o conceito ampliado de acolhimento enquanto prá8ca humanizadora do cuidado.
• Compreender o conceito de escuta qualificada, estratégias de execução e quais profissionais
estão aptos a fazê-la.
• Compreender como implantar o acesso avançado em uma UBS e quais as vantagens de se
trabalhar com o mesmo.
• Compreender como se fazer a gestão de uma agenda.
• Compreender a diferença entre demanda espontânea e programada e como trabalhar de forma
a contemplar as duas demandas da melhor forma.
Ø Acolhimento é uma diretriz da PolíAca Nacional de Humanização
(PNH), que não tem local nem hora certa para acontecer, nem um
profissional específico para fazê-lo
Ø O acolhimento é uma postura é1ca que implica na escuta do usuário
em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no
processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela
resolução, com a1vação de redes de compar1lhamento de saberes.
compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que
procuram os serviços de saúde. h"p://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.html
Acolhimento -
OBJETIVOS
Ø Ampliar o acesso;
Ø Buscar a integralidade da atenção;
Ø Reorganizar o serviço a par9r das necessidades, riscos e vulnerabilidade
dos usuários;
Ø Redefinir relações;
Ø Reavivar conhecimentos ampliando a visão de análise e atuação sobre os
problemas de saúde;
Ø Qualificação e humanização da assistência;
Ø Reconhecer o usuário como sujeito no seu processo saúde-doença.
Para que serve o
acolhimento?
• É uma forma de ampliação e facilitação do acesso.

• Facilita a conAnuidade e redefinição dos projetos terapêuAcos dos


usuários.

• Pode servir como um disposiAvo de reorganização do processo de


trabalho em equipe.
Acolhimento x Triagem
“O acolhimento na porta de entrada só ganha sen4do se entendemos como uma
passagem para o acolhimento nos processos de produção de saúde.”

ACOLHIMENTO TRIAGEM
-Objetivo: inclusão - Objetivo : exclusão
sob a ótica do vínculo
e da vulnerabilidade “quem não vou
-Programação X atender?”
Imprevisto. “quem não deveria
estar aqui?”
“quem precisa ser
atendido?”
ACOLHIMENTO

“Encontro complexo” entre dois ou mais SUJEITOS

Sujeito
Profissional de Sujeito Usuário
Saúde

Co-produção de compromissos singulares a par8r de


necessidades, de interesses e de direitos de cada um desse
sujeitos.
“É UMA FORMA DE ATENDER A TODOS QUE PROCURAM OS
SERVIÇOS ROMPENDO COM A LÓGICA DA EXCLUSÃO.”

RESPONSABILIZAR-SE
E DIVIDIR
RESPONSABILIDADE
OUVIR
PEDIDOS

DAR RESPOSTAS ESCUTAR


AO USUÁRIO E ANALISAR
SUA REDE SOCIAL A DEMANDA
Dimensões do Acolhimento
REORIENTADOR DO
COMO POSTURA COMO TÉCNICA
SERVIÇO
• Prevenir, • Avaliar riscos e • Avaliação das
• Cuidar, vulnerabilidade. demandas e
• Proteger, construção cole;va
• Construir do fluxo dos
• Tratar, respostas serviços
• Recuperar, posi;vas.
• Promover • Usuário como
sujeito a;vo e
par;cipante da
própria saúde
ACOLHER PRESSUPÕE ESCUTAR ESCUTAR
Desafios
Ø Ampliar o acesso:
Sem sobrecarga para as equipes
Sem prejudicar a qualidade das
ações
Ø Superar a prá9ca profissional centrada na
dimensão biológica e centrada no
profissional.
Ø Formular formas de adaptação a
vulnerabilidade local
Ø Responsabilização de toda a unidade.
Importante Lembrar...
• Um aspecto dos Serviços de Saúde mais valorizado pela população e que
mais gera insa9sfação quando não está ocorrendo de forma adequada é:

O ACESSO

Ø Amplitude de horário;
Ø Ausência de atraso de nomeação;
Ø Ausência de atraso na chegada à UBS.
O Acesso e o Primeiro
Contato
“O princípio do primeiro contato refere-se ao fato de ser o ponto de
entrada mais fácil e próximo do usuário para os serviços de um sistema
de saúde, portanto, a acessibilidade advoga por um local de
atendimento próximo e que não prejudique ou atrase o diagnós@co e as
intervenções necessárias para se resolver um determinado problema de
saúde.”

Brasil. MS. Esteche FF. Módulo: Acolhimento à


demanda espontânea e à demanda
programada. Unidade I – Acolhimento.
Acesso e
Acessibilidade
• Para Donabedian (2003), acesso e acessibilidade a ações e serviços de
saúde têm significados semelhantes. Dizem respeito à capacidade de
obtenção de cuidados de saúde, quando necessário, de modo fácil
e conveniente.

• Acessibilidade ou acesso aparecem como um dos aspectos da oferta


de serviços relativos à capacidade de produzir serviços e de
responder às necessidades de saúde de uma determinada população.
Albuquerque et al. Acessibilidade aos serviços de saúde: uma análise a par8r
dos serviços da AB em Pernambuco. Saúde e Debate. 2014.
Acesso e
Acessibilidade
• A acessibilidade tem duas dimensões:

• Geográfica: refere-se à distância e ao tempo de locomoção dos usuários


para chegar aos serviços, incluindo os custos da viagem, dentre outros.

• Sócio-organizacional: diz respeito a todas as caracterís;cas da oferta que


podem facilitar ou dificultar a capacidade das pessoas no uso dos serviços.
Acesso e
Acessibilidade
• Na dimensão sócio organizacional de acessibilidade, Donabedian
(2003) evidencia a importância da adequação dos profissionais de
saúde e dos recursos tecnológicos u1lizados frente às necessidades
dos usuários.

• Assim, não basta a existência dos serviços, mas o seu uso tanto
no início como na con@nuidade do cuidado. Ou seja, os serviços
precisam ser oportunos, conEnuos, atender à demanda real e ser
capazes de assegurar o acesso a outros níveis de atenção.
Albuquerque et al. Acessibilidade aos serviços de saúde: uma análise a par8r
dos serviços da AB em Pernambuco. Saúde e Debate. 2014.
E o que é o Acesso
Avançado?
• É um modelo de acesso facilitado, em que a pessoa vinculada àquela
equipe consegue um atendimento quando precisa, no horário mais
adequado e com a forma de agendamento mais confortável;
• Mais conhecido como “Faça o trabalho de hoje, hoje!”
• Geralmente a agenda tem 65-75% das vagas para o mesmo dia com
grande capacidade de oferta de consultas.
• Nesse modelo há diminuição do tempo de espera e do absenteísmo
muito comum em marcações a longo prazo.
E isso é possível a partir da reorganização do processo de
trabalho, de pequenos rearranjos nos fluxos da unidade, nas
formas de agendamento e no enfrentamento de alguns
desa?os:
• Abrir mão de uma agenda fragmentada em função de grupos por patologias ou faixas etárias
(dias específicos para gestantes, crianças, hipertensos ou diabéKcos).
• Evitar pré-agendamentos prolongados, pois pode gerar um desperdício de tempo
• Envolver todos os profissionais disponíveis para oferecer os melhores recursos de acordo com as
necessidades da população de sua área.
• A equipe precisa estar mais voltada para as necessidades da população, com uma agenda mais
adequada à procura diária das pessoas (ter diagnós8cos de demandas atualizados);
• Definir quanto tempo será necessário para uma consulta pré-agendada, considerando que esta se
dará para no máximo uma semana e ir diminuindo esse tempo até conseguir chegar “Faça o
trabalho de hoje, hoje!”!
Cuidados para uma equipe que pretende
adotar o acesso avançado
• 1º: O acesso avançado anda junto com o acolhimento e a escuta
qualificada. A escuta qualificada preferencialmente é feita pelo
profissional da enfermagem, porém pode ser feita pelo próprio
médico ou cirurgião den@sta da equipe.
• Por isso, um dos pressupostos, se isso ainda não acontece, para
melhorar o acesso na unidade de saúde, é o maior envolvimento do
enfermeiro no cuidado das pessoas da sua área. Dessa forma, é
importante que cada enfermeiro tenha seu próprio consultório e
que esse seja próximo ao do médico de sua equipe. Essa disposição
dos consultórios facilita o entendimento da vinculação para a equipe
e para a população e também agiliza as interconsultas entre médicos
e enfermeiros.
Cuidados para uma equipe que pretende
adotar o acesso avançado
• 2º: Fluxo do atendimento – ESCUTA RÁPIDA
• Caso o usuário venha para um serviço específico (vacinação, farmácia, coleta
de exame, etc) , ali mesmo ele deve ser direcionado para que já haja
resolu;vidade sem necessidade de passar por nenhuma outra etapa.
• A pessoa passa pela recepção apenas para iden;ficar qual a sua equipe e já é
agendada/encaminhada para ser atendida pelos profissionais de referência.
• A recepção (escuta rápida), nesse modelo, poderá fazer perguntas breves
para iden;ficar a necessidade imediata ou não de consulta.
• Caso tenha necessidade de consulta, nesse momento re;ra-se o prontuário
(se ainda for Vsico) e direciona a pessoa que procura atendimento no dia para
a sua própria equipe (auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos) no
caso do usuário estar procurando por consulta nesse dia.
Escutar significa, num primeiro momento, acolher toda
queixa ou relato do usuário mesmo quando possa parecer não

ESCUTA interessar diretamente para o diagnóstico e tratamento. Mais


do que isto, é preciso ajudá-lo a reconstruir (e respeitar) os
motivos que ocasionaram o seu adoecimento e as correlações

QUALIFICADA
que o usuário estabelece entre o que sente e a vida – as
relações com seus convivas e desafetos.

Importante por exemplo perguntar por que ele acredita que


adoeceu e como ele se sente quando tem este ou aquele
sintoma.
Quanto mais a doença for compreendida e correlacionada com
a vida, menos chance haverá de se tornar um problema
somente do serviço de saúde, mas sim, também, do sujeito
doente.
• A equipe define quem ficará responsável por fazer a escuta
qualificada.

• Nela, o profissional de nível superior já conseguirá resolver grande


parte das demandas que chegam para a equipe. E aquelas que são
necessárias realmente de serem vistas pelo médico, são direcionadas
pelo médico no mesmo dia.

• A ambiência, o fluxo favorável e estudado para cada unidade e


situação, reuniões de equipe periódicas para revisão de protocolos e
de situações conflituosas e principalmente a vontade de fazer dar
certo é a receita para que o ACOLHIMENTO COM ACESSO AVANÇADO
seja implantado com sucesso.
Agenda Compar,lhada e
Acesso Avançado

27
A AGENDA
ØAs agendas tem um papel fundamental nas a9vidades das unidades,
permi9ndo um acesso pautado na equidade e universalidade;

ØDevem garan9r esse acesso e a qualidade da atenção em saúde a toda a


população;

ØDeve ser construída a par9r de um diagnósAco situacional da realidade


social e epidemiológica da comunidade, associado à análise dos riscos e
vulnerabilidades desse território e levantamento de problemas;
A AGENDA
• O @po de agenda vai depender do @po de processo de trabalho e de
acesso que está funcionando na unidade.
• Mas alguns princípios são básicos:
• Deve sempre ser dialogada e socializada entre todos da equipe;
• Qualquer mudança (férias, afastamento, mudança de horário, etc)
deve ser informada, principalmente para àqueles que ficam na
recepção (escuta rápida);
• Assim, se a equipe está em ACESSO AVANÇADO 100% na agenda não
haverá “consulta agendada” e assim por diante.
EXEMPLO DAS Cuidado
ATIVIDADES DE UMA Tempo
AGENDA
para Agendado
escrever...

Cuidado
Demanda Con;nuado
Imediata
AGENDA

Visita A"vidades
Domiciliar Reuniões Educa"vas
de
Equipe
Como viabilizar o acolhimento à demanda
espontânea?
• Toda a equipe é responsável pelo acolhimento.
• Iden@ficar casos de maior risco e vulnerabilidade e facilitar o
acesso dos usuários a uma avaliação mais rápida pelo
profissional mais adequado (escuta qualificada).
• Fluxos de transferência / encaminhamento dos usuários que
necessitam de outros recursos assistenciais.
• Discu@r critérios de risco e organizar a agenda dos profissionais
de modo a contemplar a agenda programada e casos agudos.
• Diálogo com os usuários.
Perguntas que podem ajudar a equipe na
implantação do acolhimento:
• Existe acolhimento na unidade? Quem são os responsáveis? Como é
feito? Como podemos melhorar?
• Como é organizado o fluxo dos usuários na unidade?
• Quais as principais dúvidas e necessidades dos usuários?
• Quais os problemas e conflitos enfrentados pelos pro?ssionais no que
diz respeito ao acolhimento?
• Quais as tentativas de solução desses problemas?
Referências
• Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Cadernos de Atenção Básica; n. 28, V. 1. 1. ed.; 1. reimpr.
Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
• Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Cadernos de Atenção Básica; n. 28, V. 2. 1. ed.; 1. reimpr.
Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
• Esteche FF. Acolhimento à demanda espontânea e programada. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família –
PEPSUS. Acesso em 02 de fev 2019. Disponível em https://avasus.ufrn.br/
• Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção da saúde(Série B. Textos Básicos de Saúde). 2. ed. 5.
reimp. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010.
• Wolmann A et al. Novas possibilidades de organizar o Acesso e a Agenda na Atenção Primária à Saúde. Prefeitura
Municipal de Curitiba, 2014. Acesso em 02 de fev 2019. Disponível em
http://arquivos.leonardof.med.br/SaudeCuritiba_CartilhaAcessoAvancado_2014-06-05.pdf
• Murray M, Tantau C. Same-Day Appointments: Exploding the Access Paradigm. Fam Pract Manag. 2000 Sep;7(8):45-50.
Acesso em 02 de fev 2019. Disponível em https://www.aafp.org/fpm/2000/0900/p45.html.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

ABORDAGENS NA PESSOA, NA
FAMÍLIA E VISITA DOMICILIAR
Roteiro da aula
1. Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)

2. Tipologias familiares e ferramentas de


abordagem familiar: Ciclo de vida familiar,
Genograma, Ecomapa, APGAR familiar, FIRO e
PRACTICE

3. Visita domiciliar
Método Clínico
Centrado na
Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)

• Vídeo-aula: Método Clinico Centrado na Pessoa - MSP0672


• Prof. Dr. Gustavo Gusso (FMUSP)
• Duração: 26 minutos
• Disponível em: hRps://www.youtube.com/watch?v=HXuiRefleM8
Aplicação do Método Clínico Centrado na
Pessoa (MCCP)
• Vídeo: IPES e PSOs: Método Clínico Centrado na Pessoa
• Programa de Residência Médica em Medicina de Família e
Comunidade, SMS-RJ -2016
• Duração: 6 minutos
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=17-SNbKtKZc
Aplicação do Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)

• Reflita se há diferença entre as duas abordagens


clínicas?

• Há diferença no tempo de duração dessas consultas?

• Qual abordagem gera melhor resultado na saúde da


pessoa?
Abordagem familiar

• Vídeo: Começou uma família…Responsamuitabilidade!


• Produção: Tecendo prosa
• Duração: 2 minutos
• Disponível em: hRps://www.youtube.com/watch?v=8-eSBSVr3Ls
Abordagem familiar
• Conceitos de família
“A família é um modelo universal para o viver. Ela é unidade de
crescimento; de experiência; de sucesso e fracasso; ela é também a
unidade da saúde e da doença.” Natan W. Ackerman

“A família é o conjunto de pessoas, ligadas por laços de parentesco,


dependência doméstica ou normas de convivência, que residem na
mesma unidade domiciliar. Inclui empregado (a) doméstico (a) que
reside no domicílio, pensionista e agregados.” Ministério da Saúde, Brasil (2001)
Abordagem familiar
Tipos de arranjos familiares

1. Família nuclear bigeracional (pais e filhos);


2. Família extensiva (três ou quatro gerações);
3. Família unitária (uma só pessoa, ex.: viúva sem filhos);
4. Família adotiva temporária;
5. Família adotiva bi-racial / multicultural;
6. Casal residindo separadamente;
7. Família monoparental (filho/s com pai ou mãe);
8. Família homossexual (com ou sem filho/s);
9. Família reconstituída (remarried/step families);
10. Família institucional (instituto com função de criar e desenvolver afetivamente a
criança/adolescente);
11. Famílias com constituição funcional (pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte
compromisso mútuo).
Abordagem familiar
Ferramentas de abordagem familiar

1. Ciclos de vida
2. Genograma
3. Ecomapa
4. APGAR familiar
5. FIRO
6. PRACTICE
Abordagem familiar
Ciclos de vida
FASE DO CICLO DE VIDA FASE DO CICLO DE VIDA
(Popular)
1. Saindo de casa: jovens solteiros
Família composta por jovem
2. O novo casal adulto
3. Família com filhos pequenos Família com filhos pequenos
4. Famílias com filhos adolescentes Família no estágio tardio

5. Lançando os filhos e seguindo em frente


6. Famílias no estágio tardio: a velhice
Estágios do ciclo de vida familiar de classe média
Estágios do ciclo de vida familiar de classe média
Abordagem familiar
Ciclos de vida
MLS (quatro anos) vem à UBS queixando-se de diarreia e vômitos há
dois dias. Ela está acompanhada de sua irmã de 10 anos. Seu pai (29
anos) está acamado há dois anos, devido a bala perdida que o acertou
na coluna lombo-sacra quando vendia bebidas informalmente na rua.
Sua mãe (30 anos) está trabalhando como doméstica e lavandeira para
manter financeiramente a família. O outro irmão, de dois anos, ficou em
casa, aguardando as irmãs mais velhas retornarem da UBS.

Em qual(is) estágio(s) do ciclo de vida está a família de MLS?


Ciclo de vida da família de classe popular
1. Família composta por jovem 2. Família com filhos pequenos 3. Família no estágio tardio de
adulto vida
• Etapa de grande acúmulo de
• Adolescente precisa sair de papéis • Idosos continuam sustentando
casa para trabalhar • Inclui tarefas do novo casal e família
precocemente da família com filhos • Inexistência do “ninho vazio”
• Tornam-se adultos “sozinhos” pequenos: novo sistema • Homens e mulheres tornam-
• Processo pode começar por conjugal, papéis paternos e se avós mais cedo, ainda com
volta dos 10 anos de idade maternos capacidade reprodutiva
• Acúmulo de gerações • Acúmulo de gerações no
• Relações menos duradouras mesmo ambiente
• Reestruturações frequentes
devido a novos
relacionamentos
Exercício 1
Explique como geralmente se caracteriza o ciclo de vida da família da
classe popular
Exercício 1
Explique como geralmente se caracteriza o ciclo de vida da família da
classe popular

Abordagens na pessoa, na família e visita domiciliar


Abordagem familiar - Genograma
Conceito:
O genograma é uma ferramenta
da abordagem familiar que nos
ajuda a demonstrar esquematica e
dinamicamente problemas
biomédicos, genéticos,
comportamentais e sociais que
envolvem a família estudada.
Abordagem familiar - Genograma

Avalia 5 domínios familiares: Aplicação:


1. O modo de comunicação; A aplicação do genograma à clínica
2. As relações; na APS permite visualizar o processo
de adoecer, facilita o plano
3. As doenças; terapêutico e permite à família uma
4. Os problemas familiares e melhor compreensão sobre o
desenvolvimento de suas patologias.
5. As experiências traumáticas.
Exercício 2
Observe a figura a seguir:
Sobre as relações familiares
representadas nesse genograma, é
correto afirmar que:
A) Ricardo tem uma relação
conflituosa com Júlio.
B) João tem uma relação de
proximidade com Ricardo.
C) Maria tem uma relação de
distanciamento com Vera.
D) João tem uma relação de muita
proximidade com Ana.
Abordagem familiar
Ecomapa
• Demonstra as relações entre os membros de uma família e a
comunidade e ajuda a avaliar os apoios e suportes disponíveis e
sua utilização pela família.
• Uma família que tem poucas conexões com a comunidade e
entre seus membros necessita maior investimento da equipe
para melhorar seu bem estar.
Informações contidas no ecomapa:
1. a vizinhança (área física);
2.serviços da comunidade (médicos, saúde mental, toxico-dependência,
violência doméstica, conselhos);
3.grupos sociais (igrejas; grupos cívicos: comissão de pais, de bairro;
grupos de convívio, ONG);
4. educação;
5. relações pessoais significativas (amigos, vizinhos, família mais afastada);
6. trabalho;
7. outras (específicas da família e da área em que habita).
Informações contidas no ecomapa:

- membros da família e suas idades no centro do círculo


- utiliza símbolos do genograma
- círculos externos mostram os contatos da família com membros
da comunidade ou com pessoas e grupos significativos
- linhas indicam o tipo de conexão
Abordagem familiar
Informações contidas no ecomapa:
• linhas contínuas: ligações fortes, relações sólidas
• ------------ linhas tracejadas: ligações frágeis, relações tênues
• // linhas com barras ou talhadas: aspectos estressantes,
relações conflituosas
• → ← ↔ setas: fluxo de energia e/ou recursos
• Ausência de linhas: ausência de conexão
Abordagem familiar - Ecomapa
Abordagem familiar - APGAR familiar

• AdaptaJon (Adaptação), O APGAR familiar é um questionário


• Partneship (ParJcipação), composto por cinco perguntas, que
• Growth (Crescimento), pretende quantificar a percepção
que o doente tem do
• AffecJon (Afeição) e
funcionamento familiar, bem como
• Resolve (Resolução). esclarecer o tipo de
relação/integração que ele tem com
os membros da família.
Abordagem familiar - FIRO (Orientações
Fundamentais nas Relações Interpessoais)
O FIRO é utilizado para compreender as mudanças no ciclo de vida familiar,
avaliar as alterações conjugais ou familiares, patologias graves e pacientes
terminais. As relações familiares se inserem em três dimensões: inclusão,
controle e intimidade, ou seja, a família pode ser estudada quanto às suas
relações de poder, comunicação e afeto.

Aplicações do FIRO
• Idoso deprimido após a perda do cônjuge
• Transtorno de humor em mulher perimenopáusica
• Adulto começa a beber após aposentar-se por invalidez
• Casal queixa-se de que seu filho está incontrolável com a chegada de um novo
irmão
• Casal queixa-se que a intimidade e as relações sexuais já não são satisfatórias
Abordagem familiar - PRACTICE
.
Exercício 3
Na prática do médico de família, a da abordagem familiar contribui
para o plano de prevenção, de investigação clínica e de tratamento de
casos simples e complexos. O instrumento de abordagem familiar que
identifica todos os sistemas envolvidos e relacionados com a pessoa,
com a família em questão e com o meio onde vivem é denominado:

A) Apgar da família.
B) Genograma.
C) Ciclo vital.
D) Ecomapa.
Visita domiciliar

• Vídeo: Agente Comunitário de


Saúde.
• Duração: 4 minutos
• Fonte: Diário de um Posto de Saúde:
h"ps://www.youtube.com/watch?v=lc_qUXTIj7Q&t=1s
Visita domiciliar – Atenção Domiciliar
A Atenção Domiciliar proporciona ao
paciente um cuidado ligado diretamente aos
aspectos referentes à estrutura familiar, à
infraestrutura do domicílio e à estrutura
oferecida pelos serviços para esse tipo de
assistência. Assim, evita-se hospitalizações
desnecessárias, diminui o risco de infecções
e a superlotação de serviços de urgência e
emergência, melhora a gestão dos leitos
hospitalares e o uso dos recursos.
Visita domiciliar – Atenção Domiciliar
A Política Nacional de Atenção Domiciliar (PNAD):
=> definiu três níveis de atenção domiciliar (AD1, AD2 e AD3), sendo o
primeiro nível (AD1) de responsabilidade das equipes de Atenção
Primária à Saúde (APS);
Þ valorizou a APS como âmbito privilegiado assistencial e responsável
pela maior parte dos cuidados em AD no Brasil.
Þ reforçou a visita domiciliar (VD) como ação ímpar para o
conhecimento do contexto da pessoa mediante observação ativa,
abordagem familiar e reconhecimento dos determinantes sociais
atuantes.
Visita domiciliar – Atenção Domiciliar

• O (a) Sr.(a) sabia que esse serviço de atenção domiciliar é do SUS?


SIM: 83,98% e NÃO: 15,86%
• Além do atendimento pela Equipe de Atenção Domiciliar, o (a) Sr.(a) e
sua família são acompanhados por uma Equipe de Saúde da Família
SIM: 53,00% e NÃO: 46,11%
• Após a alta do Melhor em Casa houve necessidade de continuidade
de tratamento pela equipe da Unidade Básica de Saúde?
NÃO, NÃO HOUVE NECESSIDADE: 40,99% ; SIM, NA UBS: 36,52% ;
SIM, NO DOMICÍLIO:74% ; SIM, MAS NÃO TEVE ACESSO: 9,65%
• Fonte: DOGES/SGEP/MS (2017)
Visita domiciliar – Atenção Domiciliar
Referências
• McWHINNEY, Ian R; FREEMAN, Thomas R. Manual de Medicina de Família e Comunidade de McWHINNEY. 4 ed. Porto
Alegre: ARTMED, 2017, 536 p.2.
• STEWART, Moira et al. Medicina Centrada na Pessoa: transformando o método clínico. 3 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2017,
416 p.3.
• GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios,
Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019,2388p.
• DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; GIUGLIANI C, organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de
Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.5.
• STARFIELD, Barbara. Atenção Primária, equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços-tecnologia. Brasília: UNESCO,
Ministério da Saúde, 2002. 726p. [disponível na Internet: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130805por.p df]
OBRIGA DA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

SAÚDE DE POPULAÇÕES
ESPECÍFICAS E POLÍTICAS DE
EQUIDADE
ROTEIRO DE AULA
• Princípio da equidade.
• Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
• Política Nacional de Atenção à Saúde da População de Rua.
• Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais.
• Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e
das Águas.
• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de
Liberdade no Sistema Prisional.
• Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.
• Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada.
O que é saúde?

“[...] a resultante das condições de alimentação, habitação, educação,


renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso a posse da terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de
tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as
quais pode gerar grandes desigualdades nos níveis de vida [...]”
(8ª Conferência Nacional de Saúde)
Princípio da Equidade
• O Estado deve tratar "desigualmente os desiguais", concentrando
seus esforços e investimentos em zonas territoriais com piores índices
e déficits na prestação do serviço público.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DA POPULAÇÃO
NEGRA
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Raça: categoria essa que foi histórica e culturalmente construída e
que é constituída de pessoas que são, efetiva ou potencialmente,
vítimas de desvantagens sociais por efeitos de preconceito e
discriminação relativos a origem étnica ou as marcas visíveis de que
são portadoras a cor ou outras características físicas superficiais
(fenótipo).
(FIGUEROA, 2004)
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• A identidade racial, que tem íntima relação com a influência da
raça/cor na construção da personalidade e dos relacionamentos
sociais, é um dos fatores a ser levado em conta no sentido de
prevenir doenças de modificação dos fatores do meio ambiente que
impedem ações equânimes em saúde.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Racismo: “sistema de relação social que apregoa uma práxis política
de exclusão do diferente, visando manter uma ordem dominante. E o
que mantém simbolicamente essa práxis é medo da perda do poder,
mesmo que esse poder seja micro ou pontual. Dessa forma, o racismo
é um poder excludente”
(SANTOS, 2001)
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Racismo Institucional: “(...) o fracasso coletivo de uma organização em
prover um serviço profissional e adequado às pessoas com certos
marcadores grupais de cor, cultura, origem étnica ou regional, o que
caracteriza esse tipo de racismo é que ele extrapola as relações
interpessoais e ocorre à revelia das boas intenções individuais, implicando
o comprometimento dos resultados de planos e metas de instituições,
gestões administrativas e de governo.”
(PCRI, 2005)
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• 53,6% da população brasileira se autodeclara negra (PNAD, 2014).

• Do total de 1.583 mortes maternas em 2012, 60% eram de mulheres


negras e 34% de brancas.

• Em 2012, a taxa específica (por 100 mil hab.) de homicídios de jovens

negros foi três vezes maior que a referida taxa de jovens brancos.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Dos 39.123 óbitos infantis notificados em 2012, 45% foram de crianças negras e
41% de brancas; esta diferença é maior entre as mortes que ocorrem na primeira
semana de vida, sendo que 47% são de crianças negras e 38% de brancas.

• De 2000 para 2012, a taxa de mortalidade pela doença falciforme dobrou no país,
sendo praticamente influenciada pelas tendências das cor/raças pretas e pardas.

• Em 2012, as maiores taxas de mortalidade por diabetes ocorreram na população


negra (pretas e pardas).
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
MARCOS LEGAIS

• 2003 - Criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da


Igualdade Racial (SEPPIR).

• 2004 - Criação do Comitê Técnico de Saúde da População Negra


(CTSPN).
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
MARCOS LEGAIS

• 2005 - Publicação da Portaria GM/MS 1391, que institui Política


Nacional de Atenção Integral às pessoas com Doença Falciforme.

• 2006 - Aprovação da PNSIPN no Conselho Nacional de Saúde.


POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
MARCOS LEGAIS

• 2009 - Portaria 992/2009, que instituiu a PNSIPN.

• 2010 - Dia Nacional de Saúde da População Negra: 27 de Outubro.


POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
• Objetivo:
Promover a saúde integral da população negra, reconhecendo raça,
racismo e racismo institucional como determinantes sociais das
condições de saúde, com vistas à promoção da equidade em saúde.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA
DESAFIOS NO CUIDADO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA:

• Abordagem integral

• Cuidado com equidade

• Reconhecimento das vulnerabilidades

• Combate ao Racismo

• Garantir a abordagem multidisciplinar e intersetorial


POLÍTICA NACIONAL DE
ATENÇÃO À SAÚDE DA
POPULAÇÃO DE RUA
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DA POPULAÇÃO DE RUA
• Considera-se população em situação de rua:
“O grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza
extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência
de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as
áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma
temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para
pernoite temporário ou como moradia provisória.
(Parágrafo Único, Art. 1º. Decreto nº 7.053/2009)
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DA POPULAÇÃO DE RUA
MARCOS LEGAIS
• Política Nacional de Saúde da População em Situação de Rua – Decreto
7.053/2009 (Casa Civil/PR).
• Comitê Técnico de Saúde - Portaria 3.305/2009.
• Portarias MS 122 e 123 de 2011/2012 - Institui as Equipes de Consultório
na Rua (e-CnaR).
• Portaria MS 940/2011 - direito ao atendimento, mesmo sem endereço fixo.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DA POPULAÇÃO DE RUA
• É um dispositivo criado para produzir respostas as necessidades da
população em situação de rua, garantindo a integralidade do cuidado
e a universalidade de acesso ao SUS. Entendendo que população em
situação de rua é um grupo heterogêneo que habita logradouros
públicos, áreas degradadas e ocasionalmente utiliza abrigos e
albergues para pernoitar.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DA POPULAÇÃO DE RUA
DESAFIOS NO CUIDADO DA SAÚDE DA PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA:

• Preconceito.
• Situação de vulnerabilidade.
• Uso abusivo de álcool e outras drogas (Redução de Danos).

• Higiene e Alimentação.
• Doenças predominantes: IST, Tuberculose,
• Adesão ao Tratamento.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS,
BISSEXUAIS, TRAVESTIS E
TRANSEXUAIS
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Definições:

• Sexo Biológico: conformação anátomo-fisiológica dos sistema geniturinário.

• Gênero: conjunto de características sociocomportamentais que incidem sobre


corpos sexuados.

• Orientação Sexual: expressão do desejo sexual e afetivo.

• Identidade de Gênero: auto identificação relativa à um gênero (masculino ou


feminino).
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Panorama de Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais:

• Cerca de 40% das mulheres não revelam sua orientação sexual.

• Das mulheres que revelam, 28% referem maior rapidez no


atendimento e 17% dizem não ter exames que consideram
importantes solicitados.
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Panorama de Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais:

• Cobertura de Rastreamento para Câncer de Colo de Útero cai de


89,7% entre mulheres heterossexuais para 66,7% em mulheres
lésbicas e bissexuais.
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Violência Homofóbica no Brasil:

• O II Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil 2012, registrou 3.084


denúncias de 9.982 violações relacionadas à população LGBT, envolvendo
4.851 vítimas e 4.784 suspeitos.

• 60% eram contra homens gays.

• 62% dos agressores foram identificados como alguém próximo da vítima


Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
MARCOS LEGAIS

• 2008 - Publicada a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,


Bissexuais, Travestis e Transexuais.

• 2008 - Primeiro port aria de regulamentação do Processo Transexualizador no


SUS.

• 2011 - Instituição da Cirurgia de Transgenitalização no SUS

• 2013 - Ampliaçã o dos servi ç os ambulatoriais do Processo Transexualizador


Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Objetivo Geral:

• Promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e


transexuais, eliminando a discriminação e o preconceito institucional,
bem como contribuindo para a redução das desigualdades e a
consolidação do SUS como sistema universal, integral e equitativo.
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Desafios no cuidado em saúde da População LGBT

• Violência contra essa população.

• Acolhimento não qualificado para atender às


especificidades.

• Legislação deficitária em medidas de proteção.


Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Desafios no cuidado em saúde da População LGBT

• Demanda reprimida de população de Transexuais e Travestis nos


serviços de referência para Processo Transexualizador.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DAS POPULAÇÕES
DO CAMPO, DA FLORESTA E
DAS ÁGUAS
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
A QUEM SE DIRIGE

• Povos e comunidades que têm seus modos de vida, produção e reprodução


social relacionados predominantemente com o campo, a floresta, os
ambientes aquáticos, a agropecuária e o extrativismo, como camponeses,
agricultores familiares, trabalhadores rurais, comunidades de quilombos,
populações que habitam ou usam reservas extrativistas, populações
ribeirinhas, populações atingidas por barragens, dentre outros.
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
ACESSO À AGUA, COLETA DE LIXO E ESGOTO

• 47,3% dos domicílios rurais possuem água canalizada em pelo menos 1 dos
cômodos, porém 18% apenas provém de uma rede de distribuição geral.
• 82% da água dos domicílios rurais provém de poços, nascentes e outras fontes.

• 37,4% dos domicílios tem escoadouro de banheiro e sanitário de forma


inadequada.

• 47,3% dos domicílios não possuem coleta de lixo e o descartam de forma


inadequada (enterram ou queimam).
IBGE, PNAD - 2011
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

• Em 2005 foi instituído o Grupo da Terra (Portaria MS/GM nº

2.460/2005) para atender às necessidades de atenção à saúde dessa

população. Objetivo: elaborar a Política Nacional de Saúde Integral

das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF).


Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

• Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Redefinição do arranjo


organizacional das equipes de Saúde da Família, Equipe(s) de Saúde da Família
Ribeirinha (ESFR) e da(s) Equipe(s) de Saúde da Família Fluvial (ESFF) para os
municípios da Amazônia Legal e Pantanal Sul Mato grossense, assim como a
definição dos valores de financiamento destas equipes e de custeio das Unidades
Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), considerando as especificidades locais.
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

• Portaria nº 2.866/2011 instituiu a política no âmbito do SUS. É um

instrumento norteador e legítimo do reconhecimento das

necessidades de saúde dessas populações.


Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

• Portaria nº 2.311/2014 incluiu o termo “águas” na denominação da

PNSIPCF, que passou a ser denominada Política Nacional de Saúde

Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas

(PNSIPCFA).
Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
Desafios no cuidado em saúde da População do Campo, Floresta e
Águas

• Distância no Acesso.

• Monocultura, Agrotóxico e não utilização de equipamentos de


segurança.

• Frágil estrutura de Cobertura de Saúde.


Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo, da Floresta e das Águas
Desafios no cuidado em saúde da População do Campo, Floresta e
Águas

• Regimes de trabalho análogo a escravidão.

• Violência no Campo.

Obs.: o Programa Mais Médicos tem sido um diferencial no acesso a


saúde dessa população.
POLÍTICA NACIONAL DE
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
DAS PESSOAS PRIVADAS DE
LIBERDADE NO SISTEMA
PRISIONAL
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Panorama da População Carcerária

• 715.665 pessoas privadas de liberdade

• 595.641 em unidades prisionais


• 220 mil em SP (34%)
Geopresidios/CNJ/junho/2014; INFOPEN/2013
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Panorama da População Carcerária

• 119.359 em prisão domiciliar

• 93% homens
• 7% mulheres
Geopresidios/CNJ/junho/2014; INFOPEN/2013
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Panorama da População Carcerária

• Vagas no sistema prisional: 302 mil.

• Cerca de 25.000 pessoas entram no sistema por ano.


• Crescimento de 235% em 14 anos.
Geopresidios/CNJ/junho/2014; INFOPEN/2013
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
OBJETIVO GERAL:

• Garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema


prisional ao cuidado integral no SUS.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
DIRETRIZES

1. Promoção da cidadania e inclusão das pessoas privadas de liberdade por


meio da articulação com os diversos setores de desenvolvimento social,
como educação, trabalho e segurança.

2. Atenção integral resolutiva, contínua e de qualidade às necessidades de


saúde da população privada de liberdade no sistema prisional, com ênfase
em atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
DIRETRIZES

3. Respeito à diversidade étnico racial, às limitações e às necessidades físicas


e mentais especiais, às condições econômicosociais, às práticas e concepções
culturais e religiosas, ao gênero, à orientação sexual e à identidade de
gênero.

4. Intersetorialidade para a gestão integrada e racional e para a garantia do


direito à saúde.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Perfil de Atendimento e Agravos Epidemiológicos

Emergência sanitária, com prevalência elevada de doenças transmissíveis e não transmissíveis, como:

• Tuberculose;

• HIV/AIDS;

• Hepatites;

• Sífilis;

• Dermatites;

• Hipertensão.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Desafios atuais da PNAISP

• 1. Aumentar a cobertura assistencial.

• 2. Qualificar as intervenções intersetoriais.

• 3. Informatizar os serviços, por meio da implantação do novo sistema de


informação da Atenção Básica (estratégia e SUS AB) para monitoramento e
avaliação permanente dos serviços prestados.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Desafios atuais da PNAISP

• 4. Ofertar processos de educação permanente e continuada para todas as


equipes de atenção básica prisional.

• 5. Qualificar a gestão das equipes em processos tripartite e intersetoriais.

• 6. Aprimorar a infraestrutura para o atendimento em saúde.


POLÍTICA NACIONAL DE
ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS
INDÍGENAS
Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• Conswtuição do Brasil (1988), art 231: é reconhecido aos índios sua

organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos

originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam compewndo

à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.


Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• 1ª (1986) e 2ª (1993) Conferências Nacionais de Saúde Indígena:

espaços importantes de discussão e luta pelo direito a atenção à

saúde dos povos indígenas.


Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• Lei 9.836, de 23 de setembro de 1999: foi inswtuído o Subsistema de

Atenção à Saúde Indígena e as diretrizes básicas para a implantação

de Distritos Sanitários Especiais.


Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• Portaria 254 (MS), de 31 de Janeiro de 2002: Políwca Nacional de

Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (trouxe algumas diretrizes para

as ações de atenção à saúde indígena que representaram um avanço

no reconhecimento da especificidade cultural e arwculação da

biomedicina com práwcas indígenas tradicionais de cura e cuidado.


Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
MARCOS LEGAIS

• Decreto 7.336, de 20 de outubro de 2010: inswtuiu, na estrutura do

Ministério da Saúde a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI),

transferindo a responsabilidade pela saúde indígena para esta

Secretaria.
BOLSA FAMÍLIA E BENEFÍCIO DE
PRESTAÇÃO CONTINUADA
BeneMcios Assistenciais
• Dentro do Sistema Único de Assistência Social, podem se classificar os benefícios
assistenciais em duas categorias aqueles permanentes - federais, instituídos mediante lei
federal, a exemplo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), criado pela Lei Federal nº
8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que regulamentou o art. 203, inciso
V, da Carta Política Pátria; e os benefícios eventuais federativos, criados por entes da
federação Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme critérios e prazos definidos
pelo Conselho Nacional de Assistência Social.
BeneMcio de Prestação ConNnuada (BPC)
• O BPC, criado em 1993, é devido ao idoso de 65 anos ou mais de idade, e
ao deficiente, cuja renda familiar seja inferior a um quarto do salário
mínimo. (Art. 20 caput da LOAS).

• Esse é um benefício de assistência social, ou seja, quem está solicitando


não precisa ter contribuído com a Previdência Social, por isso ele é
chamado de benefício e não de aposentadoria, e sua ajuda equivale a um
salário mínimo.
Bolsa Família

• O Programa Bolsa Família foi instituído pela Lei nº 10.836/2004,


regulamentada pelo Decreto nº 5.209/2004 e veio como uma
necessidade de unificar as ações governamentais de transferência de
recursos do Governo Federal.
Bolsa Família

Características do Programa Bolsa Família:

• Atende a família e não a membros isolados.

• Pagamento direto à família, por cartão bancário, de preferência para a


mulher.

• A família tem autonomia no uso do recurso financeiro.

• Conjuga esforços das três esferas de governo.


Bolsa Família
Características do Programa Bolsa Família:

• Integração com programas próprios dos Estados e Municípios.

• Deve existir um compromisso/contrapartidas para a percepção dos benefícios.

• Políticas de saúde e educação como condicionalidades.

• Gestão descentralizada e intersetorial.

• Fiscalização por meio da articulação com os órgãos de Controle Social.


Bolsa Família

O Programa Bolsa Família compreende a concessão de benefícios de


pagamentos mensais, portanto, de trato sucessivo, às famílias consideradas
pobres ou extremamente pobres, com requisitos para concessão e
manutenção estabelecidos em lei federal, com valor definido, de caráter
temporário, não gerando direito adquirido uma vez que devem ser revistos a
cada dois anos para avaliação da elegibilidade das famílias para o
recebimento desses benefícios.
REFERÊNCIAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Painel de Indicadores do SUS. Temático Saúde da População Negra; v.7, n.10. Brasília:
Ministério da Saúde, 2016. p.82.

• BRASIL. 8ª Conferência Nacional de Saúde: quando o SUS ganhou forma. 2019. Disponível em:
<http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/592-8-conferencia-nacional-de-saude-quando-o-sus-ganhou-
forma>.

• FIGUEROA, A. Contextualização conceitual e histórica. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE SAÚDE DA POPULAÇÃO


NEGRA, 2004, Brasília. Caderno de textos básicos... Brasília: Seppir, Ministério da Saúde, 2004. p.11-45.

• SANTOS, I. A. A responsabilidade da escola na eliminação do preconceito racial: alguns caminhos. In: CAVALLEIRO,
E. (Org.). Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001. p. 97-113.
REFERÊNCIAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma
política para o SUS. 3.ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2017.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da população em situação de rua: um direito humano.


Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,


Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo
e da Floresta. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013.
REFERÊNCIAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Interministerial nº 1, de 2 de janeiro de 2014. Institui a Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS). Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/pri0001_02_01_2014.html>.

• BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. 2ed. Brasília:
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde, 2002.

• BRASIL. Bolsa Família. Disponível em: <https://bfa.saude.gov.br/>.

• BRASIL. Benefício de Prestação Continuada (BPC). Disponível em: <https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-


programas/assistencia-social/beneficios-assistenciais/beneficio-assistencial-ao-idoso-e-a-pessoa-com-deficiencia-
bpc>.
OBRIGADO
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

INTRODUÇÃO À SAÚDE
INDÍGENA: POLÍTICA NACIONAL
DA SAÚDE INDÍGENA
ROTEIRO DA AULA
• Introdução à Saúde Indígena

• Marcos Legais

• A Polí:ca Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.

• Territorialização/Sociodiversidade

• Perfil Epidemiológico

• Antropologia e Atenção Diferenciada


INTRODUÇÃO À SAÚDE INDÍGENA
ÍNDIO

• Qualquer membro de uma comunidade indígena, reconhecido por ela


como tal.

COMUNIDADE INDÍGENA

• Aquela fundada em relações de parentesco ou vizinhança entre seus


membros, que mantem laços histórico-culturais com as organizações
sociais indígenas pré-colombianas.
(SESAI, 2017)
INTRODUÇÃO À SAÚDE INDÍGENA

RELAÇÕES DE PARENTESCO OU VIZINHANÇA

• Relações de afinidade, filiação, parentesco ritual ou religioso, e, mais


geralmente, definem-se nos termos da concepção dos vínculos
interpessoais própria daquela comunidade.
(SESAI, 2017)
MARCOS LEGAIS
Cons%tuição do Brasil (1988), art. 231:

• É reconhecido aos índios sua organização social, costumes, línguas crenças e


tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
compe%ndo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

1ª (1986) e 2ª (1993) Conferências Nacionais de Saúde Indígena:

• Espaços importantes de discussão e luta pelo direito a atenção à saúde dos povos
indígenas.
MARCOS LEGAIS
Lei 9 836 de 23 de setembro de 1999:

• Foi ins4tuído o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e as diretrizes básicas para a


implantação de Distritos Sanitários Especiais.

Portaria no 254 (MS), de 31 de Janeiro de 2002 - Poli4ca Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas (PNASPI):

• Trouxe algumas diretrizes para as ações de atenção à saúde indígena que representaram
um avanço no reconhecimento da especificidade cultural e ar4culação da biomedicina
com prá4cas indígenas tradicionais de cura e cuidado.
MARCOS LEGAIS

Decreto no 7.336, de 20 de outubro de 2010:

• Ins]tuiu, na estrutura do Ministério da Saúde a Secretaria Especial de


Saúde Indígena (SESAI), transferindo a responsabilidade pela saúde
indígena para esta Secretaria.
DESTAQUES

• O Subsistema de Saúde Indígena tem como base os Distritos


Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), cujas delimitações geográficas
contemplam aspectos demográficos e etnoculturais, estando sob
responsabilidade do gestor federal.
DESTAQUES

• A estrutura do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) é composta


pelos Polos Base (PB), Casas de Saúde Indígena (CASAI) e pelas
Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI), estas situadas dentro das
aldeias indígenas.
DESTAQUES

• Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) devem contar com


uma rede interiorizada de serviços de atenção básica, organizada de
forma hierarquizada e ar]culada com a rede de serviços do SUS, para
garan]r a assistência de média e alta complexidade.

• O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à


Saúde Indígena.
DESTAQUES
• A assistência à população indígena aldeada é realizada mediante a atuação
de Equipes Mul:disciplinares de Saúde Indígena (EMSI) nos moldes da
Estratégia Saúde da Família.

• As EMSI são compostas por médicos, enfermeiros, odontólogos, auxiliares


de enfermagem e Agentes Indígenas de Saúde (AIS). Outros profissionais,
de saúde ou não, podem atuar juntamente com a EMSI, de acordo com a
realidade local.
POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DOS POVOS INDÍGENAS (PNASPI)
PROPÓSITO

• Garan%r aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com
os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade
social, cultural, geográfica, histórica e polí%ca de modo a favorecer a superação
dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de
maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia
de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura.
POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE
DOS POVOS INDÍGENAS (PNASPI)
TERRITORIALIZAÇÃO/SOCIODIVERSIDADE

• Propõe-se um modelo de atenção organizado de forma diferenciada,


tendo como base Distritos Sanitários, cons]tuídos em territórios
especiais que obedecem a critérios socioculturais geográficos
históricos e polí]cos, mas que, não necessariamente, correspondem à
divisão administra]va dos estados e municípios.
TERRITORIALIZAÇÃO/SOCIODIVERSIDADE

• Os indígenas são povos dis]ntos, pois possuem uma historicidade


própria e anterior à conquista da América pelos europeus, diferentes
formas de se relacionar com a sociedade nacional, outros valores e
outra visão de mundo, inclusive sobre os modos de adoecer, cuidar e
tratar as doenças.
TERRITORIALIZAÇÃO/SOCIODIVERSIDADE

• O Brasil tem a maior sociodiversidade do planeta pois há indígenas


em todo o território nacional, compondo 241 etnias e cerca de 180
línguas faladas (ISA, 2013).

• São desiguais sob o ponto de vista da renda, acesso à educação,


saúde, trabalho e a situação de exclusão em que se encontram.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

• Os indicadores de saúde dos povos indígenas são de 2 a 3 vezes


piores que a media nacional. O Coeficiente de Mortalidade Infan]l,
por exemplo, pode ser maior do que 100/1000 nascidos vivos em
algumas regiões e as principais causas de morte são evitáveis por
medidas de atenção primária.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
• Há ainda, um predomínio de doenças infectocontagiosas, porém com um
incremento das doenças crônico degenera%vas, consequências de más condições
de saneamento e mudança de hábitos e do modo de vida tradicional.

• As condições higiênico sanitárias encontradas em diversas áreas indígenas, fazem


com que a diarreia apresente-se como doença endêmica, com frequentes surtos
epidêmicos e com alto impacto na mortalidade de menores de 5 anos de idade.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

• Entre as populações indígenas do Brasil a tuberculose ainda é um


agravo importante, apresentando altos índices de incidência e
podendo ser até 10 vezes maior do que a encontrada na população
não indígena.
ANTROPOLOGIA E ATENÇÃO DIFERENCIADA
• A construção de um modelo de atenção diferenciada para os povos
indígenas requer que os profissionais de saúde desenvolvam uma postura
reflexiva e antropológica nas suas intervenções em saúde. Essa postura é
necessária para que eles se mantenham abertos para ouvir e aprender
através do que o outro está comunicando sobre sua experiência de doença
e para que possam rela:vizar seu conhecimento numa tenta:va de
construir uma atenção diferenciada que respeite os conhecimentos e
prá:cas de saúde do grupo indígena.
ATENÇÃO DIFERENCIADA

• Na atenção à saúde indígena há diferentes sistemas de cura, e neles


estão inseridos outros atores, fundamentais na lida com o processo
de adoecimento, como a parteira, pajé́, rezador, raizeiro, entre outros,
definidos como especialistas tradicionais, além dos saberes e prá]cas
cole]vas de autoatenção, sendo necessário o constante diálogo entre
esses diferentes conhecimentos.
ATENÇÃO DIFERENCIADA

• Assim, o diálogo intercultural, a escuta qualificada, a criação de


vínculo e a par]cipação dos indígenas como protagonistas do cuidado
à saúde são fundamentais para atuação em contextos interculturais.
1 – Alagoas/Sergipe
18 – Maranhão
2 – Altamira
19 – Mato Grosso do Sul
3 – Alto Rio Juruá
20 – Minas Gerais e Espírito Santo
4 – Alto Rio Negro 21 – Médio Rio Purus
5 – Alto Rio Purus 22 – Interior Sul
6 – Alto Rio Solimões 23 – ParinEns
7 – Amapá e Norte do Pará 24 – Pernambuco
8 – Araguaia 25 – Porto Velho
9 – Bahia 26 – PoEguara
10 – Ceará 27 – Rio Tapajós
11 – Cuiabá 28 – Litoral Sul
12 – Guamá-TocanLns 29 – TocanEns
13 – Kayapó Mato Grosso 30 – Vale do javari
14 – Kayapó Pará 31 – Vilhena
15 – Leste Roraima 32 – Xavante
16 – Médio Rio Solimões e Afluentes 33 – Xingu
17 – Manaus 34 - Yanomami
MARCOS HISTÓRICOS DA SAÚDE INDÍGENA NO BRASIL
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Polí8ca Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. 2ed.
Brasília: Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde, 2002.

• GARNELO, L; PONTES, AL (Org). Saúde Indígena: uma introdução ao tema. Brasília: MEC-SECADI, 2012.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Saúde Indígena (SESAI). Disponível em:


<hRps://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sesai>.
OBRIGADO
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

VIGILÂNCIA DO ÓBITO DE
POVOS INDÍGENAS
ROTEIRO DE AULA

• Vigilância do Óbito

• Legislação

• Óbito por suicídio

• Códigos CID-10 de maior frequência.


VIGILÂNCIA DO ÓBITO

• A vigilância do óbito compreende-se no conceito de vigilância


epidemiológica que engloba o conhecimento dos determinantes dos
óbitos maternos, infanPs, fetais e com causa mal definida e a
proposição de medidas de prevenção e controle.
LEGISLAÇÃO

• A competência dos DSEI no que se refere à alimentação de óbitos e


nascimentos no SIM e SINASC, refere-se exclusivamente aos eventos
ocorridos em aldeias indígenas, sendo que os eventos envolvendo
indígenas, ocorridos fora destes territórios são de competência dos
gestores Estaduais e Municipais do SUS, e seus registros nestes
sistemas, estarão acessíveis aos DSEI por meio de retroalimentação.
(Portaria nº 116/2009)
LEGISLAÇÃO

• A distribuição de Declaração de Óbito (DO) para DSEI, cuja área de


abrangência extrapole os limites de uma UF, será de responsabilidade
do órgão responsável pela Coordenação Nacional do Subsistema de
Saúde Indígena no SUS, no Ministério da Saúde, mediante pactuação
com a SVS/MS.
(Portaria nº 116/2009)
LEGISLAÇÃO
• No caso de óbito natural ocorrido em aldeia indígena, com assistência
médica, a DO emi8da terá a seguinte des8nação:
• 1ª via: Distrito Sanitário Especial Indígena;
• 2ª via: representante/responsável da família do falecido, para ser u?lizada na
obtenção da Cer?dão de Óbito junto ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o
documento; e
• 3ª via: Unidade No?ficadora, para arquivar no prontuário do falecido.
(Portaria nº 116/2009)
ÓBITO POR SUICÍDO
• Nos casos de óbito por suicídio, como acontece nos casos de morte por causas
externas, a DO deverá ser emi8da pelo IML ou por médicos ou profissionais
inves8dos na função de perito legista eventual pela autoridade judicial ou policial
(Portaria GM/MS nº 116/2009, ar8go 19, inciso V).

• No entanto, em muitos casos, as terras indígenas localizam-se em áreas de diTcil


acesso ao IML e por questões étnico-culturais a família do(a) falecido(a) não
autoriza a autópsia.
ÓBITO POR SUICÍDIO

• Para as situações onde não houver IML ou profissionais peritos,


visando à agilidade no acesso à informação por parte do DSEI,
orienta-se que se preencha:
• Ficha Complementar de Inves8gação/No8ficação de Tenta8vas e Óbitos por
Suicídio em Povos Indígenas (SESAI/MS)
• Ficha de Inves8gação de Óbito com Causa Mal Definida (IOCMD/SVS)
• Autópsia Verbal (SVS)
ÓBITO POR SUICÍDIO

• A uPlização da Ficha de InvesPgação de Óbito com Causa Mal


Definida – IOCMD/SVS visa facilitar o acesso à informação por parte
do DSEI, enquanto é finalizado o processo de invesPgação e avaliação
do óbito pelo Comitê de InvesPgação do Óbito do Estado.
FLUXO DE INFORMAÇÕES

• Uma via (primeira via, original) de cada instrumento, incluindo a via


da Autópsia Verbal, deverá ser encaminhada à sede do DSEI.

• A segunda via da Ficha de InvesPgação de Óbito por Causa Mal


Definida e a segunda via da Ficha Complementar da SESAI deverão ser
anexadas ao prontuário do paciente.
FLUXO DE INFORMAÇÕES

• As informações dos instrumentos deverão ser inseridas no módulo


demográfico do SIASI.

• A Ficha de InvesPgação de Óbito por Causa Mal Definida, bem como a


Autópsia Verbal, deverão ser encaminhadas ao Grupo Técnico Distrital
de InvesPgação de Óbito Indígena.
Fonte: SESAI (2019)
O QUE FAZER

1. Notificação e Comunicação ao DIASI.

2. Respeitar o processo de luto da família.

3. Investigar o óbito, conforme o fluxo da V.O. e preenchimento da ficha


complementar da SESAI.

4. EMSI + SM: escuta qualificada de familiares e amigos.


O QUE FAZER

5. Genograma do risco de suicídio.

6. IdenPficação de pessoas em risco.

7. PTS elaborado por SM + EMSI + família (se possível).

8. IdenPficação de pontos de suporte.


CÓDIGOS CID-10 DE MAIOR FREQUÊNCIA

• Autointoxicação: X60 a X69

• Enforcamento: X70

• Afogamento: X71

• Disparo de arma de fogo: X72 a X74

• Lesão por meio de objeto perfurocortante: X78

• Lesão por precipitação de lugar elevado: X80


CÓDIGOS CID-10 DE MAIOR FREQUÊNCIA

• Lesão por impacto de veículo a motor: X82

• Lesão por meios não especificados: X84

• As situações em que a intenção de provocar a própria morte não é clara, mas

suspeitada, também deverão ser registradas nos sistemas de informação. Este

registro é realizado pelos códigos Y10 a Y34.


REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Portaria nº 116, de 11 de fevereiro de 2009. Regulamenta a coleta de dados, fluxo e
periodicidade de envio das informações sobre óbitos e nascidos vivos para os Sistemas de
Informações em Saúde sob gestão da Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/2009/prt0116_11_02_2009.html

• BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Investigação/Notificação de Tentativas e Óbitos por


Suicídio em Povos Indígenas. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
OBRIGADO
Preenchimento da Declaração
de Óbito - Exercícios
Caso 1
Mulher com 25 anos, apresentou dor em baixo ventre e
hemorragia transvaginal. Três horas depois evoluiu para
abortamento espontâneo, sendo submetida à
curetagem, na 20ª semana de gestação, em
ambulatório. No dia seguinte, apresentou um quadro
séptico, permanecendo internada por 13 dias. Evoluiu
para insuHciência renal, coma e óbito.
Caso 2
Mulher com 39 anos, 5 gestações anteriores, na 15ª semana
de gestação, com história de pequenos sangramentos. Foi
internada com diagnóstico ecográ@co de mola hidatiforme e
submetida a esvaziamento uterino por aspiração a vácuo e
curetagem uterina, com retirada de grande quantidade de
material com vesículas. Apresentou sangramento intenso. Ao
ser encaminhada para histerectomia, houve choque
hipovolêmico e evoluiu a óbito.
Caso 3
Homem, 75 anos, cumprindo quarentena domiciliar
após diagnóstico conHrmado para covid-19 e com
sintomas típicos da doença, sofreu queda por
escorregão dentro do banheiro. Foi recolhido pelo
serviço de resgate e encaminhado ao hospital, onde fez
cirurgia em virtude de traumatismo cranioencefálico.
Morreu após dois dias.
Caso 4
Homem de 59 anos, tabagista, portador de dislipidemia,
hipertensão arterial e obesidade, apresentou intensa dor
em região precordial iniciada há 24 horas, com piora
progressiva. Deu entrada no serviço de saúde e evoluiu
a óbito poucas horas após, sem resposta a manobras de
reanimação. Eletrocardiograma evidenciou Hbrilação
ventricular.
Caso 5
Homem de 70 anos, obeso e portador de diabetes tipo
II, iniciou quadro de tosse, febre, mialgia e desconforto
respiratório progressivo, com necessidade de ventilação
mecânica invasiva. Evoluiu à óbito devido à insuHciência
respiratória aguda. Realizou RT-qPCR, que foi detectável
para SARS-CoV-2.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

REGISTROS MÉDICOS
ROTEIRO DE AULA

• Receituários Médicos

• Atestado Médico

• Comunicação de Acidente de Trabalho

• Declaração de óbito

• Estratégia e-SUS AB e Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC)


RECEITUÁRIOS MÉDICOS
Receita Simples:

• Validade por 30 dias


• Pode ser válido por até 6 meses de tratamento no
caso do registro na receita de uso contínuo

Prescrição de antimicrobianos:
• Duas vias
• Receita com validade de 10 dias.
RECEITUÁRIOS MÉDICOS
• Legislação: legível em letra clara, de forma e por extenso.

Dados essenciais:

• Cabeçalho: impresso onde se encontra o nome e endereço do profissional


ou da ins?tuição, registro profissional e CPF (pode estar no carimbo).

• Superinscrição: nome do paciente, endereço e idade, quando per?nente. É


opcional a inscrição do símbolo “RX”, ou “uso interno” (enteral) / ”uso
externo” (parenteral).
RECEITUÁRIOS MÉDICOS

• Inscrição: nome do fármaco, forma farmacêuQca e concentração.

• Subscrição: quanQdade total a ser consumida (se medicamentos


controlados deve ser escrita também por extenso, entre parênteses).

• Adscrição: orientações do profissional para o paciente.

• Data e assinatura.
RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL OU C
• Validade: 30 dias em todo o território nacional.
• duas vias
• quantidade permitida: 05 ampolas para
injetáveis, e quantidade correspondente a 60
dias de tratamento para outras formas
farmacêuticas.
• Máximo: 3 (três) substâncias ou
medicamentos;
• Medicamentos: anticonvulsivantes,
antidepressivos, antimicrobianos, analgésicos
potentes (opióides).
RECEITUÁRIO DE CONTROLE AZUL OU B
• B1 (psicotrópicos): vale por 30
dias após a data da prescrição;
• B2 (psicotrópicos anorexígenos):
30 dias após prescrição; 30 dias
de tratamento;
• Apenas no Estado!
• Medicamentos: diazepam,
clonazepam, lorazepam, etc.
RECEITUÁRIO DE CONTROLE AMARELO OU A
• Tem 30 dias de validade após a
prescrição (todo território nacional)
• Mais u?lizados por especialistas
focais.
• Uso para psicotrópicos e
entorpecentes (medicamentos de
alto poder de dependência)
• Medicamentos: morfina, fentanil,
midazolam, oxicodona,
me?lfenidato (ritalina),
ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES

• Lembrar que, no Brasil, não é raro encontrar pacientes com dificuldade de


ler e compreender as receitas;

• Algumas unidades de saúde montam fluxos específicos em suas farmácias


(duas vias, renovação de prescrição, etc).

• A renovação de receitas é um fator importante a ser organizado no


processo de trabalho, visto que é um mo?vo muito frequente de consulta.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo III - Responsabilidade Profissional

• É VEDADO AO MÉDICO:

• Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem
a devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de
Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de
receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.
ATESTADO MÉDICO

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002

• Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo

seu fornecimento direito inalienável do paciente, não podendo

importar em qualquer majoração de honorários.


ATESTADO MÉDICO
RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002

• Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha

própria e/ou prontuário médico os dados dos exames e tratamentos

realizados, de maneira que possa atender às pesquisas de

informações dos médicos peritos das empresas ou dos órgãos

públicos da Previdência Social e da JusQça.


ATESTADO MÉDICO

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002

• Art. 5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o

diagnósQco codificado ou não quando por justa causa, exercício de

dever legal, solicitação do próprio paciente ou de seu representante

legal.
ATESTADO MÉDICO

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002

• Parágrafo único: No caso da solicitação de colocação de diagnóstico,

codificado ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu

representante legal, esta concordância deverá estar expressa no

atestado.
ATESTADO MÉDICO
• Tipos de Atestados Médico:
• 1. Atestado de Óbito (D.O)
• 2. Atestado por Doença (15 dias)
• 3. Atestado para Repouso à Gestante (120 dias)
• 4. Atestado por Acidente de Trabalho
• 5. Atestado para Fins de Interdição
• 6. Atestado de Aptidão Física
• 7. Atestado de Sanidade Física e Mental
CUIDADO COM
• 8. Atestado para Amamentação
ATESTADOS
• 9. Atestado de Comparecimento
RETROATIVOS
• 10. Atestado para Internações
COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO
CAT
Preenchimento da CAT: Comunicação de acidente de trabalho

• Emissão pela empresa, trabalhador ou médico

• Não necessita de afastamento do trabalho

• Caráter epidemiológico, social e trabalhista

• Estabilidade de 12 meses após retorno ao trabalho


COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO
CAT
• Até 15 dias à empregador

• > 15 dias à INSS


DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Capítulo X - Documentos Médicos

• É VEDADO AO MÉDICO:

• Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente ,


ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no
último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em
caso de necropsia e verificação médico legal.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Capítulo X - Documentos Médicos

• É VEDADO AO MÉDICO:

• Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando


assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico:

• Preencher os dados de identificação com base em um documento da


pessoa falecida. Na ausência de documento, caberá, à autoridade
policial, proceder o reconhecimento do cadáver.

• Registrar os dados na DO, sempre, com letra legível e sem


abreviações ou rasuras.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico:

• Registrar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras


internacionais, anotando, preferencialmente, apenas um diagnóstico
por linha e o tempo aproximado entre o início da doença e a morte.

• Revisar se todos os campos estão preenchidos corretamente, antes


de assinar.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico:

O QUE NÃO SE DEVE FAZER:

• Assinar DO em branco.

• Preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar a


morte.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)

Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico:

O QUE NÃO SE DEVE FAZER:

• Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte como parada
cardíaca, parada cardiorrespiratória ou falência de múltiplos órgãos.

• Cobrar pela emissão da DO.


DECLARAÇÃO DE ÓBITO (D.O.)
DECLARAÇÃO DE ÓBITO - EXEMPLOS
Paciente diabé?co, deu entrada no pronto socorro às 10h com história de
vômitos e sanguinolentos desde às 06 da manhã. Desde às 08h com tonturas
e desmaios. Ao exame lsico, descorado +++/4+ e PA de 0 mmHg. A família
conta que paciente é portador de esquistossomose mansônica há 5 anos e
que 2 anos atrás esteve internado com vômitos de sangue e recebeu alta
com diagnós?co de varizes de esôfago, após exame endoscópico. Às 12h
apresentou parada cardiorrespiratória e teve óbito verificado pelo médico
plantonista, após o insucesso das manobras de reanimação.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO - EXEMPLOS
Paciente masculino 65 anos, hipertenso há 35 anos sem tratamento regular.
Há 2 anos iniciou quadro de dispneia aos esforços. Procurou atendimento,
sendo diagnosticado cardiopatia hipertensiva, iniciando tratamento. Há 2
meses iniciou quadro de Insuficiência Cardíaca Congestiva, e hoje, evoluiu
com quadro de Edema Agudo de Pulmão, falecendo após 5h. Há 2 meses
também foi diagnosticado com neoplasia de próstata.
ESTRATÉGIA e-SUS AB

• Reestruturação dos sistemas de informação do SUS em busca de um


SUS eletrônico.

• Alimentam o Sistema de informação em Saúde para a Atenção Básica


(SISAB).
ESTRATÉGIA e-SUS AB
Obje?vos:

• Registros individualizados.

• Integração de informações.

• Informa?zação das unidades.

• Redução do retrabalho na coleta de dados.

• Aprimoramento da gestão e da coordenação do cuidado.


ESTRATÉGIA e-SUS AB
COLETA DE DADOS SIMPLIFICADA (CDS)

IMPORTANTE:

Condição importante
para o pagamento da
bolsa!
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO CIDADÃO (PEC)
PREENCHIMENTO DO PRONTUÁRIO
SOAP: Forma de Registro utilizada na APS
Características e funções do prontuário:
• Obrigação médica.
• Deve estar Legível.
• Documento do paciente.
• Sob a guarda do serviço assistencial ou do Médico.
• Proteção legal da equipe.
• Melhora do cuidado do paciente.
• Data, hora, assinatura e registro profissional.
SOAP

Nessa parte se anotam as informações recolhidas na entrevista clínica sobre o motivo da


consulta ou o problema de saúde em questão.
Inclui as impressões subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela pessoa que
“Subjetivo” (S) está sendo cuidada.
Se tivermos como referencial o “método clínico centrado na pessoa” (MCCP), é nessa
seção que exploramos a “experiência da doença” ou a “experiência do problema”, vivida
pela própria pessoa, componente fundamental do MCCP.

Nessa parte se anotam os dados positivos (e negativos que se configurarem importantes)


“Objetivo” (O)
do exame físico e dos exames complementares, incluindo os laboratoriais disponíveis.
SOAP

Após a coleta e o registro organizado dos dados e informações subjetivas (S) e objetivas
(O), o profissional de saúde faz uma avaliação (A) mais precisa em relação ao problema,
“Avaliação”(A) queixa ou necessidade de saúde, definindo-o e denominando-o.
Nessa parte se poderá utilizar, se for o caso, algum sistema de classificação de problemas
clínicos, por exemplo, o CIAP.
A parte final da nota de evolução SOAP é o plano (P) de cuidados ou condutas que serão
tomados em relação ao problema ou necessidade avaliada.
De maneira geral, podem existir quatro tipos principais de planos:
1) Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as provas diagnósticas necessárias para
elucidação do problema, se for o caso;
2) Planos Terapêuticos: nos quais se registram as indicações terapêuticas planejadas para
“Plano” (P) a resolução ou manejo do problema da pessoa: medicamentos, dietas, mudanças de
hábitos, entre outras;
3) Planos de Seguimento: nos quais se expõem as estratégias de seguimento longitudinal
e continuado da pessoa e do problema em questão;
4) Planos de Educação em Saúde: nos quais se registram brevemente as informações e
orientações apresentadas e negociadas com a pessoa, em relação ao problema em
questão.
CASO 1
Mario Alberto, 42 anos, chega ao consultório solicitando um atestado
médico para poder receber a pensão de sua mãe, Dona Marta. Mario
informa que Dona Marta recentemente sofreu um AVC, estando, no
momento, restrita ao domicílio, apresentando dificuldades para ir até o
banco receber seu benefício.
CASO 2
Marlene, 28 anos, procura atendimento com seu filho, João Pedro de 8
anos, para solicitar um atestado médico que o autorize a realizar as
aulas de educação física na escola.
CASO 3
Kelly, gestante de 28 semanas, comparece a consulta de pré-natal
acompanhada do marido Joel. Ao final da consulta, Kelly solicita um
atestado médico para Joel, uma vez que ele faltou ao trabalho para
acompanhar o atendimento do pré-natal.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• MADRUGA, CMD; SOUZA, ESMS. Manual de orientações básicas para prescrição médica. 2ed.
rev. ampl. Brasília: CRM-PB/CFM, 2011.

• CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1658 de 19/12/2002. Normatiza a emissão


de atestados médicos, e dá outras providências. Disponível em:
<https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2002/1658>
• BRASIL. Estratégia e-SUS Atenção Primária. Disponível em: <https://sisaps.saude.gov.br/esus/>.

• BRASIL. O que é Prontuário Eletrônico do Cidadão? Disponível em:


<https://aps.saude.gov.br/noticia/2300>.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Registrar Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-
br/servicos/registrar-comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat>.

• BRASIL. Ministério da Saúde. A declaração de óbito: documento necessário e importante. 3 ed. Brasília:
Ministério da Saúde, 2009.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Declaração de Óbito: manual de instruções para preenchimento. Brasília:
Ministério da Saúde, 2022.
OBRIGADO
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

A spectos Éticos e Legais


da Prática Médica
Princípios da bioé.ca e sua aplicação da
APS (aborto, violência contra criança,
mulher e idoso);
Código de É.ca Médica;
Lei 12.871/2013;

EMENTA DA AULA Estatuto da criança e do adolescente,


Estatuto do idoso;
Organização da prá.ca médica
(conselhos, sindicatos e
sociedades médicas);
Aspectos é.co-legais do
trabalho mul.profissional;
Características do trabalho médico
• O Brasil contava, em janeiro de
2018, com 452.801 médicos, o
que corresponde à razão de 2,18
médicos por mil habitantes.
• Na mesma data o número de
registros de médicos nos Conselhos
Regionais de Medicina chegava a
491.468.
• A diferença de 38.667 entre o
número de médicos e o de registros
refere-se às inscrições secundárias
de profissionais registrados em
mais de um estado da federação.
Características do trabalho médico
A média da idade do conjunto dos
médicos em atividade no País é de
45,4 anos, com desvio-padrão
igual a 13,7. Essa média vem
caindo ao longo do tempo,
apontando para o juvenescimento
da Medicina no Brasil. A tendência
é resultado principalmente do
aumento da entrada de novos
médicos em função da abertura de
mais cursos de Medicina.
Características do trabalho médico
• O hospital é o local preferido de
trabalho de quase 80% dos recém-
formados, revelou o estudo,
enquanto 50% pretendem trabalhar
em consultório parVcular.
• O médico geralmente atua
concomitantemente em mais de
um local ou em diferentes
empregos.
• O interesse por trabalhar em
Unidades Básicas de Saúde e
Estratégia Saúde da Família varia
entre as regiões: é a preferência de
mais de um terço dos formados no
Nordeste e Norte, mas diminui no
Sudeste e Sul.
Características do trabalho médico
Principios da Bioética e sua aplicação na APS:
caso clínico
Rafaela tem 13 anos, estuda na Escola Municipal do bairro e é acompanhada
pela equipe da Unidade Básica de Saúde de Mangueirão. D. Márcia, mãe de Rafaela,
tem se queixado a Drª Gabriela que sua filha está muito quieta ultimamente, não quer
se alimentar e tem notado que a mesma tem perdido peso. No dia anterior, chorando
muito, confessou à mãe que teve sua primeira relação sexual há um mês, num
momento de intimidade com seu namorado da época, a contragosto, porque o
mesmo a forçou quando ela desistiu “no meio do caminho”. D. Márcia vem a
unidade em busca de orientação de como deve agir nessa situação.

a) Descreva como a equipe deve acolher a mãe e a paciente nessa situação:


b) Quais as medidas que devem ser tomadas, clínicas e de notificação?
Principios da Bioética e sua aplicação na APS:
caso clínico
Júlia é uma criança de 2 anos de idade que vive com sua mãe de 16 anos e
seu companheiro de 18 anos, ambos usuários de drogas e envolvidos com o tráVco
no bairro. Na última tentativa de visita de Cidinha, a ACS que acompanha a família, a
mesma identiVcou que Júlia estava com manchas roxas pelo corpo, em péssimo
estado de higiene e chorava muito aos pés da mãe, que no momento parecia
“transtornada” e sem paciência. Na frente de Cidinha empurrou a criança gritando
para se calar. Cidinha ao voltar para sua unidade, muito preocupada e sem saber o
que fazer, passa a situação para Drª Gabriela e para a Enfª Janaína.

Diante dos preceitos do ECA como deve agir a equipe nesse caso?
Estatuto da criança e do adolescente e Estatuto do
Idoso
Código de Ética Médica

Capítulo III - Responsabilidade Profissional


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 11. Receitar, atestar ou emiLr laudos de forma secreta ou ilegível,
sem a devida idenLficação de seu número de registro no Conselho
Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco
folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros
documentos médicos.
Art. 14. PraLcar ou indicar atos médicos desnecessários ou
proibidos pela legislação vigente no País.
Código de Ética Médica

Capítulo IV - Direitos Humanos


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração,
desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob
qualquer pretexto.
Art. 24. Deixar de garanLr ao paciente o exercício do direito de decidir
livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua
autoridade para limitá-lo.
Código de Ética Médica

Capítulo V - Relação com Pacientes e Familiares


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame
direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e
impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo
imediatamente após cessar o impedimento.
Art. 38. Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados
profissionais.
Código de Ética Médica
Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre
método contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação,
segurança, reversibilidade e risco de cada método.
Capítulo VII - Relação entre Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente,
determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia
ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o
paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico
responsável.
Código de Ética Médica

Art. 65. Cobrar honorários de paciente assisLdo em insLtuição que se


desLna à prestação de serviços públicos, ou receber remuneração de
paciente como complemento de salário ou de honorários.
Capítulo IX - Sigilo Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do
exercício de sua profissão, salvo por moLvo justo, dever legal ou
consenLmento, por escrito, do paciente.
Código de Ética Médica

Parágrafo único. Permanece essa proibição:


a)Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente
tenha falecido;
b)Quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o
médico comparecerá perante a autoridade e declarará seu
impedimento;
c)Na invesLgação de suspeita de crime, o médico estará impedido de
revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal.
Código de Ética Médica
Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de
idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o
menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não
revelação possa acarretar dano ao paciente.
Art. 75. Fazer referência a casos clínicos idenLficáveis, exibir pacientes
ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de
assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com
autorização do paciente.
Código de Ética Médica

Art. 76. Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame


médico de trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de
empresas ou de instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde
dos empregados ou da comunidade.
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional
que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à
verdade.
Código de Ética Médica
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou
quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no úlLmo
caso, se o fizer como plantonista, médico subsLtuto ou em caso de
necropsia e verificação médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando
assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
Código de Ética Médica
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 85. PermiLr o manuseio e o conhecimento dos prontuários por
pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua
responsabilidade.
Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu
representante legal quando aquele for encaminhado ou transferido
para conLnuação do tratamento ou em caso de solicitação de alta.
Código de Ética Médica
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.
§ 1º O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa
condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem
cronológica com data, hora, assinatura e número de registro do médico
no Conselho Regional de Medicina.
§ 2º O prontuário estará sob a guarda do médico ou da insLtuição que
assiste o paciente.
Código de Ética Médica
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe
fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar
explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem
riscos ao próprio paciente ou a terceiros.
Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando
autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou
para a sua própria defesa.
Código de Ética Médica: Transcrição de receita
médica

"O art. 37 do CEM é bastante enfático ao proibir a prescrição de


tratamentos ou outros procedimentos sem exame direto do paciente
(anamnese + exame físico).
• Em casos excepcionais, por exemplo, de medicações de uso
prolongado ou anticonvulsivantes, o médico poderá prescrever como
continuidade, ou seja, outro especialista fez uma prescrição anterior".
Código de Ética Médica
Lei 5.991/73. Capítulo VI. Do Receituário
• Art. 43. O registro do receituário e dos medicamentos sob regime de
controle sanitário especial não poderá conter rasuras, emendas ou
irregularidades que possam prejudicar a verificação da sua
autenLcidade.
• Carimbo, não há exigência legal, mas na práLca não é aceita sem
carimbo.
Algumas questões importantes e
frequentes nas nossas ESF...
1.Lembrar que no Brasil não vai ser raro encontrar pacientes com
dificuldades em ler e em compreender as receitas;
2.Algumas Unidades montam fluxos específicos em suas farmácias
(sempre em duas vias, renovação de prescrição congnua, prescrição de
enfermagem...);
3.A renovação de receitas é um fator importante a ser organizado no
processo de trabalho visto que é um moLvo muito frequente de
consulta;
4.Muito raramente você encontrará um farmacêuLco trabalhando na
sua Unidade de Saúde e a dispensação/acesso aos medicamentos em
muitas equipes fica prejudicada pela ausência desse profissional.
Código de É)ca Médica
Capítulo III - Responsabilidade Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma
secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu
número de registro no Conselho Regional de
Medicina
da sua jurisdição, bem como assinar em branco
folhas
de receituários, atestados, laudos ou quaisquer
outros
documentos médicos.
Atestado Médico
RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658/2002:
Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu
fornecimento direito inalienável do paciente, não podendo importar em qualquer
majoração de honorários.
Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou
prontuário médico os dados dos exames e tratamentos realizados, de maneira que
possa atender às pesquisas de informações dos médicos peritos das empresas ou
dos órgãos públicos da Previdência Social e da Jus.ça.
Art. 5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o diagnós.co
codificado ou não quando por justa causa, exercício de dever legal, solicitação do
próprio paciente ou de seu representante legal.
Parágrafo único No caso da solicitação de colocação de diagnós.co, codificado
ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu representante legal, esta
concordância deverá estar expressa no atestado.
Atestado Médico
CUIDADO COM
• Tipos de Atestados ATESTADOS RETROATIVOS!!!
1.Atestado de Óbito (D.O)
2.Atestado por Doença (15 dias)
3.Atestado para Repouso à Gestante (120 dias)
4.Atestado por Acidente de Trabalho
5.Atestado para Fins de Interdição
6.Atestado de Ap.dão Física
7.Atestado de Sanidade Física e Mental
8.Atestado para Amamentação
9.Atestado de Comparecimento
10.Atestado para Internações
DECLARAÇÃO DE ÓBITO
Situação clínica
Sílvia é médica do PMM na cidade de Currais Lindos. Durante seu
descanso no fim de semana (estava fora da cidade) a secretária
municipal de Currais Lindos entra em contato com a mesma porque S.
Severino, 98 anos, paciente acompanhado pela equipe de Dra. Sílvia e
por ela há mais de 2 anos, morreu em casa (sua filha o encontrou sem
vida ao amanhecer). A secretária de saúde exige que a médica emita a
DO de qualquer jeito porque não existe outro médico acessível naquele
momento.
Se você fosse Drª Sílvia, como agiria frente a essa situação.
O médico tem responsabilidade
ética e jurídica pelo
preenchimento e pela
assinatura da DO, assim como
pelas informações registradas
em todos os campos deste
documento. Deve, portanto,
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ p
df/2015/agosto/14/Declaracao-de-Obito- revisar o documento antes de
WEB.pdf assiná-lo.
Tipos de óbito

• Causa Natural: doença ou condição


• Causa Externa / Morte não natural:
• Violência ou suspeita de violência;
• Homicídio;
• Acidente.
Quem deve emitir: causa natural
Quem deve emitir: causa externa
Declaração de Óbito (D.O)
Capítulo X - Documentos Médicos

É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou
quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no úlLmo
caso, se o fizer como plantonista, médico subsLtuto ou em caso de
necropsia e verificação médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando
assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
Declaração de Óbito (D.O)
Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico (O MÉDICO DEVE):

1.Preencher os dados de identificação com base em um documento da pessoa


falecida. Na ausência de documento, caberá, à autoridade policial, proceder o
reconhecimento do cadáver.
2. Registrar os dados na DO, sempre, com letra legível e sem abreviações ou
rasuras.
3.Registrar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras internacionais,
anotando, preferencialmente, apenas um diagnóstico por linha e o tempo
aproximado entre o início da doença e a morte.
4. Revisar se todos os campos estão preenchidos corretamente, antes de assinar.
Declaração de Óbito (D.O)
Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico
O QUE NÃO SE DEVE FAZER:
1. Assinar DO em branco.
2. Preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar a morte.
3.Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte como parada cardíaca,
parada cardio-respiratória ou falência de múltiplos órgãos.
4. Cobrar pela emissão da DO.
Quando emitir
• 1. Em todos os óbitos (naturais ou violentos).
• 2. Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento,
independentemente da duração da gestação, do peso do recém-
nascido e do tempo que tenha permanecido vivo.
• 3. No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20
semanas, ou o feto com peso igual ou superior a 500 gramas, ou
estatura igual ou superior a 25 centímetros.
Quando não
emi+r
Óbito fetal, com gestação de menos de 20 semanas, ou peso menor
que 500 gramas (ABORTO), ou estatura menor que 25 cengmetros.
Óbito, quando declarar ?

sim sim sim médico assistente


foi causa a causa está
foi assistido? ou substituto
natural? bem
fornece
definida?

não não não

Causa Externa:
encaminhar ao
Serviço de Verificação de Óbito
IML
Regulamentação Específica - PMMB

Os médicos do Programa Mais Médicos são regulamentados


por legislação específica (Lei 12.871, de 22 de outubro de
2013)
Lei 12.871, de 22 de outubro de 2013
Art. 16. O médico intercambista exercerá a Medicina exclusivamente no âmbito das
a.vidades de ensino, pesquisa e extensão do Projeto Mais Médicos para o Brasil,
dispensada, para tal fim, nos 3 (três) primeiros anos de par.cipação, a revalidação
de seu diploma nos termos do § 2o do art. 48 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996.
•§ 2º A par.cipação do médico intercambista no Projeto Mais Médicos para o
Brasil, atestada pela coordenação do Projeto, é condição necessária e suficiente
para o exercício da Medicina no âmbito do Projeto Mais Médicos para o Brasil, não
sendo aplicável o art. 17 da Lei no 3.268, de 30 de setembro de 1957.
Lei 12.871, de 22 de outubro de 2013
•§ 3º O Ministério da Saúde emi.rá número de registro único para cada médico
intercambista par.cipante do Projeto Mais Médicos para o Brasil e a respec.va
carteira de iden.ficação, que o habilitará para o exercício da Medicina nos termos
do § 2o.
•§ 4º A coordenação do Projeto comunicará ao Conselho Regional de Medicina
(CRM) que jurisdicionar na área de atuação a relação de médicos intercambistas
par.cipantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil e os respec.vos números de
registro único.
•§ 5º O médico intercambista estará sujeito à fiscalização pelo CRM.
Organização da Profissão
Organizações:

•Conselhos;

•Sindicatos;

•Associações:
As sociedades de especialistas
As associações médicas
Aspectos ético legais da prática
multiprofissional
• O trabalho em equipe é um dos pilares do trabalho na ESF e na APS dia.
Não existe um código de éVca mulVprofissional e invariavelmente ocorre
conflitos pelas diferentes visões de cada profissão e de cada profissional
diante de dilemas éVcos
Dalla MDB, Lopes JMC. É0ca na Atenção Primária à Saúde. In Tratado de medicina de Família e Comunidade, 2012
• CaracterísVcas do trabalho em equipe: cooperação, colaboração e divisão
de responsabilidades.
• No trabalho em equipe, os resultados obVdos são maiores do que a
soma dos resultados individuais, aumentando a eficácia e a eficiência do
atendimento prestado à população.

