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Realidade de Saúde

do Brasil
CARACTÉRÍSTICAS
DO BRASIL E SEU
SISTEMA DE SAÚDE
EMENTA
• Realidade socioeconômica e cultural brasileira;
• Perfil epidemiológico brasileiro, desigualdades sociais e em
saúde no Brasil;
• Determinantes sociais em saúde;
• Transição demográfica e epidemiológica;
• História, princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde;
• Redes de atenção à saúde e ATENÇÃO BÁSICA.
REALIDADE DE SAÚDE DO BRASIL

 Grande extensão territorial -


8.515.767km2

 Dividido em 05 regiões:
Norte, Nordeste, Centro-
Oeste, Sul e Sudeste
 Diferentes realidades
socioeconômicas e
culturais...
DESIGUALDADES NO BRASIL

• País continental
• Processo de colonização
• Escravidão – fim tardio; transição para
indigência
• Imigrações
• Industrialização – tardia, dependente
• Urbanização – explosiva
DESIGUALDADES NO BRASIL

 O Brasil abriga 155 mil pessoas


CIDADES:
nessa situação, que abrange desde CRESCIMENTO
trabalho forçado ou por dívidas, ACELERADO, BOLSÕES
tráfico humano ou sexual até POBREZA, APARTHEID
casamentos forçados; SOCIAL
DESIGUALDADES NO BRASIL

Fonte: IBGE
DESIGUALDADES NO BRASIL

Fonte: IBGE
DESIGUALDADES NO BRASIL
Escassez de médicos X Linha da Pobreza
Índice de escassez de médicos em Atenção Primária Proporção de domicílios com renda per capita abaixo da
à Saúde (APS)* linha da pobreza (R$137)

Fonte: Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado


(EPSM/NESCON/FM/UFMG).
* Considera o número de médicos equivalente a 40 horas nas
especialidades de clínica médica, saúde da família e pediatria.
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

 Declínio rápido dos níveis de fecundidade;


 Declínio do ritmo de crescimento demográfico;
 Alteração da Estrutura da Pirâmide Etária;
 Aumento da Expectativa de Vida.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

✓ Superposição entre as etapas onde predominam as doenças


transmissíveis e crônico- degenerativas;

✓ Existe um contraste importante entre as situações epidemiológicas das


diferentes regiões do país;

✓ Tripla carga de doenças: uma agenda não concluída de doenças


infecciosas e desnutrição; o desafio das doenças crônicas e seus fatores de
risco; crescimento acelerado das causas externas.
O SISTEMA
ÚNICO DE
SAÚDE DO
BRASIL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
SUS – Antecedentes históricos
SUS – Princípios do Sistema

DOUTRINÁRIOS ORGANIZATIVOS

Regionalização
Universalidade
Hierarquização
Equidade Descentralização
Integralidade Participação Social
Complementaridade

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SUS – Princípios Doutrinários

Universalidade
Saúde como Direito de
cidadania e não como Direito Integralidade
Trabalhista Todo (Holística) – Medicina
Integral
Tudo (Direito aos três níveis de
Equidade assistêncIa)
Tratamento diferente para se chegar a
igualdade
SUS – Princípios Organizativos
Descentralização/Hierarquização/Regionalização
Descentralização Gestão mais próxima da população

Municipalização da saúde

Como garantir o direito do cidadão?

Pensar uma rede de assistência onde o cidadão da menor e mais


afastada cidade tenha acesso à tecnologia necessária para recuperar
sua autonomia, em caso de necessidade de saúde.
Níveis de Assistência – Hierarquização

• Hospitalização, Internação
• Alta Complexidade

Terciária
• Ambulatórios de Especialidades Médicas
• Diagnósticos mais complexos que não demandam
Secundária internação

Atenção Básica
Postos e Centros de Saúde
PSF
Baixa Complexidade

Complexidade Tecnológica
Hierarquização e organização em redes
Redes de atenção à saúde no SUS

Álcool, Crack e Outras

Condições e doenças
Rede de Urgência e
Qualificação/Educação

Rede Cegonha

Emergência

crônicas
Drogas
Informação

Regulação

Promoção e Vigilância à Saúde

ATENÇÃO BÁSICA
Este é o SUS que pouco conhecemos

• Único no mundo a garantir assistência integral e gratuita a população,


incluindo pacientes com HIV, sintomáticos ou não, renais crônicos e
com câncer.

