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DELEGAÇÃO REGIONAL DO CENTRO

CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE AVEIRO


AÇÃO: E409 - EFA NS Técnico de Serviços Jurídicos ------------------Cidadania e Profissionalidade_4 Data: ____ / _____ / 2022
Nome do Formando: ____________________________________________________________

A identidade e alteridade

A identidade pode definir-se como um conjunto de características e


manifestações que identificam um sujeito e simultaneamente o distinguem de
outros sujeitos, sejam estes individuais ou coletivos.

A identidade não é algo que nasce com um sujeito, mas sim algo que se constrói
ao longo do tempo, da vida, da existência. Todavia, conforme os casos existem,
em maior ou menor quantidade e intensidade, determinações pré- existenciais
que definem a identidade de um sujeito, (individuo ou coletivos). Estamos, neste
caso a referir-nos a certas características ou manifestações que pré- existem ao
individuo e que são determinantes na formação da sua identidade.

É inegável a contribuição genética para a identidade da espécie humana


(relativamente a outras espécies), ou a influência da cultura para a formação da
identidade de um individuo pertencente a um dado universo cultural. Por
exemplo, a influência cultural faz de um muçulmano um indivíduo com uma
identidade distinta de um indivíduo cristão. Mas quando nos referimos à
identidade pessoal já não será tão determinante o contributo destes fatores pré-
existentes e será maior o contributo de todos os fatores e influências que o
individuo sofre ao longo da sua existência. Um indivíduo, mesmo nascendo e
vivendo parte da sua vida num contexto cultural pode desenvolver uma
identidade distinta em vários aspetos consoante a sua experiência de vida e as
suas opções de vida, construindo assim uma identidade própria.

Seja em que contexto for, a construção da identidade está sempre intimamente


ligada à alteridade, ou seja, cada cultura, cada sociedade, cada indivíduo, vai
construindo a sua identidade, em relação à alteridade que o rodeia, e nesta
relação desenham-se os limites que estabelecem as opções do próprio individuo.
Assim um indivíduo, na construção da sua identidade, ao fazer opções
concretas, fá-las considerando as diferenças e implicações que estas aportam
aquilo que ele deseja ou ambiciona ser, à identidade ou imagem que deseja ter
de si próprio e que os outros tenham de si. O outro, aqui entendido como
indivíduo ou coletivo, é sempre uma referência para a construção ou opção por
uma identidade qualquer, pois quando se trata de uma opção, voluntária ou até
mesmo involuntária, há que considerar sempre dois termos, duas saídas ou
opções.

Resumindo podemos definir:


1. Identidade pessoal, como o conjunto de perceções, sentimentos,
representações que um indivíduo tem de si próprio e que o distinguem
dos outros indivíduos.
2. Identidade social, como a consciência social que um indivíduo tem de si
próprio enquanto membro de uma sociedade ou comunidade, resultante
da interação que o indivíduo estabelece com o meio onde se encontra
inserido,
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AÇÃO: E409 - EFA NS Técnico de Serviços Jurídicos ------------------Cidadania e Profissionalidade_4 Data: ____ / _____ / 2022
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3. Identidade cultural, como o conjunto de todos os valores que o sujeito


partilha com a comunidade a que pertence e que insere na sua identidade
própria.

A construção da identidade, não é um processo com evolução ou ritmo linear.


Fazendo-se desde o nascimento até ao fim da vida, há no entanto, momentos
chave na definição das opções identitárias do individuo, que diferem na
intensidade do processo construtivo, mas também na qualidade das opções.

Assim na infância, a adolescência e a idade adulta representam os três


momentos distintos na construção da identidade pessoal, social e cultural,
sendo que a cada um deles, correspondem diferentes qualidades identitárias
bem como diferentes referências para a construção, diferentes modelos de
identificação.

Na infância, por exemplo, as referências principais são os elementos do


agregado familiar e é por referência a estes que é construída a imagem que a
criança tem de si própria, bem como assimiladas as características dos papeis
sociais que cada elemento do agregado desempenha.

A adolescência, além de alargar o número dos modelos de referência, que


deixam de ser apenas os elementos parentais, para serem também os amigos,
os colegas de turma e escola, ampliam-se também o número e qualidade de
opções que o indivíduo tem ou pode tomar, como o seu papel na sociedade ou
grupo, as sua opiniões sobre a organização social, etc.

No estado adulto, as opções continuam, desta vez incorporando um âmbito mais


global com opções acerca da cultura, da sociedade, da política, sendo os
modelos de referência muito mais alargados do que até então.

A identidade apresenta, apesar destas, variações e momentos algumas


características que podemos enunciar:

1. Continuidade, ou sentimento do indivíduo se reconhecer a si


próprio ao longo do tempo
2. Estabilidade, ou representação, mais ou menos estável, que o
indivíduo tem de si e que os outros têm dele
3. Unicidade, reconhecimento de uma certa coerência, nos
sentimentos, representações e ideias manifestadas por um
indivíduo
4. Diversidade, ou capacidade de um só indivíduo para
desempenhar vários papeis (amigo, filho, pai, profissional, etc)
5. Realização, ou capacidade de refletir na Acão e posturas os
traços da própria identidade
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6. Autoestima, ou relação íntima entre a identidade e a imagem


que o indivíduo tem de si próprio

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