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho mul0profissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
Aspectos ético legais da prática
multiproUssional
"Então, um trabalho de equipe é você fazer as suas aLvidades, mas
estar sempre consultando e interagindo com os outros profissionais
para o bem-estar da comunidade, da população". (denLsta)

"Para trabalhar em equipe é necessário ter um objeLvo comum, estar


disposto a fazer sua parte bem-feita em prol desse objeLvo, e um
pouco de humildade para reconhecer que você não sabe tudo, que
não vai resolver tudo sozinho, gostar de colaborar". (médica)

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho multiprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
Aspectos ético legais da prática
multiproUssional
• "Eu acho que eles veem meu trabalho na boa. Eventualmente a gente
discute, a gente diverge de alguma coisa, mas aceito as críticas, aceito as
sugestões, e a gente sempre chega a um acordo". (médica)
• "Pelo menos eu já deixei eles bem à vontade para falar sobre isso. Em
reuniões de equipe eu falo: gente, se tiver alguma coisa que, assim, eu
esteja fazendo, a maneira de eu trabalhar não tiver legal para vocês, não
tiver interagindo com vocês, vocês podem falar. A gente pode sentar,
discutir e ver como a gente pode resolver isso". (auxiliar de consultório
dentário)

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho mulHprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
Aspectos ético legais da prática
multiprofissional
"O meu contato maior realmente é com a enfermeira. A gente divide bastante as livres demandas. Ela,
às vezes, absorve, ela atende, me chama e fazemos interconsulta. Oriento, prescrevo e quando tem um
caso que ela pode resolver ela resolve […]. A gente divide o pré-natal. Cada mês é com uma, sendo que
no final eu fico atendendo. A gente divide a puericultura, cada uma alterna as consultas". (médica)

"Se Hver alguma necessidade que eu venha precisar do médico estar avaliando, eu faço uma interconsulta
com a minha médica. A gente trabalha muito bem assim nesta parceria de interconsulta. Porque ela não
tem como absorver todas essas famílias. Se você for contar por baixo são quatro mil e quinhentas
famílias. Eu acredito que tenha muito mais. Hoje eu tento abrir minha agenda para algumas crianças, que
seria mais o caso de pediatria, mas eu estou atendendo, solicito os exames, faço interconsulta com a
médica para todos terem direito e acesso à saúde". (enfermeira)

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho mulHprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
BIBLIOGRAFIA

1.Código de éBca médica: resolução CFM nº 1.931, de 17 de


setembro de 2009 (versão de bolso) / Conselho Federal de Medicina –
Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2010.
2. Brasil. Ministério da Saúde. A declaração de óbito: documento
necessário e importante / Ministério da Saúde, Conselho Federal de
Medicina, Centro Brasileiro de Classificação de Doenças. – 3. ed. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
3.Atestado de óbito: aspectos médicos, estaLsBcos, éBcos e
jurídicos. / Coordenação de Ruy LaurenL e Maria Helena P. de Mello
Jorge. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo, 2015.
BIBLIOGRAFIA

4.Dalla MDB, Lopes JMC. ÉBca na Atenção Primária à Saúde. In


Tratado de medicina de Família e Comunidade, 2012.
5. Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho mulBprofissional na
academia de saúde: estudo sobre as formas de trabalho. Interface
(Botucatu) 2013
Obrigado!
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Informação e Prática de Saúde


Baseada em Evidências
Roteiro
1. Informação e Sistemas de Informação em saúde
2. Prática de Saúde Baseada em Evidências (PSBE)
Informação e Sistemas de Informação em Saúde

a) Informação indivídual, familiar e comunitária


b) Sistema de informações para gestão da clínica
c) Sistemas de informações nacionais, estaduais e
municipais
Informação e Sistemas de Informação em Saúde

a) Informação indivídual, familiar e comunitária


Prontuário impresso ou eletrônico
ÞRegistro Clínico Orientado por Problemas (RCOP)
ÞSubjetivo, Objetivo, Avaliação e Planejamento (SOAP)
Registro Clínico Orientado por Problemas (RCOP)
Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano (SOAP)
Sistema de informações para gestão da clínica
• Gestão da Prática Clínica: diz respeito à organização em equipe dos cuidados às
pessoas, famílias e comunidades do território. Inclui: gestão dos períodos de consulta;
acessibilidade às ações e serviços da unidade, incluindo o processo de acolhimento;
cuidado aos grupos com necessidades especiais; organização dos cuidados preventivos
e de promoção da saúde; coordenação, articulação e integração das ações de cuidado
individual e coletivo com as outras unidades e serviços da rede regional de saúde,
como também com recursos e equipamentos próprios da comunidade; avaliação de
processos e resultados com vistas à efetividade e à melhora da qualidade do cuidado,
incluindo a promoção das melhores práticas e a educação permanente dos
profissionais, a gerência de riscos organizacionais e clínicos e a utilização
contextualizada das evidências e protocolos clínicos.
Informação e Sistemas de Informação em Saúde
Eventos vitais:
Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e
Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC)

Epidemiológicos:
Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB)
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI – PNI)
Sistema de Informação do câncer do colo do útero e Sistema de
Informação do câncer e mama (SISCOLO/SISMAMA)
Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e
Diabéticos (HIPERDIA)
Sistema de Acompanhamento da Gestante (SISPRENATAL)
Informação e Sistemas de Informação em Saúde
Regulação:
Sistema de Centrais de Regulação (SISREG II)

Sociais:
Programa de Volta para Casa (PVC) e Bolsa Família

Financeiro:
Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (SIOPS)

Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)


http://portalsinan.saude.gov.br/
Informação e Sistemas de Informação em Saúde

Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS):


http://idsus.saude.gov.br/

Indicadores e Dados Básicos para a Saúde no Brasil (IDB)


http://www.ripsa.org.br/
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina - 2014
Art. 4º Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades
e atitudes requeridas do egresso, para o futuro exercício profissional do
médico, a formação do graduado em Medicina desdobrar-se-á nas
seguintes áreas:
• I - Atenção à Saúde;
• II - Gestão em Saúde e
• III - Educação em Saúde.
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina
Seção I - Da Atenção à Saúde
• III - qualidade na atenção à saúde, pautando seu pensamento crítico, que
conduz o seu fazer, nas melhores evidências científicas, na escuta ativa e
singular de cada pessoa, família, grupos e comunidades e nas políticas
públicas, programas, ações estratégicas e diretrizes vigentes.
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina - 2014
• Seção II - Da Gestão em Saúde
Art. 6º - III - Tomada de Decisões, com base na análise crítica e
contextualizada das evidências científicas, da escuta ativa das pessoas,
famílias, grupos e comunidades, das políticas públicas sociais e de saúde,
de modo a racionalizar e otimizar a aplicação de conhecimentos,
metodologias, procedimentos, instalações, equipamentos, insumos e
medicamentos, de modo a produzir melhorias no acesso e na qualidade
integral à saúde da população e no desenvolvimento científico,
tecnológico e inovação que retroalimentam as decisões;
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina - 2014

• Seção III - Da Educação em Saúde


Art. 7º - I - aprender a aprender, como parte do processo de ensino
aprendizagem, identificando conhecimentos prévios, desenvolvendo a
curiosidade e formulando questões para a busca de respostas
cientificamente consolidadas, construindo sentidos para a identidade
profissional e avaliando, criticamente, as informações obtidas,
preservando a privacidade das fontes;
Prática de Saúde Baseada em Evidências (PSBE)
“Uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências
científicas correntemente disponíveis para tomar decisões relativas ao
cuidado de pacientes individuais”
Melhor informação
científica disponível

Valores e
preferências do
Experiência clínica paciente
Fonte: SACKETT DL, ROSENBERG WM, GRAY JA, HAYNES RB, RICHARDSON WS. Evidence-based medicine: what it is and what it isn't. Br Med J. 1996; 312:71-72. Editorial
Tomada de decisão (PSBE)

Modelo assistencial – Atributos da APS


• Essenciais: Acesso, Integralidade, Longitudinalidade e Coordenação
• Derivados: Orientação Familiar, Orientação Comunitária e Competência Cultural
Prática de
Starfield
Saúde
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) Baseada em
Evidência
1. Explorando saúde/doença e o adoecimento
Sacket; Haines; Guyatt; Tugwell et al
2. Entendendo a pessoa como um todo
3. Elaborando um plano conjunto de cuidado
4. Intensificando a relação médico-pessoa Decisão compartilhada
Stewart et all Legaré et all
Como utilizar a PSBE?

1– Pergunta (PICOT) 1 – Asking

2 – Busca de evidências 2 – Acquiring


3– Qualidade da evidência
4 – Aplicação da evidência 3 – Appraising
5 – Análise do processo 4 – Applying

5 – Analyzing
1 - Pergunta (Asking)
Pergunta estruturada pelo método PICOT:

1. Paciente (ou problema)

2. Intervenção

3. Comparação (se for o caso)


4. Desfecho (Outcome)

5. Tempo
19
2 – Busca de evidências (Acquiring)
130+ journais

Avaliação
da qualidade
Área
Clínica
Sistema
MORE
3+ avaliações
válidas
/Área
MORE
Avaliadores

BMJ Clinical Evidence


Refinaria do conhecimento (McMaster PLUS “Refinery”)
2 – Busca de evidências (Acquiring)
Será que alguém já respondeu à sua pergunta?

Portal BVS: https://bvsalud.org/


Portal Saúde Baseado em Evidência: http://www.psbe.ufrn.br/
Colaboração Cochrane: https://www.cochranelibrary.com/
Health Systems Evidence: https://www.healthsystemsevidence.org/
Health Evidence: https://healthevidence.org/
Rx for change: https://www.cadth.ca/rx-change
NICE/NHS/UK: https://www.evidence.nhs.uk/
3 – Qualidade da evidência (Appraising)

Síntese
de evidências

Revisão
sistemática

Estudos individuais,
artigos e relatórios

Inovações básicas, teóricas


e metodológicas 22
3 – Qualidade da evidência (Appraising)
Taxonomia dos estudos científicos (CEBM, Oxford)
4 – Aplicação da evidência (Applying)

A evidência se aplica ao seu paciente?

Seu paciente é semelhante ao do estudo?

Qual o NNT proporcional para o seu paciente?

Contemplaram-se os valores e as expectativas do paciente?


5 – Análise do processo (Analyzing)

Fizemos a pergunta correta?


auto-análise

Encontramos a melhor evidência?

Fizemos avaliação crítica da validade e da utilidade da


evidência encontrada?

Integramos a experiência à avaliação crítica e aplicamos os


resultados na prática?
ALERTA: Desfechos orientados ao paciente

• Resultados de pesquisas com relevância clínica (hard outcome


Ex.: Mortalidade, amputação, fratura, IAM, AVC, qualidade de vida,
internação hospitalar

• Desfechos substitutos (surrogate outcome)


Ex.: biomarcadores (pressão arterial, glicemia, densidade óssea, LDL,
TGL, PSA); Osteoporose
AGREE (Appraisal of Guidelines Research & Evaluation)
Domínios do instrumento
1. Escopo e propósito
2. Envolvivento de atores sociais
3. Rigor do desenvolvimento
4. Clareza da apresentação
5. Aplicabilidade
6. Independência editorial

Avaliação geral de guia clínicos - http://www.agreetrust.org


Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf
Organizadores
Arn Migowski Rocha dos Santos (INCA)
Maria Beatriz Kneipp Dias (INCA)
INCA, 2015
Rastreamento X Diagnóstico

Sem sintomas
Sem História Familiar de 1º grau

Sintomas: Descarga mamilar, nódulo palpável, alteração da pele.


Dinâmica
Você está no Programa televisivo
Mais Evidências.
Levante o braço quando a opção que você achar verdadeira for
anunciada.

A B C
Situação 1

Mulher, 40 anos, sem riscos para CA de mama, procura a Unidade Básica de Saúde
pedindo uma mamografia.

Diante dessa situação, você:

A) Marcaria consulta médica para que o pedido seja realizado.

B) Informaria que não há necessidade de mamografia antes do 50 anos.

C) Encaminharia diretamente ao mastologista.


Situação 1

Mulher, 40 anos, sem riscos para CA de mama, procura a Unidade Básica de Saúde
pedindo uma mamografia.

Diante dessa situação, você:

A) Marcaria consulta médica para que o pedido seja considerado.

B) Informaria ser desnecessária a mamografia antes dos 50 anos. (Contrária Forte)

C) Encaminharia diretamente ao mastologista.


Situação 2

Mulher, 58 anos, procura a Unidade Básica de Saúde solicitando uma mamografia e


relatando última mamografia realizada há 3 anos.
Diante dessa situação, você:

A) Marcaria consulta médica para que o pedido seja considerado.

B) Informaria ser desnecessária a mamografia antes do 60 anos.

C) Encaminharia diretamente ao mastologista.


Situação 2

Mulher, 58 anos, procura a Unidade Básica de Saúde solicitando uma mamografia e


relatando última mamografia realizada há 3 anos.
Diante dessa situação, você:

A)Marcaria consulta médica para que o pedido seja considerado. (Favorável


fraca)

B) Informaria ser desnecessária a mamografia antes do 60 anos.

C) Encaminharia diretamente ao mastologista.


Recomendação

• O Ministério da Saúde RECOMENDA o rastreamento com mamografia


em mulheres na faixa etária de 50-69 anos.
• Recomendação favorável fraca: os possíveis benefícios provavelmente
superam os possíveis danos

INCA, 2015
• < 50 anos: recomendação contrária forte, os possíveis danos claramente
superam os possíveis benefícios.
• 50 – 59 anos: favorável fraca, os possíveis benefícios e danos provavelmente
são semelhantes.
• 60 – 69 anos: favorável fraca, os possíveis benefícios provavelmente superam
os possíveis danos.
• 70 – 74 anos: contrária fraca, o equilíbrio entre possíveis danos e benefícios é
incerto.
• > 75 anos: contrária forte, danos claramente superam os possíveis benefícios.
Periodicidade

• Rastreamento com mamografia com periodicidade menor do que a


bienal, na faixa etária de 50 – 69 anos
• Recomendação contrária forte, os possíveis danos claramente superam
os possíveis benefícios.
=> O Ministério da Saúde recomenda que a periodicidade do rastreamento
com mamografia nas faixas etárias recomendadas seja BIENAL.
Tradução de
conceitos como
NNT, falso-
positivo e
sobretratamento
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE (APS) PARA ALÉM DOS EXAMES

Reuniões educativas sobre câncer, visando:


À mobilização e conscientização para o cuidado com a
• própria saúde
• À importância da prevenção e do diagnóstico precoce do
câncer de mama;
• À quebra dos preconceitos
• À diminuição do medo da doença e à importância de
todas as etapas do processo de detecção precoce
• Enfatizar o retorno para busca do resultado e
tratamentos necessários
Busca ativa na população alvo, das mulheres que nunca realizaram o Exame
Clínico de Mama (ECM)
APS PARA ALÉM DOS EXAMES

1. Busca ativa de mulheres na população alvo para a realização de


mamografia

2. Encaminhamento dos casos suspeitos de cancer de mama para a


Unidade de Referência

3. Encaminhamento das mulheres com exame clínico das mamas


alterado, para Unidade de Referência
APS PARA ALÉM DOS EXAMES

4. Busca ativa das mulheres que foram encaminhadas a Unidade de


Referência e não compareceram para o tratamento;
Busca ativa das mulheres que apresentaram laudo mamográfico
5.
suspeito para malignidade e não retornaram para buscar o
resultado;

6. Orientação das mulheres com exame clínico das mamas normal e


de baixo risco para o acompanhamento de rotina.
Referências

GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de Medicina de
Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED,
2019,2388p.
DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; GIUGLIANI C, organizadores.
Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4 ed.
Porto Alegre: Artmed, 2013
Alencar Neto, José Nunes de (org.).Manual de Medicina Baseada em Evidências /
Organizador: José Nunes de Alencar Neto.– 1. ed.– Salvador, BA : Editora Sanar,
2021.416 p.
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva.Detecção precoce do câncer /
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Riode Janeiro : INCA, 2021.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
DOS PRINCIPAIS GRUPOS
DE MEDICAMENTOS
1. Marcos legais da assistência
farmacêutica do SUS
2. Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais
3. A RENAME e seus componentes
EMENTA DA AULA 4. Componente Básico da RENAME
5. Componente Estratégico da
RENAME
6. Componente Especializado da
RENAME
A assistência farmacêutica no SUS
Política Nacional de Medicamentos (Portaria GM/MS n.º 3.916, de 30 de
outubro de 1998)

“O Ministério da Saúde estabelecerá mecanismos que permitam a


contínua atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(Rename), imprescindível instrumento de ação do SUS, na medida em
que contempla um elenco de produtos necessários ao tratamento e
controle da maioria das patologias prevalentes no País.”
A assistência farmacêutica no SUS
Política Nacional de Assistência Farmacêutica (Resolução do Conselho
Nacional de Saúde n.º 338, de 6 de maio de 2004)

Corrobora a “utilização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais


(Rename), atualizada periodicamente como instrumento racionalizador
das ações no âmbito da Assistência Farmacêutica”.
RENAME Decreto No. 7508 de 28 de junho
de 2011:

“a Rename compreende a seleção


RELAÇÃO e a padronização de medicamentos
indicados para atendimento de
NACIONAL DE doenças ou de agravos no âmbito
do SUS”
MEDICAMENTOS “a cada dois anos, o Ministério da
Saúde consolidará e publicará as
atualizações da Rename”
RENAME 2022
1. Relação Nacional de Medicamentos
do Componente Básico da
Assistência Farmacêutica.
2. Relação Nacional de Medicamentos
do Componente Estratégico da
Assistência Farmacêutica.
3. Relação Nacional de Medicamentos
do Componente Especializado da
Assistência Farmacêutica.
4. Relação Nacional de Insumos.
5. Relação Nacional de Medicamentos
de Uso Hospitalar.
Portaria GM/MS n.º 3.435, de 8 de dezembro de 2021
Componente Básico da RENAME

• Possuem financiamento tripartite: União, estados e municípios


transferem os recursos e as secretarias municipais de saúde ficam
responsáveis pela compra e distribuição desses medicamentos.

Os medicamentos desse componente são voltados para os principais


agravos e programas de saúde da Atenção Básica.
Componente Estratégico da RENAME

• São adquiridos exclusivamente pelo Ministério da Saúde, que repassa


aos estados e estes aos municípios
• Foco no tratamento de condições endêmicas, potencialmente graves
ou doenças infecciosas relacionadas à vulnerabilidade social:
tuberculose, hanseníase, malária, leishmanioses, doença de Chagas,
meningites, esquistossomose, filariose, etc
As vacinas fazem parte do componente estratégico
Componente Especializado da RENAME
• São medicamentos que estão contemplados nos Protocolos Clínicos
de Diretrizes Terapêuticas (PCDT)
• Foco no tratamento de condições crônicas de maior complexidade ou
custo de tratamento
Financiamento dividido por grupos
Grupo 1: MS
Grupo 2: Estados
Grupo 3: Municípios
Relação nacional de Insumos e relação
nacional de medicamentos de uso hospitalar

• Insumos: contempla produtos para a área de saúde, relacionados aos


programas do Ministério. Ex: preservativos, DIU, seringas, etc
• Medicamentos de uso hospitalar: descritos em tabelas específicas
acessadas pelo SIGTAP, financiados no âmbito da média e da alta
complexidade
COMPONENTE BÁSICO DA
RENA ME
Grupos farmacológicos mais comuns
Trato Alimentar e Metabolismo
• Omeprazol – comp 10 e 20mg
• Lactulose – xarope 667 mg/ml
• Ondasetrona – comp. 4 e 8mg
• Metoclopramida – comp. 10mg e sol. Oral 4mg/ml
• Sais de reidratação oral
• Hidróxido de alumínio
• Nistatina susp. oral
Trato Alimentar e Metabolismo
• Metformina – comprimido 500 e 850 mg
• Glibenclamida – comprimido 5 mg
• Gliclazida – comp. de liberação prolongada de 30 e 60 mg
Trato Alimentar e Metabolismo
• insulina humana NPH – 100 Unidades internacionais
• insulina humana regular – 100 Unidades internacionais
Trato Alimentar e Metabolismo
• Carbonato de cálcio: 500 mg de cálcio
• Carbonato de cálcio + colecalciferol: comp. 500 + 200UI, 500 + 400UI,
600+400UI
• Piridoxina – comp. 40mg
• Tiamina – comp. 300mg
• Retinol (palmitato) – sol. Oral 150000 UI/ml
Sangue e órgãos hematopoéticos
• AAS 100mg
• Ácido fólico – comp. 5mg e sol oral
• Sulfato ferroso – comp. 40mg Fe elementar, xarope 5mg/ml, sol oral
25mg/ml
• Ringer lactato
• SF 0,9%
Aparelho cardiovascular
• Anlodipino – 5 e 10mg
• Atenolol – 50 e 100mg
• Captopril – 25mg
• Carvedilol – 3,125mg a 25mg
• Hidralazina
• Propranolol
• Digoxina
• Isossorbida (mono e dinitrato)
Aparelho cardiovascular
• Espironolactona 25 e 100mg
• Hidroclorotiazida 12,5 e 25mg
• Enalapril 5, 10 e 20mg
• Losartana 50mg
• Sinvastatina 10, 20, 40mg
• Metoprolol
Medicamentos dermatológicos
• Hidrocortisona creme
• Aciclovir creme
• Cetoconazol xampu
• Dexametasona creme
• Miconazol creme
• Sulfadiazina de prata
Aparelho geniturinário e hormônios sexuais
• enantato de noretisterona + valerato de estradiol 50 mg/mL + 5 mg/mL
(injetável mensal)
• Estriol 1 mg/g creme vaginal
• etinilestradiol + levonorgestrel 0,03 mg + 0,15 mg (ACO combinado)
• Levonorgestrel 0,75 mg e 1,5 mg
• Metronidazol gel vaginal
• Miconazol creme vaginal
• Noretosterona 0,35 mg (ACO progestageno)
Preparações hormonais sistêmicas
• Dexametasona comp 4 mg
• Prednisolona sol oral 1 e 3 mg/ml
• Levotiroxina comp 12,5 a 100 mcg
• Prednisona 5 e 20mg
Anti-infecciosos para uso sistêmico
• Amoxicilina
• Amoxicilina + clavulanato
• Penicilina Benzatina
• Cefalexina
• Ceftriaxona
• Ciprofloxacino
• Clartitromicina
• Azitromicina
Anti-infecciosos para uso sistêmico
• Fluconazol
• Metronidazol
• Nitrofurantoina
• Sulfametoxazol/trimetoprim
Sistema musculoesquelético
• Alendronato de sódio 10mg e 70mg
• Alopurinol 100mg e 300mg
• Ibuprofeno 200mg, 300mg e 600mg e suspensão
Sistema nervoso
• Ácido valproico
• Carbamazepina
• Carbonato de lítio
• Clonazepam
• Cloridrato de amitriptilina
• Cloridrato de fluoxetina
• Diazepam
Sistema nervoso
• Fenobarbital
• Haloperidol
• Leodopa + carbidopa
Produtos antiparasitários, inseticidas e repelentes

• Albendazol
• Benzoilmetronidazol
• Ivermectina
• Permetrina
Aparelho Respiratório
• Brometo de ipratrópio
• Budesonida 32 mcg
• Cloreto de sódio (0,9%) – solução nasal
• Cloridrato de prometazina
• Loratadina
• Maleato de dexclorfeniramina
• Sulfato de salbutamol
Categoria “Fitoterápicos”
• Guaco xarope
• Isoflavona de soja
• Unha de gato
• Alcachofra
• Plantago
COMPONENTE ESTRATÉGICO
DA RENAME
Alguns fármacos que prescrevemos em APS mas
que são do componente estratégico ou de ambos
• Albendazol
• Penicilina Benzatina
• Claritromicina
• Azitromicina
• Oseltamivir
• Itraconazol
• Prednisona
REFERÊNCIAS UTILIZADAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Relação Nacional de Medicamentos


Essenciais: Rename 2020. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_r
ename_2020.pdf>.
OBRIGA DA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

IMUNIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO
CALENDÁRIO NACIONAL DE
VACINAÇÃO DO MS
ROTEIRO DA AULA
• Importância da vacinação.
• História da vacinação no Brasil.
• Quais vacinas encontro no SUS?
• Critérios para vacinação.
• Campanhas
• Segurança das vacinas.
• Vacinas para Grupos Especiais.
• Vacinação para os viajantes.
• Calendário Nacional de Vacinação
QUAL A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO?

• As vacinas são seguras e estimulam o sistema imunológico a proteger


a pessoa contra doenças transmissíveis.

• Quando adotada como estratégia de saúde pública, elas são


consideradas um dos melhores investimentos em saúde,
considerando o custo-benefício.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO?

• O Programa Nacional de Imunização (PNI) é um dos maiores do


mundo, ofertando, atualmente, 48 diferentes imunobiológicos
(vacinas, imunobiológicos especiais, soros e imunoglobulinas) para
toda a população.

• Contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos,


idosos, gestantes e povos indígenas.
HISTÓRIA DA VACINAÇÃO NO BRASIL

• Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

• Em seguimento à erradicação da varíola, inicia-se em 1980 a 1ª


Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite.
HISTÓRIA DA VACINAÇÃO NO BRASIL

• De 1990 a 2003, o PNI fez parte da Fundação Nacional de Saúde. A


partir de 2003, passou a integrar o DEVEP/SVS - Secretaria de
Vigilância em Saúde, inserido na Coordenação Geral do Programa
Nacional de Imunizações (CGPNI).
HISTÓRIA DA VACINAÇÃO NO BRASIL

• O PNI é, hoje, parte integrante do Programa da Organização Mundial


da Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e
contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
QUAIS VACINAS ENCONTRO NO SUS?

• 48 imunobiológicos (vacinas, imunobiológicos especiais, soros e


imunoglobulinas).

• 20 vacinas oferecidas às crianças, adolescentes, adultos, idosos e


gestantes conforme o Calendário Nacional de Vacinação.

• Destas, 18 são vacinas para crianças e adolescentes ofertadas no


Calendário Nacional de Vacinação.
QUAIS VACINAS ENCONTRO NO SUS?
• 1. BCG, • 11. Tetra viral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela),
• 2. Hepa,te B, • 12. DTP,
• 3. Penta, • 13. Hepatite A,
• 4. Pólio ina,vada, • 14. Varicela,
• 5. Pólio oral, • 15. Difteria e tétano adulto (dT),
• 6. Rotavírus, • 16. Meningocócica ACWY,
• 7. Pneumo 10, • 17. HPV quadrivalente,
• 8. Meningo C, • 18. dTpa,
• 9. Febre amarela, • 19. Influenza (esta ofertada durante Campanha anual) e
• 10. Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) • 20. Pneumocócica 23-valente (Pneumo 23)
CRITÉRIOS PARA VACINAÇÃO

• Toda a população pode se vacinar gratuitamente.

• Comparecer a um Estabelecimento de Saúde com o cartão de


vacinação em mãos.

• A ausência da Caderneta de Vacinação não é um impeditivo para se


vacinar.
CRITÉRIOS PARA VACINAÇÃO

• O cartão de vacinação é o documento que comprova a situação


vacinal do indivíduo, devendo ser guardado junto aos demais
documentos pessoais.

• Nos casos de perda do cartão de vacinação, a orientação é para


procurar o posto de saúde onde recebeu as vacinas para resgatar o
histórico de vacinação e fazer a segunda via
CAMPANHAS

• O Ministério da Saúde promove duas campanhas anuais de vacinação,


em parceria com as Secretarias de Saúde de Estados, Municípios e
Distrito Federal.

• São as campanhas da gripe, realizada no primeiro semestre,


antecedendo o período mais frio do ano, e de atualização da
Caderneta de Vacinação.
CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO POPULAÇÃO-ALVO
Crianças de 6 meses a menores de 5 anos (04 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas, povos
indígenas, trabalhadores da saúde, idosos com 60 anos e mais, professores das escolas públicas e privadas,
pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas
Influenza (anual) com deficiência permanente, profissionais das forças de segurança e salvamento e das forças armadas,
caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso,
trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de
idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
Crianças de 3 e 11 anos, adolescentes de 12 a 17 anos, gestantes, imunocomprometidos, pessoas com
deficiência institucionalizadas, povos indígenas vivendo em terras indígenas, trabalhadores de saúde,
povos e comunidades tradicionais ribeirinhas, povos e comunidades tradicionais quilombolas, pessoas com
comorbidades e gestantes e puérperas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, pessoas
em situação de rua, funcionários do sistema de privação de liberdade, população privada de liberdade,
Covid-19
trabalhadores da educação do ensino básico, trabalhadores da educação do ensino superior, forças de
segurança e salvamento, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros, trabalhadores de
transporte metroviário e ferroviário, trabalhadores de transporte aéreo, trabalhadores de transporte de
aquaviário, caminhoneiros, trabalhadores portuários, trabalhadores industriais e trabalhadores da limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos.
Poliomielite Crianças menores de 5 anos de idade.
Multivacinação (todas as vacinas do Calendário
Básico de Vacinação da Criança para atualização Crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade.
de esquema vacinal)
Seguimento contra o Sarampo (a cada 5 anos ou
Crianças menores de 5 anos de idade
de acordo com a situação epidemiológica)
SEGURANÇA DAS VACINAS

• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - continuidade de


monitoramento da segurança do produto.

• Programa Nacional de Imunização (PNI) - monitoramento dos eventos


adversos pós vacinação.
VACINAS PARA GRUPOS ESPECIAIS

• 52 Centros de Referências de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

• Finalidade: facilitar o acesso da população aos imunobiológicos


especiais, principalmente para as pessoas com imunodeficiências
congênita ou adquirida e de outras condições especiais de morbidade
ou pessoas expostas a situações de risco.
VACINAS PARA GRUPOS ESPECIAIS

• Garantir os mecanismos necessários para investigação,


acompanhamento e elucidação dos casos de eventos adversos graves
e/ou inusitados associados temporalmente à aplicação de
imunobiológicos.
VACINAÇÃO PARA OS VIAJANTES
• No Brasil não há obrigatoriedade de comprovação vacinal para entrada no
país.

• Recomendação para que os turistas internacionais atualizem a situação


vacinal previamente à chegada ao Brasil, conforme as orientações do
calendário de vacinação do país de origem ou residência, em especial, as
vacinas contra febre amarela, poliomielite, sarampo e rubéola, difteria e
tétano.
VACINAÇÃO PARA OS VIAJANTES

• Para viagens internacionais, o Ministério da Saúde orienta que o


viajante esteja com a sua situação vacinal atualizada, conforme as
orientações do Calendário Nacional de Vacinação.

• Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP).


VACINAÇÃO PARA OS VIAJANTES

• Temporariamente será exigido o CIVP aos viajantes procedentes ou


que se destinam à República Democrática do Congo e Angola.

• Recomendação do Comitê de Emergência da Organização Mundial de


Saúde (OMS), devido aos surtos de febre amarela urbana em curso
nesses dois países.
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA
IDADE VACINA DOSES DOENÇAS EVITADAS
BCG dose única Formas graves de tuberculose
Ao nascer
Vacina contra hepatite B dose ao nascer Hepatite B

Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras


DTP + Hib + HB (vacina pentavalente) 1ª dose infecções causadas pelo Haemophilus influenzae
tipo b e Hepatite B

Poliomielite 1,2,3 (VIP - inativada) 1ª dose Poliomielite (paralisia infantil)


2 meses Rotavírus humano G1P1 - VORH (Vacina
1ª dose Diarreia por Rotavírus
Oral de Rotavírus Humano)

Pneumonias, meningites, otites, sinusites pelos


Pneumocócica 10-valente (PCV 10) 1ª dose
sorotipos que compõem a vacina

3 meses Meningocócica C (Conjugada) 1ª dose Meningite meningocócica tipo C


CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA
IDADE VACINA DOSES DOENÇAS EVITADAS
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras
DTP + Hib + HB (vacina pentavalente) 2ª dose infecções causadas pelo Haemophilus influenzae
tipo b e Hepatite B

Poliomielite 1,2,3 (VIP - inativada) 2ª dose Poliomielite (paralisia infantil)


4 meses Rotavírus humano G1P1 - VORH (Vacina
2ª dose Diarreia por Rotavírus
Oral de Rotavírus Humano)

Pneumonias, meningites, otites, sinusites pelos


Pneumocócica 10-valente (PCV 10) 2ª dose
sorotipos que compõem a vacina

5 meses Meningocócica C (Conjugada) 2ª dose Meningite meningocócica tipo C


CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA
IDADE VACINA DOSES DOENÇAS EVITADAS
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras
DTP + Hib + HB (vacina pentavalente) 3ª dose infecções causadas pelo Haemophilus
6 meses influenzae tipo b e Hepatite B

Poliomielite 1,2,3 (VIP - inativada) 3ª dose Poliomielite (paralisia infantil)

9 meses Vacina contra febre amarela (atenuada) dose inicial Febre amarela

2 doses
SRC (tríplice viral) (primeira com SCR e Sarampo, caxumba e rubéola
segunda com SCRV)
12 meses Pneumonias, meningites, otites, sinusites pelos
Pneumocócica 10-valente (PCV 10) Reforço
sorotipos que compõem a vacina

Meningocócica C (Conjugada) Reforço Meningite meningocócica tipo C


CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA
IDADE VACINA DOSES DOENÇAS EVITADAS
2 doses (segunda da SRC e
(SCRV) Sarampo, caxumba, rubéola e varicela
primeira da varicela)
Hepatite A (HA) 1 dose Hepatite A
15 meses
Poliomielite 1 e 3 (VOP - atenuada) reforço Poliomielite (paralisia infantil)

DTP (tríplice bacteriana) 1º reforço Difteria, tétano e coqueluche

DTP (tríplice bacteriana 2º reforço Difteria, tétano e coqueluche

Poliomielite 1 e 3 (VOP - atenuada) reforço Poliomielite (paralisia infantil)


4 anos
1 dose (segunda dose da
Varicela (monovalente) Varicela
varicela)

Vacina contra febre amarela (atenuada) reforço Febre amarela


CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA
IDADE VACINA DOSES DOENÇAS EVITADAS

A partir de 5 Meningite, pneumonias, sinusite, otite e


Pneumocócica 23-valente (PPV 23) 1 dose
anos bronquite

3 doses
A partir de 7 (considerar doses
Difteria e Tétano (dT) Difteria e tétano
anos anteriores com penta e
DTP)

2 doses
Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18
9 a 14 anos Papilomavírus humano (HPV) (com intervalo de 6
(recombinante)
meses)
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE
IDADE VACINA DOSES DOENÇAS EVITADAS
3 doses (iniciar ou completar
Hepatite B o esquema, de acordo com a Hepatite B
situação vacinal)
3 doses (iniciar ou completar
dT (Dupla tipo adulto) o esquema, de acordo com a Difteria e tétano
situação vacinal)
De 11 a 19 anos
(na primeira
Febre amarela (atenuada) dose única ou reforço Febre amarela
visita ao serviço
de saúde) Iniciar ou completar 2 doses,
SCR (Tríplice viral) de acordo com a situação Sarampo, caxumba e rubéola
vacinal

Meningite, pneumonias, sinusite, otite e


Pneumocócica 23-valente (PPV 23) 1 dose
bronquite
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE
IDADE VACINA DOSES DOENÇAS EVITADAS
2 doses
Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18
9 a 14 anos Papilomavírus humano (HPV) (2ª dose: 6 meses após
(recombinante)
a 1ª dose)

11 a 14 anos Meningocócica ACWY (Conjugada) 1 dose Meningite meningocócica sorogrupos A, C, W e Y

a cada 10 anos,
dT (Dupla tipo adulto) reforço Difteria e tétano
por toda a vida
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADULTO E IDOSO
VACINA DOSE IDADE RECOMENDADA DOENÇAS EVITADAS
Hepatite B 3 doses (iniciar ou completar o esquema, de
- Hepatite B
recombinante acordo com a situação vacinal)

Difteria e Tétano 3 doses (iniciar ou completar o esquema, de


- Difteria e tétano
(dT) acordo com a situação vacinal)

Febre Amarela Dose única para pessoas até 59


dose única Febre amarela
(Atenuada) anos, não vacinadas.

2 doses (20 a 29 anos)


Sarampo, Caxumba
1 dose (30 a 59 anos) Sarampo, caxumba e rubéola
e Rubéola (SCR)
(verificar situação vacinal anterior)

Pneumocócica 23- 60 anos (acamados ou Meningite, pneumonias, sinusite,


1 dose
valente (PPV 23) institucionalizados) otite e bronquite
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA GESTANTE
VACINA DOSE IDADE RECOMENDADE DOENÇAS EVITADAS
3 doses
Hepatite B (iniciar ou completar o esquema, de acordo
- Hepatite B
recombinante com a situação vacinal, independentemente da
idade gestacional)

3 doses
Difteria e Tétano
(iniciar ou completar o esquema, de acordo - Difteria e tétano
(dT)
com a situação vacinal)

Difteria, Tétano e
1 dose A partir da 20ª semana de
Pertussis acelular Difteria, tétano e coqueluche
(dose de reforço a cada gestação) gravidez
(dTpa)
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunizações - Vacinação.
Brasília: Ministério da Saúde, 2023. Acesso em: <https://www.gov.br/saude/pt-
br/acesso-ainformacao/acoes-e-programas/programa-nacional-de-imunizacoes-
vacinacao>

• BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação. Brasília:


Ministério da Saúde, 2023. Acesso em: <https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-az/c/calendario-nacional-de-vacinacao>
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Vacinal - Crianças. Brasília: Ministério da
Saúde, 2023. Acesso em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-
az/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2022/anexo-
calendario-devacinacao-da-crianca_atualizado_-final-20-09-2022.pdf>

• BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Vacinal - Adolescentes. Brasília:


Ministério da Saúde, 2023. Acesso em: <https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-az/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-
vacinal-2022/anexo-calendario-devacinacao-do-adolescente_atualizado_-final-
20-09-2022-copia.pdf>
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Vacinal – Adulto e Idoso. Brasília:
Ministério da Saúde, 2023. Acesso em: <https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-az/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-
vacinal-2022/anexo-calendario-devacinacao-do-adulto-e-idoso_atualizado_-final-
20-09-2022.pdf>

• BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Vacinal - Gestante. Brasília: Ministério da


Saúde, 2023. Acesso em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-
az/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2022/anexo-
calendario-devacinacao-da-gestante_atualizado_-final-20-09-2022.pdf>
OBRIGADO
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

EDUCAÇÃO PERMANENTE
NO PMMB
ROTEIRO DA AULA
• Educação Permanente em Saúde e a Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde.

• Ofertas Educacionais para o PMMB

• Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes

• Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção Básica


• UNA-SUS

• AVASUS

• Supervisão Acadêmica do PMMB


• Portal Saúde Baseada em Evidência
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

• A denominação Educação Permanente em Saúde surge em meados


da década de 1980.

• Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Organização


Pan Americana de Saúde (OPAS).

• A OPAS cria uma diferenciação entre os termos educação permanente


e educação continuada, considerando a última mais reducionista.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
• Na Constituição Federal (Artigo 200):

“ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos


termos da lei, ordenar a formação de recursos humanos na área da
saúde”.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
• Na Reforma Sanitária Brasileira:
• A formação profissional passou a ser reconhecida como fator
essencial para o processo de consolidação.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
• A Secretaria de Gestão de Trabalho e da Educação em Saúde
(SGTES/2003) assumiu a responsabilidade de formular políticas
orientadoras da gestão, formação, qualificação e regulação dos
trabalhadores da saúde no Brasil.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE
• A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) deve
considerar as especificidades regionais, a superação das desigualdades
regionais, as necessidades de formação e desenvolvimento para o trabalho
em saúde e a capacidade já instalada de oferta institucional de ações
formais de educação na saúde.
(Portaria 1.996/2007)
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE
• A implantação desta Política, implica em trabalho articulado entre o
sistema de saúde (em suas várias esferas de gestão) e as instituições
de ensino.

• A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o


aprender e o ensinar se incorporam ao quotidiano das organizações e
ao trabalho.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE
• A PNEPS rompe com o conceito de sistema verticalizado para
trabalhar com a ideia de rede, de um conjunto articulado de serviços
básicos, ambulatórios de especialidades e hospitais gerais e
especializados, assegurando adequado acolhimento e
responsabilização pelos problemas de saúde das pessoas e das
populações.
OFERTAS EDUCACIONAIS PARA O PMMB
Portaria Interministerial 1.369 de 08 de julho de 2013

• O Projeto Mais Médicos para o Brasil, tem a finalidade de aperfeiçoar


médicos na atenção básica em saúde, em regiões prioritárias para o SUS,
mediante oferta de curso de especialização por instituição pública de
educação superior e atividades de ensino, pesquisa e extensão, que terá
componente assistencial mediante integração ensino-serviço.
OFERTAS EDUCACIONAIS PARA O PMMB
Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013

• Institui o Programa Mais Médicos com a finalidade de formar recursos


humanos na área médica para o SUS.
OFERTAS EDUCACIONAIS PARA O PMMB

• Carga horária semanal destinada para estudo: 08 horas

• Atividades acadêmicas:

• Curso de Especialização em Saúde da Família.


• Curso de Especialização em Saúde Indígena (DSEI).
• Eixo Aperfeiçoamento e Extensão - 2º ciclo formativo.
PROGRAMA
NACIONAL TELESSAÚDE BRASIL REDES
• Possibilita o fortalecimento e a melhoria da qualidade do atendimento da
Atenção Básica no SUS, integrando Educação Permanente em Saúde (EPS) e
apoio assistencial por meio de ferramentas e tecnologias da informação e
comunicação (TIC).

• É constituído por Núcleos Estaduais, Intermunicipais e Regional, que


desenvolvem e ofertam serviços específicos para profissionais e
trabalhados do SUS.
TELECONSULTORIA
• Esclarecimento de dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e
questões relativas ao processo de trabalho no formato de pergunta e
resposta entre profissionais de saúde.

• Funciona de duas maneiras: síncrona - realizada em tempo real,


geralmente por chat, webconferência, videoconferência ou serviço
telefônico; assíncrona - realizada por meio de mensagens offline que
devem ser respondidas em até 72 h.
SEGUNDA OPINIÃO FORMATIVA

• Resposta sistematizada, construída com base em revisão bibliográfica,


evidências científicas e clínicas a perguntas originadas das
teleconsultorias.

• As melhores teleconsultorias são selecionadas a partir de critérios de


relevância e pertinência em relação às diretrizes do SUS e publicadas
no Portal BVSAPS (http://aps.bvs.br).
TELE-EDUCAÇÃO

• Atividades educacionais à distância por meio de tecnologias de


informação e comunicação para apoiar a qualificação de estudantes,
profissionais e trabalhadores da área da saúde.
OFERTA NACIONAL DE TELEDIAGNÓSTICO
• Ampliação da oferta de Telediagnóstico no país, possibilitando a
realização de exames com emissão de laudo a distância, diminuindo
custos com deslocamento de pacientes, aumentando a resolubilidade
da Atenção Básica e, ainda, aumentando a oferta em especialidades.
https://aps.bvs.br/rede-de-colaboradores/
Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção
Primária à Saúde (BVS APS)

• Prover amplo acesso ao conhecimento científico e técnico atualizado,


relevante e aplicável para APS no âmbito do SUS, para apoiar as
atividades de teleconsultoria, telediagnóstico e tele-educação
realizadas no âmbito do Programa Nacional de Telessaúde Brasil
Redes.
Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção
Primária à Saúde (BVS APS)

• Ampliar a visibilidade da coleção de Segunda Opinião Formativa (SOF)


e promover o seu acesso e uso para além do Programa Nacional
Telessaúde Brasil Redes.
http://aps.bvs.br
Sistema Universidade Aberta do SUS
(UNA-SUS)
• O Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) foi criado em 2010
para atender às necessidades de capacitação e educação permanente
dos profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).
https://www.unasus.gov.br/
Sistema Universidade Aberta do SUS
(UNA-SUS)
• Além da Rede UNA-SUS, o Sistema é composto pelo Acervo de
Recursos Educacionais em Saúde (ARES), repositório digital público,
no qual são disponibilizados materiais, tecnologias e experiências
educacionais de livre acesso pela internet.

• Considerado hoje o maior acervo digital em saúde da América Latina.


https://ares.unasus.gov.br/acervo/
Sistema Universidade Aberta do SUS
(UNA-SUS)
• Outro componente do Sistema é a Plataforma Arouca, um banco de
dados nacional do SUS, sob responsabilidade da UNA-SUS/Fiocruz,
que concentra todos os dados dos cursos e suas ofertas.

• Além disso, é um sistema de informação que concentra o histórico


educacional e profissional daqueles que atuam na área da saúde,
funcionando como um cadastro único do profissional no UNA-SUS.
https://www.unasus.gov.br/cursos/plataforma_arouca
AVASUS
• O AVASUS é o ambiente virtual de aprendizagem do Sistema Único de
Saúde, uma plataforma desenvolvida pelo Ministério da Saúde, em
parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

• Tem o objetivo de promover a educação para a saúde.


AVASUS

• Oferece cursos online gratuitos livres e abertos à comunidade, com


foco na qualificação de enfermeiros, médicos, agentes comunitários,
auxiliares de enfermagem entre outros profissionais que trabalham
no SUS.
https://avasus.ufrn.br/
SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB

• É um dos eixos educacionais do PMMB, responsável pelo


fortalecimento da política de educação permanente por meio da
integração ensino-serviço no componente assistencial da formação
dos médicos participantes do Projeto.
SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB
Objetiva o fortalecimento:

• Da educação permanente em saúde.

• Da integração ensino-serviço.

• Da atenção básica.

• Da formação de profissionais nas redes de atenção à saúde.

• Da articulação dos eixos educacionais do PMMB.


SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB

Integram a Supervisão Acadêmica do PMMB:

• O médico participante

• O supervisor acadêmico

• O tutor acadêmico
SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB

Espaços de Educação Permanente (EP) na Supervisão Acadêmica do PMMB

• Encontro Locorregional.

• Supervisão In Loco.

• Supervisão Longitudinal.

• Encontro de EP para a qualificação da Supervisão Acadêmica.


Portal Saúde Baseada em Evidências

• O Ministério da Saúde, em parceria com a OPAS/OMS, oferta a todos


os profissionais de saúde do Brasil, bases de dados científicas para
auxiliá-los na tomada de decisão clínica e de gestão.
Portal Saúde Baseada em Evidências

• Possui um METABUSCADOR, que possibilita a busca rápida da


informação em todas as bases de conhecimento, hoje hospedadas no
Portal SBE.

• Uma estratégia que possibilita o acesso às publicações científicas,


categorizadas por Evidências Clínicas, Artigos Científicos e
Ferramentas.
https://psbe.ufrn.br/
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília:
Ministério da Saúde, 2018.

• BRASIL. Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes. Disponível em:


<https://aps.bvs.br/programa-nacional-telessaude-brasil-redes/>.

• BRASIL. BVS Atenção Primária em Saúde. Disponível em:


<https://aps.bvs.br/>
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. UNASUS. Disponível em: <https://www.unasus.gov.br/>.

• BRASIL. AVASUS. Disponível em: <https://avasus.ufrn.br/>.

• BRASIL. Supervisão Acadêmica. Disponível em: <https://www.gov.br/mec/pt-


br/acesso-a-informacao/institucional/secretarias/secretaria-de-educacao-
superior/supervisaoacademica>.

• BRASIL. Portal Saúde Baseada em Evidências. Disponível em:


<https://psbe.ufrn.br/>.
OBRIGADO
Saúde da Mulher
Casos Clínicos
S: Mulher, 25 anos, procura uma Unidade de Saúde da Família (USF), chorosa,
ansiosa, mostrando-se envergonhada e com dificuldade de informar o motivo
da solicitação de atendimento. É recebida pelo Agente Comunitário de Saúde
(ACS), que percebe a necessidade de um acolhimento mais sigiloso, ouvindo
de forma mais reservada e livre de preconceitos. Após a abordagem, a mulher
se acalma um pouco e informa que foi vítima de violência sexual. Nesse
sentido, a ACS encaminha a mulher para atendimento imediato.

O: Não foi realizado exame físico

A: ?
Qual conduta deve ser adotada pelo pro0ssional ao realizar o atendimento clínico?

A. Caso o atendimento seja realizado pelo enfermeiro, ele deve acolher a paciente, coletar a
anamnese, realizar os testes rápidos e, caso todos estejam negativos, liberar a paciente.
B. Caso o atendimento seja realizado pelo enfermeiro, ele deve acolher a paciente, coletar a
anamnese, realizar os testes rápidos e encaminhar para o médico, que poderá prescrever a
medicação de pro0laxia pós-exposição (PEP).
C. Caso a paciente não resida no endereço adscrito da unidade, o pro0ssional que a acolher
deverá noti0car o caso de violência e encaminhar para a unidade de referência para a prescrição do
PEP e seguimento do caso.
D. Caso o episódio de abuso sexual tenha sido há mais de 72 horas, não há mais indicação de
prescrição de contracepção de emergência e nem do PEP.
E. Caso esteja indicada a prescrição de PEP, deve ser prescrito 1 comprimido de
tenofovir/lamivudina (TDF/3TC) 300mg/300mg + 1 comprimido de dolutegravir (DTG) 50mg, 1 vez
ao dia, durante 28 dias, independentemente de o atendimento ter sido realizado por médico ou
enfermeiro capacitados.
S: A mulher retorna na unidade de saúde após quatro
semanas e procura o mesmo ACS que a acolheu no mês
anterior. Informa que gostaria de conversar com o
profissional que a atendeu, pois realizou o tratamento
indicado e está com atraso menstrual.

O: Não realizado

A: ?
A melhor conduta agora seria:
A. Realizar teste de gravidez; se positivo, desestimular a prática do aborto
e solicitar apoio matricial de equipe multidisciplinar, como NASF
B. Realizar testes rápidos (HIV, síWlis, hepatites). Em caso de HIV positivo,
realizar PrEP e encaminhar para apoio matricial de equipe multidisciplinar,
como NASF
C. Realizar testes rápidos (HIV, síWlis, hepatites) e encaminhar para
acompanhamento de psicólogo devido a gravidez psicológica
D. Realizar testes rápidos (HIV, síWlis, hepatites) e teste de gravidez. Em
caso positivo, conversar sobre a possibilidade do aborto legal e solicitar apoio
matricial de equipe multidisciplinar
E. Realizar testes rápidos (HIV, síWlis, hepatites), caso qualquer um dos
exames seja positivo, deve-se encaminhar a mulher para a rede secundária.
S:
A., 38 anos, comparece para consulta de pré-natal com a enfermeira. Conta
que nas últimas semanas tem apresentado queixas de dor de cabeça com
náuseas. Esta é a sua terceira gravidez e nas duas anteriores conta que “a
pressão andou querendo subir”. Trouxe alguns exames solicitados pelo
médico, mas naquele instante da consulta não tinha nenhuma queixa.
O:
Altura=1,62 Peso=89kg IMC=33,91
Idade gestacional=28 semanas
PA=145x95 mmHg (conWrmada em duas medidas)
A: ?
P: ?
Momento 1 do caso
S:
P., 30 anos, comparece na consulta médica trazendo exames de pré-natal de
primeiro trimestre solicitados pela enfermeira da equipe. Contou que tem se sentido
ansiosa pois esta é sua terceira gravidez, não planejada, e tem relatado que o apetite
tem aumentado pois se sente ansiosa. No momento negou intercorrências. Relatou
que nas duas gravidezes anteriores teve que fazer cesárea pois os Hlhos “estavam
grandinhos”.
O:
Altura=1,55 Peso=85kg IMC=35,37
Idade gestacional=22 semanas
Glicemia de jejum=101mg/dl
A: ?
P: ?
Momento 2 do caso
S: Gestante retorna somente na 29ª. Semana, e após as medidas
não farmacológicas apresenta ganho de peso de 5kg no período.
Conta que acha que a barriga está “grande demais” para o tempo de
gravidez
O: glicemias de jejum diárias na última semana com valores entre
135 a 150 mg/dl.
A: ?
P: ?
S:
R.O.P., 23 anos, comparece à consulta de pré-natal com a
enfermeira trazendo exames solicitados. Não possui nenhuma
queixa no momento da consulta.
IG=25 semanas

O: EAS: 10 piócitos por campo


Urinocultura positiva para Escherichia coli, > 100.000 UFC/ml,
sensível à nitrofurantoína e cefalexina

A:?
P:?
C láudia, 15 anos, estudante. Solicita orientação sobre contracepção, pois
iniciou vida sexual. Pede sigilo, pois não quer que os pais saibam. História de
epilepsia, descoberta há 1 ano, sob controle com uso de ácido valproico.
Pergunta: C om relação ao C aso clínico 1, assinale a alternativa correta.

a. Deve -se solicitar a presença do responsável legal para a consulta


b. Está contraindicada contracepção hormonal combinada
c. O uso de métodos naturais costuma ser bem aceito nesta faixa etária
d. É papel do médico de família abordar sobre prevenção de ISTs na
consulta de contracepção
Paula, 35 anos, tabagista 10 cigarros/dia, com três Qlhos. Deseja retomar uso de
pílula combinada, pois iniciou novo relacionamento e não se sente segura com o
coito interrompido (método que está utilizando). Seu companheiro atual não tem
Qlhos e, apesar de já ser mãe de três Qlhos, Paula acha que poderá ter mais. História
de enxaqueca sem aura há 10 anos.

Pergunta: Sobre o Caso clínico 2, quais são os limites da contracepção hormonal


combinada?

a. Enxaqueca com aura é contraindicação absoluta


b. Tabagista ≥ 15 cigarros/dia e ≥ 35 anos é contraindicação absoluta
c. Alteração da libido é uma das complicações possíveis dos contraceptivos
combinados
d. Todas estão corretas
Mariana, 25 anos, operária, vem à consulta pedindo esterilização – “não quero
mais ser mãe”. Teve um primeiro casamento aos 15 anos, no qual teve três
filhos, e um segundo relacionamento aos 21, quando teve mais um filho.
Atualmente, Mariana está solteira e tem certeza de que não quer mais filhos.
Alega que, quando o casamento não funciona, as crianças ficam com a mãe
e que não tem condições de cuidar de mais crianças. Quando exposto à
paciente que um novo relacionamento poderia demandar mais filhos, ainda
assim ela reafirma sua certeza.
Pergunta: Em relação ao C aso clínico 3, quais indicações estão corretas para
a contracepção definitiva?

a. O desejo da paciente prevalece sobre paridade e idade


b. Ter mais de três filhos e relação estável há mais de três anos
c. Ter mais de 25 anos ou dois filhos vivos
d. Passar por avaliação com psicólogo que dê laudo favorável
A respeito do rastreamento do câncer de colo uterino, considere as aQrmativas.
I. Em mulheres com mais de 65 anos de idade, considera-se interromper o
rastreamento se tiverem dois resultados citológicos negativos consecutivos nos
últimos 5 anos
II. Não se recomenda rastrear mulheres com histerectomia/remoção do colo do
útero
III. Deve-se seguir realizando o rastreamento até os 80 anos, se a mulher possuir
vida sexual ativa

Qual(is) está(ão) correta(s)?


A. Apenas I
B. Apenas I e II
C. Apenas III
D. Apenas II e III
Considerando mulheres acima de 25 anos cujo primeiro exame apresente células
escamosas atípicas de signiQcado indeterminado ou lesão intraepitelial escamosa de
baixo grau, complete as lacunas com V (verdadeiro) ou F (falso).

() A repetição da colpocitologia dentro de 6 meses é o mais recomendado


() A colposcopia deve ser desaconselhada nestes casos
() Devem ser referenciadas de imediato para biópsia
() Devem repetir a colpocitologia a cada 3 anos

Assinale a sequência correta.


a. V–F–V–F
b. V–V–V–F
c. F–F–V–V
d. V–V–F–F
Deve-se referenciar a mulher para realização de colposcopia e possível
biópsia para conWrmação diagnóstica nas seguintes situações, EXCETO:

a. Presença de lesão cervical suspeita ao exame clínico


b. Presença de células escamosas atípicas não pode excluir lesão
intraepitelial escamosa de alto grau (célula escamosa atípica-H)
c. Presença de células escamosas atípicas de signiWcado
indeterminado
d. Lesão de baixo grau persistente – dois exames alterados
Considere as a0rmativas a seguir.
I. Diante de resultados insatisfatórios na amostra, a recomendação é repetir a coleta
II. É considerada insatisfatória a amostra cuja leitura esteja prejudicada por material
acelular ou hipocelular (menos de 10% do esfregaço), bem como por presença de sangue,
piócitos, artefatos de dessecamento, contaminantes externos ou intensa superposição
celular (mais de 75% do esfregaço)
III. Após a confecção do esfregaço do exame citológico, gotejar sobre ele o 0xador em no
máximo 8 segundos, de maneira que o esfregaço 0que totalmente coberto. O material
não 0xado resseca, impedindo a leitura da lâmina

Qual(is) está(ão) correta(s)?


a. Apenas I
b. Apenas II
c. Apenas I e II
d. Todas as alternativas
Complete as lacunas com (V) verdadeiro ou (F) falso.

() O câncer de colo uterino não pode ser prevenido, na maioria dos casos
() As lesões intraepiteliais cervicais geralmente não ocasionam sintomas específicos, nem
características clínicas que indiquem a sua presença
() O câncer cervical invasor pode apresentar sintomas como leucorreia, sangramento fora
do período menstrual, sangramento pós-coital e dor em baixo ventre
() A causa primária das lesões precursoras e do câncer do colo uterino é a infecção
persistente ou crônica por um ou mais tipos de HPV “de alto risco” (ou oncogênicos)

Assinale a sequência correta.


a. V–F–V–F
b. F–V–V–V
c. F–F–V–V
d. V–V–F–F
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

SAÚDE DA MULHER
ROTEIRO DE AULA
• Planejamento familiar e reprodutivo.

• Atenção à saúde da gestante.

• Atendimento pré-natal.

• Intercorrências na gestação.

• Aspectos legais e direitos na gestação.

• Combate a violência contra a mulher.

• Prevenção do câncer ginecológico.


PLANEJAMENTO FAMILIAR E
REPRODUTIVO
PRINCÍPIOS GERAIS
• Fortalecimento dos direitos sexuais e reproduEvos.

• Ações educaEvas prevenEvas e clínicas que incluam e valorizem a


parEcipação do homem.

• GaranEa de direitos iguais de consEtuição, limitação ou aumento da prole


pela mulher, pelo homem ou pelo casal (Lei 9263 de 12/01/1996).

• GaranEa de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas


disponíveis para a regulação da fecundidade (Lei 9263 de 12/01/1996).
SAÚDE REPRODUTIVA

• Implica que a pessoa possa “ter uma vida sexual segura e saDsfatória,
tendo autonomia para se reproduzir e a liberdade de decidir sobre
quando e quantas vezes deve fazê-lo.

• Devem, portanto, ser ofertados a homens e mulheres adultos, jovens


e adolescentes, informação, acesso e escolha a métodos eficientes,
seguros, permissíveis e aceitáveis.
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO

• Designa um conjunto de ações de regulação da fecundidade, as quais


podem auxiliar as pessoas a prever e controlar a geração e o
nascimento de filhos, e englobam adultos, jovens e adolescentes,
com vida sexual, com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e
aquelas que se preparam para iniciar sua vida sexual.
ABORDAGEM
ORIENTAÇÃO EM SAÚDE
MÉTODOS DISPONÍVEIS NO SUS
ÍNDICE DE FALHA
CRITÉRIO DE ESCOLHA
CRITÉRIO DE ESCOLHA
CRITÉRIO DE ESCOLHA
CRITÉRIO DE
ESCOLHA
CRITÉRIO DE
ESCOLHA
ACO Combinado AC Injetável
ACO Minipílula
AC Emergência

ATENÇÃO!!
• Caso haja vômitos na primeira hora, repetir a dose.

• Usar de preferência nas primeiras 72h.

• Limite de uso: 5 dias.


Indicação de PreservaRvo

SEMPRE
• União Estável
• Único Parceiro
• Idosos
• MúlEplos parceiros
• ...
MÉTODOS DEFINITIVOS
ATENÇÃO A SAÚDE DA
GESTANTE
MORTALIDADE MATERNA
MORTALIDADE MATERNA
REDE CEGONHA

Linha de Cuidados que assegura:

• Às mulheres, direito
• ao planejamento reprodutivo
• a atenção humanizada na gravidez, parto, abortamento e puerpério

• Às crianças, direito
• ao nascimento seguro
• crescimento e desenvolvimento saudáveis
ATENDIMENTO DA GESTANTE

• Acolhimento

• Captação Precoce

• Organização dos atendimentos

• Pré-Natal
ATENDIMENTO DA GESTANTE

• Rodas de Gestantes

• Puerpério

• Papel da Equipe de Saúde

• Atendimento da gestante
ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO

• Dia do Pré-Natal
• Importância de agenda flexível

• Orientações sobre consulta de urgência


• Livre acesso à UBS e SAMU

• Encaminhamentos Distribuição semanal de consultas,


• Outros locais da RAS de preferência, em dias e horários
variados
• Interface com Maternidade
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL
PRIMEIROS PASSOS

• Confirmação do diagnósDco de gravidez

• Cadastramento no SISPRENATAL

• Registro dos dados no prontuário e no cartão da gestante

• Classificação de risco gestacional

• Vinculação com a maternidade de referência (se possível)


PARTO HUMANIZADO

• Movimento que visa reposicionar a mulher como protagonista no


momento do parto.

• Construção compartilhada do plano de parto.

• Direito a presença de acompanhante.


PARTO HUMANIZADO

• Crítica a procedimentos invasivos e sem, ou com pouca evidência


científica:
• Episiotomia

• Kristeller

• Vitamina K no recém nascido

• Aspiração no recém nascido


FATORES DE RISCO
Permitem acompanhamento na Exigem acompanhamento
APS compar:lhado
• Diabetes
• Idade < 15 ou > 35 anos • Anemia falciforme
• Situação familiar insegura • Antecedente de TVP
• Não aceitação da gravidez • Anemia grave (hemoglobina < 8)
• Múltliplas cesáreas • Polidramnia
• Infecção urinária • Oligodramnia
• Anemia leve a moderada • Síndromes hipertensivas
CONSULTAS
• Mínimo Recomendado

• 6 consultas • Mensais até a 28ª semana


• 1 no primeiro trimestre • Quinzenais da 28ª a 36ª semana
• 2 no segundo trimestre • Semanais da 36ª até o parto
• 3 no terceiro trimestre • Compartilhadas com a Enfermagem

Avaliar o risco individual para encaminhar à maternidade com 41 semanas


ANAMNESE
EXAME FÍSICO

Toque e exame especular de acordo com a necessidade, orientadas pela


história e queixas da gestante.
ACOMPANHAMENTO
NUTRICIONAL
ACOMPANHAMENTO
DA ALTURA UTERINA
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO
EXAMES NA GESTAÇÃO

Pesquisa de estreptococo:
Não realizar, não há evidência científica de benefício na atualidade.
EXAMES NA GESTAÇÃO - RESUMO
EXAMES NA GESTAÇÃO - RESUMO
ULTRASSONOGRAFIA
OBSTÉTRICA
ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA
ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA
CONDUTAS GERAIS
• Suplementação de ferro e ácido fólico
• ferro elementar (40 mg/dia);
• ácido fólico (400 µg/dia ou 0,4 mg/dia).
• Utilizar no período pré-gestacional até o final da gestação.

• Realizar Consulta Odontológica


IMUNIZAÇÃO
IMUNIZAÇÃO
INTERCORRÊNCIAS NA
GESTAÇÃO
ANEMIA
HIPERTENSÃO NA GESTAÇÃO
DIAGNÓSTICO DE ECLÂMPSIA E PRÉ ECLÂMPSIA
Proteinúria Suspeita de Eclâmpsia
• >300 mg/24h • Cefaléia persistente

• Relação proteinúria/creaUnúria > 0,3 • Visão turva

• Fita reagente com uma ou mais • Dor abdominal


cruzes de proteína • Alterações laboratoriais
• Plaquetopenia

• Ácido úrico >6,0mg/dl

• Alteração TGO TGP


TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO
DIABETES GESTACIONAL
DIABETES GESTACIONAL

Nestes casos, solicitar TTGO independente do valor da glicemia em jejum


DIABETES GESTACIONAL
DIABETES GESTACIONAL
SÍFILIS NA GESTAÇÃO
TESTE RÁPIDO POSITIVO
SÍFILIS NA GESTAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO

à Sífilis tardia (latente e terciária):


Penicilina Benza?na - 2,4 milhões UI, intramuscular, uma vez por semana, por 3 semanas.
SÍFILIS NA GESTAÇÃO
• Intervenção Imediata.
• Em gestantes VDRL é considerado positivo em qualquer título.
• Doença de notificação compulsória.

• Tratar parceiro sempre:


• Se VDRL negativo 2.400.00 UI dose única.
• Se VDRL positivo, considerar como sífilis latente 2.400.000 UI 3 doses com
intervalo semanal.
CONTROLE DE CURA
VDRL mensal na gestação

Após gestação:
• A cada 3 meses no 1º ano
• A cada 6 meses até a estabilização dos títulos

• Títulos devem cair progressivamente até permanecerem negativos ou


inferiores a 1:8
• Se títulos permanecerem baixos e estáveis em 2 oportunidades após
um ano, pode ser dada alta
ALERGIA A PENICILINA
Pacientes gestantes com história de alergia
comprovada a penicilina devem sempre ser
encaminhadas a centros de referência
TOXOPLASMOSE
NA GESTAÇÃO
TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO
BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO
• Gestante com bacteriúria sintomática ou assintomática deve ser tratada.
• Gestante com clínica de ITU deve ser tratada, lembrando que polaciúria e
urgência podem ser fisiológicos na gestação.
• Bacteriúria não tratada pode progredir para pielonefrite e trabalho de
parto prematuro.
• Rastreamento deve ser feito pela urocultura.
• Se possível, guiar o tratamento pelo teste de sensibilidade.
BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO
ASPECTOS LEGAIS E
DIREITOS NA GESTAÇÃO
LICENÇA MATERNIDADE

• Licença maternidade de 120 dias (CLT) ou 180 dias funcionários


públicos ou privados, a depender da empresa.

• Pode ser iniciada a partir de 36ª semana de gestação.

• Empregado não pode ser demitido durante a gestação e até 5 meses


após o parto, exceto em casos de “justa causa”.
MUDANÇA DE FUNÇÃO

• Em caso de riscos ou problemas de saúde ou do bebê.

• Sem prejuízo do salário e demais direitos.

• Requer atestado médico comprovando necessidade da mudança de


Função.

• Fica garanDda a retomada da função anterior após a licença


maternidade
ATESTADOS

• É proibida a exigência de atestados de gravidez, esterilização e outras


práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da
trabalhadora

• Gestante tem direito de receber declaração de comparecimento sempre


que for às consultas de pré-natal ou fizer algum exame. Apresentando à
sua chefia, tem direito a justificativa de falta ao trabalho.
AMAMENTAÇÃO

• Até o bebê completar 6 meses, a mulher tem direito de ser


dispensada do trabalho todos os dias, por dois períodos de meia hora
ou por um período de uma hora, para amamentar. Deve acordar com
o empregador a melhor forma de utilizar este tempo.
BOLSA FAMÍLIA

• Famílias beneficiárias tem direito ao benefício variável extra na


gravidez e durante a amamentação.
ESTUDANTES
• Lei 6.202/75 garante à estudante o direito a licença maternidade sem
prejuízo do período escolar.

• A parEr do 8º mês a gestante pode cumprir compromisso escolares em


casa.

• Início e fim do afastamento serão determinados por atestado médico,


apresentado à direção da escola.

• Em qualquer caso é assegurado à estudante gestante o direito a prestação


dos exames finais.
COMBATE À VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL

• Lei Maria da Penha (11.340/2006).

• Prevê que agressores sejam presos em flagrante ou tenham prisão


preventiva decretada quando ameaçarem a integridade física da mulher.

• Prevê medidas protetivas para a mulher que corra risco de morte, como
afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação
física junto à mulher agredida.
VIOLÊNCIA SEXUAL

• Prevê atendimento integral às víDmas em todos os serviços de


urgência e emergência do SUS.

• Define que a atendimento inclua diagnósDco e tratamento de lesões,


realização de exames para IST e gravidez.

• Prevê uso de anDconcepção de emergência, em casos de estupro.


ATENDIMENTO A MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA
SINAIS DE SUSPEITA DE VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER
REDE DE ATENÇÃO A MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA
REDE DE ATENÇÃO A MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA
ABORDAGEM DA SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
ABORDAGEM DA VIOLÊNCIA SEXUAL
OPÇÕES DISPONÍVEIS
FICHA DE NOTIFICAÇÃO
VIOLÊNCIA SEXUAL
IST NA VIOLÊNCIA SEXUAL

HepaDte B: se não vacinada, vacinar e oferecer imunoglobulina hiperimune.


HIV: TARV por 4 semanas com início no máximo em 72h.
EXAMES NA VIOLÊNCIA SEXUAL

• Anti HIV

• VDRL

• Anti HCV

• HBsAg

• Anti HBs
ABORTAMENTO LEGAL
• É permitido quando a gravidez resulta de estupro/violência sexual ou
em caso de risco de vida à mulher.
• Não é exigido qualquer documento. Como Boletim de Ocorrência
Policial, Laudo de IML ou autorização judicial.
PREVENÇÃO DO CÂNCER
GINECOLÓGICO
RASTREAMENTO CÂNCER DE COLO UTERINO

Quem faz Papanicolau:


• Mulheres dos 25 aos 64 anos que tenham iniciado vida sexual em algum momento
da vida.

Periodicidade do Papanicolau:
• Dois exames com intervalo anual.

• Após dois exames anuais normais, realiza se somente um exame a cada três anos.
SITUAÇÕES ESPECIAIS
SITUAÇÕES ESPECIAIS
RESULTADO AMOSTRA
CONDUTA
CONDUTA
CONDUTA
CONDUTA
RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA
• Fatores de Risco
• Idade > 50 anos
• Menarca precoce
• Nuliparidade
• Primeira gestação após os 30 anos
• História pregressa
• História familiar
• Uso de álcool
• Tabagismo
• Terapia de reposição hormonal
• Sedentarismo
• Obesidade
ROTINA DE RASTREAMENTO
MAMOGRAFIA - RESULTADO
MAMOGRAFIA - RESULTADO
MAMOGRAFIA RESULTADO
PREVENÇÃO QUATERNÁRIA
Evitando ações com benefícios incertos para a paciente e a
protege de ações potencialmente danosas

NÃO solicitando mamografia de rastreamento na


população menor de 50 anos e maior de 70 anos ou com
periodicidade menor de dois anos

Fornecendo informações claras quanto aos beneRcios e riscos


da ação e compar?lhando as decisões com a usuária

Das mulheres submetidas ao rastreamento menos têm morte Realizando rastreamento de


evitada por câncer de mama, enquanto mais mulheres forma individualizada
saudáveis serão tratadas desnecessariamente e muitas
experimentarão estressepsicológico por conta de falsos
positivos no exame
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Cadernos de
Atenção Básica 32. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_32.pdf>

• BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das


Mulheres. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude
_mulheres.pdf>
OBRIGADO
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

17 - SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO III

Ciclos de Vida e Gênero

TEMA 17
Saúde da Criança e do Adolescente

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Luana é médica da equipe de saúde indígena no DSEI Yanomami e é vinculada ao Pólo


Base (PB) Missão Marauiá, no município de Santa Isabel do Rio Negro (AM) há 1 ano. A
aldeia visitada leva o mesmo nome do PB.

O povo Yanomami que vive na aldeia Missão Marauiá vive em casas de pau a pique com
telhado de palha, com fogueiras de lenha dentro de casa para cozinhar, para o
aquecimento e para afastar os mosquitos. Suas residências são próximas ao rio local,
onde usam a água para beber, cozinhar e se banhar. Tem bom relacionamento com a
equipe de saúde e a aldeia tem 100% da população vacinada contra a COVID19 e contra
a gripe.

Nesta entrada em área indígena, Luana tem percebido o aumento das queixas de tosse
e coriza entre a população assistida.

O Agente Indígena de Saúde (AIS) José encaminhou para o PB a bebê Maria, de 4 meses
de idade, que está em aleitamento materno exclusivo sob livre demanda pela mãe Tainá,
de 17 anos (G3P3A0, sem uso de anticoncepcional porque não deseja), vive com os pais
e 2 irmãos mais velhos. Maria nunca usou nenhum medicamento alopático ou precisou
de internações.

A triagem realizada pelo enfermeiro Rafael, e registrada na caderneta de vacinação de


Maria, indicou: P: 6,00kg; altura: 58cm; PC: 39,5cm (parâmetros adequados para a
idade). Calendário vacinal completo.
José traduz a consulta para a dra. Luana porque esta população não fala português.

José: “Dra. parece que a Maria está com tosse seca há 3 dias, a mãe acha que ela está
cansada, não teve febre.”

Luana: “José, pergunta pra Tainá se a Maria teve alguma mancha no corpo, se teve
diarréia ou vômito”.

José perguntou e respondeu: “Teve não, doutora.”

Luana: “José, pergunte a Tainá se eu posso examinar a Maria?”

Tainá deitou a bebê na maca de atendimento e abriu espaço para que a médica pudesse
examinar a criança.
Ao exame físico: bebê ativa e reativa, sentada com apoio, ao deitar gira o tronco. Está
corada, hidratada, afebril e responde ao olhar e ao sorriso da examinadora, com
gotejamento nasal anterior +/4.
Fontanela plana.
ACV: RCR2T, BNF não ausculto sopros. FC: 110bpm.
AR: MVUA S/RA. FR: 40irpm.
Abdome: peristáltico, depressível, indolor à palpação superficial e profunda, não palpo
massas ou megalias.
Otoscopia: conduto auditivo externo pérvio, membrana timpânica íntegra e brilhosa,
sem evidência de nível hidroaéreo.
Oroscopia: amígdalas sem hiperemia ou exsudato, gotejamento nasal posterior +/4.

Luana explica os cuidados para o AIS José. Ele traduz para Tainá que gesticula mais do
que o habitual, pega a bebê e finaliza o atendimento.

QUESTÃO 1) Qual o diagnóstico sindrômico do primeiro atendimento da bebê Maria


e por quê?

QUESTÃO 2) Quais cuidados devem ter sido orientados pela dra. Luana no primeiro
atendimento da bebê Maria?

Retornando ao caso clínico:


Quatro dias depois, o AIS José procura a dra. Luana solicitando que ela faça uma visita
domiciliar à bebê Maria porque agora a mãe está muito preocupada com o cansaço da
criança.

Na visita domiciliar a dra. Luana se depara com uma casa típica do território, com a
fogueira acesa e fumaça dentro da casa. Os outros dois filhos mais velhos de Tainá, de 2
e 3 anos, estavam brincando dentro de casa, um deles com tosse seca. A bebê Maria
estava com tosse produtiva no colo da mãe.

Ao exame físico: bebê chorosa, irritada, menos interativa do que na primeira consulta,
no colo da mãe, mamando no peito, mas interrompendo a sucção. Está corada,
hidratada, febril, com gotejamento nasal anterior ++/4.
Fontanela plana, TA: 38 graus.
ACV: RCR2T, BNF não ausculto sopros. FC: 145bpm.
AR: respiração oral e batimento de asa de nariz, MVUA com estertores crepitantes em
base do hemitórax direito. FR: 60irpm.
Abdome: peristáltico, depressível, indolor à palpação superficial e profunda, não palpo
massas ou megalias.
Otoscopia: conduto auditivo externo pérvio, membrana timpânica íntegra e brilhosa,
sem evidência de nível hidroaéreo.
Oroscopia: amígdalas sem hiperemia ou exsudato, gotejamento nasal posterior ++++/4.

QUESTÃO 3) Qual o diagnóstico clínico do segundo atendimento da bebê Maria e por


quê?

QUESTÃO 4) Qual a prescrição indicada e cuidados necessários para o diagnóstico


final?

QUESTÃO 5) Cite e discuta os determinantes sociais do processo saúde-doença


presentes neste caso clínico.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento. Brasília : Ministério da
Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação de
Vitamina A. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. – 2. ed. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde - Departamento de


Saúde Materno Infantil. Caderneta da Criança - Menina. Brasília, 2019.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021.


Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.
Acesso em: 7 maio 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim


Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 46, dez. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-
epidemiologico-vol-53-no46/view. Acesso em: 8 maio 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Teste do pezinho. Biblioteca Virtual em Saúde, 2023.


Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/teste-do-pezinho/. Acesso em: 8 maio 2023.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTOS. POLICY BRIEF #5 ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DE


COMUNIDADES TRADICIONAIS: O PNAE quilombola. 2021. Disponível em:
https://centrodeexcelencia.org.br/policy-brief-5/. Acesso em: 8 maio 2023.

PUCKETT, R.; OFFRINGA, M. Vitamina K profilática para hemorragia por deficiência de


vitamina K nos recém-nascidos. Cochrane Database of Systematic Reviews, v. 4, 2000.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Nutrologia. Anemia


ferropriva em lactentes: revisão com foco em prevenção. 2012. Disponível em:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/documento_def_ferro2004
12.pdf. Acesso em : 5 maio 2023.

SUBPAV/SPS/INSTITUTO DE NUTRIÇÃO ANNES DIAS. O que você precisa saber sobre a


alimentação saudável para a criança menor de 2 anos. 2010. Disponível em:
https://subpav.org/aps/uploads/publico/repositorio/folder_-
_alimentacao_crianca_menor_de_2_anos.pdf. Acesso em: 7 maio 2023.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – Brasil. UN Inter-agency Group for Child
Mortality Estimation, 2023b. Disponível em: https://childmortality.org/data/Brazil.
Acesso em: 8 maio 2023.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – World. UN Inter-agency Group for Child
Mortality Estimation, 2023a. Disponível em: https://childmortality.org/data/World.
Acesso em: 8 maio 2023.

UNICEF - United Nations Children’s Fund, The State of the World’s Children 2023: For
every child, vaccination, UNICEF Innocenti – Global Office of Research and Foresight,
Florence, April 2023a.

UNICEF - United Nations Children’s Fund. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.


UNICEF, 2023b. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel. Acesso em: 8 maio 2023.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

17 - SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

CASO CLÍNICO 1

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO III

Ciclos de Vida e Gênero

TEMA 17
Saúde da Criança e do Adolescente

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA
Luana é médica da equipe de saúde indígena no DSEI Yanomami e é vinculada ao Pólo
Base (PB) Missão Marauiá, no município de Santa Isabel do Rio Negro (AM) há 1 ano. A
aldeia visitada leva o mesmo nome do PB.

O povo Yanomami que vive na aldeia Missão Marauiá vive em casas de pau a pique com
telhado de palha, com fogueiras de lenha dentro de casa para cozinhar, para o
aquecimento e para afastar os mosquitos. Suas residências são próximas ao rio local,
onde usam a água para beber, cozinhar e se banhar. Tem bom relacionamento com a
equipe de saúde e a aldeia tem 100% da população vacinada contra a COVID19 e contra
a gripe.

Nesta entrada em área indígena, Luana tem percebido o aumento das queixas de tosse
e coriza entre a população assistida.

O Agente Indígena de Saúde (AIS) José encaminhou para o PB a bebê Maria, de 4 meses
de idade, que está em aleitamento materno exclusivo sob livre demanda pela mãe Tainá,
de 17 anos (G3P3A0, sem uso de anticoncepcional porque não deseja), vive com os pais
e 2 irmãos mais velhos. Maria nunca usou nenhum medicamento alopático ou precisou
de internações.

A triagem realizada pelo enfermeiro Rafael, e registrada na caderneta de vacinação de


Maria, indicou: P: 6,00kg; altura: 58cm; PC: 39,5cm (parâmetros adequados para a
idade). Calendário vacinal completo.
José traduz a consulta para a dra. Luana porque esta população não fala português.

José: “Dra. parece que a Maria está com tosse seca há 3 dias, a mãe acha que ela está
cansada, não teve febre.”

Luana: “José, pergunta pra Tainá se a Maria teve alguma mancha no corpo, se teve
diarréia ou vômito”.

José perguntou e respondeu: “Teve não, doutora.”

Luana: “José, pergunte a Tainá se eu posso examinar a Maria?”

Tainá deitou a bebê na maca de atendimento e abriu espaço para que a médica pudesse
examinar a criança.
Ao exame físico: bebê ativa e reativa, sentada com apoio, ao deitar gira o tronco. Está
corada, hidratada, afebril e responde ao olhar e ao sorriso da examinadora, com
gotejamento nasal anterior +/4.
Fontanela plana.
ACV: RCR2T, BNF não ausculto sopros. FC: 110bpm.
AR: MVUA S/RA. FR: 40irpm.
Abdome: peristáltico, depressível, indolor à palpação superficial e profunda, não palpo
massas ou megalias.
Otoscopia: conduto auditivo externo pérvio, membrana timpânica íntegra e brilhosa,
sem evidência de nível hidroaéreo.
Oroscopia: amígdalas sem hiperemia ou exsudato, gotejamento nasal posterior +/4.

Luana explica os cuidados para o AIS José. Ele traduz para Tainá que gesticula mais do
que o habitual, pega a bebê e finaliza o atendimento.

QUESTÃO 1) Qual o diagnóstico sindrômico do primeiro atendimento da bebê Maria


e por quê?

Resposta:
Síndrome gripal.

Porque apresenta sinais vitais dentro dos parâmetros de normalidade, sem sinais de
esforço respiratório, febre ou foco infeccioso. Além do curto período de
desenvolvimento dos sintomas.

QUESTÃO 2) Quais cuidados devem ter sido orientados pela dra. Luana no primeiro
atendimento da bebê Maria?

Resposta: A lavagem nasal com soro fisiológico em jato ajuda a descongestionar as vias
nasais e reduzir a descarga nasal. Isso pode ser feito com o auxílio de uma seringa ou um
dispositivo específico para a lavagem nasal. A lavagem deve ser realizada com cuidado
para não causar desconforto ao bebê.

O aleitamento materno sob livre demanda é fundamental para manter o bebê em bom
estado de hidratação, fortalecer o sistema imunológico do bebê e fornecer os nutrientes
necessários para a sua recuperação.
Evitar exposição à fumaça da queima da lenha e de cigarro, assim com de outros
poluentes do ambiente que podem agravar os sintomas respiratórios do bebê. É
importante manter o ambiente livre de fumaça.

Evitar contato com pessoas com sintomas semelhantes: A síndrome gripal é altamente
contagiosa, por isso é importante evitar o contato do bebê com pessoas que apresentem
sintomas semelhantes, como tosse, espirros ou febre. Isso reduz o risco de transmissão
de vírus ou outras infecções respiratórias.

Prescrição de analgesia e antitérmico com paracetamol se houver sinais de dor ou febre,


com posologia de 1 gota por quilo de peso, de 6 em 6 horas.

Retornando ao caso clínico:


Quatro dias depois, o AIS José procura a dra. Luana solicitando que ela faça uma visita
domiciliar à bebê Maria porque agora a mãe está muito preocupada com o cansaço da
criança.

Na visita domiciliar a dra. Luana se depara com uma casa típica do território, com a
fogueira acesa e fumaça dentro da casa. Os outros dois filhos mais velhos de Tainá, de 2
e 3 anos, estavam brincando dentro de casa, um deles com tosse seca. A bebê Maria
estava com tosse produtiva no colo da mãe.

Ao exame físico: bebê chorosa, irritada, menos interativa do que na primeira consulta,
no colo da mãe, mamando no peito, mas interrompendo a sucção. Está corada,
hidratada, febril, com gotejamento nasal anterior ++/4.
Fontanela plana, TA: 38 graus.
ACV: RCR2T, BNF não ausculto sopros. FC: 145bpm.
AR: respiração oral e batimento de asa de nariz, MVUA com estertores crepitantes em
base do hemitórax direito. FR: 60irpm.
Abdome: peristáltico, depressível, indolor à palpação superficial e profunda, não palpo
massas ou megalias.
Otoscopia: conduto auditivo externo pérvio, membrana timpânica íntegra e brilhosa,
sem evidência de nível hidroaéreo.
Oroscopia: amígdalas sem hiperemia ou exsudato, gotejamento nasal posterior ++++/4.

QUESTÃO 3) Qual o diagnóstico clínico do segundo atendimento da bebê Maria e por


quê?

Resposta: Pneumonia bacteriana não especificada.


Porque a criança apresenta taquipneia (FR: 60irpm) e sinal de esforço respiratório por
batimento de asa de nariz e estertor crepitante à ausculta pulmonar.

QUESTÃO 4) Qual a prescrição indicada e cuidados necessários para o diagnóstico final?

Resposta:
A prescrição indicada deve conter:
Amoxicilina 250mg/5ml: Dar pela boca 2ml de 8/8 horas por 7 dias.
Paracetamol 200mg/ml: Dar pela boca 6 gotas de 6/6 horas em caso de dor ou
febre.
Soro Fisiológico 0,9%: Lavar as narinas com jato de seringa de 5ml.
Os cuidados necessários são: manutenção do aleitamento materno sob livre demanda,
evitar a exposição à fumaça e evitar contato com pessoas que não vivem junto ou que
estejam com sintomas gripais ou semelhantes.

QUESTÃO 5) Cite e discuta os determinantes sociais do processo saúde-doença


presentes neste caso clínico.

Resposta: Exposição constante à fumaça: a casa tem estrutura que mantém a fumaça
dentro dos cômodos, e a família não tem possibilidade de mudança desta estrutura por
condições culturais. Importância de conversar com a família sobre manter um fluxo de
ar permanente na residência.
Exposição a outros familiares com síndrome gripal: os irmãos moram juntos na estrutura
familiar desta população. Importância de alertar a família sobre riscos de contaminação
entre as crianças e necessidade de lavagem nasal de todas as crianças (e outros
familiares com coriza) para diminuição da contaminação.
Gravidez na adolescência da mãe, sem possibilidade de uso de anticoncepcional no
momento. A equipe de saúde pode esclarecer dúvidas sobre medidas anticoncepcionais.
Dificuldade de comunicação entre a população e a médica assistente, com dependência
da interpretação da tradução do AIS: necessidade de demonstrar na consulta o
procedimento de lavagem nasal com seringa para que a mãe aprenda e repita em casa.
Importância de manter bom relacionamento com o AIS de modo a incentivá-lo a traduzir
com dedicação ao cuidado.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento. Brasília : Ministério da
Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação de
Vitamina A. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. – 2. ed. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde - Departamento de


Saúde Materno Infantil. Caderneta da Criança - Menina. Brasília, 2019.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021.


Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.
Acesso em: 7 maio 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim


Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 46, dez. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-
epidemiologico-vol-53-no46/view. Acesso em: 8 maio 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Teste do pezinho. Biblioteca Virtual em Saúde, 2023.


Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/teste-do-pezinho/. Acesso em: 8 maio 2023.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTOS. POLICY BRIEF #5 ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DE


COMUNIDADES TRADICIONAIS: O PNAE quilombola. 2021. Disponível em:
https://centrodeexcelencia.org.br/policy-brief-5/. Acesso em: 8 maio 2023.

PUCKETT, R.; OFFRINGA, M. Vitamina K profilática para hemorragia por deficiência de


vitamina K nos recém-nascidos. Cochrane Database of Systematic Reviews, v. 4, 2000.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Nutrologia. Anemia


ferropriva em lactentes: revisão com foco em prevenção. 2012. Disponível em:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/documento_def_ferro2004
12.pdf. Acesso em : 5 maio 2023.

SUBPAV/SPS/INSTITUTO DE NUTRIÇÃO ANNES DIAS. O que você precisa saber sobre a


alimentação saudável para a criança menor de 2 anos. 2010. Disponível em:
https://subpav.org/aps/uploads/publico/repositorio/folder_-
_alimentacao_crianca_menor_de_2_anos.pdf. Acesso em: 7 maio 2023.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – Brasil. UN Inter-agency Group for Child
Mortality Estimation, 2023b. Disponível em: https://childmortality.org/data/Brazil.
Acesso em: 8 maio 2023.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – World. UN Inter-agency Group for Child
Mortality Estimation, 2023a. Disponível em: https://childmortality.org/data/World.
Acesso em: 8 maio 2023.

UNICEF - United Nations Children’s Fund, The State of the World’s Children 2023: For
every child, vaccination, UNICEF Innocenti – Global Office of Research and Foresight,
Florence, April 2023a.

UNICEF - United Nations Children’s Fund. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.


UNICEF, 2023b. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel. Acesso em: 8 maio 2023.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

17 - SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

CASO CLÍNICO 2 - RESPOSTA

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO III

Ciclos de Vida e Gênero

TEMA 17

Saúde da Criança e do Adolescente

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
CASO CLÍNICO 2: SAÚDE DO ADOLESCENTE

A médica Luana está em sua primeira entrada em área indígena e está curiosa com todas
as novidades culturais do Polo Base (PB) Missão Marauiá. Um dos casos atendidos na
manhã de hoje chamou a atenção da doutora.
Tainá, 16 anos, é uma adolescente da etnia Yanomami, que vive em estrutura familiar
com esposo (38 anos) e 2 filhos de 2 e 1 ano de idade.
Dentro da estrutura social que vive, atua na coleta de alimentos e seu marido pesca, as
crianças a acompanham em suas atividades e também brincam livremente na aldeia.
Tainá buscou atendimento médico no Polo Base (PB) Missão Marauiá com a queixa de
“fogo no peito”, traduzida assim pelo AIS José.
A dra. Luana não entendeu imediatamente: “José, peça para ela apontar onde está o
fogo?”
Tainá apontou para o abdome na região epigástrica e fez uma fácies de dor.
Sabendo que a dieta da população desta aldeia é rica em mandioca e que ela mesma
andava sofrendo com azia, perguntou à José se ela tinha vomitado.
José: “Dra. ela disse que vomita todos os dias, principalmente de manhã. Mas isso é
porque está grávida.”
Luana ficou espantada pelo fato de uma informação tão importante não ter sido o
motivo principal da consulta.
José explicou que as mulheres indígenas têm maneiras próprias de “descobrir que estão
grávidas” e após Tainá falar e gesticular com José, ele completou: “Ela está dizendo que
tem certeza que está grávida porque está sem menstruar há 2 meses e está com os
peitos grandes”.
Luana se atentou que precisava aprender muito sobre a percepção da gestação para
aquela adolescente que ela tinha acabado de conhecer.

QUESTÃO 1) Discuta os direitos do adolescente durante a consulta médica, levando em


consideração o caso de Tainá.
Resposta: Durante a consulta médica os direitos do adolescente devem ser respeitados,
incluindo o direito à privacidade, confidencialidade, informação adequada e
participação ativa. Os médicos devem garantir um ambiente seguro e acolhedor,
fornecer orientações claras e compreensíveis, e envolver o adolescente na tomada de
decisões relacionadas ao seu cuidado de saúde.
No caso específico do pré-natal, é fundamental que o adolescente tenha acesso a esse
cuidado o mais cedo possível, a fim de garantir uma gestação saudável tanto para a mãe
quanto para o bebê.