• SIH/SUS: maior conjunto de procedimentos executados em hospital no


mundo pago por um mesmo financiador
(Rehen de Souza, 2002)

• Aproximadamente 1.000.000 de internações por mês – [11.295.000 em


2010]

• Mais de 95% de transplantes feitos no Brasil


(Brasil, 2003)
Este é o SUS que pouco conhecemos
• 3,8 bilhões de atendimentos ambulatoriais
• 896 milhões de procedimentos para diagnóstico
• 19 milhões de ultrassonografias
• 11 milhões de sessões de hemodiálise
• 1,5 milhão de tomografias
• 6,5 mil transplantes de órgãos sólidos
• 4,5 milhões de procedimentos hospitalares cirúrgicos
• 7,1 milhões de procedimentos hospitalares clínicos
• 619 milhões de atendimentos para aquisição de medicamentos a nível
ambulatorial

DADOS OBTIDOS NO SITE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, RELATIVOS AO PERÍODO DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 2017.
ATENÇÃO BÁSICA
POR QUE “ATENÇÃO BÁSICA”?
ECOLOGIA MÉDICA REVISITADA
Número de pessoas que adoecem durante um mês
por 1000 pessoas
1000 Green e cols.. The ecology of medical care
800
revisited. N. Engl. J. of Med. 2001, 344(26):2021-5

327 21 •Especialista hospital

217 13 •Consulta emergência

8 •Hospitalização

•Hospitalização-universitário
<1
ATENÇÃO BÁSICA
Atributos e Diretrizes na Atenção Básica
• Acessibilidade e Acolhimento (porta de
entrada preferencial e porta aberta);
• Territorialização e Responsabilização
Sanitária;

• Vinculo e Adscrição de Clientela;


• Cuidado Longitudinal;

• Coordenação do Cuidado;
• Trabalho em Equipe Multiprofissional.
(PNAB, 2017)
ATENÇÃO BÁSICA: cobertura
2002 2006 2010

2014

31,8% 46,1% 52,2%

Municípios com ESF 5.460


Nº de Equipes Implantadas 39.228

A cobertura eSF dobrou entre 2002 e 2014


*62,4%

População coberta estimada 121 milhões

Fonte: Histórico DAB - Dez/2014


Parâmetro de Cobertura de 3.450 habitantes por equipe e
como referência a população IBGE, 2012.
ATENÇÃO BÁSICA: dados de 2018
• 32.373 equipes implantadas

• 5.468 municípios

• 98,2 milhões de pessoas

• 4.777 municípios com Equipes de Saúde


Bucal - ESB

• 18.815 ESB tipo I

• 2.447 ESB tipo II

• 5.468 municípios com Agentes Comunitários


de Saúde – ACS

• 238.304 ACS implantados

• 136,6 milhões de pessoas atendidas


ESTRATÉGIAS TRANSVERSAIS NA ATENÇÃO BÁSICA

Financia
mento

UBS
Fluvial

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Atenção Básica x Mais Médicos
• Depois de 5 anos de estagnação ou baixo
crescimento, a partir da implantação do
Programa Mais Médicos, a cobertura da
Estratégia Saúde da Família retoma uma curva
de rápido crescimento e ultrapassa 70% de
cobertura em 2015.

• Com a criação do Programa Mais Médicos, a


cobertura passou a apresentar um
crescimento médio anual de 5%.

• Quase a metade das 39.125 ESF existentes, em


2018, estavam vinculadas ao Projeto Mais
Médicos para o Brasil.
Atenção Básica x Mais Médicos

• Os municípios que contam com médicos do Mais Médicos


apresentaram uma redução de 4% das internações (dez/2013 a
dez/2014);
• Nos municípios com cobertura do Mais Médicos maior que 36% da
população, a redução no mesmo período chegou a 8,9%;
• Nos municípios que saltaram do percentil de “até 10%” para “50-75%”
de cobertura de médicos na AB a taxa de internação caiu cerca de 20%
(comparação 2014 com 2015).
Programa Mais Médicos

