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O valor de uma grandeza (comprimento de uma sala, por exemplo), necessitamos de considerar uma unidade para essa grandeza.
Definindo uma unidade (comprimento de um pé, por exemplo), podemos quantificar o valor (25 unidades, por exemplo) da grandeza
que pretendemos medir.
Obviamente que é fundamental que as unidades sejam aceites e utilizadas em todo o mundo, daí a necessidade de normalizar as
unidades. Já no século 18 foram estudadas propostas para substituir todos os sistemas de unidades vigentes então por um único
sistema ([Helfrick, 1991]). Só em 1960, na 11ª Edição da Conferência Geral dos Pesos e Medidas (CGPM) foi finalmente adoptado o
sistema internacional de unidades - SI, que é sucintamente abordado neste capítulo.
1.1 UNIDADES DE BASE
O Sistema Internacional de Unidades - SI - define sete unidades de base para normalizar sete grandezas ([Cabral,
1995]):
PADRÕES DE MEDIÇÃO
A palavra inglesa standard pode ser traduzida para Português como norma ou padrão. No âmbito da metrologia, é comum utilizar-se o
termo measurement standard para denominar padrão de medição, que é explicado a seguir.
No Vocabulário Internacional de Metrologia ([IPQ, 1996]), padrão de medição é definido como “medida materializada, instrumento de
medição, material de referência ou sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade, ou um ou
mais valores de uma grandeza, para servirem de referência”.
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2.0 UNIDADES DERIVADAS
A partir das unidades descritas atrás é possível definir as unidades derivadas, com nome especial ([Cabral, 1995]):
Os padrões estão organizados numa hierarquia de qualidade: Padrões Internacionais, Padrões Primários, Padrões Secundários e Padrões
de Trabalho. Esta hierarquia de padrões está representada na imagem abaixo.
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3.0 PADRÕES DE TRABALHO
Num laboratório de medição, é fundamental a existência de um (ou vários) padrão de trabalho. Estes, em geral, são utilizados em
testes e calibrações de outros instrumentos de laboratórios ou instrumentos de aplicações industriais ([Helfrick, 1991]).
Uma caixa de décadas de alta exactidão (incerteza menor do que 0,1%), um potenciómetro, um calibrador digital ou uma Ponte de
Wheatstone de alta exactidão (incerteza menor do que 0,1%) são exemplos de padrões de trabalho.
Quando se fala de grandeza, no domínio da metrologia, referimo-nos a grandezas mensuráveis, isto é, aquelas grandezas (físicas)
que podemos quantificar, tais como por exemplo o comprimento, a velocidade, o peso e a intensidade da corrente eléctrica. Existem
outras grandezas, denominadas de psicológicas ([Paredes, 1991]), tais como a inteligência, a vontade e a criatividade, que, apesar de
poderem ser qualificadas qualitativamente, não são mensuráveis (quantitativamente). Os métodos de medição podem classificar-se
de diversas formas, mas as classificações mais relevantes para a área de electrotecnia são métodos directos e indirectos e os
métodos de medição por comparação (substituição e zero).
Um método de medição indirecto, é aquele em que o valor da grandeza a medir é obtido a através da medição de
outras grandezas funcionalmente associadas com a grandeza a medir. Podem citar-se como exemplos a medição
indirecta de potência através da medição de tensão e corrente (P = U.I) ou a medição indirecta de velocidade através da
medição de distância e de tempo (v = d.Dt).
Quando o valor da grandeza é obtido directamente, isto é, o valor da grandeza a medir é obtido de forma imediata como
resultado da medição, o método de medição diz-se directo. Analogamente, refere-se a utilização de um Wattímetro para a
medição directa de potência e de um velocímetro para a medição directa de velocidade.
Podem ainda considerar-se os métodos de medição por comparação como variantes do métodos de medição directos.
Num método de medição por comparação, a grandeza a medir é comparada com outra grandeza (ou mais) da mesma
natureza que tenha um valor conhecido.
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TRÊS PASSOS PARA A MEDIÇÃO
O objectivo deste capítulo é ensinar, de uma forma simples, segura e eficaz, quais os três passos fundamentais para se efectuar uma
medição de tensão ou corrente eléctricas:
1º - Ter uma ideia do valor da grandeza.
2º - Instrumento que temos = Instrumento que precisamos?
3º - Proceder à medição
Uma regra fundamental em metrologia, nomeadamente na medição de grandezas eléctricas, é que nunca se procede a uma medição
sem ter uma ideia (mesmo que aproximada) do valor da grandeza que se pretende medir. Isto poderá evitar a ocorrência de
consequências nocivas para pessoas, equipamento e meio ambiente.
Isto pode ser conseguido tendo em conta o tipo de fonte de alimentação que está em jogo, bem como a potência dos receptores.
3º - Proceder à medição
Este terceiro e último passo engloba todas as operações necessárias na execução de uma dada medição. Fazem parte destas
operações a montagem do circuito eléctrico adequado à aplicação do método de medição pretendido, tendo em conta aspectos como
a ligação correcta do instrumento de medição (nomeadamente a escolha correcta dos terminais, escala e polaridade) e a
determinação do intervalo de incerteza, de forma a apresentar correctamente o resultado da medição.