QUESTÃO 2) Discuta os aspectos fundamentais da abordagem do adolescente na


consulta médica.
Resposta: A incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e gravidezes
indesejadas é influenciada por diversos fatores, como baixa escolaridade, baixa renda e
questões socioeconômicas, políticas e culturais. Muitas meninas iniciam sua vida sexual
precocemente devido à influência descontrolada dos meios de comunicação e à falta de
diálogo familiar e educação sexual adequada, incluindo informações sobre métodos
contraceptivos. Isso leva adolescentes de diferentes contextos a enfrentarem dúvidas,
inquietações, inseguranças e falta de conhecimento nessa fase da vida.

Apesar das orientações sobre métodos contraceptivos, algumas meninas acabam


engravidando. A gravidez na adolescência pode ser uma forma de expressar autonomia,
manter relacionamentos, afastar-se de situações familiares consideradas inadequadas
ou evitar violência. Desse modo, é fundamental ter um olhar centrado na pessoa para
desenvolver um plano terapêutico eficaz e de boa adesão.

É possível promover ações preventivas e sistemáticas de saúde, direcionadas a meninas


e meninos, ao compreender os determinantes sociais envolvidos. A educação em saúde
desempenha um papel crucial nesse sentido, por meio de diálogos claros e objetivos,
fornecendo informações realistas e seguras para uma vida saudável. É importante
também ser uma fonte confiável de conhecimento, levando em consideração os desafios
enfrentados pelos adolescentes atualmente, como o acesso à internet, onde podem
encontrar informações desatualizadas ou inadequadas com especial cuidado às notícias
falsas.
QUESTÃO 3) Discuta a importância da relação entre médico e paciente adolescente e os
determinantes sociais que influenciam esse cuidado.
Compreender a realidade vivida em um determinado território é essencial para oferecer
um cuidado de saúde efetivo e adequado. Nesse sentido, é fundamental desenvolver
habilidades de comunicação para estabelecer um diálogo aberto e empático com a
população local.

Ao interagir com as pessoas, é possível obter informações valiosas sobre as suas


necessidades, expectativas e experiências. Essa troca de informações permite um
diagnóstico mais preciso das demandas de saúde e a identificação de questões
específicas que afetam a população.

Além disso, ao propor planos terapêuticos, é importante fazê-lo de forma humilde e


respeitosa, reconhecendo que cada indivíduo e comunidade possuem suas próprias
realidades, valores e contextos culturais. Não se trata apenas de impor soluções pré-
determinadas, mas de adaptar as abordagens terapêuticas às necessidades e
circunstâncias dos indivíduos envolvidos.

Isso implica em considerar fatores como a disponibilidade de recursos locais, as barreiras


socioeconômicas e culturais que podem impactar o acesso aos serviços de saúde, bem
como a capacidade da população em aderir e seguir os planos terapêuticos propostos.

Portanto, desenvolver habilidades de comunicação eficazes e sensíveis é essencial para


compreender a realidade vivida no território adscrito, diagnosticar adequadamente as
demandas de saúde e propor planos terapêuticos que sejam relevantes e viáveis para a
população atendida. Essa abordagem colaborativa e centrada no paciente é
fundamental para promover um cuidado de saúde efetivo e com resultados positivos.
Referências Bibliográficas

RASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento. Brasília : Ministério da
Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação
de Vitamina A. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar.
– 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde - Departamento


de Saúde Materno Infantil. Caderneta da Criança - Menina. Brasília, 2019.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021.


Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.
Acesso em: 7 maio 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim


Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 46, dez. 2022. Disponível em:
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SUBPAV/SPS/INSTITUTO DE NUTRIÇÃO ANNES DIAS. O que você precisa saber sobre a


alimentação saudável para a criança menor de 2 anos. 2010. Disponível em:
https://subpav.org/aps/uploads/publico/repositorio/folder_-
alimentacao_crianca_menor_de_2_anos.pdf. Acesso em: 7 maio 2023.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – Brasil. UN Inter-agency Group for Child
Mortality Estimation, 2023b. Disponível em: https://childmortality.org/data/Brazil.
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Acesso em: 8 maio 2023.

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every child, vaccination, UNICEF Innocenti – Global Office of Research and Foresight,
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UNICEF, 2023b. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel. Acesso em: 8 maio 2023.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

17 - SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

CASO CLÍNICO 2

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO III

Ciclos de Vida e Gênero

TEMA 17

Saúde da Criança e do Adolescente

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

A médica Luana está em sua primeira entrada em área indígena e está curiosa com todas
as novidades culturais do Polo Base (PB) Missão Marauiá. Um dos casos atendidos na
manhã de hoje chamou a atenção da doutora.
Tainá, 16 anos, é uma adolescente da etnia Yanomami, que vive em estrutura familiar
com esposo (38 anos) e 2 filhos de 2 e 1 ano de idade.
Dentro da estrutura social que vive, atua na coleta de alimentos e seu marido pesca, as
crianças a acompanham em suas atividades e também brincam livremente na aldeia.
Tainá buscou atendimento médico no Polo Base (PB) Missão Marauiá com a queixa de
“fogo no peito”, traduzida assim pelo AIS José.
A dra. Luana não entendeu imediatamente: “José, peça para ela apontar onde está o
fogo?”
Tainá apontou para o abdome na região epigástrica e fez uma fácies de dor.
Sabendo que a dieta da população desta aldeia é rica em mandioca e que ela mesma
andava sofrendo com azia, perguntou à José se ela tinha vomitado.
José: “Dra. ela disse que vomita todos os dias, principalmente de manhã. Mas isso é
porque está grávida.”
Luana ficou espantada pelo fato de uma informação tão importante não ter sido o
motivo principal da consulta.
José explicou que as mulheres indígenas têm maneiras próprias de “descobrir que estão
grávidas” e após Tainá falar e gesticular com José, ele completou: “Ela está dizendo que
tem certeza que está grávida porque está sem menstruar há 2 meses e está com os
peitos grandes”.

Luana deu início ao pré-natal mas se atentou que precisava aprender muito sobre a
percepção da gestação para aquela adolescente que ela tinha acabado de conhecer.
COMENTÁRIOS

A incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e gravidezes indesejadas é


influenciada por diversos fatores, como baixa escolaridade, baixa renda e questões
socioeconômicas, políticas e culturais. Muitas meninas iniciam sua vida sexual
precocemente devido à influência descontrolada dos meios de comunicação e à falta de
diálogo familiar e educação sexual adequada, incluindo informações sobre métodos
contraceptivos. Isso leva a adolescentes de diferentes contextos a enfrentarem dúvidas,
inquietações, inseguranças e falta de conhecimento nessa fase da vida.

Apesar das orientações sobre métodos contraceptivos, algumas meninas acabam


engravidando. A gravidez na adolescência pode ser uma forma de expressar autonomia,
manter relacionamentos, afastar-se de situações familiares consideradas inadequadas
ou evitar violência.

É possível promover ações preventivas e sistemáticas de saúde, direcionadas a meninas


e meninos, ao compreender os determinantes sociais envolvidos. A educação em saúde
desempenha um papel crucial nesse sentido, por meio de diálogos claros e objetivos,
fornecendo informações realistas e seguras para uma vida saudável. É importante
também ser uma fonte confiável de conhecimento, levando em consideração os
desafios enfrentados pelos adolescentes atualmente, como o acesso à internet, onde
podem encontrar informações desatualizadas ou inadequadas.
QUAL A RESOLUÇÃO SUGERIDA PARA ESSA SITUAÇÃO COMPLEXA?
Referências Bibliográficas

RASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento. Brasília : Ministério da
Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação
de Vitamina A. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar.
– 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde - Departamento


de Saúde Materno Infantil. Caderneta da Criança - Menina. Brasília, 2019.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021.


Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.
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conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-
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Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/teste-do-pezinho/. Acesso em: 8 maio
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UNICEF, 2023b. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel. Acesso em: 8 maio 2023.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Saúde da Criança e do
Adolescente
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo
“Crianças em todos os lugares precisam de sistemas de saúde primários fortes que
atendam às suas necessidades e às de suas famílias, para que –onde quer que
nasçam – tenham o melhor começo de vida e esperança para o futuro”.

Anshu Banerjee, diretor de Saúde Materna, do Recém-Nascido, da Criança e do Adolescente


e do Envelhecimento na Organização Mundial da Saúde. UNICEF (2023).
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infantil
• A maioria das mortes de crianças ocorre nos primeiros cinco anos, e dessas,
• Mundo
metade ocorre no primeiro mês de vida.
• O parto prematuro e as complicações durante o trabalho de parto são as
principais causas de morte.
• Mais de 40% dos natimortos são durante o trabalho de parto – a maioria dos
quais é evitável quando as mulheres têm acesso a cuidados de qualidade durante
a gravidez e o parto.
• Para as crianças que sobrevivem após os primeiros 28 dias, doenças infecciosas
como pneumonia, diarreia e malária representam a maior ameaça.
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infan1l
“Embora a covid-19 não tenha aumentado diretamente a mortalidade infantil – com as
• Mundo
crianças enfrentando uma probabilidade menor de morrer da doença do que os
adultos –, a pandemia pode ter aumentado os riscos futuros para sua sobrevivência”.

Alguns impactos da pandemia da COVID19 na rotina de saúde das crianças:

• Interrupções nas campanhas de vacinação;


• Acesso aos serviços de nutrição;
• Acesso aos cuidados primários de saúde;
• Alimentou o maior retrocesso contínuo nas vacinações em três décadas, colocando
os recém-nascidos e as crianças mais vulneráveis em maior risco de morrer de
doenças evitáveis.
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Mundo
Conceitua-se Taxa de Mortalidade Infantil como o número de óbitos de
menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população
residente em determinado espaço geográfico e no ano considerado, a
partir da seguinte fórmula:

Número de óbitos de residentes menores


de um ano de idade X 1.000
Número de nascidos vivos de mães residentes
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(UN IGME, 2023a)


Epidemiologia – mortalidade infan1l - Mundo
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(UN IGME, 2023a) (UN IGME, 2023b)


Epidemiologia –população indígena no Brasil
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(UN IGME, 2023b)


Epidemiologia – mortalidade infan1l na
população indígena
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

BRASIL, 20219
Epidemiologia – mortalidade infantil na
população indígena
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

BRASIL, 2019
Epidemiologia – mortalidade infan1l na
população indígena
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

BRASIL, 2019
Epidemiologia – mortalidade infantil na
população indígena
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

BRASIL, 2019
Obje1vos de Desenvolvimento Sustentável
Ainda é possível mudar 2030

“Até 2030, acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de


5 anos, com todos os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo
menos 12 por 1.000 nascidos vivos...”.
(UNICEF, 2023b)
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Ainda é possível mudar 2030

As iniciaOvas de operacionalização dos direitos da criança concebem


um entendimento internacional por meio dos ObjeOvos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os ODS são uma agenda de compromissos, negociada pelos países a
parOr de 2013, e foi formalizada pela Organização das Nações Unidas
(ONU) em 2015.
ObjeOvo 3.2 dos ODS:
Esse é um dos objeOvos que deverão orientar as políOcas nacionais e as
aOvidades de cooperação internacional até o ano de 2033 .
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Brasil
O óbito infan\l corresponde àquela morte que ocorre em crianças nascidas vivas até um
ano de idade incompleto (364 dias de vida).

O óbito nessa faixa etária é dividido nos seguintes subgrupos:


• neonatal precoce (de 0 a 6 dias);
.
• neonatal tardio (de 7 a 27 dias);
• pós-neonatal (de 28 até 364 dias).
Cada um desses componentes tem ações específicas visando a sua redução.
(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil
De acordo com o Boletim Epidemiológico Vol.53, No. 46 do Ministério da Saúde:
• Vigilância do óbito infantil:
• aprimorar a notificação da causa básica de óbito, e
• determinar os critérios de evitabilidade.

• Essa estratégia também contribui para:


• aperfeiçoamento dos registros de mortalidade, e
• possibilita a adoção de medidas de prevenção e promoção de saúde. (BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(BRASIL, 2022)
continuação

Epidemiologia – mortalidade infantil


• Mundo

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Brasil
As principais causas de óbitos infantis foram as afecções originadas no período
perinatal, com 22.029 no ano de 2015 e 18.468 no ano de 2021.

Nesse grupo, destacam-se os transtornos respiratório e cardiovascular específico,


posteriormente restante de afecções originadas no período perinatal e as afecções
perinatais relacionadas ao feto e ao recém-nascido afetados por fatores maternos.

Observou-se uma diminuição no número de óbitos por doenças infecciosas e


parasitárias (de 1.564 em 2015 para 1.432 em 2021), com ênfase para doenças
infecciosas intestinais (de 454 para 307) e para diarreia e gastroenterite de origem
infecciosa presumível (de 394 para 231).

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil

Destaca-se Outras Doenças Bacterianas, com 939 e 655, e a Septicemia, com 613 e
454.

Os óbitos infantis por doenças do aparelho respiratório também apresentaram


uma diminuição no período, passando de 1.678, em 2015, para 1.012, em 2021,
especialmente aqueles por pneumonia (de 1.072 para 530).

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infantil
Os índices mostram uma redução na ocorrência de óbitos infantis no período de
2015 a 2020, em todas as Regiões brasileiras.
• Mundo
Em 2020, a pandemia da COVID19 causou a sobrecarga das equipes de saúde, o
que pode ter dificultado o processo de notificação e investigação dos óbitos por
parte das equipes de vigilância.

Em 2016, verificou-se aumento no número de óbitos infantis, mesmo tratando-se


de dados preliminares do sistema. Isso significa que esses números podem ser ainda
maiores, considerando as dificuldades enfrentadas durante a pandemia.

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo
As mortes infantis, em sua maioria, são consideradas evitáveis, porém
é preciso considerar os desafios a serem enfrentados, como as
diferenças regionais e o acesso oportuno aos serviços de saúde, visto
que há um arranjo de fatores biológicos, sociais, culturais e de falhas
no sistema de saúde, que auxiliam para os elevados números deste tipo
de óbito.

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infan1l - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infantil
Entre as ações sugeridas para a redução do óbito infan\l, está a
Mundode saúde que assegurem cuidados à gestação, ao parto e ao nascimento,
• • polí\cas
assim como a
• melhoria no acesso,
• prá\cas e medidas direcionadas à qualificação na rede assistencial à gestante a ao
recém-nascido durante o período pré-natal e pós natal.
Os comitês de prevenção do óbito infan\l são, para além da estratégia de vigilância
de óbito, são instrumentos de controle social da qualidade de atenção à saúde
prestada à mulher e à criança.
As informações originárias da inves\gação do óbito infan\l des\nam-se a iden\ficar
as causas dos óbitos e seus determinantes sociais. (BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(BRASIL, 2019)
Epidemiologia – mortalidade infantil - Brasil
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo
A redução da mortalidade infantil é ainda um grande desafio. Para isso, é necessária
uma aliança entre todas as esferas de governo, de toda a sociedade e de cada
cidadão.

Ações estratégicas para enfrentamento e prevenção do óbito infantil visam o


aperfeiçoamento dos serviços de saúde para evitar que o óbito infantil aconteça.

(BRASIL, 2022)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

PUERICULTURA

Legenda: Indígenas Kayapó no município de Tucumã, no Pará


Foto: © Agência Brasil
Situações de Risco e Vulnerabilidade
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•• Mundo
Baixo peso ao nascer (<2500g);
• Prematuros (<27sem);
• Asfixia grave (Apgar <7 no 5min);
• Malformação congênita;
• Crianças internadas ou com intercorrências na maternidade;
• História de morte em crianças na família < de cinco anos.
Puericultura
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
É um complexo de ações promotoras de saúde, exercidas
contínua o globalmente com foco na criança (contemplando
sua família e comunidade), da gestação ao fim da
adolescência.
Situações de Risco e Vulnerabilidade
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•• Mundo
Aleitamento materno ausente ou não exclusivo
até o 6º mês de vida;
• Mais do que três filhos morando juntos;
• Ausência de pré-natal;
• Atraso ou não realização de vacinas;
• Atraso no desenvolvimento;
Situações de Risco e Vulnerabilidade
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
RN de mãe adolescente (< 18anos);
• Residente em área de risco;
• RN de mãe com baixa instrução (< 8 anos de estudo);
• Problemas familiares e socioeconômicos que interfiram na saúde
da criança;
• História de Violência InfanGl.
AEpidemiologia
Primeira Consulta
– mortalidade infan1l
• Mundo
Considerando a alta taxa de mortalidade nos primeiros dias de
vida, a primeira consulta é providencial para a garantia do cuidado
das crianças.
A Primeira Consulta

• Espera-se garantir uma visita domiciliar ainda nesse período de vida;


• O ACS tem um papel importante na captação precoce do RN, nas
orientações sobre os cuidados ao binômio mãe/RN no contexto da
família.
• Pode ser feita pelo médico ou enfermeira, junto com o ACS;
• Consultas para ambos (mãe e RN).
AEpidemiologia
Primeira Consulta
– mortalidade infan1l
• Mundo

DEVE ACONTECER ATÉ O QUINTO DIA DE


VIDA DO RECÉM NASCIDO!

(BRASIL, 2019)
A Primeira Consulta
• Iden\ficar fatores de risco e vulnerabilidade do
RN;
• Promover e apoiar o Aleitamento Materno
Exclusivo;
• Observar o vínculo mãe-bebê;
• Avaliar a saúde do RN e da mãe;
• Avaliar a Rede de apoio social;
• Orientar sobre o calendário de imunizações;

(BRASIL, 2019)
A Primeira Consulta
• Pactuar o calendário de consultas;
• Fortalecer o vínculo com a equipe;
• Discu\r e incen\var a par\cipação paterna.
• Orientar os cuidados gerais com o RN;
• Teste do pezinho e triagens neonatais:
audi\va, reflexo vermelho, “teste do coraçaozinho”
(geralmente realizados antes da alta hospitalar);

(BRASIL, 2019)
Testes de triagem/ rastreamento neonatais
Epidemiologia – mortalidade infantil
Teste do Pezinho
• Mundo
• Fenilcetonuria;
• Anemia Falciforme;
• G6PD;
• Hipo\reoidismo congênito;
• Fibrose Cís\ca;

(BRASIL, 2023)
Testes de triagem neonatais
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(BRASIL, 2019)
Epidemiologia
Consulta – mortalidade
puerperal infantil
- até 42 dias após o parto

• Mundo a consulta de acompanhamento da criança para


•Aproveitar
realizar a consulta da mãe;
• Questionar sobre dificuldades advindas da nova situação;
• Observar sinais de depressão pós parto;
• Orientar sobre o aleitamento, observando a pega e
dificuldades;
• Suplementação com Fe elementar (40 mg/dia) até o 3º mês
pós-parto; (BRASIL, 2019)
Epidemiologia
Consulta – mortalidade
puerperal infantil
- até 42 dias após o parto

• Mundoas mamas e manejar as


•Examinar principais
complicações (mastite, fissuras…)
• Observar a retração uterina e avaliar os lóquios;
• Examinar períneo e genitais externos;
• Verificar PA, edema de MMII;
• Orientar anticoncepção.

(BRASIL, 2019)
Sobre orientar a amamentação…
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(BRASIL, 2015)
Sobre orientar a amamentação…
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(BRASIL, 2015)
Acompanhamento da criança
Epidemiologia – mortalidade infan1l
PODEM EXISTIR PROTOCOLOS MUNICIPAIS DIFERENTES!
• Mundo
Diferentes protocolos – a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda 31
consultas da primeira semana de vida até os 21 anos de idade.

Deve-se avaliar cada criança e suas necessidades individualmente.

(Duncan, 2022)
Acompanhamento da criança – proposta do MS
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(BRASIL, 2019)
Caderneta de Saúde da Criança
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Dados da criança e da mãe;
• Mundo
• Promoção à saúde da criança e cuidados gerais;
• Prevenção de acidentes;
• Condições do nascimento da criança: Gráficos de antropométricos;
• Tabelas de crescimento e desenvolvimento;
• Calendário vacinal.
Consultas de Puericultura
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•Avaliar
Mundoem todas as consultas:
• preocupações dos pais, esOlo de vida da família e determinantes
sociais de saúde;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• marcos do desenvolvimento;
• verificar imunização
Consultas de Puericultura – 1 mês
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização
• observar tônus muscular;
• avaliar tensão das fontanelas;
• testar reflexos: Moro, sucção, fuga a asfixia;
• observar se a criança emite sons e procura sons em seu ambiente;
• fazer manobra de Ortolani e Barlow.
Consultas de Puericultura – 2 meses
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• observar se a criança emite sons e sorriso social;
• avaliar se a criança abre e fecha as mãos espontaneamente;
• observar se a criança movimenta os membros espontaneamente;
• observar se a criança segura objetos, pelo menos por alguns
segundos - até o 4 mês de vida;
• observar se a criança emite sons “como se Ovesse conversando” –
até o 4 mês de vida.
Consultas de Puericultura – 4 meses
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• observar se a criança movimenta os membros espontaneamente;
• observar se a criança segura objetos, pelo menos por alguns
segundos;
• observar se a criança emite sons “como se Ovesse conversando”;
• Colocar a criança de bruços, com um objeto a sua frente e observar
se ela se apoia nos antebraços e tenta pega-lo – até o 6 mês de
vida
Consultas de Puericultura – 6 meses
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• observar se a criança muda de posição espontaneamente (rola);
• observar se a criança tenta alcançar um objeto colocado a sua
frente;
• avaliar se a criança leva objetos a boca;
• observar se a criança vira em direção aos sons em seu ambiente;
• observar se a criança brinca de esconde-achou – até o 9 mês;
• observar se a criança transfere objetos de uma mão para outra
• avaliar se a criança senta sem o apoio das mãos – até o 9 mês;
• observar se a criança fala “mama”, “papa”, “dada” - até o 9 mês.
Consultas de Puericultura – 6 meses
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
Fazer teste para estrabismo.
• Iniciar suplementação de sulfato ferroso se aleitamento materno
exclusivo – até 24 meses de vida.
• Orientar higiene bucal e uso de denOfrício com fluor a parOr da
primeira erupção dental.
Consultas de Puericultura – 9 meses
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• observar se a criança faz pinça;
• observar se imita gestos;
• avaliar se produz uma conversação incompreensível consigo
mesma – até o 12 mês;
• avaliar se a criança anda com o apoio – até o 12 mês.
Consultas de Puericultura – 12 meses
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• observar se a criança faz pinça;
• observar se imita gestos;
• avaliar se produz uma conversação incompreensível consigo
mesma – até o 12 mês;
• avaliar se a criança anda com o apoio – até o 12 mês.
Consultas de Puericultura – 18 meses
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• monitorar aquisição da fala e avaliar audição;
Consultas de Puericultura – 2 anos
Epidemiologia – mortalidade infantil
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• monitorar aquisição da fala e avaliar audição;
• monitorar marcos de desenvolvimento;
Consultas de Puericultura – 3 anos
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•• Mundo
peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• monitorar aquisição da fala e avaliar audição;
• testar acuidade visual.
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

(BRASIL, 2019)
Atraso no Desenvolvimento (DNPM)
Epidemiologia – mortalidade infan1l
•• Mundo
Todos os fatores de Risco e Vulnerabilidade abordados
anteriormente podem levar a atraso no Desenvolvimento (nos
primeiros 12m);
• A esGmulação nos primeiros anos de vida, para crianças com
atraso, melhora seu desempenho, devendo, portanto, seu início ser
incenOvado o mais precocemente possível [B].
Atraso no Desenvolvimento (DNPM)
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Hospitalização no período neonatal.
• Mundo
• Doenças graves: meningite, traumaOsmo craniano e
convulsões.
• Parentesco entre os pais.
• Casos de doença mental na família.
• Fatores de risco ambientais: violência domésOca, depressão
materna, dependência química, suspeita de abuso sexual...
Atraso no Desenvolvimento (DNPM)
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Presença de alterações feno/picas. • Hospitalização no período neonatal.
• Mundo
• Fenda palpebral oblíqua.
• Doenças graves: meningite,
• Olhos afastados. traumaAsmo craniano e
• Implantação baixa de orelhas. convulsões.
Perímetro
• Lábio leporino. cefálico • Parentesco entre os pais.
< -2 escores z
• Fenda palaAna. • Casos de doença mental na família.
ou
• Pescoço curto e/ou largo. > +2 escores z.
• Fatores de risco ambientais: violência
• Prega palmar única.
domésAca, depressão materna, dependência
• 5º dedo da mão curto e recurvado. química, suspeita de abuso sexual...
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

ConLnua...
Fonte: DUNCAN, SCHMIDT, GIUGLIANI (2004)
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

ConLnuação
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

Continuação.
Fonte:
Duncan et al. (2022)
Rastreamento em crianças assintomá1cas
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Não há documentação cienqfica que comprove que a realização
• Mundo
roOneira de exames laboratoriais em crianças assintomáOcas
tenha qualquer impacto em sua saúde;
• Hemograma se sintomáOco;
• Perfil Lipídico: o rastreio é controverso, nível de evidência D.
Epidemiologia – mortalidade infantil
Rastreamento em
• Mundo crianças
assintomáticas
Epidemiologia – mortalidade infan1l
Rastreamento em
• Mundo crianças
assintomá/cas
Suplementação de Vitaminas e Minerais
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• •Mundo
Suplementação de Ferro:

• For\ficação obrigatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido


fólico;
• Recomendação diária de 1 a 2 mg de ferro elementar/kg de peso para
crianças de 6 a 24 meses.
• Apresentação em gotas e em xarope.
Suplementação de Vitaminas e Minerais
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• •Mundo
Suplementação de Vitamina K:
Administrada ao nascer.
● A vitamina K injetável pode prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido.
● A vitamina K ajuda o sangue a coagular, mas a capacidade do corpo de
armazená-la é muito baixa. A doença hemorrágica do recém-nascido (HDN) é
causada por uma deficiência de vitamina K no bebê que acabou de nascer.
Esse problema pode levar o bebê a ter um sangramento que coloca em risco
sua vida no período que vai das primeiras horas depois do nascimento até
alguns meses.
(PUCKETT; OFFRINGA, 2000)
Suplementação de Vitaminas e Minerais
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• •Mundo
Suplementação de Vitamina A:
● Busca reduzir e controlar essa deficiência nutricional em crianças de 6 a 59
meses de idade e mulheres no período pós-parto imediato
● A xerotalmia e a cegueira noturna são manifestações clínicas da deficiência
grave de vitamina A.
● Visa a redução do risco global de morte em 24%, de mortalidade por diarreia
em 28% e de mortalidade por todas as causas, em crianças HIV posi\vo, em
45%.
● Em regiões de risco: Nordeste, Norte de Minas Gerais, Vale do
Jequi\nhonha, Vale do Mucuri e Amazônia Legal, desde 2012 contempla
todos os Destritos Sanitários Especiais Indígenas.
(BRASIL, 2013)
Prevenção de Acidentes

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção de Acidentes
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo
Cuidados para
garanOr a
segurança das
crianças a fim
de evitar
acidentes.

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção de Acidentes
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo
Cuidados para
garantir a
segurança das
crianças a fim
de evitar
acidentes.

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção de Acidentes
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção da Desnutrição e Déficit de
Crescimento

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção da Desnutrição e Déficit de
Crescimento
“A desnutrição tem sido associada à pobreza,
o que não significa apenas falta de comida,
mas também, muitas vezes, falta de
segurança, es\mulação e afeto.”

A OMS considera como destruição aguda


frave as crianças com peso para a altura ou
IMC/idade entre < -3 desvio padrão, e com
desnutrição moderada as com peso para a
altura ou IMC/idade entre < -2 e > -3 desvio
padrão.
(DUNCAN et al., 2022)
Esquema alimentar para crianças amamentadas

Fonte: SUBPAV/SPS/Ins1tuto de Nutrição Annes


Dias (2010)
Epidemiologia – mortalidade infan1l
• Mundo

Fonte: SUBPAV/SPS/Ins1tuto de Nutrição Annes


Dias (2010)
Epidemiologia – mortalidade infantil
• Mundo

Fonte: SUBPAV/SPS/Ins1tuto de Nutrição Annes


Dias (2010)
(BRASIL, 2019)
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012)
Esquema tenta\vo
de procedimentos
no
acompanhamento
de saúde da
criança e do
adolescente
Fluxograma de
acompanhamento
do
desenvolvimento
infantil
Segurança Alimentar na Infância

• Garante-se a geração de renda pela


agricultura familiar;
• Garante-se alimentação adequada
contemplando de 30 a 70% do aporte
nutricional de crianças e jovens de
escolas tradicionais;
• Respeito à cultura e modo de vida destes povos;
• Cumprimento da obrigação legal de compra de no mínimo 30% do recurso do PNAE proveniente da
agricultura familiar com prioridade a estes grupos, podendo chegar em até 100%.

(PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTOS, 2021)


Imunização
Avaliação das principais
queixas na infância
Criança com febre
Fluograma para crianças de 3 a 36
meses, sem sinais toxêmicos, com
esquema vacinal para Hib e
pneumococo incompleto e
inexistente
Criança com febre
Fluograma para crianças de 3 a 36
meses, sem sinais toxêmicos, com
esquema vacinal para Hib e
pneumococo completo
Diarreia na Infância
Diarreia
• Aumento do número de evacuações
(mais que 3) com fezes aquosas ou de
pouca consistência;
• Bactérias, vírus ou parasitas;
• Costumam ser autolimitadas (2 a 14 dias),
e variam de leve a grave (desidratação e
distúrbios hidroeletrolí\cos);
• Importante causa de desnutrição
em países em desenvolvimento!

(DUNCAN et al., 2022)


No cenário

• Doença muito comum, e também muito vulnerável;


• A rotavirose é a segunda maior causa de morte em menores de 5
anos no mundo;
• Descoberta da vacina melhorou o cenário;
• Na maioria das vezes, a transmissão é feco-oral.

(DUNCAN et al., 2022)


Síndromes

• Diarreia Aquosa Aguda: agente infeccioso que não invade tecido.


Não há sangue ou pus na fezes. Pode desidratar, se não houver
reposição (E. Coli, rotavirus);
• Disenteria aguda: sangue nas fezes, podendo ter muco ou pus.
Invasão da mucosa. Febre, mas menor perda de agua. Shiguela,
Giardia, Entamoeba;
• Diarreia Persistente: > 14 dias (exceto dç celíaca). Dano à mucosa
que prejudica absorção. 20% das diarreias.
(DUNCAN et al., 2022)
Abordagem e Manejo
• Pergunta sobre pessoas próximas com mesmo sintoma é rápido e
eficaz;
• Avaliar gravidade, risco de complicações e desidratação;
• Número de evacuações, caracterísOcas das fezes, febre, náuseas e
vômitos;
• Comparar peso com a úlOma medida (cartão da criança);
• Sinal da dobra cutânea!
• Estado mental, olhos fundos, mucosa oral seca.
(DUNCAN et al., 2022)
Abordagem e Manejo
• Coproculturas ficam reservadas para os casos de diarreia persistente. De uma
forma geral, exames laboratoriais não são necessários...
• A inves\gação laboratorial é reservada para as crianças com desidratação grave
e que necessitem de hidratação venosa;
• Crianças estáveis hemodinamicamente podem ser tratadas seguramente com
a Terapia de Reidratação Oral (TRO);
• Estratégia de hidratação indicada pelo Ministério da saúde (Atenção Integral
às Doenças Prevalentes da Infância – AIDPI)
(DUNCAN et al., 2022)
AIDPI

(Brasil, 2021)
(Brasil, 2021)
(Brasil, 2021)
(Brasil, 2021)
Como preparar o soro de
reidratação oral

(Brasil, 2021)
Lembre-se

Ministerio da Saúde

• A vacina rotavirus está no calendário vacinal desde 2006, aos 2 e 4 meses.

(Brasil, 2020)
Infecção respiratória aguda em crianças

100
Infecção Respiratória Aguda

• O diagnósOco eOológico das IRA, na práOca, é de diycil comprovação;


• IRA do trato respiratório superior: resfriados, faringites, tonsilites,
oOtes e sinusites;
• IRA do trato respiratório inferior: epigloOtes, laringites, pneumonias e
bronquiolites;
• As de Trato Superior são as mais comuns nas crianças.
(DUNCAN et al., 2022)

10
1
Estratégia AIDPI

(DUNCAN et al., 2022)


Resfriado Comum
• Infecção viral aguda limitada ao trato resp. superior;
• Diversos vírus;
• Transmissão por via aérea ou contato;
• Susceptilidade no inicio da vida escolar ou creche;
• Febre (3 dias), secreção nasal hialina que pode tornar-se
amarela;
• Tosse, diminuição do apetite,
irritabilidade;
• Podem aparecer eritemas e
linfadenomegalias.

(DUNCAN et al., 2022)


Complicações do resfriado

• OOtes;

• Exacerbação de asma

• Sinusite

• Doença no trato resp. inferior.

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento e Prevenção
• Manutenção do aquecimento da criança, higiene nasal frequente com soro
fisiológico, hidratação, umidificação do ar e eszmulo à oferta do leite materno
(em crianças amamentadas) e orientação para retorno ao serviço de saúde
se houver piora do quadro (dificuldade respiratória ou para alimentar-se,
comprome\mento do es tado geral);
• Vacinação contra Influenza;
• Beneficio clinico incerto de an\tussígenos e expectorantes; Pressão pela
prescrição de medicamentos...
• Em diversos lugares do Brasil é comum a u\lização de plantas medicinais
(“lambedores”).

(DUNCAN et al., 2022)

10
5
Tratamento e Prevenção
Lavagem Nasal – como orientar:

h{ps://www.youtube.com/watch?v=P8Em8B4SiIc&t=178s

Minuto 2:37

(DUNCAN et al., 2022)

10
6
Pneumonia
• Infecção do parênquima pulmonar por vírus, bacterias, parasitas ou fungos;
• Crianças com pneumonia bacteriana zpica apresentam febre, calafrios,
dores abdominais, associadas ou não à dor torácica, e tosse produ\va;
• A taquipneia é um sinal ú\l para o diagnós\co de pneumoniana infância;
• Se a ausculta pulmonar sugerir o diagnós\co de pneumonia, deve-se
pesquisar o possível agente e\ológico por meio de minuciosa história
clínica, dando-se especial atenção para questões relacionadas com viagens,
exposições a animais e pessoas doentes, sobretudo com tuberculose

(DUNCAN et al., 2022)


Padrão FR

(DUNCAN et al., 2022)

108
Síndromes Clínicas Comuns
Sindrome Agente Faixa Etária Manifestações clinicas
Bacteriana Streptococcus Todas as Idades, Início súbito, febre
(supurativa) pneumoniae, outros mais comum em alta/toxemia, achados focais na
crianças jovens ausculta, dor toráxica, dor
(menores de seis abdominal, radiografia de tórax
anos) com infiltrado
AWpica (lactentes) Chlamydia Menores de três Taquipneia, hipoxemia leve,
trachomatis meses ausência de febre, sibilaância,
radiografia de torax com
infiltrado.
AWpica (escolares e Mycoplasma Maiores de cinco Início gradual, febre baixa,
adolescentes) anos achados difusos na ausculta
respiratória, radiografia com
infiltrado difuso.
Viral MúlLplos vírus Todas as idades, Sintomas respiratórios das
mais comum entre vias áreas superiores, febre
três meses e cinco baixa ou ausente, sibilos ou
anos achados difusos na ausculta
respiratória. (DUNCAN et al., 2022)
Abordagem e manejo
• Na práOca, diycil diferenciação entre qpica e aqpica;
• Reforçar o exame ysico:
• à palpação, frêmito tóraco-vocal aumentado;
• à percussão, macicez ou sub-macicez;
• à ausculta, murmúrio reduzido com crepitações (ou estertores) e sopro
tubário;
• Lactentes e crianças maiores com infecção respiratória do trato
inferior leve a moderada podem ser tratados com segurança no
domicílio.
(DUNCAN et al., 2022)
Abordagem e manejo
• A realização de radiografia de tórax para confirmação do diagnós\co não é
ro\neiramente necessária em crianças com quadro leve de pneumonia, sem
complicações e que serão tratadas ambulatorialmente;
• Reservar para pneumonias graves,
avaliação de complicações
e diagnós\co diferencial.

(DUNCAN et al., 2022)


Lembre-se
• A escolha da anObioOcoterapia é empírica – a AMOXICILINA é droga
de primeira escolha;
• Macrolídeos (azitromicina) podem ser uOlizados nas crianças maiores
de 5 anos ou suspeita de aOpia;
• Gravidade = hospitalização: Oragem, sonolência, desnutrição,
comorbidades crônicas e baixa idade (< 2 meses). Falha terapêuOca
ambulatorial e internação por incapacidade da família e cuidar;
• Reavaliar a criança 48 horas após o início da terapêuOca.
(DUNCAN et al., 2022)
Tratamento
Idade Medicame Dose Dia Dose Max
nto
4 meses a 4 Amoxicilina 50 a 100mg/kg dia 1g/dia
anos (3x)
5 anos ou Macrolídeo 10mg/kg/dia 500mg
mais ou 50 a 100mg/kg/dia 1g/dia
amoxilicina

• Macrolídeo: 3 a 5 dias
• Amoxicilina: 7 a 10 dias
(DUNCAN et al., 2022)

11
3
Prevenção

• Vacinação anO-pneumococos e influenza está no calendário


básico;
• Evitar o tabagismo passivo;
• Manter aleitamento materno;
• Medidas de controle da exposição à poluição atmosférica.

(DUNCAN et al., 2022)


JUVENTUDE
Saúde do Adolescente

• Segundo a OMS (1989), a adolescência é representada por


indivíduos na faixa etária entre 10 a 19 anos de idade, e
juventude entre 15 e 24 anos de idade.

• O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (1990), lei nº


8.069/90; no arOgo 2º, considera adolescente a pessoa entre 12
e 18 anos de idade e Segundo o estatuto da juventude, a faixa
etária vai de 15 a 29 anos de idade.
(DUNCAN et al., 2022)
Consulta do Adolescente
O adolescente tem direito à:

• PRIVACIDADE: O direito de ser atendido sozinho, em espaço privado de


consulta.

• CONFIDENCIALIDADE: As informações discu\das na consulta não podem ser


passadas aos seus pais e ou responsáveis sem a permissão expressa do
adolescente.

(DUNCAN et al., 2022)


Consulta do Adolescente

• Situações de exceção.

• A garan\a de confidencialidade e privacidade, fundamental para ações de


prevenção, favorece a abordagem de temas como sexualidade, abuso de
drogas, violência entre outras situações.
• O sigilo médico é um direito garan\do e reconhecido pelo ar\go 103 do
Código de É\ca Médica.

(DUNCAN et al., 2022)


Consulta do Adolescente
Áreas prioritárias:

• Crescimento e desenvolvimento;
• Sexualidade;
• Saúde Reprodutiva;
• Saúde bucal;
• Saúde mental;
• Saúde do escolar adolescente;
• Prevenção de acidentes.
(DUNCAN et al., 2022)
Principais alterações na adolescência
• Síndrome da adolescência normal • Dor escrotal
• Alterações no • Gravidez precoce
desenvolvimento puberal • DSTs/AIDS
• Ginecomastia puberal • Violência sexual
• Dismenorreia e Distúrbios • Transtornos
menstruais alimentares
• Problemas musculoesquelético • Abuso de substancias psicoativas

(DUNCAN et al., 2022)


Prevenção de doenças e Promoção de Saúde

• Exercício físico
• Alimentação saudável
Saúde Sexual e Reprodutiva

• Os adolescentes de ambos os sexos têm direito a educação sexual, ao


sigilo sobre sua a\vidade sexual, ao acesso e disponibilidade gratuita
dos métodos.

• Reconhecer a individualidade do adolescente, es\mulando a


responsabilidade com sua própria saúde;

• O respeito a sua autonomia faz com que eles passem de objeto a


sujeito de direito.

(DUNCAN et al., 2022)

12
3
Saúde Sexual e Reprodutiva

• A orientação deve incidir sobre todos


os métodos, com ênfase na dupla
proteção, sem juízo de valor;

• Os profissionais de saúde sentem


dificuldades de abordar os aspectos
relacionados à sexualidade ou à saúde
sexual de seus pacientes.

(DUNCAN et al., 2022)

12
4
Saúde Sexual e Reprodutiva
Algumas recomendações...
• Sempre abordar o tema nos atendimentos;

• Considerar o contexto social, religioso e cultural;

• Prestar suporte emocional e psicológico;

• Orientar e ajudar a desfazer mitos e tabus;

• Realizar ações de educação em saúde sexual e saúde reprodu\va;


• Incen\var o autoconhecimento.

(DUNCAN et al., 2022)


Gravidez na Adolescência

• As adolescentes têm iniciado aOvidade sexual cada vez mais cedo;


• Sexualização precoce;
• PerspecOvas de vida e culturais diferenciadas de acordo com o
perfil socioeconômico;
• Planejamento de Vida;
• Toda adolescente grávida é de risco?
(DUNCAN et al., 2022)
Violência na Criança e no Adolescente

“A exposição da criança e do adolescente a qualquer forma de


violência de natureza [sica, sexual e psicológica, assim como a
negligência e o abandono, principalmente na fase inicial da sua
vida, podem comprometer seu crescimento e seu
desenvolvimento [sico e mental, além de gerar problemas de
ordem social, emocional, psicológica e cogniGva ao longo de sua
existência.”

(BRASIL,2012)
Violência na Criança e no Adolescente
• A principal causa de violência contra
crianças, foram por violência sexual
(44%) , seguida da psicológica (36%),
negligência (33%) e violência física
(29%).

• A residência foi o local de maior


ocorrência dos casos de violência
contra crianças

Fonte: SIM/SVS/MS
hAps://childmortality.org/data/Brazil
Violência na Criança e no Adolescente
Quando suspeitar?
• Corrimento Vaginal;
• Lacerações;
• Queimaduras (luva, meia, limites bem definidos);
• Lesões físicas, fraturas, equimoses, hematomas (relação temporal e estória
incoerente e estágios diferentes de evolução);
• Alteração no comportamento da criança;
• Valorizar qualquer suspeita do cuidador;
• Quem faz o cuidado?

(DUNCAN et al., 2022)


Materiais Complementares
• Linhas de cuidado para Atenção Integral à Saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em
situação de violência -
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_criancas_familias_violencias.pdf

• Caderneta da criança para portadores de Síndrome de Down -


https://www.cdc.gov/ncbddd/birthdefects/downsyndrome/growth-charts.html

• Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos -


http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf

• Apresentação sobre mortalidade infantil na Saúde Indígena - https://www.gov.br/saude/pt-


br/centrais-de-conteudo/apresentacoes/2018/apresenta-o-mortalidade-infantil-ind-gena-semin-
rio-sa-de-ind-gena-em-debate-pdf

• Manual Sociedade Brasileira de Pediatria sobre uso de de eletrônicos -


https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_22246c-ManOrient_-
__MenosTelas__MaisSaude.pdf
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento. Brasília :
Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de condutas gerais do Programa Nacional de
Suplementação de Vitamina A. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação
complementar. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde - Departamento de Saúde Materno Infantil. Caderneta da Criança - Menina. Brasília, 2019.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 46, dez. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no46/view.

BRASIL. Ministério da Saúde. Teste do pezinho. Biblioteca Virtual em Saúde, 2023. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/teste-do-pezinho/.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTOS. POLICY BRIEF #5 ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DE COMUNIDADES TRADICIONAIS: O PNAE quilombola. 2021.
Disponível em: https://centrodeexcelencia.org.br/policy-brief-5/.

PUCKETT, R.; OFFRINGA, M. Vitamina K profilática para hemorragia por deficiência de vitamina K nos recém-nascidos. Cochrane Database of Systematic
Reviews, v. 4, 2000.
Referências
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Nutrologia. Anemia ferropriva em lactentes: revisão com foco em prevenção. 2012.
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/documento_def_ferro200412.pdf.

SUBPAV/SPS/INSTITUTO DE NUTRIÇÃO ANNES DIAS. O que você precisa saber sobre a alimentação saudável para a criança menor de 2 anos. 2010.
Disponível em: https://subpav.org/aps/uploads/publico/repositorio/folder_-_alimentacao_crianca_menor_de_2_anos.pdf.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – Brasil. UN Inter-agency Group for Child Mortality Estimation, 2023b. Disponível em:
https://childmortality.org/data/Brazil.

UN IGME. Under-Five Mortality Rate – Total – World. UN Inter-agency Group for Child Mortality Estimation, 2023a. Disponível em:
https://childmortality.org/data/World.

UNICEF - United Nations Children’s Fund, The State of the World’s Children 2023: For every child, vaccination, UNICEF Innocenti – Global Office of Research and
Foresight, Florence, April 2023a.

UNICEF - United Nations Children’s Fund. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. UNICEF, 2023b. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

18 - SAÚDE DO HOMEM E DO ADULTO

CASO CLÍNICO - RESPOSTA

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO III

Ciclos de Vida e Gênero

TEMA 18
Saúde da Homem e do Adulto

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA
Jonas, homem negro de 55 anos, vem para consulta pois irá iniciar um novo trabalho
como auxiliar administrativo e seu patrão exigiu um atendimento médico para “assinar
sua carteira de trabalho”. Ele está ansioso com o novo emprego, pois estava
desempregado há 3 anos. Ele está tentando ser mais ativo fisicamente e preocupado
com a saúde, começou a frequentar academia há um mês, mas sua última consulta
médica foi há cinco anos. Ele não toma medicamentos e não tem queixas sobre sua
saúde. De acordo com as anotações do educador físico de sua academia, as medidas de
sua pressão arterial sistólica variaram de 150 a 160 e a diastólica de 90 a 100 mm Hg
durante várias semanas. Ele também mediu com um esfigmomanômetro manual no
braço esquerdo, com valor da pressão arterial como 167/95 mm Hg.
Refere consumo de bebida alcóolica aos finais de semana e conta que sua esposa
reclama muito, pois, segundo ela, o Sr. Jonas fica agressivo quando bebe.
Conta que fumou 1 maço de cigarros/dia dos 18 aos 50 anos de idade.
Nega uso de outras drogas, nega internações anteriores
HF: mãe tem 81 anos de idade, trata HAS e ICC - teve um IAM aos 60 anos de idade. Pai
falecido aos 45 anos de cirrose.

O Sr. Jonas, decidido a consultar, foi ao laboratório de análises clínicas e pediu um


“check-up” ao atendente. Os resultados seguem abaixo.

EXAME FÍSICO

Exame físico geral / Ectoscopia: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico e
afebril.
Dados vitais: FC 70bpm, FR 20irpm, Tax 36,6°C, PA 160×100 mmHg. Peso 89Kg estatura
1,68m
Exame da cabeça e do pescoço: ausência de achados relevantes.
Exame do tórax e aparelho respiratório: tórax típico, eupneico, expansibilidade e frêmito
toracovocal normais, som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular presente e
universal, sem ruídos adventícios.
Exame do sistema cardiovascular: precórdio normodinâmico, ausência de turgência
jugular patológica, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, em dois tempos, sem
sopros.
Exame abdominal: abdome semigloboso, sem abaulamentos, retrações ou cicatrizes,
RHA presentes, flácido e indolor, ausência de massas ou visceromegalias palpáveis.
Extremidades bem perfundidas, pulsos periféricos palpáveis, cheios e simétricos.

EXAMES COMPLEMENTARES
Exames laboratoriais: Hb 16,7 g/dL, Ht 42%, VCM 90 fl, leucocitos 6.800, plaquetas
300.000, creatinina 1,04 mg/dL, ureia 29 mg/dL, sódio 138 mg/dL, potássio 4,5 mg/dL,
glicose 90 mg/dL, colesterol T 201mg/dL HDL 45mg/dL LDL 109mg/dL PSA total
3,6ng/ml
1. Qual das opções a seguir é a melhor maneira de diagnosticar a Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS) neste paciente?

A. Você pode diagnosticar a HAS com base em uma única medição manual feita
na entrada do consultório.

B. Você pode diagnosticar a HAS somente se as medições repetidas da pressão


arterial no consultório forem elevadas após um período de três meses de
mudanças no estilo de vida.

C. Você pode indicar que o paciente use um dispositivo de Monitoramento


Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ou faça o Monitoramento Residencial
de Pressão Arterial para diagnóstico de HAS.

D. Você diz ao paciente que ele não tem pressão alta e deve retornar em um
ano para nova triagem.

A resposta correta é C. A Sociedade Brasileira de HAS aceita, para o diagnóstico de HAS,


medidas em consultório e domiciliares da pressão arterial. A USPSTF encontrou
evidências convincentes de que a MAPA é o melhor método para confirmar o diagnóstico
de hipertensão. Estudos mostram que leituras elevadas de MAPA estão consistente e
significativamente associadas a um risco aumentado de acidente vascular cerebral fatal
e não fatal e eventos cardiovasculares, independentemente das medições de pressão
arterial realizadas no consultório. Os pacientes usam um dispositivo de MAPA por 12 a
24 horas, durante as quais as medições da pressão arterial são feitas e registradas a
cada 20 a 30 minutos. Como a pressão arterial é afetada por vários fatores de curto
prazo, como estresse, emoções, dor, atividade física, medicamentos e a presença de
pessoal médico (conhecida como hipertensão do “jaleco branco”), confirmar o
diagnóstico de hipertensão sustentada requer várias medições tomadas fora do
ambiente clínico. Devido à variabilidade das leituras da pressão arterial, o USPSTF
recomenda a confirmação da pressão arterial elevada com MAPA (o padrão de
referência) ou monitoramento doméstico da pressão arterial antes do início do
tratamento. As desvantagens associadas ao diagnóstico de hipertensão apenas no
consultório incluem o potencial para erros de medição, o número limitado de medições
que podem ser feitas convenientemente e o risco de confusão de hipertensão clínica
isolada. No entanto, pacientes com pressão arterial muito alta ou sinais de lesão de
órgãos-alvo podem precisar de terapia imediata.

2. O paciente pergunta se seu filho de 19 anos deve ser testado para pressão alta.
Com base nas descobertas do USPSTF, qual das seguintes afirmações está
correta?

A. Há boas evidências de que a triagem e o tratamento da hipertensão arterial


em adultos com 18 anos ou mais reduzem substancialmente a incidência de
eventos cardiovasculares.
B. Há boas evidências de que a triagem e o tratamento da pressão alta não
trazem danos.

C. Adultos com 18 anos ou mais com pressão arterial normal e sem fatores de
risco para pressão arterial elevada devem ser rastreados semestralmente.

D. A MAPA é necessária para diagnosticar a hipertensão arterial.

E. Para adultos com menos de 60 anos, o tratamento deve visar um nível de


pressão arterial de 150/90 mm Hg

A resposta correta é A. O USPSTF encontrou boas evidências de que a triagem e o


tratamento da hipertensão arterial em adultos com 18 anos ou mais reduz
substancialmente a incidência de eventos cardiovasculares com poucos danos graves.
Consequentemente, o USPSTF concluiu com alta certeza que o benefício líquido da
triagem para hipertensão arterial é substancial. O USPSTF recomenda que adultos com
40 anos ou mais ou aqueles com risco aumentado de pressão alta, como pressão arterial
normal alta (130 a 139/85 a 89 mm Hg), aqueles com sobrepeso ou obesidade, ou
negros, devem ser rastreados anualmente. Adultos com pressão arterial normal (menos
de 130/85 mm Hg) que não apresentam fatores de risco para hipertensão arterial podem
ser rastreados a cada três a cinco anos. Embora a USPSTF determine que o padrão de
referência para o diagnóstico de hipertensão arterial seja a MAPA, a monitorização
domiciliar da pressão arterial é adequada quando a MAPA não está disponível. Ensaios
controlados randomizados de moderada a alta qualidade demonstram que o tratamento
de pessoas com 60 anos ou mais para uma pressão arterial alvo de 150/90 mm Hg ou
menos reduz a incidência de acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e eventos
de doença cardíaca coronária. Para adultos com menos de 60 anos, os estudos
demonstram eficácia semelhante para uma meta de tratamento de menos de 90 mm Hg
diastólica, com a opinião de especialistas recomendando uma meta sistólica de 140 mm
Hg.

3. No seguimento dos cuidados do Sr. Jonas, quais condutas são mais adequadas,
tanto para rastreamento/detecção precoce de outras doenças, como para um
cuidado ampliado do mesmo?

A. O paciente deve repetir o PSA anualmente para rastrear câncer de próstata,


deve realizar colonoscopia bienal para câncer de cólon e fazer tomografia
computadorizada bienal para detectar câncer de pulmão. Também deve ser
encaminhado à psicologia para investigação do comportamento agressivo e
alcoolismo.
B. O paciente deve ser acolhido no sentido de criar vínculo na relação médico
paciente e o consumo de álcool deve ser investigado com vistas ao diagnóstico
e abordagem de etilismo. Deve-se realizar uma primeira colonoscopia e, se
normal, repetir em 10 anos para rastrear câncer de cólon e deve fazer
tomografia computadorizada anual para detectar câncer de pulmão. Não se
indica repetir o PSA.
C. Indica-se convidar a esposa do Sr Jonas para a próxima consulta para abordar
o comportamento agressivo e etilismo. Deve-se solicitar pesquisa de sangue
oculto e, se alterado, indica-se colonoscopia para rastrear câncer de cólon. Deve
fazer tomografia computadorizada anual para detectar câncer de pulmão e
acompanhar o resultado do PSA anualmente. Se PSA alterado, indica-se toque
retal.

D. É fundamental abordar o consumo de álcool, principal fator de risco


cardiovascular presente na história. Também está indicada abordagem do
comportamento agressivo, pois o mesmo pode sofrer de transtorno de
personalidade ou de humor. Deve-se solicitar pesquisa de sangue oculto e, se
alterado, indica-se colonoscopia para rastrear câncer de cólon. Deve fazer
tomografia computadorizada anual para detectar câncer de pulmão e não se
indica acompanhar o resultado do PSA.

A resposta é a opção B. Nesse caso, a abordagem das concepções da masculinidade é


fundamental, no sentido de apoiar o Sr Jonas a lidar com os sentidos que dá aos seus
papéis sociais. A suspeita de sofrimento mental, diante do etilismo, deve motivar o
médico a investigar transtornos do humor, observando que o paciente estava
desempregado até há pouco tempo. Também deve aplicar questionários adequados
para diagnóstico de etilismo, como o CAGE.
É necessário iniciar o tratamento para HAS e calcular o risco cardiovascular do paciente.
Deve-se abordar a dieta, incentivando consumo de fibras solúveis e a redução do
consumo de lipídeos, sal e estimulantes. Também é importante incentivar a prática de
exercícios físicos e, se possível, integrar o atendimento médico ao acompanhamento com
educador físico, contraindicando exercícios extenuantes se PAS > 160mmHg. Deve-se
investigar comportamentos de risco para acidentes, como dirigir embriagado ou em alta
velocidade.
Como rastreamento, há evidências de benefício na realização de colonoscopia a cada 10
anos ou pesquisa de sangue oculto nas fezes a cada 2 anos para rastreamento de câncer
de cólon. Também há recomendação de realização de tomografia computadorizada de
tórax anual para pessoas com história de tabagismo com consumo atual de 20
maços/ano ou mais, ou que cessaram há menos de 15 anos.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas e Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem:
princípios e diretrizes. Brasília: MS, 2009. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html>

DUARTE, M. D. G. et al. Entendendo a prevalência de vítimas do sexo masculino em


acidentes automobilísticos.. In: Anais da III Jornada Nacional de urgência e emergência
LAUEC. Anais...Manaus(AM) Evento Online, 2022. Disponível em:
<https//www.even3.com.br/anais/IIIJORNADA2022/513205-ENTENDENDO-A-
PREVALENCIA-DE-VITIMAS-DO-SEXO-MASCULINO-EM-ACIDENTES-
AUTOMOBILISTICOS>

FIOCRUZ. Painel de Indicadores de Saúde – Pesquisa Nacional de Saúde. Disponível em


https://www.pns.icict.fiocruz.br/painel-de-indicadores-mobile-desktop/

GARCIA, L. P.; FREITAS, L. R. S. Consumo abusivo de álcool no Brasil: resultados da


Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 24, n. 2, p. 227-
237, jun. 2015. Disponível
em: <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
49742015000200005&lng=pt&nrm=iso>.

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e
Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2019, 2388 p.

SANTANA, V. et al. Acidentes de trabalho não fatais: diferenças de gênero e tipo de


contrato de trabalho. Cadernos De Saúde Pública, v. 19, n. 2, p. 481–493, 2003.
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000200015

SIMÃO, M. O. Mulheres e homens alcoolistas: um estudo comparativo de fatores


sociais, familiares e de evolução. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 4, n. 7,
p. 147–148, 2000. https://doi.org/10.1590/S1414-32832000000200018
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

18 - SAÚDE DO HOMEM E DO ADULTO

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO III

Ciclos de Vida e Gênero

TEMA 18
Saúde da Homem e do Adulto

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA
Jonas, homem negro de 55 anos, vem para consulta pois irá iniciar um novo trabalho
como auxiliar administrativo e seu patrão exigiu um atendimento médico para “assinar
sua carteira de trabalho”. Ele está ansioso com o novo emprego, pois estava
desempregado há 3 anos. Ele está tentando ser mais ativo fisicamente e preocupado
com a saúde, começou a frequentar academia há um mês, mas sua última consulta
médica foi há cinco anos. Ele não toma medicamentos e não tem queixas sobre sua
saúde. De acordo com as anotações do educador físico de sua academia, as medidas de
sua pressão arterial sistólica variaram de 150 a 160 e a diastólica de 90 a 100 mm Hg
durante várias semanas. Ele também mediu com um esfigmomanômetro manual no
braço esquerdo, com valor da pressão arterial como 167/95 mm Hg.
Refere consumo de bebida alcóolica aos finais de semana e conta que sua esposa
reclama muito, pois, segundo ela, o Sr. Jonas fica agressivo quando bebe.
Conta que fumou 1 maço de cigarros/dia dos 18 aos 50 anos de idade.
Nega uso de outras drogas, nega internações anteriores
HF: mãe tem 81 anos de idade, trata HAS e ICC - teve um IAM aos 60 anos de idade. Pai
falecido aos 45 anos de cirrose.

O Sr. Jonas, decidido a consultar, foi ao laboratório de análises clínicas e pediu um


“check-up” ao atendente. Os resultados seguem abaixo.

EXAME FÍSICO

Exame físico geral / Ectoscopia: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico e
afebril.
Dados vitais: FC 70bpm, FR 20irpm, Tax 36,6°C, PA 160×100 mmHg. Peso 89Kg estatura
1,68
Exame da cabeça e do pescoço: ausência de achados relevantes.
Exame do tórax e aparelho respiratório: tórax atípico, eupneico, expansibilidade e
frêmito toracovocal normais, som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular
presente e universal, sem ruídos adventícios.
Exame do sistema cardiovascular: precórdio normodinâmico, ausência de turgência
jugular patológica, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, em dois tempos, sem
sopros.
Exame abdominal: abdome semigloboso, sem abaulamentos, retrações ou cicatrizes,
RHA presentes, flácido e indolor, ausência de massas ou visceromegalias palpáveis.
Extremidades bem perfundidas, pulsos periféricos palpáveis, cheios e simétricos.

EXAMES COMPLEMENTARES
Exames laboratoriais: Hb 16,7 g/dL, Ht 42%, VCM 90 fl, leucocitos 6.800, plaquetas
300.000, creatinina 1,04 mg/dL, ureia 29 mg/dL, sódio 138 mg/dL, potássio 4,5 mg/dL,
glicose 90 mg/dL, colesterol T 201 HDL 45 LDL 109 PSA total 3,6
1. Qual das opções a seguir é a melhor maneira de diagnosticar a hipertensão neste
paciente?

A. Você pode diagnosticar a hipertensão com base em uma única medição


manual feita na entrada do consultório.

B. Você pode diagnosticar a hipertensão somente se as medições repetidas da


pressão arterial no consultório forem elevadas após um período de três meses
de mudanças no estilo de vida.

C. Você recomenda que o paciente use um dispositivo de monitoramento


ambulatorial da pressão arterial (MAPA) por um período de 24 horas e retorne
para uma avaliação de acompanhamento.

D. Você diz ao paciente que ele não tem pressão alta e deve retornar em um
ano para nova triagem.

2. O paciente pergunta se seu filho de 19 anos deve ser testado para pressão alta.
Com base nas descobertas do USPSTF, qual das seguintes afirmações está
correta?

A. Há boas evidências de que a triagem e o tratamento da hipertensão arterial


em adultos com 18 anos ou mais reduzem substancialmente a incidência de
eventos cardiovasculares.

B. Há boas evidências de que a triagem e o tratamento da pressão alta não


trazem danos.

C. Adultos com 18 anos ou mais com pressão arterial normal e sem fatores de
risco para pressão arterial elevada devem ser rastreados semestralmente.

D. A MAPA é necessária para diagnosticar a hipertensão arterial.

E. Para adultos com menos de 60 anos, o tratamento deve visar um nível de


pressão arterial de 150/90 mm Hg

3. No seguimento dos cuidados do Sr. Jonas, quais condutas são mais adequadas,
tanto para rastreamento/detecção precoce de outras doenças, como para um
cuidado ampliado do mesmo?

A. O paciente deve repetir o PSA anualmente para rastrear câncer de próstata,


deve realizar colonoscopia bienal para câncer de cólon e fazer tomografia
computadorizada bienal para detectar câncer de pulmão. Também deve ser
encaominhado à psicologia para investigação do comportamento agressivo e
alcoolismo.
B. O paciente deve ser acolhido no sentido de criar vínculo na relação médico
paciente e o consumo de álcool deve ser investigado com vistas ao diagnóstico
e abordagem de etilismo. Deve-se realizar uma primeira colonoscopia e, se
normal, repetir em 10 anos para rastrear câncer de cólon e deve fazer
tomografia computadorizada anual para detectar câncer de pulmão. Não se
indica repetir o PSA.

C. Indica-se convidar a esposa do Sr Jonas para a próxima consulta para abordar


o comportamento agressivo e etilismo. Deve-se solicitar pesquisa de sangue
oculto e, se alterado, indica-se colonoscopia para rastrear câncer de cólon. Deve
fazer tomografia computadorizada anual para detectar câncer de pulmão e
acompanhar o resultado do PSA anualmente. Se PSA alterado, indica-se toque
retal.

D. É fundamental abordar o consumo de álcool, principal fator de risco


cardiovascular presente na história. Também está indicada abordagem do
comportamento agressivo, pois o mesmo pode sofrer de transtorno de
personalidade ou de humor. Deve-se solicitar pesquisa de sangue oculto e, se
alterado, indica-se colonoscopia para rastrear câncer de cólon. Deve fazer
tomografia computadorizada anual para detectar câncer de pulmão e não se
indica acompanhar o resultado do PSA.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas e Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem:
princípios e diretrizes. Brasília: MS, 2009. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html>

DUARTE, M. D. G. et al. Entendendo a prevalência de vítimas do sexo masculino em


acidentes automobilísticos.. In: Anais da III Jornada Nacional de urgência e emergência
LAUEC. Anais...Manaus(AM) Evento Online, 2022. Disponível em:
<https//www.even3.com.br/anais/IIIJORNADA2022/513205-ENTENDENDO-A-
PREVALENCIA-DE-VITIMAS-DO-SEXO-MASCULINO-EM-ACIDENTES-
AUTOMOBILISTICOS>

FIOCRUZ. Painel de Indicadores de Saúde – Pesquisa Nacional de Saúde. Disponível em


https://www.pns.icict.fiocruz.br/painel-de-indicadores-mobile-desktop/

GARCIA, L. P.; FREITAS, L. R. S. Consumo abusivo de álcool no Brasil: resultados da


Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 24, n. 2, p. 227-
237, jun. 2015. Disponível
em: <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
49742015000200005&lng=pt&nrm=iso>.

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e
Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2019, 2388 p.

SANTANA, V. et al. Acidentes de trabalho não fatais: diferenças de gênero e tipo de


contrato de trabalho. Cadernos De Saúde Pública, v. 19, n. 2, p. 481–493, 2003.
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000200015

SIMÃO, M. O. Mulheres e homens alcoolistas: um estudo comparativo de fatores


sociais, familiares e de evolução. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 4, n. 7,
p. 147–148, 2000. https://doi.org/10.1590/S1414-32832000000200018
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Saúde do Homem
Dados demográficos
População População
Masculina Feminina
101,9 milhões 106,5 milhões

População alvo:
20 a 59 anos

56 milhões = 27 % do total e
55% da população masculina
Distribuição (%) dos óbitos
Segundo sexo e idade.
Brasil, 2010
Dados Epidemiológicos
Dados Epidemiológicos
Distribuição dos óbitos do sexo masculino,
por grupo de causas e idade.
Brasil, 2010

Grupo I = enfermidades infecciosas e parasitárias, causas maternas e perinatais,


desnutrição. Grupo II = enfermidades não transmissíveis e enfermidades mentais.
Grupo III = causas externas (exemplo: acidentes, homicídio, suicídio).
Principais causas de mortalidade na
população masculina de 20 a 59 anos.
Brasil, 2010
Dados Epidemiológicos
Óbitos por causas externas na população
de 20 a 59 anos.Brasil, 2010.
Dados Epidemiológicos
Dados Epidemiológicos
Dados Epidemiológicos
Dados demográficos

Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)


apontaram que, em 2010, o número total de consultas médicas
para homens entre 20 e 59 anos de idade apresentado ao gestor
do SUS e registrado no sistema foi de 3.217.197, o que resulta
numa média de 0,06 consulta/homem/ano.
Dados demográficos
Masculinidades e Gênero
• Masculinidades: termo utilizado para contemplar as formas de
representar o masculino – varia de acordo com o contexto cultural e
época;
• Atenção aos estereótipos de gênero;
• Saúde do homem indígena – diversidade de etnias e contexto.
• É importante desenvolver competência cultural para identificar a
identidade de gênero de cada comunidade indígena.
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e
Cuidado
PolíAca Nacional de Atenção Integral da
Saúde do Homem (PNAISH)
• Porque é histórico o desconhecimento sobre as peculiaridades de ser homem
na sociedade;

• Porque os homens morrem entre 5 a 7 anos mais cedo que as mulheres em


diferentes culturas, com diferentes sistemas de saúde disponíveis;

• Porque, na sua maioria, tais mortes são evitáveis à medida que costumam
estar relacionadas a comportamentos adotados por corresponderem a
estereótipo tradicional de masculinidade.
PolíAca Nacional de Atenção Integral da
Saúde do Homem (PNAISH)
A PolíBca Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH) tem como
diretriz promover ações de saúde que contribuam significaBvamente para a
compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos
socioculturais e políBco-econômicos, respeitando os diferentes níveis de
desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e Bpos de gestão de
Estados e Municípios.

Obje<vo geral: ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta (20 a 59


anos) do Brasil aos serviços de saúde.
Plano de Ação da PNAISH
• Elaborar estratégias que visem aumentar a demanda dos homens aos serviços
de saúde.
• Sensibilizar os homens e suas famílias, incentivando o autocuidado e hábitos
saudáveis, através de ações de informação, educação e comunicação.
• Associar as ações governamentais com as da sociedade civil organizada, a fim de
efetivar a atenção integral à saúde do homem.
• Fortalecer a atenção básica e melhorar o atendimento, a qualidade e a
resolubilidade dos serviços de saúde.
Plano de ação da PNAISH
• Desenvolver estratégias de educação permanente dos trabalhadores do SUS.

• Avaliar e oferecer recursos humanos, equipamentos e insumos (incluindo


medicamentos) para garantir a adequada atenção à população masculina.

• Analisar de forma articulada com as demais áreas técnicas do MS os sistemas


de informação.

• Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a melhoria das ações


através do monitoramento da Política.
PNAISH – eixos temáAcos
• Acesso e Acolhimento

• Saúde Sexual e Saúde ReproduBva

• Paternidade e Cuidado

• Doenças prevalentes na população masculina

• Prevenção de Violências e Acidentes


Barreiras de acesso dos homens aos serviços
de saúde
• EstereóBpos de gênero;
• O pensamento mágico;
• Medo que descubra doenças;
• O papel de provedor;
• O papel de “cuidar”;
• Barreiras Socioculturais;

.
Barreiras de acesso dos homens aos serviços
de saúde
• Estratégias InsBtucionais de comunicação não privilegiam os homens;
• Inadequação dos serviços de saúde:
a) Horários de funcionamento
b) Dificuldades de acesso
c) Presença de mulher no exame do toque retal

.
Eixos temáAcos
• Acesso e Acolhimento:

Objetiva reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva, na


qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços
masculinos e, por sua vez, os serviços reconheçam os homens como sujeitos
que necessitam de cuidados.
Acesso e Acolhimento
• Acesso e Acolhimento:
Acesso e Acolhimento
Eixos temáticos
• Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva:

Busca sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em


geral para reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e
reproduYvos, os envolvendo nas ações voltadas a esse fim e
implementando estratégias para aproximá-los desta temáYca.
Saúde Sexual e Saúde ReproduAva
Eixos temáAcos
• Paternidade e Cuidado:

ObjeBva sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em geral


sobre os benedcios do envolvimento aBvo dos homens com em todas as fases
da gestação e nas ações de cuidado com seus filhos, destacando como esta
parBcipação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos
saudáveis entre crianças, homens e suas parceiras.
Paternidade e Cuidado
Desafios

• Envolver e engajar os homens nas tarefas de cuidado (referentes ao cuidado


com as crianças e cuidado de outros nas configurações familiares) -
empoderamento dos homens e das mulheres, maior equidade de gênero e
distribuição dos papéis
• Inserir o homem na lógica dos serviços e na ESF/AB, no pré-natal, parto e
puerpério – conexão, afeto e vínculo
• Compreender o “cuidar” não apenas como uma qualidade feminina –
todos ganham
Eixos temáticos
Situações prevalentes na população masculina

Busca fortalecer a assistência básica no cuidado à saúde dos homens,


facilitando e garanYndo o acesso e a qualidade da atenção
necessária ao enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos
agravos à saúde.
Eixos temáAcos
Prevenção de Violências e Acidentes

Visa propor e/ou desenvolver ações que chamem atenção para a


grave e contundente relação entre a população masculina e as
violências (em especial a violência urbana) e acidentes,
sensibilizando a população em geral e os profissionais de saúde
sobre o tema.
Situações prevalentes na população masculina
Câncer de próstata:
causas, sintomas, tratamentos e prevenção
Causas ainda desconhecidas, relacionadas com:

• Idade (quanto mais velho maior a probabilidade),


• Hormônio (testosterona),
• Histórico familiar,
• Raça (maior incidência no homem negro),
• Alimentação (dieta rica em gorduras e pobre em vegetais e frutas baixam as
defesas do corpo contra o câncer, o Japão tem menos registros).
Câncer de próstata:
causas, sintomas, tratamentos e prevenção
Impacto
provocado pelo
câncer de
próstata e pelo
tratamento na
vida dos
homens
Câncer de próstata:
causas, sintomas, tratamentos e prevenção
Como prevenir? Sinais e sintomas:
• Ter uma alimentação • Dificuldade de urinar;
saudável. • Demora em começar e
• Manter o peso terminar de urinar;
corporal adequado. • Sangue na urina;
• Praticar atividade física. • Diminuição do jato de urina;
• Não fumar. • Necessidade de urinar mais
• Evitar o consumo de vezes durante o dia ou à noite.
bebidas alcoólicas.
Câncer de próstata: Investigação

• Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata,


introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame
permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.

• Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quanBdade de uma proteína


produzida pela próstata - Ankgeno ProstáBco Específico (PSA). Níveis altos dessa
proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.
Câncer de próstata: Sinais de alerta
Câncer de próstata: DiagnósAco e tratamento
Câncer de próstata: Estadiamento

• Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo
protegido por uma luva lubrificada no
reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.

• Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quanMdade


de uma proteína produzida pela próstata - AnQgeno ProstáMco Específico
(PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da
próstata.
Incidência de câncer entre os homens
Mortalidade de câncer entre os homens
Alcoolismo
• Alcoolismo afeta cerca de 5% das mulheres e 15% dos homens na
população brasileira acima de 15 anos de idade e na maioria dos
países ocidentais.

• Prevalência de consumo abusivo de álcool é 13,7% superior entre


os homens em relação às mulheres.

• Impacto na saúde, vida social, relações familiares.


Tabagismo
No Brasil
Acidentes e violência
Acidentes e violência
Acidentes e violência
Acidentes e violência
Acidentes e violência
• A incidência anual de acidentes de trabalho foi estimada em
5,80%, discretamente maior entre os homens (6,05%) do que
entre as mulheres (5,53%).

• A incidência de acidentes de trânsito é maior no sexo masculino e


está associada ao abuso de álcool, excesso de velocidade e fatores
externos (barreiras na pista, chuva, engarrafamento).
Acidentes e violência

A prevalência de violência entre os homens tem relação com a


concepção de masculinidade?
Abordagem à saúde do homem na aps
• Novembro é o mês de conscienYzação sobre os cuidados integrais
com a saúde do homem. Saúde mental, infecções sexualmente
transmissíveis, doenças crônicas (diabetes, hipertensão) entre outros
pontos devem ser sempre observados pela população masculina.

• Todos os anos, nesse período, 21 países, incluindo o Brasil, preparam


campanhas sobre prevenção e diagnósYco do câncer de próstata,
além de levar informações sobre a prevenção e promoção aos
cuidados integrais com o cuidado da saúde masculina.
• Medida da Pressão arterial;
• Hemograma completo;
• EAS / urina tipo 1;
• Teste de glicemia;
• Atualização da carteira vacinal;
• Verificação da circunferência abdominal;
• Calcular IMC.
Uso de álcool e outras drogas
A prevalência do uso de álccol na população brasileira é de 21,3%
maior entre os homens que entre as mulheres.

Um em cada 4 homens que fazem uso de álcool se tornam


dependentes, ao passo que uma em cada 10 mulheres usuárias de
álcool se torna dependente.

Os homens são maioria entre os usuários de solventes (10,3% x


3,3%). Prevalência geral de menos de 1% da população.
Materiais complementares

hlps://www.youtube.com/watch?v=o-wJowEwGx0
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Homem: princípios e diretrizes. Brasília: MS, 2009. Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html>

DUARTE, M. D. G. et al. Entendendo a prevalência de vítimas do sexo masculino em acidentes automobilísticos.. In: Anais da III Jornada Nacional de urgência e
emergência LAUEC. Anais...Manaus(AM) Evento Online, 2022. Disponível em: <https//www.even3.com.br/anais/IIIJORNADA2022/513205-ENTENDENDO-A-
PREVALENCIA-DE-VITIMAS-DO-SEXO-MASCULINO-EM-ACIDENTES-AUTOMOBILISTICOS>

FIOCRUZ. Painel de Indicadores de Saúde – Pesquisa Nacional de Saúde. Disponível em https://www.pns.icict.fiocruz.br/painel-de-indicadores-mobile-desktop/

GARCIA, L. P.; FREITAS, L. R. S. Consumo abusivo de álcool no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 24, n.
2, p. 227-237, jun. 2015. Disponível em: <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742015000200005&lng=pt&nrm=iso>.

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2019,
2388 p.

SANTANA, V. et al. Acidentes de trabalho não fatais: diferenças de gênero e tipo de contrato de trabalho. Cadernos De Saúde Pública, v. 19, n. 2, p. 481–493, 2003.
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000200015

SIMÃO, M. O. Mulheres e homens alcoolistas: um estudo comparativo de fatores sociais, familiares e de evolução. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 4, n.
7, p. 147–148, 2000. https://doi.org/10.1590/S1414-32832000000200018
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Saúde do Adulto -
Rastreamento
Rastreamento

Aplicação de testes em pessoas assintomáYcas (em uma população


definida) com o objeYvo de selecionar indíviduos para intervenções
cujo o objeYvo cujo benelcio potencial seja maior que o dano
potencial. Assim, pretende-se reduzir a morbimortalidade atribuída à
condição a ser rastreada.
Rastreamento
• Realizar rastreamentos com evidência, na população alvo.

• Cuidado: “Eu quero ter segurança de que eu não vou ter uma
doença, aí eu faço algo que pode não reduzir a minha chance de ter
a doença, mas está me dando a sensação de que eu estou mais
seguro.”
Rastreamento – alguns princípios
• Doença frequente e com importância clínica, com uma fase pré-
clínica conhecida
• Teste de rastreamento deve ser capaz de identificar a doença na
fase pré-clínica, com baixos índices de falso-negativos e falso-
positivos
• Teste deve ter baixo custo
• A doença deve ter tratamento efetivo
• A história natural da doença deve se traduzir em redução de
mortalidade na população rastreada
• O tratamento não deve ser pior que a doença
Rastreamento - testes
• Confiabilidade: capacidade de um teste ser reprodukvel, ou seja, produzir
resultados consistentes quando realizado várias vezes sob as mesmas condições

• Validade ou acurácia: representa a proporção de acertos e erros de um teste,


ou seja, o quanto os resultados representam a verdade ou se afastam dela.
Rastreamento
Validade
• Sensibilidade: probabilidade de um teste ser posiBvo na presença da doença
• Especificidade: probabilidade de um teste ser negaBvo na ausência da doença

Um bom teste de rastreamento é altamente sensível.


Rastreamento
• Sensibilidade: é a capacidade de um exame ser positivo quando testado entre as
pessoas previamente doentes (verdadeiros positivos).

• Um teste com sensibilidade de 90% significa que 10% dos casos serão falsos
negativos (pessoas com a patologia, porém com exame negativo).

• Um exame com grande sensibilidade é importante para detectar o maior


número possível de indivíduos com a patologia.

• Um exame altamente sensível, quando negativo, descarta a patologia rastreada.


Rastreamento
• A especificidade é a capacidade de um exame ser negativo quando testado
entre as pessoas previamente sadias (verdadeiros negativos).

• Especificidade de 90% significa que 10% dos casos serão falsos-positivos


(exames positivos sem a patologia presente).

• Um exame com grande especificidade é importante para excluir dos


resultados positivos as pessoas saudáveis.

• Um exame altamente específico quando positivo é útil para confirmar a


patologia rastreada.
Rastreamento
• Especificidade e sensibilidade nunca são 100%.

• Há sempre margem de erro.

• Rastreamento = peneiramento.

• Rastrear é diferente de diagnosNcar.

• Aplicar testes de rastreamento significa apenas a fase inicial de peneiramento


de um grupo populacional que deverá ser submeNdo a outras etapas.
Rastreamento

Fonte: adaptado de UK Na.onal Screaning Comitee (2016, p.5)


Rastreamento - a OMS classifica em dois 4pos:
oportunís4co e organizado
Rastreamento
• DiagnósBco precoce x DiagnósBco oportuno.
• DiagnósBco oportuno implica uma abordagem mais centrada na pessoa, no seu
cuidado ao longo do tempo, visando benedcios e evitando danos.
• O processo de diagnósBco é uma ponderação de muitos fatores diferentes,
variando entre pacientes e dependendo das suas singularidades.
• Frequentemente o diagnósBco não é um evento único, mas um processo em
evolução, que deve viabilizar diagnose no momento certo para o paciente em
parBcular em circunstâncias específicas.
Rastreamento e níveis de prevenção
Rastreamento e níveis de prevenção
• Os incidentalomas – diagnósBcos derivados dos achados casuais, sobretudo em
exames de imagem de alta resolução, que em aproximadamente 80% das vezes
não têm consequências clínicas;
• Os sobrediagnósBcos – diagnósBcos corretos de doenças (inclusive câncer) que
não teriam repercussão na vida da pessoa, mas que geram tratamentos, devido
à impossibilidade de disBnção entre casos que evoluiriam para uma doença
clinicamente manifesta e aqueles que permaneceriam em estado de “latência”.
Rastreamento e níveis de prevenção
• Tais exemplos, cada vez mais comuns, são potenciais geradores de significaBvos
danos iatrogênicos e de medicalização excessiva, devido às suas múlBplas
cascatas de intervenções. Eles demandam fortemente P4.
• Como os rastreamentos são ações aplicadas em pessoas assintomáBcas, é
necessário que haja um controle de qualidade de cada uma das etapas devido
aos potenciais danos dos falsos posiBvos, falsos negaBvos e dos seguimentos
das situações de indeterminação, tais como ASCUS, BIRADS III, hipoBreoidismo
subclínico, intolerância à glicose etc.
Níveis de prevenção
Recomendações para rastreamentos
Rastreamento - recomendações
• Tabagismo – população geral
• Atividade fisica – população geral
• Hábitos alimentares – população geral
• Uso prejudicial de álcool – população geral
• Controle de peso – população geral
Detecção precoce do câncer
Detecção precoce do câncer

Para detecção precoce do câncer é necessário conhecer o


comportamento da doença que se deseja rastrear e as características
do teste de rastreamento.
Rastreamento Câncer de Pulmão

Recomenda-se rastreamento de câncer de pulmão com Tomografia


Computadorizada de Tórax anual em adultos entre 50 e 80 anos que
tenham história de consumo de tabaco de 20 maços/ano e fumam
atualmente ou cessaram nos úlYmos 15 anos.

USPSTF, 2022
Rastreamento de
câncer de próstata
Quais os riscos de não rastrear câncer
de próstata?

Entre os homens que foram


rastreados com PSA, o risco de morrer
de câncer de próstata foi de 5 em
1000

Entre os homens que não foram


rastreados com PSA, o risco de morrer
de câncer de próstata foi de 6 em
1000
Canadian Task Force, 2023
Rastreamento de
câncer de próstata
Complicações do tratamento de câncer de
próstata:

• 114-214 homens terão complicações como


infecções, cirurgias adicionais e transfusão
sanguínea.
• 127-442 terão disfunção eréBl crônica.
• Mais de 178 terão inconBnência urinária.
• 4 a 5 vão morrer de complicações do
tratamento para o cancer.
Canadian Task Force, 2014
Rastreamento de câncer de colo uterino
Mulheres dos 25 aos 64 anos que tenham iniciado vida sexual em
algum momento da vida.

Periodicidade do Papanicolau:
• Dois exames com intervalo anual.
• Após dois exames anuais normais, realiza se somente um exame a cada três
anos.
• Mulheres > 64 anos que nunca fizeram o exame: dois exames com intervalo de
1 a 3 anos DUNCAN, 2022
Rastreamento de câncer de mama

População alvo Periodicidade dos exames de


rastreamento
Mulheres de 40 aos 49 anos ECM anual e, se estiver alterado,
mamografia
Mulheres de 50 aos 69 anos ECM anual e mamografia bianual

Mulheres de 35 anos ou mais e risco ECM e mamografia anuais


elevado
BRASIL, 2010
Rastreamento de câncer de cólon
• No mundo é a segunda maior causa de morte por câncer entre os
homens e a terceira entre as mulheres .

• Fatores de risco para câncer colorretal:


• Câncer colorretal ou pólipo adenomatoso.
• Doença inflamatória intestinal.
• Sinais e sintomas de câncer colorretal.
• Adultos com síndromes hereditárias que predispõem câncer colorretal.

Canadian Task Force, 2016


Rastreamento de câncer de cólon
Esta ferramenta fornece orientação para profissionais da APS sobre diferentes testes de
triagem, intervalos de triagem e idades recomendadas para iniciar e parar a triagem.

Idade Triagem? Intensidade de recomendação Teste

<50 Não sugerimos triagem


Pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSO) a cada 2 anos OU
50-59 sim fraca
sigmoidoscopia flexível a cada 10 anos.
PSO a cada 2 anos OU sigmoidoscopia flexível a cada 10
60-74 sim forte
anos.
Se o paciente estiver interessado na triagem, discuta opções
75+ não fraca e o ajude a tomar uma decisão baseada na sua qualidade de
vida, valores e preferências.

Uma recomendação forte significa que a maioria dos indivíduos serão melhor atendidos pela medida de ação recomendadaˑ

Uma recomendação fraca significa que muitos dos indivíduos gostaria da medida de ação recomendada, porém muitos não
gostariam. Profissionais de cuidados primários devem discutir os danos potenciais e os benefícios da triagem com seus pacientes.
Jama, 2021; Canadian Task Force, 2016
Risco cardiovascular: rastreamento de HAS
• Recomenda-se triagem para hipertensão em adultos com 18 anos ou
mais com medição da pressão arterial no consultório.
• Anual em adultos com 40 anos ou mais e em adultos com risco aumentado
para HAS (como pessoas negras, com pressão arterial normal alta ou com
sobrepeso/obesidade).
• A cada 3-5 anos para adultos de 18 a 39 anos baixo risco para HAS e com
medida prévia de pressão arterial normal.
• Recomendam-se medições de pressão arterial fora do ambiente
clínico para confirmação diagnóstica antes de iniciar o tratamento.
USPSTF, 2021
Risco cardiovascular: rastreamento de
Diabetes

• Em adultos assintomáticos, recomenda-se triagem para pré-


diabetes e diabetes tipo 2 em adultos de 35 a 70 anos com
sobrepeso ou obesidade.

• Sugere-se oferecer ou encaminhar pacientes com pré-diabetes para


intervenções preventivas eficazes.

USPSTF, 2022
Risco cardiovascular: uso de estatina
• Recomenda-se esta,na para prevenção primária de DCV para adultos de 40 a 75
anos com 1 ou mais fatores de risco de DCV (dislipidemia, diabetes, hipertensão ou
tabagismo) e um risco es,mado de DCV em 10 anos 10% ou mais. (recomendação B)

• Recomenda-se esta,na para a prevenção primária de DCV para adultos de 40 a 75


anos que tenham 1 ou mais desses fatores de risco de DCV e um risco es,mado de
DCV em 10 anos de 7,5% a 10%.A probabilidade de beneJcio é menor neste grupo
do que em pessoas com um risco de 10 anos de 10% ou maior. (recomendação C)

• A evidência atual é insuficiente para avaliar o equilíbrio de beneJcios e maleJcios de


iniciar uma esta,na para a prevenção primária de eventos cardiovasculares e
mortalidade em adultos com 76 anos ou mais. USPSTF, 2022
Prevenção de fratura patológica
• Rastreamento entre mulheres de mais de 65 anos, centrada no
comparBlhamento da decisão entre a mulher e seu médico.

• As mulheres devem ser informadas dos riscos e apoiadas em suas decisões para
posterior rastreamento, diagnósBco e tratamento.

• Rastreamento é contraindicado em mulheres abaixo de 65 anos e entre homens.

• Use o FRAX para apoiar sua conduta.

Canadian Task Force, 2023


Prevenção de fratura patológica – calculadora FRAX

Canadian Task Force, 2023


Prevenção de fratura patológica – calculadora FRAX

Canadian Task Force, 2023


Disfunção tireoidiana

• Contraindica-se rastreamento para disfunção tireoidiana em adultos maiores


de 18 anos, assintomáticos.
• Essa recomendação não se aplica para gestantes, pessoas com história de
cirurgia ou doença de tireóide, indivíduos em uso de medicações tireotóxicas
(lítio, amiodarona), radioterapia em tireóide ou região cervical prévia, doença
de hipotálamo ou pituitária.

Canadian Task Force, 2023


Recomendações de leitura
• United States Preventive Services Task Force (USPSTF):
https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/

• Canadian Task Force (CTF): http://canadiantaskforce.ca/

• National Institute for Health and Care Excellence (NICE):


https://www.nice.org.uk/

• Colaboração Cochrane, que tem um endereço brasileiro:


http://brazil.cochrane.org/
Material complementar
• https://www.buzzsprout.com/1815691/12783159-how-to-prevent-
fragility-fractures-a-guideline-for-family-doctors

• https://canadiantaskforce.ca/tools-resources/videos/
Referências
BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol., v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento. Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 95 p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf

NICE - National Institute for Health and Care Excellence. Cardiovascular disease: risk assessment and reduction, including lipid modification. Clinical guideline [CG181]. 2014.
Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/cg181.