Lançado em julho de 2013 para


atender demanda histórica
de falta de médicos na
Atenção Básica

Municípios de todo o país tem


• Em 2013:
dificuldade de contratar
1,8 médicos por mil habitantes
profissionais, principalmente,
para o interior, as periferias e
• Em 2018:
regiões de vulnerabilidade social 2,1 médicos por mil habitantes
Programa Mais Médicos
EIXOS DO PROGRAMA
Ampliação e Melhoria da Infraestrutura

Formação para o SUS Provimento Emergencial

- PROJETO MAIS MÉDICOS


- Ampliação da Oferta na PARA O BRASIL (PMMB)
Graduação e Residência Médica
- Reorientação da Formação e
Integração à Carreira - -Editais de Chamadas Nacional
- Mudança no Eixo dos Locais de e Internacional
Formação
- Cooperação internacional
3
2
RESULTADOS DO PROJETO
Em 2018:

17.584 médicos atuando no PMMB

8.459 brasileiros e

8.557 médicos cubanos, estão

presentes em 3.920 municípios.

34 DSEI com médicos do PMMB


RESULTADOS DO PROJETO

Com o Mais Médicos, o número de consultas


médicas na Estratégia de Saúde da Família cresceu
29%

Nos municípios participantes,


o crescimento foi de 33%

Nos municípios sem Mais Médicos, foi menos da


metade: 15%

Jan/2013 a
jan/2015
População nota melhoria do acesso e da qualidade

“Agora tem atendimento “Médicos mais atenciosos


médico todos os dias” com os pacientes”

Para 85%, melhorou a Para 87%, o médico é


qualidade do atendimento mais atencioso

“Médicos mais capacitados Nota 9


e competentes” 55% deram a nota máxima (10)

Amostra >14 mil usuários PMM

Fonte: Pesquisa Ipespe/UFMG


FUNCIONAMENTO DO PROJETO MAIS
MÉDICOS PARA O BRASIL
FUNCIONAMENTO DO PROJETO

1) Adesão dos Municípios;


2) Equipes completas: no mínimo Enfermeiro (a); Auxiliar ou
Técnico de Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde;
3) Lotação do Médico do Programa;
4) Curso de Especialização;
5) Visita Mensal da Supervisão – apoio pedagógico;
6) Encontros Locorregionais.
7) Contra-partida dos municípios
FUNCIONAMENTO DO PROJETO

• PORTARIA Nº 30, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2014

• Dispõe sobre o cumprimento das obrigações de oferta de


moradia, deslocamento, alimentação e água potável pelo
Distrito Federal e Municípios aos médicos participantes do
Projeto Mais Médicos para o Brasil, nos termos da Portaria
Interministerial nº 1.369/MS/MEC, de 8 de julho de 2013.
• Art. 3º - referência para recurso pecuniário – R$ 500,00 a
R$2.500,00 podendo adotar valores superiores.
ETAPAS DO PROJETO
Cadernos da Atenção Básica

Disponíveis em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php


MÓDULO DE ACOLHIMENTO E
AVALIAÇÃO - MAAv
MAAv
 Configura-se como a primeira oferta educacional dos ciclos formativos
para os médicos do Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB),
constituindo-se como etapa relevante do aperfeiçoamento definido pela
Lei nº 12.871/13 e regulamentado pela Portaria 01/2014 SGETS
(MS)/SESU (MEC).

 Objetivo Geral: Acolher, preparar e avaliar os médicos inscritos no PMMB,


selecionando-os para atuar como generalista na atenção básica, no
contexto do SUS, proporcionando-lhes os conhecimentos e as ferramentas
fundamentais dos eixos de saúde e língua portuguesa.

 Os objetivos de aprendizagem do MAAv devem estar relacionados ao


conhecimento da realidade brasileira, proporcionando o acesso à
informação necessária para atuação médica na prática profissional e
linguístico-cultural.
PROCESSO AVALIATIVO DO EIXO SAÚDE

• AVALIAÇÃO OBJETIVA:
• CONHECIMENTO SOBRE OS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS, TRABALHO DAS
EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA, PRINCIPAIS
PROBLEMAS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO ABORDADOS NAS AULAS TEÓRICAS.

• CASOS CLÍNICOS : serão discutidos durante o período de aulas.


• OBJETIVOS: Estimular sua análise do caso apresentado, demonstrando seu
raciocínio clinico e seu manejo da situação apresentada;
Obrigado (a)!

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