ELSAYED, N.A. et al., American Diabetes Association. 2. Classification and diagnosis of diabetes: Standards of Care in Diabetes—2023. Diabetes Care, v. 46, n. 1, p. 19-40,
2023.

ELSAYED, N.A. et al., American Diabetes Association. 1. Improving care and promoting health in populations: Standards of Care in Diabetes—2023. Diabetes Care, v. 46,
n. 1, p. 10-18, 2023.
Força-Tarefa Canadense sobre Cuidados Preventivos de Saúde. CMAJ, v. 188, n.5, p. 340-348, 2016. Disponível em: https://www.cmaj.ca/content/188/5/340. Acesso
em: 12/05/2023
Força-Tarefa Canadense sobre Cuidados Preventivos de Saúde. Rastreamento do câncer de mama para mulheres sem risco aumentado. 2020. Disponível em:
https://canadiantaskforce.ca/tools-resources/breast-cancer-update/
Força-Tarefa Canadense sobre Cuidados Preventivos de Saúde. Rastreamento do Câncer Colorretal. 2016. Disponível em: https://canadiantaskforce.ca/wp-
content/uploads/2016/05/ctfphccolorectal-cancerpatient-faqfinal-updated160222.pdf.
US Preventive Services Task Force. Screening for Colorectal Cancer: US Preventive Services Task Force Recommendation Statement. JAMA, v. 325, n. 19, 2021. Disponível
em: https://www.uptodate.com/contents/tests-for-screening-for-colorectal-cancer/abstract/56
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Saúde da Pessoa Idosa


Envelhecimento populacional brasileiro
• A prevalência de brasileiros com
idade > 65 anos aumentará de 7,4%
em 2015 para 20% em 2030 e para
26,7% em 2060 (OMS).

• Pessoas com 60 anos ou mais de


idade passou de 11,3% em 2012
para 14,7% da população em 2021,
com razão de sexos de 78,8 homens
para cada 100 mulheres nessa faixa
etária. (IBGE, 2022)
Envelhecimento populacional brasileiro

• Make Health Last. What will your


last 10 years look like?, 2013. The
Canada Heart and Stroke
Foundation.
• (Faça sua saúde durar. Como serão
os seus últimos 10 anos de vida?)
• https://www.youtube.com/watch?v
=mlY8HFqxRdQ
Envelhecimento populacional brasileiro
• Maior carga de doenças crônicas e incapacidades funcionais, com
surgimento de novas demandas e o uso mais intensivo dos serviços de
saúde.
• Doenças mais frequentes, porém nem sempre estão associadas à
dependência funcional.
• Envelhecimento X Incapacidades e Dependência
• Envelhecimento = maior vulnerabilidade.
• Conceito de saúde no idoso: presença de doenças ou idade avançada X
ausência de saúde. (MORAES, 2018)
Envelhecimento populacional brasileiro

• A idade e as doenças crônico-degenerativas elevam o risco de


disfunções e incapacidades.

• A redução dos fatores de risco para doenças crônicas, irá


prevenir mais de 70% dos problemas de saúde, incluindo as
incapacidades.

• Mais de 80% dos gastos em saúde são atribuídos às


doenças crônicas. (MORAES, 2018)
Promover o envelhecimento saudável

Envelhecimento saudável previne,


posterga e minimiza a severidade manter estilo de vida ativo
das doenças crônicas e das
alimentar saudavelmente
incapacidades na velhice,
mantendo a autonomia, manter conexão social
independência e sociabilidade e,
eliminar tabagismo
consequentemente reduzindo a
pressão sobre o sistema de saúde.

(BRASIL, 2007)
Promover o envelhecimento saudável

• Trabalho em grupos com a pessoa idosa.

• Grupos de convivência, de atividade física, etc.

• Promoção de saúde: cessação do tabagismo, etilismo, promoção


de atividade física, orientações para alimentação saudável,
imunização, atividades de lazer e social.
(BRASIL, 2007)
Imunização no Idoso

(BRASIL, 2022)
Regra de ouro da alimentação saudável
Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente
processados e preparações culinárias a alimentos
ultraprocessados.
(BRASIL, 2007)
Promover atividade física, atividades de lazer
e social
Aspectos culturais
• Diferenças culturais dos povos
indígenas.
• Sábios - Transmissão de conhecimentos
e aspectos espirituais.
• Memórias, histórias.
• Educadores.
• Preservação e divulgação do
etnoconhecimento.
• Anciãos – muito voltados para dentro
da comunidade.
(ARAÚJO REIS, 2007; RISSARDO, 2014 )
Saúde da pessoa idosa

Define-se saúde como uma medida da capacidade individual de


realização de aspirações e da satisfação das necessidades,
independentemente da idade ou da presença de doenças.

(MORAES E LANNA, 2014)


Avaliação multidimensional da pessoa idosa

Incapacidades Deficiências
Comorbidades

Declínio funcional
Idade: 80 anos Idade: 80 anos
Idade X Funcionalidade
Idade: NÃO é um bom marcador de declínio funcional
Funcionalidade: bom marcador de vitalidade (MORAES, 2018)
Capacidade Funcional
• Envelhecer sem nenhuma doença crônica é mais uma exceção do que a regra
(Veras, 2012).
• Novo indicador de saúde = a CAPACIDADE FUNCIONAL.
• Saúde = Funcionalidade global do indivíduo -> a capacidade de gerir a própria
vida ou cuidar de si mesmo.
• A pessoa é considerada saudável quando é capaz de realizar suas atividades
sozinha, de forma plena, mesmo que seja muito idosa ou portadora de
doenças (Moraes, 2012).
• Diagnóstico clínico X capacidade funcional
• População heterogênea (MORAES, 2018)
Capacidade Funcional
•Bem-estar e funcionalidade são complementares.

•Presença de:
• Autonomia (capacidade individual de decisão e comando sobre as
ações, estabelecendo e seguindo as próprias convicções) e;
• Independência (capacidade de realizar algo com os próprios meios)

• Permitindo que o indivíduo cuide de si e de sua vida.


(MORAES, 2018)
Capacidade Funcional – Domínios:

• Cognição: é a capacidade mental de compreender e resolver


adequadamente os problemas do cotidiano;

• Comunicação: é a capacidade de estabelecer um relacionamento


produtivo com o meio, trocar informações, manifestar desejos, ideias e
sentimentos. Depende de três subsistemas funcionais: visão, audição e
produção/motricidade orofacial. Esta última é representada pela voz, fala
e mastigação/deglutição;

(MORAES, 2018)
Capacidade Funcional – Domínios:
• Humor/Comportamento: é a motivação necessária para a realização das
atividades e/ ou participação social. Inclui também o comportamento do
indivíduo, que é afetado pelas outras funções mentais, como senso-percepção,
pensamento e consciência;
• Mobilidade: é a capacidade individual de deslocamento e de manipulação do
meio. Por sua vez, a mobilidade depende de quatro subsistemas funcionais: a
capacidade aeróbica e muscular (massa e função), o alcance/preensão/pinça
(membros superiores) e a marcha/ postura/transferência. A continência
esfincteriana é também considerada um subdomínio da mobilidade, pois a sua
ausência (incontinência esfincteriana) é capaz de interferir na mobilidade e
restringir a participação social do indivíduo. (MORAES, 2018)
(MORAES, 2018)
Avaliação multidimensional da pessoa idosa
– IVCF-20
Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional - IVCF-20

• Primeiro instrumento brasileiro para rastreio da pessoa idosa com fragilidade


(idoso em risco de fragilização e idoso frágil) na APS.

• Ênfase na identificação do idoso de risco e orientações capazes de reservar ou


recuperar sua independência e autonomia.
• Simples e de rápida aplicação: Considerado uma metodologia de Avaliação
Geriátrica Ampla utilizável por qualquer profissional de saúde ou familiares.
(MORAES, 2016)
IVCF-20

(MORAES, 2018)
IVCF-20

(MORAES, 2018)
Índice De Vulnerabilidade Clínico-funcional-
20 (IVCF-20)
(MORAES, 2018)

(MORAES, 2018)
Síntese do resultado do (IVCF-20)

Auto
Percepção
de Saúde

(MORAES, 2018)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa
• Funcionalidade global. • Comunicação (visão/ audição/
• Cognição/memória. produção e motricidade
orofacial).
• Humor/comportamento.
• Sistemas fisiológicos.
• Mobilidade (alcance, preensão
e pinça/ postura, marcha e • História pregressa.
transferência/ continência • Contexto (avaliação
esfincteriana). sociofamiliar, do cuidador,
• Medicamentos. ambiental).
(MORAES, 2018)
FUNCIONALIDADE
Atividades de Vida Diária
ESCALA DE LAWTON-BRODY

Atividades de Vida Diária


BÁSICAS ESCALA DE KATZ
(MORAES, 2018)
(MORAES, 2018)
Avaliação multidimensional da pessoa idosa

• Estado mental: cognição e memória

• Perguntar à família e ao paciente: dificuldade de memória ou


esquecimento.
• Solicitar à pessoa idosa que repita o nome dos objetos e, após 3 minutos,
pedir que os repita.
• Se for incapaz de fazê-lo, aplicar o Mini Exame do Estado Mental (teste
cognitivo).
(MORAES, 2018)
(MORAES, 2018)
(MORAES, 2018)
Interpretação do MEEM

Se exame alterado, prosseguir com investigação de demência.


(MORAES, 2018)
Avaliação multidimensional da pessoa idosa
– HUMOR
• HUMOR:

• Perguntar ao paciente se ele se


sente triste ou desanimado
frequentemente.
• Se positivo, aplicar escala de
depressão geriátrica (GDS-15).

(MORAES, 2018)
GDS
Interpretação:
GDS-5 ≥ 2
GDS-15 ≥ 6

•Suspeita de distúrbio do humor

(BRASIL, 2007)
Avaliação multidimensional da pessoa idosa
– MOBILIDADE
•Perguntar sobre QUEDAS
no último ano:
• => Frequência
• => Circunstâncias

Associadas a alto índice de


morbimortalidade, redução da
capacidade funcional e
institucionalização precoce
(BRASIL, 2007)
IDOSO COM QUEDAS DE REPETIÇÃO
(≥ 2 quedas no último ano)

Avaliar fatores de risco: Triagem Avaliar segurança ambiental


• fraqueza muscular; Timed Up and Go • Escala Ambiental do Risco de Quedas
• déficit visual;
• limitação da mobilidade por doença músculo-esquelética;
• incapacidade cognitiva: demência ou depressão;
• presença de hipotensão ortostática;
• comprometimento em AVD;
• uso de medicamentos relacionados a quedas.

< 10 segundos 10 a 20 segundos 20 segundos


Baixa probabilidade de alteração de Realizar avaliação qualitativa da Alta probabilidade de alteração de marcha e
marcha e equilíbrio marcha (Get Up and Go Test) equilíbrio contribuindo para queda

MARCHA NORMAL MARCHA ANORMAL

Tonteira / Vertigem Crise de queda: “drop attack” Alteração de marcha/equilíbrio:


• Marcha típica: causa única.
• Ausência de padrão típico de marcha: provável
VPPB: Manobra de Epley Exame clínico e pesquisa de etiologia multifatorial
hipotensão ortostática

Holter 24 horas
Vertigem com manobra de Dix-Hallpike negativa
• Procurar causas metabólicas ECG e Ecodopplercardiograma
• Encaminhar para avaliação com ORL Excluir cardiopatia estrutural Tilt Table Test
Fazer avaliação ambiental – visita domiciliar:

• Presença de escadas?
• Pisos deslizantes?
• Tapetes?
• Iluminação adequada?
• Corrimão no banheiro?
• Uso de chinelos?

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Mobilidade

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Mobilidade

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Mobilidade

• Incontinência urinária:

• Perguntar: “Você já perdeu urina


ou sentiu-se molhado?”
• Uso de fraldas geriátricas

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Nutrição

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Nutrição
Causas frequentes de anorexia e perda de peso em idosos:

• Constipação;
• Pobreza; • Alcoolismo;
• Isolamento social; • Uso de medicamentos;
• Depressão; • Problemas dentários;
• Demência; • Xerostomia;
• Dor; • Diminuição do paladar;
• Imobilidade; • Alterações no reconhecimento de
• Refluxo fome e sede.
gastroesofágico;
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Comunicação
A possibilidade de estabelecer um relacionamento produtivo com o meio,
trocar informações, manifestar desejos, idéias, sentimentos está
intimamente relacionada à habilidade de se comunicar. É através dela que
o indivíduo compreende e expressa seu mundo.

VISÃO AUDIÇÃO FALA

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Comunicação Você tem problema para ler, dirigir
ou dificuldade para enxergar?

Sim Não

Aplicar
Teste de Jaeguer e VISÃO
Teste de Snellen

Normal

Alterado

Encaminhar ao
oftalmologista

(BRASIL, 2007)
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa -
Comunicação Aplicar
teste do sussuro

Normal Alterado

Reavaliação Fazer
anual Otoscopia

Cerume

AUDIÇÃO Fazer lavagem


dos ouvidos e reavaliar

Normal

solicitar
(BRASIL, 2007) audiometria
Medicamentos e Risco de Polifarmácia

Cerca de 30% dos pacientes idosos empregam 5 ou mais


medicamentos por dia, o que corresponde a polifarmácia.

COLATERAL. Porta dos fundos, 2015


https://www.youtube.com/watch?v=c2Vf1MbO2BU

(MORAES, 2018)
Promover a prevenção quaternária - combate ao
sobrediagnóstico e ao sobretratamento

Comorbidades

Atendimento por diferentes profissionais

Duplicação e interação medicamentosa

Latrogenia (GUSSO E LOPES, 2018)

MÉDICO DE FAMÍLIA: coordenação da assistência, manejo do paciente,


revisão regular da medicação, contribuir com a equipe no apoio à família.
Promover a prevenção quaternária - combate ao
sobrediagnóstico e ao sobretratamento
“Medicalização” da velhice leva a Polifarmácia

• Excesso de medicamentos.
• Interação medicamentosa.
• Dosagem excessiva, ou
insuficiente.
• Fragilidade metabólica: fígado
e rim Dificuldades de acesso.
• Dificuldades na administração.
(MORAES, 2018)
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur
“DA
IDADE”
Cuidado com a Cascata Iatrogênica

Pseudo-hipertensão
Nifedipina®
Tontura
“Labirintite”
Stugeron®
Parkinsonismo
Levodopa®
Confusão mental
Queda
Fratura de fêmur

“Da idade"
(Des)Prescrição

• “Mais de 90% dos pacientes estão disposto a interromper o uso de


algum medicamento se seus médicos disserem que isso é
possível”. .
• A desprescrição é o processo planejado e supervisionado de
redução da dose ou interrupção de medicamentos que possam
estar causando danos ou que não sejam mais benéficos.
• A desprescrição faz parte de uma boa prescrição - recuar quando
as doses são muito altas ou interromper medicamentos que não
são mais necessários.
(REEVE et al, 2018)
(Des)Prescrição
• No Brasil, ainda não há uma lista de critérios nacionais.
• Vários estudos demonstraram a importância da implantação dos
critérios de Beers e STOPP/START em hospitais e ambulatórios
• A lista de Beers é mais utilizada no momento da prescrição para
prevenir e evitar os medicamentos inapropriados.
• Os critérios STOPP/START são mais úteis no rastreio, com a
finalidade de detectar possíveis erros na prescrição e se há omissão
de medicamentos
(Des)Prescrição
• Ferramenta para tomada de decisão compartilhada para a
desprescrição. Exemplos:
• 1- Inibidor da bomba de prótons:
• https://deprescribing.org/wp-content/uploads/2017/10/PPI-Consult-PtDA-Oct-
11-v2-wt.pdf
• 2- Benzodiazepínicos:
• https://deprescribing.org/wp-
content/uploads/2019/03/deprescribing_algorithms2019_BZRA_vf-locked.pdf
(Des)Prescrição
• STOPP (Screening Tool of Older Persons’ Prescription)
• identificação de prescrições dos medicamentos potencialmente inapropriados,
com foco nos medicamentos que podem causar interações e análise das
prescrições com duplicidade terapêutica.
• START (Screening Tool to Alert to Right Treatment)
• detecta os medicamentos potencialmente omissos (MPO), ou seja,
fármacos que deveriam ter sido prescritos aos idosos e não foram.
• Lista de Beers – Atualizada em 2019 pela Sociedade Americana de
Geriatria.
(Des)Prescrição
Avaliação Multidimensional da pessoa idosa
– Suporte Social
• Identificar os cuidadores (familiares, vizinhos, amigos,
profissionais que apoiam o idoso) e o suporte social de que
poderia dispor ou dispõe:

• Alguém poderia ajuda-lo caso você fique doente ou incapacitado?


Quem?
• Quem seria capaz de tomar decisões de saúde por você caso não
seja capaz de fazê-lo?

• Anotar nome, endereço, telefone no prontuário do paciente.


(MORAES, 2018)
Avaliação Multidimensional da pessoa idosa
– Cuidar do Cuidador
•Cuidador é a pessoa que presta cuidados à pessoa idosa.
•Frequentemente esse papel é exercido por uma só pessoa.

• Papel da equipe da ESF:


• Apoio à pessoa idosa e ao cuidador.
• Localizar serviços de apoio (Centro dia, Programa acompanhante de
Idoso, Grupo Terapêutico, etc).
• Apoio à família evitando a institucionalização (abrigo ou instituição de
longa permanência). (MORAES, 2018)
Avaliação Multidimensional da pessoa idosa
– Cuidar do Cuidador

Sobrecarga do cuidador: pactuação dos cuidados entre todos os


familiares próximos, evitar sobrecarga de poucos.

• Avaliação de sobrecarga do cuidador:


• Escala de Zarit: https://dms.ufpel.edu.br/casca/modulos/zarit-
main#comp/zarit-main

(BRASIL, 2007; BRASIL, 2013)


Abordar a pessoa idosa vítima de violência
•Diversos tipos de violência podem ser
identificados:
• Física
• Negligência
• Financeira
• Sexual
• Psicológica
• Institucional
(BRASIL, 2007)
Abordar a pessoa idosa vítima de violência
• Situações de risco para violência contra idosos:

• Agressor e vítima viverem na mesma casa;


• Filhos serem dependentes financeiramente de seus pais de idade avançada;
• Idosos dependerem da família de seus filhos para sua manutenção e sobrevivência;
• Abuso de álcool e drogas pelos filhos, outros adultos da casa ou pelo próprio idoso;
• Ambiente e vínculos frouxos, pouco comunicativos e pouco afetivos na família;
• Isolamento social dos familiares e da pessoa de idade avançada;
• O idoso ter sido uma pessoa agressiva nas relações com seus familiares;
• História de violência na família;
• Os cuidadores terem sido vítimas de violência doméstica;
• Os cuidados padecerem de depressão ou outro sofrimento psíquico;
(BRASIL, 2007)
Abordar a pessoa idosa vítima de violência
Abordagem intersetorial
• Centro de Referência de Assistência Social (CRAS);
• Centro de Referência para a Mulher;
• Delegacias Policiais;
• Conselhos Municipais de Direitos das Pessoas Idosas;
• Ministério Público (MP);
• Instituto Médicos Legal (IML);
• Secretaria Municipal de Assistência Social.

DISQUE 100: NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA PARA CASOS DE


VIOLÊNCIA
Referências bibliográficas:
ARAÚJO REIS, D. et al. SAÚDE DO IDOSO INDÍGENA NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA. Revista de Enfermagem UFPE, v. 10, n. 8, 2016.

BRASIL. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 2006. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília : Ministério da Saúde, 2007.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. SECRETARIA DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Brasília: Ministério da
Saúde, 2008. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de atenção domiciliar. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. 205 p.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário de vacinação idoso. Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-
nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2022/calendario-nacional-de-vacinacao-2022-adulto-e-idoso/view.

IBGE. Características gerais dos moradores 2020-2021, [online]. 2022. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101957_informativo.pdf.

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.
Referências bibliográficas:
MORAES, E. N. Atenção à saúde do idoso: aspectos conceituais. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.

MORAES, EN; LANNA, FM. Avaliação multidimensional do idoso. 4ª ed. Belo Horizonte: Folium; 2014.

MORAES, E. N. et al. Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20 (IVCF-20): reconhecimento rápido do idoso frágil. Revista de Saúde Pública, v. 50, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rsp/a/HMMB75NZ93YFBzyysMWYgWG/?lang=pt#

MORAES, E. N. et al. Avaliação multidimensional do idoso. SAS. - Curitiba : SESA, 2018.Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-
04/avaliacaomultiddoidoso_2018_atualiz.pdf

REEVE, E. et al. Assessment of attitudes toward deprescribing in older Medicare beneficiaries in the United States. JAMA internal medicine, v. 178, n. 12, p. 1673-1680, 2018. Disponível em:
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2706177

RISSARDO, L. K. et al. Las prácticas de cuidado de ancianos indígenas de rendimiento de la salud. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 67, p. 920-927, 2014.

SCOTT, I. A. et al. Reducing inappropriate polypharmacy: the process of deprescribing. JAMA Intern Med. v. 175, n. 5, p. 827-834. 2015. doi: 10.1001/jamainternmed.2015.0324. PMID:
25798731. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25798731/.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

19 - SAÚDE DO IDOSO

CASO CLÍNICO - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO III

Ciclos de Vida e Gênero

TEMA 19
Saúde do Idoso

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA
Dona Maria, paciente de 75 anos, feminina, vem à consulta médica por demanda
programada na ESF com queixa de fraqueza. A paciente mora com a filha e neta e tem
6 anos de escolaridade. D. Maria relata um aumento gradual da dificuldade em realizar
suas atividades diárias, como limpar a casa, fazer compras e lavar roupas. Até o ano
passado ela estava acostumada a cuidar de tudo sozinha. D. Maria mora com a filha, que
trabalha fora o dia todo, e com o neto de 3 anos, do qual cuidava durante o dia enquanto
a filha trabalhava. Desde que D. Maria piorou da fraqueza, a filha precisou colocar o neto
na creche o dia todo. Ela relata dificuldade para caminhar dentro de casa, com fraqueza
nas pernas, principalmente no joelho direito, que dói muito há mais de 10 anos e está
cada vez pior. Ela se queixa que está perdendo sua independência e precisa da ajuda da
filha no fim do dia para realizar tarefas que antes eram simples para ela. D. Maria relata
que está precisando de mais assistência nas atividades básicas de vida diária (AVD),
como alimentação, higiene pessoal, vestuário e locomoção. Ela percebe que sua
capacidade de cuidar de si mesma está diminuindo e gostaria de recuperar sua
independência nessas tarefas. Em seu relato, expressa frustração e tristeza com sua
dependência. Ela relata sentir-se limitada e incapaz de participar de atividades que
costumava desfrutar. D. Maria menciona que essas mudanças estão afetando seu
estado emocional e que ela se sente cada vez mais isolada e menos engajada
socialmente. Mesmo as atividades da igreja, da qual sempre participava, não consegue
mais frequentar. D. Maria menciona hipertensão arterial e diabetes tipo 2 como doenças
anteriores. Ela relata que está tomando os medicamentos corretamente para controlar
essas condições, mas sente que mesmo assim seu estado de saúde geral está se
deteriorando. Veio à consulta acompanhada pela vizinha e não trouxe as medicações e
os últimos exames, realizados há 3 meses.

Qual sua conduta diante do caso?


Procuraria explorar os sentimentos e percepções da paciente diante do declínio de seu
estado geral.
Aplicaria o instrumento Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20) para
avaliação multidimensional da pessoa idosa, para compreender qual o nível de
vulnerabilidade da paciente e discutir, com a família e com a equipe de saúde, quais
melhores abordagens do caso.
Solicitaria a presença da filha na consulta, para compreender como são realizados os
cuidados da paciente no cotidiano.
Solicitaria retorno da paciente com os últimos exames, a fim de verificar como está o
controle glicêmico, função renal e perfil lipídico.

CONTINUAÇÃO
A filha, Renata, retorna à consulta com a paciente na semana seguinte e traz os
seguintes exames complementares, realizados há 2 meses:
Exames laboratoriais: Hb 12,3 g/dL, Ht 39%, VCM 92 fl, leucocitos 4250, plaquetas
180.000, creatinina 1,09 mg/dL, ureia 39 mg/dL, sódio 137 mg/dL, potássio 4,5 mg/dL,
glicose 102 mg/dL, colesterol T 198 HDL 45 LDL 100 TSH 2,3
ECG: alterações primárias de repolarização ventricular

Trouxe também uma sacola com todas as medicações utilizadas pela mãe, que contém:
Metformina 500mg; Hidroclorotiazida 25mg, furosemida 40mg, domperidona 10mg,
omeprazol 30mg, Infralax®, Novalgina®, castanha-da-índia 300mg e Dramin®.
Renata explica que a D. Maria toma Metformina 500mg antes do café da manhã e jantar
e Hidroclorotiazida junto com a metformina da manhã e Castanha-da-índia à noite. As
demais medicações ela usa como sintomáticos: furosemida quando se sente inchada;
domperidona e omeprazol quando o estômago dói; Infralax® e Novalgina®; quando o
joelho dói.
Renata está muito preocupada com os exames e nota que a mãe tem esquecido com
frequência de tarefas do dia a dia. Conta que a mesma errou o nome de uma prima
outro dia e esqueceu o café no coador. Acha que a mãe está muito distraída e Renata
chama atenção de Maria o tempo todo, por vezes sem paciência com a mãe. Quer que
a mesma faça uma “tomografia da cabeça”, para descobrir o que está acontecendo.
Junto com Renata, você aplica o IVCF 20, cuja pontuação é de 9 pontos.

Qual sua conduta nessa consulta?


Explicaria à filha que sua mãe está apresentando um declínio funcional e que deve
receber os devidos cuidados.
Abordaria cuidados para prevenção de quedas e dieta, lembrando que o idoso com
diabetes deve evitar longos períodos de jejum (ainda que D. Maria use hipoglicemiante
com baixo risco de hipoglicemia) e alimentos com açúcar e alto índice glicêmico.
Abordaria as preocupações da filha, observando se há riscos de maus tratos, negligência
ou abuso por parte dos familiares.
Aplicaria a Escala Geriátrica de Depressão e o Mini Exame do Estado Mental, para
diagnóstico diferencial de transtorno de humor e declínio cognitivo ou demência.
Abordaria a polifarmácia, contraindicando o uso do AINE (Infralax) para dores comuns e
investigando os sintomas dispépticos, para correto diagnóstico e
prescrição/desprescrição do inbidor de bomba de prótons. Reavaliaria o uso da
Hidroclorotiazida, investigando possíveis efeitos colaterais deletérios (como câimbras) e
lembrando de questionar sobre incontinência urinária - se estiver presente, há benefício
em suspender a medicação.

CONTINUAÇÃO
Ainda na consulta, você Aplica a Escala Geriátrica de Depressão e o Mini Exame do
Estado Mental, com os seguintes resultados:
EGD 8 pontos
MEEM 20 pontos

Diante dos resultados dos testes acima, qual seria sua abordagem?
Na Escala de Depressão Geriátrica, uma pontuação entre 0 e 5 é considerada normal,
pontuação entre 6 a 10 indica depressão leve e entre 11 a 15, depressão severa.
No Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), em pacientes analfabetos, considera-se
alterado se a pontuação foi menor que 18 pontos e, em pacientes com mais de 8 anos
de escolaridade, se for menor que 26 pontos.
Como conduta, abordaria com a paciente suas perspectivas, medos e sentimentos em
relação a sua saúde e cotidiano, procurando ofertar apoio e suporte, construindo vínculo
na relação médico-paciente.
Discutiria com a paciente e familiar acompanhamento psicológico e a introdução de um
antidepressivo da família dos Inibidores de Recaptação de Serotonina

Na perspectiva de alargar a rede de apoio social da D. Maria, a encaminharia ao grupo


de idosos da UBS, sugerindo que a mesma convide sua vizinha, que a tem acompanhado
em saídas curtas.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO REIS, D. et al. SAÚDE DO IDOSO INDÍGENA NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA. Revista de Enfermagem
UFPE, v. 10, n. 8, 2016.
BRASIL. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 2006.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html. Acesso em: 8 maio
2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e
saúde da pessoa idosa. Brasília : Ministério da Saúde, 2007.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. SECRETARIA DE GESTÃO DO
TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf Acesso em: 8 maio 2023
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de atenção
domiciliar. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. 205 p.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário de vacinação idoso. Ministério da Saúde, 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-
2022/calendario-nacional-de-vacinacao-2022-adulto-e-idoso/view. Acesso em: 9 maio 2023.
IBGE. Características gerais dos moradores 2020-2021, [online]. 2022. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101957_informativo.pdf. Acesso em: 8 maio 2023.
GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática.
Porto Alegre: Artmed, 2018.
MORAES, E. N. Atenção à saúde do idoso: aspectos conceituais. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
MORAES, EN; LANNA, FM. Avaliação multidimensional do idoso. 4ª ed. Belo Horizonte: Folium; 2014.
MORAES, E. N. et al. Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20 (IVCF-20): reconhecimento rápido do idoso frágil.
Revista de Saúde Pública, v. 50, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rsp/a/HMMB75NZ93YFBzyysMWYgWG/?lang=pt# Acesso em: 8 maio 2023
MORAES, E. N. et al. Avaliação multidimensional do idoso. SAS. - Curitiba : SESA, 2018.Disponível em:
https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-
04/avaliacaomultiddoidoso_2018_atualiz.pdf Acesso em: 8 maio 2023
REEVE, E. et al. Assessment of attitudes toward deprescribing in older Medicare beneficiaries in the United States. JAMA
internal medicine, v. 178, n. 12, p. 1673-1680, 2018. Disponível em:
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2706177 Acesso em 8 maio 2023
RISSARDO, L. K. et al. Las prácticas de cuidado de ancianos indígenas de rendimiento de la salud. Revista Brasileira
de Enfermagem, v. 67, p. 920-927, 2014.
SCOTT, I. A. et al. Reducing inappropriate polypharmacy: the process of deprescribing. JAMA Intern Med. v. 175, n. 5,
p. 827-834. 2015. doi: 10.1001/jamainternmed.2015.0324. PMID: 25798731. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25798731/. Acesso em: 7 maio 2023.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

19 - SAÚDE DO IDOSO

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO III

Ciclos de Vida e Gênero

TEMA 19
Saúde do Idoso

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA:
Dona Maria, paciente de 75 anos, feminina, vem à consulta médica por demanda
programada na ESF com queixa de fraqueza. D. Maria relata um aumento gradual da
dificuldade em realizar suas atividades diárias, como limpar a casa, fazer compras e lavar
roupas. Até o ano passado ela estava acostumada a cuidar de tudo sozinha. D. Maria
mora com a filha, que trabalha fora o dia todo, e com o neto de 3 anos, do qual cuidava
durante o dia enquanto a filha trabalha. Desde que D. Maria piorou da fraqueza, a filha
precisou colocar o neto na creche o dia todo. Ela relata dificuldade para caminhar dentro
de casa, com fraqueza nas pernas, principalmente no joelho direito, que dói muito há
mais de 10 anos e está cada vez pior. Ela se queixa que está perdendo sua independência
e precisa de ajuda da filha no fim do dia para realizar tarefas que antes eram simples
para ela. D. Maria relata que está precisando de mais assistência nas atividades básicas
de vida diária (AVD), como alimentação, higiene pessoal, vestuário e locomoção. Ela
percebe que sua capacidade de cuidar de si mesma está diminuindo e gostaria de
recuperar sua independência nessas tarefas. Em seu relato, expressa frustração e
tristeza com seu a dependência. Ela relata sentir-se limitada e incapaz de participar de
atividades que costumava desfrutar. D. Maria menciona que essas mudanças estão
afetando seu estado emocional e que ela se sente cada mais isolada e menos engajada
socialmente. Mesmo as atividades da igreja, da qual sempre participava, não consegue
mais frequentar. D. Maria menciona hipertensão arterial e diabetes tipo 2 como doenças
anteriores. Ela relata que está tomando os medicamentos corretamente para controlar
essas condições, mas sente que mesmo assim seu estado de saúde geral está se
deteriorando. Veio à consulta acompanhada pela vizinha e não trouxe as medicações e
últimos exames.

Qual sua conduta diante do caso?


CONTINUAÇÃO
A filha, Renata, retorna à consulta com a paciente na semana seguinte e traz os
seguintes exames complementares, realizados há 2 meses:
Exames laboratoriais: Hb 12,3 g/dL, Ht 39%, VCM 92 fl, leucocitos 4250, plaquetas
180.000, creatinina 1,09 mg/dL, ureia 39 mg/dL, sódio 137 mg/dL, potássio 4,5 mg/dL,
glicose 102 mg/dL, colesterol T 198 HDL 45 LDL 100 TSH 2,3
ECG: alterações primárias de repolarização ventricular

Trouxe também uma sacola com todas as medicações utilizadas pela mãe, que contém:
Metformina 500mg; Hidroclorotiazida 25mg, furosemida 40mg, domperidona 10mg,
omeprazol 30mg, Infralax®, Novalgina®, castanha-da-índia 300mg e Dramin®.
Renata explica que a D. Maria toma Metformina 500mg antes do café da manhã e jantar
e Hidroclorotiazida junto com a metformina da manhã e Castanha-da-índia à noite. As
demais medicações ela usa como sintomáticos: furosemida quando se sente inchada;
domperidona e omeprazol quando o estômago dói; Infralax® e Novalgina®; quando o
joelho dói.
Renata está muito preocupada com os exames e nota que a mãe tem esquecido com
frequência de tarefas do dia a dia. Conta que a mesma errou o nome de uma prima
outro dia e esqueceu o café no coador. Acha que a mãe está muito distraída e Renata
chama atenção de Maria o tempo todo, por vezes sem paciência com a mãe. Quer que
a mesma faça uma “tomografia da cabeça”, para descobrir o que está acontecendo.
Junto com Renata, você aplica o IVCF 20, cuja pontuação é de 9 pontos.

Qual sua conduta nessa consulta?


CONTINUAÇÃO
Ainda na consulta, você Aplica a Escala Geriátrica de Depressão e o Mini Exame do
Estado Mental, com os seguintes resultados:
EGD 8 pontos
MEEM 20 pontos

Diante dos resultados dos testes acima, qual seria sua abordagem?
REFERÊNCIAS

ARAÚJO REIS, D. et al. SAÚDE DO IDOSO INDÍGENA NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA. Revista de Enfermagem
UFPE, v. 10, n. 8, 2016.
BRASIL. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 2006.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html. Acesso em: 8 maio
2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e
saúde da pessoa idosa. Brasília : Ministério da Saúde, 2007.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. SECRETARIA DE GESTÃO DO
TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf Acesso em: 8 maio 2023
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de atenção
domiciliar. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. 205 p.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário de vacinação idoso. Ministério da Saúde, 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-
2022/calendario-nacional-de-vacinacao-2022-adulto-e-idoso/view. Acesso em: 9 maio 2023.
IBGE. Características gerais dos moradores 2020-2021, [online]. 2022. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101957_informativo.pdf. Acesso em: 8 maio 2023.
GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática.
Porto Alegre: Artmed, 2018.
MORAES, E. N. Atenção à saúde do idoso: aspectos conceituais. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
MORAES, EN; LANNA, FM. Avaliação multidimensional do idoso. 4ª ed. Belo Horizonte: Folium; 2014.
MORAES, E. N. et al. Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20 (IVCF-20): reconhecimento rápido do idoso frágil.
Revista de Saúde Pública, v. 50, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rsp/a/HMMB75NZ93YFBzyysMWYgWG/?lang=pt# Acesso em: 8 maio 2023
MORAES, E. N. et al. Avaliação multidimensional do idoso. SAS. - Curitiba : SESA, 2018.Disponível em:
https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-
04/avaliacaomultiddoidoso_2018_atualiz.pdf Acesso em: 8 maio 2023
REEVE, E. et al. Assessment of attitudes toward deprescribing in older Medicare beneficiaries in the United States. JAMA
internal medicine, v. 178, n. 12, p. 1673-1680, 2018. Disponível em:
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2706177 Acesso em 8 maio 2023
RISSARDO, L. K. et al. Las prácticas de cuidado de ancianos indígenas de rendimiento de la salud. Revista Brasileira
de Enfermagem, v. 67, p. 920-927, 2014.
SCOTT, I. A. et al. Reducing inappropriate polypharmacy: the process of deprescribing. JAMA Intern Med. v. 175, n. 5,
p. 827-834. 2015. doi: 10.1001/jamainternmed.2015.0324. PMID: 25798731. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25798731/. Acesso em: 7 maio 2023.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

20 - DOENÇAS CRÔNICAS NÃO


TRANSMISSÍVEIS

CASO CLÍNICO 2 - RESPOSTA

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 20

Doenças Crônicas Não Transmissíveis

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Roberta, uma mulher parda de 66 anos, está em acompanhamento na Unidade de Saúde


ribeirinha em Marechal Thaumaturgo/AC há muitos anos. Veio à consulta médica
queixando de “falta de fôlego e algo ruim por dentro” há mais de um ano e também
reclama que não consegue marcar consulta há meses, pois a equipe de Saúde da Família
não tem ido atender na UBS com regularidade. Neste período, procurou assistência
hospitalar duas vezes, quando pensou que estava com pneumonia “de tanta tosse e
catarro”. Foi tratada com comprimidos e “bombinha”, mas não sabe dizer os nomes das
medicações. No momento da consulta, nega tosse, sibilância ou falta de ar, apesar de
destacar que são sintomas recorrentes.
Não tem histórico de doença cardiovascular (DCV); ela tem um histórico de tabagismo
de 35 maços-ano e tem medições de pressão arterial sistólica consistentemente
elevadas na faixa de 142 a 148 mm Hg, atualmente tratadas com modificações no estilo
de vida. Ela não toma nenhum medicamento.

EXAME FÍSICO

Exame físico geral / Ectoscopia: Bom estado geral, corada, hidratada, anictérica,
eupneica e afebril.
Dados vitais: FC 90bpm, FR 20irpm, Tax 36,6°C, PA 130×90 mmHg. O IMC é 25kg/m2
Exame da cabeça e do pescoço: ausência de achados relevantes.
Exame do tórax e aparelho respiratório: expansibilidade e frêmito toracovocal normais,
som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular reduzido, sem ruídos adventícios.
Exame do sistema cardiovascular: precórdio normodinâmico, ausência de turgência
jugular patológica, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, em dois tempos, sem
sopros.
Exame abdominal: abdome semigloboso, sem abaulamentos, retrações ou cicatrizes,
RHA presentes, flácido e indolor, ausência de massas ou visceromegalias palpáveis.
Extremidades bem perfundidas, pulsos periféricos palpáveis, cheios e simétricos.

A paciente trouxe exames realizados há 8 meses, descritos abaixo:


Colesterol total: 180 mg/dL e HDL de 50 mg/dL. Usando as equações de coorte
agrupadas do American College of Cardiology/American Heart Association, o risco
estimado de 10 anos de um evento cardiovascular aterosclerótico de Roberta seja de
14,1%.

Há indicação de inciar terapia com estatina para a prevenção primária de Doença


Cardiovascular (DCV) para esta paciente?
A. Sim; Roberta tem pelo menos um fator de risco cardiovascular e seu risco de um
evento cardiovascular em 10 anos é superior a 10%.
B. Talvez; Roberta não tem histórico de DCV, mas seu risco de um evento CVD em 10
anos é superior a 10%.
D. Não; Roberta não tem histórico de evento cardiovascular.
E. Não; Roberta tem mais de 65 anos

A resposta correta é A. Recomenda-se prescrição de estatina para a prevenção primária


de DCV para adultos de 40 a 75 anos de idade que tenham um ou mais fatores de risco
cardiovascular (por exemplo, dislipidemia, diabetes mellitus, hipertensão, tabagismo) e
um risco estimado em 10 anos de um evento CVD de 10% ou mais (recomendação B).
Para adultos de 40 a 75 anos de idade que têm um ou mais fatores de risco
cardiovascular e um risco estimado de 10 anos de um evento CVD de 7,5% para menos
de 10%, o USPSTF recomenda oferta seletiva de uma estatina para a prevenção primária
de DCV (recomendação C).1 A probabilidade de benefício é menor em indivíduos com um
risco de 10 anos de 7,5% a menos de 10% do que em pessoas com um risco de 10 anos
de 10% ou mais. A USPSTF concluiu que as evidências atuais são insuficientes para
avaliar o equilíbrio entre benefícios e malefícios de iniciar uma estatina para a prevenção
primária de eventos cardiovasculares e mortalidade em adultos com 76 anos ou mais
(declaração I). Todas essas recomendações se aplicam a adultos 40 anos ou mais sem
história de DCV conhecida e que não apresentam sinais e sintomas de DCV.

Quais hipóteses diagnósticas você levantaria para os sintomas de Roberta?


Risco cardiovascular intermediário
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
Tabagismo

Diante do resultado do cálculo do risco cardiovascular pela calculadora já citada, a


interpretação é de que a Sra Roberta tem um risco intermediário - entre 10 e 20%. Alto
risco cardiovascular é quando temos um risco de mais de 20%.
A tosse crônica, associada a dispneia aos esforços e sibilância, em paciente tabagista,
deve nos fazer suspeitar de DPOC e os sintomas já nos autoriza a fazer o diagnóstico.

Qual sua conduta diante do caso?

A paciente tem sintomas compatíveis com DPOC, mas diante dos sintomas e do risco
cardiovascular, deve ser indagada sobre sintomas compatíveis com angina, para
investigação de lesão de órgãos-alvo (LOA).
Também deve ser solicitado eletrocardiograma, glicemia, hemograma para investigar
LOAs e espirometria para confirmar diagnóstico e classificar DPOC.
Deve-se calcular o mMRC e aplicar o teste de avaliação de DPOC.
Deve-se abordar o tabagismo, identificando em qual fase ela está para cessação e propor
o tratamento adequado.
Deve-se esclarecer à paciente que ela é portadora de uma doença crônica progressiva
que pode vir a impor limitações na sua vida diária, explorando suas percepções a respeito
do diagnóstico e prognóstico.

Roberta, preocupada com sua saúde, rapidamente vai à cidade e realiza os exames
solicitados pelo médico. Ela está com muito medo de infarto, pois sua vizinha estava
com falta de ar e está internada por esta patologia.
Resultados dos exames complementares:
ECG: Alterações inespecíficas de repolarização ventricular, extra-sístoles ventriculares
Exames laboratoriais: Glicemia 99mg/dL; Hb 11,9 Ht 36% Leucocitos 8900 Bastonetes
300 eosinófilos 102; Plaquetas 310000
Espirometria:

Após leitura do resultado da espirometria, você aplica o teste de avaliação para DPOC,
cuja pontuação é de 9. Na avaliação do questionário mMRC, a paciente soma apenas 1
ponto.

Diante dos resultados dos exames, qual sua conduta?

Discutiria o risco cardiovascular da paciente, explorando suas percepções acerca do


tema e incentivando cuidados no sentido de prevenir eventos cardiovasculares.
Orientaria dieta e atividade física e discutir o caso com a fisioterapeuta e nutricionista
do NASF.
Prescreveria Formoterol inalatório, medicação que reduz morbidade em portadores de
DPOC e tem disponível na rede SUS, entre as medicações do componente especializado
do RENAME.
Reavaliaria a paciente em 3 meses.

≥ 2 exacerbações GRUPO E:
moderadas ou ≥1 LABA + LAMA
hospitalização por Considerar LABA +
exacerbação LAMA + CE se
eosinofilia > 300
0 -1 exacerbação GRUPO A (mMRC 0-
moderada sem 1; CAT<10):
hospitalização Broncodilatador

0 -1 exacerbação GRUPO B (mMRC


moderada sem ≥2; CAT>10):
hospitalização LABA + LAMA

GOLD, 2023
Referências

BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras.


Cardiol., v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021. Disponível em: https://abccardiol.org/wp-
content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03-
0516.x55156.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes
mellitus. Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 160 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica,
n. 36). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_m
ellitus_cab36.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília
: Ministério da Saúde, 2014. 156 p. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-
saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão
arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 128 p. : il. (Cadernos de Atenção
Básica, n. 37). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hipertensao_arterial_sistemica_cab37.pd
f

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : obesidade.
Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 212 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38)
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_doenca_cronica_ob
esidade_cab38.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Endocrinologia e nefrologia / Ministério da Saúde,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Protocolos de encaminhamento da
atenção básica para a atenção especializada; v. 1. Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


Endocrinologia e nefrologia. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a
atenção especializada; v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 20 p.: il. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_atencao_esp
ecializada_endocrinologia.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cardiologia


[recurso eletrônico]. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a atenção
especializada; v. 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 23 p.: il. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_especializad
a_cardiologia_v_II.pdf

BRASIL Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de


Promoção da Saúde. Manual de atenção às pessoas com sobrepeso e obesidade no
âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 55 p.

CANADIAN TASK FORCE ON PREVENTIVE HEALTH CARE. Recommendations on


screening for type 2 diabetes in adults. CMAJ, v. 184, n. 15, p. 1687-1696, 2012; DOI:
https://doi.org/10.1503/cmaj.120732

COBAS, R. et al. Diagnóstico do diabetes e rastreamento do diabetes tipo 2. Diretriz


Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. Disponível em:
https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-diabetes-tipo-2/

DAVIDSON, K. W. et al. Screening for prediabetes and type 2 diabetes: US Preventive


Services Task Force recommendation statement. Jama, v. 326, n. 8, p. 736-743,
2021.Disponível em:
https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/uspstf/recommendation/screening-
for-prediabetes-and-type-2-diabetes

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

FERNANDES, F. L. A. et al. Recomendações para o tratamento farmacológico da DPOC:


perguntas e respostas. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 43, p. 290-301, 2017.
Disponível em:
https://cdn.publisher.gn1.link/jornaldepneumologia.com.br/pdf/Cap_Suple_99_1.pdf

FILHO, R. et al. Tratamento farmacológico da hiperglicemia no DM2. Diretriz Oficial da


Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-10, ISBN: 978-65-
5941-622-6. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/tratamento-farmacologico-
da-hiperglicemia-no-dm2/
GLOBAL INITIATIVE FOR CHRONIC OBSTRUCTIVE LUNG DISEASE. Global strategy for
prevention, diagnosis and management of COPD: 2023 report. 2023, 193 p. Available
from: https://goldcopd.org/2023-gold-report-2/

GUGELMIN, S. Â. Políticas públicas e intervenções nutricionais. In: BARROS, D. C.,


SILVA, D. O., and GUGELMIN, S. Â., orgs. Vigilância alimentar e nutricional para a
saúde Indígena [online]. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007, pp. 237-255.
Disponível em: https://books.scielo.org/id/fyyqb/pdf/barros-9788575415870-11.pdf

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes:


Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.

NICE - National Institute for Health and Care Excellence. Cardiovascular disease: risk
assessment and reduction, including lipid modification. Clinical guideline [CG181].
2014. Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/cg181.

PITITTO, B. et al. Metas no tratamento do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade


Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-3, ISBN: 978-65-5941-622-6.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/metas-no-tratamento-do-diabetes/

RODACKI, M. et al. Classificação do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de


Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-1, ISBN: 978-65-5941-622-6. Disponível
em: https://diretriz.diabetes.org.br/classificacao-do-diabetes/
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

20 - DOENÇAS CRÔNICAS NÃO


TRANSMISSÍVEIS

CASO CLÍNICO 2

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 20

Doenças Crônicas Não Transmissíveis

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Roberta, uma mulher parda de 66 anos, em acompanhamento na unidade de saúde


ribeirinha em Marechal Thaumaturgo/AC há muitos anos. Veio à consulta médica
queixando de “falta de fôlego e algo ruim por dentro” há mais de um ano e também
reclama que não consegue marcar consulta há meses, pois a equipe de Saúde da Família
não tem ido atender na UBS com regularidade. Neste período, procurou assistência
hospitalar duas vezes, quando pensou que estava com pneumonia “de tanta tosse e
catarro”. Foi tratada com comprimidos e “bombinha”, mas não sabe dizer os nomes das
medicações.
Não tem histórico de doença cardiovascular (DCV); ela tem um histórico de tabagismo
de 35 maços-ano e tem medições de pressão arterial sistólica consistentemente
elevadas na faixa de 142 a 148 mm Hg, atualmente tratadas com modificações no estilo
de vida. Ela não toma nenhum medicamento.

EXAME FÍSICO

Exame físico geral / Ectoscopia: Bom estado geral, corada, hidratada, anictérica,
eupneica e afebril.
Dados vitais: FC 90bpm, FR 20irpm, Tax 36,6°C, PA 130×90 mmHg. O IMC é 25kg/m2
Exame da cabeça e do pescoço: ausência de achados relevantes.
Exame do tórax e aparelho respiratório:expansibilidade e frêmito toracovocal normais,
som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular reduzido, sem ruídos adventícios.
Exame do sistema cardiovascular: precórdio normodinâmico, ausência de turgência
jugular patológica, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, em dois tempos, sem
sopros.
Exame abdominal: abdome semigloboso, sem abaulamentos, retrações ou cicatrizes,
RHA presentes, flácido e indolor, ausência de massas ou visceromegalias palpáveis.
Extremidades bem perfundidas, pulsos periféricos palpáveis, cheios e simétricos.

A paciente trouxe exames realizados há 8 meses, descritos abaixo:


Colesterol total: 180 mg/dL e HDL de 50 mg/dL. Usando as equações de coorte
agrupadas do American College of Cardiology/American Heart Association, o risco
estimado de 10 anos de um evento cardiovascular aterosclerótico de Roberta seja de
14,1%.

De acordo com a declaração de recomendação da Força-Tarefa de Serviços Preventivos


dos EUA (USPSTF), o início da terapia com estatina para a prevenção primária de DCV é
recomendado para este paciente?
A. Sim; Roberta tem pelo menos um fator de risco cardiovascular e seu risco de um
evento cardiovascular em 10 anos é superior a 10%.
B. Sim; Roberta não tem histórico de DCV, mas tem pelo menos um fator de risco
cardiovascular.
C. Talvez; Roberta não tem histórico de DCV, mas seu risco de um evento CVD em 10
anos é superior a 10%.
D. Não; Roberta não tem histórico de DCV ou evento CVD.
E. Não; Roberta tem mais de 65 anos

Quais hipóteses diagnósticas você levantaria para os sintomas de Roberta?

Qual sua conduta diante do caso?

Roberta, preocupada com sua saúde, rapidamente vai à cidade de realiza os exames
solicitados pelo médico. Ela está com muito medo de infarto, pois sua vizinha estava
com falta de ar e está internada por IAM.
Resultados dos exames complementares:
ECG: Alterações inespecíficas de repolarização ventricular, extra-sístoles ventriculares
Exames laboratoriais: Glicemia 99mg/dL; Hb 11,9 Ht 36% Leucocitos 8900 Bastonetes
300 eosinófilos 102; Plaquetas 310000
Espirometria:

Diante dos resultados dos exames, qual sua conduta?


Referências

BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras.


Cardiol., v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021. Disponível em: https://abccardiol.org/wp-
content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03-
0516.x55156.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes
mellitus. Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 160 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica,
n. 36). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_m
ellitus_cab36.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília
: Ministério da Saúde, 2014. 156 p. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-
saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão
arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 128 p. : il. (Cadernos de Atenção
Básica, n. 37). Disponível em:
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f

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Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : obesidade.
Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 212 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38)
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BRASIL. Ministério da Saúde. Endocrinologia e nefrologia / Ministério da Saúde,


Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Protocolos de encaminhamento da
atenção básica para a atenção especializada; v. 1. Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

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Endocrinologia e nefrologia. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a
atenção especializada; v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 20 p.: il. Disponível em:
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BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cardiologia


[recurso eletrônico]. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a atenção
especializada; v. 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 23 p.: il. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_especializad
a_cardiologia_v_II.pdf

BRASIL Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de


Promoção da Saúde. Manual de atenção às pessoas com sobrepeso e obesidade no
âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 55 p.

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screening for type 2 diabetes in adults. CMAJ, v. 184, n. 15, p. 1687-1696, 2012; DOI:
https://doi.org/10.1503/cmaj.120732

COBAS, R. et al. Diagnóstico do diabetes e rastreamento do diabetes tipo 2. Diretriz


Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. Disponível em:
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DAVIDSON, K. W. et al. Screening for prediabetes and type 2 diabetes: US Preventive


Services Task Force recommendation statement. Jama, v. 326, n. 8, p. 736-743,
2021.Disponível em:
https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/uspstf/recommendation/screening-
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em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

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Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-10, ISBN: 978-65-
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da-hiperglicemia-no-dm2/

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from: https://goldcopd.org/2023-gold-report-2/

GUGELMIN, S. Â. Políticas públicas e intervenções nutricionais. In: BARROS, D. C.,


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saúde Indígena [online]. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007, pp. 237-255.
Disponível em: https://books.scielo.org/id/fyyqb/pdf/barros-9788575415870-11.pdf

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes:


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2014. Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/cg181.

PITITTO, B. et al. Metas no tratamento do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade


Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-3, ISBN: 978-65-5941-622-6.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/metas-no-tratamento-do-diabetes/

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Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-1, ISBN: 978-65-5941-622-6. Disponível
em: https://diretriz.diabetes.org.br/classificacao-do-diabetes/
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

20 - DOENÇAS CRÔNICAS NÃO


TRANSMISSÍVEIS

CASO CLÍNICO - RESPOSTA

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 20

Doenças Crônicas Não Transmissíveis

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Solange é uma mulher de 58 anos, proveniente de uma comunidade indígena Tukano,


localizada nas redondezas da cidade de Ipixuna/AM. Ela vive à beira do rio e cultiva
banana, mandioca, milho e algumas hortaliças. É casada com Denis, de 53 anos, que
frequentemente vai à cidade realizar trabalhos de curta duração, utilizando o dinheiro
para compras de itens de uso da família.

Solange tem três filhos: Denilson (32 anos), Debora (28 anos) e Sandra (18 anos).

No início do último mês Giovana, médica do polo base Ipixuna, vai à aldeia Igarapé
Grande para atendimento aos moradores, junto com o Agente Indígena de Saúde Pablo,
o enfermeiro Sebastião e a técnica de enfermagem Carla. Solange procurou consulta
com semblante triste, queixando-se de fraqueza, dor nas pernas e falta de ânimo há
mais de 6 meses. Acredita associar esses sintomas à tristeza que sente ao ver seu filho
mais velho passando dias alcoolizado na cidade, sem cuidar da sua roça e da sua família.
Procurou ajuda do pajé de sua comunidade, mas mesmo assim os sintomas pioraram.
Agora percebe que sente mais sede e urina muito e o pajé a orientou a procurar "o
pessoal do Dsei".

Em relação ao filho, pediu ajuda ao cacique, mas este não tem mais a liderança que seu
pai tinha sobre a comunidade e Denilson não deu ouvidos ao seu conselho.
Ao ser questionada, conta que alimenta-se do que produz e dos itens que Denis traz da
cidade: feijão, açúcar branco, macarrão, biscoitos. Trabalha na roça e tem se encontrado
com as parentes para produção de artesanatos, que geram uma renda singela para elas.

EXAME FÍSICO

Exame físico geral / Ectoscopia: Bom estado geral, corada, hidratada, anictérica e afebril.
Dados vitais: FC 70bpm, FR 20irpm, Tax 36,6°C, PA 120×70 mmHg, em decúbito e
sentado. Peso 58Kg estatura 1,55
Exame da cabeça e do pescoço: ausência de achados relevantes.
Exame do tórax e aparelho respiratório: tórax atípico, eupneico, expansibilidade e
frêmito toracovocal normais, som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular
presente, sem ruídos adventícios.
Exame do sistema cardiovascular: precórdio normodinâmico, ausência de turgência
jugular patológica, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, em dois tempos, sem
sopros.
Exame abdominal: abdome semigloboso, sem abaulamentos, retrações ou cicatrizes,
RHA presentes, flácido e indolor, ausência de massas ou visceromegalias palpáveis.
Extremidades bem perfundidas, pulsos periféricos palpáveis, cheios e simétricos.

1. Diante dessas informações, qual seria seu próximo passo?

Compreender o significado dos sintomas, reconhecendo a identidade cultural de Maria


e buscando estabelecer uma relação de confiança. Questionar sobre a história clínica e
familiar de Maria e suas práticas de saúde. Pedir exames laboratoriais para investigação
do quadro – glicemia (para investigar DM), hemograma (para investigar anemia), perfil
lipídico (para rastreamento cardiovascular), eletrólitos (para investigar distúrbios
eletrolíticos) e TSH (suspeita de hipotireoidismo).

Levantar, como diagnósticos diferenciais: Diabetes, Anemia, Hipotireoidismo e


Depressão.

Giovana pede exames laboratoriais e Solange traz na semana seguinte, vindo à consulta
acompanhada por sua filha Débora.

EXAMES COMPLEMENTARES

Exames laboratoriais: Hb 12,3 g/dL, Ht 39%, VCM 92 fl, leucocitos 6.950, plaquetas
180.000, creatinina 0,98 mg/dL, ureia 22 mg/dL, sódio 137 mg/dL, potássio 4,5 mg/dL,
glicose 301 mg/dL, colesterol T 198 HDL 55 LDL 100 TSH 2,8
2. Diante do resultados dos exames, qual o diagnóstico e qual seria sua conduta?

1. O diagnóstico é Diabete Melito tipo 2. Encaminharia a paciente para internação


hospitalar imediatamente, diante do risco de cetoacidose diabética e da
impossibilidade do uso domiciliar de insulina, pois Solange não tem geladeira.
2. O diagnóstico é Diabete Melito tipo 2. Diante da indicação de insulinização, já
que a glicemia de jejum está acima de 300, discutiria a possibilidade de
internação para controle glicêmico.
3. Não é possível estabelecer o tipo de Diabete no momento, é necessário realizar
mais exames laboratoriais. Encaminharia à internação hospitalar
4. O diagnóstico é Diabete Melito tipo 2. Não há indicação de internação hospitalar
e não é necessária a insulinização para controle glicêmico.

O diagnóstico é Diabete Melito tipo 2 e, diante da glicemia acima de 300 e sintomas de


diabetes descompensada, há indicação de internação. Entretanto, é necessário conhecer
a rede assistencial da saúde indígena local e, principalmente, a compreensão de Solange
acerca da doença e da internação.
Como não há sintomas de coma hiperosmolar e as queixas não são agudas, é possível
realizar insulinização ambulatorial, com mapa glicêmico e ajuste da dose da medicação.

Após conversa inicial, Solange concordou em ser internada no hospital local. Preparou
suas roupas e chegou no hospital acompanhada pelo marido e pela filha, para que
permanecessem com ela durante sua internação.

Solange permaneceu internada por 5 dias e retornou à UBS Indígena, com um o sumário
de alta descrevendo glicemia de 204 na alta, receita de Insulina NPH 12 UI ao deitar e
metformina 500mg de 12 em 12 horas. Solange não gosta de agulhas e disse que não irá
tomar insulina em sua casa. Ela disse que a enfermeira avisou que precisa guardar a
medicação na geladeira e Solange não tem geladeira.

3. Qual seria sua conduta?


É possível explicar à Solange que ela pode retirar a insulina aos poucos, à medida que se
aumenta a dose de metformina. Solange pode fazer controle glicêmico domiciliar, a fim
de evitar novo pico de hiperglicemia.

A insulina pode ser utilizada por até 6 semanas fora da geladeira, caso a temperatura
ambiente não tenha ultrapassado 25ºC, não houver exposição à luz solar nem a
alteração das condições de armazenamento. À beira do rio, dentro da casa de pau a
pique onde Solange mora, é possível manter a medicação nessa temperatura.

Deve-se aumentar a dose de metformina para 850mg antes do desjejum, almoço e


jantar, com atenção a sintomas de intolerância gastrintestinal e acompanhamento da
função renal. Deve-se indicar redução do consumo de carboidratos simples, como
macarrão e biscoito e discutir o caso com a nutricionista da Equipe Multidisciplinar de
Saúde Indígena (EMSI).

É importante que os profissionais de saúde que trabalham na saúde indígena tenham


uma compreensão sensível da cultura local e da realidade socioeconômica para garantir
que o tratamento do diabetes seja culturalmente apropriado e aceitável para os
pacientes. Isso pode envolver o desenvolvimento de programas de educação e prevenção
do diabetes que levem em consideração as crenças culturais e a adaptação de
estratégias de tratamento para atender às necessidades das comunidades indígenas.

REFERÊNCIAS

BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras.


Cardiol., v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021. Disponível em: https://abccardiol.org/wp-
content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03-
0516.x55156.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes
mellitus. Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 160 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica,
n. 36). Disponível em:
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília
: Ministério da Saúde, 2014. 156 p. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-
saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão
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Endocrinologia e nefrologia. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a
atenção especializada; v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 20 p.: il. Disponível em:
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ecializada_endocrinologia.pdf
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especializada; v. 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 23 p.: il. Disponível em:
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Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-10, ISBN: 978-65-
5941-622-6. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/tratamento-farmacologico-
da-hiperglicemia-no-dm2/

GLOBAL INITIATIVE FOR CHRONIC OBSTRUCTIVE LUNG DISEASE. Global strategy for
prevention, diagnosis and management of COPD: 2023 report. 2023, 193 p. Available
from: https://goldcopd.org/2023-gold-report-2/

GUGELMIN, S. Â. Políticas públicas e intervenções nutricionais. In: BARROS, D. C.,


SILVA, D. O., and GUGELMIN, S. Â., orgs. Vigilância alimentar e nutricional para a
saúde Indígena [online]. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007, pp. 237-255.
Disponível em: https://books.scielo.org/id/fyyqb/pdf/barros-9788575415870-11.pdf

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes:


Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.

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assessment and reduction, including lipid modification. Clinical guideline [CG181].
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PITITTO, B. et al. Metas no tratamento do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade


Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-3, ISBN: 978-65-5941-622-6.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/metas-no-tratamento-do-diabetes/
RODACKI, M. et al. Classificação do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de
Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-1, ISBN: 978-65-5941-622-6. Disponível
em: https://diretriz.diabetes.org.br/classificacao-do-diabetes/
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

20 - DOENÇAS CRÔNICAS NÃO


TRANSMISSÍVEIS

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 20

Doenças Crônicas Não Transmissíveis

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Solange é uma mulher de 58 anos, proveniente de uma comunidade indígena Tukano,


localizada nas redondezas da cidade de Ipixuna/AM. Ela vive à beira do rio e cultiva
banana, mandioca, milho e algumas hortaliças. É casada com Denis, de 53 anos, que
frequentemente vai à cidade realizar trabalhos de curta duração, utilizando o dinheiro
para compras de itens de uso da família.

Solange tem três filhos: Denilson (32 anos), Debora (28 anos) e Sandra (18 anos).

No início do último mês Giovana, médica do PB Ipixuna, vai à aldeia Igarapé Grande para
atendimento aos moradores, junto com o AIS Pablo, o enfermeiro Sebastião e a técnica
de enfermagem Carla. Solange procurou consulta com semblante triste, queixando-se
de fraqueza, dor nas pernas e falta de animo há mais de 6 meses. Acredita associar à
tristeza que sente ao ver seu filho mais velho passando dias alcoolizado na cidade, sem
cuidar da sua roça e da sua família. Procurou ajuda do pajé de sua comunidade, mas
mesmo assim os sintomas pioraram. Agora percebe que sente mais sede e urina muito
e o pajé a orientou a procurar o pessoal do Dsei.

Em relação ao filho, pediu ajuda ao cacique, mas este não tem mais a liderança que seu
pai tinha sobre a comunidade e Denilson não deu ouvidos ao seu conselho.
Ao ser questionada, conta que alimenta-se do que produz e dos itens que Denis traz da
cidade: feijão, açúcar branco, macarrão, biscoitos. Trabalha na roça e tem se encontrado
com as parentes para produção de artesanatos, que geram uma renda singela para elas.

EXAME FÍSICO

Exame físico geral / Ectoscopia: Bom estado geral, corada, hidratada, anictérica e afebril.
Dados vitais: FC 70bpm, FR 20irpm, Tax 36,6°C, PA 120×70 mmHg, em decúbito e
sentado. Peso 58Kg estatura 1,55
Exame da cabeça e do pescoço: ausência de achados relevantes.
Exame do tórax e aparelho respiratório: tórax atípico, eupneico, expansibilidade e
frêmito toracovocal normais, som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular
presente, sem ruídos adventícios.

Exame do sistema cardiovascular: precórdio normodinâmico, ausência de turgência


jugular patológica, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, em dois tempos, sem
sopros.

Exame abdominal: abdome semigloboso, sem abaulamentos, retrações ou cicatrizes,


RHA presentes, flácido e indolor, ausência de massas ou visceromegalias palpáveis.
Extremidades bem perfundidas, pulsos periféricos palpáveis, cheios e simétricos.

1. Diante dessas informações, qual seria seu próximo passo?


O médico pede exames laboratoriais e Solange traz na semana seguinte, vindo à
consulta acompanhada por sua filha Débora. Giovana fica contente com a presença da
filha e a convida para uma avaliação médica, pensando em abordar cuidados em saúde
e contracepção.

EXAMES COMPLEMENTARES

Exames laboratoriais: Hb 12,3 g/dL, Ht 39%, VCM 92 fl, leucocitos 6.950, plaquetas
180.000, creatinina 0,98 mg/dL, ureia 22 mg/dL, sódio 137 mg/dL, potássio 4,5 mg/dL,
glicose 301 mg/dL, colesterol T 198 HDL 55 LDL 100 TSH 2,8

2. Diante do resultados dos exames, qual o diagnóstico e qual seria sua conduta?

A. O diagnóstico é Diabete Melito tipo 2. Encaminharia a paciente para internação


hospitalar imediatamente, diante do risco de cetoacidose diabética e da
impossibilidade do uso domiciliar de insulina, pois Solange não tem geladeira.
B. O diagnóstico é Diabete Melito tipo 2. Procuraria compreender a percepção de
Solange sobre sua saúde e o diagnóstico, e diante da indicação de, insulinizaçao,
discutiria a possibilidade de internação para controle glicêmico.
C. Não é possível estabelecer o tipo de Diabete no momento, é necessário realizar
mais exames laboratoriais. Encaminharia à internação hospitalar
D. O diagnóstico é Diabete Melito tipo 2. Procuraria compreender a percepção de
Solange sobre sua saúde e o diagnóstico, evitando a internação hospitalar e
prescreveria insulinizaçao, que pode ser temporária, para controle glicêmico.
Após conversa inicial, Solange concordou em ser internada no hospital local. Preparou
suas roupas e chegou no hospital acompanhada pelo marido e pela filha, para que eles
permanecessem com ela durante sua internação.

Solange permaneceu internada por 5 dias e retornou à UBS Indígena, com um o sumário
de alta descrevendo glicemia de 204 na alta, receita de Insulina NPH 12 UI ao deitar e
metformina 500mg de 12 em 12 horas. Solange não gosta de agulhas e disse que não irá
tomar insulina em sua casa. Ela disse que a enfermeira avisou que precisa guardar a
medicação na geladeira e Solange não tem geladeira.

3. Qual seria sua conduta?


Referência:

BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cardiologia


[recurso eletrônico]. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a atenção
especializada; v. 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 23 p.: il. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_especializad
a_cardiologia_v_II.pdf
BRASIL Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de
Promoção da Saúde. Manual de atenção às pessoas com sobrepeso e obesidade no
âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 55 p.
CANADIAN TASK FORCE ON PREVENTIVE HEALTH CARE. Recommendations on
screening for type 2 diabetes in adults. CMAJ, v. 184, n. 15, p. 1687-1696, 2012; DOI:
https://doi.org/10.1503/cmaj.120732
COBAS, R. et al. Diagnóstico do diabetes e rastreamento do diabetes tipo 2. Diretriz
Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. Disponível em:
https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-diabetes-tipo-2/
DAVIDSON, K. W. et al. Screening for prediabetes and type 2 diabetes: US Preventive
Services Task Force recommendation statement. Jama, v. 326, n. 8, p. 736-743,
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https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/uspstf/recommendation/screening-
for-prediabetes-and-type-2-diabetes
DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas
em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.
FERNANDES, F. L. A. et al. Recomendações para o tratamento farmacológico da DPOC:
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FILHO, R. et al. Tratamento farmacológico da hiperglicemia no DM2. Diretriz Oficial da
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GLOBAL INITIATIVE FOR CHRONIC OBSTRUCTIVE LUNG DISEASE. Global strategy for
prevention, diagnosis and management of COPD: 2023 report. 2023, 193 p. Available
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GUGELMIN, S. Â. Políticas públicas e intervenções nutricionais. In: BARROS, D. C.,


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saúde Indígena [online]. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007, pp. 237-255.
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GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes:


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PITITTO, B. et al. Metas no tratamento do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade
Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-3, ISBN: 978-65-5941-622-6.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/metas-no-tratamento-do-diabetes/
RODACKI, M. et al. Classificação do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de
Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-1, ISBN: 978-65-5941-622-6. Disponível
em: https://diretriz.diabetes.org.br/classificacao-do-diabetes/
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Doenças crônicas não


transmissíveis
Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT)
• 2009 - Doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e
diabetes.
• 80,7% dos óbitos por doenças crônicas

• Esses quatro grupos de doenças crônicas de maior impacto têm quatro fatores
de risco modificáveis em comum:
Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT)
• As taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas
estão diminuindo

CONTROLE DO AUMENTO DA
TABAGISMO COBERTURA DA ESF

• A prevalência de diabetes e hipertensão está aumentando, junto com a


prevalência de obesidade

MUDANÇAS DESFAVORÁVEIS NA DIETA E NA ATIVIDADE


FÍSICA.
Conhecer a carga das DCNTs no Brasil
• Em 2016, doença cardíaca isquêmica foi a
principal causa de anos de vida perdidos,
seguido de violência interpessoal.
• Os principais fatores de risco para anos
vividos com incapacidades foram: uso de
álcool e outras drogas, HAS e obesidade.
• Em 1990 e 2016, dor lombar e cervical,
doenças dos orgãos dos senKdos e da pele
foram as principais causas de anos vividos
com incapacidades.
Conhecer a carga das DCNTs no Brasil

Principais causas de anos de


vida perdidos por Estados
brasileiros, homens e mulheres,
1990 e 2016.
Quais ferramentas para ofertar um cuidado
efetivo às pessoas com DCNT?
Saúde Baseada em Evidências
MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA

Modelo assistencial – Atributos da APS

• Essenciais: Acesso, Integralidade,


Longitudinalidade e Coordenação
• Derivados: Orientação Familiar, Orientação
Comunitária e Competência Cultural
Quais ferramentas para ofertar um cuidado
efeCvo às pessoas com DCNT?
• Consultas coleJvas;

• Grupos operacionais;

• Acionamento da rede de apoio social;

• Abordagem familiar.
Compreender o modelo efetivo de cuidado
às pessoas com DCNT
Promover saúde, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus ;po 2
Prevenção de eventos cardiovasculares e HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus
tipo 2
Prevenção primária
• Melhores condições socio econômicas gerais;

• Leis contra tabagismo, alcoolismo, fast-food e consumismo infanKl;

• Mais espaços públicos para a práKca de aKvidades Usicas e lazer (ex.: parques e
praças verdes, ciclovias, quadras poliesporKvas);
Prevenção de eventos cardiovasculares e HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus
tipo 2
Prevenção primária
• Mais opções culturais variadas (teatro, cinema, biblioteca, exposições, feiras,
fesKvais, shows) e acessíveis em todas as partes das cidades;

• Mais acesso a alimentos in natura a preços acessíves em toda a cidade;

• Mais segurança cidadã em toda a cidade.


Prevenção primária - Como ajudar na mudança
do estilo de vida?
• Perder peso;
• Usar dieta DASH;
• Reduzir uso de sal;
• PraJcar aJvidade Usica;
• Reduzir uso do álcool;
• Cessar tabagismo.
Prevenção primária –
orientações de mudança de estilo de vida

• Hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento das DCNT, sobre


a qual pode ser acrescido – ou não – o tratamento farmacológico.
• Seus elementos fundamentais são manter uma alimentação
adequada e aJvidade Usica regular, evitar o fumo e o excesso de
álcool e estabelecer metas de controle de peso.
Prevenção primária - orientações alimentares
Regras de ouro
• Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base da sua
alimentação
• UKlize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quanKdades ao temperar
e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
• Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os em pequenas
quanKdades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte
de refeições baseadas em alimentos in natura, ou minimamente
processados
• Evite alimentos ultraprocessados
Trabalhe colaboraKvamente com a nutricionista de sua UBS!
Prevenção primária - orientações alimentares e
competência cultural
Prevenção primária –
incen=vo para a=vidade >sica
• Antes de iniciar a prática de atividade física, é necessário avaliar as condições
atuais do paciente, o controle metabólico, o potencial para o autocuidado e
avaliar complicações.
• Para que o exercício aeróbico reflita na melhora do controle glicêmico,
mantenha ou diminua o peso e reduza os riscos de doença cardiovascular, deve
ser realizado de forma regular, com um total de 150 minutos/semana,
distribuídos em três dias por semana, não mais de dois dias consecutivos [Grau
de Recomendação B].
Trabalhe colaborativamente com o Educador Físico do NASF de sua UBS
Prevenção primária –
incen=vo para a=vidade >sica
• Abordagens dos 5 “As” para promoção da aJvidade Usica:

Aconselhar Acordar / Apoiar Acompanhar


Avaliar
negociar

• Indicação de teste ergométrico prévio:

• Mulheres > 55 anos e homens > 45 anos com fatores de risco para DCV;
• DM Kpo 1 de duração > 15 anos, DM Kpo 2 > 10 anos ou pessoa > 35 anos;
• Doença vascular periférica; neuropaKa autonômica.
Prevenção secundária - Rastreamento
• HAS
Adultos de baixo RCV acima de 18 anos, após uma medida normal, rastrear a cada 3 ou 5
anos. Adultos maiores de 40 anos e/ou com medida de pré-hipertensão, e/ou com risco
cardiovascular intermediário ou alto, rastrear anualmente.
• Dislipidemia
Homens com 35 anos ou mais Grau A // Homens de 20 a 35 anos com alto risco Grau B;
Mulheres com 45 anos ou mais Grau A // Mulheres de 20 a 45 anos com alto risco Grau B;
Intervalo de 5 anos para pessoas com resultados normais a depender do risco
cardiovascular.
Prevenção secundária - Rastreamento

• Diabetes Mellitus tipo 2

Recomenda-se a triagem para pré-diabetes e diabetes tipo 2 em adultos de 35 a


70 anos com sobrepeso ou obesidade. Os médicos devem oferecer ou
encaminhar pacientes com pré-diabetes para intervenções preventivas eficazes.
Prevenção secundária - Rastreamento
• Diabetes Mellitus tipo 2 e pré-diabetes

Recomenda-se triagem em adultos de 35 a 70 anos com sobrepeso ou obesidade. Os


médicos devem oferecer ou encaminhar pacientes com pré-diabetes para
intervenções preventivas eficazes.

Idade maior que 45 anos;


sobrepeso ou obesidade e um ou
mais dos fatores de risco.
Acolhimento e Acesso Avançado
Vídeo: Acesso Avançado. Diário de um Posto de Saúde, 2016
hnps://www.youtube.com/watch?v=cZi5Xb3ouAo

PráCca da Saúde Baseada em Evidências


(protocolos clínicos e diretrizes terapêu;cas)
Vídeo: Atenção quaternária e iatrogenia. Diário de um Posto de Saúde. 2016.
hnps://www.youtube.com/watch?v=1viC3T6fwSQ
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Rastreamento do Risco Cardiovascular


Rastreamento do Risco Cardiovascular

O objetivo é determinar o risco global de um indivíduo entre 30 e 74


anos de desenvolver DCV em geral nos próximos 10 anos

Esteja ciente de que todas as ferramentas de avaliação de risco de DCV


podem fornecer apenas um valor aproximado para o risco de DCV.
A interpretação dos escores de risco de DCV deve sempre refletir o
julgamento clínico individualizado.
Risco Cardiovascular
Anamnese, exame clínico e exames complementares quando indicados
Rastreamento do Risco Cardiovascular (RCV)

• Idade
• Gênero
• Colesterol total
• Tabagismo
• Hdl
• Has
Rastreamento do RCV - Framingham

Metas a serem alcançadas:


Rastreamento do Risco Cardiovascular
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus ;po 2

Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS


HAS – Impactos na saúde da população
brasileira
• Os números que definem a HAS são arbitrários, mas se caracterizam como valores em
que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso)
superam os riscos.
• A HAS é uma condição multifatorial (genética, meio ambiente, hábitos de vida e
fatores socioeconômicos).
• A HAS é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e renais.
• A HAS tem alta prevalência, é de fácil diagnóstico e possui tratamento adequado, mas
é de difícil controle pela baixa adesão.
• A prevenção da HAS é custo-efetiva e o melhor caminho para a diminuição da
morbimortalidade cardiovascular.
HAS e fatores associados
HAS – Fatores de risco

Idade Fatores socioeconomicos


Genética Ingestão de sódio e potássio
Sexo Álcool
Etnia Sedentarismo
Sobrepeso / obesidade Apneia Obstrutiva do Sono
HAS – Diagnóstico em adultos com mais de 18 anos
Observar técnica correta para mensuração da PA

O paciente deve sentar-se confortavelmente em um ambiente silencioso por 5


minutos, antes de iniciar as medições da PA. Explique o procedimento ao indivíduo
e oriente a não conversar durante a medição. Possíveis dúvidas devem ser
esclarecidas antes ou depois do procedimento.
HAS – Diagnóstico em adultos com mais de 18 anos
Observar técnica correta para mensuração da PA

CerKfique-se de que o paciente NÃO:

• Está com a bexiga cheia;


• PraKcou exercícios Usicos há, pelo menos, 60 minutos;
• Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos;
• Fumou nos 30 minutos anteriores.
HAS - diagnóstico
• Elevação persistente da PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA
diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo
menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anK-hipertensiva
• Atentar para estresse Usico e emocional
• MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial)
• 3 medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento, e 3 à
noite, antes do jantar, durante 5 dias, ou
• 2 medidas pela manhã e à noite durante 7 dias.
• MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial)
HAS – Classificação da PA de acordo com a medição
no consultório a partir de 18 anos de idade

HA: hipertensão arterial; PA: pressão arterial; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica. *A classificação é definida de acordo com a PA
no consultório e pelo nível mais elevado de PA, sistólica ou diastólica. **A HA sistólica isolada, caracterizada pela PAS ≥ 140 mmHg e PAD <90 mmHg, é
classificada em 1, 2 ou 3, de acordo com os valores da PAS nos intervalos indicados. ***A HA diastólica isolada, caracterizada pela PAS < 140 mmHg e PAD ≥
90mmHg, é classificada em 1, 2 ou 3, de acordo com os valores da PAD nos intervalos indicados.
HAS – Diagnóstico em adultos com mais de 18 anos
HAS – Diagnós=co em adultos com mais de 18 anos
HAS – Classificação e Diagnóstico

• Hipertensão primária;

• Hipertensão secundária;

• Suspeitar em pessoas com menos de 30 ou mais de 50 anos;


• Prevalência: 5-10% da população com diagnósKco de Hipertensão;
• Na suspeita, sempre invesKgar.
HAS - Avaliação individualizada
História clínica
• Dispnéia, dor torácica, palpitações, acuidade visual;
• Hábitos de vida: uso de álcool, tabaco, cocaína, crack, a<vidade =sica;
• História familiar: antecedentes de IAM (infarto agudo do miocárdio) e AVE
(acidente vascular encefálico);
• Aspectos socioeconômicos;
• Uso medicamentos (ex.: an<-inflamatórios, ACO, anorexígenos
[sibutramina], desconges<onantes nasais).
HAS - Avaliação individualizada
Exame físico
• Antropometria: IMC, circunferência abdominal - 88 cm para mulheres e 102 cm
para homens;
• Dados vitais –PA nos dois membros superiores na primeira avaliação e FC
(frequência cardíaca);
• Inspeção: fácies e aspectos sugestivos de hipertensão secundária;
• Pescoço: palpação e ausculta das artérias carótidas, verificação de turgência
jugular e palpação de tireoide.
HAS - Avaliação individualizada

• Exame físico.
• Exame do precórdio e ausculta cardíaca: arritmia, sopros, B3, B4.
• Exame do pulmão: ausculta de estertores, roncos e sibilos.
• Exame do abdome: a ausculta de sopros em área renal objetivam
detectar hipertensão secundária a obstrução de artérias renais.
• Extremidades: avaliar pulsos.
HAS - Avaliação individualizada
Rotina complementar mínima
• Glicemia;
• Colesterol total, HDL, LDL,
triglicérides;
• Creatinina / Urina tipo I;
• Potássio;
• ECG (eletrocardiograma);
• Fundoscopia (encaminhar ao
oftalmologista).
• * FREQUÊNCIA ANUAL
Lesões de órgãos-alvo
1. AVE (acidente vascular encefálico) e AIT (ataque isquêmico transitório);
2. IAM (infarto agudo do miocárdio), DAC (doença arterial coronariana), DAOP
(doença arterial obstruKva periférica);
3. HVE (hipertrofia do ventrículo esquerdo);
4. NefropaKa;
5. ReKnopaKa;
6. Aneurisma de aorta abdominal;
7. Estenose de caróKca sintomáKca.
Lesões de órgãos-alvo - parâmetros

1. Sobrecarga de ventrículo E em ECG;


2. Ecocardiograma com índice de massa ventricular ≥ 116 g/m2 nos homens ou ≥
96 g/m2 nas mulheres;
3. Índice tornozelo-braqual > 0,9;
4. Doença renal crônica estágio 3;
5. Albuminúria entre 30 e 300mg/24h ou relação albumina/creatinina urinária
entre 30 e 300mg/g.
Manejo Terapêutico – metas pressóricas

LEMBRE: em idosos hígidos, a meta pressórica é determinada pela funcionalidade. Em idosos


saudáveis, PAS entre 130 e 139 e a PAD entre 70 e 79mmHG. Em idosos frágeis, PAS entre 140 e 149
e a PAD entre 70 e 79mmHg.
Manejo Terapêutico

•Medidas não farmacológicas

•Medidas farmacológicas
Manejo Terapêutico - medidas farmacológicas

• Adultos sem DCV – iniciar medicamento se PA ≥


140x90mmHg.
• Sequência de escolha dos fármacos anD-hipertensivos:

• 1 passo: clortalidona ou hidrocloro1azida + amilorida ou iECA


• 2 passo: betabloqueador
• 3 passo: anlodipino
Principais AnC-Hipertensivos disponíveis na
Atenção Primária à Saúde

• Diuréticos Tiazídicos • Inibidores da ECA


• Hidroclorotiazida, • Enalapril, Captopril
Clortalidona
• Bloqueadores do Receptor da
• Bloqueadores do canal de
Angiotensina (BRA)
Cálcio • Losartana
• Anlodipino, Nifedipino
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis no
Brasil
DiuréKcos poupadores de Potássio:
• Espironolactona
• Pequena eficácia diuréKca.
• Podem ser associados a outros diuréKcos no tratamento e prevenção da
hipotassemia.
• Evitar em pacientes com redução da função renal.
• Primeira escolha após Tiazídicos, BCC, IECA/BRA
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis no
Brasil
DiuréKcos de Alça:
• Furosemida
• Podem ser usados em associação com diuréKcos Kazídicos em pacientes com
Insuficiência Cardíaca e Renal tanto para controle do edema quanto para
controle da PA.
• Não deve ser usada para controle de edema em pessoas sem comorbidades.
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis no
Brasil
Beta-bloqueadores:
• Propranolol, Atenolol, Metoprolol, Carvedilol
• Uso associado com diuréKcos pode piorar perfil glicêmico e lipídico.
• Evitar em pacientes com BAV de 2º grau.
• Evitar Atenolol e Propranolol em pacientes com Asma ou DPOC

Inibidores adrenérgicos:
• MeEldopa
• A MeKldopa é o anK-hipertensivo de escolha para mulheres grávidas.
Medicamentos
disponíveis na
Rename 2022
Medicamentos
disponíveis na
Rename 2022
Medicamentos
disponíveis na
Rename 2022
Assistência FarmacêuCca
Indicações das classes medicamentosas
Acompanhamento
Depois de iniciar tratamento medicamentoso:
Verificação semanal da PA até a consulta médica de reavaliação com 30 dias

Caso não tenha atingido a meta, deve-se:


• Avaliar adesão terapêutica/ observar a técnica de verificação da PA e equipamento;
• Aumentar a dose do fármaco já usado;

• OU adicionar outro fármaco;


• OU substituir o fármaco, se não houver efeito ou haja efeitos indesejados.
Acompanhamento
Após aKngir a meta, dividir o cuidado com o enfermeiro, com consultas
intercaladas, a depender do RCV:
• A cada 4 meses (RCV alto>20%);
• A cada 6 meses (RCV intermedio10-20%);
• A cada 12 meses (RCV baixo<10%);
• A cada ano uma consulta odontológica.
Adesão medicamentosa
Critérios de encaminhamento
Nefrologia e/ou Cardiologia:
• Suspeita de hipertensão secundária;
• Hipertensão refratária (= uso de três anKhipertensivos, sendo um deles
diuréKco, sem controle da PA).

O que escrever no relatório de encaminhamento:


• Sinais e sintomas, medicações em uso com dose, medida da PA, alterações
dos exames complementares, se houver, avaliação da adesão, número da
teleconsultoria (se caso Kver sido discuKdo no Telessaúde);
• Classificar o risco adequadamente.
Telessaúde: 0800 6446543
Título
• Texto
Caso clínico

Dona Maria, negra, 55 anos, hipertensa há 6 anos, chega à unidade


sendo acolhida pela enfermeira, relatando estar ansiosa e preocupada
com a pressão, que acredita estar elevada, pois está senJndo dor de
cabeça leve a moderada. Refere uso regular do anJ hipertensivo
enalapril 20mg de 12/12hs. Cefaléia sem sinais de alarme, nega outros
sintomas associados. Medida de PA = 180 x 90mmHg. A enfermagem
solicita atendimento da médica devido ao fato da pressão estar alta.
Caso clínico
1 Lista de problemas? 3 Qual seu plano?
• Hipótese diagnóstica;
• Exames complementares;
• doenças crônicas;
• Tratamento farmacológico; e não-
• e problemas.
farmacológico (orientações);
2 Qual a Abordagem? • Atestado?
• Anamnese dirigida;
• Exame físico dirigido;
Urgências e emergências hipertensivas

Pseudo crises hipertensivas: elevações significativas da PA, associadas


a sintomas relatados pelo paciente, não se pode estabelecer relação
causal entre a hipertensão e a manifestação do desconforto.

• As pseudocrises hipertensivas são situações nas quais o aumento acentuado


da PA é desencadeado por dor (cefaléia, cólica), desconforto (tonturas, mal-
estar), ansiedade ou por associação desses fatores
• Grupo de pessoas responsável pela maior procura por um atendimento de
urgência com PA acentuadamente elevada.
Urgências e emergências hipertensivas
• Crises hipertensivas (urgências e e emergências hipertensivas):
quando há risco de desenvolvimento de alguma complicação clínica associada ao
aumento abrupto dos níveis pressóricos.

• Emergências hipertensivas: são situações em que ocorre progressiva


lesão aguda de órgãos alvo e risco iminente de morte, que necessitam de
redução imediata da PA (não necessariamente para níveis normais). Tais
emergências devem ser tratadas preferencialmente com agentes an<
hipertensivos parenterais em unidades de urgência.
Urgências e emergências hipertensivas

• Urgências hipertensivas: há elevação importante da pressão arterial, em


geral pressão arterial diastólica > ou = 120 mmHg, com condição clínica estável ,
sem compromeKmento de órgãos alvo, mas que existe risco potencial de lesão
aguda de órgão alvo. Deve proceder o controle pressórico de forma menos
intensa que nas emergências, podendo se estabelecer esse controle em até 24h,
com medicações por via oral.
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes Mellitus Jpo 2

Dislipidemias
Rastreio de Dislipidemia
Indicações:
• Homens com 35 anos ou mais – Grau A;
• Homens de 20 a 35 anos com alto risco – Grau B;
• Mulheres com 45 anos ou mais – Grau A;
• Mulheres de 20 a 45 quando se enquadrarem como alto risco – Grau B.

Periodicidade:
O intervalo adequado para rastreamento é incerto. Recomenda-se a cada 5 anos
para pessoas com resultados normais; podendo ser em um intervalo maior ou
menor, a depender do risco cardiovascular.
Rastreio de Dislipidemia
• Indicações outras formas clínicas de aterosclerose
Diagnóstico
• LDL-c ≥ 160mg/dL – Hipercolesterolemia Isolada;
• TG ≥ 150mg/dL– Hipertrigliceridemia isolada;
• LDL-c ≥ 160mg/dL + TG ≥ 150mg/dL- Hiperlipidemia mista;
• HDL-c ≤ 50mg/dL (mulheres) ou 40mg/dL (homens).

Metas a serem alcançadas

Risco Alto Intermediário Baixo


cardiovascular
PA < 130x80mmHg <140x80 < 140x80

LDL < 100 mg/dL <140 <160


Manejo Clínico Dislipidemias

Sempre de acordo
com a avaliação de
risco cardiovascular
Manejo Clínico na Atenção Básica
Sinvastatina – 40 a 80mg/dia, em 1 tomada à noite;
Hipertrigliceridemia: 500mg/dL (se não resposta à MEV) ou >1000mg/dL;
Considerar fibrato se TG > 500mg/dl, pelo risco de pancreatite aguda.
• Benzafibrato–400 a 600mg/dia;
• Ciprofibrato–100mg/dia;

Solicitar TGO, TGP e CPK de forma regular enquanto se usar estatina;


Até entrar na meta, solicitar novo lipidograma a cada 3 meses enquanto se ajusta
dose e se orienta MEV.
Caso Clínico
Seu José 57 anos, hipertenso há 10 anos e diabéKco há 1 ano. Vem à consulta
médica para entrega de curva de pressão realizada no posto de saúde durante as
úlKmas 4 semanas e também para entrega de exames laboratoriais recentes. Vem
sem queixas cardiovasculares. Não é sedentário ou tabagista. Vem em uso regular
das medicações e com dieta hipossódica.
• Medicações em uso: losartana 100mg/dia e me„ormina 850mg (0–1–1).
• Curva de PA: 150x90mmHg; 140x90mmHg; 150x80mmHg e 140x90mmHg.
• Glicemia jejum= 94mg/dl; Hb glicada= 6,0%; CT= 243mg/dl; LDL= 160mg/dl; HDL=
55mg/dl; TGL= 140mg/dl.
Caso clínico
1 Lista de problemas? 3 Qual seu plano?
• Hipótese diagnóstica;
• Exames complementares;
• doenças crônicas;
• Tratamento farmacológico; e não-
• e problemas.
farmacológico (orientações);
2 Qual a Abordagem? • Atestado?
• Anamnese dirigida;
• Exame físico dirigido;
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Diabetes Mellitus
Diabetes Mellitus - classificação

• DM Jpo 1 - aproximadamente 8% dos casos;

• DM Jpo 2 - cerca de 90% dos casos de diabetes na população;

• DM gestacional;

• LADA – Diabete autoimune com início tardio;

• Outras causas: pancreaJte, diabetes monogênico, secundária a


medicações, endocrinopaJas.
Distúrbio glicêmico Critério diagnóstico
Diabete Melito Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL OU
TTG ≥ 200mg/dL OU
Hb glicada ≥ 6,5% OU
Sinais/sintomas de hiperglicemia + glicemia
plasmática ≥ 200mg/dL
Tolerância a glicose diminuída TTG ≥ 140 mg/dL e < 200mg/dL
Glicemia de jejum alterada Glicemia de jejum ≥ 110 e < 126 (OMS)
Glicemia de jejum ≥ 100 e < 126 (ADA)
Hb glicada elevada Hb glicada entre 5,7 – 6,4% (ADA)
Hb glicada entre 6 – 6,4%
DM- Diagnóstico e exames de glicemia

• Glicemia de jejum: 8 a 14 horas de jejum


• Teste de tolerância a glicose: glicemia 2h após 75 de glicose anidra.
• Paciente deve permanecer sem restrição
de carboidratos por 3 dias;
• Hb glicada: não necessita jejum.
DM- DiagnósCco e elementos clínicos

• Sinais e sintomas clássicos: • Sintomas menos específicos:


• Poliúria, • fadiga,
• polidipsia, • fraqueza,
• perda de peso inexplicada, • letargia,
• polifagia, • visão turva,
• prurido vulvar/balanopostite.
Título
• Texto
Título
• Texto
DM - Avaliação inicial e acompanhamento

• História da pessoa - anamnese;


• Considerar compromeJmento psicológico, rede de apoio e
vulnerabilidade social.

Avaliar as várias dimensões que afetam o DM e seu manejo e considerá-


las periodicamente nas decisões comparElhadas sobre o manejo do DM
e seu autocuidado.
DM-Avaliação inicial e acompanhamento
• Exame físico
• IMC, avaliação de crescimento puberal em adolescentes, PA, palpação de
tireóide, circunferência abdominal;
• exame da cavidade oral: avaliar presença de gengivite, problemas odontológicos
e candidíase;
• exame dos pés: lesões cutâneas, estado das unhas, calos e deformidades,
avaliação dos pulsos arteriais periféricos e edema; teste de sensibilidade
• exame neurológico sumário;
• exame de fundo de olho.
DM - Avaliação inicial e acompanhamento
• Avaliação laboratorial:
• Glicemia de jejum;
• Hb glicada;
• Colesterol total, HDL, LDL e triglicéride;
• Creatinina;
• TSH (DM tipo 1);
• ECG.
• Estratificação do risco cardiovascular.
Avaliação
Mul;dimensional
Idade de início Em menores de 40 anos tratamento mais intensivo, acima de 70
anos, menos intensivo

Grau de hiperglicemia e duração da doença Hiperglicemia grave e aguda: descartar infecção, considerar
insulinização ainda que temporária
Risco de hipoglicemia Atenção aos idosos, pessoas que moram só ou que já tiveram
hipoglicemia grave
Presença de complicações Lembrar de fármacos com proteção cardiorrenal

Excesso de peso Evitar sulfoniureias e insulina

Vulnerabilidade social considerar outras prioridades de vida que competem com o plano
terapêutico
Manejo Terapêutico - Principais drogas
• A Me„ormina é a droga de primeira escolha para o tratamento da DM Kpo 2;
• Se Hb glicada acima do alvo e me„ormina em dose alta, considerar escalonamento.
Sem DCV aterosclerótica, ICC ou DRC Com DCV ateroscleró/ca, ICC ou DRC

● Perda de peso, atividade física, redução ● ISGLT2;


carboidratos; ● arGLP1.
● Sulfoniureias;
● iDDP4;
● Pioglitazona; INSULINA QUANDO INDICADO
● Glinidinas; REAVALIAR HB GLICADA EM 3-6 MESES
● ISGLT2;
● arGLP1.
Manejo Terapêutico – drogas
Manejo TerapêuCco –drogas
Manejo Terapêutico –drogas
Manejo Terapêutico – Insulinas disponíveis no Brasil
Manejo Terapêutico –drogas do RENAME
Fármaco Concentração Forma farmacêutica Componente
Metformina 500 e 850mg comprimidos Básico
Glibenclamida 5mg comprimidos Básico
Glicazida 30, 60 E 80mg comprimidos Básico
Dapaglifozina 10mg comprimidos Especializado
insulina análoga de ação 100UI/ml e 300UI/ml Solução injetável com Especializado
prolongada sistema de aplicação

insulina análoga de ação 100UI/ml Solução injetável com Especializado


rápida sistema de aplicação

insulina humana NPH 100UI/ml Suspensão injetável Básico

insulina humana regular 100UI/ml Solução injetável Básico


Manejo Terapêutico - detalhes

• A Merormina é a droga de escolha para o tratamento da DM Jpo 2;


• Se glicemia de jejum esJver muito alta (>ou=300mg/dL) o uso da
insulina está indicado, mesmo que por curtos periodos de tempo, até
normalizar a glicemia;
• Pacientes obesos (IMC>30) se beneficiam da Merormina desde o
início do tratamento.
Manejo Terapêutico
Plano terapêutico envolve apoio para mudança de estilo de vida (MEV), controle
metabólico e prevenção das complicações crônicas.
Manejo TerapêuCco – indicações de
insulinoterapia
• Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com uma
sulfoniluréia por três a seis meses;
• Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem >300mg/dL, na primeira
avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de
perda de peso, cetonúria e cetonemia;
• Diabetes gestacional;
• Situações de estresse agudo metabólico (cirurgias, infecções graves, AVE,
politrauma, IAM).
Manejo Terapêutico -Principais drogas
Manejo Terapêutico - Insulinas

• A dose inicial costuma ser de 10 UI de insulina NPH, ou 0,2UI/kg para as pessoas


obesas, podendo ser reajustada em 2 UI a 4 UI, conforme média de três glicemias
capilares de jejum consecutivas, até atingir meta glicêmica.

• Insulina regular é útil no tratamento da hiperglicemia pós-prandial – a administrar


30 minutos antes da refeição.
Manejo TerapêuCco - Insulinas

• A pessoa em uso de insulina deve ser instruída sobre a detecção e o manejo da


hipoglicemia;

• Na ocorrência de hipoglicemia, reduzir a dose em 4UI ou 10% da dose;

• A metformina pode ser mantida após o início do uso de insulina.


Manejo Terapêutico - Insulinização progressiva
na pessoa com DM tipo 2
Protocolos de Encaminhamento -
Endocrinologia

• Uso de insulina em dose oJmizada (mais de uma unidade por


quilograma de peso); OU
• Insuficiência renal cronica (creaJnina 1 5 mg/dl); OU
• DM Jpo1 (uso de insulina como medicação principal antes dos 40
anos).
Protocolos de Encaminhamento - Nefrologia

• Taxa de filtração glomerular 30 min 1,73 m2 (estágio 4 e 5);


• Proteinúria (macroalbuminúria);
• Perda rápida da função renal 5 min 1,73 m2 em um período de seis
meses, com uma TFG 60 / 1,73 m2 confirmado em dois exames);
• Suspeita de nefropaJa por outras causas.

Telessaúde 0800 6446543


Caso clínico
Joana, mulher de 60 anos, confeiteira, diabéJca há 8 anos, usa
Merormina 850 mg três vezes por dia após as refeições e
Glibenclamida 5mg antes do café e jantar. Ela confidencia que às vezes
come doces no trabalho porque fica ansiosa. Seus exames: Glicose
jejum 300mg/dl, Hemoglobina glicada 8,7%.
No exame Usico, apresenta PA 130x90mmHg, peso 82Kn e estatura de
1,58m. Ausculta cardiopulmonar normal. Pulsos periféricos presentes e
simétricos
Caso clínico
1 Lista de problemas? 3 Qual seu plano?
• Hipótese diagnóstica;
• Exames complementares;
• doenças crônicas;
• Tratamento farmacológico; e não-
• e problemas.
farmacológico (orientações);
2 Qual a Abordagem? • Atestado?
• Anamnese dirigida;
• Exame físico dirigido;
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes Mellitus Jpo 2

Obesidade
Obesidade - avaliação pelo Índice de Massa
Corporal (IMC): Kg/m2
IMC Classificação
< 18,5 Baixo peso

18,5 – 24,99 Eutrófico

25 – 29,99 Sobrepeso ou pré-obeso

30 – 34,99 Obesidade peso grau I

35 – 39,99 Obesidade peso grau II

>40 Obesidade peso grau III


Obesidade - diagnósCco
• Obesidade em crianças, adolescentes e gestantes – observar curva
antropométrica específica por idade.
• Obesidade em idosos:
Obesidade - tratamento
• Terapia nutricional.
• Terapia comportamental
• Abordar crenças
• Controle de estímulos, automonitoramento
• Reestruturação cognitiva
• Avaliar pensamento supersticioso, dicotômico, idealizações
• Tratamento em grupo
Obesidade - tratamento
• Terapia medicamentosa
• Orlistat
• LiragluKda
• Sibutramina
• Bupropiona
• Me„ormina
• Topiramato
• Lorcaserina
Obesidade - tratamento
• Cirurgia bariátrica
• Indicações: IMV ≥ 40 ou ≥35 com comorbidades, tratamento
adequado ≥ 2 anos sem sucesso
• Critérios de exclusão: endocrinopatias reversíveis, abuso de álcool ou
outras drogas, doença psiquiátrica grave ou descontrolada,
incapacidade de reconhecer riscos e benefícios
Obesidade - tratamento
• Acompanhamento ambulatorial
• Monitorar ingesta nutricional
• Monitorar comorbidades
• Revisar medicações
• Avaliar suporte nutricional
• Dar suporte para atividade física
• Manejar condições psicológicas
Caso Clínico

Flora 60 anos, analfabeta, dona de casa, mora na sua área de


cobertura. Vem para consulta médica agendada com queixa de dor no
ombro direito há 2 meses. Relata início da dor “depois de ter
começado a fazer salgadinhos para vender na porta da fábrica”. A dor
melhora com uso de Diclofenaco, que faz uso diário há 15 dias. Tem
diagnóstico de HAS e DM tipo 2 há 20 anos. Sem outras comorbidades.
Na consulta, solicita laudo para levar ao advogado que está ajudando-a
a conseguir um benefício.
Caso Clínico
Está em uso regular de:
• Enalapril 20mg de 12 em 12h;
• HidrocloroKazida 25mg, pela manhã;
• Me„ormina 850mg, antes do almoço e do jantar;

Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):


• PA –160x90; Peso; 78kg; Altura: 1,60m
• Glicemia de jejum : 220
Como você manejaria esta paciente?
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Doença Renal Crônica


Doença Renal Crônica - DRC

• Prevalência 8,9% entre os funcionários de insJtuições federais no


Brasil;
• Causas mais comuns:
• HAS 34%;
• Diabete melito 32%;
• GlomerulopaKa 9%.
Doença Renal Crônica - DRC
• Quando se considera DRC?
• Maiores de 18 anos que mantém, por mais de 3 meses, a taxa de filtração
glomerular (TFG) < 60ml/min/1,73m ou <60ml/min/1,73m e com lesão renal
estrutural.
• Assintomática até o estágio 4;
• Cálculo de TFG:
• MDRD;
• CKD-EPI;
• Cockroft-gault.
Doença Renal Crônica - ECologia
Doença Renal
Crônica –
rastreamento
DRC – Marcadores de lesão renal
• Albumina em amostra de 24h:
• Normal < 30mg;
• Moderadamente elevada: 30 a 300mg;
• Elevada: >300mg.

• Razão albumina/creatinina:
• Normal < 30mg/g;
• Moderadamente elevada: 30 a 300mg/g;
• Elevada: >300mg/g.
DRC – prognóstico de acordo com a TFG
Manejo da HAS
na DCR
Manejo terapêutico
● Tratar e acompanhar doenças de base;
● Todo paciente portador de DRC é alto RCV – prescrever estatina e avaliar AAS;
● Prescrever iECA ou BRA e monitorar Cr e K – suspender se aumento de 30% da
Cr ou K>6;
● A partir do estágio 3A – avaliar eritropoietina;
● Monitorar vitamina D e fazer reposição se abaixo de 30ng/dL;
● Monitorar taxas de fósforo e cálcio;
● Estágio 4 e 5: observar restrições dietéticas. Evitar AINEs. Se indicado o uso de
insulina, controle rigoroso da glicemia pelo risco de hipoglicemia.
ATENÇÃO - ERROS COMUNS
• Deixar de esKmar a TFG diante de níveis séricos de creaKnina dentro dos
parâmetros da feixa de referências, em pessoas com indicação de rastreamento;
• DiagnosKcar DRC sem um segundo exame, 3 meses depois do primeiro;
• Deixar de ajustar a posologia de medicamento com excreção renal, como
anKbióKcos e insulina;
• Deixar de monitorar creaKnina e potássio após introdução ou aumento de iECA ou
BRA2;
• Suspender me„ormina antes da TFG estar abaixo de 30.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC
DPOC – impacto da doença

• Prevalência em torno de 15% nas Américas;

• Taxa de mortalidade em redução – redução de 28,2% comparando 1996 com


2007 – medidas de controle do tabagismo, à ampliação ao acesso à APS, à novas
terapêuKcas medicamentosas e à vacinação contra Influenza a Pneumococo;

• Qualidade de vida das pessoas – trabalhadores rurais, indígenas.


DPOC – fatores de risco

• Tabagismo é responsável por 80- 90% e 15% dos tabagistas terão DPOC;
• Exposição ambiental – poeiras e produtos químicos, fogão a lenha, poluição
extradomiciliar;
• Tuberculose pode ser fator de risco – monitorar;
• Portadores de HIV tem risco aumentado para DPOC;
• Mais prevalente em populações economicamente vulneráveis.
DPOC – diagnósCco
• É uma condição pulmonar heterogênea caracterizada por sintomas respiratórios
crônicos (dispneia, tosse, produção de escarro e/ou exacerbações) devido a
anormalidades das vias aéreas (bronquite, bronquiolite) e/ou alvéolos (enfisema)
que causam obstrução persistente e muitas vezes progressiva, do fluxo aéreo;

• Presença de limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível (ou seja, VEF1/FVC <
0,7 pós-broncodilatação) medido por a espirometria é mandatória para diagnóstico
de DPOC.
DPOC – diagnóstico
• Sintomas:
• Dispneia progressiva ao longo do tempo, piora aos esforços e persistente;
• limitação de atividades e/ou tosse com ou sem produção de escarro;
• Sibilos recorrentes;
• Tosse crônica –pode ser intermitente, produtiva ou não;
• Tosse produtiva – pode ser critério diagnóstico, mas ainda subjetiva.

• Diagnóstico diferencial de tosse crônica – asma, câncer de pulmão, tuberculose,


bronquiectasia, ICC, fibrose cística, doença intersticial pulmonar, rinite, síndrome do
gotejamento pós nasal crônico, RGE, medicamentos.
DPOC – critérios diagnósticos
DPOC – critérios diagnósCcos
DPOC – Anamnese
• Exposição do paciente a fatores de risco;
• História médica pregressa, incluindo eventos do início da vida (prematuridade,
baixo peso ao nascer, tabagismo materno durante gravidez, exposição passiva ao
fumo durante a infância), asma, alergia, sinusite ou pólipos nasais; infecções
respiratórias na infância; HIV; tuberculose;
• Histórico familiar de DPOC ou outra doença respiratória crônica;
• Padrão de desenvolvimento dos sintomas;
• Histórico de exacerbações ou internações prévias por distúrbio respiratório.
DPOC – Anamnese
• Histórico de exacerbações ou internações prévias por distúrbio respiratório;
• Presença de comorbidades, como cardiopaKas, osteoporose, distúrbios
musculoesqueléKcos, ansiedade e depressão e malignidades que também podem
contribuir para a restrição da aKvidade;
• Impacto da doença na vida do paciente, incluindo limitação da aKvidade, falta ao
trabalho e impacto econômico, efeito nas roKnas familiares, senKmentos de
depressão ou ansiedade, bem-estar e aKvidade sexual;
• Apoio social e familiar disponível para o paciente.
Teste de Avaliação da
DPOC (COPD
Assessment Test™–
CAT)
DPOC – Manejo terapêutico não farmacológico
• Reabilitação pulmonar: diagnóstico preciso e avaliação de
comorbidades + tratamento farmacológico, nutricional e fisioterápico +
recondicionamento físico.

• Vacinação:
• COVID 19;
• Uma dose da vacina antipneumocócica conjugada 20 ou Uma dose da vacina
antipneumocócica conjugada 15 e antipneumocócica 23;
• dTPa se não vacinados na adolescência;
• Herpes zoster para maiores de 50 anos.
DPOC – Manejo terapêuCco não farmacológico
• Oxigenioterapia
• Se PaO2 ≤55mmHg ou SatO2 ≤ 89% em repouso;
• PaO2 entre 56 e 59mmHg se policitemia ou cor pulmonale.

• Flebotomia (sangria)
• Cor pulmonale descompensado e Ht > 55%.

• Apoio psicossocial – educação em saúde para otimizar autonomia;


abordagem das exacerbações.

• Abordar cuidados paliativos quando indicado.


DPOC – Manejo terapêutico farmacológico
≥ 2 exacerbações moderadas ou ≥1 GRUPO E:
hospitalização por exacerbação LABA + LAMA
Considerar LABA + LAMA + CE se
eosinofilia > 300
0 -1 exacerbação moderada sem GRUPO A (mMRC 0-1; CAT<10):
hospitalização Broncodilatador

0 -1 exacerbação moderada sem GRUPO B (mMRC ≥2; CAT>10):


hospitalização LABA + LAMA
DPOC – Manejo terapêutico farmacológico

SABA – B2 agonistas de curta ação Fenoterol, salbutamol, terbutalina


LABA - agonistas de longa ação Formoterol, Salmeterol

LAMA - anticolinérgicos de longa ação Tiotrópio, aclidionio, glicopirrônio

SAMA – anticolinérgicos de curta ação ipratrópio


DPOC – Manejo terapêutico farmacológico
SAMA + SABA Fenoterol + ipratrópio
Salemeterol+ ipratrópio
LABA + LAMA Formoterol + aclidínio; Formoterol + glicopirrônio

LABA + LAMA + ICS Fluticasona + umeclidinio + vilanterol;


Beclometasona+formoterol+glicopirrônio (esse
disponível no Brasil)
LABA + ICS Formoterol + beclometasona; Formoterol +
budesonida; Salmeterol + fluticasona

METILXANTINAS Aminofilina, teofilina

MUCOLÍTICOS Carbocisteína, N-acetilcisteína


DPOC – Manejo terapêutico farmacológico

• Antibioticoterapia
• uso profilático e contínuo de antibióticos não reduz exacerbações;
• Azitromicina (250 mg/dia ou 500 mg três vezes por semana) ou eritromicina
(250 mg duas vezes por dia) por um ano em pacientes propensos a
exacerbações reduziu o risco de exacerbações em comparação com o
tratamento usual;
• Pulsoterapia não tem efeito benéfico sobre a taxa de exacerbação em geral.
DPOC – Medicações
disponíveis no
RENAME 2022
DPOC – Medicações
disponíveis no
RENAME 2022
Materiais complementares
• Vídeo indígena preparando alimento: https://www.youtube.com/watch?v=abnJCvOWVjE
• Pé diabético. Diário de um Posto de Saúde. 2017. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Y5K2O0WMPzo
• Vídeo “Bicha Braba” - Como é conviver com um problema de pressão ou com açúcar no sangue? Como é cuidar de
distúrbios tidos como crônicos e incuráveis para o resto da vida? E naqueles dias em que a bicha fica braba?
https://www.youtube.com/watch?v=ZPyiRylth2M
Referências
BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol., v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021. Disponível em:
https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03-0516.x55156.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes
mellitus. Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 160 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_mellitus_cab36.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed., 1. reimpr. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 156 p. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-
saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:
hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 128 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hipertensao_arterial_sistemica_cab37.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica :
obesidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 212 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38) Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_doenca_cronica_obesidade_cab38.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Endocrinologia e nefrologia / Ministério da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Protocolos de encaminhamento da
atenção básica para a atenção especializada; v. 1. Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Endocrinologia e nefrologia. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a
atenção especializada; v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 20 p.: il. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_atencao_especializada_endocrinologia.pdf
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cardiologia [recurso eletrônico]. Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a
atenção especializada; v. 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 23 p.: il. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_especializada_cardiologia_v_II.pdf

BRASIL Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Manual de atenção às pessoas com sobrepeso e
obesidade no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 55 p.

CANADIAN TASK FORCE ON PREVENTIVE HEALTH CARE. Recommendations on screening for type 2 diabetes in adults. CMAJ, v. 184, n. 15, p. 1687-1696, 2012; DOI:
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COBAS, R. et al. Diagnóstico do diabetes e rastreamento do diabetes tipo 2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. Disponível em:
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DAVIDSON, K. W. et al. Screening for prediabetes and type 2 diabetes: US Preventive Services Task Force recommendation statement. Jama, v. 326, n. 8, p. 736-743,
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DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

FERNANDES, F. L. A. et al. Recomendações para o tratamento farmacológico da DPOC: perguntas e respostas. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 43, p. 290-301,
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FILHO, R. et al. Tratamento farmacológico da hiperglicemia no DM2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-10, ISBN:
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Referências
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GUGELMIN, S. Â. Políticas públicas e intervenções nutricionais. In: BARROS, D. C., SILVA, D. O., and GUGELMIN, S. Â., orgs. Vigilância alimentar e nutricional para a
saúde Indígena [online]. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007, pp. 237-255. Disponível em: https://books.scielo.org/id/fyyqb/pdf/barros-9788575415870-11.pdf

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.

NICE - National Institute for Health and Care Excellence. Cardiovascular disease: risk assessment and reduction, including lipid modification. Clinical guideline [CG181].
2014. Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/cg181.

PITITTO, B. et al. Metas no tratamento do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-3, ISBN: 978-65-5941-622-6.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/metas-no-tratamento-do-diabetes/

RODACKI, M. et al. Classificação do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022. DOI: 10.29327/557753.2022-1, ISBN: 978-65-5941-622-6.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/classificacao-do-diabetes/
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

21 - DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS

CASO CLÍNICO - RESPOSTA

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 21

Doenças Diarreicas Agudas

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Aline é uma jovem indígena de 24 anos, da etnia Kaiagang e mora no interior do RS, com
sua mãe de 50 anos, seu marido de 28 anos e seus filhos, de 4 e 2 anos. Aline não gosta
de frequentar o posto de saúde, pois acha que os profissionais “se intrometem demais”
e sua aldeia é conhecida pela EMSI pois os indígenas não costumam procurar assistência
médica.
Vem à consulta com seus dois filhos queixando diarreia e é atendida pela Dra Luana. O
menor, Iago, está ativo e tenta mexer em todos objetos da sala. O maior, João, está no
colo da mãe e quase não interage com o médico – Luana suspeita que seja pelo
conhecido comportamento arredio da comunidade indígena. Como está trabalhando
neste pólo-base há pouco tempo, suas impressões sobre a comunidade são poucas, pois
ainda não conhece sua população adstrita.
Ao ser questionada, Aline conta que Iago começou a apresentar diversos episódios de
fezes líquidas e febre alta há 4 dias e, João, há 3 dias. Iago já não tem febre - apresentou
apenas nas primeiras 24h, e as fezes já estão mais consistentes. Hoje Iago ainda não
evacuou. Já João, iniciou febre e prostração há 2 dias e evoluiu de evacuações pastosas
para líquidas nas últimas 24h. Nenhuma das crianças vomitou e Aline está oferecendo
chás que sua avó receitou. Ela também está oferecendo uma papa de farinha de
mandioca, pão e cozido de batatas, que João quase não está aceitando.

EXAME FÍSICO:

Iago está alerta, hidratado, corado. TAX 36ºC, FR 22, FC 93


Peso 13Kg E 78cm
Abdome flácido, sem massas e discretamente doloroso à palpação profunda

João está letárgico, febril, anictérico e choroso ao exame físico. TAX 37,6ºC, FR 24, FC
112
Peso 14Kg E 113cm
Os olhos estão profundos e o sinal da prega está reduzido
Abdome flácido, sem massas e doloroso à palpação profunda.
Luana pede a caderneta da criança e avalia o crescimento de ambos:
Também observa que o calendário de vacinação de Iago está em dia, mas o de João tem
vacinas em atraso, incluindo a Rotavírus. Lembra que a equipe de EMSI tem feito
intervenções junto à comunidade indígena há 3 anos, em conjunto com o cacique da
comunidade e com as idosas – que são as referências de cuidado da aldeia.
QUESTÃO 1) De acordo com o Plano de Ação da estratégia AIDPI, qual conduta Luana
deve tomar em relação ao filho mais novo, Iago, de 2 anos? Justifique a sua resposta.

Resposta:
Iago se enquadra no Plano A da AIDPI porque apresenta sinais vitais normais e está
hidratado. Luana deve orientar Aline a realizar dieta e hidratação por via oral para Iago.
Lembra-la de observar fatores de risco para desidratação e oferecer sais de reidratação
oral entre 100 - 200ml após cada evacuação diarreica.
Além de prescrever anti-térmicos (paracetamol ou dipirona na dose de 1 gota por quilo
de peso) em caso de febre ou dor e zinco na dose de 20mg/dia por 10 a 14 dias.

QUESTÃO 2) De acordo com o Plano de Ação da estratégia AIDPI, qual conduta Luana
deve tomar em relação ao filho mais velho, João, de 5 anos.? Justifique a sua resposta.

Resposta:
João se enquadra no Plano B porque apresenta sinais vitais comprometidos estando
letárgico, febril e choroso, além da dor abdominal à palpação.
Luana deve iniciar o tratamento de João para desidratação com 50 a 100ml/Kg
de solução de reidratação oral, dadas em pequenas quantidade e com frequência, em
período de 4 a 6 horas, sob observação na UBS. Orienta alimentação branda, livre de
resíduos, com baixa concentração de lipídeos e de acordo com a tolerância de João.
Além de prescrever anti-térmicos (paracetamol ou dipirona na dose de 1 gota por quilo
de peso) em caso de febre ou dor e zinco na dose de 20mg/dia por 10 a 14 dias.
Luana deve orientar quais sintomas justificam procurar assistência hospitalar:
persistência de febre alta, vômitos incoercíveis ou oligúria/anúria.
Luana precisa discutir os cuidados domiciliares, após as 4h de observação na UBS,
respeitando a cultura e hábitos da família, procurando construir a relação médico-
paciente.

Discute os casos com EMSI, com vistas a investigar possível surto de diarreia na aldeia.
QUESTÃO 3) Quais são os sinais de risco para a mudança de plano de ação pelo AIDPI,
no caso de João?
Luana deve orientar sobre os seguintes sinais de risco: redução do volume urinário,
vômitos repetidos, piora da diarréia, muita sede, sangue nas fezes

Referências

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021.


Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.
CIENTÍFICO, Conselho; DE SADOVSKY, Ana Daniela Izoton. Diarreia aguda: diagnóstico e
tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria-Departamento Científico de
Gastroenterologia, n. 1, 2017.

DE MELO OLIVEIRA, T. K. et al. Desafios e potencialidades envolvidos na prevenção de


doenças diarreicas junto à população indígena em Roraima. Revista Eletrônica Acervo
Saúde, v. 13, n. 12, p. e9539-e9539, 2021.Disponível em:
https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/download/9539/5737/#:~:text=N
esse%20contexto%2C%20destaca%2Dse%20a,e%20ZATTI%20CA%2C%202018).

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes:


Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.

MORAIS, M. B. et al. Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de


Pediatria–Departamento Científico de Gastroenterologia, n. 1, p. 1-15, 2017.
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Guia-
Pratico-Diarreia-Aguda.pdf

PINTO, M. V.; ZATTI, C. A. Adoecimento Indígena: Aspectos referentes à


morbimortalidade indígena. Rev.Brazilian J. of Surgery and Clinical Research, v. 24, n.
02, p. 106-111 2018.

SITUAÇÃO Epidemiológica. Ministério da Saúde, [s.d]. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/colera/situacao-
epidemiologica
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

21 - DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 21

Doenças Diarreicas Agudas

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA
Aline é uma jovem indígena de 24 anos, da etnia Kaingang e mora no interior do RS, com
sua mãe de 50 anos, seu marido de 28 anos e seus filhos, de 4 e 2 anos. Aline não gosta
de frequentar o posto de saúde, pois acha que os profissionais “se intrometem demais”
e sua aldeia é conhecida pela EMSI pois os indígenas não costumam procurar assistência
médica.
Vem à consulta com seus dois filhos queixando diarreia e é atendida pela Dra Luana. O
menor, Iago, está ativo e tenta mexer em todos objetos da sala. O maior, João, está no
colo da mãe e quase não interage com o médico – Luana suspeita que seja pelo
conhecido comportamento arredio da comunidade indígena. Como está trabalhando
neste pólo-base há pouco tempo, suas impressões sobre a comunidade são poucas, pois
ainda não conhece sua população adstrita.
Ao ser questionada, Aline conta que Iago começou a apresentar diversos episódios de
fezes líquidas e febre alta há 4 dias e, João, há 3 dias. Iago já não tem febre - apresentou
apenas nas primeiras 24h, e as fezes já estão mais consistentes. Hoje Iago ainda não
evacuou. Já João, iniciou febre e prostração há 2 dias e evoluiu de evacuações pastosas
para líquidas nas últimas 24h. Nenhuma das crianças vomitou e Aline está oferecendo
chás que sua avó receitou. Ela também está oferecendo uma papa de farinha de
mandioca, pão e cozido de batatas, que João quase não está aceitando.

EXAME FÍSICO:

Iago está alerta, hidratado, corado. TAX 36ºC, FR 22, FC 93


Peso: 13Kg e altura: 78cm
Abdome flácido, sem massas e discretamente doloroso à palpação profunda

João está letárgico, febril, anictérico e choroso ao exame físico. TAX 37,6ºC, FR 24, FC
112
Peso: 14Kg e altura: 113cm
Os olhos estão profundos e o sinal da prega está reduzido
Abdome flácido, sem massas e doloroso à palpação profunda
Luana pede a caderneta da criança e avalia o crescimento de ambos:
Também observa que o calendário de vacinação de Iago está em dia, mas o de João tem
vacinas em atraso, incluindo a Rotavírus. Lembra que a equipe de EMSI tem feito
intervenções junto à comunidade indígena há 3 anos, em conjunto com o cacique da
comunidade e com as idosas – que são as referências de cuidado da aldeia.
QUESTÃO 1) De acordo com o Plano de Ação da estratégia AIDPI, qual conduta Luana
deve tomar em relação ao filho mais novo, Iago, de 2 anos? Justifique a sua resposta.

QUESTÃO 2) De acordo com o Plano de Ação da estratégia AIDPI, qual conduta Luana
deve tomar em relação ao filho mais velho, João, de 5 anos.? Justifique a sua resposta.

QUESTÃO 3) Quais são os sinais de risco para a mudança de plano de ação pelo AIDPI,
no caso de João?
Referências

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021.


Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.
CIENTÍFICO, Conselho; DE SADOVSKY, Ana Daniela Izoton. Diarreia aguda: diagnóstico e
tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria-Departamento Científico de
Gastroenterologia, n. 1, 2017.

DE MELO OLIVEIRA, T. K. et al. Desafios e potencialidades envolvidos na prevenção de


doenças diarreicas junto à população indígena em Roraima. Revista Eletrônica Acervo
Saúde, v. 13, n. 12, p. e9539-e9539, 2021.Disponível em:
https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/download/9539/5737/#:~:text=N
esse%20contexto%2C%20destaca%2Dse%20a,e%20ZATTI%20CA%2C%202018).

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes:


Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.

MORAIS, M. B. et al. Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de


Pediatria–Departamento Científico de Gastroenterologia, n. 1, p. 1-15, 2017.
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Guia-
Pratico-Diarreia-Aguda.pdf

PINTO, M. V.; ZATTI, C. A. Adoecimento Indígena: Aspectos referentes à


morbimortalidade indígena. Rev.Brazilian J. of Surgery and Clinical Research, v. 24, n.
02, p. 106-111 2018.

SITUAÇÃO Epidemiológica. Ministério da Saúde, [s.d]. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/colera/situacao-
epidemiologica
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Doenças Diarreicas Agudas


Definição

Ocorrência de três ou mais


evacuações amolecidas ou líquidas
nas úlEmas 24 horas. A diminuição
da consistência habitual das fezes é
um dos parâmetros mais
considerados.
Classificação da diarreia segundo a duração
dos sintomas
Classificação
• Diarreia aquosa aguda:
• perda de grande quan*dade de água durante as evacuações, com alteração
da consistência das fezes por um período <14 dias.
• Ocorre secreção a*va de água e eletrólitos da corrente circulatória para a luz
intes*nal.
• Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos.
• Disenteria aguda:
• presença de sangue visível nas fezes, podendo haver muco e/ou pus devido
a uma lesão na mucosa intes*nal.
• Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria, que
invadem a mucosa do cólon.
Principais etiologias da diarreia
Epidemiologia - DDA

• Segundo a OMS, são a segunda principal causa de morte em


crianças com idade < 5 anos, em países em desenvolvimento,
embora sejam evitáveis e tratáveis;

• São as principais causas de morbimortalidade infanEl (<1 ano) e


consEtuem um dos mais graves problemas de saúde pública global,
com aprox. 1,7 bilhão de casos e 525 mil óbitos na infância (< 5
anos) por ano;
Epidemiologia - DDA

• No Brasil, de 2007 a 2018, a DDA vem mantendo uma incidência anual


de cerca de 300 mil casos em crianças < 1 ano e aprox. 950 mil casos
em crianças de 1 a 4 anos, segundo dados do SINAN.

• A DDA é considerada uma doença preocupante nos povos indígenas,


pois apesar de ser tratável correspondem a uma das principais doenças
infecciosas que os aEngem, em muitos casos evoluindo ao óbito,
principalmente, de crianças menores de 5 anos.
Manifestações clínicas

• No mínimo 3 episódios de fezes líquidas ou amolecidas em 24 horas;

• Podem estar associados:


• Cólias e/ou dores abdominais;
• Febre;
• Sangue e/ou muco nas fezes;
• Náuseas;
• Vômitos.
Transmissão

• Pelas vias oral ou fecal-oral

• Indireta: consumo de água ou alimentos contaminados e contato com


objetos contaminados como utensílios de cozinha, acessórios de
banheiros, equipamentos hospitalares;

• Direta: pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos


contaminadas e contato de pessoas com animais.
Abordagem e manejo
• História clínica - tem alto valor discriminatório e permite em pouco
tempo o diagnósEco diferencial sindrômico e de outras doenças com
manifestações similares;
• QuesEonar sobre contatos que também tenham a doença/sintomas;
• Avalia a gravidade dos sintomas e o risco de complicações, em especial
a desidratação;
• Número de evacuações, caracterísEcas das fezes, presença de febre e
relato de náuseas e/ou vômitos;
Abordagem e manejo
• Maioria dos casos é auto-limitada;
• Testes diagnósEcos são indicados somente em casos selecionados –
coproculturas não devem ser realizadas de roEna;
• A invesEgação laboratorial é reservada para as crianças com
desidratação grave e que necessitem de hidratação venosa;
• Exame fsico: avaliar a existência de comorbidades e a presença e o
grau de desidratação;
• Desidratação – sinal de gravidade.
Principais sinais para avaliação do grau de
desidratação
O exame físico é importante para avaliar a presença de desidratação para a
instituição do tratamento adequado!!!

Melhor
indicador de
desidratação
Tratamento
Após avaliação clínica do usuário, estabelece-se qual plano de
tratamento será executado.
Hidratação oral
• Líquidos devem ser administrados com frequência, em pequenos goles;
• Se vomitar, aguardar 10 minutos e con*nuar, porém mais lentamente;
• Vômitos costumam cessar após 2 a 3 horas do início da reidratação.
Como preparar o
soro de reidratação
oral
• O PLANO B DEVE SER REALIZADO NA
UNIDADE DE SAÚDE;
• OS PACIENTES DEVERÃO PERMANECER NA
UNIDADE DE SAÚDE ATÉ A REIDRATAÇÃO
COMPLETA.
OS PACIENTES
QUE ESTIVEREM
SENDO
REIDRATADOS
POR VIA
ENDOVENOSA
DEVEM
PERMANECER
NA UNIDADE DE
SAÚDE ATÉ QUE
ESTEJAM
HIDRATADOS E
CONSEGUINDO
MANTER A
HIDRATAÇÃO
POR VIA ORAL
AIDIPI
IdenDficar disenteria e/ou outras patologias
associadas à diarreia
1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes
Caso posiEvo e com compromeEmento do estado geral:

• Reidratar o paciente de acordo com os planos A, B ou C;


• Iniciar an*bio*coterapia – considerando possível infecção por Shigella.
1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes
•Tratamento de crianças:

• Ciprofloxacino: 15mg/kg mg de 12/12h, VO, por 3 dias (primeira escolha);


• Azitromicina 10 a 12 mg/kg no 1º dia e 5 a 6 mg/kg por mais 4 dias, VO;
• Ce1riaxona: 50 a 100mg/kg, IV ou intramuscular, uma vez ao dia, por 2 a 5
dias, como alterna*va, principalmente nos casos graves que requerem
hospitalização.
1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes
• Orientar o paciente ou acompanhante para administrar líquidos e
manter a alimentação habitual, caso o tratamento seja realizado
no domicílio.
• Reavaliar o paciente após 2 dias.
• Se manEver presença de sangue nas fezes ou melena após 48
horas do início do tratamento ou condições gerais
compromeEdas, encaminhar para internação hospitalar.
1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes

•Tratamento de adultos:

• Ciprofloxacino: 500 mg de 12/12h, via oral, por 3 dias.


1- Perguntar se o paciente tem sangue nas
fezes
• Orientar o paciente ou acompanhante para administrar líquidos e
manter a alimentação habitual, caso o tratamento seja realizado no
domicílio.
• Reavaliar o paciente após 2 dias:
• Se manEver presença de sangue nas fezes ou melena após 48 horas
do início do tratamento:
• Se o paciente es*ver com condições gerais boas, iniciar Ceariaxona 2g, via
intramuscular, 1 vez ao dia, por 2 a 5 dias.
• Se es*ver com condições gerais comprome*das, encaminhar para internação
hospitalar.
2- Perguntar quando iniciou a diarreia
• Se Ever mais que 14 dias de evolução:
a) Encaminhar o paciente para a unidade hospitalar se:
• menor que seis meses;
• apresentar sinais de desidratação. Neste caso, reidrate-o primeiro e em
seguida encaminhe-o a unidade hospitalar.
• Quando não houver condições de encaminhar para a unidade hospitalar,
orientar o responsável/acompanhante para administrar líquidos e manter a
alimentação habitual no domicílio.

b) Se o paciente não es>ver com sinais de desidratação e nem for menor de


seis meses, encaminhar para consulta médica para inves>gação e
tratamento.
3- Observar se tem desnutrição grave
• Se a criança esEver com desnutrição grave (uElizar para diagnósEco a
Caderneta de Saúde da Criança do Ministério da Saúde):
• Em caso de desidratação, iniciar a reidratação oral e encaminhar o
paciente para o serviço de saúde.
• Crianças com quadro de desnutrição grave devem ter o primeiro atendimento em
qualquer Unidade de Saúde, devendo-se iniciar hidratação e an*bio*coterapia de
forma imediata, até que chegue ao hospital.
• Sempre que possível, hidratação IV deve ser evitada em crianças gravemente
desnutridas.
4- Verificar a temperatura

Se o paciente esEver, além da diarreia, com a temperatura de 39°C


ou mais: invesEgar e tratar outras possíveis causas, por exemplo,
pneumonia, oEte, amigdalite, faringite, infecção urinária.
Uso de medicamentos
• An5bió5cos: somente para casos de diarreia com sangue (disenteria) e
comprome*mento do estado geral ou em casos de cólera grave. Em
outras condições, os an*bió*cos são ineficazes e não devem ser
prescritos.
• An5parasitários: devem ser usados somente para:
• Amebíase, quando o tratamento de disenteria por Shigella sp
fracassar, ou em casos em que se iden*ficam nas fezes trofozoítos de
Entamoeba histoly1ca englobando hemácias.
• Giardíase, quando a diarreia durar 14 dias ou mais, se iden*ficarem
cistos ou trofozoítos nas fezes ou no aspirado intes*nal.
Reposição de Zinco

• De acordo com a OMS deve ser usado em menores de cinco


anos, durante 10 a 14 dias, sendo iniciado a parEr do
momento da caracterização da diarreia;
• Até seis meses de idade: 10mg/dia;
• Maiores de seis meses de idade: 20mg/dia.
ProbióDcos
• São microrganismos vivos capazes de colonizar o trato digesEvo e
exercer efeitos benéficos no hospedeiro;
• São eficazes na redução da duração e da intensidade dos
sintomas da DDA;
• Se disponível, pode ser considerado como tratamento
complementar:
• Saccharomyces boulardii – 250 a 750mg/dia, 5 a 7 dias;
• Lactobacillus GG >1010 UFC/dia, 5 a 7 dias;
Antieméticos
• O uso controverso em crianças;
• Quando indicado, usar em crianças > 4 anos com diarreia e
vômitos;
• Metoclopramida – eficaz, porém com efeitos colaterais
significaEvos – não recomendada;
• Ondansetrona – VO ou IV, uma dose única inicial para garanEr
reidratação oral. 0,2mg/kg/dose até 3x ao dia ou 2mg em
crianças de 6 meses a 2 anos e 4mg em crianças > 2 anos.
AnDdiarreicos

• Racecadotrila – reduz secreção intesEnal de água e eletrólitos.


Pode ser usado, porém sem evidência sólida de eficácia.

• Medicamentos de ação intesEnal anEmotora, como loperamida,


são contraindicados em DDA em crianças.
Manejo nutricional
• As crianças devem con*nuar a ser alimentadas
com uma dieta apropriada para a idade, desde
que tolerada;
• Lactentes < 6 meses devem ser man*dos em
amamentação;
• Não é necessário diluir fórmulas lácteas ou
oferecer dieta livre de lactose, a não ser em
casos de intolerância ou alergia ;
• Recomendam-se mamadas mais frequentes;
• Bebidas tais como refrigerantes, sucos de fruta
industrializados e líquidos altamente açucarados
devem ser evitadas durante o episódio.
Orientações gerais

Orientar sobre sinais de complicações e


desidratação e em quais situações deve-se
procurar atendimento em unidade de
urgência.
Prevenção
• Lavagem frequente das mãos com sabão e água limpa, principalmente antes
de preparar e ingerir alimentos, após ir ao banheiro, após trocar fraldas, após
contato com animais;
• Recomenda-se desinfecção de superncies contaminadas com cloro alvejante
de uso domés*co ou outros produtos de limpeza, e lavagem de roupa suja e
roupa de cama;
• Proteger alimentos e áreas de cozinha contra insetos e outros animais;
• Evitar alimentos ou fontes de água que possam ser as possíveis fontes de
contaminação.
Prevenção
• Não u*lizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar-
se ou beber;
• Evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos;
• Guardar a água tratada em vasilhas limpas, com “boca” estreita e com tampa;
• Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada;
• Usar o vaso sanitário. Se não for possível, enterrar as fezes longe de cursos de
água;
• Evitar o desmame precoce.
Prevenção
Tratar a água para consumo: filtrar, ferver ou colocar 2
gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para
cada litro de água, guardar por 30 minutos antes de
usar;
Cólera

• Doença infecciosa intesEnal agudam causada pela


enterotoxina do Vibrio cholerae;

• A parEr de 2006, não houve casos autóctones de cólera


no Brasil, tendo sido noEficados apenas 3 casos
importados.
Lembre-se

A vacina rotavirus está no calendário vacinal desde 2006, aos 2 e 4 meses.


Referências bibliográficas
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manejo do paciente com diarréia (cartaz). 2021. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.

SADOVSKY, Ana Daniela Izoton. Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria- Departamento Científico de Gastroenterologia, n. 1,
2017.

DE MELO OLIVEIRA, T. K. et al. Desafios e potencialidades envolvidos na prevenção de doenças diarreicas junto à população indígena em Roraima. Revista Eletrônica
Acervo Saúde, v. 13, n. 12, p. e9539-e9539, 2021.Disponível em:
https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/download/9539/5737/#:~:text=Nesse%20contexto%2C%20destaca%2Dse%20a,e%20ZATTI%20CA%2C%202018).

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

GUSSO, G., LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2018.

MORAIS, M. B. et al. Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria–Departamento Científico de Gastroenterologia, n. 1, p. 1-15, 2017.
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Guia-Pratico-Diarreia-Aguda.pdf

PINTO, M. V.; ZATTI, C. A. Adoecimento Indígena: Aspectos referentes à morbimortalidade indígena. Rev.Brazilian J. of Surgery and Clinical Research, v. 24, n. 02, p.
106-111 2018.

SITUAÇÃO Epidemiológica. Ministério da Saúde, [s.d]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/colera/situacao-epidemiologica


OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Endemias Brasileiras
Doenças infecto-contagiosas no Brasil

• Ementa:
• Aspectos epidemiológicos e clínicos das doenças infecto-contagiosas:

• Malária;
• Parasitoses intestinais (helmintíases e protozooses);
• Esquistossomose;
• Doença de Chagas;
• Leptospirose;
• Tungíase.
Aspectos epidemiológicos
• Nos úlGmos 50 anos - ampliação da cobertura do saneamento, melhoria
das condições habitacionais, introdução de novas tecnologias de saúde
(vacinas e anGbióGcos):

• Sucesso de intervenções de saúde pública - controle ou eliminação de


inúmeras doenças infecciosas responsáveis, no passado, por elevadas
taxas de morbimortalidade;
• Reemergência de males já controlados e o surgimento de doenças até
então desconhecidas a parGr do final do século XX.
(LUNA,2013; SARTOR, 2022)
Aspectos epidemiológicos
• A mortalidade proporcional por este grupo de doenças caiu de 45,7%
do total de óbitos nas capitais do país em 1930, para 4,2 % do total de
óbitos registrados em 2011, variando de 3,6%, na Região Sul até 5,4%,
no Norte.

(LUNA, 2013)
Aspectos relevantes que devem ser considerados
no co:diano
• Epidemiologia nacional e local;
• Quando suspeitar?
• Sintomas típicos e sinais de alarme;
• Como confirmar o diagnóstico?
• Qual o tratamento?
• Orientações individuais e coletivas;
• Notificação
Malária
Aspectos epidemiológicos - Malária
• A região amazônica é área endêmica
para malária no país, registrando 99%
dos casos autóctones: Estados do
Acre, Amazonas, Amapá, Pará,
Rondônia, Roraima, TocanMns, Mato
Grosso e Maranhão.

• Distribuição espacial de ocorrência de


malária - região da Amazônia Legal
Brasileira.

(BRASIL, 2021a)
Aspectos epidemiológicos - Malária

• Condições de vulnerabilidade para a


ocorrência da doença: crescimento
populacional; fluxo migratório;
degradação ambiental, resultantes de
intervenções humanas; proliferação
do mosquito vetor, cujo ciclo de vida é
favorecido pela umidade e
temperatura na região.

(BRASIL, 2021)
Aspectos epidemiológicos - Malária

• Queda na frequência de casos de malária a partir de 2010 até 2016.


• Em 2017, foi registrado um aumento de 52,7% nos casos autóctones
em relação ao ano de 2016, com 189.515 casos.
• Em 2018, houve redução de quase 1%.

(BRASIL, 2021b)
Aspectos epidemiológicos - Malária

• A partir de 2019 observa-se redução de 18,4%, em 2020, uma


redução de 6,4% em comparação ao ano anterior e em 2021 redução
de quase 3% em relação a 2020.
• Do total de casos autóctones registrados no país em 2021, 17% foram
de malária por P. falciparum e malária mista, sendo os outros 83% de
malária por P. vivax e outras espécies.

(BRASIL, 2021b)
Aspectos epidemiológicos - Malária

(BRASIL, 2021a)
Aspectos epidemiológicos - Malária
• A malária representa um dos mais óbvios aumentos nas doenças
negligenciadas da Venezuela.
• Aumento de quase três vezes nos casos venezuelanos de malária
desde 2014.
• Fatores envolvidos:
• Operações ilegais de mineração com o afluxo de trabalhadores migrantes que
vivem em áreas superlotadas e condições insalubres;
• Escassez global de medicamentos essenciais;
• Ausência de esforços públicos de controle vetorial.
• Acredita-se que a epidemia venezuelana exportou casos para o Brasil,
Guiana e Colômbia.
(PAHO, 2022; BURKI, 2015; CERRONI, 2015)
Importância epidemiológica

• A Malária reveste-se de importância epidemiológica devido sua


gravidade clínica e elevado potencial de disseminação, em áreas com
densidade vetorial que favoreça a transmissão;

• Concentrada na região Amazônica, causa consideráveis perdas


sociais e econômicas na população sob risco.

(BRASIL, 2021b)
Obje:vos e Estratégias de controle da Malária
• Reduzir a mortalidade e a gravidade dos casos;
• Reduzir a incidência;
• Manter a doença ausente em locais onde a transmissão foi
interrompida;
• Eliminar a Malária do Brasil.

(BRASIL, 2021b)
Malária
SINONÍMIA:

Paludismo, impaludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã


benigna ou febre terçã maligna, além de nomes populares, como
maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre.

(BRASIL, 2010)
Agentes etiológicos e vetor

• Agente eGológico: protozoário do gênero Plasmodium.


• No Brasil, espécies associadas a malária em seres humanos: P. vivax, P.
malariae (formas clínicas brandas) e P. falciparum (formas graves).
• Vetor à mosquito Anopheles

(BRASIL, 2021b)
Agentes e:ológicos e vetor

• Criadouros preferenciais: coleções de água limpa, quente, sombreada e de


baixo fluxo
• Nos últimos anos no Brasil, a transmissão do P. falciparum tem
apresentado redução importante, enquanto o P. vivax tem contribuído
para o aparecimento de casos considerados complicados, inclusive com
mortes associadas.

(BRASIL, 2021b)
Transmissão

(MARTINS, 2016)
Definição de caso suspeito

• Área Endêmica (Acre, Amapá, Amazonas Pará, Rondônia, Roraima, Tocan6ns, Mato Grosso e
Maranhão):

A presença de FEBRE já é suficiente para suspeitar de Malária.

• Área Não Endêmica:

CASO SUSPEITO : Pessoa que tenha visitado área endêmica no período


de 8 a 30 dias anterior à data dos primeiros sintomas + FEBRE
acompanhada ou não dos seguintes sintomas: cefaleia, calafrios,
sudorese, cansaço, mialgia. (BRASIL, 2010)
Ciclo de vida do Plasmodium

(FRAIA, 2021)
Manifestações Clínicas
• Período de incubação: varia de acordo com a espécie de plasmódio (P.
falciparum, de 8 a 12 dias; P. vivax, 13 a 17 dias; e P. malariae, 18 a 30
dias).
• Crise aguda da malária (acesso malárico) – episódios intermitentes de
calafrio, febre e sudorese, duração variável de 6 a 12 horas e temperatura
igual ou superior a 40o C.
• Paroxismos acompanhados por cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos.
• O retardo no diagnósGco leva à gravidade da doença.

(BRASIL, 2021b)
Manifestações Clínicas

• Quadro clínico da malária depende da espécie do parasito, da quanGdade


de parasitos circulantes (parasitemia), do tempo de doença e do nível de
imunidade adquirida pelo paciente.

• A tomada de decisão para o tratamento da malária deve ser sempre


baseada na confirmação laboratorial.

(BRASIL, 2021b)
Manifestações Clínicas – Sinais de Gravidade

(BRASIL, 2021b)
Malária - Diagnóstico
GOTA ESPESSA
É o método diagnósGco oficialmente uGlizado no Brasil.

(BRASIL, 2010)

Microscopia de gota espessa de sangue, colhida por punção digital e corada pelo método de Walker
Malária - Diagnós:co

Foto: Luis Oliveira/ Ministério da


Saúde
Lâmina para microscopia de gota espessa de sangue, colhida por punção digital.
Malária - Diagnóstico
• TESTES DIAGNÓSTICOS RÁPIDOS – TDR: detecção de antígenos dos
parasitos - método imunocromatográfico.
• Kits que permitem diagnósticos rápidos, entre 15 e 20 minutos.
• A sensibilidade para P. falciparum é maior que 90% quando comparado à
gota espessa, para densidades maiores que 100 parasitos/µL de sangue.

(BRASIL, 2021b)
Malária - Diagnós:co

• Vantagens: Fácil execução e interpretação de resultados, dispensam o uso


de microscópio e de treinamento prolongado de pessoal.
• Desvantagens: não medir o nível de parasitemia e a possível perda de
qualidade quando armazenado por muitos meses em condições de campo.

(BRASIL, 2021b)
Malária - Diagnós:co
• Resultados: P. falciparum, P. vivax e malária mista devendo ser administrado
o tratamento imediato conforme resultado apresentado no teste.
• Apesar de menos sensíveis para P. vivax, os testes rápidos aplicam-se ao
diagnósGco dessa espécie na ausência de microscopia ou profissional
capacitado no local.
• Não se deve uGlizar os testes rápidos para o seguimento clínico do
paciente, porque podem ainda ser posiGvos, mesmo na ausência de
parasitos viáveis. Cautela com o uso de TDR até um mês após diagnósGco
prévio confirmado.
(BRASIL, 2021b)
Malária - Tratamento
O Ministério da Saúde, por intermédio de uma Polí3ca Nacional de
Medicamentos para Tratamento da Malária, orienta a terapêu0ca e
disponibiliza gratuitamente os medicamentos an0maláricos u0lizados em
todo o território nacional, em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

O tratamento adequado e oportuno da Malária é, hoje, o principal alicerce


para o controle da doença.

(BRASIL, 2010)
Tratamento
• Diversas drogas são uGlizadas dependendo da espécie do plasmódio
infectante, cada uma delas agindo de forma específica, tentando
impedir o desenvolvimento do parasito no hospedeiro:

Cloroquina Primaquina
Arteméter
Lumefantrina
Mefloquina
Quinina
Artesunato
Clindamicina
(BRASIL, 2021b)
Malária não complicada – esquema curto (7 dias)

Tratamento das infecções pelo P. vivax ou P. ovale com


Cloroquina em 3 dias e Primaquina em 7 dias.

(BRASIL, 2021b)
Malária não complicada – esquema curto (7 dias)

Tratamento das infecções pelo P. falciparum com


artemeter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina por 3 dias,
conforme a disponibilidade local, e primaquina em dose única
no primeiro dia do tratamento.

(BRASIL, 2021b)
Malária – Infecção mista

Tratamento da infecção mista por P. falciparum e P. vivax (ou P. ovale


com artemerter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina por 3 dias,
que são drogas esquizonticidas sanguíneas eficazes para todas as
espécies, associando-as à primaquina por sete dias (para o
tratamento radical de P. vivax).

(BRASIL, 2021b)
Observações
- Tratamento

(BRASIL, 2021b)
Esquema curto

(BRASIL, 2010)
Malária não complicada – esquema longo (14 dias)

Quando não for possível


garantir a adesão ou
quando ocorrer uma
recaída após o tratamento
em 7 dias.

(BRASIL, 2010)
Medidas Preven:vas
• Uso de mosquiteiros;
• Uso de repelente;
• Colocar telas nas janelas;
• Uso de roupas que protejam braços e pernas;

CONTROLE DO VETOR
(BRASIL, 2021b)
Quimioprofilaxia

(BRASIL, 2021b)
No:ficação!

(SINAN, 2019)
Parasitoses intestinais
Parasitoses intes:nais

• Na maioria das vezes assintomáGcas;

• Alta carga parasitária pode gerar manifestações clínicas severas


devido a:
• Má absorção de nutrientes;
• Redução da capacidade de ingestão de alimentos;
• Obstrução das vias aéreas
(DUNCAN et al., 2022)
Parasitoses intes:nais

• Maior incidência em zonas rurais e periferias de centros urbanos;


• Estima-se que a prevalência varie entre 2 e 36%;
• 70% desses casos em escolares.

(DUNCAN et al., 2022)


Parasitoses intestinais

(BRASIL, 2021c)
Medidas de prevenção
• Melhoria do nível educacional;
• Acesso a água de boa qualidade, saneamento básico e coleta de lixo;
• Esxmulo ao aleitamento materno;
• Uso de calçados;

(DUNCAN et al., 2022)


Medidas de prevenção

• Lavagem das verduras e das frutas;


• Proteção dos alimentos contra poeira e insetos;
• Fervura e/ou filtração da água para consumo;
• Cocção adequada da carne de bovinos e suínos;
• Lavagem das mão antes das refeições unhas limpas e curtas;

EDUCAÇÃO EM SAÚDE! (DUNCAN et al., 2022)


Medidas de prevenção
• Higiene das mãos;

• Higiene dos alimentos - deixar de molho em solução de ácido acéGco


(2 colheres de sopa em 1 litro de água) ou hipoclorito de sódio (1
colher de sobremesa em 1 litro de água) durante 15 minutos;

• Desinfecção da água - 2 gotas de hipoclorito por litro de água, deixar


descansar por 30 minutos antes de ingerir.
(DUNCAN et al., 2022)
Modo de transmissão
e localização dos
principais parasitas
intes:nais humanos

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados
• Diarreia – mais frequente nas infecções por protozoários intestinais, na
tricuríase e na estrongiloidíase;
• Os enteroparasitas que habitam o intestino grosso – Entamoeba
histolytica, Trichuris trichiura, Schistossoma mansoni – podem causar
diarreia com muco e sangue;
• Os parasitas que se localizam no intestino delgado – Strongyloides
stercoralis e Giardia lamblia - provocam diarreia osmótica.

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados
• Dor abdominal, náuseas e vômitos – mais comum na giardíase;
• Síndrome dispépGca – associada a anorexia, perda ponderal e diarreia
intermitente na estrongiloidíase;
• Hepatoesplenomegalia – esquistossomose mansônica crônica.

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados
• Prurido anal/vulvar – mais frequente na oxiuríase, principalmente noturna;
• Prolapso retal – ocorre na tricuríase maciça;
• Anemia – por espoliação crônica de ferro, na ancilostomíase e na
tricuríase;

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados
• Tosse, crises asmatiformes, com ou sem tradução radiológica (Sínd. de
Löeffler) – nas helmintíases com ciclo larvário pulmonar: áscaris,
ancilóstomo, estrongiloides e esquistossoma. Apresenta eosinofilia
intensa;
• Urticária e/ou edema angioneurótico – principalmente na ascaridíase e na
estrongiloidíase;

(DUNCAN et al., 2022)


Principais sinais e sintomas associados

• Eliminação dos parasitas – comum na ascaridíase, na oxiuríase e na teníase;


• Obstrução ou semi-obstrução intestinal – ocorre na super-infestação por
ascaris.

(DUNCAN et al., 2022)


Diagnós:co
• Exame Parasitológico de Fezes (EPF), aliado aos dados clínico-
epidemiológicos;
• Avaliar 3 amostras aumenta a sensibilidade do método;
• Coletar 3 amostras em dias separados (consecuGvos ou alternados);

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento empírico – Deve ser feito?
“Doutor(a), eu vim fazer meu exame de sangue, fezes e urina.”
• Parasitológico de fezes tem baixa sensibilidade, principalmente
para Giárdia;
• Tratamento empírico está indicado para sintomas sugesYvos;

EM ÁREAS ENDÊMICAS

(DUNCAN et al., 2022)


Tratamento empírico – Deve ser feito?

• Possibilidade à vermifugação de roYna (a cada 6 - 12 meses)


com anG-helmínGcos para populações de alto risco: pré-escolares
e escolares, mulheres em idade férGl e agricultores.

* Não realizar em menores de 1 ano.

(DUNCAN et al., 2022)


Esquistossomose
Esquistossomose
• Importante problema de saúde pública no Brasil;

• SINONÍMIA - “Xistose”, “barriga d’água” e “doença dos caramujos”;

• AGENTE ETIOLÓGICO - Schistosoma mansoni;

• HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Humano - Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos
do intesMno e hgado

• HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Caramujo do gênero Biomphalaria


(BRASIL, 2010)
Epidemiologia
Existente em 19 UFs:
Área endêmica (9): MA, AL, BA, PE, PB, RN, SE,
MG e ES.
Área com transmissão focal (10): PA, PI, CE,
RJ, SP, PR, SC, GO, DF e RS.
2009 a 2019: 423.117 casos posiMvos, com
percentual de posiMvidade de 4,29%.
OMS - mais de 95% das pessoas com
esquistossomose das Américas vive no Brasil.
(BRASIL, 2021c)
Ciclo reprodu:vo do Schistosoma mansoni

(UNASUS, s.d.)
Quando suspeitar?
• Indivíduo residente e/ou procedente de área endêmica, com quadro
clínico sugestivo, e com história de contato com reservatórios de água
onde existam caramujos.

• QUADRO CLÍNICO:

• FORMA AGUDA: Assintomática ou Dermatite Cercariana;


- 3 a 7 semanas após o contato pode ocorrer febre, linfadenopatia, anorexia, dor
abdominal e cefaleia. Pode ter também diarreia, náuseas e tosse seca.
(BRASIL, 2014)
Forma aguda
• DERMATITE CERCARIANA caracterizada por micropápulas
“avermelhadas” semelhantes às picadas de insetos.
SUSPEITAR EM ÁREAS ENDÊMICAS

(BRASIL, 2010)
Formas crônicas

- Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a


fase crônica:
• Gravidade da doença depende diretamente da carga parasitária, do
estado nutricional do paciente e do tempo de parasiGsmo

(BRASIL, 2014)
Formas crônicas

•HEPATOINTESTINAL
- AssintomáGca ou sintomas inespecíficos: desânimo, indisposição para o
trabalho, tonturas, cefaleia e sintomas distônicos. Sintomas digesGvos
(sensação de plenitude, flatulência, dor epigástrica e hiporexia) e
intesGnais (diarreias recorrentes), hepatomegalia e fibrose hepáYca.
- áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de
Symmers.
(BRASIL, 2014)
Formas crônicas
• HEPÁTICA
- Pode ser assintomáYca ou caracterizada por diarreias repeGdas
(sintomas da forma hepatointesGnal). Ao exame •sico, hepatomegalia
(hgado palpável e endurecido).
Apresenta fibrose hepá/ca sem hipertensão portal e sem
esplenomegalia.

• HEPATOESPLÊNICA (compensada ou descompensada)


- HIPERTENSÃO PORTAL; hepato-esplenomegalia; varizes esofágicas;
sintomas intesYnais; hemorragia digesYva. (BRASIL, 2010)
Como inves:gar
Pesquisa de ovos de Schistosoma nas fezes (Kato-Katz)
ou
Sorológico (Imunofluorescência indireta ou ELISA)

(BRASIL, 2010)
Como inves:gar

• A ultrassonografia hepáGca auxilia no diagnósGco da fibrose de


Symmers e nos casos de hepatoesplenomegalia.

• A biópsia retal ou hepáGca - não recomendada na roGna, pode ser úGl


em casos suspeitos e na presença de exame parasitológico de fezes
negaGvas.

(BRASIL, 2014)
Tratamento
PRAZIQUANTEL
Adultos: 50mg/kg
Crianças: 60mg/kg

Apresentação: 600mg/comprimido;
Dose única, via oral.

Orientar repouso por pelo menos 3 horas após ingestão, para evitar
náuseas e tonturas; Realizar controle de cura.
(BRASIL, 2010)
Tratamento

• Controle de cura parasitológica: três exames de fezes no quarto mês após o


tratamento;
• O índice de cura aproxima-se de 80% para os adultos e de 70% para as crianças;
• Esquistossomose aguda grave - o tratamento deve ser iniciado com a prednisona
(1mg/kg de peso/dia) 24 a 48 horas antes do praziquantel.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!
(BRASIL, 2014)
Estratégias de Prevenção e Controle

• Uso de sapatos;
• Orientar a população de área endêmica sobre sinais e sintomas da doença;
• Promoção de saúde;
• Saneamento domiciliar e ambiental.
• Educação ambiental e discussão sobre o tema da água!

(BRASIL, 2014)
Doença de chagas
Doença De Chagas

• AGENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma cruzi, protozoário


flagelado.

• VETOR: inseto da subfamília Triatominae, conhecido


popularmente como barbeiro, chupão, furão, procotó, etc.

• RESERVATÓRIOS: centenas de mamíferos, tais como quatis,


gambás, tatus, morcegos, etc.

(BRASIL, 2010)
Doença De Chagas – agente e:lógico

(BRASIL, 2010)
Epidemiologia nas Américas
• EsMma-se que 6 a 8 milhões de pessoas estejam infectadas com o parasita
(Trypanosoma cruzi) que causa a doença.
• 70% das pessoas que vivem com a doença não sabem que estão infectadas, devido
à ausência de sintomas clínicos.

• Mais de 10 mil pessoas morrem a cada ano em consequência de complicações


clínicas da doença de Chagas;

• Cerca de 75 milhões de pessoas nas Américas estão em risco de contraí-la


• Apenas 1% dos infectados são tratados a cada ano.
(OPAS, 2021)
Epidemiologia
• Ocorrência de 2777 casos e surtos de Doença de Chagas Aguda entre 2010 e 2020 em
20 estados brasileiros:
* 84% na região Norte (72% no estado do Pará).
• Sobre a forma de transmissão:
• A grande maioria (aprox. 60%) por transmissão oral;
• Em torno de 10% por transmissão vetorial;
• Pode haver transmissão vertical;
• Em alguns casos não é identificada a forma de transmissão. (BRASIL, 2020)
Epidemiologia

(BRASIL, 2020)
Epidemiologia
• É uma das quatro maiores causas de morte por doenças infecciosas e
parasitárias, além da principal doença negligenciada no Brasil.

• A doença apresentava elevada incidência no país, entretanto, hoje,


encontra-se sob controle graças à realização de estratégias como:

BRASIL, 2020
Doença de Chagas aguda
Febre persistente (>7 dias) e:
•Edema de face ou de membros;
•Exantema;
•Adenomegalia;
•Hepatomegalia;
•Esplenomegalia;
•Cardiopatia aguda (taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca);
•Manifestações hemorrágicas (hematêmese, hematoquezia ou melena);
•Icterícia;
•Manifestações digestivas (diarreia, vômito e epigastralgia intensa) são mais
comuns em casos por transmissão oral. (BRASIL, 2010)
Confirmação diagnóstica - Doença de Chagas
aguda

• PARASITOLÓGICO – T. cruzi circulante no sangue periférico


idenGficado por meio de exame parasitológico direto.

• SOROLÓGICO – IgM anG-T. cruzi.


(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas – Formas Crônicas

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas – Formas Crônicas

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas crônica - Diagnós:co

• Sorologia para Chagas - Importante na fase crônica.

• Anticorpos IgG anti-T. cruzi - indica doença crônica.

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas - Tratamento
•Benznidazol: (adulto = 5 mg/kg/dia, 1 a 3x/dia, 60 dias; criança = 5 a
10 mg/kg/dia, 2x/dia, 60 dias)

• Tratar: forma aguda, congênita e crônica recente

Nos casos leves, sem complicações, e nas formas indeterminadas, o tratamento


pode ser realizado na atenção básica, por médico generalista que conheça as
par`cularidades do medicamento e da doença de Chagas.
(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas - Tratamento
Orientações e a:vidades educa:vas
• Manter quintais limpos, evitando acúmulo de materiais e manter criações de animais
afastadas da residência;
• Não confeccionar coberturas para as casas com folhas de palmeiras;
• Vedar frestas e rachaduras e usar telas em portas e janelas;

(BRASIL, 2010)
Orientações e a:vidades educa:vas

• Proteção individual: uso de repelentes e uso de roupas de mangas longas durante a


realização de aMvidades noturnas; uso de mosquiteiros ao dormir;
• Cuidados de higiene na produção e manipulação artesanal de alimentos de origem
vegetal.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose
Leptospirose

● É uma zoonose, causada por leptospiras patogênicas, transmiGdas pelo


contato com urina de animais infectados ou água e lama contaminadas
pela bactéria.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose

• Um amplo espectro de animais domésGcos e selvagens serve como


reservatório para a persistência de focos de infecção. No meio urbano, os
principais reservatórios são os roedores (especialmente o rato-de-esgoto);
outros reservatórios são os suínos, bovinos, equinos, ovinos e cães.

• Seres humanos - hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de


transmissão.

(BRASIL, 2010)
Epidemiologia

(BRASIL, 2023)
Manifestações Clínicas - Fase precoce (fase leptospirêmica)
• Instalação abrupta de febre, acompanhada de cefaleia e mialgia, anorexia,
náuseas e vômitos;
• Podem ocorrer diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjunGval,
fotofobia, dor ocular e tosse;
• Pode ser acompanhada de exantema;
• Di•cil diferenciação de outras doenças febris agudas;
• A fase precoce tende a ser autolimitada e regride em 3 a 7 dias, sem deixar
sequelas.
(BRASIL, 2010)
Manifestações Clínicas - Fase tardia (fase imune)
• Aproximadamente 15% dos pacientes evoluem para manifestações
clínicas graves, em geral, após a primeira semana de doença.
• Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias,
mais comumente pulmonar.
• Hemorragia pulmonar cursa com letalidade superior a 50%.
• Icterícia: é um sinal caracterísGco, possuindo uma tonalidade alaranjada
muito intensa (icterícia rubínica) e geralmente aparece entre o 3º e o 7º
dia da doença - preditor de pior prognósGco.

(BRASIL, 2010)
Agente etiológico

• Bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero


Leptospira, do qual se conhecem atualmente 14 espécies patogênicas,
sendo a mais importante a L. interrogans.

(BRASIL, 2010)
Transmissão
• Exposição direta ou indireta à urina de animais infectados.

• Penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença de


lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada
ou através de mucosas.

• A água é importante na transmissão da doença ao homem.

• Período de incubação - De 1 a 30 dias (em média, de 5 e 14 dias).


(BRASIL, 2010)
Diagnós:co

• Métodos sorológicos - teste ELISA-IgM e a microagluGnação (MAT).

• Exames como hemograma e bioquímica (ureia, creaGnina, bilirrubina total e


frações, TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina e CPK, Na+ e K+), devem ser
monitorados.

(BRASIL, 2010)
Tratamento

• Fase precoce:

• Amoxicilina, em adultos na dose de 500mg, VO, de 8/8 horas, durante 5 a 7 dias. Em


crianças, administrar 50mg/kg/dia, VO, a cada 6/8 horas, durante 5 a 7 dias;
• Doxiciclina: 100mg, VO, de 12 em 12 horas, durante 5 a 7 dias.

(BRASIL, 2010)
Tratamento
• Na fase tardia:
• Penicilina G Cristalina: 1.5 milhões UI, IV, de 6/6 horas; ou,
• Ampicilina: 1g, IV, 6/6 horas; ou,
• Ce{riaxona: 1 a 2g, IV, 24/24h; ou,
• Cefotaxima 1g, IV, de 6/6 horas.
• Para crianças uMliza-se Penicilina cristalina: 50 a 100.000U/kg/dia, IV, em 4 ou 6
doses; ou Ampicilina: 50 a 100mg/kg/dia, IV, dividido em 4 doses; ou Ce{riaxona: 80
a 100mg/kg/dia, em 1 ou 2 doses; ou Cefotaxima: 50 a 100mg/kg/dia, em 2 a 4
doses.

• Duração do tratamento com anGbióGcos intravenosos: pelo menos, 7 dias.


(BRASIL, 2010)
Tungíase
Tungíase
● É uma doença ectoparasitária causada por fêmeas grávidas de uma
espécie de pulga, Tunga penetrans, que habita o solo de zonas
arenosas.

● A contaminação ocorre quando o paciente pisa neste solo sem


proteção nos seus pés.

● A fêmea grávida penetra na pele humana com a sua cabeça e libera


seus ovos para o exterior.
(SBD, 2023)
Tungíase
Existe um desconhecimento por parte dos profissionais de saúde e
acadêmicos sobre a epidemiologia, tratamento individual e ambiental da
tungíase.

Considerada uma doença negligenciada, ainda hoje, é causa de patologia


grave em comunidades urbanas e rurais com baixos indicadores de
desenvolvimento humano.

Nessas condições essa ectoparasitose precisa ser considerada um


importante problema de saúde pública.
(ARIZA et al., 2007)
Manifestações clínicas e diagnós:co
• A maioria das lesões aparece nos pés, e em alguns casos, nas mãos;
• Podem ser únicas ou bastante numerosas, dependendo da
infestação do solo;
• A lesão surge como uma pequena pápula marrom escura com um
halo fino e claro ao seu redor;
• Pode causar dor ou coceira;
• Pode ocorrer infecção secundária e até abscessos no local;
• O diagnósMco é clínico-epidemiológico;
• DiagnósMco diferencial: verrugas virais.

(OLIVEIRA, 2014)
Manifestações clínicas
• É autolimitada com duração de quatro a seis semanas;
• Nas áreas endêmicas - re-infestação é constante e os indivíduos afetados
podem apresentar algumas dezenas de parasitos em diferentes estágios de
desenvolvimento, gerando complicações graves e sequelas.

(ARIZA et al., 2007)


Manifestações clínicas

• Onde as condições de higiene são precárias e a remoção da pulga não é


realizada em condições de assepsia ocorre superinfecção com bactérias
patogênicas
• A lesão causada pela penetração da pulga pode servir como porta de
entrada para Clostridium tetani.
• Sequelas de infestação grave documentadas incluem dificuldade de andar,
deformação e perda de unhas de dedo do pé, como também deformação e
autoamputação de dígitos, além de sepse e óbito;
• Considerada uma doença negligenciada.
(ARIZA et al., 2007)
Tratamento
• Extração manual do parasito, com assepsia e materiais estéreis;
• Nos casos com infecção secundária, antibioticoterapia;
• Uso de eletrocautério ou a eletrocirurgia com anestesia local são
tratamentos alternativos para a destruição do parasita;
• Infestação: tiabendazol, 25mg/kg, em uma ou duas doses diárias de três a
cinco dias;
• Realizar profilaxia antitetânica, conforme esquemas preconizados pelo
Ministério da Saúde.

(OLIVEIRA, 2014)
Prevenção
• Evitar contato com solo contaminado e usar sapatos;
• Medidas sanitárias para a descontaminação do local infestado,
incluindo inseGcidas;
• Medidas de educação em saúde, educando a população para a
realização de autoexames periódicos, visando à reGrada das pulgas
com material estéril adequado.

(OLIVEIRA, 2014)
REFERÊNCIAS
70% das pessoas com Chagas não sabem que estão infectadas. PAHO Pan-American Health Organization, 2021. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/noticias/13-4-2021-opas-70-das-pessoas-com-chagas-nao-sabem-que-estao-infectadas.

ARIZA, L. et al. Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave em uma favela de Fortaleza, Ceará. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
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Disponível em: http://www.saude.gov.br/boletins-epidemiologicos.

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Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2021/boletim_especial_chagas_14abr21_b.pdf

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br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria/situacao-epidemiologica-da-malaria-1/mapa-de-risco/mapa-de-risco-2021-site.png/view.

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. Guia de tratamento da malária no Brasil –
2. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021b.
REFERÊNCIAS
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Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
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Brasil – 2. ed. atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021d. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/svsa/malaria/tratamento/guia_tratamento_malaria_2nov21_isbn_site.pdf/view

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malária no Brasil. Bol Epidemiol [Internet]. 2022 maio; v. 53: 1-29. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/m/malaria/situacao-epidemiologica-da-malaria-1/boletins-epidemiologicos-de-malaria/boletim-epidemiologico-vol-53-no17-2022-panorama-epidemiologico-
da-malaria-em-2021-buscando-o-caminho-para-a-eliminacao-da-malaria-no-brasil

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Territorialização e vulnerabilidade para doença de Chagas crônica: 14 de abril – Dia Mundial
de Combate à Doença de Chagas. Bol Epidemiol [Internet]. 2022 abr; n.esp.:1-51. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-especial-de-doenca-de-chagas-numero-especial-abril-de-2022

_____. Ministério da Saúde. Grupo Técnico de Doenças Relacionadas a Roedores. Situação Epidemiológica da Leptospirose. 2023. Disponível em:
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BURKI, T. Re-emergence of neglected tropical diseases in Venezuela. The Lancet. Infectious Diseases, v. 15, n. 6, p. 641-642, 2015. Disponível em:
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REFERÊNCIAS
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DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

EPIDEMIOLOGIA e controle das doenças transmissíveis no Brasil. UNASUS. Disponível em:


https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/8950/mod_resource/content/3/ebook/19.html.

FRAIA, M. Resumo de Malária: epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Sanar, 2021. Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-de-malaria-
epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento-colunistas.

FICHA de investigação malária. SINAN, 2019. Disponível em: http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Malaria/Malaria_v5.pdf.

INTERACTIVE Malaria Statistics. PAHO Pan-American Health Organization, 2022. Disponível em:
http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_topics&view=readall&cid=2149&Itemid =40757&lang=es.

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prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro: população e perfil sanitário [online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2013. Vol. 2. pp. 123-176. Disponível em: https://saudeamanha.fiocruz.br/wp-content/uploads/2016/07/41.pdf

MARTINS, R. Cientista confirma OMS: malária controlada em 2030. Correio do Brasil, 2016. Disponível em: https://www.correiodobrasil.com.br/malaria-sob-controle-
ate-2030/URL.
REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, I. S. et al. Tungíase atualidades clínicas. J. bras. med, v. 102, n. 6, 2014. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2015/v102n6/a4554.pdf.

ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Guía para el diagnóstico y el tratamiento de la enfermedad de Chagas. Washington, D.C.: OPS; 2018.
Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/49653/9789275320433_spa.pdf?sequence=9&isAllowed=y

SABOYÁ-DÍAZ, M. I. et al. Situação atual do conhecimento sobre a epidemiologia da tungíase nas Américas. Rev Panam Salud Publica. 2022. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/documentos/situacao-atual-do-conhecimento-sobre-epidemiologia-da-tungiase-nas-americas

TUNGÍASE. Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2023. Disponível em:


https://www.sbd.org.br/doencas/tungiase/#:~:text=Tung%C3%ADase%20%C3%A9%20uma%20parasitose%20causada,seus%20ovos%20para%20o%20exterior.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

22 – ENDEMIAS BRASILEIRAS

CASO CLÍNICO - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 22

Endemias Brasileiras

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Endemias – Malária

Luana é médica, mora no Paraná e vai se mudar para o Acre, para atender na saúde
indígena no município de Feijó. Esta ansiosa pela mudança e Carla, sua amiga que é
enfermeira, questiona se a mesma está com a vacina para Febre Amarela em dia e se
vai fazer quimioprofilaxia para Malária.

Ao chegar na primeira aldeia, no baixo rio Envira, após 8 horas de viagem de barco, é
chamada para atender Roberto.

Roberto é um indígena de 46 anos, e refere que há 10 dias vem sentindo dor no corpo e
perda do apetite, associados a febre há 1 semana. Refere que antes da febre tem
calafrios intensos e em seguida sente que está muito quente (febre de 38 – 39°C). Após
algum tempo de febre, começa a ter sudorese. Queixa-se também de cefaléia neste
período. Nega náuseas ou vômitos. Nega fotofobia. Fora do período de febre e calafrios,
sente-se bem.

Trouxe exames solicitados pelo enfermeiro da equipe, que esteve na comunidade


indígena há 3 dias. Roberto foi à cidade coletar sangue ontem, mas também fez exame
no local e dia do atendimento.

Nega antecedentes patológicos na família.


Relata ter tido malária há 3 anos e fez tratamento conforme orientação médica.

EXAME FÍSICO

BEG, hidratado, corado, eupneico, acianótico, icterícia +/4, T: 38,5°C


FC: 86bpm. PA: 120x86 mmHg. FR: 18 ipm. Peso: 68Kg
Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios
Ausculta cardíaca: ritmo regular, 2 tempos, sem sopros.
Abdome: plano, normotenso, fígado a 2 cm do RCD na linha HCD, doloroso a palpação.
Espaço de Traub ocupado. Baço não palpável.
SNC: sem alterações
EXAMES COMPLEMENTARES:
Hemograma:
SV: Hemácias: 4,6 milhões. Ht: 36,1%.
SB: 5.600 sem alteração no diferencial
Plaquetas: 76.000

Gota espessa:

Qual o diagnóstico do caso apresentado?

Malária.
O paciente apresenta sintomas clínicos compatíveis com Malária e, apesar de serem
sintomas comuns a outras doenças infecciosas, a epidemiologia deve ser suficiente para
levantar forte suspeita a esse diagnóstico. O resultado do exame da gota espessa fecha
o diagnóstico.

Diante do diagnóstico, Luana lembrou dos questionamentos e ficou ansiosa...

Quais cuidados Luana deveria ter tomado antes de mudar-se para o Acre?

Verificar vacina para Febre Amarela. Não ha indicação de quimioprofilaxia para Malária.
Qual a conduta adequada para o caso?

Luana deve recomendar que Roberto use de mosquiteiros e repelente, assim como
roupas que protejam braços e perna.
Prescrever tratamento das infecções pelo com Cloroquina em 3 dias e Primaquina em 7
dias.
Solicitar gota espessa para controle de tratamento.
Notificar.
Discutir com equipe e comunidade cuidados para evitar surto de malaria.
Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. rev.
– Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 444 p. : Il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde)
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bo
lso.pd Acesso em: 08 maio 2023

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doenças tropicais


negligenciadas. Bol Epidemiol [Internet]. 2021c março; n. esp.: 1-74. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
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_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Imunização e Doenças Transmissíveis. Guia de tratamento da malária no Brasil – 2. ed.
atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021d. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/svsa/malaria/tratamento/guia_tratamento_malaria_2nov21_is
bn_site.pdf/view Acesso em: 14 maio 2023

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Panorama


epidemiológico da malária em 2021: buscando o caminho para a eliminação da malária
no Brasil. Bol Epidemiol [Internet]. 2022 maio; v. 53: 1-29. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria/situacao-
epidemiologica-da-malaria-1/boletins-epidemiologicos-de-malaria/boletim-
epidemiologico-vol-53-no17-2022-panorama-epidemiologico-da-malaria-em-2021-
buscando-o-caminho-para-a-eliminacao-da-malaria-no-brasil Acesso em: 08 maio 2023

CERRONI, M. D. P., CARMO, E. H. Magnitude das doenças de notificação compulsória e


avaliação dos indicadores de vigilância epidemiológica em municípios da linha de
fronteira do Brasil, 2007 a 2009. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 24, p. 617-628,
2015. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ress/a/JMHmVK6xPgGJ7tQpP76h67y/abstract/?lang=pt.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

EPIDEMIOLOGIA e controle das doenças transmissíveis no Brasil. UNASUS. Disponível


em:
https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/8950/mod_resource/content/3
/ebook/19.html. Acesso em: 8 maio 2023.

FRAIA, M. Resumo de Malária: epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Sanar, 2021.


Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-de-malaria-epidemiologia-
fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento-colunistas. Acesso em: 4 maio 2023.

FICHA de investigação malária. SINAN, 2019. Disponível em:


http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Malaria/Malaria_v5.pdf
. Acesso em: 9 maio 2023.

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Disponível em:
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Presidência da República, 2013. Vol. 2. pp. 123-176. Disponível em:
https://saudeamanha.fiocruz.br/wp-content/uploads/2016/07/41.pdf Acesso em: 08
maio 2023
MARTINS, R. Cientista confirma OMS: malária controlada em 2030. Correio do Brasil,
2016. Disponível em: https://www.correiodobrasil.com.br/malaria-sob-controle-ate-
2030/URL. Acesso em: 7 maio 2023.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

22 – ENDEMIAS BRASILEIRAS

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 22

Endemias Brasileiras

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Endemias – Malária

Luana é médica, mora no Paraná e vai se mudar para o Acre, para atender na saúde
indígena no município de Feijó. Esta ansiosa pela mudança e Carla, sua amiga que é
enfermeira, questiona se a mesma está com a vacina para Febre Amarela em dia e se
vai fazer quimioprofilaxia para Malária.
Ao chegar na primeira aldeia, no baixo rio Envira, após 8 horas de viagem de barco, é
chamada para atender Roberto.
Roberto é um indígena de 46 anos, e refere que há 10 dias vem sentindo dor no corpo
e perda do apetite, associados a febre há 1 semana. Refere que antes da febre tem
calafrios intensos e em seguida sente que está muito quente (febre de 38 – 39oC). Após
algum tempo de febre, começa a ter sudorese. Queixa-se também de cefaléia neste
período. Nega náuseas ou vômitos. Nega fotofobia. Fora do período de febre e calafrios,
sente-se bem.
Trouxe exames solicitados pelo enfermeiro da equipe, que esteve na comunidade
indígena há 3 dias. Roberto foi à cidade coletar sangue ontem, mas também fez exame
no local e dia do atendimento.
Nega antecedentes patológicos na família.
Relata ter tido malária há 3 anos e fez tratamento conforme orientação médica.

EXAME FÍSICO

BEG, hidratado, corado, eupneico, acianótico, icterícia +/4, T: 38,5o


FC: 86bpm. PA: 120x86 mmHg. FR: 18 ipm. Peso: 68Kg
AR e ACV sem alterações.
Abdome: plano, normotenso, fígado a 2 cm do RCD na linha HCD, doloroso a palpação.
Espaço de Traub ocupado. Baço não palpável.
SNC: sem alterações.

EXAMES COMPLEMENTARES:
Hemograma:
SV: Hemácias: 4,6 milhões. Ht: 36,1%.
SB: 5.600 sem alteração no diferencial
Plaquetas: 76.000

Gota espessa:

Qual o diagnóstico do caso apresentado?

Quais cuidados Luana deveria ter tomado antes de mudar-se para o Acre?

Qual a conduta adequada para o caso?


Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. rev.
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Disponível em:
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epidemiológico da malária em 2021: buscando o caminho para a eliminação da malária
no Brasil. Bol Epidemiol [Internet]. 2022 maio; v. 53: 1-29. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria/situacao-
epidemiologica-da-malaria-1/boletins-epidemiologicos-de-malaria/boletim-
epidemiologico-vol-53-no17-2022-panorama-epidemiologico-da-malaria-em-2021-
buscando-o-caminho-para-a-eliminacao-da-malaria-no-brasil Acesso em: 08 maio 2023

CERRONI, M. D. P., CARMO, E. H. Magnitude das doenças de notificação compulsória e


avaliação dos indicadores de vigilância epidemiológica em municípios da linha de
fronteira do Brasil, 2007 a 2009. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 24, p. 617-628,
2015. Disponível em:
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DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

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https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/8950/mod_resource/content/3
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FRAIA, M. Resumo de Malária: epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Sanar, 2021.


Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-de-malaria-epidemiologia-
fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento-colunistas. Acesso em: 4 maio 2023.
FICHA de investigação malária. SINAN, 2019. Disponível em:
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. Acesso em: 9 maio 2023.

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LUNA, E. J. A.; SILVA JR., J. B. Doenças transmissíveis, endemias, epidemias e


pandemias. In FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 - prospecção
estratégica do sistema de saúde brasileiro: população e perfil sanitário [online]. Rio
de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República, 2013. Vol. 2. pp. 123-176. Disponível em:
https://saudeamanha.fiocruz.br/wp-content/uploads/2016/07/41.pdf Acesso em: 08
maio 2023
MARTINS, R. Cientista confirma OMS: malária controlada em 2030. Correio do Brasil,
2016. Disponível em: https://www.correiodobrasil.com.br/malaria-sob-controle-ate-
2030/URL. Acesso em: 7 maio 2023.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

23 - MORBIDADES POR CAUSAS


EXTERNAS – ACIDENTES, VIOLÊNCIA E
TRAUMAS NA APS
CASO CLÍNICO - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 23

Morbidades por Causas Externas – Acidentes, Violência e Traumas na APS

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Ana é uma mulher de 32 anos que mora na periferia de São Paulo, com seu marido de
36 anos (Gabriel) e filha de 12 anos (Maíra) de idade. O pai de Ana (Carlos) é indígena,
da etnia Pankararu e sua mãe (Celma) é procedente do estado de Alagoas. Ambos se
conheceram no bairro onde todos moram hoje, quando a família de Carlos foi expulsa
de uma área verde da cidade, onde morava há 30 anos. Celma havia chegado à cidade
para arrumar trabalho, pois queria “morar na cidade grande”.
Ana veio à consulta referindo dor no peito e nas pernas e, durante a investigação das
causas das dores na anamnese, começa a chorar e dizer que quer se matar. A médica
Sabrina acolhe Ana e escuta suas queixas, procurando compreender o que está
acontecendo.
Sabrina conhece a família de Ana. Lembra que o Sr Carlos é conhecido por ser “muito
brabo” e agressivo quando bebe. Ana conta que via o pai bater na mãe quando criança,
quando bebia, e que ele só parou depois de uma visita do conselho tutelar, pois na época
a vizinhança também suspeitou de maus tratos à menina. Ana também lembra da luta
do pai para retornar ao local onde morava, o que nunca aconteceu.
Ana fala um pouco da sua infância e de como essas lembranças vem, principalmente
quando Gabriel chega em casa alcoolizado. Conta que o marido a ameaça e diz que vai
procurar outra esposa, tem um comportamento controlador e agressivo, e que já a
empurrou e a ameaçou. Tentou procurar ajuda da mãe, mas ela não conseguiu contar o
que está acontecendo.

QUESTÃO 1) O que Sabrina deveria fazer em tal situação?

Encorajar Ana a falar mais sobre sua situação e oferecer apoio e informações sobre
recursos disponíveis para ajudá-la.
Encaminhamento para um serviço de apoio a vítimas de violência doméstica, onde ela
pode receber aconselhamento, apoio emocional e assistência.
Orientação sobre como lidar com a violência de forma eficaz, incluindo a importância de
estabelecer limites claros e saudáveis em um relacionamento e como buscar ajuda em
caso de emergência.
Sugerir à Ana que convide Gabriel para consulta, com a finalidade de realizar uma
abordagem familiar.
Investigar o padrão de consumo de álcool de Gabriel e o convidá-lo para uma consulta
médica, a fim de identificar fatores de risco de morbimortalidade por causas externas ou
sofrimento mental.
Investigar a rede de apoio social de Ana, incentivando-a a procurar ajuda.
Avaliar o risco de suicídio, acionar familiares imediatamente para avaliar vigilância 24h
ou internação hospitalar. Iniciar terapêutica farmacológica para manejo dos sintomas
de transtorno depressivo, com Inibidor de Recaptação de Serotonina e considerar
medicações adjuvantes e encaminhamento à psiquiatria.

Reflita sobre os aspectos de violência que você identifica no caso acima.

Violência estrutural e violência étnica - contra indígenas, na expulsão das pessoas


pertencentes à aldeia indígena do Sr Carlos
Violência intradomiciliar contra a mulher, física no caso do casal Celma e Carlos e
psicológica, no caso de Sabrina.

Reflita sobre os fatores de risco à saúde você identifica no caso acima.

Alcoolismo, risco de acidentes e violência, rede de apoio social precária.


Para uma leitura mais aprofundada dos riscos de violência, é importante conhecer os
vínculos entre os membros das famílias citadas, assim como a qualidade das suas
relações. A rede de apoio psicossocial, tanto para a paciente índice quanto para a
família, deve ser estudada no sentido de ampliá-la e fomentar relações saudáveis,
protegendo todos envolvidos de situações de violência.
Referências

ACIDENTES Ofídicos. Ministério da Saúde, 2023. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-
peconhentos/acidentes-ofidicos

ALVES, F. T. A. et al. Mortalidade proporcional nos povos indígenas no Brasil nos anos
2000, 2010 e 2018. Saúde em Debate, [S. l.], v. 45, n. 130 Jul-Sept, p. 691–706, 2022.
Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4549.

ANÁLISE de Situação de Saúde. Política nacional de redução da morbimortalidade por


acidentes e violências: Portaria MS/GM n.º 737 de 16/5/01, publicada no DOU n.º 96
seção 1E de 18/5/01 – 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Por uma cultura da paz, a promoção da saúde e a prevenção da
violência. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à


reabilitação da pessoa com traumatismo cranioencefálico. Brasília: Ministério da
Saúde, 2015. 132 p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_pessoa_
traumatisco_cranioencefalico.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de


Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas: tecendo redes
para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

CERQUEIRA, D. et al. Atlas da violência 2019. Brasília, DF: Ipea: Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, 2019. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_at
las_da_violencia_2019.pdf. Acesso em: 14 mai. 2023
DATASUS. Informação de saúde (TABNET). Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
Disponível em:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&id=6937.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

ELZIRIK, C. L.; KAPCZINSKI, F.; BASSOLS, A. M. S. (org.). O ciclo da vida humana: uma
perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed, 2001.

FARIA, C. D. C. M. Classificação de gravidade no TCE. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO


SUS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Atenção à Pessoa com Deficiência II:
Mulheres com deficiência, saúde bucal da pessoa com deficiência, pessoa com
acidente vascular encefálico, pessoa com traumatismo cranioencefálico, pessoa com
paralisia cerebral, reabilitação visual e Triagem Auditiva Neonatal (TAN) e Triagem
Ocular Neonatal (TON). Atenção à Pessoa com Traumatismo Cranioencefálico (TCE).
São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2021.

FRAGA, M. A. A.; BELLUOMINI, F.; PEIXOTO, A. O. Conduta em acidentes com animais


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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Saúde.


Atendimento de Urgência ao Paciente Vítima de Trauma - Diretrizes Clínicas. Vitória:
Secretaria de Estado da Saúde, 2018. Disponível em:
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GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família
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KRUG, E. G. et al. World report on violence and health. Geneva: World Health
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content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-saude.pdf

NADANOVSKY, P.; SANTOS, A. P. P. Saúde Amanhã: textos para discussão: mortes por
causas externas no Brasil: previsões para as próximas duas décadas. Rio de Janeiro:
Fundação Oswaldo Cruz, 2021. 60 p.

NJAINE, K. et al. Impactos da Violência na Saúde [online]. 4th ed. updat. Rio de
Janeiro: Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, ENSP, Editora FIOCRUZ, 2020, 448 p.
ISBN: 978-65-5708-094-8. https://doi.org/10.7476/9786557080948. Disponível em:
https://books.scielo.org/id/p9jv6/pdf/njaine-9786557080948.pdf

ONU. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes.


ONU, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/16.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Morbidades por causas


externas – acidentes,
violência e traumas na APS
Impacto das causas externas na mortalidade
Números de homicídio, suicídio e morte no trânsito e suicídio no Brasil
Impacto das causas externas na mortalidade
Taxa de homicídio por 100 mil habitantes em homens e mulheres de 20 a 29 anos de idade, no Brasil
Impacto das causas externas na mortalidade
Taxa de homicídio por 100 mil habitantes no Brasil
Impacto das causas externas na mortalidade
Impacto das causas externas na mortalidade
Causas de Trauma Cranioencefálico:
● 50%: acidentes automobilísticos. Neste grupo, a principal faixa etária é de
adolescentes e adultos jovens. Dos 15 aos 24 anos, os acidentes de trânsito
são responsáveis por mais mortes que todas as outras causas juntas.
● 30%: quedas. Neste grupo há um grande número de idosos. Entretanto, no
Brasil são muito frequentes as quedas de lajes, que são ignoradas pelas
estatísticas internacionais.
● 20%: causas “violentas”: ferimentos por projétil de arma de fogo e armas
brancas.

72% dos casos de TCE tem associação com consumo de álcool


Abordagem à violência
Violência – indicadores
Taxas de homicídios na região das Américas (mortes por 100 mil habitantes)
Violência – indicadores
Distribuição percentual dos homicídios, segundo Regiões
Violência – indicadores
Estados com as maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes
Violência – indicadores
Estados com as menores taxas de homicídio por 100 mil habitantes
Violência – indicadores
Distribuição percentual dos óbitos por homicídio, segundo raça/cor
Violência – indicadores
Mortalidade (taxa100 mil hab) por suicídio - Brasil e regiões, 2000-2016
Violência – indicadores na Saúde Indígena
Taxa de situações de violência por DSEI. Nº de situações de violência notificado no ano /
Nº de habitantes dos DSEI x 1.000.
Obs.: não devem ser incluídos os casos que
tiveram óbito como desfecho.

Número de situações de violências por tipo Nº total de situações de violência notificado no


(sexual, física ou psicológica) e por Polo-Base ano, separado por Polo-Base e tipo de violência.
Obs.: caso haja sobreposição de tipos de
violência, prioriza-se a classificação conforme a
gravidade da agressão, seguindo a sequência
seguinte: sexual, física ou somente psicológica.
Violência – indicadores na Saúde Indígena
Nº total de situações de violência notificado no Nº total de situações de violências notificadas no
ano, separado por Polo-Base e tipo de violência. ano, no qual há uso suspeito ou confirmado de
Obs.: caso haja sobreposição de tipos de álcool pelo agressor e/ou vítima, separados por
violência, prioriza-se a classificação conforme a Polo-Base.
gravidade da agressão, seguindo a sequência
seguinte: sexual, física ou somente psicológica.

Proporção de situações de violências associada ao Nº total de situações de violência notificadas, no


consumo de álcool por Polo- Base. qual há uso suspeito ou confirmado de álcool pelo
agressor e/ou vítima / Nº total de situações de
violência notificadas no ano x 100, separado por
Polo-Base.
Indicadores na Saúde Indígena
Mortalidade proporcional (%) de indígenas segundo capítulos da CID-10

I: Algumas doenças infecciosas e parasitárias; II:


Neoplasias (tumores); IV: Doenças endócrinas,
nutricionais e metabólicas; IX: Doenças do
aparelho circulatório; X: Doenças do aparelho
respiratório; XVI: Algumas afecções originadas no
período perinatal; XVIII: Causas mal definidas e
desconhecidas de mortalidade; e XX: Causas
externas de morbidade e mortalidade.
Indicadores na Saúde Indígena
Mortalidade proporcional (%) de indígenas segundo capítulos da CID-10
Violência - Impactos
• No Brasil, nos últimos 20 anos, as enfermidades infecciosas vêm cedendo lugar às doenças
crônicas e degenerativas e aos agravos provocados por violências e acidentes.
• Violência não é apenas um problema médico, é também um problema social que afeta a
saúde:
• provoca morte, lesões e traumas físicos e um sem-número de agravos mentais,
emocionais e espirituais;
• diminui a qualidade de vida das pessoas e das coletividades;
• mostra a inadequação da organização tradicional dos serviços de saúde;
• coloca novos problemas para o atendimento médico; e
• evidencia a necessidade de uma atuação muito mais específica, interdisciplinar,
multiprofissional, intersetorial e engajada do setor, visando às necessidades dos
cidadãos.
Violência - Conceito
Relatório Mundial sobre Violência e Saúde – OMS 2002

“Uso intencional da força física ou do poder real ou em ameaça, contra


si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma
comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar
em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou
privação” (KRUG et al., 2002, p. 5)
Violência x agressividade

A agressividade é um impulso nato, essencial à sobrevivência, à defesa e à


adaptação dos seres humanos. Constitui-se como elemento protetor que
possibilita a construção do espaço interior do indivíduo, promovendo a
diferenciação entre o Eu e o Outro.

Portanto, a agressividade, ao contrário da violência, inscreve-se no próprio


processo de constituição da subjetividade. A transformação da agressividade em
violência é um processo ao mesmo tempo social e psicossocial para o qual
contribuem as circunstâncias sociais, o ambiente cultural, as formas de relações
primárias e comunitárias e, também, as idiossincrasias dos sujeitos.
Violência – algumas reflexões
• Fato humano e social;
• Histórica;
• Há formas de violência que persistem no tempo e se estendem por quase todas
as sociedades;
• Abrange todas as classes e os segmentos sociais;
• A violência também está dentro de cada um;
• Violência X abuso X maus tratos.
Violência – algumas reflexões
Claude Lévi-Strauss, antropólogo belga, desenvolveu um método de investigação e
interpretação antropológica, denominado estruturalismo. O conceito básico dessa teoria é o de
estrutura social, que não é empiricamente observável, mas dá sentido aos dados empíricos. Por
exemplo: a estrutura de um edifício, mesmo oculta, organiza, relaciona, distribui e sustenta
todos os elementos observáveis da construção – os andares, os apartamentos, as entradas e
saídas, os corredores.
O mesmo se dá com a estrutura social: ela organiza, conecta e relaciona os seus elementos. Os
elementos da estrutura social são as relações de parentesco, as instituições e os grupos
diversos que, por sua vez, se organizam como um sistema, de forma interdependente, em que
a modificação em qualquer uma das partes afeta, necessariamente, todas as outras as
estruturas elementares de parentesco –, compostas por três relações básicas: consanguinidade
(relação entre irmãos); aliança (relação entre casais) e filiação (relação entre gerações).
Violência – algumas reflexões

Infanticídio: Termo que vem do latim infanticidium e significa a morte de criança,


especialmente recém-nascida. Esse fenômeno sempre existiu no decorrer da
História.
Na Antiguidade, referia-se a matança indiscriminada de crianças nos primeiros
anos de vida. No Império Romano, e também em algumas tribos bárbaras, sua
prática era aceita com o objetivo de regular a oferta de comida à população. Na
China, o elevado índice de infanticídio e de aborto de meninas chegou a gerar
um desequilíbrio populacional.
No Brasil, algumas comunidades indígenas praticam infanticídio.
Violência – Linha do tempo
● 1996 Criação da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa);
● 1999: Norma Técnica “Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da
Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes”;
● 2001: Políjca Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e
Violência;
● 2003: Lei n. 10.778/03; estabelece a nojficação compulsória em caso de
violência contra as mulheres nos serviços de saúde;
● 2003: Estatuto da criança e do adolescente;
Violência – Linha do tempo
● 2004: Políticas de proteção à saúde da mulher PAISM (Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde da Mulher);
● 2004 Rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde e a
Implantação de Núcleos de Prevenção da Violência em Estados e
Municípios;
● 2006 - Estatuto do idoso;
● 2005: Criação do Ligue 180;
● 2006: Lei Maria da Penha (Lei Federal n. 11.340, de 7 de agosto de 2006);
● 2008: Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual e/ou Doméstica
contra Mulheres;

Violência – Linha do tempo

● 2011: Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres;


● 2013: Lei n. 12.845/13; prevê a obrigatoriedade do atendimento integral às
vítimas de violência sexual em todos os serviços de urgência e emergência do
Sistema Único de Saúde (SUS);
● 2015: Lei do Feminicídio (Lei Federal n. 13.104, de 9 de março de 2015);
● 2015: Lançamento da Norma Técnica sobre Atenção Humanizada às Pessoas
em Situação de Violência Sexual com Registro de Informações e Coleta de
Vestígios.
Violência – tipologias
• Violência criminal; • Violência autoinfligida;
• Violência estrutural; • Violência cultural;
• Violência institucional; • Violência de gênero;
• Violência interpessoal; • Violência racial;
• Violência em espaços sociais; • Violência contra a pessoa com
• Violência intrafamiliar; deficiência;
• Violência contra pessoas que tem • Violência por homofobia.
sofrimento ou adoecimento mental;
Violência e populações
• No Brasil, cerca de 80% dos óbitos e das lesões e traumas ocorrem
nas cidades, associados à:
• existência de grupos de delinquência comuns ou vinculados ao tráfico de
drogas;
• a agressões interpessoais; e
• a acidentes de trânsito e de transporte.

• Armas de fogo foi o fator envolvido em 90% dos homicídios em


cidades em 2005.
Violência e a população negra
A população negra tem sua história baseada nas desigualdades.
A fragilidade da população negra pode ser identificada na
precocidade dos óbitos, nas altas taxas de mortalidade materna e
infantil, na maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas,
bem como nos altos índices de violência urbana que incidem
sobre a população negra.
Reconhecer que essa fragilidade é uma violência é urgente para
o planejamento do cuidado dessa população.
A resistência dos movimentos sociais vem denunciando a
indignidade das condições de vida da população negra,
traduzindo-as em reivindicações por políticas públicas que
reduzam a desigualdade e ampliem a equidade do acesso aos
bens e serviços públicos, resultando na Política Nacional de
Saúde da População Negra.
Violência e a população negra
Doenças e agravos que necessitam de abordagem específica sob pena de se inviabilizar a
promoção da equidade em saúde no País:

a) geneticamente determinados – doença falciforme, deficiência de glicose 6-fosfato


desidrogenase, foliculite;
b) adquiridos em condições desfavoráveis – desnutrição, anemia ferropriva, doenças do trabalho,
DST/HIV/aids, mortes violentas, mortalidade infantil elevada, abortos sépticos, sofrimento
psíquico, estresse, depressão, tuberculose, transtornos mentais (derivados do uso abusivo de
álcool e outras drogas);
c) de evolução agravada ou tratamento dificultado – hipertensão arterial, diabetes melito,
coronariopatias, insuficiência renal crônica, câncer, miomatoses.
Violência e a população negra
Meta da PNSP:
Reconhecimento do racismo, das desigualdades étnico-raciais e do racismo institucional como
determinantes sociais das condições de saúde, com vistas à promoção da equidade em saúde.

Objetivos específicos da PNSP:

- Promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-
raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do SUS (incluindo a
população da cidade, quilombola, do campo e da floresta.
- Garantir e ampliar o acesso da população negra às ações e aos serviços de saúde;
Incluir o tema Combate às Discriminações de Gênero e Orientação Sexual, com destaque para as
interseções com a saúde da população negra, nos processos de formação e educação permanente
dos trabalhadores da saúde e no exercício do controle social;
- Identificar, combater e prevenir situações de abuso, exploração e violência, incluindo assédio
moral, no ambiente de trabalho;
Violência e a população negra
Objetivos específicos da PNSP:

- Aprimorar a qualidade dos sistemas de informação em saúde, por meio da inclusão do quesito
cor em todos os instrumentos de coleta de dados adotados pelos serviços públicos, os
conveniados ou contratados pelo SUS;
- Melhorar a qualidade dos sistemas de informação do SUS no que tange à coleta, processamento
e análise dos dados desagregados por raça, cor e etnia;
-Identificar as necessidades de saúde da população negra do campo e da floresta e das áreas
urbanas e utilizá-las como critério de planejamento e definição de prioridades;
- Definir e pactuar, com as três esferas de governo, indicadores e metas para a promoção da
equidade étnico-racial na saúde;
-Monitorar e avaliar os indicadores e as metas pactuados para a promoção da saúde da população
negra visando reduzir as iniquidades macrorregionais, regionais, estaduais e municipais;
-Incluir as demandas específicas da população negra nos processos de regulação do sistema de
saúde suplementar;
-Monitorar e avaliar as mudanças na cultura institucional, visando à garantia dos princípios
antirracistas e não discriminatórios;
- Fomentar a realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra.
Violência e a população LGBTQIAPN+
“O reconhecimento da complexidade da saúde de LGBT
exigiu que o movimento social buscasse amparo com
outras áreas do Ministério da Saúde e,
consequentemente, ampliasse o conjunto de suas
demandas em saúde dando à Política um caráter
transversal que engloba todas as áreas do Ministério da
Saúde, como as relacionadas à produção de
conhecimento, participação social, promoção, atenção
e cuidado. Sua formulação contou com participação de
diversas lideranças, técnicos e pesquisadores e foi
submetida à consulta pública antes de ser apresentada
e aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS).”
Violência e a população LGBTQIAPN+
Marca:
A discriminação por orientação sexual e por identidade de gênero incide na
determinação social da saúde, no processo de sofrimento e adoecimento decorrente
do preconceito e do estigma social reservado às populações de lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais.

Objetivo-geral:
Promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais,
eliminando a discriminação e o preconceito institucional, bem como contribuindo
para a redução das desigualdades e a consolidação do SUS como sistema universal,
integral e equitativo.
Violência contra a mulher
Fatores de risco de um homem cometer violência contra a parceira
Violência e família – fatores de risco
Violência e família – fatores de risco
Violência e família – fatores de risco
“Nas famílias com dinâmica de violência, é comum haver uma cristalização dos
papéis em relação ao lugar de quem foi vitimado e o agente agressor. Esses lugares
podem ser ocupados pelas mesmas pessoas, anos a fio, ou ser compartilhados por
diferentes membros do grupo. Durante a terapia familiar é comum se observar a
“transferência de violência”, quando outro membro do grupo passa a ser o
protagonista da violência.
Portanto, a tarefa dos profissionais da saúde não é apenas identificar o agressor,
tratando-o individualmente, pois isso seria desconsiderar que muitas vezes a
família possui uma dinâmica que inclui a violência em suas relações. Nesse caso, ao
se retirar o agressor, outra pessoa pode passar a atuar em seu lugar”
Violência e família – fatores de risco e de
proteção
Violência e família – fatores de risco e de proteção
Violência
Fatores de proteção à atos infracionais ou violentos cometidos pelo adolescente

• projeto de vida baseado em sonhos e metas;


• compreensão das consequências dos próprios atos;
• bom envolvimento na escola (acadêmico e relacional);
• envolvimento em atividades de lazer educativas (artísticas, esportivas);
• relações afetuosas e seguras com adultos;
• supervisão familiar;
Violência
Fatores de proteção à atos infracionais ou violentos cometidos pelo adolescente

• mais elevada inteligência, correlacionada a curiosidade, criatividade e rendimento


escolar;
• envolvimento com amigos que também têm intolerância aos comportamentos
infracionais e violentos;
• religiosidade;
• existência de adulto significativo para contrabalançar os conflitos com os pais,
frequentes nessa fase da vida.
Violência
Fatores de proteção à atos violentos cometidos por adultos
• apoio e suporte social – poder contar com pessoas e instituições que ofereçam
afeto e apoio;
• perseverança para enfrentar as dificuldades – mesmo quando o planejado não
deu certo – e para continuar tentando, apesar dos obstáculos;
• cultivo da satisfação com a vida e da autoestima elevada;
• conquista, satisfação e sucesso no trabalho;
• opção por estratégias mais ativas de enfrentamento dos problemas, buscando
ajuda de outras pessoas e de profissionais especializados para apoiá-los na
reflexão ou na resolução dos conflitos;
• capacidade de sustentar a si mesmo e à sua família;
• ter família ou relacionamentos afetivos estáveis.
Política Nacional de Redução da
Morbimortalidade por Acidentes e Violência
Diretrizes
• promoção da adoção de comportamentos e de ambientes seguros e saudáveis;
• monitorização da ocorrência de acidentes e de violências;
• sistematização, ampliação e consolidação do atendimento pré-hospitalar;
• assistência interdisciplinar e intersetorial às vitimas de acidentes e de violências;
• estruturação e consolidação do atendimento voltado à recuperação e à
reabilitação;
• capacitação de recursos humanos;
• apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Iniciativas de combate à violência
Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) destaca em alguns Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável a violência e sua prevenção, indicando a necessidade de ação
multinacional e multissetorial:

• Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas
públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos;
• Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de
crianças e mutilações genitais femininas;
• Reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade
relacionada, em todos os lugares;
• Acabar com abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra
crianças.
Prevenção da violência
• A prevenção primária se destina a evitar que a violência surja, sobre os fatores
que contribuem para sua ocorrência e sobre os agentes dela em tempo anterior à
ação violenta;
• A prevenção secundária se realiza quando a violência já ocorreu. Significa
respostas mais imediatas à violência, enfocando a capacidade de diagnóstico, o
tratamento precoce e a limitação da invalidez;
• A prevenção terciária compõe-se de respostas mais a longo prazo, visando
intervir, controlar e tratar os casos reconhecidos, buscando reduzir os efeitos, as
sequelas e os traumas; prevenir a instalação da violência crônica e promover a
reintegração dos indivíduos.
Rede Nacional de Prevenção das Violências e
Promoção da Saúde e Cultura de Paz
• Qualificação da gestão para o trabalho de prevenção de violências e promoção da saúde e
de cultura de paz;
• Qualificação e articulação da rede de atenção integral às pessoas em situação de
violências;
• Desenvolvimento de ações de promoção da saúde e prevenção de violências para grupos
populacionais vulneráveis visando à atuação nos determinantes sociais e na
autodeterminação dos sujeitos;
• Garantia da implantação/implementação da notificação de violências interpessoais e
autoprovocadas;
• Promoção e participação de políticas e ações intersetoriais e de redes sociais que tenham
como objetivo a prevenção de violências e promoção da saúde e da cultura de paz.
Rede de
enfrentamento à
violência
Material complementar
• Estudos sobre Criminalidade e Segurança Pública (www.crisp.ufmg. br) e informe-se sobre o Programa
Interinstitucional Fica Vivo

• filme A guerra dos Roses, dirigido por Danny DeVito (1989), ilustra a construção lenta deste binômio
complexo: “família e violência”. É uma produção cinematográfica estadunidense, do gênero comédia,
lançado em 1989, com base no romance A guerra dos Roses (1981), de Warren Adler. Comédia de humor
satírico sobre um casal que aparenta ter perfeita união. Quando o casamento começa a desmoronar, bens
materiais se tornam o centro de escandalosa e amarga batalha pelo divórcio. Filme estrelado por Michael
Douglas, Kathleen Turner e Danny DeVito.

• O filme Festa em Família, dirigido por Thomas Vinterberg, de 1998, é um bom exemplo de alguns tipos de
abuso intrafamiliar

• Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e prevenção da violência, acesse o site da Organização
das Nações Unidas no Brasil: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/
Acidentes e trauma na APS
Acidentes– tipologias

• Acidente de trânsito;
• Acidentes de trabalho;
• Acidentes domiciliares.
Trauma - avaliação primária ABCDE
Trauma -
avaliação
primária ABCDE
Trauma na APS – Avaliação Primária
Trauma na APS – Avaliação Primária
Trauma na APS – Trauma abdominal

Trauma contuso - Não ocorre solução de descontinuidade e as lesões ocorrem


por mecanismo indireto, podendo cursar com compressão e esmagamento ou
cisalhamento de vísceras abdominais; hemorragia; ruptura de órgãos e vasos
abdominais além de lesões por desaceleração.

Trauma abdominal penetrante - OMS (www.who.int), o Relatório Mundial sobre


Violência e Saúde (World Report on Violence and Health), Solução de
descontinuidade da pele e ultrapassa o peritônio.
Trauma na APS – Trauma abdominal
Exame físico: inspeção, ausculta, percussão e palpação. As estruturas adjacentes
como tórax, uretra, vagina, períneo, dorso e nádegas podem nos dar pistas de
possíveis lesões de órgãos abdominais. Além disso, o exame da bacia é de suma
importância nesse momento. Indica-se toque retal e vaginal em todos pacientes
politraumatizados com trauma maior.

Avaliação inicial pode incluir FAST (Focused Assessment with Sonography for
Trauma) - Avaliação da presença de fluidos intra-abdominais que inclui o exame
de quatro regiões importantes (saco pericárdico, espaços hepato e esplenorrenal e
pelve ou recesso de Douglas), sendo extremamente útil na detecção da causa de
choque.
Trauma na APS - Trauma cranioencefálico (TCE)

• Injúria ou lesão no escalpo com ou


sem evidência de alteração de
consciência;

• Classifica-se de acordo com a Escala


de Coma de Glasgow (ECG).
Trauma na APS - TCE

Escala de Coma de Glasgow


(ECG) modificada para
crianças
Trauma na APS – Sinais/ sintomas e classificação
e do TCE

Classificação e sintomas Conduta

TCE leve ECG entre 13 e 15 - cefaleia leve e não progressiva, Maioria:


tontura e vertigem temporárias, hematoma subgaleal ou laceração Observação, sem recomendação
pequena de couro cabeludo para TC. Pode ocorrer piora do quadro.
Acompanhar
Trauma na APS – Sinais/ sintomas e classificação
e do TCE
Classificação e sintomas Conduta

TCE leve ECG entre 13 e 15 - cefaleia leve e não progressiva, Maioria:


tontura e vertigem temporárias, hematoma subgaleal ou laceração Observação, sem recomendação
pequena de couro cabeludo para TC. Pode ocorrer piora do quadro.
Acompanhar
Fraturas – principais
achados da
anamnese e exame
físico
Fraturas–
características
descritivas
radiográficas
Acidentes por animais peçonhentos
Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Cascavel – gênero Crotalus


Poucas manifestações locais. Neurotoxicidade – ptose palpebral, rabdomiolise,
mialgia
Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Jararaca – gênero Bothrops (mais comum entre os acidentes ofídicos)


Dor e edema local, coagulopatia com manifestações hemorrágicas
Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Coral - gênero Micrurus


Neurotoxicidade que pode levar à insuficiência respiratória por fraqueza
muscular, mialgia
Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Surucucu - gênero Lachesis


Dor e edema local, coagulopatia com manifestações hemorrágicas e de síndrome
vagal
Acidentes Ofídicos – Tratamento
Acidentes Ofídicos – Tratamento
Acidentes Ofídicos – Tratamento
Araneísmo – aranhas mais comuns no Brasil
Principais sintomas
• Aranha marrom– gênero Loxoceles
Aranha doméstica, não é agressiva. Costuma picar quando espremida contra o
corpo da pessoa. Mais comum na região Sul do Brasil.
Dor e edema local. Pode causar febre e mal-estar e manifestações hemorrágicas.
Lesão evolui de com uma bolha ou equimose central, circundada por um halo
pálido (isquemia). Ao longo dos dias, a lesão central evolui para necrose.
Araneísmo – aranhas mais comuns no Brasil
Principais sintomas
• Armadeira – gênero Phoneutria
Aranha mais agressiva, não faz teia. Pode pular até 40cm
Dor e edema local, vômitos, hipertensão, sialorreia e priapismo em crianças.
Manifestações graves: convulsões, coma, arritmia cardíaca, choque e edema
pulmonar.
Araneísmo – aranhas mais comuns no Brasil
Principais sintomas

• Viúva negra- gênero Latodectrus


Mais comum na região Nordeste do Brasil
Dor e edema local, dor abdominal, contração e
dores musculares, agitação, sudorese e, nos casos
graves, trismo, hipertensão, bradicardia, dispneia,
priapismo, retenção urinária, alterações
hemodinâmicas e choque
Escorpionismo
Principais manifestações são dor e parestesia local.
Manifestações graves: hipo ou hipertermia, sudorese profusa; náusea, vômito,
sialorreia, dor abdominal, diarreia, arritmia, hipo ou hipertensão, ICC, choque,
EAP, taquipneia, agitação, sonolência, agitação mental.
Referências
ACIDENTES Ofídicos. Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos/acidentes-ofidicos

ALVES, F. T. A. et al. Mortalidade proporcional nos povos indígenas no Brasil nos anos 2000, 2010 e 2018. Saúde em Debate, [S. l.], v. 45, n. 130 Jul-Sept, p. 691–706, 2022.
Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4549.

ANÁLISE de Situação de Saúde. Política nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências: Portaria MS/GM n.º 737 de 16/5/01, publicada no DOU n.º
96 seção 1E de 18/5/01 – 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Por uma cultura da paz, a promoção da saúde e a prevenção da
violência. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra : uma política para o SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. – 2. ed. – Brasília :
Editora do Ministério da Saúde, 2013.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Brasília : 1.
ed., 1. reimp. Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com traumatismo cranioencefálico. Brasília: Ministério da
Saúde, 2015. 132 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_pessoa_traumatisco_cranioencefalico.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas: tecendo
redes para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
Referências
CERQUEIRA, D. et al. Atlas da violência 2019. Brasília, DF: Ipea: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf. Acesso em: 14 mai. 2023

DATASUS. Informação de saúde (TABNET). Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&id=6937.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

ELZIRIK, C. L.; KAPCZINSKI, F.; BASSOLS, A. M. S. (org.). O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed, 2001.
FARIA, C. D. C. M. Classificação de gravidade no TCE. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Atenção à Pessoa com
Deficiência II: Mulheres com deficiência, saúde bucal da pessoa com deficiência, pessoa com acidente vascular encefálico, pessoa com traumatismo cranioencefálico,
pessoa com paralisia cerebral, reabilitação visual e Triagem Auditiva Neonatal (TAN) e Triagem Ocular Neonatal (TON). Atenção à Pessoa com Traumatismo
Cranioencefálico (TCE). São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2021.

FRAGA, M. A. A.; BELLUOMINI, F.; PEIXOTO, A. O. Conduta em acidentes com animais peçonhentos [recurso eletrônico]. São Paulo: Sociedade de Pediatria de São
Paulo, 2020. Disponível em: https://www.spsp.org.br/PDF/SPSP-DC-Emerg%C3%AAncias-Animais%20Pe%C3%A7onhentos-09.11.2020.pdf

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Saúde. Atendimento de Urgência ao Paciente Vítima de Trauma - Diretrizes Clínicas. Vitória:
Secretaria de Estado da Saúde, 2018. Disponível em: https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Protocolo/Diretriz%20Trauma%20versao%20publicada.pdf

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019,
2388 p.
Referências
G. et al. World report on violence and health. Geneva: World Health Organization, 2002. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-saude.pdf

NADANOVSKY, P.; SANTOS, A. P. P. Saúde Amanhã: textos para discussão: mortes por causas externas no Brasil: previsões para as próximas duas décadas. Rio de
Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2021. 60 p.

NJAINE, K. et al. Impactos da Violência na Saúde [online]. 4th ed. updat. Rio de Janeiro: Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da Escola
Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, ENSP, Editora FIOCRUZ, 2020, 448 p. ISBN: 978-65-5708-094-8. https://doi.org/10.7476/9786557080948. Disponível em:
https://books.scielo.org/id/p9jv6/pdf/njaine-9786557080948.pdf

ONU. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes. ONU, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/16.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

23 - MORBIDADES POR CAUSAS


EXTERNAS – ACIDENTES, VIOLÊNCIA E
TRAUMAS NA APS
CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 23

Morbidades por Causas Externas – Acidentes, Violência e Traumas na APS

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Ana é uma mulher de 32 anos que mora na periferia de São Paulo, com seu marido de
36 anos (Gabriel) e filha de 12 anos (Maíra) de idade. O pai de Ana (Carlos) é indígena,
da etnia Pankararu e sua mãe (Celma) é procedente do estado de Alagoas. Ambos se
conheceram no bairro onde todos moram hoje, quando a família de Carlos foi expulsa
de uma área verde da cidade, onde morava há 30 anos. Celma havia chegado à cidade
para arrumar trabalho, pois queria “morar na cidade grande”.
Ana veio à consulta referindo dor no peito e nas pernas e, durante a investigação das
causas das dores na anamnese, começa a chorar e dizer que quer se matar. A médica,
Sabrina, acolhe Ana e escuta suas queixas, procurando compreender o que está
acontecendo.
Sabrina conhece a família de Ana. Lembra que o Sr Carlos é conhecido por ser “muito
bravo” e agressivo quando bebe. Ana conta que via o pai bater na mãe quando criança,
quando bebia, e que ele só parou depois de uma visita do conselho tutelar, pois na época
a vizinhança também suspeitou de maus tratos à menina. Ana também lembra da luta
do pai para retornar ao local onde morava, o que nunca aconteceu.
Ana fala um pouco da sua infância e de como essas lembranças vem, principalmente
quando o marido chega em casa alcoolizado. O marido a ameaça e diz que vai procurar
outra esposa, tem um comportamento controlador e agressivo, e que já a empurrou e
a ameaçou. Tentou procurar ajuda da mãe, mas ela não conseguiu contar o que está
acontecendo.

O que Sabrina deveria fazer em tal situação?


Reflita sobre os aspectos de violência que você identifica no caso acima.

Reflita sobre os fatores de risco à saúde você identifica no caso acima.


Referências

ACIDENTES Ofídicos. Ministério da Saúde, 2023. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-
peconhentos/acidentes-ofidicos

ALVES, F. T. A. et al. Mortalidade proporcional nos povos indígenas no Brasil nos anos
2000, 2010 e 2018. Saúde em Debate, [S. l.], v. 45, n. 130 Jul-Sept, p. 691–706, 2022.
Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4549.

ANÁLISE de Situação de Saúde. Política nacional de redução da morbimortalidade por


acidentes e violências: Portaria MS/GM n.º 737 de 16/5/01, publicada no DOU n.º 96
seção 1E de 18/5/01 – 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Por uma cultura da paz, a promoção da saúde e a prevenção da
violência. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à


reabilitação da pessoa com traumatismo cranioencefálico. Brasília: Ministério da
Saúde, 2015. 132 p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_pessoa_
traumatisco_cranioencefalico.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de


Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas: tecendo redes
para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

CERQUEIRA, D. et al. Atlas da violência 2019. Brasília, DF: Ipea: Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, 2019. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_at
las_da_violencia_2019.pdf. Acesso em: 14 mai. 2023

DATASUS. Informação de saúde (TABNET). Brasília: Ministério da Saúde, 2017.


Disponível em:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&id=6937.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

ELZIRIK, C. L.; KAPCZINSKI, F.; BASSOLS, A. M. S. (org.). O ciclo da vida humana: uma
perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed, 2001.

FARIA, C. D. C. M. Classificação de gravidade no TCE. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO


SUS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Atenção à Pessoa com Deficiência II:
Mulheres com deficiência, saúde bucal da pessoa com deficiência, pessoa com
acidente vascular encefálico, pessoa com traumatismo cranioencefálico, pessoa com
paralisia cerebral, reabilitação visual e Triagem Auditiva Neonatal (TAN) e Triagem
Ocular Neonatal (TON). Atenção à Pessoa com Traumatismo Cranioencefálico (TCE).
São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2021.

FRAGA, M. A. A.; BELLUOMINI, F.; PEIXOTO, A. O. Conduta em acidentes com animais


peçonhentos [recurso eletrônico]. São Paulo: Sociedade de Pediatria de São Paulo,
2020. Disponível em: https://www.spsp.org.br/PDF/SPSP-DC-Emerg%C3%AAncias-
Animais%20Pe%C3%A7onhentos-09.11.2020.pdf

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Saúde.


Atendimento de Urgência ao Paciente Vítima de Trauma - Diretrizes Clínicas. Vitória:
Secretaria de Estado da Saúde, 2018. Disponível em:
https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Protocolo/Diretriz%20Trauma%20versao%20publi
cada.pdf

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família
e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, 2388 p.

KRUG, E. G. et al. World report on violence and health. Geneva: World Health
Organization, 2002. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-saude.pdf

NADANOVSKY, P.; SANTOS, A. P. P. Saúde Amanhã: textos para discussão: mortes por
causas externas no Brasil: previsões para as próximas duas décadas. Rio de Janeiro:
Fundação Oswaldo Cruz, 2021. 60 p.

NJAINE, K. et al. Impactos da Violência na Saúde [online]. 4th ed. updat. Rio de
Janeiro: Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, ENSP, Editora FIOCRUZ, 2020, 448 p.
ISBN: 978-65-5708-094-8. https://doi.org/10.7476/9786557080948. Disponível em:
https://books.scielo.org/id/p9jv6/pdf/njaine-9786557080948.pdf

ONU. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes.


ONU, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/16.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

24 - USO ABUSIVO DE ÁLCOOL E


OUTRAS DROGAS

CASO CLÍNICO - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 24

Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico: Uso de Álcool e outras substâncias.

Jonathan tem 30 anos de idade, é técnico de informática e mora em um município do


interior do Ceará. Ele sempre foi conhecido por ser uma pessoa divertida e que
participava de muitas festas, sempre com alto consumo de bebidas alcóolicas.

Após algumas idas ao Pronto Socorro por mal estar geral, vômitos e dor abdominal,
Jonathan decidiu procurar a equipe do PSF onde o Dr Vitor atende, preocupado com as
dores recorrentes. Conta ao médico que está estressado e preocupado.

Jonathan trabalhava para uma empresa na cidade ao lado, mas a empresa fechou há um
ano e hoje ele vive de biscates. Há 5 meses a noiva terminou o relacionamento e ele
percebeu que passou a consumir cerveja todos os dias – antes consumia apenas aos
finais de semana e tem preferido beber sozinho do que encontrar os amigos. Mora
sozinho e refere que o consumo de álcool só se apresentou como um problema pelas
dores abdominais. Refere insônia inicial e um dos motivos para o consumo de cerveja é
a indução ao sono. Quando questionado, nega anedonia ou choro sem razão aparente.

EXAME FÍSICO

Exame físico geral / Ectoscopia: Bom estado geral, corado, hidratad0, anictérico,
eupneico e afebril.
Dados vitais: FC 90bpm, FR 20irpm, Tax 36,6°C, PA 120×80 mmHg.
Peso 72Kg Estatura 1,68m.
Exame da cabeça e do pescoço: ausência de achados relevantes.
Exame do tórax e aparelho respiratório:expansibilidade e frêmito toracovocal normais,
som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular reduzido, sem ruídos adventícios.
Exame do sistema cardiovascular: precórdio normodinâmico, ausência de turgência
jugular patológica, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, em dois tempos, sem
sopros.
Exame abdominal: abdome semigloboso, sem abaulamentos, retrações ou cicatrizes,
RHA presentes, flácido e indolor, ausência de massas ou visceromegalias palpáveis.
QUESTÃO 1) Diante dos dados trazidos pelo paciente na anamnese, qual seria sua
próxima conduta?

Resposta:
O paciente apresenta sinais de consumo abusivo de álcool ou transtorno por uso de
álcool moderado e é necessário fazer o diagnóstico diferencial. Deve-se aplicar os
questionários CAGE para diagnóstico e o questionário Audit para definir a intervenção
breve.
É importante rastrear outros transtornos mentais, como transtorno de humor.
É recomendado que Dr Vitor tenha uma atitude acolhedora, garantindo que a consulta
seja um espaço seguro para que o paciente expresse seus sentimentos e perspectivas em
relação a sua saúde e a sua vida.

Voltando ao caso clínico:


Ainda no primeiro atendimento, Vitor aplica os questionários CAGE e Audit e tem os
seguintes resultados:

- Audit – 20 pontos
- CAGE:
Alguma vez o(a) senhor(a) sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida alcoólica
ou parar de beber? Sim
As pessoas o(a) aborrecem porque criticam o seu modo de tomar bebida alcoólica?
Sim
O(a) senhor(a) se sente chateado(a) consigo mesmo(a) pela maneira como costuma
tomar bebidas alcoólicas? Sim
Costuma tomar bebidas alcoólicas pela manhã para diminuir o nervosismo ou ressaca?
Não
QUESTÃO 2) Diante dos resultados dos questionários aplicados, qual seu diagnóstico?
Resposta:
A partir das características do consumo de álcool, pode-se afirmar que Jonathan
apresenta um quadro de Transtorno do Uso de Álcool moderado porque:
- consumo de álcool em quantidade ou tempo maiores do que o pretendido;
- tempo gasto em obtenção ou utilização de álcool, bem como na recuperação de
seus efeitos;
- uso continuado de álcool, apesar dos problemas sociais e interpessoais;
- manter uso de álcool apesar da consciência de ter problema físico ou psicológico
causado pela substância) e
- teria benefícios com uma intervenção psicoterapêutica.

O TUA moderado é caracterizado por conjunto de fenômenos fisiológicos,


comportamentais e cognitivos no qual o uso de bebida alcoólica tem prioridade muito
maior do que outros comportamentos que eram priorizados previamente.

QUESTÃO 3) Qual sua conduta diante do diagnóstico?


Resposta:
É importante acolher o paciente, compreender suas percepções a respeito do seu
consumo de álcool e discutir a necessidade de tratamento. É necessário investigar a rede
de apoio social do paciente, procurando suporte no acompanhamento do qual Jonathan
necessitará.

Deve-se discutir e investigar com o paciente os possíveis equipamentos sociais que


podem contribuir com seu cuidado em saúde, como grupos de apoio a dependentes,
como o Alcoólicos Anônimos (A.A).
Abordar as perspectivas de religiosidade e espiritualidade pode fortalecer a capacidade
de resiliência do paciente e colaborar com o tratamento, inclusive no sentido de suportar
os sintomas de abstinência alcoólica.

Por fim, avaliar o encaminhamento ao CAPS AD, acompanhamento em saúde mental e


possibilidade de atendimento ou matriciamento com psiquiatra.
Para evitar a síndrome de abstinência alcoólica, é possível prescrever benzodiazepínico
de meia vida longa como o diazepam 10mg à noite se o paciente não fizer uso de álcool
e tiver rede de apoio para não correr risco de abuso do medicamento.
Considerar o diagnóstico de outros transtornos mentais associados à ansiedade e ao
humor deprimido, com possível prescrição de inibidor seletivo da recaptação da
serotonina (ISRS).

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de


Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas: tecendo redes
para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos


Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos
Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: Rename 2020 [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família
e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, 2388 p.

MARQUES, A. C. P. R.; RIBEIRO, M. Abuso e Dependência do Álcool. Associação


Brasileira de Psiquiatria. 2022. Disponível em:
http://projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/002.pdf
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

24 - USO ABUSIVO DE ÁLCOOL E


OUTRAS DROGAS

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 24

Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico: Uso de Álcool e outras substâncias.

Jonathan tem 30 anos de idade, é técnico de informática e mora em um município do


interior do Ceará. Ele sempre foi conhecido por ser uma pessoa divertida e que
participava de muitas festas, sempre com alto consumo de bebidas alcóolicas.

Após algumas idas ao Pronto Socorro por mal estar geral, vômitos e dor abdominal,
Jonathan decidiu procurar a equipe do PSF onde o Dr Vitor atende, preocupado com as
dores recorrentes. Conta ao médico que está estressado e preocupado.

Jonathan trabalhava para uma empresa na cidade ao lado, mas a empresa fechou há um
ano e hoje ele vive de biscates. Há 5 meses a noiva terminou o relacionamento e ele
percebeu que passou a consumir cerveja todos os dias – antes consumia apenas aos
finais de semana e tem preferido beber sozinho do que encontrar os amigos. Mora
sozinho e refere que o consumo de álcool só se apresentou como um problema pelas
dores abdominais. Refere insônia inicial e um dos motivos para o consumo de cerveja é
a indução ao sono. Quando questionado, nega anedonia ou choro sem razão aparente.

EXAME FÍSICO

Exame físico geral / Ectoscopia: Bom estado geral, corado, hidratad0, anictérico,
eupneico e afebril.
Dados vitais: FC 90bpm, FR 20irpm, Tax 36,6°C, PA 120×80 mmHg.
Peso 72Kg Estatura 1,68m.
Exame da cabeça e do pescoço: ausência de achados relevantes.
Exame do tórax e aparelho respiratório:expansibilidade e frêmito toracovocal normais,
som claro pulmonar à percussão, murmúrio vesicular reduzido, sem ruídos adventícios.
Exame do sistema cardiovascular: precórdio normodinâmico, ausência de turgência
jugular patológica, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, em dois tempos, sem
sopros.
Exame abdominal: abdome semigloboso, sem abaulamentos, retrações ou cicatrizes,
RHA presentes, flácido e indolor, ausência de massas ou visceromegalias palpáveis.
QUESTÃO 1) Diante dos dados trazidos pelo paciente na anamnese, qual seria sua
próxima conduta?

Voltando ao caso clínico:


Ainda no primeiro atendimento, Vitor aplica os questionários CAGE e Audit e tem os
seguintes resultados:

- Audit – 20 pontos
- CAGE:
Alguma vez o(a) senhor(a) sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida alcoólica
ou parar de beber?
As pessoas o(a) aborrecem porque criticam o seu modo de tomar bebida alcoólica?
-annnoyed;
O(a) senhor(a) se sente chateado(a) consigo mesmo(a) pela maneira como costuma
tomar bebidas alcoólicas?-guilty;
Costuma tomar bebidas alcoólicas pela manhã para diminuir o nervosismo ou ressaca?
-eye-opener)
Sensibilidade 43-94% e especificidade 70-97%, para duas ou mais respostas positivas.

QUESTÃO 2) Diante dos resultados dos questionários aplicados, qual seu diagnóstico?

QUESTÃO 3) Qual sua conduta diante do diagnóstico?


Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de


Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas: tecendo redes
para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos


Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos
Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: Rename 2020 [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família
e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, 2388 p.

MARQUES, A. C. P. R.; RIBEIRO, M. Abuso e Dependência do Álcool. Associação


Brasileira de Psiquiatria. 2022. Disponível em:
http://projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/002.pdf
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Uso Abusivo de Álcool e


Outras Drogas
Substâncias Psicoativas

• São substâncias naturais ou sintéticas que, ingeridas, provocam


alterações do SNC, modificando o comportamento, humor e
cognição; possuem propriedades reforçadoras e favorecem a
autoadministração;

• Podem induzir tolerância, abuso e dependência.


Substâncias Psicoa/vas
• Provavelmente o uso de substâncias psicoativas como forma de aliviar o
sofrimento seja tão antigo quanto o próprio homem.

• Diversas culturas sancionam o uso de


substâncias psicoativas, em rituais religiosos
ou socialmente.

• Em determinados períodos da história


algumas delas ganham estímulo extra para
sua utilização.

www.propagandashistóricas.com.br
Substâncias Psicoativas

www.propagandashistóricas.com.br
Tipos de Uso

Experimental
• Uso eventual para experimentar seus efeitos, sem recorrência sistemática.
Recreacional ou Ocasional
• Uso intermitente em que há algum padrão de consumo, sem causar
problemas (físicos, emocionais, legais, familiares e sociais).
Abusivo
• Padrão de uso com consequências nocivas (critérios específicos).
Dependência
• Padrão abusivo com dependência (critérios específicos).
Critérios Diagnósticos

Uso Abusivo
Critérios Diagnósticos
Dependência
História Natural

Nos estágios iniciais os indivíduos que irão desenvolver transtornos


são indistinguíveis, porém há fatores identificáveis como de risco e
como protetores.
Fatores de Risco para o uso de drogas
Fatores de Risco para o uso de drogas
Substâncias Utilizadas

• Maconha
• Solventes
• Benzodiazepínicos
• Drogas Z
• EsNmulantes
• Cocaína
• Orexígenos e anorexígenos
• Crack
• Merla – subproduto da cocaína
• Heroína
Abordagem Inicial

Avaliação clínica
● Substâncias usadas ● História familiar
● Tratamentos anteriores ● Perfil psicossocial
● Comorbidades ● Exame físico

Exames Complementares
● Álcool: TGO, TGP, GGT, Hemograma
● Injetáveis ou associadas a comportamento sexual: Anti HCV, Anti HIV, Anti HBs,
HBsAg e VDRL
Abordagem
Diagnóstico diferencial de sintomas de humor que se apresentam em um
paciente com uso de substância.
Sintomas típicos da substância (intoxicação ou Sintomas provavelmente remitirão nos primeiros
abstinência) sem história psiquiátrica prévia. dias.

Sintomas resultantes diretamente dos efeitos


duradouros da substância, que iniciaram dentro de 4 Provável transtorno do humor introduzido por
semanas da última exposição, mais graves e substância.
arrastados que intoxicação ou abstinência.

Sintomas variáveis com intensidade variável em


qualquer momento da absEnência ou tratamento; Provável transtorno do humor preexistente.
sintomas persistentes após longa absEnência;
história familiar ou história prévia de episódio de
humor (antes do início do uso crônico de substância).
Abordagem Terapêutica
Intervenções Psicossociais:
• FRAMES
• Feedback: resumo das avaliações sobre a repercussão das
drogas
• Responsability: ênfase na responsabilidade pessoal do
paciente pela mudança
• Advice: recomendações claras para que mude hábitos
• Menu: apresentar opções para mudança
• Self-efficacy: empatia e reforço da autoeficácia

Família
• Abordar problemas familiares e incluir no Plano terapêutico
Abordagem
Terapêutica
Estratégias de redução de danos:
• Substituir hábitos nocivos por outros menos nocivos ou de menor
potencial
Estratégias de gerenciamento de casos:
• Equipe multiprofissional
• Prever abandonos e recidivas
• Estar disponível
Intervenções comunitárias:
• Escolas, sala de espera, grupos de pacientes
Grupos de auto-ajuda ● Alcoólicos Anônimos (AA)
• Narcóticos Anônimoas (NA)
Encaminhamento

• Suspeita de comorbidade psiquiátrica;


• Não melhora com tratamento inicial;
• Múltiplas tentativas prévias sem sucesso.
Estágios
Motivacionais
Estágios Motivacionais
• Pré-contemplação (“Eu não vou”) – Não considera
a possibilidade de mudar, nem se preocupa com a
questão. “Eu não quero parar de fumar”.

• Contemplação (“Eu poderia”) – Admite o problema,


é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente.
“Eu quero parar de fumar, mas não sei quando”.

• Preparação (“Eu vou / Eu posso”) – Inicia


algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas passadas.
“Eu tenho tentado parar de fumar de um tempo para cá” ou “Eu tenho uma data e
um esquema para começar nos próximos 30 dias”.

• Ação (“Eu faço”) – Implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe


tempo e energia na execução da mudança.“Eu tenho feito uso descontínuo do
cigarro de um mês para cá, ficando sem fumar pelo menos um dia inteiro durante
este período”.
Abordagem
Abordagem
Conceitos – Prevenção e Recaída
Tabagismo
Impacto na Saúde

● 1,1 bilhão de fumantes no mundo;


● 80% dos fumantes vivem em países de média e baixa renda;
● 50% dos fumantes morrem em decorrência dos efeitos do cigarro;
● 2019: 9 milhões de mortes pelo tabagismo = 237 milhões de anos
saudáveis de vida perdidos (disability adjusted life years, DALYs);
● Morte 10 anos antes;
Impacto na Saúde

● Relacionado a maioria das doenças crônicas


não transmissíveis, maior causa de óbitos no
Brasil
● Dano é dose dependente
● Não existem níveis seguros de consumo
● Estima-se em cerca de 500 milhões
anuais o gasto do SUS no
tratamento de doenças causadas
pelo tabagismo
Impacto na Saúde

Queda da prevalência de fumantes


adultos que acompanhou ações
governamentais de controle do
tabagismo, 1989-2010.

O gráfico demonstra a necessidade


de medidas rigorosas e
permanentes sobre os diversos
aspectos que o cigarro abrange
socioculturalmente.
Impacto na Saúde

● A nicotina é uma droga psicotrópica ou psicoativa.


● Cigarro e outras formas de tabaco, mascado ou inalado levam à
tolerância e dependência.
● Fumantes que não tragam também evoluem com tolerância e
dependência.
● Processo de dependência envolve fatores psicológicos e
comportamentais.
Impacto na Saúde

1 maço de cigarro = 20 cigarros.

Quantos maços fuma por dia? Há quantos anos?


Impacto na Saúde
Gelson fuma há 35 anos, 1 a 2 carteiras ao dia.
O primeiro cigarro é fumado a caminho do trabalho diariamente.
Mostrou-se motivado a parar de fumar.
Nunca experimentou parar, mas sabe que será difícil, pois sua mulher
engordou muito.
Relata ao médico que já come demais, pois é muito ansioso.
Ele buscou atendimento hoje porque está com tosse produtiva há 5 dias.
Ao ser questionado disse que tem fumado normalmente nesses dias.
Teste de Fargerström

● Avalia o grau de dependência à nicolna.


● Quanto mais pontos, maior a dependência.
● As respostas indicam em que âmbito pode haver mais desconforto ao
deixar de fumar, quais sintomas da abslnência podem ser mais
impactantes.
● Indica a necessidade ou não de apoio medicamentoso no tratamento
da dependência.
Avaliação da Dependência - Teste de Fargerström
Comportamento esperado do
Profissional de Saúde
Recomendações – Abordagem Clínica
Avaliação da Motivação

● A MOTIVAÇÃO PARA A MUDANÇA É PREDITIVA DE BOAS TAXAS DE


CESSAÇÃO!
● PACIENTE PREPARADO PARA A MUDANÇA SE ENGAJA AO
TRATAMENTO!
● FIQUE ATENTO PARA ABORDAR OPORTUNAMENTE!
Avaliação da Motivação

• Quando um indivíduo se depara com algum processo de modificação


de comportamento em sua vida, ele passa por estágios de mudança:
pré contemplação, contemplação, preparação, ação, manutenção e
recaída.
• A motivação é a probabilidade de um indivíduo iniciar e dar
continuidade a um processo de mudança.
Mo/vação X Conduta
Tabela: Identificação do estágio de motivação e condutas decorrentes.
Aconselhamento Breve e Intensivo

● A abordagem breve consiste em: perguntar e avaliar, aconselhar e


preparar o fumante para que deixe de fumar;
● Todos os profissionais estão aptos a realizar a abordagem breve,
com estudo e treinamento;
● 5-10% de taxa de cessação ao ano.
Aconselhamento Breve e Intensivo
Perguntas que levam o paciente a refletir sobre questões fundamentais
relacionadas com o tabagismo e o sensibilizam para tentar parar de fumar:
Tratamento
• Terapia Cognitivo Comportamental
• Taxas de sucesso de cerca de 20% em um ano

• Intervenção em Grupo
• Objetivo de cada encontro é aprofundar as discussões relacionadas a
temas que ajudem a cessação e partilhar experiências
• Etapas:
• Preparar o fumante para solucionar seus problemas
• Estimular habilidades para resistir às tentações de fumar
• Preparar para prevenir a recaída
• Preparar para lidar com o estresse
Tratamento Farmacológico
• Indicações:
• > 20 cigarros ao dia;
• 1º cigarro fumado antes de 30 min depois do despertar e fumar mais de
10 cigarros por dia;
• Resultado do Teste de Fargeström maior ou igual a 5;
• Já tentou somente com abordagem cognitivo comportamental mas
não obteve êxito;
• Não possuir contraindicações ao fármaco.
Opções Farmacológicas
Tabela: Fármacos efetivos no tratamento da dependência da nicotina.
Fármaco Posologia Comentários
Opções Farmacológicas
Tabela: Fármacos efetivos no tratamento da dependência da nicotina.
Fármaco Posologia Comentários
Fármacos disponíveis na RENAME
Tabagismo e saúde dos Povos Indígenas
Considerar o aspecto socio-cultural-espiritual envolvido no
uso do tabaco, rapé e outras plantas usadas em rituais e/ou
coldianamente.
Problemas relacionados ao
consumo de álcool
Problemas relacionados ao consumo de álcool
• O álcool é uma substância química produzida a partir da fermentação do açúcar
encontrado numa série de produtos de origem vegetal (cana-de-açúcar, frutas, arroz,
mandioca etc.);
• O álcool é a droga mais produzida, consumida e que causa mais dependência no
mundo.
• O álcool está relacionado a danos de saúde diretos aos usuários como trauma, câncer e
cirrose.
• É o fator mais frequentemente associado a episódios de violência interpessoal e
acidentes de trânsito.
Problemas relacionados ao consumo de álcool

• É o principal transtorno mental nos diversos níveis assistenciais.


• Se o foco do cuidado sobre a pessoa que faz uso de álcool for somente sobre os
aspectos clínicos, muitos não terão o problema identificado.
Problemas relacionados ao consumo de álcool

• 50% dos brasileiros >18 anos bebem pelo menos 1 vez ao ano;
• 4%: transtorno por uso de álcool (TUA) leve;
• 14%: TUA moderado a grave;
• Aumento do consumo de álcool por mulheres - 2006: 27% e 2012: 38%;
• Experiência precoce: 22% antes dos 15 anos em 2012.
Problemas relacionados ao consumo de álcool -
Conceitos
• Transtorno por uso de álcool (TUA)
Nomenclatura atual para descrever os problemas associados ao consumo de álcool;

• Craving ou fissura
Desejo de experimentar os efeitos da droga; forte e subjetiva energia; irresistível
impulso para usar droga; pensamento obsessivo; alívio para os sintomas de
abstinência; incentivo para autoadministar a substância; expectativa de resultado
positivo; processo de avaliação cognitiva e processo cognitivo não-automático.
Problemas relacionados ao consumo de álcool -
Conceitos

• Binge
Consumo de álcool em quantidade suficiente para atingir alcoolemia de 0,08g/dL
(aprox. 5 doses para homens e 4 doses para mulheres) em 2 horas;

Risco agudo: acidentes, violência, e exposição sexual, por exemplo.


Equivalência de doses padrão de
álcool
Teor alcoólico médio, medida padronizada e unidade de álcool para um drinque-
padrão de vinho, cerveja ou destilados.

TIPO DE BEBIDA CONCENTRAÇÃO MEDIDA VOLUME UNIDADES


ALCÓOLICA (¨%) (ml) DE ÁLCOOL (g)

Vinho 12 1 cálice (90) 11 1,1

Cerveja 15 1 lata (350) 17 1,7

Destilados 40 1 dose (35) 20 2,0


Intoxicação aguda por álcool

O sistema nervoso central é afetado mais rapidamente pelo uso de álcool:

sedação diminuição da ansiedade fala pastosa


prejuízo da capacidade de ataxia desinibição do comportamento
julgamento
Intoxicação aguda por álcool
ALCOOLEMIA (mg%) QUADRO CLÍNICO CONDUTA
30 Euforia, excitação, alteração leve da atenção. Ambiente calmo e monitoramento
dos sinais vitais.
50 Incoordenação motora discreta, alteração do humor, Ambiente calmo e monitoramento
da personalidade e do comportamento. dos sinais vitais.
100 Ataxia, piora do humor, piora dos reflexos sensitivos, Monitoramento dos sinais vitais,
redução da concentração. cuidados para mantenção de via
aérea livre, observar risco de
broncoaspiração de vômitos.
200 Piora da ataxia, náuseas e vômitos. Internação, cuidados para mantenção
de via aérea livre, observar risco de
broncoaspiração, aplicar tiamina IM.
300 Disartria, amnésia, hipotermia, anestesia. Internação, cuidados gerais para
manutenção da vida, aplicar tiamina
IM.
400 Coma, morte (bloqueio respiratório central). Emergência, cuidados intensivos para
a manutenção da vida, diretrizes de
tratamento do coma.
Intoxicação aguda por álcool
Manejo
• Sem perda de consciência:
Não há evidência de medicações que aceleram o metabolismo do álcool;
Glicose hipertônica só tem indicação se paciente está em hipoglicemia;
Tiamina 100-300mg EV em quem receber soro glicosado, para reduzir risco de
encefalopatia de Wernicke.
Haldol 5mg VO ou IM se agitação psicomotora e agressividade: cuidado!
Risco de redução do limiar convulsivo.
Não prescrever benzodiazepínicos pela potencialização dos efeitos depressores do
álcool.
Intoxicação aguda por álcool
Manejo
• Com perda da consciência/coma alcoólico:
Internação hospitalar devido a risco de broncoaspiração.
Hidratação, avaliação da glicemia, risco de encefalopatia de Wernicke.
Rastreamento do TUA

Instrumentos de rastreamento foram desenvolvidos para simplificar o


diagnóstico de Transtorno do Uso de Álcool:

● CAGE
● AUDIT
Rastreamento do TUA - CAGE
Detecta o uso nocivo e dependência de álcool (CID10).
Sensibilidade 43-94% e especificidade 70-97%, para duas ou mais respostas positivas.
Aplicar na primeira entrevista para definição de intervenção breve.

(C) Alguma vez você sentiu que deveria diminuir (cutdown) a quantidade de bebida ou
parar de beber?
(A) As pessoas o aborrecem (annoyed) porque criticam o seu modo de beber?
(G) Você se sente culpado (guilty)/ chateado consigo mesmo pela maneira como
costuma beber?
(E) Você costuma beber pela manhã (eye-opener) para diminuir o nervosismo ou a
ressaca?
Rastreamento do TUA - AUDIT
Alcohol Use Disorder Indentification Test

Desenvolvido pela OMS para avaliação do uso problemático/consumo de risco nos


últimos 12 meses, TUA leve, TUA moderado a grave: identifica indivíduos de alto
risco.

Aplicar na segunda entrevista para definir padrão de consumo e pactuar


intervenções, caso necessárias.
Rastreamento do TUA - AUDIT
“Agora vou fazer algumas perguntas sobre seu consumo de álcool ao longo dos
últimos 12 meses”
Explique o que você quer dizer com “consumo excessivo de álcool”, usando
exemplos locais como cerveja, vinho, destilados, etc. Marque as respostas relativas à
quantidade em termos de “dose padrão”.
Marque a pontuação de cada resposta no quadrinho correspondente e somente ao
final.
Investigação – AUDIT
Intervenção Conforme AUDIT
Transtorno por uso de álcool (TUA)
Diretrizes diagnósticas na identificação de pacientes com transtorno por uso
de álcool*
1. Consumo de álcool em quantidade ou tempo maiores do que o pretendido;
2. desejo persistente ou esforços mal sucedidos para reduzir e controlar o uso de
álcool;
3. Tempo gasto em obtenção ou utilização de álcool, bem como na recuperação de seus
efeitos;
4. Fissura ou forte desejo pelo álcool;
5. Fracasso em desempenhar papéis sociais por conta do uso recorrente de álcool;
6. Uso continuado de álcool, apesar dos problemas sociais e interpessoais;
7. Abandono ou redução de atividades sociais e profissionais;
Transtorno por uso de álcool (TUA)
8. Uso de álcool em situações em que isso representa perigo para a integridade física;
9. Manter uso de álcool apesar da consciência de ter problema físico ou psicológico
causado pela substância;
10. Tolerância (quantidades gradativamente maiores para obter intoxicação ou
redução do efeito em uso de quantidade de álcool usual);
11. Abstinência (síndrome de abstinência do álcool ou o paciente consome substância
estritamente relacionadas para aliviar ou evitar sintomas de abstinência)
Classificação Pontos
Leve 2-3
Moderado 4-5
Grave >6
Transtorno por uso de álcool (TUA)
TUA Leve (2-3 critérios)
Contexto em que o consumo de álcool traz prejuízo e
consequências negativas à vida do paciente em uma fase Classificação Pontos
inicial. Leve 2-3
Moderado 4-5
TUA Moderado (4-5 critérios) e Grave (>6 critérios) Grave >6

Conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e


cognitivos no qual o uso de bebida alcoólica tem prioridade
muito maior do que outros comportamentos que eram
priorizados.
Rastreamento do TUA e os Povos Indígenas
Não há instrumento de identificação e rastreamento de TUA validados para a
população indígena.

É necessário reconhecer a demanda por atenção às consequências negativas do uso de


substâncias alcoólicas, partindo-se da percepção dos próprios indígenas: identificando
as aldeias com maiores problemas decorrentes do uso de álcool, assim como os
modelos explicativos para o uso.

FICHA DE MONITORAMENTO DO USO PREJUDICIAL DE ÁLCOOL:


Preenchida quando o usuário do serviço de saúde demandar cuidado
relacionado ao uso da substância psicoativa.
Rastreamento do TUA e os Povos Indígenas
FICHA DE MONITORAMENTO DO USO PREJUDICIAL DE ÁLCOOL

Com essa forma de vigilância é possível respeitar os modos diferenciados de


utilização de bebidas alcoólicas pelos povos indígenas, em especial aquelas de uso
tradicional e, concomitantemente, ofertar assistência aos problemas do uso
prejudicial de álcool, principalmente aqueles surgidos a partir do contato com a
sociedade envolvente.
Essa estratégia visa identificar as consequências negativas do uso, não
estando necessariamente vinculadas à quantidade de bebida ingerida
ou à frequência de consumo. Esses problemas podem ser individuais ou
coletivos, físicos, mentais, sociais ou espirituais e trazem prejuízos à
própria pessoa ou a outras pessoas de seu convívio.
Vigilância epidemiológica do uso de álcool
e os Povos Indígenas
Indicadores relacionados ao uso de álcool
Conduta para problemas relacionados ao álcool
Avaliação laboratorial sugestiva de abuso de álcool:

• alterações hepáticas: TGO/AST e TGP/ALT com relação 1,5:1 a 2:1; bilirrubinas,


diminuição da atividade da protrombina.
• Alterações hematológicas: anemia, trombocitopenia, elevação do volume
corpuscular médico (VCM) indicando macrocitose sem anemia.

Na APS o ideal é que rastreamento seja feito por instrumentos de rastreamento


como AUDIT e CAGE, complementados cautelosamente por marcadores biológicos.
Conduta para problemas relacionados ao álcool
Intervenção Breve

Estratégia básica para alcançar bons resultados antes que o paciente tenha
desenvolvido TUA moderado a grave e demais problemas associados.

• Estruturada, focal e objetiva;


• Desenvolvida de 5 a 45 minutos;
• Raramente ultrapassa 5 encontros;
• Pode ser aplicada por diversos profissionais;
• Centrada no paciente com o objetivo de desenvolver autonomia, atribuindo-lhes a
capacidade de assumir a iniciativa e a responsabilidade por suas escolhas.
Intervenção Breve
Exemplos de aconselhamento utilizados na intervenção breve:
Avaliação do paciente
Síndrome de Abstinência Alcoólica

A. Deve haver evidência clara de interrupção ou redução do uso de álcool, após uso
repetido, usualmente prolongado e/ou em altas doses.
Tremores na língua, Alucinações visuais, táteis ou
A. Três dos sinais devem estar presentes: pálpebras ou nas mãos auditivas transitórias
estendidas
Náusea, ânsia de vômito ou Insônia
vômito
Sudorese Mal estar ou fraqueza
Taquicardia ou hipertensão Cefaleia
Agitação psicomotora Convulsões tipo grande mal
Avaliação do
paciente
Questionário calculadora em inglês disponível
em: https://www.mdapp.co/alcohol-
withdrawal-ciwa-score-calculator-160/
Síndrome de Abstinência Alcoólica
Se o delirium está presente, o diagnóstico deve ser estado de abstinência alcoólica com
delirium (delirium tremens) (F10.4). Sem e com convulsões (F10.40 e 41).

SAA Nível I
Trata-se da SAA leve e moderada.
Ocorre nas primeiras 24 horas após a última dose.
90% dos pacientes e cursa com: (Obs: alucinações são raras)
agitação ansiedade tremores finos de alteração do sono sudorese em surtos
extremidades
alteração do apetite alteração do alteração do humor Alteração da aumento da
relacionamento sensopercepção frequência cardíaca,
interpessoal pulso e temperatura
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível I

Manejo

Escores <18 permitem a desintoxicação domiciliar ou ambulatorial, dependendo dos


recursos clínicos, psíquicos, sociais e do local.
O paciente e sua família devem ser orientados sobre a doença e da necessidade de
buscarem uma sala de emergência caso haja agravamento clínico.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - SAA Nível I
Manejo
● Dieta livre.
● Hidratação.

● Profilaxia da encefalopatia de Wernicke: Tiamina 300 mg IM ao dia por 7 dias.


○ Após, prescrever Tiamina 300 mg VO/dia por mais 2 semanas.
● Benzodiazepínico é sintomático: preferir os de meia vida longa - Diazepam 20 a 40
mg/dia VO, com retirada gradual com início em 7 dias.
● Se hepatopatia grave, preferir Lorazepam, por ter menos efeitos
hepatotóxicos, 4 a 8 mg/dia VO, com retirada gradual em 7 dias.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - SAA Nível I
Encefalopatia de Wernicke
Alteração do Confusão mental Oftalmo
equilíbrio/marcha plegia/nistagmo
Se não tratada leva à morte em 20% dos casos.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível II e III
É grave.

Cerca de 5% dos pacientes evoluem do estágio I para o II.


Ocorre após +-48 horas da última dose.
Os sinais autonômicos são mais intensos.
Tremores generalizados Alucinações auditivas Alucinações visuais Desorientação tempo
espacial

3% dos pacientes do estágio II chegam ao Delirium Tremens (DM) após 72 horas da


última dose. Muito grave!
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível II e III
O DM piora ao entardecer (sundowning).
Riscos com sequelas e morte entre aqueles que não recebem tratamento.
10% - 15% destes apresentam convulsões do tipo grande mal.
É psicose orgânica reversível, duração de 2 a 10 dias, cursa com:
despersonalização humor intensamente apatia agressividade
disfórico

Deve-se fazer diagnóstico diferencial com traumatismo craniano e doenças


epileptiformes.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível II e III
Manejo

O tratamento é obrigatoriamente hospitalar devido:


• ao estado confusional do paciente;
• à presença freqüente de complicações clínicas associadas;
• à necessidade de exames laboratoriais de controle;
• ao manejo da dose dos medicamentos.

● Dieta leve, mas manter jejum, se risco de broncoaspiração.


● Hidratação EV com 1000 ml de solução glicosilada 5% + NaCl 20% 20 ml no soro +
KCl 19,1% 10 ml no soro: de 8/8 horas.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - Nível II e III
Manejo
● Tiamina 500 mg/ dia EV 3x/dia por 3. Após 150mg EV ou IM por mais 3 a 5 dias.
● Benzodiazepínico é sintomático: preferir os de meia vida longa - Diazepam 20 a 40
mg/dia VO, com retirada gradual com início em 7 dias.
● se hepatopatia grave, preferir Lorazepam, por ter menos efeitos
hepatotóxicos, 4 a 8 mg/dia VO, com retirada gradual em 7 dias.

O uso de benzodiazepínico EV necessita de suporte ventilatório devido ao risco de


eventual parada respiratória.

A contenção física poderá ser necessária até a sedação do paciente.


Síndrome de Abstinência Alcoólica - Situações
Graves Especiais
Manejo

Em caso de convulsões:
● Diazepam 10-30 mg VO ou Diazepam 10 mg EV – atenção! É necessário suporte
ventilatório para risco de complicação.
● Sulfato de Magnésio 1 g IM 6/6 horas por 2 dias.

Delirium Tremens:
● Reversível em 2 - 10 dias.
● Diazepam até 60 mg/dia VO ou Lorazepam 12 mg/dia.
● Se alucinose alcoólica: fazer haloperidol 5 mg IM ao dia.
Síndrome de Abstinência Alcoólica - O que NÃO
fazer!
Conduta inadequada Motivo
Administrar glicose indiscriminadamente. Risco de precipitação de síndrome de Wernicke.
A glicose só deve ser aplicada parenteralmente
após a administração de tiamina, se houver
constatação de hipoglicemia grave e se não for
possível a reposição por via oral.
Usar rotineiramente fenitoína EV. Não parece ser eficaz no controle de crises
convulsivas da síndrome de privação do álcool.
Administrar clorpromazina e outros Reduzem o limiar dpara convulsões; o
neurolépticos de baixa sedativos de baixa haloperidol, pelo menor risco, é a opção mais
potência para controle da agitação. adequada.
Contenção inadequada e indiscriminada. Risco de lesões físicas e constrangimento
desnecessário aos pacientes.
Tratamento farmacológico do TUA
Papel coadjuvante na abordagem terapêutica.

Objetivo:
• Alcançar a abstinência sem desenvolver a SAA;
• Contribuir na manutenção da abstinência;
• Contribuir na prevenção de recaídas.

Considerar o tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno Ansioso


Misto ou Transtorno Depressivo Moderado e Grave:
• Inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS).
Escolher de acordo com cada paciente.
Tratamento farmacológico do TUA
As medicações eficazes que podem ser usadas no tratamento para abstinência alcoólica
mas não estão disponíveis no REMUME.

• Naltrexone: quando pode fazer a diminuição progressiva do uso de álcool.


○ mecanismo de ação: antagonista opióide, diminuem o ímpeto pelo uso de álcool.
○ dose: 50-100mg/dia, por 3 a 4 meses.
• Dissulfiram: quando deve entrar em abstinência imediatamente.
○ mecanismo de ação: inibe a aldeído-desidrogenase e, quando usada em
associação com ao álcool aumenta os níveis de acetaldeído, provocando efeito
antabuse - reações desagradáveis, como palpitação, rubor, náusea e vômito.
○ dose: 250mg/dia.
• Acamprosato: para reduzir sintomas de abstinência.
○ mecanismo de ação: coagonista de receptores de glutamato, não tem efeito no
humor, na concentração, na atenção e no desempenho psicomotor.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas:
tecendo redes para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: Rename 2020 [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

GUSSO, G.; LOPES, J. M.C.; DIAS, L. C., organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre:
ARTMED, 2019, 2388 p.

MARQUES, A. C. P. R.; RIBEIRO, M. Abuso e Dependência do Álcool. Associação Brasileira de Psiquiatria. 2022. Disponível em:
http://projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/002.pdf
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

25 – SOFRIMENTO MENTAL

CASO CLÍNICO - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 25
Sofrimento Mental

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Carlos é um adolescente indígena da etnia Apurinã de 18 anos, homossexual, vivia na


Aldeia Novo Paraíso pertencente ao Polo Base Chico Camilo, no município de Lábrea
(AM), quando se mudou para a zona urbana para cursar administração na Universidade
do Estado do Amazonas, no início deste ano. Ele não fuma, não usa bebida alcoólica e
nem outras drogas.

Carlos é o mais velho entre os filhos de Regina e Marcos. Ela realiza as funções de
cuidado da casa e na horta da aldeia, e Marcos trabalha com os afazeres da roça. Os
membros da família frequentemente tinham queixas de epigastralgia associada ao
consumo excessivo de café, mas há um ano tinham conseguido reduzir o uso e melhorar
a queixa.

Carlos foi levado pela mãe Regina ao atendimento médico no seu polo base (PB) e foi
atendido pela médica Luciana que já o conhecia, pois é a médica responsável pelo PB há
3 anos.

Quando Luciana pergunta em que pode ajudá-lo hoje, Carlos se queixa de dores de
cabeça recorrentes sem topografia específica, que pioram no final do dia, quase todos
os dias, além de desconforto no peito com o coração acelerado em momentos
aleatórios, nestes casos as mãos também ficam muito suadas. Regina diz que achou
melhor ele faltar alguns dias de aula na universidade para ficar mais perto de casa e ver
se ele melhorava um pouco.

Carlos compartilha com a doutora Luciana que tem sido difícil organizar a alimentação
em sua casa nova, compartilhada com pessoas que não tem os mesmos hábitos culturais
que ele, além de que tem precisado estudar durante a madrugada para fazer as provas
da universidade e por isso voltou a tomar muito café.

Depois de estar mais relaxado no atendimento, Carlos assume que tem sentido muito
medo de ataques de garimpeiros à região que ele tem visto nas redes sociais. Apesar de
não ter garimpo próximo à sua aldeia, a presença de garimpeiros em áreas vizinhas tem
gerado preocupação em relação à sua segurança pessoal e à comunidade em geral,
principalmente à sua família.

A doutora Luciana questiona o que Carlos faz para se sentir bem e ele menciona que
tem usado muito mais o celular, desde que se mudou para a cidade, porque não tem
mais a interação com os irmãos mais novos, nem as responsabilidades que tinha com a
família e com a aldeia.

A médica acha apropriado realizar o exame físico de Carlos nesse momento do


atendimento e registra no prontuário:

PA: 110x60mmHg, peso: 60Kg, altura: 1,64m.

Ectoscopia: corado, hidratado, triste.

Orofaringe: amígdalas presentes, sem edema ou hiperemia, dentes molares inferiores


em estado de conservação comprometidos.

ACV: RCR 2t, bulhas normofonéticas, sem sopros.

AR: MVUA s/RA.

Abdome: sem cicatrizes, peristáltico, depressível, indolor à palpação superficial ou


profunda, sem descompressão dolorosa, não palpo massas ou magalias.

“E onde você tem tido acesso a todas essas informações que te preocupam, Carlos?” -
Ele pegou o celular e colocou em cima da mesa, indicando o meio como acessa as
notícias.

“Carlos, o que você acha que pode passar a fazer para se sentir bem enquanto está na
universidade e morando na cidade?” - Perguntou a médica.

Carlos respondeu: “Eu posso conversar com os parentes que também foram pra
universidade de termos um horário pra jogar futebol. Quando estávamos na aldeia esse
momento era muito importante. E vai ser bom ficar mais perto deles”.
A doutora Luciana combinou com Carlos alguns acordos para contribuírem com o seu
bem-estar, considerando seus hábitos e suas necessidades.

1- Descreva o exame do estado mental de Carlos.

Discurso organizado, humor discretamente deprimido sem impacto no afeto,


pensamento discretamente acelerado com estrutura organizada e associação de
ideais coerentes, conteúdo do pensamento sem anormalidade, sem alterações
de sensopercepção e juízo crítico preservado.

2- Discuta a avaliação do estado mental e do exame físico de Carlos.

O caso clínico de Carlos destaca a importância de abordar os aspectos sociais,


culturais e emocionais em sua avaliação e tratamento. Com uma abordagem
sensível, considerando sua identidade indígena, orientação sexual, mudança de
contexto e acesso às redes sociais.
O exame físico de Carlos demonstra um adolescente saudável atravessando um
ciclo de vida delicado, podendo ser caracterizado como crise. Nesse sentido, a
equipe de saúde deve estar atenta ao risco de ruptura psíquica e agravamento
do caso.
Desse modo, o humor discretamente deprimido associado a sintomas
inespecíficos relativos ao sentimento de medo chama a atenção para um quadro
de sofrimento mental sem diagnóstico de transtorno mental até o momento da
consulta.

3- Quais determinantes sociais do processo saúde-doença atravessam a


individualidade de Carlos e podem contribuir com o surgimento do sofrimento
mental?
Adolescente, pertencente as minorias (indígena e comunidade LGBTQIAP+), crise
de ciclo de vida com saída recente da casa da família e seu meio social conhecido
e desenvolvimento de novas habilidades sociais e cognitivas pela entrada na
universidade, falta de pertencimento social, hábito alimentar inadequado por
ingesta excessiva de café.

4- Descreva uma possibilidade de plano terapêutico proposta pela doutora


Luciana considerando o diagnóstico de Carlos, a competência cultural da
médica e os determinantes sociais envolvidos.

Limitar o uso do celular a menos horas ao dia, acessar conteúdos que não gerem
sofrimento, diminuir a ingesta de café e interromper o uso a partir do meio da
tarde para não prejudicar o sono, incentivar prática de atividade física e
estreitamento de laços com pessoas importantes, construir relações que geram
a sensação de pertencimento.
Reavaliação em até 30 dias para considerar se Carlos desenvolveu habilidades
socioculturais que trazem bem-estar e está conseguindo lidar com a crise, ou se
será necessário intervir farmacologicamente.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde mental, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília:
Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de
Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas: tecendo redes
para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde : 2019.
DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas
em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.
IHME - Institute for Health Metrics and Evaluation. Global Burden of Disease.
Universidade de Washington, 2016. Disponível em: https://ghdx.healthdata.org/gbd-
2016
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023.
Geneva, 2013. Disponível em: https://www.who.int/medicines/publications/
traditional/trm_strategy14_23/en/
WHO. World mental health report: transforming mental health for all. Geneva: World
Health Organization; 2022.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

25 – SOFRIMENTO MENTAL

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 25
Sofrimento Mental

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Frantchesca Fripp dos Santos
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
HISTÓRIA CLÍNICA

Carlos é um adolescente indígena da etnia Apurinã de 18 anos, homossexual, vivia na


Aldeia Novo Paraíso pertencente ao Polo Base Chico Camilo, no município de Lábrea
(AM), quando se mudou para a zona urbana para cursar administração na Universidade
do Estado do Amazonas, no início deste ano. Ele não fuma, não usa bebida alcoólica e
nem outras drogas.

Carlos é o mais velho entre os filhos de Regina e Marcos. Ela realiza as funções de
cuidado da casa e na horta da aldeia, e Marcos trabalha com os afazeres da roça. Os
membros da família frequentemente tinham queixas de epigastralgia associada ao
consumo excessivo de café, mas há um ano tinham conseguido reduzir o uso e melhorar
a queixa.

Carlos foi levado pela mãe Regina ao atendimento médico no seu PB e foi atendido pela
médica Luciana que já o conhecia, pois é a médica responsável pelo PB há 3 anos.

Quando Luciana pergunta em que pode ajudá-lo hoje, Carlos se queixa de dores de
cabeça recorrentes sem topografia específica, que pioram no final do dia, quase todos
os dias, além de desconforto no peito com o coração acelerado em momentos
aleatórios, nestes casos as mãos também ficam muito suadas. Regina diz que achou
melhor ele faltar alguns dias de aula na universidade para ficar mais perto de casa e ver
se ele melhorava um pouco.

Carlos compartilha com a doutora Luciana que tem sido difícil organizar a alimentação
em sua casa nova, compartilhada com pessoas que não tem os mesmos hábitos culturais
que ele, além de que tem precisado estudar madrugada a fora para fazer as provas da
universidade e por isso voltou a tomar muito café.

Depois de estar mais relaxado no atendimento, Carlos assume que tem sentido muito
medo de ataques de garimpeiros à região que ele tem visto nas redes sociais. Apesar de
não ter garimpo próximo à sua aldeia, a presença de garimpeiros em áreas vizinhas tem
gerado preocupação em relação à sua segurança pessoal e à comunidade em geral,
principalmente à sua família.
A doutora Luciana questiona o que Carlos faz para se sentir bem e ele menciona que
tem usado muito mais o celular, desde que se mudou para a cidade, porque não tem
mais a interação com os irmãos mais novos, nem as responsabilidades que tinha com a
família e com a aldeia.

A médica acha apropriado realizar o exame físico de Carlos nesse momento do


atendimento e registra no prontuário:

PA: 110x60mmHg, peso: 60Kg, altura: 1,64m.

Ectoscopia: corado, hidratado, triste.

Orofaringe: amígdalas presentes, sem edema ou hiperemia, dentes molares inferiores


em estado de conservação comprometidos.

ACV: RCR 2t, bulhas normofonéticas, sem sopros.

AR: MVUA s/RA.

Abdome: sem cicatrizes, peristáltico, depressível, indolor à palpação superficial ou


profunda, sem descompressão dolorosa, não palpo massas ou magalias.

“E onde você tem tido acesso a todas essas informações que te preocupam, Carlos?” -
Ele pegou o celular e colocou em cima da mesa, indicando o meio como acessa as
notícias.

“Carlos, o que você acha que pode passar a fazer para se sentir bem enquanto está na
universidade e morando na cidade?” - Perguntou a médica.

Carlos respondeu: “Eu posso conversar com os parentes que também foram pra
universidade de termos um horário pra jogar futebol. Quando estávamos na aldeia esse
momento era muito importante. E vai ser bom ficar mais perto deles”.
A doutora Luciana combinou com Carlos alguns acordos para contribuírem com o seu
bem-estar, considerando seus hábitos e suas necessidades.

1- Descreva o exame do estado mental de Carlos.

2- Discuta a avaliação do estado mental e do exame físico de Carlos.

3- Quais determinantes sociais do processo saúde-doença atravessam a


individualidade de Carlos e podem contribuir com o surgimento do sofrimento
mental?

4- Descreva uma possibilidade de plano terapêutico proposta pela doutora


Luciana considerando o diagnóstico de Carlos, a competência cultural da
médica e os determinantes sociais envolvidos.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde mental, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília:
Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de
Atenção à Saúde Indígena. Atenção psicossocial aos povos indígenas: tecendo redes
para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde : 2019.
DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas
em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.
IHME - Institute for Health Metrics and Evaluation. Global Burden of Disease.
Universidade de Washington, 2016. Disponível em: https://ghdx.healthdata.org/gbd-
2016
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023.
Geneva, 2013. Disponível em: https://www.who.int/medicines/publications/
traditional/trm_strategy14_23/en/
WHO. World mental health report: transforming mental health for all. Geneva: World
Health Organization; 2022.
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Sofrimento Mental
Saúde Mental
Sensação de bem estar e capacidade de sentir Autonomia Capacidade de Flaxibilidade Adaptabilidade
e lidar com diversos sentimentos, incluindo lidar com para sentir
estressores
aqueles considerados negativos, como raiva,
tristeza e infelicidade. Estabilidade/
Equilíbrio
Relacionamentos
significativos
Dignidade Capacidade de
sentir prazer

Esperança Capacidade de Otimismo Capacidade de


aproveitar a vida refletir
Saúde Mental e Sofrimento Mental/ Psíquico
dependem do contexto cultural em que um
determinado indivíduo está inserido.

Conjunto de fatores biológicos, psicológicos e


sociais que contribuem para o estado mental
do indivíduo e seu funcionamento no mundo.
Saúde Mental
Diferentes visões sobre a relação entre
Classificação Internacional de Doenças (CID-11) saúde e doença mental:

Divisão categórica (saúde ou doença)


Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM-VI)
Saúde Doença
Mental Mental
Classificação Internacional de Atenção Primária
(CIAP):
• Doenças;
Contínuo (saúde à doença)
• Problemas;
• Situações. Saúde Doença
Mental Mental
Círculo vicioso entre a
pobreza e as condições de Pobreza parental,
incluindo punições
sofrimento e transtorno severas e negligência

mental Comportamento de
risco, incluindo auto Baixa escolaridade
mutilação e evasão escolar

DOENÇA-SAÚDE
MENTAL POBREZA
Uso de álcool
e drogas Violência domestica
e interpessoal

Transtornos
mentais Baixa subsistência
Epidemiologia do Sofrimento Mental

MUNDO TRATAMENTO RECURSOS

vivem com condição de pessoas com psicose Do orçamento, em


saúde mental não acessam serviços média, é destinado à
de saúde mental saúde mental
Epidemiologia do Sofrimento Mental
Dez causas globais de anos vividos com uma incapacidade (YLDS), 2019

Dor nas costas e pescoço


Transtornos depressivos
Outras perdas auditivas

Diabetes melitus
Erros de refração
Transtornos de ansiedade
Doenças ginecológicas
Anemia ferro priva
Migranea
Condições orais

Anos vividos com incapacidade


Epidemiologia do Sofrimento Mental
Revisão Mundial de Saúde Mental de 2019 da OMS:
• Em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo
– viviam com um transtorno mental.
• Os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade, causando um em
cada seis anos vividos com incapacidade.
• Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos
mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas
evitáveis.
Epidemiologia do Sofrimento Mental
• O abuso sexual infantil e o abuso por intimidação são importantes causas da
depressão. Desigualdades sociais e econômicas, emergências de saúde pública,
guerra e crise climática estão entre as ameaças estruturais globais à saúde
mental.
• A depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da
pandemia.
• Em todos os países, são as pessoas mais pobres e desfavorecidas que correm
maior risco de problemas de saúde mental e que também são as menos
propensas a receber serviços adequados.
Epidemiologia do Sofrimento Mental

Total de mortes por suicídio (1000)


O suicídio foi responsável por mais de
uma em cada 100 mortes e 58% dos
suicídios ocorreram antes dos 50 anos
de idade.

Taxa de suicídio global Faixa etária


9 por 100.000 Países de alta renda Países de baixa e média renda
Epidemiologia do Sofrimento Mental
Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013-
2030
1. Aprofundar o valor e o compromisso que
damos à saúde mental.
2. Reorganizar os entornos que influenciam a
saúde mental, incluindo lares, comunidades,
escolas, locais de trabalho, serviços de saúde,
etc.
3. Reforçar a atenção à saúde mental mudando
os lugares, modalidades e pessoas que
oferecem e recebem os serviços.
O sofrimento mental na APS
Lacuna de acesso à tratamento para as demandas de saúde mental;

APS como porta de entrada do sistema de saúde é a estratégia efetiva de


integração dos cuidados em saúde mental da população:
• Elevada carga de doença dos transtornos mentais.
• Pela conexão entre problemas de saúde física e mental.
• Acesso e tratamento aos TM.

Ações de saúde mental no território.


Vulnerabilidade e adoecimento mental

• Personalidade
• Pobreza: causa ou consequência?
• Situações de opressão

• Pessoas LGBTQIAP+, negros, mulheres e indígenas possuem risco elevado para


desenvolvimento de sofrimento e transtorno mental.
Apresentação das demandas de sofrimento
mental na APS - sintomas físicos
A principal forma de manifestação dos transtornos mentais comuns na população
geral são as queixas somáticas.
Cerca de 1/3 dos sintomas relatados na APS continuarão sem explicação médica
mesmo depois de investigação diagnóstica apropriada. Destes, 1/3 não possui
diagnóstico de transtorno mental.
Cuidado para não atribuir precocemente sintomas orgânicos a questões
psicossociais.
Atenção ao método clínico centrado na pessoa.
taquicardia tontura dispneia tensão dor ...
Apresentação das demandas de sofrimento
mental na APS - crises
“Desencadeada por uma ou mais circunstancias que podem ultrapassar a
capacidade do indivíduo de manter a sua homeostase”.

• Desorganização psíquica;
• Ruptura da crise: adaptação, flexibilidade e mecanismos de resposta.
• Atenção: proteger o indivíduo de atitudes impulsivas graves e duradouras,
minimizar perdas funcionais, construir saídas para a crise, amenizar sintomas
agudos.
Apresentação das demandas de sofrimento
mental na APS – uso problemático de álcool

• É um dos problemas de saúde mais prevalentes do mundo.


• Associado a alta carga de doença e mortalidade: cirrose hepática, acidentes e
violência.
• APS: primeiro acesso, reconhecimento, aconselhamento e tratamento.
Apresentação das demandas de sofrimento
mental na APS – infância e adolescência

• Estima-se que 13% da população de crianças e adolescentes sofram com


diagnósticos de transtorno mental.
• Entre os casos graves, apenas 37% acessa os cuidados em saúde.
• Fortaleza: APS já acompanha o desenvolvimento das crianças e o seu ambiente.

Ansiedade Alteração do humor Dificuldade de aprendizagem Agressividade


Avaliação da saúde mental na APS
Exame do estado mental Características
Aparência e comportamento Aparência, autocuidado, forma de interação,
comportamento motor
Discurso Quantidade, velocidade, volume e tom, coerência
Humor e afeto Descrição do próprio paciente, percepção do
profissional sobre o humor do paciente
Curso do pensamento Velocidade e ritmo
Forma do pensamento Estrutura e associação de ideias
Conteúdo do pensamento Temas predominantes
Alterações de sensopercepção Presença de alucinações
Juízo crítico Presença de delírios, reconhecimento das
consequências de suas ações
Política de Saúde Mental
Ação do Governo Federal que compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo
país para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e
cuidados específicos em saúde mental.

A partir da ocupação dos circuitos de trocas nos territórios da sociedade. Isso leva o
desafio da saúde mental para além do SUS, já que para se realizar ele implica na
abertura da sociedade para a sua própria diversidade.

“Nascidas com a redemocratização, a reforma sanitária e a reforma psiquiátrica são


parte de um Brasil que escolheu garantir a todos os seus cidadãos o direito à saúde.
Não é por acaso que, tanto no campo da Atenção Básica quanto da Saúde Mental,
saúde e cidadania são indissociáveis.”
Cuidados em saúde mental na APS
Adaptados às especificidades do contexto em que se aplica a deve levar em conta a
necessidade dos profissionais que nela atuam para receber adequado e qualificado
treinamento e supervisão.
• Planejamento do tratamento para todas as fases da doença;
• Oferta de várias intervenções (familiar, psicoterapia, terapia ocupacional);
• Busca ativa e verificação de adesão;
• Intervenção em crises para evitar hospitalização;
• Hospitalização, quando necessária e inevitável, em hospital geral e CAPS III;
• Programas de emprego e moradia.
Papel da Atenção Primária à Saúde – APS nas
Redes de Atenção Psicossocial - RAPS
• Serviços de saúde organizados para receber e acompanhar os usuários em
sofrimento mental
• Atenção Primária é porta de entrada
• APS têm funções específicas para o bom funcionamento da RAPS
• Ser base com elevado grau de descentralização e capilaridade
Papel da Atenção Primária à Saúde – APS nas
Redes de Atenção Psicossocial - RAPS
• Apresentar cuidado resolutivo
• Identificar riscos
• Produzir intervenções clínicas efetivas
• Coordenar o cuidado
• Reconhecer a rede e encaminhar, quando necessário
Princípios das RAPS
• Respeito aos direitos humanos
• Cuidado em liberdade
• Combate a estigmas e preconceitos
• Cuidado integral
• Diversificação das estratégias de cuidado
• Promoção de autonomia
• Estratégias de redução de danos
• Controle social de usuários e familiares
• Estratégias de educação permanente
• Construção de projetos terapêuticos singulares
Componentes das RAPS
• Atenção Primária a Saúde
• Consultórios de Rua
• Centros de Convivência
• Unidades de Acolhimento (Adulto e Infantil)
• Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT I e II)
• Hospital Dia
• Unidades de Referência Especializada em Hospitais Gerais
• Centros de Atenção Psicossocial – CAPS (em diversas modalidades)
• Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada em Saúde Mental
• Hospitais Psiquiátricos Especializados
Consultório na Rua

Grupo multiprofissional que atua em


unidades móveis, de modo itinerante,
para atendimento às necessidades em
saúde da população de rua.

Oferta cuidado adequado à situação de


rua, amplia acesso à saúde e à rede,
desenvolvendo ações integrais e em
conjunto com outros serviços.
Centros de Convivência

Moradias, inseridas na comunidade, que visam garantir a pessoas com,


internação de longa permanência em hospitais psiquiátricos, promoção de
autonomia e inserção social
Unidades de Acolhimento

Pontos de atenção que funcionam 24h, referenciados exclusivamente dos CAPS,


que oferecem em ambiente residencial cuidados contínuos a pessoas com
necessidades ligadas a uso de álcool e outras drogas.

Há duas modalidades: adulto e infanto-juvenil


Serviço Residencial Terapêutico
Serviços para cuidados continuados e prolongados, por até 9 meses a portadores
de necessidades ligadas ao uso de álcool e outras drogas.
Centro de Atenção psicossocial (CAPS)
Equipe multiprofissional que prioriza atendimento a pessoas com sofrimento mentais graves e
persistentes
Bem Viver dos Povos Indígenas

Portaria de consolidação Nº 2, de 28 de setembro de


2017, Anexo 3 do Anexo XIV, publicada originalmente
em 2007, que estabelece as diretrizes gerais para a
Política de Atenção Integral à Saúde Mental das
Populações Indígenas.
Bem Viver dos Povos Indígenas

Este documento representa, portanto, um


importante passo na estruturação das ações de
atenção psicossocial nos DSEI, uma vez que orienta a
perspectiva ético-política da abordagem do
sofrimento psíquico vivenciado pelas comunidades
indígenas brasileiras, bem como subsidia os
profissionais na execução dessas ações.
Bem Viver dos Povos Indígenas
“É difícil chegar a uma definição única do que é saúde mental, pois cada sociedade
compreende este conceito de maneira diferente e para muitas delas não faz
sentido o seu uso, uma vez que o termo “mente” é um construto da sociedade
ocidental moderna.” (BRASIL, 2019)
Relação com a dimensão social e coletiva, não se restringindo à dimensão da
subjetividade individual.
Necessidade de organização dos DSEI para lidar com o sofrimento psicossocial nas
comunidades:

Abuso de álcool e outras drogas Situações de violência Suicídio Outros agravos


Bem Viver dos Povos Indígenas

Dificuldade dos profissionais de saúde de reconhecerem seu


papel, independente de sua função, como um CUIDADOR
(diferente de “curador”).
Os cuidados de sofrimento mental também devem ser
manejados em REDE e com COMPARTILHAMENTO DO CUIDADO,
tal qual é orientado para a população não indígena.
Bem Viver dos Povos Indígenas

Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena (EMSI):


enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, agente indígena de saúde (AIS),
agente de endemias, etc.

• Primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde;


• Longitudinalidade do cuidado;
• Vínculo;
• Integralidade.
Bem Viver dos Povos Indígenas
Profissionais de referência em saúde mental nos DSEI:
antropólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos,
médicos, terapeutas ocupacionais, etc.
Podem estar locados na Divisão de Atenção à Saúde Indígena
(DIASI) como RT de Saúde Mental, no Polo Base e CASAI.
Atuam:

1. Na oferta de apoio técnico e pedagógico às EMSIs visando ampliar a capacidade


delas em lidar com as situações de sofrimento psicossocial.
2. 2. Na assistência direta aos casos mais complexos encontrados no território, nas
aldeias ou nas CASAIs.
Bem Viver dos Povos Indígenas -
participação comunitária

Em geral, sociedades indígenas implementam há muito tempo estratégias de


promoção daquilo que chamamos de saúde mental, e as diferentes etnias estão
constantemente produzindo e renovando as estratégias de lidar com seus próprios
problemas e contam com seus cuidadores tradicionais indígenas.
“Práticas, enfoques, conhecimentos e crenças
sanitárias diversas que incorporam medicinas
baseadas em plantas, animais e/ou minerais,
terapias espirituais, técnicas manuais e exercícios
aplicados de forma individual ou em combinação
para manter o bem-estar, além de tratar,
diagnosticar e prevenir enfermidades.”
Bem Viver dos Povos Indígenas
Em geral as práticas de cuidado estão integradas a outros aspectos da vida das
aldeias, como práticas rituais, ritos de passagem ou elementos da vida cotidiana.
Essas práticas de cuidado vêm de um sistema cosmológico que dá sentido a elas.
Assim, é impossível comparar os pajés, os rezadores, os raizeiros.
Competência Cultural do profissional de saúde.
“As práticas de cuidado e os saberes indígenas
devem ser levados em consideração em todas
as ações desenvolvidas no campo da Atenção
Psicossocial pelos DSEI.”
Política Nacional de Atenção à Saúde Indígena
Vigilância Epidemiológica em SM no DSEI
• Proporção de Polos-Base que realiza notificação de violência (letais e não
letais).
• Proporção de Polos-Base que realiza notificação de situações de suicídio
(tentativas e óbitos).
• Proporção de Polos-Base que realiza vigilância de uso de medicamentos
psicotrópicos.
• Proporção de pessoas com tentativas de suicídio acompanhada semanalmente
pelas EMSIs.
• Proporção de famílias acompanhada semanalmente pela EMSI que tenha tido
algum óbito por suicídio no último ano.
Vigilância Epidemiológica em SM no DSEI
• Proporção de pessoas que fazem uso de medicamento psicotrópico e está
sendo acompanhada regularmente pelas EMSIs e/ou profissionais de referência
em saúde mental dos DSEI.
• Proporção de Polos-Base com ações coletivas e regulares de promoção e
prevenção em saúde mental (Rodas de Conversa, Ações Participativas/
Intersetoriais e/ou Educação em Saúde).
• Proporção de Polos-Base que participou de ações de matriciamento em saúde
mental no último semestre.
Atuação no Território
• Diagnóstico situacional;
• Projeto Terapêutico Singular (PTS);
• Plano Anual de Atenção Psicossocial
Visa a viabilização das ações de promoção da saúde mental de maneira
participativa entre trabalhadores da saúde, usuários e gestores.
Discute-se as possibilidades de execução das propostas a partir das
disponibilidades de recursos logísticos, de pessoas e outros.
Com dados fornecidos pelo DSEI, o Plano possibilita a compreensão do processo de
implementação das ações de saúde mental e o seu impacto na qualidade de vida
das populações atendidas. A partir daí, poderão ser traçados novos resultados e
metas a serem alcançadas para a promoção da saúde mental nos DSEI.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Departamento de Atenção à Saúde Indígena. Atenção
psicossocial aos povos indígenas: tecendo redes para promoção do bem viver. Brasília: Ministério da Saúde : 2019.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed,
2022. 2424p.

IHME - Institute for Health Metrics and Evaluation. Global Burden of Disease. Universidade de Washington, 2016.
Disponível em: https://ghdx.healthdata.org/gbd-2016

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023. Geneva, 2013. Disponível em:
https://www.who.int/medicines/publications/ traditional/trm_strategy14_23/en/

WHO. World mental health report: transforming mental health for all. Geneva: World Health Organization; 2022.
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

26 – ADOECIMENTO MENTAL

CASO CLÍNICO - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 26

Adoecimento Mental

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Adoecimento Mental

Carlos é um adolescente indígena da etnia apurinã de 18 anos, homossexual, vivia na


Aldeia Novo Paraíso pertencente ao Polo Base Chico Camilo, no município de Lábrea
(AM), quando se mudou para a zona urbana para cursar administração na Universidade
do Estado do Amazonas, no início deste ano. Ele não fuma, não usa bebida alcoólica e
nem outras drogas.

Carlos é o mais velho entre os filhos de Regina e Marcos. Ela realiza as funções de
cuidado da casa e na horta da aldeia, e Marcos trabalha com os afazeres da roça. Os
membros da família frequentemente tinham queixas de epigastralgia associada ao
consumo excessivo de café, mas há um ano tinham conseguido reduzir o uso e melhorar
a queixa.

Há 1 ano, Carlos foi atendido no Polo Base Chico Camilo pela doutora Luciana com
queixa de dores de cabeça e desconforto no peito com o coração acelerado. O plano
deste atendimento foi definido a partir de uma intervenção breve e acordado retorno e
30 dias para reavaliação do quadro. Ele não voltou na data combinada.

Hoje, Carlos é trazido pelos pais que estão muito preocupados pois o filho, que há 7
meses tem tido crises de tremor e inquieto, fica muito nervoso a toa, está comendo tudo
o que vê pela frente e está sempre cansado, além de sono picado. Na última semana ele
passou a faltar às aulas da universidade porque só quer dormir, de modo que eles o
trouxeram de volta pra casa na aldeia mesmo na semana de provas.

Carlos chega na consulta se desculpando para a doutora Luciana por não ter voltado na
data combinada, sua fala estava rápida. Ele justifica que fez todas as medidas
combinadas e melhorou muito, achando que não precisava mais voltar já que estava
ótimo. Mas, por estar ótimo, voltou a ter os comportamentos anteriores de abuso de
café e usar demais as redes sociais, o período ainda coincidiu com um término de
relacionamento.

Carlos refere que, com o retorno dos hábitos antigos, os sintomas anteriores voltaram
com mais força, e que ele come como se precisasse acalmar uma coisa dentro do peito,
mas nunca acalma, e às vezes o peito dói. Conta que fica pensando constantemente em
tragédias com a sua família, que prefere ficar em casa mas sai para comprar comida, não
tem tido interesse por nada. Uma vez teve medo de sentir medo, durou pouco tempo
porque estava na companhia dos pais. Nesses momentos o peito dói, o coração bate na
garganta. Ele negou pensamentos de menos valia ou morte.

A doutora Luciana repara que ele está tremendo e secando as mãos na bermuda,
segurando o choro.

Hoje o exame físico de Carlos é:

PA: 110x60mmHg, peso: 65Kg, altura: 1,64m.

Ectoscopia: corado, hidratado, choroso.

Orofaringe: amígdalas presentes, sem edema ou hiperemia, dentes molares inferiores


em estado de conservação comprometidos.

ACV: RCR 2t, bulhas normofonéticas, sem sopros, FC: 96bpm.

AR: MVUA s/RA.

Abdome: sem cicatrizes, peristáltico, depressível, indolor à palpação superficial ou


profunda, sem descompressão dolorosa, não palpo massas ou magalias.

A mãe de Carlos, Regina, trouxe exames laboratoriais que ele realizou no pronto
atendimento do município durante uma crise de nervosismo.

ECG sem alterações.

Hemograma, glicemia, creatinina e PCR sem alterações.

QUESTÕES

QUESTÃO 1- Qual o diagnóstico de Carlos? Discuta o porquê.

RESPOSTA: Transtorno de Ansiedade Generalizada.

Carlos se enquadra em situações de alta probabilidade para transtornos de ansiedade:


sintomas físicos sem explicação orgânica, queixa ou impressão clínica de ansiedade e
paciente submetido a estresse importante.
Têm rastreamento positivo para transtorno de ansiedade porque respondeu “sim para 3
perguntas: teve crise de ansiedade ou ataque de uma hora para a outra, se reconhece
como muito preocupado ou ansioso, teve pensamentos repetitivos como se fosse tudo
se repetir.

Carlos não apresenta condições clínicas que justifiquem os sintomas, nem faz uso de
bebida alcoólica ou outras drogas.

QUESTÃO 2- Discuta a atenção que precisa ser dada ao seguimento do


acompanhamento de Carlos.

RESPOSTA: Identifica-se nos comportamentos de Carlos o risco de depressão como


comorbidade associada ao TAG porque nas últimas duas semanas ou mais vem se
sentindo “para baixo” e com pouco interesse ou prazer para fazer as coisas (anedonia).

Identifica-se também risco de ataque de pânico já que tem momentos que acha que vai
acontecer uma crise de medo novamente.

Manter vigilância sobre pensamentos de morte.

QUESTÃO 3- Qual o tratamento indicado para Carlos? Descreva a prescrição médica


do tratamento farmacológico que pode ser indicado para Carlos de acordo com as
medicações disponíveis no SUS pelo RENAME.

RESPOSTA: Psicoterapia e receita médica com a seguinte prescrição:

Fluoxetina 10mg pela manhã por 7 dias, aumentar para 20mg a partir da segunda
semana. Reavaliar em 4 a 6 semanas.

QUESTÃO 4- A equipe de saúde do Polo Base em questão vem construindo um bom


vínculo com a comunidade após a fixação da doutora Luciana. Desse modo, consegue
desenvolver algumas atividades terapêuticas a partir da vontade da população da
aldeia. A partir da sua experiência, quais atividades em grupo a doutora Luciana
poderia sugerir que Carlos participasse?

RESPOSTA: Conversar sobre as experiências com Terapia Integrativa Comunitária,


grupos de artesanato, hortas comunitárias, grupos de atividade física.

Referências

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde.


Avaliação do Risco de Suicídio e sua Prevenção. Coleção Guia de Referência
Rápida. Rio de Janeiro: SMS, 2016. Disponível em:
https://subpav.org/download/prot/Guia_Suicidio.pdf
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

26 – ADOECIMENTO MENTAL

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
26° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 26

Adoecimento Mental

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Adoecimento Mental

Carlos é um adolescente indígena da etnia apurinã de 18 anos, homossexual, vivia na


Aldeia Novo Paraíso pertencente ao Polo Base Chico Camilo, no município de Lábrea
(AM), quando se mudou para a zona urbana para cursar administração na Universidade
do Estado do Amazonas, no início deste ano. Ele não fuma, não usa bebida alcoólica e
nem outras drogas.

Carlos é o mais velho entre os filhos de Regina e Marcos. Ela realiza as funções de
cuidado da casa e na horta da aldeia, e Marcos trabalha com os afazeres da roça. Os
membros da família frequentemente tinham queixas de epigastralgia associada ao
consumo excessivo de café, mas há um ano tinham conseguido reduzir o uso e melhorar
a queixa.

Há 1 ano, Carlos foi atendido no Polo Base Chico Camilo pela doutora Luciana com
queixa de dores de cabeça e desconforto no peito com o coração acelerado. O plano
deste atendimento foi definido a partir de uma intervenção breve e acordado retorno e
30 dias para reavaliação do quadro. Ele não voltou na data combinada.

Hoje, Carlos é trazido pelos pais que estão muito preocupados pois o filho, que há 7
meses tem tido crises de tremor e inquieto, fica muito nervoso a toa, está comendo tudo
o que vê pela frente e está sempre cansado, além de sono picado. Na última semana ele
passou a faltar às aulas da universidade porque só quer dormir, de modo que eles o
trouxeram de volta pra casa na aldeia mesmo na semana de provas.

Carlos chega na consulta se desculpando para a doutora Luciana por não ter voltado na
data combinada, sua fala estava rápida. Ele justifica que fez todas as medidas
combinadas e melhorou muito, achando que não precisava mais voltar já que estava
ótimo. Mas, por estar ótimo, voltou a ter os comportamentos anteriores de abuso de
café e usar demais as redes sociais, o período ainda coincidiu com um término de
relacionamento.

Carlos refere que, com o retorno dos hábitos antigos, os sintomas anteriores voltaram
com mais força, e que ele come como se precisasse acalmar uma coisa dentro do peito,
mas nunca acalma, e às vezes o peito dói. Conta que fica pensando constantemente em
tragédias com a sua família, que prefere ficar em casa mas sai para comprar comida, não
tem tido interesse por nada. Uma vez teve medo de sentir medo, durou pouco tempo
porque estava na companhia dos pais. Nesses momentos o peito dói, o coração bate na
garganta. Ele negou pensamentos de menos valia ou morte.

A doutora Luciana repara que ele está tremendo e secando as mãos na bermuda,
segurando o choro.

Hoje o exame físico de Carlos é:

PA: 110x60mmHg, peso: 65Kg, altura: 1,64m.

Ectoscopia: corado, hidratado, choroso.

Orofaringe: amígdalas presentes, sem edema ou hiperemia, dentes molares inferiores


em estado de conservação comprometidos.

ACV: RCR 2t, bulhas normofonéticas, sem sopros, FC: 96bpm.

AR: MVUA s/RA.

Abdome: sem cicatrizes, peristáltico, depressível, indolor à palpação superficial ou


profunda, sem descompressão dolorosa, não palpo massas ou magalias.

A mãe de Carlos, Regina, trouxe exames laboratoriais que ele realizou no pronto
atendimento do município durante uma crise de nervosismo.

ECG sem alterações.

Hemograma, glicemia, creatinina e PCR sem alterações.

QUESTÕES

QUESTÃO 1- Qual o diagnóstico de Carlos? Discuta o porquê.


QUESTÃO 2- Discuta a atenção que precisa ser dada ao seguimento do
acompanhamento de Carlos.

QUESTÃO 3- Qual o tratamento indicado para Carlos? Descreva a prescrição médica


do tratamento farmacológico que pode ser indicado para Carlos de acordo com as
medicações disponíveis no SUS pelo RENAME.

QUESTÃO 4- A equipe de saúde do Polo Base em questão vem construindo um bom


vínculo com a comunidade após a fixação da doutora Luciana. Desse modo, consegue
desenvolver algumas atividades terapêuticas a partir da vontade da população da
aldeia. A partir da sua experiência, quais atividades em grupo a doutora Luciana
poderia sugerir que Carlos participasse?

Referências

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas


em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde.


Avaliação do Risco de Suicídio e sua Prevenção. Coleção Guia de Referência
Rápida. Rio de Janeiro: SMS, 2016. Disponível em:
https://subpav.org/download/prot/Guia_Suicidio.pdf
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Adoecimento Mental
Ansiedade X Transtornos de Ansiedade
A ansiedade é uma emoção natural que representa um sinal de alarme para
que o sujeito reconheça um determinado perigo. Em geral desencadeadas por
ameaças físicas ou morais, por perdas ou por frustrações.

O transtorno de ansiedade está associado a desfechos negativos, com maiores


taxas de absenteísmo, menor produtividade no trabalho, maiores taxas de
utilização dos serviços de saúde, procedimentos, consultas, exames
laboratoriais, risco aumentado de ideação suicida, tentativas de suicídio e
suicídio consumado, além de abuso de substâncias.
Ansiedade - Etiopatogenia

É o resultado de ações do neurodesenvolvimento a partir de modificações


estruturais e funcionais a partir da influência genética e ambiental.

Entre os casos de ansiedade na vida adulta, 90% têm história psiquiátrica prévia
antes dos 18 anos.
Método clínico centrado na pessoa
Ansiedade – Avaliação clínica
Ansiedade – Avaliação clínica
Ansiedade – Avaliação clínica
Ansiedade – Avaliação clínica
Escala de Gravidade e Prejuízo da Ansiedade
– EGPA
Escala de Gravidade e Prejuízo da Ansiedade
– EGPA
Escala de Gravidade e Prejuízo da Ansiedade
– EGPA
Ansiedade – Diagnósticos Diferenciais

• Afastar causa clínica: síndrome coronariana aguda, insuficiência


cardíaca, arritmias, asma, DPOC, disfunção tireoidiana, anemia,
abuso e dependência de substância.

• Afastar a possibilidade de efeito adverso de medicamentos:


corticoide, broncodilatadores, tiroxina, anti histamínicos,
estimulantes, abstinência de benzodiazepínicos, álcool, sedativos,
etc.
Ansiedade – Sintomas Psíquicos
• Sensação difusa, vaga e desagradável de apreensão,
medo irritabilidade ou impaciência;
• Perda de concentração, pensamentos catastróficos, hipervigilância
ou medo de perda de controle;
• Inquietude, isolamento;
• Confusão ou distorção do tempo, espeço ou do significado dos
acontecimentos, levando a uma hiper-reatividade aos
estímulos.
Ansiedade - Somatização
• Sensações fisiológicas devido a excitação autonômica, não
explicadas por outros diagnósticos clínicos.

SINTOMAS SOMÁTICOS MAIS FREQUENTES


• Dor torácica, palpitação, taquicardia • Boca seca
• Dispnéia, taquipnéia, hiperventilação • Calorões ou calafrios
• Dor e desconforto epigástrico • Insônia
• Cefaléia, tonturas e parestesias • Poliúria
• Tensão muscular • Disfagia
• Tremores • Palidez
• Sudorese • Rubor
Ansiedade – Diagnóstico
Critérios diagnósticos simplificados do DSM-5
A - Ansiedade e preocupações excessivas, ocorrendo na maioria dos dias, por no
mínimo 6 meses, com diversos eventos ou atividades;

B - O indivíduo considera difícil controlar as preocupações;


Ansiedade – Diagnóstico
Critérios diagnósticos simplificados do DSM-5
C - A ansiedade e a preocupação estão associadas a 3 ou mais dos seguintes 6
sintomas (apenas 1 item é exigido em crianças):
• Inquietação;
• Fatigabilidade;
• Dificuldade de concentrar-se ou sensação de branco na mente;
• Irritabilidade;
• Tensão muscular;
• Alteração do sono.

D - O foco da ansiedade ou preocupação não está restrito aos aspectos


específicos de outro transtorno mental.
Ansiedade – Comorbidades
Idade de início média: 31 anos.

Mulheres: tendem a ter depressão e outros transtornos de ansiedade;


Homens: tendem a ter abuso/dependência de álcool e uso de drogas.

62% das pessoas com TAG tem depressão;


24% das pessoas com TAG tem transtorno do pânico;
34% das pessoas com TAG tem transtorno da ansiedade social;
35% das pessoas com TAG tem fobias específicas.
Ansiedade – Opções Farmacológicas
Inibidores da Recaptação da Serotonina – ISRS

• Outros ISRS (não RENAME) • IRSN (não RENAME)


• Paroxetina • Venlafaxina
• Sertralina
• Citalopram
• Escitalopram
Ansiedade – Opções Farmacológicas
Antidepressivos Tricíclicos – ADT

• Outros ADT (não RENAME): Imipramina


Ansiedade – Opções Farmacológicas
Benzodiazepínicos – BZD

• Outros BZD (não RENAME)


• Alprazolan
• Lorazepan
• Bromazepan
Ansiedade - Tratamento
Ansiedade - Tratamento
Ansiedade - Tratamento
Ansiedade - Tratamento

• Antidepressivos ISRS são a primeira escolha;

• Benzodiazepínicos principalmente durante a crise de TAG


e Transtorno do Pânico;

• Sempre que utilizar benzodiazepínico optar por tempo restrito e


controlado de uso, em especial nas primeiras semanas (dias) de
introdução dos antidepressivos. Somente são eficazes durante
as duas primeiras semanas.
Ansiedade – Quando encaminhar

• Paciente refratário a duas alternativas terapêuticas prévias;

• Transtornos crônicos graves, com alto grau de prejuízo e


incapacitação, comportamentos evitativos, agorafobia sem resposta
a tratamento farmacológico;

• Ideação suicida persistente.


Transtorno do Pânico
Critérios diagnósticos simplificados do DSM-5
A- Presença de ataques de pânico recorrentes e espontâneos (inesperados).
Pelo menos 1 ataque foi seguido das seguintes caraterísticas:
1- preocupação persistente com ataques adicionais;
2- preocupação com as implicações do ataque ou com suas consequências
(perder o controle, ter um ataque cardíaco, ect)
3- alterações significativas do comportamento, relacionadas a crises.

Tratamento
1ª linha: ISRS e ISRSN – NNT=7-15 (B)
2ª linha: antidepressivo tricíclico e benzodiazepínicos (NNT= 3-7)
Outros Transtornos
Mentais Comuns na APS –
Transtornos Ansiosos
Transtorno Obsessivo-Compulsivo – TOC
• Diagnóstico
• Obsessões: Pensamentos, impulsos ou imagens. Recorrentes e persistentes, que
causam ansiedade e desconforto;
• Compulsões: Comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa se sente
compelida a executar em resposta a uma obsessão ou a regras rígidas auto-impostas;
• Reconhecimento, em algum momento, de que as obsessões ou compulsões são
excessivas;
• Provocam sofrimento, consomem tempo (>1 h por dia) ou interferem na rotina
diária.
• Tratamento
• ISRS;
• Medidas não farmacológicas.
Fobias Específicas
• Diagnóstico
• Medo sustentado e persistente, excessivo ou irracional, revelado pela
presença ou mesmo antecipação da situação/objeto, com reposta imediata
de ansiedade
• Reconhecimento da irracionalidade do medo
• Ocorre esquiva
• Duração de pelo menos 6 meses
• Tratamento
• Não farmacológico
• Terapia
Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Transtorno de Estresse Agudo
• Diagnóstico
• Vivência, testemunho ou confronto com evento traumático que envolve
medo, impotência e horror
• O evento é persistentemente revivido
• Esquiva dos estímulos associados ao trauma
• Sentimento persistente de excitabilidade aumentada
• Se durar mais de um mês, considerar estresse pós-traumático
• Tratamento
• ISRS
• Medidas não farmacológicas
Transtornos do Humor
Depressão e Tristeza

• Um dos erros mais comuns na prática médica é diagnosticar


depressão em pacientes chorosos ou tristes por conta de
eventos cotidianos.

• TRISTEZA NÃO É SINÔNIMO DE DEPRESSÃO.

• Usar critérios bem definidos para estabelecer o diagnóstico.


Depressão – Epidemiologia

• Cerca de 50% dos pacientes tem mais de um episódio ao longo da vida;

• A media de 4 episódios ao longo da vida;

• A duração média de cada episódio é de 16 a 20 semanas;

• 12% dos pacientes terão curso crônico sem remissão dos sintomas.
Impacto da Depressão

A previsão para 2030 é que a depressão seja a 1ª causa específica de


incapacidade.

Paciente com condição médica crônica tem de 3 a 7 vezes mais chance de ter
depressão como comorbidade.

Nesse caso a depressão também está associada a maior dificuldade de


adesão ao tratamento, prejuízo na funcionalidade além de piora sintomática.
Depressão – Etiopatogenia

Determinação multifatorial, associada a uma combinação de fatores


genéticos, ambientais, biológicos, culturais e psicológicos.
Depressão – Prognóstico

43% das pessoas com diagnóstico de depressão têm remissão;


40% têm curso flutuante;
17% têm curso crônico.

Quanto maior é o período sintomático, menor é a chance de recuperação.

Após 6 meses de tratamento sem remissão dos sintomas, menores são as


chances de recuperação.
Depressão – Diagnóstico

O que define o limite da normalidade é a duração, a persistência, a


abrangência e a interferência no funcionamento fisiológico e
psicológico do indivíduo.
Depressão – Diagnóstico (CID-10)
Episódio depressivo é caracterizado por sintomas fundamentais:
humor deprimido perda de interesse fatigabilidade
na maior parte do dia na maioria dos dias há pelo menos 2 semanas

Episódio 2 fundamentais + 2
Sintomas acessórios do episódio depressivo: Leve° acessórios

ideias de culpa concentração e pessimismo baixa Episódio 2 fundamentais + 3 a 4


e inutilidade ação reduzidas sobre o futuro autoestima e Moderado acessórios
autoconfiança Episódio 3 fundamentais + > 4
sono diminuição do ideias ou atos Grave acessórios
perturbado apetite autolesivos
Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9)
Depressão – Diagnóstico (CID-10)
NAS ÚLTIMAS 2 SEMANAS, QUANTOS DIAS VOCÊ:

Teve pouco interesse ou pouco prazer para fazer as


NENHUM DIA

0
MENOS DE 7 DIAS

1
71 DIAS OU MAIS

2
QUASE TODOS OS DIAS

3
coisas?
Se sentiu para baixo, deprimido (a) ou sem 0 1 2 3
perspectiva?
Teve dificuldade de pegar no sono e permanecer 0 1 2 3
dormindo, ou dormiu mais que de costume?
Se sentiu cansado (a) ou com pouca energia? 0 1 2 3

Teve falta de apetite ou comeu demais? 0 1 2 3

Se sentiu mal consigo mesmo(a), ou achou que é um 0 1 2 3


fracasso, ou achou que decepcionou a sua família ou
a você mesmo (a)?
Teve dificuldade de se concentrar nas coisas (como 0 1 2 3
ler jornal ou assistir televisão)?
Teve lentidão para se movimentar ou falar (a ponto 0 1 2 3
de outras pessoas perceberem, ou ao contrário,
esteve tão agitado(a) que você ficava andando de
uma lado para o outro mais do que de costume?
Passou a se ferir de alguma maneira ou que seria 0 1 2 3
melhor estar morto?
PHQ-9
Pontos de corte:
5 – 8: sintomas muito leves, subsindrômicos.
>9: rastreamento positivo para episódio atual:
9 – 14: episódio leve.
15 – 19: episódio moderado.
>20: episódio grave.
Fatores de Risco
• História pessoal ou familiar de depressão
• Presença de estressor psicossocial (trabalho, relações, etc)
• Uso exagerado dos serviço de saúde
• Doenças crônicas
• Outros transtornos psiquiátricos
• Mudanças hormonais (puerpério, por exemplo)
• Sintomas físicos sem explicação
• Dor, em especial dor crônica
• Abuso de substâncias
Distimia
• Transtorno depressivo crônico com menor intensidade de
sintomas, presentes pelo menos há dois anos.

• Tem maior comprometimento funcional e ocupacional que


a depressão, devido ao tempo de duração.

• Tratamento é semelhante ao da depressão.


Fluxograma para
Manejo de Depressão
Depressão – Avaliar adicionalmente

Antidepressivos têm evidência de que são eficazes para o


tratamento da depressão grave e moderada, melhorando
os sintomas ou eliminando-os.

Antidepressivos não são mais eficazes do que o placebo em


depressões leves.
Depressão – Avaliar adicionalmente
Subtratamento em alguns grupos
populacionais X
Hipermedicalização

• As duas condições são muito frequentes e devem receber atenção


especial do médico de família. Prescrever mais para alguns grupos
e menos para outros. Ter a melhor precisão diagnóstica possível.
Depressão – Avaliar adicionalmente
• Sintomas depressivos relacionados a doenças
crônicas (hipotireoidismo, anemias...)
• Sintomas relacionados a efeitos de medicamentos

• Sintomas psicóticos

• História prévia de episódios maníacos

• Momentos de euforia, gastos excessivos, irritabilidade


intensa, ideias de grandeza;
• Considerar Transtorno Bipolar;
• Nestas situações uso isolado de antidepressivo pode induzir
episódio maníaco.
Depressão – Avaliar adicionalmente
• Risco de Suicídio
Depressão – Encaminhamento

• Maioria dos casos fica na APS;


• Presença de sinais de gravidade (ideação suicida);
• Dúvida diagnóstica;
• Suspeita de psicose afetiva (transtorno bipolar);
• Sintomas psicóticos;
• Não resposta clínica após alguns meses de tratamento;
• Agravamento do quadro apesar do tratamento adequado.
Risco de Suicídio
Avaliação do Risco de Suicídio
• É uma situação de emergência!

• Perguntar abertamente sobre o tema.


• Perguntar não induz ideação que não exista previamente.

• Falar abertamente sobre o tema PREVINE o suicídio.

• Ter desejo de morrer não é ideação suicida.


Estratificação do Risco de Suicídio
Fluxograma de Avaliação e Manejo
Tratamento Farmacológico do
Transtorno Depressivo
Depressão – Tratamento
• Primeira escolha: ANTIDEPRESSIVOS.
• Aguda, de moderada a grave.
• Melhora ou elimina sintomas.
• Resposta é esperada em torno de 4 a 8 semanas.
• Duração do tratamento é prolongada, de 6 meses a 2 anos após a
remissão dos sintomas.
• Retirada do medicamento deve ser gradual (4 semanas).
• Acompanhamento é individual, levando-se em conta a gravidade e a
etapa do tratamento.
Depressão – Tratamento
Escolha do Fármaco
• Resposta Prévia
• Escolher o que já foi usado antes com sucesso no paciente.
• Comorbidades Específicas
• Verificar contraindicações específicas (doença cardíaca/tricíclicos em idoso).
• Perfil de Efeitos Adversos
• Avaliar repercussão no cotidiano do paciente.
• Custos
• Parta paciente e para o sistema.
• Tabela RENAME.
Depressão – Tratamento
Escolha do Fármaco
• Tempo do Fármaco no Mercado
• Medicamentos mais antigos são mais seguros, em geral.
• Toxicidade
• Tricíclicos são tóxicos em sobredose, ISRS não, devendo ser
preferidos em pacientes com risco de autoagressão.
Depressão – Tratamento
Depressão – Tratamento
Depressão – Tratamento
Depressão – Tratamento
Uso de Benzodiazepínicos

PRESCRIÇÃO DEVE SER FEITA DA MANEIRA MAIS CRITERIOSA


POSSÍVEL.
NA DÚVIDA, NÃO PRESCREVA.

• É a droga mais vendida no


Brasil
• Riscos
• Dependência;
• Quedas;
• Alterações cognitivas;
• Aumento da mortalidade geral.
Benzodiazepínicos – Retirada
• Retirada Gradual
• ¼ da dose por semana.
• Retirar toda medicação em 6 a 8 semanas.

• Substituir por benzodiazepínicos de meia vida longa como


Diazepam ou intermediária, como Clonazepam.

• Medidas não farmacológicas, como suporte psicológico


são de extrema importância.
Abordagens Não Farmacológicas dos
Transtornos Depressivos
Psicoterapia
Pode ser realizada por profissional da APS em especial algumas formas
mais breves*

• Terapia de reatribuição
• Compreender e fazer sentir-se compreendido – ampliar a agenda – fazer vínculo e
construir modelo explicativo – negociar o tratamento
• Terapia de solução de problemas
• Identificar necessidade – explicar o tratamento – listar e eleger problemas – pensar em
metas alcançáveis – gerar soluções – eleger uma solução – colocar solução em prática –
avaliar e repetir o ciclo
• Terapia Interpessoal
* São algumas das técnicas que podem ser empregadas pelo médico da APS
• Terapia focada em solução (não abordaremos este assunto aqui, mas deve ser buscado o aprofundamento)
Intervenções Coletivas e Familiares

• Grupos de Mulheres

• Grupos de Terceira
Idade

• Grupos de Exercícios

• Outros...
Terapia Comunitária
• Reforça a dinâmica interna de cada um
• Reforça autoestima individual e coletiva
• Valoriza papel da família e das redes de apoio
• Valoriza práticas culturais
• Suscita sentimentos de união
• Promove identificação entre as pessoas

• Etapas
• Acolhimento; Escolha do Tema; Contextualização do Tema;
Problematização do tema; Rituais de agregação e conotação positiva.
Matriciamento
• NASF;

• Outras estratégias;

• Devem ser utilizadas tanto no auxílio a execução das


atividades quanto no treinamento do médico e equipe para
efetivar as atividades de maneira independente.
Psicoeducação

• Fornecer suporte;
• Explicar a doença;
• Sugerir medidas comportamentais a toda família;
• Motivar;
• Monitorar efeitos colaterais.
Atividade Física

• De acordo com a condição física de cada


paciente

• Qualquer quantidade é positiva

• Quanto mais continua maiores efeitos

• Modalidade o mais prazerosa possível


Outros Transtornos
Mentais Comuns na APS
– Transtornos do Humor
Transtorno do Humor Bipolar
Representação gráfica bidimensional dos A forma depressiva é semelhante ao
episódios de humor no transtorno Transtorno Depressivo estudado
bipolar. anteriormente.

A forma maníaca ou hipomaníaca diferem na


intensidade dos sintomas.
Transtorno do Humor Bipolar
Antipsicóticos Atípicos + Lítio ou Divalproato
Outros Transtornos
Mentais Comuns na APS
– Psicoses
Psicoses
Psicoses são caracterizadas por alterações da percepção, do
pensamento ou das crenças ou por experiência pessoal de distorção
importante da realidade.

Distorção é excitante -> mania.

● Delírios: crenças falsas ou distorcidas, mantidas com convicção,


mesmo sem evidência.
● Alucinações: percepções sensoriais na ausência de estímulo externo
correspondente - atenção ao contexto sócio-cultural!
Psicoses
Principais transtornos psicóticos Principais antipsicóticos e a intensidade de seus
efeitos adversos
Referências
Referências
DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde. Avaliação do Risco de Suicídio e sua Prevenção. Coleção Guia de Referência Rápida. Rio de
Janeiro: SMS, 2016. Disponível em: https://subpav.org/download/prot/Guia_Suicidio.pdf
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

27 – ZOONOSES: RAIVA,
LEISHMANIOSE, FEBRE MACULOSA

CASO CLÍNICO - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 27

Zoonoses: raiva, leishmaniose, febre maculosa.

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Zoonoses: raiva, leishmaniose, febre maculosa.

Jonas, um rapaz de 34 anos de idade, foi à UBS na sua cidade no interior de São Paulo
por quadro de febre de 39 °C há 3 dias, associada a cefaléia, intensa mialgia, náuseas e
vômitos. Foi à emergência no primeiro dia, temendo Dengue, pois viu na televisão que
os casos de Dengue aumentam na época de chuvas e o médico encaminhou para a UBS
para acompanhamento. Jonas ficou tranquilo, pois entendeu que era "apenas uma
virose”. Entretanto, no dia da consulta, surgiu um exantema, principalmente em
membros inferiores, o que o deixou preocupado.

Ao exame físico, o paciente encontra-se em regular estado geral, anictérico, acianótico.

Temperatura axilar 38,5 °C

AC RR2T BNF sem sopro

AP MV presente sem RA

Exantema maculopapular no dorso, no abdome e mais intenso nos membros inferiores,


acometendo a planta dos pés, em que se notam edema (+1/+4)

Presença de picadas em região de tornozelos e panturrilhas.

Durante a investigação epidemiológica, o paciente afirma ter ido realizar trilha com
amigos na semana anterior em uma região de cachoeiras, onde acamparam.

QUESTÕES

Considerando-se a principal suspeita diagnóstica, além de notificar o caso, por ser


suspeita de doença de notificação compulsória, o médico deverá solicitar, em relação
ao paciente, reação de imunofluorescência indireta (Rifi):

1. imediatamente e repetir exame entre 14 e 21 dias; iniciar tratamento com doxiciclina


imediatamente; orientar os amigos a observar aparecimento de sintomas.

2. imediatamente e repetir exame entre 14 e 21 dias; iniciar tratamento com ceftriaxone


imediatamente; iniciar tratamento profilático com ceftriaxona para os amigos
3. imediatamente, sem necessidade de repetição do exame; iniciar tratamento com
doxiciclina após confirmação do resultado; iniciar tratamento profilático com doxiciclina
para os amigos.

4. a partir do sétimo dia do início dos sintomas e repetir exame entre 14 e 21 dias; iniciar
tratamento com ceftriaxona imediatamente; orientar os amigos a observar
aparecimento de sintomas.

Qual a alternativa correta?

Resposta: 1

A principal suspeita diagnóstica é Febre Maculosa, pois o paciente reside em área


endêmica e apresenta picadas de carrapato, principal transmissor da infecção. Os sinais
e sintomas também são sugestivos do diagnóstico, mesmo sendo compatíveis com
outras doenças infecciosas. O exame complementar contribui com a confirmação
diagnóstica mas, diante dos riscos de complicações, não se deve aguardar o resultado
para instituir a antibioticoterapia.

Jonas seguiu todas as orientações dadas pelo médico da equipe de saúde da família e,
no último feriado, desistiu de acampar e foi visitar sua avó, que mora na zona rural da
cidade vizinha. Ao chegar na casa da avó, seu cachorro mordeu a perna de Jonas,
provocando escoriações no local e arranhou seu antebraço. Jonas passou água corrente
nos locais das feridas e no dia seguinte procurou o pronto-socorro da cidade para pedir
orientações e fazer o curativo. Ao chegar no serviço ele foi orientado a:

1) Realizar a vacina para tétano imediatamente e a primeira dose da vacina para


Raiva.
2) Foi orientado que deveria ter lavado bem os ferimentos com água e sabão; a
levar o cartão de vacinação a fim de verificar o status vacinal para tétano; foi
questionado sobre o comportamento e saúde do cão e foi orientado a monitorá-
lo por 10 dias. Se o animal adoecer, desaparecer ou morrer, deve fazer a vacina
antirrábica
3) Foi orientado a lavar os ferimentos com água e sabão, fazer o esquema completo
da vacina para tétano e foi orientado a monitorar o cão por 10 dias. Se o animal
adoecer, desaparecer ou morrer, deve fazer a vacina antirrábica
4) Foi orientado verificar o status vacinal para tétano e a fazer o esquema completo
da vacinação antirrábica, até o 28° dia, monitorando o comportamento e saúde
do cão, uma vez que o animal é procedente de zona rural e tem contato com
animais silvestres.

Qual a orientação correta?

Resposta: 2

Uma vez que o acidente descrito é classificado como leve - não foi em cabeça, mãos e/ou
pés - e aconteceu com animal doméstico sem sinais sugestivos de raiva e passível de
observação. Nesse caso, conforme o Protocolo de Profilaxia Pós Exposição para Raiva,
atualizado em 2022, o paciente deve receber orientações sobre higiene do ferimento,
profilaxia do tétano e observação do animal por 10 dias. Não se deve iniciar profilaxia
com soro antirrábico e a vacina antirrábica só está indicada caso o animal desapareça,
morra ou adoeça dentro do período de 10 dias da observação. O protocolo segue em
quadro abaixo para maior aprofundamento.
Referências
ADOLESCENTE morre de raiva humana no Distrito Federal. CNN, 2022. Disponível
em:https://www.cnnbrasil.com.br/saude/adolescente-morre-de-raiva-humana-no-
distrito-federal/

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed.
rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bol
so.pdf
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância da leishmaniose
tegumentar [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 189 p. Disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumen
tar.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Situação


epidemiológica das zoonoses e doenças de transmissão vetorial em áreas indígenas.
Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., abr. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-especial-
situacao-epidemiologica-das-zoonoses-e-doencas-de-transmissao-vetorial-em-areas-
indigenas

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e


Ambiente.Monitoramento dos casos de arboviroses até a semana epidemiológica 42
de 2022. Boletim Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 40, out. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-
vol-53-no40/view

______. Ministério da Saúde. Quadro sobre Profilaxia da Raiva Humana (cartaz).


2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/svsa/raiva/profilaxia-da-raiva-humana-cartaz/view

______. Ministério da Saúde. Leishmaniose Visceral: gráficos e mapas [Internet].


2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/l/leishmaniose-visceral/arquivos/atualizacao-21-10-2022/lv-graficos-e-mapas.pdf

______. Ministério da Saúde. Distribuição da Leishmaniose Tegumentar: gráficos e


mapas [Internet]. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-
de-a-a-z/l/lt/situacao-epidemiologica/arquivos/lt-graficos-e-mapas.pdf

______. Ministério da Saúde. Situação epidemiológica de Febre Maculosa, Brasil.


2007-2021 [Internet]. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa/situacao-epidemiologica/situacao-
epidemiologica-de-febre-maculosa-brasil-2007-2021/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Imunização e Doenças Transmissíveis. Roteiro de capacitação em diagnóstico
clínico, epidemiológico e laboratorial da febre maculosa brasileira e febre
maculosa por Rickettsia Parkeri: guia do aluno [recurso eletrônico]. Brasília:
Ministério da Saúde, 2022. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/roteiro_capacitacao_febre_maculosa_instr
utor.pdf
MORRE 3ª vítima de raiva humana no Brasil em um ano. O que é a doença? Exame,
2022. Disponível em: https://exame.com/ciencia/morre-3a-vitima-de-raiva-humana-no-
brasil-em-um-ano-o-que-e-a-doenca/

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA


SAÚDE. Infografía - La rabia humana transmitida por el perro en las Américas.
2019. Disponível em: https://www.paho.org/es/documentos/infografia-rabia-humana-
transmitida-por-perro-americas

WHO. Expert Consultation on Rabies, third report. Geneva: World Health


Organization; 2018 (WHO Technical Report Series, No. 1012). Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272364/9789241210218-
eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

27 – ZOONOSES: RAIVA,
LEISHMANIOSE, FEBRE MACULOSA

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 27

Zoonoses: raiva, leishmaniose, febre maculosa.

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Zoonoses: raiva, leishmaniose, febre maculosa.

Jonas, um rapaz de 34 anos de idade, foi à UBS na sua cidade no interior de São Paulo
por quadro de febre de 39 °C há 3 dias, associada a cefaleia, intensa mialgia, náuseas e
vômitos. Foi à emergência no primeiro dia, temendo Dengue, pois viu na televisão que
os casos de Dengue aumentam na época de chuvas e o médico encaminhou para a UBS
para acompanhamento. Jonas ficou tranquilo, pois entendeu que era "apenas uma
virose”. Entretanto, no dia da consulta, surgiu um exantema, principalmente em
membros inferiores, o que o deixou preocupado.

Ao exame físico, o paciente encontra-se em regular estado geral, anictérico, acianótico.

Temperatura axilar 38,5 °C

AC RR2T BNF sem sopro

AP MV presente sem RA

Exantema maculopapular no dorso, no abdome e mais intenso nos membros inferiores,


acometendo a planta dos pés, em que se notam edema (+1/+4)

Presença de picadas em região de tornozelos e panturrilhas.

Durante a investigação epidemiológica, o paciente afirma ter ido realizar trilha com
amigos na semana anterior em uma região de cachoeiras, onde acamparam.

QUESTÕES

Considerando-se a principal suspeita diagnóstica, além de notificar o caso, por ser


suspeita de doença de notificação compulsória, o médico deverá solicitar, em relação
ao paciente, reação de imunofluorescência indireta (Rifi):

1. imediatamente e repetir exame entre 14 e 21 dias; iniciar tratamento com doxiciclina


imediatamente; orientar os amigos a observar aparecimento de sintomas.

2. imediatamente e repetir exame entre 14 e 21 dias; iniciar tratamento com ceftriaxona


imediatamente; iniciar tratamento profilático com ceftriaxona para os amigos
3. imediatamente, sem necessidade de repetição do exame; iniciar tratamento com
doxiciclina após confirmação do resultado; iniciar tratamento profilático com doxiciclina
para os amigos.

4. a partir do sétimo dia do início dos sintomas e repetir exame entre 14 e 21 dias; iniciar
tratamento com ceftriaxona imediatamente; orientar os amigos a observar
aparecimento de sintomas.

Qual a alternativa correta?

Jonas seguiu todas as orientações dadas pelo médico da equipe de saúde da família e,
no último feriado, desistiu de acampar e foi visitar sua avó, que mora na zona rural da
cidade vizinha. Ao chegar na casa da avó, seu cachorro mordeu a perna de Jonas e
arranhou seu antebraço. Jonas passou água corrente nos locais das feridas e no dia
seguinte procurou o pronto-socorro da cidade para pedir orientações e fazer o curativo.
Ao chegar no serviço ele foi orientado a:

1. Realizar a vacina para tétano imediatamente e a primeira dose da vacina para


Raiva.

2. Foi orientado que deveria ter lavado bem os ferimentos com água e sabão; a
levar o cartão de vacinação a fim de verificar o status vacinal para tétano; foi
questionado sobre o comportamento e saúde do cão e foi orientado a monitorá-
lo por 10 dias. Se o animal adoecer, desaparecer ou morrer, deve fazer a vacina
antirrábica

3. Foi orientado a lavar os ferimentos com água e sabão, fazer a dose de reforço da
vacina para tétano e foi orientado a monitorar o cão por 10 dias. Se o animal
adoecer, desaparecer ou morrer, deve fazer a vacina antirrábica
4. Foi orientado verificar o status vacinal para tétano e a fazer o esquema completo
da vacinação antirrábica, até o 28° dia, monitorando o comportamento e saúde
do cão, uma vez que o animal é procedente de zona rural e tem contato com
animais silvestres.
Qual a orientação correta?

Referências
ADOLESCENTE morre de raiva humana no Distrito Federal. CNN, 2022. Disponível
em:https://www.cnnbrasil.com.br/saude/adolescente-morre-de-raiva-humana-no-
distrito-federal/

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed.
rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bol
so.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância da leishmaniose
tegumentar [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 189 p. Disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumen
tar.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Situação


epidemiológica das zoonoses e doenças de transmissão vetorial em áreas indígenas.
Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., abr. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-especial-
situacao-epidemiologica-das-zoonoses-e-doencas-de-transmissao-vetorial-em-areas-
indigenas

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e


Ambiente.Monitoramento dos casos de arboviroses até a semana epidemiológica 42
de 2022. Boletim Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 40, out. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-
vol-53-no40/view

______. Ministério da Saúde. Quadro sobre Profilaxia da Raiva Humana (cartaz).


2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/svsa/raiva/profilaxia-da-raiva-humana-cartaz/view

______. Ministério da Saúde. Leishmaniose Visceral: gráficos e mapas [Internet].


2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/l/leishmaniose-visceral/arquivos/atualizacao-21-10-2022/lv-graficos-e-mapas.pdf
______. Ministério da Saúde. Distribuição da Leishmaniose Tegumentar: gráficos e
mapas [Internet]. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-
de-a-a-z/l/lt/situacao-epidemiologica/arquivos/lt-graficos-e-mapas.pdf

______. Ministério da Saúde. Situação epidemiológica de Febre Maculosa, Brasil.


2007-2021 [Internet]. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa/situacao-epidemiologica/situacao-
epidemiologica-de-febre-maculosa-brasil-2007-2021/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Imunização e Doenças Transmissíveis. Roteiro de capacitação em diagnóstico
clínico, epidemiológico e laboratorial da febre maculosa brasileira e febre
maculosa por Rickettsia Parkeri: guia do aluno [recurso eletrônico]. Brasília:
Ministério da Saúde, 2022. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/roteiro_capacitacao_febre_maculosa_instr
utor.pdf

MORRE 3ª vítima de raiva humana no Brasil em um ano. O que é a doença? Exame,


2022. Disponível em: https://exame.com/ciencia/morre-3a-vitima-de-raiva-humana-no-
brasil-em-um-ano-o-que-e-a-doenca/

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA


SAÚDE. Infografía - La rabia humana transmitida por el perro en las Américas.
2019. Disponível em: https://www.paho.org/es/documentos/infografia-rabia-humana-
transmitida-por-perro-americas

WHO. Expert Consultation on Rabies, third report. Geneva: World Health


Organization; 2018 (WHO Technical Report Series, No. 1012). Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272364/9789241210218-
eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Zoonoses: raiva,
leishmaniose, febre
maculosa
Zoonoses
• As zoonoses são doenças infecciosas transmitidas entre animais e
pessoas. Os patógenos podem ser bacterianos, virais, parasitários ou
podem envolver agentes não convencionais e podem se espalhar
para os humanos por meio do contato direto ou através de
alimentos, água ou meio ambiente.
• Algumas são consideradas Doenças Negligenciadas.
• As medidas preventivas incluem Educação em saúde, manejo
ambiental e vacinação animal.
Raiva
Raiva – ciclos de transmissão
• Apenas os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva e o transmitem através da saliva
mordedura, arranhadura ou lambedura de feridas;
• Urbano– cão;
• Aéreo – morcego;
• Silvestre – cachorro-do-mato, guaxinim, sagui;
• Rural – morcego e animais domésticos ou de interesse financeiro.
Raiva – e3ologia, sinais e sintomas
• Raiva é uma encefalite aguda causada pelo lyssavirus.
• Formas clínicas: encefalite dominada por formas de hiperatividade (raiva furiosa)
ou síndromes paralíticas (raiva paralítica) progredindo para coma e morte,
geralmente por insuficiência cardíaca ou respiratória, dentro de 7 a 10 dias.
Sintomas iniciais: aerofobia, hidrofobia, parestesia ou dor localizada, disfagia,
fraqueza, náusea ou vômito.
• Alterações laboratoriais a investigar: antígeno viral (em amostras como liquor,
pele); isolamento viral em culturas, Ac específicos no liquor, PCR do liquor
Raiva – etiologia, sinais e sintomas
• Após inoculada leva dias a semanas para alcançar o SNC – período passível de Profilaxia
Pós-Exposição (PPE);
• Período de incubação de 1 a 3 meses.
Raiva – carga mundial da doença transmitida por cães

Casos de mortes humanas por raiva. OMS, 2018


Em 2019 a
OPAS previa
eliminação da
doença em
2022
O Brasil em 2022...
O Brasil em 2022...
Raiva - Fluxograma da PEP
Raiva - Fluxograma da PEP
Raiva - Fluxograma da PEP
Raiva - Fluxograma da profilaxia
Raiva - Fluxograma da PEP
Raiva – Profilaxia Pré-exposição

• Recomendada para pessoas de alto risco – veterinários, biólogos,


agrotécnicos, trabalhadores de laboratórios que manipulam o vírus;
• Pessoas com exposição prologada – testes sorológicos periódicos.
Raiva - tratamento
• Cuidados intensivos de suporte OU cuidados paliativos;
• Decisão individual, compartilhada com paciente e família;
• 15 casos bem documentados de sobreviventes da Raiva (OMS, 2018);
• Protocolo de Milwaukee – desde 2004, das 39 pessoas tratadas, 11
sobreviveram;
• Protocolo de Milwaukee: antivirais e sedação profunda.
Raiva - medidas de prevenção e controle

• Imunização em massa de cães – domés_cos ou não;


• Inves_gação de animais suspeitos.

NOTIFICAÇÃO!!!
Leishmaniose
Leishmaniose - manifestações e agentes causadores no Brasil
• Leishmaniose visceral: Leishmania Chagasi.
• Leishmaniose cutânea: Leishmania brasiliensis, L. Guyanensis e L.
amazonensis.
• Espectro heterogêneo – 4 principais apresentações
• Lesões ulcerativas no local da picada do flebomíneo (L. Cutânea localizada);
• Mútiplos nódulos não ulcerativos (L. Cutânea difusa);
• Inflamação destrutiva da mucosa (L mucosa);
• Infecção disseminada visceral (L. Visceral ou Calazar).
Leishmaniose- ciclo de transmissão
Leishmaniose- ciclo de transmissão

Ciclo biológico das leishmânias. Formas promas6gotas no interior do tubo diges6vo do vetor e formas amas6gotas no interior
dos macrófagos do organismo infectado
Leishmaniose-dados epidemiológicos

Fêmea de flebotomíneo ingurgitada (foto ampliada)


Leishmaniose visceral
Leishmaniose visceral -dados epidemiológicos

Densidade de casos de leishmaniose visceral por município de infecção. Brasil, 2021


Leishmaniose visceral - dados epidemiológicos na saúde
indígena

Coeficiente de Incidência para cada 100 mil habitantes, de leishmaniose visceral nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).
Brasil, 2015 a 2019
Leishmaniose visceral -dados epidemiológicos

Casos de leishmaniose visceral. Brasil, 1980 a 2021


Leishmaniose visceral -dados epidemiológicos

Casos de leishmaniose visceral por região. Brasil, 1980 a 2021


Leishmaniose visceral -dados epidemiológicos

Casos e coeficiente de incidência de leishmaniose visceral. Brasil, 2012 a 2021


Leishmaniose visceral -dados epidemiológicos

Casos de leishmaniose visceral segundo sexo e faixa etária. Brasil, 2021


Leishmaniose visceral -dados epidemiológicos

Óbitos e taxa de letalidade de leishmaniose visceral por faixa etária. Brasil, 2021
Leishmaniose visceral – apresentação clínica

• Febre persistente, astenia, adinamia, desnutrição em áreas endêmicas –


PENSAR EM LEISHMANIOSE VISCERAL;
• Período de incubação de 10 dias a 24 meses;
• Na fase aguda, assemelha-se à malária – febre alta, hepatoesplenomegalia;
• Apresentações graves: icterícia, hemorragias, edema generalizados, sinais
de toxemia, taqui ou bradicardia, hipo ou hiperven_lação e instabilidade
hemodinâmica.
Leishmaniose visceral – apresentação clínica

• Infecções bacterianas associadas – confundem diagnós_co e são a principal


causa de morte.
• Co-infecção com HIV: uma doença reforça a gravidade da outra.
Leishmaniose visceral – diagnóstico

• Confirmaçao laboratorial através de parasitológico ou


imunoflurescência indireta se _tulação > 1:80 E sintomas clínicos
• Diagnós_co defini_vo através da iden_ficação da forma amas_gota
em amostras da medula óssea, linfonodos ou aspirado de baço
• PCR em amostra de sangue – pouco disponível
• Imunifluorescência indireta (RIFI), Elisa, teste rápido
imunocromatográfico
Leishmaniose visceral – tratamento

• Em ambiente hospitalar;
• Antimonial pentavalente;
• Anfotericina B.
Leishmaniose Tegumentar
Leishmaniose tegumentar

• A mul_plicidade de espécies de Leishmania, flebótomos vetores e


reservatórios vertebrados em diferentes ambientes geográficos propicia a
existência de dis_ntas apresentações clínicas da LTA, que vão desde formas
inaparentes até lesões disseminadas, a_ngindo a pele e as mucosas.

• Duas formas: leishamniose cutânea e mucosa


Leishmaniose tegumentar – diagnós(co laboratorial
a) Exames parasitológicos: pesquisa de amas_gota em esfregaço de
lesão ou imprint de fragmento de tecido; cultura em meios ar_ficiais.
b) Histopatológico: hematoxilina e eosina; imuno-histoquímica.
c) Exames imunológicos: IRM; sorologia: imunofluorescência indireta
(IFI); Elisa (não disponível comercialmente).
d) Testes moleculares: PCR (reação em cadeia de polimerase)
Leishmaniose tegumentar cutânea-Diagnós3co
Leishmaniose tegumentar cutânea
• 1. Forma cutânea localizada única
Leishmaniose tegumentar cutânea
• 2. Forma cutânea localizada múl_pla
Leishmaniose tegumentar cutânea
• 3. Forma cutâne disseminada
Leishmaniose tegumentar cutânea
• 4. Forma recidiva cú_s
Leishmaniose tegumentar cutânea
• 5. Forma cutânea difusa
Leishmaniose tegumentar cutânea-Diagnós(co
diferencial
• Tuberculose , micobacterioses ampicas, paracoccidioidomicose cutânea,
úlceras de estase venosa, úlceras decorrentes da anemia falciforme, picadas
de insetos, granuloma por corpo estranho, ceratoacantoma, carcinoma
basocelular, carcinoma espinocelular, his_ocitoma, linfoma cutâneo,
esporotricose, cromoblastomicose, piodermites, trauma
local;histoplasmose, criptococose cutânea, micobacteriose disseminada;
hanseníase virchowiana
Leishmaniose tegumentar mucosa -
diagnós3co
Leishmaniose tegumentar mucosa
• Forma mucosa tardia: é a forma mais comum. Pode surgir até vários
anos após a cicatrização da forma cutânea. Classicamente está
associada às lesões cutâneas múl_plas ou de longa duração, às curas
espontâneas ou aos tratamentos insuficientes da LC
Leishmaniose tegumentar mucosa
• Forma mucosa sem lesão cutânea prévia:
Leishmaniose tegumentar mucosa
• Forma mucosa concomitante:
Leishmaniose tegumentar mucosa

• Forma mucosa conmgua:


Leishmaniose tegumentar mucosa

• Forma mucosa primária:


Leishmaniose tegumentar mucosa - diagnós(co
diferencial
Paracoccidioidomicose, carcinoma epidermoide, carcinoma basocelular,
linfomas, rinofima, rinosporidiose, entomonoromicose, hanseníase
Virchoviana, sífilis terciária, perfuração septal traumá_ca ou por uso de
drogas, rinite alérgica, sinusite, sarcoidose, granulomatose de Wegener
Leishmaniose tegumentar – dados epidemiológicos

Casos de leishmaniose tegumentar. Brasil, 1980 a 2021


Leishmaniose tegumentar – dados epidemiológicos

Coeficiente de Incidência para cada 100 mil habitantes, de leishmaniose tegumentar nos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEI). Brasil, 2015 a 2019
Leishmaniose tegumentar – dados epidemiológicos

Casos de leishmaniose tegumentar por região. Brasil, 2012 a 2021


Leishmaniose tegumentar – dados epidemiológicos

Casos e coeficiente de detecção de leishmaniose tegumentar. Brasil, 2012 a 2021


Leishmaniose tegumentar – dados epidemiológicos

Casos de leishmaniose tegumentar segundo sexo e faixa etária. Brasil, 2021


Leishmaniose tegumentar – dados epidemiológico

Proporção de casos de leishmaniose tegumentar segundo forma clínica por região de residência. Brasil, 2021
Leishmaniose tegumentar – dados epidemiológicos
na saúde indígena

Coeficiente de Incidência para cada 100 mil habitantes, de leishmaniose tegumentar nos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEI). Brasil, 2015 a 2019
Leishmaniose tegumentar – tratamento
• Antomiato de meglumina

• Anfotericina B
Leishmaniose tegumentar – tratamento
• Opções de tratamento para a forma cutânea localizada causada por todas espécies de Leishmania,
exceto L. guyanensis
Leishmaniose tegumentar – tratamento
• Opções de tratamento para a forma cutânea localizada ou múl:pla causada por todas espécies de
Leishmania, exceto L. guyanensis
Leishmaniose tegumentar – tratamento
• O tratamento para a forma cutânea disseminada deve ser realizado
preferencialmente em centro de referência.

Primeira escolha
• An_moniato de meglumina EV ou IM: para pacientes de todas as regiões
brasileiras, exceto aqueles com comorbidade renal, hepá_ca ou
cardíaca, gestantes e com idade maior ou igual a 50 anos.
• Anfotericina B lipossomal: idade a par_r de 50 anos; insuficiência renal,
cardíaca e hepá_ca; transplantados renais, cardíacos e hepá_cos;
gestantes de qualquer idade.
Leishmaniose tegumentar – tratamento forma
mucosa
Primeira escolha
• An_moniato de meglumina (EV ou IM) associado à pentoxifilina: para
maiores que 12 anos, exceto aqueles com comorbidade renal, hepá_ca ou
cardíaca, com história de hemorragia recente, hipersensibilidade à
pentoxifilina ou outras xan_nas, coinfectados pelo HIV, imunosuprimidos,
gestantes, nutrizes e com idade maior ou igual a 50 anos.
• An_moniato de meglumina (EV ou IM): para menores que 12 anos, exceto
aqueles com comorbidade renal, hepá_ca ou cardíaca, gestantes e com
idade maior ou igual a 50 anos.
• Anfotericina B lipossomal: idade a par_r de 50 anos; insuficiência renal,
cardíaca e hepá_ca; transplantados renais, cardíacos e hepá_cos; gestantes.
Leishmaniose tegumentar – tratamento forma
mucosa
• Segunda escolha

➔Desoxicolato de anfotericina B.
➔Ise_onato de pentamidina.
Leishmaniose tegumentar – tratamento
Atenção!

Observe esquemas terapêu_cos específicos para gestantes e co-infectados pelo


HIV
Leishmaniose tegumentar – seguimento pós
tratamento
• O critério de cura é clínico, sendo indicado o acompanhamento regular
por 12 meses para verificação da resposta terapêu_ca e também para a
detecção de possível recidiva após terapia inicial bem-sucedida.
Entretanto, para fins de encerramento do caso no Sistema de Informação
de Agravos de No_ficação (Sinan), não é necessário aguardar o término
do acompanhamento.
Febre Maculosa
Febre Maculosa
• Doença febril causada pela espiroqueta Rickepsia rickepsii
• Reservatório: carrapatos do gênero Amblyomma (A. cajennense,
A.cooperi ou dubitatum e A. aureolatum
Febre Maculosa – dados epidemiológicos

Casos confirmados, óbitos e letalidade da febre maculosa, por ano de início dos sintomas, Brasil, 2007 a 2021
Febre Maculosa – dados epidemiológicos

Casos de febre maculosa, por região e mês de início dos sintomas, Brasil, 2007 a 2021
Febre Maculosa – dados epidemiológicos

Casos noRficados para febre maculosa, segundo unidade FederaRva de noRficação, Brasil, 2011 a 2021
Febre Maculosa – quando suspeitar?
Antecedentes epidemiológicos suges^vos:
Visita na mata ou picada de carrapato previamente (usualmente 4 a 11 dias antes)

Doença Febril Aguda sem foco aparente (>38ºC por mais de cinco dias) + Presença de
escara de inoculação (lesão com centro crostoso-necró^co com halo eritematoso
circundante; indica o ponto onde foi a picada do carrapato)

Linfadenopa^a (geralmente ipsilateral à escara de inoculação); Exantema macular,


maculopapular ou maculo-vesicular (principalmente em tronco e membros); Cefaléia;
Mialgias; Artralgias; Mal-estar geral; Calafrios; Náuseas
Febre Maculosa – Aspectos clínicos
Doença infecciosa febril aguda, podendo cursar desde formas leves e ampicas
até
formas graves com elevada taxa de letalidade.
O início é abrupto e os sintomas são inicialmente inespecíficos:
• febre elevada;
• cefaleia;
Febre Maculosa – Aspectos clínicos
• mal-estar generalizado;
• náuseas e
• vômitos.
• Entre o 2o e o 6o dia da doença: exantema maculopapular,
predominantemente nas regiões palmar e plantar, que pode evoluir para
petéquias, equimoses e hemorragias.
Febre Maculosa – aspectos clínicos
Febre Maculosa – aspectos clínicos
Febre Maculosa – aspectos clínicos
Febre Maculosa – diagnós3co laboratorial

● A imunofluorescência indireta (RIFI), u_lizando anmgenos


específicos para R. rickepsii, é a mais u_lizada – considerar
posi_vo se aumento de 4 vezes no mtulo em uma segunda
amostra colhida, pelo menos, 2 semanas após a primeira.
● Outros métodos u_lizados são a reação em cadeia da
polimerase (PCR) e a imunohistoquímica.
Febre Maculosa – diagnós3co diferencial
• Leptospirose;
• Sarampo;
• Febre;
• Tifóide;
• Dengue;
Febre Maculosa – diagnós3co diferencial
• Febre Amarela,
• Meningococcemia,
• Viroses Exantemá_cas,
• Lupus,
• Febre Purpúrica Brasileira,
• Doença De Lyme
Febre Maculosa – Tratamento
Início precoce de an_bio_coterapia, quando suspeita clínica, antes mesmo da
confirmação laboratorial.
Em adultos, Cloranfenicol, 50mg/kg/dia, via oral, dividida em 4 tomadas, ou
Doxiciclina, 100mg, de 12/12 horas, via oral. Manter o esquema até 3 dias
após o término da febre.
Nos casos graves, a droga de escolha é o Clorafenicol, 500mg, EV, de 6/6
horas.
Em crianças, usar Clorafenicol, não ultrapassando 1g/dia, durante o mesmo
período. A Doxiciclina pode ser usada em crianças acima dos 8 anos, na dose
de 2 a 4mg/kg/dia, máximo de 200mg/dia, em 2 tomadas, de 12/12 horas.
Febre Maculosa – Medidas de Controle

Alertar os profissionais da rede de serviços de saúde, das áreas de


ocorrência da doença, sobre os sinais, sintomas e as orientações diagnós_cas
e terapêu_cas.
Em caso de suspeita, solicitar exame laboratorial e iniciar o tratamento
imediatamente.
Se iden_ficação do carrapato, coletá-lo com luvas e pinças e encaminhá-lo
para o laboratório de referência.
Febre Maculosa – Medidas de Controle

Iniciar, imediatamente, a inves_gação epidemiológica com busca a_va de


casos suspeitos. Orientar a comunidade sob vigilância para procurar os
serviços de saúde aos primeiros sinais da doença (febre, cefaleia e mialgias).
Preencher a ficha de no_ficação
A população deve evitar as áreas infestadas por esse artrópode e, se
possível, usar
calças e camisas de mangas compridas, roupas claras para facilitar a
visualização e, sempre, inspecionar o corpo para verificar a presença de
carrapatos.
Materiais complementares

• Ficha de no_ficação da Leischmaniose Visceral


hpp://portalsinan.saude.gov.br/leishmaniose-visceral
Referências Bibliográficas
ADOLESCENTE morre de raiva humana no Distrito Federal. CNN, 2022. Disponível em: h@ps://www.cnnbrasil.com.br/saude/adolescente-morre-de-raiva-humana-no-
distrito-federal/

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed.
rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: h@ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância da leishmaniose
tegumentar [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 189 p. Disponível em:
h@ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Situação epidemiológica das zoonoses e doenças de transmissão vetorial em áreas
indígenas. Bole=m Epidemiológico, Brasília, n. esp., abr. 2022. Disponível em: h@ps://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/bole^ns/epidemiologicos/especiais/2022/bole^m-especial-situacao-epidemiologica-das-zoonoses-e-doencas-de-transmissao-vetorial-em-
areas-indigenas

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.Monitoramento dos casos de arboviroses até a semana epidemiológica 42 de 2022.
Bole=m Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 40, out. 2022. Disponível em: h@ps://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/bole^ns/epidemiologicos/edicoes/2022/bole^m-epidemiologico-vol-53-no40/view

______. Ministério da Saúde. Quadro sobre Profilaxia da Raiva Humana (cartaz). 2022. Disponível em: h@ps://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/svsa/raiva/profilaxia-da-raiva-humana-cartaz/view

______. Ministério da Saúde. Leishmaniose Visceral: gráficos e mapas [Internet]. 2022. Disponível em: h@ps://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/l/leishmaniose-visceral/arquivos/atualizacao-21-10-2022/lv-graficos-e-mapas.pdf
Referências Bibliográficas
______. Ministério da Saúde. Distribuição da Leishmaniose Tegumentar: gráficos e mapas [Internet]. 2022. Disponível em: h@ps://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/lt/situacao-epidemiologica/arquivos/lt-graficos-e-mapas.pdf

______. Ministério da Saúde. Situação epidemiológica de Febre Maculosa, Brasil. 2007-2021 [Internet]. 2022. Disponível em: h@ps://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa/situacao-epidemiologica/situacao-epidemiologica-de-febre-maculosa-brasil-2007-2021/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. Roteiro de capacitação em diagnós=co
clínico, epidemiológico e laboratorial da febre maculosa brasileira e febre maculosa por RickeXsia Parkeri: guia do aluno [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da
Saúde, 2022. Disponível em: h@ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/roteiro_capacitacao_febre_maculosa_instrutor.pdf

MORRE 3ª ví^ma de raiva humana no Brasil em um ano. O que é a doença? Exame, 2022. Disponível em: h@ps://exame.com/ciencia/morre-3a-vi^ma-de-raiva-
humana-no-brasil-em-um-ano-o-que-e-a-doenca/

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. InfograZa - La rabia humana transmi=da por el perro en las Américas. 2019.
Disponível em: h@ps://www.paho.org/es/documentos/infografia-rabia-humana-transmi^da-por-perro-americas

WHO. Expert Consulta=on on Rabies, third report. Geneva: World Health Organiza^on; 2018 (WHO Technical Report Series, No. 1012). Disponível em:
h@ps://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272364/9789241210218-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

28 – TUBERCULOSE E HANSENÍASE

CASO CLÍNICO 2 - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 28

Tuberculose e Hanseníase

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Tuberculose e Hanseníase

A equipe multidisciplinar de saúde indígena (EMSI) do Polo Base Campo Lindo


(Tabatinga/AM) teve uma reunião de equipe muito importante na semana passada. A
nutricionista Andrea comentou que achou um comportamento estranho de dona
Dolores durante a visita domiciliar:

“Enquanto ela me mostrava como cozinhava os alimentos, dona Dolores pegou


na brasa como se pegasse num pedaço de madeira e disse que não sentia a dor
e nem o calor! Achei estranho. Você acha que isso pode ser algum problema, dr.
Claudio?”.

O doutor Cláudio demonstrou preocupação e pediu que Moisés, Agente de Saúde


Indígena (AIS), fizesse busca ativa da paciente para que ela fosse atendida o mais rápido
possível.

Hoje, o enfermeiro Manoel está com muitas demandas complexas no Polo Base Campo
Lindo e dona Dolores chegou para a sua consulta agendada pelo ACS Moisés. Dona
Dolores conversa com Manoel:

”Foi ótimo que o Moisés marcou essa consulta pra mim sem eu pedir. Há mais de
um ano que venho pensando em ver o doutor novo daqui, por causa desses
caroços nos braços e nas pernas, mas como não dói nada, não fiquei preocupada.
O que eu arrumei foi uma alergia, isso que me incomoda mais agora.”

O enfermeiro Manoel confirma no prontuário de dona Dolores que ela é uma indígena
Tikuna, de 50 anos, vive com o esposo em casa de madeira bem ventilada, atua nos
serviços do lar e na horta da aldeia. Não toma medicamentos de uso contínuo, não tem
alergia conhecida e não menstrua há 4 anos. Dona Dolores usa rapé pela manhã e não
usa bebida alcoólica. Apresenta PA: 120x80mmHg, FC: 76bpm, SatO2: 97%, peso: 60Kg,
altura: 1,50m, IMC: 26,6. Ele encaminha dona Dolores para a consulta médica.

Dr. Cláudio ainda não a conhecia apesar de já atuar no Pólo Base Campo Lindo há mais
de um ano. Ele questionou dona Dolores se ela teve contato com alguém com caroços
parecidos, e ela respondeu:
“Doutor, nunca vi ninguém com caroços parecidos com esses. Mas as minhas
duas filhas que moram na cidade estavam com manchas brancas e depois que
tomaram remédio do posto elas melhoraram. Eu também estou com essa alergia,
mas é diferente das manchas delas" - e mostrou ao médico as lesões que ela tem
no corpo.

O médico seguiu para o exame físico já com um diagnóstico em mente e registrou no


prontuário:

● Exame da pele: face e orelhas com infiltração difusa. Mais de cinco nódulos
eritematosos de cerca de 1cm de diâmetro de consistência firme, não
dolorosos em orelhas e membros superiores e inferiores. Pele difusamente
ressecada. Palma da mão direita com lesão eritematosa discreta. Plantas sem
alterações. Ausência de sensibilidade em dorso e palmas das mãos e nas
lesões hipocrômicas de dorso.
● Exame dos olhos: pupilas fotorreagentes, reflexo óculo palpebral sem
alterações.
● Palpação: Força muscular preservada. Nervos periféricos bilateralmente
(ulnar, mediano, radial, tibial e fibular): identificados e não dolorosos à
palpação, não espessados, simétricos.

Preocupado com a complexidade de dar o diagnóstico de dona Dolores, o dr. Cláudio


pergunta se tem mais alguma coisa que ela não contou para ele e ela se recorda da
alergia. Ele questiona o que ela quer dizer com “alergia” e ela responde:
“Meu nariz vive entupido e o olho coça, mesmo mantendo a casa limpa e usando
o fogão a gás”.

QUESTÕES:

1- Quais as principais hipóteses diagnósticas para dona Dolores?

Resposta: Hanseníase virchowiana, sífilis secundária, eritema multiforme, linfoma


cutâneo e neurofibromatose.

2- Quais achados clínicos e da história de dona Dolores que indicam e afastam as


hipóteses diagnósticas referidas na questão anterior?

Resposta: Hanseníase virchowiana: evolução crônica, lesões cutâneas eritematosas e


máculas, infiltração das orelhas, alteração da sensibilidade da pele, congestão nasal,
prurido ocular e contato com potencial caso de hanseníase.

Sífilis secundária: lesões palmares. Necessidade de teste rápido.

Eritema multiforme: evolução aguda, quadro cutâneo mais variado com manchas
eritematosas, placas, nódulos, bolhas, pápulas e ulcerações.

Linfoma cutâneo: infiltração difusa na pele com nódulos e placas, prurido. Necessidade
de investigação laboratorial.

Neurofibromatose: tumorações são de consistência amolecida ou elástica, as manchas


são cor “café-com-leite”, difusas, indolores e sem alteração da sensibilidade.

3 - Qual a conduta do doutor Cláudio no caso da dona Dolores?

Resposta: Notificação de hanseníase multibacilar virchowiana.

Exame físico completo com avaliação neural e de grau de incapacidade.

Conversar sobre a necessidade de busca ativa de contactantes.

Esclarecer que dona Dolores tem uma doença grave, mas que com tratamento adequado
ela ficará curada. Explicar que o período de tratamento é de 12 meses, que ela tomará a
medicação todos os dias sempre no mesmo horário e que uma vez ao mês ela receberá
a dose supervisionada por um profissional de saúde.

Prescrever o tratamento para hanseníase multibacilar.

4- Qual o tratamento indicado para dona Dolores?

Resposta: tratamento para hanseníase multibacilar, paciente de 60kg: dose mensal


supervisionada de Rifampicina 600mg, Clofazimina 300mg e Dapsona 100mg e dose
diária autoadministrada de Clofazimina 50mg e Dapsona 100mg por 12 meses.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e
eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-
operacional [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em:
http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/diretrizes_para_._elimina
cao_hanseniase_-_manual_-_3fev16_isbn_nucom_final_2.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o
Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tubercu
lose_brasil_2_ed.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de


Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase [recurso eletrônico]. Brasília:
Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hanseniase/publicacoes/protocolo-clinico-e-diretrizes-
terapeuticas-da-hanseniase-2022/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.


Tuberculose 2023. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., mar. 2023. Disponível
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim-epidemiologico-
de-tuberculose-numero-especial-
mar.2023/view#:~:text=N%C3%BAmero%20Especial%20%7C%20Mar.-
,2023,compat%C3%ADveis%20com%20os%20problemas%20identificados.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Hanseníase 2023. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., jan. 2023. Disponível
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/h/hanseniase/publicacoes/boletim-epidemiologico-de-hanseniase-numero-especial-
jan.2023
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

28 – TUBERCULOSE E HANSENÍASE

CASO CLÍNICO 2

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 28

Tuberculose e Hanseníase

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Tuberculose e Hanseníase

A equipe multidisciplinar de saúde indígena (EMSI) do Polo Base Campo Lindo


(Tabatinga, AM) teve uma reunião de equipe muito importante na semana passada. A
nutricionista Andrea comentou que achou um comportamento estranho de dona
Dolores durante a visita domiciliar:

“Enquanto ela me mostrava como cozinhava os alimentos, dona Dolores pegou


na brasa como se pegasse num pedaço de madeira e disse que não sentia a dor
e nem o calor! Achei estranho. Você acha que isso pode ser algum problema, dr.
Claudio?”.

O doutor Cláudio demonstrou preocupação e pediu que Moisés, Agente de Saúde


Indígena (AIS), fizesse busca ativa da paciente para que ela fosse atendida o mais rápido
possível.

Hoje, o enfermeiro Manoel está com muitas demandas complexas no Polo Base Campo
Lindo e dona Dolores chegou para a sua consulta agendada pelo ACS Moisés. Dona
Dolores conversa com Manoel:

”Foi ótimo que o Moisés marcou essa consulta pra mim sem eu pedir. Há mais de
um ano que venho pensando em ver o doutor novo daqui, por causa desses
caroços nos braços e nas pernas, mas como não dói nada, não fiquei preocupada.
O que eu arrumei foi uma alergia, isso que me incomoda mais agora.”

O enfermeiro Manoel confirma no prontuário de dona Dolores que ela é uma indígena
Tikuna, de 50 anos, vive com o esposo em casa de madeira bem ventilada, atua nos
serviços do lar e na horta da aldeia. Não toma nenhuma medicação crônica, não tem
nenhuma alergia e não menstrua há 4 anos. Dona Dolores usa rapé pela manhã e não
usa bebida alcoólica. Apresenta PA: 120x80mmHg, FC: 76bpm, SatO2: 97%, peso: 60Kg,
altura: 1,50m, IMC: 26,6. Ele encaminha dona Dolores para a consulta médica.

Dr. Cláudio ainda não a conhecia apesar de já atuar no Pólo Base Campo Lindo há mais
de um ano. Ele questionou dona Dolores se ela teve contato com alguém com caroços
parecidos, e ela respondeu:
“Doutor, nunca vi ninguém com caroços parecidos com esses. Mas as minhas
duas filhas que moram na cidade estavam com manchas brancas e depois que
tomaram remédio do posto elas melhoraram. Eu também estou com essa alergia,
mas é diferente das manchas delas" - e mostrou ao médico as lesões que ela tem
no corpo.

O médico seguiu para o exame físico já com um diagnóstico em mente e registrou no


prontuário:

● Exame da pele: face e orelhas com infiltração difusa. Mais de cinco nódulos
eritematosos de cerca de 1cm de diâmetro de consistência firme, não dolorosos
em orelhas e membros superiores e inferiores. Pele difusamente ressecada.
Palma da mão direita com lesão eritematosa discreta. Plantas sem alterações.
Ausência de sensibilidade em dorso e palmas das mãos e nas lesões
hipocrômicas de dorso.
● Exame dos olhos: pupilas fotorreagentes, reflexo óculo palpebral sem
alterações.
● Palpação: Força muscular preservada. Nervos periféricos bilateralmente (ulnar,
mediano, radial, tibial e fibular): identificados e não dolorosos à palpação, não
espessados, simétricos.

Preocupado com a complexidade de dar o diagnóstico de dona Dolores, o dr. Cláudio


pergunta se tem mais alguma coisa que ela não contou para ele e ela se recorda da
alergia. Ele questiona o que ela quer dizer com “alergia” e ela responde:
“Meu nariz vive entupido e o olho coça, mesmo mantendo a casa limpa e usando
o fogão a gás”.

QUESTÕES:

1- Quais as principais hipóteses diagnósticas para dona Dolores?

2- Quais achados clínicos e da história de dona Dolores que indicam e afastam as


hipóteses diagnósticas referidas na questão anterior?

3 - Qual a conduta do doutor Cláudio no caso da dona Dolores?

4- Qual o tratamento indicado para dona Dolores?


Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e
eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-
operacional [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em:
http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/diretrizes_para_._elimina
cao_hanseniase_-_manual_-_3fev16_isbn_nucom_final_2.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o
Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tubercu
lose_brasil_2_ed.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de


Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase [recurso eletrônico]. Brasília:
Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hanseniase/publicacoes/protocolo-clinico-e-diretrizes-
terapeuticas-da-hanseniase-2022/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.


Tuberculose 2023. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., mar. 2023. Disponível
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim-epidemiologico-
de-tuberculose-numero-especial-
mar.2023/view#:~:text=N%C3%BAmero%20Especial%20%7C%20Mar.-
,2023,compat%C3%ADveis%20com%20os%20problemas%20identificados.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.


Hanseníase 2023. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., jan. 2023. Disponível
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/h/hanseniase/publicacoes/boletim-epidemiologico-de-hanseniase-numero-especial-
jan.2023
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

28 – TUBERCULOSE E HANSENÍASE

CASO CLÍNICO - RESPOSTA

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 28

Tuberculose e Hanseníase

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Tuberculose e Hanseníase

O enfermeiro Manoel, do Polo Base Campo Lindo, recebeu na triagem o Sr. José,
morador da aldeia Serra das Flores a 10km da zona urbana do município de Tabatinga.
O sr. José é indígena, tem 40 anos de idade e é natural de Tabatinga, Amazonas e reside
na terceira casa à beira do Igarapé Verde. O Sr. José desenvolve atividade de pesca em
sua aldeia.
Na entrevista o Sr. José contou a seguinte história ao enfermeiro Manoel:
“Estou com uma tosse há mais ou menos três meses, primeiro ela estava seca e
agora é um catarrão amarelo. No final da tarde e início da noite eu fico bem
quente, sinto muito frio e quando chega a noite eu pingo de suor. E ainda
emagreci demais porque não caibo mais nas roupas. Já passei no posto lá da
cidade, tomei um xarope que parou a tosse uns dias, mas agora o catarro tem
riscos de sangue.”

QUESTÕES:
1. Quais sintomas o enfermeiro Manoel registrou no prontuário durante o
acolhimento?
Resposta: Durante o acolhimento o enfermeiro deve registrar os sintomas: tosse
produtiva com hemoptise, febre vespertina e emagrecimento.

2. Você perguntaria mais alguma informação durante a triagem?


Resposta: Questionar uso de tabaco, buscando tanto diagnóstico diferencial do quadro,
como hábitos que podem piorar os sintomas. É necessário também questionar com
quantas pessoas ele vive e qual a situação de moradia, a fim de investigar risco de
contágio.

Voltando ao caso clínico:


O enfermeiro Manoel encaminha o Sr. José para consulta médica com o doutor
Cláudio no mesmo dia. Na consulta o sr. José negou usar qualquer medicação e relatou
nunca ter tido doenças pulmonares.
Durante a entrevista sobre a história familiar e social, o sr. José contou que reside
em casa de três cômodos (sala, cozinha e banheiro) com duas portas e duas janelas, com
circulação de ar. Ele vive com os pais e dois irmãos de 38 e 36 anos. O pai é hipertenso
controlado, a mãe e os irmãos não usam nenhuma medicação. Negou contato com
alguém que estivesse tossindo. Também contou que fuma e faz uso de bebida alcoólica
desde os 18 anos. O doutor Cláudio calculou que a carga tabágica do sr. José é de 22
maços-ano.

QUESTÕES:
3. Quais comorbidades devem ser investigadas no atendimento do sr. José?
Resposta: Considerando que o sr. José tem um acometimento respiratório, é importante
identificar outras morbidades, como: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC),
pneumonias, asma, diagnóstico prévio de HIV/AIDS ou de tuberculose.

4. Quais aspectos da história do sr. José que indicam fatores de risco para o
diagnóstico de doenças infecciosas?
Resposta: Os aspectos de vulnerabilidade são: tabagismo, uso de álcool, baixa
escolaridade e más condições de moradia.

Voltando ao caso clínico:


O doutor Cláudio achou apropriado realizar o exame físico nesse momento e registrou
o seguinte no prontuário:
Sinais vitais: PA: 120/70 mmHg,
FC = 80 bpm, FR = 30 irpm.
T. axilar = 37,8oC.
Peso = 48 kg. IMC = 17,63.
Mucosas: hipocoradas ++/4, hidratadas, acianóticas, anictéricas.
Cabeça e pescoço: sem linfadenopatias, dentes molares inferiores extraídos, demais
com regular estado de conservação.
Aparelho cardiovascular: ritmo cardíaco regular em 2T, bulhas normofonéticas, sem
sopros, pulsos sem alterações.
Aparelho digestivo: peristalse presente, timpânico, não palpo massas ou
visceromegalias.
Aparelho respiratório: inspeção sem alterações, palpação com expansibilidade
diminuída em terço médio de hemitórax direito, frêmito tóraco vocal e percussão
aumentados em hemitórax direito, e ausculta com crepitações em todas as fases de
respiração em hemitórax direito.
Membros: sem edemas, pulsos pediosos palpáveis.
Sistema nervoso: sem anormalidades Sistema osteoarticular: sem alterações.

QUESTÕES:
5. Qual é a hipótese diagnóstica mais provável? Porquê?
Resposta: A principal hipótese diagnóstica é tuberculose porque apresenta febre
vespertina, emagrecimento e tosse produtiva há mais de 3 semanas. Os hábitos de
tabagismo e uso de álcool e as condições de habitação favorecem a infecção respiratória.
O tempo arrastado de evolução do quadro respiratório diminui a possibilidade de
pneumonia bacteriana e viral. Como não há relato de outras queixas respiratórias como
sibilância/chiado no peito e dispnéia, por exemplo, diminui a possibilidade de DPOC
exacerbado ou com infecção secundária, ou de neoplasia pulmonar.

6. Quais exames o dr. Cláudio deve solicitar para confirmar a hipótese diagnóstica
mais provável?
O dr. Cláudio deve solicitar: radiografia de tórax e exame de escarro por baciloscopia ou
teste rápido molecular para tuberculose, a depender da disponibilidade do município.

Voltando ao caso clínico:


Na consulta de retorno, o Sr. José trouxe o resultado dos exames:
- Baciloscopia positiva +++/4;
- Radiografia de tórax sem laudo, conforme imagem a seguir:
QUESTÃO
7. Após o resultado dos exames, qual o diagnóstico?
Resposta: Tuberculose pulmonar.

8. Qual o tratamento farmacológico indicado para o Sr. José? (considerar peso: 48


Kg)

Resposta: Considerando o peso inicial do paciente de 48 Kg, a prescrição farmacológica


de Sr. José deve ser o esquema da fase de ataque com Rifampicina, Isoniazida,
Pirazinamida e Etambutol (RHZE) 3 comprimidos, via oral por 2 meses. Em seguida, a
fase de manutenção por 4 meses com Rifampicina e Isoniazida (RH) 1 comprimido
300/150mg + 1 comprimido 150/75 mg ou 3 comprimidos de 150/75 mg.

9. Qual a importância na notificação de agravos?

Resposta: Todos os casos confirmados de TB devem ser notificados na ficha do Sistema


Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) que pode ser encontrada na Unidade Básica
de Saúde. A ficha deve ter todos os campos preenchidos com letra legível e com a
legenda apropriada de cada ficha de notificação. Os dados contidos nesta ficha são
importantes para o planejamento de estratégias para o controle da tuberculose. Deve-
se preencher o livro de Registro de pacientes e controle de tratamento dos casos de TB e
demais documentos sistematizados da prefeitura ou unidade de saúde.

10. O que é fundamental de ser conversado com o Sr. José no momento de contar o
diagnóstico e de definir o plano?

Resposta: Explicar que a tuberculose pulmonar é uma doença grave mas que tem
tratamento eficaz se for realizado da maneira correta e que ele vai ser curado da
tuberculose. Esclarecer que esse tratamento é gratuito pelo SUS.
É fundamental explicar que a tuberculose é transmitida (por aerossóis) durante a fala,
espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa e é necessário que todos os contatos
próximos, principalmente os domiciliares, sejam avaliados e que o agente de saúde
indígena responsável realizará busca ativa dessas pessoas.
Incentivar a interrupção do tabagismo e do uso de bebida alcoolica.
Falar sobre os efeitos adversos, como a cor avermelhada da urina, suor e fezes, causada
pela Rifampicina.

Referências

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das


Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose
no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuber
culose_brasil_2_ed.pdf
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
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28 – TUBERCULOSE E HANSENÍASE

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
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Doenças e Agravos

TEMA 28

Tuberculose e Hanseníase

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico Tuberculose e Hanseníase

O enfermeiro Manoel, do Polo Base Campo Lindo, faz o acolhimento do Sr. José,
morador da aldeia Serra das Flores a 10km da zona urbana do município de Tabatinga.
Manoel anotou os dados de identificação, destacando que o sr. José é indígena, tem 40
anos de idade e é natural de Tabatinga, Amazonas. O sr. José reside na terceira casa à
beira do Igarapé Verde. O Sr. José desenvolve atividade de pesca em sua aldeia.
Na entrevista o Sr. José contou a seguinte história ao enfermeiro Manoel:
“Estou com uma tosse há mais ou menos três meses, primeiro ela estava seca e
agora é um catarrão amarelo. No final da tarde e início da noite eu fico bem
quente, sinto muito frio e quando chega a noite eu pingo de suor. E ainda
emagreci demais porque não caibo mais nas roupas. Já passei no posto lá da
cidade, tomei um xarope que parou a tosse uns dias, mas agora o catarro tem
sangue (hemoptóicos).”

Observação: Hemoptóicos são o escarro com raias de sangue; hemoptise é o sangue vivo
eliminado pela glote.

QUESTÕES:
1. Quais sintomas o enfermeiro Manoel registrou no prontuário durante o
acolhimento?

2. Faltou algum dado importante que poderia ter sido anotado no momento do
acolhimento?

Continuando o caso clínico…


O enfermeiro Manoel encaminha o Sr. José para consulta médica com o doutor Cláudio,
nas vagas para demanda espontânea. O médico fez a história de comorbidades,
detectando que ele teve sarampo, catapora, rubéola e caxumba na infância. Negou
quaisquer doenças pulmonares no passado, assim como negou diabetes mellitus,
problemas hepáticos ou renais. Informou, ainda, que não usa medicações de rotina.
Em relação à história social e familiar, o sr. José informa que tem renda familiar de um
e meio salário mínimo; reside em casa de três cômodos (sala/quarto, cozinha e
banheiro) com duas portas e uma janela externa, com geladeira, televisão, rádio e fogão
a gás. Com ele coabitam a mãe, o pai e duas irmãs (uma de 16 anos e outra de 20 anos),
todos sadios. Negou contato com alguém que estivesse tossindo. Também contou que
fuma e faz uso de bebida alcoólica desde os 18 anos.
O doutor Cláudio calculou que a carga tabágica do sr. José é de 22 maços/ano.

QUESTÕES:
3. Quais as informações sobre comorbidades que você considera que são
importantes para serem levantados durante a consulta médica do sr. José?

4. Que elementos sociais, condições de habitação e história familiar são relevantes


na história de vida do Sr. José? Porquê?

5. Que hábitos nocivos são importantes para serem destacados na história do Sr.
José?

Continuando o caso clínico…


O doutor Cláudio achou apropriado realizar o exame físico nesse momento e registrou
o seguinte no prontuário:
Sinais vitais: PA: 120/70 mmHg,
FC = 80 bpm, FR = 30 irpm.
T. axilar = 37,8oC.
Peso = 48 kg. IMC = 17,63.
Mucosas: hipocoradas ++/4, hidratadas, acianóticas, anictéricas.
Cabeça e pescoço: sem linfadenopatias, dentes em razoável estado de conservação.
Aparelho cardiovascular: ritmo cardíaco regular em 2T, bulhas normofonéticas, sem
sopros, pulsos sem alterações.
Aparelho digestivo: peristalse presente, timpânico, não palpo massas ou
visceromegalias.
Aparelho respiratório: inspeção sem alterações, palpação com expansibilidade
diminuída em terço superior de hemitórax direito, frêmito toracovocal sem alterações,
percussão com som claro pulmonar e ausculta com crepitações em todas as fases de
respiração em terço superior de hemitórax direito e terço médio esquerdo.
Membros: sem edemas, pulsos pediosos palpáveis.
Sistema nervoso: sem anormalidades Sistema osteoarticular: sem alterações.

QUESTÕES:
6. Qual é a hipótese diagnóstica mais provável?

7. Quais exames devem ser pedidos para a confirmação da hipótese diagnóstica


mais provável?

Continuando o caso clínico…


No retorno para avaliação, o Sr. José retornou com o resultado dos exames:
- Baciloscopia positiva +++/4;
- RX de tórax a seguir com laudo indicando “Adequada expansibilidade, com
infiltrado em lobo superior direito com cavitação na base do lobo superior do
hemitórax esquerdo. Seios costofrênicos livres, ausência de derrame pleural.”

QUESTÃO
8. Após o resultado dos exames, qual o diagnóstico?

9. Qual o tratamento farmacológico indicado para o Sr. José? (considerar peso: 48


Kg)

10. Qual a importância na notificação de agravos?

11. O que é fundamental de ser esclarecido para o Sr. José ao dar o diagnóstico e
instituir o tratamento?

Referências

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das


Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose
no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuber
culose_brasil_2_ed.pdf
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

Tuberculose e Hanseníase
Tuberculose
Introdução:

• A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta


prioritariamente os pulmões;

• Pode acometer outros órgãos, como ossos, rins e meninges;

• No Brasil, a doença é um sério problema da saúde pública, com profundas


raízes sociais.
Tuberculose
• Agente etiológico: bactéria Mycobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch (BK);

• Outras espécies também podem causar


a tuberculose: M. bovis, M. africanum, M.
canetti, M. microti, M. pinnipedi e M.
caprae.
Tuberculose
• Problema de saúde pública mundial, tendo sido a causa de 50% de todas
as mortes durante o século XIX e início do século XX.

• O surgimento da AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose


resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário.

• O principal reservatório da tuberculose é o ser humano.

• Outros possíveis reservatórios: gado bovino, primatas, aves e outros


mamíferos.
Epidemiologia da tuberculose
• De acordo com a nova classificação da OMS 2016-2020, o Brasil ocupa a 20ª
posição na lista dos trinta países prioritários para TB e a 19ª posição na lista dos
trinta países prioritários para TB-HIV;

• No Brasil, a TB é a 4a causa de morte por doenças infecciosas e a 1a causa de


morte dentre as doenças infecciosas definidas dos pacientes com AIDS;

• Em 2021, 5.072 óbitos, perfazendo um coeficiente de 2,38 óbitos por TB por 100
mil hab, com aumento relativo de 10,7%, em comparação com 2019.
Epidemiologia da tuberculose
Pandemia de COVID-19
• Em 2021, as mortes por tuberculose aumentaram pela primeira vez em mais de
10 anos;

• A crise sanitária e social - impacto negativo no acesso ao diagnóstico e ao


tratamento da doença;

• Progressos dos anos anteriores à pandemia estagnaram ou se reverteram;

• Comprometeu o seguimento das pessoas em tratamento, a continuidade da


busca ativa e o de rastreamento de contatos.
Epidemiologia da tuberculose
Pandemia de COVID-19
• Escma-se que no primeiro ano da pandemia, no mundo, aproximadamente 10,1
milhões de pessoas desenvolveram TB, mas apenas 5,8 milhões (57,4%) foram
diagnosccadas e nocficadas;

• Uma redução de 18% em relação a 2019, quando foram nocficados pelos países
7,1 milhões de casos dos 10 milhões (71%) escmados;

• Em 2021, 10,6 milhões de pessoas adoeceram por TB, das quais 6,4 milhões
(60,4%) foram nocficadas, o que representa uma recuperação parcial na
subdetecção de pessoas com TB no mundo.
Epidemiologia da tuberculose
Pandemia de COVID-19
• O número de pessoas com TB não diagnosticadas e não tratadas aumentou;

• Como consequência, espera-se que ocorra mais transmissão comunitária da


infecção;

• Consequentemente, um aumento no número de pessoas desenvolvendo TB nos


próximos anos;

• Impacto nos óbitos pela doença.


Incidência da tuberculose, 2012 - 2022
Coeficiente de incidência de tuberculose
(casos por 100 mil hab.) Brasil, 2022.
Mortalidade da tuberculose, 2012 - 2022
Coeficiente de mortalidade por tuberculose
(óbitos por 100 mil hab.) Brasil, 2021.
Populações vulneráveis
Número de casos novos de tuberculose diagnosticados em
populações em situação de vulnerabilidade (Brasil, 2015 a 2022)
TB na saúde indígena
• Em 2022, a população indígena representou 1% (n=805) dos casos novos de TB
registrados no país;

• O risco aumentado de adoecimento nessa população sugere que a TB afeta


desproporcionalmente os indígenas brasileiros;

• Redução da proporção de cura (que declinou de 79,9% em 2019 para 74,4% em


2021) e aumento de casos com tratamento interrompido e desfecho ignorado;

• Desafios: dificuldade de acesso geográfico às comunidades indígenas


brasileiras; carência de infraestrutura local e recursos; lacunas no icnerário
terapêucco, com consequente desconcnuidade das ações de saúde.
Transmissão
• A tuberculose é uma doença de transmissão aérea – ocorre a partir da
inalação de aerossóis;

• Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose


ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos;

• Estima-se que uma pessoa com baciloscopia positiva infecte de 10 a 15


pessoas em média, em uma comunidade, durante um ano.
Transmissão
• A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo estiver
eliminando bacilos.

• Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a


diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a
níveis insignificantes.

• No entanto, o ideal é que as medidas de controle de infecção sejam


implantadas até que haja a negativação da baciloscopia. Crianças com
tuberculose pulmonar geralmente são negativas à baciloscopia.
Transmissão
Estima-se que 10% das pessoas que foram infectadas pelo M. tuberculosis
adoeçam:

• 5% nos dois primeiros anos que sucedem a infecção;


• 5% ao longo da vida, caso não recebam o tratamento preventivo
preconizado;
• O risco de adoecimento por TB pode persistir por toda a vida.
Transmissão
• TB primária - ocorre logo após a infecção, é comum em crianças e nos pacientes
com condições imunossupressoras;

• É uma forma grave, porém com baixo poder de transmissibilidade;

• Em outras circunstâncias, o sistema imune é capaz de contê-la, pelo menos


temporariamente.
Transmissão
• TB pós-primária (ou secundária) - Os bacilos podem permanecer como latentes
por muitos anos até que ocorra a reativação, produzindo a chamada;

• Em 80% dos casos acomete o pulmão, e é frequente a presença de cavidade;

• A reinfecção pode ocorrer se a pessoa tiver uma nova exposição, sendo mais
comum em áreas onde a prevalência da doença é alta.
Manifestações Clínicas
Manifestações Clínicas
• Principal sintoma: a tosse (seca ou produtiva);

• Outros sinais e sintomas: perda de apetite; febre vespertina; sudorese


noturna; emagrecimento; cansaço ou fadiga;

• A forma extrapulmonar ocorre mais comumente em pessoas que vivem


com o HIV/aids, especialmente entre aquelas com comprometimento
imunológico.
Manifestações Clínicas
• Expectoração: purulenta ou mucoide, com ou sem sangue;
• Febre: vespercna, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5ºC;
• Sudorese noturna e anorexia são comuns;
• Exame qsico:
● Geralmente fácies de doença crônica e emagrecimento;
● A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do murmúrio
vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal.
Manifestações Clínicas
• TB Pulmonar: Primária, Pós-primária, Miliar;

• TB Extrapulmonar: as principais formas diagnosccadas em nosso meio são:


● TB pleural;
● Empiema pleural tuberculoso;
● TB ganglionar periférica;
● TB meningoencefálica;
● TB pericárdica;
● TB óssea.
Complicações
A tuberculose, se não tratada corretamente, pode apresentar
complicações, manifestando-se em formas graves.
Nessas situações, os seguintes sinais e sintomas podem ser observados:

• dispneia;
• hemoptise;
• atelectasia;
• empiema pulmonar;
• dor torácica.
Diagnóstico Diferencial – TB Pulmonar
Diagnóstico
Para o diagnóscco da tuberculose são uclizados os
seguintes exames:

• baciloscopia;
• teste rápido molecular para tuberculose;
• cultura para micobactéria;
• invescgação complementar por exames de imagem.
Diagnóstico
1) Pesquisa de BAAR em escarro (Baciloscopia)

● Para diagnóscco: 2 amostras;


● Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar;
● Métodos: baciloscopia direta; métodos moléculares;
● Suspeita clínica de TB extrapulmonar: exame em materiais biológicos
diversos;
● Uclizada para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares
com confirmação laboratorial.
Diagnóstico
1) Pesquisa de BAAR em escarro (Baciloscopia) -
Leitura e interpretação dos resultados:
Procedimentos recomendados na orientação ao paciente para a
coleta de escarro
DiagnósIco

2) Teste Rápido Molecular para Tuberculose

• Utiliza a técnica de biologia molecular PCR


em tempo real;
• Detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e
identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, um dos principais
medicamentos usados no tratamento.
DiagnósIco
2) Resultados do Teste Rápido Molecular para Tuberculose
Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e
laríngea em adultos e adolescentes baseado no TRM-T
Diagnóstico
3) Cultura para Micobactéria

• Suspeita clínica e/ou radiológica de TB


com baciloscopia repetidamente
negativa;
• Populações vulneráveis e imunodeprimidos;
• Suspeitos de TB com dificuldades de obtenção da amostra;
• Suspeitos de TB extrapulmonar;
• Casos suspeitos de infecções causadas por micobactérias
não tuberculosas.
Diagnóstico
4) Investigação complementar por exames de imagem

• Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita


clínica de TB pulmonar;
• Na investigação de contactantes sintomáticos;
• Até 15% dos casos de TB pulmonar não apresentam
alterações radiológicas.
Diagnóstico

• Cavitação pulmonar;
• Condensação pulmonar;
• Opacidade pulmonar;
• Infiltrado pulmonar
difuso (padrão miliar);
• Padrão misto.
Tratamento – Tuberculose tem cura!
Tratamento
Para a escolha terapêutica, consideramos:

• Caso novo ou virgem de tratamento: pessoas que


nunca se submeteram ao tratamento anti-TB, ou o fizeram por até
30 dias;

• Abandono: pessoa que deixou de tomar a medicação por mais de 30


dias consecutivos;

• Retratamento ou com tratamento anterior: pessoa já tratada para TB


por mais de 30 dias, que venha a necessitar de novo tratamento por
recidiva após cura ou retorno após abandono.
Referência para o tratamento

Fonte: Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde,


2011.
Esquema básico de tratamento

Rifampicina (R)
Fase
Isoniazida (H)
intensiva
Pirazinamida (Z)
2 meses
Etambutol (E)
ESQUEMA
BÁSICO
6 meses
Fase
Manutenção Rifampicina (R)
4 meses Isoniazida (H)

Para o tratamento de adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade).


Esquema básico de tratamento
Esquema básico de tratamento
Considerações sobre o tratamento

• Tratamento das formas extrapulmonares tem a duração de seis meses, exceto


as formas meningoencefálica e osteoarccular;
• Tratamento da TB em PVHIV tem duração de seis meses;
• Se TB apresentar evolução clínica não sacsfatória, pode ser prolongado na
segunda fase, de quatro para sete meses, definido na referência secundária
da tuberculose;
• Uma vez iniciado o tratamento, ele não deve ser interrompido, salvo após
uma rigorosa revisão clínica e laboratorial que determine mudança de
diagnóscco.
Seguimento do tratamento
Testagem de HIV em pessoas com TB
Efeitos adversos do
tratamento
Reações adversas menores
aos fármacos do Esquema
Básico:
• Não há necessidade de
alteração da composição
do esquema;
• Manejadas na APS;
• Devem ser notificadas à
Anvisa, pelo sistema
VigiMed.
Efeitos adversos do
tratamento
Reações adversas maiores
aos fármacos do Esquema
Básico
• Avaliar clinicamente a
necessidade de internação
hospitalar;
• Referenciar para atenção
secundária/terciária;
• Devem ser notificadas à
Anvisa, pelo sistema
VigiMed.
Efeitos adversos do
tratamento

Reações adversas maiores


aos fármacos do Esquema
Básico
Seguimento clínico
Tratamento Diretamente
Observado (TDO):

• Estratégia nacional de supervisão de


tratamento;

• Supervisão diária da administração dos medicamentos, ou no


mínimo 3 observações semanais;

• O papel do Agente Comunitário de Saúde é fundamental.


Seguimento clínico - TDO
• Disponibilizar o TDO para todas as pessoas em tratamento para
tuberculose;
• Ter profissional responsável pelo TDO reconhecido pela equipe e
paciente;
• Flexibilizar o atendimento de acordo com a conveniência do
paciente, compatibilizando o horário da sua chegada com as rotinas
do serviço, de modo a evitar tempo prolongado de espera;
• Disponibilizar copo, água potável e local adequado com conforto e
privacidade;
• Organizar os registros preconizados pelo Ministério da Saúde;
Seguimento clínico - TDO
Indicação de Investigação de ILTB
Indicação de InvesIgação de ILTB –
Prova Tuberculínica
● Não há evidências para utilização de PT como método auxiliar no diagnóstico de
TB pulmonar ou extrapulmonar no adulto;
● PT positiva não confirma o diagnóstico de TB ativa e PT negativa não o exclui;
● Assim, a PT é indicada para:
● Identificar casos ILTB em adultos e crianças;
● Auxiliar no diagnóstico de TB ativa em crianças.
Tratamento da Infecção Latente de
Tuberculose (ILTB)
• Isoniazida

• Duração mínima de 6 meses;


• Redução de 60 a 90% do risco de adoecimento;
• Indicações:
● Crianças(<10 anos) contatos de pacientes bacilíferos : PPD > ou = 5mm se
não vacinadas, ou, vacinadas há mais de 2 anos ou imunossuprimidas / PT >
ou = 10 mm em vacinadas há menos de 2 anos;
● Em adultos e adolescentes (> 10 anos): a indicação de tratamento deve ser
avaliado em cada caso, pelo risco de hepatogenicidade.
Vigilância
Epidemiológica

Fluxograma para investigação de


contatos adultos e adolescentes
(≥10 anos de idade)

Conversão: Quando há um incremento de


pelo menos 10 mm em relação a PT anterior.
A PT estimula a resposta imune à BCG
realizada ao nascimento, por isso é
necessário aumento na PT após uma
avaliação inicial.
Vigilância
Epidemiológica

Fluxograma para investigação de


contatos crianças (< 10 anos de
idade)
SintomáFco: Empregar o quadro de pontuação.
PT com critério para ILTB: ≥ 5 mm em crianças
contato independente da vacinação com BCG.

Conversão: Quando há um incremento de pelo


menos 10 mm em relação a PT anterior. A PT
esFmula a resposta imune à BCG realizada ao
nascimento, por isso a necessidade do aumento na
PT após uma avaliação inicial.
Vigilância Epidemiológica
• Importante:
• Recomenda-se que a todos os contatos sintomáticos ou assintomáticos seja
ofertada a testagem para o HIV;
• Doença de notificação compulsória;
• Não há necessidade de ambientes especiais nas UBS para atendimento de TB;
• Pacientes em tratamento com boa evolução clinica e acompanhamento
adequados já não contaminam após 2 ou 3 semanas de tratamento;
• Avaliar sempre as condições laborais e a necessidade de Atestado Médico de
afastamento durante este período;
• Orientações gerais quanto à ventilação de ambientes e o cuidado em
aglomerações são fundamentais.
Vigilância Epidemiológica
CONTACTANTES

A BUSCA ATIVA de todos os contactantes é de


PESQUISA DE

responsabilidade da equipe de Atenção


Básica!

• Prevenção do adoecimento;
• Diagnóstico precoce de casos de doença ativa;
• Interrupção da cadeia de transmissão.
BUSCA ATIVA de Sintomáticos Respiratórios
• Perguntar sobre a presença e duração da tosse na população alvo;
• Orientar sobre a coleta do exame de escarro (técnica e local apropriado de coleta);
• Coletar duas amostras de escarro, uma no momento da idencficação e outra no
dia seguinte (para baciloscopia);
• Registrar as acvidades no instrumento padronizado (livro do SR);
• Fluxo para atendimento dos casos posicvos e negacvos;
• Avaliar rocneiramente a acvidade da busca por meio dos
indicadores adequados.
BUSCA ATIVA de Sintomáticos Respiratórios
BUSCA ATIVA de SintomáIcos Respiratórios
Vacinação
• A vacina BCG está, prioritariamente, indicada para crianças de 0 a 4
anos, 11 meses e 29 dias de idade;

• A vacina previne especialmente as formas graves da doença, como TB


miliar e meníngea na criança.
Hanseníase
Introdução
• A hanseníase, conhecida antigamente como Lepra, é uma doença infecciosa,
transmissível e de caráter crônico, de ocorrência mundial.

• É de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território


brasileiro;

• Atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias;

• Ocasiona lesões neurais, apresentando alto poder incapacitante;

• Historicamente, estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.


Introdução

Agente ecológico: Micobacterium


leprae;

Bacilo álcool-ácido resistente que tem a


capacidade de infectar grande número
de indivíduos, e acnge principalmente a
pele e os nervos periféricos.
Introdução
• É necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas
uma pequena parcela da população infectada realmente adoece;

• O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo, entre os países que registram casos


novos. Em razão da elevada carga, a doença permanece como um importante
problema de saúde pública no País;

• Em 2021, 106 países reportaram à Organização Mundial da Saúde (OMS)


140.594 casos novos da doença no mundo;

• A taxa de detecção de casos novos aumentou 10,2% em comparação com


2020.
Introdução
• Transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), por meio do convívio
próximo e prolongado com uma pessoa doente sem tratamento;

• A hanseníase apresenta longo período de incubação, em média de 2 a 7 anos;

• Está associada à pobreza e ao acesso precário à moradia, alimentação, cuidados


de saúde e educação.

• Evolução clínica lenta e progressiva e, quando não tratada ou tardiamente


tratada, pode causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes
irreversíveis.
Hanseníase: ATENÇÃO
Epidemiologia
• Registro de casos com distribuição heterogênea no país, com elevadas
concentrações nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, importantes
áreas de transmissão da doença;

• O número de casos em tratamento no final de 2021 foi de 22.426, com uma


taxa de prevalência de 1,05 por 10 mil habitantes;

• No período de dez anos, o Brasil apresentou uma redução de 30,4% na taxa


de prevalência, contudo, não houve mudança no parâmetro oficial de
endemicidade, que permaneceu como “médio”.
Epidemiologia na Pandemia de COVID-19
• Em 2020, a pandemia pelo novo coronavírus causou uma redução de 37% na
detecção global de casos de hanseníase;

• No Brasil, a diminuição na detecção de casos novos foi de 35%;

• Redução reflete fatores operacionais e não uma tendência epidemiológica;

• Nos úlcmos cinco anos (2017 a 2021), foram diagnosccados no Brasil


119.698 casos novos de hanseníase.
Epidemiologia
Clusters definem áreas com
maior risco e onde se encontra a
maioria dos casos.

Os dez primeiros clusters de alto


risco da taxa de detecção geral
de hanseníase, identificados por
meio da estatística Scan espaço-
temporal. Brasil, 2013 a 2021.
Taxa de detecção geral de casos novos de hanseníase por 100 mil
habitantes segundo região de residência. Brasil, 2012 a 2021
Taxa de detecção geral de casos novos de hanseníase por 100 mil
habitantes segundo UF e capital de residência. Brasil, 2021
Taxa de cura e contatos da hanseníase, 2001- 2017
Aspectos imunológicos
• Apesar da sua alta infectividade - elevada positividade aos testes sorológicos
nas populações de áreas endêmicas - cerca de 90% dos indivíduos infectados
pelo M. leprae não desenvolvem a doença;

• Resistência natural contra o bacilo, que por sua vez é conferida por uma
resposta imune eficaz e influenciada geneticamente;

• Os indivíduos que desenvolvem a hanseníase apresentam manifestações


clínicas muito variáveis, que dependem da interação entre a micobactéria e o
sistema imune.
Manifestações Clínicas - Sinais e Sintomas Clássicos
• Surgimento de áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas),
acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor
e/ou dolorosa, e/ou ao tato;

• Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para


dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem perceber;

• Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas;

• Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas


sobrancelhas (madarose);

• Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local.


Manifestações Clínicas - Sinais e Sintomas Secundários
• Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos;

• Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos


nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e pés;

• Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos,
principalmente nos membros superiores e inferiores e, por vezes, pálpebras;

• Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento


dos dedos) e ressecamento da pele;
Manifestações Clínicas - Sinais e Sintomas Secundários

• Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de aparecimento súbito;

• Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor nos nervos dos


cotovelos (ulnares), joelhos (fibulares comuns) e tornozelos (tibiais
posteriores);

• Entupimento, feridas e ressecamento do nariz;

• Ressecamento e sensação de areia nos olhos.


Definição de Caso
Presença de pelo menos um ou mais dos seguintes critérios, conhecidos
como sinais cardinais da hanseníase:

1) Lesão(ões) e/ou áreas(s) da pele com alteração de sensibilidade térmica


e/ou dolorosa e/ou tátil;

2) Espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou


motoras e/ou autonômicas;

3) Presença do M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço


intradérmico ou na biópsia de pele.
DiagnósIco

O diagnósUco de caso de hanseníase é essencialmente clínico e


epidemiológico, realizado por meio do exame geral e
dermatoneurólogico para idenUficar lesões ou áreas de pele
com alteração de sensibilidade e/ou comprome7mento de
nervos periféricos, com alterações sensiUvas e/ou motoras
e/ou autonômicas.
Diagnóstico
O diagnós7co é essencialmente clínico!!!

• Testar sensibilidade térmica: com tubo de água quente e fria ou


éter. (Primeira a ser alterada);

• Testar sensibilidade tá7l: com chumaço de algodão;

• Testar sensibilidade à dor: com cabeça de alfinete.


Teste de sensibilidade térmica
Teste de sensibilidade tátil
Teste de sensibilidade à dor
Classificação Operacional
É baseada no número de lesões Paucibacilar (PB) – Hanseníase
cutâneas: Tuberculóide ou Indeterminada (doença
localizada em uma região anatômica
• PAUCIBACILAR (PB) – casos com e/ou um tronco nervoso
até cinco lesões de pele e compromecdo).
baciloscopia negativa.
MulJbacilar (MB) – Hanseníase
• MULTIBACILAR (MB) - casos Dimorfa ou Virchowiana (doença
com mais de cinco lesões disseminada em várias regiões
de pele e/ou baciloscopia anatômicas e/ou mais de um tronco
positiva. nervoso compromecdo).
Classificação
• A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico): é o exame complementar
para a classificação dos casos.
• O resultado negacvo da baciloscopia não exclui o diagnóscco de hanseníase.
• A baciloscopia posiJva classifica o caso como MB, independentemente do
número de lesões.
• Quando diagnosccada lesão neural, o paciente já será diagnosccado como
MULTIBACILAR (MB).
Classificação
MULTIBACILAR (MB)

• Mais de 5 lesões de pele;


• Baciloscopia positiva;
• Lesão neural (espessamento ou alteração de força muscular).

Baciloscopia de pele nem sempre é disponível.


Nestes casos, o diagnóstico será clínico (número de lesões).
Formas clínicas
A doença se manifesta em um espectro con~nuo, de acordo com a intensidade
da resposta imune do indivíduo à infecção.

• Forma Indeterminada;
• Forma Tuberculóide;
• Forma Dimorfa
(mista);
• Forma Virchowiana.
Formas clínicas - Tuberculoide
As lesões da pele são placas com bordas nícdas, elevadas, geralmente
eritematosas e micropapulosas, que surgem como lesões únicas ou em pequeno
número.
Formas clínicas - virchowiana
• Progressiva infiltração sobretudo da face, com
acentuação dos sulcos cutâneos, perda dos pelos
dos cílios e supercílios (madarose), congestão nasal
e aumento dos pavilhões auriculares;

• Infiltração difusa das mãos e pés, com perda da


conformação usual dos dedos, que assumem
aspecto “salsichoide”;

• Múltiplas pápulas e nódulos cutâneos,


assintomáticos e de consistência firme
(hansenomas), geralmente com coloração
acastanhada ou ferruginosa.
Formas clínicas - virchowiana
• As lesões de pele podem apresentar sensibilidade normal;

• Os nervos periféricos geralmente se encontram espessados difusamente e de


forma simétrica;

• Com hipoestesia ou anestesia dos pés e mãos, além de disfunções


autonômicas, com hipotermia e cianose das extremidades;

• Queixas neurológicas, com relato de dormências, câimbras e formigamentos


nas mãos e pés;

• Comprometimento difuso da sudorese, às vezes com hiperidrose


compensatória em áreas não afetadas, como axilas e couro cabeludo.
Formas clínicas - Dimorfa
• Entre os polos tuberculoide e virchowiano no espectro clínico e baciloscópico da
doença;

• Número variável de lesões, em diversas áreas, com grande variabilidade clínica,


como manchas e placas hipocrômicas, acastanhadas ou violáceas, com predomínio
do aspecto infiltracvo;
Formas clínicas - Dimorfa
• “Lesões foveolares” – mais ~picas, bordos internos bem definidos, delimitando
uma área central de pele aparentemente poupada, enquanto os bordos externos
são espraiados, infiltrados e imprecisos.

• Nessas lesões, a sensibilidade


e as funções autonômicas da
pele podem estar compromec-
das de forma mais discreta.
Formas clínicas - Indeterminada

• Forma inicial da doença;


• Manchas hipocrômicas na pele, em pequeno número, sem qualquer alteração do
relevo nem da textura da pele;
• Comprometimento sensitivo é discreto, geralmente com hipoestesia térmica
apenas; raramente, há diminuição da sensibilidade dolorosa, enquanto a
sensibilidade tátil é preservada;
Formas clínicas - Indeterminada

• Pode ou não haver diminuição da sudorese (hipoidrose) e rarefação de pelos nas


lesões, indicando compromecmento da inervação autonômica;
• Pode manifestar-se por distúrbios da sensibilidade, sem alteração da cor da pele;
• Não há compromecmento de nervos periféricos;
• A quancdade de bacilos é muito pequena e via de regra a baciloscopia é negacva.
Formas clínicas - Indeterminada

Quando a doença não é tratada nessa fase, evoluirá de acordo com a resposta imune do
indivíduo infectado, podendo haver cura espontânea ou desenvolvimento de uma das três
formas clínicas descritas anteriormente.
Avaliação asica específica

• Avaliar a função neural e o grau de incapacidade Ssica:

• no momento do diagnóscco;
• na alta por cura;
• no monitoramento de doentes que já tenham alguma incapacidade qsica -
15 (quinze), 45 (quarenta e cinco), 90 (noventa) e 180 (cento e oitenta) dias.

• Avaliar perda de sensibilidade protetora e deformidade visível.


Hanseníase: Avaliação neurológica simplificada
Serve para:

• Monitorar o resultado do
tratamento de neurites;

• Contribuir na decisão de conduta;

• Identificar incapacidades físicas.


Função neural

Os principais troncos nervosos periféricos acomeUdos na hanseníase


são:

• Face – Trigêmeo e Facial: podem causar alterações na face, nos olhos e no


nariz;
• Braços – Radial, Ulnar e Mediano: podem causar alterações nos braços e nas
mãos;
• Pernas – Fibular e Tibial: podem causar alterações nas pernas e nos pés.
Avaliação Neurológica Simplificada em
Hanseníase
A avaliação neurológica inclui:

• História;
• Ocupação e acvidades diárias;
• Queixas do paciente;
• Inspeção;
• Palpação dos nervos;
• Teste de força muscular;
• Teste de sensibilidade.
https://www.youtube.com/watch?v=TAU1hVgiXJU
Avaliação da função neural – Passo a passo
1. Comece o exame clínico pelos nervos da face observando a simetria dos movimentos palpebrais
e de sobrancelhas (nervo facial);
2. Em seguida, veja se há espessamento visível ou palpável dos nervos do pescoço
(auricular), do punho (ramo dorsal dos nervos radial e ulnar), e dos pés (fibular superficial e
sural);
3. Depois, palpe os nervos do cotovelo (ulnar), do joelho (fibular comum) e do tornozelo (tibial);
4. Observe se eles estão visíveis, assimétricos, endurecidos, dolorosos ou com sensação de
choque;
5. Caso você identifique qualquer alteração nos nervos, confirme a anormalidade com o teste da
sensibilidade no território inervado;
6. Se não houver perda de sensibilidade, mas persistir a dúvida, encaminhe o paciente para a
referência e faça o acompanhamento do caso;
7. Não troque o exame clínico pela baciloscopia ou biópsia.
Grau de incapacidade física
• Avaliação do grau de incapacidade física:
● Teste da sensibilidade dos olhos, mãos e pés.

• Avaliar mão e pés com monofilamentos ou estesiomêtro;


• Avaliar olhos com fio dental (sem sabor).
Avaliação dos membros superiores
Mão em garra móvel: Mão em garra rígida:
- Atrofia de interósseos - Atrofia do 1º interósseo
- Úlceras tróficas
Inspeção e avaliação sensiIva
Avaliação da força
Graduação da força nos membros superiores
Avaliação dos membros inferiores
Avaliação dos membros inferiores - Pés

Pé caído Mal perfurante Artelhos em


plantar garra
Avaliação do nariz
Avaliação dos olhos
Sensibilidade da córnea (nervo trigêmeo)
Resposta: piscar
Diagnósticos diferenciais

• Pitiríase versicolor/ • Linfomas


alba/ rósea
• Leishmaniose
• Hipocromias residuais
• Neurofibromatose
• Vitiligo
• NeuropaAa diabéAca
• Esclerodermia em placa
• Farmacodermia
• Sífilis
Tratamento
Esquemas
farmacológicos para
tratamento da
infecção pelo M.
leprae, de acordo
com a faixa etária,
peso corporal e
classificação
operacional:
Tratamento da forma paucibacilar: 6 meses
ESQUEMA PADRÃO PAUCIBACILAR (PB)

● Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina;
• 100 mg de dapsona.
● Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona.
● Tratamento completo:

• 6 cartelas (6 meses);
• Doses supervisionadas:
28/28 dias ou 4/4 semanas.
Tratamento da forma paucibacilar: 6 meses

Duração: 06 doses.

Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada.

Critério de alta: o tratamento estará concluído com seis (06) doses


supervisionadas em até 09 meses. Na 6ª dose, os pacientes deverão ser
submetidos ao exame dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do
grau de incapacidade física e receber alta por cura.
Tratamento da forma mulIbacilar: 12 meses
ESQUEMA PADRÃO MULTIBACILAR (MB)
● Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina;
• 3X 100 mg de clofazimina;
• 100 mg de dapsona.
● Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona;
• 50 mg de clofazimina.
● TRATAMENTO COMPLETO:
• 12 cartelas (12 meses);
• Doses supervisionadas: 28/28 dias ou 4/4 semanas.
Tratamento da forma multibacilar: 12 meses
Duração: 12 doses.
Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada.
Critério de alta: o tratamento estará concluído com doze (12) doses
supervisionadas em até 18 meses. Na 12ª dose, os pacientes deverão ser
submecdos ao exame dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do
grau de incapacidade qsica e receber alta por cura.
Os pacientes MB que excepcionalmente não apresentarem melhora clínica, com
presença de lesões acvas da doença, no final do tratamento preconizado de 12
doses (cartelas) deverão ser encaminhados para avaliação em serviço de referência
(municipal, regional, estadual ou nacional) para verificar a conduta mais adequada
para o caso.
Tratamento
• A regressão das lesões dermatológicas da hanseníase, durante e após o uso da
poliquimioterapia, é bastante variável, podendo levar meses ou anos para
ocorrer;

• Essa resposta pode ser


ainda mais lenta nos MB,
especialmente em pacien-
tes com hansenomas.
Reações Hansênicas
• Fenômenos inflamatórios agudos que cursam com exacerbação dos sinais e
sintomas da doença;

• Chegam a acometer 50% dos pacientes, segundo alguns estudos;

• Resultam da ativação de resposta imune contra o M. leprae e podem ocorrer


antes, durante ou após o tratamento da infecção;

• Afetam especialmente a pele e os nervos periféricos, podendo acarretar dano


neural e incapacidades físicas permanentes quando não tratadas
adequadamente.
Reações Hansênicas
• Podem ocorrer até 5 anos
após o tratamento.

• Cuidado para não reiniciar


tratamento indevidamente.

• Devem ser tratada com AINE


ou corticóide e encaminhar
ao especialista.
Reações Hansênicas
Vigilância de contatos
• CONTATO INTRADOMICILIAR:
- Toda e qualquer pessoa que resida ou tenha
residido com o doente de hanseníase nos
úlUmos 5 (cinco) anos.
Vigilância de contatos
• Anamnese dirigida aos sinais e sintomas da hanseníase.

• Exame dermatoneurólogico de todos os contatos dos casos novos, independente


da classificação operacional.
Vigilância de contatos

• Contatos familiares recentes ou antigos de pacientes MB e PB devem ser


examinados, independente do tempo de convívio;

• Sugere-se avaliar anualmente, durante cinco anos, todos os contatos não


doentes, quer sejam familiares ou sociais;

• Após esse período, devem ser liberados, porém esclarecidos quanto à


possibilidade de aparecimento, no futuro, de sinais e sintomas sugestivos da
hanseníase.
Vacina BCG-ID
• BCG-ID deve ser aplicada nos contatos examinados sem presença de sinais e
sintomas de hanseníase no momento da investigação.
• A aplicação da vacina BCG depende da história
vacinal e/ou da presença de cicatriz vacinal.
• OBS.: Todo contato de hanseníase deve ser informado que a vacina BCG não é específica
para hanseníase.
Orientações gerais
Acvidades de educação em saúde para a população e a busca acva de casos são
estratégias essenciais para a detecção de casos e devem ser periodicamente
realizadas, principalmente em áreas endêmicas

O escgma é o mais negligenciado dentre todos os aspectos acerca da hanseníase e


deve ser abordado nos serviços de saúde, na comunidade. Suporte psicossocial,
acolhimento e abordagem psicológica é necessária.

Orientações para prevenção de incapacidades qsicas e orientações de autocuidado


são fundamentais.

Cuidado com as lesões traumáccas e neuropáccas – curacvos, adaptação de


calçados, reabilitação qsica.
Hanseníase - Aspectos clínicos, teste-rápido
e esIgma
https://www.youtube.com/watch?v=qkamgnIFCP4

Avaliação clínica do paciente de hanseníase


https://www.youtube.com/watch?v=WRr84qH7UVA&t=1220s
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e
eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em:
hQp://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/diretrizes_para_._eliminacao_hanseniase_-_manual_-_3fev16_isbn_nucom_final_2.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prá>co sobre a hanseníase [recurso
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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o
Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em:
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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêu>cas da Hanseníase [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: hQps://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hanseniase/publicacoes/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuXcas-da-hanseniase-2022/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Tuberculose 2023. Bole>m Epidemiológico, Brasília, n. esp., mar. 2023. Disponível em:
hQps://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boleXns/epidemiologicos/especiais/2023/boleXm-epidemiologico-de-tuberculose-numero-
especial-mar.2023/view#:~:text=N%C3%BAmero%20Especial%20%7C%20Mar.-,2023,compat%C3%ADveis%20com%20os%20problemas%20idenXficados.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Hanseníase 2023. Bole>m Epidemiológico, Brasília, n. esp., jan. 2023. Disponível em:
hQps://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hanseniase/publicacoes/boleXm-epidemiologico-de-hanseniase-numero-especial-jan.2023
OBRIGADA
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

29 – IST e AIDS

CASO CLÍNICO - RESPOSTAS

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 29

IST e AIDS

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico IST e AIDS

Você foi lotado em um polo base que atende a população Yanomami no interior do
estado de Roraima e recebe uma paciente chamada Edileuza, que morava em área de
garimpo. A paciente pediu permissão para entrar na aldeia e consultar, pois está muito
preocupada por uma dor abdominal que iniciou há uma semana. Edileuza conta que vai
embora em poucos dias, mas tem medo de “ter pego doença grave” e mostra-se
bastante ansiosa.

Edileuza tem 26 anos e estava morando com um grupo de moças que trabalhavam como
profissionais do sexo no garimpo. Conta que sempre usava camisinha, exceto com seu
namorado, Éder. Ela está sentindo dor em cólica na região supra-púbica e dispareunia.

Coletou o Papanicolau há um ano e mostra o resultado na consulta, negativo para


neoplasia e com presença de Gardnerella.

Ao ser questionada sobre história patológica pregressa, Edileuza refere ter sofrido um
aborto há 4 anos, mas nunca investigou a causa.

Em relação aos hábitos, refere uso eventual de álcool e fuma cigarro de palha quando
bebe.

Os dados vitais estão normais, assim como a ausculta cardiopulmonar.

O abdome está flácido e sem visceromegalias, mas pouco doloroso à palpação profunda.

Você pede permissão para realizar o exame ginecológico e visualiza secreção amarelada
em orifício do colo uterino. A paciente apresenta dor à mobilização do colo ao toque
bimanual, sem dor à palpação de anexos, aumento do volume uterino ou presença de
massas.

QUESTÕES:

1 - Qual o diagnóstico sindrômico de Edileuza?

Doença Inflamatória Pélvica (DIP).


Para diagnóstico de DIP, devemos somar 3 critérios maiores e um menor OU 1 critério
elaborado.

2- Quais fatores de risco estão presentes no caso clínico de Edileuza?

● idade abaixo de 30 anos;


● múltiplos parceiros;
● história prévia de IST questionada pelo aborto;
● uso irregular de preservativo.

2 - Descreva o que deve ser realizado no exame físico de uma paciente com essas queixas
na APS.
Aferição de sinais vitais;
Exame abdominal;
Exame especular vaginal, incluindo inspeção do colo de útero para friabilidade
(sangramento fácil) e corrimento mucopurulento cervical;
Exame bimanual, com mobilização do colo e palpação dos anexos.

3 - Diante do diagnóstico sindrômico, qual tratamento você deve instituir? Escolha a


alternativa correta:
1. Ceftriaxone 1g IM em dose única + doxiciclina 100mg 8/8h VO por 14 dias +
metronidazol 500mg VO 12/12h por 14 dias

2. Azitromicina 1g VO em dose única + doxiciclina 100mg VO 12/12h por 14 dias +


fluconazol 150mg 12/12h por 14 dias

3. Ceftriaxone 500mg IM em dose única + doxiciclina 100mg VO 12/12h por 14 dias


+ metronidazol 500mg VO 12/12h por 14 dias

4. Ceftriaxone 1g IM 24/24 horas por 14 dias + doxiciclina 100mg 12/12h por 7 dias
+ metronidazol 500mg 12/12h por 7 dias

Resposta: 3

O tratamento para DIP é o apontado na assertiva 3.

4 - Além do tratamento medicamentoso, quais outras condutas você deve instituir?

● Tratar, orientar e acompanhar a pessoa e suas parcerias sexuais;


● Solicitar testes rápidos para outras ISTs, como HIV, Sífilis e Hepatites B e C;
● Fazer o aconselhamento pré-teste;
● Tratar o parceiro com azitromicina 1g VO e ceftriaxone 500mg VO dose única;
● Incentivar o uso de preservativos em todas relações sexuais.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do
HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2013/hiv-
aids/pcdt_manejo_adulto_12_2018_web.pdf/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Hepatites Virais


2022. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., jun. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-
de-hepatites-virais-2022-numero-especial

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sífilis 2022. Boletim


Epidemiológico, Brasília, n. esp., out. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-
de-sifilis-numero-especial-out-2022/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. HIV/Aids 2022.


Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., dez. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/noticias/2022/dezembro/arquivos/boletim_hiv_aids_-2022_internet_24-
11_finalizado.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com
Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso eletrônico]. Brasília:
Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: http://antigo.aids.gov.br/pt-
br/pub/2022/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-
com-infeccoes

FELISBINO-MENDES, M. S. et al. Comportamento sexual e uso de preservativos na


população brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Revista
Brasileira de Epidemiologia, v. 24, 2021. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/rbepid/2021.v24suppl2/e210018/pt/

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde.


Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde.
Superintendência de Atenção Primária. Infecção pelo HIV e AIDS: prevenção,
diagnóstico e tratamento na atenção Primária - v. 1. 1. Rio de Janeiro: SMS, 2016. 83
p. (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) (Coleção Guia de Referência
Rápida). Disponível em:
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6552790/4176326/GuiadeReferenciaRepidaemHI
V_AIDS_pagsimples_web.pdf
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

29 – IST e AIDS

CASO CLÍNICO

BRASÍLIA-DF
14/08 a 01/09/2023
MÓDULO DE ACOLHIMENTO E AVALIAÇÃO (MAAV) DO PMMB
28° CICLO DO PMMB

SUBEIXO IV

Doenças e Agravos

TEMA 29

IST e AIDS

COORDENAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Frantchesca Fripp dos Santos
Nilson Massakazu Ando

ELABORAÇÃO
Camila Zamban de Miranda
Juliana Machado de Carvalho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Camilo Sobreira De Santana - Ministro da Educação
Denise Pires de Carvalho - Secretaria de Ensino Superior
Gisele Viana Pires - Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde
Francisco de Assis Rocha Neves - Coordenação-Geral de Expansão e Gestão da Educação
em Saúde
Ana Luísa dos Santos Azevedo - Apoio Central do PMMB
Lucas de Souza Porfirio - Apoio Central do PMMB
Caso clínico IST e AIDS

Você foi lotado em um polo base que atende a população Yanomami no interior do
estado de Roraima e recebe uma paciente chamada Edileuza, que morava em área de
garimpo. A paciente pediu permissão para entrar na aldeia e consultar, pois está muito
preocupada por uma dor abdominal que iniciou há uma semana. Edileuza conta que vai
embora em poucos dias, mas tem medo de “ter pego doença grave” e mostra-se
bastante ansiosa.

Edileuza tem 26 anos e estava morando com um grupo de moças que trabalhavam como
profissionais do sexo no garimpo. Conta que sempre usava camisinha, exceto com seu
namorado, Éder. Ela está sentindo dor em cólica na região supra-púbica e dispareunia.

Coletou o Papanicolau há um ano e mostra o resultado na consulta, negativo para


neoplasia e com presença de Gardnerella.

Ao ser questionada sobre história patológica pregressa, Edileuza refere ter sofrido um
aborto há 4 anos, mas nunca investigou a causa.

Em relação aos hábitos, refere uso eventual de álcool e fuma cigarro de palha quando
bebe.

Os dados vitais estão normais, assim como a ausculta cardiopulmonar.

O abdome está flácido e sem visceromegalias, mas pouco doloroso à palpação profunda.

Você pede permissão para realizar o exame ginecológico e visualiza secreção amarelada
em orifício do colo uterino. A paciente apresenta dor à mobilização do colo ao toque
bimanual, sem dor à palpação de anexos, aumento do volume uterino ou presença de
massas.

QUESTÕES:

1 - Qual o diagnóstico sindrômico de Edileuza?


2 - Descreva o que deve ser realizado no exame físico de uma paciente com essas queixas
na APS.

3 - Diante do diagnóstico sindrômico, qual tratamento você deve instituir? Escolha a


alternativa correta:

1. Ceftriaxone 1g IM em dose única + doxiclina 100mg 12/12h VO por 14 dias +


metronidazol 500mg VO 12/12h por 14 dias

2. Azitromicina 1g VO em dose única + doxiclina 100mg VO 12/12h por 14 dias +


metronidazol 500mg 12/12h por 14 dias

3. Ceftriaxone 500mg IM em dose única + doxiclina 100mg VO 12/12h por 14 dias


+ metronidazol 500mg VO 12/12h por 14 dias

4. Ceftriaxone 1g IM em dose única + doxiclina 100mg 12/12h por 7 dias +


metronidazol 500mg 12/12h por 7 dias

Resposta:

4 - Além do tratamento medicamentoso, quais outras condutas você deve instituir?


Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do
HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2013/hiv-
aids/pcdt_manejo_adulto_12_2018_web.pdf/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Hepatites Virais


2022. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., jun. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-
de-hepatites-virais-2022-numero-especial

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sífilis 2022. Boletim


Epidemiológico, Brasília, n. esp., out. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-
de-sifilis-numero-especial-out-2022/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. HIV/Aids 2022.


Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., dez. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/noticias/2022/dezembro/arquivos/boletim_hiv_aids_-2022_internet_24-
11_finalizado.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com
Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso eletrônico]. Brasília:
Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: http://antigo.aids.gov.br/pt-
br/pub/2022/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-
com-infeccoes

FELISBINO-MENDES, M. S. et al. Comportamento sexual e uso de preservativos na


população brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Revista
Brasileira de Epidemiologia, v. 24, 2021. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/rbepid/2021.v24suppl2/e210018/pt/

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde.


Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde.
Superintendência de Atenção Primária. Infecção pelo HIV e AIDS: prevenção,
diagnóstico e tratamento na atenção Primária - v. 1. 1. Rio de Janeiro: SMS, 2016. 83
p. (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) (Coleção Guia de Referência
Rápida). Disponível em:
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6552790/4176326/GuiadeReferenciaRepidaemHI
V_AIDS_pagsimples_web.pdf
Módulo de Acolhimento e Avaliação
Projeto Mais Médicos para o Brasil
28° Ciclo do PMMB

ISTs e AIDS
Panorama brasileiro
• Alta prevalência – até 12% dos homens de 17 a 20 anos já tiveram algum problema
relacionado à ISTs.
• Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 - aproximadamente 1 milhão
de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de Infecção Sexualmente
Transmissível (IST) ao longo do ano, o que corresponde a 0,6% da população com 18
anos de idade ou mais.

• Início precoce da atividade sexual (média de 17,3 anos), sem orientação, com
múltiplos parceiros(as) e sem proteção.
• Subnotificação nos serviços de saúde.
Panorama brasileiro
Baixo índice de uso de preservativo:
• Em torno de 20% de uso em parceria fixa / 55% em parceria casual;
• Prevalência do uso consistente de preservativos de apenas 22,8% na população em
geral;
• Entre as mulheres de 20,9%;
• 59% da população referiu não ter usado preservativo nenhuma vez nos últimos 12
meses - principal motivo do não uso confiar no parceiro (73,4%);
• Mulheres, indivíduos com faixa etária maior, com menor escolaridade e renda
apresentaram piores resultados.
Barreira ao controle de IST:
perdas em diferentes níveis entre a infecção e a cura

3
Atenção Integral
• Prevenção combinada
• Prevenção individual e cole]va
• Oferta de diagnós]co e tratamento para IST assintomá]ca – com exame
• Manejo de IST sintomá]ca por fluxograma
• Adesão ao tratamento
• Comunicação / diagnós8co / tratamento parcerias
• Interrupção da linha de transmissão
• Prevenção de outras ISTs
• Prevenção de complicações
Atenção integral
Atenção Integral – “Sexo Seguro”
Geralmente associado ao uso exclusivo de preservativos, porém seu uso possui
limitações. Outras medidas de prevenção são importantes e complementares:
• Usar preservativo;
• Imunizar para HAV, HBV e HPV;
• Conhecer o status sorológico para HIV da(s) parceria(s) sexual(is);
• Testar regularmente para HIV e outras IST;
• Tratar todas as pessoas vivendo com HIV – PVHIV (Tratamento como Prevenção e I=Ia );
• Realizar exame preventivo de câncer de colo do útero (colpocitologia oncótica);
• Realizar profilaxia pré-exposição – PrEP, quando indicado;
• Conhecer e ter acesso aos métodos de anticoncepção e concepção;
• Realizar profilaxia pós-exposição – PEP, quando indicado.
Atenção Integral – “Sexo Seguro”
Atenção Integral
RASTREAMENTO DE IST: Periodicamente para populações específicas
(gestantes, adolescentes e jovens, profissionais do sexo, entre outros);

IMUNIZAÇÃO:
• Vacina contra o HPV - indicada para meninas de 9 a 14 anos e
meninos de 11 a 14 anos. Duas doses, com intervalo de seis meses.

• Vacina contra HBV - indicada para todas as faixas etárias. Três doses
induzem títulos protetores de anticorpos em mais de 90% dos adultos
e dos jovens sadios, e em mais de 95% dos lactentes, das crianças e
dos adolescentes
Abordagem às pessoas com IST
• Oferta de preserva]vos e orientação de uso
• Feminino & Masculino

• Comunicação para parcerias sexuais:


• Tempo:
• Tricomoníase: parceria atual;
• Corrimento uretral ou infecção cervical: úl]mos dois meses;
• DIP: úl]mos dois meses;
• Úlceras: úl]mos três meses;
• Sífilis secundária: úl]mos seis meses;
• Sífilis latente: úl]mo ano.
Abordagem às pessoas com IST

• Método de abordagem.

• Princípios: confidencialidade, ausência de coerção, proteção


contra discriminação e legalidade da ação.
ISTs assintomáticas

• Triagem para sífilis, gonococo, clamídia, hepatites e HIV em pessoas


com ISTs;
• Testes no pré-natal;
• Tratamento das infecções identificadas;
• Tratamento das parcerias sexuais.
ISTs assintomáticas
• Manifestações com agentes etiológicos bem estabelecidos – manejo
possível sem testes diagnósticos;
• Abordagem sindrômica.
Manejo clínico de IST sintomáDcas
Manejo clínico de IST sintomáDcas
10
CORRIMENTO
VAGINAL
Situação problema 1

Julia, sexo feminino, 28 anos, hígida, heterossexual, sem parceiro fixo


no momento, vem à consulta com queixa de corrimento vaginal
esbranquiçado, sem odor fétido, iniciado há 1 semana durante o
período menstrual. Teve piora após relação sexual sem preservativo
há 3 dias, na qual referiu dor. Refere prurido. Nega queixas urinárias.
Relata uso de calcinha de algodão, não fez nenhum tratamento
recentemente.
Situação problema 1

• Ao exame físico você encontra grandes lábios com eritema, e sem


escoriações ou úlceras. Colo uterino sem hiperemia. Exame
especular com corrimento homogêneo, branco e grumoso em
moderada quantidade.
• Julia tem uma IST? Ela necessita de tratamento? Toda paciente com
essa infecção deve ser tratada? O(s) parceiro(s) recentes precisam
ser comunicados? Como fazê-lo?
Situação problema 1 - Discussão

• Corrimento vaginal
Diagnós]co diferencial – candidíase x vaginose x tricomoníase
• Apenas Tricomoníase é IST!
• Necessidade de exame especular
Exame microscópico à fresco
Bacterioscopia / Teste de Whiff / pesquisa pH vaginal
• Indicação de tratamento
Situação problema 1 - Discussão
Fluxograma para o manejo de corrimento vaginal
Tratamento – Candidíase vulvovaginal
Tratamento – Vaginose bacteriana
Tratamento - Tricomoníase
Fluxograma para o manejo de cervicite
Tratamento para Gonorreia/ Clamídia
CORRIMENTO URETRAL
Situação problema 2

Pablo, 24 anos, vem à consulta por saída de secreção purulenta pelo meato
uretral percebida há 2 dias, acompanhada de dor uretral constante, com piora
importante à micção. Última relação sexual há 3 dias.

Exame físico: Drenagem de secreção mucopurulenta em média quantidade pelo


meato uretral com leve hiperemia balano-prepucial, sem sinais de
acometimento escrotal. Exame da região anorretal normal.

• Qual é o provável agente etiológico? Como ter certeza? Como manejar?


Situação problema 2 - Corrimento uretral
Fluxograma para o manejo de corrimento uretral
Situação problema 2 - Tratamento
• Uretrite gonocócica e por Clamídia não-complicada:
• Ciprofloxacino 500mg 1cp + Azitromicina 2cp 500mg Dose única;
• Ceuriaxone 500mg IM + Azitromicina 500mg 2 cp Dose única;
• Em menores de 18 anos, gestantes e no Sudeste não usar
Ciprofloxacino.
• Uretrite por Clamídia
• Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única;
• Doxiciclina 100 mg, VO, 2x dia, por 7 dias;
• Amoxicilina 500 mg, VO, 3x dia, por 7 dias.
• Uretrite por Mycoplasma genitalium
• Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única.
• Tratar parcerias
Tratamento Uretrites
Tratamento Uretrites
VERRUGA GENITAL
Situação problema 3
Rita, sexo feminino, 32 anos, vem à consulta por lesão verrucosa percebida
ontem no banho, localizada em grandes lábios, sem dor ou coceira. Em
relacionamento estável com parceira fixa há cerca de 4 anos, parceiros do
sexo masculino prévios. Último citopatológico há cerca de 5 anos. Sem
comorbidades.

Exame físico: Percebe-se lesão maior com cerca de 0,8cm de diâmetro, e


outras lesões menores nas proximidades. Sem linfonodomegalia inguinal.
Situação problema 3 - Discussão
• Papiloma vírus humano (HPV)
• Risco de exposição 15-20% a cada nova parceria.
• Sub;pos de baixo e alto risco oncogênico:
• Maioria das lesões com resolução espontânea em 2 anos;
• Tempo infecção HPV alto risco e câncer cervical: 20 anos / causa
de
85% casos câncer anal, 35% orofaringe.
• Infecções assintomá8cas ou não aparentes / forma subclínica / forma
de lesões exo\8cas – condiloma acuminado, verrugas genitais ou
cristas de galo;
• Tempo de latência viral e fatores associados desconhecidos;
• Vacina HPV (Calendário vacinal).
Situação problema 3
Manejo clínico de verrugas anogenitais
Situação problema 3 - Tratamento
• Considerar tamanho, morfologia, número,localização e perfil
imunológico:
• Podofilina 10-25% solução
• Ácido tricloroacético (ATA) 80-90%
• Eletrocauterização / Crioterapia / Exérese cirúrgica
• Superfícies úmidas/intertriginosas: tratamento tópico;
• Mudar terapêutica se ausência de melhora significativa após 3
sessões ou não-desaparecimento após 6 sessões.
ÚLCERA GENITAL
Situação problema 4 – Úlcera genital
Tim, sexo masculino, 21 anos, estudante universitário, vem à consulta por
surgimento de lesão peniana percebida há 1 semana. Úl]ma relação sexual há
cerca de 1 mês com parceira casual. A lesão não apresenta drenagem de
secreção e ele percebe apenas desconforto leve em região inguinal. Nega
comorbidades conhecidas, mas está preocupado pois tem ficado doente com
frequência e perdeu cerca de 2kg nos úl]mos dois meses, involuntariamente.

Exame ysico: Úlcera única em face lateral do pênis, cerca de 1cm de diâmetro,
com base escura e fundo limpo. Linfonodomegalia inguinal e cervical, sem outros
pontos.
P: 58kg
Situação problema 4 – Úlcera genital
Diagnósecos Diferenciais:
• Sífilis primária e secundária;
• Herpes genital;
• Cancróide / Cancro Mole;
• Linfogranuloma Venereo;
• Donovanose.

• ELEVADO RISCO DE TRANSMISSÃO E AQUISIÇÃO DO HIV – principal


causa para a difusão do vírus;
• Baixo valor predievo posievo com base na impressão clínica.
Situação problema 4 – Úlcera genital
Sífilis primária

32
32
Fluxograma De Manejo

Fluxograma sem laboratório


Fluxograma para o manejo de infecções que causam úlcera genital
Situação problema 4 – Tratamento
• Herpes vaginal
• 1º episódio: Aciclovir 200mg 2cp 3x ao dia por 7 dias ou 1cp 5x ao dia por
7 dias – inicio o mais precoce possível!
• Recidiva: Mesma posologia, duração 5 dias;
• Atentar para pacientes com herpes recorrente / imunossuprimidos.

• Cancro mole (Cancróide)


• 1ª linha: Azitromicina 500mg 2cp dose única ou Ceftriaxona 500mg IM
dose única;
• 2º linha: Ciprofloxacino 500mg 1cp 2x ao dia por três dias.

34
Tratamento de herpes genital
Tratamento de herpes genital
Situação problema 4 – Tratamento
• Linfogranuloma venéreo
• 1ª linha: Doxicilina 100mg 12/12h por 21 dias;
• 2ª linha: Azitromicina 500mg 2cp 1x por semana por 21 dias – gestantes!;
• Parcerias assintomá]cas: Azitromicina 500mg 2cp dose única.

• Donovanose
• 1ª linha: Doxicilina 100mg 12/12h por pelo menos 21 dias;
• 2ª linha: Azitromicina 500mg 2cp 1x por semana por pelo menos 3 semanas ou
Ciprofloxacino 500mg 1cp e meio 12/12h por pelo menos 21 dias ou
Sulfametoxazol + trimetoprima 400+80mg 2cp de 12/12h por no mínimo 3
semanas.

35
Tratamento de Cancroide e LGV
Tratamento de Donovanose
Sífilis – Epidemiologia
• No período de 2011 a 2021, foram notificados no país 1.035.942
casos de sífilis adquirida, 466.584 casos de sífilis em gestantes,
221.600 casos de sífilis congênita e 2.064 óbitos por sífilis congênita;

• A sífilis adquirida apresentou aumento crescente da taxa de detecção


até o ano de 2018, com posterior estabilidade, exceto em 2020,
quando foi observado declínio na taxa, decorrente da pandemia por
COVID-19;

36
Sífilis – Epidemiologia:
Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes), taxa de detecção de
sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita (por 1.000 nascidos
vivos), segundo ano de diagnósWco. Brasil, 2011 a 2021.

36
Sífilis – Epidemiologia:
Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes) segundo região de
residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021.

36
Sífilis – Classificação

Classificação:
• Segundo o tempo de infecção:
• Sífilis adquirida recente (< 1 ano
de evolução)
• Sífilis adquirida tardia (>1 ano de
evolução)

36
Caracterização dos estágios
Sífilis secundária
Caracterização dos estágios
Tratamento - Sífilis

42
Sífilis na gestação
Exames na primeira consulta e com 28 semanas:
• Se positivo:
• Intervenção imediata
• Tratar com penicilina benzatina 2.400.000 UI (semanal por 3
semanas – 3 doses).
• Tratar parceiro. (Se tiver teste negativo tratar com 2400 000 UI. E se
teste positivo, tratar como sífilis latente).
• Anamnese: história de diagnóstico e tratamento prévio.
• Exame físico
Sífilis na gestação
SEGUIMENTO:
• VDRL mensalmente em gestantes!
• Ao término da gestação de 3/3meses no 1º ano. Depois, de 6/6 meses até
a estabilização.
• Os títulos devem cair progressivamente, permanecendo negativos ou
inferiores a 1:8.
• Se os títulos se mantiverem baixos e estáveis em 2 oportunidades, após 1
ano, pode ser dada alta.
• ENCAMINHAR A CENTRO DE REFERÊNCIA SE ALERGIA À PENICILINA.
Sífilis na congênita
Classificação sífilis congênita
Classificação sífilis congênita
Tratamento - sífilis congênita
Tratamento - sífilis congênita
Tratamento - sífilis congênita
DOENÇA
INFLAMATÓRIA
PÉLVICA (DIP)
Doença inflamatória pélvica (DIP)
• Ascensão de microorganismos com comprome]mento de endométrio /
trompas / anexos / estruturas con•guas;

• Complicação importante (1 DIP para cada 8 a 10 cervicites), problema


saúde pública, repercussões a longo prazo;

• O exame clínico deve incluir:


› Aferição de sinais vitais;
› Exame abdominal;
› Exame especular vaginal, incluindo inspeção do colo de útero para friabilidade
(sangramento fácil) e corrimento mucopurulento cervical;
› Exame bimanual, com mobilização do colo e palpação dos anexos.
Doença inflamatória pélvica (DIP)
Doença inflamatória pélvica (DIP)
• Fatores de risco:
• IST prévia ou atual;
• Múltiplas parcerias sexuais;
• DIU (3 a 5x mais chance em casos de cervicite).

• Diagnóstico: 3 critérios maiores + 1 critério menor OU 1 critério elaborado.


Doença inflamatória pélvica (DIP)
Figura 15 – Fluxograma para o manejo clínico de DIP
Tratamento - DIP
HIV/AIDS
Epidemiologia - Infecção pelo HIV
• De 2007 até junho de 2022, 434.803 casos de infecção pelo HIV no
Brasil, sendo 183.901 (42,3%) na região Sudeste, 89.988 (20,7%) na
região Nordeste, 84.242 (19,4%) na região Sul, 42.957 (9,9%) na região
Norte e 33.715 (7,7%) na região Centro-Oeste.

• Em 2021, foram notificados 40.880 casos de infecção pelo HIV, sendo


5.494 (13,4%) casos na região Norte, 10.896 (26,7%) no Nordeste,
13.926 (34,1%) no Sudeste, 6.899 (16,9%) no Sul e 3.665 (8,9%) no
Centro-Oeste.

• Entre 2019 e 2021, o número de casos de infecção pelo HIV declinou


11,1% no Brasil, com maior percentual de redução nas regiões Sul
(15,4%) e Sudeste (15,3%).

57
Epidemiologia- Infecção pelo HIV:
Taxa de detecção de aids (por 100.000 hab.) segundo região de residência,
por ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021.

57
Epidemiologia- Infecção pelo HIV:
Taxa de detecção de aids (por 100.000 hab.) segundo UF e capital de
residência. Brasil, 2021*

57
Infecção pelo HIV
• As IST são fatores de risco para aquisição e transmissão do HIV. Estudos
demonstram que pessoas com IST e infecções não ulcera]vas do trato
reprodu]vo têm um risco aumentado de três a 10 vezes de se infectar pelo HIV,
o qual sobe para 18 vezes se a doença cursa com úlceras genitais.
• A primeira fase da infecção (infecção aguda) é o tempo para o surgimento de
sinais e sintomas inespecíficos da doença, que ocorrem entre a primeira e
terceira semana após a infecção.

57
Infecção pelo HIV
• A fase seguinte (infecção assintomática) pode durar anos, até o
aparecimento de infecções oportunistas (tuberculose,
neurotoxoplasmose, neurocriptococose) e algumas neoplasias (linfomas
não Hodgkin e sarcoma de Kaposi);

• A presença desses eventos define a AIDS.

57
Infecção pelo HIV

57
Infecção pelo HIV - Abordagem na APS

57
Infecção pelo HIV - Abordagem na APS
Para dar apoio a essa estratégia, encontram-se disponíveis em
http://www.aids. gov.br os seguintes materiais de suporte:

• Cinco Passos para a Implementação do Manejo da Infecção pelo HIV


na Atenção Básica – Manual para gestores;
• Manual de Manejo do HIV na Atenção Básica – Manual para
médicos;
• Cuidado Integral às Pessoas que Vivem com HIV pela Atenção Básica
– Manual para a equipe multiprofissional;
• Caderno de Boas Práticas em HIV/Aids na Atenção Básica

57
Triagem de HIV na gestação

• HIV: na primeira consulta do pré-natal, idealmente no primeiro e no


terceiro trimestre da gestação;

• Para gestantes que não tiveram acesso ao pré-natal, o diagnóstico


pode ocorrer no momento do parto, na própria maternidade, por
meio do TR para HIV;

58
Teste rápido HIV
1) A amostra com resultado não reagente no teste rápido 1 (TR1) será definida
como: “Amostra Não Reagente para HIV”. Em caso de suspeita de infecção pelo HIV,
uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias após a data da coleta desta amostra.
2) A amostra com resultado reagente no TR1 deverá ser submeOda ao teste rápido 2
(TR2).
3) A amostra com resultados reagentes no TR1 e no TR2 terá seu resultado definido
como: “Amostra Reagente para HIV”. A amostra com resultados discordantes entre
TR1 e TR2 não terá seu resultado definido. Nesse caso, devem-se repeOr os dois
testes; persisOndo a discordância dos resultados, uma amostra deverá ser coletada
por punção venosa e encaminhada para ser testada com um dos fluxogramas
definidos para laboratório.

59
Teste rápido HIV
• Testes rápidos para a detecção do HIV fornecem resultados entre 5 e 40 minutos
e têm sido progressivamente utilizados como estratégias de ampliação do
acesso ao diagnóstico da doença;
• Apresentam sensibilidade e especificidade acima de 99% a partir de três meses da
transmissão viral;
• Testes rápidos apresentando resultados positivos devem ser confirmados com
testes de imunofluorescência e Western blot;
• Se o resultado do teste rápido é negativo, não há necessidade de testagem
confirmatória, a não ser que haja suspeição de infecção viral aguda pelo HIV,
condição que demanda teste de detecção do vírus por meio de estratégia de
detecção do RNA viral;
• Resultados indeterminados devem ser repetidos em período entre 1 e 2 meses.

60
61
Profilaxia pré e pós-exposição ao HIV
• Há várias limitações para a efe8vidade de estratégias de profilaxia pós-
exposição:
○ Período limitado entre a exposição e o início da replicação viral na
submucosa;
○ Dificuldade em ter acesso aos medicamentos;
○ Reconhecimento da situação de risco implicada no contato sexual com
parceiro sabidamente infectado pelo HIV;
○ Não u8lização completa dos 28 dias recomendados de profilaxia em função
da elevada frequência de ocorrência de eventos adversos.

62
Profilaxia pré e pós-exposição ao HIV

• A utilização de terapia antirretroviral como estratégia de prevenção da


transmissão do HIV em casais sorodiscordantes tem benefício demonstrado nas
situações em que o parceiro infectado possui contagens de células de linfócitos
CD4 inferiores a 350 células/mm3.
• Há, no entanto, outros aspectos a considerar, como a duração da proteção, os
efeitos adversos associados a essa estratégia, a adesão e o risco de
transmissão de vírus multirresistente entre os parceiros com sorologia
discordante para o vírus HIV.

62
Conduta
• A complexidade da infecção pelo HIV em estágio sintomático
demanda atenção especializada, realizada por médico com
treinamento específico.

• Estratégias de organização da assistência de indivíduos infectados


com o HIV, compreendendo gerenciamento de pacientes e serviços
hospitalares especializados concentrando volume elevado (centros
de referência) de pacientes, estão associadas a melhores desfechos
e redução da mortalidade relacionada com o vírus..

63
HEPATITES VIRAIS
HepaDtes virais
• Causadas pelos vírus das hepatites A, B, C, D ou Delta e E;
• São doenças causadas por diferentes agentes etiológicos;
• Têm em comum o tropismo primário pelo tecido hepático ;
• Constituem um enorme desafio à saúde pública em todo o mundo;
• São responsáveis por cerca de 1,4 milhão de óbitos anualmente, como
consequência de suas formas agudas graves e, principalmente, pelas
complicações das formas descompensadas crônicas ou por hepatocarcinoma;
• Esse número é comparável ao das mortes causadas pela tuberculose e é
superior ao de óbitos causados pelo HIV.

63
Hepatites virais
•No Brasil, de 1999 a 2016, foram notificados no Sinan aproximadamente
600.000 casos confirmados de hepatites virais A, B, C e D.

•Foram notificados Sinan 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil,


no período de 2000 a 2021.

Destes:
○ Hepatite A -168.175 (23,4%);
○ Hepatite B - 264.640 (36,8%);
○ Hepatite C - 279.872 (38,9%);
○ Hepatite D - 4.259 (0,6%).

63
HepaDtes virais
• Estima-se que o número de casos seja bem maior, em razão de a maioria dos
casos não apresentarem sintomas, o que dificulta a procura por diagnóstico.
• Dados do Ministério da Saúde estimam que aproximadamente 657 mil pessoas
tenham o vírus da hepatite C no Brasil.
• Devido às suas taxas de prevalência, cronicidade e potencial de
transmissibilidade e complicações, as hepatites virais B e C são agravos de
elevada importância em termos de saúde pública.
• A maioria das pessoas infectadas pelas hepatites virais crônicas desconhece seu
diagnóstico, constituindo elo fundamental na cadeia de transmissão dessas
infecções

63
Hepatite A
A hepatite A é uma doença comumente transmitida por meio de contato
oralfecal, pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados;

Taxa de incidência de hepatite A (por 100.000 hab.) segundo região


de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021

63
Hepatite B
• O vírus da hepatite B – HBV é transmitido por meio de contato com fluidos
corpóreos infectados.
• O sangue é o veículo de transmissão mais importante, mas outros fluidos
também podem transmitir o HBV, como sêmen e saliva.

Taxa de detecção de hepatite B (por 100.000 hab.) segundo região


de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021
63
Hepatite B

• O vírus da hepatite Delta – HDV também está presente na


região norte, com expressivo impacto clínico e epidemiológico.;
• O HDV é um vírus que acomete apenas pessoas infectadas pelo
vírus da hepatite B;
• Sua transmissão pode ocorrer concomitantemente à infecção
pelo HBV (coinfecção) ou posteriormente à infecção pelo HBV
(superinfecção).

63
Hepatite C
• A forma mais eficaz de transmissão do vírus da hepatite C – HCV ocorre pela
exposição percutânea repetida, ou mediante o recebimento de grandes
volumes de sangue infectado.

Taxa de detecção(1) de casos de hepatite C (por 100.000 hab.) segundo região


de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2011 a 2021

63
Hepatite C

• A transmissão sexual do HCV é menos frequente que a transmissão


da infecção pelo HBV, ocorrendo em pessoas com múltiplas
parcerias sexuais e que têm relações sem uso de preservativo;

• A testagem para HCV deve ser solicitada para todos os indivíduos


em situações de risco.

63
PREVENÇÃO DAS IST NA VIOLÊNCIA SEXUAL

• Hepaete B: Se víema não vacinada, vacinar e fornecer


imunoglobulina hiperimune para Hepaete B;

• HIV: TARV por 4 semanas, iniciando em até 72h;

• Aneconcepção de emergência.
PREVENÇÃO DAS IST NA VIOLÊNCIA SEXUAL
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e
das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em:
https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2013/hiv-aids/pcdt_manejo_adulto_12_2018_web.pdf/view.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Hepatites Virais 2022. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., jun. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-hepatites-virais-2022-numero-
especial.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sífilis 2022. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., out. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-sifilis-numero-especial-out-
2022/view

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. HIV/Aids 2022. Boletim Epidemiológico, Brasília, n. esp., dez. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/dezembro/arquivos/boletim_hiv_aids_-2022_internet_24-11_finalizado.pdf

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico
e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 20

FELISBINO-MENDES, M. S. et al. Comportamento sexual e uso de preservativos na população brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Revista Brasileira de
Epidemiologia, v. 24, 2021. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/rbepid/2021.v24suppl2/e210018/pt/.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde. Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde. Superintendência de
Atenção Primária. Infecção pelo HIV e AIDS: prevenção, diagnóstico e tratamento na atenção Primária - v. 1. 1. Rio de Janeiro: SMS, 2016. 83 p. (Série F. Comunicação e
Educação em Saúde) (Coleção Guia de Referência Rápida). Disponível em:
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6552790/4176326/GuiadeReferenciaRepidaemHIV_AIDS_pagsimples_web.pdf.
OBRIGADA

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